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MATERIAL DE AMOSTRA
SEJA BEM-VINDA (O)
Olá futuro colega Procurador(a) do Estado,
Olá futuro colega Procurador(a) do Município,
Você já conhece a nossa metodologia de sucesso, mas fazemos questão de, mais uma vez,
explicarmos brevemente todas as ferramentas do curso, para que você se sinta seguro e se preocupe
apenas em fazer a sua parte: estudar!
PLANO DE METAS
A cada semana você receberá um Plano de Metas com o mapa dos assuntos que deverá estudar. O
plano levará em consideração o conteúdo programático dos concursos de procuradorias estaduais e
municipais dos últimos três anos, incluindo-se aqueles organizados por bancas próprias (PGE/PA,
PGE/MS e PGE/SP), além, obviamente, dos certames organizados pelas bancas tradicionais.
Você perceberá que não se trata apenas de simples planilhas de horários e assuntos, como
comumente se encontram no mercado. Neste arquivo abordamos bastante conteúdo, direcionando
o tema para os pontos fundamentais da doutrina, da jurisprudência, da legislação e das provas de
concurso do gênero. Assim, no mapa de estudos, você será avisado sobre o que deverá ter mais
atenção.
Siga rigorosamente o plano de metas. Isso porque ele foi exaustivamente pensado por advogados
públicos para que você cubra todo o conteúdo importante do edital, sem estudar a mais nem a menos
do que o necessário. Ao final do curso, tendo cumprido efetivamente o planejamento, você terá todo
o conhecimento teórico para fazer uma excelente prova.
Não negligencie nenhuma matéria. Não pense que você já domina determinado assunto de forma
suficiente a justificar a abstenção de estudá-lo. No máximo, acelere o cumprimento das metas cujo
tema abordado sinta maior segurança.
A quantidade de páginas de doutrina por semana foi distribuída da seguinte forma:
PERFIL MÉDIA DE PÁGINAS/SEMANA
BETA 250
ÔMEGA 170
ALFA 125
Idealmente, o conteúdo teórico deve ser estudado de segunda à sexta-feira, reservando-se o sábado
para revisão semanal e resolução de simulados. O domingo, em tese, deve ser utilizado para
descanso. Assim, para que você se organize diariamente, considere a quantidade de páginas acima
dividida por 5 (número de dias da semana).
Mas, tenha CUIDADO: não à toa, delimitamos o conteúdo de forma semanal, de modo que sejam
possíveis eventuais e necessárias flexibilizações diárias. Isto é, caso você não consiga estudar o
volume de conteúdo diário, obtido por meio da divisão por 5 sugerida, é possível compensar nos
próximos dias da semana. Lembre-se, então: a meta é semanal.
Caso você precise de uma delimitação mais rígida, com distribuição de tarefas diárias e horárias,
converse com o seu coach para que tal necessidade seja atendida.
Ainda em relação ao plano de metas, também é importante que você saiba o seguinte: a cada 4
(quatro) semanas de conteúdo estudado, abre-se 1 (uma) semana de revisão, chamada de “semana
de respiro”. Essa semana é destinada:
1) À revisão dos conteúdos estudados nas quatro anteriores. Decerto, em algumas
ocasiões e a depender da forma de estudo, o prazo de uma semana será insuficiente para
revisar toda a matéria acumulada nas quatro anteriores. Assim, você deve priorizar, basicamente, dois tipos de temas: aqueles que você sentiu maior dificuldade e aqueles
apontados como mais importantes nos planos de metas. Uma forma rápida e eficaz de realizar
revisões é ir direto para a resolução de questões, utilizando o livro ou material grifados para
correção e lembretes necessários. Se o desempenho for satisfatório, é possível seguir
adiante. Se não, recomenda-se folhear as páginas do livro, identificando grifos e anotações
relevantes (vide sugestão abaixo no tópico “método de estudo”).
2) Ao saneamento de pendências deixadas durante as quatro semanas anteriores.
Ressalte-se que essas brechas devem ser de volume pequeno (ex.: informativos de uma
semana, simulados de outra e um capítulo de doutrina). Caso o atraso seja grande e insanável
na “semana de respiro” converse com o seu coach ou com a coordenação (Caio Souza ou
Maíra Mutti), para que seja avaliada a possibilidade migração de perfil.
3) À resolução do simulado de revisão. Como falaremos abaixo, na “semana de respiro”, será
disponibilizado um simulado de 200 itens destinado à revisão de todo o conteúdo acumulado
para trás. Trata-se de importante ferramenta de revisão que não pode ser relegada. Assim,
você estará, por exemplo, na semana 25, mas sendo relembrado, por meio de questões, do
conteúdo da semana 1, 2 e etc.
AMOSTRA:
MAPA GERAL
CONTROLE DISCIPLINA CONTEÚDO
[ ] DIREITO TRIBUTÁRIO Tributo: conceito e espécies [ ] FAZENDA PÚBLICA Prescrição e decadência
DIREITO TRIBUTÁRIO: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS (TRIBUTOS)
DOUTRINA
LEI
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
COMO ESTUDAR?
• Estudar o capítulo 1 do livro Direito Tributário (Ricardo Alexandre).
• Estudar (grifar, marcar, anotar) os arts. 3º, 16 a 18, 77 a 82 do CTN e arts.
145 a 149-A e 154 da CF.
• Resolver, pelo menos, 20 questões.
• Revisar material de apoio (final de semana ou semana “de respiro”).
• Estudar a jurisprudência respectiva pelo Dizer o Direito.
O QUE É IMPORTANTE?
