marília montenegro cabral médica da clínica de sono do recife

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O foco do tratamento dos distúrbios respiratórios do sono (DRS) deve ser a hipoxemia, fragmentação do sono ou IAH? Marília Montenegro Cabral Médica da Clínica de Sono do Recife Professora da Universidade de Pernambuco 28 março 2014 III Curso Nacional de Sono

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O foco do tratamento dos distúrbios respiratórios do sono (DRS) deve ser a hipoxemia , fragmentação do sono ou IAH?. III Curso Nacional de Sono. Marília Montenegro Cabral Médica da Clínica de Sono do Recife Professora da Universidade de Pernambuco 28 março 2014. Caso Clínico 1. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

O foco do tratamento dos distúrbios respiratórios do sono (DRS) deve ser a

hipoxemia, fragmentação do sono ou IAH?

O foco do tratamento dos distúrbios respiratórios do sono (DRS) deve ser a

hipoxemia, fragmentação do sono ou IAH?

Marília Montenegro Cabral

Médica da Clínica de Sono do Recife

Professora da Universidade de Pernambuco

28 março 2014

III Curso Nacional de Sono

Page 2: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Caso Clínico 1

• C.M., 36 anos, masculino, IMC: 59,5 kg/m2

• Ex-tabagista. Portador de HAS, DM e dislipidemia

• Dor torácica típica: ECG na urgência IAM

• Transferência para Unidade Coronária

Observação clínica: ronco alto, dessaturação ao dormir e sonolência diurna

Page 3: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Polissonografia

100 %

60%

Hipnograma: ausência do sono de ondas lentas

Apneias/Hipopneias

IAH:62,5/hora

SpO2

Page 4: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Polissonografia – ELETROCARDIOGRMA

Apneia obstrutiva

SaO2

77%

94%

Page 5: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Caso Clínico 2ATS, masculino, 54 anos, IMC: 37,2 Kg/m2

Portador de HAS. Ronco e sonolência diurna

HIPNOGRAMA: ausência do sono de

ondas lentas

IAH:73,6/hora

SpO2

S3

100%

60% SpO2 média: 88%

REPRESENTAÇÃO DAS APNEIAS

Page 6: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

2 minutos

ATS, masculino, 54 anos, IMC: 37,2 Kg/m2

Portador de HAS. Ronco e sonolência diurna

74%

SpO2

apneia obstrutiva

Page 7: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Sono Normal X Função Cardíaca

Coote JH,1982

Respiração

PA

FC

EMG

Vigília Sono

EEG

Page 8: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

ISQUEMIA CARDÍACAHIPERTROFIA CARDÍACA

FALÊNCIACARDÍACA

DESPERTAR

SNACATECOLAMINAS

PaO2 PaCO2

APNEIA OBSTRUTIVA

TENSÃO PAREDE VE

DEMANDA CARDÍACA O2

CRÔNICOAGUDO

FC PA

HIPERTENSÃO

VOLUME SISTÓLICO

PRESSÃO INTRATORÁCICA

SUPRIMENTO CARDÍACO DE O2

Bradley TD , J Card Fail, 1996

Page 9: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Apneia Obstrutiva do Sono

Hipóxia IntermitenteFragmentação do Sono

Excitação Simpática

Desregulação Metabólica:Resistência insulina

Dislipidemia

Inflamação Sistêmica

Estresse Oxidativo

DisfunçãoEndotelial

Doença Cardiovascular e Aterosclerose:Hipertensão (sistêmica/pulmonar)

Doença Arterial CoronáriaDoença Cérebrovascular

Insuficiência Cardíaca CongestivaArritmias

McNicholas WT,AJRCCM, 2009

Page 10: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Patogênese da doença cardiovascular na Apneia Obstrutiva do Sono

Papel da Hipoxemia Intermitente

• Ativação do sistema nervoso simpático.• Ativação do estresse oxidativo com resultante aumento

das citoquinas inflamatórias: fator de necrose tumoral alfa, IL 6, IL 8 e proteína C reativa.

• Redução de citoquinas (exemplo: adiponectina) com funções anti-oxidativas e anti-inflamatórias.

