marcia rejane da silva valentim.pdf
TRANSCRIPT
Rua Dr. Celestino, 74 24020-091- RJ – Brasil Tel (21) 2629-9484 e-mail: www.uff.br/eeaac/mestrado.htm
EEAAC
Avaliação primária do enfermeiro na emergência: a aproximação da estratégia do modelo de
Gerenciamento de Caso
Marcia Rejane da Silva Valentim
Niterói
2006
MARCIA REJANE DA SILVA VALENTIM
Avaliação primária do enfermeiro na emergência: a aproximação da estratégia do modelo de
Gerenciamento de Caso
Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Enfermagem Assistencial.
Orientador: Profo Dr. Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos
V155 Valentim, Marcia Rejane da Silva
Avaliação primária do enfermeiro na emergência: a aproximação da estratégia do modelo de Gerenciamento de Caso/Marcia Rejane da Silva Valentim. – Niterói, 2006.
135 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial) – Universidade Federal Fluminense, 2006.
Orientador: Prof. Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos
1. Enfermagem em emergência. 2. Gerenciamento de
caso. 3. Cuidado. I. Título. CDD 610.736
Marcia Rejane da Silva Valentim
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO ENFERMEIRO NA EMERGÊNCIA: A
APROXIMAÇÀO DA ESTRATÉGIA DO MODELO DE GERENCIAMENTO DE
CASO
Dissertação apresentada à Escola de
Enfermagem Aurora de Afonso Costa da
Universidade Federal Fluminense como
requisito para a obtenção do grau de Mestre
em Enfermagem Assistencial.
BANCA EXAMINADORA
Aprovada em:
___________________________________________________
Profo Dr. Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos Escola de Enfermagem UFF - Presidente _____________________________________________ Profa Dra Maria José Coelho Escola de Enfermagem Anna Nery – UFRJ- 1a Examinadora ______________________________________________ Profa Dra Zenith Rosa Silvino Escola de Enfermagem UFF - 2a Examinadora
______________________________________________
Profa Dra Lina Márcia Miguéis Berardinelli Escola de Enfermagem UERJ – Suplente ______________________________________________
Profa Dra Marilda Andrade Escola de Enfermagem UFF – Suplente
Niterói
2006
DEDICATÓRIA
Dedico esta conquista profissional e pessoal à
minha equipe de enfermagem da emergência,
à minha família e em especial ao meu esposo,
presente em todo momento.
AGRADECIMENTOS
A Deus por me dar forças para caminhar e por me iluminar;
Aos meus pais pela minha vida;
Ao meu orientador por ter apostado em mim;
À Rede de Hospitais Esho, em especial ao diretor do Hospital de Clínicas Niterói,
Dr Charles Souleyman Al Odeh pela confiança e investimento;
Ao Dr Célio Ribeiro Júnior, pela credibilidade e investimento no trabalho da enfermagem
da emergência;
Às enfermeiras Simone Pereira e Ana Prelado, pela companhia nesta caminhada.
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..............................................................................
5
1.1 O Problema ..................................................................................................... 5
1.2 Trajetória profissional e a conexão com o problema .................................. 8
1.3 Objetivos .......................................................................................................... 11
2 METODOLOGIA .....................................................................................................
12
2.1 Método ............................................................................................................. 15
2.2 Cenário do estudo ........................................................................................... 18
2.3 Descrevendo o cenário .................................................................................... 19
2.4 Amostra do estudo .......................................................................................... 22
2.5 Instrumento de coleta de dados ..................................................................... 23
2.6 Categorias que determinarão a efetividade do trabalho do enfermeiro .... 24
3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................
26
3.1 Descrevendo Urgência e Emergência ............................................................ 26
3.2 Gerenciamento de caso como estratégia de trabalho para o enfermeiro de emergência ..............................................................................................................
31
3.3 Políticas de saúde para Emergência ............................................................. 38
4 PROCESSAMENTO DOS DADOS .......................................................................
44
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................................
73
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................
81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................
86
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...........................................................................
91
ANEXOS ANEXO 1: TERMO DE ESCLARECIMENTO .............................................. 94
ANEXO 2: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE APÓS ESCLARECIMENTO ................................................................................................
95
ANEXO 3: BOLETIM DE ATENDIMENTO MÉDICO (BAM)- PÁGIN A 1 96
ANEXO 4: BOLETIM DE ATENDIMENTO MÉDICO (BAM)- PÁGIN A 2 97
ANEXO 5: TESTE ESTATÍSTICO PARA O TAMANHO AMOSTRAL ..... 98
ANEXO 6: BANCO DE DADOS - EPI INFO PARA LEVANTAMENTO DOS DADOS ..............................................................................................................
99
ANEXO 7: FLUXOGRAMA DA UNIDADE DE EMERGÊNCIA .................
ANEXO 8:APROVAÇÃO DA COMISSÃO DE ÉTICA E PESQUISA ....101
100
ANEXO 9: TESTES DE LIMITE...........................................................................102
TABELA 1: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 10 MINUTOS– COMPLEXIDADE 1 .........
102
TABELA 2: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIAATÉ 20 MINUTOS – COMPLEXIDADE 1 .........
103
TABELA 3 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIAATÉ 30 MINUTOS – COMPLEXIDADE 1 ..........
104
TABELA 4: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIAATÉ 40 MINUTOS – COMPLEXIDADE 1..........
105
TABELA 5 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 10 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2 ........
106
TABELA 6 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 20 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2 .........
107
TABELA 7 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 30 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2 .........
108
TABELA 8: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 40 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2 .........
109
TABELA 9 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 10 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3 .........
110
TABELA 10 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 20 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3 .........
111
TABELA 11: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 30 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3 .........
112
TABELA 12: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 40 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3 .........
113
TABELA 13 : LIMITES DE CONFIANÇA DOS TIPOS DE COMPLEXIDADE ............. 114 TABELA 14: LIMITES DE CONFIANÇA DO TIPO DE COMPLEXIDADE 1 2 e 3 POR FRAGMENTAÇÃO DO CUIDADO ..........................................................................
114
TABELA 15: LIMITES DE CONFIANÇA DO ÍNDICE DE INTERNAÇÃO DE PACIENTES EM TERAPIA INTENSIVA DA COMPLEXIDADE 3 ................................
114
TABELA 16: LIMITES DE CONFIANÇA DO ÍNDICE DE INTERNAÇÃO DE PACIENTES EM TERAPIA INTENSIVA DA COMPLEXIDADE 3 ................................
115
TABELA 17 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 10 MINUTOS ..................................
115
TABELA 18 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 20 MINUTOS ..................................
116
TABELA 19 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 30 MINUTOS ..................................
117
TABELA 20: LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 40 MINUTOS ..................................
118
TABELA 21 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO .................................................................................
119 ANEXO 10: ELEMENTOS CHAVE DE UM PERCURSO CLÍNICO –
PACIENTE COM DOR TORÁCICA TÍPICA .......................................................
121 ANEXO 11: SUGESTÃO DO MODELO DE GERENTE DE CASO NA
EMERGÊNCIA .......................................................................................................... 122
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1 ..............................................................................................................
45
Tabela 2: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 2 ..............................................................................................................
46
Tabela 3: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 3 ..............................................................................................................
46
Tabela 4: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1, 2 e 3 ....................................................................................................
47
Tabela 5: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1 ..............................................................................................................
48
Tabela 6: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1 ..............................................................................................................
49
Tabela 7: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência ......................
50
Tabela 8: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1 ..............................................................................................................
51
Tabela 9: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 2 ..............................................................................................................
52
Tabela 10: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 2 ..............................................................................................................
53
Tabela 11: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência ......................
54
Tabela 12: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência ......................
55
Tabela 13: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 3 ..............................................................................................................
56
Tabela 14: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 3 ..............................................................................................................
57
Tabela 15: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 3 ..............................................................................................................
58
Tabela 16: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência ......................
59
Tabela 17: Tipos de complexidade .............................................................................. 60
Tabela 18: Tipos de complexidade e fragmentação por tempo de permanência na emergência – complexidade 1- 2 e 3 ............................................................................
61
Tabela 19: Índice de internação de pacientes em terapia intensiva da complexidade 3 ..............................................................................................................
62
Tabela 20: Índice de internação de pacientes em quarto da complexidade 3 ......... 62
Tabela 21: Tipos de complexidade por direcionamento para ambulatório ............. 63
Tabela 22: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do tempo de permanência – complexidade 3 ..............................................................
64
Tabela 23: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do tempo de permanência .............................................................................................
65
Tabela 24: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do tempo de permanência .............................................................................................
66
Tabela 25: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do tempo de permanência .............................................................................................
67
Tabela 26: Tomada de decisão clínica em relação ao diagnóstico sindrômico ........ 68
Tabela 27: Monitorização do cuidado por fatores de risco para complexidade 1 .. 69
Tabela 28: Monitorização do cuidado por fatores de risco para complexidade 2 .. 69
Tabela 29: Monitorização do cuidado por fatores de risco para complexidade 3 .. 70
Tabela 30: Monitorização do cuidado por fatores de risco e diagnósticos para complexidade 3 ..............................................................................................................
71
RESUMO
Esta dissertação reflete tanto sobre a dificuldade das emergências em atender a demanda de
primeiro atendimento em cuidados de saúde como sobre os obstáculos da população em
agendar uma consulta imediata na rede ambulatorial, cujo efeito é o aumento da demanda
aos serviços de atendimento terciário, o que sobrecarrega as unidades de emergência. O
cenário que se observa é que, gradativamente os serviços de emergência dos hospitais
privados e públicos tornam-se mais cheios, levando o paciente que necessita de
atendimento de emergência real, aquele com risco iminente de vida, a aguardar horas em
uma fila de espera pelo atendimento médico. O objetivo desta pesquisa é identificar a
efetividade do atendimento do enfermeiro na avaliação primária e descrever a aproximação
da estratégia do Gerenciamento de Caso na emergência. O escopo central das discussões
sobre o papel do gerente de caso foi baseado em uma Comissão que focaliza o
gerenciamento como um processo pró-ativo, que fornece acesso ao cuidado com qualidade,
segurança, eficácia e em tempo hábil. O gerente de caso trabalha com 7 elementos para
desenvolver suas atividades: pontuação, planejamento, implantação, coordenação,
monitorização, avaliação e resultados. A pesquisa de abordagem quantitativa utilizou o
método estatístico e, para análise e levantamento dos dados, empregou-se o software EPI
INFO. O levantamento dos dados foi feito mediante 1.184 boletins de atendimento médico
(BAM) colhidos no período de janeiro e fevereiro de 2005 dos pacientes adultos de clínica
médica de complexidade clínica 1,2 e 3, atendidos pelo enfermeiro na avaliação primária.
As variáveis retiradas do boletim de atendimento médico foram divididas em três
categorias com a finalidade de identificar a efetividade e descrever a aproximação do GC
com a avaliação primária feita pelo enfermeiro na emergência: fragmentação do cuidado;
tomada de decisão clínica; e monitorização do cuidado. Os resultados encontrados na
categoria de fragmentação do cuidado foram, para a complexidade 1: 65,8% dos
pacientes não tiveram o cuidado fragmentado; para a complexidade 2: 78,3%; e para a
complexidade 3: 82,6%. Na categoria tomada de decisão, verificou-se que, dos pacientes
atendidos pelo enfermeiro, 68,8% tiveram seus diagnósticos sindrômicos checados. Na
categoria monitorização do cuidado, dos pacientes de complexidade 3:, 34,6% tiveram o
cuidado monitorado relacionado aos fatores de riscos. Conclui-se que a relação entre o que
é oferecido com o atendimento do enfermeiro gera efetividade, contudo, no que se refere
2
ao ideal, observam-se limitações no boletim de atendimento, por outro lado, as etapas
descritas no Gerenciamento de Caso se aproximam com indicação de aplicação no trabalho
do enfermeiro na emergência. Tendo por base as inconsistências e limitações da pesquisa,
em razão do instrumento de coleta de dados, sugere-se e recomenda-se melhora técnica no
boletim de atendimento médico, principalmente na anamnese levantada pelo enfermeiro,
pela sua importância na definição dos tipos de complexidade e diagnóstico sindrômico,
para que o enfermeiro possa registrar seu desempenho como gerente de caso e facilitar a
avaliação em cada categoria proposta.
Palavras-chave: Enfermagem de emergência, Gerenciamento de caso e Cuidado
3
ABSTRACT
This paper reflects the current problem of difficulties in attending first care cases at
emergency rooms in health care and the population difficulty to make an immediate
appointment at day units, causing an increase in the number of people who look for tertiary
care services, overloading the emergency rooms. The scenario observed at the moment is
that the emergency rooms from private and public hospitals are gradually getting more and
more full, making the real emergency care patient, whose life is in risk, wait for hours for a
medical care. The purpose of this research is to identify the effectiveness of the nurse’s
care in the first evaluation and to describe the use of the case management strategy in the
emergency room. The main scope of the discussions about the case manager role was
based on a Commission that focus the definition of management as a pro-active process,
which provides access to a care with quality, safety, efficiency and in a short time, where
the case manager works with 07 elements to develop his/her activities: Punctuation,
Planning, Implementation, Coordination, Monitorizing, Evaluation and Results. For
quantity approach research, the statistical method was used, whereas for data collect and
analysis, the EPI INFO software was used. The collect of data was done with 1,184
medical care reports collected in January and February of 2005 from adult patients of
medical clinic with 1, 2 and 3 clinical complexity cared by the nurse on the first evaluation.
The variables taken from the medical care reports were divided in three categories to
identify the effectiveness and describe the link of the Case Manager on the first evaluation
made by the nurse in the emergency room: Care fragment, Clinic making decision and
Care Monitorizing. The results found in the fragment care category were: In complexity 1:
65,8% of patients did not have fragmented care, in complexity 2: 78,3% and in complexity
3: 82,6%. In making decision category the results found were that from the patients cared
by the nurse, 68,8% had their syndromic diagnoses checked. In care monitorizing, the
patients of complexity 3: 34,6% had monitorized care related to the risk factors. We
conclude that the relation to what it is offered by the nurse care generates effectiveness,
however in relation to the ideal we face limits in the medical reports. On the other hand,
the steps described in the case management get closer to be applied to the emergency nurse
work. Based on the inconsistencies and limitations of the research due to the data collect
instrument, we suggest and recommend a technical improvement on the medical care
4
report, mainly in the history taking by the nurse because of its importance in defining the
kinds of complexity and syndromic diagnoses, for the nurse be able to register his/her
performance as case manager and facilitate the evaluation in each category proposed.
key Words: Nursing in emergency room, Case management and Care
5
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 O Problema
A incapacidade dos serviços básicos e secundários de saúde em atender a demanda
de primeiro atendimento em cuidados de saúde, - apesar dos esforços das políticas públicas
de saúde - tem como efeito o aumento da demanda aos serviços de atendimento terciário.
Tal fato sobrecarrega as unidades de emergência, mobilizando desnecessariamente
recursos humanos e materiais especializados, reforçando a desvalorização da ação
preventiva e solucionando, paliativamente, os problemas da população.
A falta de estrutura dos postos de saúde e a pouca oferta de serviços, para resolver
problemas simples da população leva os pacientes a procurarem os hospitais que têm
atendimento de emergência, “com a certeza de encontrar um médico de plantão1”.
Outro fato recorrente é a tribulação por que passa a população para agendar
atendimento imediato na rede ambulatorial, ou, se tal situação é atendida, o grande
intervalo para o retorno aos consultórios médicos, centros de saúde ou postos de saúde. O
panorama que se observa é que, gradativamente, os serviços de emergência dos hospitais
privados e públicos tornam-se mais cheios, acarretando para o paciente que necessita de
atendimento de emergência real, ou seja, aquele com risco iminente de vida, como os
cardiopatas, hipertensos, neurológicos, vítima de trauma entre outros, longa espera, pelo
atendimento médico.
Uma unidade de emergência tem a finalidade de receber e atender de modo
adequado os casos de pacientes que requerem cuidados emergenciais ou urgentes. A meta
do departamento de emergência é a avaliação rápida do paciente, sua estabilização e pronta
admissão ao hospital2.
O Ministério da Saúde3 define os procedimentos dos serviços de emergência, tendo
como critério a gravidade (acuidade) e a complexidade do caso a ser tratado:
a Urgência de baixa e média complexidade: quando não há risco de vida;
6
a Urgência de alta complexidade: não há risco de vida, porém o paciente
apresenta um quadro crítico ou agudo;
a Emergência: casos em que há risco de vida.
Os critérios que delimitam o atendimento em emergência se dão, “nas situações de
atendimento de emergências ou urgências o critério de acesso aos serviços é o da
gravidade. Assim, os pacientes em situação de emergência são atendidos em primeiro
lugar4”.
Os principais fatores relacionados à procura por atendimento nas unidades de
emergência dos hospitais são relacionados com1,5
a Fatores demográficos e características socioeconômicas:
aAcesso aos meios de transporte;
aDistância do Departamento de emergência;
aInício dos sintomas/percepção da severidade do caso pelo paciente
aViolência urbana;
aPólos geradores de tráfego que elevam o número de acidentes automobilísticos e
atropelamentos;
aDeficiência nos serviços prestados por outras unidades públicas de assistência à
saúde.
Alguns autores descreveram que os serviços de emergência têm se tornado uma
“válvula de escape” dos serviços de saúde, prejudicando o atendimento dos casos
considerados adequados, uma vez que o excesso de demanda acarreta acúmulo de tarefas e
conseqüente sobrecarga para toda a equipe de profissionais, contribuindo também para o
aumento dos custos hospitalares6.
Dessa forma, é necessário que se reflita sobre o contexto que a crônica situação
atual brasileira de saúde pública e o impacto nos serviços que se modelam com
características particulares de atendimento como as emergências, para que possamos
investigar formas mais simples e concretas como metas de intervenção e implementação
nos serviços de emergência.
Dentro de uma unidade de emergência, onde encontramos pacientes de baixa e
alta complexidade, com várias especialidades clínicas de plantão, faz-se necessário que os
7
profissionais de enfermagem sejam treinados de forma continuada para que possam atuar
com segurança e autonomia nas ações dos cuidados que prestam.
Antes da década de 80, os serviços de emergência funcionavam com profissionais
não capacitados em treinamentos específicos para atendimento às vítimas de trauma. Já na
década de 70, os hospitais dos Estados Unidos sentiram necessidade de desenvolver a
qualidade do atendimento de emergência e começaram a investir nos profissionais que
atuavam nesse setor, com a criação do primeiro curso do ATLS (Advanced Trauma Life
Support), inicialmente só para médicos. Dando continuidade à especialização de toda
equipe, foram criados os programas de aperfeiçoamento para os enfermeiros, os quais se
denominaram, respectivamente, Trauma Life Support Courses for Nurses (TLS for Nurses)
e Manobras Avançadas de Suporte ao Trauma (MAST)7.
No Brasil, a especialização dos profissionais que atuam no atendimento de
emergência teve início na década de 80. Em 1985, foi criada a primeira associação de
enfermagem especializada em trauma, a Sociedade Brasileira dos Enfermeiros do Trauma
(SOBET)7.
Atualmente, a Portaria nº 2048/GM do Ministério da Saúde8, no seu parágrafo 1º,
estabelece como uma das diretrizes dos sistemas Estaduais de Urgência e Emergência a
criação de núcleos de Educação em urgências e proposição de grades curriculares para
capacitação de recursos humanos nessa área.
As unidades de emergência são locais apropriados para o atendimento de pacientes
com afecções agudas específicas, nas quais existe um trabalho de equipe especializado, e
que podem ser divididas em pronto atendimento, pronto socorro e emergência5.
O Ministério da Saúde8 define: pronto atendimento como a "unidade destinada a
prestar, dentro do horário de funcionamento do estabelecimento de saúde, assistência a
doentes com ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de atendimento
imediato"; - pronto socorro como o "estabelecimento de saúde destinado a prestar
assistência a doentes, com ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de
atendimento imediato, funcionando durante 24 horas e dispondo apenas de leitos de
observação"; e emergência, como a "unidade destinada à assistência de doentes, com ou
sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato".
8
Os enfermeiros das unidades de emergência, por possuírem mais domínio e
rapidez nas ações e um modo de cuidar especiais voltados para as principais patologias de
urgências e emergências, a partir de protocolos criados e aprovados por esses serviços,
devem atuar dentro de um processo gerenciado de cuidado, acompanhando os pacientes em
todo seu processo clínico, até a definição do seu tratamento final.
“O entendimento do termo crítico está associado aos pacientes em risco de vida
ou que apresentam níveis de maior complexidade em suas situações de saúde, que exijam
ou demandem abordagens complexas e específicas do cuidado de enfermagem” 9-119.
O enfermeiro de emergência necessita estar apto para obter uma história do
paciente, exame físico, executando tratamento imediato, se preocupando com a
manutenção da saúde e orientação dos pacientes para continuidade de tratamento. Segundo
Wehb7, deve aliar sua fundamentação à teórica capacidade de liderança, iniciativa e
habilidade de ensino e precisa ter raciocínio rápido e capacidade de liderança, pois é
responsável pela coordenação de uma equipe de enfermagem, sendo parte vital e integrante
da equipe de emergência.
Esses enfermeiros atuam como gerenciadores da assistência de saúde,
acompanhando os pacientes durante o processo de entrada do paciente até a alta da
emergência. A fim de compreender esse aspecto do gerenciamento da assistência de saúde
na emergência, verifiquei a necessidade, a partir da minha prática profissional e de uma
pesquisa bibliográfica sobre gerenciamento da assistência a saúde, de uma gerência que
identificasse, priorizasse, acompanhasse o problema direcionando os resultados da
assistência oferecida de acordo com a necessidade apresentada pelo paciente.
1.2 Trajetória profissional e a conexão com o problema
Na minha prática de três anos como enfermeira chefiando um serviço privado de
emergência voltado para o atendimento a pacientes de alta complexidade, vivencio
cotidianamente várias condições que afetam a assistência e o gerenciamento no serviço de
emergência. Como, por exemplo, pacientes que procuram a unidade de emergência para
atendimento clínico e aguardam em média 40 minutos pelo atendimento do médico.
9
Considerando que, para as principais situações patológicas atendidas na
emergência, o limite entre a demanda e o tempo de atendimento significa aumento de
agravos como seqüelas e risco de vida, principalmente no caso das emergências
cardiológicas e neurológicas, tal situação me deixa muito inquieta, pois observo também,
que, embora o médico plantonista trate e implemente a terapêutica adequada, a
continuidade do tratamento geralmente não se dá, após alta da emergência. Muitas vezes,
os pacientes retornavam à unidade de emergência e, questionado o motivo da volta pelas
enfermeiras, alegavam três motivos mais freqüentes: a) não conseguiram marcação de
consulta ambulatorial em outra unidade de saúde, pois não sabiam que o serviço não fazia
acompanhamento ambulatorial, b) não estavam satisfeitos com o atendimento, devido à
impossibilidade do diagnóstico preciso; ou c) não tiveram melhora dos seus sintomas.
Na recepção da emergência na qual trabalho, encontram-se pacientes de baixa
complexidade, categorizados de tipo I e II, sem risco de vida (viroses, sinusites,
gastrenterites etc), que apresentam sinais vitais estáveis. Os de alta complexidade são
categorizados como tipo III e IV (cardiopatas, neurológicos, hipertensos, diabéticos e
politraumatizados), com sinais vitais instáveis, instabilidade hemodinâmica. Essa
categorização é fundamentada na escala de gravidade clínica descrita no Guidelines Amil
Resgate Saúde10 e vem sendo utilizada para definir a gravidade dos pacientes de
emergência. A conjunção do termo crítico com a demanda de atendimento como “o
entendimento do termo crítico está associado aos pacientes em risco de vida ou que
apresentam níveis de maior complexidade em suas situações de saúde, que exijam ou
demandem abordagens complexas e específicas do cuidado de enfermagem” 9-120.
A partir dos conhecimentos adquiridos no Curso de Suporte Básico e Avançados de
Vida em Cardiologia e de Administração em serviços de emergência, percebi a
necessidade de minimizar as situações descritas com o objetivo de diminuir o impacto da
problemática do atendimento e controlar os agravos na assistência. Assim, tomamos a
medida administrativa da inserção de enfermeiros plantonistas da unidade de emergência
no controle da porta de entrada dos pacientes adultos de clínica médica, iniciando o
atendimento da demanda do paciente na avaliação primária, identificando, priorizando e
agilizando condutas prioritárias de emergência para os pacientes de complexidade clínica I,
II e III, que, por não apresentarem, sintomas tão exuberantes ao chegarem à recepção da
emergência eram colocados pela recepcionista na fila de espera para o atendimento
10
médico, impedindo um atendimento mais acurado e individualizado já que, na realidade,
eram pacientes hipertensos alterados, diabéticos descompensados, em processo de infarto
agudo e/ou com acidente vascular cerebral. Por não considerar tal prática uma triagem, e
sim uma linha de cuidado que, em nosso serviço, chamamos de avaliação primária, com o
enfermeiro comprometido com todo o atendimento do paciente na emergência, iniciando o
gerenciamento de seu atendimento até o processo final do atendimento (alta), acredito que
esses procedimentos muito se aproximam ao modelo de Gerenciamento de Caso. A linha
de cuidado pressupõe produtos, clientela e qualidade da assistência, sendo alimentada por
recursos/insumos que expressam tecnologia a ser consumida durante o processo de
assistência ao beneficiário, funcionando de forma sistêmica e operando vários serviços. Ela
tem início na entrada do usuário, seja em serviços de urgência, consultórios ou clínicas,
com abertura de um percurso que se estende conforme as necessidades do beneficiário por
serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, especialidades, atenção hospitalar e outros11.
É necessário repensar os modelos de assistência na saúde suplementar com
propostas e alternativa, buscando incorporar outros campos de saberes e práticas em saúde,
configurando, assim, outras formas de assistência de saúde anti-hegemônica11. Essas ações
diferenciadas na produção da saúde operam tecnologias voltadas para a produção do
cuidado, apostam em novas relações entre trabalhadores e usuários e suas necessidades,
estabelecendo um contraponto à crise vivida pela saúde.
