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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ANNE JARDIM BOTELHO MARCADORES DE MICRONUTRIENTES E DE SOBREPESO E ASSOCIAÇÕES COM PATÓGENOS INTESTINAIS E DIARREIA AGUDA EM LACTENTES ARACAJU 2013

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Page 1: MARCADORES DE MICRONUTRIENTES E DE SOBREPESO E … · Ao Miranda, que sempre esteve presente para apoiar os meus projetos com paciência e carinho. A vocês, minha gratidão e admiração

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ANNE JARDIM BOTELHO

MARCADORES DE MICRONUTRIENTES E DE SOBREPESO

E ASSOCIAÇÕES COM PATÓGENOS INTESTINAIS E

DIARREIA AGUDA EM LACTENTES

ARACAJU

2013

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ANNE JARDIM BOTELHO

MARCADORES DE MICRONUTRIENTES E DE

SOBREPESO E ASSOCIAÇÕES COM PATÓGENOS

INTESTINAIS E DIARREIA AGUDA EM LACTENTES

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau

de Doutor em Ciências da Saúde

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Queiroz Gurgel

Orientador Doutorado Sanduíche: Prof. Dr. Luis

Cuevas

ARACAJU

2013

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

B748m

Botelho, Anne Jardim Marcadores de micronutrientes e de sobrepeso e associações

com patógenos intestinais e diarreia aguda em lactentes / Anne Jardim Botelho; orientador Ricardo Queiroz Gurgel; orientador doutorado sanduíche Luis Cuevas. – Aracaju, 2013.

132 f. : il.

Tese (Doutorado em Ciências da Saúde - Núcleo de Pós-Graduação em Medicina), Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2013.

1. Lactentes - Aspectos nutricionais. 2. Peso ao nascer. 3. Anemia. 4. Micronutrientes. 5. Diarreia em crianças. 6. Infecção em crianças. 7. Neonatologia I. Gurgel, Ricardo Queiroz, orient. II. Cuevas, Luis, orient. III. Título.

CDU 616-053.3

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ANNE JARDIM BOTELHO

MARCADORES DE SOBREPESO E DE DÉFICIT DE

MICRONUTRIENTES E ASSOCIAÇÕES COM PATÓGENOS

INTESTINAIS E DIARREIA AGUDA

EM LACTENTES

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau

de Doutor em Ciências da Saúde

Aprovada em: _____/_____/_____

_________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Queiroz Gurgel- UFS

_________________________________________

1º Examinador: Prof. Dr. Gilberto Simeone Henriques- UFMG

_________________________________________

2º Examinador: Prof. Dra. Gisélia Alves Pontes - UFPE

_________________________________________

3º Examinador: Prof. Dra. Rosana Cipolotti- UFS

_________________________________________

4º Examinador: Prof. Dra. Danielle Góes da Silva-UFS

PARECER

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Dedico este trabalho aos meus pais, Bacelar e Maria dos Anjos, que me ensinaram que os

estudos e o trabalho são o melhor caminho. Obrigada pelo exemplo de dedicação e

perseverança.

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AGRADECIMENTOS

Agradecimentos especiais

Ao Professor Ricardo Gurgel, pelos ensinamentos e acolhimento, confiando em meu trabalho

quando cheguei a Aracaju.

Ao Professor Luis Cuevas, pelo acolhimento profissional e amigável na Inglaterra, com quem

tanto aprendi sobre pesquisa científica, ética e generosidade.

Ao Miranda, que sempre esteve presente para apoiar os meus projetos com paciência e

carinho.

A vocês, minha gratidão e admiração. Agradeço sinceramente!

Agradecimentos

A Deus, pela oportunidade de experimentar a alegria e a angústia de estudar e fazer ciência.

À população de Laranjeiras, principalmente às mães das crianças, que colaboraram com o

estudo e confiaram na nossa equipe.

À Dra. Rosana Cipolotti, Dr. Gilberto Henriques Simeone, Dra. Gisélia Alves Pontes, Dra.

Danielle Goés da Silva, Dr. Silvio Santana Dolabella, e à Dra. Kiriaque Barra Ferreira

Barbosa, que se dispuseram a participar da banca examinadora, meus sinceros

agradecimentos.

À Mary, colega de projeto, por todo o trabalho de campo que desempenhou com

compromisso e dedicação.

Ao Professor Gilberto Simeone que colaborou realizando as dosagens dos minerais na

Universidade Federal de Minas Gerais, e que muito contribuiu na interpretação desses

dados.

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Ao Professor Alceu Jordão que colaborou realizando a dosagem de ferritina e proteína C

reativa na Universidade de São Paulo.

Ao Edenil, pelo excelente trabalho que desempenhou no campo, coletando o sangue das

crianças, com muito profissionalismo e paciência.

Aos alunos de Nutrição e Medicina no grupo Rotavírus, pela colaboração nas viagens para

Laranjeiras para coleta de dados e nos laboratórios para análises das amostras.

À Flávia da Costa, pela colaboração nas análises parasitológicas e hematológicas em seu

laboratório no Hospital Universitário/UFS.

À Sandra Cavalcante e Alda Rodrigues, pela colaboração nas análises de Rotavírus no

LACEN.

Aos Agentes de Saúde de Laranjeiras, pelo trabalho desempenhado no recrutamento e coleta

de amostras das crianças de suas comunidades.

Aos professores do Núcleo de Pós-Graduação, pelos ensinamentos durante o período

acadêmico.

Aos colegas do curso de Doutorado, pelo agradável convívio durante as disciplinas.

À querida Lígia, que muito colaborou na formatação da tese, e dividiu experiências durante

nosso período de realização do doutorado no exterior.

Ao Professor Marco Prado e ao Íkaro Daniel, pelas orientações e análises estatísticas.

À querida Marta Magalhães, que atendeu meus pacientes com dedicação e profissionalismo

durante meus estudos na Inglaterra.

À Adriana Luna, que me apoiou no Hospital Universitário, ajudando a viabilizar meus

estudos na Inglaterra.

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À Helen Wong e Pauline Anderson, pelas orientações sobre o funcionamento da

Universidade de Liverpool e pelo apoio acadêmico na secretaria.

À Roberta Petrucci, pela ajuda no Inglês, pela amizade e companhia em Liverpool durante

nossos estudos.

Aos meus irmãos que sempre estiveram presente, me apoiando e dividindo os momentos bons

e difíceis.

À Ana Green, Rachel Cuevas e ao Kieran, amigos de Liverpool, que tanto me ajudaram em

momentos difíceis durante meus estudos na Inglaterra. Obrigada, vocês são muito generosos.

À Pat, Lesley e Trish, minhas amigas do 'Chá das Cinco' que me animaram no difícil inverno

inglês, e em especial à Pat, que me acolheu em sua casa no final da jornada do doutorado

sanduíche. Vocês são exemplos de juventude!

À família Ilozue, que me acolheu em Londres, me ajudou e me fez companhia em momentos

importantes e difíceis, em especial à Chinenye, pela amizade.

À Fiona Fleming, pelo carinho de irmã enquanto morava na Inglaterra.

Às amigas Cecília, Fabrícia, Marcela e Marise, que sempre estiveram presentes quando

precisava de ajuda ao longo dessa jornada.

A todos meus sinceros agradecimentos!

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RESUMO

BOTELHO, A.J. Marcadores de micronutrientes e de sobrepeso e associações com patógenos

intestinais e diarreia aguda em lactentes. Tese de doutorado. Programa de Pós-graduação em

Ciências da Saúde. UFS, 2013.

Introdução: Em populações pobres, o sobrepeso frequentemente co-existe com deficiência de

micronutrientes, devido à má alimentação e às frequentes enteroinfecções a que essas

populações estão expostas. Os lactentes são grupo de risco para o desenvolvimento de

carências de micronutrientes devido à elevada demanda nutricional imposta pelo crescimento,

e o sobrepeso nessa faixa etária pode representar risco de obesidade em idades futuras.

Objetivo: investigar marcadores de micronutrientes e de sobrepeso, e associações com

patógenos intestinais e diarreia aguda em lactentes que vivem em condições de

vulnerabilidade. Métodos: Trata-se de estudo de coorte prospectivo, com seguimento de 18

meses, envolvendo lactentes saudáveis residentes no município de Laranjeiras, Sergipe,

Brasil. Foi feita avaliação de índices antropométricos e dosagem de hemoglobina, ferritina

plasmática, proteína C reativa, zinco plasmático e eritrocitário, cobre plasmático e

eritrocitário e selênio plasmático, no início e a cada seis meses de seguimento. Foram colhidas

amostras de fezes mensais e a cada episódio de diarreia aguda para verificar a presença de

rotavirus, helmintos e protozoários. Resultados: no início do estudo as crianças tinham média

de idade de 6,6 ± 2 meses e 2% apresentaram déficit de estatura, 2% déficit de peso, 24%

risco de sobrepeso e 7% apresentaram sobrepeso ou obesidade. 68% das crianças tinham

anemia, 40% deficiência de ferro, 57% e 51% baixa concentração de zinco plasmático e

eritrocitário, 5% e 82% baixa concentração de cobre plasmático e eritrocitário, e 91% baixa

concentração de selênio. As prevalências de anemia e de deficiência de ferro reduziram ao

longo do estudo com a suplementação de ferro, mas as prevalências de deficiência dos

elementos-traço se mantiveram elevadas em todo o seguimento. Episódios estáveis de

sobrepeso e o rápido ganho de peso estiveram associados a maior risco de sobrepeso e

adiposidade no início da idade pré-escolar. O número de episódios de diarreia aguda esteve

associado de forma negativa à concentração de ferritina e de zinco plasmáticos, e o número de

enteroinfecções esteve associado de forma negativa ao índice circunferência braquial/idade.

Conclusão: foi evidenciado extremos nutricionais nessa população, caracterizados por maior

proporção de sobrepeso do que de baixo peso, e alta prevalência de anemia e de deficiência de

biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio. Os enteropatógenos estiveram associados ao

declínio da massa corporal, e a diarreia aguda exerceu efeito negativo sobre o estado de ferro

e de zinco dos lactentes avaliados.

Descritores: lactente, sobrepeso, anemia, micronutrientes, diarreia, enteroinfecções.

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ABSTRACT

BOTELHO, A.J. Micronutrient and overweight markers associated to intestinal infection and

acute diarrhea among infants. Tese de doutorado. Programa de Pós-graduação em Ciências da

Saúde. UFS, 2013.

Introduction: In low-income populations, overweight often co-exists with micronutrient

deficiencies as a consequence of dietetic inadequacies and intestinal infections. Infancy is a

period of increased risk for micronutrient deficiencies due to the higher nutritional demand for

the physical growth. In addition, overweight during infancy is an early marker for future

obesity. Objective: to investigate micronutrient and overweight markers and the association

to intestinal infection and acute diarrhea among low-income infants. Methods: This was a

prospective cohort study enrolling healthy infants from Laranjeiras, Sergipe, Brazil. Children

underwent anthropometry to obtain anthropometric indexes and blood assays for hemoglobin,

ferritin, C-reactive protein, plasma selenium, plasma and erythrocyte zinc and copper

concentrations every 6 months of follow up. Stool samples were collected monthly and every

acute diarrhea episode to verify the presence of rotavirus, helminths and protozoans. Results:

At enrolment the mean age was 6.6 ± 2 months, 2% of children were stunted, 2% wasted,

24% had risk of overweight and 7% were overweight or obese. 68% of children were anemic,

40% had iron deficiency, 57% and 51% had low plasma and erythrocyte zinc, 5% and 82%

low plasma and erythrocyte copper, and 91% had low plasma selenium concentrations. The

prevalence of anemia and iron deficiency decreased after iron supplementation, although the

prevalence of trace element deficiencies remained elevated throughout the follow up. Stable

overweight periods and rapid weight gain were predictors of preschool age overweight and

adiposity. The number of acute diarrhea episodes was negatively associated to plasma ferritin

and zinc concentrations, and the number of any intestinal infection was negatively associated

to middle upper arm circumference for age. Conclusion: it was observed a dual nutritional

problem in this population, characterized by the higher proportion of overweight related to

underweight, and by elevated frequency of anemia and low concentrations of iron, zinc,

copper and selenium biomarkers. Intestinal infection was associated to decreased body mass,

and acute diarrhea was associated to plasma ferritin and zinc deficiency.

Keywords: infant, overweight, anemia, micronutrients, diarrhea, intestinal infection.

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2

Table 1 Demographic, weight and infant feeding

characteristics………………………………………….......................... 48

Table 2 Association between micronutrients and weight-for-length z-score

categories ……………………………………………………………… 49

Table 3 Multivariate linear regression analysis on trace elements biochemical

parameters according to weight status, infant feeding, CRP, age and

sex ……………………………………………………………………...

50

CAPÍTULO 3

Table 1 Demographic and anthropometric characteristics of the cohort at

baseline and follow up ……………………………………………....... 61

Table 2 Mean (SD) WHZ, WAZ, HAZ, BMIZ, MUACZ and TSFZ on

enrolment and 6, 12 and 18 month follow up …………………………. 62

Table 3 Relative risk of overweight and adiposity at 18 months follow up …… 63

CAPÍTULO 4

Tabela 1 Características demográficas e biomarcadores de ferro, zinco, cobre e

selênio da coorte no início do estudo e no seguimento .......................... 74

Tabela 2 Média e desvio padrão das diferenças entre os tempos de seguimento

dos lactentes em estudo .......................................................................... 75

Tabela 3 Regressão linear multivariada entre as diferenças dos biomarcadores

de ferro, zinco, cobre e selênio aos 18 meses de seguimento e início do

estudo .....................................................................................................

76

CAPÍTULO 5

Tabela 1 Características socioambientais e vacinação dos lactentes em estudo ... 89

Tabela 2 Número de resultados positivos para helmintos, protozoários e

rotavirus nas fezes de lactentes e número de episódios de diarreia

aguda ao longo de 18 meses de seguimento ........................................... 90

Tabela 3 Regressão linear multivariada entre patógenos intestinais, diarreia

aguda e variáveis nutricionais em 18 meses de seguimento

................................................................................................................. 92

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 2

Figure 1 Consort diagram of study participants ……………………………. 46

CAPÍTULO 3

Figure 1 Consort diagram of study participants ………………………………... 59

Figure 2 (A) Triceps skinfold thickness and (B) Weight-for-length z-scores

after 18 months follow-up by enrolment Weight-for-length z-scores ... 60

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................................... 14

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 14

1.1 SOBREPESO E DÉFICIT DE MICRONUTRIENTES .............................................................. 14

1.2 EPIDEMIOLOGIA, CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E FATORES ............................................ 18

1.2.1 Obesidade .................................................................................................................................... 18

1.2.2 Anemia e Deficiência de Ferro .................................................................................................. 22

1.2.3 Deficiência de zinco .................................................................................................................... 25

1.2.4 Deficiência de cobre ................................................................................................................... 27

1.2.5 Deficiência de selênio ................................................................................................................. 28

1.3 DIARREIA AGUDA NA INFÂNCIA............................................................................................ 30

1.4 PATÓGENOS INTESTINAIS NA INFÂNCIA ............................................................................ 31

2 OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 33

3 CASUÍSTICA E MÉTODOS .......................................................................................................... 34

CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................................... 40

ARTIGO 1- IRON AND TRACE ELEMENTS AMONG INFANTS AND ASSOCIATED

FACTORS ............................................................................................................................................ 40

CAPÍTULO 3 ....................................................................................................................................... 54

ARTIGO 2- INFANT OVERWEIGHT AS EARLY MARKER OF CHILDHOOD

OVERWEIGHT IN BRAZIL ............................................................................................................ 54

CAPÍTULO 4 ....................................................................................................................................... 66

ARTIGO 3- EVOLUÇÃO DA ANEMIA E DAS CONCENTRAÇÕES DE BIOMARCADORES

DE FERRO, ZINCO, COBRE E SELÊNIO EM LACTENTES .................................................... 66

CAPÍTULO 5 ....................................................................................................................................... 80

ARTIGO 4- DIARREIA AGUDA, INFECÇÕES INTESTINAIS E NUTRIÇÃO DE

LACTENTES ....................................................................................................................................... 80

CAPÍTULO 6 ....................................................................................................................................... 97

DISCUSSÃO GERAL ......................................................................................................................... 97

CAPÍTULO 7 ..................................................................................................................................... 101

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CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 101

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 104

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ...................... 119

APÊNDICE B – FICHA DE CADASTRO...................................................................................... 121

ANEXO A – QUESTIONÁRIO PROJETO ROTAVÍRUS/LARANJEIRAS: INICIAÇÃO DO

ALEITAMENTO MATERNO E ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES E CRIANÇAS JOVENS

(TRADUZIDO OMS, 2010) .............................................................................................................. 123

ANEXO B – CARTA DO COMITÊ DE ÉTICA ............................................................................ 130

ANEXO C- COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO NA REVISTA PUBLIC

HEALTH NUTRITION .................................................................................................................... 131

ANEXO D- COMPROVANTE DE APROVAÇÃO DO ARTIGO NO JOURNAL OF

TROPICAL PEDIATRICS .............................................................................................................. 132

ANEXO E- COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO NA REVISTA JORNAL DE

PEDIATRIA ...................................................................................................................................... 133

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APRESENTAÇÃO

Esse trabalho teve como objetivo investigar marcadores do estado nutricional relativo

ao ferro e elementos-traço e marcadores precoces de sobrepeso infantil, bem como verificar

associações do estado nutricional com enteroinfecções e diarreia aguda em lactentes que

vivem em condições de vulnerabilidade. As perguntas que nortearam esse estudo se baseiam

no aumento da obesidade infantil em países em desenvolvimento, embora muitas crianças

ainda vivam em ambiente de risco para infecções e infestações intestinais, expondo-as a

carências de micronutrientes. Portanto, pergunta-se: a) qual a magnitude do sobrepeso em

lactentes de comunidade de baixa renda? b) o sobrepeso e a evolução ponderal no primeiro

ano de vida representa marcador de risco para sobrepeso em idades futuras? c) qual a

magnitude da carência de ferro e de elementos-traço em lactentes de comunidade de baixa

renda? d) a carência de micronutrientes é mais prevalente em crianças com extremos de peso,

como baixo peso e sobrepeso? e) qual o impacto do número de episódios de diarreia aguda e

de enteroinfecções repetidas sobre o estado nutricional de lactentes?

As hipóteses para essas perguntas incluem: a) o sobrepeso é mais prevalente do que o

baixo peso, mesmo em idades precoces, como em lactentes; b) a perpetuação do sobrepeso no

primeiro ano de vida, bem como o rápido ganho ponderal nesse período são fatores de risco

para o sobrepeso em idades futuras; c) a prevalência de carência de ferro e de elementos-traço

é relevante em lactentes de baixa renda; d) a carência de micronutrientes é mais prevalente em

lactentes que apresentam desvios ponderais, tanto para o excesso, quanto para a falta; e)

diarreia aguda e enteroinfecções reincidentes exercem efeito negativo sobre o estado

nutricional de lactentes, principalmente em relação à espoliação de micronutrientes.

A tese é apresentada no formato diferenciado, conforme instrução normativa regida

pelo Colegiado do Núcleo de Pós-Graduação em Medicina (NPGME) da Universidade

Federal de Sergipe, artigo 1, inciso 2/A-2/2009. Optou-se por dividir em capítulos, sendo o

Capítulo 1 constituído por detalhada introdução, onde se encontra revisão da literatura sobre o

tema proposto, pelos objetivos e pelos métodos gerais, comuns a todos os artigos. A

especificidade de cada método está inserida em quatro artigos científicos, assim como os

resultados e discussão, que representam o desenvolvimento da tese, e estão dispostos nos

Capítulos 2, 3, 4 e 5. Os artigos estão no formato exigido pelas revistas científicas em que

foram submetidos, a excessão para o último artigo (Capítulo 5), que está em formato

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conforme instrução normativa do NPGME, por ainda não ter sido submetido a revistas

científicas.

O primeiro artigo descreve o estado nutricional inicial e associações entre as

concentrações de ferro e elementos-traço com o estado ponderal dos lactentes avaliados. No

artigo seguinte foi descrito o estado nutricional em termos antropométricos de lactentes ao

longo de 18 meses de seguimento e investigado indicadores antropométricos precoces de

sobrepeso no início da idade pré-escolar. Esses dois primeiros artigos foram escritos durante o

doutorado sanduíche, realizado no Child and Reproductive Health Group da Liverpool School

of Tropical Medicine (LSTM), Reino Unido.

No terceiro artigo foi feita descrição da evolução das concentrações de hemoglobina, e

de biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio em lactentes ao longo de 18 meses de

seguimento, e foi investigado o percentual de anemia persistente à suplementação de ferro.

Também foram verificadas associações mútuas entre os biomarcadores avaliados.

No quarto artigo, descrito no capítulo 5, foi verificado o número de infestações por

helmintos e protozoários e de infecções por rotavírus, a incidência de diarreia aguda, e

associações com os parâmetros nutricionais avaliados nos 18 meses de seguimento.

A discussão geral e as conclusões finais foram descritas nos capítulos 6 e 7,

respectivamente.

Esse trabalho foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq, Brasil). Edital Universal 2009. Contrato n⁰: 475914/2011.

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CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

1.1 SOBREPESO E DÉFICIT DE MICRONUTRIENTES

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sobrepeso e obesidade significam

o acúmulo excessivo ou anormal de gordura corporal causando riscos à saúde (1). Outros

autores definem sobrepeso e obesidade como o “(...) excessivo estoque de energia na forma

de gordura, que resulta em quantidades exacerbadas no total de gordura corporal” (2), ou

como “acúmulo de tecido gorduroso, regionalizado ou em todo o corpo, causado por doenças

genéticas ou endocrinometabólicas ou por alterações nutricionais” (3). A obesidade pode ser

classificada como endógena ou exógena a depender de sua etiologia, sendo a endógena

decorrente de alterações genéticas e endocrinometabólicas, e a exógena de etiologia

multicausal, resultando em balanço positivo de energia entre a ingestão e o gasto energético, a

qual representa 95% dos casos de obesidade (4).

Devido à dificuldade de se obter medidas precisas da gordura corporal de

populações, os métodos antropométricos têm sido amplamente utilizados para identificar

sobrepeso e obesidade. As medidas antropométricas de crianças podem ser classificadas em

medidas de crescimento que incluem o peso e a estatura, e as medidas de composição corporal

que incluem as dobras cutâneas e as circunferências corporais (4). Com essas medidas são

calculados os índices antropométricos em percentis ou escores-Z, a partir de uma população

referência considerada saudável.

Os índices antropométricos peso-para-estatura (P/E) e índice de massa corporal

(IMC)-para-idade de crianças podem ser utilizados para definir sobrepeso e obesidade, por

mensurarem a harmonia entre a massa corporal e a estatura da criança (5). Medidas de pregas

cutâneas são utilizadas para avaliar a adiposidade subcutânea, na tentativa de identificar

indivíduos com excesso de gordura corporal (6). A prega cutânea tricipital (PCT) é a mais

utilizada na avaliação de adultos (7) e, mais recentemente, com a inclusão do índice PCT-

para-idade na nova população de referência da OMS, também tem sido utilizada para avaliar a

adiposidade em crianças menores de um ano de idade (8). A circunferência do braço (CB) é

uma medida utilizada na avaliação nutricional de crianças, devido à facilidade de medição e

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baixo custo, e reflete tanto as reservas de energia na forma de tecido adiposo quanto a massa

proteica. Desta forma, o índice CB-para-idade representa parâmetro antropométrico útil na

indicação tanto de baixo como de excesso de peso na criança até cinco anos de idade (9).

A subnutrição é caracterizada por deficiência de energia ou de nutrientes decorrente

de inadequações dietéticas e/ou de doenças que determinam o mau aproveitamento biológico

dos nutrientes ingeridos (10). Frequentemente é descrita como déficits em um ou mais índices

antropométricos, principalmente os índices peso-para-estatura e IMC-para-idade, que

representam a nutrição atual, e o índice estatura-para-idade que representa a nutrição

pregressa (5). No entanto, os parâmetros antropométricos não são sensíveis para mensurar

deficiências específicas de nutrientes além de energia, sejam elas decorrentes de outras

deficiências na dieta, como de proteína, vitaminas ou minerais, ou originárias de processos

infecciosos recorrentes na infância (10).

Por esse motivo, o déficit de micronutrientes não é fácil de ser diagnosticado, exceto

em estágios muito avançados, quando se observa sinais clínicos de deficiências. Muitas vezes

os parâmetros antropométricos da criança estão ajustados devido ao adequado aporte

energético e proteico, embora exista quadro de subnutrição por déficit de micronutrientes

instalado, associado a inadequações na qualidade dietética ou a espoliações de nutrientes em

situações de doença. Essa condição é classificada como fome oculta e representa importante

problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil

(11).

A carência de ferro, expressa em estágio avançado como anemia ferropriva, é o

problema nutricional mais prevalente entre crianças (12). O método mais comum para

identificar indivíduos e populações com deficiência de ferro envolve a determinação de

anemia pela dosagem da hemoglobina sanguínea e os níveis de hematócrito. Embora seja

assumido que 50% das anemias sejam causadas por deficiência de ferro, a maior limitação

desses parâmetros é a baixa especificidade (13). Quando disponíveis, recomenda-se o uso de

testes mais sensíveis como a dosagem de ferritina sérica e da saturação de transferrina. A

dosagem de ferritina sérica é o método mais indicado para detectar depleção de estoques

corporais de ferro, e a saturação de transferrina indica o montante de ferro disponível para a

síntese de hemoglobina. A protoporfirina eritrocitária, precursora do grupo heme, fica elevada

quando a oferta de ferro é inadequada. Níveis elevados de protoporfirina apresentam boa

correlação com baixa concentração de ferritina sérica, podendo ser bom marcador de

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deficiência de ferro moderada, sem a presença de anemia. O ferro sérico não é considerado

bom marcador de deficiência de ferro devido às variações circadianas marcantes (14).

Outras deficiências também podem ocorrer na infância em função da maior

necessidade para o crescimento. Zinco, cobre e selênio são elementos-traço importantes para

o desenvolvimento infantil pela participação em funções envolvendo o crescimento

esquelético e cerebral, imunidade, desenvolvimento cognitivo e comportamental. Elementos-

traço são micronutrientes necessários em pequenas quantidades diárias para manutenção da

normalidade metabólica e do adequado funcionamento celular (15-18).

Apesar da prevalência da carência de zinco não ser conhecida pela falta de

indicadores sensíveis para sua avaliação, estima-se que seja um problema prevalente em

países em desenvolvimento e a sua magnitude é provavelmente similar à carência de ferro

(19). O parâmetro mais utilizado para avaliar o zinco corporal é a dosagem da concentração

de zinco no soro ou plasma, que diminui em indivíduos com dieta deficiente nesse mineral,

embora fatores relacionados com infecção, doença e gravidez também reduzam os níveis de

zinco no plasma humano. Nessas condições, a redução do zinco pode estar refletindo a

redistribuição do zinco pelo organismo, particularmente para o fígado e medula óssea, para

funções de defesa, e não necessariamente carência dietética (20, 21).

Desta forma, é recomendada a dosagem do zinco em outros tecidos como eritrócitos

e leucócitos, que pode refletir o estado de zinco corporal (22). A dosagem do zinco

eritrocitário é pouco utilizada devido a dificuldades de análise laboratorial. Esse parâmetro é

considerado um método de avaliação de período mais longo do estado de zinco, porque os

eritrócitos têm vida média de 120 dias (23). É importante observar que 80% do zinco do

sangue encontram-se nos eritrócitos, e apenas 16% no soro (24). A redução da concentração

de zinco no cabelo traduz um estado crônico de deficiência e, portanto, esse parâmetro é

limitado para avaliar deficiência recente do mineral (25). Outros indicadores para avaliação

do zinco ainda estão em estudo, como a dosagem da metalotioneína eritrocitária, que se

mostra como índice promissor por ser sensível às alterações da ingestão dietética do zinco,

embora ainda sejam necessários mais estudos que avaliem sua precisão (25).

O cobre é um micronutriente importante para o desenvolvimento da criança, devido

às altas demandas desse elemento para o rápido crescimento esquelético e desenvolvimento

cerebral, o que torna essa fase da vida um período crítico para a nutrição em relação a esse

mineral (16). O cobre corporal sofre alterações com fatores fisiológicos como sexo, idade,

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17

crescimento, gestação, estresse oxidativo, bem como aos ajustes homeostáticos do organismo

(26).

