marco colomé beck

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Curso de Especialização em Reabilitação Físico-Motora APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO:EFEITOS AGUDOS DA CPAP SOBRE VARIÁVEIS POLISSONOGRÁFICAS Monografia de Especialização Marco Colomé Beck Santa Maria, RS, Brasil 2013

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Page 1: Marco Colomé Beck

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências da Saúde

Curso de Especialização em Reabilitação

Físico-Motora

APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO:EFEITOS AGUDOS DA CPAP

SOBRE VARIÁVEIS POLISSONOGRÁFICAS

Monografia de Especialização

Marco Colomé Beck

Santa Maria, RS, Brasil

2013

Page 2: Marco Colomé Beck

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM REABILITAÇÃO

FÍSICO-MOTORA

APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO:

EFEITOS AGUDOS DA CPAP SOBRE VARIÁVEIS

POLISSONOGRÁFICAS

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

Marco Colomé Beck

Santa Maria, RS, Brasil 2013

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APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO: EFEITOS AGUDOS DA

CPAP SOBRE VARIÁVEIS POLISSONOGRÁFICAS

Marco Colomé Beck

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Reabilitação Físico-Motora, Área de Concentração em Fisioterapia Hospitalar, da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS) como requisito para obtenção do grau de

Especialista em Reabilitação Físico-Motora

Orientador: Prof. Dr. Antônio Marcos Vargas da Silva

Santa Maria, RS, Brasil

2013

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RESUMO

Monografia Curso de Especialização em Reabilitação Físico-Motora

Universidade Federal de Santa Maria

APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO: EFEITOS AGUDOS DA CPAP SOBRE VARIÁVEIS POLISSONOGRÁFICAS

AUTOR: MARCO COLOMÉ BECK ORIENTADOR: ANTÔNIO MARCOS VARGAS DA SILVA

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 12 de julho de 2013. Resumo: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma condição que tem alta prevalência nos

adultos e crianças e que traz consigo consequências neurocognitivas e corporais.

Estas alterações interferem na qualidade de vida, no estado subjetivo de saúde e na

qualidade do sono, aumentando o índice de morbimortalidade dos pacientes. Este

trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos agudos da Continuous Positive Airway

Pressure (CPAP), em apenas uma noite de uso, sobre variáveis polissonográficas

em pacientes com apneia obstrutiva do sono. Trata-se de uma série de casos, com

um total de 31 pacientes (55,8±11,4 anos; 22 homens), com diagnóstico de AOS e

em fase inicial de tratamento com a CPAP no Instituto do Sono de Santa Maria/RS.

Os sujeitos foram avaliados pela polissonografia sem e com CPAP (10,2±3,1

cmH2O), em dias diferentes, através das seguintes variáveis: estágios do sono 1, 2 e

3 (N1, N2 e N3); sono REM; índice de apneia e hipopneia (IAH); IAH no sono REM

(IAHREM) e índice de microdespertares (IMD). Durante a avaliação com o uso de

CPAP houve redução do N2 (p< 0,001), aumento do N3 (p=0,006) e do sono REM

(p< 0,001). Houve redução do IAH (p< 0,001), do IAHREM (p< 0,001) e do IMD

(p=0,001). Este estudo demonstrou que a CPAP, logo na primeira noite de sua

utilização, promove um maior equilíbrio entre as fases e melhoria da qualidade do

sono de pacientes com AOS. Esses resultados devem ser repassados aos pacientes

e aos seus familiares, visando estimular a maior aderência na fase inicial do

tratamento com a CPAP.

Palavras Chaves: Apneia obstrutiva do sono, Ventilação não invasiva, Polissonografia.

Page 7: Marco Colomé Beck

ABSTRACT

Monograph Specialization Course in Physical-Motor Rehabilitation

Federal University of Santa Maria

OBSTRUCTIVE SLEEP APNEA: ACUTE EFFECTS OF THE CPAP ON POLYSOMNOGRAPHIC VARIABLES AUTHOR: MARCO COLOMÉ BECK

SUPERVISOR: MARCOS VARGAS ANTONIO DA SILVA Date and Place of Defense: Santa Maria, July 12, 2013.

Abstract: The obstructive sleep apnea is a condition that has a high prevalence in adults and

children. It brings neurocognitive and corporal consequences, changes the quality of

life, subjective health status and quality of sleep, increasing the rate of morbimortality

of patients. This paper aimed to evaluate the acute effects of Continuous Positive

Airway Pressure (CPAP), in just one night of use, on polysomnographic variables in

patients with obstructive sleep apnea. The paper deals with a series of cases, with a

total of 31 patients (55.8 ± 11.4 years; 22 mens), diagnosed with OSA and in the

initial phase of treatment with CPAP Sleep Institute in Santa Maria / RS. The subjects

were evaluated by polysomnography with and without CPAP (10.2 ± 3.1 cmH2O), on

different days, using the following variables: sleep stages 1, 2 and 3 (ST1, ST2 and

ST3), REM sleep, index apnea and hypopnea (AHI) AHI in REM (IAHREM) and index

of micro-awekenings (IMD). During the evaluation with the use of CPAP, there was a

decrease in ST2 (p <0.001), an increase in ST3 (p = 0.006) and an increase in REM

sleep (P <0.001). There was a reduction in AHI (p <0.001), IAHREM (p <0.001) and

IMD (p = 0.001). This study has demonstrated that CPAP, right on its first night of

use, promotes a greater balance between phases and improves the quality of sleep

in patients with OSA. Patients and their families must be informed of these results in

order to stimulate greater adherence in the initial phase of the treatment with CPAP.

Key words: Obstructive Sleep Apnea, Noninvasive Ventilation, Polysomnography.

