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https://pt.scribd.com/document/326000061/Pos-Doutorado-Maria-Jose-Alves-Bertalot- 2013 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU PROGRAMA DE PESQUISA DE PÓS - DOUTORADO SÊNIOR – PDS REAVALIAÇÃO DE PASTAGENS E SEQUESTRO DE CARBONO APÓS SETE ANOS DE MANEJO, NA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGRICULTURA BIODINÂMICA, BOTUCATU – SP, BRASIL Maria José Alves Bertalot Relatório de Pós – Doutorado Sênior PDS apresentado ao CNPq Botucatu – SP Janeiro - 2013

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https://pt.scribd.com/document/326000061/Pos-Doutorado-Maria-Jose-Alves-Bertalot-2013

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU

PROGRAMA DE PESQUISA DE PÓS - DOUTORADO SÊNIOR – PDS

REAVALIAÇÃO DE PASTAGENS E SEQUESTRO DE CARBONO APÓS SETE ANOS DE MANEJO, NA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

AGRICULTURA BIODINÂMICA, BOTUCATU – SP, BRASIL

Maria José Alves Bertalot

Relatório de Pós – Doutorado Sênior

PDS apresentado ao CNPq

Botucatu – SP Janeiro - 2013

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I

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

PROGRAMA DE PESQUISA DE PÓS - DOUTORADO SÊNIOR – PDS

REAVALIAÇÃO DE PASTAGENS E SEQUESTRO DE CARBONO APÓS SETE ANOS DE MANEJO, NA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

AGRICULTURA BIODINÂMICA, BOTUCATU – SP, BRASIL

Maria José Alves Bertalot

Iraê Amaral Guerrini (Supervisor)

Relatório de Pós – Doutorado Sênior

PDS apresentado ao CNPq

Botucatu – SP Janeiro – 2013

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II

SUMÁRIO

1. RESUMO I ........................................................................................................... 1

2. SUMMARY .......................................................................................................... 3

3. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5

4. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 7

5. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 12

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 17

6.1 Resultados das primeiras avaliações do solo da área de pesquisa. Março a

outubro de 2011 ...........................................................................................

17

6.2 Resultados das análises de tecido vegetal dos tratamentos estudados. Março,

junho e outubro de 2011.....................................................................................

42

6.3 Teor de clorofila em épocas diferentes. Anos de 2011 e 2012 ..................... 54

6.4 Resultados da avaliação de pastagens no ano de 2004 ................................... 55

6.5 Estoque de carbono na camada de 0 – 20 cm de solo. Comparação entre

diferentes épocas, ano de 2004 e 2011 ............................................................

62

6.6 Comparação entre nutrientes e clorofila na biomassa vegetal em diferentes

épocas, 2004, 2011 e 2012. ...........................................................................

63

6.7 Resultados da analises de tecido foliar dos diferentes tratamentos.

Março de 2012 ................................................................................................

72

6.8 Teores de nutrientes no solo. Março de 2012 ................................................. 76

6.9 Resultados das análises de solos na profundidade de 0-20 cm. Março de

2012 ..............................................................................................................

85

6.10 Resultados da analises de tecido foliar dos diferentes tratamentos.

Junho a Novembro de 2012 ...........................................................................

87

6.11 Teores de nutrientes no solo. Novembro de 2012 …………………………. 91

7. CONCLUSÕES …………………………………………………………………. 104

8. REFERÊNCIAS ………………………………………………………………… 105

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III

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Valores de pH (CaCl2) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem- março e outubro de 2011 .........................................................................................

19

TABELA 2. Teores de matéria orgânica (MO) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 .....................................................................................

21

TABELA 3. Teores de fósforo (P) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 .........................................................................................

23

TABELA 4. Teores de potássio (K) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 ........................................................................................

24

TABELA 5. Teores de cálcio (Ca) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 .......................................................................................

25

TABELA 6. Somatória de bases (SB) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 ......................................................................................

27

TABELA 7. Capacidade de troca catiônica (CTC) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011.........................................................................

28

TABELA 8. Porcentagem de saturação por bases (V%) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 .................................................

29

TABELA 9. Conteúdo de carbono no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 ....................................................................................

30

TABELA 10. Densidade do solo nos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 ..

31

TABELA 11. Nitrogênio total no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Análises de Laboratório. Duas épocas de amostragem – março e outubro de 2011 ..................................................

32

TABELA 12. Nitrogênio obtido a partir da matéria orgânica do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem – março e outubro de 2011 ..................................................

32

TABELA 13. Nitrogênio total e do nitrogênio obtido a partir da matéria orgânica no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 ........................

34

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IV

TABELA 14. Nitrogênio orgânico (obtido a partir dos valores de nitrogênio total – nitrogênio inorgânico, medido no Laboratório do Departamento de Ciência do Solo, FCA, UNESP, Botucatu - SP) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem). Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 ..................................................

35

TABELA 15. Estoque de carbono no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 .......................................................................................

37

TABELA 16. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -20 cm. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 .............................................

38

TABELA 17. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -20 cm. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011 ..............................................

40

TABELA 18. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 - 20 cm. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011.........................

40

TABELA 19. Biomassa microbiana na camada de 0-5 cm de solo nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011 ........................................................................................................

41

TABELA 20. Concentração de nitrogênio no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem – março, junho e outubro de 2011 .........................................................................................................

42

TABELA 21. Concentração de fósforo no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011 ................

43

TABELA 22. Concentração de potássio no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011 ................

43

TABELA 23. Concentração de cálcio no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011 ...................

44

TABELA 24. Concentração de ferro no tecido vegetal nos diferentes tratamentos.Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011.

45

TABELA 25. Biomassa vegetal correspondente aos tratamentos estudados. Peso fresco em toneladas por hectare. Quatro épocas de amostragem – março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e janeiro de 2012 ......................

46

TABELA 26. Biomassa vegetal correspondente aos tratamentos estudados. Peso seco em toneladas por hectare. Quatro épocas de amostragem - março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e janeiro de 2012 ......................................

47

TABELA 27. Quantidade de nitrogênio na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011 .........................................................................................

48

TABELA 28. Quantidade de fósforo na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011

49

TABELA 29. Quantidade de potássio na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011

50

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V

TABELA 30. Quantidade de cálcio na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011.

51

TABELA 31. Quantidade de ferro na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011.

52

TABELA 32. Medições do teor de clorofila correspondente aos tratamentos estudados. Cinco épocas de amostragem .....................................................................

53

TABELA 33. Análise de solo da área experimental em junho de 2004 .......................... 55

TABELA 34. Resultados da análise de tecido foliar da área experimental em junho de 2004 ...........................................................................................................

56

TABELA 35. Quantidade de nutrientes na matéria seca da biomassa da área experimental em junho de 2004 ................................................................

57

TABELA 36. Estoque de carbono na camada de solo de 0 -20 cm em diferentes épocas .........................................................................................................

62

TABELA 37. Resultados da análise de tecido foliar da área experimental em março de 2012 ...........................................................................................................

73

TABELA 38. Quantidade de nutrientes na matéria seca da biomassa da área experimental em março de 2012 ................................................................

75

TABELA 39. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -5 cm. Março de 2012 77

TABELA 40. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 -5 cm. Março de 2012 ....................................

78

TABELA 41. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 5-10 cm. Março de 2012 ............................................................................................................

81

TABELA 42. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 5 -10 cm. Março de 2012 ..............................

81

TABELA 43. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 10-20 cm. Março de 2012 .............................................................................................................

82

TABELA 44. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 10 -20 cm. Março de 2012 ..................................

83

TABELA 45. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -20 cm. Março de 2012 .............................................................................................................

85

TABELA 46. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 -20 cm. Março de 2012 ....................................

86

TABELA 47. Concentração de nutrientes na biomassa da matéria seca na área experimental em Junho de 2012 ..................................................................

87

TABELA 48. Quantidade de nutrientes na matéria seca da biomassa da área experimental em Junho de 2012 ..................................................................

88

TABELA 49. Teor de clorofila (mg 100cm-2 ) e valor da biomassa da matéria seca em setembro e novembro de 2012 .............................................................

89

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VI

TABELA 50. Concentração de nutrientes na biomassa da matéria seca na área experimental. Novembro de 2012 .............................................................

89

TABELA 51. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -5 cm. Novembro de 2012 ............................................................................................................

91

TABELA 52. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 -5 cm. Novembro de 2012 ................................

93

TABELA 53. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 5 - 10 cm. Novembro de 2012 ......................................................................................................

95

TABELA 54. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo Na profundidade de 5 - 10 cm. Novembro de 2012 ..........................

96

TABELA 55. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 10 - 20 cm. Novembro de 2012 .......................................................................................................

97

TABELA 56 Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 10 – 20 cm. Novembro de 2012 .........................

98

TABELA 57. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 - 20 cm. Novembro de 2012 ...........................................................................................................

99

TABELA 58. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 – 20 cm. Novembro de 2012 ...........................

100

TABELA 59. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 20 - 40 cm. Novembro de 2012 ......................................................................................................

102

TABELA 60. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 20 - 40 cm. Novembro de 2012 .......................

103

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1

1. RESUMO.

Em 2003 foi realizada uma avaliação de áreas de pastagem na Associação

Biodinâmica, Botucatu –SP, incluindo diferentes áreas e sistemas de manejo, entre elas

pastagens nativas em área de cerrado, pastagens de Brachiaria decumbens em sistema solteiro

e consorciada com vegetação nativa e exótica, Brachiaria decumbens em sistemas

agroflorestais e Brachiaria decumbens consorciada com Stylosanthes e Guandu (Cajanus

cajan). Na ocasião foram realizadas análises físicas e químicas do solo e análises foliares

para determinar a concentração e a quantidade de nutrientes na matéria seca, a produção de

matéria seca em tonelada por hectare e o teor de clorofila. Os resultados foram apresentados

no I Congresso Brasileiro de Agroecologia, realizado em Porto Alegre, em 2003 (Bertalot e

Mendoza, 2006).

Este trabalho permitiu observar que existem diferenças entre os diversos

tratamentos em relação às propriedades físicas, químicas e biológicas do solo estudadas; os

teores de nutrientes foram maiores na camada de 0-5 cm de solo em todos os tratamentos,

variando de acordo com os diferentes tratamentos; o tratamento 5 - P, apresentou os maiores

valores de pH, teor de cálcio, teor de fósforo, somatória de bases (SB) e porcentagem e

saturação por bases (V%), pelo fato de ser uma área submetida à atividade agropecuária e ter

sofrido correção de solo e adubação orgânica anteriormente.

Os sistemas agroflorestais contribuem com alta produção de biomassa,

serapilheira e matéria orgânica depositada no solo e no perfil. Esta deposição de materiais

orgânicos favorece a liberação de nutrientes que foram extraídos pelas plantas das camadas

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2

profundas do solo e, dessa forma retornam ao solo; o tratamento 1 – SAF com presença de

espécies leguminosas contribuiu com os maiores teores de nitrogênio (N) na biomassa

estudada;

A densidade de solo foi maior nos tratamentos 2 – PC e 5 – P, em todas as

profundidades estudadas, como conseqüência do manejo das áreas. Os tratamentos 3 – PN e 4

– C tiveram os menores valores deste parâmetro; os teores de carbono e estoques de carbono

foram maiores no tratamento 1 – SAF em todas as profundidades. Isto pode ser devido à

deposição e transformação da matéria orgânica produzida em maior quantidade neste

agrossistema. Estes valores diminuíram com a profundidade em todos os tratamentos

estudados.

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3

2. SUMMARY

In 2003 an evaluation was made of the pastures in the Biodynamic

Association, Botucatu-SP, including different areas and management systems, including native

pastures in cerrado, Brachiaria decumbens in single system and associated with native and

exotic vegetation, Brachiaria decumbens in agroforestry and Brachiaria decumbens associated

with Stylosanthes and Guandu (Cajanus cajan). On occasion were conducted physical and

chemical analysis of soil and leaf analysis to determine the concentration and amount of

nutrients in the dry matter, the dry matter yield in tons per hectare and chlorophyll. The results

were presented at the First Brazilian Congress of Agroecology, held in Porto Alegre in 2003

(Bertalot and Mendoza, 2006).

This work allowed us to observe that there are differences between different

treatments in relation to physical, chemical and biological soil properties studied; nutrient

levels were higher in the 0-5 cm layer of soil in all treatments, varying according to the

different treatments, the treatment 5 - P, had the highest values of pH, calcium, phosphorus,

sum of bases (SB) and soil bases saturation percentage(V%), because it is an area subjected to

agricultural activities and has formerly undergone soil correction and organic fertilizer

applications.

Agroforestry systems contribute with high biomass production, litter and

organic matter deposited in the soil and incorporated in its profile. This deposition of organic

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4

materials favors the release of nutrients by plants that were extracted from deep soil layers and

thus return to the soil. The treatment 1 – AFS (SAF) with the presence of leguminous

contributed to the highest levels of nitrogen (N) in the studied biomass.

Soil density was higher in treatments 2 - PC and 5 - P in all layers as a result

of agricultural management in these areas. Treatments 3 – Natural vegetation pastures and 4 -

Cerrado had the lowest values of this parameter. Carbon content and carbon stocks were

higher in treatment 1 – AFS (SAF) at all depths. This may be due to deposition and

transformation of organic matter produced in greater quantities in agrosystems. These values

decreased with depth in all treatments.

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5

3. INTRODUÇÃO.

Conforme a Embrapa (2005) um dos principais problemas dos sistemas de

produção pecuária é a falta de persistência das pastagens, que normalmente culmina com a

sua degradação. Uma pastagem degradada é aquela tomada por plantas invasoras ou constitui-

se em solo descoberto. Entre as causas dessa degradação, o manejo inadequado da pastagem é

uma das mais importantes, assim como o baixo valor nutritivo da forragem consumida pelos

animais.

Neste caso, o sistema de pastoreio mais utilizado é o rotativo não-

controlado, com longos períodos de ocupação, com três ou mais piquetes ou subdivisões.

Além dos períodos de ocupação dos piquetes serem demasiadamente longos, não existe um

controle da lotação, ocorrendo problemas de sub ou sobre-pastoreio. Essa inadequada

utilização da pastagem pode provocar sua degradação, possibilitando a invasão de plantas

indesejáveis, não-forrageiras, comprometendo a alimentação do rebanho.

Nos últimos 20-25 anos o cerrado brasileiro foi objeto de desmatamento e

implantação de pastagens. Este processo se deu de forma praticamente extrativista,

aproveitando-se das condições naturais do ecossistema com pouca ou nenhuma reposição

periódica da fertilidade, aliado ao fato de que, na maioria das vezes, a implantação das

pastagens se realizou com ausência de práticas conservacionistas do solo (curvas em nível,

cordões de contorno, etc.). Desta forma, o solo e, conseqüentemente, as pastagens

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6

gradativamente se submeteram a processos degradatórios e os produtores, por sua vez,

adotaram como solução o avanço das fronteiras, com novos desmatamentos, e a substituição

das forrageiras por novas plantas mais adaptadas às baixas condições de fertilidade do solo,

certamente com menor potencial produtivo (Forragicultura, 2010).

O objetivo do presente trabalho foi:

• Avaliar diferentes ecossistemas e agroecossistemas pastoris existentes numa região

com características similares de ambiente, clima e solo na região de Botucatu – SP;

• Avaliar o comportamento de diferentes pastagens e seu valor nutritivo, a sua relação

com a nutrição e conservação de solos, teores de matéria orgânica, acumulação e

sequestro/deposição de carbono orgânico no solo;

• Comparar o efeito nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo de cada

sistema de manejo.

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7

4. REVISÃO DE LITERATURA.

Tradicionalmente, nas regiões do cerrado brasileiro a exploração das

pastagens naturais e cultivadas é feita de forma extrativista, proporcionando dessa maneira,

degradação progressiva do pasto. Em decorrência disso observa-se uma busca contínua de

“novas” e até “milagrosas” gramíneas forrageiras para substituir aquelas que foram utilizadas,

sem no entanto, preocupar-se em corrigir os problemas que levaram à queda da produtividade

da pastagem. Provavelmente, os problemas estão na fertilidade dos solos e no manejo das

pastagens (Rodrigues et al.,2007)

Na história da pecuária brasileira tem sido comum a substituição de

forrageiras mais exigentes em fertilidade de solos, portanto mais produtivas por forrageiras

menos exigentes, à medida que se observa a queda da fertilidade do solo. Com isso acontece

um verdadeiro retrocesso, com redução de produtividade, sem evitar que com o passar do

tempo, ocorra a degradação da pastagem. Nesse caso é preferível não substituir a planta

forrageira, mas sim proceder à reposição dos nutrientes, seguida do manejo adequado da

pastagem. O mais grave também acontece, substituir forrageira de baixa exigência nutricional

em pastagens degradadas por outra mais exigente sem o correspondente uso de fertilizante e

manejo adequado (Ceplac, 2010).

O correto manejo das pastagens é fundamental para garantir a produtividade

sustentável do sistema de produção e do agronegócio. Atrelada ao bom manejo está a

conservação dos recursos ambientais, evitando ou minimizando os impactos negativos da

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8

erosão, compactação e baixa infiltração de água no solo, de ocorrência comum em áreas mal

manejadas e/ou degradadas. O manejo incorreto é o principal responsável pela alta proporção

de pastagens degradadas observada em todas as regiões do Brasil (Ceplac, 2010).

Bertalot et al. (2009b) avaliaram o desempenho de Bachiaria decumbens

sob diferentes sistemas de manejo: 1) uma testemunha (sem nenhuma intervenção), 2)

gradagem; 3) gradagem da área e adição de sementes de Stylosanthes variedade Campo

Grande a lanço e posterior gradagem para incorporação das sementes; 4) sulcado da área e

aplicação de sementes de Stylosanthes nos sulcos. Observaram que a recuperação da área e

produção de biomassa foram mais efetivas no terceiro tratamento, com consórcio de pastagens

de gramíneas e leguminosas. O pasto também apresentou maior teor de nutrientes sob esta

forma de manejo. Com exceção da testemunha, o solo foi corrigido com calcário e adição de

termofosfato Yoorin.

Em relação ao meio ambiente, as atividades humanas como a queima de

combustíveis fósseis e a utilização de calcário para a produção de cimento, bem como os

diferentes usos da terra, associados ao desmatamento e queimada são as principais causas do

rápido aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, contribuindo para o

aquecimento global. No entanto, os maiores estoques de carbono não são encontrados na

atmosfera, mas sim, no ecossistema marinho ou ecossistema terrestre (vegetação + solo),

segundo Roscoe (2003).

Segundo O portal do agronegócio (2010) e Cerri (2009), a agricultura é

responsável por mais de 30% das emissões mundiais de gases de efeito estufa.

O efeito estufa é produzido por uma camada natural de gases na atmosfera

que protege a terra da diminuição excessiva de temperatura, impedindo que o calor se dissipe

em níveis que façam o planeta se resfriar em demasia. No final dos anos 60, alguns

pesquisadores começaram a perceber uma intensificação desse fenômeno (IPCC, 2000 e Cole

et al., 1995).

Sequestro de carbono é um processo de remoção de gás carbônico. Tal

processo ocorre principalmente em oceanos e florestas, onde organismos, por meio de

fotossíntese, capturam o carbono e lançam oxigênio na atmosfera.

O conceito de seqüestro de carbono foi consagrado pela Conferência de

Quioto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera

(wikipedia, 2010).