O conteúdo de cobre nos cabelos e na urina não são parâmetros confiáveis pela baixa

sensibilidade desses métodos. A ceruloplasmina e a metalochaperona CCS, proteínas ligadas

ao transporte corporal do cobre, e a atividade da citocromo-c oxidase em plaquetas e

eritrócitos são marcadores promissores na avaliação do estado nutricional do cobre, embora

ainda sejam poucos os estudos epidemiológicos com esses parâmetros para a construção de

valores de referência (25). O cobre nos eritrócitos pode ser considerado um biomarcador

confiável, uma vez que essas células não sofrem influência do processo inflamatório e de

alterações hormonais. Variações no cobre eritrocitário ocorrem de forma mais lenta, enquanto

o cobre plasmático pode ser influenciado pela dieta e por variações circadianas (27). Sugere-

se, portanto, que a determinação de cobre nos eritrócitos seja utilizada para avaliação de

estoques corpóreos, embora seja consensual o uso de mais de um parâmetro bioquímico para

interpretação dos resultados de uma avaliação nutricional (25).

Devido ao aumento da obesidade e morbidades associadas em todo o mundo, o selênio

tem sido foco de pesquisas recentes por sua função estrutural em importantes enzimas

antioxidantes. O grupo infantil pode ser considerado como de risco, visto que, em populações

com baixo índice de aleitamento materno, a carência de selênio parece ser frequente devido ao

fato do leite materno ser fundamental para a manutenção de quantidades corporais

satisfatórias desse mineral, mesmo entre crianças que nasceram com reservas adequadas (28).

Vários tecidos humanos, incluindo o sangue e suas frações, urina, cabelos e unhas,

têm sido analisados quanto ao conteúdo de selênio com o objetivo de avaliar o estado

nutricional de indivíduos em relação a esse mineral (25). Cabelos, unhas e eritrócitos são

indicadores de longo prazo e o plasma é considerado o melhor material biológico para avaliar

a deficiência de selênio devido à sensibilidade da selenoproteína P, proteína envolvida no

transporte do selênio, cujo tempo de vida média no plasma é de apenas quatro horas (29, 30).

O estado nutricional relativo ao selênio também pode ser avaliado de forma indireta, com a

avaliação da glutationaperoxidase no sangue total e no plasma, embora não seja um bom

parâmetro por não indicar toxicidade do selênio e ser influenciado pelo estresse oxidativo,

idade, sexo e hormônios (31).

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18

1.2 EPIDEMIOLOGIA, CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E FATORES

DETERMINANTES

1.2.1 Obesidade

A obesidade alcança níveis epidêmicos no mundo e sua prevalência praticamente

dobrou desde o ano de 1980. Segundo a OMS, no ano de 1990, 28 milhões de crianças

menores de cinco anos de idade apresentavam sobrepeso, e no ano de 2011, 43 milhões

apresentavam esse agravo, o que representa aumento de 54% de sobrepeso infantil em todo o

mundo (32). Desse montante, 30 milhões vivem em países em desenvolvimento e 10 milhões

em países desenvolvidos (33). No Brasil, esse panorama se repete, visto que o número de

crianças acima de cinco anos de idade com sobrepeso mais que dobrou entre 1989 e 2009,

passando de 15% para 34,8%. Entre as crianças menores de cinco anos de idade, inquérito

nacional realizado no ano de 2006 demonstrou prevalência de 7,3% de sobrepeso, sendo que

esse agravo nutricional foi observado precocemente em crianças de 0 a 2 anos de idade, com

taxas em torno de 6% (34).

Portanto, atualmente as crianças constituem um dos principais grupos-alvo para

estratégias de prevenção e controle do sobrepeso, não apenas pelas possibilidades de sucesso

das ações a serem implementadas, mas também pelo fato da obesidade infantil ser fator de

risco para o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na idade adulta (35, 36).

No que diz respeito à subnutrição infantil, pesquisas recentes mostram que o déficit

de energia, avaliado pela adequação do peso corporal em relação à estatura, tem sofrido

redução em todo o mundo. Estima-se que 52 milhões de crianças menores de cinco anos de

idade (8%), apresentaram déficit de peso para a estatura no ano de 2011, o que representa

redução de 11% nos estimados 58 milhões de déficit de peso observados no ano de 1990. De

acordo com a OMS, 70% dessas crianças vivem na Ásia, especialmente no Centro-Sul desse

continente (32).

O Brasil acompanha a redução global do déficit de peso entre crianças, e resultados

de recente estudo nacional sugerem virtual controle de formas agudas de desnutrição infantil

no país, incluindo a Região Nordeste, onde estas formas de desnutrição ainda são relevantes.

Esse estudo demonstra que déficits de peso-para-estatura foram encontrados em 1,4% das

crianças avaliadas, não chegando a 3% em qualquer estrato infantil (34).

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Da mesma forma, a prevalência de déficit de estatura tem declinado em todo mundo,

acometendo 165 milhões (26%) de crianças menores de cinco anos de idade no ano de 2011,

o que representa redução de 35% dos estimados 253 milhões de casos no ano de 1990. Em

todo o mundo, 90% das crianças com déficit de estatura vivem na África e Ásia (32). No

Brasil, a prevalência de déficit de estatura apresentou redução de 72% de 1975 a 1996, e

estudo nacional recente demonstra que a prevalência de déficit de estatura estimada para o

conjunto das crianças de 0 a 5 anos foi de 7,0%, sendo que o maior percentual observado foi

entre as crianças de 1 a 2 anos de idade (12,3%) (34). Esses dados mostram que, apesar do

declínio do déficit de estatura no Brasil desde 1975 até os dias atuais, esse agravo nutricional

ainda é prevalente na população infantil, principalmente em idades mais precoces.

A obesidade infantil está associada a elevado risco de obesidade, morte prematura e

incapacidades na idade adulta (1). Estudo recente realizado nos Estados Unidos da América

mostrou que crianças nos maiores quartis de IMC-para-idade apresentaram o dobro da

mortalidade devido a causas endógenas na idade adulta, em comparação às crianças nos

menores quartis desse índice (37). Dados do estudo US Bogalusa Heart Study demonstraram

que adolescentes com sobrepeso apresentaram risco 8,5 vezes maior de elevação da pressão

arterial, 2,4 vezes maior de elevação dos níveis de colesterol total, 3 vezes maior de elevação

dos níveis da lipoproteína de baixa densidade (LDL), e 8 vezes maior de redução dos níveis

da lipoproteína de alta densidade (HDL), quando atingiram idade de 27 a 31 anos. Também

há evidências de que a duração da exposição à obesidade está diretamente relacionada com

morbidade e mortalidade cardiovascular (38).

Em adição aos elevados riscos à saúde na vida futura, a obesidade na infância leva a

vários problemas agudos de saúde, sendo a maioria vivenciada ainda na infância (1). Os

problemas relacionados ao sobrepeso infantil incluem diabetes mellitus tipo 2, hipertensão

arterial, puberdade precoce, irregularidades no período menstrual e síndrome do ovário

policístico em meninas, esteato-hepatite, apneia do sono, asma, hipertensão intracranial

benigna, desordens musculoesqueléticas e problemas psicossociais (39).

Embora o cerne do problema da obesidade possa ser simplificado pelo desequilíbrio

entre a ingestão e o gasto de energia por um período prolongado, os fatores envolvidos nesse

processo são complexos. Esse desequilíbrio ocorre devido a uma série de variáveis que atuam

em nível individual, familiar e social (40).

Com relação aos fatores individuais, revisões sistemáticas demonstraram influência

de diversos fatores ligados ao estilo de vida sobre o ganho de peso e a obesidade em crianças

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pré-escolares, como inatividade física, comportamentos sedentários, curta duração do sono, e

ingestão excessiva de gorduras, de alimentos de alta densidade energética e de bebidas

açucaradas (41-45).

A qualidade da alimentação da criança é um indicador de sobrepeso infantil, visto

que na maioria das regiões desenvolvidas as crianças alimentadas com fórmula infantil são

mais pesadas e crescem mais rapidamente do que as crianças alimentadas com leite materno.

Estudos observacionais demonstram que o risco de obesidade é 15% a 20% menor entre

crianças em aleitamento materno em relação às que recebem fórmulas (46). Entretanto, o

aleitamento materno está intimamente relacionado a padrões sociais e a comportamentos

relacionados à saúde e, portanto, é provável que associações observadas entre aleitamento

materno e melhores desfechos de saúde sejam confundidas com outros fatores sociais não

mensurados (47).

Poucos estudos investigam o papel da idade de introdução de alimentos

complementares sobre a obesidade infantil. Evidências sugerem que a alimentação

complementar substitui a ingestão de leite, sem efeito direto sobre a ingestão de energia ou

obesidade infantil (48). Além disso, causalidade reversa é difícil de ser estabelecida porque

lactentes que ganham peso rapidamente são mais propensos a serem desmamados mais cedo

(49). Entretanto, existem evidências observacionais de que a introdução de alimentos sólidos

em idade inferior aos quatro meses de vida está significativamente associada ao sobrepeso ou

obesidade aos três anos de idade (50).

Em relação aos fatores associados aos pais da criança, estudos mostram que crianças

de mães com IMC >25 apresentam maior risco de sobrepeso, o que pode ser determinado

tanto por fatores genéticos, quanto comportamentais (51, 52). Em adição, crianças de mães

que fumaram durante a gestação apresentaram maior risco de obesidade infantil,

possivelmente pela contribuição do fumo para o baixo peso ao nascer, seguido de períodos de

rápido ganho de peso (catch-up growth) nos primeiros meses de vida (53, 54), embora alguns

autores tenham observado essa associação independentemente do baixo peso ao nascer (51).

Estudos que avaliam os fatores familiares associados à obesidade infantil

demonstram que o relacionamento instável entre os pais pode desencadear desvios

comportamentais e a criança pode passar a utilizar a ingestão de alimentos para reduzir os

sentimentos de privação emocional (4). Crianças cujos pais exercem alta pressão para elas se

alimentarem, acreditam que a principal causa do choro do bebê é devido à fome, e dizem ter

muita preocupação a respeito do peso da criança têm maior risco de obesidade infantil (55,

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21

56). Também foi observado que a prevalência de sobrepeso e obesidade infantil é maior em

famílias com menor número de filhos, embora a ordem de nascimento não exerça influência

nessa relação (57, 58).

No que diz respeito aos hábitos alimentares familiares, estudos demonstram que a

quantidade de frutas e vegetais disponíveis na casa está positivamente associada à quantidade

de ingestão desses alimentos pelas crianças e, em contraste, a alta ingestão de bebidas

açucaradas está associada à rotina familiar de fazer as refeições em frente à televisão, ao

menor número de refeições junto à família, e ao uso de alimentos como recompensa ao bom

comportamento da criança (59). Em adição, o hábito das crianças de consumirem alimentos

de lanchonetes escolares também parece estar associado à maior prevalência de obesidade

infantil (57).

A influência de fatores socioeconômicos também é relevante na gênese da obesidade,

embora os resultados sejam contraditórios. Estudos apontam que baixa renda familiar antes e

após a gestação, baixa escolaridade materna e precárias condições da moradia são fatores de

risco para o desenvolvimento da obesidade infantil (51, 52, 60). Outros fatores relacionados à

pobreza têm sido descritos como fatores de risco para obesidade infantil, como o trabalho

infantil remunerado, a moradia em meio urbano, principalmente em cidades populosas, e a

falta de segurança e estrutura urbanas que não encorajam a atividade física da comunidade

(52). Em algumas populações, onde a privação alimentar é marcante e prolongada, trazendo

como consequência baixa estatura, considerada um marcador global de privação social, a

perspectiva de resolução da epidemia da obesidade pode ser limitada devido às alterações

fisiológicas permanentes no metabolismo de macronutrientes (61). Estudos mostram que

crianças com baixa estatura apresentam maior prevalência de sobrepeso, de excesso de

gordura corporal e abdominal, e menor gasto energético em relação às crianças com estatura

adequada (62, 63).

Por outro lado, alguns estudos mostram que crianças de famílias com melhor poder

aquisitivo e baixo nível de insegurança alimentar apresentam maior risco de obesidade, o que

pode estar associado ao maior acesso a alimentos, principalmente industrializados e de alta

densidade calórica e baixo valor nutritivo (57, 64, 65).

Considerando o rápido aumento da prevalência de obesidade no início da infância,

particular atenção deve ser dada para identificar os fatores de risco precoces de obesidade

nessa fase da vida (40). Além disso, a obesidade na infância é fundamentalmente hiperplásica,

ou seja, relacionada ao aumento do número de adipócitos, a qual é mais difícil de ser

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controlada em relação à obesidade hipertrófica. A hiperplasia dos adipócitos ocorre de forma

fisiológica da 30ª semana de gestação até os dois primeiros anos de vida, período crítico,

portanto, na capacidade de multiplicação celular e, quanto maior o início, maior será o

número de adipócitos, podendo chegar a cifras semelhantes às do adulto (4).

Existem evidências de associação linear e positiva entre o peso ao nascer e o IMC na

vida futura da criança (66). Em contraste, alguns estudos descreveram associação inversa

entre o peso ao nascer e doenças associadas à obesidade (67), ao passo que metanálises

mostraram que tanto crianças que nasceram com peso <2.500 g, quanto as que nasceram com

peso >4.000 g, apresentaram maior risco de desenvolver diabetes melitus tipo 2 (68).

Outro indicador precoce de sobrepeso é o ganho de peso durante a infância. O rápido

ganho de peso, descrito como ganho superior a 0,67 escore-z do nascimento até o 1º ano de

vida, está associado a maior risco de obesidade na infância e na vida adulta (69). Evidências

de ensaios clínicos randomizados sugerem a existência de efeitos de “programação” da

nutrição infantil e do ganho de peso sobre obesidade futura e doenças associadas (70).

1.2.2 Anemia e Deficiência de Ferro

Segundo a OMS, 47,4% e 25,4% das crianças em idade pré-escolar e escolar,

respectivamente, em todo o mundo apresentam anemia (hemoglobina <11g/dL), e a maior

proporção de crianças afetadas está na África e Ásia, com taxas de 67,6% e 65,5%,

respectivamente (71). No Brasil, estudo de abrangência nacional realizado em 2006

demonstrou prevalência de anemia em 20,9% de crianças em todo o país, em um total de

3.455 dosagens de hemoglobina realizadas, sendo que o grupo de crianças de seis a 23 meses

de idade apresentou as maiores taxas (24,1%). As crianças da região Nordeste do país são as

que apresentam maior risco de desenvolverem anemia, apresentando maior prevalência

(25,5%) em relação às outras macrorregiões (34). Apesar do declínio da prevalência da

anemia no Brasil comparado a estudos realizados na década de 1990, quando a prevalência de

anemia entre crianças menores de cinco anos era em torno de 40% a 50%, os valores atuais

ainda são classificados como problema de saúde pública moderado (34, 71, 72).

Estima-se que a deficiência de ferro afete 2 bilhões de pessoas em todo o mundo,

sendo as crianças e gestantes os grupos mais acometidos, devido às altas demandas para o

crescimento e gestação (73), (12, 74). Não existem inquéritos de abrangência nacional para

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avaliar a carência de ferro no Brasil. Dados coletados em inquéritos nacionais realizados nos

Estados Unidos da América revelaram que 30 a 40% das crianças menores que cinco anos de

idade que apresentam evidência de deficiência de ferro também apresentam anemia. Essa

associação fornece bases para estimar a prevalência de deficiência de ferro, com ou sem

anemia. Assim, estima-se que uma população apresente prevalência de aproximadamente

50% de deficiência de ferro, se a prevalência de anemia exceder a 20% (14).

Dados do National Health and Nutrition Examination Surveys (NHANES) II e IV

revelaram que 8% das crianças de 12 a 36 meses de idade tinham deficiência de ferro nos

Estados Unidos da América (75). Outros estudos mostram que 13,7% das crianças do Vietnã

de seis meses a sete anos e 26% das crianças mexicanas menores de cinco anos de idade

apresentavam carência desse mineral (74, 76). Estudos isolados realizados no Brasil

demonstraram prevalências de deficiência de ferro entre crianças superiores ao descrito em

outros países, como em estudo realizado na região Sudeste do país, que mostrou prevalência

de 31,3% de deficiência de ferro em crianças de seis meses a sete anos de idade (77), e na

Amazônia, que mostrou 81% de deficiência desse mineral em crianças menores de dois anos

de idade (78). Estudos realizados com crianças da região Nordeste do Brasil mostraram

prevalência de 51% a 70% entre crianças menores de dois anos de idade (79, 80).

A anemia por deficiência de ferro é o resultado da deficiência grave desse nutriente e

suas consequências incluem danos à cognição e ao desempenho físico, e aumento da

mortalidade infantil (13, 81). Apesar da principal consequência da deficiência de ferro ser a

anemia, outras manifestações da carência desse mineral incluem prejuízo ao desenvolvimento

motor, alteração comportamental, atraso na condução nervosa afetando o sistema auditivo e

visual, danos à imunidade mediada por células e à capacidade bactericida dos neutrófilos,

termorregulação prejudicada, anormalidades funcionais e histológicas do trato gastrintestinal,

defeito na mobilização de vitamina A no fígado e retardo no crescimento (82, 83). Essas

alterações se devem ao fato do ferro participar de numerosos processos necessários ao

funcionamento normal do organismo, como o transporte de oxigênio, a fosforilação oxidativa,

o metabolismo de neurotransmissores e a síntese de DNA (19).

Foi observado que a deficiência de ferro pode causar alterações na morfologia do

hipocampo, diminuindo a extensão das ramificações dendríticas e o número das interconexões

neuronais, causando sérias repercussões na memória e atenção (17). Estudos mostram que

crianças com deficiência crônica de ferro no início da vida, mesmo que recebam

suplementação futura, não atingem escores ótimos de testes cognitivos, quando comparadas

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com crianças com estoques de ferro sempre completos (84). A deficiência de ferro também

foi associada a alterações na regulação da síntese de dopamina e redução na expressão de seus

receptores e, portanto, seja associada ou não à anemia, leva a alterações de comportamento

social e emocional, com aumento da introversão, diminuição da afetividade e aumento da

ansiedade e depressão (85).

As causas de anemia na infância são, principalmente, secundárias à alta demanda de

ferro associada ao consumo deficiente desse mineral (86), embora outros micronutrientes

também estejam associados à anemia carencial, como folato e vitaminas B12 e A (74, 87).

Também são descritos como fatores de risco para anemia a baixa renda familiar, duração

inadequada do aleitamento materno, baixa escolaridade dos pais, elevado número de pessoas

residindo na mesma moradia, baixo peso ao nascer e crianças de mães adolescentes (88-90).

Os fatores socioeconômicos relacionados ao desenvolvimento de anemia podem significar

limitações no acesso de alimentação adequada e de assistência à saúde e maior frequência de

parasitoses intestinais em populações menos favorecidas (12, 91).

Os principais fatores associados à deficiência de ferro no início da infância estão

relacionados à idade gestacional e ao peso ao nascer da criança, à nutrição materna durante a

gestação, e à ingestão alimentar de ferro pela criança (12, 87, 90). A idade gestacional e o

peso ao nascer são fatores associados aos estoques de ferro da criança, uma vez que a

repleção desses estoques depende do peso do recém-nascido e se dá principalmente no último

trimestre gestacional (91).

No que diz respeito aos fatores maternos, estudos demonstram que os filhos de

mulheres que iniciaram o cuidado pré-natal após três meses de gestação e que tiveram menos

de seis consultas, bem como aquelas que não receberam suplementação de ferro após o parto,

apresentaram maior frequência de anemia por carência de ferro (91). Em adição, a anemia

materna aumenta o risco de baixo peso ao nascer e prematuridade, fatores que aumentam o

risco de anemia infantil (92). O ferro contido no leite materno é melhor absorvido pela

criança, e o aleitamento materno é importante para a prevenção de anemia. No entanto, a sua

manutenção, de forma exclusiva por mais de seis meses, aumenta o risco de anemia na

infância (93, 94). A alimentação complementar inadequada também é fator de risco para a

deficiência de ferro em lactentes. A baixa oferta de alimentos ricos em ferro e o consumo

excessivo de cereais são fatores que prejudicam o adequado estado desse nutriente (91). Os

cereais são uma fonte calórica para a criança, mas, na sua forma integral, contêm fatores

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inibidores da absorção de ferro e, portanto, o aumento da ingestão desses alimentos na dieta

foi associado à redução da biodisponibilidade do ferro dietético (87, 95).

1.2.3 Deficiência de zinco

Não se dispõe de estudos populacionais representativos que possam estimar o quadro

epidemiológico da carência de micronutrientes. A partir de dados sobre biodisponibilidade de

zinco nos alimentos, é estimado que a deficiência desse micronutriente afete

aproximadamente um terço da população mundial, com estimativas de 4% a 73% em grupos

populacionais específicos. Embora a deficiência grave de zinco seja rara, a carência leve a

moderada é bastante comum em todo o mundo (96).

Estudos isolados realizados nas regiões Central e Sudeste do Brasil apresentaram

prevalências de baixas concentrações de zinco plasmático variando de 0,5% a 100% em

crianças lactentes e pré-escolares (97-100). No Nordeste do país, estudos demonstraram

prevalência de 74,3% e 16,2% de baixas concentrações de zinco eritrocitário e plasmático,

respectivamente, em crianças pré-escolares (101, 102).

Na prática clínica, a deficiência de zinco é difícil de ser identificada em razão da

baixa especificidade de suas manifestações clínicas, como dermatite, retardo do crescimento,

diarreia, distúrbios mentais, perda do paladar e do olfato, alopecia e infecções recorrentes. A

deficiência leve a moderada é ainda mais difícil de diagnosticar, não apenas pela diversidade

de sintomas, como também pela limitação de marcadores bioquímicos confiáveis.

A diversidade de sintomas na deficiência de zinco se deve à amplitude de suas

funções no organismo humano. O zinco participa de funções estruturais, enzimáticas e

reguladoras por ser um componente essencial de amplo número de enzimas, desempenhando

papel fundamental no crescimento e diferenciação de tecidos que apresentam rápido turnover

e diferenciação, incluindo o sistema imune e o trato gastrointestinal (25, 103).

O déficit de crescimento é uma consequência da deficiência de zinco em crianças,

embora os estudos sejam contraditórios em relação aos benefícios da suplementação de zinco

sobre o crescimento linear de crianças (99, 104, 105). É também conhecido o papel do zinco

no sistema imune e ensaios clínicos conduzidos nas últimas décadas têm claramente

demonstrado benefícios da adequação nutricional em relação a esse nutriente sobre a redução

da incidência de diarreia e de pneumonia em crianças (13).

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26

O zinco é o elemento-traço mais abundante no cérebro, particularmente no

hipocampo, o que confere a esse nutriente papel importante na neurotransmissão e na

neurogênese. Estudos conduzidos em animais mostram que a deficiência de zinco em estágios

críticos do desenvolvimento leva ao atraso na maturação do sistema nervoso central e redução

da massa cerebral, afetando o comportamento e a memória (17).

Todos os grupos etários estão sob risco de apresentarem deficiência de zinco, embora

crianças nos primeiros anos de vida, gestantes e lactantes sejam mais vulneráveis a esse

agravo. Os principais fatores de risco incluem dietas com baixo teor de zinco ou alto teor de

fitatos, desordens absortivas, inclusive pela presença de parasitas intestinais e diarreia, e

doenças genéticas que prejudicam a utilização do zinco, como a acrodermatite enteropática e

anemia falciforme (13).

A absorção de zinco é baixa (<15%) quando há elevada quantidade de fitato na dieta,

e a inclusão de proteína animal aumenta a quantidade total de zinco ingerido e absorvido.

Interações competitivas podem ocorrer entre zinco e outros minerais que possuem

similaridade física e de propriedades químicas, como ferro, cobre e cálcio que, quando

presentes em grande quantidade na forma de suplementos, reduzem a absorção de zinco.

Entretanto, esses minerais, em quantidade normal, presente na dieta ou em alimentos

fortificados não afetam a absorção de zinco (25). Estudo realizado com gestantes demonstrou

que fatores como insegurança alimentar, baixa variedade de alimentos na dieta e o consumo

frequente de café estiveram relacionados a baixas concentrações plasmáticas de zinco (106).

Embora a deficiência de zinco seja mais frequentemente descrita na desnutrição

proteico-energética, na Doença de Crohn, na anemia falciforme e na síndrome nefrótica, a

deficiência leve pode ocorrer em indivíduos com dieta vegetariana, com alta quantidade de

fitatos (12). Também é descrita a deficiência de zinco em crianças prematuras (<34 semanas)

em aleitamento materno, devido à relativa impossibilidade do leite materno suprir as

necessidades de zinco dessas crianças (107).

Estudos que avaliam fatores que interferem na concentração de zinco no leite

materno são controversos, e são amplas as variações nas concentrações de zinco observadas.

Tais variações não dependem da ingestão materna de zinco, mas podem variar entre as mães

em função da paridade, estágio de lactação e características (leite inicial ou final) do

aleitamento (108).

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27

1.2.4 Deficiência de cobre

Embora alguns autores refiram que a carência de cobre seja rara em seres humanos

(109), a prevalência global da deficiência desse micronutriente não é conhecida. Poucos

estudos têm sido realizados no Brasil para avaliar os níveis corporais de cobre tanto em

adultos, quanto em crianças. Dois estudos realizados na região Sudeste do país mostraram

baixa concentração plasmática de cobre em 3,5% e 8,9% das crianças de 7 a 15 anos e de 1 a

5 anos de idade, respectivamente (100, 110).

Anemia refratária ao ferro e baixa concentração plasmática de cobre são as principais

manifestações da deficiência adquirida de cobre (16). A anemia por carência de cobre é

hipocrômica, normocítica ou macrocítica, com redução da contagem de reticulócitos,

hipoferremia, neutropenia e trombocitopenia e, apesar de não responsiva à suplementação de

ferro, tais alterações são facilmente corrigidas com a suplementação de cobre (111). Outras

manifestações importantes da deficiência de cobre são a neutropenia e anormalidades ósseas,

como osteoporose e fraturas, embora a importância da deficiência leve a moderada desse

mineral ainda não seja bem estabelecida. Manifestações menos frequentes devido à

deficiência de cobre incluem hipopigmentação dos cabelos e pele, hipotonia, crescimento

prejudicado, aumento da incidência de infecções e alterações na imunidade (16, 112, 113).

Em adição, anormalidades no metabolismo do colesterol e da glicemia foram descritas, mas

necessitam ser melhor esclarecidas (16).

A deficiência de cobre também pode causar alterações neurológicas, como

mielopatia com marcha espástica e ataxia sensorial. No sistema límbico, a deficiência desse

nutriente resulta em baixas concentrações de norepinefrina, que exerce função importante ao

regular a resposta ao estresse, e participa de outras funções como memória e atenção (17).

A causa mais comum da deficiência desse nutriente é a oferta insuficiente na dieta ao

longo da recuperação da desnutrição em lactentes (114). Na recuperação nutricional, os

lactentes crescem numa velocidade 5 a 10 vezes maior do que o normal para a idade,

aumentando assim, os requerimentos impostos para o crescimento. Outros fatores estão

associados à deficiência de cobre em crianças, como baixo peso ao nascer, prematuridade,

curta duração do aleitamento materno, consumo de leite de vaca, consumo de dietas com alto

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conteúdo de carboidratos refinados, aumento das perdas de nutrientes como resultado de

doenças diarreicas, e infecções frequentes (19, 114).

As crianças prematuras, especialmente as de muito baixo peso, são mais susceptíveis

à deficiência de cobre devido ao reduzido estoque corporal desse nutriente ao nascimento e às

elevadas taxas de crescimento, com aumento da demanda nutricional (115). Lactentes que

consomem leite de vaca exclusivamente estão sob risco de deficiência devido ao baixo

conteúdo de cobre nesse alimento, e da limitada biodisponibilidade (114). O consumo

excessivo de carboidratos refinados por lactentes também é fator de risco porque a frutose e

outros açúcares diminuem a absorção de cobre (114). Outros fatores dietéticos também

interferem na absorção do cobre, como o teor de ferro, vitamina C e zinco, por reduzirem a

sua biodisponibilidade (116). Ingestão de altas doses de zinco e ferro diminui a absorção de

cobre e pode predispor à deficiência deste nutriente (114).

Deficiência de cobre também foi descrita em síndromes de má-absorção intestinal,

incluindo doença celíaca, espru tropical e não tropical, fibrose cística e síndrome do intestino

curto. Também foi descrita deficiência de cobre em indivíduos que receberam penicilamina,

ou outros agentes quelantes, ou altas doses orais de substâncias alcalinas, os quais aumentam

as perdas intestinais de cobre (114). Indivíduos com síndrome nefrótica também apresentam

risco de deficiência de cobre devido ao aumento das perdas desse mineral na urina (113). Na

nutrição parenteral total, a oferta insuficiente de cobre pode ocorrer, caso não seja oferecida

suplementação (114).