Assim, verifico que os enfermeiros na avaliação primária melhoram o fluxo do
atendimento da equipe multiprofissional da emergência, garantindo uma coesão das
atividades assistenciais, administrativas e do planejamento do cuidado de enfermagem aos
pacientes.
Com base nessa experiência prática, senti a necessidade de aprofundá-la e validar
os conhecimentos adquiridos, criando dados e informações para que se substancialize o
processo de trabalho a partir do objeto do estudo da pesquisa: a avaliação primária do
enfermeiro na emergência, segundo o modelo de Gerenciamento de Caso.
O Gerenciamento de Caso é definido como “uma modalidade muito utilizada pela
atenção gerenciada americana e que pode ser considerada como uma forma particular de
revisão prospectiva e concorrente. Pode ser definido como uma equipe de saúde (em
algumas organizações pode ser um único profissional) que se responsabiliza pela atenção
11
do paciente durante todo o processo clínico e faz julgamentos sobre a necessidade da
atenção e sobre os serviços prescritos e recebidos” 12-228.
O modelo de Gerenciamento de Caso, apesar de não ser uma prática muito
desenvolvida na saúde brasileira e na enfermagem, pode promover uma assistência de
enfermagem com qualidade, ampliando seu campo de atuação profissional, adotando nova
estratégia direcionada para a melhora da assistência do paciente, a fim de que suas ações se
desenvolvam em um contexto capaz de garantir a eficiência e a qualidade de seus serviços.
Alguns autores ao estudar o Gerenciamento de Caso relatam: “os enfermeiros são
vistos como profissionais mais capacitados para exercer tal função, devido ao seu
conhecimento clínico, habilidade para oferecer cuidado holístico e forte advocacia em
favor do paciente, uma vez que conhecem os serviços de outros profissionais e pessoas
associados à saúde” 12-228.
Nesse sentido, a possibilidade de utilizar um modelo de gerenciamento que se
baseia na relação do cuidado de saúde, no qual os paciente, família e os enfermeiros se
envolvem desde a avaliação primária no serviço de emergência, pode contribuir na
reversão de tais condutas ou práticas, transformando e inovando novas tecnologias de
cuidado em saúde. Este estudo contribuirá para disseminar o conhecimento sobre o
Gerenciamento de Caso e referenciar alguns requisitos necessários para sua aplicação num
Serviço de Emergência. A nossa pretensão é aprofundar o estudo, por considerá-lo não só
uma temática atual, como também entendermos ser possível sua aplicação nas unidades de
emergência brasileira, como alternativa de melhora dos serviços de saúde. Por outro lado,
visamos à avaliação primária realizada pelos enfermeiros na Unidade de Emergência na
qual atuo como enfermeira.
1.3 Objetivos
Identificar a efetividade do trabalho do enfermeiro na avaliação primária dos
pacientes adultos de clinica médica na unidade de emergência.
Descrever a aproximação da estratégia do modelo de Gerenciamento de Caso na
emergência
12
2 METODOLOGIA
O presente estudo é uma pesquisa de abordagem quantitativa com propósito de
identificar a efetividade do trabalho do enfermeiro em um serviço de emergência que tem
como objetivo a mais rápida possível assistência aos pacientes com risco iminente de vida,
acompanhando-os em todo o processo de cuidar, inserindo-os numa estratégia do modelo
de Gerenciamento de Caso e identificando a aproximação dessa prática de cuidado de
saúde na emergência.
A pesquisa em emergência é um assunto extremamente atual e controverso: “a
montagem dos projetos de pesquisa na emergência deve ter redobrado cuidados éticos e
metodológicos, principalmente os que dizem respeito à seleção da amostra, sua validade
interna e externa, critérios de exclusão e identificação de potenciais fatores de confusão”4.
A pesquisa quantitativa se inicia com estudo de uma amostra, quantificando fatores
segundo estudo típicos e generaliza o que foi encontrado na amostra para a população de
onde esta amostra foi extraída13.
Autores relatam que a pesquisa quantitativa deve estar relacionada com o objetivo
do trabalho, no qual o relator procura identificar o resultado de algo dentro de uma
pesquisa e não estar preocupado em descobrir as causas e os fatores do fenômeno
estudado14. A abordagem quantitativa para está relacionada à quantificação de dados
obtidos mediante pesquisa e que, para o seu emprego, são necessários recursos e técnicas
estatísticas que podem variar em termos de complexidade, que vai desde as mais simples,
como: porcentagem, média, moda mediana e desvio-padrão, até o mais complexo como:
coeficiente de relação, análise de regressão etc.
Soares14 aconselha a utilização da abordagem quantitativa em procedimentos
descritivos, nos quais se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como
nas investigações que procuram determinar relações de causalidades entre fenômenos.
A abordagem quantitativa também é empregada no desenvolvimento de pesquisas
de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadológicas, de opinião, de
administração, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a precisão dos
resultados, e evitando com isso distorções da análise e interpretações14.
13
A escolha da pesquisa quantitativa deve-se ao fato de a unidade de emergência ser
considerada, um setor do hospital onde ocorre grande volume de atendimentos, e onde os
profissionais de saúde não têm controle sobre a porta de entrada, que fica aberta 24 horas.
Com isso, pretende-se verificar e objetivar o fluxo desses atendimentos, o tempo
necessário aos atendimentos de urgência e emergência, o volume quantitativo dos
procedimentos invasivos ou não invasivos no qual a participação dos enfermeiros é vital
para que o processo de assistência se viabilize e mantenha sua qualidade. Um
gerenciamento controlado e validado por uma pesquisa procurará salientar que a eficácia
pautada no atendimento contribui para a eficácia do processo de trabalho da equipe de
enfermagem e da multiprofissional.
A cada ano que passa, a busca da qualidade do atendimento dos serviços de saúde
aos pacientes deixou de ser uma atitude isolada e tornou-se um imperativo técnico e
social15. A sociedade exige cada vez mais a qualidade nos serviços de saúde dos órgãos
públicos, e principalmente do serviço privado, cujo pagamento mensal de um plano de
assistência médica demanda um atendimento mais rápido e com melhores recursos
materiais e humanos. Em busca dessa qualidade, torna-se imperioso aumentar o nível de
profissionalismo e, conseqüentemente, oferecer melhor desenvolvimento técnico, com
metas bem definidas na busca da satisfação do paciente, que deverá receber atenção
competente e apropriada para que saia de seu atendimento com nenhuma ou poucas
complicações ou seqüelas.
O conceito de qualidade é para muitos autores bastante complexo: “o propósito dos
sistemas de atenção à saúde, em seu núcleo e através de inúmeras partes é proporcionar o
mais alto nível de qualidade ao menor custo, de maneira mais eqüitativa ao maior número
de pessoas” 15-2.
O entendimento do termo da avaliação de qualidade em saúde, a partir dos
conceitos de estrutura, processo e resultado, considerado como uma tríade, segundo
Donabedian in Kluck15, corresponde às noções da teoria geral do sistema: input-process-
output. - A estrutura está relacionada aos recursos físicos, humanos, materiais e financeiros
necessários para a assistência médica. Inclui financiamento e disponibilidade de mão-de-
obra qualificada. O processo com as atividades envolvendo profissionais de saúde e
pacientes, com base em padrões aceitos. A análise pode ser considerada sob o ponto de
14
vista técnico e/ou administrativo. O resultado, com os produtos finais da assistência
prestada, considerando saúde, satisfação de padrões e de expectativas.
Dentro dos conceitos de avaliação da qualidade descritos por Donabedian in
Kluck15-2 , encontram-se agrupados “sete atributos ou pilares fundamentais da qualidade”:
Eficácia, efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade.
Apresentaremos a definição de eficácia, eficiência e efetividade, sendo que nos guiaremos
nesta pesquisa com o conceito de efetividade para contemplar o objetivo deste trabalho.
a) EFICÁCIA capacidade da arte e a ciência da medicina em produzir melhorias na saúde
e no bem-estar. Significa o melhor que se pode fazer nas condições mais favoráveis, dado
o estado do paciente e mantidas constantes as demais circunstâncias.
b) EFETIVIDADE melhoria na saúde, alcançada ou alcançável nas condições usuais da
prática cotidiana. Ao definir e avaliar a qualidade, a efetividade pode ser mais
precisamente especificada como sendo o grau em que o cuidado, cuja qualidade está sendo
avaliada, alça-se ao nível de melhoria da saúde que os estudos de eficácia têm estabelecido
como alcançáveis.
c) EFICIÊNCIA medida do custo com o qual uma dada melhoria na saúde é alcançada.
Se duas estratégias de cuidado são igualmente eficazes e efetivas, a mais eficiente é a de
menor custo.
A efetividade é a relação entre o benefício real oferecido pelo sistema de saúde ou
assistência e o resultado potencial, representado esquematicamente por uma fração, em que
os estudos epidemiológicos e clínicos oferecem as informações e resultados para obter a
resultante desta relação.Pode ser esquematizada como16:
Efetividade =
Melhoria gerada pelo sistema oferecido
Melhoria esperada pelo sistema “ideal”
Eficiência é a relação entre o benefício oferecido pelo sistema de saúde ou
assistência médica e seus custos econômicos, representados pela seguinte equação:
15
Eficiência =
Melhoria gerada pelo sistema oferecido
Custo econômico desse sistema
Outros autores, realizando uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização
dos serviços de saúde, empregaram o termo efetividade, inter-relacionando-o com o
acesso, custo e satisfação para medir a dimensão do desempenho dos sistemas de saúde e
justificaram o deslocamento do eixo de acesso para os resultados dos cuidados17. Numa
abordagem semelhante, a Organização Mundial da Saúde propôs para discussão um novo
indicador de avaliação do desempenho dos sistemas de saúde que denominou de “cobertura
efetiva”. Cobertura efetiva foi definida como a proporção da população que necessita de
determinado procedimento de saúde e que recebeu de forma efetiva este procedimento.
2.1 Método
Utilizei como método e técnica para levantamento e análise dos dados o software
do programa EPI INFO versão 3.2, acessado em www.cdc.gov/epiinfo Fevereiro de 2004
(Anexo 5). O EPI INFO é uma série de programas para uso de profissionais de saúde
pública na condução de investigação epidemiológica, manuseio de banco de dados para
vigilância de saúde pública e outras tarefas, é também uma base de dados não específicos e
aplicações estatísticas.
O EPI INFO é um Software de domínio público e disponível gratuitamente para
uso, cópia, tradução e distribuição, cuja divulgação é veiculada pelo Centers for Disease
Control and Prevention (CDC). Esse software favorece a coleta de dados através da
criação de questionários que, automaticamente, criam um database na pasta Make View”.
Uma análise documentada em 2003 indicou 1.000.000 de downloads do Epi Info de
180 países diferentes. O Manual/Programa para DOS já foi traduzido do inglês para outras
13 línguas.
Com o software Epi Info, criou-se um banco de dados para armazenamento e
análise dos dados retirados dos boletins de atendimento médico. Para entrada dos dados,
16
acionou-se a opção Make View, utilizada para criar ou editar questionários. Ao acionar-se
essa opção, escolhe-se um projeto, ou cria-se um novo, que passará á ser arquivo de banco
de dados, que guardará as tabelas, questionários e relatórios do projeto. Com o projeto
selecionado, estrutura-se uma “View”, que será um questionário com todos os campos de
dados armazenados nas tabelas do nosso banco de dados. Para se organizar o questionário,
tem-se a opção de inserir grupos dos campos de dados relacionados. A cada novo campo
inserido no questionário, deve-se formatá-lo de acordo com as informações requeridas, por
exemplo, texto, data, hora, sim/não, etc. O formulário para entrada dos dados está em
anexo neste trabalho.
Para análise dos dados, utilizamos o programa “Analysis”, que oferece uma análise
estatística dos dados, relatórios de produção e gráficos. Os Comandos do Analisys são
divididos pelos seguintes grupos: Data, Variables, Select/If, Statistics, Advanced Statistics,
Output, User-Defined Commands, User Interaction e Options. Apresentaremos os
comandos utilizados para análise dos dados neste trabalho.
No grupo de comando Data, utilizamos o comando READ que cria uma ou mais
visualizações do banco de dados. Esse comando também remove qualquer grupo de dados
previamente ativo e associa variáveis, comandos específicos do banco de dados como
RELATE, SORT ou SELECT. Esses comandos podem operar com diferentes tipos de
dados, requerendo diferentes especificações para cada tipo de dado. Como a base de dados
foi montada com o aplicativo ENTER que faz parte do pacote EPINFO, não foi necessário
nenhum ajuste.
FREQ
O comando FREQ produz tabelas dos registros especificados, indicando como os
registros apresentam cada valor da variável. As cláusulas de ajustes do comando SET
indicam um valor de ajuste, que é usado para a duração do comando estatístico. Os
registros podem ser incluídos ou excluídos usando comandos (statements) SELECT. Estes,
marcados como apagados no Enter, serão manuseados de acordo com os ajustes correntes
para “SET PROCESS”. São apresentados também os limites de confiança para a
distribuição binominal.
17
MEANS
Esse comando é usado para calcular estatísticas para uma variável contínua.
Quando usado com uma variável de tabulação cruzada, também calculam estatísticas,
mostrando likelihood, que identifica semelhanças entre os grupos. O means de variáveis
Sim/Não é a proporção de respostas respondidas como Sim.
O comando MEANS tem dois formatos. Se apenas uma variável é fornecida, o
programa produz uma tabela parecida com a fornecida pelo FREQUENCIES, mais o ajuste
Statistics Advanced. Com uma variável, o MEANS produz as seguintes estatísticas:
quantidade de amostra, somatório total, média, variança, desvio padrão, mínimo, mediana,
máximo e moda. Se duas variáveis são fornecidas, a primeira é uma variável numérica
contendo dados para serem analisados, e a segunda é uma variável que indica como os
agrupamentos (groups) serão distinguidos. A saída desse formato é uma tabela parecida
com a produzida pelo TABLES, mais o ajuste Statistics de variável numérica para cada
valor do grupo de variável. O MEANS produz os seguintes testes estatísticos: teste
Paramétrico, ANOVA (para duas ou mais amostras), teste t de Student (para duas
amostras), testes não paramétricos, um caminho de análise de variança Kruskal-Wallis
(para duas ou mais amostras) e teste U Mann-Whitney igual ao teste Wilcoxon Rank Sum.
Utilizei o Epi info na criação do banco de dados, levantamento e análise dos
indicadores utilizados pelos enfermeiros da emergência para identificar os pacientes com
risco iminente de vida e classificá-los de acordo com sua complexidade clínica. Procurarei
discutir o modelo do Gerenciamento de Caso na relação da prática desenvolvida pelos
enfermeiros, mostrar de que forma essa prática se constitui como uma tecnologia do
cuidado na saúde.
Para subsidiar todas as atividades do estudo, tomarei como base o que preconizam
as normas éticas de pesquisa com seres humanos contidas na (Resolução CNS 196/96) 18.
Deixamos, todavia, claro que, no que se refere às questões éticas, embora seja o
consentimento informado o item com maior destaque, a pesquisa não o utilizou, pois o
levantamento dos dados foi feito através de documentos empregados para o atendimento
dos pacientes, os boletins de atendimento.
Esclareço e ressalto que, sendo a prioridade na emergência salvar vidas, o
consentimento informado em muitas das emergências não é viável, uma vez que, quando
18
atuamos em situações de emergência, estamos correndo contra o tempo para que o paciente
saia de uma situação de emergência sem nenhuma ou mínima seqüela possível. Por
exemplo, nos casos mais graves de todos, a parada cárdio-respiratória, o indivíduo
necessita de atendimento imediato, pois o sistema nervoso central, depois de mais de
quatro minutos sem receber oxigênio, entra em processo de lesão tecidual, o qual leva a
lesões neurológicas irreversíveis.
O único consentimento informado utilizado em nossa unidade é o protocolo de
trombólise para pacientes vítimas de acidente vascular cerebral isquêmico, quando
preenchem os critérios de inclusão para o tratamento com trombolíticos no laboratório de
hemodinâmica por via venosa ou arterial, sendo facultado aos familiares assinarem o termo
de consentimento livre esclarecido.
No caso de nossa pesquisa, enviou-se ao Diretor do Hospital Charles Souleyman Al
Odeh o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 3) para a liberação da etapa do
acesso aos documentos e para posterior análise deles, garantindo-se o sigilo, a
confidencialidade e o anonimato dos relatos e dos procedimentos registrados nos boletins
pelos enfermeiros e outros profissionais, utilizando-se reta discrição para os resultados da
pesquisa. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética de pesquisa do Hospital Antônio
Pedro
As questões éticas que envolvem as atividades de assistência, ensino e pesquisa em
emergências e urgências poderão ser mais claramente observadas a partir dos princípios da
beneficência, do respeito às pessoas, e da justiça, como instrumentos e como guia na
respectiva pesquisa.
2.2 Cenário do estudo
O estudo ocorreu na unidade de emergência de um hospital geral, privado, de 179
leitos no município de Niterói, voltado para atendimento a pacientes de alta complexidade
(III e IV), o qual possui especialistas 24h de clínica médica, cardiológica, cirúrgica,
neurológica, ortopédica, pediátrica e obstétrica, com serviço de hemodinâmica, centro
cirúrgico, centro de terapia intensiva cardiológica, adulto, pediátrico e neonatal.
19
A delimitação do campo da pesquisa no hospital privado deve-se ao fato de a
pesquisadora desenvolver suas atividades profissionais nesta unidade.
2.3 Descrevendo o cenário
A unidade de emergência possui recepção própria, 2 consultórios de avaliação
primária, 19 leitos e 1 sala de grande emergência, também chamada de Unidade de
Derrame Cerebral, para recebimento de pacientes suspeitos de AVC (Acidente Vascular
Cerebral). Nessa unidade, funciona o projeto do protocolo de Stroke (AVC), segundo o
qual o enfermeiro tem suas atribuições descritas e fica responsável pela identificação,
priorização, direcionamento e início dos cuidados aos pacientes com casos suspeitos de
AVC na avaliação primária.
Em 1994, a unidade de emergência constava de 3 leitos com 2 médicos clínicos e 2
técnicos de enfermagem, a cada plantão 24h. Não existia enfermeiro plantonista, ficando
responsável por esse setor o enfermeiro supervisor da unidade de internação do 2o andar.
Nessa época, a emergência atendia cerca de 2000 pacientes/mês e contava com um centro
médico afastado da unidade, mas que dava suporte aos pacientes de maior demanda do
principal convênio a que atendíamos na época.
A unidade de emergência no contexto do ambiente hospitalar é um setor
multidisciplinar de especialistas peritos em tratar pacientes em estado grave, é uma das
áreas mais críticas e congestionadas do hospital19 .
.Em 1995, começamos a pensar em melhorar o atendimento da emergência, pois o
número de pacientes só aumentava e não contávamos com a unidade de saúde próxima e,
assim, inserimos um enfermeiro a cada 12 h de plantão, que atuava freqüentemente na
supervisão e diretamente na assistência aos doentes mais graves.
Isso gerou melhora significativa na assistência de enfermagem e agilização dos
atendimentos considerados de emergência, contudo, naquela época, observamos que os
enfermeiros poderiam atuar mais no atendimento aos pacientes de urgência/ emergência,
visto que eles sempre faziam a primeira abordagem dos pacientes.
20
Em meados de 1998, a coordenação médica da emergência e uma enfermeira foram
ao Hospital John Hospinks, na cidade de Nova York, com a indicação de observar como os
enfermeiros atuavam naquele serviço para trazer o modelo de atendimento da triagem
desenvolvido pelo hospital americano. De volta ao Brasil, implantaram o modelo que,
adaptado para a nossa realidade, foi chamado de Avaliação Primária e, a partir de outubro
de 1999, houve o aumento das equipes de saúde, sob inspiração desse modelo.
A triagem faz parte de um processo que compõe um fluxo de tratamento de
pacientes no atendimento de emergência e é definida como avaliação dos pacientes para
determinar a gravidade (acuidade) do seu quadro clínico e o encaminhamento aos
adequados cuidados20.
Em nossa unidade preferimos trabalhar com o termo avaliação primária, pois
devido ao excesso de demanda, muitas vezes os especialistas estão ocupados e assim, ao
direcionar os pacientes, o enfermeiro inicia algumas condutas prioritárias para sua queixa
principal no momento. No Brasil, observamos ainda que os serviços de triagem não são
realizados especificamente pelo enfermeiro, mas por qualquer profissional,
independentemente de ser da área da saúde.
Atualmente, o volume de atendimento total, incluindo todas as especialidades
médicas, é, em média, de 7.000 pacientes/mês, dos quais 3.500 somente de clínica médica,
que podem variar de acordo com os meses do ano e surtos epidêmicos. A unidade de
emergência é responsável por 300 internações/mês no hospital, sendo que 67% dessas
internações são pacientes de complexidade clínica III e IV (internação em unidade aberta,
quartos e enfermarias, e fechada, como terapia intensiva e centro cirúrgico).
A equipe de enfermagem trabalha em dois períodos de turno, numa escala de
plantão 12/36 h. No período de dia, conta-se com dois enfermeiros e quatro técnicos de
enfermagem, nesse período, conta-se ainda com uma enfermeira diarista, que exerce a
chefia do setor de emergência com carga horária de 40h semanais. No período da noite, são
dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem. Os enfermeiros ficam responsáveis pelo
atendimento de 58 pacientes a cada 12h, podendo variar com os dias da semana e plantão
(noturno ou diurno), podemos verificar, pelo sistema de informática utilizado na
emergência para registro de pacientes, que o movimento no horário noturno é em torno
40% menor.
21
A equipe médica de plantão trabalha em regime de plantão de 12 hs, com 24hs
semanais, sendo composta por dois pediatras, um ginecologista, dois clínicos, um
ortopedista, um cardiologista, um cirurgião e um neurologista, no período noturno
trabalha-se com menos um clínico.
Constitui-se a equipe de apoio de um servente de limpeza, um técnico de
laboratório, um secretário de clínicas para fechamento de faturamento e um técnico de
gesso para as imobilizações ortopédicas. Conta também à unidade com uma central de
maqueiros para transferências internas e com um Centro de Apoio à Família, localizada no
2o andar, composto por um psicólogo, uma recepcionista e um gerente do paciente, que
oferece apoio psicológico e atendimento aos familiares, funcionando como mediador entre
a equipe interdisciplinar das unidades de internação, terapia intensiva, centro cirúrgico e
emergência com os familiares.
No que concerne à medicina diagnóstica, o laboratório dentro do hospital dispõe de
um colhedor 24 h na área de tratamento da emergência para coleta de exames de sangue e
líquidos corporais.
O centro de diagnóstico por imagem fica localizado no primeiro andar do hospital
com acesso direto à emergência, e nele encontram-se a tomografia computadorizada, a
ressonância magnética, duas salas de radiologia, ultra-sonografia geral e obstétrica,
ecocardiograma, o teste de esforço e o laboratório de hemodinâmica nesses serviços, a
equipe é formada por médicos especialistas em radiologia, hemodinamicista,
ultrassonografista e ecocardiografista. Técnicos de radiologia e de enfermagem trabalham
24hs por dia, com um enfermeiro diarista, chefe de setor. Algumas especialidades como
hemodinamicista e ecocardiografista ficam em escala de sobreaviso durante o período
noturno.
A unidade de emergência conta também com especialidades médicas em escala de
sobreaviso 24h como, Neurocirurgia, Cirurgia Geral, Vascular, Cardíaca, Ortopédica, Buco
maxilo, Otorrino e Oftalmo.
22
2.4 Amostra do estudo
A amostra do estudo ocorrida nos primeiros dois meses do ano de 2005 (Janeiro e
Fevereiro), evidenciou a média aproximada de 7.000 atendimentos em clínica médica
(3500 em cada mês), foram considerados somente os atendimentos realizados pelos
enfermeiros na avaliação primária da unidade de emergência.
Nessa amostra selecionamos para levantamento dos dados 1 semana de atendimento
do mês de janeiro e 1 semana do mês de fevereiro, de domingo a domingo, o que totalizou
1187 boletins de emergência. Optei por esses meses por serem de férias, com festas
comemorativas com grande número de população em praias, piscinas, aumento dos
acidentes automobilísticos e aumento das doenças típicas do verão como dengue,
gastroenterites e desidratação. Para evitar registros repetidos durante o levantamento dos
dados, identifiquei os atendimentos pelo número de registro de entrada do paciente na
emergência contido no boletim de atendimento médico, isto facilitou o acesso e localização
dos boletins durante a análise para confirmação de algum dado pendente.
Utilizei para o cálculo estatístico da amostra o StatCalc.Exe no do Software Epi
Info (c:/Epi-Info / STATCALC.EXE), que considera para cálculo o tamanho da população,
a freqüência esperada de erro do fator de estudo e o pior resultado aceitável. (Anexo 5)
Ao analisarmos o Statcalc, observamos que, quanto menor a expectativa da
freqüência, maior é o tamanho da amostra. A população estudada foi de 7000 pacientes nos
dois meses escolhidos, como expectativa de freqüência, estimamos em 10% e
consideramos como pior resultado aceitável 5% de erro, com esse cálculo para atingirmos
99.99% de nível de confiança, precisamos de uma amostra de 506 boletins de atendimento.
Como optamos por trabalhar com 01 semana corrida de atendimento (domingo a
domingo) nos meses de janeiro e fevereiro, obtivemos 1.185 boletins de atendimento de
pacientes clínicos adultos, que passaram pela avaliação dos enfermeiros nesta época.
Selecionamos dos boletins os pacientes adultos que passaram pela avaliação
primária e que foram caracterizados como complexidade clínica I, II e III (cardiopatas,
neurológicos, hipertensos, diabéticos e politraumatizados).
Excluímos a complexidade clínica IV (hemodinamicamente instáveis), por
exigirem do enfermeiro e equipe de saúde maior acompanhamento no processo do cuidado
23
de enfermagem, além de terem acesso imediato não só à área de tratamento pela porta de
entrada exclusiva para acesso rápido como também à área de tratamento da emergência e à
sala de trauma. Os pacientes ortopédicos, ginecológicos e pediátricos também não foram
estudados, pois são atendidos diretamente pelo especialista, não passando pela avaliação
do enfermeiro.
