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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 641 Julho de 2007 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Cinco anos atrás Chico Xavier retornava à pátria espiritual No último dia 30 completaram-se 5 anos desde que Francisco Cândido Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 - Uberaba, 30 de junho de 2002), retornou à pátria espiritual, aos 92 anos de idade, 75 dos quais dedicados à causa espírita. Mais conhecido pelo singelo nome Chico Xavier, foi ele o maior médium da his- tória do Espiritismo no Brasil e, certa- mente, um dos maiores sensitivos da his- tória. Nascido em Pedro Leopoldo, cida- de do interior de Minas Gerais, Chico foi filho de Maria João de Deus e João Cân- dido Xavier. Educado na fé católica, ele teve seu primeiro contato com a Doutri- na Espírita em 1927, após fenômeno ob- sessivo verificado com uma de suas ir- mãs. Passou então a estudar e a desen- volver suas faculdades mediúnicas, que, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganharam maior clareza no final de 1931. A mediunidade de Chico manifestou- se aos 4 anos de idade por meio da vidência e da clariaudência. O menino via e ouvia os Espíritos e conversava com eles. Aos 5 anos passou também a con- versar com a mãe, então desencarnada. Chico Xavier psicografou quatrocentos e doze livros. Sem jamais admitir ser o autor de nenhuma dessas obras, dizia sempre que reproduzia apenas o que os Espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, nunca aceitou remuneração pelo dinhei- ro arrecadado com a venda de seus li- vros, estimada em mais de 20 milhões de exemplares. Os direitos autorais de suas obras foram por ele doados à FEB (Fe- deração Espírita Brasileira) e a outras or- ganizações espíritas e instituições de ca- ridade, desde o primeiro livro. Chico Xavier faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardíaca. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estivessem muito felizes e o país em fes- ta, porque assim ninguém ficaria triste com sua desencarnação. Foi o que ocorreu, por- que no dia de seu falecimento o Brasil fes- tejava a conquista da Copa do Mundo de Futebol. Dois dias depois, em 2 de julho, ocorreu o sepultamento de seu corpo, que teve, como se esperava, grande acompa- nhamento, especialmente das pessoas mais simples que tributaram sua home- nagem ao grande médium pelo muito que dele todos nós recebemos. Volta à cena uma infeliz campanha contra Divaldo Franco Primeiro usaram a televisão. Agora, o veículo utilizado é a inter- net e o objetivo não se sabe exata- mente qual é. O que se sabe é que tentam semear mais confusão no mo- vimento espírita brasileiro, por si só já tão conturbado. Aludimos a uma carta escrita por Francisco Cândido Xavier ao saudo- so confrade Joaquim Alves, de São Paulo-SP, 45 anos atrás, quando Chico contava 52 anos de idade e Divaldo Franco, 35. Na primeira vez, o objetivo era bem claro: desmoralizar Divaldo e pô-lo contra o médium Francisco Cândido Xavier, na verdade uma ví- tima ingênua de uma armação que não merecia ser lembrada. A cam- panha conseguiu parte do seu inten- to, que era afastar os dois grandes médiuns, até então amigos próximos, o que acabou ocorrendo por um pra- zo aproximadamente de dez anos. O outro objetivo, que foi sepul- tar a tarefa mediúnica de Divaldo, eles não conseguiram lograr, como o tempo acabou demonstrando. De fato, os estudiosos do Espiritismo sabem que bastam a obra de Joanna de Ângelis e os extraordinários li- vros de Manoel Philomeno de Mi- randa para justificar a decisão cor- reta, tomada por Divaldo, de dedi- car-se também à psicografia. Por que o assunto voltou agora à baila? Fazemos esta pergunta porque são inúmeras as razões pelas quais ele jamais poderia ter voltado à cena: 1 a . A tola acusação de plágio ficou superada pela obra extraordinária que Divaldo P. Franco passou a rea- lizar no campo da psicografia me- nos de dois anos depois quando, em 1 o de fevereiro de 1964, Joanna de Ângelis assinou o prefácio do livro Messe de Amor, cuja qualidade li- terária e doutrinária não se discute. 2 a . Com o passar dos anos e atenuada a influência perniciosa que envolveu A Revue Spirite há 140 anos .... 15 Aiglon Fasolo ............................ 6 Clássicos do Espiritismo ............ 