Page 8: Marco Colomé Beck

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7

ARTIGO CIENTÍFICO ............................................................................................... 11

RESUMO ............................................................................................................... 11

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

METODOLOGIA .................................................................................................... 13

Triagem e avaliações .......................................................................................... 13

Avaliação polissonográfica ................................................................................. 13

Instalação e titulação da CPAP .......................................................................... 14

Análise Estatística .............................................................................................. 14

DISCUSSÃO .......................................................................................................... 16

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 18

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 19

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 23

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24

ANEXOS ................................................................................................................... 27

ANEXO I – Aprovação do CEP .............................................................................. 28

ANEXO II – Registo no CIE ................................................................................... 30

ANEXO III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)....................... 31

ANEXO IV – Normas da Revista Fisioterapia e Movimento ................................... 33

Page 9: Marco Colomé Beck

7

INTRODUÇÃO

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada como uma disfunção na

via aérea superior (VAS) que atinge, em sua grande maioria, os adultos. Esta

alteração também é comum na infância, sendo que 7 a 10% das crianças entre 1 e

10 anos apresentam esta disfunção (ANSTEAD et al, 2000). Em um estudo,

realizado com adultos, foi identificado uma relação de incidência entre

homem/mulher de 2:1 (BIXLER et al, 2001). A AOS pode ocorrer em qualquer faixa

etária, tendo maior prevalência entre as mulheres com idade igual ou superior a 65

anos, demonstrando também um aumento na prevalência após a menopausa. Nos

homens, ela tem maior tendência ao aparecimento entre 45 e 65 anos de idade

(BIXLER et al, 1998). Bixler (BIXLER et al, 2001) realizou um estudo para identificar

a prevalência por idade e grau da AOS, no qual foram estratificados os dados e

identificou-se uma prevalência da AOS nas mulheres entre 60 a 69 anos de idade e

entre os homens dos 50 aos 59 anos de idade. Estima-se que a AOS tem uma

prevalência de 2 a 4 % da população mundial, sendo que mais de 80% não foram

diagnosticados (YOUNG et al, 2008). Tufik et al. (TUFIK et al, 2010), publicaram um

artigo e estimaram que a prevalência de pessoas com a patologia atingi cerca de

33% da população da cidade de São Paulo.

A AOS é um distúrbio caracterizado pela obstrução parcial (hipopneia) ou total

(apneia) do fluxo de ar na VAS, que acarreta em dessaturação da oxihemoglobina,

ocasionando cianose sanguínea e, por conseqüência, desencadeia

microdespertares e despertares recorrentes durante a noite (STETTNER et al,

2013). Sendo uma das principais causas desta disfunção, a obesidade

(SCHWARTZ, 2008).

As pausas respiratórias que ocorrem, são responsáveis pela alteração das

pressões dos gases na corrente sanguínea e estas alterações sucedem hipoxemia,

hipercapnia e aumento do Índice de Microdespertares (IMD) (VALIPOUR et al,

2002). Com a fragmentação do sono e a hipóxia recorrente, ocorre ativação do

sistema nervoso simpático o qual tende a aumentar a frequência cardíaca, a pressão

arterial, a frequência respiratória e níveis de resposta inflamatória como o stress

oxidativo (ARNARDOTTIR et al, 2009)

O sono é composto por dois tipos de sono, o sono não REM (rapid eyes

moviment) e o sono REM. Estas duas etapas apresentam diferentes

Page 10: Marco Colomé Beck

8

comportamentos eletroencefalográficos e fisiológicos. Segundo a American

Academy of Sleep Medicine (IBER et al, 2007) o sono não-REM (NREM) é

responsável por 75% do sono e é composto por 3 fases (N1, N2 e N3) e o sono

REM pelos outros 25%. O termo REM, deriva da expressão do inglês rapid eye

movements (movimento rápido dos olhos), fase caracterizada por movimentos

oculares rápidos e hipotonia da maioria dos músculos.

Segundo a American Academy of Sleep Medicine (IBER et al, 2007), a apneia

do sono é referida como a pausa respiratória durante o sono, superior a 10

segundos. A hipopneia é classificada como a redução maior ou igual a 50% no fluxo

aéreo, associada à dessaturação de oxigênio maior ou igual a 3% ou redução maior

ou igual a 30% no fluxo aéreo com dessaturação de O2 maior ou igual a 4%. Nos

casos de redução do fluxo aéreo com achatamento da curva de pressão respiratória

com consequente microdespertar, denomina-se de respiratory effort-relatedarousal

(RERA), este fenômeno não é classificado como uma hipopneia, mas é considerado

parte da AOS.

O sono caracterizado por uma alteração reversível do estado de consciência e

da reatividade a estímulos ambientais, sendo um processo cíclico, que passa

primeiramente pelo sono N-REM e após para o sono REM. Durante a noite de sono

ocorrem, em média, 4 a 5 ciclos, sendo que o sono REM é mais concentrado na

segunda metade da noite.

As alterações eletroencefalográficas que ocorrem durante a noite de sono,

são acompanhadas pelo aparelho de polissonografia, responsável pela captação das

alterações da atividade elétrica cerebral, da respiração, sinais indicativos de

relaxamento muscular, movimentos oculares, oxigenação sanguínea, batimento

cardíaco e ciclos respiratórios (IBER et al, 2007).

O N1 é caracterizado por ritmos alfa proeminente, com atenuação do ritmo

alfa pela intrusão de atividade com frequências mistas de baixa voltagem (4-7 Hz)

em mais de 50% do estágio. Alguns pacientes não apresentam o ritmo alfa bem

acentuado, desse modo é levado em conta: atividade com frequências mistas de

baixa voltagem com lentificação maior que 1 Hz da linha de base do estágio 3,

ondas agudas do vértex (ondas maiores que 0,5 seg, que destacam-se da linha de

base) e movimentos lentos dos olhos. Esta etapa do sono representa 5% do tempo

total de sono (TTS).

O N2 representa 50% do TTS e o seu início é referido quando ocorre um ou

Page 11: Marco Colomé Beck

9

mais complexos "K" (onda com componente negativo rápido, seguido por

componente positivo mais lento, com duração maior ou igual a 0,5 segundos) não

associado a despertares, um ou mais fusos do sono (ondas com frequência de 11 a

16Hz, com grande amplitude em região central)(RECHTSCHAFFEN, et al 1968).

O N3 é marcado por 20% ou mais do TTS e consiste de atividade com ondas

lentas (freqüências de 0,5 a 2 Hz e amplitude > 75 μV de pico-a-pico), independente

da idade. Neste estágio o paciente apresenta uma amplitude variável na

eletromiografia (EMG) do queixo, muitas vezes mais baixas do que no N2 e no REM,

podem persistir alguns fusos do sono (surtos de atividade rítmica). Durante o N3 o

paciente não apresenta movimentos oculares (RECHTSCHAFFEN, et al 1968; IBER,

et al 2007).

