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MARCUS VENICIUS TAVARES MACHADO EFEITO DA ADIÇÃO DE TERRAS RARAS NA LIGA ZK60 FUNDIDA NO ESTADO SEMI-SÓLIDO POR MEIO TRATAMENTO TÉRMICO T6 SÃO JOÃO DEL-REI, 26 de março de 2015. UFSJ UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

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MARCUS VENICIUS TAVARES MACHADO

EFEITO DA ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS NA LIGA ZK60 FUNDIDA

NO ESTADO SEMI-SOacuteLIDO POR MEIO

TRATAMENTO TEacuteRMICO T6

SAtildeO JOAtildeO DEL-REI 26 de marccedilo de 2015

UFSJ ndash UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAtildeO JOAtildeO DEL-REI

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA

MECAcircNICA

Marcus Venicius Tavares Machado

EFEITO DA ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS NA LIGA ZK60 FUNDIDA

NO ESTADO SEMI-SOacuteLIDO POR MEIO

TRATAMENTO TEacuteRMICO T6

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de

Mestrado da Universidade Federal de Satildeo

Joatildeo Del-Rei como requisito para a obtenccedilatildeo

do titulo de Mestre em Engenharia Mecacircnica

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Materiais e Processos

de Fabricaccedilatildeo

Orientador ProfDr Antocircnio Luiz Ribeiro

Sabariz

SAtildeO JOAtildeO DEL-REI 26 de marccedilo de 2015

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho a minha

querida esposa que sempre esteve

presente em todos os momentos

me apoiando e incentivando

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer de forma especial a Deus pela minha existecircncia e a

todas as pessoas que direta e indiretamente participaram em mais esta conquista de

minha vida

Desejo agradecer ao meu professor e orientador ProfDr Antocircnio Luiz Ribeiro

Sabariz pela valiosa ajuda durante esta jornada Natildeo posso deixar tambeacutem de

agradecer ao ProfDr Haroldo Cavalcanti Pinto e o doutorando Erenilton Pereira da

Silva ambos da USP-EESC pela grande ajuda nesta e outras etapas Um obrigado a

todos os professores que me acompanharam nesta jornada

Um agradecimento muito especial a empresa RIMA pelos lingotes cedidos

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

A CAPES pelo apoio financeiro

A UFSJ pela infraestrutura

O meu muito obrigado eacute direcionado ao Sr Francisco e ao Sr Emilio pela

ajuda e simpatia prestada durante as longas jornadas desprendidas nos laboratoacuterios

natildeo podendo esquecer os bolsista do Grupo Pet Henrique Victor Marina Ana

Pedro Francis Lucas Stephanie e outros que de forma direta sempre estiveram

presentes neste trabalho

Natildeo posso esquecer o meu grande agradecimento para minha famiacutelia

principalmente a minha esposa Maacutercia que sempre apoiou e acreditou em meu

sucesso

Agradeccedilo tambeacutem a todos os meus colegas de curso principalmente Rogeacuterio

e Sandro que sempre me apoiaram nas horas difiacuteceis

A todos que contribuiacuteram neste trabalho o meu sincero reconhecimento

Muito obrigado

EPIacuteGRAFE

ldquoJamais considere seus estudos

como uma obrigaccedilatildeo mas como

uma oportunidade invejaacutevel para

aprender a conhecer a influecircncia

libertadora da beleza do reino do

espiacuterito para seu proacuteprio prazer

pessoal e para proveito da

comunidade agrave qual seu futuro

trabalho pertencerrdquo

Albert Einstein (1879-1955)

RESUMO

O magneacutesio e suas ligas tem adquirido importacircncia cada vez mais

significativa como material estrutural de peso leve despertando um interesse pela

induacutestria uma vez que oferece a melhor relaccedilatildeo pesoresistecircncia entre os metais Os

campos mais conhecidos de sua aplicaccedilatildeo consistem na construccedilatildeo de veiacuteculos na

induacutestria aeronaacuteutica manipulaccedilatildeo industrial (automatizaccedilatildeo) e tecnologia de

comunicaccedilatildeo Em particular a induacutestria automobiliacutestica tem crescentemente

ampliado a utilizaccedilatildeo de ligas de magneacutesio na produccedilatildeo de peccedilas que vatildeo desde

caixas de cacircmbio ateacute aros de rodas As principais razotildees para este desenvolvimento

satildeo mudanccedilas na legislaccedilatildeo ambiental agraves exigecircncias de cliente e objetivos

corporativos que requerem veiacuteculos mais leves diminuindo o consumo de

combustiacutevel O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo da liga de

magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de mischmetal 15 em peso e sem adiccedilatildeo analisando

e comparando a influecircncia do tratamento teacutermico T6 composto de solubilizaccedilatildeo

seguido de envelhecimento artificial com relaccedilatildeo agrave propriedade mecacircnica de micro

dureza Vickers Dessa forma a liga estudada foi fundida por tixofundiccedilatildeo com

resfriamento controlado em aacutegua a temperatura ambiente Nos corpos de prova

extraiacutedos dos lingotes foram submetidos ao tratamento teacutermico T6 anaacutelise estrutural

de microestrutura e caracterizaccedilatildeo mecacircnica atraveacutes do ensaio de micro dureza

Vickers Neste trabalho estudou-se o uso da fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido para a obtenccedilatildeo da liga de Mg ZK60 modificada com a adiccedilatildeo de

15 em peso de MISCHMETAL O resultado da fundiccedilatildeo demonstra que o

processo permite obter tarugos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupe defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura da liga como fundida consiste

de uma matriz de gratildeos globulares de forma heterogecircnea com α-Mg reforccedilada por

distintos precipitados dos tipos Mg-Zn Mg-Zn-RE e Mg-RE nos contornos de gratildeo

Verificou-se a propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers comparando os

resultados das ligas como fundida com as tratadas termicamente por T6 com e

sem adiccedilotildees de Terras Raras RE apresentando assim aumento na dureza apoacutes

tratamento teacutermico RE (Rare Earth)

Palavras-chave Magneacutesio Terras Raras Fundiccedilatildeo Semi-soacutelidosT6

ABSTRACT

Magnesium and its alloys has gained importance increasingly significant as

light weight structural material awakening an interest in industry as it offers the best

weightresistance between metals The most popular fields of application are the

construction of vehicles in the aircraft industry industrial engineering (automation)

and communication technology In particular the auto industry has increasingly

expanded the use of magnesium alloys in the production of pieces ranging from gear

boxes to wheel rims The main reasons for this development are changes in

environmental legislation to customer requirements and business objectives that

require lighter vehicles decreasing fuel consumption This work aims to realize a ZK-

60 magnesium alloy study with addition of mischmetal 15 by weight and no added

by analyzing and comparing the influence of the heat treatment T6 compound

solubilization followed by artificial aging with respect the mechanical properties of

micro Vickers hardness The studied alloy was tixocasted with controlled cooling with

water at room temperature The specimens extracted from the ingot were subjected

to heat treatment T6 structural analysis of microstructure and mechanical

characterization by means of the micro Vickers hardness test In this work the use of

mechanical stirring casting was studied in a semi-solid state to obtain Mg ZK60 alloy

modified with the addition of 15 by weight mischmetal The results demonstrate

that this casting process engender ingots with homogeneous chemical composition

free of pipes blowholes and internal oxidation The microstructure of the alloy as cast

consists of a globular grain matrix heterogeneously with α-Mg reinforced by

precipitates of different Mg-Zn Mg-Zn-Mg-RE and Mg-RE types at grain

boundaries Furthermore the mechanical properties of micro Vickers hardness by

comparing the results of the alloys as cast with heat treated by T6 with and without

addition of rare earth an increase in hardness after heat treatment RE (Rare

Earth)

Keywords Magnesium Rare Earth casting semi-solid T6

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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Marcus Venicius Tavares Machado

EFEITO DA ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS NA LIGA ZK60 FUNDIDA

NO ESTADO SEMI-SOacuteLIDO POR MEIO

TRATAMENTO TEacuteRMICO T6

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de

Mestrado da Universidade Federal de Satildeo

Joatildeo Del-Rei como requisito para a obtenccedilatildeo

do titulo de Mestre em Engenharia Mecacircnica

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Materiais e Processos

de Fabricaccedilatildeo

Orientador ProfDr Antocircnio Luiz Ribeiro

Sabariz

SAtildeO JOAtildeO DEL-REI 26 de marccedilo de 2015

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho a minha

querida esposa que sempre esteve

presente em todos os momentos

me apoiando e incentivando

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer de forma especial a Deus pela minha existecircncia e a

todas as pessoas que direta e indiretamente participaram em mais esta conquista de

minha vida

Desejo agradecer ao meu professor e orientador ProfDr Antocircnio Luiz Ribeiro

Sabariz pela valiosa ajuda durante esta jornada Natildeo posso deixar tambeacutem de

agradecer ao ProfDr Haroldo Cavalcanti Pinto e o doutorando Erenilton Pereira da

Silva ambos da USP-EESC pela grande ajuda nesta e outras etapas Um obrigado a

todos os professores que me acompanharam nesta jornada

Um agradecimento muito especial a empresa RIMA pelos lingotes cedidos

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

A CAPES pelo apoio financeiro

A UFSJ pela infraestrutura

O meu muito obrigado eacute direcionado ao Sr Francisco e ao Sr Emilio pela

ajuda e simpatia prestada durante as longas jornadas desprendidas nos laboratoacuterios

natildeo podendo esquecer os bolsista do Grupo Pet Henrique Victor Marina Ana

Pedro Francis Lucas Stephanie e outros que de forma direta sempre estiveram

presentes neste trabalho

Natildeo posso esquecer o meu grande agradecimento para minha famiacutelia

principalmente a minha esposa Maacutercia que sempre apoiou e acreditou em meu

sucesso

Agradeccedilo tambeacutem a todos os meus colegas de curso principalmente Rogeacuterio

e Sandro que sempre me apoiaram nas horas difiacuteceis

A todos que contribuiacuteram neste trabalho o meu sincero reconhecimento

Muito obrigado

EPIacuteGRAFE

ldquoJamais considere seus estudos

como uma obrigaccedilatildeo mas como

uma oportunidade invejaacutevel para

aprender a conhecer a influecircncia

libertadora da beleza do reino do

espiacuterito para seu proacuteprio prazer

pessoal e para proveito da

comunidade agrave qual seu futuro

trabalho pertencerrdquo

Albert Einstein (1879-1955)

RESUMO

O magneacutesio e suas ligas tem adquirido importacircncia cada vez mais

significativa como material estrutural de peso leve despertando um interesse pela

induacutestria uma vez que oferece a melhor relaccedilatildeo pesoresistecircncia entre os metais Os

campos mais conhecidos de sua aplicaccedilatildeo consistem na construccedilatildeo de veiacuteculos na

induacutestria aeronaacuteutica manipulaccedilatildeo industrial (automatizaccedilatildeo) e tecnologia de

comunicaccedilatildeo Em particular a induacutestria automobiliacutestica tem crescentemente

ampliado a utilizaccedilatildeo de ligas de magneacutesio na produccedilatildeo de peccedilas que vatildeo desde

caixas de cacircmbio ateacute aros de rodas As principais razotildees para este desenvolvimento

satildeo mudanccedilas na legislaccedilatildeo ambiental agraves exigecircncias de cliente e objetivos

corporativos que requerem veiacuteculos mais leves diminuindo o consumo de

combustiacutevel O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo da liga de

magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de mischmetal 15 em peso e sem adiccedilatildeo analisando

e comparando a influecircncia do tratamento teacutermico T6 composto de solubilizaccedilatildeo

seguido de envelhecimento artificial com relaccedilatildeo agrave propriedade mecacircnica de micro

dureza Vickers Dessa forma a liga estudada foi fundida por tixofundiccedilatildeo com

resfriamento controlado em aacutegua a temperatura ambiente Nos corpos de prova

extraiacutedos dos lingotes foram submetidos ao tratamento teacutermico T6 anaacutelise estrutural

de microestrutura e caracterizaccedilatildeo mecacircnica atraveacutes do ensaio de micro dureza

Vickers Neste trabalho estudou-se o uso da fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido para a obtenccedilatildeo da liga de Mg ZK60 modificada com a adiccedilatildeo de

15 em peso de MISCHMETAL O resultado da fundiccedilatildeo demonstra que o

processo permite obter tarugos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupe defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura da liga como fundida consiste

de uma matriz de gratildeos globulares de forma heterogecircnea com α-Mg reforccedilada por

distintos precipitados dos tipos Mg-Zn Mg-Zn-RE e Mg-RE nos contornos de gratildeo

Verificou-se a propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers comparando os

resultados das ligas como fundida com as tratadas termicamente por T6 com e

sem adiccedilotildees de Terras Raras RE apresentando assim aumento na dureza apoacutes

tratamento teacutermico RE (Rare Earth)

Palavras-chave Magneacutesio Terras Raras Fundiccedilatildeo Semi-soacutelidosT6

ABSTRACT

Magnesium and its alloys has gained importance increasingly significant as

light weight structural material awakening an interest in industry as it offers the best

weightresistance between metals The most popular fields of application are the

construction of vehicles in the aircraft industry industrial engineering (automation)

and communication technology In particular the auto industry has increasingly

expanded the use of magnesium alloys in the production of pieces ranging from gear

boxes to wheel rims The main reasons for this development are changes in

environmental legislation to customer requirements and business objectives that

require lighter vehicles decreasing fuel consumption This work aims to realize a ZK-

60 magnesium alloy study with addition of mischmetal 15 by weight and no added

by analyzing and comparing the influence of the heat treatment T6 compound

solubilization followed by artificial aging with respect the mechanical properties of

micro Vickers hardness The studied alloy was tixocasted with controlled cooling with

water at room temperature The specimens extracted from the ingot were subjected

to heat treatment T6 structural analysis of microstructure and mechanical

characterization by means of the micro Vickers hardness test In this work the use of

mechanical stirring casting was studied in a semi-solid state to obtain Mg ZK60 alloy

modified with the addition of 15 by weight mischmetal The results demonstrate

that this casting process engender ingots with homogeneous chemical composition

free of pipes blowholes and internal oxidation The microstructure of the alloy as cast

consists of a globular grain matrix heterogeneously with α-Mg reinforced by

precipitates of different Mg-Zn Mg-Zn-Mg-RE and Mg-RE types at grain

boundaries Furthermore the mechanical properties of micro Vickers hardness by

comparing the results of the alloys as cast with heat treated by T6 with and without

addition of rare earth an increase in hardness after heat treatment RE (Rare

Earth)

Keywords Magnesium Rare Earth casting semi-solid T6

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

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DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho a minha

querida esposa que sempre esteve

presente em todos os momentos

me apoiando e incentivando

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer de forma especial a Deus pela minha existecircncia e a

todas as pessoas que direta e indiretamente participaram em mais esta conquista de

minha vida

Desejo agradecer ao meu professor e orientador ProfDr Antocircnio Luiz Ribeiro

Sabariz pela valiosa ajuda durante esta jornada Natildeo posso deixar tambeacutem de

agradecer ao ProfDr Haroldo Cavalcanti Pinto e o doutorando Erenilton Pereira da

Silva ambos da USP-EESC pela grande ajuda nesta e outras etapas Um obrigado a

todos os professores que me acompanharam nesta jornada

Um agradecimento muito especial a empresa RIMA pelos lingotes cedidos

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

A CAPES pelo apoio financeiro

A UFSJ pela infraestrutura

O meu muito obrigado eacute direcionado ao Sr Francisco e ao Sr Emilio pela

ajuda e simpatia prestada durante as longas jornadas desprendidas nos laboratoacuterios

natildeo podendo esquecer os bolsista do Grupo Pet Henrique Victor Marina Ana

Pedro Francis Lucas Stephanie e outros que de forma direta sempre estiveram

presentes neste trabalho

Natildeo posso esquecer o meu grande agradecimento para minha famiacutelia

principalmente a minha esposa Maacutercia que sempre apoiou e acreditou em meu

sucesso

Agradeccedilo tambeacutem a todos os meus colegas de curso principalmente Rogeacuterio

e Sandro que sempre me apoiaram nas horas difiacuteceis

A todos que contribuiacuteram neste trabalho o meu sincero reconhecimento

Muito obrigado

EPIacuteGRAFE

ldquoJamais considere seus estudos

como uma obrigaccedilatildeo mas como

uma oportunidade invejaacutevel para

aprender a conhecer a influecircncia

libertadora da beleza do reino do

espiacuterito para seu proacuteprio prazer

pessoal e para proveito da

comunidade agrave qual seu futuro

trabalho pertencerrdquo

Albert Einstein (1879-1955)