TRIBUTO
1. Prestação pecuniária
2. Compulsória
3. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
4. Não constitui sanção de ato ilícito
5. Instituído por lei
6. Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada
• ATENÇÃO – IMPOSSIBILIDADADE DE LEI LOCAL INSTITUIR, COMO FORMA DE
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BENS MÓVEIS:
Norma tributária local que pretenda instituir dação em pagamento de bens móveis
é inconstitucional segundo o STF, porquanto tal expediente seria o mesmo que adquirir um
bem sem licitação. Desta feita, estar-se-ia invadindo seara afeta à reserva de lei federal. Em
outras palavras, o crédito tributário não pode ser extinto mediante dação em pagamento de
bens móveis, tendo em vista a reserva de lei nacional para dispor sobre regras gerais de
licitação.
• ATENÇÃO – POSSIBILIDADE DE LEI LOCAL INSTITUIR OUTRAS FORMAS, NÃO
PREVISTAS NO CTN, DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (EXCETO DAÇÃO EM
PAGAMENTO DE BENS MÓVEIS): O STF, em outros julgados, assentou que é, sim,
possível que os entes locais instituam outras formas de extinção do crédito tributário.
Tal entendimento sustenta-se em dois argumentos: 1) pacto federativo: o ente
federado tem o direito de receber algo do seu interesse para quitar um crédito de
que é titular; 2) “quem pode o mais, pode o menos”: se o ente pode até perdoar que
lhe é devido (o mais), não é razoável que não possa autorizar a extinção do crédito
tributária por uma forma não prevista no CTN (o menos). Portanto, CUIDADO: para o
STF, é possível que lei local estabeleça formas de extinção do crédito tributário não
previstas no CTN, exceto por dação em pagamento de bens móveis, pois, nesse caso,
haveria incursão indevida de lei local em matéria afeta à lei nacional, já que o tema
cuida de regras gerais de licitação.
SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO:
Súmula Vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas
viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos
de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
[...]
INFORMATIVOS IMPORTANTES SOBRE O ASSUNTO
1. Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado de
finalidade estatal. A INFRAERO (empresa pública federal) celebrou contrato de
concessão de uso de imóvel com uma empresa privada por meio da qual esta última
poderia explorar comercialmente um imóvel pertencente à INFRAERO. Vale ressaltar
que esta empresa é uma concessionária de automóveis. A empresa privada queria
deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF
não aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso. A atividade
desenvolvida pela empresa tem por finalidade gerar lucro. Se fosse reconhecida a
imunidade neste caso, isso geraria, como efeito colateral, uma vantagem competitiva
artificial em favor da empresa, que teria um ganho em relação aos seus concorrentes.
Afinal, a retirada de um custo permite o aumento do lucro ou a formação de preços
menores, o que provoca desequilíbrio das relações de mercado. Não se pode
aplicar a imunidade tributária
recíproca se o bem está desvinculado de finalidade estatal. STF. Plenário. RE
434251/RJ, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 19/4/2017 (Info 861).
[...]
COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS?
1.(CESPE, TELEBRAS, 2015) No que diz respeito ao Sistema Tributário Nacional,
entende o STF ser constitucional a adoção, no cálculo do valor de uma taxa, de um ou
mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que as duas
bases de cálculo — a da taxa e a do imposto — não sejam totalmente idênticas.
2.(CESPE, MPOG, 2015) O sistema tributário brasileiro permite a cobrança de taxas
fundamentadas em três situações: a utilização de serviço público, o exercício do
poder de polícia e a intervenção estatal no domínio econômico.
3. (CESPE, MPOG, 2015) Define-se como imposto o tributo cuja obrigação tem
por fato gerador situação vinculada a uma atividade estatal específica dirigida ao
contribuinte.
4. (CESPE, TJ/SE,2014) A contribuição de melhoria somente pode ser cobrada
pelos municípios responsáveis por obras públicas que tiverem resultado em
valorização imobiliária, desde que comprovada a efetiva utilização de recursos
públicos no custo da obra.
GABARITO: 1. C – 2. E – 3. E – 4. C – 5. C – 6. C – 7. E – 8. E
QUESTÕES OBJETIVAS
Passar na prova objetiva é o primeiro passo para ser aprovado no concurso. E nada melhor para
estar preparado do que treinar.
Desse modo, semanalmente, você receberá, pelo menos, 30 questões objetivas, no formato “certo” ou “errado”, ou 10 questões múltipla escolha, preparadas pela nossa equipe de
professores (todos advogados públicos), que abordarão os assuntos que você estudará naquela
semana. É a forma encontrada para você aliar teoria com a prática, aprendendo como as bancas de
concurso cobram os assuntos.
O mais interessante e valioso: nossos professores comentam todas as assertivas. Assim, você não
irá apenas resolver as questões, mas também aprender os fundamentos teóricos de cada uma delas,
agregando valioso conteúdo à sua “bagagem jurídica”.
Somado a isso, nas “semanas de respiro”, identificadas sempre com números múltiplos de 5, você
receberá um simulado de revisão com 200 itens “certo” ou “errado”, que abordarão o conteúdo
pretérito de todo o curso (e não apenas o do ciclo). A finalidade deste simulado, como é possível
inferir, é fazer com que você não perca informações estudadas há bastante tempo. Consideramos
imprescindível o contato mensal com todas as matérias.
AMOSTRA: DIREITO TRIBUTÁRIO
Sobre as espécies tributárias, competência e classificação dos tributos, julgue:
1. A devolução do empréstimo compulsório deve ser feita necessariamente em espécie.
ERRADO. Primeiramente, vale destacar que, de acordo com as disposições previstas no parágrafo
único do art. 15 do CTN, a lei que instituir o empréstimo compulsório deverá fixar o prazo e as
condições de resgate.
Dessa forma, a legitimidade dessa exação é condicionada à restituição. Embora a
restituição seja condição indispensável, o Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido
de que a restituição deve ser efetuada na mesma espécie ao julgar o RE
175.385. Ou seja, a restituição somente deve ocorrer necessariamente em espécie (em moeda)
quando esta for objeto do empréstimo.
Veja, portanto, que a devolução deve ser feita na mesma espécie e não obrigatoriamente
em espécie.