O sono REM, também chamado de sono paradoxal, é compreendido por uma

dessincronia na eletroencefalografia (EEG) que se caracteriza por baixas amplitudes

das frequências mistas, com ou sem presença de ondas em dentes-de-serra

(triangulares, 2 a 6 Hz, maior amplitude em regiões centrais), baixo tônus na EMG

do queixo e movimentos rápidos dos olhos. Esta fase corresponde a 20 a 25% do

tempo total do sono e é nela que ocorre a maior parte da atividade onírica, com

atonia de quase todos os músculos, exceto diafragma, músculos dilatadores da

faringe e extra-oculares (RECHTSCHAFFEN, et al 1968).

O padrão ouro para diagnóstico da apneia obstrutiva do sono é a

polissonografia (PSG). A PSG consiste em um teste que capta um conjunto de

medidas fisiológicas obtidas no período do sono (ROSS et al,, 2000).

O exame é realizado à noite e possui monitoramento completo com canais de

EEG, EMG do mento e membros inferiores, eletroculografia (EOG), eletrocardiografia

(ECG), medidas de fluxo nasal, movimento toraco-abdominal, de posição e oximetria

de pulso. A PSG pode ser realizada de noite inteira (mais recomendado) ou de meia

noite (ocorre quando é realizada a titulação da CPAP). A PSG permite caracterizar e

quantificar os eventos respiratórios (apneias obstrutivas, centrais, mistas, hipopneia),

bem como os estágios do sono, microdespertares (arousal), movimentos de pernas,

dessaturações, alterações no ritmo e frequência cardíaca, ronco, além de bruxismo

e outras parassonias.

Após realizado o diagnóstico da AOS pela PSG, deve-se pensar na melhor

forma de terapêutica, pois já se sabe que o tratamento da AOS traz benefícios como

Page 12: Marco Colomé Beck

10

a melhora a qualidade de vida (SAMPAIO et al, 2011) e diminuição do cansaço

diurno (CLETE et al, 2005).

Dentre as formas de tratamento da AOS existem 3 tipos que vem sendo

empregados com uma boa aceitação e efeito benéfico, quais sejam: a prótese oral, a

qual consiste em um aparelhos intra-oral que proporciona o avanço da mandíbula e

o aumento da dimensão vertical, acarretando maior espaço aéreo orofaríngeo

durante o sono; o procedimento cirúrgico que é realizado com o intuito de aumentar

o tamanho da via aérea, mas com taxas de sucesso de longo prazo baixas

(ALMEIDA, 2013) e o CPAP que consiste em uma ventilação não-invasiva que

mantêm a via aérea pérvia durante o período de sono.

Levando ainda em consideração outros estudos, ressalta-se que a terapia

com o uso da CPAP pode melhorar as fases do sono e a qualidade de vida

(SAMPAIO et al, 2011). Assim, é possível reduzir o cansaço diurno, a perda de

memória e as dores musculares (PIRES et al, 2012), sendo que estas alterações

estão associadas a melhora nos aspectos psicossociais, emocionais e corporais dos

pacientes.

Considerando a elevada prevalência da AOS, que acarreta em tratamento não

medicamentoso, atrelado ao baixo nível de estudos publicados sobre os efeitos

agudos da CPAP, esta pesquisa se faz relevante e necessária.

Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos agudos da CPAP em uma

noite sobre as variáveis polissonográficas e quantificar a melhora do sono global em

pacientes com AOS.

Dessa forma, o trabalho apresenta-se estruturado através de um artigo

científico contendo: resumo e abstract; introdução do assunto; metodologia utilizada

com descrição da amostra, dos instrumentos de avaliação, das intervenções e as

ferramentas estatísticas adotadas para a análise dos dados; resultados encontrados

antes e depois do uso da CPAP; discussão sobre os achados e análise baseada em

dados da literatura e conclusão da pesquisa.

Por fim, está apresentada a conclusão do trabalho como um todo, salientando

os objetivos alcançados e as sugestões para futuros estudos.

Page 13: Marco Colomé Beck

11

ARTIGO CIENTÍFICO

Apneia Obstrutiva do Sono: Efeitos agudos da CPAP sobre variáveis polissonográficas

Obstructive sleep apnea: acute effects on the CPAP polyssonographic variables

Marco Colomé Beck[a] Chaiane Facco Piccin[b] Luiz Carlos Alves de Oliveira[c] Fabrício

Scapini[d] Reinaldo Fernando Coser Neto[c] Antônio Marcos Vargas da Silva[e]

[a]Fisioterapeuta, e-mail: [email protected]

[b]Acadêmica de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria,

RS – Brasil, e-mail: [email protected]

[c]Médico do Instituto do Sono de Santa Maria (ISSM), Santa Maria, RS – Brasil, e-mail:

[email protected]; [email protected]

[d]Médico Otorrinolaringologista. Doutor pela Universidade de São Paulo (USP), Santa

Maria, RS – Brasil, e-mail: [email protected]

[e] Professor Doutor do Departamento de Fisioterapia e Reabilitação da Universidade Federal

de Santa Maria, Santa Maria, RS – Brasil, e-mail: [email protected]

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos agudos da Continuous Positive Airway

Pressure (CPAP), em uma noite de uso, sobre variáveis polissonográficas em pacientes com

apneia obstrutiva do sono (AOS). Trata-se de uma série de casos, com um total de 31

pacientes (55,8±11,4 anos), de ambos os sexos, com diagnóstico de AOS e em fase inicial de

tratamento com a CPAP no Instituto do Sono de Santa Maria/RS. Os sujeitos foram avaliados

pela polissonografia sem e com CPAP (10,2±3,1 cmH2O), em dias diferentes, através das

seguintes variáveis: estágios do sono 1, 2 e 3 (N1, N2 e N3), sono REM (rapid eyes

moviment), índice de apnéia e hipopnéia (IAH), IAH no sono REM (IAHREM) e índice de

microdespertares (IMD). Durante a avaliação com o uso de CPAP houve redução do N2

(p<0,001) e aumento do N3 (p=0,006) e do sono REM (p<0,001). Houve redução do IAH

(p<0,001), do IAHREM (p<0,001) e do IMD (p=0,001). Este estudo evidenciou que a CPAP,

logo na primeira noite de sua utilização, promove um maior equilíbrio entre as fases e

melhora na qualidade do sono de pacientes com AOS. Esses resultados devem ser

apresentados aos pacientes e aos seus familiares, visando estimular a maior aderência na fase

inicial do tratamento com a CPAP.

