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Mapeamento das rotas do tráfico internacional na região amazônica tendo em vista a logística ilícita e as ações de fiscalização em áreas marítimas *Micheline Teixeira de Freitas Sousa; **Laura Maria da Silva; ***Daniele Dionisio da Silva 1 Este artigo é o resultado inicial do projeto de pesquisa do Grupo de Gestão em Segurança e Defesa do Laboratório de Estudos de Segurança e Defesa do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ. O projeto tem por objetivo principal o mapeamento das vulnerabilidades no ambiente marítimo brasileiro visando a construção e análise de conjunturas e cenários dos ilícitos e suas logísticas. A metodologia deste trabalho se dará por meio de pesquisa qualitativa, de revisão bibliográfica e levantamento de informações sobre o tráfico de drogas, através de dados opensource, extraídos de jornais, revistas, sites de notícias e relatórios de órgãos de segurança publicados no marco temporal de 2014 a 2019. Pretendemos dar enfoque a uma região específica da “Amazôni a Oriental” - o Estreito de Breves (Ilha do Marajó), Abaetetuba, Barcarena e Belém - por onde acontece um fluxo considerável de entrada e distribuição de drogas, por meio de um extenso caminho fluvial nas águas do Rio Amazonas. A partir disso, propomos, ainda, um breve estudo inicial comparativo do crescimento das apreensões e prisões nesse ambiente. Historicamente, segundo Steiman (2006), desde 1984, o Brasil já vinha sendo incorporado pelo Cartel de Medellín, como rota de trânsito, um caminho alternativo as rotas tradicionais do Caribe (Colômbia - Jamaica ou República Dominicana - Porto Rico, por exemplo). Essa inserção do Brasil, na rota do tráfico, dos vários cartéis, se deu devido a entrada de tropas norte americanas no Panamá, que passaram a controlar mais efetivamente o espaço aéreo do Caribe. Sabe-se, por meio de estudos já consolidados por Steiman (2006), que 1 *Graduanda em Defesa e Gestão Estratégica Internacional IRID/UFRJ. **Graduanda em Defesa e Gestão Estratégica Internacional IRID/UFRJ. *** Professora da Graduação em Defesa e Gestão Estratégica Internacional IRID/UFRJ.

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Page 1: Mapeamento das rotas do tráfico internacional na região … · 2019-10-18 · Uso de Drogas pela população, feito pela Fiocruz (2017), 4,9 milhões de pessoas usaram substâncias

Mapeamento das rotas do tráfico internacional na região amazônica

tendo em vista a logística ilícita e as ações de fiscalização em áreas

marítimas

*Micheline Teixeira de Freitas Sousa; **Laura Maria da Silva; ***Daniele

Dionisio da Silva1

Este artigo é o resultado inicial do projeto de pesquisa do Grupo de

Gestão em Segurança e Defesa do Laboratório de Estudos de Segurança e

Defesa do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ. O projeto

tem por objetivo principal o mapeamento das vulnerabilidades no ambiente

marítimo brasileiro visando a construção e análise de conjunturas e cenários

dos ilícitos e suas logísticas.

A metodologia deste trabalho se dará por meio de pesquisa qualitativa,

de revisão bibliográfica e levantamento de informações sobre o tráfico de

drogas, através de dados opensource, extraídos de jornais, revistas, sites de

notícias e relatórios de órgãos de segurança publicados no marco temporal de

2014 a 2019.

Pretendemos dar enfoque a uma região específica da “Amazônia

Oriental” - o Estreito de Breves (Ilha do Marajó), Abaetetuba, Barcarena e

Belém - por onde acontece um fluxo considerável de entrada e distribuição de

drogas, por meio de um extenso caminho fluvial nas águas do Rio Amazonas.

A partir disso, propomos, ainda, um breve estudo inicial comparativo do

crescimento das apreensões e prisões nesse ambiente.

Historicamente, segundo Steiman (2006), desde 1984, o Brasil já vinha

sendo incorporado pelo Cartel de Medellín, como rota de trânsito, um caminho

alternativo as rotas tradicionais do Caribe (Colômbia - Jamaica ou República

Dominicana - Porto Rico, por exemplo). Essa inserção do Brasil, na rota do

tráfico, dos vários cartéis, se deu devido a entrada de tropas norte americanas

no Panamá, que passaram a controlar mais efetivamente o espaço aéreo do

Caribe. Sabe-se, por meio de estudos já consolidados por Steiman (2006), que

1 *Graduanda em Defesa e Gestão Estratégica Internacional – IRID/UFRJ. **Graduanda em Defesa e Gestão Estratégica Internacional – IRID/UFRJ. *** Professora da Graduação em Defesa e Gestão Estratégica Internacional – IRID/UFRJ.