2. Para ser instituída, a lei que prevê cobrança de contribuição de melhoria deve ser publicada
antes da obra promovida pelo Poder Público, em virtude do princípio da anterioridade tributária.
ERRADO. A cobrança da contribuição de melhoria decorre, em verdade, da obra pública e não para
a realização desta, mostrando-se ilegítima a sua cobrança com o objetivo de arrecadar recursos a
serem utilizados em obras futuras, tendo em vista que a aferição da valorização do imóvel somente
tornar-se-á possível após a conclusão da obra.
Em suma, o fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas a
consequente valorização imobiliária dela decorrente.
Para melhor elucidação da hipótese de incidência da exação tributária, vale fazer
a conexão entre as expressões “melhoria” e “valorização”.
Tendo isto em conta, percebe-se que a contribuição de melhoria não constitui exceção ao princípio da
anterioridade, visto que a sua cobrança somente ocorrerá após a edição da lei.
3. O CTN não estabelece limites para cobrança da contribuição de melhoria. Desse modo, tudo
que for gasto pelo Poder Público na obra poderá ser redirecionado para os contribuintes.
ERRADO. O caráter contraprestacional inerente à contribuição de melhoria indica que a
arrecadação advinda da sua cobrança serve ao ressarcimento do Estado quanto aos valores gastos
com a realização da obra. Por essa razão, não pode ser cobrado mais do que se gastou com a obra,
nos moldes do art. 81 do CNT. Além do limite total, o mesmo dispositivo legal estabelece um limite
individual, consistindo no acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Essa segunda limitação justifica-se pela simples constatação de que a valorização da obra constitui
o próprio fato gerador da exação tributária.
CTN – ART. 81:
- Limite GLOBAL: despesa realizada com a obra;
- Limite INDIVIDUAL: diferença entre os valores iniciais e finais dos imóveis beneficiados
(valorização).
Por fim, observe que os limites impostos à cobrança da contribuição de melhoria não estão
previstos na Constituição Federal, mas sim no Código Tributário Nacional, além de possuir disciplina
equivalente no art. 4º do Decreto-lei 195/1967.
[...]
QUESTÕES DISCURSIVAS E SENTENÇAS Um curso sólido deve preparar você desde já, não apenas para a prova objetiva, mas também para
as fases seguintes.
Por isso, a cada quinze dias você receberá um simulado com 1 peça, parecer ou dissertação (cobrada em alguns concursos, como os da AGU) e 3 questões discursivas relacionadas com
os assuntos estudados pelo aluno durante o curso. É possível, portanto, que sejam cobrados temas
estranhos ao ciclo em andamento, porém já ultrapassados pelo aluno. Isso também é uma forma de
ajudá-lo na revisão dos assuntos pretéritos.
Você irá responder esse simulado preferencialmente à mão, seguindo o mesmo tempo e condições de
uma prova real, e irá enviar suas respostas para o e-mail do seu coach, caso opte pelo acompanhamento individualizado. A sua resposta deverá ser corrigida em seus aspectos jurídicos
e extrajurídicos, devendo o corretor responsável registrar feedbacks e as orientações necessárias para
que você melhore a sua forma de escrita, tornando seu texto cada vez mais claro, objetivo e,
consequentemente, mais agradável para o examinador que irá avaliá-lo (a) no dia da sua prova.
Os alunos que NÃO optaram pelo acompanhamento individualizado devem encaminhar suas
respostas para o e-mail: [email protected]
As respostas devem ser encaminhadas nas seguintes datas de cada mês, independente de qual
simulado se refere:
a) Prazo 1: 05 a 10 de cada mês;
b) Prazo 2: 20 a 25 de cada mês;
As correções serão enviadas em até 14 dias após a finalização do prazo de envio das respostas (dias
10 e 25 de cada mês).
Não deixe de enviar sua resposta! A correção individualizada é uma das principais ferramentas pedagógicas do curso. Por meio dela, você e nós poderemos avaliar a evolução da
sua preparação.
AMOSTRA:
DISSERTAÇÃO
“Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu nesta
quintafeira (19.05.2016) medida liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5501 para
suspender a eficácia da Lei 13.269/2016 e, por consequência, o uso da fosfoetanolamina
sintética, conhecida como “pílula do câncer”. A lei autoriza o uso da substância por pacientes
diagnosticados com neoplasia maligna, independente do seu registro na Anvisa.
O relator ressaltou que, ao dever do Estado de fornecer medicamentos à população,
contrapõe-se a responsabilidade constitucional de zelar pela qualidade e segurança dos
produtos em circulação. O Congresso Nacional, para o ministro, ao permitir a distribuição de
remédio sem o controle prévio de viabilidade sanitária pela Anvisa, não cumpriu com o dever
constitucional de tutela da saúde da população”.
Notícia veiculada no site do STF em 19.05.2016 – adaptada.
Considerando o contexto narrado, elabore texto dissertativo sobre as agências reguladoras e seu papel na Reforma do Estado brasileiro, abordando obrigatoriamente os seguintes aspectos:
a) Poder normativo e Separação dos Poderes;
b) Princípio da reserva de administração e “doutrina Chenery”.
Comentários
Inicialmente, é imperioso destacar que, nos certames para Advocacia Pública
(PGE/PGM), as provas práticas são realizadas sob três modalidades: peça processual,
parecer e dissertação. Assim, ao longo do nosso curso, treinaremos as três espécies,
optando sempre por aquela mais adequada aos temas estudados durante a quinzena.
No que tange ao aspecto material, a importância do tema em tela, sempre
palpitante nas discussões administrativistas, está latente no debate atual: até que ponto
o Poder Judiciário pode se imiscuir em matérias tipicamente administrativas? Esse
debate, como se verá, ganha relevo especialmente no âmbito de atuação das agências
reguladoras, entidades com maior capacidade técnica institucional sobre os assuntos
para os quais foram criadas.