Na doença de Menkes, uma desordem genética recessiva ligada ao cromossoma X, a

deficiência de cobre se desenvolve independentemente da ingestão dietética desse

micronutriente, resultando em transporte falho do cobre através da membrana do trato

gastrointestinal, da placenta e da barreira hematoencefálica, aumentando assim, a

concentração do nutriente na mucosa duodenal. Indivíduos com essa doença apresentam

retardo no crescimento, cabelo peculiar, convulsões, alterações na temperatura corporal,

degeneração cerebral focal e cerebelar e retardo mental (12).

1.2.5 Deficiência de selênio

Apesar de existirem vários indicadores confiáveis para avaliação do estado

nutricional relacionado ao selênio, como a dosagem do selênio no plasma, urina, cabelo e

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unhas, a avaliação desse mineral em amostras humanas apresenta uma série de dificuldades

metodológicas, inclusive no que se refere a variações nos valores de referência para

classificação da deficiência desse mineral (13, 117). Dessa forma, as informações sobre a

deficiência de selênio em seres humanos são baseadas em observações clínicas e, portanto,

limitada a formas graves da deficiência, como na Doença de Keshan, caracterizada por

cardiopatia endêmica sensível a selênio, que afeta principalmente crianças e mulheres em

certas áreas da China, onde essa doença foi inicialmente descrita. A deficiência endêmica

desse micronutriente tende a ocorrer em áreas com pouca quantidade de selênio no solo (13,

103).

A deficiência de selênio comumente não causa doenças devido à carência por si só,

mas pode deixar o corpo mais susceptível a doenças decorrentes de outras alterações

nutricionais e bioquímicas e de infecções (12, 118). Sintomas da carência de selênio foram

descritos apenas em casos de privação extrema, grave e prolongada, caracterizada por

cardiomiopatia necrosante, miopatia periférica, redução do tônus muscular, anemia e

alterações nos cabelos (finos e secos) e nas unhas (opaca) (18). Muitas vezes, é ignorada

quando se trata de deficiência crônica leve, pois os sintomas clínicos são inespecíficos, como

fraqueza muscular, cansaço, dor nas articulações, falta de concentração, e cabelos fracos e

quebradiços (25).

O selênio é componente essencial de várias vias metabólicas importantes e parte

constituinte de pelo menos 25 selenoproteínas, a maioria delas envolvida na proteção do

organismo contra o estresse oxidativo e manutenção do balanço redox celular. Portanto, as

consequências à saúde da carência de selênio estão, na sua maioria, relacionadas a desordens

associadas ao estresse oxidativo. Por esse motivo, o selênio tem sido descrito como nutriente

importante na prevenção de câncer e de doenças cardiovasculares (119-124).

A deficiência nutricional de selênio ocorre em áreas com baixo conteúdo desse

mineral no solo, embora condições que afetem sua biodisponibilidade também sejam

relevantes (125). Nem sempre os alimentos com alto teor de selênio são os que oferecem

maior biodisponibilidade. Os vegetais em geral têm baixo teor de selênio, mas alta

biodisponibilidade, que varia de 85 a 100%. Os pescados são alimentos com alto teor de

selênio, porém com biodisponibilidade de 20 a 50%, possivelmente pela interação desse

mineral com o mercúrio. O selênio do leite e de seus derivados tem biodisponibilidade que

varia de 2 a 11%. As carnes em geral são boas fontes de selênio, mas têm pouco selênio

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biodisponível, somente 15% (25). Frutas geralmente contêm pouca quantidade de selênio, e

em alimentos de origem animal varia de acordo com sua alimentação (18).

Mesmo em regiões onde o solo é rico em selênio, a deficiência pode ocorrer em

lactentes e crianças com restrições dietéticas e em indivíduos com nutrição parenteral

prolongada sem suplementação de elementos-traço por mais de 20 dias. Outros grupos

também são considerados vulneráveis para a deficiência de selênio, como os enfermos de

doenças crônicas não transmissíveis, indivíduos sujeitos a elevado estresse e doenças

debilitantes, como na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), hepatite C e

hanseníase, enfermos do trato gastrintestinal, fumantes, idosos, gestantes, lactantes, crianças

de 2 a 10 anos de idade e populações que habitam áreas contaminadas por mercúrio (12, 25).

1.3 DIARREIA AGUDA NA INFÂNCIA

A doença diarreica representa umas das principais causas de morte em crianças

menores de cinco anos de idade, com estimativa de 700.000 mortes em todo o mundo no ano

de 2011. Estima-se que 72% das doenças diarreicas aconteçam nos primeiros dois anos de

vida, demonstrando que é crucial dar maior ênfase à prevenção e ao tratamento em lactentes

(126).

Diarreia aguda é definida como três ou mais evacuações aquosas em 24 horas por até

14 dias (127). Estima-se que 3 a 20% dos episódios de diarreia aguda em crianças menores

que cinco anos tornam-se persistentes e que 2% das diarreias progridam para episódios graves

(126, 128).

A incidência anual e o perfil etiológico da diarreia podem variar em diferentes

grupos populacionais, a depender da idade, estado nutricional, práticas de higiene, práticas

alimentares, saneamento básico e condições socioeconômicas. Na década de 1990, estimava-

se que a frequência de diarreia girava em torno de 0,5 a 2 episódios por criança/ano em países

desenvolvidos, e que em regiões em desenvolvimento a frequência poderia atingir 10 ou mais

episódios de diarreia por criança/ano (129). Recente revisão demonstrou declínio na

incidência global de diarreia em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento de 3,4 para

2,9 episódios de diarreia por criança/ano, do ano de 1990 ao ano de 2010 (130).

Dentre os enteropatógenos mais comumente associados à diarreia infecciosa

encontram-se os vírus, principalmente o rotavirus, norovirus, adenovirus e astrovirus; as

bactérias, em especial a Salmonella, Campylobacter, Shigella e Escherichia coli

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diarreagênica; e os parasitos, principalmente Giardia lamblia, Cryptosporidium, Entamoeba

histolytica e Strongiloides (126, 127).

Mudanças no perfil etiológico da diarreia vêm sendo observadas ao longo dos anos

em países em desenvolvimento, associadas por alguns autores a melhorias das condições

sanitárias e sociais das populações (131). Estudos realizados no Brasil na década de 1980

demonstraram predominância dos quadros bacterianos sobre os virais (132, 133). Entretanto,

por volta do ano 2000, estudos demonstraram tendência de crescimento relativo de quadros

diarreicos virais, principalmente por rotavirus (126, 131).

A complicação mais grave da diarreia aguda é a desidratação e a diarreia persistente

que pode levar à subnutrição. Déficit nutricional é fator de risco e resultado da diarreia

persistente e, consequentemente, existe um ciclo vicioso de infecção, má absorção e

subnutrição, que pode levar a déficit de crescimento e prejuízos cognitivos (134). Em crianças

bem nutridas e saudáveis um único episódio de diarreia é tipicamente auto-limitado e não

apresenta sequelas em longo prazo. Entretanto, para crianças de regiões pobres, vários

episódios por ano podem levar a déficits nutricionais (126). Análise agrupada de nove estudos

mostrou que a chance de déficit de crescimento aos dois anos de idade aumenta em 1,13 (IC

95% 1,07-1,19) para cada cinco episódios de diarreia (135). Devido às perdas fecais, a

diarreia aguda também pode causar espoliação de micronutrientes. O zinco é o micronutriente

mais estudado na diarreia e estudos mostram balanço corporal negativo desse elemento em

quadros diarreicos, bem como redução no número de episódios de diarreia com a

suplementação de 5 a 20 mg/dia de zinco durante 12 a 54 semanas (136, 137).

1.4 PATÓGENOS INTESTINAIS NA INFÂNCIA

Doenças infecciosas e parasitárias são as maiores causas de morbidade humana na

maioria dos países tropicais. Estas doenças atingem bilhões de pessoas e matam milhões

anualmente (138). Vários agentes etiológicos foram descritos, incluindo agentes parasitários,

bacterianos e viróticos. Os parasitos intestinais estão entre os patógenos mais frequentemente

encontrados em seres humanos. Estudos demonstram que os parasitos mais frequentemente

encontrados em crianças são os helmintos Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura e os

protozoários Entamoeba histolytica e Giardia lamblia (139, 140).

À exceção do rotavirus, que acomete diferentes classes sociais e independe das

condições ambientais e de higiene dos grupos acometidos (141), as enteroinfecções ocorrem

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principalmente em regiões com condições precárias de saneamento básico, representando um

flagelo, sobretudo para populações mais pobres (142). Estima-se que aproximadamente 3,5

bilhões de pessoas em todo o mundo apresentem infestação intestinal por helmintos e

protozoários e que 450 milhões apresentem sintomas (143, 144). As crianças são as mais

acometidas por serem mais ativas no ambiente contaminado e por raramente aplicarem boas

práticas de higiene (145).

A desnutrição infantil é frequentemente associada ao parasitismo intestinal devido a

perdas de nutrientes por diversos mecanismos, a depender do tipo do enteropatógeno. Vermes

adultos parasitando o intestino delgado estão em excelente posição para interferir na nutrição

do hospedeiro, podendo induzir danos à mucosa intestinal com consequente redução da

habilidade de absorção dos nutrientes. Em adição, enteropatógenos podem causar vômito,

diarreia, anorexia, dor abdominal e náusea, que podem resultar em redução da ingestão

alimentar, limitando ainda mais a disponibilidade de nutrientes para a criança (146, 147).

A ancilostomíase e a esquistossomose são frequentemente associadas à anemia, e

infestação moderada a grave por Trichuris trichiura também é frequentemente associada a

esse agravo (144, 148). Infestação intestinal por Ascaris lumbricoides pode prejudicar o

estado nutricional do hospedeiro devido ao bloqueio da área absortiva intestinal e hiporexia

em situações de elevada carga parasitária (146, 149). Infestação por Strongiloides, Giardia

lamblia, Cryptosporidium, Entamoeba histolytica podem causar episódios diarreicos e,

consequentemente, perda de nutrientes nas fezes (127, 150, 151).

Patógenos virais são a causa mais comum de gastrenterites, sendo o rotavirus o

agente mais prevalente na infância e o principal agente etiológico de diarreia aguda,

responsável por mais de 600.000 mortes de crianças por ano (152, 153). No período de 1996 a

2006 no Brasil, antes da introdução da vacina contra rotavirus, foi estimado que o rotavirus

tenha causado 3,5 milhões de episódios de diarreia e 850 mortes de crianças menores de cinco

anos de idade a cada ano (154).

No ano de 2006 a vacina de vírus atenuado (Rotarix®) foi incluída no Programa

Nacional de Imunização no Brasil, e estudos demonstraram redução significativa na

frequência e gravidade dos episódios de gastrenterite (155, 156), embora ainda não exista

estudo que avalie possíveis mudanças no perfil epidemiológico da diarreia aguda e de

enteroinfecções em crianças após a vacinação contra rotavírus no Brasil.

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33

2 OBJETIVOS

2.3 Objetivo Geral

Investigar marcadores de micronutrientes e de sobrepeso e associações com

patógenos intestinais e diarreia aguda em lactentes que vivem em condições de

vulnerabilidade.

2.4 Objetivos Específicos

1. Descrever a prevalência de deficiência de ferro, zinco, cobre e selênio, e associações com

o estado ponderal de lactentes (Artigo 1)

2. Investigar a prevalência de sobrepeso e seus marcadores precoces em lactentes ao longo

de 18 meses de seguimento (Artigo 2)

3. Descrever a evolução dos biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio ao longo de 18

meses de seguimento e associações mútuas entre esses biomarcadores (Artigo 3)

4. Descrever o número de infecções por enteropatógenos e de diarreia aguda e associações

com o estado nutricional de lactentes ao longo de 18 meses de seguimento (Artigo 4)

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3 CASUÍSTICA E MÉTODOS

Nessa seção foram descritos os métodos gerais para o desenvolvimento do estudo. Nos

artigos científicos que são apresentados a seguir, os métodos da coleta dos dados

antropométricos e do material biológico, e do processamento e análise estatística dos dados

foram detalhados de acordo com os objetivos de cada artigo.

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de uma coorte prospectiva de população fixa, de lactentes que vivem em

condições de vulnerabilidade.

3.2 População de estudo

Lactentes saudáveis com idade entre 2 e 11 meses, residentes no município de

Laranjeiras, Sergipe, Brasil.

3.3 Local de estudo

O presente estudo foi realizado no município de Laranjeiras, localizado a 19 km da

capital Aracaju, na Zona litorânea do estado de Sergipe, a uma latitude 10º48'23" Sul e

longitude 37º10'12" Oeste, estando situado a uma altitude de 9 metros, com influência de

frentes oceânicas, numa região repleta de morros e colinas. O rio Cotinguiba passa pelo centro

histórico e na divisa do município deságua no rio Sergipe (157). A cidade possui 26.902

habitantes em uma área de 162.279 km2, com densidade demográfica de 165,78hab./km

2,

sendo que 79% da população vive na área urbana e 21% na área rural (158).

De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), o município de

Laranjeiras possuia, no ano 2010, 7.404 famílias assistidas pelo Programa Saúde da Família

(PSF), havendo nessas famílias 586 crianças com até 1 ano e 2.407 entre 1 e 4 anos de idade.

Laranjeiras dispõe de um hospital regional e treze Unidades de Saúde. As crianças assistidas

pelas treze Unidades de Saúde foram recrutadas para fazerem parte do presente estudo (159).

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Em relação às condições de saneamento básico, 1.402 (18,94%) famílias possuem rede

de esgoto sem tratamento, 522 (7,05%) jogam o esgoto a céu aberto e 5.480 (74,01%)

famílias possuem fossa. Quanto ao abastecimento de água, 5.335 (72,06%) famílias são

abastecidas pela rede pública, 1.777 (24%) utilizam água de poço e nascentes, e 292 (3,94%)

utilizam água de outras fontes. No total, 5.915 (79,89%) famílias têm os resíduos sólidos

coletados, 984 (13,29%) jogam os resíduos a céu aberto, e 505 (6,82%) famílias queimam ou

enterram os resíduos sólidos (159).

O índice de desenvolvimento humano (IDH) médio de Laranjeiras é de 0,642,

considerado médio. O IDH para renda é de 0,589 e o IDH para educação é de 0,582, ambos

considerados índices baixos (160).

3.4 Critérios de inclusão

Foram incluídos no estudo lactentes saudáveis, residentes em Laranjeiras, nascidos a

termo (≥ 37 semanas), no período de abril de 2009 a fevereiro de 2010.

O período de abril de 2009 a fevereiro de 2010 foi escolhido com o intuito de obter o

maior número de crianças possível em idade mínima para recebimento da primeira dose da

vacina contra rotavírus (2 meses) e idade máxima de 11 meses, ou seja, crianças no primeiro

ano de vida.

3.5 Sistemática da coleta de dados

Todas as crianças residentes no município de Laranjeiras que atendiam aos critérios de

inclusão foram recrutadas pelos agentes de saúde da família para realização das primeiras

avaliações (baseline) no centro de saúde correspondente à região de moradia da criança.

Foram feitas aferições antropométricas e coleta de sangue no início do estudo e a cada 6

meses de seguimento, representando 4 momentos de avaliação em 18 meses de seguimento,

denominados T0, T1, T2 e T3. As aferições antropométricas de peso, estatura, circunferência

braquial (CB) e prega cutânea tricipital (PCT) foram feitas pela pesquisadora responsável pelo

estudo, e a coleta de sangue foi feita por técnico em enfermagem com experiência em coleta

de sangue de neonatos. As crianças foram pesadas sem roupa e sem fraldas em balança

pediátrica. Antes de iniciar as atividades de pesagem, um peso conhecido foi aferido para

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aferir a calibragem da balança. As aferições antropométricas foram feitas de acordo com

técnicas padronizadas (161).

As medidas antropométricas aferidas foram utilizadas para cálculo dos índices

antropométricos peso/estatura, peso/idade, estatura/idade, CB /idade e PCT/idade, e o sangue

colhido foi utilizado para dosagem de hemoglobina, ferritina plasmática, zinco plasmático e

eritrocitário, cobre plasmático e eritrocitário, e selênio e proteína C reativa plasmáticos.

Foi feita coleta mensal de fezes das crianças e a cada episódio de diarreia aguda. Foi

considerado diarreia aguda, a eliminação de fezes amolecidas ou líquidas três ou mais vezes

em 24 horas por até 14 dias (162). A coleta de fezes foi feita pelo responsável pela criança e

entregue ao agente de saúde da família para estocagem em geladeira adquirida para o presente

estudo, localizada na Secretaria Municipal de Saúde de Laranjeiras. As amostras de fezes

foram recolhidas 2 vezes por semana pela pesquisadora e transportadas em recipiente de

isopor com gelox para Aracaju para processamento em laboratório.

O tipo de aleitamento até o 6⁰ mês de vida e as características socioambientais em que

viviam as crianças foram avaliadas com formulário elaborado para esse estudo. O tipo de

aleitamento materno foi classificado como: aleitamento materno exclusivo, aleitamento

materno complementado ou predominante, e uso de fórmula infantil ou leite de vaca. Optou-

se por colocar numa mesma categoria o consumo de fórmula infantil e de leite de vaca para

minimizar o número de estratificações da variável, e pelo fato do uso de fórmula infantil em

populações pobres ser, na maioria das vezes, inadequado, com diluições erradas e acréscimo

de farináceos (163).Os dados sobre a vacinação contra rotavírus foram verificados no Cartão

de Vacina da criança.

Aos 12 meses de seguimento, quando obtiveram-se os primeiros resultados

laboratoriais da dosagem dos elementos-traço das crianças, foi constatada alta prevalência de

baixa concentração dos biomarcadores avaliados, surgindo então a vontade dos pesquisadores

de compreender as possíveis razões dessa situação. Por esse motivo, foi solicitada emenda ao

Comitê de Ética em Pesquisa para avaliar a qualidade da alimentação complementar das

crianças nesse período, quando as mesmas tinham, em média, idade de 18 meses. Foi

utilizado formulário proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para esse fim

(ANEXO A) (164).

Por questões éticas e para avaliar o número de casos novos de anemia e de ocorrência

de patógenos nas fezes, as crianças anêmicas (hemoglobina < 11 mg/dl) receberam

4mg/Kg/dia de sulfato ferroso durante 3 meses consecutivos (165), aquelas com helmintos

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nas fezes receberam 100mg de mebendazol, 2 vezes ao dia, por 3 dias consecutivos (144), e

as crianças com Giardia lamblia nas fezes receberam 15mg/Kg/dia de metronidazol, dividido

em 2 doses ao dia, por 5 dias consecutivos (166). Os tratamentos foram efetuados pelo

médico vinculado ao estudo.

3.6 Variáveis do estudo

As variáveis depedentes, independentes, co-variáveis e variáveis de confusão foram descritas

abaixo, de acordo com cada objetivo específico do estudo.

Objetivo 1: Descrever a prevalência de deficiência de ferro, zinco, cobre e selênio, e

associações com o estado ponderal de lactentes.

- Variáveis dependentes: concentrações de hemoglobina, ferritina, zinco, cobre e selênio

plasmáticos, e de zinco e cobre eritrocitários, no início do estudo (baseline).

- Variáveis independentes: peso ao nascer, ganho ponderal mensal, índice peso-para-

estatura.

- Co-variáveis: tipo de aleitamento até o 6⁰ mês de vida, sexo.

- Variáveis de confusão: proteína C reativa e idade da criança.

Objetivo 2: Investigar a prevalência de sobrepeso e seus marcadores precoces em

lactentes ao longo de 18 meses de seguimento.

- Variáveis dependentes: sobrepeso ao final de 18 meses de seguimento (peso-para-

estatura e circunferência braquial-para-idade > 2 escore-Z) e adiposidade ao final de 18

meses de seguimento (prega cutânea tricipital-para-idade > 2 escore-Z)

- Variáveis independentes: sobrepeso no início do estudo (peso-para-estatura > 2 escore-

Z), número de episódios de sobrepeso (peso-para-estatura > 2 escore-Z) em 18 meses de

seguimento, rápido ganho de peso (> 0,67 escore-Z no índice peso-para-estatura entre um

período de avaliação e outro).

Objetivo 3: Descrever a evolução dos biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio ao

longo de 18 meses de seguimento e associações mútuas entre esses biomarcadores.

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- Variáveis dependentes: diferença entre os biomarcadores de ferro, zinco, cobre e

selênio no período final e inicial de seguimento.

- Variáveis independentes: diferença entre os biomarcadores de ferro, zinco, cobre e

selênio no período final e inicial de seguimento.

- Variáveis de confusão: proteína C reativa.

Objetivo 4: Descrever o número de infecções por enteropatógenos e de diarreia aguda e

associações com o estado nutricional de lactentes ao longo de 18 meses de seguimento.

- Variáveis dependentes: diferença entre os biomarcadores de ferro, zinco, cobre e

selênio e dos índices antropométricos no período final e inicial de seguimento.

- Variáveis independentes: número de episódios de dirreia aguda e de enteroinfecções em

18 meses de seguimento.

- Variáveis de confusão: sexo, idade, ganho ponderal mensal, tipo de aleitamento até o 6⁰

mês de vida, qualidade da alimentação complementar, incremento do peso-para-estatura

e da estatura-para-idade em 18 meses de seguimento, e proteína C reativa no início e

final do estudo.

A proteína C reativa representa marcador biológico do processo inflamatório. Pelo fato

das concentrações corporais de zinco e ferritina se alterarem em situações de inflamação

(14, 103), optou-se por dosar esta proteína juntamente com a dosagem dos

micronutrientes para ajuste das análises evitando-se confusão na interpretação dos

resultados.

3.7 Aspectos éticos

Após a idealização do estudo e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa

Envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe (nº CAAE: 009.0.107.000-

07/ 0181.0.107.000-11) (ANEXO B), foi agendada reunião com a prefeita e com o secretário

de saúde do município de Laranjeiras para solicitar autorização e apoio logístico para

realização do estudo.

Após obtenção da autorização da Prefeitura de Laranjeiras foi agendada reunião com

todos os diretores, médicos, enfermeiros e agentes de saúde das treze unidades de saúde do

município para apresentar a relevância, objetivos e métodos do estudo. Em seguida, foram

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agendadas reuniões com os pais/responsáveis das crianças em cada unidade de saúde

correspondente à área onde a família estava cadastrada, com a finalidade de esclarecer o

objetivo do estudo, procedimentos envolvidos, os riscos e benefícios da participação. Assim,

após obtenção da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

(APÊNDICE A), os pais/responsáveis responderam a um formulário para obtenção de dados

demográficos, socioambientais (APÊNDICE B). Foram respeitados no presente estudo os

preceitos éticos da Resolução 196/1996.

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CAPÍTULO 2

ARTIGO 1- IRON AND TRACE ELEMENTS AMONG INFANTS AND

ASSOCIATED FACTORS

Artigo submetido para a revista Public Health Nutrition em 02 de julho de 2013. Situação:

sendo avaliado pelos revisores. O comprovante de submissão do artigo encontra-se no Anexo

C.

Trace elements and weight status among low income infants in Brazil

Anne Jardim-Botelho¹, Ricardo Q. Gurgel¹, Gilberto S. Henriques², Claudimary B. dos

Santos¹, Alceu A. Jordão

³, Fernanda N. Faro¹, Fernanda S. Souto¹, Anna P. R. Santos¹, Luis E.

Cuevas4

¹Federal University of Sergipe, Aracaju, Brazil (AJB, RQG, CBS, FNF, FSS, ARS)

²Federal University of Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil (GSH)

3University of São Paulo, Ribeirão Preto, Brazil (AAJ)

4Liverpool School of Tropical Medicine, Liverpool, UK (LEC)

Last name of each author: Jardim-Botelho, Gurgel, Henriques, dos Santos, Jordão, Faro,

Souto, Santos, Cuevas.

Institution where the work was performed: Federal University of Sergipe, Aracaju, Brazil.

Corresponding author: Anne Jardim-Botelho, Hospital Universitário, Universidade Federal

de Sergipe. Rua Cláudio Batista S/N, Sanatório, Aracaju, Sergipe, Brazil. Phone/Fax number:

+55 7921051787. E-mail: [email protected]

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Founding source: The study was supported by the Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq, Brazil), grant/contract number: 475914/2011-2

Financial Disclosure: The authors have no financial relationships relevant to this article to

disclose.

Short running head: Trace elements and infants’ weight status

Abbreviations in alphabetical order:

95%CI 95% confidence intervals

BMIZ body mass index-for-age z-score

CRP C-reactive protein

FUS Federal University of Sergipe

HAZ height/length-for-age z-score

Hb hemoglobin

LMIC low and middle income countries

SD standard deviation

WHO World Health Organization

WHZ weight-for-height/length z-score

Keywords: trace elements, anemia, iron deficiency, weight status, infants

Abstract

Objective: This study describes the biochemical iron, zinc, copper, and selenium status of

infants from a low income area in Brazil and their association to infant feeding, weight gain

velocity and weight-for-length.

Design: Cross-sectional study.

Setting: Laranjeiras, an urban community from Northeast-Brazil.

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Subjects: Full-term infants aged from 2 to 11 months.

Results: 153 infants underwent anthropometry to obtain length and weight and blood assays

for hemoglobin, ferritin, plasma selenium, plasma and erythrocyte zinc and copper

concentrations. 102 (68%) children had anemia (Hb <11.0 mg/dl), 59 (40%) iron deficiency,

139 (91%) low plasma selenium, 86 (57%) and 77 (51%) had low plasma and erythrocyte

zinc concentrations, and 8 (5%) and 123 (82%) low plasma and erythrocyte copper.

Breastfeeding and older age were independently associated with lower plasma ferritin

concentrations. Zinc, copper and selenium concentrations were not associated with infant

feeding. Weight gain velocity and weight-for-length z-score did not predict trace elements

concentrations.

Conclusions: Blood zinc, copper and selenium concentrations did not differ by feeding

practices or weight status. Trace element deficiencies in infancy are associated with factors

other than anthropometry.

Keywords: trace elements, anemia, iron deficiency, birth weight, weight velocity, infant

feeding.

Introduction

The decline in underweight in Low and Middle Income Countries (LMIC) with

corresponding increases in population overweight in the last three decades has been labeled

the nutritional transition (1). Although underweight is becoming less prevalent in these

countries, other forms of malnutrition coexist with overweight. Micronutrient deficiencies

represent the most generalized form of malnutrition in the world (167), and the inclusion of

micronutrient status assessment in nutritional epidemiological research is of particular

importance to approach the nutritional transition phenomenon.

Micronutrient deficiencies have a wide range of consequences, from affecting the

early stages of brain and cognitive development, to poor immunological responses against

infection (168, 169). Vitamin A, iodine and iron deficiencies have deleterious consequences

for childhood health and have been largely studied worldwide. Other micronutrient

deficiencies of public health concern need to be better studied (170). Zinc is a vital trace

element for body function and it is of particular interest during childhood because of its

participation in biochemical pathways related to physical growth, immunity and

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neurobehavioral development (17, 171). Copper nutrition is critical in infancy due to its

increased demand during brain and skeletal development (16). Selenium deficiency is

associated with impaired growth and immunity, thyroid dysfunction and pathologies of the

limbic system (18) and infant concentrations depend on selenium supplied by the mother

during pregnancy and breastfeeding (28).

Brazil is a rapidly developing economy with uneven progress, obesity is becoming a

public health problem in large cities, but large numbers of individuals still experience poverty

and food insecurity (172). To date, the relationship between biochemical trace elements and

the weight of infants from Brazil has not been reported. This survey therefore describes iron,

zinc, copper, and selenium status of infants from a low income area in Northeast Brazil and

their association to infant feeding, weight gain velocity and weight-for-length.

Subjects and Methods

This was a cross sectional survey describing zinc, copper, selenium, ferritin and

hemoglobin (Hb) concentrations in infants in relation to their weight and infant feeding

patterns. The study was based in Laranjeiras, a 27000 inhabitant’s municipality of Sergipe, in

Northeast Brazil. The town is situated in a low income agricultural area producing sugar cane

for the processing of sugar and alcohol. All children born at term (≥ 37 weeks) between April

2009 and February 2010 were eligible for inclusion. Children were enrolled between the ages

of 2 and 11 months. After obtaining the list of all birth registrations in Laranjeiras’ town hall,

babies were located by contacting the town’s health promoters of the Programa Saúde da

Família (Family Health Program, PSF). PSF promoters keep registers of all residents under

their responsibility and are part of the National Health Service. Birth registration is

compulsory in the country, resulting in near complete birth registration and hospital delivery

is also nearly universal. All parents were invited to attend information meetings and

interviewed using a standard questionnaire to obtain demographic and feeding practice

information. Birth weight data was collected from the Child Health Booklet. Weight gain

velocity was calculated as the difference from birth weight to the weight measured at

enrolment divided by age in months.