RESUMO

O magneacutesio e suas ligas tem adquirido importacircncia cada vez mais

significativa como material estrutural de peso leve despertando um interesse pela

induacutestria uma vez que oferece a melhor relaccedilatildeo pesoresistecircncia entre os metais Os

campos mais conhecidos de sua aplicaccedilatildeo consistem na construccedilatildeo de veiacuteculos na

induacutestria aeronaacuteutica manipulaccedilatildeo industrial (automatizaccedilatildeo) e tecnologia de

comunicaccedilatildeo Em particular a induacutestria automobiliacutestica tem crescentemente

ampliado a utilizaccedilatildeo de ligas de magneacutesio na produccedilatildeo de peccedilas que vatildeo desde

caixas de cacircmbio ateacute aros de rodas As principais razotildees para este desenvolvimento

satildeo mudanccedilas na legislaccedilatildeo ambiental agraves exigecircncias de cliente e objetivos

corporativos que requerem veiacuteculos mais leves diminuindo o consumo de

combustiacutevel O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo da liga de

magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de mischmetal 15 em peso e sem adiccedilatildeo analisando

e comparando a influecircncia do tratamento teacutermico T6 composto de solubilizaccedilatildeo

seguido de envelhecimento artificial com relaccedilatildeo agrave propriedade mecacircnica de micro

dureza Vickers Dessa forma a liga estudada foi fundida por tixofundiccedilatildeo com

resfriamento controlado em aacutegua a temperatura ambiente Nos corpos de prova

extraiacutedos dos lingotes foram submetidos ao tratamento teacutermico T6 anaacutelise estrutural

de microestrutura e caracterizaccedilatildeo mecacircnica atraveacutes do ensaio de micro dureza

Vickers Neste trabalho estudou-se o uso da fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido para a obtenccedilatildeo da liga de Mg ZK60 modificada com a adiccedilatildeo de

15 em peso de MISCHMETAL O resultado da fundiccedilatildeo demonstra que o

processo permite obter tarugos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupe defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura da liga como fundida consiste

de uma matriz de gratildeos globulares de forma heterogecircnea com α-Mg reforccedilada por

distintos precipitados dos tipos Mg-Zn Mg-Zn-RE e Mg-RE nos contornos de gratildeo

Verificou-se a propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers comparando os

resultados das ligas como fundida com as tratadas termicamente por T6 com e

sem adiccedilotildees de Terras Raras RE apresentando assim aumento na dureza apoacutes

tratamento teacutermico RE (Rare Earth)

Palavras-chave Magneacutesio Terras Raras Fundiccedilatildeo Semi-soacutelidosT6

ABSTRACT

Magnesium and its alloys has gained importance increasingly significant as

light weight structural material awakening an interest in industry as it offers the best

weightresistance between metals The most popular fields of application are the

construction of vehicles in the aircraft industry industrial engineering (automation)

and communication technology In particular the auto industry has increasingly

expanded the use of magnesium alloys in the production of pieces ranging from gear

boxes to wheel rims The main reasons for this development are changes in

environmental legislation to customer requirements and business objectives that

require lighter vehicles decreasing fuel consumption This work aims to realize a ZK-

60 magnesium alloy study with addition of mischmetal 15 by weight and no added

by analyzing and comparing the influence of the heat treatment T6 compound

solubilization followed by artificial aging with respect the mechanical properties of

micro Vickers hardness The studied alloy was tixocasted with controlled cooling with

water at room temperature The specimens extracted from the ingot were subjected

to heat treatment T6 structural analysis of microstructure and mechanical

characterization by means of the micro Vickers hardness test In this work the use of

mechanical stirring casting was studied in a semi-solid state to obtain Mg ZK60 alloy

modified with the addition of 15 by weight mischmetal The results demonstrate

that this casting process engender ingots with homogeneous chemical composition

free of pipes blowholes and internal oxidation The microstructure of the alloy as cast

consists of a globular grain matrix heterogeneously with α-Mg reinforced by

precipitates of different Mg-Zn Mg-Zn-Mg-RE and Mg-RE types at grain

boundaries Furthermore the mechanical properties of micro Vickers hardness by

comparing the results of the alloys as cast with heat treated by T6 with and without

addition of rare earth an increase in hardness after heat treatment RE (Rare

Earth)

Keywords Magnesium Rare Earth casting semi-solid T6

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer de forma especial a Deus pela minha existecircncia e a

todas as pessoas que direta e indiretamente participaram em mais esta conquista de

minha vida

Desejo agradecer ao meu professor e orientador ProfDr Antocircnio Luiz Ribeiro

Sabariz pela valiosa ajuda durante esta jornada Natildeo posso deixar tambeacutem de

agradecer ao ProfDr Haroldo Cavalcanti Pinto e o doutorando Erenilton Pereira da

Silva ambos da USP-EESC pela grande ajuda nesta e outras etapas Um obrigado a

todos os professores que me acompanharam nesta jornada

Um agradecimento muito especial a empresa RIMA pelos lingotes cedidos

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

A CAPES pelo apoio financeiro

A UFSJ pela infraestrutura

O meu muito obrigado eacute direcionado ao Sr Francisco e ao Sr Emilio pela

ajuda e simpatia prestada durante as longas jornadas desprendidas nos laboratoacuterios

natildeo podendo esquecer os bolsista do Grupo Pet Henrique Victor Marina Ana

Pedro Francis Lucas Stephanie e outros que de forma direta sempre estiveram

presentes neste trabalho

Natildeo posso esquecer o meu grande agradecimento para minha famiacutelia

principalmente a minha esposa Maacutercia que sempre apoiou e acreditou em meu

sucesso

Agradeccedilo tambeacutem a todos os meus colegas de curso principalmente Rogeacuterio

e Sandro que sempre me apoiaram nas horas difiacuteceis

A todos que contribuiacuteram neste trabalho o meu sincero reconhecimento

Muito obrigado

EPIacuteGRAFE

ldquoJamais considere seus estudos

como uma obrigaccedilatildeo mas como

uma oportunidade invejaacutevel para

aprender a conhecer a influecircncia

libertadora da beleza do reino do

espiacuterito para seu proacuteprio prazer

pessoal e para proveito da

comunidade agrave qual seu futuro

trabalho pertencerrdquo

Albert Einstein (1879-1955)

RESUMO

O magneacutesio e suas ligas tem adquirido importacircncia cada vez mais

significativa como material estrutural de peso leve despertando um interesse pela

induacutestria uma vez que oferece a melhor relaccedilatildeo pesoresistecircncia entre os metais Os

campos mais conhecidos de sua aplicaccedilatildeo consistem na construccedilatildeo de veiacuteculos na

induacutestria aeronaacuteutica manipulaccedilatildeo industrial (automatizaccedilatildeo) e tecnologia de

comunicaccedilatildeo Em particular a induacutestria automobiliacutestica tem crescentemente

ampliado a utilizaccedilatildeo de ligas de magneacutesio na produccedilatildeo de peccedilas que vatildeo desde

caixas de cacircmbio ateacute aros de rodas As principais razotildees para este desenvolvimento

satildeo mudanccedilas na legislaccedilatildeo ambiental agraves exigecircncias de cliente e objetivos

corporativos que requerem veiacuteculos mais leves diminuindo o consumo de

combustiacutevel O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo da liga de

magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de mischmetal 15 em peso e sem adiccedilatildeo analisando

e comparando a influecircncia do tratamento teacutermico T6 composto de solubilizaccedilatildeo

seguido de envelhecimento artificial com relaccedilatildeo agrave propriedade mecacircnica de micro

dureza Vickers Dessa forma a liga estudada foi fundida por tixofundiccedilatildeo com

resfriamento controlado em aacutegua a temperatura ambiente Nos corpos de prova

extraiacutedos dos lingotes foram submetidos ao tratamento teacutermico T6 anaacutelise estrutural

de microestrutura e caracterizaccedilatildeo mecacircnica atraveacutes do ensaio de micro dureza

Vickers Neste trabalho estudou-se o uso da fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido para a obtenccedilatildeo da liga de Mg ZK60 modificada com a adiccedilatildeo de

15 em peso de MISCHMETAL O resultado da fundiccedilatildeo demonstra que o

processo permite obter tarugos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupe defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura da liga como fundida consiste

de uma matriz de gratildeos globulares de forma heterogecircnea com α-Mg reforccedilada por

distintos precipitados dos tipos Mg-Zn Mg-Zn-RE e Mg-RE nos contornos de gratildeo

Verificou-se a propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers comparando os

resultados das ligas como fundida com as tratadas termicamente por T6 com e

sem adiccedilotildees de Terras Raras RE apresentando assim aumento na dureza apoacutes

tratamento teacutermico RE (Rare Earth)

Palavras-chave Magneacutesio Terras Raras Fundiccedilatildeo Semi-soacutelidosT6

ABSTRACT

Magnesium and its alloys has gained importance increasingly significant as

light weight structural material awakening an interest in industry as it offers the best

weightresistance between metals The most popular fields of application are the

construction of vehicles in the aircraft industry industrial engineering (automation)

and communication technology In particular the auto industry has increasingly

expanded the use of magnesium alloys in the production of pieces ranging from gear

boxes to wheel rims The main reasons for this development are changes in

environmental legislation to customer requirements and business objectives that

require lighter vehicles decreasing fuel consumption This work aims to realize a ZK-

60 magnesium alloy study with addition of mischmetal 15 by weight and no added

by analyzing and comparing the influence of the heat treatment T6 compound

solubilization followed by artificial aging with respect the mechanical properties of

micro Vickers hardness The studied alloy was tixocasted with controlled cooling with

water at room temperature The specimens extracted from the ingot were subjected

to heat treatment T6 structural analysis of microstructure and mechanical

characterization by means of the micro Vickers hardness test In this work the use of

mechanical stirring casting was studied in a semi-solid state to obtain Mg ZK60 alloy

modified with the addition of 15 by weight mischmetal The results demonstrate

that this casting process engender ingots with homogeneous chemical composition

free of pipes blowholes and internal oxidation The microstructure of the alloy as cast

consists of a globular grain matrix heterogeneously with α-Mg reinforced by

precipitates of different Mg-Zn Mg-Zn-Mg-RE and Mg-RE types at grain

boundaries Furthermore the mechanical properties of micro Vickers hardness by

comparing the results of the alloys as cast with heat treated by T6 with and without

addition of rare earth an increase in hardness after heat treatment RE (Rare

Earth)

Keywords Magnesium Rare Earth casting semi-solid T6

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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ldquoJamais considere seus estudos

como uma obrigaccedilatildeo mas como

uma oportunidade invejaacutevel para

aprender a conhecer a influecircncia

libertadora da beleza do reino do

espiacuterito para seu proacuteprio prazer

pessoal e para proveito da

comunidade agrave qual seu futuro

trabalho pertencerrdquo

Albert Einstein (1879-1955)

RESUMO

O magneacutesio e suas ligas tem adquirido importacircncia cada vez mais

significativa como material estrutural de peso leve despertando um interesse pela

induacutestria uma vez que oferece a melhor relaccedilatildeo pesoresistecircncia entre os metais Os

campos mais conhecidos de sua aplicaccedilatildeo consistem na construccedilatildeo de veiacuteculos na

induacutestria aeronaacuteutica manipulaccedilatildeo industrial (automatizaccedilatildeo) e tecnologia de

comunicaccedilatildeo Em particular a induacutestria automobiliacutestica tem crescentemente

ampliado a utilizaccedilatildeo de ligas de magneacutesio na produccedilatildeo de peccedilas que vatildeo desde

caixas de cacircmbio ateacute aros de rodas As principais razotildees para este desenvolvimento

satildeo mudanccedilas na legislaccedilatildeo ambiental agraves exigecircncias de cliente e objetivos

corporativos que requerem veiacuteculos mais leves diminuindo o consumo de

combustiacutevel O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo da liga de

magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de mischmetal 15 em peso e sem adiccedilatildeo analisando

e comparando a influecircncia do tratamento teacutermico T6 composto de solubilizaccedilatildeo

seguido de envelhecimento artificial com relaccedilatildeo agrave propriedade mecacircnica de micro

dureza Vickers Dessa forma a liga estudada foi fundida por tixofundiccedilatildeo com

resfriamento controlado em aacutegua a temperatura ambiente Nos corpos de prova

extraiacutedos dos lingotes foram submetidos ao tratamento teacutermico T6 anaacutelise estrutural

de microestrutura e caracterizaccedilatildeo mecacircnica atraveacutes do ensaio de micro dureza

Vickers Neste trabalho estudou-se o uso da fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido para a obtenccedilatildeo da liga de Mg ZK60 modificada com a adiccedilatildeo de

15 em peso de MISCHMETAL O resultado da fundiccedilatildeo demonstra que o

processo permite obter tarugos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupe defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura da liga como fundida consiste

de uma matriz de gratildeos globulares de forma heterogecircnea com α-Mg reforccedilada por

distintos precipitados dos tipos Mg-Zn Mg-Zn-RE e Mg-RE nos contornos de gratildeo

Verificou-se a propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers comparando os

resultados das ligas como fundida com as tratadas termicamente por T6 com e

sem adiccedilotildees de Terras Raras RE apresentando assim aumento na dureza apoacutes

tratamento teacutermico RE (Rare Earth)

Palavras-chave Magneacutesio Terras Raras Fundiccedilatildeo Semi-soacutelidosT6

ABSTRACT

Magnesium and its alloys has gained importance increasingly significant as

light weight structural material awakening an interest in industry as it offers the best

weightresistance between metals The most popular fields of application are the

construction of vehicles in the aircraft industry industrial engineering (automation)

and communication technology In particular the auto industry has increasingly

expanded the use of magnesium alloys in the production of pieces ranging from gear

boxes to wheel rims The main reasons for this development are changes in

environmental legislation to customer requirements and business objectives that

require lighter vehicles decreasing fuel consumption This work aims to realize a ZK-

60 magnesium alloy study with addition of mischmetal 15 by weight and no added

by analyzing and comparing the influence of the heat treatment T6 compound

solubilization followed by artificial aging with respect the mechanical properties of

micro Vickers hardness The studied alloy was tixocasted with controlled cooling with

water at room temperature The specimens extracted from the ingot were subjected

to heat treatment T6 structural analysis of microstructure and mechanical

characterization by means of the micro Vickers hardness test In this work the use of

mechanical stirring casting was studied in a semi-solid state to obtain Mg ZK60 alloy

modified with the addition of 15 by weight mischmetal The results demonstrate

that this casting process engender ingots with homogeneous chemical composition

free of pipes blowholes and internal oxidation The microstructure of the alloy as cast

consists of a globular grain matrix heterogeneously with α-Mg reinforced by

precipitates of different Mg-Zn Mg-Zn-Mg-RE and Mg-RE types at grain

boundaries Furthermore the mechanical properties of micro Vickers hardness by

comparing the results of the alloys as cast with heat treated by T6 with and without

addition of rare earth an increase in hardness after heat treatment RE (Rare

Earth)

Keywords Magnesium Rare Earth casting semi-solid T6

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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RESUMO

O magneacutesio e suas ligas tem adquirido importacircncia cada vez mais

significativa como material estrutural de peso leve despertando um interesse pela

induacutestria uma vez que oferece a melhor relaccedilatildeo pesoresistecircncia entre os metais Os

campos mais conhecidos de sua aplicaccedilatildeo consistem na construccedilatildeo de veiacuteculos na

induacutestria aeronaacuteutica manipulaccedilatildeo industrial (automatizaccedilatildeo) e tecnologia de

comunicaccedilatildeo Em particular a induacutestria automobiliacutestica tem crescentemente

ampliado a utilizaccedilatildeo de ligas de magneacutesio na produccedilatildeo de peccedilas que vatildeo desde

caixas de cacircmbio ateacute aros de rodas As principais razotildees para este desenvolvimento

satildeo mudanccedilas na legislaccedilatildeo ambiental agraves exigecircncias de cliente e objetivos

corporativos que requerem veiacuteculos mais leves diminuindo o consumo de

combustiacutevel O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo da liga de

magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de mischmetal 15 em peso e sem adiccedilatildeo analisando

e comparando a influecircncia do tratamento teacutermico T6 composto de solubilizaccedilatildeo

seguido de envelhecimento artificial com relaccedilatildeo agrave propriedade mecacircnica de micro

dureza Vickers Dessa forma a liga estudada foi fundida por tixofundiccedilatildeo com

resfriamento controlado em aacutegua a temperatura ambiente Nos corpos de prova

extraiacutedos dos lingotes foram submetidos ao tratamento teacutermico T6 anaacutelise estrutural

de microestrutura e caracterizaccedilatildeo mecacircnica atraveacutes do ensaio de micro dureza

Vickers Neste trabalho estudou-se o uso da fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido para a obtenccedilatildeo da liga de Mg ZK60 modificada com a adiccedilatildeo de

15 em peso de MISCHMETAL O resultado da fundiccedilatildeo demonstra que o

processo permite obter tarugos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupe defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura da liga como fundida consiste

de uma matriz de gratildeos globulares de forma heterogecircnea com α-Mg reforccedilada por

distintos precipitados dos tipos Mg-Zn Mg-Zn-RE e Mg-RE nos contornos de gratildeo

Verificou-se a propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers comparando os

resultados das ligas como fundida com as tratadas termicamente por T6 com e

sem adiccedilotildees de Terras Raras RE apresentando assim aumento na dureza apoacutes

tratamento teacutermico RE (Rare Earth)

Palavras-chave Magneacutesio Terras Raras Fundiccedilatildeo Semi-soacutelidosT6

ABSTRACT

Magnesium and its alloys has gained importance increasingly significant as

light weight structural material awakening an interest in industry as it offers the best

weightresistance between metals The most popular fields of application are the

construction of vehicles in the aircraft industry industrial engineering (automation)

and communication technology In particular the auto industry has increasingly

expanded the use of magnesium alloys in the production of pieces ranging from gear

boxes to wheel rims The main reasons for this development are changes in

environmental legislation to customer requirements and business objectives that

require lighter vehicles decreasing fuel consumption This work aims to realize a ZK-