2.5 Instrumento de coleta de dados
Utilizei como instrumento para coleta de dados o boletim de atendimento de
urgência (Anexo 3), que traz o nome, idade, sexo, registro na Unidade de Emergência
(UE), endereço, matrícula no convênio, especialidade médica, definida na chegada à
recepção da emergência, na qual a recepcionista faz o processo de triagem.
Ao enfermeiro compete colher através do boletim de atendimento os dados,
necessários para definirem a complexidade clínica do paciente de urgência e emergência,
identificando, priorizando, e agilizando o atendimento dos pacientes, configurando um
diagnóstico situacional no qual se produz uma condição da avaliação global real de
emergência, que, a partir disso, baseará as condutas terapêuticas e diagnósticas específicas
a serem implementadas.
O diagnóstico situacional se fundamenta nos indicadores do boletim de
atendimento, para a pesquisa interessar-nos-ão como critérios as seguintes variáveis:
checagem da queixa principal, início dos sintomas, fatores de risco para doenças
coronarianas, história patológica pregressa (HDA), história alérgica, medicamentos em uso
e sinais vitais.
Define-se, então, a escala de complexidade clínica, priorizando ou não o
atendimento pelo médico especialista de plantão. No boletim, selecionaram-se as
categorias que determinam a efetividade da avaliação primária do enfermeiro relacionada:
24
2.6 Categorias que determinarão a efetividade do trabalho do enfermeiro
Categoria 1 - fragmentação do cuidado: tempo de permanência na emergência
(hora de saída menos hora de entrada), tipos de complexidade, priorização do atendimento,
e monitorização do cuidado.
Nessa categoria, consideraremos que não haverá fragmentação do atendimento,
quando o paciente, após chegar à emergência, for atendido pelo enfermeiro em menos de
40 minutos e tiver definida sua complexidade clínica. Os pacientes de complexidade 1 não
devem permanecer na emergência mais de uma hora e devem ser encaminhados à rede
ambulatorial. Na maioria das vezes, esses pacientes são atendidos, orientados e
encaminhados à rede básica pelo próprio enfermeiro. Os pacientes de complexidade 2,
após serem atendidos pelo enfermeiro, devem ser direcionados para o atendimento médico,
que continuará o atendimento com as solicitações de exames (imagem e/ou laboratorial),
tratamento medicamentoso e liberação médica em menos de três horas, devendo ser
encaminhados à rede ambulatorial. Os pacientes de complexidade 3, após serem atendidos
pelo enfermeiro, devem ser direcionados para o atendimento médico, prioritariamente, já
com indicação ou não da monitorização do cuidado adequado. O médico continuará o
atendimento com as solicitações de exames (imagem e/ou laboratorial), tratamento
medicamentoso e liberação ou transferência em até seis horas.
Para levantarmos a fragmentação relacionada à categoria 1, criou-se a variável
“Fragmentação por Tempo”. Essa variável é verdadeira (houve fragmentação), quando o
paciente de complexidade 1 permanecer na emergência mais de 1 hora, de complexidade 2,
mais de 3 horas e de complexidade 3, mais de 6 horas. Para os pacientes de complexidade
1 e 2, dever-se-ia considerar que há fragmentação se o paciente não for encaminhado à
rede ambulatorial. Esta informação não foi utilizada, pois apenas os enfermeiros a
registram no BAM. Não há nenhum registro de encaminhamento à rede ambulatorial para
pacientes de complexidade 2, que têm seu atendimento concluído pelos médicos. Para o
paciente de complexidade 3, dever-se-ia considerar que há fragmentação, se não houver
priorização ou monitorização.
Para levantar-se a fragmentação do cuidado relacionado com o tempo de espera
para o atendimento, considera-se que houve fragmentação do cuidado na complexidade 1,
25
quando o Tempo de Permanência ultrapassou 1 hora, na complexidade 2, quando o tempo
ultrapassou 3 horas e para o tipo de Complexidade 3, os que ultrapassaram 6 horas.
Para verificar se a fragmentação sofria influência do tempo de espera para
atendimento do enfermeiro, foram montadas tabelas cruzando-se tempos de espera para
atendimento do enfermeiro menor e maior que 10 minutos x fragmentação do cuidado,
menor e maior que 20 minutos x fragmentação do cuidado, menor e maior que 30 minutos
X fragmentação do cuidado e o mesmo para tempo maior e menor que 40 minutos.
Categoria 2 - Tomada de decisão clínica em relação aos diagnósticos
sindrômicos: Verificação dos fatores de risco para doenças coronarianas, verificação dos
sinais vitais, verificação da queixa principal, verificação do início dos sintomas,
verificação da história de alergia, verificação HDA (história da doença atual). Parte 1 do
Boletim de Atendimento Médico em anexo.
Espera-se, durante a análise dessa categoria, que o enfermeiro, na avaliação
primária a partir da queixa principal relatada pelo paciente, em que indica o diagnóstico
sindrômico, tome uma decisão clínica e cheque 100% das variáveis relacionadas acima
para verificar-se a efetividade do seu atendimento. Essas variáveis são importantes para
identificar e definir os tipos de complexidade.
Categoria 3 - Monitorização do cuidado a partir do diagnóstico sindrômico e a
aplicação desse cuidado:
Nessa categoria espera-se, durante a análise, que o enfermeiro monitorize o cuidado
dos pacientes que tiveram o atendimento priorizado na avaliação primária e inicie algumas
ações se necessárias para continuidade do atendimento do paciente na emergência. Como
exemplo, em um paciente diabético, verificar glicemia capilar, em outro com dor torácica
solicitar ECG etc... Espera-se que, principalmente no paciente de complexidade 3 (de
Urgência/Emergência os instáveis), os enfermeiros tomem essas decisões para verificar-se
a efetividade do seu atendimento na avaliação primária. Exemplos: Diabetes=>Glicemia
Capilar; H.Familiar/Hipertensão=>Verificação de Pressão Arterial/(ECG ou Monitorização
Cardíaca); Coronariopatia Prévia=>ECG/Monitorização Cardíaca/Oxigenioterapia;
Obesidade/Tabagismo/Dislipidemia/Sedentarismo=>ECG ou Monitorização Cardíaca.
26
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Descrevendo Urgência e Emergência
A assistência em situações de emergência e urgência se caracteriza pela
necessidade de um paciente ser atendido em um curtíssimo espaço de tempo4, mas o que
observamos é que, hoje, esse conceito não está claro para a maioria da população que
procura os serviços de emergência, por acreditarem que seu problema de saúde vai ser
resolvido independente do tempo de espera e que emergência é o que ele está sentindo
naquele momento. A unidade de emergência é um setor considerado como uma das áreas
mais críticas dentro do ambiente hospitalar, onde situações inesperadas ocorrem, por terem
como característica uma porta de entrada aberta vinte quatro horas, além de a assistência
não ser agendada. Outra característica dessa unidade é um setor multidisciplinar de
especialistas com perícia para tratar pacientes em estado grave19.
Essa unidade difere-se das outras do ambiente hospitalar por ter especificidade nos
cuidados aos pacientes graves que chegam hemodinamicamente instáveis, sem diagnóstico
fechado, isso faz que a assistência prestada a esse paciente se constitua dentro das
possibilidades do paciente e da equipe o mais rápido possível, de forma que o tratamento
seja rápido, objetivo e eficiente, e voltado para a queixa principal e ou situação que
envolve o paciente21.
As unidades de emergência, por possuírem essas características, fazem que os
profissionais envolvidos com esses atendimentos, estabeleçam diversas combinações de
procedimentos e restrições gerando diferentes modelos de serviços, que vão impactar o
fluxo, tratamento e agilização dos atendimentos.
“O processo de focalização da teoria das restrições é uma metodologia para auxiliar
na identificação, gerenciamento de restrições, que permite atuar nos pontos mais críticos
do sistema e melhorar os processos de atendimento” 20-2
27
Em nosso serviço como estratégia de melhorar o processo de atendimento na
emergência, utilizamos o modelo de protocolos de atendimento e a avaliação primária
realizada por enfermeiros, cujo objetivo principal é retirar da fila de espera os pacientes de
urgência e emergência o mais rápido possível, priorizando e iniciando condutas necessárias
para agilizar o atendimento pelo especialista de plantão e estabilização do quadro clínico.
Alguns autores descreveram, como forma de melhorar o cuidado, no que tange ao custo
eficácia, o modelo de gerenciamento, a utilização do instrumento do percurso clínico, que é
definido como um plano de cuidado organizado por todos os profissionais envolvidos no
atendimento dos pacientes e que tem como finalidade22:
- promover a qualidade do cuidado e melhorar os resultados clínicos;
- padronizar aspectos importantes dos cuidados;
- reduzir os retardos desnecessários nos cuidados;
- reduzir os custos.
Os mesmos autores relatam que os percursos clínicos fazem parte do processo de
Gerenciamento de Caso e podem ser utilizados em diversos setores e cobrem vários
diagnósticos e condições. São freqüentemente desenvolvidos por organizações individuais
e, embora variem de uma instituição para outra, apresentam aspectos importantes em
comum, tais como:
- População de pacientes, com especificação nítida do paciente com inclusão no
percurso. Nesse caso, o percurso cobre grupos de pacientes em que o tratamento e a
recuperação são previsíveis;
- Estruturas de tempo: todos os percursos são divididos em estruturas de tempos
úteis. A estrutura de tempo identificada pode ser de minutos, horas, dias, semanas ou fases.
Como exemplo, nas condições que exigem tratamento de emergência como, infarto agudo
do miocárdio, traumatismo crânio encefálico, acidente vascular cerebral, poder-se-ia
dividir esses percursos em intervalos de minutos, enquanto as condições que exigem
cuidado crônico, podem ser divididas em semanas, meses.
Outra ferramenta que gostaríamos de disponibilizar para o entendimento do
funcionamento da emergência e para o caminho que os pacientes de complexidade I, II e
III percorrem durante a entrada na emergência é o fluxograma, que demonstra, através de
símbolos, o processo de trabalho da unidade de emergência, buscando, em suma,
28
discriminar cada uma das etapas e ações, tornando público para os diversos agentes os
jogos instituintes e instituídos, que contém a dinâmica organizacional da emergência
(Anexo 7).
Fluxograma é a representação gráfica dos passos principais de uma rotina ou de um
processo. Ele auxilia fundamentalmente a:
h Compreender a dinâmica do processo por completo;
h Acompanhar o fluxo de ações e informações;
hVisualizar a precedência e seqüência das ações;
hExplicitar os pontos em que é necessária a tomada de decisão;
hIdentificar os estágios críticos;
hLocalizar áreas de problemas;
hMostrar as relações entre diferentes atividades do processo;
hDocumentar o processo;
hDefinir os pontos de medição;
hIdentificar as atividades que não agregam valor;
hIdentificar oportunidades de melhoria.
Também desenvolvem nas unidades de emergência para agilização dos
atendimentos os processos médicos em atendimentos de emergência. A estrutura
operacional básica em que esses processos são desenvolvidos e o tipo de paciente que se
utiliza desses serviços oferecem a oportunidade de descrição do processo que vivenciamos
hoje em nossa unidade de emergência20.
Os processos que compõem o fluxo de tratamento de pacientes no atendimento
utilizados hoje por diferentes serviços de emergência são:
hTriagem: avaliação dos pacientes para determinar a gravidade (acuidade) do seu
quadro clínico e o encaminhamento aos adequados cuidados.
hDiagnóstico: identificação e caracterização do problema do paciente. A equipe
médica utiliza exames de imagem, laboratório ou deixa em observação para obter
diagnóstico.
29
hTratamento; é a assistência à saúde prestada ao paciente, com a finalidade de
reabilitação e cura.
Esse processo é utilizado em nossa unidade de emergência com características
diferentes, visto que não utilizamos o conceito de triagem, pois os enfermeiros iniciam
condutas necessárias para dar início ao tratamento e utilizamos para diagnóstico dos
pacientes o termo diagnóstico sindrômico, que se caracteriza pela queixa principal e
sintomas relatados aos enfermeiros durante a avaliação primária.
Para uma unidade de emergência funcionar, faz-se necessário um conjunto de
fatores como projeto adequado de instalações de emergência, equipe multiprofissional e
equipe administrativa20.
Este autor também considera que a equipe de enfermagem representa um recurso
importante, devendo ter sua competência profissional aprimorada com educação
continuada e treinamentos constantes para executarem com eficiência a assistência aos
pacientes de emergência. Já a equipe administrativa é responsável pela operação cotidiana
da unidade, manutenção dos registros e execução de procedimentos das rotinas de
atendimento.
Em nossa UE contamos com esta equipe com a mesma finalidade e também para
agilização e autorização junto às operadoras de saúde dos procedimentos e exames
específicos de emergência que, porventura, nossos pacientes venham a realizar. Por se
tratar de uma instituição privada de saúde, alguns exames, que não são pré-autorizados
pelas operadoras de saúde, necessitam de autorização prévia, antes da realização.
Como a meta dos serviços de emergência é a avaliação rápida do paciente, sua
estabilização e pronta admissão ao hospital e por já conhecermos que hoje a localização
desse paciente na sala de espera de uma emergência torna-se cada vez mais difícil pelo
excesso de demanda, faz-se necessária a identificação desses pacientes de imediato, por um
profissional de saúde no ato de sua entrada na sala de espera da unidade de emergência2.
Para os casos de urgência de baixa complexidade, a orientação, como medida para
atender esta demanda, compreende o procedimento de triagem, o atendimento social ao
paciente e/ou família, higienização e realização dos procedimentos de enfermagem,
atendimento aos pacientes de urgência, prestação de diagnóstico e terapia, mantendo em
observação os pacientes que a necessitem por um período de até 24h. Essas medidas
30
podem ser aplicadas à demanda dos pacientes de baixa e média complexidade3. Esses
pacientes são classificados como2:
hPacientes de urgência, aqueles em que não há risco de vida, porém, apresenta um
quadro crítico devendo ser atendidos rapidamente;
hPacientes de emergência, aqueles em que há risco de vida;
hPacientes ambulatoriais, possuem problemas crônicos, podendo aguardar
atendimentos sem maiores riscos imediatos a saúde.
Os enfermeiros de emergência, por serem vistos como profissionais com
conhecimento clínico, habilidade para oferecer cuidado holístico e forte advocacia em
favor dos pacientes12, uma vez que conhecem os serviços de outros profissionais, podem
ajudar a identificar esses pacientes, atuando na priorização, agilização e iniciação do
processo clínico de cuidar.
O serviço de Emergência é um complexo cenário, onde devem estar congregados
profissionais suficientemente preparados para oferecerem atendimento imediato e de
elevado padrão ao paciente que dela necessitar. No Brasil, podemos dizer que ainda é
restrito o número de enfermeiros que atuam nesta área23.
Outra característica que observamos ser importante em um enfermeiro de
emergência é a capacidade de liderança, pois, muitas vezes, nesse profissional, além de
raciocínio rápido, facilidade de adaptação e agilidade a cada situação, é imprescindível que
se desenvolvam habilidades articuladas com, equipe médica e de enfermagem para que
possa atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica.
“O primeiro passo para o enfermeiro efetivamente exercer uma liderança eficaz
consiste na busca de estratégias que possibilitem este profissional conhecer a si mesmo e
para a eficácia do processo de liderar o enfermeiro necessita conhecer as necessidades e
expectativas pessoais e profissionais dos membros da equipe de enfermagem”7:3
Compreendemos que, para os enfermeiros de emergência desenvolverem essa
capacidade de liderança, faz-se necessário um investimento nos órgãos formadores e nas
instituições de saúde, durante essa formação do enfermeiro-líder. Esta transformação é
crucial para tornar o enfermeiro um agente de mudanças com propósitos de fornecer
estratégias que possibilitam a melhoria da organização, da equipe de enfermagem e,
principalmente, da assistência prestada ao paciente/familiar.
31
Em síntese, o enfermeiro necessita compreender o processo de liderar e desenvolver
habilidades necessárias dentre elas, a comunicação, o relacionamento interpessoal, tomada
de decisão e competência clínica, bem como aplicá-la na sua prática profissional7.
3.2 Gerenciamento de caso como estratégia de trabalho para o enfermeiro de
emergência
O movimento do GC iniciou-se nos anos 40, com as práticas individuais como
pagamento por procedimentos, seguidas, na década de 60, pelo atendimento pago
antecipadamente e independente do número de procedimentos efetivamente executados.
Essa tendência fortaleceu-se nos anos 70, com as medicinas de grupo, especialmente com
as organizações de Manutenção da Saúde (HMO), e se consolidou nos anos 90, nos
Estados Unidos, com o crescimento das entidades de cuidado gerencial, que determinaram
os parâmetros de atenção, normas e tratamentos e as necessidades a serem solucionadas,
racionalizando o serviço e a utilização dos prestadores de serviços disponíveis.
A área de atuação do gerente de caso na prática surgida nos anos 70 pelas
companhias privadas de seguro tinha como objetivo desenvolver uma estratégia para
controlar o custo dos cuidados às doenças graves, os acidentes catastróficos, garantindo a
qualidade do serviço sem desperdício das reivindicações excessivamente caras24.
Muitos dos GC nessa época trabalhavam na prática privada, corporações,
companhias de seguros, organizações de gerenciamento do cuidado, hospitais, entidades de
reabilitação e vocacionais, em adição a locais de prática pública e comunitária, como
clínicas de saúde mental, materno infantil ou centros de enfermagem, dentre outros25.
Na metade dos anos 80, os hospitais começaram a enfrentar uma restrição
financeira devido às mudanças de reembolso dos seus serviços pelas operadoras de saúde e
começaram a buscar alternativas para prestação do cuidado, ao mesmo tempo em que eram
forçados a manter o resultado da sua assistência satisfatório para os pacientes em um
período de tempo controlado e com menores recursos. Nesse meio tempo, os gerentes de
caso interno começaram a emergir, mantendo-se até hoje como um componente de todos
os sistemas de prestação do cuidado de saúde.
32
O gerente de caso pode recomendar serviços, tratamentos ou procedimentos e
pode indicar as terapias e intervenções para outras especialidades. É considerado um
especialista com uma prática avançada. Espera-se que faça previsão dos passos críticos
para o cuidado, análise do processo do cuidado para identificar variações, que conduza
outro profissional de saúde por meio do processo, e que use todos os recursos disponíveis
para atender o interesse dos pacientes, demonstrando-lhes os resultados, tanto na
efetividade do custo quanto na qualidade da assistência prestada25.
O Gerenciamento de Caso teve origem na atenção gerenciada que opera no centro
da ação médica, microcontrolando os atos de saúde11. São estratégias, inclusive algumas de
saúde coletiva, que se concentram sobre tecnologias leves e duras. De modo geral, a
atenção gerenciada opera no campo das tensões, estabelecendo novos trânsitos para os atos
em saúde, já o Gerenciamento de Caso estabelece ligações entre os pacientes e prestadores
de serviços, tentando obter um atendimento mais apropriado e com custo efetivo para o
paciente. O cuidado gerenciado é guiado pelo sistema e o Gerenciamento de Caso é guiado
pelas pessoas e negocia o sistema de cuidado gerenciado de uma maneira que, idealmente,
beneficie a todos. Seu papel é o cuidado holístico e humano do paciente e seus familiares.
Mas, tanto o Gerenciamento de Caso quanto a atenção gerenciada têm objetivos comuns,
pois trabalham a qualidade e eficiência do custo no cuidado.
Os sistemas de Gerenciamento de Caso trabalham com metas (avaliação e
mensuração dos resultados), compartilhando-as com os locais e provedores da prática, mas
o objetivo principal é a coordenação do cuidado e serviços para pacientes e familiares que
requerem de intervenção12. Dentro das metas estão incluídas: as qualidades do cuidado,
onde os serviços devem ter um alvo bem definido; e o tempo de permanência, incluindo a
redução do cuidado institucional, que é o marco do Gerenciamento de Caso, pois é o
aspecto maior dessa estratégia de cuidado; o controle de custo; a utilização dos recursos,
que está relacionada com os protocolos de atendimentos, tomada de decisão baseada nos
dados, são diretrizes que reduzem e controlam a utilização dos serviços via sistema de
Gerenciamento de Caso. Por último, o controle de custo como meta desse modelo de
gestão do cuidado diminui os desperdícios, assegurando a eficácia dos resultados do
cuidado.
Para se alcançarem os objetivos do Gerenciamento de Caso, são necessários os
seguintes elementos ou condições: a) avaliação acurada das necessidades dos clientes; b)
33
habilidade de encaminhar os clientes até os recursos apropriados, segundo suas
necessidades; c) poder para assegurar que serviços apropriados e necessários estão sendo
prestados no momento; d) capacidade de ver quais são os serviços que estão sendo
utilizados12.
O conceito de Gerenciamento de Caso, proveniente também do termo de
qualidade do cuidado, foi criado a princípio como uma estratégia inovadora que facilitaria
a oferta de cuidados de saúde oferecidos à população contemplando a qualidade sem deixar
de lado o custo dos serviços de saúde. Existe ainda pouco consenso sobre essa prática de
serviço, o que tem causado um obstáculo para os avanços das pesquisas sobre o tema26.
A busca de uma estratégia de cuidados de saúde que implementasse um cuidado
mais próximo, sistematizado, com pessoas qualificadas para o manejo de situações em
diferentes cenários, (hospitalar ou na comunidade) tem sido o desafio frente aos cuidados
de saúde em todo o mundo. O Gerenciamento de Caso surgiu como um modelo de gestão e
saúde para facilitar este caminho sem deixar de lado a relação custo/benefício/qualidade do
cuidado em diferentes locais de assistência27.
Atualmente, o Gerenciamento de Caso expandiu-se de forma a gerenciar toda a
atenção mediante a continuidade dos serviços, incluindo a supervisão dos pacientes em
diferentes pontos de cuidados, como hospitais, ambulatórios especializados, centro de
enfermagem, atenção domiciliar. Constitui, portanto, um sistema de integração vertical e
horizontal de difícil implementação, segundo alguns autores, pela necessidade de um
sistema potente de informação e comunicação intedisciplinar24.
A comissão para Certificação de Gerentes de Caso em junho de 2004 definiu 07
atividades essenciais para um gerente de caso desenvolver suas atividades dentro de
condições para o planejamento do cuidado em saúde flexibilizando a abrangência e a
utilização deste modelo assistencial. As sete atividades identificadas descrevem
sobremaneira as etapas que garantem o Gerenciamento de Caso, um seguro modelo de
gestão aplicado na prática:20
a) pontuaçãopontuaçãopontuaçãopontuação,,,, que se refere à avaliação das necessidades do paciente visto como um
todo; b) planejamentoplanejamentoplanejamentoplanejamento , que permite a elaboração de um plano de cuidado centrado
no paciente e seus familiares, sob a ótica da lesão ou condição atual até o completo
tratamento e recuperação do paciente; c) implantaçãoimplantaçãoimplantaçãoimplantação,,,, quando o gerente assegura
34
que o plano está sendo seguido por todos os provedores de saúde, envolvendo a
comunicação aberta com todos os provedores, compartilhando o tratamento, diminuindo-se
o potencial de dano e, conseqüentemente, o erro; d) coordenaçãocoordenaçãocoordenaçãocoordenação,,,, viabilizam-se as
atividades de facilitação do cuidado, incluindo-se vários cenários de cuidado, ou seja,
mudar o paciente de um cenário mais complexo de cuidado a outro menos, necessitando de
organização e responsabilidade, nesse processo é importante à informação sobre o cuidado
para se reduzirem os erros; e)monitorizaçãomonitorizaçãomonitorizaçãomonitorização , se dá quando o cuidado dispensado
por todo o processo se ajusta com o plano de tratamento, isso é verificado com as
variações, tempo de atraso, equipamentos quebrados, o gerente identifica as causas e,
imediatamente, toma as medidas corretivas; f) avaliaçãoavaliaçãoavaliaçãoavaliação,,,, o gerente examina o plano
como um todo para determinar sua adequação, relevância aos interesses no paciente e
família, envolvendo nessa etapa os resultados desejados e objetivos do tratamento, se não
há progressão de acordo com as expectativas, o gerente toma as ações necessárias,
importantes nessa etapa, baseia-se na formulação e preparação de relatórios para
implantação de mudanças nos processos de prestação de cuidados; e, por último, g)
resulresulresulresultadostadostadostados, sobre os quais os gerentes apontam os aspectos de sucesso no plano ao
atingir os benefícios esperados e também identificam as atividades malsucedidas, evitando
que erros possam ser repetidos. Essa etapa permite ao gerente agregar os resultados aos
tipos específicos de paciente e conduzir análises que informam a prática. Além de
favorecer a monitorização da atuação do sistema de saúde e identificar oportunidades de
melhora que, no final, ampliam o cuidado de futuros pacientes.
O Gerenciamento de Caso é uma das tecnologias para a microgestão das
atividades clínicas na perspectiva dos sistemas integrados de saúde. O quase
desconhecimento e a não utilização dessas tecnologias de gestão da clínica, algumas vezes
denominada de integração da clínica no Brasil, fazem que os sistemas, aqui conhecidos
como referência e contra-referência, não possam funcionar, apesar de serem enunciados
freqüentemente. 11
O GC passou a ser uma questão importante na enfermagem contemporânea, no
entanto a literatura apresenta uma variedade de interpretações no entendimento sobre o
termo, essa ausência de clareza no entendimento do conceito tem dificultado a
implementação dessa estratégia de atenção em saúde, na prática da enfermagem e no
avanço das pesquisas. “O Gerenciamento de Caso é um processo que se estende para a
35
comunidade e requer que o cuidado dispensado aos pacientes os ajude a derrubar barreiras
e a modificar serviços descoordenados” 28:18.
No início de 1960, o Gerenciamento de Caso foi utilizado para caracterizar
programas destinados a superar barreiras em serviços fragmentados tal como o
direcionamento dos problemas de contenção de custos em serviços de cuidados a longo
prazo27.