Com efeito, o Estado brasileiro, sobretudo na década de 1990, visando afastar
crises econômico-financeiras, passou a intervir de forma mais indireta na economia,
preferindo regular os setores a atuar diretamente nos mesmos.
A redefinição do Estado brasileiro foi necessária quando se percebeu a enorme
quantidade de estruturas viciadas e que geravam crises, sendo a desestatização de
alguns setores a medida encontrada na busca por maior eficiência. Essa redefinição,
diga-se, não quer dizer que o Brasil se tornou um Estado Mínimo, mas sim que continua
presente, embora assumindo uma postura cada vez mais indireta de intervenção.
Como ressalta Diogo de Figueiredo Moreira Neto
Após a Constituição de 1988 e, sobretudo, ao longo da década de 90, o
tamanho e o papel do Estado passaram para o centro do debate institucional.
E a verdade é que o intervencionismo estatal não resistiu à onda mundial de
esvaziamento do modelo no qual o Poder Público e as entidades por ele
controladas atuavam como protagonistas do processo econômico. (2003, pg.
21).
Assim, o Estado brasileiro, que figurava como social e burocrático, intervindo
diretamente em diversos setores com excesso de gastos públicos passou a ter uma
postura mais liberal. Tal postura tem como marco a Lei n° 8031/90, denominada de
Programa Nacional de Desestatização.
Referido diploma legal foi revogado pela Lei n° 9491/97, ainda vigente, e que tem
entre seus objetivos reordenar a posição estratégica do Brasil na economia, transferindo
à iniciativa privada atividades tidas como indevidamente exploradas pelo setor público
e permitir que a Administração
Pública concentre seus esforços nas atividades em que a presença do Estado seja
fundamental para a consecução das prioridades nacionais (art. 1°, I e IV, CF).
Fato é que o Estado não pode deixar de cuidar para que as atividades sejam
exercidas corretamente pelos particulares e, assim, surge a necessidade de elaboração
de regras específicas a gerir determinados setores, com vistas a um adequado serviço
prestado à coletividade, afinal, a intervenção indireta do Estado não pode implicar a
falta de responsabilidade deste.
A redução expressiva das estruturas públicas de intervenção direta na ordem
econômica não produziu um modelo que possa ser identificado com o de
Estado mínimo. Pelo contrário, apenas se deslocou a atuação estatal do
campo empresarial para o domínio da disciplina jurídica, com ampliação de
seu papel na regulação e fiscalização dos serviços públicos e atividades
econômicas. (MOREIRA NETO, 2003, pg. 25).
É nesse contexto que surgem as Agências Reguladoras com a finalidade exatamente de
controlar certos setores estratégicos, não apenas de exploração de atividades econômicas,
mas também de prestação de serviços públicos objetos de concessão e permissão.
Esse controle se dará por atividade regulatória através de normas, além de
contar com atuação fiscalizatória e sancionadora, quando não obedecidas as regras
emanadas. Não se pode olvidar, ainda, das atividades educativas e de fomento das
Agências Reguladoras, sendo certo que o conteúdo da regulação variará a depender do
setor.
As Agências Reguladoras são como regra Autarquias, com atribuições típicas de
Estado e, dessa forma, são Pessoas Jurídicas de Direito Público, criadas por Lei específica
e integrantes da Administração Pública Indireta.
Como Autarquias, as Agências Reguladoras seguem o Regime Jurídico de Direito
Público, com prerrogativas e sujeições no exercício de suas funções, com personalidade
jurídica própria que garante autonomia no tocante às opções políticas do Governo.
As Agências Reguladoras são, no mais das vezes, denominadas de Autarquias em Regime
Especial, sendo possível verificar que o legislador previu tal “regime autárquico especial” em
várias normas criadoras de Agências, a exemplo da Lei n° 9478/97 (“Fica instituída a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíves ANP, entidade integrante da Administração
Federal Indireta, submetida ao regime autárquico especial, como órgão regulador da indústria
do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis, vinculada ao Ministério de Minas e
Energia” – art. 7º) e da Lei n° 9472/97 (“Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações,
entidade integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico
especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, com a função de órgão regulador das
telecomunicações, com sede no Distrito Federal, podendo estabelecer unidades regionais” – art.
8º).
O regime autárquico especial conferido às Agências Reguladoras visa garantir às
mesmas uma maior liberdade no exercício de suas atribuições, afastando o receio de
interferências indevidas, tanto por parte do Estado, quanto por parte de seus agentes.
Além de deterem autonomia político-administrativa e econômico-financeira, as
Agências Reguladoras apresentam peculiaridades que Autarquias comuns não possuem,
relativas à maior autonomia e independência em relação ao Poder Político Central, a exemplo
de seu Poder Normativo, a estabilidade dos seus dirigentes e a possibilidade de solver litígios
entre os agentes de mercado ou delegatários de serviço, agindo como mediadoras de conflitos
no âmbito das atividades por elas controladas.
Elas estão sendo criadas como autarquias em regime especial. Sendo
autarquias, sujeitam-se às normas constitucionais que disciplinam esse tipo
de entidade; o regime especial vem definido nas respectivas leis instituidoras,
dizendo respeito, em regra, à maior autonomia em relação à Administração
Direta; à estabilidade de seus dirigentes, garantida pelo exercício de
mandato fixo, que eles somente podem perder nas hipóteses expressamente
previstas, afastada a possibilidade de exoneração ad nutum; ao caráter final
das suas decisões, que não são passíveis de apreciação por outros órgãos ou
entidades da Administração Pública. . (DI PIETRO, 2014, p. 542).
Obs.: O aluno deve ter em mente que outras características podem marcar esse regime
especial conferido às Agências Reguladoras, dependendo das respectivas Leis de criação
das entidades.
[...]