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a entrada de drogas no Brasil acontecia, desde a década de 1980, pelo menos

pelos corredores Amazônicos.

Na década de 1990, além de espaço de trânsito, o Brasil passa a ter

relevância em praticamente todas as atividades da economia da droga, como

por exemplo: no processamento das folhas, facilidade de acesso aos produtos

químicos, laboratórios clandestinos, estocagem, plataforma de exportação e

um local ideal para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico.

Com um território de 7 milhões de km2, a região Pan-Amazônica

perpassa 9 países na América do Sul, incluindo o Brasil, onde se encontra

localizada 60% de toda sua bacia hidrográfica. De acordo com o Plano

Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA): 2020-2023, a nossa

Amazônia corresponde a 59% do território brasileiro, com cerca 5,1 milhões

de km2, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso,

Pará, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão.

Em 2018, a região chegou perto de 27 milhões de habitantes, que vivem

nas cidades circunvizinhas aos principais rios. Segundo a Imazon, estas

pessoas pertencem a uma rede social complexa de povos distintos, e são o

resultado de um rico e complexo mosaico sociocultural.

O Pará é o estado mais populoso, e Roraima, o menos populoso. De

acordo com dados levantados pela Oscip Imazon, neste mesmo ano,

observou-se que a região amazônica continua com problemas que abrangem

questões como a precariedade no saneamento básico, acesso a água tratada,

deficiência na educação, pouca garantia dos direitos individuais, aumento

recente no desmatamento e agravamento nas questões de segurança pública.

Figura 1: Pan-Amazônia - nossa Amazônia corresponde a 59% do território brasileiro

Fonte: https://www.todamateria.com.br/amazonia-legal/

A droga, o consumo e a violência na Amazônia

De acordo com o Relatório mundial sobre drogas do Escritório das

Nações Unidas para Drogas e Crime - UNODC (2019), a produção mundial

estimada, apenas da cocaína, foi cerca 1976 toneladas em 2018, tendo

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aumentado 25% em relação a 2017. A maior produtora mundial, continua

sendo a Colômbia, que em 2016, chegou a produzir cerca de 866 toneladas

de cocaína pura, em uma área aproximada de 150.000 ha. Juntamente com

Bolívia e Peru, são a origem de pelo menos 60% deste tipo de droga,

apreendida no mundo. Em 2017, 1275 toneladas foram apreendidas, no

mundo inteiro, sendo a maior quantidade já registrada pelo Escritório da ONU.

De um modo geral, ainda de acordo com a UNODC (2016), esta “indústria” da

droga, chegou a faturar 870 bilhões de dólares.

O relatório de 2019 afirma que 271 milhões de pessoas, ou seja, 5,5%

da população mundial, entre 15-64 anos usaram drogas, alguma vez, no

período de 1 ano. No Brasil, de acordo com o 3º Levantamento Nacional de

Uso de Drogas pela população, feito pela Fiocruz (2017), 4,9 milhões de

pessoas usaram substâncias ilícitas, pelo menos uma vez em 12 meses, ou

seja, 3,2% da população brasileira. Destes, 7,7% usaram maconha e 3,1%

usaram cocaína. O levantamento observou, que a maior prevalência de

consumo foi encontrada em áreas com maior ajuntamento de pessoas, regiões

urbanas, metropolitanas, capitais e municípios grandes, quando comparadas

aos municípios pequenos. Na região Norte, num universo de mais de 1 milhão

de pessoas, 9,9% delas já haviam usado algum tipo de droga alguma vez na

vida, e 0,9% ou 119 mil pessoas usaram nos últimos 30 dias.

De acordo com o Atlas da violência de 2019, devido ao seu tamanho e

posição, a Amazônia é território importante para a logística do narcotráfico. Os

rios desta região costumam ser utilizados para transportar cocaína pronta para

consumo ou para ser beneficiada. A região tem sido alvo de violentas disputas

entre facções criminosas ligadas ao narcotráfico. O Atlas aponta ainda, um

alto crescimento na letalidade na região Norte, assim como na região

Nordeste.