60 magnesium alloy study with addition of mischmetal 15 by weight and no added

by analyzing and comparing the influence of the heat treatment T6 compound

solubilization followed by artificial aging with respect the mechanical properties of

micro Vickers hardness The studied alloy was tixocasted with controlled cooling with

water at room temperature The specimens extracted from the ingot were subjected

to heat treatment T6 structural analysis of microstructure and mechanical

characterization by means of the micro Vickers hardness test In this work the use of

mechanical stirring casting was studied in a semi-solid state to obtain Mg ZK60 alloy

modified with the addition of 15 by weight mischmetal The results demonstrate

that this casting process engender ingots with homogeneous chemical composition

free of pipes blowholes and internal oxidation The microstructure of the alloy as cast

consists of a globular grain matrix heterogeneously with α-Mg reinforced by

precipitates of different Mg-Zn Mg-Zn-Mg-RE and Mg-RE types at grain

boundaries Furthermore the mechanical properties of micro Vickers hardness by

comparing the results of the alloys as cast with heat treated by T6 with and without

addition of rare earth an increase in hardness after heat treatment RE (Rare

Earth)

Keywords Magnesium Rare Earth casting semi-solid T6

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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ABSTRACT

Magnesium and its alloys has gained importance increasingly significant as

light weight structural material awakening an interest in industry as it offers the best

weightresistance between metals The most popular fields of application are the

construction of vehicles in the aircraft industry industrial engineering (automation)

and communication technology In particular the auto industry has increasingly

expanded the use of magnesium alloys in the production of pieces ranging from gear

boxes to wheel rims The main reasons for this development are changes in

environmental legislation to customer requirements and business objectives that

require lighter vehicles decreasing fuel consumption This work aims to realize a ZK-

60 magnesium alloy study with addition of mischmetal 15 by weight and no added

by analyzing and comparing the influence of the heat treatment T6 compound

solubilization followed by artificial aging with respect the mechanical properties of

micro Vickers hardness The studied alloy was tixocasted with controlled cooling with

water at room temperature The specimens extracted from the ingot were subjected

to heat treatment T6 structural analysis of microstructure and mechanical

characterization by means of the micro Vickers hardness test In this work the use of

mechanical stirring casting was studied in a semi-solid state to obtain Mg ZK60 alloy

modified with the addition of 15 by weight mischmetal The results demonstrate

that this casting process engender ingots with homogeneous chemical composition

free of pipes blowholes and internal oxidation The microstructure of the alloy as cast

consists of a globular grain matrix heterogeneously with α-Mg reinforced by

precipitates of different Mg-Zn Mg-Zn-Mg-RE and Mg-RE types at grain

boundaries Furthermore the mechanical properties of micro Vickers hardness by

comparing the results of the alloys as cast with heat treated by T6 with and without

addition of rare earth an increase in hardness after heat treatment RE (Rare

Earth)

Keywords Magnesium Rare Earth casting semi-solid T6

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 17

11 Objetivos 18

12 Justificativa 19

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

21 O magneacutesio 20

22 Demanda por magneacutesio 20

23 Ocorrecircncias Naturais 24

24 Processos de obtenccedilatildeo 25

25 Principais caracteriacutesticas 27

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio 28

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio 29

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas 30

28 Influecircncia da Corrosatildeo 31

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio 31

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio 35

211 Ligas de magneacutesio 35

2111 Principais elementos de liga 35

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio 38

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio 41

2121 Tixofundiccedilatildeo 42

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio 45

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers 47

214 Tratamentos teacutermicos 48

2141 Solubilizaccedilatildeo 49

2142 Tecircmpera 50

2143 Envelhecimento 51

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE 52

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) 53

2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

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ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

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2152 Microestrutura 54

3 MATERIAIS E METOacuteDOS 57

31 Materiais 57

32 Tratamentos teacutermicos 60

33 Microestrutura 62

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica 62

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura 64

333 Ensaio mecacircnico 64

34 Tratamento estatiacutestico 65

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 66

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo 66

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos 67

43 Microestruturas como fundida 67

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 68

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida 70

44 Tratamento teacutermico T6 73

45 Propriedades mecacircnicas 74

5 CONCLUSAtildeO 80

6 TRABALHOS FUTUROS 81

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 82

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008 21

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) ano 2008 21

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008 22

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro 23

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008 23

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China 27

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro 28

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas 30

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003) 32

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado (BROOKS 1982 e

DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003) 37

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990) 39

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990) 39

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990) 40

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009) 41

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento 62

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal 67

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal 67

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos 76

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008 22

Figura 3 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando

(Volkswagen AG) (KU Kainer 2003) 33

Figura 4 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg 34

Figura 5 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e 34

Figura 6 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook 34

Figura 7 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado 35

Figura 8 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003) 42

Figura 9 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl

para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003) 43

Figura 10 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al 45

Figura 11 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012) 47

Figura 12 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers 48

Figura 13 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012) 49

Figura 14 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill) 52

Figura 15 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de 54

Figura 16 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012) 55

Figura 17 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados 56

Figura 18 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades 57

Figura 19 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe 58

Figura 20 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos 58

Figura 21 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006) 59

Figura 22 - Forno resistivo 60

Figura 23 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura 60

Figura 24- Forno de tratamento teacutermico 61

Figura 25 - Embutimento 63

Figura 26 ndash Lixamento Figura 27 - Polimento 63

Figura 28 - Limpeza Ultrassocircnica 63

Figura 29 - Medidor de micro dureza Vickers 64

Figura 30 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos 68

Figura 31 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV 69

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro 69

Figura 33 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 70

Figura 34 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos 71

Figura 35 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV 72

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da 72

Figura 37 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica 73

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas 74

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas 75

Figura 40 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas 75

Figura 41 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab 78

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

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LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS

A Aacuterea da piracircmide de base quadrada [mm2]

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia

ASM American Society for Materials

ASTM American Society for Testing and Materials

AZ31 Liga de magneacutesio com 3 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ61 Liga de magneacutesio com 6 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

AZ80 Liga de magneacutesio com 8 de Alumiacutenio e 043 maacuteximo de Zinco

AZ91 Liga de magneacutesio com 9 de Alumiacutenio e 1 de Zinco

BSE Eleacutetrons retroespalhados

d Valor meacutedio das diagonais [mm]

DSC Calorimetria diferencial exploratoacuteria

EDS Espectroscopia de Energia Dispersiva de raio-x

EESC Escola de Engenharia de Satildeo Carlos

F Forccedila [Kgf]

HCP Hexagonal Compacta

HV Micro dureza Vickers

IF Instituto Federal

MET Microscoacutepio Eletrocircnico de Transmissatildeo

MEV Microscoacutepio Eletrocircnico de Varredura

MG Minas Gerais

MM Mischmetal composto de Terras Raras (Lantacircnio Ceacuterio Neodiacutemio e Praseodiacutemio)

MO Microscoacutepio Oacutetico

RE Rare Earth Terras Raras

T1 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 400ordmC

T2 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 350ordmC

T3 Temperatura de solubilizaccedilatildeo a 250ordmC

T4 Temperatura de envelhecimento a 150ordmC

T5 Temperatura de envelhecimento a 200ordmC

T6 Temperatura de envelhecimento a 250ordmC

USP Universidade Estadual de Satildeo Paulo

WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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WE43 Liga de magneacutesio com 4 de Iacutetrio e 3 de Terras Raras

WE54 Liga de magneacutesio com 5 de Iacutetrio e 4 de Terras Raras

ZK30 Liga de magneacutesio com 3 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

ZK60 Liga de magneacutesio com 6 de Zinco e 043 maacuteximo de Zircocircnio

σc Limite de Resistecircncia a Compressatildeo [MPa]

σe Limite de Escoamento [MPa]

σu Limite de Resistecircncia a Traccedilatildeo [MPa]

17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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17

1 INTRODUCcedilAtildeO

As ligas de magneacutesio podem ser consideradas como materiais metaacutelicos do

futuro o consumo de peccedilas fundidas neste material tem aumentado 25 por ano e

esta taxa de crescimento tende a se manter constante pois as induacutestrias de

automoacutevel computadores ferramentas e eletrocircnicos estatildeo aproveitando as

propriedades vantajosas do magneacutesio tais como elevada relaccedilatildeo de resistecircncia e

baixo peso boas propriedades de amortecimento resistecircncia contra deformaccedilatildeo e

boa blindagem eletromagneacutetica

Como se tem focado na uacuteltima deacutecada a economia de recursos energeacuteticos

as grandes empresas objetivam alcanccedilar entre outras soluccedilotildees a reduccedilatildeo dos pesos

dos componentes mecacircnicos o que se permite uma economia de combustiacutevel

aumento no desempenho das maacutequinas e reduccedilatildeo de emissatildeo de poluentes

Cada vez mais as ligas ferrosas estatildeo sendo substituiacutedas por novos materiais

tais como a liga de magneacutesio compostos polimeacutericos fibras compoacutesitas e ligas natildeo

ferrosas de baixa densidade Dentre os metais chamados de Liga Leve os mais

presentes satildeo as ligas de Alumiacutenio ligas de Titacircnio e mais recentemente as ligas de

Magneacutesio

A demanda pelo potencial de produccedilatildeo do magneacutesio natildeo eacute preocupante jaacute

que eacute o oitavo elemento mais comum do mundo e o sexto entre os metais

representando aproximadamente 2 da superfiacutecie da terra O elemento magneacutesio

pode ser obtido por eletroacutelise do cloreto de magneacutesio fundido o qual eacute obtido da

aacutegua de poccedilos salinos ou do mar e tambeacutem pode ser produzido pela reduccedilatildeo direta

de um mineacuterio com um agente redutor adequado como eacute o caso da dolomita

reduzida pelo ferro siliacutecio

A induacutestria aeronaacuteutica comercial e militar empregou ligas de Mg

consideravelmente a niacutevel estrutural nas deacutecadas de 1950 a 1970 mas seu uso nas

deacutecadas seguintes foi limitado devido a problemas de corrosatildeo Atualmente a fim de

18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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18

aprimorar o desempenho desta nova classe de materiais leves para construccedilatildeo

mecacircnica pesquisadores tecircm se empenhado em todo o mundo no desenvolvimento

de novas ligas visando inserir novamente a sua utilizaccedilatildeo

Ligas de Mg-Zn-Zr do tipo ZK representam uma matriz de maacutexima resistecircncia

mecacircnica dentre todas as ligas de Mg Aleacutem disso estudos recentes tecircm

demonstrado que a adiccedilatildeo de terras raras (RE) melhora a resistecircncia agrave corrosatildeo e agrave

oxidaccedilatildeo (devido agrave formaccedilatildeo de filmes de oacutexidos densos a partir dos elementos

terras raras em soluccedilatildeo soacutelida) um estudo aprofundado de ligas do tipo ZK com

adiccedilotildees distintas de elementos RE pode resultar em alternativas para uma retomada

do uso de materiais agrave base de Mg a onde busca-se uma reduccedilatildeo mais significativa

de peso estrutural

A produccedilatildeo em escala laboratorial da liga ZK60 (Mg-6Zn-1Zr) modificada

com a adiccedilatildeo de 15 em peso de mischmetal que eacute uma mistura de elementos RE

com custo mais acessiacutevel atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo de precisatildeo em estado

semi-soacutelido bem como o estudo do impacto do tratamento teacutermico T6 na

microestrutura e nas propriedades mecacircnicas do material

Este trabalho foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade

Federal de Satildeo Joatildeo Del Rei (UFSJ) e a Escola de Engenharia de Materiais de Satildeo

Carlos pertencente agrave Universidade Estadual do Estado de Satildeo Paulo (USP) que

permitiu o uso de seu laboratoacuterio de fundiccedilatildeo para obtenccedilatildeo dos lingotes das ligas

de magneacutesio ZK60 com e sem adiccedilatildeo de mischmetal

11 Objetivos

O objetivo eacute a caracterizaccedilatildeo da liga ZK60 - modificada com adiccedilatildeo de 15

em peso michsmetal fundido pelo processo de Tixofundiccedilatildeo com os ensaios de

micro dureza Vickers HV Microscopia Oacutetica(MO) Microscopia Eletrocircnica de

Varredura(MEV) Espectroscopia de Dispersatildeo de Energia (EDS) acoplada ao MEV

Comparando os resultados obtidos da liga ZK60 como fundidas com e sem adiccedilatildeo

de MM seguido do tratamento teacutermico T6 Variando as temperaturas solubilizaccedilatildeo

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

19

nas faixas de 250ordmC 350ordmC e 400ordmC e as temperaturas de envelhecimento nas

faixas de 150ordmC 200ordmC e 250ordmC

12 Justificativa

Atualmente eacute crescente a procura por materiais que contribuam para reduzir

as emissotildees de CO₂ causando com isso menor poluiccedilatildeo e menor ataque agrave camada

de ozocircnio Aproximadamente 23 das emissotildees de CO₂ tem origem no setor de

transportes Assim uma importante estrateacutegia para a sustentabilidade deste setor

consiste em atuar na reduccedilatildeo do peso de estruturas automotivas e aeroespaciais

fato que implica natildeo apenas na diminuiccedilatildeo da emissatildeo de poluentes mas tambeacutem

das despesas com a energia consumida (WATARAI H (2006) SCIENCE amp

TECHNOLOGY TRENDS 18 PP 84-97)

Neste sentido uma crescente demanda por materiais agrave base de magneacutesio

(Mg) justifica-se devido agrave sua baixa densidade (23 do alumiacutenio) faacutecil usinabilidade

boa resistecircncia mecacircnica especiacutefica se comparado com os demais materiais

metaacutelicos e elevado potencial de reciclagem (FRIEDRICH HE MORDLIKE BL

MAGNESIUM TECHNOLOGY APPLICATIONS (2006) SPRINGER-VERLAG

BERLIN HEIDELBERG)

O magneacutesio eacute um material ainda pouco explorado com grande potencial para

a sua aplicabilidade como materiais de alto desempenho (KUKAINER 2003)

A liga ZK60 modificada com adiccedilatildeo de Mischmetal representa uma importante

matriz para o desenvolvimento de materiais com aplicaccedilatildeo em estrutura aeronaacuteutica

e componentes mecacircnicos (motores de carros e etc) A adiccedilatildeo de Mischmetal

(terras raras) 15 em peso viraacute formar intermetaacutelicos de elevado ponto de fusatildeo e

estabilidade termoquiacutemica aumento da resistecircncia mecacircnica a temperatura

ambiente e melhoria na propriedade de corrosatildeo (EPSILVA 2012 FUNDICcedilAtildeO NO

ESTADO SEMI-SOacuteLIDO DE LIGA ULTRA LEVE DE MAGNEacuteSIO ZK60 COM

ADICcedilAtildeO DE TERRAS RARAS)

20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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20

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 O magneacutesio

O magneacutesio eacute um elemento quiacutemico de siacutembolo Mg de nuacutemero atocircmico 12

(12 proacutetons e 12 eleacutetrons) com massa atocircmica 24 u metal alcalino-terroso soacutelido

nas condiccedilotildees ambientais pertencente ao grupo (ou famiacutelia) 2 (anteriormente

chamada 2A) Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo em

torno de 2 da crosta terrestre sendo o terceiro mais abundante na aacutegua do mar

(KUKAINER 2003)

22 Demanda por magneacutesio

Historicamente o primeiro uso de magneacutesio pela induacutestria automobiliacutestica

ocorreu com a Volkswagen Beetle em 1930 usando uma caixa de transmissatildeo em

magneacutesio fundido Com o uso de magneacutesio fundido em vez de ferro fundido houve

uma reduccedilatildeo de peso de 50 Kg passando assim o peso do componente para 17 kg

Um dos destaques para o uso do magneacutesio na induacutestria automobiliacutestica se daacute em

razatildeo da economia de combustiacutevel para isto a reduccedilatildeo de peso morto no veiacuteculo eacute

grande importacircncia As ligas de magneacutesio mostram-se uma alternativa viaacutevel e de

futuro com uma reduccedilatildeo de peso em relaccedilatildeo a ligas de alumiacutenio na ordem de 33

e de 75 em relaccedilatildeo ao ferro fundido e accedilos

O uso do magneacutesio foi extensivo durante a Primeira (1914-1918) e Segunda

(1939-1945) Guerra Mundial principalmente em artefatos militares Em 1944 o

consumo alcanccedilou 280000 tano mas apoacutes a guerra reduziu para 10000 tano e

em 1998 com o renovado interesse e novas legislaccedilotildees ambientais o consumo

aumentou para 360000 tano a um preccedilo de US$ 36 doacutelares por quilo (MORDIKE E

EBERT 2001)

Conforme a Tabela 1 a taxa anual de produccedilatildeo de magneacutesio vem crescendo

durante este periacuteodo a uma taxa de 741 aa sendo que as maiores taxas de

21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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21

crescimento concentram principalmente nos segmentos de die casting e ligas de

alumiacutenio

Segmento

2005 2006 2007 2008

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Mu

nd

o

Ch

ina

To

tal

Die CastingGravidadeConfor

maccedilatildeo

1682 259 1941 1728 510 2238 1819 920 2739 1893 685 2578

Ligas de Alumiacutenio

1689 301 1990 1730 410 2140 1821 650 2471 2107 450 2557

Dessulfuraccedilatildeo 735 192 927 831 280 1111 855 300 1155 879 100 979

Outros 379 303 682 326 360 692 395 760 1155 405 345 750

TOTAL 4484 1055 5539 4615 1566 6181 4890 2630 7520 5284 1580 6864

Tabela 1 Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro 2009)