The child’s length was measured using an anthropometer (Alturexata, Belo

Horizonte, Brazil) with 0.5 cm precision. Weight was measured using a pediatric scale

(Filizola, Rio de Janeiro, Brazil) with 5 grams precision. Morning blood samples were

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collected in demineralized tubes containing 30% sodium citrate and EDTA. Blood was

centrifuged within 6 hours of collection and frozen (-70o C). Frozen samples were transported

for testing.

Elemental analysis was carried out in an Inductively Coupled Plasma-Optical

Emission Spectrometry with an axial view configuration and a nebulizer V-Groove (720 ICP-

OES, Varian Inc., California, United States). The limit of detection (3 × SD of 10

measurements of the blank divided by the slope of calibration curve) used for Zn was 0.71

and for Copper was 1.17 ug.g-1

. Monoelemental containing stock solutions of Cu and Zn 1000

μg mL–1

(Spex Sample Preparation, Metuchen, NJ) were used for preparing reference

solutions for the calibration curve and optimization of the analytical conditions. All aqueous

solutions and dilutions were prepared with ultrapure water (18 MΩ cm–1

), obtained by using a

Milli-Q system (Millipore, Bedford, MA). Two emission lines for each element were tested

before selection. Finally zinc was read in a wavelength of 206,204 nm, and cooper in 324,760

nm. The choice of the analytics spectral lines was based on both their sensitivity and spectral

interference. Linear concentration intervals for each element range between the detection limit

(in concentration units) and a value are less than or equal to the maximal concentration,

recommended in the Varian guidelines. The samples were measured in triplicate. Certificate

reference material samples, SeronormTM

Trace Element Serum L-1 and L-2 (Billingstad,

Norway) were determined to validate the analytical measurements in ICP OES. Zinc and

copper values found was 7,607 µg.L-1

and 1,250 µg.L-1

against 7,680 µg.L-1

and 1,201 µg.L-1

from standard sheet. All results were converted into international units. All samples were

collected in demineralized recipients. Hemoglobin was quantified at the Federal University of

Sergipe (FUS) University Hospital using a whole blood assay (CELL-DYN RUBY, Abbott,

Abbott Park, IL, United States). Ferritin and C-reactive protein (CRP) concentrations were

measured at the Federal University of São Paulo using chemiluminescent immunometric

assays (IMMULITE 1000, SIEMENS, Munich, Germany).

Weight-for-length (WHZ) and length-for-age (HAZ) z-scores were calculated using

the WHO Anthro software (version 3.2.2). Children were considered wasted, eutrophic, at

risk of overweight, and overweight or obese if their WHZ were< -2, ≥ -2 to ≤ 1, >1 to ≤ 2; and

>2, respectively. Children were considered stunted if HAZ were <-2 (8).

Low zinc concentrations in plasma and erythrocytes were defined as values <

10.7µmol/l and < 611nmol/g Hb, and low copper concentrations in plasma and erythrocytes

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were defined as values < 10µmol/l and < 39nmol/g Hb, respectively (103, 173, 174). Low

selenium concentration in plasma was defined as < 886nmol/l (117). Iron deficiency was

defined as ferritin < 12ng/ml or < 30ng/ml if the CRP was > 3ng/ml (14). Anemia was

defined as hemoglobin < 11mg/dl (175).

Data were analyzed using SPSS, v.17 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA, v.17). P-values

<0.05 were considered statistically significant. Skewed variables were log-transformed;

continuous data are presented as means (SD) and categorical variables as frequencies and

percentages. For descriptive analyses Chi-square and ANOVA tests were used as appropriate.

Multivariate linear regression adjusted by age, sex and CRP was used to associate

biochemical trace elements, weight gain velocity, weight-for-length status and infant feeding.

The demographic characteristics and the assessed biomarkers of children who had missing

data with those who had complete data were compared to identify potential selection bias.

The study was approved by the Research Ethics Committee of the FUS. Children

were enrolled after informing the parents of the purpose of the study and obtaining parental

written consent.

Results

Two-hundred and twenty-two children were born full-term during the enrolment

period. Of these, 174 were located by the health promoters but 1 had died, 14 had migrated

and 6 refused to participate (Figure 1). The mean (SD) age of the 153 remaining children was

6.6 (2) months, with 59 (39%) being ≤ 6 and 94 (61%) > 6 months old on enrolment. Seventy-

four (48%) participants were male. One-hundred and twenty-one (79%) children had birth

weight recorded, with 5 (4%) having low birth weight (< 2500 g). There were no significant

differences in the characteristics (sex, age and micronutrient biomarkers) of children who had

birth weight recorded compared to children who did not have complete data.

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Three (2%) of 153 children were wasted, 98 (66%) eutrophic, 37 (25%) had risk of

overweight and 11 (7%) were overweight or obese. Three (2%) children were stunted.

Twenty-four (16%) children had been exclusively breastfed, 97 (63%) had received

predominant or complemented breastfeeding, 22 (14%) were formula fed, and 10 (7%)

received cow milk (Table 1).

Blood was unavailable for two children and thus 151 children had trace element

measurements. The mean plasma and erythrocyte zinc concentrations were 10.7 (0.9) µmol/l

and 611.6 (53.5) nmol/g Hb, ranging from 9.3 to 13.8 µmol/l and 504.6 to 841.0nmol/g Hb,

respectively. Considering 10.7 µmol/l and 611 nmol/g Hb as the cut-off values for low zinc,

86 (57%) children and 77 (51%) had low plasma and erythrocyte zinc concentrations. The

mean plasma and erythrocyte copper concentrations were 11.8 (1.2) µmol/l and 36.2 (4.7)

174

173

153

151

Failed venipuncture (2)

All children born (Apr 2009 - Feb 2010)

222

Child not located (48)

Died before enrollment

(1)

Migrated (14)

Refused to participate (6)

Insufficient sample for

mineral analysis (2)

149

148

147

No CRP result (1)

No ferritin analysis (1)

Figure 1: consort diagram of study participants.

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47

nmol/g Hb, ranging from 9.6 to 149.6µmol/l and 15.7 to 47.2 nmol/g Hb, respectively.

Considering 10 µmol/l and 39 nmol/g Hb as the cut-off values for plasma and erythrocyte

deficiency, 8 (5%) and 123 (82%) children had low plasma and erythrocyte copper

concentrations, respectively.

The mean plasma selenium concentration was 675 nmol/l (136.8) ranging from 430.6

to 1051.2 nmol/l, with 138 (91%) children having concentrations below the recommended cut

of 886 nmol/l. The mean plasma ferritin and Hb concentrations were 17 (2.8) ng/ml and 10.7

(1.0) mg/dl, respectively. One hundred and two (68%) children had anemia (Hb<11 mg/dl)

and 59 (40%) ferritin deficiency. Forty-three (42%) anemic children had iron deficiency and

29 (19%) had CRP > 3 ng/ml.

All children had low concentrations of at least one of the micronutrients. Six (4%)

had low concentration of one, 31 (21%) of two, 80 (54%) of three and 32 (22%) of four

micronutrients. The blood zinc, copper, selenium, ferritin and Hb concentrations did not differ

by the weight-for-length status (Table 2) but a higher birth weight was associated with higher

Hb and lower erythrocyte zinc concentrations (p<0.01 for both; adjusted for weight gain

velocity, WHZ, infant feeding, CRP, age and sex) (Table 3).

Weight gain velocity and weight-for-length z-score were not associated with

micronutrient concentrations. Breastfeeding and age were associated with lower plasma

ferritin concentrations (p<0.05 for both). Higher CRP was associated with higher ferritin and

lower Hb concentrations (p<0.05 for both). Erythrocyte zinc was lower in female than male

children (p=0.003) (Table 3).

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48

Table 1: Demographic, weight and infant feeding characteristics.

Characteristic Sub-Category 153 (%)

Age in months , mean (SD) 6.6 (2)

Age group (months) < 6 59 (39)

≥ 6 94 (61)

Male:Female (% male) 0.94 74 (48)

Birth weight (g)a < 2500 5 (4)

≥ 2500 116 (96)

Weight gain velocity

(g/month)a

< 600 10 (8)

600 to 1000 80 (66)

> 1000 31 (26)

Length-for-age Z-score < -2 3 (2)

≥ -2 150 (98)

Weight-for-length Z-score < -2 3 (2)

≥ -2 to< 1 102 (67)

≥ 1to ≤ 2 37 (24)

> 2 to ≤ 3 8 (5)

> 3 3 (2)

Infant feeding practiceb formula feeding or cow milk 32 (21)

predominant or complemented BF 97 (63)

exclusive BF 24 (16)

BF, breastfeeding

aN=121;

b from 0 to 6 months of age

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Table 2 – Association between micronutrients and weight-for-length z-score categories

Independent variables Category All

Weight-for-length (z-score)

b

Wasting* Eutrophic Risk of overweight Overweight

N=151 N=3 (2%, 1-6) N=98 (66%, 58-73) N=37 (25%, 19-32) N=11 (7%, 4-13)

BMI-for-age (z-score) mean (SD) 0.35 (1.1) -2.3 (-2.6; -2.3) -0.1 (0.7) 1.2 (0.2) 2.6 (0.6)

Plasma zinc (µmol/l ) mean (SD)a 10.7 (0.9) 9.8 (9.7; 10.2) 10.6 (0.9) 10.8 (1.0) 10.7 (0.7)

< 10.7 µmol/l 86 (57%, 49-65 ) 3 (100%, 44-100) 61 (62%, 52-71) 16 (43%, 29-59) 6 (54%, 28-79)

Erythrocyte zinc (nmol/gHb) mean (SD) 611.6 (53.5) 558.1 (539.7; 617.7) 611.6 (56.6) 616.2 (47.4) 628.4 (45.9)

< 611 nmol/gHb 77 (51%, 43-59) 2 (67%, 21-94) 55 (55%, 45-64) 17 (46%, 31-62) 3 (27%, 9-57)

Plasma copper (µmol/l ) mean (SD) 11.8 (1.2) 10.7 (10.5; 11.2) 11.8 (1.2) 11.9 (1.3) 12.2 (0.9)

< 10 µmol/l 8 (5%, 3-10) 0 (0%, 0-56) 5 (5%, 2-11) 3 (8%, 3-21) 0 (0%, 0-26)

Erythrocyte copper (nmol/gHb) mean (SD) 36.2 (4.7) 34.6 (34.6; 37.8) 36.2 (4.7) 37.8 (4.7) 37.8 (3.1)

< 39 nmol/gHb 123 (82%, 75-87) 2 (67%, 21-94) 85 (85%, 77-91) 29 (78%, 63-89) 7 (64%, 35-85)

Plasma selenium (nmol/l) mean (SD) 675.0 (136.8) 908.1 (786.5; 924.5) 673.7 (141.8) 675.0 (120.3) 652.2 (119.0)

< 886 nmol/l 138 (91%, 86-95) 1 (33%, 6-79) 92 (92%, 85-96) 34 (92%, 79-97) 11 (100%, 74-100)

Plasma ferritin (ng/ml)d

mean (SD) 17.0 (2.8) 13.8 (12.3; 28.7) 17.4 (2.8) 13.8 (3.1) 19.9 (2.5)

ID 59 (40%, 32-48) 1 (33%, 6-79) 36 (37%, 28-47) 18 (49%, 33-64) 4 (36%, 15-65)

Hemoglobin (mg/dl) mean (SD) 10.7 (1.0) 11.2 (10.8; 11.7) 10.7 (1.0) 10.9 (1.0) 10.3 (1.2)

Anemia 102 (68%, 60-75) 1 (33%, 6-79) 69 (70%, 61-78) 24 (65%, 47-79) 8 (73%, 43-90)

IDA 43 (42%, 34-53) 0 (0%, 0-56) 28 (29%, 21-38) 12 (32%, 20-49) 3 (27%, 10-56)

Multiple deficienciesd

one 6 (4%, 2-8) 1 (33%, 6-79) 2 (2%, 1-7) 3 (8%, 3-21) 0 (0%, 0-26)

two 31 (21%, 15-28) 0 (0%, 0-56) 21 (21%, 14-30) 6 (16%, 8-31) 4 (36%, 15-65)

three 80 (54%, 46-61) 2 (67%, 21-94) 54 (55%, 45-65) 18 (49%, 33-64) 6 (55%, 28-79)

four 32 (22%, 16-29) 0 (0%, 0-56) 21 (21%, 15-31) 10 (27%, 15-43) 1 (9%, 2-38)

* Median (percentile 25; 75); BMI, body mass index. SD, stand deviation. ID, iron deficiency. IDA, iron deficiency anemia. aANOVA test; p>0.1 for all.

bQui-square test; p> 0.1 for

all. cN (%, 95 CI) for all deficiencies.

dN=149

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Table 3 – Multivariate linear regression analysis on trace elements biochemical parameters according to weight status, infant feeding, CRP, age

and sex

Independent variables

Plasma ferritin*

(ng/ml)

Hemoglobin

(mg/dl)

Plasma selenium

(nmol/l)

Plasma zinc

(µmol/l)

Erythrocyte zinc

(nmol/gHb)

Plasma copper

(µmol/l)

Erythrocyte copper

(nmol/gHb)

β P

value β

P

value β P value β

P

value β

P

value β

P

value β

P

value

Birth weight (g) 0.098 0.313 0.301 0.002 0.187 0.069 0.155 0.118 -0.347 0.001 0.091 0.377 0.110 0.285

Weight gain velocity (g/month) -0.262 0.090 0.127 0.403 -0.108 0.503 -0.051 0.741 -0.168 0.274 -0.195 0.230 -0.051 0.752

Weight-for-height (Z-score) 0.038 0.743 -0.095 0.409 -0.035 0.772 0.166 0.163 0.169 0.151 0.165 0.181 0.054 0.660

Infant feeding¹ -0.196 0.036 -0.040 0.659 -0.032 0.742 -0.152 0.109 0.078 0.399 0.112 0.251 0.127 0.194

CRP (ng/ml) 0.189 0.037 -0.273 0.003 -0.118 0.211 -0.173 0.059 0.105 0.244 -0.056 0.552 0.127 0.179

Age (months) -0.361 0.010 0.143 0.297 -0.157 0.281 -0.028 0.844 -0.203 0.145 -0.053 0.719 -0.088 0.548

Female sex 0.146 0.129 0.124 0.193 0.016 0.873 0.049 0.613 -0.206 0.033 0.074 0.467 0.081 0.422

* log-transformed; β, Beta Standardized coefficient. CRP, C-reactive protein 11= formula or cow milk feeding (reference), 2 = predominant or complemented breastfeeding, 3 = exclusive breastfeeding

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51

Discussion

Overweight and obesity in adults is increasing in LMIC (1) and is linked to genetic,

dietary and poor socio-economic circumstances and adulthood weight excess is associated to

weight problems starting early in childhood (176). Although infant and child overweight is

multi-factorial and often linked to high socio-economic status, the poorer sectors of the

population are increasingly being affected (65). The data presented here demonstrate that, in a

low income population of one of Brazil’s least developed areas, one third of the infants are at

risk of overweight and that overweight prevalence already exceeds wasting. Although the

prevalence of overweight and obesity is higher in the higher-income Southern regions of

Brazil, the problem is spreading to low-income urban children (34, 65, 177).

The study also shows that there is a high prevalence of low trace element

concentrations and anemia, which were up to three times higher than the national rates (34).

Although most micronutrient studies in Brazil focus on adults, some studies have

reported that infants have different micronutrient concentrations than adults (178, 179). Mean

plasma zinc concentrations also vary across countries. For example, studies with similar

design have reported that in Germany breastfed (mean, SD 12.2 ± 2.0 µmol/l) and formula fed

infants (11.1 ± 1.7 µmol/l) had slightly higher plasma zinc concentrations than in Brazil; but

the latter were higher than in Slovenia (breastfed 6.4 ± 0.8 µmol/l and formula fed 7.0 ± 0.5

µmol/l , respectively) (180, 181).The mean plasma copper was also higher in Slovenian

formula fed (12.3 ± 2.8 µmol/l), but similar to breastfed (11.5 ± 1.4 µmol/l) infants (179).

Similarly, plasma selenium concentrations in this study were lower than in North American

(887.8 nmol/l), but higher than Italian (576.2 ± 153 nmol/l) newborns (178, 181). There are

also limited data on infants’ erythrocyte micronutrient concentrations. The mean erythrocyte

zinc concentration in 3-6 year old children was 558.1 ± 167.4 nmol/g Hb, which was similar

to the infants studied here (101).

The frequencies of exclusive breastfeeding and cow’s milk at 0-6 months of age in

the study population were lower than the national level (38.6% and 47.1%, respectively) (34).

The relative low intake of cow’s milk is likely due to national programs promoting

breastfeeding and the delayed introduction of cow’s milk (182, 183). Infants exclusively

breastfed at 6 months of age had lower ferritin than infants receiving formula or cow’s milk,

but it is important to note that it was a week association (β=-0.196). Although breast milk

does not meet iron requirements and the infants’ iron status depends on adequate iron stores at

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52

birth, the iron bioavailability on breast milk is high and, therefore, it is unlikely that

exclusively breastfed infants until 6 months of age develop iron deficiency (184, 185).

Memory bias related to infant feeding record might be one reason for this result.

Another reason for the lower ferritin concentrations of breastfed children would be

that formula-fed children from poor areas are likely to be wealthier than breastfed children, as

mothers have to purchase the formula. A recent national survey reported that the proportion

of children receiving non-dairy foods after birth is higher among wealthier children born at

private hospitals than among children born at public hospitals (34). Although iron status was

not assessed at birth, the increasing ferritin deficiencies with increasing age in our cohort

suggest that iron stores were low at birth.

Twenty-nine children had raised CRP concentrations. Unfortunately we were unable

to determine the cause for these increases. High CRP concentrations were associated with

ferritin deficiency and lower Hb concentrations. Both, ferritin and CRP are acute-phase

proteins and their positive association during acute and chronic infections has been reported

earlier (186). Similarly, lower Hb concentrations are more prevalent among children with

chronic infections (187).

Birth weight was also positively associated with Hb but negatively associated with

zinc concentrations on enrolment. The positive association with Hb is not surprising because

iron stores accumulated during pregnancy depend on the child’s birth weight (188). The

inverse association with zinc may be due to the higher demand for tissue synthesis in rapidly

growing children, with increased mobilization from the erythrocyte to more stable body

compartments, as the latter is a transitory structure with less affinity than other tissues.

Hemoglobin levels did not differ by the feeding practices. Others have reported that

4 months old infants have similar concentrations independently of whether they are breast or

formula fed (184). Similarly, biochemical markers for zinc, copper and selenium did not vary

with infant feeding practices. Trace elements deficiencies are usually associated to protein

energy malnutrition (179, 180), but this relationship was not present in this study. Although

this lack of association could be due to small number of children who were wasted, trace

elements did not have a stepwise gradient among eutrophic, at risk of overweight, overweight

and obese children. There are, however, no reference values for zinc, copper and selenium in

infancy. The cut off values used therefore may suggest a number of children have borderline

deficiencies, with no apparent physical growth impairment, or that the cut off are inadequate

for this age group and more work is needed. Subtle long-term deficiencies may have

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53

consequences for cognition, enzymatic functioning, anti-oxidative capacity and modulation of

epigenetic mechanisms mediating the risk of chronic diseases (189).

A weakness of the study was the sample size which limits the interpretation of the

data and our ability to generalize to other populations. However these results suggest that

infancy is a period of increased susceptibility for trace elements deficiencies in a low income

setting.

Although very few children in the study population were malnourished, there was a

high prevalence of multiple trace element deficiencies. These deficiencies were not associated

with anthropometry and infant feeding patterns. The co-existence of normal anthropometry or

excess weight with multiple trace element deficiencies is a new phenomenon among low

income populations of an emergent economy.

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CAPÍTULO 3

ARTIGO 2- INFANT OVERWEIGHT AS EARLY MARKER OF

CHILDHOOD OVERWEIGHT IN BRAZIL

Artigo submetido para o Journal of Tropical Pediatrics em 02 de fevereiro de 2013.

Situação: artigo aceito em 14 de agosto de 2013. O comprovante de aprovação do artigo

encontra-se no Anexo D.

Infant overweight as early marker of childhood overweight in Brazil

Anne Jardim-Botelho¹, Ricardo Queiroz Gurgel¹, Roberta Petrucci², Claudimary Bispo dos

Santos¹, Adrianne Bispo Pereira¹, Samara de Oliveira Xavier¹, Laís Desidério de Souza¹, Luis

Eduardo Cuevas²

¹Federal University of Sergipe, Aracaju, Brazil

²Liverpool School of Tropical Medicine, Liverpool, UK1

Short running head: early markers of childhood overweight

Type of manuscript: Original Article

Word count

Abstract: 175

Manuscript: 1,799

Number of references: 22

Number of tables: 3

1 Child and Reproductive Health Group. Pembroke Place, Liverpool, UK. L3 5QA.

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55

Number of figures: 2

Address for correspondence: Anne Jardim-Botelho, Hospital Universitário, Universidade

Federal de Sergipe. Rua Cláudio Batista S/N, Sanatório, Aracaju, Sergipe, Brazil. Phone: +55

(0) 79 9191-9010 E-mail: [email protected]

SUMMARY

Objective: To describe the growth pattern of low-income Brazilian children from infancy to

childhood to investigate infant overweight and rapid weight gain as predictors of overweight

and adiposity in childhood.

Methods: Prospective, longitudinal birth cohort following 153 children in Laranjeiras,

Northeast Brazil. Weight, length, MUAC and TSF were measured on enrolment and 6

monthly for 18 months. Anthropometric z-scores were calculated using the WHO reference.

Overweight during infancy, persistence of overweight at follow up and rapid weight gain

were assessed.

Results: Infants with overweight were > 5 times likely to have MUACZ >2 and > 6 times

likely to have WHZ >2 and > 3 times likely to have TSFZ > 2 during childhood. Children

with > 2 overweight episodes were 27.7 (95%CI: 8.1-87.9) times more likely to have

MUACZ > 2 and 13.8 (95%CI: 4.4-43.9) times more likely to have TSFZ > 2 in childhood.

Rapid weight gain increased 10.7 (95%CI: 2.3-50.0) times the risk of childhood overweight.

Conclusions: Infant overweight and rapid weight gain predict overweight and adiposity in

childhood among low-income children.

Keywords: childhood overweight, adiposity, weight gain, infancy, cohort

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56

INTRODUCTION

Childhood obesity is increasing in industrialized countries and is an emerging public

health problem in low-income populations (190, 191). Obesity and overweight initiating at

young age are risk factors for overweight in older children (192) and the latter often persists

to adulthood (36). Furthermore, the rate of weight gain during infancy is also an early marker

of child obesity, (36, 193, 194) but it is unclear whether this rate also predicts excess

adiposity.

Children change weight rapidly and the number of times a child is classified as

overweight during preschool and school age predicts the likelihood of adolescent obesity in

middle and high-income populations (195). There is however a paucity of data on whether

these patterns also apply to low-income populations.

Brazil is undergoing a demographic and nutritional transition and overweight is an

emerging public health problem in children (196); often co-existing with underweight in poor

areas (197).

We therefore hypothesized that infant’s overweight and the rate of weight gain are

predictors of overweight and excess adiposity in childhood in a low-income Brazilian

population; and that these changes are observed despite some children experiencing a growth

decline compatible with stunting.

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57

METHODS

This was a prospective birth cohort study to investigate infant overweight and weight

gain as predictors of overweight and adiposity at 20-29 months of age among children from a

low-income population in Brazil. The study was based in Laranjeiras, a town with 27,000

inhabitants in Sergipe State in the Northeast; an area with a predominantly agricultural sugar

cane economy for alcohol and sugar production.

Children born from April 2009 to February 2010 were eligible for inclusion, and

were enrolled when they were 2 to 11 month of age. Exclusion criteria were prematurity and

infant with presumed or known chronic diseases.

After obtaining the birth registration list in Laranjeiras’ town hall, babies were

located by contacting the local health promoters of the Programa Saúde da Família (Family

Health Programme). These promoters keep registers of all residents and are part of the

National Health Service. Birth registration is compulsory, resulting in near complete birth

registration and hospital delivery is nearly universal in Brazil. Parents were invited to attend

information meetings and interviewed using standard questionnaires. Children were followed

up for 18 months and measurements were obtained on enrolment and then 6-monthly.

Weight, length, middle upper arm circumference (MUAC) and triceps skinfold

thickness (TSF) were measured according to standard protocols (161, 198). The child’s length

was measured using an anthropometre (Alturexata, Belo Horizonte, Brazil) with 0.5 cm

precision. Weight was measured with children without clothes using a paediatric scale

(Filizola, Rio de Janeiro, Brazil) with 5 grams precision. TSF was measured twice with Lange

skinfold calipers (Beta Technology Inc., Cambridge, MD, US) by picking up a fold of skin

and subcutaneous tissue at the standard mid-point, and MUAC was measured to the nearest

0.5 cm with a non-stretchable tape.

Z-scores were calculated to obtain height/length (HAZ) and weight for age (WAZ),

weight-for-height/length (WHZ), body mass index (BMIZ), triceps skinfold thickness (TSFZ)

and middle upper arm circumference for age (MUACZ). Children were classified as stunted

(HAZ < -2) and were graded as deficient if WAZ, WHZ, BMIZ, TSFZ and MUACZ had a z-

score < -2, adequate if ≥ -2 and ≤ 2 and excessive if > 2 (8). TSFZ was used to assess

adiposity trajectories (199). Children were considered at risk of overweight, overweight and

obese if their WHZ was >1 to ≤ 2; >2 to ≤3; and > 3, respectively (8).

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WHZ at baseline and the number of times a child was classified as overweight (WHZ

> 2) when weighted at enrolment and the first 2 follow ups were explored as risk factors for

overweight and excess adiposity at the end of the follow up. Rapid weight gain (RWG) was

assessed as a factor associated with obesity and was defined as an increase in WHZ ≥ 0.67

between anthropometric measurements (194, 200). It has been suggested that changes in

WHZ may provide a better reflection of rapid weight change and, therefore, WHZ gain

analyses was performed instead of WAZ gain (200).

Data were analysed using SPSS, v.17 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA). P values <

0.05 were considered statistically significant. Data are presented as means and standard

deviations (SD) for continuous variables and frequencies and percentages for categorical

variables. Paired Student’s T-tests were used to compare z- scores on enrolment and the end

of follow up. Relative risks (RR, with 95% confidence intervals, 95%CI) were calculated for

overweight and excess of adiposity in relation to different levels of weight on enrolment,

persistence of overweight from infancy and rapid weight gain. The demographic

characteristics of children enrolled and not enrolled and between those followed and lost to

follow up were compared to identify potential selection and follow up bias.

The study was approved by the ethics committee of the Federal University of

Sergipe. Children were enrolled after written informed consent had been obtained from the

parents or guardian.

RESULTS

One hundred and seventy four of 222 children delivered in the hospitals during the

enrolment period were located at home by the health promoters. Of these, fourteen had

migrated, six refused to participate and one had died, resulting in 153 (74, 48% male) children

being available for follow up. Their mean (SD) age on enrolment was 6.6 (2) months, with 59

(39%) being ≤ 6 and 94 (61%) > 6 months old. Three 3 (2%) of the 153 infants were wasted

(WHZ < 2), 98 (66%) eutrophic (WHZ ≥ - 2 to ≤ 1), 37 (25%) at risk of overweight (WHZ >

1 to ≤ 2), 8 (5%) overweight (WHZ > 2 to ≤ 3) and 3 (2%) obese (WHZ ≥ 3).

Children were followed for 2,795 child-years and anthropometric measurements

were obtained for 145 (95%), 127 (83%) and 125 (82%) children at the first, second and third

follow-ups (figure 1). There were no significant differences in the characteristics of children

enrolled and not enrolled and among those followed and lost to follow up.

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59

By the end of the two-year follow up, one (1%) of the 125 children was wasted, 94

(75%) eutrophic, 22 (17%) at risk of overweight, 6 (5%) overweight and 2 (2%) obese, as

shown in Table 1. The mean HAZ, WAZ and MUACZ decreased statistically from enrolment

to the end of follow up, while the mean TSFZ increased (p<001 for all) and the mean WHZ

and BMIZ remained unchanged (p>0.1) (table 2).