Palavras Chaves: Apeia do Sono tipo Obstrutiva, Ventilação não invasiva, Polissonografia

Page 14: Marco Colomé Beck

12

INTRODUÇÃO

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por episódios recorrentes de

colapso da oro e laringofaringe, causando uma obstrução parcial ou total do fluxo aéreo. Estas

alterações ocasionam um desequilíbrio cardiorrespiratório e neurológico durante o período de

sono sendo que, durante o dia, as características comportamentais e neurocognitivas também

são alteradas (1,2). As alterações súbitas das pressões e volumes pulmonares acarretam em

dessaturação periférica de oxigênio, acidose respiratória, ativação do sistema nervoso

simpático e desequilíbrio nas fases do sono (3). Na AOS as fases do sono são interrompidas

por episódios de apneias e hipopneias, o que pode acarretar em redução de vitalidade, saúde

mental, disposição física e do estado geral de saúde (4). Esta série de fatores combinados

predispõe a maiores índices de morbidade e mortalidade (5).

Entre as principais terapêuticas no manejo da AOS, a ventilação não-invasiva (VNI)

com o modo CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) vem demonstrando ótimos

resultados para redução do cansaço e melhora da qualidade do sono, disposição durante o dia

e melhora da qualidade de vida (6), com repercussões positivas sobre o risco cardiovascular e

nas taxas de mortalidade nestes indivíduos (5). Assim, o uso da CPAP reduz os níveis de

marcadores inflamatórios como a proteína C-reativa, fator de necrose tumoral-α e

interleucina-6 durante o sono (7), amenizando também os episódios de apneias e hipopneias.

Os principais desafios à implementação e aderência a CPAP decorrem da difícil adaptação ao

fluxo aéreo, compressão facial, interface utilizada e ruídos incômodos relatados por alguns

pacientes (8, 9, 10). Poulet et al. (11) demonstraram uma não-aderência de 30% em pacientes

com AOS a CPAP no período de um mês dentre estes foram identificados três fatores: a baixa

pontuação no estado subjetivo de saúde, idade e escala de apneias. Na análise de regressão foi

constatado que o estado subjetivo de saúde é uma variável psicológicas, preditora

independente de adesão.

A análise dos efeitos agudos da CPAP, logo na primeira noite de sua utilização, e os

prováveis benefícios sobre as variáveis polissonográficas, pode ser considerada uma estratégia

voltada a incrementar a aderência, reduzir o tempo dispendido com a adaptação e aumentar a

confiança neste método terapêutico. Diante da grande valia da CPAP para o manejo da AOS,

das questões que dificultam a fase de adaptação e da necessidade de referendar estratégias

para aprimorar a motivação dos pacientes, este estudo objetivou investigar os efeitos agudos

da CPAP, avaliados durante a primeira noite de utilização desta terapêutica, sobre variáveis

polissonográficas em sujeitos com AOS.

Page 15: Marco Colomé Beck

13

METODOLOGIA

A amostra foi composta por 31 pacientes de ambos os sexos, com diagnóstico clínico

de AOS no Instituto do Sono de Santa Maria (ISSM), selecionados aleatoriamente no período

de novembro de 2012 a março de 2013. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em

pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM; CAAE:

08798612.0.0000.5346/2012), conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde,

e todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Foram incluídos os pacientes de ambos os sexos, sem delimitação de idade e que

realizaram a polissonografia basal noturna (PSG). Não fizeram parte do estudo os pacientes

com disfunção cognitiva que impedisse o entendimento das avaliações, com diagnóstico de

doença pulmonar ou cardiovascular crônica, tabagistas, com outros distúrbios relacionados ao

sono e/ou com impossibilidade de ler e assinar o TCLE.

Triagem e avaliações

Os sujeitos foram selecionados a partir da análise dos prontuários e avaliados

conforme o agendamento de rotina do ISSM. Na primeira noite foi realizada a PSG para

diagnóstico da AOS e coleta dos dados basais e na segunda noite a PSG associada ao uso da

CPAP, com o intuito de realizar a titulação e definir os parâmetros ideais para cada paciente.

Avaliação polissonográfica

Os pacientes preencheram a ficha do ISSM e passaram por uma triagem com avaliação

de peso, altura e medidas antropométricas. Em seguida, foram orientados quanto à instalação

dos eletrodos na cabeça, face e tórax, sensores de temperatura e de deslocamento de ar nas

narinas e boca. Após todas as dúvidas serem sanadas, os eletrodos foram instalados no

paciente e solicitou-se que o mesmo deitasse, procurando relaxar e dormir (12). A PSG

avaliou os estágios 1, 2 e 3 do sono (N1, N2 e N3), sono REM (rapid eyes moviment), índice

de apneia e hipopneia (IAH), IAH no sono REM (IAHREM), saturação periférica de oxigênio

média (SpO2med), frequência cardíaca média (FCmed) e índice de microdespertares (IMD).

Page 16: Marco Colomé Beck

14

A PSG foi supervisionada por um técnico habilitado, sendo utilizado um polígrafo

digital (Icelera®, modelo Fast-poli, marca Homed, São Paulo, Brasil) com seis canais para

eletroencefalografia (EEG), dois canais para eletrooculografia, dois canais para

eletrocardiografia, dois canais para eletromiografia de queixo, dois canais para

eletromiografia de perna, dois canais extra para pernas, bruxismo ou EEG, um canal para

SpO2 e um canal para frequência cardíaca. Foram utilizados sensores de fluxo aéreo, cinta

torácica e abdominal, microfone para ronco, sensor de posição, transdutor de pressão com

cânula para fluxo, transdutor de pressão com cânula para ronco e canal extra para o CPAP.

Foram associados a oximetria de pulso e um sistema de vídeo integrado com infravermelho

para o controle das variáveis polissonográficas e sinais vitais.