Em todo estado do Pará, por exemplo, o número de homicídios em 2017

ultrapassou 4570 mortes, perfazendo um aumento de 108% em 10 anos,

colocando este estado em 4° lugar no ranking nacional de estados mais

violentos. Toda essa violência, pode ter sido gerada pela ação criminosa

crescente do tráfico e também pela guerra entre os grupos narcotraficantes do

Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e seus

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associados regionais: a Família do Norte (FDN), Guardiões do Estado, dentre

outros (Couto, 2017).

Couto (2018), diz que o narcotráfico está territorializado nas favelas e

periferias das grandes cidades brasileiras. Seus líderes conseguiram construir

uma estrutura de poder, que controla e disciplina suas forças de comando,

envolvendo um conjunto de sujeitos, por meio de redes. Redes estas que vão

desde o cruzamento de fronteiras, beneficiamento, até a distribuição,

principalmente da cocaína.

As regiões de fronteira, de acordo com a Secretaria de Estado de

Segurança Pública e Defesa Social do Pará, são extensas, com pouca ou

nenhuma vigilância, e com hidrovias, que sem o devido monitoramento tornam

a região geograficamente favorável ao tráfico de drogas. Couto (2017),

observa que os imensos vazios demográficos, de floresta latifoliada e fechada,

próximos às fronteiras - onde estão os produtores originários de drogas, são

uma forma mais simples de entrada pela região Amazônica e melhor acesso

às cidades que circunvizinham os principais rios.

Após navegar por uma extensa área, os criminosos se aproximam das

grandes cidades, sendo Manaus, o primeiro grande centro populacional onde

acontece a distribuição de drogas para consumo local. Manaus está inserido

ainda, na logística do tráfico nacional e internacional.

A região amazônica pode ser considerada uma “região-trânsito”, que

propicia oportunidade de expansão e articulação dos negócios dos

narcotraficantes, principalmente da droga que vem dos Andes, por onde a

criminalidade despacha a droga para mercado brasileiro, europeu e africano.

Machado (2009), diz que a Bacia Amazônica é um exemplo de sucesso de

redes de tráfico de cocaína, e de integração territorial, pois os narcotraficantes

formaram territorialidades que se estenderam para além dos limites dos

países.

Sobre territorialidade, MACHADO (2005) explica que este termo está

relacionado ao poder sobre os territórios, que podem afetar, influenciar, e

controlar o uso social do espaço físico.

Ao contrário do território, que de alguma forma define “nós” e os “outros”, “próprio” e o “não-próprio”, ou seja, carrega um sentido de

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exclusividade, a territorialidade é um processo de caráter ‘inclusivo’, incorporando velhos e novos espaços de forma oportunista e/ou seletiva, não separando quem está ‘dentro’ de quem está ‘fora’. Por isso mesmo, a territorialidade de algum elemento geográfico dificilmente coincide com os limites de um território, embora possa justificar a formação de novos territórios. (p.55 e 56)

Portanto, para ela, as redes de tráfico de cocaína não formam regiões

e sim territorialidades que podem se estender muito além das divisões

regionais oficiais e oficiosas e mesmo dos limites internacionais. A Bacia

Amazônica sul-americana é um caso exemplar, onde essas redes do tráfico

foram as primeiras a obterem êxito na 'integração' territorial.

Figura 2- Rotas por hidrovias, meio terrestre e aéreos que atravessam a Amazônia

Fonte: Couto (2017)

Do Estreito de Breves a Belém – análise de uma microrregião

O Estado do Pará tornou-se um potencial mercado consumidor de

drogas, e o tráfico de drogas em regiões como Belém e Manaus tendem a

crescer muito mais. Estas cidades se destacam porque são “nós” de ligação

das redes, conforme Couto (2010). Belém exerce, hoje, um papel no circuito

global das redes do narcotráfico, como mercado consumidor e distribuidor para

os Estados Unidos, África e Europa. Para chegar até seu objetivo final, como

vimos, o narcotráfico usufrui de uma das maiores redes fluviais do mundo,

entre rios, baías e bacias, e por meio de ambientes permeáveis - estaduais e

entre cidades, com pouca presença do Estado.