5 Crônicas de Além-Mar ............. 12 De coração para coração ............ 4 Divaldo responde ....................... 5 Editorial ..................................... 2 Édo Mariani ............................. 13 Emmanuel .................................. 2 Espiritismo para as crianças .... 14 Estudando as obras de André Luiz .......................... 10 Grandes Vultos do Espiritismo .. 7 Jane Martins Vilela .................. 13 Joanna de Ângelis ...................... 2 José Viana Gonçalves .............. 12 Momentos com Divaldo Franco 13 Palestras, seminários e outros eventos ........................ 11 Passamento ............................... 11 Começa dia 14 a Semana Espírita de Londrina Com palestra de Cristian Macedo, de Porto Alegre (RS), ini- cia-se no dia 14 mais uma Semana Espírita de Londrina, em sua 16ª ver- mesmo período a 7ª Semaninha Es- pírita, a 3ª Semana Jovem, a 3ª Mos- tra de Música e a 1ª Mostra da Moci- dade. Pág. 11 Matéria que circula na internet insiste no suposto plágio atribuído a Divaldo Franco 45 anos atrás aquele episódio, Chico Xavier superou as próprias dúvidas e voltou a relacio- nar-se com Divaldo e até mesmo a psicografar ao lado dele, como ocor- reu quando Osmar Freitas Filho, o Osmarzinho, de Londrina, enviou uma linda mensagem a seus pais por meio de Divaldo, no Grupo Espírita da Pre- ce, após tê-lo feito inúmeras vezes por intermédio de Chico Xavier. 3 a . No dia 7-2-1976, em Uberaba, o jor- nalista e escritor Fernando Worm per- guntou a Chico Xavier o que ele achava da opinião de alguns que diziam que Divaldo ficava mediunizado quando pregava, mas não quando psicografava. Chico Xavier lhe respondeu: “Por qual razão Divaldo estaria mediunizado en- quanto fala e não enquanto psicografa? Por que a distinção?”. 4 a . Em 22-2-1976, em carta constante do livro “Moldando o Terceiro Milê- nio”, de Fernando Worm, que contém o diálogo acima transcrito, Chico Xavier escreveu: “Divaldo é bem o se- meador que tomou as sementes subli- mes da palavra e saiu a semear. Deus o abençoe nas tarefas a que se dedicou.” 5 a . Divaldo tem psicografado em pú- blico mensagens grafadas em idiomas desconhecidos, como prova o livro Hacia las estrellas, todo ele escrito em espanhol, ditado por Espíritos de diferentes países, primeira obra no gênero em que alguém que não conhe- ce o idioma escreve mediunicamente um trabalho desse porte. 6 a . A recepção de mensagens especu- lares, que para serem lidas é preciso o concurso de um espelho. A primeira delas foi grafada por Joanna de Ânge- lis no programa da TV Uberaba intitulado “A Bigorna”, depois de uma entrevista de duas horas com várias personagens. O fato voltou a se repe- tir por duas vezes nos Estados Uni- dos, bem como na França por ocasião do Congresso Espírita Mundial reali- zado em Paris e no último Congresso Espírita Brasileiro realizado em Bra- sília, perante um grande público e emissoras de televisão, salientando-se que em alguns casos a mensagem foi psicografada em inglês ou alemão. 7 a . O próprio Chico Xavier partici- paria mais tarde de duas conhecidas obras de Manoel Philomeno de Mi- randa psicografadas por Divaldo. A primeira vez em 15-5-1982, quando André Luiz, por seu intermédio, pre- faciou o livro “Nas Fronteiras da Lou- cura”, e a segunda em 30-7-1983, quando Dr. Bezerra de Menezes, pe- las mãos de Chico Xavier, prefaciou a obra “Painéis da Obsessão”. Além disso, Chico Xavier rece- beu mais cinco prefácios dos amigos espirituais para livros psicografados por Divaldo e dentre essas obras fi- gura “... E o amor continua”, psico- grafada por Chico e Divaldo no Gru- po Espírita da Prece, em Uberaba. Acresce ainda dizer que as pessoas que reeditam essa campanha não de- veriam ater-se à opinião de uma úni- ca pessoa, mas ouvir também, sobre o tema, outros como, por exemplo os dirigentes da Federação Espírita Bra- sileira, cujos esclarecimentos não poderiam ter sido sonegados ao povo brasileiro na reportagem veiculada pela TV, e muito menos agora, em- bora Divaldo Franco não necessite de quem o defenda, visto que sua obra extraordinária, inclusive na área do livro, fala por si mesma. (Astolfo O. de Oliveira Filho) são. Paralelamente às palestras e aos seminários constantes da programa- ção, realizar-se-ão no mesmo local – Centro Espírita Nosso Lar – e no Ainda nesta edição