O Gerenciamento de Caso é definido como um modelo que promove
engajamento, transição integrada e assegura a continuidade do cuidado, uma vez que
possibilita que os pacientes permaneçam na comunidade e se responsabilizem pelo seu
cuidado. A questão que os teóricos vem discutindo é a dificuldade em utilizar essa
estratégia de trabalho devido à falta de compreensão do conceito26.
O gerente de caso “é aquele que é capaz de identificar o caso, evoluí-lo,
identificar os problemas, planejar e monitorar o cuidado, acompanhando os resultados dos
serviços oferecidos e reorganizando a atenção se necessário” 29:89.
O Gerenciamento de Caso é um processo cooperativo que diagnostica, planeja,
implementa, coordena, monitora e avalia opções e serviços, de acordo com as necessidades
de saúde de uma pessoa, por meio de recursos disponíveis e de comunicação para
promover resultados custo/efetivos e de qualidade24.
O Gerenciamento de Caso tem sido, de maneira geral, definido como um sistema
multidisciplinar para a avaliação de saúde, planejamento, obtenção de recursos e serviços e
monitorização para alcançar múltiplas necessidades dos pacientes. Alguns pesquisadores
definem o Gerenciamento de Caso como um conjunto de passos lógicos e um processo de
interação com rede de serviços que assegura aos pacientes serviços necessários, de uma
maneira eficiente, com apoio e uma boa relação custo/benefício. A complexidade do
conceito de Gerenciamento de Caso pode ser aumentada, quando aplicada a um sistema,
uma postura, uma tecnologia ou um serviço12. Na realidade, a terminologia usada para
descrever Gerenciamento de Caso vai depender do local da prática.
Segundo a American Nurses Association, in Reinaldo27, O Gerenciamento de Caso
é definido como um sistema de gerenciamento e financiamento destinado à atenção de
saúde para assegurar que os serviços providenciem o planejamento e a manutenção dos
cuidados necessários para a população que utiliza o sistema público de saúde. É um
36
processo que inclui vários papéis e responsabilidades e alcança uma assistência que precisa
ser identificada, planejada e implementada sem, contudo, massificar o cuidado,
monitorando suas ações de acordo com a evolução da aprendizagem do paciente, e/ou
criticando e revendo posturas e serviços, sempre que necessário.
Quando utilizamos o Gerenciamento de Caso podemos otimizar o autocuidado,
diminuir a fragmentação do cuidado, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuir o
tempo de hospitalização, aumentando com isso a satisfação do paciente e dos profissionais
comprometidos em promover o uso de recursos mais escassos de forma mais efetiva29. Para
atuarmos com a prática do Gerenciamento de Caso é necessário conhecermos o valor dos
dados de entrada dos pacientes, suas metas desejadas e o encaminhamento aos cuidados de
saúde necessários31.
O Gerenciamento de Caso pode ser usado no cuidado agudo ou crônico,
reabilitação, instituições de sub-agudos, programas comunitários, cuidado domiciliar. O
Gerenciamento de Caso, além de melhorar o cuidado dos pacientes agudos, também
melhora o cuidado do paciente em setores específicos, como no trauma, e assinalam que o
“Gerenciamento de Caso melhora taxa de detecção de injúria, coordena com eficiência o
cuidado de saúde permitido e aumenta dramaticamente a efetividade do cuidado do
paciente”31.
A responsabilidade do gerente de caso vai depender do modelo adotado pela
instituição, ele pode atuar dentro de um plano coordenado de cuidado e serviços em que
todos são beneficiados, paciente, família, prestador de saúde, pois o gerente de caso
trabalha dentro de um sistema eficiente integrado de saúde. Como advogado do paciente, o
gerente de caso assume o papel de um membro da família que decide pelo paciente as
visitas, preferências e os tratamentos. Ele também pode atuar dentro de um sistema de
seleção e triagem dos casos, identificando aquele paciente que mais se beneficiará com o
modelo de gerenciamento, avaliando e reavaliando os casos, realizando permanentemente
evoluções do estado físico. Oferece informações para que os pacientes e familiares possam
conhecer os recursos e tratamentos disponíveis para satisfazerem suas necessidades. O
gerente de caso pode atuar no planejamento da alta, fazendo parte de uma equipe de saúde
evoluindo os recursos médicos, financeiros, psicossociais de cada caso. Para facilitar os
diversos níveis de cuidado, deve estar atento para perceber se o paciente está pronto para
estes níveis e negociar com os médicos esses cuidados.
37
O gerente de caso pode atuar após a alta, esporadicamente, como, por exemplo, em
um caso agudo de doença, de forma permanente em todas as fases da doença, de forma
intermitente, quando necessário. A principal função do gerente de caso, é negociar e
procurar recursos e serviços, atuando como uma pessoa que soluciona problemas.
Normalmente, a persistência e a criatividade do gerente de caso produzem serviços
suficientes para uma transição entre os diferentes níveis de atenção, oferecendo apoio
médico, informando a qualquer momento as condições e valores críticos dos pacientes
sobre seu progresso29.
O modelo de Gerenciamento de Caso pode também contribuir para a mudança da
cultura de erros médicos, para conscientização sobre a segurança do paciente visto que os
enfermeiros identificam na avaliação primária uma anamnese inicial através do boletim de
atendimento, as categorias já mencionadas. Na possibilidade de atuarmos como gerentes de
caso na emergência, visamos também à segurança do nosso paciente por favorecer uma
assistência planejada e guiada, criando uma cultura de apoio do paciente no cuidado de
saúde32.
Na emergência, o Gerenciamento de Caso pode ser usado também para melhorar a
qualidade do serviço que os enfermeiros prestam, para trabalhar o cuidado com relação
custo/efetivo. “A discussão sobre a melhora da satisfação de ambos (pacientes e staffs)
demonstra que o resultado da estratégia de Gerenciamento de Caso é suportado e
recomendado para a qualidade do atendimento, cuidado de custo/efetivo, cruzando com o
cuidado de saúde contínuo” 33:243.
“Estratégias de aprendizagem e planejamento da diminuição e iniciação através
dos programas gerenciados, o sucesso vai depender dos gerentes de cuidado, lideres de
enfermagem e tecnologia da informação” 34:244.
Nos modelos tradicionais de atendimento em outros departamentos de emergência,
observamos que o tempo de espera para o atendimento dos pacientes ainda é muito elevado
e que eles permanecem muito tempo dentro do departamento de emergência. “Os pacientes
atendidos no modelo de Gerenciamento de Caso são melhores informados sobre sua
condição de saúde, saem mais satisfeitos e menos preocupados e os enfermeiros são os
profissionais com melhor preparo para desempenhar a função de educador” 35:101. Bristow e
Herrick assinalam: “Gerenciamento de Caso formado por assistente social e um enfermeiro
pode prevenir admissões inapropriadas, decréscimo de custo, aumento da satisfação do
38
paciente, diminui a utilização de pacientes com casos não urgentes no departamento de
emergência”33:102.
Em nossa experiência, observamos que o modelo de avaliação primária contribui
para diminuição do tempo de espera dos nossos pacientes. Prevenimos admissões
desnecessárias, sempre que somos comunicados pela nossa recepção antes da identificação
do cliente para o atendimento, e aumentamos a satisfação dos nossos pacientes, que antes
não conheciam a figura do enfermeiro e questionavam o nosso atendimento, além de
orientarmos o paciente a respeito da gravidade ou não do motivo de sua ida ao serviço
naquele momento. Ainda não conseguimos trabalhar o retorno desnecessário deles ao
serviço de emergência e, por isso, buscamos uma aproximação da estratégia do modelo de
Gerenciamento de Caso nos pacientes de complexidade 1 e 2 dentro do nosso serviço. “O
Gerenciamento de Caso é uma prática efetiva na solução dos casos e espera-se provar em
trabalhos futuros que traz melhores resultados para todos os envolvidos no sistema de
saúde”36:36.
3.3 Políticas de saúde para emergência
Por vários anos, a saúde no Brasil vem sofrendo modificações. Em 1988, como
marco da redemocratização do país, foi aprovada a nova Constituição Federal. Uma das
suas determinações era o estabelecimento de bases para a edição da Lei 8080/90, que
instituía o Sistema Único de Saúde (SUS). A lei foi chamada como “Lei Orgânica da
Saúde”, tendo sido posteriormente complementada pela Lei 8142/90.
O sistema de saúde hoje vigente, Sistema Único de Saúde (SUS), foi baseado
nessa legislação e tem sido implementado a partir de normas operacionais e portarias
ministeriais direcionadas a cada esfera de governo, os recursos para o setor saúde são
delegados aos gestores federais, estaduais, municipais e aos respectivos conselhos de
saúde, garantindo-se a autonomia para aplicação de normas técnicas, medidas e estratégias
que visem à implantação e implementação das suas diretrizes de universalidade, igualdade
de acesso e da integralidade da assistência11.
A atenção às urgências não teve espaço no cenário das discussões, continuou-se a
investir na prevenção e na prática da assistência. Os municípios de pequeno porte passaram
a se preocupar como seus cidadãos iriam se locomover até os municípios maiores em busca
39
dos hospitais de referência. Poucos municípios investiram na saúde no âmbito local.
Assim, cuidavam, quase que exclusivamente, da atenção básica, buscando ações de
atenção secundária ou terciária em outros municípios de grande porte. Tais práticas
resultaram na sobrecarga desses centros, conforme observado até hoje37.
Uma das premissas também do SUS era preconizar a revisão do modelo de
formação dos profissionais de saúde, as práticas curriculares dos alunos de medicina
permaneceram centradas nos hospitais universitários, ou seja, pouco investimento foi feito
na área externa dos hospitais em ações comunitárias e preventivas junto com os residentes.
A população continuou buscando assistência, sem orientação, junto aos hospitais, pronto
atendimentos, à custa das enormes filas nas salas de urgência.
Assim, ainda é a realidade da maioria dos grandes centros urbanos, onde, segundo
os usuários, o acesso aos recursos do SUS é difícil, as filas de espera para consultas,
exames e cirurgias são longas e faltam vagas para internação, bem como pessoal
capacitado11.
Em função dos baixos investimentos em saúde e conseqüente queda da qualidade
dos serviços, ocorreu progressiva migração dos setores médios para os planos e seguros
privados38.
A partir das legislações encontradas no Ministério da Saúde, observamos que a
superlotação das unidades de emergência levou os governantes a iniciar um projeto de
reforma nessa área, para reverter esse quadro, atuando em parceria com as secretarias de
saúde dos estados e municípios.
O Ministério da Saúde8, através da portaria G M n. 2.048, discute a implantação
de redes regionalizadas e hierarquizadas de atendimento, que, além de permitirem melhor
organização da assistência, articularem os serviços, e definirem fluxos e referências, são
indispensáveis para que se promovam a universalidade e a integralidade na atenção
prestada. Torna-se importante, porém o envolvimento de toda a rede assistencial, da rede
básica, dos Programas de Saúde da Família (PSF), dos ambulatórios especializados, dos
serviços de diagnóstico e dos serviços de atendimento pré-hospitalar implantados, como os
SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Outra ferramenta desenvolvida a partir do princípio da regionalização das ações e
serviços de saúde é a NOAS (Norma Operacional de Assistência a Saúde) do Ministério da
40
Saúde8, que objetiva a organização do sistema, com perspectiva de melhorar sua eficiência,
sua eficácia, e, principalmente, ampliar as possibilidades de assistência à saúde. Com o
sistema da rede básica organizado, atuando integrado com o nível terciário, as chances de
os pacientes de urgência e emergência saírem dos seus processos agudos da doença com
melhor qualidade de vida aumentam.
Atualmente, o sistema de saúde dos estados dispõe de uma importante fonte de
recursos: o REFORSUS, instituído pelo Ministério da Saúde, com a finalidade ode
investimento e de reforço à reorganização do sistema único de saúde para investimentos na
rede hospitalar e ambulatorial. Tais investimentos estão basicamente concentrados nas
unidades de urgência e emergência dos hospitais filantrópicos e públicos, nas quais há
maior número de pacientes com risco de vida. Esses recursos são destinados à recuperação
da rede física de saúde do país, que presta serviços ao SUS, mediante a compra de
equipamentos médicos hospitalares e unidades móveis, execução de obras de reforma,
ampliação e conclusão de estabelecimentos de saúde e projetos para melhoria da gestão do
sistema de saúde nacional.
A expansão da Saúde Suplementar nas últimas décadas foi significativa,
estimando-se, segundo os dados da PNAD/98, em 38,7 milhões o número de brasileiros
cobertos por pelo menos um plano de saúde, o que corresponde a 24,5% da população do
País (IBGE, 2000)11. Esses números expressam as profundas alterações que a prestação dos
serviços de saúde vem sofrendo, colocando na agenda governamental a necessidade do
estabelecimento de um ordenamento jurídico legal para o setor, que incorpore a
regulamentação desse mercado privado e a definição das suas responsabilidades.
Essa regulamentação iniciou-se em 1998, mediante a lei 9.656/98, e aprofundou-
se com a lei 9.661/00, que criou a Agência Nacional de Saúde Suplementar, mas ainda
existe um grande percurso para sua consolidação.
Com relação aos Planos de Saúde, a Agência Nacional de Saúde Complementar
determina que é obrigatório o atendimento nos casos de urgência e emergência a partir das
24 horas da vigência do contrato pelos planos de saúde. Mesmos nos planos de cobertura
exclusivamente ambulatorial, é assegurada assistência de pelo menos 12 (doze) horas, caso
ainda esteja cumprindo carências, e, se o quadro evoluir para internação, o plano deve
assumir o ônus e a responsabilidade pela remoção do paciente para uma unidade do SUS,
com recursos necessários à continuidade do tratamento39.
41
A área de urgência e emergência constitui-se em importante componente da
assistência à saúde. A crescente demanda por serviços nessa área nos últimos anos, devido
ao crescimento do número de acidentes e da violência urbana e à insuficiente estruturação
da rede, são fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga de serviços de
urgência e emergência disponibilizados para o atendimento da população. Isso tem
transformado essa área numa das mais problemáticas do sistema de saúde.
O Ministério da Saúde realizou uma pesquisa em parceria com o Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), e criou o programa Qualisus, visando a
melhorar os atendimentos das emergências públicas dos hospitais, onde os pacientes
permanecem por longo tempo de espera para a realização de exames e cirurgias e a
incapacidade das unidades de saúde de os acolherem. O resultado dessa pesquisa serviu de
parâmetro para a elaboração do QualiSUS, que é um conjunto de mudanças que visa a
proporcionar maior conforto para o usuário, atendimento de acordo com o grau de risco,
atenção mais efetiva pelos profissionais de saúde e menor tempo de permanência no
hospital. Em conseqüência, o QualiSUS contribui para salvar maior número de vidas, com
a redução dos danos à saúde, além de assegurar a satisfação por parte da população com o
atendimento recebido nos hospitais da rede pública, é o respeito ao direito de cidadania.
Com esse projeto o Ministério da Saúde implantou novas áreas de ações nos
hospitais:
• Acolhimento de pacientes que chegam às emergências, dando fim às filas que se
formam do lado de fora das unidades;
• Realização de triagem classificatória de pacientes, cujo atendimento é priorizado
pela gravidade do caso;
• Criação de sistemas de sinalização que garantam fluidez no atendimento e
autonomia ao usuário;
• Reorganização do funcionamento dos hospitais e informatização da área
assistencial;
• Implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192).
Num serviço de emergência em que encontramos pacientes de baixa e alta
complexidade, com várias especialidades clínicas de plantão, faz-se necessário que os
profissionais de enfermagem sejam treinados de forma continuada para que possam atuar
com segurança e autonomia nas ações dos cuidados que prestam.
42
Para assegurar a autonomia dos enfermeiros nas unidades de emergência, contamos
com as resoluções do COFEN40 (Conselho Federal de Enfermagem), que através de sua
resolução 195, já permitia ao Enfermeiro a solicitação de exames com o objetivo de
assegurar a correta prescrição de medicamentos. Em 2002, o COFEN41, pela resolução
271, deu autonomia ao profissional de enfermagem para a escolha de medicamentos e a
respectiva posologia. Mas, para adquirir esta autonomia, o enfermeiro deve integrar uma
equipe de saúde, e estar atuando num Programa de Saúde Pública ou seguir rotinas que
tenham sido aprovadas em Instituições de Saúde, pública ou privada, dominando os
protocolos e rotinas e principalmente se preocupando em focar o paciente como um todo
durante o processo clínico do cuidar.
Cabe ressaltar que, durante todo o atendimento ao paciente de alta complexidade,
hemodinamicamente instáveis, há um enfermeiro direto na sua assistência, integrando a
equipe multidisciplinar.
Durante a pesquisa, trabalhamos com o conceito de equipe multidisciplinar, pois o
enfermeiro é parte integrante dessa equipe e, além do mais, nossa proposta de trabalhar
com o Gerenciamento de Caso que opera com a idéia de equipe multiprofissional,
impossibilita considerar o atendimento ao paciente com fruto da atenção de duas equipes
separadas.
Também achamos interessante o conceito de clínica ampliada, considerando que
todo profissional de saúde, principalmente em se tratando de equipe multiprofissional,
atende a pessoas, realizando clínica. A redefinição da ampliação da clínica considera
também a redefinição do objeto e do próprio processo de trabalho do enfermeiro. Não
temos como fugir ao fato de que o processo de trabalho do profissional de saúde inclui a
doença, com o objetivo de alcançar a saúde. Assim, modificar a escuta e tomar elementos
orgânicos, subjetivos e sociais do processo saúde doença no diagnóstico e na terapêutica,
fizeram que optássemos por trabalhar com esses pacientes de emergência, que aguardam
horas em filas de espera para atendimento médico, sem ainda ter conhecimento da
gravidade de sua doença42.
Compreendemos que é fundamental para a redução da vulnerabilidade e para a
melhoria da qualidade de vida da população estarmos em diálogo constante com os
movimentos sociais, conseguindo estabelecer formas de articulação mais permanentes e
sustentáveis, uma vez que, nessa relação, podemos multiplicar possibilidades de
43
enfrentamento dos problemas de saúde pública e qualificar cada vez mais as ações para o
cuidado de saúde na emergência, reorganizando o serviço de saúde na unidade e
preparando os profissionais de saúde da emergência que ali atuam como gestores dos seus
processos de trabalho, visando ao paciente, sem se deixar burocratizar.
O percurso traçado pelos profissionais de saúde para construir uma Política Nacional
de Promoção da Saúde efetiva e eficaz para a melhoria da qualidade de vida da população
e buscou construir eixos norteadores da prática, como: a) temáticos, que incluem modos de
viver, condições e relações de trabalho e ambiente e b) atuação que incluiu
intersetorialidade, educação/formação/comunicação e integralidade42.
Dentro do processo de integralidade, Campos42 considera importantes os seguintes
aspectos a serem desenvolvidos pela equipe multidisciplinar nos diferentes campos de
atuação da saúde: estimular e fortalecer a organização do trabalho em equipes
multiprofissionais; estimular e fortalecer a relação dos serviços de saúde com os territórios
em que se localizam; fortalecer e consolidar práticas de co-gestão dos processos de
trabalho em saúde; investir em modos de organização dos serviços de saúde que reduzam
as filas e o tempo de espera baseados na adoção de critérios de risco e no acolhimento.
Tendo em vista estes conceitos e pela característica da unidade de emergência ser
um setor que se relaciona com todos os outros setores do hospital, assim como com todos
os multiprofissionais que nela atuam, vimos a necessidade de fortalecer nosso trabalho na
emergência com um modelo de gerenciamento que visa ao paciente como um todo, focado
na continuidade do tratamento e do atendimento, onde o enfermeiro pode ser o profissional
responsável, como gerente de caso, para direcionar e integrar os pacientes, fortalecendo o
seu vínculo com um médico assistente e sua operadora de saúde.
44
4 PROCESSAMENTO DOS DADOS
O pré-processamento dos dados ocorreu com referência no software EPI INFO
2004, que se configura como sistema dúplice de coleta e de análise dos dados. No que
tange à abordagem quantitativa, selecionaram-se desse software as categorias previamente
relacionadas no boletim de atendimento. O método EPI INFO é um programa já validado
técnica e eticamente.
A contribuição do método para pesquisa ajudou no levantamento e análise dos
dados enfocando a efetividade, relacionando-as com Gerenciamento de Caso para
objetividade das ações desenvolvidas pelo enfermeiro na avaliação primária. Cabe ressaltar
que utilizei o formato original das tabelas criada no software Epiinfo no resultado desta
pesquisa.
Antes de levantarmos as categorias de análise da efetividade do atendimento do
enfermeiro, achamos importante levantar o tempo de espera do paciente na emergência
para o atendimento do enfermeiro. Esta informação é importante porque a avaliação
primária realizada pelo enfermeiro tem como objetivo, no nosso serviço, retirar o mais
rápido possível o paciente de urgência e emergência da fila de espera para atendimento.
O comando MEANS fornece a freqüência, percentual, acumulado e várias
grandezas estatísticas de uma variável (Média, Mediana, Moda, Variância e Desvio
Padrão). As amostras que não foram registradas em uma das variáveis necessárias para os
cálculos, são excluídas automaticamente do levantamento pelo softawere. (Tabela 21)
Para o pré-processamento dos dados do cálculo do tempo de espera do paciente na
emergência para o atendimento do enfermeiro, não se utilizou diretamente a fórmula “Hora
de Atendimento do Enfermeiro” - “Hora de Entrada”, pois nos casos em que o paciente
chegou à noite, antes das 24 horas e foi atendido durante a madrugada, o tempo de espera
foi calculado incorretamente. Por exemplo: o paciente chegou às 23 horas e 50 minutos e
foi atendido às 0 hora e 10 minutos. O tempo calculado encontrado foi: (00:10min-
23:50min)=23:40 minutos negativos. Para contornar esse problema, nos casos em que a
“Hora de Atendimento do Enfermeiro” foi menor que a “Hora de Entrada”, o “Tempo de
Espera do Paciente na Emergência para o Atendimento do Enfermeiro” foi corrigido
acrescentando-se 24 horas na fórmula. (O Analysis do Epiinfo não aceita 24 como valor
45
válido para hora, logo somaram-se 12 duas vezes). A variável encontrada indica o tempo
de espera, e foi útil para se levantarem os dados estatísticos, pois está formatada como hora
e no ANALYSIS só se podem levantar corretamente média, mediana, desvio padrão etc, de
variáveis numéricas. Para calcular as grandezas estatísticas definimos uma variável
numérica: “Tempo de Espera do Paciente na Emergência para o Atendimento do
Enfermeiro em Minutos” e com a função SECONDS (que fornece o número de segundos
entre duas horas diferentes) atribuímos essa variável à quantidade de tempo em minutos. O
valor dessa nova variável foi atribuído pela fórmula:
(SECONDS(00:00:00,TEMPO_ESPERA_PELO_ENFERMEIRO)/60.
Considerou-se como não fragmentação do cuidado a continuidade do atendimento
iniciado pelo enfermeiro nos diferentes tipos de complexidade. Para verificar como o
tempo de espera para atendimento do enfermeiro poderia influenciar na fragmentação do
cuidado indicado pelo tempo de atendimento explicado acima, selecionou-se complexidade
1, 2 e 3 e levantou-se cuidado fragmentado / não fragmentado e, depois, fez-se um
cruzamento entre cuidado fragmentado - não fragmentado e o tempo de espera para
atendimento pelo enfermeiro.
Para complexidade 1, de 424 pacientes, 65,8% não tiveram o cuidado fragmentado e
34,2% tiveram (Tabela 1).
Tabela 1: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência –
complexidade 1
Fragmentação do Tempo
Freqüência Percentual Percentual acumulado
Fragmentou 145 34,2% 34,2% Não Fragmentou 279 65,8% 100,0% Total 424 100,0% 100,0% 95% Limites de Confiança
Fragmentou 29,7% 39,0%
Não Fragmentou 61,0% 70,3%
46
Já na complexidade 2, dos 646 pacientes, 78,3% não tiveram o cuidado fragmentado e
21,7% tiveram (Tabela 2).
Tabela 2: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência –
complexidade 2
Fragmentação do Tempo
Freqüência Percentual Percentual acumulado
Fragmentou 140 21,7% 21,7% Não Fragmentou 506 78,3% 100,0% Total 646 100,0% 100,0% 95% Limites de Confiança
Fragmentou 18,6% 25,1%
Não Fragmentou 74,9% 81,4%
Para a complexidade 3, dos 86 pacientes, 82,6% não tiveram o cuidado
fragmentado e 17,4% tiveram (Tabela 3).
Tabela 3: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência –
complexidade 3
Fragmentação do Tempo
Freqüência Percentual Percentual acumulado
Fragmentou 15 17,4% 17,4% Não Fragmentou 71 82,6% 100,0% Total 86 100,0% 100,0% 95% Limites de Confiança
Fragmentou 10,1% 27,1%
Não Fragmentou 72,9% 89,9%
Dos 1184 pacientes analisados, considerando os tipos de complexidade 1, 2 e 3, 72,3%
não tiveram o cuidado fragmentado e 27,7% tiveram (Tabela 4).