Nosso objeto de estudo que compreende uma “pequena” parte do

caminho do rio Amazonas, que vai do Estreito de Breves a Belém, região por

onde os narcotraficantes perpetram suas atividades com certo sucesso. Couto

(2010) sinaliza que a incorporação de cidades como Breves, Abaetetuba,

Barcarena dentre outras, à rota do tráfico se dá justamente por causa da

fiscalização que é incipiente. Por causa de sua dimensão, e da crescente

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atividade do modal hidroviário, essa “pequena” região (comparada a toda

extensão do rio Amazonas), apresentado um número crescente de atividades

criminosas, de todos os tipos, principalmente o tráfico.

Figura 3- Demonstração da rota do tráfico do Pará, que passa pelo Estreito de Breves até

Belém, por meio dos modais: Fluvial (roxo), terrestre (vermelho) e aérea (verde)

Fonte: Couto (2010)

A partir do Estreito de Breves, nos ateremos às cidades de Abaetetuba,

Barcarena e Belém, por onde as drogas seguem para o exterior, como

demonstra a figura acima. Queremos então, chamar atenção aqui, para estas

cidades chave, que estão na rota do tráfico internacional, e pontuar as

características que elas possuem a atuação do tráfico via hidrovias, e as ações

do Estado para tentar coibir a criminalidade gerada por ele

.

Breves/Ilha do Marajó - Pertencente ao arquipélago do Marajó, que tem cerca

de 2500 ilhas e ilhotas. Breves cresceu a partir de seu porto, onde durante

muito tempo, as atividades da cidade ficaram concentradas. Seu estreito é um

canal fluvial que dá acesso também a Ilha do Marajó. Sendo região estratégica

para o escoamento de todo tipo de mercadoria. Está dentre os lugares onde

há maior frequência de crimes (juntamente com o rio Madeira e o rio Solimões)

na região Norte.

Por causa do número elevado de crimes - roubos de carga, combustível, óleo;

sequestro, dentre outros, é considerada área vermelha pelo Sindarma

(Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas),

principalmente, por causa da ligação que o roubo armado da região, tem com

o tráfico de drogas, sendo portanto, um dos trechos mais perigosos do

percurso hidroviário, dados também apontados pelo Sindarpa (Sindicato das

Empresas de Navegação Fluvial e Lacustre e das Agências de Navegação no

Estado do Pará).

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Ribeiro (2018), em seu estudo sobre a região do Estreito de Breves,

afirma que a criminalidade, nos rios que fazem parte desta área, tem

aumentado por causa do grande tráfego de embarcações que navegam

carregando produtos de alto valor agregado, atraindo “piratas”, em áreas mais

vulneráveis. O Grupamento Fluvial de Segurança Pública no Pará (GFLU)

formado por agentes públicos de diversas áreas observou que, geralmente,

pelo menos uma pessoa da tripulação das embarcações está envolvida nas

ações de roubo armado.

Além do GFLU, outros grupamentos policiais, como por exemplo, o NIP

- Núcleo de Inteligência Policial da Polícia Civil e o NAI - Núcleo de Apoio às

Investigações, também da PC, a Superintendência Regional das Ilhas (Polícia

Civil), dentre outras agências, trabalham em conjunto com a PM para coibir, e

apreender criminosos. Apesar de, aparentemente, haver constantes ações

policiais e operações conjuntas das forças de segurança pública, as mesmas

ainda não têm sido suficientes, principalmente em lugares sem meios de

comunicação ou com passagem estreita, onde geralmente acontecem os atos

criminosos mais ousados e perigosos. Os sindicatos portuários dessa região

sinalizam a necessidade de se criar uma Polícia Hidroviária Federal, nos

moldes da PRF, pois a demanda de pessoal especializado para combate deste

tipo de crime é frequente.

Figura 5- Pontos hidroviários vulneráveis e perigosos que necessitam de maior

suporte da segurança pública segurança. Região: Rio Amazonas a Belém.