O CO2 armazenado no ecossistema terrestre pode ser fixado tanto no solo

quanto na floresta. O CO2 armazenado é o balanço entre a absorção da planta, a fixação de

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carbono no solo e as perdas por respiração e decomposição. Os ecossistemas terrestres que

compreendem a floresta e o solo são considerados atualmente como um grande sumidouro (do

inglês “sink”) de carbono, especialmente os solos (Roscoe, 2003; Machado, 2005). O solo é

um importante compartimento de carbono (C) e exerce papel fundamental sobre a emissão de

gases do efeito estufa e conseqüentes mudanças climáticas globais (Carvalho et al., 2010).

A agricultura pode contribuir de forma simples e econômica com o

seqüestro de carbono. As plantas já fazem isso na sua essência, através da fotossíntese, mas,

com a adoção do plantio direto associado à rotação de culturas, é possível armazenar mais

carbono no solo do que a quantidade que é emitida de volta para o ar (Royo, 2010).

Trabalhos desenvolvidos pela Escola Superior de Agricultura Luiz de

Queiroz - ESALQ (2007) e EMBRAPA (2004) informam que áreas agrícolas manejadas com

plantio direto e áreas de pastagens contribuem para seqüestro de carbono.

Existe três vezes mais CO2 fixado no solo do que na atmosfera. Se o solo

não for manejado de forma adequada, esse carbono é liberado e contribui para o aquecimento

global, explica Cerri (2009).

Dentre as práticas agrícolas de correto manejo de solo e conforme Azzez

(2009), a agricultura orgânica pode reduzir potencialmente a produção de CO2 (relacionada

com o homem) em aproximadamente 11% e a agricultura biodinâmica excede a taxa de

sequestro de carbono da agricultura orgânica em 25%.

Na agricultura ou atividade pecuária, quando as entradas ou aportes de

resíduos culturais forem maiores do que as saídas do carbono, via respiração da atividade

microbiana, haverá seqüestro (Royo, 2010).

Ainda dentro do potencial da agricultura orgânica, segundo Boddey, Alves e

Urtiaga (2004), o seqüestro de carbono pode ser realizado mediante um manejo adequado do

solo, uma sucessão/rotação adequada de culturas, algumas para produção de biomassa e

cobertura verde e palhada para cobertura do solo e formação de matéria orgânica. Dentre estas

culturas são utilizados milho, milheto e aveia preta..

Segundo Scheller (2000), o húmus no solo também contribui para manter a

reserva de nitrogênio. O teor total de nitrogênio varia na camada superior do solo de 2.000 kg

N ha -1 com 1% de húmus em solos arenosos pobres, até mais de 12.000 kg N ha -1, em solos

ricos em húmus (terra preta, solos de pântanos drenados).

Boddey et al. (2009), informam que o balanço de nutrientes (especialmente

nitrogênio) é um fator determinante para a acumulação de carbono no solo. Se mais nitrogênio

(N) for exportado do sistema agrícola (perdas e produtos colhidos) do que o fornecido através

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de fertilizantes/adubos e fixação biológica de nitrogênio não haverá acumulação de carbono

no solo. Esta consideração é devido ao fato de que a relação C:N da matéria orgânica do solo

se encontra na faixa de 10:1 a 13:1, ou seja, para acumular entre 10 e 13 unidades de C no

solo é necessário uma unidade de N. Também é importante a introdução de leguminosas

usadas como adubação verde como estratégia de aumentar a entrada de nitrogênio no sistema

agrícola e promover o seqüestro de carbono no solo.

Práticas adequadas de manejo, que visam à manutenção ou mesmo o

acúmulo de carbono no sistema solo-planta, podem atenuar os efeitos do aquecimento global.

Essas práticas de manejo podem ser: implementação de sistemas de plantio direto,

recuperação de pastagens degradadas, implantação de sistemas integrados de cultivo,

reflorestamento de áreas marginais, uso de espécies que tenham alta produção de biomassa,

eliminação de queimadas, entre outras (Carvalho et al., 2010).

Em relação ao manejo do solo, a implantação de sistemas agroflorestais e a

integração das atividades agrícola e pecuária traz benefícios para o solo e contribui para o

seqüestro de carbono, pela biomassa produzida no sistema, a cobertura do solo, formação e

incorporação de matéria orgânica e também favorece a diversificação das atividades na

propriedade, combinando árvores, culturas perenes, culturas anuais, hortas, pastagens, em

uma mesma área.

Luske e van Der Kamp (2009) estudaram mudanças nas propriedades físicas

e químicas e seqüestro de carbono em cinco áreas diferentes na região desértica do Egito,

onde solos foram recuperados e dedicados à agricultura/horticultura orgânica e biodinâmica.

Szakács (2003) estudando o seqüestro de carbono em pastagens

desenvolvidas em solos arenosos observou uma boa correlação entre a produtividade do pasto

e seu estoque de carbono no solo.

Bertalot e Mendoza (2006) trabalhando com pastagens num Latossolo

vermelho amarelo fase distrófica na região de Botucatu – SP, encontraram teores de matéria

orgânica no solo de 1, 75 g dm-3 nos diferentes tratamentos. Maiores concentrações de

nitrogênio foram encontradas no sistema agroflorestal, pastagem de Brachiaria decumbens

com aléias de Acacia melanoxylon (18 g kg -1 de N) e no pasto consorciado com Stylosanthes

sp. (15 g kg -1); nos demais tratamentos, com pastagem solteira e com árvores nativas, estes

valores foram menores. O teor de clorofila nas folhas também foi mais elevado no pasto com

aléias de A. melanoxylon (4,35 mg 100 cm-2).

Bertalot (2003) consorciando cultura de milho em sucessão com aveia preta

em um sistema agroflorestal em aléias, obteve valores de matéria orgânica no solo, de 21,40 g

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dm-3 no tratamento com aplicação de biomassa da poda de Leucaena diversifolia e 19,40 g

dm-3 no tratamento com aplicação de fertilizante, na profundidade de 0 a 05 cm. De 05 a 10

cm de profundidade, os valores foram de 19,60 e 18,40 g dm-3, respectivamente. Na

profundidade de 10 a 20 cm, estes teores foram de 18 e 14,40 g dm-3 para os referidos

tratamentos.

Estudando diferentes sistemas de produção de café em Garça – SP, Bertalot

(2009a) encontrou teores de matéria orgânica de 11,50; 11,50; 10,25; 11,25 e 7,25 g dm-3 nos

tratamentos com café em sistema agroflorestal, café orgânico, café biodinâmico (Chácara

Paraíso), café biodinâmico (Sítio Arco-íris) e café convencional, respectivamente, na camada

de 0-20 cm de solo.

A concentração de nitrogênio nas folhas apresentou os seguintes valores:

28,00; 25,50; 26,50; 25,25 e 25,75 g kg-1 nos tratamentos com café em sistema agroflorestal,

café orgânico, café biodinâmico (Chácara Paraíso), café biodinâmico (Sítio Arco-íris) e café

convencional, respectivamente, mostrando uma correlação entre nitrogênio e matéria orgânica

e diferenças entre formas de manejo.

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5. MATERIAL E MÉTODOS.

O experimento foi realizado em áreas de pastagens numa região de cerrado,

no Bairro Demétria, no Município de Botucatu – SP, entre fevereiro de 2011 e janeiro de

2013. A área está delimitada pela coordenadas geográficas 22º 57´ Latitude sul e 48º

25´Longitude Oeste, com altitude de 900 metros. O clima local é de tipo “cfa”, subtropical

chuvoso, segundo a classificação de Köppen. A temperatura média anual é de 20,5ºC e a

precipitação média anual é de 1.549 mm, ocorrendo em maior quantidade de novembro a

março, conforme dados registrados durante 20 anos na estação Meteorológica da =Faculdade

de Ciências Agronômicas, Fazenda Lageado, UNESP, Campus de Botucatu – SP.

O experimento foi conduzido na forma de blocos ao acaso com cinco

tratamentos e quatro repetições, com um total de 20 parcelas.

Os tratamentos foram:

1) Sistema Agroflorestal com pastagem de Brachiaria decumbens em um sistema de

aléias de Acacia melanoxylon, 1 – SAF;

2) Pastagem de Brachiaria decumbens consorciada com Guandú – Feijão Guandu

(Cajanus cajan) e Stylosanthes sp, 2 - PC;

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3) Pastagem de Brachiaria decumbens sombreada com espécies arbóreas e arbustivas

nativas, 3 – PN;

4) Área de Cerrado, 4 - C;

5) Pastagem de Brachiaria decumbens solteira, 5 – P.

Para a elaboração deste trabalho foram obtidas amostras de solo de

diferentes profundidades, 0 – 05, 05 -10 e 10 - 20 cm em diferentes épocas ao longo de dois

anos de estudo – considerando-se o inverno e o verão, para o estudo das propriedades

químicas e físicas, da deposição de matéria orgânica e carbono no perfil do solo de cada

tratamento, conforme o seu manejo.

A determinação do carbono orgânico e da matéria orgânica foi realizada

pelo método de oxidação de Walkley & Black, utilizado por Luske e van der Kamp (2009) e

descrito por Cantarella, Quaggio e Raij (2001).

Com os resultados obtidos foi realizada a análise de carbono pelo método

Walkley - Black e depois utilizada a seguinte formula:

Estoque de carbono no solo = profundidade de amostragem x teor de carbono x densidade do

solo.

Com esse resultado final pretendeu-se obter informações sobre os teores e

estoques de carbono nas diferentes profundidades na área de estudo.

A partir dos resultados de laboratório foram obtidos os teores de nitrogênio

total e nitrogênio inorgânico - de amônia (NH4+) e de nitrato (NO3) pelo método de Kjeldahl,

citado por Cantarella e Trivelin (1987) e por diferença entre eles, foi calculado o teor de

nitrogênio orgânico contido no solo das áreas onde foram implantados os tratamentos em

estudo.

Nas análises físicas foram avaliadas a granulometria, densidade real e

densidade global do solo nas diferentes profundidades, conforme Luske e van der Kamp

(2009).

Também foram realizadas análises microbiológicas de solo, para observar o

carbono da biomassa microbiana nos diferentes tratamentos. Para as análises de tecidos

vegetais, amostras do material vegetal dos diferentes tratamentos foram obtidas nas mesmas

épocas de obtenção das amostras de solo. Também foi medido o teor de clorofila nas folhas

das pastagens nos diferentes tratamentos.

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A coleta de material vegetal (pastagem) para cálculo de biomassa produzida

em cada tratamento foi realizada. E foi obtido o peso verde da biomassa em cada parcela e da

matéria seca, coletando o material contido em um metro quadrado (1m²) em diferentes áreas

da parcela e secando em estufa até atingir peso constante. O resultado foi transformado para

toneladas por hectare.

A clorofila foi medida com o clorofilômetro Minolta SPAD – 502, e os

valores obtidos foram transformados em mg 100cm-2 usando a fórmula :

Y = 0,00996 (X) – 0,152

As análises químicas e físicas de solo, de nitrogênio no solo, de tecidos

vegetais foram realizadas no Departamento de Ciência do Solo, da Faculdade de Ciências

Agronômicas – FCA, UNESP, Campus de Botucatu – SP.

A análise de variância foi realizada pelo Programa Sisvar e o teste de Tukey

foi utilizado para a comparação das médias, para os diferentes parâmetros avaliados.

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QUADRO 1. Dados de precipitação e temperatura da Estação Meteorológica da Faculdade de Ciências agronômicas - FCA - UNESP, Campus de Botucatu - SP do ano de 2011.

2011

Mês Temperatura Media °C Precipitação Pluvial mm\

janeiro 24,6 712,3

fevereiro 24,7 188,1

março 22,0 163,5

abril 21,3 126,5

maio 18,2 16,5

junho 16,4 49,9

julho 18,4 7,0

agosto 20,3 24,8

setembro 20,8 0,0

outubro 21,6 359,6

novembro 21,5 102,5

dezembro 24,2 143,4

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QUADRO 2. Dados de precipitação e temperatura da Estação Meteorológica da Faculdade de Ciências agronômicas - FCA - UNESP, Campus de Botucatu - SP do ano de 2012.

2012 Mês Temperatura Media ° C Precipitação Pluvial mm

Mm janeiro 23,4 357,3

fevereiro 26,1 166,8 março 24,6 58,9 abril 23,1 66,1 maio 17,9 78,1 junho 17,9 228,4 julho 18,0 22,9 agosto 20,1 0,0

setembro 21,9 51,3 outubro 23,9 158,9

novembro 23,6 104,1

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO.

Os resultados da pesquisa estão apresentados nas Tabelas de 1 a 60 e nas

Figuras de 1 a 86. A partir da avaliação dos resultados é possível observar que existem

diferenças no comportamento do solo nas áreas estudadas como conseqüência de diferentes

sistemas de manejo e pastagens.

6.1 Resultados do primeiro ano de avaliação do solo da área de pesquisa. Março a

outubro de 2011.

Os resultados da primeira avaliação do solo das áreas estudadas estão

mostrados nas Tabelas de 1 a 19.

A nomenclatura adotada para avaliação dos resultados indica em letra

maiúscula o tratamento e a profundidade de amostragem e o índice refere-se ao número da

amostragem (1ª, 2ª ou 3ª amostragem). Por exemplo, SAF 0-51ª refere-se ao tratamento

Sistema Agroflorestal com pastagem de Brachiaria decumbens em um sistema de aléias de

Acacia melanoxylon, na profundidade de amostragem de 0-5 cm, em ocasião da primeira

coleta de amostras realizada.

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O tratamento 5 - P apresentou o maior valor de pH em todas as

profundidades e épocas de amostragem, provavelmente devido a ser uma área de pastagem,

que já foi submetida a aplicações de calcário em diferentes épocas por parte do produtor. O

tratamento PC também apresentou maior valor de pH, não havendo diferença significativa

entre eles. A área onde está estabelecido o tratamento foi renovada mediante a semeadura de

adubos verdes – coquetel de adubos verdes, e depois a pastagem de brachiária se consorciou

com os adubos verdes, sendo que o melhor adaptado entre os adubos verdes foi o feijão

guandu, que é uma leguminosa (Tabela 1).

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TABELA 1. Valores de pH (CaCl2) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem- março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 4,70bB 4,47cC 4,30bD 4,95bA 4,55bBC 4,55bBC T 2 PC 4,85abBC 4,75bC 4,70aC 5,45aA I 5,05aB 4,80abC T 3 PN 3,97cA 3,97dA 3,92cA 3,92cA 3,85cA 3,82cA T 4 C 3,85cA 3,82eA 3,82cA 3,72cB 3,67cB 3,95A T 5 P 4,95aB

4,92aB 4,87aB 5,45aA I 5,27aA I 4,90aB

F ** ** ** ** ** ** DMS 0,21 0,14 0,19 0,33 0,27 0,26 CV% 2,12 1,47 1,99 3,09 2,71 2,64 DMS na linha 0,21 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 0,27).

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20

0

1

2

3

4

5

6

0-5 (1ª ) 5-10 (1ª ) 10-20 (1ª) 0-5 (2ª ) 5-10 (2ª ) 10-20 (2ª )

Profundidades e épocas de amostragem

pH d

o so

lo

SAF PC PN C P

FIGURA 1. Valores de pH do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011.

Ao realizar a análise conjunta (considerando-se todos os tratamentos e

profundidades), observou-se que os maiores valores de pH foram encontrados nos tratamentos

PC 0 -52ª, P 0–52ª e P 5–102ª, o primeiro sendo uma pastagem consorciada e os dois últimos

pertencendo a uma pastagem com certo grau de manejo (Figura 3).

Ou seja, tratamento 2 – pastagem consorciada, na profundidade de 0-5 cm,

segunda época de amostragem; tratamento 5 – pastagem solteira na profundidade de 0-5 cm,

segunda época de amostragem e tratamento 5 – pastagem solteira, na profundidade de 5-10

cm, segunda época de amostragem.

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TABELA 2. Teores de matéria orgânica (MO) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 g dm-3 g dm-3 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 23,00aC 19,75aD 15,75aE 51,50aA I 28,00aB 23,50aC T 2 PC 18,50bAB 16,25bBC 14,75aCD 19,00cA 15,25cC 13,00cD T 3 PN 17,75bcCD 16,75bCD 15,00aD 32,00bA 20,25bB 17,50bC T 4 C 14,50cCD 13,25cD 11,25cE 30,75bA 20,50bB 14,50bcC T 5 P 18,25bB 13,00cD 13,00bD 31,75bA 16,25cBC 13,75bcCD F ** ** ** ** ** ** DMS 3,36 1,82 1,66 3,47 3,58 3,75 CV% 8,11 5,10 5,28 4,67 7,93 10,11 DMS na linha 2,73 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Numero romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 3,47).

Os maiores valores de matéria orgânica foram observados no tratamento 1 - SAF nas três profundidades e nas duas épocas de

amostragem, com exceção da profundidade 10 – 20 cm na primeira época de amostragem, onde não houve diferença entre os tratamentos SAF,

PN e PC, sendo que os dois primeiros estão localizados em áreas consorciadas com vegetação e o último é uma pastagem consorciada de

brachiária e guandú, com algumas espécies arbóreas nativas e exóticas, como Leucena sp. Na interação tratamentos e profundidades, o maior teor

de matéria orgânica foi encontrado no tratamento SAF 0 - 52ª , com diferença significativa em relação aos outros tratamentos. Neste tratamento

ocorre grande formação de serapilheira procedente das espécies vegetais arbustivas e arbóreas presentes, assim como da própria brachiária. Este

sistema agroflorestal não está sendo pastoreado (Tabela 2 e Figura 4).

Os maiores teores de matéria orgânica foram observados em todos os tratamentos na segunda época de amostragem.

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22

0

10

20

30

40

50

60

0-5 (1ª ) 5-10 (1ª ) 10-20 (1ª) 0-5 (2ª ) 5-10 (2ª ) 10-20 (2ª )

Profundidades (cm) e épocas de amostragem

Teo

r de

mat

éria

org

ânic

a (g

/dm

3)

SAF PC PN C P

FIGURA 2. Teores de matéria orgânica no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011.

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TABELA 3. Teores de fósforo (P) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 mg dm-3 mg dm-3 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 5,00b 2,50a 1,75a 9,25b 3,75b 2,50bc T 2 PC 1,75c 1,00b 1,00a 5,50c 2,50b 1,75c T 3 PN 1,75c 1,25b 1,00a 6,00bc 3,75b 2,75bc T 4 C 1,25c 1,00b 1,00a 5,25c 3,50b 3,00b T 5 P 8,75a 1,25b 1,25a 32,75a 11,75a 4,25a F ** ** NS ** ** ** DMS 2,017 0,94 0,98 3,65 2,027 1,07 CV% 24,17 29,88 36,48 13,79 17,80 16,64 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS).

Os teores de fósforo (P) foram maiores no tratamento 5 – P em diferentes profundidades (P 0-51ª, P 0-52ª, P 5-102ª e P 10-202ª),

com diferença estatística em relação aos outros tratamentos. Este fato pode ser devido ao manejo realizado anteriormente nessa área, e provável

adição de fósforo (fosfato de rocha) nos anos anteriores (Tabela 3).

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TABELA 4. Teores de potássio (K) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 mmol dm-3 mmol dm-3 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 1,05a 0,70 0,87a 1,22b 1,05 0,95a T 2 PC 1,12a 0,77 0,55bc 1,22b 0,82 0,75b T 3 PN 0,67b 0,72 0,65b 1,17b 0,82 0,77b T 4 C 0,65b 0,42 0,45c 1,00b 0,82 0,60c T 5 P 0,70b 0,67 0,45c 2,22a 1,00 1,07a F ** NS ** ** NS ** DMS 0,187 0,18 0,18 0,24 0,29 0,14 CV% 9,90 12,22 13,55 7,88 14,23 7,70 DMS na linha Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS).

