marco lógico
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Slides sobre Marco LógicoTRANSCRIPT
Universidade Federal do ABC Curso: Políticas Públicas
Disciplina: Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas
Profa. Maria Luiza Levi
Aula 10 – Método do Modelo Lógico
Marco ou Quadro Lógico
USAID – United States Agency for International Development (anos 60): dificuldade em mostrar a efetividade de projetos de cooperação internacional – reduzida precisão dos mecanismos de planejamento e ausência de identificação clara de responsabilidades = dificuldades para a avaliação (acabava se convertendo em um processo de aprimoramento do planejamento)
Consultores se basearam na metodologia “Management by Objectives” (Gerenciamento por Objetivos) e elaboraram o “Logical Framework Approach” (Abordagem do Quadro Lógico, ou Marco Lógico)
Posteriormente foi feita uma adaptação para que a metodologia fosse aplicada sob uma lógica participativa, com técnicas de moderação ou facilitação, via workshops, facilitando o envolvimento das equipes na produção do “Quadro Lógico” do programa/projeto
Embasamentos: a compreensão compartilhada (e eventualmente a própria construção de detalhes da intervenção) facilita sua implementação e constitui referência para a sua avaliação
O resultado é um instrumento de planejamento e uma referência para a execução e para a tomada de decisão, e que normalmente sob a forma de uma matriz
Modelo Lógico
Recurso metodológico para explicitar a estrutura de uma intervenção, orientado
para evidenciar seus resultados e especificamente desenvolvido como uma ferramenta de avaliação
O ponto de partida é a construção da estrutura lógica da intervenção, que mapeia a relação entre os recursos disponíveis e os resultados esperados:
A ênfase aqui é principalmente no que se denomina “teoria do programa” (ou da intervenção)
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Comissão de Monitoramento e
Avaliação do PPA do Governo Federal
Interministerial, coordenada pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG)
IPEA
Demanda (2006)
A metodologia do IPEA para os programas do PPA juntou elementos das duas abordagens, metodologia para o planejamento (Marco/Quadro Lógico) e para o processo
de avaliação (Modelo Lógico)
Instrumento que serve para apoiar o processo de elaboração dos programas do PPA e sua avaliação
Modelo Lógico: metodologia IPEA
I. Identificação e apresentação de um problema passível de ser abordado por
meio de um programa ou projeto, no âmbito de uma política pública Por meio de “referências básicas” do programa Por meio da “árvore de problemas”
II. Estruturação do Programa para alcance de Resultados
III. Definição de indicadores de desempenho
IV. Identificação de Fatores Relevantes de Contexto
V. Análise de consistência do programa
VI. Análise de vulnerabilidade do programa
Etapas:
Modelo Lógico: metodologia IPEA
I. Identificação e apresentação de um problema de um problema de política pública, que pode motivar um Programa/Projeto
Duas abordagens:
Conceitos utilizados
(Carlos Matus – “pai” do Planejamento Estratégico Situacional/PES):
a. Descritores: elementos que demonstram de forma clara que o problema existe, auxiliam na posterior construção dos indicadores de monitoramento
b. Causas críticas: também referidas por “nós” críticos, são os elementos essenciais sobre os quais deve incidir a ação. Devem: (i) ter alto impacto na mudança do problema; (ii) serem passíveis de ações, ou seja, deve ser possível atuar sobre tais causas de modo prático; (iii) deve ser politicamente oportuno agir sobre tais causas
c. Critérios de priorização: essencial mapear critérios de priorização em situações em que os recursos disponíveis para um determinado período não são suficientes para alcançar todos os beneficiários possíveis.
Referências básicas do Programa
Árvore de problemas
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Exemplo: Programa “Segundo Tempo” (Governo Federal-Ministério do Esporte)
I. Explicação do problema, objetivos, público-alvo e beneficiários (referências básicas = enunciado do problema e respectivos “descritores”)
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Ou por meio da “Árvore de Problemas” (identificação de causas e consequências do problema)
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Muitas frequentemente, a ação orçamentária de um programa tem característica “guarda chuva”. Nesses casos, é fundamental definir as “ações de fato”, ou seja, aquelas que, ao serem
operacionalizadas, viabilizarão o programa
II. Estruturação do Programa para alcance de Resultados
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Alguns conceitos e questões relevantes do slide anterior
O Programa funciona via chamamento público (um edital público com regras para a concessão de recursos), direcionado a ONGs. Elas devem apresentar projetos de constituição de Núcleos de Esporte Educacional para o desenvolvimento de atividades esportivas
Ações orçamentárias e não orçamentárias: determinadas ações são fundamentais para que o programa ocorra, mas não dependem da realização de despesas pelo governo (no caso, a elaboração dos projetos dos Núcleos)
Ação orçamentária “guarda-chuva”: no orçamento público, os recursos (“verba”) são estimados para cada ação orçamentária. Quanto mais específica é a ação, maior a necessidade de que sua previsão seja correta, do contrário será necessária alterar o valor ao longo da execução orçamentária. Ações mais genéricas são conhecidas como “guarda-chuva”
A estruturação para resultados envolve enunciar o Programa de acordo com os elementos da estrutura lógica (slide 4)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Resultado final, impactos diretos e indiretos
Eficácia Efetividade
Os efeitos esperados têm vínculos causais
de distintas naturezas com o
programa.