Fonte: Fenavega/Sindarpa (2018)

Abaetetuba - Desmembrado do território da capital do Estado, Belém, em

1880, o município de Abaetetuba possui uma rede hidrográfica bastante vasta,

navegável em quase toda a sua extensão, com cerca de 72 ilhas que

constituem a chamada Região das Ilhas. O município tem predominância de

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florestas de terra firme e florestas de várzea, e população de mais de 350 000

habitantes, sendo a sétima mais populosa cidade do estado. A cidade

proporciona fácil acesso aos portos de Belém e de Vila do Conde e ao sul do

Pará. Segundo Pinto (2016), Abaetetuba, historicamente esteve ligada ao alto

consumo de álcool, por causa de sua herança da cultura da cana de açúcar e

de sua produção de cachaça. A isso, somou-se práticas criminosas de

contrabando de todo tipo, e ainda o tráfico de cocaína.

De acordo com o Jornalista da Folha de SP, Sergio Torres, o apelido de

“Medellín brasileira”, foi dada a Abaetetuba pela Fundação Giovanni Falcone

(IBGF, 1997), à época, ela seria o principal entreposto brasileiro usado pelos

cartéis colombianos da cocaína para o envio da droga para Europa. Esse

apelido indica a importância do lugar para o narcotráfico. A região recebia

cocaína provenientes da Colômbia pelos rios Negro e Amazonas, facilitadas

pela fiscalização policial quase inexiste.

Segundo levantamento feito em jornais regionais de grande circulação

no Pará, uma das rotas mais atuais é aquela que traz da Colômbia, Bolívia e

Venezuela, a droga, já transformada em pó, peteca ou pasta, e chega ao Brasil

via Tabatinga, no Amazonas e enviada ao Pará. A droga é transportada por

rio até Abaetetuba, e distribuída para todo o país. Chegando em Belém, o

produto vem pela baía de Guajará até o rio Guamá onde é feita a distribuição

local e ou enviado para exterior.

Hoje, Abaetetuba continua sendo um entreposto do tráfico, mas as

atividades do narcotráfico têm sido dificultadas pela presença do Estado, por

meio da ação das várias forças de segurança pública que atuam localmente.

E esta é uma das razões pelas quais, esta cidade deixou de ser a Medellín

paraense.

Barcarena - A 80 quilômetros da capital Belém, o município de Barcarena está

integrado à sua região metropolitana. Próximo do distrito de Vila dos Cabanos,

está o porto de Vila do Conde, um dos maiores polos de exportação de minério

do Norte do Brasil.

Segundo o PPA - Plano Plurianual (2018-2021) de Barcarena, a cidade

tem 73 anos e cerca de 118.537 habitantes. A cidade vivenciou diversas

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atividades que movimentaram a economia local. Da agricultura tradicional, que

durou várias décadas, passou a ter atividades industriais com a chegada dos

grandes projetos amazônicos, por volta de 1970. Várias indústrias como a de

bauxita e as de cimento, adubo e outras aproveitaram o porto de Vila do Conde

para escoar seus produtos para o Brasil e para o exterior, trazendo certo

desenvolvimento para a cidade.

Enquanto a exportação pelos portos do Brasil, aumentaram 22%, os da

região norte aumentaram 28% e a tendência é aumentar cada vez mais,

justamente pelo fato das hidrovias serem abundantes pela região, conforme o

site Diálogo Chino (2019).

Com o progresso do porto, surgiram também problemas sociais graves

como: prostituição infanto-juvenil, abuso sexual de crianças e adolescentes,

envolvimento de adolescentes no uso e tráfico de drogas, adolescentes em

conflito com a lei, violência doméstica contra mulher, poluição ambiental,

dentre outros.

De acordo com a PF, o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, tem

atraído as redes criminosas de tráfico de drogas. Os narcotraficantes utilizam

a técnica criminosa de colocar drogas ou qualquer componente ilícito em carga

lícita. Esta técnica é denominada de 'rip-on/rip-off'. Geralmente ela é feita sem

que os proprietários da carga lícita tenham conhecimento. O porto de Vila

Conde passou a ser, nas palavras de Couto (2018) um nó importante para as

redes de tráfico a nível regional e uma nova rota, por causa da fluidez que o

porto tem para escoar mercadorias e a droga.

Belém - De acordo com o IBGE (2019), a história de Belém se confunde com

a história do próprio Pará. Fundada no ano de 1616, hoje tem população de

cerca de 1.492.745 pessoas. De acordo com censo de 2017, a quantidade de

pessoas ocupadas (com registro em carteira de trabalho - CTPS) é de 29,7%

do total, e estes com renda de cerca de 3,4 salários mínimos. Já 39%

população possui um rendimento nominal mensal, de meio salário mínimo.