Os teores de potássio tenderam a ser maiores nos tratamentos SAF, PC e PN nas profundidades de 0-5 cm, 5-10cm da primeira

época de amostragem, na segunda época o tratamento 5 apresentou os maiores valores, junto com o tratamento 1. O tratamento 4, cerrado – C

apresentou os menores teores deste nutriente (Tabela 4).

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TABELA 5. Teores de cálcio (Ca) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 mmol dm-3 mmol dm-3 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 16,75aC 15,50aD 13,00aE 31,00aA I 21,25ab 18,75ac T 2 PC 10,00bAB 7,00bC 7,25bC 12,00cA 9,00bB 8,25bBC T 3 PN 2,50cBC 2,00cC 2,00cC 5,50dA 3,50cAB 3,00cB T 4 C 2,00cA 2,00cA 2,00cA 2,75dA 2,00cA 2,00cA T 5 P 10,50bB 8,75cBC 7,00bC 27,75bA II 10,50bB 9,25bB

F ** ** ** ** ** ** DMS 1,62 1,93 2,04 3,21 2,68 2,769 CV% 8,61 12,15 2,03 9,32 12,87 14,89 DMS na linha 2,20 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 2,78).

Os teores de cálcio foram maiores no tratamento 1 SAF nas três profundidades e épocas de amostragem estudadas, com

diferença estatística em relação aos demais tratamentos. Este fato pode estar relacionado com a maior cobertura vegetal, deposição de matéria

orgânica e produção de biomassa. Os tratamentos 3 PN e 4 C apresentaram os menores valores de cálcio no solo, devido a serem solos

localizados em áreas com vegetação nativa de cerrado. Ao analisar a interação tratamentos – sistemas (análise conjunta), o maior valor foi

encontrado no tratamento SAF 0-52ª, com diferença significativa em relação aos outros tratamentos (Tabela 5 e Figura 5).

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26

0

5

10

15

20

25

30

35

0-5 (1ª ) 5-10 (1ª ) 10-20 (1ª) 0-5 (2ª ) 5-10 (2ª ) 10-20 (2ª )

Profundidades (cm) e épocas de amostragem

Teo

r de

cál

cio

( m

mm

ol d

m3)

SAF PC PN C P

FIGURA 3. Teores de cálcio no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011.

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TABELA 6. Somatória de bases (SB) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 25,15aC 21,70aD 17,87aE 46,50aA I 31,30aB 26,70aC T 2 PC 16,62bB 11,77bD 11,30bD 23,47bA 16,57bBC 14,50bC T 3 PN 4,65cCD 3,75cD 9,95bA 10,42cA 7,07cBC 6,27cC T 4 C 3,65cB 3,42cB 3,65cB 6,25dA 4,07cA 3,85cAB T 5 P 15,45bBC 13,17bC 3,45cD 45,72aA 17,75bB 14,82bC

F ** ** ** ** ** ** DMS 1,28 2,04 1,46 3,86 3,70 3,00 CV% 4,33 8,43 7,00 6,47 10,70 10,08 DMS na linha 2,44 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 3,08).

Os valores da somatória de bases (SB) foram maiores no tratamento 1 SAF nas três profundidades e épocas de amostragem

estudadas, com diferença estatística em relação aos demais tratamentos. Este fato também pode estar relacionado com a maior cobertura vegetal,

deposição de matéria orgânica e produção de biomassa. A somatória de bases está relacionada com os teores dos nutrientes, potássio, cálcio e

magnésio presentes no solo (Tabela 6).

Na interação de tratamentos e profundidades o maior valor foi encontrado no tratamento SAF 0-52ª , com diferença estatística

em relação aos outros tratamentos.

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TABELA 7. Capacidade de troca catiônica (CTC) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 57,55aC 50,70aD 43,62aE 74,00aA I 61,55aB 55,20aC T 2 PC 34,87dAB 28,77dC 28,30dC 35,97dA 31,57cBC 30,75cC T 3 PN 43,65bC 44,00bC 37,90bD 65,42bA 45,57bBC 42,27bC T 4 C 39,15cB 32,92cD 34,20cCD 54,00cA 41,32bB 32,85cD T 5 P 31,45eB 28,17dCD 24,70eD 59,72bCA 32,25cB 30,32cB

F ** ** ** ** ** ** DMS 2,78 3,03 2,06 5,76 5,35 3,94 CV% 2,99 3,57 2,71 4,42 5,59 4,56 DMS na linha 3,62 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 4,54).

Os valores da capacidade de troca catiônica (CTC) foram maiores no tratamento 1 SAF nas três profundidades e épocas de

amostragem estudadas, com diferença estatística em relação aos demais tratamentos. Este fato também pode estar relacionado com a maior

cobertura vegetal, deposição de matéria orgânica e produção de biomassa. A CTC está relacionada com os nutrientes, potássio, cálcio, magnésio

e teor de hidrogênio+alumínio presentes no solo (Tabela 7).

Na interação de tratamentos e profundidades o maior valor foi encontrado no tratamento SAF 0-52ª , com diferença estatística

em relação aos outros tratamentos.

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TABELA 8. Porcentagem de saturação por bases (V%) do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 V% V% 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 43,51bC 42,73bC 40,96aC 62,82bA 50,85aB 48,37aB T 2 PC 47,63aC 40,91bD 39,91aD 65,19bA 52,46aB 47,11aC T 3 PN 10,65cBC 8,86cC 9,57bC 15,90cA 15,51bA 14,75bAB T 4 C 9,33cA 9,28cA 10,08bA 11,55cA 9,86bA 11,73bA T 5 P 49,14aB 46,77aC 40,28aD 76,55aA I 54,78aB 48,89aBC

F ** ** ** ** ** ** DMS 3,30 3,21 3,94 5,60 7,28 6,12 CV% 4,56 4,79 6,20 5,36 8,00 7,94 DMS na linha 4,59 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 5,81).

Os valores da porcentagem de saturação por bases (V%) foram maiores nos tratamentos 1 SAF, 2 PC e 5 P nas três

profundidades e épocas de amostragem estudadas, com diferença estatística em relação aos demais tratamentos, com exceção do tratamento P 0-

52ª, onde este tratamento se mostrou superior aos demais. Este fato também pode estar relacionado com o manejo realizado nas áreas, adição de

nutrientes, cobertura vegetal, deposição de matéria orgânica e produção de biomassa. A saturação por bases está relacionada com a somatória de

bases e com a capacidade de troca catiônica (Tabela 8).

Na interação de tratamentos e profundidades o maior valor foi encontrado no tratamento P 0-52ª, com diferença estatística em

relação aos outros tratamentos.

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TABELA 9. Conteúdo de carbono no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 ------------------------------ mg C g-1 -------------------------------- --------------------- mg C g-1 -------------------------------- 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 13,37aC 11,48aD 9,15aE 29,94aA I 16,27aB 13,66aC T 2 PC 10,75bAB 9,44bBC 8,75aCD 11,04cA 8,86cC 7,55cD T 3 PN 10,32cB 9,73bC 8,72aC 18,60bA 11,76bB 10,17bBC T 4 C 8,43cC 7,70cCD 6,53cD 17,87bA 11,91bB 8,43bcC T 5 P 10,60bB 9,73bB 7,56bD 18,45bA 9,44cBC 7,99bcCD

F ** ** ** ** ** ** DMS 1,96 1,15 0,96 2,01 2,00 2,18 CV% 8,12 5,30 5,20 4,66 7,93 4,65 DMS na linha 1,50 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento.

Em relação ao teor de carbono no solo, os maiores valores foram encontrados no tratamento 1) Sistema agroflorestal -

Pastagem de Brachiaria decumbens em um sistema de aléias de Acacia melanoxylon nas profundidades de 0- 5, 5 – 10 e 10 – 20 cm de

profundidade - Associação Biodinâmica; seguido pelos tratamentos 2) Pastagem de Brachiaria decumbens consorciada com Stylosanthes sp e

guandu (Cajanus cajan), tratamento 3) Pastagem de Brachiaria decumbens sombreada com espécies arbóreas nativas e tratamento 5 – Pastagem

solteira (Tabela 9). Estes valores foram maiores na camada de 0 - 5 cm de profundidade em todos os tratamentos e nas duas épocas de

amostragem (março e outubro de 2011).

Estas áreas estão relacionadas com a presença de vegetação arbórea (Tratamentos 1 e 3) e pastagem consorciada com

leguminosas (Tratamento 2), onde anteriormente foi estabelecida uma adubação verde de coquetel.

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A densidade do solo tendeu a ser menor na camada superior do solo em todos os tratamentos, como conseqüência do teor de

matéria orgânica existente no solo, com os menores valores encontrados no sistema agroflorestal (Tabela 10).

TABELA 10. Densidade do solo nos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 ------------------------------ kg mg-3 -------------------------------- --------------------- kg m-3 -------------------------------- 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 1,127d 1,272 1,367 1,260c 1,290a 1,290 T 2 PC 1,185b 1,285 1,377 1,277b 1,290a 1,305 T 3 PN 1,155c 1,262 1,367 1,290ab 1,292a 1,307 T 4 C 1,172b 1,262 1,377 1,297a 1,307a 1,310 T 5 P 1,205a 1,262 1,372 1,257c 1,267 1,312

F ** NS NS ** ** NS DMS 0,0135 0,0272 0,0148 0,0155 0,022 0,0307 CV% 0,51 0,95 0,48 0,54 0,75 1,04 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento.

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Os valores de nitrogênio do solo obtidos a partir das análises de laboratório estão mostrados na Tabela 11.

TABELA 11. Nitrogênio total no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Análises de Laboratório. Duas épocas de amostragem – março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 mg dm-3 mg dm-3 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 1180,50a 995,50b 947,00c 1043,00a 830,00a 775,00a T 2 PC 1143,75ab 979,00bc 969,25b 401,75d 343,50d 333,75d T 3 PN 1140,75ab 1082,75a 1001,75a 687,50c 569,25b 603,75b T 4 C 945,00b 924,75d 920,75d 816,25b 473,50c 419,50c T 5 P 1167,25a 943,50cd 918,25d 719,00c 419,50c 502,00c

F * ** ** ** ** ** DMS 219,74 51,66 13,14 65,19 64,32 30,72 CV% 8,74 2,33 0,61 3,94 5,41 3,08 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Os teores de nitrogênio total foram maiores na camada de 0 – 5 cm em todos os tratamentos e nas duas épocas de amostragem,

fato que pode estar relacionado com a maior presença de matéria orgânica e maior atividade biológica e microbiológica nessa profundidade. Os

tratamentos 1, 2, 3 e 5 apresentaram os maiores valores de nitrogênio na camada de 0 -5 cm, da primeira amostragem, sem diferença estatística

entre eles (Tabela 11).

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TABELA 12. Nitrogênio obtido a partir da matéria orgânica do solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem – março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 mg dm-3 mg dm-3 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 1125,00a 987,50a 787,50a 2575,00a 1400,00a 1175,00a T 2 PC 925,00b 812,50b 712,50ab 950,00c 762,50c 825,00b T 3 PN 887,50bc 837,50b 750,00a 1600,00b 1012,50b 875,00b T 4 C 725,00c 662,50c 562,50c 1537,50b 1025,00b 725,00bc T 5 P 912,50bc 837,50b 650,00b 1587,50b 812,50c 687,50bc

F ** ** ** ** ** ** DMS 189,51 98,72 82,98 173,76 179,16 187,54 CV% 9,18 5,29 5,31 4,67 7,93 10,11 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Conforme a literatura, a matéria orgânica contém 0,05% de nitrogênio (Tome Jr., 1997) Sendo assim, foi calculado o teor deste

nutriente a partir dos resultados das análises químicas de solo. Os maiores valores de nitrogênio no solo foram observados na segunda

amostragem realizada. O tratamento 1- SAF apresentou os maiores valores de nitrogênio nas três profundidades e nas duas épocas de

amostragem. Fato relacionado, provavelmente, à maior quantidade de matéria orgânica nas camadas, à biomassa disponível no sistema e a um

ambiente mais ameno e adequado para a conservação deste elemento e desenvolvimento de organismos do solo (Tabela 12).

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TABELA 13. Nitrogênio total e nitrogênio obtido a partir da matéria orgânica no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Nitrogênio Total Nitrogênio obtido a partir da matéria orgânica 1ª amostragem – 03/2011 2ª amostragem – 10/2011 1ª amostragem – 03/2011 2ª amostragem – 10/2011 mg dm-3 mg dm-3 0-5 5-10 10-20 0-5 5-10 10-20 0-5 5-10 10-20 0-5 5-10 10-20 T 1 SAF

1180,50aC 995,50bDE 947,00cEF 1043,00aD 830,00aFG 775,00aG 1125,00a CD 987,50aE 787,50aG 2575,00a A I

1400,00 B

1175,00aC

T 2 PC

1143,75ab A 979,00bc B 969,25bB 401,75dE 343,50dE 333,75dE 925,00bC 812,50bCD 712,50abD 950,00cB 762,50cD 825,00bC

T 3 PN

1140,75ab B 1082,75aB 1001,75a C 687,50c EF 569,25bF 603,75bFE 887,50bc D 837,50b DE 750,00a E 1600,00b A II

1012,50b BC

875,00bD

T 4 C

945,00bB 924,75d B 920,75dB 816,25bCD 473,50cGH 419,50cH 725,00cDE 662,50cEF 562,50cFG 1537,50bA II

1025,00bB 725,00bcDE

T 5 P 1167,25aB 943,50cdD 918,25dC 719,00cD 419,50cF 502,00cC 912,50bcD 837,50bC 650,00bE 1587,50bA II

812,50cCD 687,50bcDE

F * ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** DMS 219,74 51,66 13,14 65,19 64,32 30,72 189,51 98,72 82,98 173,76 179,16 187,54 CV% 8,74 2,33 0,61 3,94 5,41 3,08 9,18 5,29 5,31 4,67 7,93 10,11 DMS na linha 135,33

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 168,29).

Na comparação entre tratamentos e sistemas (análise conjunta), o nitrogênio obtido a partir do resultado de matéria orgânica no

solo no tratamento 1 – SAF 0-52ª apresentou o maior valor deste nutriente, com diferença significativa em relação aos outros tratamentos. Este

tratamento foi seguido pelos tratamentos PN 0 – 5 2ª, C 0 – 52ª e P 0 – 52ª, que não apresentaram diferença entre si. Foi observada a presença de

muita matéria orgânica no solo nestes tratamentos, nesta época do ano. Os teores de nitrogênio tenderam a ser maiores na camada de 0 -5 cm

do tratamento 1 - SAF em ambas as épocas de medição (Tabela 13).

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TABELA 14. Nitrogênio orgânico (obtido a partir dos valores de nitrogênio total – nitrogênio inorgânico, medido no Laboratório do Departamento de Ciência do Solo, FCA, UNESP, Botucatu - SP) no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem). Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 mg dm-3 mg dm-3 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 1134,77a 966,35b 922,95c 990,50a 790,22a 637,05ª T 2 PC 1117,22a 957,57b 945,45b 373,90d 318,55d 235,80e T 3 PN 1113,82a 1062,00a 980,05a 656,02c 542,32b 493,15b T 4 C 922,82a 904,90c 899,92d 790,80b 449,92c 396,75c T 5 P 1142,20a 929,37bc 896,97d 691,35c 395,52c 324,12d

F * ** ** ** ** ** DMS 220,03 50,62 15,86 66,57 62,16 31,11 CV% 8,98 2,33 0,76 4,21 5,52 3,31 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento.

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36

Os valores de nitrogênio orgânico foram obtidos a partir da diferença entre

os teores de nitrogênio total e nitrogênio inorgânico - de amônia (NH4+) e de nitrato (NO3).

Os teores de nitrogênio orgânico foram maiores na camada 0-5 cm de todos

os tratamentos nas duas épocas de amostragem (Tabela 13). Na primeira época de

amostragem não houve diferença entre tratamentos na camada de 0-5 cm; o tratamento 3

apresentou maiores teores nas camadas de 5 -10 cm e 10 – 20 cm, com diferença estatística

em relação aos outros tratamentos. O tratamento 1 – SAF apresentou os maiores valores deste

nutriente na segunda época de amostragem (Tabela 14).

Em relação ao nitrogênio (N), este é o nutriente de maior dinâmica no solo –

movimenta-se rapidamente de uma forma para outra (mineral, orgânica, diferentes formas

iônicas, formas gasosas, etc.) É o único elemento que pode se apresentar tanto na forma

catiônica (NH4+, amônio), quanto na forma aniônica (NO3

-, nitrato), ambas disponíveis à

nutrição das plantas.

As transformações do nitrogênio no solo são intensas e rápidas,

influenciadas por temperatura, umidade, aeração, ciclos de umedecimento e secagem do solo,

tipo de material orgânico (relação C/N), microorganismos, pH, preparo e fertilidade do solo,

etc. Devido a essa complexidade não se obteve até hoje uma metodologia de laboratório capaz

de integralizar um número tão grande de fatores e fornecer um índice de disponibilidade de

nitrogênio. Deve-se considerar que não existe uma análise de solo para fornecer índices de

nitrogênio disponível para as plantas (Tome Jr., 1997).

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TABELA 15. Estoque de carbono no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Primeira (1ª) amostragem – março de 2011 Segunda (2ª) amostragem – outubro de 2011 Mega gramas ha-1

(Toneladas ha-1) Mega gramas ha-1

(Toneladas ha-1) 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm T 1 SAF 7,53aD 7,30aD 12,51aB 18,86aA I 10,51aC 17,62aA I T 2 PC 6,39bC 6,06bCD 11,80aA 7,05cC 5,71cD 9,84cB T 3 PN 5,95bcC 6,14bC 11,92aA 11,99bA 7,60bB 13,30bA T 4 C 4,94cC 4,85cC 8,99cB 11,59bA 7,78bB 11,04bA T 5 P 6,39bB 6,14bB 10,37bA 11,60bA 5,98cB 10,37cA

F ** ** ** ** ** ** DMS 1,13 0,72 1,35 1,33 1,36 2,88 CV% 8,03 5,24 5,39 4,83 8,03 3,08 DMS na linha 1,45 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS 1,83). Os valores de estoque de carbono foram maiores no tratamento 1- SAF em todas as profundidades, nas duas épocas de

amostragem, com diferença significativa em relação aos outros tratamentos. Considerando as diferentes profundidades e épocas para o tratamento

1-SAF, os maiores valores foram obtidos nos tratamentos SAF 0-52ª e SAF 10-202ª, com diferença estatística em relação aos demais tratamentos.

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38

02468

101214161820

0-5 (1ª ) 5-10 (1ª ) 10-20 (1ª) 0-5 (2ª ) 5-10 (2ª ) 10-20 (2ª )

Profundidades (cm) e épocas de amostragem

Est

oque

de

carb

ono

(Mg

por

hect

are)

SAF PC PN C P

FIGURA 4. Estoque de carbono no solo dos diferentes tratamentos em três profundidades de amostragem. Duas épocas de amostragem. Março e outubro de 2011.

Os maiores valores de estoque de carbono foram obtidos no final da época

seca (Tabela 15 e Figura 6). Em relação a estes resultados, Miranda et al. (1997) observaram

que na estação chuvosa o Cerrado atua como um dreno de carbono, fixando pouco carbono, e

na época seca o Cerrado libera o carbono para a atmosfera.