47
Tabela 4: Fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência –
complexidade 1, 2 e 3
Fragmentação do Tempo
Freqüência Percentual Percentual acumulado
Fragmentou 328 27,7% 27,7% Não Fragmentou 856 72,3% 100,0% Total 1184 100,0% 100,0% 95% Limites de Confiança
Fragmentou 25,2% 30,4%
Não Fragmentou 69,6% 74,8%
Por identificar que, quando se analisou o tempo, encontraram-se vários momentos
com horas e minutos, isolados, optou-se por criar uma tabela em que se considera o
cruzamento tempo de espera para o atendimento pelo enfermeiro ≤ e > que 10 minutos, ≤ e
> 20 minutos, ≤ e >30 minutos, ≤ e >40 minutos (relacionado com hora da abertura da
ficha e a hora em que o enfermeiro iniciou o atendimento) com a fragmentação do tempo
de permanência pelo paciente na Emergência. Para levantar a fragmentação do cuidado
relacionado com o Tempo de espera para o atendimento, considerou-se que houve
Fragmentação do cuidado na complexidade 1; quando o tempo de permanência ultrapassou
1 hora, na complexidade 2, quando o tempo ultrapassou 3 horas; e, para tipo de
complexidade 3, os que ultrapassaram 6 horas. (Hora de abertura da ficha até hora da alta
da emergência)
Na complexidade 1, registraram-se um total de 424 pacientes atendidos pelo
enfermeiro. 361 (85,1%) foram atendidos num tempo maior que 10 minutos e 63 (14,9%)
num tempo menor. 145 (34,2%) pacientes tiveram cuidado fragmentado e 279 (65,8%)
tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de 10 minutos para serem
atendidos, 132 (36,6%) tiveram o cuidado fragmentado, e 229 (63,4%) não tiveram. Dos
pacientes atendidos no tempo menor que 10 minutos, 13 (20,6%) tiveram o cuidado
fragmentado e 50 (79,4%) não o tiveram. Para tempo de espera menor que 10 minutos, o
percentual de não fragmentação 79,4% é maior que o percentual para tempo maior que 10
minutos 65,8%. Apesar de, em ambos os casos, o percentual de não fragmentação ter sido
48
maior que o de fragmentação. Assim, o limite de 10 minutos não teve influência na
fragmentação do cuidado, devido à pequena diferença entre eles.
Tabela 5: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação
analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1
Dos pacientes atendidos no tempo de 20 minutos, registraram-se 189 (44,6%)
atendimentos maiores que 20 minutos e 235 (55,4%) menores que 20 minutos. 145
(34,2%) pacientes tiveram cuidado fragmentado, e 279 (65,8%) tiveram o cuidado não
fragmentado. Dos que levaram mais de 20 minutos para serem atendidos, 92 (48,7%)
tiveram o cuidado fragmentado e 97 (51,3%) não o tiveram. Dos pacientes atendidos no
tempo menor que 20 minutos, 53 (20,6%) tiveram o cuidado fragmentado e 182 (79,4%)
não o tiveram. Para tempo de espera menor que 20 minutos, o percentual de não
fragmentação, 65,8%, é maior que o percentual para tempo maior que 20 minutos, 48,7%.
Apesar de, em ambos os casos, o percentual de não fragmentação ter sido maior que o de
fragmentação a diferença entre ambos também não influenciou na fragmentação do
cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 10 min Row % Col %
132 36,6 91,0
229 63,4 82,1
361 100,0 85,1
Menor que 10 min Row % Col %
13 20,6 9,0
50 79,4 17,9
63 100,0 14,9
TOTAL Row % Col %
145 34,2
100,0
279 65,8
100,0
424 100,0 100,0
49
Tabela 6: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação
analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1
Dos pacientes atendidos no tempo de 30 minutos, registraram-se 81 (19,1%)
atendimentos maiores que 30 minutos e 343 (80,9%) menores que 30 minutos. 145
(34,2%) pacientes tiveram cuidado fragmentado, e 279 (65,8%) tiveram cuidado não
fragmentado. Dos que levaram mais de 30 minutos para serem atendidos pelo enfermeiro,
47 (58%) tiveram o cuidado fragmentado, e 34 (42,2%) não o tiveram. Dos pacientes
atendidos no tempo menor que 30 minutos, 98 (28,6%) tiveram o cuidado fragmentado e
245 (71,4%) não tiveram. Para tempo de espera menor que 30 minutos, o percentual de não
fragmentação, 71,4% é maior que o percentual para tempo maior que 30 minutos, 28,6%.
Apesar de, em ambos os casos, o percentual de não fragmentação ter sido maior que o de
fragmentação, a diferença entre ambos também não influenciou na fragmentação do
cuidado. Por causa do limite de 30 minutos para a complexidade clínica 1, a fragmentação
em função do tempo de permanência, que é de 1 hora, foi mais sensível.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 20 min Row % Col %
92 48,7 63,4
97 51,3 34,8
189 100,0 44,6
Menor que 20 min Row % Col %
53 22,6 36,6
182 77,4 65,2
235 100,0 55,4
TOTAL Row % Col %
145 34,2
100,0
279 65,8
100,0
424 100,0 100,0
50
Tabela 7: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação
analisada pelo tempo de permanência na emergência
Dos pacientes de complexidade clínica 1 atendidos no tempo de 40 minutos,
assinalou-se um total de 29 atendimentos (6,8%) maiores que 40 minutos, e 395 (93,2%)
menores que 40 minutos. 145 (34,2%) pacientes tiveram cuidado fragmentado, e 279
(65,8%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de 40 minutos para
serem atendidos, 24 (82,8%) tiveram o cuidado fragmentado e 5 (17,2%) não o tiveram.
Dos pacientes atendidos no tempo menor que 40 minutos, 121(30,6%) tiveram o cuidado
fragmentado, e 274 (69,4%) não o tiveram. Para tempo de espera menor que 40 minutos, o
percentual de não fragmentação, 69,4%, é maior que o percentual para tempo maior que 40
minutos, 17,2%. Apesar de, em ambos os casos, o percentual de não fragmentação ter sido
maior que o de fragmentação, a diferença entre ambos influenciou muito, por estar muito
próximo do limite da fragmentação do tempo de permanência da complexidade 1, que é de
1 hora.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 30 min
Row %
Col %
47
58,0
32,4
34
42,0
12,2
81
100,0
19,1
Menor que 30 min
Row %
Col %
98
28,6
67,6
245
71,4
87,8
343
100,0
80,9
TOTAL
Row %
Col %
145
34,2
100,0
279
65,8
100,0
424
100,0
100,0
51
Tabela 8: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 1
Na complexidade 2, pacientes de baixa complexidade, encontrou-se um total de 646
pacientes atendidos pelo enfermeiro. 518 (80,21%) foram atendidos num tempo maior que
10 minutos, e 128 (19,8%) num tempo menor. 140 (21,7%) desses pacientes tiveram
cuidado fragmentado, e 506 (78,3%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram
mais de 10 minutos para serem atendidos 112 (21,6%) tiveram o cuidado fragmentado, e
406 (78,4%) não o tiveram. Dos pacientes atendidos no tempo menor que 10 minutos, 28
(21,9%) tiveram o cuidado fragmentado, e 100 (78,1%) não o tiveram. Para tempo de
espera menor que 10 minutos, o percentual de não fragmentação, 78,1%, é menor que o
percentual para tempo maior que 10 minutos, 78,4%. O percentual de não fragmentação foi
menor que o de fragmentação, foi menor tanto para menor que 10 minutos como maior.
Assim, o limite de 10 minutos não teve influência na fragmentação do cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 40 min
Row %
Col %
24
82,8
16,6
5
17,2
1,8
29
100,0
6,8
Menor que 40 min
Row %
Col %
121
30,6
83,4
274
69,4
98,2
395
100,0
93,2
TOTAL
Row %
Col %
145
34,2
100,0
279
65,8
100,0
424
100,0
100,0
52
Tabela 9: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e fragmentação
analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 2
Ainda analisando a complexidade 2, pacientes de baixa complexidade, 245 (37,9%)
foram atendidos num tempo maior que 20 minutos, e 401 (62,1%) num tempo menor que
20 min. 92 (22,9%) desses pacientes tiveram cuidado fragmentado, e 309 (77,1%) tiveram
cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de 20 minutos para serem atendidos, 48
(19,6%) tiveram o cuidado fragmentado, e 197 (80,4%) não o tiveram. Dos pacientes
atendidos no tempo menor que 20 minutos, 92 (22,9%) tiveram o cuidado fragmentado, e
309 (77,1%) não o tiveram. Para tempo de espera menor que 20 minutos o percentual de
não fragmentação, 77,1%, é menor que o percentual para tempo maior que 20 minutos,
80,4%. O percentual de não fragmentação foi maior que o de fragmentação, foi maior tanto
para menor que 20 minutos como maior. Assim, quando se analisa o limite de tempo de
permanência para esta complexidade, que é de 3h, observa-se que o limite de 20 minutos
não teve influência na fragmentação do cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 10 min
Row %
Col %
112
21,6
80,0
406
78,4
80,2
518
100,0
80,2
Menor que 10 min
Row %
Col %
28
21,9
20,0
100
78,1
19,8
128
100,0
19,8
TOTAL
Row %
Col %
140
21,7
100,0
506
78,3
100,0
646
100,0
100,0
53
Tabela 10: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 2
Quando se analisa a complexidade 2, no limite de tempo maior e menor que 30 min,
92 atendimentos, (14,2%), foram realizados num tempo maior que 30 minutos e 554
(85,8%) num tempo menor que 30 min. 140 (21,7%) desses pacientes tiveram cuidado
fragmentado, e 506 (78,3%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de
30 minutos para serem atendidos, 23 (25%) tiveram o cuidado fragmentado e 69 (75%) não
o tiveram. Dos pacientes atendidos no tempo menor que 30 minutos, 117 (21,1%) tiveram
o cuidado fragmentado, e 437(78,9%) não tiveram. Para tempo de espera menor que 30
minutos, o percentual de não fragmentação, 78,9%, foi menor que o percentual para tempo
maior que 30 minutos, 75%. O percentual de não fragmentação foi maior que o de
fragmentação, foi maior tanto para menor que 30 minutos como maior. Assim, quando se
analisa o limite de tempo de permanência para esta complexidade, que é de 3h, observa-se
que o limite de 30 minutos não teve influência na fragmentação do cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 20 min
Row %
Col %
48
19,6
34,3
197
80,4
38,9
245
100,0
37,9
Menor que 20 min
Row %
Col %
92
22,9
65,7
309
77,1
61,1
401
100,0
62,1
TOTAL
Row %
Col %
140
21,7
100,0
506
78,3
100,0
646
100,0
100,0
54
Tabela 11: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência
Quando se analisa a complexidade 2, no limite de tempo de espera maior e menor
que 40 min, encontraram 34 (5,3%) atendimentos realizados num tempo maior que 40
minutos, e 612 (94,7%) num tempo menor que 40 min. 140 (21,7%) desses pacientes
tiveram cuidado fragmentado, e 506 (78,3%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que
levaram mais de 40 minutos para serem atendidos, 11 (32,4%) tiveram o cuidado
fragmentado e 23 (67,6%) não o tiveram. Dos pacientes atendidos no tempo menor que 40
minutos, 129 (21,1%) tiveram o cuidado fragmentado, e 483 (78,9%) não o tiveram. Para
tempo de espera menor que 40 minutos, o percentual de não fragmentação, 78,9%, foi
maior, que o percentual para tempo maior que 40 minutos, 67,6%. O percentual de não
fragmentação foi maior que o de fragmentação, foi maior tanto para menor que 40 minutos
como maior. Assim, quando se analisa o limite de tempo de permanência para essa
complexidade, que é de 3h, observa-se que o limite de 40 minutos não teve influência na
fragmentação do cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 30 min
Row %
Col %
23
25,0
16,4
69
75,0
13,6
92
100,0
14,2
Menor que 30 min
Row %
Col %
117
21,1
83,6
437
78,9
86,4
554
100,0
85,8
TOTAL
Row %
Col %
140
21,7
100,0
506
78,3
100,0
646
100,0
100,0
55
Tabela 12: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência
Complexidade 3
Na complexidade 3, os pacientes são de alta complexidade, sendo importante para o
enfermeiro identificar e retirar o mais rápido possível esse paciente da sala de espera,
iniciando e priorizando seu atendimento. Encontra-se um total de 86 pacientes atendidos
pelo enfermeiro. 64 (74,4%) foram atendidos num tempo maior que 10 minutos, e 22
(25,6%) num tempo menor. 15 (17,4%) desses pacientes tiveram cuidado fragmentado e
71(82,6%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de 10 minutos para
serem atendidos, 10 (15,6%) tiveram o cuidado fragmentado e 54 (84,4%) não o tiveram.
Dos pacientes atendidos no tempo menor que 10 minutos, 5 (22,7%) tiveram o cuidado
fragmentado, e 17 (77,3%) não o tiveram. Para tempo de espera menor que 10 minutos, o
percentual de não fragmentação, 77,3%, é menor que o percentual para tempo maior que
10 minutos, 84,4%. O percentual de não fragmentação foi maior que o de fragmentação,
foi maior tanto para menor que 10 minutos como maior. Assim, o limite de 10 minutos não
teve influência na fragmentação do cuidado. Neste resultado, observa-se a relevância do
trabalho do enfermeiro na avaliação primária, devido à importância da não fragmentação
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 40 min
Row %
Col %
11
32,4
7,9
23
67,6
4,5
34
100,0
5,3
Menor que 40 min
Row %
Col %
129
21,1
92,1
483
78,9
95,5
612
100,0
94,7
TOTAL
Row %
Col %
140
21,7
100,0
506
78,3
100,0
646
100,0
100,0
56
do cuidado para esse tipo de complexidade, que é crítico para os pacientes de urgência e
emergência.
Tabela 13: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 3
Quando se analisa a complexidade 3, no limite de tempo maior e menor que 20 min,
encontramos 25 (29,1%) atendimentos realizados num tempo maior que 20 minutos, e 61
(70,9%) num tempo menor que 20 min. 15 (17,4%) desses pacientes tiveram cuidado
fragmentado e 71 (82,6%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de 20
minutos para serem atendidos, 4 (16%) tiveram o cuidado fragmentado, e 21 (84%) não o
tiveram. Dos pacientes atendidos pelo enfermeiro no tempo menor que 20 minutos, 11
(18%) tiveram o cuidado fragmentado e 50 (82%) não o tiveram. Para tempo de espera
menor que 20 minutos, o percentual de não fragmentação, 82%, foi menor que o percentual
para tempo maior que 20 minutos, 84%. O percentual de Não fragmentação foi maior que
o de fragmentação, tanto para menor que 20 minutos como maior. Assim, quando se
analisa o limite de tempo de permanência para essa complexidade, que é de 6h,
observamos que o limite de 20 minutos não teve influência na fragmentação do cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 10 min
Row %
Col %
10
15,6
66,7
54
84,4
76,1
64
100,0
74,4
Menor que 10 min
Row %
Col %
5
22,7
33,3
17
77,3
23,9
22
100,0
25,6
TOTAL
Row %
Col %
15
17,4
100,0
71
82,6
100,0
86
100,0
100,0
57
Tabela 14: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 3
Quando se analisa a complexidade 3, no limite de tempo maior e menor que 30 min,
encontram-se 7 (8,1%) atendimentos realizados num tempo maior que 30 minutos, e 79
(91,9%) num tempo menor que 30 min. 15 (17,4%) desses pacientes tiveram cuidado
fragmentado, e 71 (82,6%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de 30
minutos para serem atendidos, 1 (14,3%) tiveram o cuidado fragmentado, e 6 (85,7%) não
o tiveram. Dos pacientes atendidos no tempo menor que 30 minutos, 14 (17,7%) tiveram o
cuidado fragmentado, e 65 (82,3%) não o tiveram. Para tempo de espera menor que 30
minutos, o percentual de não fragmentação, 17,7%, foi menor que o percentual para tempo
maior que 30 minutos, 82,3%. O percentual de não fragmentação foi maior que o de
fragmentação, tanto para menor que 30 minutos como maior. Assim, quando se analisa o
limite de tempo de permanência para essa complexidade, que é de 6h, observa-se que o
limite de 30 minutos não teve influência na fragmentação do cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 20 min
Row %
Col %
4
16,0
26,7
21
84,0
29,6
25
100,0
29,1
Menor que 20 min
Row %
Col %
11
18,0
73,3
50
82,0
70,4
61
100,0
70,9
TOTAL
Row %
Col %
15
17,4
100,0
71
82,6
100,0
86
100,0
100,0
58
Tabela 15: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência – complexidade 3
Quando se analisa a complexidade 3, no limite de tempo maior e menor que 40 min,
5 (5,8%) foram atendimentos realizados num tempo maior que 40 minutos, e 81 (94,2%)
num tempo menor que 40 min. 15 (17,4%) desses pacientes tiveram cuidado fragmentado,
e 71 (82,6%) tiveram cuidado não fragmentado. Dos que levaram mais de 40 minutos para
serem atendidos, 1 (20%) teve o cuidado fragmentado, e 4 (80%) não o tiveram. Dos
pacientes atendidos no tempo menor que 40 minutos, 14 (17,3%) tiveram o cuidado
fragmentado, e 67 (82,7%) não o tiveram. Para tempo de espera menor que 40 minutos o
percentual de não fragmentação, 17,7%, foi menor que o percentual para tempo maior que
40 minutos, 82,3%. O percentual de não fragmentação foi maior que o de fragmentação,
tanto para menor que 40 minutos como maior. Assim, quando se analisa o limite de tempo
de permanência para essa complexidade, que é de 6h, observa-se que o limite de 40
minutos não teve influência na fragmentação do cuidado.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 30 min
Row %
Col %
1
14,3
6,7
6
85,7
8,5
7
100,0
8,1
Menor que 30 min
Row %
Col %
14
17,7
93,3
65
82,3
91,5
79
100,0
91,9
TOTAL
Row %
Col %
15
17,4
100,0
71
82,6
100,0
86
100,0
100,0
59
Tabela 16: Limite de tempo de espera para atendimento do enfermeiro e
fragmentação analisada pelo tempo de permanência na emergência
Também se consideraram como fragmentação do cuidado os tipos de
complexidade definidos pelo enfermeiro na avaliação primária. Esta variável justifica-
se para a agilização e priorização do atendimento dos pacientes de urgência e
emergência após atendimento do enfermeiro. O resultado alcançado demonstra a
problematização dos serviços de emergência atuais, em que vários autores relataram o
aumento da procura pelo atendimento de emergência dos pacientes de baixa
complexidade, na tabela definidos como 1 e 2, em que tivemos 424 (36,7) pacientes de
complexidade 1; 646 (55,9%) de complexidade clínica 2; e 86 (7,4%) de complexidade
clínica 3. Gostaríamos de ressaltar que a complexidade clínica 3 é o paciente que deve
ser retirado o mais rápido possível da fila de espera para atendimento.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Espera Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 40 min
Row %
Col %
1
20,0
6,7
4
80,0
5,6
5
100,0
5,8
Menor que 40 min
Row %
Col %
14
17,3
93,3
67
82,7
94,4
81
100,0
94,2
TOTAL
Row %
Col %
15
17,4
100,0
71
82,6
100,0
86
100,0
100,0
60
Tabela 17: Tipo de Complexidade
Tipo de
Complexidade Freqüência Percentual Percentual Acumulado
Complexidade 1 424 36,7% 36,7%
Complexidade 2 646 55,9% 92,6%
Complexidade 3 86 7,4% 100,0%
Total 1156 100,0% 100,0%
O tempo de permanência na emergência é uma variável dentro da categoria da
fragmentação do cuidado, a qual se relaciona com o atendimento do enfermeiro devido
à necessidade do cuidado não fragmentado, a partir do início do atendimento do
enfermeiro. Nessa variável, também se utilizou a escala de fragmentação já definida, em
que se considerou que houve fragmentação do cuidado na complexidade 1, quando o
Tempo de Permanência ultrapassou 1 hora; na complexidade 2, quando o tempo
ultrapassou 3 horas; e, para Tipo de Complexidade 3, os que ultrapassaram 6 horas.
Para calcular o tempo de permanência, não se utilizou diretamente a fórmula
Hora de Saída Menos Hora de Entrada, pois, nos casos em que o paciente chegou à
noite, antes das 24 horas, e saiu de madrugada ou de manhã, o tempo de permanência
foi calculado errado. Para contornar esse problema, nos casos em que a hora de saída
era menor que a hora de entrada, o tempo de permanência foi encontrado assim:
Hora de Saída +24 horas - Hora de Entrada (O comando de Analysis no Epiinfo
não aceita 24h como hora válida, logo foram somados 12h duas vezes). Nas tabelas
abaixo, iremos analisar os tipos de complexidade com a fragmentação do cuidado.
Encontraram-se 424 pacientes de complexidade clínica 1, sendo que 146
(34,4%) tiveram o cuidado fragmentado, e 278 (65,6%) não o tiveram. Na
complexidade 2, dos 646 pacientes encontrados, 142 (22%) tiveram fragmentação no
cuidado, enquanto 504 (78%) não o tiveram. Já na complexidade clínica 3, dos 86
pacientes, em 15 (17,4%) houve fragmentação no cuidado e 71 (82,6) não o tiveram.
Observou-se que, em todos os tipos de complexidade, houve um trabalho efetivo do
61
enfermeiro na avaliação primária, visto que, em todos os três tipos de complexidade, a
não fragmentação do cuidado teve o maior resultado, contribuindo, assim, para a
efetividade da avaliação primária realizada pelo enfermeiro na emergência.
Tabela 18: Tipos de complexidade e fragmentação por tempo de permanência na
emergência – complexidade 1- 2 e 3
Tipo De Complexidade = "Complexidade 1"
Fragmentação do Tempo
Freqüência Percentual Percentual Acumulado
Fragmentou 146 34,4% 34,4% Não Fragmentou 278 65,6% 100,0% Total 424 100,0% 100,0%
95% Limites de Confiança Fragmentou 30,0% 39,2%
Não Fragmentou 60,8% 70,0%
Tipo De Complexidade = "Complexidade 2"
Fragmentação do Tempo
Freqüência Percentual Percentual Acumulado
Fragmentou 142 22,0% 22,0% Não Fragmentou 504 78,0% 100,0% Total 646 100,0% 100,0%
95% Limites de Confiança Fragmentou 18,9% 25,4%
Não Fragmentou 74,6% 81,1%
Tipo De Complexidade = "Complexidade 3"
Fragmentação do Tempo
Freqüência Percentual Percentual Acumulado
Fragmentou 15 17,4% 17,4% Não Fragmentou 71 82,6% 100,0% Total 86 100,0% 100,0%
95% Limites de Confiança Fragmentou 10,1% 27,1%
Não Fragmentou 72,9% 89,9%
62
Para a complexidade 1 e 2, considerou-se importante levantar os pacientes que foram
ou não direcionados para o ambulatório, não foi observado nenhum direcionamento na
complexidade 2, visto que esse tipo de paciente é sempre liberado pelo profissional
médico, e, na complexidade 3, dos 86 pacientes atendidos, 72 (83,7%) foram internados
em quarto, e 14 (16,3), em Centro de Tratamento Intensivo (CTI), conforme tabelas 19 e
20.
Tabela 19: Índice de internação de pacientes em terapia intensiva da complexidade 3
Internou CTI Freqüência Percentual Percentual Acumulado
Sim 14 16,3% 16,3%
Não 72 83,7% 100,0%
Total 86 100,0% 100,0%
Tabela 20: Índice de internação de pacientes em quarto da complexidade 3
Internou em quarto Freqüência Percentual Percenual Acumuladot
Sim 20 23,3% 23,3%
Não 66 76,7% 100,0%
Total 86 100,0% 100,0%
Entre os pacientes de complexidade 1, liberados na maioria das vezes pelos
enfermeiros, encontraram-se 18 (4,2%) encaminhamentos para o ambulatório, enquanto
406 (35,7%) não foram encaminhados. Os pacientes de complexidade 1 e 2 são aqueles a
que se aplica a estratégia do Gerenciamento de Caso na emergência, visto que eles saem
com um diagnóstico fechado ou um tratamento iniciado, na maioria das vezes, e ficam
“soltos” no sistema privado de saúde pela dificuldade de agendar consulta nos consultórios
médicos e/ou ambulatório das operadoras de saúde.
63
Tabela 21: Tipos de complexidade que direcionou ao ambulatório
Resolve-se refinar a análise para a complexidade 3, repetindo-se as tabelas abaixo,
devido à necessidade de exigir do enfermeiro maior efetividade no seu trabalho na
avaliação primária, pela gravidade dos pacientes, hemodinamicamente instáveis. Mediante
isso, além de se observar se não houve fragmentação do cuidado, quando o tempo de
atendimento for menor que 6 horas, e, pelo menos, uma das variáveis a seguir verdadeira:
priorização do atendimento ou a aplicação de monitorização. Em um total de 86 pacientes
atendidos, pelo enfermeiro, 64 (74,4%) foram atendidos em um limite de tempo maior que
10 minutos, sendo que 24 (37,5%) tiveram o cuidado fragmentado e 40 (62,5%) não o
tiveram.
No limite de tempo inferior a 10 minutos, foram atendidos 22 (25,6) pacientes,
destes 8 (36,4%) tiveram o cuidado fragmentado e 14 (63,6%) não o tiveram. A diferença
de fragmentado e não fragmentado entre os atendidos com limite maior ou menor foi de
1,1% para ambos.
TIPO DE COMPLEXIDADE
Direcionou para Ambulatório Complexidade 1 Complexidade 2 Complexidade 3 TOTAL
Sim
Row %
Col %
18
100,0
4,2
0
0,0
0,0
0
0,0
0,0
18
100,0
1,6
Não
Row %
Col %
406
35,7
95,8
646
56,8
100,0
86
7,6
100,0
1138
100,0
98,4
TOTAL
Row %
Col %
424
36,7
100,0
646
55,9
100,0
86
7,4
100,0
1156
100,0
100,0
64
Tabela 22: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do
tempo de permanência – complexidade 3
De 86 pacientes, 25 (29,1%) foram atendidos em um limite de tempo maior que
20 minutos, sendo que 9 (36%) tiveram o cuidado fragmentado e 16 (64%) não o
tiveram.
No limite de tempo inferior a 20 minutos, foram atendidos 61 (70,9) pacientes,
destes 23 (37,7%) tiveram o cuidado fragmentado e 38 (62,3%) não o tiveram. A
diferença de fragmentado e não fragmentado entre os atendidos com limite maior ou
menor foi de 1,7% para ambos. Faz-se necessário ressaltar que, nesse tipo de
complexidade, em que o enfermeiro trabalha com o paciente de urgência e emergência,
o tempo de espera para maioria das patologias de emergência deve ser inferior a 90
minutos, tempo chamado de porta de entrada X atendimento, ou porta-balão, nos casos
das síndromes coronarianas agudas.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Faixa de Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 10 min
Row %
Col %
24
37,5
75,0
40
62,5
74,1
64
100,0
74,4
Menor que 10 min
Row %
Col %
8
36,4
25,0
14
63,6
25,9
22
100,0
25,6
TOTAL
Row %
Col %
32
37,2
100,0
54
62,8
100,0
86
100,0
100,0
65
Tabela 23: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do
tempo de permanência
De 86 pacientes atendidos, 7 (8,1%) foram atendidos em um limite de tempo
maior que 30 minutos, sendo que 3 (42,9%) tiveram o cuidado fragmentado e 4 (57,1%)
não o tiveram.