Couto (2010) diz que o processo de evolução da cidade de Belém, se

deu concomitantemente, a um processo de favelização de suas áreas de

baixada e sua orla. Para sobreviver, as pessoas pobres encontram maneiras

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diversificadas para conseguir o sustento, sejam elas ligadas às atividades

legais ou ilegais, incluindo aí, o próprio tráfico de drogas, atuando direta ou

indiretamente nele. O pesquisador ainda ressalta que, a organização do

narcotráfico, em rede, acaba por criar, uma estreita relação, com a periferia de

Belém. Isso se dá pelo fato de as próprias estratégias de distribuição e

transporte da droga, naquelas áreas, serem feitas por meio de relações com

diversos atores sociais e com a organização espacial do lugar, criando assim

uma relação em teia. Isso faz com que a periferia de Belém, esteja envolvida

na trama de redes do narcotráfico, de escala regional e global.

A Cocaína vem dos países andinos, e que, como já assinalamos, o

Brasil atua como beneficiador, área de trânsito, tendo como mercado

consumidor, primordialmente, a região sudeste (SP e RJ). A navegação pelo

rio Amazonas tem para distribuição e circulação da droga tem papel

estratégico, e a logística para o transporte da droga costuma incorporar direta

ou indiretamente as cidades que banham este rio.

A questão dos Portos

Dentre as metas do projeto de pesquisa do Grupo de Gestão em

Segurança e Defesa do LESD/UFRJ está pontuar, na região selecionada,

como o crime organizado pode se apropriar do Ecossistema de Negócios das

Infraestruturas Críticas (no nosso caso, os portos), para manutenção do tráfico

nacional e internacional de armas e drogas.

Em 1993, James Moore descreve “ecossistema de negócios” como uma

comunidade econômica, um organismo vivo do mundo de negócios, onde

organizações e indivíduos interagem. Conforme seu entendimento, a visão do

sistema como um organismo biológico possibilita que se estude o ecossistema

de negócios por meio das relações recíprocas entre as empresas e os

ambientes de negócios circundantes; no caso deste estudo, as estruturas

portuárias que tem a finalidade de promover atividades licitas.

Segundo a Antaq, a movimentação dos portos públicos e terminais

privados brasileiros cresceu 2,7%, em 2018 em comparação a 2017,

totalizando 1,117 bilhão de toneladas. O transporte marítimo, por meio dos

portos, ainda é o caminho mais seguro e de baixo custo para milhares de

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relações e trocas comerciais, evidencia que estes não estariam isentos de

serem infiltrados e utilizados pelo crime organizado para envio e recebimento

de suas cargas ilícitas. Tal atividade criminosa nos portos, têm funcionado de

modo paralelo, como um “parasita” estando formando um ecossistema com o

mesmo.

De acordo com a Associação Brasileira dos Terminais Portuários

(ABTP), há deficiência e necessidade de reforçar o desenvolvimento do setor

por meio de regras claras, governança portuária, boas práticas de gestão,

reforma estruturante e medidas emergenciais. A Associação também assinala

que, há suspeitas de corrupção, pagamento de propinas e lavagem de dinheiro

por parte de empresas portuárias, o que nos sinaliza uma brecha aberta para

instalação e aproveitamento das redes do crime organizado.

Nesse contexto de ecossistema, levantamos a hipótese de que assim como

“sistemas se sobrepõem, entrelaçam e interagem uns com os outros” o mesmo

tem ocorrido nos portos do Brasil e as redes de crime organizado com suas

atividades criminosas.

Comparativo do crescimento das apreensões e prisões dessas cidades

Para fins de observação e análise inicial, fizemos um levantamento de

apreensões relacionadas ao tráfico de drogas nas cidades estudadas, e um

levantamento dos postos das forças de segurança pública da região para

verificarmos se a hipótese de que a ausência do Estado realmente é um fato

primordial para a prosperidade do crime de um modo geral, e do tráfico de

drogas em particular.