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Page 1: O IMORTAL - oconsolador.com.br · Cinco anos atrás Chico Xavier ... contra Divaldo Franco Primeiro usaram a televisão. Agora, ... tos do processo – sua imagem era a

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 641 Julho de 2007 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Cinco anos atrás Chico Xavierretornava à pátria espiritual

No último dia 30 completaram-se 5anos desde que Francisco Cândido Xavier(Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 -Uberaba, 30 de junho de 2002), retornouà pátria espiritual, aos 92 anos de idade,75 dos quais dedicados à causa espírita.Mais conhecido pelo singelo nome ChicoXavier, foi ele o maior médium da his-tória do Espiritismo no Brasil e, certa-mente, um dos maiores sensitivos da his-tória. Nascido em Pedro Leopoldo, cida-de do interior de Minas Gerais, Chico foifilho de Maria João de Deus e João Cân-dido Xavier. Educado na fé católica, eleteve seu primeiro contato com a Doutri-na Espírita em 1927, após fenômeno ob-sessivo verificado com uma de suas ir-mãs. Passou então a estudar e a desen-volver suas faculdades mediúnicas, que,como relata em nota no livro Parnaso deAlém-Túmulo, somente ganharam maiorclareza no final de 1931.

A mediunidade de Chico manifestou-se aos 4 anos de idade por meio davidência e da clariaudência. O menino viae ouvia os Espíritos e conversava comeles. Aos 5 anos passou também a con-versar com a mãe, então desencarnada.Chico Xavier psicografou quatrocentose doze livros. Sem jamais admitir ser oautor de nenhuma dessas obras, diziasempre que reproduzia apenas o que osEspíritos lhe ditavam. Por esse motivo,nunca aceitou remuneração pelo dinhei-ro arrecadado com a venda de seus li-vros, estimada em mais de 20 milhões deexemplares. Os direitos autorais de suasobras foram por ele doados à FEB (Fe-deração Espírita Brasileira) e a outras or-ganizações espíritas e instituições de ca-

ridade, desde o primeiro livro.Chico Xavier faleceu aos 92 anos de

idade em decorrência de parada cardíaca.Conforme relatos de amigos e parentespróximos, Chico teria pedido a Deus paramorrer em um dia em que os brasileirosestivessem muito felizes e o país em fes-ta, porque assim ninguém ficaria triste comsua desencarnação. Foi o que ocorreu, por-que no dia de seu falecimento o Brasil fes-tejava a conquista da Copa do Mundo deFutebol. Dois dias depois, em 2 de julho,ocorreu o sepultamento de seu corpo, queteve, como se esperava, grande acompa-nhamento, especialmente das pessoasmais simples que tributaram sua home-nagem ao grande médium pelo muito quedele todos nós recebemos.

Volta à cena uma infeliz campanhacontra Divaldo Franco

Primeiro usaram a televisão.Agora, o veículo utilizado é a inter-net e o objetivo não se sabe exata-mente qual é. O que se sabe é quetentam semear mais confusão no mo-vimento espírita brasileiro, por si sójá tão conturbado.

Aludimos a uma carta escrita porFrancisco Cândido Xavier ao saudo-so confrade Joaquim Alves, de SãoPaulo-SP, 45 anos atrás, quandoChico contava 52 anos de idade eDivaldo Franco, 35.

Na primeira vez, o objetivo erabem claro: desmoralizar Divaldo epô-lo contra o médium FranciscoCândido Xavier, na verdade uma ví-tima ingênua de uma armação quenão merecia ser lembrada. A cam-panha conseguiu parte do seu inten-to, que era afastar os dois grandesmédiuns, até então amigos próximos,o que acabou ocorrendo por um pra-zo aproximadamente de dez anos.

O outro objetivo, que foi sepul-tar a tarefa mediúnica de Divaldo,eles não conseguiram lograr, comoo tempo acabou demonstrando. Defato, os estudiosos do Espiritismosabem que bastam a obra de Joannade Ângelis e os extraordinários li-vros de Manoel Philomeno de Mi-randa para justificar a decisão cor-reta, tomada por Divaldo, de dedi-car-se também à psicografia.