Tratando-se da interação tratamentos – profundidades, da análise conjunta

de experimentos, novamente os maiores valores foram obtidos nos tratamentos SAF 0-52ª e

SAF 10-202ª, com diferença estatística em relação aos demais tratamentos.

Os sistemas agroflorestais parecem estar relacionados com a maior

produção de biomassa, matéria orgânica no solo, atividade biológica, ciclagem e liberação de

nutrientes no solo.

Em relação ao estoque de carbono no solo, Neves et al. (2004) conduziram

um estudo com o objetivo de verificar as alterações nos teores e no estoque de carbono

orgânico em sistemas agrossilvopastoril, pastagem cultivada e reflorestamento de eucalipto,

no noroeste do Estado de Minas Gerais. O solo estudado foi um Latossolo Vermelho

distrófico típico. As amostragens de solo foram efetuadas em três repetições, nas

profundidades de 0-5, 5-20 e 20-40 cm.

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Os sistemas foram selecionados segundo o histórico de uso, cerrado nativo

(CN - testemunha); eucalipto + arroz (EA - ano zero do sistema agrossilvopastoril); eucalipto

+ soja (ES - ano um do sistema agrossilvopastoril); eucalipto + pastagem (EP - ano dois do

sistema agrossilvopastoril); eucalipto + pastagem + gado (EPG - ano três do sistema

agrossilvopastoril); pastagem convencional (PC) e eucalipto convencional (EC).

Os autores observaram que houve diferença significativa nos teores e no

estoque de carbono dos sistemas avaliados em relação ao cerrado nativo. De modo geral, os

sistemas estão desempenhando um papel de emissores de C-CO2, quando comparados com o

Cerrado nativo, em que os vários revolvimentos para o preparo do solo estão acelerando o

processo de oxidação e perda de carbono orgânico. No sistema agrossilvopastoril, foi

observada uma tendência de aumento do estoque do carbono com o passar dos anos,

demonstrando a eficiência do sistema em manter ou até mesmo aumentar o estoque de

carbono orgânico ao longo dos anos.

TABELA 16. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -20 cm. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. pH Matéria orgânica Fósforo H+Al g dm-3 mg dm-3 mmolc dm-3 1ª

época 2ª época

1ª época 2ª época 1ª época

2ª época 1ª época 2ª época

T 1 SAF 4,55b 4,55b 12,00b 25,50a 1,25b 4,75ab 22,75c 34,75c T 2 PC 4,95a 5,25a 9,75c 16,50b 1,25b 4,25b 15,75d 16,75d T 3 PN 3,90c 3,82c 12,75b 16,00b 1,00b 3,75b 29,50a 42,75b T 4 C 3,62c 3,52d 8,00c 21,25a 1,00b 3,50b 27,25b 47,25a T 5 P 5,00a 5,27a 15,25a 16,25b 2,25a 5,75a 14,75d 15,50d

F ** ** ** ** ** ** ** ** DMS 0,29 0,29 2,18 2,02 0,85 1,36 2,14 2,25 CV% 3,00 2,86 8,40 4,86 27,88 13,76 4,31 3,18 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

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TABELA 17. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -20 cm. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Alumínio

Potássio Cálcio Magnésio

------------------------------------- mmolc dm-3 ---------------------------------------- março

2011 outubro 2011

março 2011

outubro 2011

março 2011

outubro 2011

março 2011

outubro 2011

T 1SAF 1,00b 2,00c 0,20c 1,15b 11,00a 12,00a 4,00a 8,75ab T 2 PC 0,75b 0,75c 0,37ab 0,87c 6,75b 10,25b 3,50a 7,25b T 3 PN 5,25a 7,00b 0,50a 1,07bc 2,25c 2,25c 1,00b 2,25c T 4 C 5,50a 9,00a 0,25bc 1,20ab 2,00c 2,00c 1,00b 2,00c T 5 P 1,00b 0,75c 0,50a 1,40a 7,00b 11,50ab 3,00a 9,75a

F ** ** ** ** ** ** ** ** DMS 1,14 1,58 0,17 0,23 1,73 1,55 1,16 1,56 CV% 18,82 17,98 21,22 9,23 13,26 9,07 20,66 11,59 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. TABELA 18. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 - 20 cm. Duas épocas de amostragem - março e outubro de 2011. Somatória de

bases SB

Capacidade de troca catiônica

CTC

Porcentagem de saturação por

bases

Ferro

-------------- mmolc dm-3 ---------------- V% mg dm-3 março

2011 outubro

2011 março 2011

outubro 2011

março 2011

outubro 2011

março 2011

outubro 2011

T 1SAF 15,75a 20,75ab 37,00a 54,25a 40,50b 38,50c 30,25c 64,75b T 2 PC 9,25b 19,00b 24,50c 35,00d 39,00b 53,75b 22,75d 26,25e T 3 PN 3,50c 6,00c 31,75b 47,00b 13,25c 12,25d 34,25b 58,75c T 4 C 3,00c 5,00c 30,50b 54,25a 10,00d 10,00e 43,50a 149,75a T 5 P 11,00b 22,25a 24,75c 37,00c 44,00a 60,75a 34,00b 32,50d

F ** ** ** ** ** ** ** ** DMS 2,00 2,24 3,27 1,25 2,47 2,17 3,15 3,42 CV% 10,47 6,82 4,89 1,22 3,73 2,74 4,25 2,28 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

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TABELA 19. Biomassa microbiana na camada de 0-5 cm de solo nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011. Primeira (1ª)

amostragem março de 2011

Segunda (2ª) amostragem

junho de 2011

Terceira (3ª) amostragem

outubro de 2011 ------------------------mg C. g de solo seco-1 ------------------------ T 1 SAF 0,40a 0,38a 0,39a T 2 PC 0,36bc 0,37ab 0,20c T 3 PN 0,38ab 0,38a 0,33b T 4 C 0,31d 0,23c 0,29b T 5 P 0,35c 0,35b 0,19c

F ** ** ** DMS 0,0245 0,021 0,41 CV% 2,98 2,70 6,43 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Os valores de biomassa microbiana na primeira avaliação foram maiores

nos tratamentos 1 – SAF e 3 - PN. Na segunda avaliação, os maiores resultados foram obtidos

nos tratamentos 1-SAF, 2 - PC e 3- PN, fato relacionado com a maior disponilidade de

matéria orgânica, cobertura vegetal, maior conservação de umidade no solo e temperatura

média do ambiente mais amena (Tabela 19). Na terceira avaliação, o maior valor da biomassa

microbiana foi obtido no tratamento 1 – SAF, sendo que neste sistema havia grande

quantidade de matéria orgânica, húmus, terra escura, fato que provavelmente favorece a

atividade microbiana, a vida do solo e a maior fixação biológica de nitrogênio, pela relação

dos microorganismos com as plantas leguminosas, neste caso, Acacia melanoxylon, algumas

Leucaenas sp. e outras espécies diversificadas (Tabela 19).

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6.2 Resultados das análises de tecido vegetal dos tratamentos estudados. Março,

Junho e outubro de 2011.

Os resultados das análises de nutrientes contidos no tecido vegetal dos diferentes

tratamentos estão mostrados nas Tabelas 20 a 31.

Na primeira época de amostragem de tecido vegetal (março de 2011), os

maiores valores de nitrogênio foram obtidos no tratamento 2 (Tabela 20), como conseqüência

da existência de pastagem consorciada de gramíneas (principalmente Brachiaria decumbens)

e leguminosas (principalmente Cajanus cajan).

TABELA 20. Concentração de nitrogênio no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem – março, junho e outubro de 2011 . Primeira (1ª)

amostragem março de 2011

Segunda (2ª) amostragem

junho de 2011

Terceira (3ª) amostragem

outubro de 2011 G kg-1 T 1 SAF 19,75b 18,75b 19,25a T 2 PC 24,75a 23,50a 10,25bc T 3 PN 11,50c 11,00c 12,75b T 4 C 6,75d 6,00e 7,50c T 5 P 10,00c 6,50d 8,00c

F ** ** ** DMS 1,68 1,86 2,96 CV% 5,14 6,10 11,37 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Na ocasião da segunda amostragem (junho de 2011), o comportamento deste

parâmetro foi similar ao da primeira avaliação, com o tratamento 2 apresentando o maior

valor com diferença significativa em relação aos outros tratamentos (Tabela 20).

O teor de nitrogênio da biomassa dos tratamentos 1 e 2 está dentro da faixa adequada

para pastagens, conforme RAIJ et al. (1996).

Na terceira época de amostragem, em parte como conseqüência de geada

ocorrida em finais de agosto (noite do dia 28 e madrugada de 29), as pastagens sofreram

perdas de biomassa. No momento da coleta as espécies vegetais estavam em fase de

recuperação e foi observado que o sistema agroflorestal apresentou os maiores valores,

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semelhantes aos apresentados na primeira época de amostragem. Os sistemas agroflorestais

parecem criar um ambiente mais equilibrado e protegido contra intempéries.

TABELA 21. Concentração de fósforo no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011. Primeira (1ª)

amostragem março de 2011

Segunda (2ª) amostragem

junho de 2011

Terceira (3ª) amostragem outubro de 2011

g kg-1 T 1 SAF 1,47b 1,32c 1,20a T 2 PC 1,80a 1,55b 0,92a T 3 PN 1,02c 0,92d 0,65c T 4 C 0,47d 0,45e 0,30d T 5 P 1,87a 1,70a 1,37a

F ** ** ** DMS 0,18 0,14 0,26 CV% 6,14 5,37 12,93 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Os teores de fósforo foram maiores nos tratamentos 1, 2 e 5, como

conseqüência do manejo. No caso do tratamento 1, provavelmente como conseqüência da

relação vegetação – pastagem, maior atividade biológica e maior ciclagem de nutrientes,

principalmente na temporada de chuvas (Tabela 21).

TABELA 22. Concentração de potássio no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011. Primeira (1ª)

amostragem março de 2011

Segunda (2ª) amostragem

Junho de 2011

Terceira (3ª) amostragem outubro de 2011

g kg-1 T 1 SAF 19,25a 16,00a 13,00a T 2 PC 6,75d 7,00c 7,75b T 3 PN 9,25c 8,75b 8,75b T 4 C 4,25e 3,50d 2,75c T 5 P 12,00b 10,00b 9,50b

F ** ** ** DMS 1,84 1,69 2,75 CV% 7,93 8,32 14,63 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P[>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

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Os teores de potássio no tecido foliar foram maiores no tratamento SAF nas

duas épocas de amostragem, com diferença significativa em relação aos demais tratamentos,

sendo que os fatores que poderiam estar relacionados com os teores de fósforo neste

tratamento poderiam ser considerados também em relação ao potássio (Tabela 22).

TABELA 23. Concentração de cálcio no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011. Primeira (1ª)

amostragem março de 2011

Segunda (2ª) amostragem

junho de 2011

Terceira (3ª) amostragem outubro de 2011

g kg-1 T 1 SAF 4,75a 5,00a 5,75a T 2 PC 5,25a 5,75a 5,75a T 3 PN 3,50b 3,50b 3,25b T 4 C 1,00c 1,00c 1,25c T 5 P 3,50b 3,75b 4,75ab

F ** ** ** DMS 0,89 1,18 1,59 CV% 11,05 13,80 17,04 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Os teores de cálcio (Tabela 23) nos tecidos vegetais foram maiores nos

tratamentos 1 na primeira época de amostragem, com diferença significativa em relação aos

outros tratamentos. Na segunda amostragem os maiores valores foram encontrados nos

tratamentos 1, 2 e 5, sem diferença significativa entre eles e sim em relação aos demais

tratamentos.

Os teores de cálcio no tecido vegetal também podem estar relacionados com

os valores encontrados no solo e com os resultados da porcentagem de saturação por bases

dos diferentes tratamentos.

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TABELA 24. Concentração de ferro no tecido vegetal nos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011. Primeira (1ª)

amostragem março de 2011

Segunda (2ª) amostragem

junho de 2011

Terceira (3ª) amostragem

outubro de 2011 -------------------------- mg kg-1 -------------------------------- T 1 SAF 142,50b 170b 240,00c T 2 PC 116,25c 128,75c 203,50c T 3 PN 106,00d 138,75c 523,00b T 4 C 272,50a 292,50a 713,25ª T 5 P 86,75e 111,25d 223,75c

F ** ** ** DMS 3,41 15,23 39,42 CV% 1,05 4,01 4,59 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

A concentração de ferro no tecido vegetal foi maior nos tratamentos 3 e 4 (Cerrado) em todas as datas de amostragem. Os valores obtidos estão de acordo com as características de solos de cerrado e pH baixo ou ácido (Tabela 24).

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TABELA 25. Biomassa vegetal correspondente aos tratamentos estudados. Peso fresco em toneladas por hectare. Quatro épocas de amostragem – março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e janeiro de 2012.

Valores da Biomassa Vegetal - Peso fresco em toneladas por hectare (t ha-1)

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011 janeiro 2012

T 1 SAF 15,95b 15,35b 13,82a 19,75a

T 2 PC 16,37b 14,87b 10,25c 17,75a

T 3 PN 19,67a 17,80a 12,75b 17,25a

T 4 C 8,65 7,72d 7,30d 9,95b

T 5 P 15,12b 13,30c 10,00c 11,50b

F ** ** ** **

DMS 1,30 0,515 1,046 3,22

CV% 3,81 1,66 4,29 9,38

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Os valores de biomassa vegetal foram maiores no tratamento 3 nas duas

primeiras épocas de amostragem; na terceira época de amostragem o tratamento 1 apresentou

o maior valor e na quarta amostragem (janeiro de 2012) não houve diferença nos tratamentos

1, 2 e 3, que foram os que produziram a maior quantidade de biomassa (Tabelas 25 e 26). Os

tratamentos 1 e 3 não estão sendo pastoreados e a área onde está localizado o tratamento 2 foi

cercada, permitindo a formação de biomassa. Além de promover um aumento da diversidade

nesta última área e a regeneração de espécies nativas, está sendo realizado um plantio de

diversas espécies vegetais, para enriquecer ainda mais o sistema.

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TABELA 26. Biomassa vegetal correspondente aos tratamentos estudados. Peso seco em toneladas por hectare. Quatro épocas de amostragem - março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e janeiro de 2012.

Valores da Biomassa Vegetal - Peso seco em toneladas por hectare (t ha-1)

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011 janeiro 2012

T 1 SAF 5,31bc 5,11b 4,60a 6,58a

T 2 PC 5,46b 4,95b 3,41c 5,91a

T 3 PN 6,55a 5,93a 4,24b 5,75a

T 4 C 2,88d 2,57d 2,43d 3,31b

T 5 P 5,03c 4,43c 3,33c 3,67b

F ** ** ** **

DMS 0,426 0,17 0,35 1,04

CV% 3,74 1,69 4,29 9,17

Continuação da Tabela 26.

Valores de carbono na biomassa Vegetal – em Megagramas ha-1

(toneladas por hectare [t ha-1] )

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011 janeiro 2012

T 1 SAF 2,39b 2,30b 2,07a 2,96a

T 2 PC 2,46b 2,23b 1,53c 2,66b

T 3 PN 2,95a 2,67a 1,91b 2,58b

T 4 C 1,29b 1,15d 1,09d 1,49c

T 5 P 2,26c 1,99c 1,50c 1,65c

F ** ** ** **

DMS 0,25 0,15 0,13 0,20

CV% 4,56 2,45 3,78 3,59

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Arevalo et al. (2002) propuseram uma metodologia pela qual o peso seco da

amostra é estimado em t/ha e, este valor se multiplica pelo fator de 0,45, obtendo-se a

quantidade de carbono contida nesta biomassa.

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48

Nas duas primeiras avaliações da biomassa realizadas (março e junho de 2011) o

tratamento 3 – PN apresentou a maior produção de biomassa, com diferença significativa em

relação aos outros tratamentos. Como conseqüência da geada de outubro de 2011, a biomassa

de todos os tratamentos foi danificada, mas o tratamento 1 - SAF por estar em um ambiente

protegido sofre menos o efeito deste fenômeno e apresentou o maior valor. Em janeiro, após

fase de recuperação e presença de chuvas, os tratamentos 1, 2 e 3 apresentaram os maiores

valores sem diferença significativa entre eles. O tratamento 4 - C com vegetação e capim

nativo teve os menores valores neste parâmetro em todas as ocasiões, já que é uma vegetação

escassa e rala. O tratamento 5 – P, pastagem com uso extensivo, apresentou valores

intermediários em termos de biomassa (Tabela 26).

TABELA 27. Quantidade de nitrogênio na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011. Quantidade de nutrientes na matéria seca (kg ha-1)

Nitrogênio

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011

T 1 SAF 104, 97b 95,95b 88,58a

T 2 PC 135,02a 116,43a 36,68c

T 3 PN 75,27c 65,20c 54,25b

T 4 C 19,45d 15,45e 18,25d

T 5 P 50,45d 37,64d 26,74cd

F ** ** **

DMS 9,53 8,96 12,41

CV% 5,49 6,01 12,26

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. A quantidade de nitrogênio (N) presente na matéria seca (kg ha-1) foi maior no

tratamento 2 - PC em março e junho de 2011, com diferença significativa em relação aos

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outros tratamentos. Em outubro de 2011 a quantidade de nutrientes de todos os tratamentos

diminuiu devido à queima da vegetação provocada pela geada ocorrida. Ainda assim, nesta

avaliação os maiores valores foram obtidos nos tratamentos 1 e 3, arborizados. A presença de

árvores e arbustos contribuiu para proteger as pastagens contra os efeitos da geada (Tabela

27).

TABELA 28. Quantidade de fósforo na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011.

Quantidade de nutrientes na matéria seca (kg ha-1)

Fósforo

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011

T 1 SAF 7,83b 6,77b 5,52a

T 2 PC 9,81a 7,67a 3,16c

T 3 PN 6,71c 5,48c 2,76c

T 4 C 1,36d 1,15d 0,72d

T 5 P 9,45a 7,53a 4,55b

F ** ** **

DMS 1,02 0,69 0,95

CV% 6,45 5,39 12,60

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS).

Em março e junho de 2011 os tratamentos 2 - PC e 5 - P apresentaram os

maiores valores de fósforo (P) na matéria seca (kg ha-1) como conseqüência de serem sistemas

agrícolas já trabalhados e que sofreram anteriormente algum tipo de correção e adubação do

solo. Como consequência da geada de outubro, os agrossistemas mais abertos e pastagens

solteiras foram mais afetados e sua produção de biomassa e teor de nutrientes diminuíram,

como mostrado na Tabela 28. Novamente o tratamento 1 – SAF apresentou os maiores

valores de quantidade de fósforo na matéria seca.

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TABELA 29. Quantidade de potássio na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011.

Quantidade de nutrientes na matéria seca (kg ha-1)

Potássio

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011

T 1 SAF 102,35a 81,87a 59,80a

T 2 PC 36,84c 34,65c 26,49b

T 3 PN 60,72b 51,93b 37,24b

T 4 C 12,24d 9,02d 7,29c

T 5 P 60,53b 44,28b 31,82b

F ** ** **

DMS 12,81 8,68 11,51

CV% 10,42 8,69 15,69

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

A quantidade de potássio (K) na matéria seca (kg ha-1) apresentou os maiores valores

no tratamento 1, com diferença significativa em relação aos outros tratamentos em todas as

datas de amostragem. Pode ser devido à maior disponibilidade de matéria orgânica disponível

e ciclagem de nutrientes promovida pelo sistema agroflorestal (Tabela 29).