• Alteração da coagulação: redução da fibrinólise.• Alteração do metabolismo especialmente do

metabolismo lipídico: acúmulo de colesterol no coração com evidência de aumento da apoptose cardíaca.

El Solh AA, AJRCCM, 2007Imagawa S, Respir, 2004

Amandottir ES, Sleep, 2009

Page 11: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Lorenzi-Filho G, AJRCCM, 2005

Apneia Obstrutiva do Sono e Aterosclerose

Diâmetro carótida

Controle(N=12)

Apneia leve amoderada

(N=15)

Apneia grave (N=15)

Page 12: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Lorenzi-Filho G, AJRCCM, 2005

Espessamento camada intima

carótida

Controle Apneia leve amoderada

Apneia grave

Apneia Obstrutiva do Sono e Aterosclerose

Page 13: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Lorenzi-Filho G, AJRCCM, 2005

Velocidade de onda de pulso

Apneia Obstrutiva do Sono e Aterosclerose

Controle Apneia leve amoderada

Apneia grave

Page 14: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife
Page 15: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Comparação nos níveis de PCR, Interleucina 6, Fator de Necrose Tumoral alfa e Pentraxin 3

nos três gupos

A ) P < 0,01 SAOS moderada-grave x leveB) P < 0,01 SAOS moderada-grave x controle

A,B

Page 16: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Correlação entre espessamento da camada média-intima da carótida e

níveis de interleucina 6 e PCR

Espessamento camada média-íntima da carótida

PCR IL 6

Page 17: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Correlação entre espessamento da camada média-intima da carótida e níveis de fator de

necrose tumoral alfa e pentraxin 3

Espessamento camada média-íntima da carótida

TNF alfa PTX 3

Page 18: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Objetivos do tratamento dos DRS

• Prevenir apneia, hipóxia e fragmentação do sono.

• Reduzir ou abolir sonolência diurna.

• Melhorar função cognitiva e qualidade de vida.

• Reduzir risco de morbimortalidade cardiovascular e cérebrovascular.

Page 19: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

CPAP

(Continuous Positive Airway Pressure)

“padrão ouro” para o tratamento da SAOS moderada a acentuada

Lancet, 1981

Page 20: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Caso 2: Polissonografia SPLIT NIGHT CPAP--------------------------

100 %

60%

SpO2

Hipnograma

Apneias/HipopneiasIAH:62,5/hora

3:00

Page 21: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Caso 2: Traçado de oximetria de noite inteira

IAH:2,81/hora

Com CPAP pressão 12 cmH2O

Sem CPAP: exame diagnóstico

100%

100%

60%

90%

Page 22: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Efeito do número de horas com CPAP na redução da sonolência e aumento na

qualidade de sono em portadores da SAOSN=174

Avaliação após 3 meses

Antic NA, Sleep 2011

Page 23: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Efeito do tratamento da SAOS com CPAP na redução da pressão arterial

em portadores de HAS refratária

Estudo N PAS inicial

PAD inicial

Tempo uso CPAP

Redução PAS (mmHg)

Dernaika et al 2009 * 98 146,0 84,8 1 ano - 5,6

Logan et al 2003 11 147,2 88,3 8 semanas - 12,3

Martinez-Garcia et al 2007

33 155,1 90,5 8 semanas - 7,3

* grupo controle (HAS controlada), redução 71% de medicação anti-hipertensiva no grupo com HAS refratária

Page 24: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Efeito do tratamento da SAOS com CPAP na redução de morte cardíaca após intervenção

coronária percutânea

Cassar A, Am Coll Cardiol, 2007

Page 25: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Conclusões

Os objetivos do tratamento dos distúrbios respiratórios do sono são abolir os eventos respiratórios, corrigir a hipoxemia e a fragmentação do sono. Todos alcançados com o CPAP.

A eficácia clínica do CPAP é bem documentada: há redução de sonolência, melhora da qualidade de vida e redução de risco de doença cardiovascular.

Page 26: Marília Montenegro Cabral    Médica  da Clínica de Sono do Recife

Porto de Galinhas

[email protected]