Instalação e titulação da CPAP

Inicialmente foi definido o tipo mais adequado de máscara para o padrão respiratório

do paciente (máscara oronasal para respirador oral ou máscara nasal para respirador nasal). A

máscara foi instalada na face do paciente sem as alças para compressão, utilizando a CPAP

com pressão mínima de 4 cmH2O, em torno de cinco minutos para adaptação à interface e ao

fluxo aéreo. Após este período o paciente deitou e começou a dormir; o técnico permaneceu

atento às alterações e respostas fisiológicas do paciente, durante todo o período noturno. Caso

o paciente apresentasse duas ou mais apneias obstrutivas, três ou mais hipopneias, cinco ou

mais microdespertares, três minutos ou mais de ronco alto ou inequívoco em um período

menor ou igual a cinco minutos, foi acrescentado 1cmH2O ou mais para cessar as alterações

respiratórias. A titulação foi realizada de forma ascendente, de acordo com os eventos

respiratórios observados, até permanecer por um período ≥30 min sem a ocorrência de evento

e mantido um máximo de 20 cmH2O (13) por um período de 7 horas de sono.

Análise Estatística

Foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package for the Social Science) versão

13.0. A análise da distribuição dos dados ocorreu pelo teste de normalidade de Kolmogorov-

Smirnov. Os dados estão apresentados em média e desvio-padrão e em percentual de variação.

A comparação entre as intervenções ocorreu pelo teste t de Student pareado. Uma

probabilidade menor que 5% foi considerada estatisticamente significativa (p<0,05).

Page 17: Marco Colomé Beck

15

RESULTADOS

Foi realizada a intervenção em 31 pacientes (22 homens), com idade de 55,8±11,4

anos e índice de massa corporal de 30,9±5,7 kg/m2. Os valores de pressão para a titulação da

CPAP foram estabelecidos em 10,2±3,1 cmH2O. Na noite em que foi realizada a titulação da

CPAP, houve uma melhora nos sinais vitais, ocorrendo maiores valores da SpO2med e

redução da FCmed. Em relação aos estágios do sono, houve redução do N2 e aumento do N3

e do sono REM durante a avaliação com o uso da CPAP. Os resultados também apresentaram

redução do IAH, do IAHREM e do IMD. O N1 não se alterou com o uso da CPAP (TABELA

1).

TABELA 1 - Valores fisiológicos e da polissonografia sem e com o uso da CPAP

Sem CPAP Com CPAP Valor de p

FC med (bpm) 65,6 ± 9,2 62,8 ± 9,3 0,012

SpO2 med (%) 91,5 ± 2,7 93,2 ± 2,3 < 0,001

N1 (%) 3,3 ± 2,0 3,7 ± 2,7 0,387

N2 (%) 64,9 ± 9,6 52,2 ± 9,4 < 0,001

N3 (%) 20,6 ± 9,0 25,3 ± 7,9 0,006

Sono REM (%) 11,2 ± 6,0 18,8 ± 6,8 < 0,001

IAH (episódios/h) 56,2 ± 24,9 20,1 ± 15,8 < 0,001

IAHREM (episódios/h) 59,9 ± 23,3 19,7 ± 18,2 < 0,001

IMD (episódios/h) 23,2 ± 17,2 10,6 ± 8,6 0,001

FC med: frequência cardíaca média, SpO2 med: saturação periférica de

O2 média, IAH: índice de apneia/hipopneia, IAHREM: índice de

apneia/hipopneia no sono REM, IMD: índice de micro despertares.

Diante do uso da CPAP houve redução da FCmed de 4,3%, do N2 em 19,6%, do IAH

em 64,2%, do IAHREM em 67,1% e do IMD em 45,7%. Também foi observado um

acréscimo de 1,85% na SpO2, de 12% no N1, de 22,8% no N3 e de 67,9% no sono REM

durante a noite com a utilização da CPAP.

Page 18: Marco Colomé Beck

16

DISCUSSÃO

Os principais achados deste estudo em pacientes com AOS demonstram que a

utilização da CPAP, logo na primeira noite de sono, promoveu a redução do N2, do IAH, do

IAHREM, do IMD e da FCmed. O N3, o sono REM e a saturação periférica de oxigênio

aumentaram diante da utilização da CPAP.

Estudos demonstram que o uso da CPAP para o tratamento da AOS é realizado por, no

mínimo, 6,5 horas noturnas, processo que possue a capacidade de manter um fluxo aéreo

contínuo na via aérea mantendo a glote aberta e o fluxo aéreo torna-se contínuo e estável

durante o sono (8). Com esta característica o uso da CPAP ameniza o nível de sonolência (13),

diminui o cansaço diurno, acidentes automobilísticos (14) e alterações neurocognitivas

durante o dia (15). Alguns dos pacientes que possuem apneias e hipopneias noturna

apresentam dificuldades para se adaptar ao tratamento, aumentando assim o nível de rejeição

a forma de terapêutica (16). Almeida (17) descreveu que uma boa parcela dos pacientes

realiza o tratamento com próteses orais ao invés do uso da CPAP em um primeiro momento.

Mas já existem estudos que demonstram que a CPAP apresenta-se como um tratamento mais

eficaz no manejo da AOS (18). No entanto, alguns pacientes relatam queixas como, sufoco

pela máscara, pouca mobilidade durante a noite, muitos cuidados com o aparelho e

ressecamento das mucosas, orais e nasais. No mesmo estudo, outros pacientes relataram que a

CPAP apresenta ótimas vantagens, como sendo um aparelho de fácil utilização, que não

possui altos custos para manutenção e é de fácil transporte (17). Assim, esta terapêutica surge

como um meio de tratamento para melhorar a qualidade e a relação entre os estágios do sono,

além do controle exercido sobre o estadiamento da AOS (6).

O sono é momento transitório, reversível e cíclico, composto pelo sono NREM,

dividido em três estágios (N1, N2 e N3), e pelo sono REM, ambos com diferentes alterações

fisiológicas e eletroencefalográficas (19). De modo geral, o sono NREM apresenta baixa

atividade neuronal, reduzida taxa metabólica, baixa temperatura encefálica, hipoatividade

simpática, hiperatividade parassimpática e pouca atividade muscular (12). Neste estudo foi

observado uma diminuição no N2 e aumento do N3 e do sono REM, demonstrando uma

melhora na relação do tempo entre as fases do sono, com consequente incremento da

qualidade do sono (13).