Espelho de correção
Quesitos Avaliados Nota Comentários
ASPECTOS MICROESTRUTURAIS:
Adequação ao número de linhas, clareza,
coesão, coerência, ortografia, morfossintaxe e
propriedade vocabular;
– 0,0 a 1,0.
a) Natureza jurídica do parecer: ato
enunciativo, considerado “mero ato
administrativo“ ou ato meramente opinativo.
Não é possível a revogação do parecer, tendo
em vista que, como ato enunciativo, não é
capaz de produzir efeitos jurídicos por si só.
0,0 a 3,0
b) Classificação dos pareceres em: 1)
facultativo, quando a autoridade não se
vincula ao parecer proferido, sendo que seu
poder de decisão não se altera pela
manifestação do órgão consultivo; 2)
obrigatório, quando a autoridade
administrativa se vincula a emitir o ato tal como
submetido à consultoria, com parecer
favorável ou contrário, e se pretender praticar
ato de forma diversa da apresentada à
consultoria, deverá submetê-lo a novo
parecer; 3) vinculante, quando a lei estabelece
a obrigação de decidir à luz de parecer
vinculante, essa manifestação de teor jurídica
deixa de ser meramente opinativa e o
administrador não poderá decidir senão nos
termos da conclusão do parecer ou, então, não
decidir.
- Nos pareceres facultativos e obrigatórios, o
advogado público não tem responsabilidade pelo
ato administrativo. Contudo, pode ser
responsabilizado se ficar configurada a existência de
dolo ou erro grosseiro. Já nos pareceres
vinculantes, há uma partilha do poder de decisão
entre o administrador, de forma que o parecerista
responde solidariamente pelo ato administrativo
praticado.
- Quanto à natureza jurídica do parecer emitido no
bojo do procedimento licitatório, apresentar a
divergência. Para a doutrina, parecer obrigatório.
Para o STF (MS 24.631/DF), parecer vinculante.
Obs.: caso o aluno apenas conclua que o parecer é
obrigatório, sem apresentar a divergência, o tópico
será pontuado em 1,5.
-0,0 a 6,0 (2,0 cada)
NOTA
MATERIAIS DE APOIO
Para cada assunto indicado no plano de metas, será fornecido a você um material de apoio. Trata-
se de uma apostila em formato .pdf contendo o resumo daquele assunto.
Como você deverá utilizar o material de apoio:
1) Caso você seja um aluno iniciante ou ainda não tenha lido o livro indicado na bibliografia, utilize o
material de apoio como segunda leitura (seja no final de semana ou na “semana de respiro”). A
leitura da doutrina para você é necessária. Dica: ao manusear o material de apoio, observe os
tópicos ou sumário para identificar quais pontos precisam complementar o seu estudo ou aclarar
determinada dúvida.
2) Caso você seja um aluno avançado ou já tenha lido o livro indicado na bibliografia, é possível
estudar diretamente o material de apoio, complementando-o, se for o caso, com os seus estudos
pretéritos.
Obs.: é possível aplicar tal estratégia tema a tema. Ex.: se você já leu controle de constitucionalidade
pela doutrina, siga diretamente para o material do curso. Porém, se não estudou poder constituinte, é
preferível estudar primeiro este capítulo do livro.
AMOSTRA:
1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
A) MÉTODO JURÍDICO OU HERMENÊUTICO CLÁSSICO
Idealizado por Ernst Forsthoff, define que a interpretação da Constituição não se distingue da
dos demais atos normativos primários e, por isso, para se interpretar o sentido da lei constitucional,
devem-se utilizar as regras tradicionais da interpretação (interpretação sistemática, histórica, lógica
e gramatical). Em suma: lei e CF se equivalem do ponto de vista hermenêutico – “TESE DA
IDENTIDADE”.
Crítica1: Os elementos tradicionais, embora importantes para a interpretação constitucional,
são insuficientes para a resolução dos casos de maior complexidade, não podendo ser olvidado que
as reflexões feitas por Savigny tiveram por base institutos jurídicos próprios do direito privado. A
Constituição, em tantos dos seus dispositivos, assume o feitio de um ordenamento-marco,
estipulando parâmetros e procedimentos para a ação política concretizadora.
(CM/RJ 2015) De acordo com o entendimento doutrinário, o método de interpretação da
Constituição que preconiza que a Constituição deve ser interpretada com os mesmos recursos
interpretativos das demais leis, denomina-se:
método clássico
(FCC TCE/PI 2014) Na interpretação da norma constitucional, por meio do método jurídico ou
hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos
tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa.
CERTO
(CESPE TJ/DFT-Juiz 2014) Conforme o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição
deve ser considerada como uma lei e, em decorrência, todos os métodos tradicionais de
hermenêutica devem ser utilizados na atividade interpretativa, mediante a utilização de vários
elementos de exegese, tais como o filológico, o histórico, o lógico e o teleológico.
CERTO
1 Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional. 2017.
B) MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO
Elaborado por Theodor Viehweg2, tem como ponto de partida a compreensão prévia do
problema. A Constituição não abrange todas as situações constantes na realidade social. Assim, este
método busca conceder à Constituição um caráter aberto de interpretação, buscando adaptar o
texto constitucional ao problema concreto. O compromisso central do intérprete consiste em
encontrar a melhor solução para o problema apresentado. O intérprete verifica os diversos topoi
(pontos de vista) a respeito daquele problema, analisando-os a fim de obter a solução normativa
adequada ao caso. Não existem respostas corretas ou verdadeiras, mas sim argumentos que se
impõem pela força do convencimento. Assim, o “método da tópica” toma a Constituição como um
conjunto aberto de regras e princípios, dos quais o aplicador deve escolher aquele que seja mais
adequado para a promoção de uma solução justa ao caso concreto que analisa. O foco, para o
método, é o problema, servindo as normas constitucionais de catálogo de múltiplos e variados
princípios, onde se busca argumento para o desate adequado de uma questão prática.
Memorize: parte-se do “problema” para criar a norma aplicável (método indutivo).