Por que o assunto voltou agora àbaila? Fazemos esta pergunta porquesão inúmeras as razões pelas quais elejamais poderia ter voltado à cena:1a. A tola acusação de plágio ficousuperada pela obra extraordináriaque Divaldo P. Franco passou a rea-lizar no campo da psicografia me-nos de dois anos depois quando, em1o de fevereiro de 1964, Joanna deÂngelis assinou o prefácio do livroMesse de Amor, cuja qualidade li-terária e doutrinária não se discute.2a. Com o passar dos anos e atenuadaa influência perniciosa que envolveu

A Revue Spirite há 140 anos .... 15Aiglon Fasolo ............................ 6Clássicos do Espiritismo ............ 5Crônicas de Além-Mar ............. 12De coração para coração ............ 4Divaldo responde ....................... 5Editorial ..................................... 2Édo Mariani ............................. 13Emmanuel .................................. 2Espiritismo para as crianças .... 14Estudando as obrasde André Luiz .......................... 10Grandes Vultos do Espiritismo .. 7Jane Martins Vilela .................. 13Joanna de Ângelis ...................... 2José Viana Gonçalves .............. 12Momentos com Divaldo Franco 13Palestras, semináriose outros eventos ........................ 11Passamento ............................... 11

Começa dia 14 a Semana Espírita de LondrinaCom palestra de Cristian

Macedo, de Porto Alegre (RS), ini-cia-se no dia 14 mais uma SemanaEspírita de Londrina, em sua 16ª ver-

mesmo período a 7ª Semaninha Es-pírita, a 3ª Semana Jovem, a 3ª Mos-tra de Música e a 1ª Mostra da Moci-dade. Pág. 11

Matéria que circula na internet insiste no suposto plágio atribuído a Divaldo Franco 45 anos atrás

aquele episódio, Chico Xavier superouas próprias dúvidas e voltou a relacio-nar-se com Divaldo e até mesmo apsicografar ao lado dele, como ocor-reu quando Osmar Freitas Filho, oOsmarzinho, de Londrina, enviou umalinda mensagem a seus pais por meiode Divaldo, no Grupo Espírita da Pre-ce, após tê-lo feito inúmeras vezes porintermédio de Chico Xavier.3a. No dia 7-2-1976, em Uberaba, o jor-nalista e escritor Fernando Worm per-guntou a Chico Xavier o que ele achavada opinião de alguns que diziam queDivaldo ficava mediunizado quandopregava, mas não quando psicografava.Chico Xavier lhe respondeu: “Por qualrazão Divaldo estaria mediunizado en-quanto fala e não enquanto psicografa?Por que a distinção?”.4a. Em 22-2-1976, em carta constantedo livro “Moldando o Terceiro Milê-nio”, de Fernando Worm, que contémo diálogo acima transcrito, ChicoXavier escreveu: “Divaldo é bem o se-meador que tomou as sementes subli-mes da palavra e saiu a semear. Deus oabençoe nas tarefas a que se dedicou.”5a. Divaldo tem psicografado em pú-blico mensagens grafadas em idiomasdesconhecidos, como prova o livroHacia las estrellas, todo ele escritoem espanhol, ditado por Espíritos dediferentes países, primeira obra nogênero em que alguém que não conhe-ce o idioma escreve mediunicamenteum trabalho desse porte.

6a. A recepção de mensagens especu-lares, que para serem lidas é preciso oconcurso de um espelho. A primeiradelas foi grafada por Joanna de Ânge-lis no programa da TV Uberabaintitulado “A Bigorna”, depois de umaentrevista de duas horas com váriaspersonagens. O fato voltou a se repe-tir por duas vezes nos Estados Uni-dos, bem como na França por ocasiãodo Congresso Espírita Mundial reali-zado em Paris e no último CongressoEspírita Brasileiro realizado em Bra-sília, perante um grande público eemissoras de televisão, salientando-seque em alguns casos a mensagem foipsicografada em inglês ou alemão.7a. O próprio Chico Xavier partici-paria mais tarde de duas conhecidasobras de Manoel Philomeno de Mi-randa psicografadas por Divaldo. Aprimeira vez em 15-5-1982, quandoAndré Luiz, por seu intermédio, pre-faciou o livro “Nas Fronteiras da Lou-cura”, e a segunda em 30-7-1983,quando Dr. Bezerra de Menezes, pe-las mãos de Chico Xavier, prefacioua obra “Painéis da Obsessão”.