O N2 caracteriza-se por ondas de baixa voltagem, pela perda da consciência,

diminuição do tônus muscular e das frequências cardíaca e respiratória em relação ao

momento de vigília e N1 (19), sendo este o estágio mais extenso e de maior relaxamento

Page 19: Marco Colomé Beck

17

musculoesquelético (20). Com a utilização da CPAP a glote se mantem aberta, diminuindo as

chances de ocorrerem apneias e hipopneias, com consequente menor fragmentação desta fase

do sono. Também pode ocorrer a reversão das alterações funcionais e estruturais do músculo

genioglosso pela utilização continuada da CPAP (21). Outros prováveis mecanismos, que

ainda são questionáveis, é que a utilização da CPAP para manter a VAS pérvia, se deve ao

aumento no volume pulmonar expiratório final (22) o que acarreta na tração caudal da

traquéia (5, 23). A redução do N2 com o uso da CPAP neste trabalho demonstrou o

reestabelecimento dos valores de referência proposto por Rechtschaffen e Kales (19), o qual

define como normal o valor de 54,1%, e pode ter sido determinante para o aumento do N3.

O N3 é o estágio do sono mais profundo, responsável pelo momento de maior

equilíbrio cardiorrespiratório, com duração mínima de 20% do tempo total de sono (19).

Neste estágio o indivíduo tem ausência de movimentos oculares e, no EEG, apresenta ondas

de baixa frequência e alta amplitude, momento de recuperação do cansaço diário. Nesta fase,

ocorre a liberação de hormônios ligados ao crescimento e recuperação de células e órgãos,

momento de maior sono profundo e do processo de recuperação fisiológica (12). Os achados

deste estudo demonstram o efeito agudo e benéfico da CPAP no aumento do N3, o que pode

ser determinante para a melhora na qualidade global do sono, efetiva recuperação da fadiga

diurna e da homeostasia celular. Além disso, o aumento do N3 pode favorecer a consolidação

da memória e aprendizagem (24) e reduzir as taxas de morbidade cardiovascular (28).

Quando o indivíduo encontra-se no estágio REM do sono, ele apresenta frequências

mistas com baixa amplitude, com rápido movimento ocular e baixo tônus no EMG do queixo.

Nesta etapa do sono é quando a atividade onírica é mais presente, momento em que ocorrem

os sonhos que envolvem situações emocionais mostrando maior propensão para apresentar

casos de apneia e hipopneia devido a flacidez da glote (22). Keong (25) demonstrou em seu

estudo que pacientes que apresentam um sono REM acrescido e um decréscimo do N3,

tendem a apresentar um estágio mais grave de AOS. Neste estudo, o período de sono REM

estava reduzido, mas a aplicação da CPAP promoveu a sua normalização. Segundo

Rechtschaffen e Kales (19) os valores para indivíduos abaixo de 60 anos são definidos como

de 19,7 ± 4,8 pra a o sono REM.

A primeira noite de utilização da CPAP também possibilitou significativa redução do

IAH e do IAHREM, com alguns pacientes até mesmo deixando de apresentar estes eventos, o

que demonstra importante queda na frequência de interrupções ou de reduções do fluxo aéreo

durante o sono. Considerando-se a frequência de 20 a 30 eventos como AOS moderada e

superior a 30 como AOS grave (30), a média de IAH destes pacientes permite classificá-los

Page 20: Marco Colomé Beck

18

com AOS moderada quando tratados em apenas uma noite com a CPAP. No entanto, ressalta-

se que esta é uma resposta momentânea e não deve ser considerada como parâmetro de

estadiamento da doença. A redução dos episódios de IAH está diretamente relacionada com a

aderência ao tratamento, e os avanços com o uso da CPAP vêm demonstrando resultados

satisfatórios (26), como a terapêutica mais eficaz para a melhora do sono REM e do IAH (27).

Os achados desta investigação também demonstram a importante redução do IMD na

primeira noite de utilização da CPAP. O microdespertar durante o sono é caracterizado por

súbitas e rápidas elevações (entorno de 3 a 15 segundos) da atividade do eletroencefalograma,

sem apresentar o padrão do estágio do sono em que o indivíduo se encontra. O microdespertar

pode ser causado por eventos de apneias e hipopneias durante o sono ou movimento periódico

de pernas. Estes eventos promovem ativação simpática devido ao despertar súbito, com

consequentes elevações pressóricas e leves movimentos de esforço respiratório associados à

fragmentação do sono, os quais acarretam em efeitos deletérios ao sistema cardiovascular e

qualidade de vida do indivíduo (3). Indiretamente, o IMD surge como um preditor de risco

cardiovascular com a AOS (28, 29) pelo mesmo motivo, obstrução mecânica ou falha no

mecanismo neural (o qual é muito raro). Desse modo, quanto mais microdespertares

ocorrerem durante a noite, mais apneias e hipopneias esse indivíduo estará desenvolvendo

(30), o que aumenta as chances dos indivíduos com AOS desenvolverem doenças

cardiovasculares e as taxas de morbimortalidade.

As taxas de aderência ao CPAP não foram relatadas nestes sujeitos, pois não foi um

desfecho de interesse para esta investigação. A análise qualitativa dos efeitos agudos da CPAP

é indispensável para aprimorar a proposta de feedback aos pacientes. Esta estratégia vem

sendo analisada pelo nosso grupo e poderá ser oferecida no manejo inicial de pacientes com

AOS indicados a CPAP.

CONCLUSÃO

Este estudo demonstrou que os efeitos agudos da CPAP induzem a menor atividade

musculoesquelética noturna, ao maior equilíbrio entre os estágios e a melhora na qualidade do

sono em sujeitos com AOS. Estes resultados poderão ser repassados aos pacientes e aos seus

acompanhantes de noite visando o melhor entendimento da importância do uso da CPAP,

desde o primeiro momento, e como um fator de estímulo para a aderência ao tratamento.