A China apresenta-se com uma taxa de crescimento meacutedio anual de consumo

de 144 ultrapassou o consumo Americano e torna-se o maior consumidor

mundial de magneacutesio respondendo por 23 da demanda total

O magneacutesio vem sendo utilizado em diversos segmentos como apresentado

Tabela 2 e Figura 1

Tabela 2 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano de 2008

Segmento Quantidade

Die CastingGravidadeConformados 257779 3756 Ligas de Alumiacutenio 255704 3726

Dessulfuraccedilatildeo 97885 1426 Reduccedilatildeo Metaacutelica 35000 510

Nodularizaccedilatildeo 11985 175 Outras 28000 407 Total 686353 10000

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Tabela 1 Mercado mundial de magneacutesio (mil t) periacuteodo 2005 a 2008

22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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22

Figura 1 - Mercado mundial de magneacutesio (t) - ano 2008

Adaptada (ABM 11ordm - Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos - SP- setembro2009)

Conforme a Tabela 3 apresenta uma taxa meacutedia de crescimento anual de

116 no mercado automobiliacutestico concentra-se mais de 80 das aplicaccedilotildees das

ligas de magneacutesio em seguida vem o segmento 3C (Computaccedilatildeo Comunicaccedilatildeo e

Consumo) vem apresentando significativamente taxas de crescimento nos uacuteltimos

anos

Tabela 3 - Mercado mundial de magneacutesio - periacuteodo 1998 a 2008

Tabela 3 ndash Adaptada (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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23

O mercado brasileiro de magneacutesio para o periacuteodo 19982008 a taxa meacutedia de

crescimento nos uacuteltimos 10 anos foi de 797 aa como mostra a Tabela 4 superior

a meacutedia mundial no mesmo periacuteodo que foi de 554 aa

Tabela 4 - Taxa anual de crescimento do mercado brasileiro

Segmento 1998 (t) 2008 (t) Taxa Anual

Crescimento ()

Die Casting 6310 9538 422

Ligas de Alumiacutenio 1960 7524 144

Dessulfuraccedilatildeo 1641 3525 795

Nodulizaccedilatildeo 880 2285 1001

Outros 80 529 2097

TOTAL 10871 23401 797

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

Os segmentos die casting ligas de alumiacutenio e dessulfuraccedilatildeo respondem por

quase 90 de todo o mercado brasileiro o consumo meacutedio de magneacutesio na

induacutestria automobiliacutestica brasileira eacute de apenas 274 kgveiacuteculo contra uma meacutedia

mundial de 44 kgveiacuteculo como Tabela 5 e Figura 2 (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de

metais natildeo ferrosos - SP - setembro 2009)

Tabela 5 - Segmentos do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

Segmento Quantidade (t) ()

Die Casting 9538 4076

Ligas de Alumiacutenio 7524 3215

Dessulfuraccedilatildeo 3525 1506

Nodulizaccedilatildeo 2285 976

Outros 529 227

TOTAL 23401 10000

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro2009)

24

Adaptado (ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash setembro 2009)

23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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23 Ocorrecircncias Naturais

O magneacutesio eacute encontrado na natureza em forma de sais carbonatos sulfetos

oacutexidos e cloretos (aacutegua do mar)

Os mais importantes minerais estatildeo listados abaixo

Magnesita MgCo3 (27 Mg)

Dolomita MgCo3 CaCo3 (13 Mg)

Carnalita MgCl2KCl6H2o (8 Mg)

Brucita Mg(OH)2

Eacute o sexto elemento entre os metais em abundacircncia constituindo cerca de 2

da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido nas aacuteguas dos mares e

oceanos sendo o magneacutesio constituinte de 013 das mesmas Calculado em

metal isso representa aproximadamente 11 Kg por metro cuacutebico Portanto natildeo haacute

limitaccedilotildees quanto ao fornecimento de material bruto Em estado puro eacute o mais leve

dos metais conhecidos (ROCHA 1999)

Figura 2 - Segmento do mercado brasileiro de magneacutesio ano de 2008

25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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25

24 Processos de obtenccedilatildeo

O magneacutesio metaacutelico eacute obtido atraveacutes de dois caminhos teacutermico e eletroliacutetico

Nos processos teacutermicos o magneacutesio apresenta pureza de produto mais elevada por

ser obtido na forma inicial de vapor Estes processos utilizam como fontes

alternativas a dolomita e a Magnesita Os processos eletroliacuteticos tecircm como

vantagem de ser contiacutenuos e apresentam menores custos de produccedilatildeo e menor

consumo de energia total Utilizam como fonte cloreto de magneacutesio que pode ser

proveniente da cloraccedilatildeo da Magnesita aacutegua do mar e salmouras concentradas

como as aacuteguas-matildees das salinas (FIERN 1998)

Para extraccedilatildeo eletroliacutetica de magneacutesio satildeo necessaacuterios aproximadamente

15000 kWh por tonelada de metal uma quantidade comparaacutevel com a energia

necessaacuteria para produccedilatildeo da mesma quantidade de alumiacutenio (Street 1986) Nesse

processo o metal eacute obtido pela eletroacutelise do cloreto de magneacutesio (MgCl2) meacutetodo

que jaacute foi empregado por Robert Bunsen obtendo-o de salmouras e aacutegua do mar

sendo tambeacutem possiacutevel usar como mateacuterias-primas magnesita dolomita e aacuteguas

salina naturais A extraccedilatildeo do magneacutesio da aacutegua do mar responde pela maior parte

de sua produccedilatildeo industrial com um rendimento em torno de 80 O magneacutesio eacute

precipitado como hidroacutexido ndash Mg(OH)2 ndash pela adiccedilatildeo de oacutexido de caacutelcio (CaO) Em

seguida o hidroacutexido eacute filtrado com aacutecido cloriacutedrico produzindo o cloreto de magneacutesio

(MgCl2) Este depois de seco e misturado com outros sais (para diminuir seu ponto

de fusatildeo) eacute fundido a uma reduccedilatildeo eletroliacutetica

O processo silicoteacutermico ou ferrosiliacutecico emprega como mateacuteria-prima a

dolomita O mineral ferrosiliacutecico liga de ferro e siliacutecio eacute misturado agrave dolomita

calcinada e prensado em pequenos tijolos que satildeo postos numa retorta de accedilo

submetidos ao vaacutecuo e aquecidos a 1200ordmC Por esse processo extrai-se o

magneacutesio em formas de cristais que se funde

O outro processo consiste na reduccedilatildeo teacutermica do oacutexido de magneacutesio (MgO)

por ferro-siliacutecio derivado das minas de carbonetos Recentemente vem sendo

26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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26

estudada a possibilidade da produccedilatildeo de magneacutesio atraveacutez da eletroacutelise do cloreto

anidrido de magneacutesio (MgCl2) derivado do mineacuterio (SCHAEFER 2007)

A produccedilatildeo mundial de magneacutesio sofreu uma grande modificaccedilatildeo nos uacuteltimos

15 anos com a migraccedilatildeo de 90 da capacidade instalada muldialmente para a

China Das 21 empresas produtoras de magneacutesio natildeo chinesas que operavam no

periacuteodo de 1990 a 2005 somente cinco continuam operando atualmente com

capacidade instalada conjunta de apenas 160000 tonano equivalente a apenas

12 da capacidade instalada mundial A capacidade instalada mundial para

produccedilatildeo de magneacutesio atingiu em 2008 13 milhotildees de toneladas mas o fator de

utilizaccedilatildeo desta capacidade foi de somente de 50 em 2008 Em 2008 a produccedilatildeo

mundial de magneacutesio apresentou uma reduccedilatildeo de 9 em relaccedilatildeo ao ano anterior o

primeiro recuo registrado na produccedilatildeo do metal em uma deacutecada crise de 2008

O governo chinecircs concede incentivos para o crescimento e modernizaccedilatildeo a

industria de magneacutesio Existe na China uma cadeia formada por empresas

Universidades e Centro de Pesquisa trabalhando em conjunto para melhorar

processos e desenvolver novos produtos e tecnologias para a industria de

magneacutesio Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de magneacutesio metaacutelico na China conforme Tabela

6

Apoacutes concentrar quase 90 da capacidade instalada mundial do metal a

China tem planos estrateacutegicos para agregar valor a industria de magneacutesio deixando

de ser um exportador de mateacuteria-prima para ser um exportador de produtos

manufaturados de magneacutesio(ABM ndash 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash

Setembro2009)

27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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27

Tabela 6 - Evoluccedilatildeo do magneacutesio metaacutelico na China

Adaptado (ABM 11ordm- Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash SP ndash Setembro2009)

No Brasil haacute jazidas de Magnesita (MgCO3) no Cearaacute (Oroacutes e Cariuacutes) e na

Bahia (Brumado) Junto com o potaacutessio eacute encontrado em abundacircncia na bacia

saliacutefera de Sergipe grandes reservas de dolomita existem no Paranaacute e em Satildeo

Paulo (SCHAEFER 2007)

A RIMA Industrial com capacidade instalada de 22000 tano eacute o uacutenico

produtor de magneacutesio metaacutelico ligas de magneacutesio e magneacutesio em poacute na America

Latina operando haacute mais de 30 anos em um processo silicoteacutermico de elevada

eficiecircncia Possui planos de continuar crescendo sua produccedilatildeo de magneacutesio de

maneira modular atendendo as necessidades do mercado nacional (ABM 11ordm -

SEMINAacuteRIO DE METAIS NAtildeO FERROSOS ndash SP ndash setembro2009)

25 Principais caracteriacutesticas

O magneacutesio eacute um metal bastante resistente e leve aproximadamente 30

mais leve do que o alumiacutenio Possui coloraccedilatildeo prateada perdendo seu brilho

quando exposto ao ar Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo

uma chama branca intensa rica em raios ultravioleta O magneacutesio eacute um grande

agente redutor e reage com vaacuterios aacutecidos produzindo hidrogecircnio natildeo eacute atacado por

bases e soacute a quente desloca o hidrogecircnio da aacutegua Reage rapidamente com

28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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28

liberaccedilatildeo de calor em contato com o ar ou aacutegua motivo pelo qual deve ser

manipulado com precauccedilatildeo O fogo produzido pelo magneacutesio portanto natildeo deve

ser contido atraveacutes do uso de aacutegua (KU KAINER 2003)

26 Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio

O magneacutesio possui propriedades singulares que ainda precisam ser melhor

estudadas e podem abrir caminhos para importantes mercados relacionados a

aplicaccedilotildees estruturais As ligas de magneacutesio apresentam uma excelente relaccedilatildeo

resistecircnciapeso entre os metais e combinam excelentes propriedades fiacutesicas e

quiacutemicas

Algumas das propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio satildeo mostradas na

Tabela 7 (ASSOCIATION 2015) (ELEMENTS 2015) (ELEKTRON 2015)

Tabela 7 - Propriedades fiacutesicas e quiacutemicas do magneacutesio puro

Propriedades Valor Massa atocircmica 2431

Cor Cinza prateado Densidade (temperatura ambiente) 174 gcmsup3 Densidade (temperatura de fusatildeo) 158 gcmsup3

Temperatura de fusatildeo 650 ordmC plusmn 5ordmC Temperatura de ebuliccedilatildeo 1107 ordmC plusmn 10ordmC

Estrutura cristalina HCP Calor de fusatildeo 370 KJ Kg plusmn 15

Coeficiente de expansatildeo linear 26 10-6

K-1

Contraccedilatildeo (soacutelidoliacutequido) 42

Capacidade caloriacutefica (20ordmC) 105 KJ (kg K)-1

Condutividade teacutermica (20ordmC) 155 W (K m)-1

Moacutedulo de elasticidade 45 GPa Elongaccedilatildeo na fratura 1 ndash 12

Condutividade eleacutetrica (IACS) 38 Pressatildeo de vapor 360 Pa a 650ordmC

29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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29

27 Propriedades mecacircnicas Gerais do magneacutesio

O magneacutesio eacute fornecido em vaacuterias composiccedilotildees incluindo metal como pureza

comercial (998 min) ligas para fundiccedilatildeo e para confecccedilatildeo de produtos

trabalhados Normalmente composiccedilotildees diferentes satildeo usadas para fundiccedilatildeo em

relaccedilatildeo agraves ligas trabalhadas

Substancialmente o magneacutesio puro natildeo encontra uso praacutetico em projetos de

engenharia e aplicaccedilotildees estruturais O limite de escoamento do metal puro fundido eacute

de aproximadamente 20 MPa com tensatildeo limite de resistecircncia de 20 MPa

alongamento de 6 e dureza Brinell de 30 MPa

Ligado adequadamente fornece materiais com uma ampla faixa de

propriedades mecacircnicas sendo as mesmas determinadas de acordo com os

procedimentos da ASTM

As ligas possuem dureza suficiente para aplicaccedilotildees estruturais exceto

aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas a sua resistecircncia agrave abrasatildeo varia apenas de 15 a 20

Outra caracteriacutestica interessante nas ligas eacute a sua excelente capacidade de

amortecimento se comparada a outros metais A capacidade de amortecimento

pode ser uma propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais tanto para induacutestria

aeronaacuteutica como para equipamentos eletrocircnicos uma vez que a capacidade de

alto amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo

plaacutestica como tambeacutem reduz vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que

pode causar ruiacutedo

A resistecircncia agrave fadiga eacute outro importante fator que deve ser considerado para

as ligas de magneacutesio as curvas para estas ligas tendem a um niacutevel de menor

nuacutemero de ciclos quando comparadas agraves ligas de alumiacutenio O mecanismo de

iniciaccedilatildeo das trincas de fadiga eacute relacionado ao escorregamento na orientaccedilatildeo

preferencial dos gratildeos e agrave frequente existecircncia de micro poros No magneacutesio puro a

30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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30

orientaccedilatildeo da trinca eacute influenciada pelo deslizamento no contorno de gratildeo

(fenocircmeno de fluecircncia) Poros superficiais rugosidade elevada e corrosatildeo satildeo

fatores mais importantes para a reduccedilatildeo da vida em fadiga do que composiccedilatildeo

quiacutemica ou tratamento teacutermico Essa grande diferenccedila pode muito bem ser

entendida em uma comparaccedilatildeo entre produtos fundidos e usinados uma vez que os

produtos usinados possuem um acabamento superficial mais refinado e

consequentemente uma maior vida em fadiga O trabalho a frio cria uma

deformaccedilatildeo plaacutestica superficial que gera uma tensatildeo compressiva residual que

aumenta a vida em fadiga

Exceto em aplicaccedilotildees em temperaturas elevadas tem-se registrado caso de

falha por fadiga em ligas de magneacutesio fundido Em geral essas falhas tecircm origem

em projetos inadequados que geram concentraccedilatildeo de tensotildees (Nonferrous 2015)

271 Propriedades estaacuteticas de ligas de magneacutesio forjadas

A tabela 8 apresenta valores de traccedilatildeo e compressatildeo para ligas de magneacutesio

extrudadas e forjadas O comportamento das ligas de magneacutesio em baixas

temperaturas eacute bom em comparaccedilatildeo com os accedilos carbonos natildeo apresentam fratura

fraacutegil ateacute -200ordmC

Tabela 8 - Valores de resistecircncia a traccedilatildeo e compressatildeo de ligas de magneacutesio extrudadas e forjadas

Liga

Estado

Tensatildeo

Compressatildeo

σe (MPa)

σu (MPa)

A ()

σc (Mpa)

M2 F 180 250 4 110

AZ 31 F 180 250 14 110

AZ 61 F 220 300 12 130

AZ 80 F 240 340 10 145

ZK 30 T6 240 290 14 190

ZK 60 T6 280 320 12 230

WE 43 T6 170 260 12 165

WE 54 T6 190 260 10 180

Adaptaccedilatildeo (KU KAINER 2003)

31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

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31

28 Influecircncia da Corrosatildeo

O magneacutesio eacute um elemento altamente reativo possui um forte fator

eletronegativo sendo facilmente oxidado Haacute tambeacutem a formaccedilatildeo de uma camada

passivadora de MgO para o caso de chapas quando em contato com o ar Com

contato em meios aquosos desestabiliza esse filme gerando a formaccedilatildeo de uma

peliacutecula de Mg(OH)2 que natildeo oferece proteccedilatildeo ao material

A taxa de corrosatildeo das ligas de magneacutesio tende a ser maior com aumento da

umidade no ambiente Cloretos e sulfetos que se formam na superfiacutecie impedem a

formaccedilatildeo da camada protetora e permitem a corrosatildeo por pit O magneacutesio eacute

rapidamente atacado por minerais aacutecidos exceto aacutecidos hidrofluoriacutedricos

Um grande problema que ocorre com o magneacutesio eacute a sua alta

susceptibilidade agrave corrosatildeo galvacircnica jaacute que ele eacute o mais anoacutedico de todos os

materiais estruturais Especialmente em ligas de magneacutesio impurezas do tipo ferro

niacutequel e cobre satildeo altamente indesejaacuteveis diminuindo em muito agrave resistecircncia a

corrosatildeo do produto A facilidade agrave corrosatildeo da superfiacutecie das ligas convencionais

tem sido diminuiacuteda significativamente com a introduccedilatildeo das ligas de alta-pureza HP

onde haacute reduccedilatildeo a niacuteveis criacuteticos de Fe Ni e Cu mas falta ainda a propriedade de

passivaccedilatildeo ou seja a habilidade de criar uma peliacutecula protetora aderente na

superfiacutecie (BROOKS 1982)