Além disso, Chico Xavier rece-beu mais cinco prefácios dos amigosespirituais para livros psicografadospor Divaldo e dentre essas obras fi-gura “... E o amor continua”, psico-grafada por Chico e Divaldo no Gru-po Espírita da Prece, em Uberaba.Acresce ainda dizer que as pessoasque reeditam essa campanha não de-veriam ater-se à opinião de uma úni-ca pessoa, mas ouvir também, sobreo tema, outros como, por exemplo osdirigentes da Federação Espírita Bra-sileira, cujos esclarecimentos nãopoderiam ter sido sonegados ao povobrasileiro na reportagem veiculadapela TV, e muito menos agora, em-bora Divaldo Franco não necessite dequem o defenda, visto que sua obraextraordinária, inclusive na área dolivro, fala por si mesma. (Astolfo O.de Oliveira Filho)

são. Paralelamente às palestras e aosseminários constantes da programa-ção, realizar-se-ão no mesmo local –Centro Espírita Nosso Lar – e no

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O IMORTALPÁGINA 2 JULHO/2007

EditorialEMMANUEL

Um homem, desempregado, ves-te sua única calça, uma camisa, calçaum chinelo de dedo – ele não tem sa-patos – e vai à audiência com o juiz.Mas seu pleito não é julgado. O mo-tivo? Seu chinelo de dedo não estáde acordo com “a dignidade do Po-der Judiciário”, diz o juiz.

Em contraponto, em outra vara,em outra cidade, um advogado per-gunta ao juiz se seu cliente pode com-parecer da maneira como se encontrano trabalho na lavoura, para que elenão perca a audiência sobre seu pe-dido de aposentadoria rural que ha-via sido negado pelo INSS, porquenão pudera avisar o trabalhador a tem-po. O juiz diz que sim. Apresenta-se,então, um senhor, rosto castigado pelosol, mãos enfaixadas para proteger oscalos que insistem em se abrir, sujode terra da cabeça aos pés, e de chi-nelo de dedo. O juiz pede permissãopara fotografá-lo (!). Fotografa-o edetermina a inclusão da foto nos au-tos do processo – sua imagem era aprova viva de que seu pedido estavade acordo com a realidade. E julga opedido procedente.

Nós, os fariseus, somos escravosdas convenções, da burocracia, doformalismo. Quanto serviço deixa deser prestado, quanto bem deixa de serfeito por causa de nossa intolerância,de nosso convencionalismo. Esque-cemo-nos de que a única veste quenos é necessária, segundo Jesus, é aveste nupcial com a qual devemos nosapresentar diante do Senhor. “Ho-mens, diz-nos o Mestre, não se preo-cupem com o que há de comer, com

Felizes os que sabem sofrer.Bem-aventurados aqueles que

expungem na Terra.Se a estância é breve na matéria, o

estágio libertador é longo e abençoado.Anima os que se dilaceram nas

enfermidades consumidoras, irradian-do-lhes as alegrias com que se inun-darão de coragem para sublimar-se.

Reflexiona com eles sobre a rea-

Quando Jesus encontra santuáriono coração de um homem, modifica-se-lhe a marcha inteiramente.

Não há mais lugar dentro dele paraa adoração improdutiva, para a cren-ça sem obras, para a fé inoperante.

Algo de indefinível na terrestrelinguagem transforma-lhe o espírito.

Categoriza-o a massa comum pordesajustado, entretanto o aprendiz doEvangelho, chegando a essa condição,sabe que o Trabalhador Divino comoque lhe ocupa as profundidades do ser.

Renova-se-lhe toda a conceitua-ção da existência.

O que ontem era prazer, hoje éídolo quebrado.

O que representava meta a atin-gir, é roteiro errado que ele deixa aoabandono.

Torna-se criatura fácil de conten-tar, mas muito difícil de agradar.

A voz do Mestre, persuasiva edoce, exorta-o a servir sem descanso.

Converte-se-lhe a alma num estu-ário maravilhoso, onde os padecimen-tos vão ter, buscando arrimo, e por issosofre a constante pressão das doresalheias.

A própria vida física afigura-se-lhe um madeiro, em que o Mestre seaflige. É-lhe o corpo a cruz viva emque o Senhor se agita crucificado.

Para fazer a Assinatura deste jor-nal ou renová-la, basta enviar seu pe-dido para a Caixa Postal 63 – CEP86180-970 – Cambé-PR, ou então va-ler-se do telefone número (0xx43)3254-3261. Se preferir, utilize a Inter-net. Nosso endereço eletrônico é:[email protected]

A Assinatura simples deste peri-ódico custa R$ 38,00 (trinta e oito re-ais) por ano, aí incluídas as despesasde correio.