O método do Modelo Lógico
ajuda a evidenciar o que é mais ou
menos factível, ou mais ou menos
gerenciável
Adaptado de Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
III. Definição de indicadores de desempenho
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
III. Definição de indicadores de desempenho
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
III. Definição de indicadores de desempenho
Qual o tipo de avaliação que pode ser feita a partir da análise desses indicadores?
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Esse exercício é voltado para minimizar problemas imprevistos. Ele é tanto mais rico quanto mais houver conhecimento do “terreno” (perfil do 3º setor, escolas,
comunidades) e quanto mais se puder fazer uso de experiências semelhantes
iv. Identificação de Fatores Relevantes de Contexto
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Consistência e vulnerabilidades da intervenção
V. Análise de consistência: uma vez identificada a lógica (ou cadeia causal) da intervenção, é bom verificar se faz realmente sentido dizer que “se X (ação) for feito .... resultará Y (produto) e consequentemente deverão ser verificados W e Z (resultados intermediários e finais).
Aqui entram considerações não só lógicas mas também relacionadas à suficiência dos recursos, ao tempo necessário para a operacionalização das ações e aos elementos que constituem seus pré-requisitos
VI. Análise de vulnerabilidade: toda intervenção tem uma série de pressupostos e
apostas, explícitos ou não. É fundamental fazer uma análise dos elementos que podem fragilizar ou invalidar essas apostas, ação por ação
Situações identificadas como mais críticas (em que há maior risco de inviabilização da ação) devem ensejar a definição de ações complementares que possam mitigar os riscos
Modelo Lógico: metodologia IPEA Análise/Matriz de vulnerabilidade: Programa Segundo Tempo
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Modelo Lógico: metodologia IPEA
Recomendações para o Plano de Avaliação – Estrutura
Propósito da avaliação: identificar objetivos e usos da avaliação que será feita
Perguntas de avaliação: devem estar alinhadas aos usos e objetivos e elaborar suas respostas deve ser factível
Método(s) de avaliação: estratégia/desenho da avaliação, incluindo coleta e análise de dados
Procedimentos/atividades previstas: detalhamento, identificação de responsáveis e disponibilização em cronograma de realização
Composição da equipe de avaliação e orçamento
Fonte: Cassiolato, M. & Gueresi, S. (2010)
Revisão: Custo, eficiência, efetividade
“A opção X é mais vantajosa que a opção Y em termos de custo x benefício”
Expressão de uso corriqueiro, frequentemente utilizada de maneira imprecisa
No âmbito das políticas públicas devemos tentar expressar essa preocupação da “comparação em
termos de custo benefício” em:
Avaliação de eficiência
Avaliação de custo-
efetividade ou
Revisão: Custo, eficiência, efetividade
Avaliação de eficiência
Avaliação de custo-
efetividade
É essencialmente uma avaliação sobre um
processo de produção (no caso, de uma política
pública, ou seja, de determinado bem ou serviço, ou mesmo de
um conjunto de bens/serviços de uma
política pública)
Um processo será mais eficiente que outro se for
capaz, com a mesma quantidade de recursos (financeiros, humanos,
etc.) produzir maior quantidade de bens/serviços
Ou seja, a avaliação de
eficiência é essencialmente uma
comparação entre processos de produção
É uma comparação de alternativas de política pública. O programa A será mais custo efetivo que o programa B se
conseguir, com menos recursos, chegar a resultado semelhante. Exemplo: (i) reduzir o número de alunos de uma classe pode ser mais custo efetivo em aumentar os níveis de
aprendizagem do que o aumento do número de horas aula; (ii) reduzir a compulsão alimentar pode ser mais custo efetivo
com medicamentos do que com terapia