29 Vantagens e desvantagens do uso do magneacutesio

Conforme jaacute mencionado o magneacutesio eacute o mais leve dos metais utilizados

como materiais estruturais Eacute esta propriedade que atrai as induacutestrias para substituir

materiais mais densos natildeo soacute accedilos ferro fundido e ligas a base de cobre mas

tambeacutem ligas de alumiacutenio por ligas de magneacutesio

Um resumo das vantagens e limitaccedilotildees de suas aplicaccedilotildees estaacute descrito na

Tabela 9

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

32

Perfil caracteriacutestico das ligas de magneacutesio

Vantagens (+) Desvantagens (-)

Menor densidade de todos os materiais estruturais Metaacutelicos

- Poucas ligas otimizadas

- Alta resistecircncia especiacutefica - Boa fluidez e adequaccedilatildeo para o

processo die casting

- Apenas algumas ligas trabalhadas - Baixa ductilidade e dureza em

temperaturas ambientes

- Faacutecil usinagem com altas velocidades de corte

- Alta resistecircncia mecacircnica e fluecircncia limitada sob altas temperaturas

- Boa soldabilidade sob proteccedilatildeo de gases inertes

- Alta reatividade quiacutemica

- Prontamente disponiacutevel - Conceito de reciclagem disponiacutevel natildeo

compreensiacutevel

Quando comparado com plaacutestico - Melhores propriedades mecacircnicas

- Melhor condutividade teacutermica e eleacutetrica - Reciclaacutevel

- Resistente ao envelhecimento

- Notaacuteveis barreiras em relaccedilatildeo agrave combustibilidade comportamento agrave

corrosatildeo e manuseio - Nuacutemero limitado de fornecedores sem

estabilidade e preccedilos baixos - Em algumas aplicaccedilotildees resistecircncia agrave

corrosatildeo limitada - Baixo moacutedulo de elasticidade

As ligas de magneacutesio foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra

Mundial mas a partir daiacute foram usada somente em alguns setores da induacutestria

nuclear metaluacutergica e aeronaacuteutica militar com interesse diminuiacutedo (MORDIKE E

EBERT 2001)

O crescimento do uso de magneacutesio na induacutestria automotiva se deve a soma

de diversos fatores

Interesse por parte das montadoras pela diminuiccedilatildeo do peso dos

veiacuteculos para

- Melhorar a eficiecircncia no consumo de combustiacutevel

- Diminuir iacutendices de emissatildeo de gases poluentes para satisfazer a

nova legislaccedilatildeo mais restrita que limita a emissatildeo dos mesmos

motivada pela crescente preocupaccedilatildeo mundial com o aquecimento

Tabela 9 - Aplicaccedilotildees estruturais Adaptado (KU KAINER 2003)

33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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33

global

- Melhor dirigibilidade na conduccedilatildeo dos veiacuteculos

Substituiccedilatildeo de numerosos componentes de accedilo e alumiacutenio por ligas

de magneacutesio

Tendecircncia em evitar o uso de plaacutesticos os quais satildeo de difiacutecil

reciclagem

As figuras 3 4 5 e 6 a seguir mostram exemplos de aplicaccedilotildees das ligas de

magneacutesio na induacutestria

Figura 2 - Peccedilas de automoacuteveis a) volante de direccedilatildeo e b) alojamento e caixas de comando (Volkswagen AG) (KU Kainer 2003)

a)

b)

34

Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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Figura 3 - Tampa da caixa de velocidade forjado para helicoacuteptero ZK60-T6 1020x445mm 44kg

Adaptado (KU KAINER 2003)

Figura 4 - Peccedilas automotivas projetadas em ligas de magneacutesio Portas de carros lateral e

armaccedilatildeo de assentos Adaptado (R Fink 2003)

Figura 5 - Outras aplicaccedilotildees das ligas de magneacutesio como motosserras e notebook

Adaptado (KU KAINER 2003)

35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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35

210 Utilizaccedilatildeo do magneacutesio

O maior uso do magneacutesio na induacutestria metaluacutergica estaacute na produccedilatildeo de ligas

de alumiacutenio tendo esse um papel importante no aumento da resistecircncia agrave corrosatildeo

dessas ligas As principais utilizaccedilotildees do magneacutesio na induacutestria estatildeo representadas

no graacutefico da Figura 5 abaixo (MORDIKE E ELBERT 2001)

Figura 6 - Proporccedilotildees das aplicaccedilotildees metaluacutergicas do magneacutesio em 1997 Adaptado

(MORDIKE E EBERT 2001)

211 Ligas de magneacutesio

2111 Principais elementos de liga

Com advento das ligas de magneacutesio um enorme esforccedilo tem sido realizado

para melhorar as propriedades do magneacutesio puro com adiccedilatildeo de elementos de liga

O principal mecanismo para melhorar as propriedades mecacircnicas eacute por

endurecimento por precipitaccedilatildeo ou endurecimento por soluccedilatildeo-soacutelida O magneacutesio

forma fases intermetaacutelicas com muitos elementos de liga e a estabilidade da fase

aumenta com a eletronegatividade do outro elemento (BROOKS 1982)

36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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36

Os elementos de liga utilizados nas ligas de magneacutesio os mais comuns satildeo o

alumiacutenio zircocircnio zinco manganecircs terras raras caacutelcio beriacutelio siliacutecio prata e toacuterio

Estes satildeo adicionados ao magneacutesio a fim de se obter ligas com melhores

caracteriacutesticas mecacircnicas para uso estrutural

As ligas de magneacutesio satildeo passiacuteveis de endurecimento por soluccedilatildeo soacutelida

encruamento refino de gratildeo e precipitaccedilatildeo (Brooks 1982)

Um grande nuacutemero das ligas comerciais satildeo estaacuteveis em temperatura

ambiente e apresentam boa combinaccedilatildeo de propriedades mecacircnicas resistente a

corrosatildeo e fundibilidade No entanto em temperaturas elevadas acima de 120ordmC

apresentam baixa resistecircncia a fluecircncia e diminuem a resistecircncia mecacircnica logo

esta liga natildeo satildeo indicadas para as aplicaccedilotildees em que a peccedila aqueccedila acima de

120ordmC em serviccedilo como afirma Zhang Couture e Luo (1998) Elementos de liga tais

como terras raras toacuterio e iacutetrio conferem agraves ligas de magneacutesio melhor resistecircncia em

temperaturas acima de 120ordmC (ROKHLIN 2003)

As terras raras satildeo adiccedilotildees feitas atraveacutes de quatro elementos de liga o

Ceacuterio(Ce) o Lantacircnio (La) o Neodiacutemio (Ne) e o Praseodiacutemio (Pr) chamado de

mischmetal melhoram as condiccedilotildees de resistecircncia mecacircnica a temperaturas

elevadas Natildeo apresenta problemas com microporosidades e trincas de

solidificaccedilatildeo provavelmente por ter um pequeno intervalo de solidificaccedilatildeo destas

ligas (LU WANG et al 1999 WANG WANG et al 2003)

O zinco eacute adicionado para melhorar a resistecircncia agrave temperatura ambiente por

meio do endurecimento em soluccedilatildeo soacutelida eleva a fluidez da liga e em alto niacuteveis de

zinco acima de 2 pode causar fratura a quente (SAKKINEN 1994)

O zircocircnio eacute adicionado como agente de refino de gratildeo como consequecircncia

melhores propriedades mecacircnicas normalmente usadas em ligas contendo zinco

terras raras e toacuterio (MORDIKE 2001)

37

O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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O siliacutecio aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia pela formaccedilatildeo da fase Mg2Si

(SAKKINEN 1994)

O manganecircs adicionado a liga de magneacutesio eacute beneacutefico contra a corrosatildeo

(Sakkinen 1994) tem afinidade com o ferro que eacute altamente nocivo a liga de

magneacutesio com relaccedilatildeo as taxas de corrosatildeo

O caacutelcio reage com o alumiacutenio e forma a fase Al2Ca Esta fase eacute desejada nas

ligas para aplicaccedilotildees em altas temperaturas pois tem alto ponto de fusatildeo

(SAKKINEN 1994)

O beriacutelio estaacute presente em percentuais menores iguais a 10 ppm natildeo altera

as propriedades mecacircnicas mas reduz a oxidaccedilatildeo das ligas (SAKKINEN 1994)

O alumiacutenio eacute o principal elemento de liga adicionado agraves ligas de magneacutesio

aumentando a fluidez da liga a resistecircncia mecacircnica em temperaturas ambientes e

a ductilidade As ligas comerciais de magneacutesio contecircm quantidades que variam

entre 2 a 11 de alumiacutenio (SAKKINEN 1994)

A tabela 10 apresenta os principais elementos de liga em magneacutesio e seus

efeitos

Tabela 10 - Principais elementos de liga para o magneacutesio e seus efeitos Adaptado

(BROOKS 1982 e DIEGO CUNHA MALAGUETA 2003)

Elemento de Liga

Efeito

Alumiacutenio

Desde os anos 20 o alumiacutenio se tornou o principal elemento de liga por aumentar significativamente o limite de resistecircncia atraveacutes da formaccedilatildeo da Mg17Al12 O alumiacutenio aumenta a fundibilidade principalmente em ligas para fundiccedilatildeo sobre pressatildeo Aumenta tambeacutem a faixa de solidificaccedilatildeo facilitando a fundiccedilatildeo Quando presente em teores maiores que 6 em peso torna a liga trataacutevel termicamente poreacutem ligas comerciais dificilmente ultrapassam 10 de Alumiacutenio

Zinco

Eacute o segundo elemento de liga mais importante para o magneacutesio Usualmente utilizado em conjunto com o alumiacutenio para aumentar a resistecircncia agrave temperatura ambiente entretanto quando adicionado em teores acima de 1 em peso reduz a ductibilidade a quente em ligas de magneacutesio contendo de 7 a 10 de alumiacutenio Em conjunto com zircocircnio e terras raras produz endurecimento por precipitaccedilatildeo O zinco auxilia na diminuiccedilatildeo do efeito deleteacuterio do ferro e niacutequel sobre a resistecircncia a corrosatildeo

38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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38

Terras Raras

Terras raras aumentam a resistecircncia agrave altas temperaturas Geram precipitados na regiatildeo de contornos de gratildeos aumentando a resistecircncia agrave fluecircncia Tambeacutem diminuem a formaccedilatildeo de trincas e porosidades em fundidos por diminuiacuterem a faixa de temperatura de solidificaccedilatildeo As ligas de magneacutesio com terras raras tecircm sido amplamente estudadas nos uacuteltimos anos visando o melhoramento das propriedades mecacircnicas em solicitaccedilotildees a altas temperaturas como materiais estruturais na industria automobiliacutestica e aeroespacial

Siliacutecio Aumenta a fluidez do banho aumentando a fundibilidade poreacutem diminui a resistecircncia agrave corrosatildeo com ferro presente

Prata Facilita o tratamento de envelhecimento

Toacuterio Aumenta a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 370ordmC e melhora a soldabilidade de ligas contendo zinco

Caacutelcio

Eacute adicionado imediatamente antes do vazamento em fundidos para reduccedilatildeo de oxidaccedilatildeo da liga Atua tambeacutem como redutor da oxidaccedilatildeo no tratamento teacutermico Age ainda como refinador de gratildeo

Beriacutelio Apresenta pequena solubilidade poreacutem adiccedilotildees na ordem de 0001 em peso diminuem a tendecircncia agrave oxidaccedilatildeo superficial durante processos de fusatildeo Pode promover o crescimento de gratildeo em ligas fundidas em areia

Manganecircs

Adiccedilotildees de manganecircs natildeo afetam a resistecircncia maacutexima porem resulta um pequeno aumento na tensatildeo de escoamento A funccedilatildeo principal eacute aumentar agrave resistecircncia em aacutegua do mar em ligas Mg-Al e Mg-Al-Zn por combinar-se com ferro e outros metais pesados

Zircocircnio

O zircocircnio tem o efeito de refinador de gratildeo em ligas de magneacutesio Acredita-se que a proximidade do paracircmetro de rede do zircocircnio com magneacutesio permite que precipitados ricos em zircocircnio formados durante a solidificaccedilatildeo atuem como local de nucleaccedilatildeo heterogecircnea para o magneacutesio

Iacutetrio Apresenta solubilidade de ateacute de ateacute 124 em peso com magneacutesio Egrave adicionado em conjunto com outras terras raras para aumentar a resistecircncia agrave fluecircncia em temperaturas ateacute 300ordm

Estanho Quando utilizado em conjunto com alumiacutenio aumenta a ductilidade da liga e facilita o forjamento pois diminui a tendecircncia a trincas a quente

O ferro cobre e niacutequel ndash diminuem drasticamente a resistecircncia agrave corrosatildeo

Satildeo tidos como impurezas da liga (KU KAINER 2003)

2112 Classificaccedilatildeo e nomenclatura das ligas de magneacutesio

O sistema de designaccedilatildeo das ligas de magneacutesio comumente adotado eacute da

ASTM (American Society of Testting of Materials) que utiliza um conjunto de

nuacutemeros alfanumeacutericos sendo que as primeiras letras indicam os principais

elementos de liga encontrados e os nuacutemeros a percentagem em peso arredondada

destes elementos na liga A terceira parte indica a variaccedilatildeo do tipo de liga

primeiramente descrito enquanto a quarta parte indica a condiccedilatildeo estrutural e o

tratamento recebido

Continuaccedilatildeo Tabela 10

39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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39

A tabela 11 corresponde ao conjunto inicial de letras da classificaccedilatildeo das ligas

de magneacutesio cada letra corresponde a um elemento de liga conforme norma ASTM

-1990

Tabela 11 - Classificaccedilatildeo dos elementos de liga (ASTM - 1990)

Letra Elemento de

liga Letra Elemento de liga

A Alumiacutenio M Manganecircs

B Bismuto N Niacutequel

C Cobre P Chumbo

D Caacutedmio Q Prata

E Terras Raras R Cromo

F Ferro S Siliacutecio

G Magneacutesio T Estanho

H Toacuterio W Iacutetrio

K Zircocircnio Y Antimocircnio

L Liacutetio Z Zinco

As ligas com o mesmo teor de elementos de ligas majoritaacuterios satildeo

diferenciadas por letras situadas apoacutes o primeiro conjunto de letras e nuacutemeros com

relaccedilatildeo a uma designaccedilatildeo e ordem de registro seja por grau de pureza resistecircncia

a corrosatildeo e ou outros mostrado na Tabela 12 segundo a norma ASTM-1990

Tabela 12 - Classificaccedilatildeo das ligas de magneacutesio (ASTM-1990)

Letras Designaccedilatildeo

A primeira liga registrada na ASTM

B segunda liga registrada na ASTM

C terceira liga registrada na ASTM

D liga de alta pureza

E liga de alta resistecircncia a corrosatildeo

X1 liga natildeo registrada na ASTM

40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

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40

A Tabela 13 mostra a quarta parte da classificaccedilatildeo que indica o tipo de tratamento

teacutermico mecacircnico

Tabela 13 - Condiccedilatildeo do tratamento teacutermico mecacircnico (ASTM-1990)

Siacutembolo

Condiccedilatildeo

F Natildeo tratado

O Recozido

H10 e H11 Levemente encruado

H23 H24 e H26 Encruado e parcialmente recozido

T4 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

T5 Envelhecimento artificialmente

T6 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificialmente

T8 Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo trabalho a frio e envelhecimento

artificialmente

Exemplo de uma liga de magneacutesio com a classificaccedilatildeo e nomenclatura

conforme norma ASTM-1990

Liga ZK60 A ndash T6 onde

Z ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zinco)

K ndash Elemento de liga majoritaacuterio (zircocircnio)

6 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zinco (6 de zinco)

0 ndash Percentual do elemento de liga majoritaacuterio zircocircnio (045 min de

zircocircnio)

A ndash Primeira liga registrada na ASTM

T6 ndash Tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento artificial

O restante do presente corresponde ao magneacutesio

A Tabela 14 mostra especificaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica da liga ZK60

conforme norma ASTM B93B93M-09

41

Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

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ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

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Tabela 14 - Especificaccedilatildeo composiccedilatildeo quiacutemica liga ZK60 (ASTM- 2009)

Mg Zn Ce La Nd Pr Zr Outros

Min Rest 57 - - - - 03 -

Max Rest 63 - - - - 10 03

212 Processos de fundiccedilatildeo do magneacutesio

O magneacutesio pode ser fundido por vaacuterios processos incluindo fundiccedilatildeo sob

pressatildeo fundiccedilatildeo em molde permanente fundiccedilatildeo em areia fundiccedilatildeo em cera

perdida O tipo de processo e o meacutetodo de fabricaccedilatildeo utilizado em uma mesma liga

interferem nas propriedades finais do fundido logo eacute relevante ressaltar a

importacircncia do processo utilizado na fusatildeo da liga

O processo que prevalece na fundiccedilatildeo do magneacutesio eacute o processo de fundiccedilatildeo

sob alta pressatildeo tambeacutem chamado de fundiccedilatildeo sob pressatildeo Durante este

processo o molde eacute apertado por forccedilas hidraacuteulicas sendo rapidamente preenchido

pelo metal fundido O metal solidifica com uma elevada taxa de resfriamento (100-

1000 ordmCs) resultando em material de gratildeo fino (KU KAINER 2003)