CESPE 2017) O método de interpretação da Constituição que, por considerá-la um sistema
aberto de regras e princípios, propõe que se deva encontrar a solução mais razoável para
determinado caso jurídico partindo-se da situação concreta para a norma, é denominado método
tópico-problemático.
(CM/RJ 2014) O método de interpretação do texto constitucional que toma a Constituição como um
conjunto aberto de regras e princípios, dos quais o aplicador deve escolher aquele que seja mais
adequado para a promoção de uma solução justa ao caso concreto que analisa, denomina-se:
método da tópica
(FCC TCE/PI 2014) Na interpretação da norma constitucional, por meio do método tópico-
problemático, parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à intepretação um
caráter prático visando à solução dos problemas concretizados.
CERTO
2 Topik und Jurisprudenz (Tópica e Jurisprudência), de 1953.
(TRT9ª – Juiz do Trab 2009) O método tópico-problemático parte das seguintes premissas: (1)
caráter prático da interpretação constitucional; (2) caráter aberto, fragmentário ou indeterminado da
lei constitucional e (3) preferência pela discussão do problema em virtude da abertura das normas
constitucionais que não permitam qualquer dedução subsuntiva a partir delas mesmo.
CERTO
Daniel Sarmento3 ressalta que a solução do problema apresentado se torna o objetivo central
do intérprete, cujo compromisso com o sistema jurídico deixa de ser absoluto. “Dentre os topoi podem
figurar elementos heterogêneos como o texto normativo, princípios morais, tradições compartilhadas
etc.”.
A tópica “pura”4 considera o sistema jurídico como um topos entre os demais a serem
ponderados pelo intérprete da norma diante de um problema concreto. Segundo Luiz Roberto
Barroso: “A tópica representa a expressão máxima da tese segundo a qual o raciocínio jurídico deve
orientar-se pela solução do problema, e não pela busca de coerência interna para o sistema”.
Crítica5: Corre-se o risco de o método resultar em casuísmos e insegurança jurídica uma vez
que a coerência do sistema jurídico não é prioridade, sendo, no máximo, um topos a ser
(des)considerado, maculando inclusive a força normativa da Constituição. Além disso, alerta-se para
a falta de compromisso do intérprete com a jurisprudência formada àquele respeito, o que
compromete a coerência do sistema judicial.
[...]
3 Daniel Sarmento. Direito Constitucional: Teoria, história e métodos de trabalho. Ed Fórum, 2012. 4 Segundo Daniel Sarmento, “é como ‘tópica pura’ que Hesse denomina a metodologia jurídica de Viehweg. Cf. HESSE, Konrad. Elementos de direito constitucional da República Federal da Alemanha, p. 65. Na obra de Hesse, bem como na de Friedrich Müller, a tópica sofrerá certas correções de ordem normativa; será, portanto, uma tópica mitigada.” 5 Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional. 2017.
ACOMPANHAMENTO (OPCIONAL)
Você terá ao seu lado um profissional extremamente capacitado e que já percorreu o caminho pelo
qual você quer passar. O seu coach será responsável por resolver suas dúvidas jurídicas, corrigir os
seus simulados e para gerir a organização dos seus estudos.
Todavia, precisamos alertar: utilize bem essa ferramenta. Não deixe ser atrapalhado pelo fato de
estar sendo ajudado. Metaforicamente, não espere que o personal trainer levante o peso por você.
Você estará se enganando e não é isso o que almejamos.
Uma dica valiosa: o seu celular pode ajudar a catalisar o processo de sua aprovação, como também
poderá enterrá-la para sempre. No momento em que abrir a primeira página do dia, desligue-se
totalmente. Esteja na companhia solitária dos seus materiais, para que não seja tentado a
interromper os estudos e enviar mensagem ao seu tutor sempre que aparecerem dúvidas. Muitas
vezes as respostas estarão na página seguinte.
Também registro o que a experiência pessoal e de trabalho nos mostra rotineiramente: a pesquisa
faz parte do processo de aprendizagem. Duvidar -> Errar -> Pesquisar -> Acertar compõem as
ações sequenciadas que farão a informação ser guardada por mais tempo.
Observo, por fim, a necessidade de você informar o seu coach sempre que pretender realizar alguma
prova. O time não pode ir jogar, sem o técnico saber e planejar antes. Com efeito, a realização de
provas é encarada como parte da preparação do curso extensivo. Em algum momento do nosso
programa, você irá fazer provas. A avaliação do instante ideal deverá ser construída entre você e o
seu técnico.
CENTRAL DO ALUNO
Está disponível para você uma central de relacionamento na sua área do aluno. Lá as dúvidas podem
ser etiquetadas por categoria (metodologia, plano de metas, materiais de apoio, reclamações,
sugestões e etc.). Importante: caso você não contrate o acompanhamento individualizado, não
estará disponível para você o envio de dúvidas jurídicas.
Agradeceremos bastante se por lá você nos avisar sobre a necessidade de eventual retificação ou
atualização de algum material. Se construirmos juntos, certamente o resultado será melhor.
DICAS DE ESTUDO (CAIO SOUZA)
Primeiro devo alertá-lo que, diferente de outras propostas observadas no mercado, nosso programa
não pretende impor ou ensinar a “fórmula da aprovação”. Chegamos a essa conclusão de forma
muito simples: se conversarmos com 100 aprovados, cada um dirá que se utilizou de método não
utilizado pelos outros 99. Mas se todos foram aprovados, é possível inferir que todas as “fórmulas”
são igualmente eficazes.