No limite de tempo inferior que 30 minutos foram atendidos 79 (91,9%)
pacientes, destes, 29 (36,7%) tiveram o cuidado fragmentado e 50 (63,3%) não o
tiveram.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Faixa Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 20 min
Row %
Col %
9
36,0
28,1
16
64,0
29,6
25
100,0
29,1
Menor que 20 min
Row %
Col %
23
37,7
71,9
38
62,3
70,4
61
100,0
70,9
TOTAL
Row %
Col %
32
37,2
100,0
54
62,8
100,0
86
100,0
100,0
66
Tabela 24: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do
tempo de permanência
De 86 pacientes, 5 (5,8%) foram atendidos em um limite de tempo maior que 40
minutos, sendo que 3 (60%) tiveram o cuidado fragmentado e 2 (40%) não o tiveram.
No limite de tempo inferior a 40 minutos, foram atendidos 81 (94,2%) pacientes,
destes, 29 (35,8%) tiveram o cuidado fragmentado e 52 (64,2%) não o tiveram.
FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO
Faixa Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 30 min
Row %
Col %
3
42,9
9,4
4
57,1
7,4
7
100,0
8,1
Menor que 30 min
Row %
Col %
29
36,7
90,6
50
63,3
92,6
79
100,0
91,9
TOTAL
Row %
Col %
32
37,2
100,0
54
62,8
100,0
86
100,0
100,0
67
Tabela 25: Tempo de espera para atendimento do enfermeiro por fragmentação do
tempo de permanência
Categoria 2: tomada de decisão clínica.
A partir da análise dos BAM, não é possível investigar as tomadas de decisões de
cada diagnóstico sindrômico encontrado pelos enfermeiros, pois elas não foram
discriminadas no BAM. Então, foi verificado se o enfermeiro fez a anamnese, conforme
fixado pelo modelo gerencial para o atendimento na avaliação primária da unidade de
emergência. Criou-se uma variável “Verificação do Diagnóstico Sindrômico”, que assume
o valor verdadeiro, se as variáveis: “Verificou Queixa Principal”, “Verificou Início dos
Sintomas”, “Verificou Fatores de Risco”, “Verificou História de Alergia”, “Verificou
HDA” e “Verificou Sinais Vitais” forem verdadeiras ao mesmo tempo. Dos pacientes
atendidos pelo enfermeiro, 68,8% tiveram seus diagnósticos sindrômicos checados.
FRAGMENTAÇÃO POR TEMPO PERMANÊNCIA
Faixa Enfermagem Fragmentou Não Fragmentou TOTAL
Maior que 40 min
Row %
Col %
3
60,0
9,4
2
40,0
3,7
5
100,0
5,8
Menor que 40 min
Row %
Col %
29
35,8
90,6
52
64,2
96,3
81
100,0
94,2
TOTAL
Row %
Col %
32
37,2
100,0
54
62,8
100,0
86
100,0
100,0
68
Tabela 26: Tomada de decisão clínica em relação ao diagnóstico sindrômico
Diagnóstico
Sindrômico Freqüência Percentual Percentual Acumulado
Sim 815 68,8% 68,8%
Não 369 31,2% 100,0%
Total 1184 100,0% 100,0%
95% Limites de Confiança
Sim 66,1% 71,4%
Não 28,6% 33,9%
Categoria 3: Monitorização do cuidado a partir do diagnóstico sindrômico.
Nessa categoria, levantou-se uma freqüência da variável: Aplicação de
monitorização. Condiciona-se essa variável ao tipo de complexidade, daí se levantar essa
freqüência para cada Complexidade. A partir dos fatores de risco discriminados, verificou-
se se foi aplicada a monitorização adequada:
Glicemia, se houver o fator de risco diabetes;
Verificação de pressão, ECG, Monitorização Cardíaca ou Oxigenioterapia, se houver
fatores de risco: história familiar, hipertensão, coronariopatia prévia, obesidade, tabagismo,
dislipidemia ou sedentarismo.
Na complexidade 1, em todos os 89 casos selecionados, não foi aplicada a
monitorização do cuidado, provavelmente por não haver relação entre os fatores de risco
encontrados e a queixa principal (motivo que levou o paciente à emergência), ver tabela
27. Por esse motivo, não se pode afirmar que o baixo valor encontrado, 0%, de paciente
monitorado relacionado aos fatores de riscos encontrados, indique a baixa efetividade do
trabalho do enfermeiro na emergência.
69
Tabela 27: Monitorização do cuidado por fatores de risco para complexidade 1
ECG, MCC, Pressão,
Oxigênio Freqüência Percentual
Percentual
Acumulado
Não 89 100,0% 100,0%
Total 89 100,0% 100,0%
95% Limites de Confiança
Não 95,9% 0,0%
Na complexidade 2 foram atendidos 184 pacientes pelo enfermeiro na avaliação
primária. Desses, 13,6% tiveram o cuidado monitorado relacionado aos fatores de riscos
encontrados.
Tabela 28: Monitorização do cuidado por fatores de risco para complexidade 2
ECG, MCC, Pressão,
Oxigênio Freqüência Percentual
Percentual
Acumulado
Sim 25 13,6% 13,6%
Não 159 86,4% 100,0%
Total 184 100,0% 100,0%
95% Limites de Confiança
Sim 9,0% 19,4%
Não 80,6% 91,0%
Na complexidade 3, apenas 26 pacientes foram atendidos pelo enfermeiro na
avaliação primária. Desses, 34,6% tiveram o cuidado monitorado relacionado aos fatores
de riscos encontrados. Novamente observou-se o aumento no valor da variável com o
aumento da complexidade. Como os pacientes de complexidade 3 são normalmente
70
internados, pode-se inquerir se o diagnóstico da internação está relacionado com o(s) fator
(es) de risco encontrado (s).
Tabela 29: Monitorização do cuidado por fatores de risco para complexidade 3
ECG, MCC, Pressão,
Oxigênio Freqüência Percentual
Percentual
Acumulado
Sim 9 34,6% 34,6%
Não 17 65,4% 100,0%
Total 26 100,0% 100,0%
95% Limites de Confiança
Yes 17,2% 55,7%
No 44,3% 82,8%
Tabela 30: Relação de diagnósticos de internação com fatores de riscos
Verificaram-se, na complexidade 3, os pacientes hemodinamicamente instáveis, na
categoria monitorização do cuidado, 34,6% tiveram o cuidado monitorado, a partir dos
fatores de risco para doença coronariana e cerebrovascular, e 65,4% não tiveram o cuidado
monitorado. Por este resultado, não se evidencia uma efetividade do trabalho do
enfermeiro para todos os pacientes de complexidade clínica 3. Assim, vê-se a necessidade
de analisar, nos diagnósticos de internação e dos fatores de risco, a monitorização do
cuidado pelo enfermeiro.
71
Tabela 30: Monitorização do cuidado por fatores de risco e diagnósticos para
complexidade 3
Diagnóstico Internacao
Coronariopatia Prévia
Dia-betes
Dislipi-demia
Hiper-tensão
Hipert.Fami-liar
Obesi-dade
Seden-tarismo
Taba-gismo
Aplicou Monito-rização
Angina Instável
Não Sim Não Sim Não Não Não Não Sim
Apendicite Não Não Não Não Não Não Não Não Não
Apendicite Não Não Não Não Não Não Sim Não Não
AVC Não Não Sim Não Não Não Não Não Sim
AVC Não Não Não Sim Não Não Não Não Sim
AVE Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
AVE Não Sim Não Sim Não Não Não Não Sim
AVE Não Sim Não Não Não Não Não Sim Não
AVE Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
Celulite de face
Não Não Não Não Não Não Não Não Não
Celulite de face
Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
Celulite de Tornozelo
Não Não Não Sim Não Não Não Não Não
Crise Hipertensiva
Não Sim Não Sim Não Não Não Não Sim
Diabetes descompen-sada
Não Sim Não Não Não Não Não Não Sim
Diabetes Mellitus Descompen-sada
Não Não Não Não Não Não Não Sim Não
Diverticulite Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
Erisipela Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
Fibrilação Atrial
Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
Fibrilação Atrial
Não Não Não Sim Não Não Não Não Sim
IAM Não Sim Não Sim Sim Não Sim Não Sim
IAM Não Não Sim Não Não No Não Sim Sim
Nefrolitíase Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
72
Nefrolitíase Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
Neo de Mama
Não Sim Não Sim Não Não Não Não Sim
Pancreatite Não Não Não Sim Não Não Sim Sim Sim
Pancreatite Aguda
Sim Não Não Não Não Não Não Não Sim
Pancreatite Aguda
Não Não Não Sim Não Não Não Sim Sim
Pielonefrite Não Não Não Não Não Não Não Não Sim
Pneumonia Sim Sim Não Sim Não Não Não Não Não
Retenção Urinária pós Litotripsia
Não Não Não Não Não Não Não Não Não
TCE Não Sim Não Sim Não Não Não Sim Sim
TVP Não Não Não Não Não Não Não Não Não
TVP Não Não Não Não Não Não Não Não Não
73
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta fase de discussão, apresentaremos de que maneira a articulação do objeto de
estudo se relaciona com a perspectiva de efetividade do trabalho do enfermeiro, e em que
condições se aplicam o Gerenciamento de Caso, levando em consideração as atividades
definidas em junho de 2004, num estudo das funções do papel do gerente de caso
elaborado pela comissão para certificação de gerente de caso43.
O escopo central das discussões sobre o papel do gerente de caso da comissão
focaliza-se como definição do gerenciamento como um processo pró-ativo, que fornece
acesso ao cuidado com qualidade, segurança, eficácia e em tempo hábil. Nas etapas de
desenvolvimento do processo, definida por essa comissão que corresponde à: Pontuação,
Planejamento, Implantação, Coordenação, Monitorização, Avaliação e Resultado, justifica-
se um profissional qualificado, que trará um benefício significativo e adicional na
indicação de erros e danos de potencial institucional e de erros e/ou danos profissionais,
incluindo erros médicos.
As categorias serviram para analisar o trabalho real oferecido pelo nosso sistema, e o
resultado que esperávamos dele, elas contribuíram para ressaltar o objetivo deste trabalho,
que é o de verificar a efetividade do trabalho do enfermeiro na avaliação primária,
seguindo o conceito de Donabedian in, Kluck15, que define efetividade como a relação
entre o benefício real oferecido pelo sistema de saúde ou assistência e o resultado
potencial, ele descreve que efetividade é igual a melhoria do sistema oferecido/melhoria
esperada pelo sistema “ideal”.
Na primeira categoria, relacionada à fragmentação do cuidado nos diferentes tipos
de complexidade clínica, tentou-se verificar como o tempo de espera para o atendimento
do enfermeiro poderia influenciar na fragmentação do cuidado. Essa variável pouco
influenciou na fragmentação do cuidado nos 3 tipos de complexidade. Apenas na
Complexidade 1, para o limite de tempo de espera do atendimento pelo enfermeiro em 40
minutos, observou-se maior fragmentação acima do limite e menor fragmentação abaixo
do limite. Esse comportamento é explicado pelo fato de o atendimento pelo enfermeiro
durar em média mais de 20 minutos, assim, se o paciente já tiver esperado 40 minutos para
74
ser atendido pelo enfermeiro, a maioria vai ultrapassar uma hora de permanência na
emergência, determinando a fragmentação. A fragmentação do cuidado foi menor do que a
não fragmentação em todos os 3 tipos de complexidade, contribuindo para valorizar o
trabalho do enfermeiro na avaliação primária, que é atender ao paciente de emergência o
mais rápido possível, retirando-o da fila de espera, definindo sua complexidade,
priorizando e monitorizando o cuidado se necessário de acordo com o diagnóstico
sindrômico.
Para os 3 tipos de complexidade, observou-se que a variável de tempo exerce função
importante no que se refere ao paciente de urgência e emergência. Para Goldin4, a
assistência em situações de emergência e urgência se caracteriza pela necessidade de um
paciente ser atendido em um curtíssimo espaço de tempo. A emergência é caracterizada
como sendo a situação em que não pode haver protelação no atendimento, que deve ser
imediato. Nas urgências, o atendimento deve ser prestado em um período de tempo que,
em geral, é considerado como não superior a duas horas.
Quando se fala das emergências cardiovasculares, como o infarto agudo do
miocárdio, esse tempo tem que ser muito inferior, pois, este tipo de paciente deve ser
atendido em um tempo preconizado como porta – balão, ou seja, triagem rápida dos
pacientes com dor torácica, para imediata liberação dos cuidados na angina instável e no
IAM (trombólise < 30 min tempo portas-agulha/PTCA < 90min tempo porta balão)44.
Analisando o Anexo (tabela 21), verifica-se que 94,6 % dos pacientes foram atendidos em
até quarenta minutos após a entrada na emergência. Os pacientes esperaram pelo
enfermeiro em média 19 minutos, com desvio padrão de 12,06 minutos, mínimo de 0
minuto e máximo de 107 minutos, mediana: 18 minutos e moda de 15 minutos.
Observa-se que, nos tipos de complexidade 1 e 2, a estratégia de Gerenciamento de
Caso se aplica, visto que, nesses dois tipos de complexidade, o paciente sai da emergência
com uma orientação feita pelo profissional de saúde para dar continuidade ao seu
atendimento na rede básica da sua operadora de saúde, com diagnóstico fechado,
tratamento iniciado, mas não com uma garantia que seu tratamento será acompanhado por
um especialista, de acordo com suas necessidades, pelas dificuldades de acesso à rede
básica de saúde, conforme já mencionamos no capítulo 1 deste trabalho.
Diante da nossa realidade de instituição privada que atende a vários convênios de
diferentes operadoras de saúde, dentre as quais algumas com centros médicos,
75
ambulatórios e redes de consultórios com médicos especialistas, laboratórios, centro de
diagnósticos, acredita-se ser possível atuarmos como gerentes de casos para os pacientes
de complexidades I e II, após alta da emergência com sua consulta já marcada pelo
especialista necessário.
“Para que o modelo de Gerenciamento de Caso funcione em um departamento de
emergência, faz-se necessário que o enfermeiro gerente de caso além de interagir com a
equipe multiprofissional do departamento de emergência tenha acesso e conhecimento dos
outros serviços, como exemplo a rede básica de saúde mais próxima” 45:53.
Observa-se que o gerente de caso na emergência pode conduzir e acompanhar,
evitando o retorno desnecessário dos pacientes ao serviço de emergência e, em outros
casos, a piora da sua doença com seqüelas e hospitalização, gerando maior custo para o
sistema. Esse trabalho pode ser feito com o paciente na alta, através da marcação da
consulta ao especialista, confirmação da presença e, nos casos em que haja a necessidade
de monitoramento da operadora de saúde, enviar relatórios, para trabalhar a prevenção,
como nos diabéticos e hipertensos. Para evitar a fragmentação do cuidado, faz-se
necessário operar em um formato do modelo assistencial, comandado por um processo de
trabalho cuidador, que oriente o percurso do paciente do seu caminhar dentro das redes de
serviços, quando isso não existe, o paciente faz seu próprio caminhar, induzindo consumo
de procedimentos38. Essa prática é altamente perversa, podendo levar a erros diagnósticos,
acessos negados, procedimentos mais onerosos e não efetividade do cuidado. Muitas vezes,
só o usuário consegue recuperar a história da sua peregrinação, sendo o seu próprio “fio
condutor”.
Poderemos relacionar a etapa da coordenação dos sete elementos do gerente de caso
com a categoria de fragmentação do cuidado, porque o paciente de emergência, durante a
sua permanência na unidade, muda de cenário de cuidado em vários momentos, o primeiro
contato dele é com a recepção, que faz um processo de triagem, abrindo uma ficha de
atendimento com a especialidade médica solicitada; depois, recebe o atendimento do
enfermeiro e, finalmente, é atendido por um especialista médico de plantão, e, se
necessário, por um profissional técnico de enfermagem, em caso de procedimentos não
invasivos, técnicos de laboratório, RX, Tomografia, Ressonância Magnética. O gerente de
caso na emergência iria facilitaria esses cuidados, viabilizando as atividades necessárias
para o cuidado, nos diferentes tipos de cenários, organizando e se responsabilizando pelas
76
informações necessárias para prevenção de danos e erros, além de propiciar ao paciente as
informações de que ele precisa sobre sua comorbidade atual.
A aplicabilidade da estratégia do GC na emergência poderia contribuir também,
quando se fala de medicina privada, para as operadoras de saúde conhecerem seus
credenciados e implementarem programas de prevenção, principalmente para os casos de
hipertensão, diabetes, em que, na maioria das vezes, o diagnóstico é fechado na
emergência, e o gerente de caso, através da etapa em que levanta os resultados sobre a
coleta e análise dos dados, poderia auxiliar e apontar os pacientes que necessitariam de
acompanhamento por um especialista da rede credenciada, evitando seu retorno aos
serviços de emergência e prevenindo o agravamento da sua doença com seqüelas, custo
elevado para a operadora com exames, internação, medicamentos. Com essa etapa, o
gerente de caso agregaria os resultados aos tipos específicos de paciente e conduziria
análises que informam a prática além de favorecer a monitorização da atuação do sistema
de saúde e identificar oportunidades de melhora que no final ampliam o cuidado de futuros
pacientes.
Ainda na categoria de fragmentação do cuidado, também se considerou o tempo de
espera para o atendimento do enfermeiro na avaliação primária em relação à seleção dos
tipos de complexidade. Essa variável justifica-se para a agilização e priorização do
atendimento dos pacientes de urgência e emergência após atendimento do enfermeiro. O
resultado alcançado demonstrou a problematização dos serviços de emergência atuais.
Vários autores relatam o aumento da procura pelo atendimento de emergência por
pacientes de baixa complexidade, na tabela definidos como 1 e 2, em que tivemos 424
(36,7) pacientes de complexidade 1, 646 (55,9%) de complexidade clínica 2 e 86 (7,4%) de
complexidade clínica 3. Dos pacientes de complexidade 3, 83,7% foram internados em
quarto e 16,3% em Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Gostaríamos de ressaltar que a
complexidade clínica 3 é o paciente que deve ser retirado o mais rápido possível da fila de
espera para atendimento.
O fato de os serviços de emergência terem-se tornado uma “válvula de escape”
dos serviços de saúde, prejudica o atendimento dos casos considerados adequados, uma
vez que o excesso de demanda acarreta acúmulo de tarefas e conseqüente sobrecarga para
toda a equipe de profissionais, contribuindo também para o aumento dos custos
hospitalares6.
77
O tempo de permanência na emergência é uma variável dentro da categoria da
fragmentação do cuidado, que se relaciona com o atendimento do enfermeiro devido à
necessidade do cuidado não fragmentado a partir do início do atendimento do enfermeiro.
Nessa variável, também utilizamos a escala de fragmentação já definida, em que
consideramos que houve fragmentação do cuidado na complexidade 1, quando o tempo de
permanência ultrapassou 1 hora, na complexidade 2, quando o tempo ultrapassou 3 horas, e
para o tipo de complexidade 3, os que ultrapassaram 6 horas.
Para calcular o tempo de permanência, não utilizamos diretamente a fórmula hora de
saída menos hora de entrada, pois nos casos em que o paciente chegou à noite, antes das 24
horas, e saiu de madrugada ou de manhã, o tempo de permanência seria calculado
incorretamente. Para contornar esse problema, nos casos em que a hora de saída era menor
que a hora de entrada, o tempo de permanência foi encontrado como: hora de saída +24
horas - hora de entrada (o comando Analysis do Epiinfo não aceita 24h como hora válida,
logo foram somadas 12h duas vezes). Observamos que em todos os tipos de complexidade
houve um trabalho efetivo do enfermeiro na avaliação primária, visto que a não
fragmentação do cuidado foi observada na maior parte dos pacientes, indicando, assim,
efetividade da avaliação primária realizada pelo enfermeiro na emergência.
Quando buscamos a não fragmentação do cuidado, esperamos que os pacientes que
procuram o nosso serviço tenham um cuidado contínuo, sem interrupção durante o seu
processo, ou seja, esperamos que o paciente saia da avaliação primária do enfermeiro com
a certeza de que seu atendimento foi iniciado, que ele terá uma investigação do seu
diagnóstico através dos exames de auxílio diagnóstico, solicitados por um profissional
médico, e que terá seu atendimento continuado por um enfermeiro, que monitorizará seu
cuidado durante sua permanência na emergência. Para o nosso cuidado não ser
fragmentado, o paciente deve sair da nossa emergência com um diagnóstico fechado e um
tratamento iniciado, deve ainda ser orientado a marcar um acompanhamento com um
especialista da sua operadora de saúde na rede básica, apesar de não termos certeza se o
paciente seguirá a orientação. A estratégia do GC pode contribuir para minimizr esse
problema com o direcionamento desses pacientes por um gerente de caso na própria
emergência. Alguns autores, como Desimone, Brejan , Berger in Malta38, definem o GC
dentro de um conceito continum que se estrutura como uma rede de encaminhamentos,
com supervisão e planejamento. O GC pode se caracterizar por um sistema de oferta de
78
cuidados, um modelo de prática profissional ou grupo de atividades que são realizadas para
o paciente.
Durante a avaliação primária, o enfermeiro utiliza o Boletim de Atendimento Médico
(Anexo 3 e 4) para registrar a anamnese inicial dos pacientes adultos de clínica médica,
que chegam ao serviço de emergência.
Análise da Categoria 2 (Tomada de decisão clínica em relação aos diagnósticos
sindrômicos)
Nesta categoria, espera-se que os enfermeiros através da queixa principal relatada na
qual se indica o diagnóstico sindrômico, chequem 100% das variáveis relacionadas:
verificação dos fatores de risco para doenças coronarianas, verificação dos sinais vitais,
verificação da queixa principal, verificação do início dos sintomas, verificação da história
de alergia, verificação HDA (História da doença atual), que é a primeira parte do BAM.
Essas variáveis são importantes para o enfermeiro identificar e definir os tipos de
complexidade, priorizando ou não o atendimento do paciente. Para analisarmos essa
categoria, criamos a variável “verificação do diagnóstico sindrômico”, que assume o valor
verdadeiro se todas as variáveis: “verificou queixa principal”, “verificou início dos
sintomas”, “verificou fatores de risco”, “verificou história de alergia”, “verificou HDA” e
“verificou sinais vitais” forem verdadeiras ao mesmo tempo.
Na tabela 26, dos 1184 pacientes atendidos pelo enfermeiro, 815 (68,8%) tiveram as
variáveis verdadeiras para o diagnóstico sindrômico checadas pelo enfermeiro e 369
(31,2%) não as tiveram. Esse resultado demonstrou não efetividade do trabalho do
enfermeiro na avaliação primária, dentro dos 100% que esperávamos. Durante o
levantamento e análise, verificou-se que não podemos garantir se essas variáveis não foram
checadas pelo enfermeiro, pois, no BAM, não existe nenhum campo que possibilite ao
enfermeiro o registro da sua checagem, em caso de resposta negativa pelo paciente para as
variáveis descritas para compor o diagnóstico sindrômico. Os campos utilizados pelos
enfermeiros se restringem somente ao de checar, em caso positivo. (Anexo 3 e 4).
Quando se consideram as etapas para implantação do GC, pode-se dizer que a
categoria de tomada de decisão clínica relaciona-se com a etapa de pontuação, que orienta
os gerentes de caso a ver o paciente como um todo, avaliando suas reais necessidades de
cuidado e com a etapa de monitorização, em que, após a definição da complexidade e
79
priorização do atendimento, o enfermeiro aplica a monitorização do cuidado,
acompanhando o paciente em todo seu processo de cuidado. Durante a permanência na
emergência, ajusta-se o plano de tratamento, de acordo com as variações de tempo de
atraso para realização dos exames, viabilizando medicamentos necessários, equipamentos,
ou seja, identificando possíveis causas que estejam impactando com o seu cuidado e
tomando as medidas corretivas necessárias.
Análise da Categoria 3 (Monitorização do cuidado relacionado ao diagnóstico
sindrômico)
Na categoria 3, considerou-se a monitorização do cuidado a partir do diagnóstico
sindrômico, criamos a variável: “aplicação da monitorização” e levantamos sua freqüência
geral e para cada tipo de complexidade. Como a categoria 3 “monitorização do cuidado”,
considera a queixa principal (diagnóstico sindrômico e os fatores de risco para doença
coronariana), a variável: “aplicação da monitorização” deve ser verdadeira nos seguintes
casos:
- Verificação da glicemia, se houver o fator de risco diabetes;
- Verificação de pressão, ECG, Monitorização Cardíaca ou Oxigenioterapia, se
houver os fatores de risco: História Familiar, Hipertensão, Coronariopatia Prévia,
Obesidade, Tabagismo, Dislipidemia ou Sedentarismo.
O enfermeiro na emergência aplica a monitorização em duas ocasiões:
1 – Quando o paciente tem algum fator de risco relacionado à queixa principal; (não
temos como levantar com a base de dados disponível);
2 – Quando o paciente apresenta dois ou mais fatores de riscos para doença coronariana.
(temos como levantar com a base de dados disponível)
Durante o levantamento dos dados, verificamos que a queixa principal estava
registrada nos BAM’s, conforme os pacientes as apresentavam. Por isso não estavam
apresentadas de forma padronizada e técnica, de forma que pudessem ser aproveitadas para
o nosso trabalho. Então, não foi incluída a queixa principal do paciente (motivo de sua ida
a emergência) na coleta dos dados, por não se poderem relacionar os fatores de risco com a
queixa principal, já em relação dos fatores de risco, há como verificar a quantidade, pois
são checados, sempre que o paciente apresenta algum.