No processo de fundiccedilatildeo sob pressatildeo (ou Die Casting) satildeo usados dois tipos

de equipamentos de fundiccedilatildeo sob pressatildeo cacircmara quente e cacircmara fria Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara quente eacute mantido um reservatoacuterio de metal liacutequido

no interior de um forno que faz parte do equipamento O sistema de bombeamento eacute

imerso no metal liacutequido o qual eacute impelido pela bomba para a cavidade do molde Na

fundiccedilatildeo em matriz com cacircmara fria o metal eacute fundido em um forno e apoacutes uma

concha transfere o metal liacutequido ateacute a injetora onde um pistatildeo eacute inserido na matriz

injetando o metal para dentro da cavidade do molde Embora estes dois tipos de

maacutequinas sejam normalmente usadas as maacutequinas de cacircmara fria satildeo quase

sempre preferidas pois pode ser usada uma maior pressatildeo de injeccedilatildeo As maacutequinas

de cacircmara quente utilizam pressotildees de 02 a 3 kgmm2 enquanto que maacutequinas de

cacircmara fria utilizam pressotildees consideravelmente maiores entre 3 a 11 kgmm2 No

42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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42

entanto para o magneacutesio ainda eacute mais indicado o processo de cacircmara quente jaacute

que o magneacutesio em contato com o oxigecircnio oxida facilmente podendo entrar em

combustatildeo (KU KAINER 2003)

2121 Tixofundiccedilatildeo

Novas tecnologias de processo estatildeo tornando altamente viaacuteveis a produccedilatildeo

em grande escalas de peccedilas de magneacutesio entre elas a tixofundiccedilatildeo Este processo

ilustrado na Figura 8 denominado tixofundiccedilatildeo eacute patenteado pela empresa norte-

americana Thixomat e caracteriza-se pela fundiccedilatildeo por injeccedilatildeo de alta velocidade de

ligas metaacutelicas que possuem caracteriacutestica tixotroacutepicas ou seja materiais que se

tornam mais liacutequido quando submetidos agrave agitaccedilatildeo mecacircnica ou centrifugaccedilatildeo Por

apresentarem caracteriacutesticas tixotroacutepicas as ligas de magneacutesio podem facilmente

ser fundidas pelo processo de tixofundiccedilatildeo O funcionamento da maacutequina de

tixofundiccedilatildeo eacute muito similar ao de uma maacutequina de injeccedilatildeo de plaacutestico com a

diferenccedila de que a alimentaccedilatildeo no canhatildeo eacute feita com ligas de metal fragmentado

em vez de granulado de plaacutetico (HUSKY 2004)

Figura 7 - Processo ilustrado de Tixofundiccedilatildeo Adaptado (KU KAINER 2003)

O procedimento adequado para tixofundiccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo da agitaccedilatildeo do

banho no estado liquido ateacute uma temperatura proacutexima da temperatura de fusatildeo em

que a proporccedilatildeo de liquido de fase soacutelida eacute de aproximadamente de 30-40

conforme Figura 9 (KUKAINER 2003)

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

43

Figura 8 - Composiccedilatildeo tiacutepica em funccedilatildeo da temperatura mostrada pelo diagrama de fases MgAl para tixofundiccedilatildeo da liga AZ91 Adaptado (KU KAINER 2003)

As peccedilas das ligas de alumiacutenio e magneacutesio fundidas pelo meacutetodo tradicional

apresentam imperfeiccedilotildees que possibilitam o seu uso nos sistemas de suspensatildeo

mais isso natildeo ocorre com a fundiccedilatildeo das ligas por semi-soacutelidos O processo melhora

as propriedades mecacircnicas do metal tornando-o mais resistente A multinacional

Magneti Marelli Sistema Automotivo eacute a uacutenica empresa no Brasil a empregar a

tixofundiccedilatildeo para a produccedilatildeo industrial em sua faacutebrica de Hortolacircndia interior de

Satildeo Paulo a unidade Controle Motor tem uma linha de fundiccedilatildeo de alumiacutenio em

estado semi-soacutelido Na Magneti satildeo fabricadas galerias de combustiacutevel para motores

de automoacuteveis e motocicletas para o mercado nacional e para exportaccedilatildeo O

componente possui elevado compromisso com seguranccedila veicular devido a

conduccedilatildeo de combustiacutevel sob pressatildeo A utilizaccedilatildeo de fundiccedilatildeo de alumiacutenio semi-

soacutelido se justifica porque atende agraves exigecircncias de baixo teor de microtrincas e

porosidade aliado agrave elevada capacidade de moldagem de geometria complexas

44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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44

A pasta tixotroacutepica que pode ser das ligas magneacutesio ou alumiacutenio em estado

semipastoso utilizada na tixofundiccedilatildeo eacute uma mistura do mesmo material nos

estados soacutelido e liacutequido que eacute obtida a partir de controles rigorosos do processo

Nesse estado o material pode ser manuseado quando em repouso e sem pressatildeo

aplicada no entanto ao ser injetado adquire estado semelhante ao liquido a liga

continua soacutelido mas tem uma fluidez de escoamento como fosse liacutequido

Esse comportamento do metal semi-soacutelido deve-se a alteraccedilotildees em sua

estrutura no preparo para a tixofundiccedilatildeo as ligas satildeo controladas para adquirir uma

estrutura formada por gratildeos esfeacutericos conforme Figura 8 diferentes das ligas

convencionais em que a estrutura eacute por colunas Eacute essa configuraccedilatildeo interna

globular que confere agrave liga quando atinge a temperatura de conformaccedilatildeo ldquoa

consistecircncia de manteigardquo

No estado semi-soacutelido as ligas adquirem uma viscosidade semelhante agrave do

mel esta caracteriacutestica confere vantagens para o uso da tixofundiccedilatildeo entre as quais

a elevada capacidade de moldagem de componentes com geometria complexa e

que exijam baixa quantidade de defeitos como trincas e porosidades

As peccedilas tixofundidas satildeo obtidas em condiccedilotildees de acabamento que

dispensam a usinagem normalmente aplicada a peccedilas fundidas aleacutem disso eacute um

meio de fabricaccedilatildeo bastante econocircmico quando comparado com os processos

tradicionais por utilizar baixas temperaturas de transformaccedilatildeo pois os ciclos de

moldagem das ligas semi-soacutelidos satildeo menores do que os apresentados com o

material na fase liacutequida

A fundiccedilatildeo de semi-soacutelido eacute indica para componentes de seccedilotildees descontiacutenua

e ricas em detalhes de dimensotildees reduzidas e curvaturas de raio reduzido dentre as

aplicaccedilotildees exemplificadas haacute a fabricaccedilatildeo de chassis de filmadora e cacircmeras

fotograacuteficas componentes para as industrias automobiliacutestica e aeroespacial e toda

uma infinidade de peccedilas obtidas em ciclos reduzidos e com baixo consumo de

energia (Revista do alumiacutenioEdiccedilatildeo10 Primeiro Trimestre 2007 Tiacutetulo Fundiccedilatildeo

do Futuro)

45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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45

A Figura 10 apresenta esquematicamente a morfologia de como se

apresenta a microestrutura dos gratildeos com e sem agitaccedilatildeo do banho metaacutelico na

condiccedilatildeo de semi-soacutelidos

Figura 9 - Dentritas e globulares formaccedilotildees em ligas de Mg e Al Adaptado (KU KAINER 2003)

213 Propriedades mecacircnicas das ligas de magneacutesio

A estrutura cristalograacutefica do magneacutesio puro eacute a hexagonal compacta Em

aplicaccedilatildeo de engenharia eacute comum o uso de ligas para conferir um aumento da

resistecircncia mecacircnica quando a liga eacute exigida mecanicamente em temperatura

ambiente a mesma apresenta pequena deformaccedilatildeo ateacute a fratura sendo esta uma

caracteriacutestica tiacutepica de ligas fraacutegeis Quanto a metalurgia fiacutesica as ligas de

magneacutesio apresentam uma tendecircncia favoraacutevel ao empacotamento com outros

aacutetomos favorecendo a formaccedilatildeo de soluccedilotildees soacutelidas jaacute que o diacircmetro atocircmico do

magneacutesio eacute da ordem de 0320hm tornando diversos aacutetomos favoraacuteveis ao

empacotamento (BROOKS 1982)

As ligas de magneacutesio possuem uma excelente capacidade de amortecimento

comparada a outros metais A capacidade de amortecimento pode ser uma

propriedade interessante na seleccedilatildeo de materiais para induacutestria aeronaacuteutica e

automobiliacutestica como tambeacutem para peccedilas de equipamentos eletrocircnicos Alto

amortecimento natildeo somente reduz as vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo plaacutestica

mas reduziraacute vibraccedilotildees causadas pela deformaccedilatildeo elaacutestica o que pode causar ruiacutedo

(Brooks 1982) Dai o seu uso em almas de volante de automoacuteveis

Sem agitaccedilatildeo Com Agitaccedilatildeo

Fundido

Globulares (α) Dendritas (α)

46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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46

Os produtos fabricados com as ligas de magneacutesio possuem propriedades

mecacircnicas e ductilidade variada Isso se deve aos diferentes elementos de liga bem

como o fato de muitas das ligas serem tratadas termicamente Outros fatores que

influenciam as propriedades mecacircnicas se devem essencialmente aos paracircmetros

adotados durante o processo tais como temperatura velocidade de resfriamento e

taxa de deformaccedilatildeo entre outros inerentes desde o processo de fusatildeo ateacute o destino

final da peccedila

Uma das propriedades que mais atrai o uso do magneacutesio eacute a sua baixa

densidade sendo possiacutevel construir estruturas mais leves com as mesmas

caracteriacutesticas mecacircnicas de materiais estruturais jaacute sendo usado em grandes

escalas

As ligas de magneacutesio possuem uma conduccedilatildeo teacutermica difusividade e uma

condutividade eleacutetrica relativamente alta importante quando o aterramento eacute

requerido bem como natildeo satildeo ferromagneacuteticas sendo ideal para a utilizaccedilatildeo em

peccedilas que requerem um bloqueio contra as ondas eletromagneacuteticas (BROOKS

1982)

O magneacutesio possui dureza suficiente para algumas aplicaccedilotildees estruturais

exceto aquelas que envolvam abrasatildeo severa Embora haja uma grande variaccedilatildeo de

dureza entre as ligas de magneacutesio a sua resistecircncia abrasatildeo varia apenas de 15 a

20 (BROOKS 1982)

O valor do moacutedulo de elasticidade (E) do magneacutesio e suas ligas eacute de 45Gpa a

temperatura ambiente e o moacutedulo de cisalhamento (G) eacute de 165 Gpa com um

coeficiente de Poisson de 035

A grande influecircncia na variaccedilatildeo das propriedades se deve a orientaccedilatildeo

estrutural do material devido a essa orientaccedilatildeo preferencial da rede cristalina as

ligas de magneacutesio podem apresentar diferentes respostas a ensaios mecacircnicos

realizados pois a orientaccedilatildeo de ensaios em relaccedilatildeo a estrutura do produto eacute de

grande importacircncia (BROOKS 1982)

47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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47

2131 Propriedade mecacircnica de micro dureza Vickers

Com indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e

acircngulo de 136ordm Figura 11 e a Figura 12 abaixo mostra a impressatildeo na amostra

Para a obtenccedilatildeo do valor de micro dureza Vickers (de designaccedilatildeo HV) e recorre-se

a seguinte foacutermula

Figura 10 - Indentador caacutelculo da micro dureza Vickers Adaptado (SMITHWF2012)

Sendo d o valor meacutedio das diagonais impressa na amostra (mm) e F a carga

aplicada (kgf) (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf

visualizado em 20012015)

48

Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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Figura 11 - Exemplo da mediccedilatildeo das diagonais d1 e d2 dos ensaios de micro dureza Vickers Adaptado (SMITH WF 2012 e httpwwwglobalstcombrbgven_mec13 pdf visualizado em 20012015)

214 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute agrave

temperatura de solidus podemos controlar a solidificaccedilatildeo e posterior

envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades do material

( Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals Zolotorevsky VS NA Belov e

MV Glazoff Casting Aluminum Alloys 2007 Elsevier)

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute o de promover a formaccedilatildeo de

uma dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

49

dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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dos deslocamentos e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da

liga tratada termicamente O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo pode ser

explicado recorrendo ao diagrama de fases dos elementos de liga Para que uma

liga de composiccedilatildeo X-Z possa ser endurecida por precipitaccedilatildeo eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria que a composiccedilatildeo da liga permita um tratamento num campo monofaacutesico

e que a solubilidade do elemento Z na soluccedilatildeo soacutelida diminua com a diminuiccedilatildeo de

temperatura (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

O processo de endurecimento por precipitaccedilatildeo envolve trecircs passos sendo

eles o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo a tecircmpera e o envelhecimento como

apresentado na Figura 13 (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Figura 12 - Adaptado ( CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

No caso das ligas usadas em fundiccedilatildeo injetada eacute necessaacuterio um cuidado

especial em relaccedilatildeo aos tempos e temperaturas utilizados pois o aumento da

temperatura de forma a acelerar o processo de difusatildeo e posterior precipitaccedilatildeo leva

agrave formaccedilatildeo de excessivas porosidades e distorccedilotildees ( SMITH 2012)

2141 Solubilizaccedilatildeo

Como o proacuteprio nome indica trata-se de um tratamento que tem a finalidade

de solubilizar os elementos que compotildeem a liga isto eacute dissolver as fases

Temperatura de solubizaccedilatildeo

Tempera

Temperatura Solvus

Envelhecimento

o

Tempo t

Tem

pera

tura

50

intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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intermetaacutelicas e permitir a formaccedilatildeo de uma soluccedilatildeo soacutelida com elementos que

seratildeo responsaacuteveis pelo endurecimento A amostra a ser solubilizada eacute aquecida e

mantida a uma temperatura entre as linhas de solvus e de solidus ateacute que se forme

uma soluccedilatildeo soacutelida de composiccedilatildeo uniforme No que toca ao tempo e temperatura

de solubilizaccedilatildeo existe um limite de tempo findo o qual a dissoluccedilatildeo dos elementos

atinge o valor de equiliacutebrio e a partir do qual natildeo haacute qualquer vantagem em

prolongar a duraccedilatildeo da solubilizaccedilatildeo Jaacute com a temperatura no caso de esta ser

exagerada pode levar agrave fusatildeo incipiente da liga levando a uma perda significativa de

propriedades mecacircnicas Pelo contraacuterio temperaturas ou tempos de solubilizaccedilatildeo

insuficientes natildeo asseguram a dissoluccedilatildeo dos elementos endurecedores levando a

endurecimento final inferior (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

2142 Tecircmpera

Na tecircmpera a amostra eacute rapidamente resfriada normalmente ateacute agrave

temperatura ambiente sendo em geral usada aacutegua como meio de resfriamento O

resfriamento raacutepido impede a difusatildeo dos elementos dissolvidos e respectiva

precipitaccedilatildeo num estado grosseiro e de equiliacutebrio apresentando-se assim em

soluccedilatildeo solida sobressaturada (SMITH 2012)

Em certas ligas trataacuteveis termicamente se a velocidade de resfriamento da

peccedila fundida no molde for suficientemente raacutepida pode obter-se uma liga no estado

de soluccedilatildeo soacutelida sobressaturada sem necessidade de outros meios de

resfriamento Deste modo as etapas de solubilizaccedilatildeo e tecircmpera podem ser

eliminadas no endurecimento por precipitaccedilatildeo sendo apenas necessaacuterio fazer o

envelhecimento apoacutes remoccedilatildeo da peccedila do molde Um bom exemplo de aplicaccedilatildeo

deste tipo de tratamento teacutermico eacute a produccedilatildeo de pistotildees de automoacuteveis

endurecidos por precipitaccedilatildeo A designaccedilatildeo deste tratamento teacutermico eacute T5

(CALLISTER 2014 e httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS

visualizado 20012015)

51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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51

2143 Envelhecimento

O envelhecimento eacute a ultima etapa do processo de endurecimento por

precipitaccedilatildeo e consiste na precipitaccedilatildeo controlada do soluto formando precipitados

finamente dispersos na matriz Os precipitados finos na liga impedem o movimento

dos deslocamentos durante a deformaccedilatildeo forccedilando os deslocamentos das

partiacuteculas de precipitados ou a rodeaacute-las Restringindo o movimento dos

deslocamentos durante a deformaccedilatildeo aumenta-se a resistecircncia mecacircnica

(CALLISTER 2014 e SMITH 2012) Ou seja apoacutes a etapa de resfriamento raacutepido o

estado de soluccedilatildeo solida sobressaturada que eacute relativamente instaacutevel tende a

passar para um estado de menor energia atraveacutes da precipitaccedilatildeo de fases

metaestaacuteveis ou de equiliacutebrio Para descrever as fases que se formam nesta liga eacute

necessaacuterio estudar os diagramas da mesma tendo em consideraccedilatildeo que o zinco e o

mischmetal satildeo o elemento endurecedor da liga em estudo (CALLISTER 2014 e

SMITH 2012)

Se o envelhecimento for realizado por longos periacuteodos eou a altas

temperaturas os precipitados se juntam aumentando o espaccedilamento entre

partiacuteculas Com o crescimento os precipitados tornam-se incoerentes (fase β) A liga

sobre-envelhece e fica menos resistente em comparaccedilatildeo com o ponto de

envelhecimento maacuteximo (CALLISTER 2014 e SMITH 2012)