O nosso trabalho, então, para além de apresentar alguns métodos, é construir junto com você o seu método de estudo. Conseguiremos isso a partir da condução dos seus estudos pelo coach, caso você contrate, o qual tomará as seguintes posturas:
1) Caso você já possua um método que alie bem fixação, revisão e tempo, e que, sobretudo,
esteja possibilitando bons resultados, o coach deverá aconselhá-lo a manter a sua forma de
estudar, lapidando eventual aspecto acessório que precise ser melhorado. Lembre-se:
nenhuma banca do país quer saber como você acertou a questão. Basta acertá-las em
número suficiente. Se isso já estiver encaminhado, cabe a máxima futebolística: “em time que
está ganhando não se mexe”. 2) Caso você não possua um método interessante de estudos, o coach deverá sugerir uma
forma inicial de estudar a doutrina, a lei seca, a jurisprudência e a resolução de questões.
Esse método deverá ser colocado em prática por você na medida máxima de conforto em
relação à fixação e revisão de conteúdo, bem como em relação ao tempo despendido de
estudo. Caso necessário, poderão ser alterados determinados aspectos durante a execução.
Com o passar dos dias, você – melhor do que ninguém – passará a se conhecer
suficientemente bem e descobrirá o seu método de estudo.
Abaixo, a título meramente sugestivo e, portanto, sem qualquer pretensão de universalidade,
irei explicar o meu método de estudo nas próximas páginas. Você poderá adotá-lo 100%, 50%, ou
na escala que atender a sua particularidade, podendo essa, inclusive, ser zero. O importante é que
você tenha como princípio que método de estudo é apenas um meio, que não pode ser complexo ao
ponto de atrapalhar o fim. Isso significa que você não precisa de fórmulas matemáticas ou físico-
quânticas de revisão para passar em concursos públicos, ao menos se estivermos falando dos
jurídicos. Portanto, a intenção dos relatos pessoais a seguir é mostrar uma forma de estudar que
deu certo comigo e que tenho ensinado para os meus alunos, com certa aceitação e êxito.
1) DOUTRINA
Como você pode ver, eu utilizo (até hoje) grifos e anotações nos próprios livros. Sempre que o
assunto suscita o feeling de cobrança em provas, notadamente as prático-discursivas, antecipava-
me à banca, redigindo um pequeno texto em forma de resposta, tal como faria em uma situação real.
Dessa forma, ganhava: 1) em FIXAÇÃO, já que o cérebro era instado a construir uma solução; e 2)
em REVISÃO, pois eram relidas periodicamente não só as informações do livro, mas também o
próprio texto manuscrito.
Porém, CUIDADO: o método proposto deve ser executado com critérios, para que não se
perca tempo redigindo textos dissertativos cujo tema não tenha a relevância necessária. O tempo é
também é fator que não pode ser perdido de vista. Assim, somados aos tópicos relevantes
destacados no item “O que é importante?” do plano de metas, elenca-se, exemplificativamente,
como bons critérios para anotação: 1) informações relacionadas a informativos jurisprudenciais
recentes; 2) viradas jurisprudenciais; 3) divergência jurisprudencial entre STF e STJ ou,
internamente, entre suas turmas; 4) confronto entre lei, doutrina e jurisprudência; 5) informações
pertinentes à advocacia pública.
Portanto, posso dizer que a minha preparação passou por duas etapas:
1ª ETAPA 2ª ETAPA
Preparação do material Revisão do material
PERÍODO PRINCIPAL: antes do edital. Depois do edital, apenas matérias pequenas e de pouca relevância.
PERÍODO PRINCIPAL: depois do edital. Antes do edital apenas nos dois momentos destacados na coluna anterior.
FASE MAIS DEVAGAR: em geral, estudava 40 ou 50 páginas por dia, quando estudava o dia inteiro. Na média, talvez menos que isso. Não era incomum ouvir que meu estudo era lento, o que pouco me importava. A toada com que ouvia era a mesma com a que eu ignorava. Sabia que depois que finalizasse esse trabalho árduo – mas necessário – de preparação do meu material, depois do edital (momento em que realmente precisaria lembrar as informações), eu conseguiria revisar mais rápido. Lembre-se duas coisas: 1) você não precisa lembrar tudo a todo tempo: só precisa lembrar de boa parte na prova; 2) é inversamente proporcional o tempo do primeiro estudo com o da revisão: quanto mais tempo for (bem) gasto na primeira leitura, menos tempo você dispensará na revisão.
FASE MAIS RÁPIDA: revisava uma matéria inteira por dia.
PREDOMÍNIO DAS PRIMEIRAS LEITURAS, MARCAÇÕES DE PÁGINAS, GRIFOS E ANOTAÇÕES (observe que não se trata de resumo). É bom registrar também que eu procurava concentrar tudo isso no próprio livro. O pouco espaço nele presente, ao contrário do que se possa imaginar, é um ponto positivo. Primeiro porque você será policiado para não escrever a todo tempo e qualquer informação de menor importância. Segundo porque, quando da revisão, você terá apenas um instrumento a ser revisitado. Não terá um livro e um caderno de Direito Administrativo, por exemplo. Terá apenas o livro anotado, o que é agilizará a revisão. REVISÕES EM MENOR QUANTIDADE, PORÉM SEMPRE PRESENTES QUANDO: 1) ia estudar outro capítulo da mesma disciplina: folheava rapidamente os grifos e anotações do capítulo anterior. Em geral na primeira meia hora do dia.
PREDOMÍNIO DAS REVISÕES PROPRIAMENTE DITAS, a partir da leitura das páginas marcadas, dos grifos e anotações e, sobretudo, da resolução de questões. O interessante é que, quando relia uma anotação minha e percebia que aquela informação já estava enfraquecendo na minha memória, eu a reescrevia com outras palavras e com outra cor de caneta, para indicar que ali foram dados dois “tiros de revisão”. PREPARAÇÃO DE MATERIAL: apenas das matérias menores e/ou peculiares ao edital (ex.: Direito Agrário).
2) era surpreendido com alguma pergunta que não conseguia responder satisfatoriamente.