Page 21: Marco Colomé Beck

19

REFERÊNCIAS

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18 Li W, Xiao L, Hu J. The comparison of CPAP and Oral Appliances in treatment of patients

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19 Iber C, Ancoli-Israel S, Chesson AL, Quan SF, Et al. The AASM manual for the scoring of

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23 Kushida CA, Chediak A, Berry RB, Brown LK, Gozal D, Iber C, Et al. Clinical Guidelines

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24 Wallace A, Bucks RS. Memory and obstructive sleep apnea: a meta-analysis. Sleep, 2013;

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25 Kohler M, Craig S, Pepperell JC, Nicoll D, Bratton DJ, Nunn AJ, Et al. CPAP improves

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CPAP Treatment. PLoS One, 2012; 7(3):e33769.

28 Berry RB, Budhiraja R, Gottlieb DJ, Gozal D, Iber C, Kapur VK, Et al. Rules for scoring

Page 24: Marco Colomé Beck

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29 Robert C, Basner MD. Continuous Positive Airway Pressure for Obstructive Sleep Apnea

The New England Journal Medicine, 2007; 356:1751-8

Page 25: Marco Colomé Beck

23

CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos com o desenvolvimento desta pesquisa, foi

possível concluir que a utilização da VNI com o modo CPAP tem efeitos benéficos

sobre as variáveis polissonográficas, ocorrendo redução na FCmed, no N2, no IAH,

no IAHREM e no IMD e um acréscimo no N3 e no sono REM.

Vale ressaltar que talvez o dado mais importante encontrado nos resultados

diz respeito ao tempo de intervenção com a CPAP e os efeitos benéficos

encontrados. Obtive-se um restabelecimento de todas as fases do sono que

estavam alteradas. Isso é relevante devido à relação de noites de sono bem

dormidas com o estado de saúde mental, capacidade física e funcional diurna. Desta

forma, a exposição destes dados polissonográficos pode ser uma ferramenta valiosa

para elevar a aderência de pacientes com AOS ao tratamento.

Os objetivos propostos inicialmente foram alcançados, contudo, pesquisas

futuras podem envolver análise de marcadores biológicos, como a creatina quinase

(CK-MB, CK-MM e CK-BB), lactato desidrogenase (LDH), estresse oxidativo e

gasometria arterial, para compreender e identificar quais são as alterações que a

utilização da CPAP por uma noite, pode proporcionar aos indivíduos com AOS.

Page 26: Marco Colomé Beck

24

REFERÊNCIAS

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27

ANEXOS

Page 30: Marco Colomé Beck

28

ANEXO I – Aprovação do CEP

Page 31: Marco Colomé Beck

29

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30

ANEXO II – Registo no CIE

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31

ANEXO III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O presente termo tem por finalidade convidá-lo a participar voluntariamente

de uma pesquisa que tem por objetivo avaliar o perfil fisiopatológico, físico-funcional

e os efeitos da pressão positiva contínua em via aérea (CPAP) em pacientes com

Apnéia Obstrutiva do Sono(AOS) durante o período de tratamento no Instituto do

Sono de Santa Maria (ISSM). Este tipo de avaliação,já utilizado com segurança e

eficiência em muitos pacientes,consiste em avaliar de diferentes formas os fatores

que podem influenciar no diagnóstico e tratamento da AOS. Também irão participar

deste estudo pessoas sem o diagnóstico de AOS que irão fazer parte do grupo

controle.

Diante deste Termo o Sr(a). está sendo convidado(a) a realizar algumas

avaliações através dos seguintes testes: teste de caminhada de seis minutos no qual

você irá caminhar em um corredor, no sentido de vai e vem, a maior distância

possível em seis minutos; avaliação da força muscular respiratória, através de um

aparelho de manovacuometria no qual o senhor será solicitado a soprar e puxar o ar

com força; avaliação da função pulmonar, através de um aparelho de espirometria,

onde o senhor deverá soprar e puxar o ar com toda força em um bucal e depois irá

respirar de forma rápida e profunda durante 10 segundos; avaliação da

expansibilidade torácica e abdominal, onde serão feitas medidas de seu tórax e

abdome através de uma fita métrica durante sua inspiração e expiração; na

avaliação antropométrica você terá a circunferência da cintura e do quadril medida

com uma fita métrica; na avaliação laboratorial será coletado aproximadamente 10

mL de sangue de uma veia do braço e 50 ml de urina para medir glicose, lactato,

creatinina, ácido úrico, colesterol total, HDL-colesterol, triglicérides, proteína C-

reativa, nitrito/nitrato, estresse oxidativo, albumina, albumina modificada pela

isquemia e microalbuminúria; na avaliação da qualidade de vida você responderá

dois questionários sobre a sua condição física, socioeconômica e psicológica; será

avaliada as atividades que você consegue realizar em sua vida diária através de um

questionário; nas avaliações relacionadas ao sono você responderá a um

Page 34: Marco Colomé Beck

32

questionário para verificar a sonolência diurna e a outro questionário para verificar a

sua percepção quanto a qualidade de seu sono. Apenas os pacientes com AOS

farão uma polissonografia basal de noite inteira e passarão por uma avaliação da

boca e face para detecção de problemas na via aérea. O tratamento com CPAP será

feito apenas nos pacientes com AOS conforme já vem ocorrendo no ISSM.

Os possíveis benefícios desse estudo são a ocorrência de um diagnóstico

mais preciso que pode resultar em um tratamento mais adequado, além de fazer

uma análise completa da sua saúde em aspectos relacionados ao sono. A

realização das avaliações não oferecem riscos, exceto alguma sensação de breve e

passageira tontura devido aos exercícios de respiração e à sensação dolorosa no

momento da coleta de sangue. Asseguramos também que o senhor(a) não terá

nenhum custo para participar desta pesquisa e que os dados coletados serão

utilizados para estudos, ficando armazenados nos computadores e armários dos

pesquisadores por um período de dois anos, sob responsabilidade do

orientadorProf. Dr. Antônio Marcos Vargas da Silva, sendo queimados após esse

período.

A privacidade do senhor(a) será respeitada, assim sendo, o nome e todos os

dados que possam lhe identificar serão mantidos em sigilo. Ainda, o senhor(a)

poderá se recusar a participar do estudo ou retirar seu consentimento a qualquer

momento, sem precisar se justificar e sem sofrer qualquer dano. É assegurada a

assistência durante toda a pesquisa, bem como lhe é garantido o livre acesso a

todas as informações e esclarecimentos sobre o estudo e suas consequências, caso

tenha dúvidas.