80
Para se analisar a categoria 3, criamos outra variável “Monitorização baseada no
Diagnóstico Sindrômico”, que assume o valor verdadeiro, se um dos fatores de risco:
dislipidemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo ou coronariopatia para cada tipo de
complexidade. Nos 89 casos encontrados na complexidade clínica 1, nenhum teve o
cuidado monitorado pelo enfermeiro. Esse resultado pode ser explicado, pois,
provavelmente, os fatores de risco apresentados pelos pacientes de complexidade 1 não
foram relacionados à queixa principal (motivo que levou o paciente à emergência). Por
esse motivo, não podemos afirmar que o baixo valor encontrado 0%, de pacientes
monitorados relacionados aos fatores de riscos encontrados, indique baixa efetividade do
trabalho do enfermeiro na emergência. (Tabela 27).
Quando avaliamos a complexidade clínica 2, nessa mesma categoria, utilizando os
mesmos critérios de seleção, encontramos 184 pacientes atendidos na avaliação primária.
Desses, 13,6% tiveram o cuidado monitorado relacionado aos fatores de riscos
encontrados. (Tabela 28)
Para esses dois tipos de complexidade (1 e 2), podemos observar que a não
monitorização do cuidado pelo enfermeiro não influenciou de forma negativa a efetividade
do trabalho do enfermeiro na avaliação primária, visto que esses pacientes são de baixa
complexidade, ou seja, hemodinamicamente estáveis, por outro lado, na amostra
trabalhada, a queixa principal não levantada aqui não estava relacionada à necessidade de
uma intervenção do enfermeiro, no que se refere a monitorização de algum cuidado.
Já na complexidade clínica 3, encontramos 26 pacientes atendidos na avaliação
primária, desses, 34,6% tiveram o cuidado monitorado relacionado aos fatores de riscos e
65,4%, não. Mediante esses dados, vimos à necessidade de analisarmos os diagnósticos de
internação dos pacientes de complexidade 3, utilizando os critérios para análise de tipo de
complexidade 3, com ou sem diagnóstico de internação por fatores de risco, e observamos,
na tabela 31, que a monitorização do cuidado não se aplicava a todos os tipos de pacientes
atendidos pelo enfermeiro na avaliação primária, mesmo em complexidade clínica 3, como
por exemplo, um diagnóstico de pancreatite, celulite de face, perna que naquele momento
do atendimento não necessitou da intervenção de cuidado do enfermeiro.
81
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização desse trabalho observamos que o aumento da demanda nos
serviços de emergência é mundial e que este problema ocorre tanto no setor público como
no privado. No mundo inteiro, os responsáveis por esses serviços buscam alternativas para
resolver esse problema, visto que o maior prejudicado é o paciente de urgência e
emergência, que se mistura em uma fila de espera para atendimento médico por horas,
agravando seu quadro clínico, e conseqüentemente, as seqüelas provenientes de sua
patologia. As estratégias utilizadas pelos serviços baseiam-se nos processos de triagem,
atualmente integrando o programa Humaniza SUS do Ministério da Saúde, o
“acolhimento”, principalmente nas emergências públicas. Vimos que o processo de triagem
desenvolvido nos serviços de emergência, principalmente no Brasil, não são realizados
somente pelo profissional de saúde, muitas vezes esse processo é desenvolvido por um
funcionário administrativo, ou seguranças, que separam os pacientes pela especialidade
médica procurada, não investigando a causa de sua ida aos serviços de emergência naquele
momento.
Um dos objetivos desse trabalho foi identificar a efetividade do trabalho do
enfermeiro na emergência. Apesar de não conseguirmos levantar com precisão a
efetividade em cada categoria apresentada, pela impossibilidade de identificar informações
que, registradas nos documentos clínicos, possibilitaria levantar a efetividade do trabalho
do enfermeiro, a definição dessas categorias indicou melhoramentos que poderiam ser
feitos nos registros clínicos. Por exemplo: o boletim de atendimento médico (BAM),
apresenta um campo para serem registrados os fatores de riscos identificados no paciente
para doença coronariana, e, ainda, outro campo para checar, em caso positivo, o registro do
que é perguntado sobre cada fator de risco. Assim, o fato de o campo não estar marcado,
não significa que o enfermeiro não perguntou, pode ser que tenha perguntado, e o paciente
não soube informar ou o paciente afirmou que não apresentava nenhum fator de risco e,
por não existir o campo negativo, o enfermeiro não registra (Anexos 3 e 4). Essas dúvidas
surgiram pelas inconsistências encontradas nos BAM. A técnica para levantamento e
análise dos dados criada no software do Epi Info foi eficiente, pois nos mostrou que as
limitações encontradas durante a análise não nos impossibilitaram de levantar algumas
82
informações que indicavam a efetividade do trabalho do enfermeiro na avaliação primária,
e serviu para repensarmos a nossa prática de atendimento na emergência. Além disso,
indicou-nos melhoramentos no BAM utilizado pelo enfermeiro para coleta da história
clínica do paciente na emergência, tais como a falta do registro em casos negativos para
levantamento dos fatores de risco, HDA.
Essa técnica demonstrou que não poderíamos também trabalhar com a queixa
principal encontrada nos BAM analisados devido à diversidade das queixas, dos motivos
pelos quais o paciente veio à emergência, isso nos limitou principalmente na análise das
categorias de tomada de decisão clínica e monitorização do cuidado. Chapman, Dowling e
Wagner46 informam que as bases de dados para estudos de diagnósticos sindrômicos
incluem tipicamente dados como data de admissão, sexo, idade, endereço, código do
diagnóstico descartado, e o texto livre do condutor da triagem sobre a queixa do paciente,
este texto livre deve ser classificado em categorias sindrômicas. Eles trabalharam com 7
grupos de diagnósticos direcionados para detectar doenças infecciosas e apontaram como
uma limitação de seu estudo a utilização da revisão 9 do Código Internacional de Doenças
(CID).
Em outro estudo realizado num serviço telefônico de aconselhamento por
enfermeiros, o diagnóstico sindrômico foi realizado numa consulta posterior no
consultório47. O enfermeiro classificou a queixa do paciente com o CID revisão 9,
refletindo a condição apresentada pelo paciente, sintomas diagnóstico presumido e
diagnóstico definitivo. Como tal trabalho buscava detectar epidemias e ataques biológicos,
investigou grupos que representavam manifestações clínicas de potenciais infecciosos, tais
como: coma, gastrointestinal, respiratória, neurológica, hemorrágica, infecciosas
dermatológicas, e febre.
Em nossa realidade, isso só seria possível se agrupássemos todas as queixas por
grupo geral de diagnóstico, podendo-se utilizar, o Código Internacional de Doença (CID
10), que separa as patologias por aparelhos respiratórios, cardiológicos, neurológicos,
geniturinários.
Observamos que o trabalho do enfermeiro na avaliação primária foi efetivo em
relação ao tempo de espera para atendimento, pois 94,6% dos pacientes da nossa amostra
de estudo foram atendidos até 40 minutos, tempo importante para as principais patologias
83
de urgência e emergência, tais como, cardiovasculares e neurológicas44. Foi efetiva, ainda
na categoria fragmentação do cuidado em relação à capacidade do enfermeiro, a seleção
dos tipos de complexidade clínica, quando se definiram as complexidades e quando
priorizarem o atendimento dos pacientes, principalmente de complexidade clínica 2 e 3.
A categoria tomada de decisão clínica contribuiu para identificarmos a aplicabilidade
do Gerenciamento de Caso na emergência, que é o segundo objetivo desse trabalho,
principalmente para os pacientes de complexidade clínica 1 e 2. Essa categoria demonstrou
que, se tivéssemos um gerente de caso na emergência, todos os pacientes que
necessitassem de um acompanhamento na rede ambulatorial da sua operadora de saúde já
poderiam sair do nosso serviço com uma consulta já agendada na especialidade médica da
rede básica de saúde. Isso poderia ajudar a resolver um dos problemas da emergência, que
é o retorno dos pacientes ao serviço com as causas não emergenciais para a continuidade
do tratamento pelo paciente iniciado na emergência. A vinculação do paciente a um
médico assistente e a identificação dos pacientes que precisariam de um trabalho de
prevenção e acompanhamento pela sua operadora de saúde são, assim, contempladas.
Com o resultado encontrado nessa categoria, observamos que houve relação com a
etapa do processo do modelo de gerenciamento de “avaliação”, no qual o gerente avalia o
plano como um todo para determinar sua adequação, relevância aos interesses do paciente
e família, envolvendo os resultados desejados e objetivos do tratamento, se não houver
progressão, de acordo com as expectativas do cuidado ou do paciente/família, o gerente
toma as ações necessárias. É importante nessa etapa basear-se na formulação e preparação
de relatórios para implantação de mudanças nos processos de prestação de cuidados para
os próximos pacientes.
Ainda na categoria de tomada de decisão clínica, podemos concluir que, em relação à
etapa do processo de “resultados”, os gerentes podem auxiliar e apontar os aspectos de
sucesso no plano, ao se atingirem os benefícios esperados, e também identificar as partes
do plano cujas atividades foram malsucedidas, evitando-se que erros venham a ser
repetidos. Essa etapa permite ao gerente agregar os resultados aos tipos específicos de
paciente e conduzir análises que informam a prática. Além de favorecer a monitorização da
atuação do sistema de saúde e identificar oportunidades de melhora com a finalidade de
ampliar o cuidado de futuros pacientes.
84
Mediante a panorâmica dessa categoria, podemos concluir, pela efetividade
encontrada na categoria de tomada de decisão clínica, pelos resultados alcançados, que há
viabilidade técnica entre a aplicabilidade do Gerenciamento de Caso na avaliação primária.
Na categoria de monitorização do cuidado para as complexidades clínicas 1 e 2,
apesar de não encontrarmos de forma positiva a efetividade do trabalho do enfermeiro na
avaliação primária, pois nem sempre esses pacientes precisaram da intervenção do
enfermeiro, no que se refere à monitorização de algum cuidado. Já para os pacientes de
complexidade 3, atendidos pelo enfermeiro, verificamos a efetividade do trabalho do
enfermeiro na categoria de monitorização do cuidado, devido à capacidade do enfermeiro
em aplicar o cuidado necessário a esses pacientes, de acordo com os diagnósticos
sindrômicos, somente quando necessário.
Mediante o quadro de diagnóstico de internação do paciente de complexidade 3
(Tabela 30), observamos que o enfermeiro aplicou a monitorização do cuidado sempre que
necessário. Dessa forma, nessa categoria, observamos, a partir dos resultados, que a
estratégia do GC pode ser aplicada, no que tange ao percurso clínico ou percurso crítico do
paciente na emergência, definidos como planos de cuidados desenvolvidos através da
colaboração de médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, gerentes de caso e outros
membros da equipe envolvidos no cuidado dos pacientes22.
Nesse sentido, nessa categoria, aplica-se a estratégia do Gerenciamento de Caso para
os pacientes de complexidade 3, no qual o Gerenciamento de Caso é considerado dentro do
percurso clínico como um instrumento que contém todas as informações do paciente do
início do atendimento até a alta e em que o cuidado é estruturado em um mapa diário ou
por intervalos de tempo, com metas definidas ou os resultados esperados, na nossa
pesquisa, o Boletim de Atendimento Médico22. Toda vez que os pacientes atingem as
metas, estão prontos para a alta ou para o próximo nível de cuidado. Quando o gerente de
caso atua com o percurso clínico, qualquer mudança ou desvio no trajeto desse percurso
relacionado à monitorização do progresso de um paciente é comunicado ao gerente de
caso.
Diante da nossa realidade de instituição privada que atende a vários convênios de
diferentes operadoras de saúde, acreditamos ser possível atuarmos como gerentes de casos
para os pacientes de complexidades I e II, após alta da emergência com sua consulta já
marcada pelo especialista necessário.
85
As limitações do estudo, verificadas nas inconsistências no boletim de
atendimento médico, no que se refere à queixa principal, fatores de risco e história
patológica pregressa, que limitam a avaliação dos resultados, não impediram a pesquisa,
pois os dados encontrados foram consistentes, através de uma técnica precisa, confiável,
conhecida e aplicada, que fez uma análise refinada em todas as variáveis utilizadas nesse
levantamento. Essas limitações nos fizeram repensar a nossa prática de 5 anos, atuando em
um modelo de assistência na avaliação primária dos pacientes de clínica médica na
emergência e nos mostraram quanto à estrutura do BAM, deve ser mudada para
implementar o Gerenciamento de Caso e garantir o registro fidedigno de todos os dados
coletados no ato do início do atendimento do paciente pelo enfermeiro, garantindo também
a prevenção de danos e agravos à saúde como prevê o modelo de Gerenciamento de Caso.
Sugerimos e recomendamos:
Novos Campos para checagem dos fatores de risco informados pelo paciente deverão
ser implementados, como, lacunas para casos de resposta positiva, negativa e ignorada;
Padronização das queixas principais relatadas pelos pacientes por grupos de
patologias, utilizando o código internacional das doenças (CID 10). Assim, poderíamos
relacionar as queixas principais do paciente com as tomadas de decisões e as
monitorizações do cuidado, possibilitando a identificação da efetividade em relação aos
níveis de complexidade;
Criação de instrumentos de percursos clínicos por patologias previsíveis de
tratamento por tempo e tipos de paciente, essa medida facilitaria as categorias de
fragmentação do cuidado, principalmente no que tange ao tempo do planejamento do
cuidado; nas categorias de tomada de decisão clínica e monitorização do cuidado,
beneficiaria a descrição da patologia com o cuidado já direcionado, contribuindo para um
melhor atendimento custo/eficaz.
A partir das recomendações, e orientada por Smeltzer22, criei um instrumento do
percurso clínico com elementos chaves para o paciente com dor torácica típica para doença
coronariana, conforme os resultados das categorias apresentadas nesta pesquisa, (Anexo
10), e outro (Anexo 11), para elucidar o caminho do paciente de complexidade 1 e 2 ao
gerente de caso após término da consulta médica.
86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-Toscano LNP. Uma ferramenta integrada de suporte a decisões em casos de emergências
médicas hospitalares. [Tese] Rio de Janeiro (RJ): Universidade Federal do Rio de
Janeiro/COPPE; 2001.
2- Rotstein Z. Management by constraints: considering patient volume when adding
medical staff to the emergency departament. Int Med Australian J 2002; 4:171-174.
3- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Normas
técnicas. Normas para estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília (DF); 1995.
4- Goldim JR. Aspectos Éticos da Assistência em Situações de Emergência e Urgência.
Disponível em <http://www.bioetica.ufrgs.br/emergen.htm>. Acesso em: 15 jul 2003.
5- Stein AT, Harzheim E, Costa M, Busnello E, Rodrigues LC. The relevance of continuity
of care: a solution for the chaos in the emergency services. Family Pract 2002; 19(2): 207-
10. Disponível em: http://fampra.oxfordjournals.org/cgi/content/full/19/2/207. Acesso em:
27 jan 2006.
6- Araújo Junior JLC, Cavalcanti P. O Perfil da Emergência do Hospital da Restauração:
uma análise dos possíveis impactos após a municipalização dos serviços de saúde. Rev
Bras Epidemiol 2004; 7: 3
7- Wehbe G, Galvão MC. O enfermeiro de unidade de emergência de hospital privado:
algumas considerações. Rev Latino-Am. Enfermagem 2001 mar/abr; 9(2):2-9.
8- Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 2048/GM, de 5 de novembro de 2002. Disponível
em: http://www.almedical.com.br. Acesso em: 27 jan 2006.
9- Porto IS. O núcleo de pesquisa em enfermagem hospitalar, o cuidado intensivo e de
enfermagem e o cuidado crítico da enfermeira. Rev Anna Nery Esc Enferm 2001 abr;
5(1):119-23.
87
10- Canetti MD, Junior CR, Souza PCP. Guidelines Amil Resgate saúde: Abordagem e
Transporte do Paciente Crítico. Rio de Janeiro(RJ): Atheneu; 2003.
11- Malta DC, Cecílio LCO, Merhy EE, Franco TB, Jorge AO, Costa MA. Perspectivas da
regulação na saúde suplementar diante dos modelos assistenciais. Ciênc Saúde Col 2004
abr/jun; 9(2): 1-15.
12- Gonzales RIC, Casarin SNA, Caliri MHL, Sassaki CM, Monroe MA, Villa TCS.
Gerenciamento de Caso: Um novo enfoque no cuidado à saúde. Rev. Latino–am
Enfermagem 2003 mar/abr; 11(2): 227-31.
13- Rampazzo L. Metodologia Científica: para alunos de graduação e pós-graduação. São
Paulo(SP): Loyola; 2002.
14- Soares E. Metodologia Científica: lógica, epistemologia e normas. São Paulo: Atlas;
2003.
15- Kluck M. Indicadores de qualidade para assistência hospitalar: hospital de clínicas de
Porto Alegre. Porto Alegre: FAMED/UFRG; 2005.
16- Gastal WC, Barros RB, Castro MA. Avaliação de política nacional de promoção da
saúde. Ciên Saúde col 2004 Jul/set; 9(3): 745-9
17-Travassos C, Martins M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de
serviços de saúde, Cad Saúde Públ 2004; 20(Supl 2): S190-S198.
18- Ministério da Saúde (BR). Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996. Diretrizes e
Normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília (DF); 1997.
Disponível em: http://www.datasus.gov.br/conselho/resol96/RES19696.htm. Acesso em 26
jan 2006.
19- Richardson S. Emergency departments and the inappropriate attender--is it time for a
reconceptualisation of the role of primary care in emergency facilities: a literature review. J
Nurs Prax N Z 1999 jul; 14(2):13-20.
20- Sabbadini SF, Gonçalves AA. A Unidade de emergência no Contexto do Ambiente
Hospitalar. Artigos Originais P 1-13
88
21- Coelho MJ. O socorro, o socorrido e o socorrer: Cuidar/Cuidados em enfermagem de
emergência. Rev Enferm Esc Anna Nery 2001 abr; 5(1): 176.
22- Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth tratado de enfermagem médico-cirúrgica.
9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. V.2.
23- Andrade LM, Caetano JF, Soares E. Percepção das enfermeiras sobre a unidade de
emergência. Rev RENE 2000; 1(1): 91-7.
24- Mendes EV. A reengenharia do sistema de serviços de saúde no nível local: A gestão
da atenção à saúde. In: Mendes EV, organizador. A saúde no nível local. São Paulo (SP):
Hucitec; 1998. p. 57-86
25- Mccollom P, Sager D. Case Management. In: Hoeman SP. Rehabilitation nursing.
Process and application. 2nd ed. ST. Louis: Mosby; 1996. p. 101-13.
26- Lee D, Markenzie A, Dudley E, Brown S, Clin T. Case Management: A Review of the
Definitions and Practice. J Adv Nurs 1998; 7(2): 933-9.
27- Reinaldo AMS. Gerenciamento de Casos como uma Estratégia de trabalho para
Enfermagem Psiquiátrica Comunitária. [Tese] Ribeirão Preto (SP): Universidade de São
Paulo; 2005.
28- Lamb G. Conceptual and Methodological Issues in Nurse Case management. J Adv
Nurs 1992; 34(15): 16-24.
29- Casarin SNA, Caliri MHL, Sassaki CM, Monroe MA, Villa TCS. Enfermería y
Gerencia de Caso. Rev Latino-am Enfermagem 2001; 9(4): 88-90.
30- Wisser S. Case Management Best Practices that Pavê the Way for Real World Success.
The Case Manager 2003 jan/fev. p. 54-57.
31- Curtis K, Lien D, Chan A, Grove P, Morris R. The Impact of trauma case management
on pacient outcomes. J Trauma 2002 Sept; 53(3): 477-82.
32- Mark M. Case Management and Patient Safety. The Case Manager 2003 Jan/Feb. p.
28-29.
89
33- Bristow DP, Herrick CA. Emergency department case management: the dyad team of
nurse case manager and social worker improve discharge planning and patient and staff
satisfaction while decreasing inappropriate admissions and costs: a literature review.
Lippincotts Case Management 2002 Nov/Dec; 7(6): 243-51.
34- Reeder L. Anatomy of disease management program. Nurse Manager 1999 Apr; 30(4):
41-5.
35- Byrne G, Markle RM, Browne G, Roberts J, Gafni A. An evaluation of the care of
patients with minor injuries in emergency settings. Accident and Emergency Nursing;
agosto. 2000. p. 101-109.
36- Rieve JA. Best Practices in Case Management. The Case Manager 2001 Jan/Feb; p.
36-7.
37- Santos JSS, Scarpelini S, Brasileiro SL, Ferraz CA, Dallora MELV, Silva MFS.
Avaliação do modelo de organização da unidade de emergência do Hospital de Clínicas da
Faculdade de Medicina de São Paulo-USP, adotando, como referência, as políticas
nacionais de atenção às urgências e de humanização. Medicina (Ribeirão Preto) 2003
abr/dez; 36: 498-515 p. 1-18
38- Malta DC, Cecílio LCO, Merhy EE, Franco TB, Jorge AO, Costa MA. Perspectivas da
Regulação na saúde Complementar diante dos modelos assistenciais. Ciên Saúde col 2004
abr/jun; 9(2): 1-15.
39- Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Guia
Planos de Saúde – Conheça seus direitos, Carência Urgência e Emergência. Disponível em:
http://www.ans.gov.br/portal/upload/biblioteca/guia_carencia_doenca_urgencia.pdf.
Acesso em: 30 maio 2006.
40- Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 195, de 18 de fevereiro de 1997.
Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complementares por enfermeiro.
Disponível em: http://www.portalcoren-rs.gov.br. Acesso em: 30 maio 2006.
90
41- Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 27, de 12 de julho de 2002.
Regulamenta Ações do Enfermeiro na Consulta, Prescrição de Medicamentos e Requisição
de Exames. Disponível em: http://www.portalcoren-rs.gov.br. Acesso em: 30 maio 2006.
42- CAMPOS, Rosana Onocko. Análise do planejamento como dispositivo mediador de
mudanças institucionais com base em um estudo de caso. Cad. Saúde Pública, Out./Dec.
2000, 16:(4):102-103
43- Hussein A, Tahan DNS. Identifying and Reducing Risk of Medical Errors. Trauma
Case Manag 2005 May/June. p. 80-85
44- ACC/AHA (American College of Cardiology, American Heart Association - Task
Force Report). Guidelines for the early management of patients with acute myocardial
infarction. J Am Coll Cardiol 1992,16:249-292.
45- Mullahy C. The Physician/Case Manager Patnership Revisited. The Case Manager
2003 Sept/Oct. p. 53-57.
46- Chapman CW, Dowling JN, Wagner MM. Classification of Emergency Department
Chief Complaints Into 7 Syndromes: A Retrospective Analysis of 527,228 Patients. Annal
of Emergency Medicine. 2005, Nov. p. 446-454.
47- Henry JV, Snyderl M. Comparison of Office Visit and Nurse Advice Hotline Data for Syndromic Surveillance.Supplement. 2004, 24:112-116.
91
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Asplin BR. Undertriage, overtriage, or No Triage? In Search of the Unnecessary
Emergency Department Visit. [Editorial] Ann Emergency Med. 2001 Sept; P. 282-85.
Friedrich DBC, Sena RR. Um Novo Olhar sobre o Cuidado no Trabalho da Enfermeira em
Unidades Básicas de Saúde em Juiz de Fora – MG. Rev Latino-am Enfermagem 2002
nov/dez; 10(6): 772-9.
Lambe SW. Times in California’s Emergency Departments. Ann Emergency Med 2003
Jan; P.35-44.
Cheung WWH, Heeney L. An Advance Triage System. Accident and Emergency Nurs
2002; 10:10-6.
Kelly JC, Murray R. Characteristics, Insights, Decision Making, and Preparation of ED
Triage Nurses. J emergency Nurs 2002 Oct; p. 401-406.
Flynn MB, McKeever JL, Spada T, Gordon-Garofalo V. Active client participation: an
examination of self-empowerment in HIV/AIDS case management with women. J Ass
Nurs AIDS Care 2000 May/June; 11(3): 59-69.
Ministério da Saúde (BR). Portaria GM n. 1863, de 29 de setembro de 2003. Política
Nacional de Atenção às Urgências. Brasília (DF); 2003.
Pádua EM.. Metodologia da Pesquisa: Abordagem Teórico-Prática. 9ª ed.. Campinas:
Papirus; 2003.
Sá LD. E a enfermagem no século XXI? Tecnologia em saúde. Rev Bras Enferm 1999
jul/set; 52(3): 375-84.
Cardozo G, Casarin SAN, Caliri MH, Sassaki CM, Villa TCS. Gerenciamiento de caso de
enfermeria en el processo de alta hospitalaria del paciente coon lesión medular. Rev Mex
Enf Cardiol 2000 jan/dez; 8(1): 7-13.
92
Eastes L, Harrahil M. Trauma case management defined. J Emergency Nurs 2000 out;
26(5): 519-21.
Walsh KT, Greenwood C. A Successful Emergency Department Case Management
Practice Model. The Case Manager 2003 Nov/Dec; p. 54-57.
Camargo ACM. As Contradições da Política de Saúde no Brasil: O Instituto Butantan. São
Paulo Perspec 2002 out/dez; 16(4): 64-72.
93
ANEXOS
94
ANEXO 1: TERMO DE ESCLARECIMENTO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO ASSISTENCIAL EM EMFERMEGEM
TERMO DE ESCLARECIMENTO
Este estudo investigará o Gerenciamento de Caso na Emergência: a participação do
enfermeiro em uma nova tecnologia de cuidado em saúde. Os avanços na área da saúde e
principalmente da enfermagem ocorrem através de estudos como este. Os objetivos do
estudo são: identificar a participação do enfermeiro de emergência na construção do
modelo de Gerenciamento de Caso e analisar o impacto do modelo de Gerenciamento de
Caso na eficácia e efetividade do trabalho do enfermeiro de emergência.
Caso sua concordância com a realização do estudo, será necessário autorizar a
manipulação dos boletins de atendimento de 02 meses do ano de 2004 dos pacientes
adultos de clínica médica, que passaram pelo atendimento dos enfermeiros, não será feito
nenhum procedimento que traga qualquer desconforto, como rasuras, emendas, cópias e
quebra das informações sigilosas médicas entre outras contidas nos mesmos.