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TABELA 30. Quantidade de cálcio na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011.

Quantidade de nutrientes na matéria seca (kg ha-1)

Cálcio

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011

T 1 SAF 25,26ab 25,59ab 26,50a

T 2 PC 28,64a 28,47a 19,74ab

T 3 PN 22,83bc 20,75bc 13,82b

T 4 C 2,88d 2,57d 3,04c

T 5 P 17,67c 16,64c 15,91b

F ** ** **

DMS 5,26 6,36 6,78

CV% 12,01 15,00 19,03

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

A quantidade de cálcio (Ca) na matéria seca (kg ha-1) foi maior nos tratamentos 1 e 2

nas duas primeiras avaliações (março e junho de 2011). Em outubro este parâmetro sofreu

uma queda nos diferentes tratamentos, mas o tratamento 1 manteve valores estáveis,

provavelmente devido à proteção do sistema agroflorestal. O tratamento 4 (cerrado)

apresentou os menores valores na quantidade de cálcio na biomassa, correspondendo às

características deste ecossistema (Tabela 30).

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TABELA 31. Quantidade de ferro na matéria seca, correspondente aos tratamentos estudados. Três épocas de amostragem - março, junho e outubro de 2011.

Quantidade de nutrientes na matéria seca (kg ha-1)

Ferro

março/abril 2011 junho 2011 outubro 2011

T 1 SAF 0,757a 0,869a 1,105c T 2 PC 0,634a 0,637a 0,695d T 3 PN 0,695a 0,824a 1,221b T 4 C 0,785a 0,768a 1,733ª T 5 P 0,437b 0,493b 0,744d

F ** ** **

DMS 0,26 0,30 0,17

CV% 3,12 5,75 5,79

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

A presença de ferro foi observada na matéria seca da biomassa dos tratamentos 1, 2, 3

e 4, sem diferença estatística. Somente o tratamento 5 apresentou menores valores deste

nutriente, provavelmente pelo maior tempo de estar sendo dedicado à atividade agropecuária e

ter sofrido correções e adubações do solo ao logo de vários anos (Tabela 31).

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6.3 Teor de clorofila em épocas diferentes. Anos de 2011 e 2012.

Os valores do teor de clorofila nos diferentes tratamentos tenderam a ser

maiores nos meses de verão e na época chuvosa, o que coincide com a recuperação das

pastagens e maior produção de biomassa vegetal. O fato de ter acontecido geada no final de

agosto de 2011, também prejudicou as áreas de estudo, já que a pastagem, capim e outras

espécies de plantas sofreram danos e até queimaram/secaram devido à intensidade da geada.

A partir de 28 – 29 de agosto iniciou-se um processo de recuperação das áreas. Fato

favorecido pelo início das chuvas, no final de ano. Os tratamentos com cobertura arbórea ou

arbustiva, consórcio com outras plantas, foram os que sofreram menos danos com a geada

(Tabela 32).

TABELA 32. Medições do teor de clorofila correspondente aos tratamentos estudados. Cinco épocas de amostragem.

Teor de clorofila (mg 100 cm-2)

março 2011 maio 2011 outubro 2011 novembro 2011 janeiro 2012

T 1 SAF 4,32aA I 3,69aB 3,32aC 3,99aAb I 3,73aB

T 2 PC 4,22aA I 2,09bC 3,23abB 2,33cC 3,47bB

T 3 PN 3,68bA 3,41abAB 3,19bB 3,41bB 3,58abA

T 4 C 3,77bA 3,38abB 2,09dC 3,48bAB 3,53abA

T 5 P 2,28cB 2,33cB 2,95cA 2,48cB 2,92cA

F ** ** ** ** **

DMS 0,39 0,38 0,12 0,29 0,21

CV% 4,77 5,32 1,84 4,13 2,75

DMS na

linha

0,36

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS).

O tratamento 1 – SAF apresentou os maiores valores de clorofila no tecido vegetal; em

algumas épocas de medição não houve diferença significativa com os tratamentos 2 ou com

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os tratamentos 3 - PN e 4 - C, devido provavelmente às razões mencionadas anteriormente, já

que estes quatro tratamentos possuem cobertura arbórea e/ou arbustiva; o tratamento 2 - PC

era um consórcio de brachiária com guandu (esta última planta foi severamente afetada pela

geada).

O tratamento 5 - P, que é uma área de pastagem, com muito pouca

biomassa, sofreu bastante com a geada, queimando o pasto, que foi substituído por um plantio

de aveia preta, rapidamente consumido pelo gado e atualmente (janeiro de 2012) o pasto está

em fase de recuperação. Devido a esse fato, a pastagem apresenta coloração amarela e pouco

crescimento, o que influencia ou reflete também no baixo valor registrado na medição de

clorofila.

O tratamento 2, apesar de ter sofrido com a geada e desaparecimento do

guandú, ficou protegido, cercado e a cobertura vegetal está se recuperando satisfatoriamente.

A cor da pastagem é de um verde claro, que ainda não se compara à coloração verde escura da

pastagem ou capim dos tratamentos 1, 3 e 4, que apresentaram os maiores teores de clorofila

em janeiro de 2012.

Em relação aos teores de nutrientes encontrados neste trabalho, Penereiro

(1999), comparando uma agrofloresta e uma capoeira no sul da Bahia, obteve valores de pH

do solo semelhantes aos dos tratamentos 1 – SAF, 2 – PC e 5 – P. Os teores de matéria

orgânica e fósforo na agrofloresta foram maiores aos obtidos neste trabalho. O valor do

potássio foi menor somente ao do tratamento 5 – P. O cálcio, na agrofloresta, foi maior nas

camadas 0 – 5 e 5 – 20 cm que o cálcio dos tratamentos em estudo.

A somatória de bases e capacidade de troca catiônica foram maiores que os

valores de todos os tratamentos no estudo. A porcentagem de saturação por bases foi

semelhante na agrofloresta, no tratamento 1 – SAF e 5 – P, na segunda avaliação e para todas

as profundidades.

Em relação ao conteúdo de carbono no solo, o valor do tratamento 1 – SAF

foi semelhante aos resultados obtidos por Fernandes e Fernandes (2009) em solo com

vegetação nativa do Cerrado, em pastagem de longa duração não degradada e pastagem de

longa duração degradada. O valor do estoque de carbono obtido neste trabalho foi menor que

os valores obtidos pelos citados autores.

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6.4 Resultados da avaliação de pastagens do ano de 2004.

Para fins de comparação entre épocas diferentes, os resultados das avaliações realizadas na área experimental em 2004 são

apresentados nas Tabelas 33 a 35.

TABELA 33. Análise de solo da área experimental em junho de 2004.

pH M.O. P resina Al H+Al K Ca Mg SB CTC V % B Cu Fe Mn Zn

Trat. CaCl 2 g dm-3 mg dm-

3 ----------------------------- mmolc/dm3 ---------------------- -------------- mg dm-3 -------------

T 1 SAF

4,07bc 11,75a 2,00a 1,25b 31,50b 0,37ab 11,00a 2,25a 14,75a 44,25ab 31,75a 0,13bc 0,77b 49,00b 3,60b 0,37b

T 2 PC 4,43a 10,00b 2,50a 0,87b 18,00d 0,32b 3,75c 1,25b 4,75c 22,75d 24,75b 0,11c 0,90a 27,75e 3,80a 0,32b

T 3 PN 4,12b 11,75ª 2,50a 6,50a 25,25c 0,30b 3,50c 1,50ab 4,25c 31,00c 16,75c 0,14b 0,62c 31,50d 3,42c 0,52a

T 4 C 3,92c 11,75ª 2,00a 6,75a 35,25a 0,30b 3,25c 1,00b 4,25c 41,00b 9,75d 0,21ª 0,62c 46,00c 2,50d 0,25b

T 5 P 4,05bc 11,75a 2,00a 1,00b 35,00a 0,45a 9,50b 2,25a 12,25b 47,25ª 25,00b 0,21ª 0,85ab 72,50a 1,50e 0,27b

F ** ** NS ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,15 1,27 0,82 0,78 2,34 0,90 1,22 0,89 1,36 5,43 1,51 0,026 0,107 1,57 0,16 0,12

CV % 1,66 4,94 16,60 10,61 3,58 11,37 8,71 24,12 7,52 6,47 3,11 7,13 6,28 1,53 2,34 16,08

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

O maior valor de pH foi obtido no tratamento 2 - PC, com diferença significativa em relação aos outros tratamentos; o menor

valor correspondeu ao tratamento 4 - C, que está localizado no ecossistema cerrado. Os teores de fósforo e potássio são baixos em todos os

tratamentos e estão de acordo com as características do solo da região, classificado como Latossolo vermelho amarelo distrófico.

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Os tratamentos 3 - PN e 4 –C apresentaram teores elevados de alumínio, elemento encontrado em solos de cerrado. Os teores

de cálcio e a somatória e bases foram menores nos tratamentos 3 - PN e 4 - C, assim como a porcentagem de saturação por bases, valores

encontrados nos solos de cerrado.

TABELA 34. Resultados da análise de tecido foliar da área experimental em junho de 2004.

Concentração de nutrientes

-------------------- g kg–1------------------------ ------------------- mg kg–1 ----------------------

Trat. Matéria seca

t ha-1

N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

T 1 4,12ª 18,00a 2,20a 14,25a 6,25b 6,17a 1,85b 12,25a 9,00a 136,25c 108,00c 37,25b

T 2 2,60c 15,00b 0,82c 4,00c 7,50a 4,17c 1,00d 15,25a 5,00b 223,00a 62,25e 26,75d

T 3 3,02b 8,50cd 0,82c 7,25b 4,75c 5,35b 0,92d 10,75c 2,25c 125,00d 220,00a 69,50a

T 4 2,25d 9,50c 0,65d 6,50b 3,00d 2,37d 2,25a 8,00d 5,00b 157,00b 190,25b 30,25c

T 5 1,86e 7,75d 1,50b 13,00a 3,25d 4,27c 1,30c 8,25d 5,00b 77,00e 105,25d 20,75e

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,26 1,05 0,12 2,22 1,07 0,16 0,13 1,30 1,33 1,20 2,11 2,42

CV % 4,12 3,96 4,63 10,97 9,58 1,61 4,04 5,30 11,27 0,37 0,68 2,91

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

A maior produção de matéria seca (t ha-1) foi obtido no tratamento 1 -SAF, com diferença significativa em relação aos outros

tratamentos, provavelmente devido à ação protetora das árvores contra as inclemências do tempo no inverno e contra a estiagem que ocorre em

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essa época do ano. A concentração de nitrogênio (g kg–1) foi maior no tratamento 1 e estava dentro da faixa adequada deste nutriente para

Brachiaria decumbens, conforme Raij et al. (1996). A concentração de fósforo foi baixa com o maior valor encontrado no tratamento 1 - SAF. O

cálcio também foi baixo e está de acordo com o valor de pH dos diferentes tratamentos.

TABELA 35. Quantidade de nutrientes na matéria seca da biomassa da área experimental em junho de 2004.

Quantidade de nutrientes ( kg ha-1)

Trat. Teor de clorofila

mg 100cm-2

N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

T 1 4,35a 74,16a 9,06a 58,71a 25,75a 25,43a 7,62ª 0,005a 0,037a 0,56b 0,44b 0,15b

T 2 3,85 39,00b 2,14c 10,40c 19,50b 10,85c 2,65cd 0,039b 0,013 0,58a 0,16e 0,07c

T 3 4,07b 25,71c 2,49bc 21,93b 114,36c 16,18b 2,79c 0,032c 0,005 0,38c 0,66a 0,21a

T 4 3,35e 21,50d 1,46d 14,62c 6,75d 5,34e 5,06b 0,018d 0,011bc 0,35d 0,42c 0,02d

T 5 3,56d 14,41e 2,79b 24,20b 6,05d 7,95d 2,42d 0,015d 0,009c 0,14e 0,19d 0,04d

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,19 2,76 0,41 6,73 3,24 0,48 0,35 0,038 0,003 0,01 0,01 0,03

CV % 2,18 3,50 5,13 11,49 9,91 1,64 3,78 5,47 9,75 1,07 1,28 13,22

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

O teor de clorofila foi maior no tratamento 1 - SAF e este valor está de acordo com o valor da concentração de nitrogênio para

este tratamento. Também as quantidades de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre e boro foram maiores no tratamento 1-SAF.

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58

0123456

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Val

ores

de

pH

mar/11 out/11 jun/04

FIGURA 5. Valores de pH do solo na camada de 0 – 20 cm em épocas diferentes, março de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

Nos tratamentos 1 – SAF, 2 – PC e 5 – P, o valor do pH apresentou um

aumento ao longo do tempo. No sistema agroflorestal este resultado foi devido ao processo

natural de desenvolvimento do sistema. Nos tratamentos 2 – PC e 5 – P, o maior valor pode

ser devido ao manejo das pastagens e da criação nessas áreas, com finalidade de aumentar ou

manter os piquetes (Figura 5).

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59

02468

101214

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Teo

r de

cál

cio

( m

mol

c dm

-3)

mar/11 out/11 jun/04

0

5

10

15

20

25

30

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Teo

r de

mat

éria

org

ânic

a

(g\ d

m-3

)

mar/11 out/11 jun/04

FIGURA 6. Teores de matéria orgânica do solo na camada de 0 – 20 cm em épocas diferentes, março de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

Os anos de 2010 e 2011 foram chuvosos e propiciaram o maior

desenvolvimento da biomassa vegetal e a manutenção das pastagens, inclusive nos meses

tradicionalmente de seca. Em 2011 houve uma quebra da produção de biomassa vegetal

devido à geada, que provocou a queima e queda das folhas. Contudo, também parece ter

havido um acumulo de matéria orgânica no solo. Todos os tratamentos registraram um

aumento da matéria orgânica na segunda época de avaliação, com tempo ameno e úmido

(Figura 6).

FIGURA 7. Teores de cálcio no solo na camada de 0 – 20 cm, em épocas diferentes, março de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

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60

01020

304050

6070

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Por

cent

agem

de

satu

raçã

o po

r ba

ses

(V%

)

mar/11 out/11 jun/04

Os teores de cálcio aumentaram nos tratamentos 1 – SAF, 2 – PC e 5 –P,

novamente como conseqüência dos processo naturais de formação de solos e deposição de

matéria orgânica no caso do tratamento 1 e também devido ao manejo, como ocorre nos

tratamentos 2 e 5 (Figura 7).

FIGURA 8. Porcentagem de saturação por bases – V% no solo na camada de 0 – 20 cm em épocas diferentes, março de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

Os maiores valores de saturação por bases foram observados nos

tratamentos 5 – P e 2 - PC, e também estão relacionados com o pH, teor de cálcio, magnésio,

potássio, hidrogênio mais alumínio - H+Al, dos diferentes tratamentos. Na segunda época de

avaliação, o valor da V% está adequado para manejo de pastagens – brachiária (Figura 8).

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61

020406080

100120140160

1 2 3 4 5

Tratamentos

Teo

r de

Fer

ro n

o so

lo

(m

g dm

-3)

mar/11 out/11 jun/04

FIGURA 9. Teor de ferro no solo dos diferentes tratamentos. Três épocas de amostragem, março de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

Os maiores teores de ferro foram observados no tratamento 4 – C, fato que está de

acordo com as características do solo de áreas de cerrado. O tratamento 5 apresentou elevado

teor de ferro em 2004; nas avaliações de 2011 este valor tinha diminuído para valores

semelhantes aos dos demais tratamentos (Figura 9).

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62

6.5 Estoque de carbono na camada de 0 – 20 cm de solo. Comparação

entre diferentes épocas, ano de 2004 e 2011.

Considerando-se o estoque de carbono na camada de 0 – 20 cm em épocas

diferentes, junho de 2004, março de 2011 e outubro de 2011 observa-se que os maiores

estoques de carbono foram encontrados nos tratamentos 1 – SAF, 2 – C, 3 – PN e 5 – P em

junho de 2004; no tratamento 1-SAF em março de 2011 e nos tratamentos 1 -SAF e 4 – C em

outubro de 2011 (Tabela 36 ).

A comparação entre épocas de amostragem para cada tratamento mostrou

um aumento do estoque de carbono no solo ao longo dos anos de estudo, como conseqüência

dos processos dinâmicos que acontecem no ambiente como um todo (letra em maiúsculo na

linha). A comparação entre tratamentos e épocas de amostragem mostrou que os maiores

valores foram obtidos nos tratamentos 1- SAF e 4 - C em outubro de 2011.

TABELA 36. Estoque de carbono na camada de solo de 0 -20 cm em diferentes épocas.

Junho de 2004 Março de 2011 Outubro de 2011

------------------ Mega gramas ha-1 (T ha-1 ) ------------------------

T 1 SAF 20,38aC 26,33aB 33,28aA I

T 2 PC 17,47cB 24,22bA 24,79bA II

T 3 PN 20,29abB 23,95bA 24,23bA

T 4 C 20,21bB 18,63dC 33,17aA I

T 5 P 20,39aC 22,88cB 25,17bA II

F ** ** **

DMS 0,123 0,768 3,08

CV % 0,28 1,47 4,87

DMS na linha 0,726

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e épocas de amostragem (DMS 0,92).

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63

O maior valor de estoque de carbono do tratamento 1 – SAF pode estar

relacionado com a maior produção e conservação de biomassa e de matéria orgânica no

sistema agroflorestal, além de manter um ambiente mais ameno e adequado para a

manutenção da vida de organismos presentes no solo. Na análise conjunta (épocas de

amostragem e tratamentos), os tratamentos 1-SAF e 4 – C, ambos de outubro de 2011,

apresentaram os maiores valores com diferença significativa em relação aos demais

tratamentos (Tabela 36).

6.6 Comparação entre nutrientes e clorofila na biomassa vegetal em

diferentes épocas, 2004, 2011 e 2012.

Em relação à concentração de nutrientes nas diferentes épocas de

amostragem, observa-se que o teor de nitrogênio foi maior no tratamento 2 – PC em março e

junho de 2011, seguido pelo tratamento 1- SAF. Este último tratamento teve seus valores mais

estabilizados ao longo do tempo e o teor deste nutriente foi aumentando gradativamente.

O tratamento 4 – C apresentou os menores valores em todas as amostragens (Figura 10).

05

10152025

30

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Con

cent

raçã

o de

nitr

ogên

io (

g kg

-1)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

FIGURA 10. Concentração de nitrogênio (g kg-1) na matéria seca em épocas diferentes; março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

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64

0

0,5

1

1,5

2

2,5

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Con

cent

raçã

o de

fósf

oro

(g

kg-1

)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

0

5

10

15

20

25

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Con

cent

raçã

o de

potá

ssio

(g

kg-1

)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

FIGURA 11. Concentração de fósforo (g kg-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

FIGURA 12. Concentração de potássio (g kg-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

A concentração de cálcio foi menor nos tratamentos 4 –C e 3 – PN e estes valores

estão de acordo com o ambiente natural onde estão localizados, cerrado e pastagem em área

de cerrado. Estes valores foram maiores no tratamento 1 – SAF como conseqüência de um

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65

0

2

4

6

8

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Con

cent

raçã

o de

cál

cio

(g k

g-1)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

0

200

400

600

800

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Con

cent

raçã

o de

ferr

o

(g

kg-1

)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

processo natural e manejo silvopastoril em anos anteriores, que criou certo equilíbrio na

ciclagem de nutrientes. Os tratamentos 2 – PC e 5 – P poderiam ter tido aporte de nutrientes

em ocasião de intervenção para melhoramento das áreas para fins de pastagem (Figura 13).