A Assinatura múltipla custa R$35,00 (trinta e cinco reais) por mês, jáincluídas aí as despesas de correio. Aofazê-la, o assinante receberá todos osmeses um pacote com 10 exemplares,que poderão ser distribuídos entre os

Farisaísmo na vida cotidianao que há de vestir, como fazem osgentios – procurem antes o Reino dosCéus, porque Deus provê a todas asnossas necessidades.” Sim, se procu-rarmos, primeiro, o nosso aperfeiço-amento moral, tudo nos será dado emacréscimo como fruto de nosso tra-balho, porque mesmo os pobres têma posse do necessário, enquanto osmiseráveis estão sendo provados ouse encontram em expiação.

Apesar disso, não conseguimosseparar-nos do formalismo. Até mes-mo criamos novas formalidades nodecorrer de nossas vidas. Etiqueta, ri-tuais e outras convenções sociais fa-zem parte da vida cotidiana. Thiagojá alertava no séc. I de nossa era: nós,ao vermos um pobre, enxergamosnele alguém diferente de nós – porisso, não nos aproximamos dele, nãofazemos dele nosso próximo, por nãoreconhecermos que todos somosiguais perante Deus – e quando che-ga à comunhão um homem rico, va-mos logo lhe oferecendo os primei-ros lugares e toda deferência, enquan-to o pobre fica ao sabor do vento.

Conhecemos um Centro que, ape-sar da simplicidade e sobriedade de suaconstrução, quase não é freqüentadopor pobres, porque estes, supostamen-te, não têm roupas adequadas, têm re-ceio de sujar o piso com seus pés en-lameados, sentem-se desconfortáveisna presença de pessoas de outras clas-ses. Esse tipo de exclusão é resultantedas convenções sociais inconscientes,de nossa cultura. Por isso a necessida-de de analisarmos a nós mesmos e asociedade, para descobrir quanto de

preconceito herdamos e mantemosmuitas vezes sem saber.

Nossa cultura, a cultura brasilei-ra, é toda calcada no poder aquisiti-vo. Temos preconceito racial, mas seo homem discriminado passa a ter po-der aquisitivo, então é tratado comtoda a deferência. O caso dos chine-los é sintomático. Hoje é moda andarde chinelo de dedo. É mesmo chiqueem certos ambientes. Mas nós nosperguntamos se, na audiência acimareferida, o homem de chinelos fossealguém de destaque na sociedade, ousimplesmente um indivíduo de pos-ses, se seria tratado da mesma manei-ra. A diferença é que uma pessoa compoder aquisitivo dificilmente iria aofórum de chinelos, enquanto o ho-mem que foi discriminado não tinhaescolha, porque não tinha sapatos.

“O sábado foi feito para o homem,não o homem para o sábado”, diz-nosJesus. Devemos, certamente, vivercomo os homens de nosso tempo. De-vemos até mesmo sacrificar parte denosso tempo em certos prazeres fú-teis que nos dêem o descanso físico emental. Mas tudo isso sem ferir o có-digo moral que esposamos, porque,como ensina Paulo, tudo nos é lícito,mas nem tudo nos convém. É precisoachar um ponto de equilíbrio. Deve-mos, no entanto, analisar nosso com-portamento, nossas crenças, nossosconceitos e preconceitos para desfa-zer os condicionamentos formais e asatitudes ritualizadas. Só assim deixa-remos de lado o nosso farisaísmo paranos conduzirmos segundo a vida sim-ples proposta no Evangelho de Jesus.

Um minuto com Joanna de Ângelislidade da existência humana e o que atodos aguarda após a morte.

Nenhuma dor que permaneça semtermo.

A morte é, portanto, dádiva deDeus, para interromper os ciclosafligentes.

Raciocina, examinando a vida sobo ponto de vista espiritual, e tudo semodificará.

Quando há luz

O único refúgio em que repousa éo trabalho perseverante no bem geral.

Insatisfeito, embora resignado; fir-me na fé, não obstante angustiado; ser-vindo a todos, mas sozinho em si mes-mo, segue, estrada afora, impelido porocultos e indescritíveis aguilhões...

Esse é o tipo de aprendiz que oamor do Cristo constrange, na felizexpressão de Paulo. Vergasta-o a luzceleste por dentro até que abandoneas zonas inferiores em definitivo.

Para o mundo, será inadaptado elouco.

Para Jesus, é o vaso das bênçãos.A flor é uma linda promessa, onde

se encontre.O fruto maduro, porém, é alimen-

to para Hoje.Felizes daqueles que espalham a

esperança, mas bem-aventurados se-jam os seguidores do Cristo que suame padecem, dia a dia, para que seusirmãos se reconfortem e se alimentemno Senhor!