Todas as informações poderão ser solicitadas pela instituição e poderá ser retirado seu
consentimento a qualquer momento sem prejuízo na continuidade do atendimento dos
enfermeiros da unidade de emergência. Esta pesquisa não trará custo para esta instituição.
95
ANEX0 2: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE APÓS ESCLAREC IMENTO
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO ASSISTENCIAL EM EMFERMEGEM
Eu, Charles Souleyman Al Odeh, diretor da Unidade, li e/ouvi o esclarecimento acima e
compreendi o estudo e qual procedimento que a unidade de emergência deste nosocômio
será submetida, com a avaliação dos boletins de atendimento dos pacientes submetidos ao
primeiro atendimento do enfermeiro. Eu, como diretor Geral deste hospital, entendi que
sou livre para interromper minha decisão e que isso não afetará a continuidade do serviço
dos enfermeiros realizados na unidade de emergência. Eu concordo a participar do estudo.
Niterói, ______/_____/_____
___________________________________________________
Assinatura do diretor ou responsável Documento de identidade
_______________________________
Assinatura do pesquisador responsável
_______________________________
Assinatura do pesquisador orientador
Telefone de contato dos pesquisadores: 2729-1019 e 2257-1816
Em caso de dúvidas em relação a esse documento, você poderá entrar em contato com o
Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina/Hospital Universitário Antônio
Pedro, Niterói –RJ, pelo telefone 2629-9189.
96
ANEXO 3: BOLETIM DE ATENDIMENTO MÉDICO (BAM) – PÁGI NA 1
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE NITERÓI Rua La Salle, 12 - Niterói - Rio de Janeiro – RJ 13/12/2004 Fone: (0XX21) 2729-1000 Cep.: 24.020-090 13:34 =================================================== =================================================== == REGISTRO: 5708995 Bame : Código da Unidade: HCN NOME : ELAINE DOS SANTOS DOMINGUES MATRÍCULA : 019623950 SEXO : Feminino COR : IDADE : 23 anos CONVÊNIO: DIX/BASICO 1 ENF MÉDICO : JOSE ROBERTO BARQUETTE DATA/HORA: 13/12/2004 13:31 RUA : R.JOSE RAMALHO N 60 NO: BAIRRO : MUTUAPIRA CIDADE : SAO GONCALO TELEFONE: 2701-0950 =================================================== =================================================== == Queixa Principal : __________________________________________________ _________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ __ INÍCIO DOS SINTOMAS: ___________________________________________________ _____________________________ FATORES DE RISCO ( ) DIABETES( ) HIPERTENSAO( ) TAB AGISTA( ) SEDENTARISMO ( ) H. FAMILIAR ( ) OBESIDADE( _ CORONARIO PATIA PREV.( ) DISLIPIDEMIA ( ) ALERGIAS ( )QUAL ALERGIAS:____________________ HPP: __________________________________________________ _________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ __ MEDICAÇÕES EM USO:_________________________________ ________________________________________________ PROCEDENCIA : M ÉDICO ASSISTENTE:_______________________________ TIPO DE ATENDIMENTO: CLINICA MED HORÁRIO DE ATENDIMENTO Enf./Méd.: ____:____/____:__ __ SINAIS VITAIS: PA: ____ X ____ mHg PULSO:____bpm FR: ____irp TAX: ____ºC OXIMETRIA: ____% NIVEL DE CONSCIENCIA:( )A ( )V ( )D ( )I HIPOCORADO :N( ) S( ) GRAU: RESPIRACAO:( )ESTAVEL( )DEFICIENTE( )APNEIA DESIDRA TADO :N( ) S( ) GRAU: CIRCULACAO:( )ESTAVEL( )PCR/( )SINAIS CHOQUE ICTERI CO :N( ) S( ) GRAU: CIANOTICO :N( ) S( ) GRAU: =================================================== =================================================== == Evolução/HDA: ___________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ __ Exame Físico: ___________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ _____________________________________________________ ___________________________________________________ __ Escala de Gravidade : GLASGOW( ) Trauma(* ) Complexidade Clínica( ) =================================================== =================================================== == PROCEDIMENTOS DIAGNOSTICOS INICIAIS ( )EAS ( )ECOCARDIOGRAMA ( )TC TOR AX ( )HEMODINAMICA ( )HEMOGRAMA ( )RX SEIOS DA FACE ( )TC ABD OMEN ( )PUNCAO LOMBAR ( )GLICEMIA ( )RX TORAX ( )TC CRA NIO ( )ENDOSCOPIA ( )ELETROLITOS ( )RX ABDOMENRAMA ( )TC VIA S URINAR. ( )TORACOCENTESE ( )ESCORIAS NITR. ( )RX BACIA ( )USG AB DOMEN ( )DOPLERVASCULAR ( )PAINEL CARDÍACO ( )RX CEVICAL ( )USG PE LVE ( )ECOTRANSESOFAGICO ( )GASOMETRIA ( )RX EXTREMIDADE/MEMBROS ( )TC SEIOS DA FACE ( )OUTROS ( )ECG ( )RX CRANIO ( )TC COLUNA ( )BIOQUIMICA ( )ROTINA DE ABDOMEN AGUDO ( )TC PELVE ( ) TAP/PTT =================================================== =================================================== ==
97
ANEXO 4: BOLETIM DE ATENDIMENTO MÉDICO (BAM) – PÁGINA 2
Prescrição: Medicação HORÁRIO ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ ___________________________________________________ _|_________|_________|_________|________ Evolução Clínica : ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ Evolução de Enfermagem : ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ Resultado dos principais exames : Sange: ____________________________________________ ___________________________________________________ __ Urina:_____________________________________________ ___________________________________________________ __ Radiologia:________________________________________ ___________________________________________________ __ ECG:_______________________________________________ ___________________________________________________ __ HIPOTESE DIAGNOSTICA:___________________________________________________ ________________________________ Destino ( )Alta com recomendação ( )CTI ( )Transferido para outro Hospital ( )Óbito ( )Recusa de atendimento ( )Óbito Após tratamento ( )Quarto ( )CAT ( )Centro Cirúrgico ( )Alta a revelia Direcionado a qual especialista: ___________________________________________________ _____________________ Obs/Parecer : __________________________________________________ ___________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ ___________________________________________________ ________________________________________ Horario de Alta :_________________ Tempo na emergencia :_________________ Medico :___________________________________________ ___ Enfermeiro :______________________________
98
ANEXO 5: TESTE ESTATÍSTICO PARA O TAMANHO AMOSTRAL
99
ANEXO 6: BANCO DE DADOS - EPI INFO PARA LEVANTAMENT O DOS
DADOS
100
ANEXO 7: FLUXOGRAMA DA UNIDADE DE EMERGÊNCIA
Recepção daEmergência(Triagem)
Qualespecialidade?
Este atendimentopode gerar:
- Procedimento de enf.- Procedimentos médicosinvasivos.- Exames de Laboratório;- Exames de Imagem;- Internação no CTI, QTOCentro Cirúrgico;- Transferência - Óbito;
A recepcionistarecebe o pacientee cadastra no Sist.
Hospitalar
ClínicaMédica?
O atendimento serárealizado pelo
especialista Pediatria,Gineco e Ortopedia
Priorizou oAtendimento
O enfermeiro Inicia aMonitorização do cuidado
de acordo com anecessidade
S
O paciente aguardao primeiro
atendimento doenfermeiro
O enfermeiro realiza:anamnese, identificando epriorizando o atendimentode urgência e emergência
O enfermeiro encaminha opaciente para o salão deemergência , Box ou
nebulização, direcionandop/ o especialista de plantão
N
Entrada de pacientesde complexidade1, 2 e 3
Fevereiro de 2005
Paciente retorna eaguarda
atendimento pelomédico na recepção
N
101
ANEXO 8: APROVAÇÃO DA COMISSÃO DE ÉTICA E PESQUISA
102
ANEXO 9: TESTES DE LIMITES DE CONFIANÇA
TABELA 1: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 10 MINUTOS– COMPLEXIDADE 1
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 2,2170 1,1612 4,2327 (T)
Odds Ratio (MLE) 2,2132 1,1790 4,3704 (M)
1,1327 4,6120 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 1,7720 1,0716 2,9303 (T)
Risk Difference (RD%) 15,9302 4,7702 27,0902 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 6,0490 0,0139154395
Chi square - Mantel-Haenszel 6,0347 0,0140283335
Chi square - corrected (Yates) 5,3618 0,0205838493
Mid-p exact 0,0061213903
Fisher exact 0,0086799241
103
TABELA 2: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 20 MINUTOS – COMPLEXIDADE 1
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 3,2570 2,1437 4,9484 (T)
Odds Ratio (MLE) 3,2473 2,1416 4,9569 (M)
2,0996 5,0625 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 2,1583 1,6337 2,8515 (T)
Risk Difference (RD%) 26,1241 17,2172 35,0309 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 31,7691 0,0000000000
Chi square - Mantel-Haenszel 31,6941 0,0000000000
Chi square - corrected (Yates) 30,6188 0,0000000000
Mid-p exact 0,0000000095
Fisher exact 0,0000000146
104
TABELA 3 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 30 MINUTOS – COMPLEXIDADE 1
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 3,4559 2,0969 5,6955 (T)
Odds Ratio (MLE) 3,4446 2,0919 5,7147 (M)
2,0346 5,8854 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 2,0309 1,5822 2,6067 (T)
Risk Difference (RD%) 29,4533 17,6901 41,2164 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 25,2604 0,0000016701
Chi square - Mantel-Haenszel 25,2008 0,0000016858
Chi square - corrected (Yates) 23,9685 0,0000021485
Mid-p exact 0,0000005385
Fisher exact 0,0000008443
105
TABELA 4: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 40 MINUTOS – COMPLEXIDADE 1
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 10,8694 4,0510 29,1643 (T)
Odds Ratio (MLE) 10,8054 4,2240 32,5094 (M)
3,9176 37,1274 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 2,7016 2,1621 3,3757 (T)
Risk Difference (RD%) 52,1257 37,6453 66,6061 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 32,6207 0,0000000000
Chi square - Mantel-Haenszel 32,5437 0,0000000000
Chi square - corrected (Yates) 30,3454 0,0000000000
Mid-p exact 0,0000000195
Fisher exact 0,0000000359
106
TABELA 5 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 10 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 0,9852 0,6168 1,5738 (T)
Odds Ratio (MLE) 0,9852 0,6209 1,5934 (M)
0,6065 1,6378 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 0,9884 0,6854 1,4255 (T)
Risk Difference (RD%) -0,2534 -8,2446 7,7378 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,0039 0,9503207475
Chi square - Mantel-Haenszel 0,0039 0,9503591642
Chi square - corrected (Yates) 0,0033 0,9541605656
Mid-p exact 0,4700246282
Fisher exact 0,5174423144
107
TABELA 6 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 20 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 0,8184 0,5529 1,2112 (T)
Odds Ratio (MLE) 0,8186 0,5503 1,2090 (M)
0,5400 1,2303 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 0,8539 0,6259 1,1651 (T)
Risk Difference (RD%) -3,3508 -9,8036 3,1019 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 1,0059 0,3158832255
Chi square - Mantel-Haenszel 1,0044 0,3162580805
Chi square - corrected (Yates) 0,8182 0,3657052672
Mid-p exact 0,1591107311
Fisher exact 0,1830870771
108
TABELA 7 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 30 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 1,2450 0,7445 2,0819 (T)
Odds Ratio (MLE) 1,2446 0,7328 2,0653 (M)
0,7090 2,1234 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 1,1838 0,8024 1,7463 (T)
Risk Difference (RD%) 3,8809 -5,5978 13,3595 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,7000 0,4027784849
Chi square - Mantel-Haenszel 0,6989 0,4031428279
Chi square - corrected (Yates) 0,4901 0,4838995772
Mid-p exact 0,2019584959
Fisher exact 0,2390676285
109
TABELA 8: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 40 MINUTOS – COMPLEXIDADE 2
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 1,7907 0,8507 3,7694 (T)
Odds Ratio (MLE) 1,7889 0,8198 3,7321 (M)
0,7663 3,9395 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 1,5349 0,9220 2,5552 (T)
Risk Difference (RD%) 11,2745 -4,7793 27,3284 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 2,4120 0,1204084743
Chi square - Mantel-Haenszel 2,4083 0,1206960013
Chi square - corrected (Yates) 1,7936 0,1804942315
Mid-p exact 0,0687341391
Fisher exact 0,0937840332
110
TABELA 9 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 10 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 0,6296 0,1889 2,0988 (T)
Odds Ratio (MLE) 0,6333 0,1894 2,3057 (M)
0,1672 2,6982 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 0,6875 0,2638 1,7920 (T)
Risk Difference (RD%) -7,1023 -26,7440 12,5395 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,5735 0,4488654294
Chi square - Mantel-Haenszel 0,5668 0,4515147811
Chi square - corrected (Yates) 0,1863 0,6659844952
Mid-p exact 0,2316162121
Fisher exact 0,3231716880
111
TABELA 10 : LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 20 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 0,8658 0,2474 3,0303 (T)
Odds Ratio (MLE) 0,8672 0,2170 2,9788 (M)
0,1806 3,3730 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 0,8873 0,3119 2,5240 (T)
Risk Difference (RD%) -2,0328 -19,3421 15,2765 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,0509 0,8215280633
Chi square - Mantel-Haenszel 0,0503 0,8225513440
Chi square - corrected (Yates) 0,0076 0,9304161167
Mid-p exact 0,4248251659
Fisher exact 0,5462188999
112
TABELA 11: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 30 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 0,7738 0,0862 6,9446 (T)
Odds Ratio (MLE) 0,7760 0,0313 5,8296 (M)
0,0157 7,2339 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 0,8061 0,1235 5,2607 (T)
Risk Difference (RD%) -3,4358 -30,6921 23,8205 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,0527 0,8184054596
Chi square - Mantel-Haenszel 0,0521 0,8194460130
Chi square - corrected (Yates) 0,0841 0,7718036818
Mid-p exact 0,4474117479
Fisher exact 0,6473191246
113
TABELA 12: LIMITE DE TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO DO
ENFERMEIRO E FRAGMENTAÇÃO ANALISADA PELO TEMPO DE
PERMANÊNCIA NA EMERGÊNCIA ATÉ 40 MINUTOS – COMPLEXIDADE 3
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 1,1964 0,1241 11,5319 (T)
Odds Ratio (MLE) 1,1938 0,0453 10,3606 (M)
0,0227 13,3403 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 1,1571 0,1881 7,1179 (T)
Risk Difference (RD%) 2,7160 -33,2995 38,7316 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,0241 0,8765657501
Chi square - Mantel-Haenszel 0,0238 0,8772797702
Chi square - corrected (Yates) 0,2042 0,6513755040
Mid-p exact 0,4169012978
Fisher exact 0,6261472435
114
TABELA 13 : LIMITES DE CONFIANÇA DOS TIPOS DE COMPLEXIDADE
95% Limites Confiança
Complexidade 1 33,9% 39,5%
Complexidade 2 53,0% 58,8%
Complexidade 3 6,0% 9,1%
TABELA 14: LIMITES DE CONFIANÇA DO TIPO DE COMPLEXIDADE 1 2 e 3 POR
FRAGMENTAÇÃO DO CUIDADO
COMPLEXIDADE 1 - 95% Limites de Confiança
Fragmentou 30,0% 39,2%
Não Fragmentou 60,8% 70,0%
COMPLEXIDADE 2 - 95% Limites de Confiança
Fragmentou 18,9% 25,4%
Não Fragmentou 74,6% 81,1%
COMPLEXIDADE 3 - 95% Limites de Confiança
Fragmentou 10,1% 27,1%
Não Fragmentou 72,9% 89,9%
TABELA 15: LIMITES DE CONFIANÇA DO ÍNDICE DE INTERNAÇÃO DE
PACIENTES EM TERAPIA INTENSIVA DA COMPLEXIDADE 3
95% Limites Confiança
Yes 9,2% 25,8%
No 74,2% 90,8%
115
TABELA 16: LIMITES DE CONFIANÇA DO ÍNDICE DE INTERNAÇÃO DE
PACIENTES EM TERAPIA INTENSIVA DA COMPLEXIDADE 3
95% Limites Confiança
Yes 14,8% 33,6%
No 66,4% 85,2%
TABELA 17 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA
ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE
PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 10 MINUTOS
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 1,0500 0,3842 2,8695 (T)
Odds Ratio (MLE) 1,0494 0,3826 2,9953 (M)
0,3481 3,3396 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 1,0313 0,5455 1,9497 (T)
Risk Difference (RD%) 1,1364 -22,2037 24,4764 (T)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,0090 0,9242153961
Chi square - Mantel-Haenszel 0,0089 0,9246559729
Chi square - corrected (Yates) 0,0258 0,8724685190
Mid-p exact 0,4673087042
Fisher exact 0,5677846956
116
TABELA 18 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA
ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE
PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 20 MINUTOS
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 0,9293 0,3534 2,4442 (T)
Odds Ratio (MLE) 0,9301 0,3411 2,4546 (M)
0,3085 2,6830 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 0,9548 0,5166 1,7646 (T)
Risk Difference (RD%) -1,7049 -24,1095 20,6996 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,0221 0,8819242177
Chi square - Mantel-Haenszel 0,0218 0,8826077079
Chi square - corrected (Yates) 0,0094 0,9226342641
Mid-p exact 0,4459839227
Fisher exact 0,5421255042
117
TABELA 19 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA
ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE
PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 30 MINUTOS
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 1,2931 0,2703 6,1865 (T)
Odds Ratio (MLE) 1,2891 0,2265 6,6564 (M)
0,1764 8,2100 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 1,1675 0,4732 2,8804 (T)
Risk Difference (RD%) 6,1483 -32,0221 44,3187 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 0,1040 0,7470382392
Chi square - Mantel-Haenszel 0,1028 0,7484632330
Chi square - corrected (Yates) 0,0073 0,9319591926
Mid-p exact 0,3753300212
Fisher exact 0,5212956192
118
TABELA 20: LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA
ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO POR FRAGMENTAÇÃO DO TEMPO DE
PERMANÊNCIA – COMPLEXIDADE 3 – TEMPO 40 MINUTOS
^
Single Table Analysis
Point 95% Confidence Interval
Estimate Lower Upper
PARAMETERS: Odds-based
Odds Ratio (cross product) 2,6897 0,4246 17,0373 (T)
Odds Ratio (MLE) 2,6570 0,3754 23,4315 (M)
0,2871 33,5280 (F)
PARAMETERS: Risk-based
Risk Ratio (RR) 1,6759 0,7738 3,6297 (T)
Risk Difference (RD%) 24,1975 -19,9950 68,3900 (T)
(T=Taylor series; C=Cornfield; M=Mid-P; F=Fisher Ex act)
STATISTICAL TESTS Chi-square 1-tailed p 2-tailed p
Chi square - uncorrected 1,1802 0,2773182132
Chi square - Mantel-Haenszel 1,1665 0,2801292878
Chi square - corrected (Yates) 0,3717 0,5420644949
Mid-p exact 0,1634424465
Fisher exact 0,2653447386
119
TABELA 21 : LIMITES DE CONFIANÇA DO TEMPO DE ESPERA PARA
ATENDIMENTO DO ENFERMEIRO
Tempo Enf. Min Frequência Percentual Percentual acumulado
0 28 2,4% 2,4% 1 10 0,8% 3,2% 2 11 0,9% 4,2% 3 13 1,1% 5,3% 4 14 1,2% 6,5% 5 18 1,5% 8,0% 6 11 0,9% 8,9% 7 16 1,4% 10,3% 8 27 2,3% 12,6% 9 23 2,0% 14,5% 10 44 3,7% 18,3% 11 47 4,0% 22,2% 12 51 4,3% 26,6% 13 44 3,7% 30,3% 14 58 4,9% 35,2% 15 61 5,2% 40,4% 16 57 4,8% 45,2% 17 34 2,9% 48,1% 18 45 3,8% 52,0% 19 49 4,2% 56,1% 20 48 4,1% 60,2% 21 30 2,5% 62,7% 22 35 3,0% 65,7% 23 38 3,2% 68,9% 24 24 2,0% 71,0% 25 28 2,4% 73,3% 26 33 2,8% 76,1% 27 25 2,1% 78,3% 28 29 2,5% 80,7% 29 25 2,1% 82,9% 30 24 2,0% 84,9% 31 16 1,4% 86,2%
120
32 19 1,6% 87,9% 33 11 0,9% 88,8% 34 13 1,1% 89,9% 35 11 0,9% 90,8% 36 6 0,5% 91,3% 37 13 1,1% 92,4% 38 7 0,6% 93,0% 39 9 0,8% 93,8% 40 9 0,8% 94,6% 41 5 0,4% 95,0%
42 7 0,6% 95,7% 43 3 0,3% 95,9%
44 4 0,3% 96,3%
45 3 0,3% 96,5%
46 2 0,2% 96,7%
48 5 0,4% 97,1%
49 4 0,3% 97,5%
50 3 0,3% 97,7%
51 3 0,3% 98,0%
53 3 0,3% 98,2%
54 1 0,1% 98,3%
55 4 0,3% 98,6%
56 1 0,1% 98,7%
58 2 0,2% 98,9%
60 2 0,2% 99,1%
61 1 0,1% 99,2%
66 2 0,2% 99,3%
... ... ... ...
107 1 0,1% 100,0%
Total 1178 100,0% 100,0%
Obs Total Mean Variance Std Dev
1178 23521,8833 19,9676 145,5033 12,0625
Minimum 25% Median 75% Maximum Mode
0,0000 12,0000 18,0000 26,0000 107,0000 15,0000
121
ANEXO 10: ELEMENTOS CHAVE DE UM PERCURSO CLÍNICO – PACIENTE COM DOR TORÁCICA TÍPICA
Percurso Clínico da Unidade de Emergência: Dor Torácica Típica DCA Critérios de Exclusão: ECG com Supra de ST; Cardiopatia Prévia; Imunodeprimidos Anamnese 1a hora: Aplicar Monitorização do
cuidado 3a hora: Reavaliação e Avaliação da Monitorização do cuidado
6a hora: Reavaliação e Avaliação da Monitorização do cuidado
Consulta Comunicar Cardiologista Comunicar Cardiologista Comunicar Cardiologista Procedimentos Diagnósticos Laboratoriais
1- ECG 2- Monitor Cardíaco 3- Oxímetro de Pulso 4- Chamar Lab. Enzimas
Cardíaca
1- Repetir ECG 2- Resultado Enzimas 3- Coleta 2 a Enzima
1-Repetir ECG 2-Resultado Enzimas
3-Coleta 3 a Enzima 4- Checar realização teste esforço, Ecocardiograma
Prescrições Medidas de Segurança: 1- Escala de Dor 2- Observar Arritmias 3- Observar Sinais Vitais a
cada 15’
1-Avaliar escala Dor 2- Observar Sinais
1-Avaliar escala Dor 2- Observar Sinais
Medicamentos 1- Oxigênio ____Lts 2- Aspirina 200mg 3- Nitrato S.L 4- Punção Acesso Venoso
MSE
1-Oxigênio ____Lts 2-Punção Acesso Venoso MSE 3- Se Prescrito Nitroglicerina IV
1-Oxigênio ____Lts 2-Punção Acesso Venoso MSE 3- Se Prescrito Nitroglicerina IV
Em caso de: Alteração do Eletrocardiograma (ECG) ou das Enzimas Cardíacas durante o período a monitorização do cuidado mudará de acordo com a prescrição médica e gravidade do paciente Ensino 1-Tranqüilizar e Informar
Paciente/Família: Plano de Cuidado 2-Proporcionar Suporte Psicológico ao paciente 3- Paciente/Família pode verbalizar as instruções de alta S—N--- 4- Paciente/Família recebeu instruções de alta S — N--- 5- Paciente/Família Encaminhado ao especialista S—N---
1-Tranqüilizar e Informar Paciente/Família: Plano de Cuidado 2-Proporcionar Suporte Psicológico ao paciente 3- Paciente/Família pode verbalizar as instruções de alta S—N--- 4- Paciente/Família recebeu instruções de alta S — N--- 5- Paciente/Família Encaminhado ao especialista S—N---
1-Tranqüilizar e Informar Paciente/Família: Plano de Cuidado 2-Proporcionar Suporte Psicológico ao paciente 3- Paciente/Família pode verbalizar as instruções de alta S—N--- 4- Paciente/Família recebeu instruções de alta S — N--- 5- Paciente/Família Encaminhado ao especialista S—N---
Planejamento da Alta/Cuidado e Acompanhamento
Disposição: 1-Admissão no Hospital 2-Transferência 3-Tratado e Encaminhado 4-Permanece em cuidado Agudo__:__ 5-Óbito ___:___ 6-Hora da Alta __:__
Disposição: 1-Admissão no Hospital 2-Transferência 3-Tratado e Encaminhado 4-Permanece em cuidado Agudo__:__ 5-Óbito ___:___ 6-Hora da Alta __:__
Disposição: 1-Admissão no Hospital 2-Transferência 3-Tratado e Encaminhado 4-Permanece em cuidado Agudo__:__ 5-Óbito ___:___ 6-Hora da Alta __:__
Resultados 1-Clinicamente Estável 2-Oxim.Pulso>92% com ou sem O 2S_N_ 3-FC 60-135 S__N__ 4-PAS> 90 S__N__ 5- Enz.Card.Normal S__N__ 6- Melhora da Dor S__N__
1-Clinicamente Estável 2-Oxim.Pulso>92% com ou sem O 2S_N_ 3-FC 60-135 S__N__ 4-PAS> 90 S__N__ 5- Enz.Card.Normal S__N__ 6- Melhora da Dor S__N__
1-Clinicamente Estável 2-Oxim.Pulso>92% com ou sem O 2S_N_ 3-FC 60-135 S__N__ 4-PAS> 90 S__N__ 5- Enz.Card.Normal S__N__ 6- Melhora da Dor S__N__
Assinatura Hora Iniciais Hora Iniciais Assinatura
122
ANEXO 11: SUGESTÃO DO MODELO DE GERENTE DE CASO NA EMERGÊNCIA