FIGURA 13. Concentração de cálcio (g kg-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

Observou-se que a concentração de ferro foi maior no tratamento 4 – C,

valor que está de acordo com as características dos solos de cerrado (Figura 14).

FIGURA 14. Concentração de ferro (g kg-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

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66

0

1

2

3

4

5

6

7

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Mat

éria

sec

a em

tone

lada

s

por

hect

are

(t h

a-1)

mar/11 jun/11 out/11 jan/12 jun/04

FIGURA 15. Peso da matéria seca (t ha-1) obtida em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

Os maiores valores de matéria seca foram obtidos nos tratamentos 1- SAF,

3 – PN e 2 – PC, devido provavelmente ao manejo de áreas protegidas e maior produção de

biomassa (tratamentos 1 – SAF e 3 – PN) e manejo racional das pastagens (tratamento 2 –

PC), como mostra a Figura 15.

Em relação às quantidades de nutrientes encontradas no tecido vegetal, os

maiores valores de nitrogênio foram encontrados no tratamento 2 – PC em março e junho de

2011, como conseqüência do consórcio de plantas utilizadas na pastagem – gramíneas e

leguminosas, dentre outras espécies vegetais nativas. Os tratamento 1 – SAF, 3 – PN e 5 – P

também apresentaram a mesma tendência, conforme as épocas de amostragem. O tratamento

4 – C apresentou as menores quantidades de nitrogênio na matéria seca (Figura 16).

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67

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Qua

ntid

ade

de n

itrog

ênio

no

teci

do fo

liar

(kg

ha-1

)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

FIGURA 16. Quantidade de nitrogênio (kg ha-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004. O maior valor na quantidade de nitrogênio aconteceu no tratamento 2 – PC em março

e junho de 2011, como conseqüência da interação de brachiária e guandu nas pastagens. Este

valor diminuiu drasticamente em outubro como conseqüência da queima do pasto devido à

geada de final de agosto (28 e 29 de agosto de 2011). O tratamento 1 – SAF apresentou

valores mais estáveis e equilibrados ao longo do tempo de estudo.

02468

1012

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Qua

ntid

ade

de f

ósfo

ro

na m

atér

ia s

eca

(kg

ha-1

)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

FIGURA 17. Quantidade de fósforo (kg ha-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

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68

020406080

100120

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Qua

ntid

ade

de p

otás

sio

na

mat

éria

sec

a

(kg

ha-1

)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

FIGURA 18. Quantidade de potássio (kg ha-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

0

10

20

30

40

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Qua

ntid

ade

de c

álci

o na

mat

éria

sec

a (

kg h

a-1 )

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

FIGURA 19. Quantidade de cálcio (kg ha-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

Os tratamentos 1 – SAF e 2 – PC tiveram as maiores quantidades de cálcio

na matéria seca (kg ha-1), assim como os maiores teores de cálcio no tecido foliar (g kg-1) e

no solo (mmolc dm-3), junto com o tratamento 5 – P. Este resultado pode ser devido ao

próprio manejo, adição de biomassa e matéria orgânica pela própria cobertura vegetal e sua

diversidade no caso dos tratamento 1 – SAF e 2 - PC. Neste último tratamento pode ter havido

um efeito conjunto da diversidade, cobertura do solo e práticas de manejo do solo (Figura 19).

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69

00,5

11,5

22,5

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Qua

ntid

ade

de f

erro

na

mat

éria

sec

a

(kg

ha-1

)

mar/11 jun/11 out/11 jun/04

FIGURA 20. Quantidade de ferro (kg ha-1) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

A quantidade de ferro acumulada na matéria seca tendeu a ser maior em

outubro de 2011, com ênfase nos tratamentos 3 – PN e 4 – C, após a geada de 28-29 de

agosto. A rebrota da biomassa vegetal das áreas com vegetação de cerrado, parece ter maior

teor de ferro, e este fato aliado a uma rebrota vigorosa, coincidindo com as chuvas, pode ter

influenciado esse aumento na quantidade de ferro na biomassa seca desses dois tratamentos.

Já o tratamento 5 - P, com solo de pH mais elevado e menor cobertura do solo – menos

biomassa, apresentou os menores valores neste parâmetro (Figura 20).

Os teores de clorofila foram maiores nos tratamentos 1- SAF, 2- PC e 3 –

PN em todas as épocas estudadas, apresentando um comportamento mais equilibrado ao

longo do tempo. O tratamento 1 – SAF teve um valor similar de teor de clorofila em 2004 e

2011, como conseqüência da biodiversidade do sistema e da presença de árvores leguminosas,

fixadoras de nitrogênio. Os outros dois tratamentos, 2 – PC e 3 – PN, também tiveram

condições adequadas para o desenvolvimento e manutenção da cobertura vegetal, biomassa,

formação e aproveitamento de matéria orgânica no solo. Os sistemas 4 – C e 5 P tiveram os

menores teores de clorofila, sendo que o primeiro deles, Cerrado, correspondeu a sua

fisionomia vegetal e características de solo. Já o tratamento 5 – P manifesta as conseqüências

do manejo a que é submetido, sobre-pastoreio constante (Figura 21).

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70

0

1

2

3

4

5

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Teo

r de

clo

rofil

a

(m

g 10

0 cm

-2)

mar/11 jun/11 out/11 jan/12 jun/04

FIGURA 21. Teor de clorofila (mg 100cm-2) na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011, janeiro de 2012 e junho de 2004.

A relação entre o teor de clorofila e a concentração de nitrogênio na

biomassa permanece estreita em sistemas dinâmicos, mais diversificados, com maior presença

de espécies de leguminosas, com maior formação de biomassa e deposição/adição de matéria

orgânica caso dos tratamentos 1 – SAF e 2 – PC.

Estes benefícios também foram observados nos tratamentos 3 – PN e 4 – C.

A queda no teor de clorofila no tratamento 4 - C em outubro foi devido à geada de final de

agosto, e por o Cerrado ter uma vegetação relativamente aberta e de difícil recuperação.

O tratamento 5 – P foi o que apresentou menores valores nestes parâmetros

e nesta relação, devido novamente ao uso intensivo da terra e da pastagem, sendo que não há

tempo suficiente para a pastagem se recuperar antes de ser pastoreada novamente, como

conseqüência do manejo da área (Figura 22)

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71

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

1 - SAF 2 - PC 3 - PN 4 - C 5 - P

Tratamentos

Teo

r de

clo

rofil

a

(m

g 10

0cm

-2)

0

5

10

15

20

25

30

Con

cent

raçã

o de

nitr

ogên

io (

g kg

-1)

Cl mar/2011 Cl jun/2011 Cl out/2011 Cl jun/2004

N mar/11 N jun/2011 N out/2011 N jun/2004

FIGURA 22. Relação entre o teor de clorofila (mg 100cm-2) e concentração de nitrogênio na matéria seca em épocas diferentes, março de 2011, junho de 2011, outubro de 2011 e junho de 2004.

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72

As áreas estão localizadas próximas umas das outras, os solos das áreas 3 -

PN e 4 - C possuem textura média, enquanto que os solos das áreas 1- SAF, 2 - PC e 5 - P

possuem textura arenosa, fato que poderia ser devido ao manejo realizado nestas últimas

áreas. Algumas características e resultados obtidos poderiam estar relacionados também com

as propriedades físicas do solo.

Podemos dizer com isso que no solo acontecem processos dinâmicos com

presença de seres vivos e ocorrem mudanças freqüentes, acompanhando as diferentes épocas

do ano, o manejo, a disponibilidade de nutrientes.

6.7 Resultados de análises de tecido foliar dos diferentes tratamentos. Março de 2012.

Dando continuidade ao trabalho de pesquisa e às observações iniciais de

teor de nutrientes nos tecidos vegetais, análises físicas, químicas e biológicas de solo, teores

de carbono e estoque de carbono no solo, com a finalidade de acompanhar o comportamento

dos diferentes agroecossistemas estudados ao longo do tempo, em março de 2012 foram

realizadas novas amostragens e avaliações dos valores obtidos e os resultados estão

apresentados nas Tabelas 37 a 38.

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73

TABELA 37. Resultados da análise de tecido foliar da área experimental em março de 2012.

Concentração de nutrientes

----------------------------- g kg–1----------------------------- -------------- mg kg–1 --------------

Trat. Matéria seca t ha-1

Carbono t ha-1

N P K Ca Mg S B Cu Fe Zn

T 1 SAF 5,67a 2,55a 17,25 a 1,10 b 10,75b 5,75a 6,95a 1,77b 9,25 3,75 113,50b 29,75a

T 2 PC 5,49b 2,47b 11,00 b 1,67 a 8,00 bc 4,25b 5,67b 1,67b 10,25 4,25 117,50b 28,25a

T 3 PN 5,48b 2,46b 10,75 b 0,85 b 6,75c 3,75bc 4,12c 2,47a 9,75 4,25 105,00b 17,75b

T 4 C 3,01c 1,35c 6,50 c 0,47 c 2,75d 1,25d 0,62e 1,62b 8,00 4,25 1503,50a 11,50c

T 5 P 2,91c 1,31c 8,75 bc 1,92a 15,25a 3,00c 3,02d 1,70b 10,25 4,50 115,75b 18,25b

F ** ** ** ** ** ** ** ** NS NS ** **

DMS 0,118 0,06 2,49 0,26 3,90 0,87 0,70 0,16 2,99 1,30 204,32 4,61

CV % 1,16 3,54 10,20 9,67 19,91 10,76 7,63 3,82 13,99 13,75 23,17 9,69

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS).

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74

Em relação às análises foliares e concentração de nutrientes nos tecidos

vegetais, o maior valor de nitrogênio foi encontrado no tratamento 1 - SAF, com diferença

estatística em relação aos outros tratamentos. Este tratamento está localizado em um sistema

agroflorestal em aléias, fato que coincide com a presencia de espécies leguminosas arbóreas,

principalmente Acácia melanoxylon, assim como diversas espécies nativas.

Os maiores teores de fósforo (P) no solo foram observados nos tratamentos

5 - P e 2 - PC, pastagens convencional e em início de manejo sob sistema rotacionado

controlado, como conseqüência do esterco e urina deixados pelos animais nas áreas desses

tratamentos, assim como por adubações corretivas, realizadas anteriormente em estas

pastagens, por questões de manejo.

O potássio (K) apresentou maior valor no tratamento 5 - P, com diferença

estatística, também como conseqüência da atividade agropecuária e adição de corretivos.

Os teores de cálcio (Ca) e magnésio (Mg) foram maiores no tratamento 1 -

SAF, com diferença estatística em relação aos outros tratamentos. Por sua vez o teor de ferro

(Fe) foi maior no tratamento 4 - C, com diferença significativa, valor de acordo com as

características do ecossistema Cerrado.

Considerando a quantidade de nutrientes no tecido vegetal, os maiores

valores de nitrogênio, fósforo, potássio e magnésio foram encontrados nos tratamentos 1-SAF

e 2 - PC, agroflorestal e pastagem em início de manejo rotacionado controlado. Novamente a

maior quantidade de ferro foi obtida no tratamento 4 - C, correspondendo ao ecossistema

Cerrado (Tabelas 37 a 38).

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Os teores de clorofila medidos no material vegetal tenderam a apresentar relação com a quantidade de nitrogênio presente em cada tratamento, conforme a Tabela 38. TABELA 38. Quantidade de nutrientes na matéria seca da biomassa da área experimental em março de 2012.

Quantidade de nutrientes (kg ha-1)

Trat. Teor de clorofila

mg 100cm-2

N P K Ca Mg S B Cu Fe Zn

T 1 SAF 3,66a 98,05a 6,24b 60,97a 32,65a 39,44a 10,07b 0,053a 0,021a 0,644b 0,165a

T 2 PC 3,36c 60,45b 9,20a 45,27ab 23,36b 31,19b 9,00b 0,058a 0,023a 0,645b 0,152a

T 3 PN 3,46b 58,83b 4,66c 37,00b 20,56b 22,61c 13,56a 0,053a 0,023a 0,575b 0,094b

T 4 C 3,38bc 29,58c 1,43d 8,27c 3,76d 1,88e 4,12c 0,026b 0,013b 4,522a 0,034c

T 5 P 2,96d 25,51c 5,50bc 44,42ab 8,73c 8,81d 4,95c 0,027b 0,013b 0,338b 0,051c

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,09 11,25 0,97 17,24 4,80 3,90 1,60 0,01 0,0018 0,57 0,024

CV % 1,22 9,50 8,02 19,52 11,95 8,33 8,52 10,55 13,60 18,82 10,88

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento. Números romanos indicam comparação entre tratamentos e sistemas (DMS).

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6.8 Teores de nutrientes no solo. Março de 2012.

Dando continuidade ao trabalho de pesquisa e as observações iniciais,

análises físicas, químicas e biológicas de solo, teores de carbono e estoque de carbono no

solo, com a finalidade de acompanhar o comportamento dos diferentes agroecossistemas

estudados ao longo do tempo, em março de 2012 foram realizadas novas amostragens e

avaliações dos valores obtidos e os resultados estão apresentados nas Tabelas 39 a 44.

Em relação aos teores de nutrientes no solo em março de 2012, na

profundidade de 0 – 5 cm, o tratamento 5 - P apresentou os maiores valores de pH e teor de

cálcio (Ca), com diferença significativa em relação aos outros tratamentos, como

conseqüência de aplicação de corretivos e calcário em épocas anteriores ao experimento.

Mas, o tratamento 1 teve os maiores valores de matéria orgânica (MO), devido à produção e

acúmulo de biomassa no sistema agroflorestal, junto com a manutenção de condições mais

amenas e propícias para formação e conservação de material vegetal e sua transformação em

matéria orgânica no solo (Tabela 39).

O teor de alumínio foi maior nos tratamentos 4 - C e 3 - PN, com diferença

significativa em relação aos outros tratamentos, estando relacionado com pH baixo e o

ecossistema Cerrado.

A somatória de bases (SB), capacidade de toca catiônica (CTC) e

porcentagem de saturação por bases (V%) foram maiores no tratamento 5 - P, devido a

manejo da área e adubação realizada pelo gado, ainda que essas pastagens não sejam bem

manejadas.

A densidade do solo foi maior nos tratamentos 5 - P e 2 - PC,

provavelmente devido ao pisoteio e trânsito de animais e pessoas na área, mas sem diferença

estatística em relação aos tratamentos 1 - SAF e 4 - C. O menor valor de densidade foi

encontrado no tratamento 3 (PN) (Tabela 40).

A formação de estoques de carbono foi maior no tratamento 1 - SAF, o que

pode estar relacionado com a biodiversidade do ambiente, com o benefício das espécies

arbóreas leguminosas e a maior quantidade de material vegetal gerada.

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TABELA 39. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -5 cm. Março de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Trat. pH MO P H+Al Al

K Ca Mg SB CTC V% S

g dm-3 mg dm-3 ---------------------------------------------- mmolc dm-3 -------------------------------------- mg dm-3

T 1 SAF 4,65b 36,75a 6,00b 27,25b 0,75c 0,72b 21,00b 10,50b 32,22b 59,47b 54,16b 2,50b

T 2 PC 4,90b 19,25c 3,50c 14,75c 0,50c 0,67b 5,00c 8,75b 14,42c 29,17d 48,69c 3,00ab

T 3 PN 3,85c 24,50b 3,00c 47,50a 7,25b 0,55b 4,00c 3,25c 7,80d 55,30bc 14,03d 4,25a

T 4 C 3,67c 25,75b 3,25c 46,50a 8,50a 0,72b 3,25c 1,50c 5,20d 51,62c 10,02d 3,50ab

T 5 P 5,27a 27,25b 18,25a 14,75c 0,17c 0,95a 36,00a 14,75a 52,95a 67,70a 78,08a 3,50ab

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** *

DMS 0,267 3,357 2,37 3,03 1,15 0,19 2,71 2,068 4,17 5,95 4,31 1,48

CV % 2,65 5,58 15,48 4,46 14,95 12,14 8,69 11,84 8,22 5,01 4,67 19,65

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TABELA 40. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 -5 cm. Março de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

(g kg-1) Estoque de carbono Mega gramas ha-1

T 1 SAF 1,217a 21,36a 12,94a

T 2 PC 1,225a 11,18c 6,85d

T 3 PN 1,187b 14,24b 8,45c

T 4 C 1,215a 14,84b 9,01bc

T 5 P 1,227a 15,83b 9,71b

F ** ** ** DMS 0,0132 1,98 1,23 CV% 0,46 5,68 5,84 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Na profundidade de 5 – 10 cm, o maior valor de pH foi encontrado no

tratamento 5 - P, com diferença estatística em relação aos outros tratamentos estudados,

mantendo a tendência da camada de 0 -5 cm de profundidade (Tabela 41).

Os teores de matéria orgânica foram maiores nos tratamentos 3, 4, 1 e 5,

sem diferença estatística entre eles, mas com maiores valores no tratamento 3 - PN. O fósforo

(P) e potássio (K) tiveram seus maiores valores no tratamento 5, mantendo a tendência

apresentada na camada de 0 – 5 cm. O teor de cálcio foi maior no tratamento 1 - SAF, nesta

profundidade, provavelmente pelo efeito da matéria orgânica no solo (Tabela 41).

O teor de alumínio foi maior novamente nos tratamentos 3 - PN e 4 - C,

correspondendo ao ecossistema Cerrado, com diferença estatística em relação aos demais

tratamentos.

A somatória de bases (SB =K + Ca + Mg) foi maior nos tratamentos 1, 5 e

2, sem diferença estatística entre eles, mas com os maiores valores apresentados no tratamento

1 - SAF. A capacidade de Troca catiônica (CTC = K + Ca+ Mg + H+AL) foi maior nos

tratamentos 1, 3 e 4, todos arborizados. A porcentagem de saturação por bases foi maior

novamente no tratamento 5 - P, com diferença estatística em relação aos demais tratamentos

(Tabela 41).

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Já a densidade do solo manteve a mesma tendência da profundidade de 0 – 5

cm, com os maiores valores encontrados nos tratamentos 5, 2, e 1. A formação de carbono e

acúmulo de estoques de carbono no solo foi maior nos tratamentos 3, 4, 1 e 5, sem diferença

significativa entre eles (Tabela 42).

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TABELA 41. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 5-10 cm. Março de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Trat. pH MO P H+Al Al

K Ca Mg SB CTC V% S

g dm-3 mg dm-3 ---------------------------------------------- mmolc dm-3 -------------------------------------- mg dm-3

T 1 SAF 3,25b 17,00a 33,25b 24,75b 1,5 0,47b 11,25a 5,25a 16,97A 41,72a 40,65b 2,50c

T 2 PC 2,00c 12,25b 2,00c 14,50c 0,75 0,30c 5,00c 4,00a 9,30B 23,80a 38,86b 3,50b

T 3 PN 3,75b 18,50a 3,75b 34,75a 6,75 0.42bc 3,00d 1,25b 4,67C 39,42a 11,79c 4,00b

T 4 C 3,00bc 17,50a 3,00bc 34,25a 7,00 0,45bc 2,50d 1,00b 4,00C 38,25a 10,42c 6,50a

T 5 P 5,00a 16,50a 5,00a 12,50c 0,10 0,65a 9,00b 5,00a 14,70a 27,15b 54,09a 3,50bc

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 1,07 3,39 1,07 2,027 1,069 0,17 1,59 1,66 2,73 3,70 5,76 1,36

CV % 13,95 9,21 13,95 3,72 14,73 16,72 11,50 22,30 12,19 4,82 8,20 15,14

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TABELA 42. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 5 -10 cm. Março de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

g kg-1 Estoque de carbono Mega gramas ha-1

T 1 SAF 1,3125b 9,8800a 6,48a

T 2 PC 1,3175ab 7,1175b 4,68b

T 3 PN 1,2700c 10,7500a 6,82a

T 4 C 1,3075b 10,0250a 6,55a

T 5 P 1,3350a 9,5900a 6,39a

F ** ** **

DMS 0,0188 2,0452 1,37 CV% 2,64 9,56 9,84

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Na profundidade de solo de 10-20 cm observa-se que o tratamento 5 - P

apresentou os maiores valores de pH, de teores de fósforo, potássio, cálcio, magnésio,

enxôfre, somatória de bases, porcentagem de saturação por bases e densidade, com diferença

estatística em relação aos outros tratamentos no caso do três primeiros parâmetros, pH, teores

de fósforo e potássio, comportamento semelhante ao observado nas camadas de 0-5, 5-10 e

10-20 cm de profundidade. Desta forma, a pastagem em áreas manejadas apresentou maiores

valores destes elementos, devido à realização anterior de algumas práticas de correção do solo

(Tabela 43).