Eu, ________________________________________________ concordo

voluntariamente e acredito ter sido informado a respeito da pesquisa “Perfil

fisiopatológico, físico-funcional e abordagens terapêuticas em pacientes com Apnéia

Obstrutiva do Sono”. Declararei aos pesquisadores sobre a minha decisão em

participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais os propósitos, os

procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, e as garantias de

privacidade. Participarei deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a

qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda

de qualquer benefício que eu possa ter adquirido durante o atendimento nesse

Serviço.

Page 35: Marco Colomé Beck

33

Santa Maria, ____ de _________ de ______.

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido do representante legal para a participação neste estudo.

_______________________________ ______________________________

Assinatura do paciente ou responsável Assinatura do responsável pelo estudo

Em caso de dúvida, entrar em contato com Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM

na Avenida Roraima, 1000 - Prédio da Reitoria - 7o andar - Sala 702. Cidade

Universitária - Bairro Camobi – 97105-900, Santa Maria, RS. Tel.: (55)32209362 -

Fax: (55)32208009. E-mail:[email protected]

ANEXO IV – Normas da Revista Fisioterapia e Movimento

Apresentação

Artigos Originais: oriundos de resultado de pesquisa de natureza empírica,

experimental ou conceitual, sua estrutura deve conter: Introdução, Materiais e

Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão, Referências. O texto deve ser

elaborado com, no máximo, 6.000 palavras e conter até 5 ilustrações.

Os trabalhos devem ser digitados em Word for Windows, fonte Times New Roman,

tamanho 12, com espaçamento entre linhas de 1,5. O número máximo permitido de

autores por artigo é seis (6).

Abreviações oficiais poderão ser empregadas somente após uma primeira menção

completa. Deve ser priorizada a linguagem científica para os manuscritos científicos.

Deverão constar, no final dos trabalhos, o endereço completo de todos os autores,

afiliação, telefone, fax e e-mail (atualizar sempre que necessário) para

encaminhamento de correspondência pela comissão editorial.

Page 36: Marco Colomé Beck

34

As ilustrações (figuras, gráficos, quadros e tabelas) devem ser limitadas ao número

máximo de cinco (5), inseridas no corpo do texto, identificadas e numeradas

consecutivamente em algarismos arábicos. A arte final, figuras e gráficos devem

estar em formato .tiff. Envio de ilustrações com baixa resolução (menos de 300

DPIs) pode acarretar atraso na aceitação e publicação do artigo.

Outras considerações:

• todos os artigos devem ser inéditos e não podem ter sido submetidos para

avaliação simultânea em outros periódicos (anexar carta assinada por todos os

autores, na qual será declarado tratar-se de artigo inédito, transferindo os direitos

autorais e assumindo a responsabilidade sobre aprovação em comitê de ética,

quando for o caso);

No preparo do original, deverá ser observada a seguinte estrutura:

Cabeçalho

Título do artigo em português (inicial maiúsculo, restante minúsculas – exceto nomes

próprios), negrito, fonteTimes New Roman, tamanho 14, parágrafo centralizado,

subtítulo em letras minúsculas (exceto nomes próprios).

Título do artigo em inglês, logo abaixo do título em português, (inicial maiúsculo,

restante minúsculas – exceto nomes próprios), em itálico, fonte Times New Roman,

tamanho 12, parágrafo centralizado. O título deve conter no máximo 12 palavras,

sendo suficientemente específico e descritivo.

Apresentação dos autores do trabalho

Nome completo, afiliação institucional (nome da instituição para a qual trabalha),

vínculo (se é docente, professor ou está vinculado a alguma linha de pesquisa),

cidade, estado, país e e-mail.

Resumo estruturado / Structured Abstract

O resumo estruturado deve contemplar os tópicos apresentados na publicação.

Introdução, Desenvolvimento, Materiais e Métodos, Discussão, Resultados,

Considerações Finais. Deve conter no mínimo 100 e no máximo 250 palavras, em

português/inglês, fonte Times New Roman, tamanho 11, espaçamento simples e

Page 37: Marco Colomé Beck

35

parágrafo justificado. Na última linha deverão ser indicados os descritores (palavras-

chave/keywords). Para padronizar os descritores, solicitamos utilizar

os Thesaurus da área de Saúde (DeCS) (<http://decs.bvs.br>). O número de

descritores desejado é de no mínimo 3 e no máximo 5, os quais devem ser

representativos do conteúdo do trabalho.

Corpo do Texto

a) Introdução: Deve apontar o propósito do estudo, de maneira concisa, e descrever

quais os avanços alcançados com a pesquisa. A introdução não deve incluir dados

ou conclusões do trabalho em questão.

b) Materiais e Métodos: Deve ofertar, de forma resumida e objetiva, informações que

permitam ser o estudo replicado por outros pesquisadores. Referenciar as técnicas

padronizadas.

c) Resultados: Devem oferecer uma descrição sintética das novas descobertas, com

pouco parecer pessoal.

d) Discussão: Interpretar os resultados e relacioná-los aos conhecimentos existentes,

principalmente os indicados anteriormente na introdução. Esta parte deve ser

apresentada separadamente dos resultados.

e) Conclusão ou Considerações Finais: Devem limitar-se ao propósito das novas

descobertas, relacionando-as ao conhecimento já existente. Utilizar apenas citações

indispensáveis para embasar o estudo.

f) Agradecimentos: Sintéticos e concisos, quando houver.

g) Referências: Numeradas consecutivamente na ordem em que são primeiramente

mencionadas no texto.

h) Citações: Devem ser apresentadas no texto por números arábicos entre parênteses.

Referências

Todas as instruções estão de acordo com o Comitê Internacional de Editores de

Revistas Médicas (Vancouver), incluindo as referências. As informações encontram-

se disponíveis em: (<http://www.icmje.org>). Recomenda-se fortemente o número

mínimo de 30 referências para artigos originais e 40 para artigos de revisão. As

referências deverão originar-se de periódicos com classificação Qualis equivalente

ou acima da desta revista.