The risk of having overweight, TSFZ or MUAC > 2 at the end of follow up was

analyzed according to the baseline WHZ. Children with overweight at baseline (WHZ > 2)

were 6.8 (95% CI: 1.9-24.3), 5.7 (95% CI: 2.4-3.3) and 5.7 (95% CI: 2.1-15.5) times more

likely to have overweight, MUAC >2 and TSTZ >2 at the end of the follow up than children

with normal WHZ, as shown in Table 3. The majority of children had increased their WHZ

and TSFZ above the reference mean by the end of the follow up, as shown in Figure 2.

Figure 1: consort diagram of study participants.

174

173

145

Loss to 6 months follow-

up (8)

All children born (Apr 2009 - Feb 2010)

222

Child not located (48)

Died before enrollment (1)

153

Migrated (14)

Refused to participate (6)

127

125

Loss to 12 months

follow-up (18)

Loss to 18 months

follow-up (2)

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60

The higher the number of times an infant was identified as being overweight during

the monitoring visits, the higher the risk of having MUACZ measurements > 2 and TSFZ > 2

at the end of the follow up. Infants classified as overweight only once were 14.7 and 6.6

times more likely to have MUACZ and TSFZ > 2 than infants with normal WHZ at baseline.

However children classified as having overweight during two or more visits had increased

risk of having MUACZ and TSFZ > 2 at the end of the follow up with RR of 27.7 and 13.8,

respectively.

Participants with rapid weight gain from baseline (defined as gaining ≥ 0.67 SD from

the baseline WHZ) were more likely to have WHZ >2 at the end of follow up [RR= 10.7

(95%CI 2.3-50.0)] and to have MUACZ > 2 [RR= 4.1 (95%CI 1.6-10.2)].

A

B

Figure 2: (A) Triceps skinfold thickness and (B) Weight-for-length z-scores after 18

months follow-up by enrolment Weight-for-length z-score.

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Table 1 – Demographic and anthropometric characteristics of the cohort at baseline and

follow up

Category Enrolment¹

N= 153 Follow up (months)¹

6 (n= 145) 12 (n= 127) 18 (n= 125)

Mean (SD) age in

months

6.6 (2.0) 11.7 (2.0) 17.8 (2.0) 23.9 (1.9)

Male: Female (N,%

male)

0.9 (74, 48%) 0.9 (68, 47%) 0.9 (59, 47%) 0.9 (61, 49%)

WHZ

< -2 3 (2%, 1-6) 0 (0%, 0-3) 1 (1%, 0-4) 1 (1%, 0-4)

-2 to 1 102 (67%, 59-74) 105 (72%, 65-79) 92 (73%, 64-79) 94 (75%, 67-82)

1 to 2 37 (24%, 18-31) 26 (18%, 12-25) 27 (21%, 15-29) 22 (17%, 12-25)

2 to 3 8 (5%, 3-10) 13 (9%, 5-15) 4 (3%, 1-8) 6 (5%, 2-10)

> 3 3 (2%, 1-6) 1 (1%, 0-4) 3 (2%, 1-7) 2 (2%, 0-6)

WAZ

< -2 1 (1%, 0-4) 0 (0%, 0-3) 3 (2%, 1-7) 2 (2%, 0-6)

-2 to 2 121 (79%, 72-85) 140 (97%, 92-99) 119 (94%, 88-97) 117 (93%, 88-97)

> 2 31 (20%, 15-27) 5 (3%, 1-8) 5 (4%, 2-9) 6 (5%, 2-10)

HAZ

< -2 3 (2%, 1-6) 7 (5%, 2-10) 9 (7%, 4-13) 5 (4%, 2-9)

≥ 2 150 (98%, 94-99) 138 (95%, 90-98) 118 (93%, 87-96) 120 (96%, 91-98)

BMIZ

< -2 4 (3%, 1-6) 0 (0%, 0-3) 1 (1%, 0-4) 1 (1%, 0-4)

-2 to 1 104 (68%, 60-75) 101 (70%, 62-77) 92 (72%, 64-79) 95 (76%, 68-83)

1 to 2 36 (23%, 17-31) 29 (20%, 14-27) 25 (20%, 14-27) 19 (15%, 10-23)

2 to 3 7 (5%, 2-9) 13 (9%, 5-15) 6 (5%, 2-10) 8 (6%, 3-12)

> 3 2 (1%, 0-5) 2 (1%, 0-5) 3 (2%, 1-7) 2 (2%, 0-6)

MUACZ

< -2 0 (0%, 0-3) 0 (0%, 0-3) 0 (0%, 0-3) 0 (0%, 0-3)

-2 to 2 120 (84%, 77-89) 130 (90%, 84-94) 117 (92%, 86-96) 110 (88%, 81-93)

> 2 23 (16%, 11-23) 15 (10%, 6-16) 10 (8%, 4-14) 15 (12%, 7-19)

TSFZ

< -2 10 (7%, 4-12) 1 (1%, 0-4) 1 (1%, 0-4) 0 (0%, 0-3)

-2 to 2 129 (90%, 84-94) 132 (91%, 85-95) 114 (90%, 83-94) 113 (90%, 84-94)

> 2 4 (3%, 1-7) 12 (8%, 5-14) 12 (9%, 5-16) 12 (10%, 6-17)

¹N (%, 95 CI), WHZ: Weight-for-length, WAZ: Weight-for-age, HAZ: Length-for-age, BMIZ: Body mass

index-for-age, MUACZ: Middle upper arm circumference-for-age and TSFZ: Triceps skinfold thickness-for-age

z-scores. For simplicity, labels ≥ -2 to < 1= -2 to -1; ≥ 1 to ≤ 2 = 1 to 2; > 2 to ≤ 3 = 2 to 3; ≥ -2 to ≤ 2 = -2

to 2

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62

Table 2 – Mean (SD) WHZ, WAZ, HAZ, BMIZ, MUACZ and TSFZ on enrolment and 6, 12 and 18 month follow up

Timepoint Mean (SD)

WHZ¹ WAZ¹ HAZ¹ BMIZ¹ MUACZ¹ TSFZ¹

Enrolment 0.4 (1.1) 1.0 (1.2) 1.4 (1.7) 0.6 (1.1) 1.1 (1.0) -0.2 (1.2)

6m-follow up 0.4 (1.1) 0.1 (1.0) -0.3 (1.0) 0.4 (1.1) 0.7 (1.0) 0.4 (1.1)

12m-follow up 0.3 (1.1) 0.0 (1.0) -0.5 (1.0) 0.4 (1.1) 0.6 (1.0) 0.4 (1.0)

18m-follow up 0.4 (1.0) 0.1 (1.0) -0.3 (1.0) 0.4 (1.1) 0.6 (1.1) 0.7 (1.0)

Dif (T0 to T1) -0.1 (0.8) -0.9 (0.8)* -1.8 (1.3)* 0.1 (0.8) -0.4 (0.7)* 0.6 (0.9)*

Dif (T0 to T2) -0.1 (1.0) -1.1 (1.0)* -1.9 (1.4)* 0.0 (1.0) -0.5 (0.8)* 0.7 (1.1)*

Dif (T0 to T3) -0.1 (1.0) -0.9 (1.0)* -1.8 (1.4)* 0.1 (1.0) -0.5 (0.9)* 0.9 (1.1)*

¹Paired Student t-test. WHZ: Weight-for-length, WAZ: Weight-for-age, HAZ: Length-for-age, BMIZ: Body mass index-for-age,

MUACZ: Middle upper arm circumference-for-age and TSFZ: Triceps skinfold thickness-for-age z-scores. T0=enrolment, T1= 6

month. follow up; T2=12 month follow up; T3=18 months follow up. * p<0.001

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63

Table 3 – Relative risk of overweight and adiposity at 18 months follow up

Exposure N WHZ MUACZ TSFZ

> 2 ≤ 2 RR > 2 ≤ 2 RR > 2 ≤ 2 RR

WHZ (baseline)

> 2 10 (8) 3 (30) 7 (70) 6.8 (1.9-24.3)** 5 (50) 5 (50) 5.7 (2.4-3.3)* 4 (40) 6 (60) 5.7 (2.1-15.5)**

≤ 2 113 (92) 5 (4) 108 (96) 10 (9) 103 (91) 8 (7) 105 (93)

Times WHZ >2

2 to 3 7 (6) 3 (43) 4 (57) Undefined* 6 (86) 1 (14) 27.7 (8.7-7.9)* 4 (57) 3 (43) 13.8 (4.4-43.9)*

Once 11 (10) 3 (27) 8 (73) Undefined* 5 (46) 6 (54) 14.7 (4.1-3.3)* 3 (27) 8 (73) 6.6 (1.7-25.8)**

None 97 (84) 0 (0) 97 (100) 1 3 (3) 94 (97) 1 4 (4) 93 (96) 1

WHZ gain

T1-T0 122 (100) 8 (7) 114 (93) 15 (12) 107 (88) 12 (10) 110 (90)

> 0.67 SD 19 (16) 1 (5) 18 (95) 0.8 (0.1-6.0) 2 (11) 17 (89) 0.8 (0.2-3.4) 2 (11) 17 (89) 1.1 (0.3-4.6)

≤ 0.67 SD 103 (84) 7 (7) 96 (93) 13 (13) 90 (87) 10 (10) 93 (90)

T2-T0 117 (100) 7 (6) 110 (94) 14 (12) 103 (88) 11 (9) 106 (91)

> 0.67 SD 17 (15) 1 (6) 16 (94) 1.0 (0.1-7.6) 3 (18) 14 (82) 1.6 (0.5-5.2) 4 (24) 13 (76) 3.4 (1.1-10.3)

≤ 0.67 SD 100 (85) 6 (6) 94 (94) 11 (11) 89 (89) 7 (7) 93 (93)

T3-T0 123 (100) 8 (7) 115 (93) 15 (12) 108 (88) 12 (10) 111 (90)

> 0.67 SD 27 (22) 6 (22) 21 (78) 10.7 (2.3-50.0)* 8 (30) 19 (70) 4.1(1.6-10.2)* 3 (11) 24 (89) 1.2 (0.3-4.1)

≤ 0.67 SD 96 (78) 2 (2) 94 (98) 7 (7) 89 (93) 9 (9) 87 (91)

WHZ: Weight-for-length, MUACZ: Middle upper arm circumference-for-age and TSFZ: Triceps skinfold thickness-for-age z-scores. *p <0.01, ** p< 0.05

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DISCUSSION

This cohort of Brazilian children demonstrates that children in this poor area often

experience a dual nutritional problem, accumulating excessive fat tissue but experiencing a

decline in length-for-age from a young age. Although this may appear paradoxical, the co-

existence of stunting and overweight has been described among other low-income Brazilian

infants and results from food intake with high caloric content but low protein and quality

nutrient concentrations (201). The mean age to introduce formula milk by parents is less than

2 months of age, and low-income children are often fed over diluted formula with added

cereals, which increase the caloric intake but reduce the content of other nutrients (177, 200,

202).

Poor early growth in low-income populations has been associated with obesity later

in life (203, 204). In this study, infant overweight predicted weight excess and adiposity in

childhood, suggesting that poor young children are also unlikely to lose their fat mass as they

get older. Persistence of overweight throughout several follow up measurements was also

associated with the highest risk for overweight and adiposity. Similar results have been

reported from more affluent settings (e.g. in USA), where children repeatedly having BMI

over the 85th

percentile have 5 times increased risk of overweight by the age of 12 (177),

highlighting the need for early interventions and the promotion of healthy eating behaviours

from very early in infancy.

Weight gain velocity was also a marker of child overweight and an 18-month interval

was a better predictor of later overweight than shorter intervals. Similar findings have been

reported among German and low-income, US minority children (205, 206), although in

Canada monthly weight gain in the highest quintiles from birth to 5 months of age was

significantly associated with overweight at 5 months and 4.5 years of age (51). Rapid weight

gain represents an upward centile crossing through at least one of the centiles displayed in the

childhood growth charts (194). Therefore, it is important to emphasize to health workers that

monitoring infant weight using growth charts is a tool already available for them to recognize

early signs of overweight.

A weakness of the study was the losses during the follow up. However, age and

anthropometric characteristics and sex distribution were similar among the groups and we

have no evidence to suggest that there was a systematic bias in the group successfully

followed. Another limitation is the sample size of the study which limits the interpretation of

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the data and our ability to generalize to other populations. However, these results suggest that

infancy is a period of increased susceptibility for becoming overweight, even when children

are experiencing growth decline and larger studies are necessary.

In conclusion, infant overweight, stable overweight periods and rapid weight gain

were predictors of preschool age overweight and adiposity, and, therefore, the first year of life

may provide critical opportunities for interventions for the prevention of obesity.

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CAPÍTULO 4

ARTIGO 3- EVOLUÇÃO DA ANEMIA E DAS CONCENTRAÇÕES DE

BIOMARCADORES DE FERRO, ZINCO, COBRE E SELÊNIO EM

LACTENTES

Artigo submetido para o Jornal de Pediatria em 26 de agosto de 2013. Situação: sendo

avaliado pelos revisores. O comprovante de submissão do artigo encontra-se no Anexo E.

Anemia e concentrações de biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio em lactentes

ao longo de 18 meses de seguimento

Short Title: Marcadores de ferro e micronutrientes em lactentes

Anne Jardim-Botelho¹, Ms [email protected] http://lattes.cnpq.br/2761409922834454

Gilberto S. Henriques², PhD [email protected]

http://lattes.cnpq.br/0154050337153412

Claudimary B. dos Santos¹, Ms [email protected]

http://lattes.cnpq.br/7314237439992616

Alceu A. Jordão³, PhD [email protected] http://lattes.cnpq.br/7962660479865267

Marina S. B. Barroso1, Medical Student [email protected]

http://lattes.cnpq.br/0714324512309526

Nayanne M. Ramos1, Medical Student [email protected]

http://lattes.cnpq.br/1309374568505945

Rosana Cipolotti1, PhD [email protected] http://lattes.cnpq.br/3615728985559494

Ricardo Q Gurgel¹ PhD, [email protected] http://lattes.cnpq.br/1691288024734696

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¹Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, Brazil

²Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil

³Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brazil

Contribuição dos autores: AJB e RQG participaram de todas as etapas da pesquisa, CBS

participou da coleta e análise dos dados, MSBB e NMR participaram da coleta de dados, GSH

e AAJ participaram das dosagens laboratoriais. Todos leram e autorizaram a submissão do

artigo.

Conflito de interesse: nenhum a declarar

Instituição onde o estudo foi desenvolvido: Universidade Federal de Sergipe, Aracaju,

Brazil.

Fonte de recursos: O estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq, Brazil), número do contrato: 475914/2011-2

Autor para correspondência: Anne Jardim-Botelho, Hospital Universitário, Universidade

Federal de Sergipe. Rua Cláudio Batista S/N, Sanatório, Aracaju, Sergipe, Brazil.

Telefone/Fax: +55 7921051787. E-mail: [email protected]

Total de Palavras: 3028

Total de Palavras no Resumo: 281

Tabelas: 3

Resumo

Objetivo: descrever a evolução do estado anêmico e das concentrações de

biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio de uma coorte de lactentes ao longo de 18

meses de seguimento, e as associações mútuas entre os biomarcadores. Métodos: Estudo de

coorte prospectivo, envolvendo lactentes nascidos a termo, com 2 a 11 meses de idade, que

foram avaliados ao longo de 18 meses de seguimento, em intervalos de seis meses. Foram

dosados ferritina, zinco, cobre e selênio plasmáticos, zinco e cobre eritrocitários e

hemoglobina semestralmente, em quatro momentos do seguimento. As crianças com anemia

receberam suplementação de ferro. Regressão linear multivariada foi utilizada para verificar

as associações mútuas entre os micronutrientes avaliados. Resultados: 153 crianças foram

avaliadas, e 123 (80%) permaneceram até o final do estudo. 68% e 19% das crianças

apresentaram anemia, e 40% e 16% apresentaram deficiência de ferro no início e no final do

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estudo, respectivamente. Foi observada elevada prevalência de baixa concentração de zinco

plasmático (57% e 44%), zinco eritrocitário (51% e 96%), cobre eritrocitário (82% e 94%) e

de selênio (91% e 92%), do início ao final do estudo. Foram observados 42% de anemia

persistente à suplementação de ferro ao final do estudo. A análise multivariada demonstrou

associação negativa entre a concentração de hemoglobina e de zinco eritrocitário (β = -0,80; p

= 0,000). Conclusão: Foi observada alta prevalência de deficiência múltipla de

micronutrientes entre os lactentes avaliados, que se manteve ao longo de 18 meses de

seguimento. As prevalências de anemia e de deficiência de ferro apresentaram declínio devido

à suplementação de ferro, embora ao final do estudo tenha sido observado percentual

relevante de anemia persistente, possivelmente associada à carência de outros

micronutrientes, como de zinco.

Descritores: lactentes, anemia, ferro, zinco, micronutrientes

Abstract

Objective: To describe the concentration of hemoglobin, plasma ferritin, zinc, copper and

selenium, and erythrocyte zinc and copper in a cohort of infants throughout 18 months of

follow up, and the mutual associations between those biomarkers. Methods: A prospective

cohort study enrolling full-term infants, aged from 2 to 11 months. Hemoglobin, plasma

ferritin, zinc, copper and selenium, and erythrocyte zinc and copper were assessed every 6

months of follow-up. Children with hemoglobin <11g/dL received iron supplementation.

Multivariate linear regression analysis verified the mutual associations between

micronutrients. Results: 153 children were enrolled and 123 (80%) remained in the study

throughout 18 months of follow up. 68% and 19% of children had anemia and 40% and 16%

had iron deficiency at enrolment and at 18 months of follow up, respectively. Children

showed low concentrations of plasma zinc (57% and 44%), erythrocyte zinc (51% and 96%),

erythrocyte copper (82% and 94%) and selenium (91% and 92%), from enrolment to 18

months of follow up, respectively. Persistent anemia was observed among 42% of children.

Multivariate analysis showed a significant negative association between hemoglobin

concentration and erythrocyte zinc (β =

-0.80, p = 0.000). Conclusion: Multiple micronutrient deficiency is highly prevalent in this

population, which remained elevated along 18 month of follow-up. Anemia and iron

deficiency declined throughout the follow up, possibly due to the iron supplementation.

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Nevertheless, an elevated proportion of persistent anemia still remained, possibly related to

the lack of other micronutrients such as zinc.

Key words: infants, anemia, iron, zinc, micronutrients

Introdução

Deficiência de micronutrientes afeta indivíduos de todas as idades, tanto de países

desenvolvidos, quanto de países em desenvolvimento, embora as consequências sejam mais

graves em crianças, principalmente nos primeiros anos de vida (170). Micronutrientes

desempenham importante papel nas respostas imuno-celulares e humorais, na função

cognitiva e no aprendizado, na capacidade de trabalho, na saúde reprodutiva, e até mesmo na

evolução da virulência microbiana (207, 208). O organismo não pode sintetizá-los e, portanto,

devem estar disponíveis na alimentação (208).

Elementos-traço são micronutrientes necessários em pequenas quantidades diárias

para manutenção da normalidade metabólica e funcionamento adequado das células (15).

Zinco, cobre e selênio são elementos-traço importantes para o desenvolvimento infantil

devido à sua participação em funções vitais relacionadas ao crescimento esquelético e

cerebral, imunidade, desenvolvimento cognitivo e comportamental (16-18). O ferro é um

micronutriente não-traço também importante na infância por seu papel estrutural na formação

da hemoglobina e por sua deficiência levar à anemia e a outros danos ligados à imunidade e

ao desenvolvimento cognitivo e neuropsicomotor (15, 83).

A infância é uma fase de risco para deficiência de ferro e de elementos-traço devido

ao rápido crescimento, o que implica em maiores requerimentos desses nutrientes (103, 209).

No entanto, a avaliação dos níveis corporais desses nutrientes para identificação de déficits na

infância é tarefa difícil, porém importante para correção de carências. O uso de biomarcadores

capazes de refletir variações nos conteúdos de micronutrientes tem sido amplamente

estudado, e a interpretação dos resultados laboratoriais depende do uso de intervalos de

referência, embora ainda não existam valores estabelecidos para lactentes, principalmente em

relação aos elementos-traço (25, 210).

Apesar de alguns estudos mostrarem diferença significativa entre as concentrações

sanguíneas de elementos-traço em crianças e adultos, ainda não está suficientemente

elucidada a dinâmica do comportamento desses nutrientes no sangue de lactentes até o início

da idade pré-escolar (210). Apesar da adequação nutricional de elementos-traço ser crucial

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para lactentes, é justamente nessa idade, marcada pela alta velocidade de crescimento, que o

entendimento dos níveis corporais desses nutrientes se torna mais difícil na prática clínica

pela escassez de estudos. A relação mútua entre os elementos-traço em lactentes também é

considerada um fenômeno complexo e ainda não esclarecido (178). Mediante essas

considerações, este estudo teve como objetivos descrever a evolução do estado anêmico e das

concentrações de biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio de uma coorte de lactentes ao

longo de 18 meses de seguimento, e as associações mútuas entre esses biomarcadores.

Métodos

Trata-se de estudo de coorte prospectivo para descrever as concentrações sanguíneas

de zinco, cobre, selênio, ferritina e hemoglobina de lactentes ao longo de 18 meses de

seguimento. Foram incluídas crianças saudáveis nascidas a termo (≥ 37 semanas) entre abril

de 2009 e fevereiro de 2010 e residentes no município de Laranjeiras, estado de Sergipe,

Nordeste-Brasil. Laranjeiras é situada em uma região agrícola de produção de cana-de-açúcar,

possui 26.902 habitantes numa área de 162,279 km2, com densidade demográfica de 165,78

hab/km2 (158). A partir de lista de crianças nascidas no período, fornecida pela Secretaria de

Saúde do município (n=222) foi feita busca ativa das mesmas, com auxílio dos agentes de

saúde da comunidade.

Para análise do zinco, cobre e selênio foram colhidos 4ml de sangue em tubo do tipo

Vacuntainer desmineralizado contendo anticoagulante citrato de sódio. Para realização do

hemograma e dosagem da ferritina plasmática e de proteína C reativa foram colhidos 4ml de

sangue utilizando-se tubo do tipo Vacuntainer contendo EDTA dissódico. O sangue foi

acondicionado em recipiente de isopor contendo gelox e transferido imediatamente após

coleta para o laboratório do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

O plasma e o concentrado de hemácias para análise dos elementos-traço foram

separados do sangue total por centrifugação a 3000 rpm durante 15 minutos em centrífuga

refrigerada a 4º C, extraído com o auxílio de um pipetador automático e acondicionado a –

70º C em tubos de polipropileno desmineralizados. Dentro do período de um mês o material

congelado foi transportado para a Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG) em gelo

seco para a dosagem de zinco, cobre e selênio. O hemograma foi realizado imediatamente

após a chegada do material no laboratório do Hospital Universitário da UFS, e o restante do

sangue foi centrifugado para congelamento do plasma para ser transferido para a

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Universidade de São Paulo (USP) para dosagem de ferritina e proteína C reativa, seguindo os

mesmos critérios para congelamento e transporte.

As concentrações de zinco e cobre eritrocitários, e de zinco, cobre e selênio

plasmáticos foram determinadas pela técnica Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma

Indutivamente Acoplado (720 ICP-OES, Varian Inc., Califórnia, Estados Unidos da

América), em três alíquotas da mesma amostra. Foram utilizados recipientes previamente

desmineralizados para evitar contaminação das amostras. A concentração de hemoglobina foi

quantificada em analisador hematológico automático do sangue total (CELL-DYN RUBY,

Abbott, Abott Park, IL, Estados Unidos da América). As concentrações de ferritina e de

proteína C reativa foram determinadas pelo ensaio imunométrico de quimioiluminescência

(IMMULITE 1000, SIEMENS, Munique, Alemanha). As crianças com anemia receberam

sulfato ferroso na dose de 4mg/Kg/dia, durante três meses (165). A adesão à suplementação

foi verificada em cada encontro para nova coleta de sangue, questionando-se à mãe sobre o

número de frascos de sulfato ferroso que a criança tomou durante os três meses, para cálculo

do percentual de consumo em relação ao prescrito.

Baixas concentrações de zinco plasmático e eritrocitário foram definidas como

valores <10,7 µmol/l e <611 nmol/gHb, e baixas concentrações de cobre plasmático e

eritrocitário foram definidas como valores <10 µmol/l e <39 nmol/gHb (103, 174, 211). Esses

valores de referência não são específicos para lactentes, mas foram escolhidos por serem

comumente utilizados em estudos envolvendo adultos e crianças. Baixa concentração de

selênio plasmático foi definida como valores <886 nmol/l (117). Deficiência de ferro foi

definida como ferritina <12 ng/ml ou <30 ng/ml, se proteína C reativa >3ng/ml (14). Anemia

foi definida como hemoglobina <11 mg/dl, de acordo com a Organização Mundial de Saúde e

Sociedade Brasileira de Pediatria (165, 175).

Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS, versão 17 (SPSS Inc.,

Chicago, IL, Estados Unidos da América, v.17). Foi considerado valor-p <0,05 como

estatisticamente significante. Variáveis não paramétricas sofreram transformação logarítmica.

Variáveis contínuas foram apresentadas como médias e desvio padrão e variáveis categóricas

como frequências e porcentagens. Para verificar as variações dos biomarcadores de ferro,

zinco, cobre e selênio ao longo do estudo, foi utilizado teste t pareado, com as variáveis

mensuradas nos quatro momentos do seguimento, ou seja, início do estudo (T0), e aos 6, 12 e

18 meses de seguimento (T1, T2, T3). Para verificar as associações entre os biomarcadores dos

nutrientes avaliados foi realizada regressão linear multivariada, incluindo a proteína C reativa.

Os biomarcadores foram incluídos na análise como a diferença dos valores entre o momento

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final e inicial do estudo, representado como delta (Δ). As análises de hemoglobina e ferritina

foram ajustadas com os dados sobre a adesão à suplementação de ferro.

Resultados

Cento e cinquenta e três crianças foram envolvidas no estudo, com idade média de

6,6 (±2,0) meses, dos quais 59 (39%) tinham ≤6 meses e 94 (61%) >6 meses de idade, e 74

(48%) eram do sexo masculino. Cento e cinquenta e uma crianças tiveram sangue coletado

para as análises laboratoriais, 143 permaneceram na coorte aos seis meses de seguimento, e

123 (80%) crianças aos 12 e 18 meses de seguimento. A média de idade das crianças ao final

do seguimento foi 23,9 (±2) meses.

Cento e duas (68%) crianças apresentaram anemia no início do estudo, das quais 41

(71%) eram <6 meses e 61 (66%) ≥6 meses de idade (p=0,320). Cinquenta e seis (39%), 44

(35%) e 23 (19%) crianças apresentaram anemia aos 6, 12 e 18 meses de seguimento.

Cinquenta e nove (40%) crianças apresentaram deficiência de ferro no início do estudo, das

quais 18 (32%) eram <6 meses e 41 (45%) ≥6 meses de idade (p=0,080). Oitenta e quatro

(60%), 72 (58%) e 19 (16%) crianças apresentaram deficiência de ferro aos 6, 12 e 18 meses

de seguimento. Entre as 102 crianças com anemia no início do estudo, 46 (49%) apresentaram

deficiência de ferro, e das 23 crianças com anemia ao final do seguimento, 19 (42%)

apresentaram deficiência de ferro.

Foi observada baixa concentração de zinco plasmático em 86 (57%) crianças no

início do estudo, e em 63 (44%), 42 (34%) e 54 (44%) crianças aos 6, 12 e 18 meses de

seguimento. Setenta e sete crianças (51%) apresentaram baixa concentração de zinco

eritrocitário no início do estudo, e 112 (79%), 104 (85%) e 119 (96%) aos seis, 12 e 18 meses

de seguimento. Com relação aos biomarcadores do cobre, 8 (5%), 18 (13%), 3 (2%) e 4 (3%)

crianças apresentaram baixa concentração de cobre plasmático, e 123 (82%), 94 (66%), 61

(50%) e 116 (94%) crianças apresentaram baixa concentração de cobre eritrocitário nas quatro

etapas do seguimento. Baixa concentração de selênio esteve presente em 138 (91%), 142

(99%), 114 (93%) e 114 (95%) crianças no início e aos 6, 12 e 18 meses de seguimento. A

proporção de crianças com níveis elevados de proteína C reativa (> 3 ng/ml) permaneceu

semelhante ao longo do seguimento, em torno de 20% (Tabela 1).