Os maiores valores de matéria orgânica, capacidade de troca catiônica, teor

de carbono e acúmulo de estoques de carbono no solo, foram encontrados nos tratamentos 1 -

SAF e 3 - PN, correspondentes aos ecossistemas arborizados. Os resultados estão

apresentados nas Tabelas 43 e 44.

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TABELA 43. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 10-20 cm. Março de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Trat. pH MO P H+Al Al

K Ca Mg SB CTC V% S

g dm-3 Mg dm-3 -------------------------------------- mmolc dm-3 ------------------------------- mg dm-3

T 1 SAF 4,37c 12,75ab 2,25b 22,25b 1,50b 0,30 5,25a 3,00a 8,52a 30,77a 27,66c 2,50b

T 2 PC 4,62b 11,00b 1,50b 14,00c 0,87b 0,25 4,50a 3,25a 8,00a 21,75c 36,71b 2,50b

T 3 PN 4,00d 14,00a 2,00b 29,75a 5,75a 0,22 2,25b 1,00b 3,47b 33,22a 10,44d 3,50ab

T 4 C 4,00d 11,25b 2,00b 24,00b 5,50a 0,20 2,00b 1,00b 3,20b 27,20b 11,77d 3,00ab

T 5 P 4,95a 12,25ab 4,25a 12,50c 0,62b 0,55 5,75a 3,75a 10,05a 22,55c 44,57a 4,25a

F ** * ** ** ** ** ** ** ** ** ** *

DMS 0,135 2,48 0,94 2,13 0,937 0,12 1,35 1,217 2,19 2,94 6,82 1,48

CV % 1,36 8,97 17,43 4,61 14,59 17,45 15,15 22,50 14,66 4,82 11,53 20,90

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TABELA 44. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 10 -20 cm. Março de 2012. Trat. Densidade do solo

kg. mg-3 Teor de carbono

(g.kg-1) Estoque de carbono Mega gramas ha-1

T 1 SAF 1,36ab 7,41ab 10,07

T 2 PC 1,36ab 6,39b 8,72

T 3 PN 1,31c 8,14a 10,66

T 4 C 1,35b 6,53b 8,84

T 5 P 1,37a 7,12ab 9,65

F ** * NS DMS 0,012 1,44 2,01 CV% 0,47 8,98 9,31 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Comparando-se diferentes profundidades do solo, constatamos diferenças

nos atributos e nos teores dos diferentes elementos presentes.

O valor do pH dos tratamentos 1, 2, 3 e 4 diminuiu na camada de 5-10 cm

em relação a camada de 0-5 cm e aumentou novamente na camada de 10 – 20 cm de

profundidade, provavelmente devido aos processos de transformação da matéria orgânica

produzida nos ecossistemas onde estão localizados esses tratamentos. O tratamento 5, com um

sistema de manejo de pastagens antigo, permaneceu estável nas camadas estudadas.

O teor de matéria orgânica (MO) na camada de 0 -5 cm foi maior no

tratamento 1 – SAF, provavelmente devido ao acúmulo de matéria vegetal produzido e

depositado no solo por este ecossistema. Na camada de 5-10 cm os teores de matéria orgânica

foram menores, mas houve um equilíbrio nos tratamentos 1, 3,4 (todos estes arborizados) e no

tratamento 5 - P, que é uma pastagem antiga. Na camada de 10-20 cm foi observada menor

presença de matéria orgânica no perfil em todos os tratamentos.

O teor de fósforo (P) foi maior no tratamento 5 – P na camada de 0 – 5 cm

relacionando-se a práticas agrícolas e correção de solo realizadas anteriormente na área onde

está localizado o tratamento. Nas camadas seguintes os teores de fósforo tenderam a se

nivelar em todos os tratamentos, mantendo valores baixos deste nutriente.

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O teor de potássio foi maior no tratamento 5 – P nas três profundidades

estudadas, fato provavelmente devido a esta área estar sendo manejada há vários anos e ter

sido corrigida e adubada ao longo do tempo de ocupação. A presença do gado também pode

ter contribuído para a manutenção da fertilidade do solo.

O teor de cálcio foi maior na camada de 0 -5 cm no tratamento 5 – P. Este

valor pode estar relacionado com o maior pH apresentado neste mesmo tratamento,

relacionado com correção de solo realizada ao longo dos anos. Nas camadas mais profundas o

teor de cálcio diminuiu em todos os tratamentos, com destaque para os tratamentos 3 - PN e 4

- C, característicos do ecossistema Cerrado.

Os teores de alumínio foram maiores nos tratamentos 3 – PN e 4 – C, nas

três profundidades estudadas. Estes valores estão de acordo com as características próprias de

solos de Cerrado e coincidem com os menores valores de pH e cálcio (Ca) obtidos nestes

tratamentos.

O valor da somatória de bases (SB) foi maior no tratamento 5 – P da camada

0 -5 cm e está relacionado com os valores de potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg)

apresentados neste tratamento. Nas camadas seguintes os valores tenderam a se nivelar nos

tratamentos 1 – SAF, 2 – PC e 5 – P; os menores valores de SB foram obtidos nos

tratamentos 3 – PN e 4 – C, localizados em áreas do ecossistema Cerrado.

O maior valor da capacidade de troca catiônica (CTC) foi obtido no

tratamento 5 – P da camada 0-5 cm e esta relacionado com os valores de potássio (K), calcio

(Ca), magnésio (Mg) e hidrogênio (H) registrados neste tratamento.

A maior porcentagem de saturação por bases (V%) foi obtida no tratamento

5 – P da camada de 0-5 cm de profundidade e este resultado depende da relação: (somatória

de bases X 100 / capacidade de troca catiônica), obtida em cada tratamento. A saturação por

bases também está relacionada com o valor de pH e teor de cálcio de um solo.

A densidade do solo aumentou de acordo com a maior profundidade de

amostragem, sendo que a camada de 0-5 cm apresentou os menores valores para todos os

tratamentos. Os tratamentos 3 – PN e 4 – C tiveram os menores valores de densidade em

todas as camadas estudadas, sendo solos que tem sofrido menos intervenções antrópicas.

O estoque de carbono foi maior na camada de 0-5 cm de solo com maior

acúmulo no tratamento 1 – SAF, valor que pode estar de acordo com a produção de biomassa

vegetal e matéria orgânica neste agroecossistema. Nas camadas seguintes estes valores

diminuíram. A camada de 10 – 20 cm tem o dobro de espessura que as duas primeiras, razão

pela qual pareceria ter um maior acúmulo de carbono.

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6.9 Resultados das análises de solos na profundidade de 0-20 cm. Março de 2012. Os resultados da análise na camada de solo de 0 – 20 cm realizada em março de 2012 estão mostrados nas Tabelas 45 e 46. TABELA 45. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -20 cm. Março de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Os maiores valores de pH, fósforo, potássio, cálcio, somatória de bases e porcentagem de saturação por bases corresponderam ao tratamento 5 – P, com diferença significativa em relação aos outros tratamentos. O valor de pH subiu de 4,05 em 2004 para 5,35 em 2012, como conseqüência de práticas de correção de solo realizadas ao longo desses anos. A porcentagem de saturação por bases aumentou de 25% em junho de 2004 para 65% em março de 2012.

Trat. pH MO P H+Al Al

K Ca Mg SB CTC V% S

g dm-3 mg dm-3 ---------------------------------------------- mmolc dm-3 -------------------------------------- mg dm-3

T 1 SAF 4,47c 21,50a 2,75b 26,25a 1,75b 0,40c 4,75b 4,25b 9,50b 35,75a 25,50c 4,00ab

T 2 PC 5,02b 12,75c 2,00b 12,00b 0,55c 0,30c 5,25b 5,25b 10,50b 23,50c 42,00b 2,25c

T 3 PN 3,95d 16,50b 2,25b 28,00a 5,00a 0,40c 4,25b 1,00c 5,50c 35,00ab 17,50d 5,00a

T 4 C 3,90b 13,75c 2,25b 28,00a 5,25a 0,67b 4,00b 1,00c 4,50c 32,75b 15,25d 4,25ab

T 5 P 5,35a 13,75c 16,75a 12,00b 0,17c 2,02a 13,00a 8,25a 23,50a 35,25ab 65,00a 3,00bc

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,20 2,37 1,39 2,08 1,01 0,22 1,98 1,38 2,06 2,78 2,58 1,44

CV % 1,96 6,73 11,91 4,34 17,60 12,65 14,09 15,50 8,53 3,81 3,47 17,27

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TABELA 46. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 -20 cm. Março de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

g kg-1 Estoque de carbono Mega gramas ha-1

T 1 SAF 1,26c 12,50a 31,62a T 2 PC 1,28b 7,41c 19,00c T 3 PN 1,27bc 9,59b 24,40b T 4 C 1,27bc 7,99c 20,39c T 5 P 1,30a 7,99c 20,82c F ** ** ** DMS 0,015 1,38 3,56 CV% 0,52 6,73 6,79 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. A menor densidade de solo na profundidade de 0 – 20 cm foi encontrada no

tratamento 1 – sistema agroflorestal, assim como os maiores teores de carbono e estoque de

carbono, como conseqüência da formação de um ambiente diversificado, da interação de

plantas neste ecossistema, com uma grande produção de biomassa, diversidade, retenção de

água e nutrientes dentro do ambiente.

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87

6.10 Resultados da análises de tecido foliar dos diferentes tratamentos. Junho a Novembro de 2012. TABELA 47. Concentração de nutrientes na biomassa da matéria seca na área experimental em Junho de 2012.

----------------------- g kg–1-------------------------- --------- mg kg–1----------

Trat. Matéria seca

t ha-1

N P K Ca Mg S B Fe Zn

T 1 SAF 5,30ª 16,82 a 1,00 b 10, 20b 5,58a 6,86a 1,72b 9,12a 106,57b 26,77a

T 2 PC 5,14b 10,25 b 1,56 a 7,90 bc 4,20b 5,60b 1,61b 10,19a 113,45b 27,32a

T 3 PN 5,10b 10,50 b 0,78 b 6,66c 3,69bc 4,07c 2,42a 9,68a 104,36b 15,37b

T 4 C 2,80c 6,00 c 0,39 c 2,67d 1,19d 0,59e 1,59c 7,93b 1523,65a 09,10c

T 5 P 2,65d 8,20 c 1,86a 14,95a 3,12c 3,00d 1,64b 10,07a 109,67b 15,22b

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,10 2,22 0,30 3,20 0,93 0,67 0,12 2,20 198,53 4,46

CV % 2,47 10,20 8,46 16,53 12,25 7,63 4,97 10,25 20,71 12,28

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento.

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88

TABELA 48. Quantidade de nutrientes na matéria seca da biomassa da área experimental em Junho de 2012.

Quantidade de nutrientes (kg ha -1)

Trat. Teor de clorofila mg 100cm-2

N P K Ca Fe

T 1 SAF 3,59a 89,14a 5,30b 54,06a 29,57a 0,564b

T 2 PC 3,32b 52,68b 8,04a 40,60ab 21,61b 0,583b

T 3 PN 3,50a 53,55b 3,98c 33,96b 18,81b 0,532b

T 4 C 3,33b 16,80c 1,09d 7,47c 3,33d 4,26a

T 5 P 3,006d 21,73c 4,93bc 39,62b 8,26c 0,29c

F ** ** ** ** ** **

DMS 0,10 10,27 0,97 14,10 4,65 0,15

CV % 3,48 7,25 8,02 14,75 8,75 14,82

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

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TABELA 49. Teor de clorofila (mg 100cm-2 ) e valor da biomassa da matéria seca em setembro e novembro de 2012. Trat. Teor de clorofila

mg 100cm-2 Matéria seca

T ha-1 Setembro

2012 Novembro

2012 Setembro

2012 Novembro

2012 T 1 SAF 3,497a 3,500a 5,500a 5,460a T 2 PC 3,337c 3,342c 3,372b 3,252c T 3 PN 3,400b 3,392b 5,32c 5,152b T 4 C 3,347c 3,340c 2,917d 2,907d T 5 P 3,057d 3,227d 2,865e 2,842d

F ** ** ** ** DMS 0,0481 0,0434 0,048 0,065 CV% 0,64 0,57 0,48 0,74 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. O maior teor de clorofila e a maior quantidade de matéria seca da biomassa

foram obtidos no tratamento 1 SAF, com diferença estatística em relação aos demais

tratamentos, e provavelmente está relacionado com a presença de leguminosas arbóreas

(Acacia melanoxylon) no sistema agroflorestal.

TABELA 50. Concentração de nutrientes na biomassa da matéria seca na área experimental. Novembro de 2012.

----------------------- g kg–1--------------------------

Trat. Matéria seca t ha-1

N P K Ca Mg S

T 1 SAF 5,460a 15,25a 1,025bc 10,75b 6,75a 5,95a 1,65b

T 2 PC 3,252c 9,00b 1,250b 8,25c 5,50ab 4,57b 1,60b

T 3 PN 5,152b 9,50b 0,800c 4,75d 4,00c 3,30c 1,92a

T 4 C 2,907d 8,25b 0,875c 2,75d 2,00d 0,85d 1,65b

T 5 P 2,842d 8,00b 2,00a 13,25a 5,00bc 3,05c 1,55b

F ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,065 2,264 0,243 2,139 1,365 0,254 0,254

CV % 0,74 10,04 9,04 11,93 13,02 3,17 3,17

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Letras maiúsculas na linha, comparação entre profundidades para cada tratamento.

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O tratamento 1 - SAF produziu a maior quantidade de matéria seca, com

diferença significativa em relação aos demais tratamentos. Também apresentou a maior

quantidade de nitrogênio na matéria seca, com o valor de 15,25 g kg-1 dentro da faixa

adequada deste nutriente (12 – 20 g kg-1) para Brachiaria decumbens, conforme RAIJ et al.

(1996).

A maior quantidade de fósforo (P) foi obtida no tratamento 1 - SAF, com

diferença significativa em relação aos demais tratamentos. Todos os tratamentos estão dentro

da faixa adequada deste nutriente.

Em relação ao potássio, a maior quantidade foi encontrada no tratamento 5

- P, com diferença significativa em relação aos demais tratamentos. Esta quantidade está

dentro da faixa de valores adequados deste nutriente para Brachiaria decumbens (12 – 25

g kg-1). O menor valor foi obtido no tratamento 4 - Cerrado.

O cálcio apresentou os maiores valores nos tratamentos 1 - SAF e 2 - PC.

Todos os tratamentos tiveram valores dentro da faixa apropriada para Brachiaria decumbens.

O menor teor de cálcio foi encontrado no tratamento 4 – Cerrado.

O magnésio teve os maiores valores no tratamento 1 - SAF, com diferença significativa em

relação aos demais tratamentos, seguido pelo tratamento 2 - PC. Os tratamentos 3, 4 e 5

tiveram os maiores valores abaixo dos teores adequados. A amostra de material do cerrado

apresentou o menor teor deste nutriente na matéria seca.

As quantidades de enxofre na matéria seca de todos os tratamentos estão

dentro da faixa adequada para Brachiaria decumbens, conforme RAIJ et al. (1996).

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6.11 Teores de nutrientes no solo. Novembro de 2012. Os resultados das análises de amostras de solo dos diferentes tratamentos, realizadas em novembro de 2012, estão mostrados

nas Tabelas 51 a 60.

TABELA 51. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 -5 cm. Novembro de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

Trat. pH MO P H+Al K Ca Mg SB CTC V%

g dm-3 mg dm-3 ---------------------------------- mmolc dm-3 --------------------------------------

T 1 SAF 4,82c 27,50b 10,25b 27,75c 1,15a 19,00b 9,75b 29,90b 57,65a 51,82c

T 2 PC 5,45b 25,00bc 7,50c 14,25d 1,17a 13,75c 12,00a 26,92b 41,17c 66,33b

T 3 PN 3,97d 25,50bc 7,00c 40,50b 1,10a 6,50d 4,00c 11,60c 52,00b 22,20d

T 4 C 3,70d 24,25c 5,50c 47,75a 1,02a 4,75d 2,00c 7,77c 55,52ab 13,93e

T 5 P 5,85a 36,50a 46,75a 12,00d 0,95a 32,00a 12,25a 45,20a 57,20a 79,00a

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,34 3,24 2,09 3,10 0,26 2,95 2,24 4,01 5,09 4,37

CV % 3,16 5,18 6,02 4,83 10,66 8,60 12,45 7,33 4,29 4,16

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Na camada de 0 – 5 cm, o tratamento 5 – P apresentou os maiores valores de pH, matéria

orgânica (MO), fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), somatória de bases (SB),

porcentagem de saturação por bases (V%), com diferença estatística em relação aos outros

tratamentos. A capacidade de troca catiônica (CTC) teve os maiores valores nos tratamentos

T1 – SAF, T4 – C e T5 – P (Tabela 51). O tratamento 4 – C apresentou o menor teor de

cálcio, elevado valor de H + Al, fato que pode ter contribuído para o elevado valor da

capacidade de troca catiônica (CTC). Também este tratamento teve os mais baixos valores de

somatória de bases e porcentagem de saturação por bases, relacionadas com o pH baixo do

ecossistema Cerrado.

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TABELA 52. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 -5 cm. Novembro de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

g kg-1 Estoque de carbono Mega gramas ha-1

(Toneladas ha-1)

T 1 SAF 1,2205b 15,99b 9,75b

T 2 PC 1,2275a 14,48bc 8,90b

T 3 PN 1,197c 14,77bc 8,84b

T 4 C 1,217b 13,80c 7,73c

T 5 P 1,230a 20,93a 12,87a

F ** ** ** DMS 1,22 1,74 1,04 CV% 0,16 4,83 4,78 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. No mês de novembro, na camada de 0 – 5 cm os maiores valores de

densidade de solo, teor de carbono e estoque de carbono foram encontrados no tratamento 5 –

P. Não houve diferença estatística entre os tratamentos 2 – PC e 5 – P em relação à densidade

do solo. A menor densidade de solo foi encontrada no tratamento 3 – PN, área de Cerrado

com mistura de capim nativo, brachiária e capim gordura, sem manejo (Tabela 52). A maior

densidade de solo nesta camada referente ao tratamento 5 - P pode estar relacionada com a

compactação exercida pelo gado. Também a presença do gado pode ter contribuído para o

maior teor de carbono encontrado nesta profundidade no tratamento 5 – P.