Estes fenocircmenos satildeo analisados atraveacutes de curvas de envelhecimento como

a da Figura 14 onde a formaccedilatildeo e crescimento dos precipitados satildeo relacionados

com a resistecircncia mecacircnica

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

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eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

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ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

52

Figura 13 - Curva esquemaacutetica de envelhecimento Adaptado (SMITH WF 2012 McGraw-hill)

Este envelhecimento quando agrave temperatura ambiente designa-se por

envelhecimento natural com o uso de temperaturas elevadas designa-se por

envelhecimento artificial sendo que a maior parte das ligas requer este tipo de

envelhecimento (SMITH 2012) Os tratamentos de envelhecimento da liga estudada

satildeo sugeridos entre os 150ordmC 200ordmC e 250ordmC para um de tempo de 12 horas

A dispersatildeo de precipitados de Mg-Zn Mg-Zr-RE e Mg-RE apenas pode ser

identificada no TEM (Microscopia Eletrocircnica de Transmissatildeo) No entanto mesmo

no TEM natildeo se consegue detectar as fases em forma de agulhas em fases muito

precoces do envelhecimento (httpptscribdcomdoc47456292Aluminio-e-suas-

Ligas Visualizado em 20012015)

215 Caracterizaccedilatildeo liga ZK60+25RE

A liga foi obtida atraveacutes de processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor O tarugo

apoacutes fundido a uma temperatura de 440ordmC estando completamente soacutelido foi

53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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53

retirado do forno fusatildeo e resfriado em aacutegua a temperatura ambiente (SILVA

Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

2151 Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC)

A Figura 15 mostra as curvas de aquecimento e resfriamento obtidas por

Calorimetria Diferencial Exploratoacuteria (DSC) A curva de aquecimento revela

primeiramente que a temperatura liquidus da liga eacute de 620ordmC mostrando que a

adiccedilatildeo de terras raras causa a diminuiccedilatildeo da temperatura liquidus da liga ZK60 que

eacute de 635degC Aleacutem disso eacute visiacutevel que a liga apresenta distintos tipos de precipitado

No intervalo de 325 a 370degC a dissoluccedilatildeo de trecircs fases diferentes eacute detectada As

temperaturas de 335degC e 344degC coincidem com os pontos de fusatildeo dos precipitados

Mg7Zn3 e MgZn O terceiro pico observado a 366degC sugere a formaccedilatildeo de um

composto ternaacuterio Mg-Zn-RE Aleacutem dos precipitados contendo Zn de baixo ponto de

fusatildeo observou-se ainda um pico endoteacutermico junto agrave temperatura solidus de iniacutecio

de fusatildeo Este pico a 506degC indica a dissoluccedilatildeo de precipitados do tipo MgxREy

O comportamento no resfriamento natildeo eacute totalmente idecircntico aquele

observado no aquecimento Natildeo ocorrem no resfriamento todos os picos

exoteacutermicos de formaccedilatildeo de precipitados correspondentes aos endoteacutermicos de

dissoluccedilatildeo no aquecimento O pico exoteacutermico a 490degC tambeacutem eacute mais estreito e

melhor definido possibilitando ainda uma determinaccedilatildeo mais precisa da temperatura

solidus da liga que corresponde a 440degC Estas diferenccedilas sugerem que as taxas de

resfriamento empregadas na solidificaccedilatildeo da liga mesmo que conduzida a forno

fechado e principalmente na tecircmpera final do tarugo em aacutegua produzem

precipitados metaestaacuteveis nos intervalos de temperatura de 500degC e 350degC Em

condiccedilotildees de equiliacutebrio formam-se apenas um precipitado do tipo MgxREy a 490degC e

MgZn a 340degC (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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54

Figura 14 - Curva de aquecimento e resfriamento a 2 Kmin da liga ZK60+25RE no ensaio de calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) Adaptado ( Silva Erenilton Pereira (USP-EESC 2012)

2152 Microestrutura

A Figura 16 ilustra a microestrutura da liga ZK60-25RE como fundida O

batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura homogecircnea

formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase α-Mg reforccedilada por uma

extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo O tamanho meacutedio de gratildeo eacute de 150microm e duas morfologias

distintas de precipitados satildeo observadas uma lisa e outra lamelar

55

Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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Figura 15 - Como fundida imagens por MEV eletrons retroespalhados BSE ADAPTADO (SILVA Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

EDS Figura 16 micro anaacutelise quiacutemica revelam que os precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados apenas por Zn e Mg jaacute os formados por morfologia

lisa contecircm Ce e La que representam os principais terras raras presentes no

mischmetal aleacutem de Zn e Mg como apresenta a Figura 17

56

Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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Figura 16 - Mapeamento por EDS da distribuiccedilatildeo de Zn Ce e La nos precipitados observados Adaptado (Silva Erenilton Pereira USP-EESC 2012)

57

3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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3 MATERIAIS E METOacuteDOS

31 Materiais

Iniciamos nossos estudos com uma parceria com USP-EESC juntamente

com apoio do Prof Dr Haroldo Cavalcanti Pinto e do doutorando Erenilton Pereira

da Silva

Em virtude de alguns problemas de processo que refletia na qualidade do

tarugo obtido tivemos que fazer trecircs experimentos variando alguns paracircmetros de

processo acarretando um longo tempo de idas e vindas a USP-EESC no total de 3

vezes ida 1 Figura 18 e ida 2 Figura 19 tarugos apresentando altos graus de

defeitos de fundiccedilatildeo e trincas

Finalmente na uacuteltima ida a USP-EESC Figura 20 setembro 2014

conseguiu um tarugo de excelente qualidade isento de defeitos de fundiccedilatildeo trincas

e oxidaccedilatildeo

Figura 17 - Apresenta o tarugo quadrado apoacutes corte com trincas rechupes e porosidades

Trinca

Rechupe

Porosidades

58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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58

Figura 18 - Apresenta tarugo quadrado apoacutes corte com trincas e rechupe

Figura 19 - Apresenta tarugo redondo apoacutes corte isento de defeitos

A formaccedilatildeo de trincas localizadas nas partes externas do lingote quadrado satildeo

originadas dos cantos vivos presentes onde inicia-se a solidificaccedilatildeo que resfriam

rapidamente natildeo deixando o metal contrair durante a mudanccedila de fase liquido para

soacutelido sendo o valor da contraccedilatildeo para as ligas de magneacutesio de 42 Enquanto

que para os formatos redondos a contraccedilatildeo ocorre de forma livre evitando desta

forma a formaccedilatildeo de trincas Apoacutes alguns experimentos chegou-se a conclusatildeo que

o melhor resultado foi apresentado pelo tarugo de formato redondo como

demonstrado atraveacutes do resultado obtido

Rechupe

s Trinca

59

A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

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A liga ZK60-15RE foi obtida utilizando as seguintes mateacuterias primas

magneacutesio metaacutelico liga de adiccedilatildeo Zirmax (Mg-333Zr) zinco eletroliacutetico e

mischmetal (55 Ce 24La 15Nd 4Pr) Para obtenccedilatildeo das temperaturas

solidus e liquidus baseou-se no intervalo de solidificaccedilatildeo do sistema binaacuterio Mg-Zn

conforme Figura 21

Figura 20 - Sistema binaacuterio MgZn Adaptado (FRIEDRICH MORDIKE 2006)

As ligas foram obtidas pelo processo de fundiccedilatildeo sob agitaccedilatildeo mecacircnica no

estado semi-soacutelido utilizando-se um forno resistivo munido de batedor conforme a

Figura 22 A atmosfera foi protegida com argocircnio a uma vazatildeo de 15 Lmin

mantendo-se ainda uma pressatildeo absoluta de aproximadamente 075 bar O cadinho

e o batedor foram confeccionados de accedilo SAE 1020 As dimensotildees finais do tarugo

foram de 124 mm de diacircmetro e 245 mm de altura que representa cerca de 40 do

volume do cadinho conforme Figura 23

Especificado conforme ASTM

60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

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60

Figura 21 - Forno resistivo

Figura 22 - Tarugo 124 mm de diacircmetro por 245 mm de altura

32 Tratamentos teacutermicos

O magneacutesio e suas ligas podem ser tratados de modo a obter a combinaccedilatildeo

de propriedades mecacircnicas e fiacutesicas desejadas Os tratamentos teacutermicos baseiam-

61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

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61

se na variaccedilatildeo das solubilidades dos elementos microestruturais Como a

solubilidade dos elementos aumenta com o aumento da temperatura ateacute a

temperatura de solidus (sistema binaacuterio Mg-Zn) podemos controlar a solubilizaccedilatildeo e

posterior envelhecimento de forma a controlar a formaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das fases

precipitadas que influenciam as propriedades dos materiais

O objetivo do endurecimento por precipitaccedilatildeo eacute promover a formaccedilatildeo de uma

dispersatildeo densa e fina de partiacuteculas de precipitados numa matriz de metal

deformaacutevel As partiacuteculas dos precipitados atuam como obstaacuteculos ao movimento

das discordacircncias e como consequecircncia aumentam a resistecircncia mecacircnica da liga

tratada termicamente O tratamento teacutermico escolhido foi o T6 que foi realizado no

forno modelo ANALOacuteGICA tipo NA-1100-TM do laboratoacuterio de ensaios mecacircnicos

UFSJ Figura 24 com a proteccedilatildeo da atmosfera com argocircnio com uma vazatildeo de 10

Lmin e uma pressatildeo absoluta de 125 bar

Figura 23- Forno de tratamento teacutermico

62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

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62

Os tratamentos teacutermicos foram realizados conforme descrito na Tabela 15

Tabela 15 ndash Tratamentos teacutermico de solubilizaccedilatildeo e envelhecimento

Tabela 15 3 - sem RE e 4 - com RE

33 Microestrutura

331 Preparaccedilatildeo metaloacutegrafica

Os corpos de provas foram retirados em pequenos tamanhos devido a

necessidade e a facilidade para se fazer o embutimento a frio com massa plaacutestica

automotiva Figura 25 lixamento seguido a seacuterie das lixas 80 120 220 240 320

400 500 600 1000 1200 1500 e 2000 girando a 90ordm Figura 26 polimento em

pano especiacutefico com alumina de 1micro Figura 27 limpeza com ultrassom em aacutelcool

etiacutelico 99ordm Figura 28 e ataque quiacutemico com nital 35 por 1 minuto Para uma

melhor nitidez de uma anaacutelise microestrutural eacute recomendaacutevel usar como ataque

quiacutemico o picral soluccedilatildeo constituiacuteda de aacutecido piacutecrico com aacutelcool etiacutelico

AMOSTRA

SOLUBILIZACcedilAtildeO

ENVELHECIMENTO

3A 4A 3A 4A 3A 4A

400ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

3B 4B 3B 4B 3B 4B

350ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC 250ordmC 12 horas

3C 4C 3C 4C 3C 4C

250ordmC 24 horas

150ordmC200ordmC250ordmC 12 horas

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

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Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

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em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

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PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

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SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

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online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

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Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

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ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

63

Figura 24 - Embutimento

Figura 25 ndash Lixamento Figura 26 - Polimento

Figura 27 - Limpeza Ultrassocircnica

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

64

332 Caracterizaccedilatildeo da microestrutura

A caracterizaccedilatildeo microestrutural das amostras foi efetuada com recursos agrave

microscopia oacutetica (MO) e agrave microscopia eletrocircnica de varredura (MEV)

Recorreu-se agrave espectroscopia de dispersatildeo de energias (EDS) acoplada ao

MEV para a identificaccedilatildeo dos elementos quiacutemicos presentes nas fases das

amostras

333 Ensaio mecacircnico

A avaliaccedilatildeo da liga como fundida e os efeitos dos tratamentos teacutermicos nas

propriedades foram realizados por meio do ensaio mecacircnico de micro dureza

Vickers com carga de 196 N durante 20 segundos

O equipamento usado foi Mitutoyo modelo MVK GI do laboratoacuterio

metalograacutefico UFSJ conforme Figura 29

Figura 28 - Medidor de micro dureza Vickers

Os ensaios foram realizados segundo a norma ISO 6507-12005 com

indentador de forma de piracircmide de diamante com base quadrangular e acircngulo de

136ordm

65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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65

34 Tratamento estatiacutestico

Os fatores experimentais investigados foram o tipo de liga com e sem adiccedilatildeo

de mischmetal como fundida (2) Temperaturas solubilizaccedilatildeo T1 T2 e T3 com e

sem mischmetal (3) e Temperaturas de envelhecimento T4 T5 e T6 com e sem

adiccedilatildeo de mischmetal (3)

Os niacuteveis experimentais dos fatores investigados concede um planejamento

correspondendo a 2+32+32 = 20 condiccedilotildees experimentais com 3 reacuteplicas para cada

experimento

A resposta checada foi a microdureza Vickers (HV) com a utilizaccedilatildeo da

ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab

66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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66

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 Procedimentos de fundiccedilatildeo

Devido a grande diferenccedila de ponto de fusatildeo e densidade entre o magneacutesio e

as demais mateacuterias-primas aleacutem de o magneacutesio ser considerado combustiacutevel

quando em contato com o ar atmosfeacuterico a temperaturas acima de 100degC foi

necessaacuterio a realizaccedilatildeo de diversas corridas preliminares visando otimizar os

paracircmetros de fundiccedilatildeo da liga no estado semi-soacutelido temperatura maacutexima para

aquecimento da carga pressatildeo na atmosfera de proteccedilatildeo vazatildeo de argocircnio

vaporizaccedilatildeo do Zn eletroliacutetico velocidade e tempos de batimento aleacutem da

temperatura para remoccedilatildeo do batedor o procedimento considerado ideal consistiu

em aquecer inicialmente a carga metaacutelica ateacute 820degC e mantecirc-la por 20 min sob

agitaccedilatildeo mecacircnica visando a fusatildeo mischmetal e a sua incorporaccedilatildeo no banho

fundido A velocidade de rotaccedilatildeo do agitador foi fixada em 600 rpm para todos os

periacuteodos de batimento Em seguida a temperatura foi reduzida sob constante

agitaccedilatildeo mecacircnica ateacute 760degC e mantida nesta temperatura por 1 h Este longo

estaacutegio de batimento a temperatura ainda suficientemente elevada mostrou-se

importante para a dissoluccedilatildeo das partiacuteculas de Zr e sua incorporaccedilatildeo de forma mais

homogecircnea no banho liacutequido a reduccedilatildeo de temperatura para homogeneizaccedilatildeo da

liga tambeacutem contribui para reduzir as perdas de Zn que apresenta elevada pressatildeo

parcial de vapor devido a seu baixo ponto de fusatildeo (420degC) A seguir a temperatura

foi reduzida sob batimento constante ateacute 630degC temperatura na qual o agitador

mecacircnico eacute retirado do metal semissoacutelido Segundo o diagrama de fase binaacuterio Mg-

Zn a 630degC ocorre uma fraccedilatildeo soacutelida de aproximadamente 50 para 6 em peso

de Zn A remoccedilatildeo do batedor a temperaturas abaixo de 630degC e consequentemente

com a presenccedila de fraccedilotildees de soacutelido mais elevadas compromete seriamente a

integridade dos tarugos Finalmente o tarugo eacute retirado do forno a 630degC no estado

de semissoacutelido seguido de resfriamento controlado em aacutegua na temperatura

ambiente ateacute a sua completa solidificaccedilatildeo

67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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83

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67

42 Composiccedilatildeo quiacutemica dos tarugos fundidos

As Composiccedilotildees quiacutemicas dos tarugos fundidos foram obtidas no ensaio por

fluorescecircncia FRX no IF Sudeste MG campus de Juiz de Fora instrumento EDX-

8000 conforme Tabela 16 e Tabela 17

Tabela 16 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido com mischmetal

Mg Zn Ce La Nd Mn Pr Zr

92717 5757 0517 0299 0167 0140 0070 0312

Tabela 17 - Composiccedilatildeo quiacutemica do tarugo fundido sem mischmetal

Mg Zn Al Mn Fe Cu Pr Zr

93135 6280 0085 0094 0041 0014 - 0351

Os resultados obtidos estatildeo de acordo com a especificaccedilatildeo ASTM jaacute

mencionada (Referecircncia bibliograacutefica paacutegina 37)

43 Microestruturas como fundida

O batimento mecacircnico durante a solidificaccedilatildeo produz uma microestrutura

homogecircnea formada por uma matriz de gratildeos globulares da fase a α-Mg

apresentando gratildeos de tamanho meacutedio de 100microm de forma heterogecircnea reforccedilada

por uma extensa rede de precipitados ao longo dos contornos de gratildeo oriundos da

segregaccedilatildeo preferencial do Zn e dos elementos RE na fase liacutequida durante o

intervalo de solidificaccedilatildeo

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

68

431 Microestrutura com adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 30 31 e 32 indicam tipo de

gratildeo (MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica

(EDS)

Figura 29 - Imagens a e b ZK60+15MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

As morfologias dos precipitados uma lisa e outra lamelar aparecem na

imagem do MEV Figura 31

Precipitado

s

a)

a) b)

b)

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

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Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

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Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

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BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

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19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

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FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

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SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

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httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

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JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

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plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

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Properties of Cast Aluminum Society for Metals

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potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

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PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

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PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

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ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

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ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

69

Figura 31 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK+15 quiacutemica MM como fundida

O EDS Figura 31 com uma micro anaacutelise quiacutemica revelam precipitados com

morfologia lamelar satildeo formados por Zn e Mg os de morfologia lisa conteacutem Ce e La

que apresentam os principais terras raras presentes no mischmetal alem de Zn e

Mg Conforme as Figuras 32 e 33

c)

a) b)