Dentre as crianças com anemia no início do estudo, 45 (44%) consumiram < 50% da

dose prescrita de sulfato ferroso, 44 (43%) ≥ 50% e em 13 casos (13%) as mães não souberam

informar. Aos seis meses de seguimento, 12 (21%) tiveram relato de consumo <50% da dose

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prescrita de sulfato ferroso, 35 (63%) de consumo ≥50% e 9 (16%) mães não souberam

informar. Ao final do estudo, 10 (23%) tiveram relato de consumo <50% da dose prescrita de

sulfato ferroso, 22 (50%) de consumo ≥50% e 12 (27%) mães não souberam informar. Foram

observados 23 novos casos de anemia ao longo do seguimento, sendo 9 (6%) aos 6 meses, 11

(9%) aos 12, e 3 (2%) aos 18 meses de seguimento. Foi observada persistência da anemia em

49%, 67% e 42% das crianças aos 6, 12 e 18 meses de seguimento, respectivamente, não

havendo diferença significativa entre as crianças com relato de consumo <50% e ≥50% da

dose prescrita de sulfato ferroso (p>0,05 em todo o seguimento). Foi observado aumento

global médio de 0,9 mg/dl na concentração de hemoglobina do início ao final dos 18 meses de

seguimento.

A Tabela 2 mostra o comportamento das médias dos biomarcadores avaliados ao

longo do seguimento. Foi observado declínio estatisticamente significativo da concentração

média de ferritina do início do estudo ao 6º e 12º mês de seguimento, e em seguida, elevação

significativa no 18º mês. A concentração média de hemoglobina apresentou aumento contínuo

significativo ao longo do seguimento. A concentração média de zinco plasmático apresentou

aumento estatisticamente significativo do momento inicial aos outros momentos do

seguimento, e a concentração média de zinco eritrocitário apresentou declínio estatisticamente

significativo do início ao 18º mês de seguimento.

A concentração média de cobre plasmático apresentou elevação estatisticamente

significativa no 6º e 12º mês em relação ao início do estudo. A concentração média de cobre

eritrocitário apresentou elevação estatisticamente significativa do início ao 12º mês de

seguimento, e redução significativa aos 18 meses de seguimento. A concentração média do

selênio plasmático apresentou declínio estatisticamente significativo do início ao 6º mês de

seguimento, e em seguida aumento no 12º mês (Tabela2).

Os resultados da regressão linear multivariada demonstraram associação negativa

significativa entre a diferença de hemoglobina, do momento final ao inicial do seguimento, e

de zinco eritrocitário (β = -0,70; p = 0,000). Essa associação se manteve significativa em

análise ajustada com a variável sobre a adesão à suplementação com sulfato ferroso (β = -

0,80; p = 0,002). Foi observada associação positiva significativa entre a concentração de

proteína C reativa ao final do estudo e a diferença de cobre e zinco eritrocitários, do momento

final ao inicial do seguimento (p <0,01 para ambos) (Tabela 3).

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Tabela 1 – Características demográficas e biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio da coorte no início do estudo e no seguimento

Variáveis Categorias Início do estudo Segmentos (meses)

1

N = 151 6 (N = 143) 12 (N = 123) 18 (N = 123)

Média (DP) de idade (meses) 6,6 (2,0) 11,7 (2,0) 17,8 (2,0) 23,9 (1,9)

Masculino: Feminino (N, % masculino) 0,9 (73,48%) 0,9 (67,47%) 0,9 (59,48%) 0,9 (60,49%)

Hemoglobina Anemia 102 (68%, 60-75) 56 (39%, 32-48) 44 (35%, 27-44) 23 (19%, 13-27)

Evolução da anemia Persistente2

Tratada2

Novo caso

NA 46 (49%, 40-59) 32 (67%, 53-78) 19 (42%, 31-60)

NA 47 (51%, 41-60) 16 (33%, 22-47) 23 (55%, 40-69)

NA 9 (6%, 3-12) 11 (9%, 5-15) 3 (2%, 1-7)

% de adequação do consumo de ferro

suplementado3

< 50% 45 (44%, 35-54) 12 (21%, 13-34) 10 (23%, 13-37) NA

50% 44 (43%, 34-53) 35 (63%, 49-74) 22 (50%, 36-64) NA

Não soube informar 13 (13%, 8-21) 9 (16%, 9-28) 12 (27%, 16-42) NA

Ferritina4

DF 59 (40%, 32-48) 84 (59%, 51-67) 72 (57%, 50-67) 19 (16%, 11-24)

ADF 43 (29%, 22-37) 37 (26%, 20-34) 25 (20%, 14-28) 6 (5%, 2-11)

Zinco plasmático < 10,7 µmol/l 86 (57%, 49-65) 63 (44%, 36-52) 42 (34%, 26-43) 54 (44%, 35-53)

Zinco eritrocitário < 611 nmol/gHb 77 (51%, 43-59) 112 (79%, 71-85) 104 (85%, 78-90) 119 (96%, 91-98)

Cobre plasmático < 10 mol/l 8 (5%, 3-10) 18 (13%, 8-19) 3 (2%, 1-7) 4 (3%, 1-8)

Cobre eritrocitário < 39 nmol/gHb 123 (82%, 75-87) 94 (66%, 58-73) 61 (50%, 41-59) 116 (94%, 88-97)

Selênio plasmático < 886 nmol/l 138 (91%, 86-95) 142 (99%, 96-100) 114 (95%, 88-97) 114 (92%, 86-96)

Proteína C reativa > 3 ng/ml 29 (19%, 14-26) 32 (23%, 17-30) 27 (22%, 15-30) 21 (17%, 12-25)

Nota: 1N (%, IC95%);

2percentuais em relação ao somatório de crianças anêmicas que foram tratadas.

3percentuais em relação ao número de crianças anêmicas.

4N=149

no início do estudo, N= 142 e N= 117 aos 6 e 18 meses de seguimento, respectivamente. DF = deficiência de ferro; ADF = anemia por deficiência de ferro; NA= não se

aplica

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Tabela 2 – Média e desvio padrão dos biomarcadores nos tempos de seguimento do estudo.

Seguimento

Média (Desvio Padrão)1

Ferritina2 Hemoglobina

3

Zinco

plasmático4

Zinco

eritrocitário5

Cobre

plasmático4

Cobre

eritrocitário5

Selênio

plasmático6

T0 17,0 (2,8) 10,7 (1,0) 10,7 (0,9) 611,6 (55,0) 11,9 (1,2) 36,2 (4,7) 676,3 (138,0)

T1 10,7 (2,6) 11,2 (1,0) 11,0 (1,2) 573,4 (45,9) 12,2 (1,8) 39,4 (6,3) 634,5 (107,6)

T2 12,0 (2,3) 11,5 (1,1) 11,0 (1,0) 1181,9 (125,4) 5,8 (0,6) 39,4 (7,9) 709,2 (102,6)

T3 23,4 (1,8) 11,6 (1,0) 11,0 (1,1) 538,2 (48,9) 12,0 (1,3) 33,1 (4,7) 682,6 (126,6)

Dif. (T1-T0) -1,6 (3,0)* 0,5 (0,9)* 0,3 (1,2)* -36,7 (48,9)* 0,3 (1,8)** 1,6 (4,7)* -41,8 (67,1)*

Dif.(T2-T0) -1,4 (3,4)* 0,7 (1,1)* 0,3 (0,8)* -48,9 (74,9)* 0,3 (1,1)* 1,6 (7,9)* 31,7 (77,2)*

Dif. (T3-T0) 1,3 (3,1)* 0,9 (1,0)* 0,2 (0,9)* -74,9 (64,2)* 0,1 (1,0) -3,1 (4,7)* 3,8 (60,1)

Nota: T0 = início do estudo; T1 = seis meses de seguimento; T2 = 12 meses de seguimento; T3 = 18 meses de seguimento

¹Teste-t pareado; ² ng/ml; ³ mg/dl; 4 µmol/l;

5nmol/gHb;

6nmol/l; * p<0.001; ** p<0.01

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76

Tabela 3 – Regressão linear multivariada entre as diferenças dos biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio aos 18 meses de seguimento e

início do estudo

Variáveis independentes

Ferritina

(ng/ml)

Hemoglobina

(mg/l)

Selênio

plasmático

(nmol/l)

Zinco

plasmático

(mol/l)

Zinco

eritrocitário

(nmol/Hb)

Cobre

plasmático

(mol/l)

Cobre

eritrocitário

(nmol/gHb)

valor

p

valor

p

valor

p

valor

p

valor

p

valor

p

valor

p

Δ Ferritina (ng/ml) NA NA 0,014 0,809 -0,012 0,905 0,018 0,852 -0,069 0,229 0,158 0,100 -0,002 0,977

Δ Hemoglobina (mg/dl) 0,037 0,809 NA NA 0,041 0,793 0,215 0,167 -0,737 0,000 0,264 0,086 -0,156 0,242

Δ Selênio plasmático (nmol/l) -0,011 0,905 0,015 0,793 NA NA -0,011 0,910 -0,004 0,941 0,113 0,235 -0,148 0,068

Δ Zinco plasmático (µmol/l) 0,018 0,852 0,081 0,167 -0,011 0,910 NA NA 0,053 0,348 -0,067 0,484 -0,139 0,088

Δ Zinco eritrocitário (nmol/gHb) -0,191 0,229 -0,789 0,000 -0,012 0,941 0,152 0,348 NA NA 0,225 0,160 -0,025 0,854

Δ Cobre plasmático (µmol/l) 0,155 0,100 0,101 0,086 0,115 0,235 -0,068 0,484 0,080 0,160 NA NA 0,013 0,876

Δ Cobre eritrocitário (nmol/gHb) -0,003 0,977 -0,08 0,242 -0,204 0,068 -0,19 0,088 -0,012 0,854 0,017 0,876 NA NA

Proteína C reativa (ng/ml) -0,055 0,624 0,097 0,166 0,056 0,623 0,030 0,793 0,202 0,002 0,040 0,724 0,446 0,000

Nota: = diferença entre a concentração aos 18 meses de seguimento – a concentração no início do estudo. = Beta. = Delta

NA = não se aplica

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Discussão

Elementos-traço e ferro são micronutrientes essenciais na primeira infância e o

entendimento do metabolismo desses elementos é essencial para o diagnóstico e manejo de

carências nutricionais (210). No presente estudo, utilizando-se valores de referência

estabelecidos na literatura para a população em geral, parcela significante das crianças

apresentou baixa concentração de zinco e cobre eritrocitários, e de zinco e selênio

plasmáticos, do início ao final do seguimento, o que pode levar a prejuízos no

desenvolvimento físico e neurocognitivo das crianças em médio e longo prazo (17, 18, 113,

170).

A avaliação da concentração média dos biomarcadores ao longo do seguimento

demonstrou aumento de zinco e cobre plasmáticos e de cobre eritrocitário na medida em que

as crianças atingiam idade de 6 a 24 meses. Esse resultado está de acordo com os achados de

Krachler, et al., 1999 que observaram aumento das concentrações de cobre e zinco

plasmáticos em crianças, do nascimento aos quatro meses de idade, as quais foram inferiores

aos valores observados em adultos (179). De forma contrária, a concentração média de zinco

eritrocitário apresentou declínio ao longo dos 18 meses de seguimento, sugerindo a ocorrência

de mobilização do zinco dos eritrócitos para o meio plasmático visando redistribuição desse

nutriente para outros compartimentos corporais, de acordo com as necessidades para o

crescimento. A concentração média de selênio apresentou comportamento irregular ao longo

do seguimento, mostrando redução nos primeiros seis meses e aumento nos meses seguintes.

Selênio é um mineral cuja concentração em humanos é determinada principalmente pelo seu

conteúdo nos alimentos ingeridos, o qual é regido por fatores geoquímicos, geológicos e

temporais, o que poderia explicar as oscilações observadas nos diferentes momentos de

avaliação (117).

A concentração média de ferritina declinou nos primeiros 12 meses de seguimento,

período em que as crianças tinham idade média de 18 meses. Esse resultado sugere que,

apesar das crianças diagnosticadas com anemia terem recebido suplementação de ferro, a

média de ferritina em todas as crianças apresentou declínio, possivelmente pelo aumento da

demanda de ferro para o crescimento na idade avaliada (14). O aumento da concentração de

ferritina no último semestre do estudo, quando as crianças tinham idade média de 24 meses,

pode ser devido à desaceleração da velocidade de crescimento que ocorre ao final dos dois

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anos de idade e pela maior probabilidade das crianças estarem mais adaptadas à alimentação

familiar, a qual oferece maior aporte de ferro dietético (212, 213).

A concentração média de hemoglobina apresentou aumento contínuo, possivelmente

devido à suplementação de ferro para as crianças anêmicas durante todo o estudo (214).

Apesar de parcela significativa dos responsáveis relatarem baixa adesão à suplementação

(consumo<50% do sulfato ferroso prescrito), o incremento global médio na concentração de

hemoglobina foi superior ao incremento de 0,37 mg/dL, observado em estudo anterior em que

também foi feita suplementação com sulfato ferroso (215).

Dentre as 23 crianças com anemia no final do estudo, apenas três eram novos casos,

sugerindo que a adesão à suplementação de ferro não foi satisfatória ou que outros nutrientes

envolvidos na eritropoiese, além do ferro, devem ser considerados no tratamento da anemia

em populações em risco de deficiências múltiplas de micronutrientes. A ineficiência do ferro

em tratar completamente a anemia foi descrita em outros estudos e justificada pela falta de

adesão adequada à suplementação (216). Apesar da possibilidade de viés de memória ao

avaliar a adesão à suplementação de ferro no presente estudo, o percentual de anemia

persistente ao final do seguimento (42%, IC95%: 31-60) não foi superior ao observado em

ensaio clínico com crianças aos 12 meses de idade (55%) que receberam 20 mg de ferro/dia

na forma de sulfato ferroso durante 12 meses, em que o consumo do suplemento foi

monitorado diariamente pelos pesquisadores (217).

Na análise multivariada foi observada associação inversa entre as concentrações de

zinco eritrocitário e de hemoglobina ao longo do seguimento. Essa associação poderia ser

explicada pela mobilização do zinco dos eritrócitos para a medula óssea visando atender à

demanda desse mineral na síntese de hemoglobina. O zinco é um nutriente importante para o

metabolismo do ferro, principalmente pelo seu papel na síntese da hemoglobina e na

eritropoiese podendo, portanto, ser um fator etiológico de anemia (218). Ensaio clínico

demonstrou que a suplementação de ferro combinado com zinco reduziu o risco de anemia em

gestantes com deficiência de ferro, embora esse efeito não tenha sido evidente em gestantes

com estoques adequados de ferro (218).

Apesar do conhecido papel do cobre no metabolismo do ferro, como a sua

participação no transporte intestinal, liberação dos estoques corporais, e na incorporação do

ferro à hemoglobina (116), não foi observada associação entre as concentrações de cobre e as

concentrações de hemoglobina e ferritina. Esse resultado sugere que as concentrações de

cobre observadas nos lactentes em estudo podem ser adequadas para as demandas na

eritropoiese. Outros micronutrientes importantes para a eritropoiese, como folato e vitamina

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B12, podem estar envolvidos na etiologia da anemia refratária à suplementação de ferro

observada (25, 219), embora esses nutrientes não tenham sido avaliados no presente estudo.

A ausência de associação entre proteína C reativa e a concentração plasmática de

zinco, cobre e ferritina foi diferente dos achados de outros estudos, que observam significante

associação entre marcadores da inflamação e as concentrações plasmáticas desses minerais

(186, 220). No entanto, foi observada associação entre as concentrações eritrocitárias de zinco

e cobre e a concentração de proteína C reativa, reafirmando o efeito do processo infamatório

sobre mudanças transitórias na concentração desses elementos (221).

Não foi observada associação mútua entre os elementos-traço no presente estudo.

Alimonti et al., 2000 ao avaliarem 143 lactentes saudáveis observaram associação positiva

entre zinco e cobre, zinco e selênio, e cobre e selênio (178). Os dados contraditórios entre os

estudos e sua escassez nessa área sugerem que o estado nutricional dos elementos-traço em

lactentes e suas relações mútuas são complexos e merecem mais estudos.

Em conclusão, no grupo de lactentes avaliados foi observada alta prevalência de

anemia, deficiência de ferro e dos elementos-traço avaliados que se mantiveram ao longo de

18 meses de seguimento, com exceção da anemia e deficiência de ferro que apresentaram

declínio, provavelmente devido à intervenção com suplementação de ferro. Diante desse

quadro sugestivo de carências múltiplas de micronutrientes, e do número relevante de

crianças com anemia refratária à suplementação de ferro ao final do estudo, recomenda-se que

outros micronutrientes sejam considerados como fator etiológico da anemia carencial em

populações pobres.

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CAPÍTULO 5

ARTIGO 4- DIARREIA AGUDA, INFECÇÕES INTESTINAIS E

NUTRIÇÃO DE LACTENTES

Artigo em vias de submissão, após sugestões da banca examinadora.

Anne Jardim-Botelho1, Claudimary B. dos Santos

1, Gilberto S. Henriques

2, Alceu A. Jordão

3,

Alda Rodrigues4, Ricardo Q. Gurgel

1

1Núcleo de Pós-Graduação em Medicina, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE,

Brasil.

2Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

3Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil

4Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária, Universidade Federal de Sergipe,

Aracaju, SE, Brasil.

Conflito de interesse: nenhum a declarar

Instituição onde o estudo foi desenvolvido: Universidade Federal de Sergipe, Aracaju,

Brazil.

Fonte de recursos: O estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq, Brazil), numero do contrato: 475914/2011-2

Autor para correspondência: Anne Jardim-Botelho, Hospital Universitário, Universidade

Federal de Sergipe. Rua Cláudio Batista S/N, Sanatório, Aracaju, Sergipe, Brazil.

Telefone/Fax: +55 7921051787. E-mail: [email protected]

Total de Palavras: 4082

Total de Palavras no Resumo: 328

Tabelas: 3

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RESUMO

Introdução: Infecções intestinais ainda representam sério problema de saúde pública

em países em desenvolvimento e estão associadas a quadros diarreicos e espoliações

nutricionais, principalmente na infância. Objetivo: descrever o número de ocorrência de

infecção por enteropatógenos e de episódios de diarreia aguda em lactentes residentes em

Laranjeiras, Sergipe, e associações com o estado antropométrico e com biomarcadores de

ferro e de elementos-traço ao longo de 18 meses de seguimento. Métodos: Foram colhidas

amostras mensais de fezes e a cada episódio de diarreia aguda para posterior análise

laboratorial para verificar a presença de helmintos, protozoários e rotavirus. No início e no

final do estudo foi colhido sangue dos lactentes para dosagem de hemoglobina, ferritina,

zinco, cobre e selênio plasmáticos, zinco e cobre eritrocitários, e proteína C reativa.

Avaliaram-se a velocidade de ganho de peso a partir do peso ao nascer, o tipo de aleitamento

até o 6º mês de vida e a qualidade da alimentação complementar aos 18 meses de idade, como

co-variáveis na regressão linear multivariada para associar as enteroinfecções e os parâmetros

nutricionais. Resultados: 153 crianças foram avaliadas e 123 (80%) permaneceram até o final

do estudo, sendo que 63% das crianças apresentaram pelo menos um episódio de

enteroinfecção ao longo do seguimento. Os patógenos mais frequentes foram Ascaris

lumbricoides, Giardia lamblia, e rotavirus. A incidência de diarreia aguda foi de 0,59

episódio por criança/ano. A análise multivariada demonstrou associação negativa entre o

número de episódios de diarreia aguda e a concentração de ferritina e de zinco plasmáticos.

Infecção por qualquer patógeno intestinal esteve associada à redução da circunferência

braquial/idade das crianças, e ao aumento da concentração de cobre plasmático. Conclusão:

Evidenciou-se alta frequência de enteroinfecções em idade precoce nessa população, embora

a incidência de diarreia aguda tenha apresentado redução significativa em relação a estudos

em período pré-vacinação contra rotavirus. Diarreia aguda e enteroinfecções recorrentes

exerceram efeito negativo sobre a massa corporal, e no status de ferro e zinco de crianças nos

primeiros dois anos de vida.

Descritores: lactente, diarreia, antropometria, micronutrientes, enteroinfecções

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INTRODUÇÃO

Infecções intestinais ainda representam problema de saúde pública e são, na grande

maioria, associadas a precárias condições sanitárias e de educação (146, 222). Uma variedade

de patógenos afeta indivíduos de diferentes idades, incluindo helmintos, protozoários,

bactérias e vírus, causando diarreia, síndromes disabsortivas, anemia e outras carências

nutricionais em amplo número de casos (150, 223, 224).

Infestações por geohelmintos, mais especificamente a ascaridíase, ancilostomíase e

tricuríase, representam as parasitoses intestinais mais frequentes no Brasil (225). A maioria

dos estudos se concentra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, e pouco se conhece

sobre a dimensão dessas infestações em regiões mais remotas do estado de Sergipe (226-229).

A infecção por rotavirus tem sido amplamente estudada em lactentes de diversas regiões do

país, demonstrando redução marcante da gravidade e número de casos de diarreia, tanto em

valores absolutos quanto associados à infecção por esse patógeno, após a inclusão da vacina

contra rotavirus no Programa Nacional de Imunização (155, 230, 231). Devido à inexistência

de programa nacional sistemático de controle de outros patógenos intestinais na infância,

pouco se sabe sobre a importância de outros agentes etiológicos, além do rotavirus, na saúde

infantil nesse novo quadro epidemiológico.

Infestações por helmintos e protozoários são menos frequentes em lactentes em

relação às crianças na idade pré-escolar e escolar devido à menor exposição dos lactentes a

esses patógenos pelo menor contato com alimentos e solo contaminados (232, 233).

Entretanto, crianças nesta faixa etária vivendo em áreas de pobreza com precárias condições

sanitárias podem estar sob maior risco de infestações, e as consequentes espoliações

nutricionais podem causar danos ainda maiores devido à grande demanda nutricional nesse

período da vida (234, 235).

Danos nutricionais devido ao parasitismo intestinal foram demonstrados em estudos

seccionais, com consequências que vão desde complicações agudas, como anemia e magreza,

até prejuízos crônicos e irreversíveis como retardo do desenvolvimento físico e da função

cognitiva de crianças (197, 236-238). No que se refere a espoliações de micronutrientes,

vários estudos descrevem inadequações do ferro corporal, mas pouco se sabe sobre os efeitos

de enteroinfecções sobre o estado nutricional relacionado aos elementos-traço (148, 239-241).

Zinco, cobre e selênio são exemplos de elementos-traço importantes para o desenvolvimento

físico e para a imunidade de crianças que podem estar deficientes em condições disabsortivas

(25, 242).

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Mediante o exposto, esse estudo teve como objetivo descrever o número de

ocorrências de infecção por enteropatógenos e de episódios de diarreia aguda em lactentes

que vivem em condições de vulnerabilidade, e associações com o estado antropométrico e

biomarcadores de ferro e de elementos-traço ao longo de 18 meses de seguimento.

MÉTODOS

Trata-se de estudo de coorte prospectivo para descrever o número de infestações por

helmintos, protozoários e de infecção por rotavirus e de episódios de diarreia aguda em

lactentes, e associações com parâmetros antropométricos e biomarcadores de ferro, zinco,

cobre e selênio ao longo de 18 meses de seguimento.

Foram incluídas no estudo crianças nascidas a termo com idade inicial de 2 a 11

meses, residentes no município de Laranjeiras, Sergipe. Detalhes sobre o município em

estudo, sobre os métodos de recrutamento das crianças e as considerações éticas foram

descritos em capítulos anteriores (Capítulos 1, 2, 3 e 4).

As crianças foram seguidas durante 18 meses para avaliação nutricional no início e

no final do estudo e para coleta mensal de fezes para realização de teste parasitológico e de

análise de rotavirus. Foram aferidos peso e estatura das crianças com o auxílio de balança

pediátrica digital com precisão de 5g (FILIZOLA, Rio de Janeiro, Brasil), e régua

antropométrica com precisão de 0,1 cm (ALTUREXATA, Belo Horizonte, Brasil). A

circunferência branquial (CB) e a prega cutânea tricipal (PCT) foram aferidas com auxílio de

fita métrica inelástica e compasso de dobras cutâneas (BETA TECHNOLOGY INC.,

Cambridge, MD, Estados Unidos da América). A conferência da calibragem da balança foi

feita diariamente com um peso conhecido.

Foram colhidos 4ml de sangue das crianças em tubo do tipo Vacuntainer

desmineralizado contendo como anticoagulante citrato de sódio para posterior dosagem de

zinco, cobre e selênio, e 4ml de sangue em tubo tipo Vacuntainer contendo EDTA dissódico

para posterior realização de hemograma e dosagem de ferritina e proteína C reativa. O sangue

foi acondicionado em recipiente de isopor com gelox logo após a coleta e transportado para o

laboratório do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (UFS) para

processamento.

As mães ou responsáveis pelas crianças foram orientadas a coletarem uma amostra

mensal de fezes da criança e a cada episódio de diarreia aguda, em frascos coletores para

entrega ao agente de saúde da família, que as acondicionavam em geladeira do projeto

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localizada na Secretaria de Saúde de Laranjeiras. Diarreia aguda foi definida como eliminação

de fezes amolecidas ou líquidas três ou mais vezes em 24 horas por até 14 dias (162). As

mães foram previamente orientadas a identificar um episódio de diarreia aguda e foram

questionadas sobre sua ocorrência a cada duas semanas pelo agente de saúde da localidade. A

pesquisadora responsável por esse estudo recolhia as amostras de fezes duas vezes por

semana em recipiente de isopor com gelox para transportar para o Laboratório Central

(LACEN) onde foi feita a análise para rotavirus e para o laboratório do Hospital Universitário

da UFS onde foi feito o exame parasitológico.

Para a avaliação antropométrica foram calculados os índices estatura/idade,

peso/estatura, CB/idade e PCT/idade em escore-Z utilizando-se o programa WHO ANTHRO

versão 2.0.2 (8). Foi retirada uma alíquota do sangue total em EDTA para a dosagem de

hemoglobina (Hb) a partir de analisador hematológico automático (CELL-DYN RUBY,

Abbott, Abbott Park, IL, Estados Unidos da América), e o restante foi centrifugado para

separar o plasma para congelamento a -70º C e posterior transporte em gelo seco para a

Universidade de São Paulo para dosagem de ferritina e proteína C reativa, a partir de ensaio

imunométrico de quimioiluminescência (IMMULITE 1000, SIEMENS, Munique,

Alemanha). As crianças com anemia (Hb <11,0 mg/dl) receberam 4mg/Kg de peso/dia de

sulfato ferroso durante três meses (243).

O plasma e o concentrado de hemácia para análise de zinco, cobre e selênio foram

separados do sangue total por centrifugação a 3000 rpm durante 15 minutos em centrífuga

refrigerada a 4º C, extraídos com o auxílio de um pipetador automático com ponteiras

desmineralizadas e acondicionados em tubos de polipropileno desmineralizados que foram

congelados a –70º C para posterior transporte em gelo seco para a Universidade Federal de

Minas Gerais, onde foi feita a dosagem desses minerais a partir da técnica de Espectrometria

de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (720 ICP-OES, Varian Inc.,

Califórnia, Estados Unidos da América).

A identificação de rotavirus foi realizada pelo método de ELISA (ROTACLONE,

MERIDIAN BIOSCIENCE, Cincinnati, OH, Estados Unidos da América) e o exame

parasitológico de fezes foi feito utilizando-se o método de sedimentação de Lutz HPJ

(Hoffman, Pons e Janer), para identificação de helmintos e protozoários (244).

Por questões éticas e com o objetivo de avaliar possíveis novas infestações no mês

seguinte, as crianças que apresentaram enteroparasitoses foram tratadas. As crianças menores

de seis meses de idade que apresentaram helmintos nas fezes receberam 100 mg de

mebendazol, duas vezes ao dia, por três dias consecutivos. As crianças maiores de seis meses

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de idade que apresentaram helmintos nas fezes receberam dose única de 400 mg de

albendazol (144). Para o tratamento de Giardia lambia foi administrado 15 mg/Kg/dia de

metronidazol, dividido em duas doses ao dia, por cinco dias consecutivos (166).

No início do estudo, as mães foram questionadas sobre como as crianças foram

amamentadas até a idade de seis meses. Aos 12 meses de seguimento, quando a média de

idade das crianças era 18 meses, foi aplicado formulário proposto pela Organização Mundial

de Saúde (OMS) (164) para classificação da qualidade da alimentação complementar das

crianças. A velocidade de ganho de peso das crianças foi calculada a partir da diferença entre

o peso ao nascer e o peso aferido no início estudo. Essas variáveis foram incluídas no estudo

como variáveis coexplicativas dos parâmetros nutricionais avaliados.