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Lembre que, segundo Emmanuel,a maior caridade que podemos fazer àDoutrina Espírita é a sua divulgação.Ajude-nos, pois, a divulgá-la, colabo-rando com os jornais, os programas derádio e TV e os livros espíritas.

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JOANNA DE ÂNGELIS, mento-ra espiritual de Divaldo P. Franco, éautora, entre outros livros, de Momen-tos de Felicidade (Livraria EspíritaAlvorada Editora, 1990), do qual foiextraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco CândidoXavier e coordenador da obra mediú-nica do saudoso médium mineiro, éautor, entre outros livros, de “FonteViva” (Editora da FEB, 1956), de ondefoi extraído o texto acima.

Sentir-te-ás feliz, então, vendo osamigos em processo de libertação,antegozando as alegrias que os espe-ram, por tua vez, a ti também aguar-dando.

*Jesus, sadio e puro, ensinando o

amor e confirmando a imortalidade,aceitou, espontaneamente, a traição deum amigo, a negação de outro, o aban-dono de quase todos, e, sofrendo, semdesanimar, permaneceu tranqüilo, tala Sua certeza, que nos legou, do tri-unfo da vida além da morte e da noitehumana.

Assim, reflexiona e deixa-te do-minar pela fé na imortalidade, verifi-cando que, nesta condição, tudo sealtera e passa a ter nova e ditosa con-figuração.

“O amor do Cristo nos constrange.”Paulo (II CORÍNTIOS, 5-14.)

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O IMORTALJULHO/2007 PÁGINA 3

Há 20 anos surgia na cidade deLondrina uma entidade que muda-ria a realidade de um bairro. Pormeio de ações voltadas para aten-der os moradores carentes do Jar-dim Perobal (Zona Sul), a Comu-nhão Espírita Cristã de Londrinatem um histórico de grandes reali-zações, envolvendo diversos tiposde atividades, todos em benefíciodas centenas de famílias carentesque residem naquela localidade.Em comemoração do 20º aniver-sário da entidade e também dos 10anos de existência de um dos seusdepartamentos, a Escola-Oficina“Pestalozzi”, uma grande festa, quecontou com a presença de espíri-tas de Londrina e alunos da esco-la, marcou a data, num evento rea-lizado no último dia 31.

Realizada no pátio da es-cola, localizada na RuaTadao Ohira, 555, o eventoreuniu todas as crianças aten-didas pela entidade – cercade 180 – além de seus fami-liares, que puderam prestigi-ar atividades artísticas e cul-turais durante toda a tarde. Adona de casa, Claudete LuisePinheiro, não conseguia con-ter a alegria ao ver seus dois filhos,um de 9 e outro de 11 anos, felizescom a festa. Se não fosse a escola,Claudete não teria com quem dei-xar os filhos nos dias em que sai decasa para trabalhar como diaristacom o objetivo de ajudar o maridona renda familiar. “Eles vão para aescola à tarde e de manhã vem pracá. Se não tivesse aqui para eles fi-carem, acabariam nas ruas, fazen-do bagunça ou deixando de apren-der as coisas boas que aprendemaqui”, comenta.

FERNANDA [email protected]

De Londrina

Já o pequeno Pedro, filho deAna Maria Pereira, também mora-dora do Jardim Perobal, não vê ahora de começar a freqüentar a es-cola. “Ele vê a irmã vindo pra cá efica querendo vir também. Quan-do tem essas festas eles adoram vir.A gente também gosta bastanteporque não é sempre que consegui-mos ter alguma atividade diferen-te e legal assim para levar toda afamília”, diz a dona de casa.

A alegria das mães se dá porconta dos diversos tipos de atendi-mentos que seus filhos recebem naEscola-Oficina, que é um departa-mento da Comunhão Espírita. Alémde aulas de informática, atividadesesportivas e culturais, adolescentes,jovens e adultos se capacitam todoano por meio de cursos de manicu-re, culinária, entre outros.

Por volta das 16h30, no auditó-rio da entidade, uma apresentaçãosobre a história da Comunhão Espí-rita e da Escola-Oficina foi narrada

pela confreira Jenai de Olivei-ra Cazeta. O relato foi apre-sentado com fotografias pro-jetadas em um telão. Tambémestiveram presentes no even-to a presidente da instituição,Célia Maria Cazeta de Olivei-ra, e o diretor da Escola-Ofi-cina, Francisco Ontivero.