)

Figura 30 - Imagens a b e c liga ZK60+15 MM como fundida obtido por MEV

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

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2007 Elsevier

70

Figura 32 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60+15 MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 33 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (aboacutebora) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho) ceacuterio Ce (grenaacute) lantacircnio La (verde claro) Praseodiacutemio Pr (verde) e

zircocircnio Zr (vermelho)

432 Microestrutura sem adiccedilatildeo de mischmetal como fundida

As microestruturas apresentadas nas figuras 34 35 e 36 indicam tipo de gratildeo

(MO) precipitados de contorno de gratildeo (MO e MEV) e microanaacutelise quiacutemica (EDS)

a) b)

c)

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

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and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

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Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

71

Figura 33 ndash Imagens a e b liga ZK60 sem MM como fundida MO gratildeos de tamanhos heterogecircneos e precipitados de contorno de gratildeo

A morfologia dos precipitados em forma lamelar Mg e Zn aparecem na

imagem do MEV conforme Figura 35

Precipitados

200 microm 20 microm a) b)

a) b)

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

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488ndash496ndash2012

83

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Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

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19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

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FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

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SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

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DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

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HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

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httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

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MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

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Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

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R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

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httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

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SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

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httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

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SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

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86

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SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

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TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

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WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

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Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

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ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

72

Figura 34 - Imagens a b e c liga ZK60 sem MM como fundida MEV

Figura 35 - Mapeamento com EDS imagens a e b apresentando percentual em massa da micro anaacutelise quiacutemica da liga ZK60 sem MM como fundida

c)

a) b)

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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488ndash496ndash2012

83

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ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

73

Figura 36 - Mapeamento com EDS imagens a b e c apresentando micro anaacutelise quiacutemica liga ZK60 sem MM como fundida

Na micro anaacutelise quiacutemica por espectroscopia de energia dispersiva EDS na

figura 37 b revela que as cores indicadas representam respectivamente os

elementos quiacutemicos magneacutesio Mg (vermelho) zinco Zn (verde claro) oxigecircnio O

(azul marinho)

44 Tratamento teacutermico T6

Com o tratamento teacutermico T6 obtecircm-se melhores propriedades mecacircnicas

das ligas atraveacutes da redistribuiccedilatildeo das fases precipitadas a comparaccedilatildeo dos

resultados obtidos com os da amostra como fundida estatildeo demonstrados pelos

graacuteficos no paraacutegrafo 45 O controle e distribuiccedilatildeo das fases satildeo conseguidos

atraveacutes das variaccedilotildees de temperatura nas etapas de solubilizaccedilatildeo tecircmpera e

a) b)

c)

)

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

74

posterior envelhecimento que pode ser comprovado mediante os resultados de

micro dureza que aumentaram apoacutes o tratamento teacutermico T6

45 Propriedades mecacircnicas

Demonstraccedilatildeo dos resultados obtidos das propriedades mecacircnicas de micro

dureza Vickers meacutedia conforme Figura 38 Figura 39 e Figura 40

O melhor resultado eacute o da figura 38 com o tratamento teacutermico de solubilizaccedilatildeo

a 400degC por 24 horas seguido de envelhecimento a 200degC e 250degC apresentando

um aumento da dureza de 30 para a liga sem MM e de 8 para a liga com MM

quando comparada com as ligas com e sem MM como fundidas

Figura 37 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 400degC por 24 horas

Como Fundida

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

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Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

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Properties of Cast Aluminum Society for Metals

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em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

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PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

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R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

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ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

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SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

75

Como Fundida COMO FUNDIDA

Figura 38 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 350degC por 24 horas

Figura 39 - Envelhecimento por 12 horas apoacutes solubilizaccedilatildeo agrave 250degC por 24 horas

COMO FUNDIDA

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

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AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

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CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

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488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

76

A anaacutelise estatiacutestica dos resultados de micro dureza Vickers foram realizados

com a utilizaccedilatildeo da ferramenta ANOVA auxiliado com Software Minitab com os

dados obtidos nas mediccedilotildees de todas as amostras As varaacuteveis para cada processo

foram identificadas conforme Tabela 18 perfazendo um total de 20 processos

diferentes com 3 replicas para cada gerando desta forma 60 condiccedilotildees

experimentais

Tabela 18 - Condiccedilotildees dos processos

PROCESSOS CONDICcedilOtildeES

Fundcom Como fundida com MM

Fundsem Como fundida sem MM

Proc1 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc2 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc3 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12hcom MM

Proc4 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc5 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc6 Solubilizado a 400ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc7 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc8 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12hsem MM

Proc9 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc10 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc11 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc12 Solubilizado a 350ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

Proc13 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h com MM

Proc14 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 150ordmC12h sem MM

Proc15 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h com MM

Proc16 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 200ordmC12h sem MM

Proc17 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h com MM

Proc18 Solubilizado a 250ordmC24h e envelhecido a 250ordmC12h sem MM

A tabela a seguir Tabela 19 o SSTotal eacute a soma dos quadrados de todos os

valores de durezas medido o SSA eacute a soma dos quadrados das medidas de dureza

para todos os processos SSerro eacute o erro embutido na soma total o GL eacute o grau de

liberdade para cada variaacutevel MSS eacute a media da soma dos quadrados Fcal eacute o valor

calculado e Ftab eacute o valor tabelado para a distribuiccedilatildeo de Fisher de acordo com o

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

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ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

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httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

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plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

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Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

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properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

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NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

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PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

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ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

77

niacutevel de confiabilidade e os graus de liberdade da variaacutevel e do erro A anaacutelise de

variacircncia com niacutevel de confiabilidade de 95 mostrar que o tratamento teacutermico T6

tem influecircncia na dureza

Tabela 19 - Anaacutelise da variacircncia dados Anova pelo Software Minitab

Na tabela 19 como foi encontrado Fcal gt Ftab conclui-se que o tratamento

teacutermico T6 influecircncia na micro dureza Vickers(HV)

Dados inseridos no Software Minitab para anaacutelise da variacircncia pela Anova

Figura 41

SS GL MSS Fcal Ftab Conclusatildeo SSA 17876 19 941 488 185 Influencia SSerro 7705 40 193 - - - SSTotal 25581 59 - - - -

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

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1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

78

Figura 40 - Dados de micro dureza Vickers para Minitab

Abaixo satildeo apresentados os resultados obtidos atraveacutes do Software Minitab

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

Apoacutes vaacuterios tratamentos teacutermicos T6 seguido de ensaio de micro dureza HV revela

que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

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de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

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ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

79

A anaacutelise da variacircncia com a metodologia Anova pelo Software Minitab revela

que os melhores tratamentos teacutermicos satildeo para os processo 3 4 e 5 pois trata-se

de solubilizaccedilatildeo a 400ordfC e envelhecimento a 200ordmC e 250ordmC com e sem adiccedilatildeo de

mischmetal

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

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caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

de precipitados dos tipos MgZn MgZnRE e MgRE situados nos contornos de gratildeo

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que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

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FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

80

5 CONCLUSAtildeO

Com o estudo do efeito da adiccedilatildeo de terras raras 15 em peso na liga de

magneacutesio ZK-60 fundida no estado semi-soacutelido por meio do tratamento teacutermico T6 e

ensaios realizados eacute possiacutevel obter as seguintes conclusotildees

Obteve-se tarugos fundidos com composiccedilatildeo quiacutemica homogecircnea livres de

rechupes defeitos e oxidaccedilatildeo interna A microestrutura bruta de solidificaccedilatildeo eacute

caracterizada por uma matriz de gratildeos globulares de αMg reforccedilada por uma rede

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que a melhor opccedilatildeo eacute a solubilizaccedilatildeo de 24 horas a 400ordmC seguido de

envelhecimento de 12 horas a 200ordmC e 250ordmC para a liga ZK-60 com e sem adiccedilatildeo

de RE que possibilitou um aumento percentual na dureza de 30 para a liga sem

RE e de 85 com RE na temperatura ambiente quando comparada no estado de

como fundida que eacute justificado pela precipitaccedilatildeo de partiacuteculas nanomeacutetricas

dispersas de forma homogecircnea no interior dos gratildeos

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

81

6 TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros uma vez que natildeo foram possiacuteveis de realizar no

decorrer deste trabalho sugiro

1 - Ensaios de traccedilatildeo para diferentes tratamentos teacutermicos de forma obter o

restante de informaccedilotildees dos efeitos dos tratamentos teacutermicos aplicados nas

propriedades

2 - Estudo do envelhecimento utilizando diferentes patamares de temperaturas onde

objetiva obter tempos menores de tratamentos teacutermicos associado a melhores

resultados de resistecircncia a traccedilatildeo e ductibilidade

3 - Repetir os mesmos ciclos de tratamentos teacutermicos e ensaios realizados neste

trabalho em uma liga com adiccedilatildeo de 25RE que apresenta fases intermetaacutelicas

de RE maior que com 15RE

4 - Ensaio comparativo de resistecircncia a corrosatildeo da liga ZK60 como fundida com e

sem adiccedilatildeo de 15RE

5 ndash Ensaio de fluecircncia comparativo da liga ZK60 como fundida com e sem adiccedilatildeo

de 15RE

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

82

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABM Associaccedilatildeo Brasileira de Metalurgia 11ordm Seminaacuterio de metais natildeo ferrosos ndash

SP ndash Setembro 2009

ASM Metals Handbook Properties and Selection nonferrous Alloy and special

purpose materials V02 10th edition 1992

ASM Metals Handbook Forming and Forging V14 10th Edition 1999 Association

I M (2015) ldquoMagnesium ndash Physical Propertiesrdquo International Magnesium

Association Uacuteltimo acesso 19012015 Disponiacutevel em

httpwwwintlmagorgphysicalhtml

ASTM ndash B557 (2003) e B93B93M-09 Standard Test Methods of tesion Wrought

and Cast Aluminum and Magnesium-Alloy Products

AVEDESIAN MM BAKER H Magnesium alloy ASM International Ohio USA

1999

BARBOSA C Metais natildeo Ferrosos e suas ligas Microestrutura Propriedades e

Aplicaccedilotildees Editora E-Papers Rio de Janeiro 1ordf ediccedilatildeo 2014 PP 413-423

BROOKS C R (1982) ldquoHeat treatment Structure and Properties of Non-ferrous

Alloyrdquo

CALLISTER W Fundamentos da Ciecircncia e Engenharia de Materiais - Uma

Abordagem Integrada - 4ordf Ediccedilatildeo LTC 2014

DAYU SHU QIANG CHEN ZUDE ZHAO ZHIXIANG ZHAO YANBIN WANGA

BAOGUO YUAN Microstructure development and tensile mechanical

properties of MgndashZnndashREndash Zr magnesium alloy Materials and Design 40

488ndash496ndash2012

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

SMITH WF Fundamentos de Engenharia e Ciecircncia dos Materiais 2012 McGraw-

Hill)

86

STREET AC (1986) The Diecasting Book Great Britain Portcullis Press

Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

TAKUDA H Fujimoto H Hatta N Modeling on Flow stress of Mg- Al-Zn Alloys at

elevated temperatures

WANG Y Q WANG et al (2003) ldquoEffects of Zn and RE additions on the

solidification behavior of Mg-9Al magneacutesium alloyrdquo Materials Science and

Engineering A 342(1-2) 178-182

WATARI H (2006) Trend of rescarch and development for magnesium alloys-

reducing the weigth of structural materials in motor vehicles Science and

Technology trends 1884-97

ZHANG Z A Couture et al (1998) ldquoAn investigation of the properties o Mg-Zn-Al

alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

ZOLOTOREVSKY VS NA BELOV e MV GLAZOFF Casting Aluminum Alloys

2007 Elsevier

83

DIEGO CUNHA MALAGUETA H V d M (2003) ldquo O Desafio da Reciclagem de

Plaacutesticos Automotivosrdquo Ultimo acesso 12012015 Disponiacutevel em

httpwwwcetemgovbrpublicaccedilaoserie_anais_XI_jic_200307_Diego_Cunha_JIC_2003pdf

ELEKTRON M (2015) ldquoService amp Innovation in MagnesiumrdquoUltimo acesso em

19012015 Disponiacutevel emhttpwwwmagnesium-elektroncomabout

magnesiumaspID=1

ELEMENTS W (2015) ldquoMagnesium Uacuteltimo acesso 19012015rdquo Disponiacutevel em

httpwwwwebelementscomwebelementselementstextMgindexhtml

FERRI THIAGO VIEIRA Caracterizaccedilatildeo Mecacircnica da liga de Magneacutesio ZAXL05413

para aplicaccedilatildeo no processo de injeccedilatildeo sob Pressatildeo 140P Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia) Escola de Engenharia Metaluacutergica e de Materiais

Universidade Federal do Rio Grande Sul ndash UFRG ndash 2008

FIERN (1998) ldquoPLANO DIRETOR DE IMPLANTACcedilAtildeO DO POacuteLO GAacuteZ-SAL-

SUMAacuteRIO EXECUTIVOrdquo Uacuteltimo acesso 19022015 Disponiacutevel em

ttphswwwgooglecombrgws_rd=sslq=FIERN+(1998)+22PLANO+DIRETOR+

DE+IMPLANTAC387C383O+DO+POLO+GC381S-SAL-SUMC3

FRIEDRICH H E MODIKE B L Magnesium Technology Metallurgy Design data

Aplications (Springer Berlin) - 2006

HU YAO-BO WANG JING-FENG GAO SHAN ZHAO LIANG LIANG HAO PAN

FUSHENG Effects of Y on mechanical properties and damping capacity of

ZK60 magnesium alloys Trans Nonferrous Met Soc Chine 20 s366

HUSKY (2004) Thixomolding Fundiccedilatildeo e Serviccedilos 50-58

httpptscribdcomdoc52068030ALUMINIO-E-SUAS-LIGAS Visualizado em

20012015

84

httpwwwglobalstcombrbvgen_mec13pdf Visualizado em 20012015

JING SANG YUANYUAN LI ZHIXIN KANG XIAOMING LAI Fabrication of

hydrophobicsuper-hydrophobic nanofilms on magnesium alloys by polymer

plating Thin Solid Films 520 800ndash806 ndash 2011

JOURNAL ELSEVIER 2011 YP REN Y GUO D CHEN S LI WL PEI GW

QIN

K U KAINER F v B (2003) Magnesium Alloy and Technology The Current State

Of Technology and Potential for further Development of Magnesium

Applications

LU Y Q WANG et al (1999) ldquoEffects of rare earths on the microstructure

properties and fracture behavior of Mg-Al alloysrdquo Materials Science and

Engineering A 278(1-2) 66-76

Ma S A Methodology to Predict the Effects of Quench Rates on Mechanical

Properties of Cast Aluminum Society for Metals

MORDIKE B L AND T EBERT (2001) ldquoMagnesium properties -- applications ndash

potentialrdquo Materials Science and Engineering A 302(1) 37-54

NONFERROUS K t M (2015) ldquoMagnesium and Magnesium Alloyrdquo Ultimo acesso

em 11012015 Disponiacutevel em httpwwwkey-to-

nonferrouscomdejaultaspxID=CheckArticleampNM=138

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 - 2002

85

PINTO HAROLDO CAVALCANTI Desenvolvimento para o processo de Tixofundi-

ccedilatildeo liga de magneacutesio ZK-60-RE Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado

de Satildeo Paulo FAPESP-2011

PEacuteREZ-PRADO MT RUANO O A Texture evolution during annealing of

Magnesium AZ-31 alloy Scripta Materialia 46 149-155 ndash 2002

REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

ROCHA WX (1999) ldquoGrupo IIA ndash Metais Alcalinos- terrosos Beriacutelio

Magneacutesio Caacutelcio Estroncio BaacuteriordquoQuimica 2000 Ultimo acesso

20022015Disponiacutevel em

httpwwwoocitiesorgviennachoir9201grupo_IIAhtm

ROKHLIN L L (2003) Magnesium Alloy Containing Rare Earth Metals ndashStructure

and Properties London Taylor amp Francis

SAKKINEN J D (1994) ldquoPhysical metallurgy of magnesium die cast alloyrdquo

Society of Automotive Engineers ndash SAE Technical Papers 940779 71-82

SCHAEFER S (2015) ldquoMetais alcalinos terrosos ndash Magneacutesio umlrdquo Tabela Perioacutedica

online Uacuteltimo acesso 18012015 Disponiacutevel em

httpwwwtabelaoxigeniocommetais_alcalinos_terrososelementos_quimico_magn

eacutesiohtm

SILVA ERENILTON PEREIRA Fundiccedilatildeo no estado semi-soacutelido de liga ultra leve

de magneacutesio ZK60 com adiccedilatildeo de terras raras USP-EESC

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Hill)

86

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Limited

SWIOSTEK J GOKEN J LETZIG D KANIER KU Hydrostatic extrusion of

Commercial magnesium alloy a100degC and its influence on grain refinement

and mechanical properties Materials Science and Engineering A 424 pg

223-229 2006

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elevated temperatures

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alloysrdquoScripta Materalia 39(1)45-53

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2007 Elsevier

84

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85

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de Satildeo Paulo FAPESP-2011

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REVISTA DO ALUMIacuteNIO 1ordm trimestre 2007 tiacutetulo a FUNDICcedilAtildeO DO FUTURO

R FINK O F SCHORNDORF (2003) Die Casting Magnesium Weinheim WILEY-

VCH Verlag GmbH amp Co KG aA

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