Os dados foram analisados utilizando o programa SPSS, versão 17.0 (SPSS Inc.,

Chicago, IL, Estados Unidos da América, v.17). Foi considerado valor p <0,05 como

estatisticamente significante. Os dados descritivos foram apresentados como frequências e

porcentagens. A incidência de diarreia aguda por criança/ano foi calculada levando em

consideração o tempo de seguimento de cada criança a partir da seguinte equação:

Onde representa a incidência de diarreia nos estratos etários (<6 meses e ≥6

meses), representa o número de casos de diarreia em crianças nos estratos etários ao longo

do tempo em que foram acompanhadas, representa o tempo de acompanhamento da criança

no estudo em anos. Foi utilizado o teste Mann-Whitney para comparar a incidência de diarreia

aguda por criança/ano entre o grupo de crianças <6 meses e ≥6 meses.

Para verificar associações entre as infecções intestinais e diarreia aguda, e o estado

nutricional das crianças, foi realizada regressão linear univariada e multivariada, esta última

ajustada com as variáveis sexo, idade, velocidade de ganho de peso, tipo de aleitamento até o

6º mês de vida, aleitamento até um e dois anos de idade, uso de mamadeira, alimentação

complementar (diversidade mínima adequada de alimentos, frequência mínima de alimentos

sólidos, semi-sólidos ou pastosos, e consumo de alimentos fonte de ferro) (164), e proteína C

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reativa no início e no final do estudo. As variáveis nutricionais incluídas no modelo foram a

diferença entre os resultados no final e início do estudo dos índices antropométricos e dos

biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio. As infecções por enteropatógenos e a diarreia

aguda foram incluídas no modelo como o número de ocorrências dividido pelo número de

amostras de fezes entregues em todo o seguimento, para corrigir possível viés por perda de

informação. Foram incluídos na análise multivariada apenas os patógenos que se mostraram

associados de forma significativa na análise univariada.

RESULTADOS

Foram envolvidas no estudo 153 crianças com idade média de 6,6 (±2,0) meses, das

quais 59 (39%) eram do sexo masculino. Dentre essas crianças, 151 tiveram o sangue colhido.

Cento e vinte e três crianças (80%) permaneceram no estudo até os 18 meses de seguimento.

Aos 12 meses de seguimento, 127 crianças foram avaliadas quanto à qualidade da

alimentação complementar. A média de idade das crianças foi 17,8 (±2,0) e 23,9 (±1,9) meses

aos 12 e 18 meses de seguimento.

Dentre as 153 crianças envolvidas no estudo, 144 (95%) apresentaram vacinação

completa para a idade, e 139 (92%) apresentaram vacinação completa contra rotavirus. Cento

e quarenta e quatro crianças (94%) viviam em casa de concreto e nove (6%) viviam em casa

de taipa. Com relação ao saneamento básico, 98 (64%) crianças tinham suprimento de água

encanada em suas casas, 52 (34%) os pais obtinham água do poço, e três (2%) obtinham água

de superfícies. Dezoito (12%) crianças viviam em casas com esgoto encanado, e 121 (79%)

em casas com fossa. Quatorze (9%) crianças não possuíam nenhum tipo de esgotamento

sanitário em suas casas (TABELA 1).

Dentre as 127 crianças que participaram da avaliação da qualidade da alimentação

complementar, 123 (97%) e 63 (50%) receberam leite materno até o 1º e 2º ano de vida,

respectivamente, e 76 (60%) faziam uso de mamadeira. Cento e vinte e cinco (98%) crianças

receberam alimentos complementares na diversidade mínima recomendada (alimentos de

quatro ou mais grupos alimentares), 101 (79%) receberam alimentos sólidos, semi-sólidos ou

pastosos na frequência mínima recomendada, e 117 (92%) receberam alimentos fonte de

ferro.

Foram coletadas 1.666 amostras de fezes do início ao final dos 18 meses de

seguimento, sendo que 120 (79%) crianças entregaram mais de 10 amostras de fezes ao longo

do seguimento. Foram observados 116 episódios de diarreia aguda em 18 meses de

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87

seguimento, dos quais 8 (7%) estiveram associados à presença de Ascaris lumbricoides nas

fezes, 3 (3%) associados à presença de Endolimax nana, 3 (3%) associados ao rotavirus, 2

(2%) a Giardia lamblia, 1 (1%) associado à coexistência de Endolimax nana e Giardia

lamblia, e 1 (1%) à presença de Strongiloides stercoralis nas fezes das crianças, perfazendo

total de 18 (16%) episódios de diarreia associados à presença de helmintos, protozoários e

rotavirus nas fezes.

A Tabela 2 mostra o número de resultados positivos para os patógenos avaliados nas

fezes das crianças ao longo de 18 meses de seguimento. Os patógenos mais frequentes foram

Ascaris lumbricoides (35%), Giardia lamblia (25%) e rotavirus (20%). Dentre as 153 crianças

envolvidas no estudo, 65 (43%) apresentaram pelo menos um resultado positivo para qualquer

helminto, variando de um a sete resultados positivos para cada criança em 18 meses de

seguimento, e 96 (63%) crianças apresentaram pelo menos um resultado positivo para

qualquer patógeno intestinal avaliado, variando de um a sete resultados positivos para cada

criança em 18 meses de seguimento. Sessenta crianças (39%) apresentaram pelo menos um

episódio de diarreia aguda, sendo que 34 (22%) apresentaram apenas um episódio e 26 (17%)

apresentaram 2 a 10 episódios ao longo do seguimento. Foi observada incidência global de

0,59 ± 1,65 episódios de diarreia aguda por criança/ano, sendo 0,61 ± 1,53 entre crianças <6

meses e 0,59 ± 1,72 entre crianças ≥6 meses de idade. Não foi observada diferença

significativa entre a incidência de diarreia aguda por criança/ano entre os estratos etários

avaliados (p = 0,802). A frequência de infecções por patógenos intestinais e de episódios de

diarreia aguda não foram diferentes entre as crianças com idade < 6 e ≥ 6 meses (p >0,005)

(TABELA 2).

Foi observado apenas um resultado positivo para ancilostomídeos, Enterobius

vermicularis e Schistosoma mansoni ao longo de todo o seguimento e, portanto, esses

patógenos foram excluídos da regressão linear univariada. A análise univariada demonstrou

associação positiva significativa entre o número de infecção por qualquer patógeno intestinal

e a diferença da concentração de hemoglobina do início ao final do estudo (β = 0,185; p =

0,041), e associação negativa significativa entre o número de infecção por rotavirus e a

diferença da concentração de cobre plasmático (β = -0,178; p = 0,049), e entre o número de

episódios de diarreia aguda e a diferença da concentração de zinco plasmático do início ao

final do estudo (β = -0,282; p = 0,002).

Em análise multivariada, foi mantida associação negativa entre diarreia aguda e

zinco plasmático (β = -0,265; p = 0,018) ao longo de 18 meses de seguimento após ajuste com

sexo, idade, velocidade de ganho de peso, aleitamento materno, qualidade da alimentação

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complementar, peso/estatura, estatura/idade, e proteína C reativa. Em análise multivariada, o

número de episódios de diarreia aguda também se mostrou associado de forma negativa à

ferritina plasmática ao longo do seguimento (β = -0,253; p = 0,011). O número de resultado

positivo por qualquer patógeno intestinal esteve associado de forma positiva ao cobre

plasmático (β = 0,262; p = 0,049), e de forma negativa à circunferência braquial/idade (β = -

0,257; p = 0,044) ao longo do seguimento, após ajuste com as co-variáveis estudadas

(TABELA 3).

Outras variáveis se mostraram significativamente associadas à concentração dos

biomarcadores de ferro e aos parâmetros antropométricos. Foi observada associação positiva

entre a idade das crianças (β = 0,371; p = 0,007) e a manutenção do aleitamento materno até

um ano de vida (β = 0,267; p = 0,012) com a ferritina plasmática do início ao final do estudo.

Foi observada associação positiva entre a manutenção do aleitamento materno até um ano de

vida, o peso/estatura e a estatura/idade com a concentração de hemoglobina do início ao final

do seguimento.

Foi observada associação negativa entre o sexo feminino e o peso/estatura das

crianças (β = -0,210; p = 0,046). A velocidade de ganho de peso esteve associada de forma

negativa ao peso/estatura (β = -0,370; p = 0,012) e à estatura/idade (β = -0,508; p = 0,000) das

crianças do início ao final do estudo. O uso de mamadeira esteve associado de forma positiva

com a circunferência braquial/idade (β = 0,234; p = 0,048), e o consumo de alimento fonte de

ferro com a PCT/idade (β = 0,262; p = 0,028) (TABELA 3).

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TABELA 1 – Características socioambientais e vacinação dos lactentes em estudo

Característica Subcategoria N (%)

Vacinação Completa 144 (95)

Vacinação contra rotavirus 1ª dose 148 (98)

Completa 139 (92)

Construção da casa Taipa 9 (6)

Concreto 144 (94)

Número de pessoas/cômodo > 3 5 (3)

2-3 21 (14)

< 2 127 (83)

Suprimento de água Superfície 3 (2)

Poço 52 (34)

Encanada 98 (64)

Esgotamento sanitário Nenhum 14 (9)

Fossa 121 (79)

Encanado 18 (12)

Nota: N total = 153

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TABELA 2 – Número de resultados positivos para helmintos, protozoários e rotavirus nas

fezes de lactentes e número de episódios de diarreia aguda ao longo de 18

meses de seguimento

Patógeno/Diarreia

Total

N (%)

Idade (meses)¹

< 6 ≥ 6

Total 153 (100) 59 (38,6) 94 (61,4)

Ascaris lumbricoides

0 99 (64,7) 41 (41,4) 58 (58,6)

1 29 (19,0) 10 (34,5) 19 (65,5)

2 13 (8,5) 4 (30,8) 9 (69,2)

3 7 (4,6) 4 (57,1) 3 (42,9)

4 3 (2,0) 0 (0,0) 3 (100,0)

5 1 (0,7) 0 (0,0) 3 (100,0)

7 1 (0,7) 0 (0,0) 3 (100,0)

Trichuris trichiura

0 147 (96,1) 57 (38,8) 90 (61,2)

1 6 (3,9) 2 (33,3) 4 (66,7)

Ancilostomídeos

0 152 (99,3) 59 (38,8) 93 (61,2)

1 1 (0,7) 0 (0) 1 (100,0)

Enterobius vermicularis

0 152 (99,3) 59 (38,8) 93 (61,2)

1 1 (0,7) 0 (0,0) 1 (100,0)

Schistosoma mansoni

0 152 (99,3) 59 (38,8) 93 (61,2)

1 1 (0,7) 0 (0,0) 1 (100,0)

Strongiloides stercoralis

0 151 (98,7) 59 (39,1) 92 (60,9)

1 1 (0,7) 0 (0,0) 1 (100,0)

2 1 (0,7) 0 (0,0) 1 (100,0)

Hymenolepis nana

0 144 (92,9) 46 (39,0) 72 (61,0)

1 9 (7,1) 3 (33,3) 6 (66,7)

Endolimax nana

0 143 (94,1) 56 (39,2) 87 (60,8)

1 10 (5,9) 3 (30,0) 7 (70,0)

Giardia lamblia

0 115 (75,2) 49 (42,6) 66 (57,4)

1 27 (17,6) 5 (18,5) 22 (81,5)

2 11 (7,2) 5 (45,5) 6 (54,5)

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91

-continuação-

Patógeno/Diarreia

Total

N (%)

Idade (meses)¹

< 6 ≥ 6

Rotavírus

0 123 (80,4) 51 (41,5) 72 (58,5)

1 25 (16,3) 7 (28,0) 18 (72,0)

2 5 (3,3) 1 (20,0) 4 (80,0)

Diarreia aguda

0 93 (60,8) 37 (39,8) 56 (60,2)

1 34 (22,2) 10 (29,4) 24 (70,6)

2 9 (5,9) 3 (33,3) 6 (66,7)

3 11 (7,2) 6 (54,5) 5 (45,5)

4 4 (2,6) 1 (25,0) 3 (75,0)

5 1 (0,7) 1 (100,0) 0 (0,0)

10 1 (0,7) 1 (100,0) 0 (0,0) NOTA: ¹ p> 0,05 para todos

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TABELA 3 – Regressão linear multivariada entre patógenos intestinais, diarreia aguda e variáveis nutricionais em 18 meses de seguimento

Variáveis

independentes

Δ Ferritina

(ng/ml) Δ Hb

(mg/dl)

Δ Zn P

(µmol/l)

Δ Cu P

(µmol/l)

Δ P/E

(escore-Z) Δ E/I

(escore-Z)

Δ PCT/I

(escore-Z)

Δ CB/I

(escore-Z)

β valor

p β valor

p β valor

p β valor

p β valor

p β valor

p β valor

p β valor

p

Sexo feminino -0,090 0,343 -0,091 0,363 -0,022 0,840 -0,082 0,446 -0,210 0,046 0,024 0,791 -0,067 0,532 -0,026 0,801

Idade (meses) 0,371 0,007 -0,185 0,190 0,061 0,694 -0,241 0,110 -0,259 0,082 0,047 0,718 -0,138 0,361 0,161 0,278

Velocidade de GP (g/mês) 0,191 0,192 0,013 0,933 -0,209 0,226 -0,085 0,605 -0,370 0,012 -0,508 0,000 -0,225 0,136 -0,088 0,548

Tipo de aleitamento1 0,006 0,955 0,149 0,200 -0,103 0,414 -0,001 0,995 -0,096 0,440 -0,025 0,815 -0,128 0,307 -0,186 0,132

Aleitamento materno até 1 ano 0,267 0,012 0,250 0,025 -0,054 0,650 0,196 0,098 -0,011 0,925 0,004 0,970 -0,036 0,749 -0,143 0,196

Aleitamento materno até 2 anos -0,041 0,731 -0,091 0,471 0,061 0,661 -0,052 0,699 -0,035 0,796 0,005 0,968 0,129 0,352 -0,050 0,714

Uso de mamadeira -0,197 0,063 -0,129 0,246 -0,150 0,209 -0,107 0,365 0,153 0,197 -0,014 0,893 0,178 0,138 0,234 0,048

Diversidade mínima adequada2 -0,006 0,958 0,083 0,445 0,080 0,495 -0,055 0,637 0,016 0,892 -0,008 0,940 -0,137 0,251 0,061 0,597

Consistência da AC3 0,073 0,492 0,029 0,798 -0,038 0,754 -0,058 0,627 -0,036 0,767 0,001 0,995 0,157 0,204 -0,024 0,839

Alimentos fonte de ferro4 0,013 0,899 0,130 0,228 0,097 0,403 0,131 0,256 0,045 0,697 0,040 0,692 0,262 0,028 0,035 0,761

Δ P/E (escore -Z) 0,045 0,647 0,315 0,003 0,094 0,405 -0,045 0,685 NA NA NA NA NA NA NA NA

Δ E/I (escore-Z) 0,068 0,547 0,246 0,041 -0,006 0,965 0,215 0,094 NA NA NA NA NA NA NA NA

Diarreia aguda5 -0,253 0,011 -0,065 0,525 -0,265 0,018 -0,034 0,760 0,089 0,412 -0,163 0,086 -0,014 0,896 0,050 0,644

Qualquer patógeno5 -0,068 0,559 0,101 0,412 -0,092 0,489 0,262 0,049 -0,228 0,080 -0,066 0,559 -0,134 0,300 -0,257 0,044

Rotavírus5 0,147 0,168 0,105 0,347 0,097 0,419 -0,119 0,322 0,065 0,585 0,012 0,908 -0,052 0,670 0,077 0,518

PCR inicial (ng/ml) 0,215 0,050 -0,099 0,389 -0,053 0,664 -0,161 0,191 -0,182 0,133 0,113 0,282 0,001 0,992 -0,166 0,160

PCR final (ng/ml) -0,233 0,018 0,148 0,150 -0,066 0.546 -0,181 0,098 0,069 0,526 0,103 0,278 0,030 0,786 0,027 0,803 NOTA: Hb= hemoglobina; Zn P= zinco plasmático; Cu P= cobre plasmático; P/E= peso/estatura; E/I= estatura/idade; PCT/I= prega cutânea tricipital/idade; CB/I= circunferência

braquial/idade; GP= ganho de peso; AC= alimentação complementar; PCR= proteína C reativa; NA= não se aplica. Δ = diferença entre a concentração aos 18 meses de seguimento - a

concentração no início do estudo. β= beta. ¹1= fórmula infantil ou leite de vaca (referência), 2 = aleitamento materno complementado, 3 = aleitamento materno exclusivo; 2criança de seis

a 23 meses que recebeu alimentos de quatro ou mais grupos no dia anterior; 3 ≥ 2 x/dia para crianças amamentando no seio materno; ≥ 3 x/dia para crianças que recebem leite humano na

colher, copo ou mamadeira; ≥ 4 x/dia para crianças que não recebem leite materno; 4criança de seis a 23 meses que recebeu alimentos ricos ou fortificados em ferro no dia anterior (164);

5numero de episódios em 18 meses de seguimento.

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93

DISCUSSÃO

No presente estudo 63% dos lactentes apresentaram pelo menos um episódio de

infecção intestinal até completarem idade média de 24 meses, demonstrando existência de

exposição precoce a parasitas intestinais nessa população. Alvarado e Vásquez (2006), ao

avaliarem crianças colombianas menores de 18 meses de idade, observaram prevalência de

30,6% de infecção intestinal, sendo a maioria das infestações por helmintos (Ascaris

lumbricoides, Trichuris trichiura e Strongiloides stercolaris), seguido por Giardia lamblia

(245), semelhante ao presente estudo em que também foi observada maior frequência de

Ascaris lumbricoides e Giardia lamblia. Rotavirus foi o terceiro patógeno mais frequente na

população estudada, demonstrando que a rotavirose ainda é relevante nessa faixa etária,

apesar da ampla cobertura vacinal observada. Entretanto, a maioria dos casos de rotavirose

nesse estudo foi assintomática, visto que apenas 3% dos casos de diarreia aguda estiveram

associados a resultado positivo para rotavirus nas fezes. Esse resultado é semelhante aos

achados de outros estudos que mostram redução expressiva do número de casos e da

gravidade da rotavirose no Brasil, após a inclusão da vacina contra rotavirus no Programa

Nacional de Imunização (155, 246, 247). Apenas 16% dos episódios de diarreia estiveram

associados à infecção pelos patógenos intestinais avaliados, e não houve nenhum caso grave

de diarreia, visto que nenhuma criança foi hospitalizada por esse motivo durante o

seguimento. Outros patógenos intestinais não avaliados nesse estudo poderiam estar

associados aos episódios de diarreia aguda observados, como norovírus, adenovírus,

sapovírus e bactérias enteropatogênicas (127, 248).

É muito provável que a ampla cobertura vacinal contra rotavirus também tenha

contribuído para a baixa incidência de diarreia aguda observada (0,59 episódios por

criança/ano). Revisão da literatura demonstrou redução da incidência de diarreia aguda em

países das Américas, de 4,6 (IC95% 3,4-5,8) no ano de 1990, para 4,1 (IC 95% 2,9-5,2)

episódios por criança/ano em 2010, entre crianças de 0 a 5 meses de idade. A incidência entre

crianças de 6 a 11 meses de idade também apresentou declínio nas duas décadas avaliadas, de

7,0 (IC95% 5,3-8,4) para 6,2 (IC95% 4,7-7,5) (130). É importante ressaltar que desde o ano

2006 a vacinação contra rotavirus é oferecida gratuitamente no Brasil, e após essa data, outros

autores demonstraram incidência de 0,87 episódios de diarreia aguda por criança/ano em

2007, e de 0,52 em 2008, entre crianças menores de um ano de idade residentes na capital do

estado de Sergipe (247). É possível que no presente estudo, a incidência de diarreia aguda

tenha sido subestimada pela provável dificuldade do responsável pela criança em reconhecer

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um episódio de diarreia (249), embora a incidência observada tenha sido semelhante à

descrita no ano 2008 no estudo citado (247).

Para cada episódio de diarreia aguda foi observada redução de 0,25 ng/ml e 0,26

µmol/l na concentração de ferritina e de zinco plasmático, sugerindo espoliação desses

nutrientes por perda nas fezes. Resultado semelhante foi observado por outros autores que

descreveram associação positiva entre diarreia e anemia por deficiência de ferro (250).

Associação entre zinco e diarreia foi inicialmente documentada em estudos observacionais

que descreveram aumento da perda fecal de zinco, balanço negativo de zinco corporal, e

redução na concentração tecidual desse nutriente entre crianças com diarreia (136). Mais

recentemente, ensaios clínicos demonstraram que crianças que receberam suplementação de

zinco apresentaram episódios mais curtos de diarreia, redução na perda fecal diária, e

apresentam menor risco de apresentar diarreia prolongada (251).

São conhecidos os efeitos de infestações helmínticas, mais especificamente

ancilostomídeos e Trichuris trichiura, sobre a espoliação de ferro com consequente anemia no

hospedeiro (148, 239, 240). No presente estudo não foi observada associação entre nenhum

desses parasitas intestinais e a concentração de ferritina e hemoglobina nas crianças,

possivelmente pela baixa frequência de infestação por esses vermes. Similar resultado foi

descrito por outros autores (252). Estudos demonstraram associação negativa entre infestação

por Ascaris lumbricoides e por Giardia lamblia e a massa corporal de crianças, como

consequência da espoliação de nutrientes e hiporexia decorrentes do parasitismo (197, 232).

Apesar de no presente estudo a frequência de infestação por ambos parasitas ter sido

relevante, não foi observada associação entre esses vermes e os parâmetros antropométricos

das crianças em estudo. Baixa carga parasitária na população estudada poderia explicar a

ausência de associação com a massa corporal (197), embora a análise quantitativa dos

parasitos intestinais não tenha sido mensurada no presente estudo. Entretanto, foi observada

associação entre o número de infecção por qualquer patógeno intestinal no decorrer dos 18

meses de seguimento e o índice CB/idade, parâmetro que avalia a adequação da massa

corporal (5). Resultado semelhante foi descrito por outros autores ao observarem que crianças

menores de 18 meses com infestações mistas (helmintos e protozoários) apresentaram maior

chance de déficit de massa corporal (245).

Com relação aos micronutrientes, não foram observadas associações com patógenos

específicos na análise multivariada. Esse achado é semelhante aos de estudo anterior em que

não foi observada alteração significativa nas concentrações séricas de zinco, cobre e selênio

em crianças escolares infestadas com Giardia lamblia e Enterobius vermicularis em relação

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ao grupo controle (151). Entretanto, outros estudos demonstraram redução na concentração

plasmática de zinco em crianças com giardíase (137, 253). Infecção por rotavirus esteve

associada à concentração plasmática de cobre em análise univariada, mas após ajustes na

análise multivariada, essa associação foi perdida. Entretanto, na análise ajustada, a cada

ocorrência de infecção por qualquer patógeno, foi observado incremento de 0,26 µmol/l no

cobre plasmático, o que pode ser resultado do efeito do processo inflamatório, uma vez que a

concentração de ceruloplasmina aumenta na inflamação, como resultado de maior síntese

hepática, e em consequência, o cobre, seu constituinte, também apresenta elevação no plasma

(254).

Outras variáveis além dos patógenos intestinais se mostraram associadas ao estado

nutricional das crianças na análise multivariada. Os lactentes que mantiveram o aleitamento

materno até o 1° ano de vida apresentaram aumento de 0,27 ng/ml na concentração de

ferritina plasmática e de 0,25 mg/dl na concentração de hemoglobina do início ao final do

seguimento, em relação às crianças que descontinuaram o aleitamento materno nesse período,

semelhante aos achados de outros autores (255). O leite materno, principalmente em

populações pobres representa fator de proteção contra quadros infecciosos intestinais e

consequente perda de nutrientes, incluindo o ferro (256). A associação negativa entre diarreia

aguda e a concentração de ferritina plasmática observada no presente estudo reforça essa

hipótese.

Para cada unidade em escore-z dos índices peso/estatura e estatura/idade, observou-

se aumento em 0,31 e 0,24 mg/dl na concentração de hemoglobina, sugerindo que crianças

que consomem maior quantidade de calorias e proteína são também aquelas com melhor

adequação de ferro e outros micronutrientes necessários para a eritropoiese. Dados

semelhantes foram descritos por outros autores ao observarem que o índice estatura/idade < -1

foi fator de risco para anemia em crianças menores de dois anos de idade (257).

Crianças com maior velocidade de ganho de peso do nascimento até a idade de 6,6 ±

02 meses apresentaram menor incremento nos índices peso/estatura e estatura/idade ao final

dos 18 meses de seguimento. Esses achados sugerem que as crianças com menor velocidade

de ganho de peso no início do primeiro ano de vida apresentaram como forma de recuperação

do crescimento (fenômeno catch-up growth), maior incremento pôndero-estatural ao final dos

dois anos de idade.

Lactentes que ingeriram alimentos fonte de ferro apresentaram maior incremento no

tecido adiposo, avaliado pelo índice PCT/idade. Os farináceos enriquecidos com ferro são

incluídos como alimentos fonte de ferro no formulário utilizado no presente estudo (164).

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Portanto, a variável ‘alimentos fonte de ferro’ pode representar associação indireta entre o

consumo de farináceos e o maior incremento de tecido adiposo entre os lactentes avaliados.

Essa hipótese é reforçada pela associação positiva observada entre o uso de mamadeira e o

incremento na circunferência braquial/idade, que se trata de um índice composto, que avalia

tanto a massa muscular, quanto a adiposa. Foi demonstrando em estudo anterior que a maioria

das crianças menores de dois anos de idade de estrato social vulnerável recebia mamadeiras

com farináceos em quantidade que ultrapassava a recomendação internacional do conteúdo de

carboidrato para fórmulas de seguimento (5,7 a 8,6 g/100 ml) (258).

Em conclusão, foi observada alta frequência de infecção intestinal global em idade

precoce na população em estudo, sendo os helmintos e protozoários os patógenos mais

incidentes. Foi observada ampla cobertura vacinal contra rotavírus na apopulação avaliada, e

baixa incidência de diarreia aguda em relação aos valores descritos anteriormente à vacinação.

Helmintos, protozoários e rotavirus não estiveram associados às concentrações dos

biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio. Entretanto, o número de infecções por

patógenos intestinais exerceu efeito negativo sobre a massa corporal das crianças e o número

de episódios de diarreia aguda se mostrou associado à espoliação dos estoques de ferro e de

zinco plasmático.

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97

CAPÍTULO 6

DISCUSSÃO GERAL

A originalidade desse trabalho se destaca pela avaliação de biomarcadores de

elementos-traço em lactentes e suas evoluções nos primeiros 2 anos de vida, o que ainda é

alvo de discussão e questionamentos, visto que não se conhece a real magnitude de carências

nessa faixa etária e os valores de referência adequados para classificar essas deficiências.

Nesse aspecto se pauta a relevância desse estudo e a necessidade de mais estudos para melhor

conhecimento do tema. Outro aspecto inovador desse estudo se baseia na avaliação dos

efeitos da diarreia aguda e de enteroinfecções sobre o estado nutricional de lactentes, em

termos bioquímicos e antropométricos. Apesar da pequena amostra avaliada em relação à

população infantil brasileira, esse trabalho aponta problemas nutricionais que merecem

maiores investigações, talvez em âmbito nacional, visando a minimizar desvios nutricionais

futuros muitas vezes irreversíveis.

Na população avaliada foi observada baixa incidência de diarreia aguda entre

lactentes no ambiente domiciliar e maior proporção de infestação por helmintos e

protozoários em relação à infecção por rotavirus, que foi predominantemente assintomática.

Esse quadro sugere mudança do perfil epidemiológico da diarreia aguda e das enteroinfecções

em lactentes nessa população, tendo em vista que antes da vacinação rotineira contra rotavirus

no Brasil a incidência de diarreia aguda atingia valores até cinco vezes maiores que o

observado, e não havia informação sobre a ocorrência da rotavirose assintomática (131, 259).

Velázquez et al., 1993 acompanharam 200 crianças mexicanas do nascimento até os

dois anos de vida em período anterior à vacinação contra rotavirus e observaram incidência de

diarreia aguda de 3,2 episódios por criança/ano. Nesse mesmo estudo, 77% das crianças

apresentaram pelo menos um quadro de infecção por rotavirus, dos quais 50% eram

sintomáticos (260).