2) LEI SECA
Estude a lei seca de forma inteligente. O primeiro passo para isso é buscar se autoconhecer. Se você
sabe que é um aluno iniciante e que está nos primeiros passos da sua caminhada, não adianta
passar horas a fio tentando memorizar os dispositivos legais. Primeiro porque possivelmente muita
coisa não será entendida. Segundo porque, ainda que compreendida, quando você atingir o
momento de realizar prova (estimado em médio prazo, já que você é iniciante), a informação já se
esvaiu ao longo dos meses.
Então você deve abandonar o Vade Mecum? De modo algum. Nessa fase da sua preparação,
a ideia é repetir a estratégia aplicada à doutrina: prepare-o para o futuro. Trabalhe a informação legal.
Grife-a. Anote-a. Relacione-a a jurisprudências, questões, debates doutrinários ou qualquer
informação relevante que agregue conteúdo.
Para isso, estude a doutrina com o VM aberto. Isso significa a possibilidade de fazer com que
seus materiais “conversem” entre si, de modo que você conquiste uma percepção abrangente sobre
o tema. Por isso, sempre que algo importante for lido na doutrina ou nos livros de jurisprudência, que
tenha pertinência com aspectos legais (por exemplo, leitura do STF sobre determinado artigo legal),
anote o suprassumo da informação em sua legislação. O mesmo serve para questões recorrentes
em provas objetivas ou questões cobradas em provas prático-discursivas que abordem o conteúdo
legal (Ex.: anotação no art. 5º, LVII, da CF: “CAIU! 2ª fase AGU/2012 – dissertar sobre denunciação
à lide de servidores em casos de responsabilidade civil do Estado).
Esse trabalho fará com que você, ao revisar a legislação perto da prova (2ª etapa da
preparação), tenha uma informação adicional de importância significativa. Em resumo, procure saber
mais que o seu VM, agregando a ele aspectos de doutrina, jurisprudência e questões.
3) JURISPRUDÊNCIA
Possivelmente não é surpresa para você a indicação de leitura do Dizer o Direito, melhor e
mais respeitada fonte de estudo jurisprudencial do país. Eu estudava o Dizer o Direito de duas
formas: livros e site.
1) Livros: aos finais de semana, abria o livro de informativos comentados em uma disciplina e
seguia até o final do dia. A forma de ler este livro é a mesma dos demais: preparando-o para
a 2ª etapa.
2) Site: acompanhava diariamente o blog nos momentos ociosos (após o almoço ou durante o
estágio, por exemplo). É extremamente importante manter-se atualizado de forma
permanente em relação à jurisprudência, em especial porque as edições dos manuais de
doutrina são fechadas apenas uma vez por ano. Dessa forma, caso você não acompanhe
online a jurisprudência, estará admitindo o risco de estudar por doutrina desatualizada.
4) QUESTÕES
Eu sempre fui um estudante à moda antiga. Sempre preferi livros em relação a qualquer outro
tipo de material. Pode soar obsoleto, mas não utilizava qualquer site para responder questões. Em
contrapartida, tinha em minha estante os maiores livros de questões disponíveis no mercado. Minha
exigência era apenas que essas questões estivessem organizadas por assunto e que fossem
comentadas. Muitas das vezes os comentários não eram interessantes, mas a organização e
quantidade das questões supria aquela falha. Hoje, porém, para quem gosta de estudar online,
recomendo a plataforma questões de concursos. Apenas advirto para a necessidade de se ter
cuidado em estar online. As tentações são muitas e a sua preparação deve ser egoísta. Não a divida
com nada.
Posso dividir o meu estudo de questões em 3 momentos:
1) Após estudar a doutrina (1ª etapa da preparação): resolvia as questões ao final do capítulo
e, caso não fosse tão bem, respondia outro bocado nos livros de questões.
2) Depois do edital: a resolução de questões passa a ser obsessão. Utilizava-as para revisar
todos os pontos do edital. Não consigo precisar a quantidade, mas lembro-me que separava
alguns dias da semana só para resolução de questões. Devo confessar uma situação pessoal
ocorrida pouco antes da prova da PGE/PI/2014. Ao fazer simulados de prova, sempre que
aparecia o tema “licitações” em Direito Administrativo, eu costumava não ir bem. Até que
separei um sábado inteiro apenas para fazer questões sobre licitações. Foi o que fiz. Devo
ter respondido aproximadamente umas 200 questões apenas sobre esse assunto. Ao final do
dia eu estava exausto, mas desejoso de que a prova de Direito Administrativo fosse apenas
sobre licitações. Moral da história: depois que você fizer tudo e, ainda assim, não conseguir
acertar sobre determinado assunto, intensifique insanamente a resolução de questões acerca
desse tema. Transforme um calo em um coringa.
3) Resolução de provas-simulados antes do concurso. Também é lugar comum, no discurso
da preparação para concursos públicos, a necessidade de se resolver provas anteriores.
Comigo não foi diferente. Duas semanas antes do concurso da PGE/PI, imprimi as últimas
cinco ou seis provas CESPE e as resolvi.
Um alerta final importante sobre o tópico: não basta apenas responder e conferir o gabarito.
Tão fundamental quanto responder as questões é corrigi-las. Por isso, não guarde dúvidas. Se errar,
saiba o porquê de ter errado, para não cometer o mesmo deslize novamente.
Estas são algumas orientações básicas para que você possa usufruir bem do curso.
Acredite: assim como você, somos totalmente interessados na sua aprovação.
Toda estratégia, material ou informação que pudermos achar importante para a sua
aprovação, será fornecido. Nesse ponto, cumpre lembrá-los de nossas ferramentas gratuitas BLOG
e QUIZ, em que disponibilizamos precioso e direcionado conteúdo jurídico para sua preparação.
Siga rigorosamente a programação, aproveite bem o seu tempo, acredite na estratégia, não
deixe acumular a matéria e revise sempre.
O seu projeto de aprovação é nosso também.
Vamos em frente! Vorne!
Caio Souza