Ruggiero (2013) relata a importância do estudo dos estoques de carbono existentes nos

ecossistemas, como o carbono da biomassa acima do solo e o carbono subterrâneo, sendo que

o solo é o maior reservatório de carbono conhecido.

Considerando que não existe uma metodologia padronizada para a

quantificação dos estoques de carbono, o Intergovernamental Panel of Climate Change –

IPCC (2001) elaborou uma cartilha para a determinação dos teores e estoque de carbono em

pequenas propriedades rurais.

Por sua vez, Arevalo et al. (2002) desenvolveram uma metodologia para

avaliação dos teores e estoque de carbono no solo e na biomassa vegetal.

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Ruggiero (2013) aplicou ferramentas de geoprocessamento e geoestatística

com técnicas de análise de distribuição espacial para a quantificação dos estoques de carbono

no solo.

Batjes (1998) relata que o solo é o principal reservatório natural de carbono,

armazenando entre 1,3 a 2 bilhões de toneladas até 100 metros de profundidade. O autor

estima que o estoque de carbono na forma de matéria orgânica no solo excede em até três

vezes os estoques depositados na vegetação. Ruggiero (2013) considera que os solos de

regiões tropicais podem desempenhar papel importante como depósito de CO2 da atmosfera,

reduzindo o efeito estufa. Para Rossi et al. (2009) as quantidades de carbono podem variar

dependendo da geologia do solo, da vegetação existente, do clima, do uso da terra, entre

outros fatores.

Scurlock et Hall (1998) estimaram que o solo das savanas armazena 80% do

carbono total do ecossistema; Batjes et al. (1997) informam que as áreas cultivadas e de

pastagem possuem menores teores de carbono que solos sob floresta, já que a retirada de

vegetação diminui a quantidade de matéria orgânica existente no sistema. Áreas agrícolas e

pastagens bem manejadas podem reduzir as perdas de carbono.

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TABELA 53. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 5 - 10 cm. Novembro de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

O maior valor de pH foi observado no tratamento 5 – P com diferença

estatística em relação aos demais tratamentos, seguido pelo tratamento 2 – PC, que são os

tratamentos que tiveram anteriormente alguma correção do solo. O teor de matéria orgânica

apresentou maior valor no tratamento 1 – SAF, com diferença estatística em relação aos

demais tratamentos, podendo ser conseqüência do acúmulo de biomassa gerada nesse

ecossistema. O teor de fósforo (P) foi maior no tratamento 5 – P, com diferença estatística em

relação aos outros tratamentos, como consequência do manejo das pastagens e adubações

anteriores.

Trat. pH MO P H+Al K Ca Mg SB CTC V%

g dm-3 mg dm-3

---------------------------------- mmolc dm-3 --------------------------------------

T 1

SAF

4,57c 21,50a 5,75b 26,0c 0,92a 13,25b 8,00a 22,17a 49,42a 44,83b

T 2

PC

4,97b 13,75c 3,75b 17,08d 0,92a 9,25c 6,00ab 16,17b 33,17c 48,74b

T 3

PN

4,05d 17,00b 4,50b 38,00a 0,85ab 5,25d 1,75c 7,85c 45,85b 17,15c

T 4

C

3,85d 17,00b 4,50b 30,75b 0,70b 3,50d 1,25c 5,45c 35,95c 15,10c

T 5 P 5,37a 17,50b 21,75a 12,00e 0,90ab 16,25a 5,75b 22,90a 34,90c 65,61a

F ** ** ** ** * ** ** ** ** **

DMS 0,38 2,45 5,45 2,99 0,22 0,24 2,02 2,79 2,82 5,79

CV

%

3,67 6,27 30,02 5,35 11,28 11,12 19,76 8,29 3,14 6,71

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O teor de hidrogênio + alumínio (H+Al) foi maior no tratamento 3-PN,

seguido pelo tratamento 4 - C, ambos pertencentes ao ecossistema Cerrado. O teor de potássio

(K) sendo baixo, foi maior nos tratamentos 1, 2, 3 e 5, sem diferença estatística entre eles. O

teor de cálcio (Ca) foi maior no tratamento 5 – P, fato que está relacionado ao maior pH deste

tratamento. A somatória de bases foi maior nos tratamentos 1 – SAF e 5 – P, com diferença

estatística em relação aos outros tratamentos. A capacidade de troca catiônica (CTC) por sua

vez foi maior no tratamento 1 – SAF, provavelmente devido aos processos de transformação

da biomassa e matéria orgânica neste ecossistema. A porcentagem de saturação por bases

(V%) continuou sendo maior no tratamento 5-P nesta camada de 5-10 cm de profundidade

(Tabela 53).

TABELA 54. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 5 - 10 cm. Novembro de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

g kg-1 Estoque de carbono Mega gramas ha-1

T 1 SAF 1,319b 12,50a 8,21a

T 2 PC 1,323b 7,94c 5,28c

T 3 PN 1,279d 9,88b 6,32b

T 4 C 1,307c 9,88b 6,45b

T 5 P 1,331a 10,17a 6,77b

F ** ** ** DMS 0,0049 1,42 0,92 CV% 0,17 6,26 6,18 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente A densidade do solo teve seu maior valor no tratamento 5 – P, com

diferença estatística em relação aos demais tratamentos, provavelmente devido ao manejo do

gado na área. O menor valor foi encontrado no tratamento 3 – PN, que permanece em pousio.

O teor de cabono foi maior no tratamento 1-SAF seguido pelo tratamento 5-P, com diferença

estatística entre eles, e pode estar relacionado com acúmulo de biomassa e matéria orgânica

no ecossistema e no agroecossistema. O estoque de carbono também foi maior no tratamento

1 – SAF provavelmente devido ao mesmo fato acontecido no caso do teor de carbono (Tabela

54).

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TABELA 55. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 10 - 20 cm. Novembro de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Na profundidade de 10 – 20 cm o maior valor de pH encontrado continuou sendo no tratamento 5 - P com diferença estatística

em relação aos demais tratamentos. Os teores de matéria orgânica foram maiores nos tratamentos 1, 3, 4 e 5, em torno de 1,5%. O teor de fósforo

(P) continuou sendo maior no tratamento 5 – P, com diferença estatística em relação aos demais tratamentos. O teor de hidrogênio + alumínio

(H+Al) continuou sendo maior no tratamento 3 . Potássio, cálcio, magnésio, somatória de bases, capacidade de troça catiônica e porcentagem de

saturação por bases foram maiores nos tratamentos 1 – SAF e 5 – P (Tabela 55).

Trat. pH MO P H+Al K Ca Mg SB CTC V%

g dm-3 mg dm-3 ---------------------------------- mmolc dm-3 --------------------------------------

T 1 SAF 4,35c 15,25ª 3,75b 28,75b 0,77a 9,50ab 5,75a 16,02ab 44,77a 33,14c

T 2 PC 4,82b 12,25b 3,25b 15,50d 0,67ab 8,25b 4,50a 13,42b 28,92c 46,30b

T 3 PN 4,35d 13,50ab 3,75b 32,25a 0,60ab 4,00c 1,25b 5,85c 38,10b 15,30d

T 4 C 4,00d 13,75ab 4,25b 27,25c 0,50b 3,25c 1,00b 4,75c 52,00c 14,81d

T 5 P 5,25a 12,75ab 15,25a 11,25e 0,75a 11,25a 5,50a 17,50a 28,75c 60,74a

F ** * ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,17 2,62 2,33 1,48 0,22 2,09 1,96 3,37 3,75 5,06

CV % 1,72 8,61 17,07 2,06 11,28 12,78 24,19 13,00 4,82 6,60

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TABELA 56. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 10 – 20 cm. Novembro de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

g kg-1 Estoque de carbono Mega gramas ha-1

(T ha-1)

T 1 SAF 1,367b 8,86a 12,16a

T 2 PC 1,368b 7,12b 9,74b

T 3 PN 1,319d 7,86ab 10,35ab

T 4 C 1,360c 7,99ab 10,87ab

T 5 P 1,374a 7,41ab 10,18ab

F ** ** * DMS 0,0043 1,53 2,04 CV% 0,14 8,66 8,49 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. A densidade do solo na profundidade de 10 – 20 cm foi novamente maior no

tratamento 5 – P que é uma pastagem ocupada regularmente por gado bovino e que pode

sofrer compactação devido ao trânsito e permanência dos animais no local. A menor

densidade aconteceu no tratamento 3 – PN, área mantida em repouso.

O teor de carbono e o estoque de carbono tenderam a ser maiores no

tratamento 1 – SAF, sem diferença estatística entre este e os tratamentos 3, 4 e 5. Estes

valores podem estar relacionados com as características dos sistemas arborizados e sua

produção de biomassa e um sistema extensivo de pastagem, onde ocorre relativamente um

longo período de retorno do gado à área, possibilitando o aumento da biomassa.

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TABELA 57. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 0 - 20 cm. Novembro de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Quando se realizou a avaliação dos resultados das amostragens da camada

de 0-20 cm de profundidade de solo de todos os tratamentos, observou-se que os maiores

valores de pH foram obtidos nos tratamentos 1 – SAF e 2 – PC, como conseqüência do

manejo agropecuário realizado nessas áreas nos últimos anos. O teor de matéria orgânica

(MO) foi maior nos tratamentos 1 –SAF e 4 – C, podendo ser devido à produção de biomasssa

e serapilheira nestes ecossistemas.

O teor de fósforo (P) foi mais elevado no tratamento 5, devido a anteriores

adubações do solo neste agroecossistema. O teor de hidrogênio + alumínio (H+Al) foi maior

nos tratamentos 3 e 4, com diferença estatística em relação aos outros tratamentos; este teor

maior pode estar relacionado com o pH mais baixo encontrado nestes tratamentos.

Em relação ao potássio (K) não houve diferença entre os diferentes

tratamentos, todos eles apresentando teores baixos deste elemento.

Trat. pH MO P H+Al

K Ca Mg SB CTC V%

g dm-3 mg dm-3

------------------------------ mmolc dm-3 --------------------------------------

T 1

SAF

4,72bc 21,50a 6,50b 27,00b 0,97 11,75a 6,00a 18,72a 45,72a 40,90b

T 2

PC

5,22a 14,75c 6,00bc 16,75c 0,82 8,25b 4,50b 13,57b 30,32b 44,75b

T 3

PN

4,35c 16,00bc 4,00c 34,75a 0,80 5,00c 1,75c 7,55c 42,30a 17,77c

T 4

C

3,85d 18,75ab 4,75bc 35,75a 0,90 4,75c 1,50c 7,40c 43,15a 17,12c

T 5 P 5,12a 15,00c 20,00a 12,75d 0,80 12,50a 6,50a 19,80a 32,55b 69,78ª

F ** ** ** ** NS ** ** ** **

DMS 0,416 2,86 2,18 2,59 0,21 1,83 2,57 3,55 5,29

CV

%

3,97 7,37 11,71 4,52 10,77 9,60 8,49 4,06 6,46

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Os maiores valores de cálcio (Ca) foram encontrados nos tratamentos 1 –

SAF e 5 – P, seguidos pelo tratamento 2 – PC, que são os ecossistemas que têm sofrido

alteração e manejo em maior ou menor proporção. Os menores teores de cálcio (Ca) foram

apresentados pelos tratamentos 3 – PN e 4 – C, localizados no ecossistema Cerrado, e estes

valores estão de acordo com as características próprias deste ambiente e podem estar

relacionados com os menores teores de pH encontrados nestas áreas de estudo. O teor de

magnésio também foi maior nos tratamentos 5 – P e 1 – SAF.

O valor da somatória de bases (K + Ca + Mg) foi maior nos tratamentos 1 –

SAF e 5 – P, e estes valores também podem estar relacionados com o maior pH encontrado

nestes tratamentos e com nutrientes liberados pela biomassa e serapilheira existentes nos

sistemas.

A maior capacidade de troca catiônica (CTC) encontrada nos tratamentos 1

– SAF, 3 – PN e 4 – C, pode ser devido aos maiores teores de H+Al observados nestes

ecossistemas. Contudo, o maior valor de porcentagem de saturação por bases continuou sendo

no tratamento 5 – P, da mesma forma que nas avaliações anteriores, a diferentes

profundidades.

` TABELA 58. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 0 – 20 cm. Novembro de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

g kg-1 Estoque de carbono Mega gramas ha-1 (Toneladas ha-1 )

T 1 SAF 1,257c 12,50a 31,42a

T 2 PC 1,285b 8,57c 22,04c

T 3 PN 1,271bc 9,30bc 23,64bc

T 4 C 1,269c 10,89ab 27,65ab

T 5 P 1,303a 8,72c 22,72c

F ** ** ** DMS 0,014 1,66 4,20 CV% 0,50 7,36 7,32 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente.

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A densidade de solo foi maior no tratamento 5 – P, o que pode estar

relacionado a maior compactação do terreno devido à presença do gado neste

agroecossistema. Novamente, a menor densidade foi encontrada no tratamento 3- PN e

corresponde a um solo de textura média, em pousio, com vegetação nativa arbórea e arbustiva

e diferentes gramíneas, como brachiária, capim gordura e outros.

O teor de carbono e o estoque de carbono no perfil foram maiores nos

tratamentos 1 – SAF e 4 – C, e podem estar relacionados com a deposição de serapilheira,

acúmulo de biomassa e de matéria orgânica nestes ecossistemas.

Ruggiero (2013) encontrou valores de estoque de carbono no solo de 29,1

e 24,79 toneladas por hectare, no inverno e verão, respectivamente, na camada de 0-20 cm

numa área de Cerrado vizinha ao local deste trabalho, valores estes semelhantes aos

encontrados neste trabalho.

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TABELA 59. Teores de nutrientes no solo na profundidade de 20 - 40 cm. Novembro de 2012.

Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente. Na camada de 20-40 cm os maiores valores de pH corresponderam aos

tratamentos 5 – P e 2 – PC, que já foram submetidos a operações agrícolas, com correção e

adubação de solo. O menor pH foi encontrado no tratamento 4 – C, próprio do ecossistema

Cerrado. O maior teor de matéria orgânica foi observado no tratamento T1 – SAF e está

relacionado com a constante deposição e transformação de matéria orgânica nesse sistema.

O maior valor de fósforo (P) ocorreu novamente no tratamento 5 – P, como

consequência do manejo anterior da área. O maior valor de somatória de bases (SB) foi

encontrado no tratamento 5 – P; todos estes valores foram baixos, com o valor mínimo

encontrado no tratamento 4 – C. Os maiores valores de capacidade de troca catiônica (CTC)

foram encontrados nos tratamentos T1 – SAF e T4 - C, devido à elevada quantidade de

hidrogênio + alumínio no sistema, deposição de biomassa e elevada umidade do solo.

Trat. pH MO P H+Al K Ca Mg SB CTC V%

g dm-3 mg dm-

3 ------------------------------- mmolc dm-3 -----------------------------------

T1SAF 4,20b 14,50a 6,50b 22,00b 0,70b 7,00b 4,50a 12,20b 34,20a 35,67c

T 2 PC 4,92a 7,50c 6,00bc 14,00c 0,75b 8,25b 3,25a 12,25b 26,50c 46,22b

T 3 PN 4,07b 11,25b 4,00c 23,25b 0,80ab 4,50c 1,50b 6,80c 30,05b 22,59d

T 4 C 3,82c 11,50b 4,75bc 26,00a 0,80ab 4,00c 1,25b 6,05c 32,05ab 20,30d

T 5 P 4,95a 9,75b 20,00a 9,75d 0,90a 10,75a 3,75a 15,40a 25,15c 61,19a

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

DMS 0,187 2,13 2,18 2,49 0,14 1,78 1,32 2,53 2,81 9,03

CV % 1,84 8,66 11,71 5,83 8,01 11,46 20,51 10,66 4,22 10,76

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TABELA 60. Valores de densidade do solo, teor de carbono e estoque de carbono no solo na profundidade de 20 - 40 cm. Novembro de 2012. Trat. Densidade do solo

kg mg-3 Teor de carbono

g kg-1 Estoque de carbono Mega gramas ha-1

T 1 SAF 1,284c 8,43a 21,64a

T 2 PC 1,298b 4,36c 11,31c

T 3 PN 1,288bc 6,53b 16,83b

T 4 C 1,292bc 6,68b 17,23b

T 5 P 1,32a 5,66b 15,34b

F ** ** ** DMS 0,0118 1,23 3,08 CV% 0,40 8,65 8,31 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05). NS: não significativo (P>0,05); ** e * = significativo a 1 e 5%, respectivamente No mês de novembro de 2012, a maior densidade na camada de 20 – 40 cm

de solo foi encontrada novamente no tratamento 5 - P, o qual é submetido a maior

compactação pela permanência e trânsito de animais e máquinas na superfície do terreno. A

menor densidade correspondeu aos tratamentos 3 – PN e 4-C, sem intervenção humana ou

animal.

O teor de carbono e o estoque de carbono foram novamente superiores no

tratamento 1 – SAF, provavelmente devido à geração e deposição de biomassa, presença de

espécies leguminosas no sistema, participação de microorganismos decompositores de

matéria orgânica, escassa intervenção ou pouco uso da área para finalidade de pastagem.

Somente no final de 2012, esta área, onde está localizado o tratamento 1 – SAF, foi usada

uma única vez como reserva de pastagem da Estância Demétria, devido à severa escassez de

pasto na região como conseqüência do inverno e seca no mês de agosto de referido ano. O

sistema agroflorestal conservou uma pastagem de boa qualidade ao longo do inverno,

independentemente da seca e das baixas temperaturas que ocorreram na região.

Ruggiero (2013) reporta para o ecossistema Cerrado, valores de estoque de

carbono no solo de 24,92 e 21,14 toneladas por hectare, no inverno e verão, respectivamente,

na camada de 20- 40 cm. Esses valores são semelhantes ao do estoque de carbono no

ecossistema Cerrado obtidos neste trabalho.

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7. CONCLUSÕES

• Existem diferenças entre os diversos tratamentos em relação às propriedades físicas, químicas e biológicas do solo estudadas;

• Os teores de nutrientes foram maiores na camada de 0-5 cm de solo em todos os tratamentos, variando de acordo com os diferentes tratamentos;

• O tratamento 5 P, apresentou os maiores valores de pH, teor de cálcio, teor de fósforo, somatória de bases (SB) e porcentagem e saturação por bases (V%), pelo fato de ser uma área submetida à atividade agropecuária e que tem sofrido correção de solo e adubação orgânica anteriormente. Também a presença periódica de gado bovino tem contribuído para manter certa fertilidade do solo;

• Os sistemas agroflorestais contribuem com alta produção de biomassa, serapilheira e matéria orgânica depositada no solo e no perfil. Esta deposição de materiais orgânicos favorece a liberação de nutrientes que foram extraídos pelas plantas das camadas profundas do solo e, dessa forma retornam ao solo;

• O tratamento 1 – SAF com presença de espécies leguminosas contribuiu com os maiores teores de nitrogênio (N) na biomassa estudada;

• A densidade de solo foi maior nos tratamentos 2 – PC e 5 – P, em todas as profundidades estudadas, como consequência do manejo das áreas. Os ecossistemas dos tratamentos 3 – PN e 4 – C tiveram os menores valores deste parâmetro;

• Os teores de carbono e estoques de carbono foram maiores no tratamento 1 – SAF em todas as profundidades. Isto pode ser devido à deposição e transformação da matéria orgânica produzida em maior quantidade neste agrossistema. Estes valores diminuíram com a profundidade em todos os tratamentos estudados.

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