Enteroinfecções repetidas por qualquer espécie determinaram menor incremento de

massa corporal, e maior número de episódios de diarreia aguda determinaram queda na

concentração de ferritina e zinco plasmáticos em lactentes. Entretanto, a baixa incidência de

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diarreia aguda na população estudada e, em contrapartida, as altas taxas de deficiência de

micronutrientes em idade tão precoce, permitem levantar a hipótese de que esse quadro

nutricional também seja resultado de práticas alimentares inadequadas desde a gestação das

crianças, repercutindo em baixos estoques corporais desses nutrientes, que se mantiveram

baixos até os dois anos de idade.

Elevada taxa de anemia foi observada no início do estudo, representando população

de alto risco de acordo com a classificação da OMS (175). Apesar do Programa Nacional de

Suplementação de Ferro em crianças de 6 a 18 meses de idade, implantado no Brasil em 2005,

os registros nacionais mostram que as crianças de Laranjeiras começaram a receber a

suplementação em 2010, ano em que o estudo iniciou (261). A alta prevalência de anemia e

de deficiência de ferro em crianças menores de seis meses de idade demonstra o quão precoce

as carências nutricionais se estabelecem nessa população, a ponto do leite materno não suprir

as necessidades de ferro apesar da alta biodisponibilidade nesse alimento (185). Foi

observado em revisão da literatura que os lactentes não dependem de fontes alimentares de

ferro até atingirem idade entre 4 a 6 meses, quando os estoques corporais desse nutriente são

exauridos. Entretanto, a depender do estoque formado pela criança durante a gestação, essa

independência de fontes alimentares pode terminar mais cedo, podendo haver necessidade de

suplementar ferro em crianças menores de seis meses de idade, mesmo naquelas em

aleitamento materno exclusivo (262). No entanto, a alta taxa de anemia refratária à

suplementação de ferro observada no presente estudo sugere que a carência múltipla de

micronutrientes em populações pobres precisa ser considerada como etiologia da anemia

carencial. Na população avaliada, o zinco se mostrou importante na evolução da concentração

de hemoglobina ao longo do seguimento, embora a deficiência de outros nutrientes não

avaliados também possa ter contribuído para a manutenção de elevada taxa de anemia, apesar

da suplementação de ferro (25, 219).

Estudos demonstram ocorrência concomitante de deficiência de ferro e de zinco,

tanto em crianças, quanto em adultos (263-266), possivelmente pelo fato de ambos

micronutrientes serem obtidos pela mesma fonte alimentar, como as carnes, e por terem

inibidores da absorção similares, como os fitatos (25, 265). Desta forma, apesar de ainda não

existir um marcador fidedigno de avaliação corporal de zinco, o fato de a população avaliada

ter apresentado alta prevalência de deficiência de ferro, sugere que as baixas concentrações de

zinco plasmático e eritrocitário sejam reflexo da carência desse micronutriente, concomitante

à carência de ferro. Segundo alguns autores, embora a deficiência grave de zinco seja rara, a

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deficiência leve a moderada é bastante comum em todo o mundo (96). No presente estudo não

foi observada associação entre os níveis corporais de zinco e o déficit de estatura, como

descrevem alguns autores (267). Entretanto, os níveis de zinco estiveram associados ao

número de episódios de diarreia e à concentração de hemoglobina. Esses achados reforçam a

existência de carência de zinco na população de lactentes avaliada e a necessidade de

avaliação desse mineral em crianças que apresentam deficiência de ferro (268).

Com relação ao elemento-traço cobre, as medidas desse mineral no plasma, soro e

sangue total não avaliam de forma exata o estado nutricional dos indivíduos em relação a esse

nutriente (25). Apesar de alguns autores considerarem o cobre eritroctiário como parâmetro

fidedigno (27) e as crianças avaliadas terem demonstrado baixas concentrações desse

biomarcador em todo o seguimento, estudos sugerem que a deficiência desse mineral seja

rara, e, portanto, a baixa concentração de cobre nos eritrócitos nessa população pode ser

reflexo da dinâmica de compartimentalização e distribuição corporal desse nutriente no

processo de crescimento físico (109).

Na população estudada foi observado que a grande maioria dos lactentes apresentou

baixa concentração de selênio plasmático, biomarcador considerado fidedigno para avaliar os

níveis corporais desse nutriente (29, 30). Devido à escassez de estudos que avaliem o estado

nutricional de crianças em relação ao selênio, sugerem-se mais estudos para verificar a real

dimensão dessa carência em lactentes e possíveis consequências futuras.

Em contradição ao quadro de deficiência de micronutrientes, o perfil antropométrico

das crianças avaliadas indica maior susceptibilidade ao excesso de peso do que ao déficit,

corroborando com a transição epidemiológica nutricional descrita no Brasil, com redução dos

casos de subnutrição e elevação dos casos de sobrepeso e obesidade (72). A coexistência de

sobrepeso e de deficiência de micronutrientes resulta no fenômeno chamado double burden of

malnutrition, em que se tem risco aumentado de doenças associadas tanto ao excesso, quanto

à falta de nutrientes (269). Nutrição sub-ótima em idades precoces pode trazer consequências

à saúde em décadas futuras. O peso na infância é o preditor mais crítico da obesidade na idade

adulta (270), e macro e micronutrientes modulam mecanismos epigenéticos importantes no

início da vida, mediando o risco de doenças crônicas futuras, como hipertensão arterial,

diabetes e doenças cardiovasculares (189, 271, 272). No presente estudo, o rápido ganho de

peso do 6⁰ ao 24⁰ mês de vida foi um importante preditor de sobrepeso no início da idade pré-

escolar, o que representa maior risco de doenças crônicas em idade mais avançada. Portanto, é

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importante ter cautela ao encorajar o rápido ganho ponderal em lactentes, tendo em vista à

saúde futura (271).

O sobrepeso na fase inicial da vida extra-uterina demonstrou ser importante

determinante de sobrepeso na infância e, por este ser um período crítico caracterizado por alta

plasticidade, desvios antropométricos tão precoces podem produzir alterações persistentes no

funcionamento do organismo (272). Outro fator que se mostrou determinante da massa

corporal nessa população foi o número de enteroinfecções no início da infância.

Por outro lado, a população estudada apresentou deficiências múltiplas de

micronutrientes, sendo que o número de episódios de diarreia aguda e a interrupção do

aleitamento materno antes da criança completar um ano de idade foram os principais fatores

associados. Tendo em vista os potenciais danos à saúde futura em consequência dos extremos

nutricionais observados em idade tão precoce, recomendam-se intervenções nutricionais

durante a gestação e no primeiro ano de vida extra-uterina, visando tanto à prevenção do

sobrepeso infantil, quanto à prevenção ou correções de carências de micronutrientes.

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CAPÍTULO 7

CONCLUSÕES

No presente estudo, após descrição do estado nutricional dos lactentes, em termos

antropométricos e bioquímicos, e da evolução antropométrica e dos biomarcadores avaliados,

bem como da associação desses parâmetros com enteroinfecções e episódios de diarreia

aguda, concluiu-se:

Características Gerais

O perfil nutricional dos lactentes avaliados foi caracterizado por carência múltipla de

micronutrientes, declínio do crescimento físico e aumento da adiposidade nos dois primeiros

anos de vida. Esse quadro representa problema nutricional duplo, com possíveis

consequências futuras negativas, tanto pelo desvio nutricional ligado ao excesso, quanto à

falta de nutrientes.

Conclusão dos artigos

Objetivo específico 1- Descrever a prevalência de deficiência de ferro, zinco, cobre e

selênio, e associações com o estado ponderal de lactentes.

Artigo 1- Trace elements and weight status among low income infants in Brazil

a- Na população avaliada foi observada alta prevalência de anemia e de deficiência de

ferro, zinco plasmático e eritrocitário, cobre eritrocitário e de selênio plasmático,

configurando quadro de carências múltiplas de micronutrientes. A maioria das

crianças avaliadas era eutrófica, sendo observada maior proporção de sobrepeso do

que de baixo peso. O estado ponderal dos lactentes avaliados não foi fator

determinante para as carências de micronutrientes observadas.

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Objetivo específico 2- Investigar a prevalência de sobrepeso e seus marcadores precoces

em lactentes ao longo de 18 meses de seguimento

Artigo 2- Infant overweight as early marker of childhood overweight in Brazil

a- Risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade foram mais prevalentes no grupo de

lactentes avaliados em comparação aos déficits de peso e de estatura. Ao longo de

18 meses de seguimento, os lactentes apresentaram declínio dos índices

relacionados ao crescimento físico e aumento da adiposidade, representando

problema nutricional duplo em idade precoce. O sobrepeso no início da vida

extra-uterina, episódios estáveis de sobrepeso nos primeiros 2 anos de vida e o

rápido ganho ponderal estiveram associados a maior risco de sobrepeso no início

da idade pré-escolar, representando marcadores precoces do sobrepeso infantil.

Objetivo específico 3- Descrever a evolução dos biomarcadores de ferro, zinco, cobre e

selênio ao longo de 18 meses de seguimento e associações mútuas entre esses

biomarcadores

Artigo 4- Anemia e concentrações de biomarcadores de ferro, zinco, cobre e selênio em

lactentes ao longo de 18 meses de seguimento

b- A concentração de zinco e cobre plasmáticos e de cobre eritrocitário

apresentaram aumento significativo ao longo do seguimento, possivelmente

devido a alterações fisiológicas com o avançar da idade. Entretanto, apesar do

aumento observado, as prevalências de deficiência de zinco plasmático e de zinco

e cobre eritrocitários se mantiveram elevadas em todo o seguimento. Apesar da

redução na prevalência de anemia e de deficiência de ferro com a suplementação

de sulfato ferroso, foi observada alta prevalência de anemia persistente. A

elevação na concentração de hemoglobina esteve associada ao declínio na

concentração de zinco eritrocitário, possivelmente devido à redistribuição desse

nutriente para a medula óssea com vistas à síntese de hemoglobina. Esse quadro

sugere que a carência múltipla de micronutrientes seja importante fator etiológico

da anemia carencial nessa população.

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Objetivo específico 4- Descrever o número de infecções por enteropatógenos e de

diarreia aguda e associações com o estado nutricional de lactentes ao longo de 18 meses

de seguimento

Artigo 4- Diarreia aguda, infecções intestinais e nutrição de lactentes

c- Na população estudada foi observada alta frequência de enteroinfecções em idade

precoce, sendo que Ascaris lumbricoides, Giardia lamblia e rotavírus foram os

patógenos mais incidentes. Foi observada ampla cobertura vacinal contra

rotavírus, o que possivelmente determinou baixa incidência de diarreia aguda

nessa população. Enteroinfecções reicidentes de forma global exerceram efeito

negativo sobre a massa corporal, e diarreia aguda reincidente exerceu efeito

negativo sobre a concentração de ferritina e de zinco plasmáticos nos lactentes

avaliados.

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhores pais ou responsáveis,

Nós somos pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe e de Liverpool na

Inglaterra e estamos fazendo uma pesquisa que gostaríamos que seu filho (a) fizesse parte.

Recentemente foi iniciada a vacinação contra o Rotavírus, que é um germe que causa

diarreia em crianças. Após o início da vacinação pode haver mudanças nos tipos desse vírus e

nós gostaríamos de saber como isto ocorre. Para isso estamos fazendo uma pesquisa onde

iremos acompanhar um grupo de crianças que moram aqui na região. Não importa se seu

filho/filha tomou ou não a vacina, nós queremos saber como as coisas acontecem nas duas

situações.

Como seu filho/filha tomou/não tomou a vacina, gostaríamos que ele/ela fizesse

parte da pesquisa. Para isso gostaríamos de acompanhar seu filho/filha durante dois anos e

todo mês coletar uma amostra de fezes. Se ele/ela tiver um episódio de diarreia gostaríamos

que o Sr./Sra. colhesse um pouco de fezes e levasse para o posto de saúde ou entregasse ao

agente de saúde que ele\ela se encarregará de nos entregar. Com isso poderemos saber quais

os tipos deste vírus e de outros vermes que estão ocorrendo em Aracaju. Sempre que o

Sr./Sra. levar uma amostra para o Centro de Saúde nós daremos outro vasinho para quando

ocorrer outra diarreia. Gostaríamos também que Sr./Sra. preenchesse um questionário cada

vez que ele/ela tiver diarreia.

No começo do estudo nós colheremos sangue do braço do seu filho (até 10 ml). Nós

também colheremos uma gota de sangue do dedo ou do calcanhar dele. Nós colheremos as

mesmas quantidades de sangue um e dois anos após o começo do estudo. Nós queremos

colher este sangue para fazer testes para anemia e ver como fica o estado nutricional do seu

filho se ele se infectar com vírus e vermes. Uma parte do sangue coletado do seu filho será

armazenada no laboratório da Universidade Federal de Sergipe em Aracaju, inicialmente por

cinco anos, e se houver interesse, por mais tempo.

A coleta de sangue para exames deve causar uma pequena dor quando a agulha for

colocada no braço do seu filho. É muito comum as crianças chorarem nessa etapa. Mais tarde,

o braço pode ficar com alguns pontos roxos ou sangramento onde a agulha foi colocada e tem

chance de ficar infeccionado (isso raramente acontece). Algumas vezes, a coleta de sangue

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pode causar em algumas pessoas a sensação de escurecimento da vista ou mesmo desmaio.

Isso acontece raramente e a pessoa que vai tirar o sangue é treinada para saber resolver

situações assim.

A sua participação é voluntária, ou seja, se não quiser, o seu filho/filha não participa.

Também pode desistir de participar a qualquer momento sem nenhum problema para ele/ela.

O estudo trará o beneficio de sabermos se seu (sua) filho (a) tem algum tipo de

verme. Se identificarmos algum verme prescreveremos o remédio para ele\ela. Também, se

com o exame de sangue identificar alguma deficiência nutricional prescreveremos

suplementação para ele/ela. Além disso, a pesquisa será muito útil para que possamos

compreender essa doença e podermos preparar estratégias mais eficazes de combate e saber se

com a introdução da vacina para Rotavírus houve mudanças nos tipos deste germe ou dos

outros. O material será analisado em nosso laboratório inicialmente e depois levado para

Liverpool para novos exames. Os resultados desses exames não interferem no tratamento do

seu (sua) filho (a) e serão utilizados apenas para esta pesquisa. O resultado final somente será

conhecido no próximo ano e estarão à sua disposição se for do seu interesse.

Então solicitamos sua participação no estudo, mas se o senhor (a) não quiser

participar seu (sua) filho (a) será atendido da mesma forma e sem nenhum prejuízo.

As informações que colheremos são confidenciais e serão utilizadas apenas para este

estudo.

Qualquer dúvida pode ser esclarecida comigo agora ou com os responsáveis pela

pesquisa em Aracaju, o Dr. Ricardo Gurgel (Tel.: 9977-0480) ou a Dra Sarah (9193-3896).

Desde já ficamos gratos pela sua participação.

Prof. Dr. Ricardo Queiroz Gurgel

(UFS)

Declaração:

Declaro que entendi a explicação sobre o estudo e que concordo com a participação de

meu (minha) filho (a):

Nome: Data:

Assinatura:

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121

APÊNDICE B – FICHA DE CADASTRO

FICHA DE CADASTRO

IDENTIFICAÇÃO DATA DO CADASTRO: __/__/__

Nome: _______________________________________________ Nº:

Sexo: _________ Data de Nascimento: ___/___/___ Idade:

Endereço: ____________________________________________________________

Nome do pai: ___________________ Nome da mãe:

Agente Comunitário de Saúde: _________________ Centro de Saúde:

COMPOSIÇÃO FAMILIAR

Número de pessoas que residem na mesma casa: _________

NOME GRAU DE

PARENTESCO IDADE SEXO

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122

VACINAÇÃO

Completa para a idade ( ) Sim ( ) Não

Rotavírus

1ª dose: Recebeu? ( ) Sim ( ) Não 2ª dose: Recebeu? ( ) Sim ( ) Não

Cartão de vacina disponível? ( ) Sim ( ) Não Cartão de vacina disponível? ( ) Sim ( ) Não

Registro médico: Rotavírus 1ª dose? ( ) Sim

( ) Não ( ) Não sabe

Data da 1ª dose: ____/____/____

Registro médico: Rotavírus 2ª dose? ( ) Sim

( ) Não ( ) Não sabe

Data da 2ª dose: ____/____/____

CONDIÇÕES DE MORADIA

a) Tipo de casa: ( ) tijolo ( ) taipa ( ) palha ( ) papelão ( ) outro

b) Número de cômodos: _________

c) Água encanada: ( ) sim, dentro de casa ( ) sim, no quintal ( ) não

d) Origem da água: ( ) rede pública ( ) poço ( ) rio, lagoa ( ) outro

e) Sanitário: ( ) com descarga ( ) sem descarga ( ) casinha ( ) não tem

f) Esgoto: ( ) encanado ( ) fossa ( ) não tem

g) Vala aberta: ( ) sim, próximo ( ) sim, distante ( ) não

ALEITAMENTO MATERNO

1) ( ) Aleitamento materno exclusivo: _____ meses

2) ( ) Aleitamento materno predominante: ____ meses

3) ( ) Aleitamento materno complementado: ____ meses

4) ( ) Aleitamento artificial fórmulas: ________ meses

5) ( ) Aleitamento artificial leite de vaca ou outros mamíferos: ________meses

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO PROJETO ROTAVÍRUS/LARANJEIRAS:

INICIAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO E ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES

E CRIANÇAS JOVENS (TRADUZIDO OMS, 2010)

DATA: ____/____/_____

Nome da criança:

Posto de Saúde:

Nome do primeiro cuidador da criança:

Idade da criança:

Agente de Saúde:

Idade do primeiro cuidador da criança:

Nome do entrevistado:

ESTE QUESTIONÁRIO É PARA SER ADMINISTRADO AO CUIDADOR (USUALMENTE A

MÃE) DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS DE VIDA. SE A PESSOA QUE VOCÊ ESTÁ

CONVERSANDO NÃO É O CUIDADOR DA CRIANÇA, PEÇA PARA FALAR COM O

CORRESPONDENTE ADEQUADO.

A- INICIAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO

(IBF – INITIATION OF BREASTFEEDING)

No. Questões e filtros Código das categorias Pular/finalizar

questão

6 Qual a data de nascimento de

(Nome da criança)?

Peça documentos ou cartão da

criança.

Data: ____/____/____

7 Quantos meses de vida tem (nome

da criança)?

Confira as questões 6 e 7 para

verificar a consistência.

a) a data de nascimento anotada na

questão 6 é consistente com a

idade em meses na questão 7?

Se a resposta de “a” for ‘não’,

resolva as inconsistências.

A idade registrada deve ser

correta.

Idade completa em

meses: ( )

SIM .....................1

NÃO ...................2

8 Confirme com a mãe o nome NOME:

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completo da criança que está

sendo avaliada.

9 É do sexo masculino ou feminino? Masculino: ................1

Feminino: ................. 2

10 Você alguma vez amamentou

(Nome da criança)?

Sim: .......................... 1

Não: .......................... 2

finalize o módulo

No. Questões e filtros Código das categorias Pular/finalizar

questão

11 A mama foi oferecida logo após o

nascimento?

Se não foi imediatamente após o

nascimento, pergunte:

Quanto tempo após o nascimento

a mama foi oferecida?

Se foi menos que 1 hora após o

nascimento, marque ‘1’ e anote

‘00’ horas.

Se foi menos que 24 horas após o

nascimento, marque ‘1’ e anote o

número de horas completas, de 1 a

23.

Se foi mais de 24 horas após o

nascimento, marque ‘2’ e anote o

número de dias completos.

Imediatamente: ...... 000

Ou

Horas: ...........1

|___|___|

Ou

Dias: .....................2

|___|___|

B- ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES E CRIANÇAS JOVENS

(IYCF – INFANT AND YOUNG CHILD FEEDING)

No. Questões e filtros Código das

categorias

Pular/finalizar questão

5 Confira a questão do módulo IBF 7.

A criança é menor que 24 meses?

SIM ..................1

NÃO .................2

NÃO SABE ........8

finalize o módulo

finalize o módulo

6 (Nome da criança) recebeu

alguma vez leite materno?

SIM ..................1

NÃO .................2

vá para 7a

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NÃO SABE ........8 vá para 7a

7 (Nome da criança) mamou ontem

no seio materno durante o dia ou a

noite?

SIM ..................1

NÃO .................2

NÃO SABE ........8

vá para 8

7a Às vezes os bebês são alimentados

com leite materno de diferentes

formas, por exemplo, com colher,

copo ou mamadeira. Isso acontece

quando a mãe não pode estar

sempre com seu filho (a).

Algumas vezes o bebê é

amamentado por outra mulher, ou

recebe leite materno de outra

mulher com colher, copo ou

mamadeira ou outra forma. Isso

acontece se a mãe não pode

amamentar seu filho (a).

(Nome da criança) consumiu leite

materno em alguma dessas formas

ontem durante o dia ou a noite?

SIM ..................1

NÃO .................2

NÃO SABE ........8

8 Agora eu gostaria de perguntar

você sobre medicamentos e

vitaminas que às vezes são dadas a

crianças.

(Nome da criança) recebeu

alguma vitamina ou outra

medicação em gotas ontem durante

o dia ou noite?

SIM ..................1

NÃO .................2

NÃO SABE ........8

9 (Nome da criança) recebeu soro

ontem durante o dia ou noite?

SIM ..................1

NÃO .................2

NÃO SABE ........8

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LEIA AS QUESTÕES ABAIXO. LEIA A LISTA DE LÍQUIDOS UM POR UM E MARQUE SIM

OU NÃO, ADEQUADAMENTE. DEPOIS QUE COMPLETAR A LISTA, CONTINUE

PERGUNTANDO A QUESTÃO 11 (NO LADO DIREITO DA COLUNA) PARA OS ITENS (10B,

10C, E/OU 10F) ONDE O ENTREVISTADO RESPONDEU ‘SIM’.

No. Questões e filtros Código das categorias Questões e códigos das

categorias

10 Agora eu gostaria de te

perguntar sobre alguns

líquidos que (Nome da

criança)

SIM NÃO NÃO

SABE

11- Quantas vezes durante o

dia ou noite (Nome da

criança) bebeu (ITEM DA

LISTA – LEIA PARA OS

ITENS B, C E F, SE A

CRIANÇA CONSUMIU

ALGUM DELES).

ESCREVA ‘98’ SE NÃO

SOUBER.

A Água A ...... 1 2 8

B Fórmula infantil tipo Nan B....... 1 2 8 B. número de vezes ( )

C Leite tipo ‘de caixinha’, em

pó, ou fresco da fazenda? C....... 1 2 8 C. número de vezes ( )

D Suco de fruta ou suco de

saquinho ou caixinha

D.......

1

2

8

E Sopinha rala de legumes

e/ou arroz E....... 1 2 8

F Iogurte ou danoninho F....... 1 2 8 F. número de vezes ( )

G Gogó (mingau) G...... 1 2 8

H Outros líquidos, como água

de côco, chás e

refrigerantes?

H......

1

2

8

I Algum outro líquido I....... 1 2 8

12 Por favor, fale tudo que (Nome da criança) comeu ontem durante o dia ou noite, em casa ou fora

de casa.

a) Pense desde a hora que (Nome da criança) acordou ontem. (Nome da criança) comeu

alguma coisa neste horário? Se sim: fale tudo que (Nome da criança) comeu neste horário.

Investigar: Mais alguma coisa? Pergunte até o entrevistado dizer ‘ não, nada mais’. E

então, vá para a questão b).

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b) O que (Nome da criança) fez depois disso? (Nome da criança) comeu alguma coisa nessa

hora?

Se sim: Por favor, fale tudo que ele comeu nesse horário. Investigar: Mais alguma coisa?

Pergunte até o entrevistado dizer ‘ não, nada mais’.

REPITA A PERGUNTA b) ATÉ QUE O ENTREVISTADO DIGA QUE A CRIANÇA FOI

DORMIR ATÉ O DIA SEGUINTE.

SE O ENTREVISTADO MENCIONAR PREPARAÇÕES COM MAIS DE UM

INGREDIENTE COMO MINGAU, MOLHO OU GUISADO. INVESTIGUE:

c) Quais ingredientes tinham na preparação? Investigue: Mais alguma coisa? Até responder

‘nada mais’.

QUANDO O ENTREVISTADO FALAR OS ALIMENTOS, MARQUE O ALIMENTO

CORRESPONDENTE E CIRCULE ‘1’ NA COLUNA AO LADO DO GRUPO DE

ALIMENTOS. SE O ALIMENTO NÃO ESTIVER EM NENHUM DOS GRUPOS DE

ALIMENTOS, ESCREVA O ALIMENTO NO ESPAÇO CHAMADO ‘OUTROS

ALIMENTOS’. SE TIVER ALIMENTOS USADOS EM MENOR QUANTIDADE (EM

ESTAÇÕES OU COMO CONDIMENTO), INCLUA-OS NO ‘GRUPO DE

CONDIMENTOS’.

DEPOIS QUE O ENTREVISTADO FALAR TODOS OS ALIMENTOS INGERIDOS

PELA CRIANÇA, LEIA CADA GRUPO DE ALIMENTOS QUE VOCÊ NÃO

CIRCULOU O NÚMERO ‘1’. CIRCULE O ‘1’ SE O ENTREVISTADO DISSER QUE

‘SIM, A CRIANÇA COMEU’, ‘2’ SE O ENTREVISTADO DISSER ‘NÃO, NÃO

COMEU’ OU ‘8’ SE O ENTREVISTADO DISSER QUE NÃO SABE.

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OUTROS ALIMENTOS: Escreva neste espaço outros alimentos que o entrevistado

falou, mas não estão nos grupos de alimentos abaixo:

No. Questões e filtros Código das categorias

12 Sim Não Não

sabe

A Mingau, pão, arroz, macarrão, cuscuz, biscoito,

bolacha, ou outros cereais

A ........

B Abóbora, cenoura, abobrinha, batata doce, milho e

derivados

B.........

C Batata inglesa, inhame, macaxeira, cará, tapioca C........

D Vegetais verdes-escuros D........

E Manga, mamão, caqui E.........

F Outras frutas e vegetais F.........

G Fígado, rim, coração ou outra víscera G........

H Carnes (boi, porco, cordeiro, carneiro, frango, pato,

etc.)

H........

I Ovos I.........

J Peixe, mariscos e frutos do mar em geral J........

K Qualquer alimento feito com feijão, ervilha,

lentilha, castanhas ou sementes

K.......

No. Questões e filtros Código das categorias

12 Sim Não Não

sabe

L Queijo, iogurte ou outros derivados do leite L.......

M Óleos, gorduras, manteiga, margarina ou derivados M.....

N Alimentos ricos em açúcar como chocolates, doces,

balas, produtos de pastelaria, bolos ou biscoitos

recheados

N.....

O Condimentos para dar sabor, como pimentões,

especiarias, salsa, cebolinha, coentro.

O.....

P Larvas, caracol e insetos P......

Q Alimentos feitos com óleo de palma, castanha de

palma ou molho da polpa de castanha de palma ou

Q.....

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óleo de dendê

Confira as categorias A-Q Se todos forem ‘não’ vá para a

questão 13

Se pelo menos uma categoria for ‘sim’

ou todos forem ‘não sei’ vá para a

questão 14

No. Questões e filtros Código das categorias Pular/finalizar questão

13 (Nome da criança) comeu

alguma comida sólida, semi-

sólida ou pastosa (purês) ontem

durante o dia ou noite?

Se ‘SIM’, INVESTIGAR: Que

tipo de sólido, semi-sólido ou

comida pastosa (purês) (Nome da

criança) comeu?

SIM ......................1

Volte para a questão 12 e

marque os alimentos

ingeridos, e continue na

questão 14.

NÃO .....................2

NÃO SEI ................8

vá para a questão 15

vá para a questão 15

14 Quantas vezes (Nome da

criança) comeu alguma comida

sólida, semi-sólida ou pastosa

(purês) além de líquidos ontem

durante o dia ou noite?

Número de vezes .... (

)

Não sabe ................ 98

15 (Nome da criança) tomou

alguma bebida na mamadeira

ontem durante o dia ou noite?

SIM ......................1

NÃO .....................2

NÃO SEI ................8

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ANEXO B – CARTA DO COMITÊ DE ÉTICA

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ANEXO C- COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO NA REVISTA PUBLIC

HEALTH NUTRITION

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132

ANEXO D- COMPROVANTE DE APROVAÇÃO DO ARTIGO NO JOURNAL OF

TROPICAL PEDIATRICS

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133

ANEXO E- COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO NA REVISTA JORNAL

DE PEDIATRIA