Sobre as apreensões:

Observamos por meio dos dados levantados que no período de 2014-

2019, as agências que mais operaram, no combate ao tráfico e ilícitos, nessa

região selecionada, foram a Polícia Civil, a Polícia Militar com a cooperação

do Ministério Público, Marinha do Brasil e Polícia Federal, algumas vezes, por

meio de operações conjuntas. Observamos que muitas operações foram feitas

interagência, isto é, com a cooperação efetiva e ou troca de informações entre

as agências. Identificamos 10 operações, neste período, sendo que algumas

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delas tiveram duração de mais de um ano, tendo um aspecto primordial de

inteligência e investigação. Cerca de 3 toneladas de cocaína foram

apreendidas neste período, além de cerca de 2 toneladas de maconha, grande

quantidade de oxi1, armamentos, munições e contrabandos de vários tipos,

principalmente cigarros.

Cabe pontuar aqui, um detalhe recorrente, o crescente número de

mulheres envolvidas com o tráfico, sejam como as conhecidas "mulas", como

líderes de pontos vendas de drogas, auxiliando seus companheiros no tráfico

ou na aliciação de menores para prostituição.

Notamos que algumas das prisões em flagrante, foram feitas devido a

denúncias anônimas, mas grande parte foram oriundas de mandados de

prisão, resultando na desarticulação de várias quadrilhas e pontos de

distribuição, nas cidades estudadas. Algumas buscas não resultaram em

prisões, pois os suspeitos fugiram pelo rio ou pela mata. Dentro do universo

limitado de 40 notícias que levantamos, observamos que as apreensões com

grandes quantidades de drogas, foram feitas com auxílio da PF e da Marinha

do Brasil. Interessante ressaltar também que uma apreensão de 2 toneladas

de cocaína foi despachada para França, de Belém, em um navio pesqueiro

originário de Abaetetuba. A droga foi encontrada pelos franceses e as

autoridades brasileiras foram avisadas para fosse instaurada uma

investigação.

Observamos que essas regiões tem sido utilizadas para o fluxo de saída

e entrada de drogas, por hidrovias e rodovias, prioritariamente, enquanto a via

aérea tem sido menos utilizada, por receberem atualmente um monitoramento

tecnológico mais ostensivo.

Sobre a presença do Estado por meio da Segurança Pública

Como já foi dito antes, e o levantamento de informações opensource

reforça, a Polícia Civil e a Polícia Militar com seus grupamentos e setores

especializados são bastante ativos nas regiões das cidades estudadas, apesar

do pequeno contingente especializado. Como meio de exemplificar a presença

destas agências na região, trouxemos um mapa com levantamento dos postos

da Polícia Militar, dentro da área estudada (Breves a Belém).

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Figura 6 - Quadro de Batalhões da PM, Batalhões da Marinha e Exercito.

Fonte: Lucas Barreto (2019)

Cruzando as informações

Como observamos neste trabalho, o Estado, aparentemente, tem

estado presente por meio de mecanismos como as Polícias Civil, Militar,

Federal, juntamente com as Forças Armadas, representados pelos seus

Grupamentos e Delegacias que atendem às especificidades e demandas das

hidrovias e dos portos das cidades estudadas.

O que se observa pelos dados coletados, é que o número de

apreensões e desarticulação de redes criminosas tem acontecido, mas, devido

às grandes extensões territoriais, o número restrito de agentes, e a habilidade

que os narcotraficantes possuem para articular suas redes e logística, a ação

de combate e prevenção ao crime, não tem dado conta de impedir que a droga

chegue e seja despachada por terra para o sul do estado, por rio para outros

entrepostos como Marajó, Barcarena, e Belém.

A tendência que observamos é que, na medida que o Estado, se

organiza, ocupa, os vazios territoriais, investe em inteligência, e em seus

agente de segurança pública - como por exemplo, com um maior contingente

de pessoal e capacitações para áreas específicas, como a capacitação em

Operações Fluviais - mais difícil fica o trânsito para o crime organizado.

Ressaltamos também que as atividades que são feitas em cooperação entre

as diversas agências, são as mais complexas e as que sugerem ter melhores

resultados.

Observamos também que a questão social, conforme sinalizado por

Couto (2018), é imperativa para que o crime organizado amplie sua rede e

consiga prosperar em seus objetivos. Há, nesse caso, necessidade primordial,

de maior atenção do poder público, por meio de políticas públicas, que

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alcancem a diversidade de situações, em que a população possa estar

envolvida.

Referências

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