Emocionados e felizescom o sucesso dos trabalhosrealizados pela entidade, os

dois falaram ao público que assis-tia à apresentação. Para o diretor,que esteve presente em todas asações realizadas pela entidade des-de o início do projeto, o sucessodos trabalhos só “se deu pela fé”.“Somente a fé é que fez mover asações. As diversas dificuldades quetivemos desde o início não foramnada diante da grande fé e da for-ça de vontade que todos tinhampara que esse projeto desse certo”,comentou Francisco.

A presidente da entidade, CéliaMaria Cazeta de Oliveira, não quisapontar nomes na hora do agradeci-mento, mas salientou que todas asações conquistadas ao longo dos 20anos de atividades da entidade, só sederam e continuam acontecendo,principalmente, pela equipe de traba-lho. “Tivemos e sempre temos diver-sos colaboradores, mas eu quero dei-xar aqui registrado meu agradecimen-to pelo menos à minha equipe atual,que vem trabalhando muito bem e quepor conta dessa equipe, temos conse-guido realizar todos os nossos traba-lhos muito bem”, finalizou.

Um breve históricoda instituição

Conforme foi mostrado na apre-sentação conduzida por Jenai deOliveira Cazetta, a história da Co-munhão Espírita Cristã de Londri-na teve início no dia 17 de abril de

1987, quando um grupo deespíritas reuniu-se na casade Henrique e ErotidesIurkiewicz, em Londrina,com o objetivo de fundarum núcleo de serviço espí-rita que tem desde entãocomo patrona espiritual amédium Yvonne A. Perei-ra, desencarnada pouco an-tes. No dia 22 imediato, emmensagem que ela intitulouChamamento ao trabalho, Yvonneagradeceu a lembrança do seu nomee prometeu tudo fazer para ajudar onascente trabalho.

Nascia assim a Comunhão Es-pírita Cristã de Londrina, com sedeprópria desde o ano de 1992 situa-da na Rua Tadao Ohira, 555, noJardim Perobal, onde desenvolvesuas atividades por meio de quatrodepartamentos distintos:

Escola-Oficina “Pestalozzi”,cujo diretor é o Sr. FranciscoOntivero;

Departamento de Divulgação eDifusão Doutrinária, cujo diretor éAdervaldo Roberto Patta;

Departamento de PromoçãoSocial “Vô Olympio”, cuja direto-ra é Efigênia dos Santos;

Núcleo de Estudos Espíritas

“Yvonne A. Pereira”, cujo diretoré José Cesário da Silva.

Célia Maria Cazeta de Oliveiraé a atual presidente da entidade eGetúlio Profeta é o secretário-geral.

Comunhão Espírita Cristã comemora 20 anos

A existência da Comunhãopode ser dividida em 4 fases:1a) de 17 de abril de 1987 a 10 deagosto de 1992, quando a insti-tuição funcionou de modo infor-mal, sem sede própria, estatuto ediretoria regularmente eleita;2a) de 11 de agosto de 1992 a 25de maio de 1993, quando passoua funcionar no atual endereço, emsede muito modesta, adquirida em22-5-1992, embora não contasseainda com estatuto registrado;3a) de 26 de maio de 1993 a 10de outubro de 1997, quando a en-tidade passou a contar com esta-tuto registrado e construiu, no pe-ríodo de 13-3-95 a 10-10-97, suasatuais dependências, graças à aju-da recebida do jogador de fute-bol Élber Giovane de Sousa e da

instituição alemã Lateina-merika-Zentrum e.V.;4a) de 11 de outubro de1997 em diante, quandopassou a contar com es-paço suficiente para fun-cionamento de seus de-partamentos, inclusive aEscola-Oficina Pestaloz-zi, com instalações pró-prias inauguradas em 31de maio de 1997, a qual

promove desde então cursosprofissionalizantes regularespara jovens e adultos carentesresidentes na região. (Continuana pág. 10 desta edição.)

Evento realizado em 31 de maio reuniu espíritas de Londrina e crianças da Escola-Oficina“Pestalozzi” numa grande festa que marcou o aniversário da entidade

Célia Cazeta, presidente da Comunhão,no momento em que saudou o público

Aspecto parcial da festa realizada nopátio da Escola-Oficina Pestalozzi

Outro flagrante da festa comemorativados 10 anos da Escola-Oficina

Os alunos da Escola-Oficina, todosuniformizados, estiveram impecáveis

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O IMORTALPÁGINA 4 JULHO/2007

A prece ou a oração – o nome éindiferente – nada mais é que umainvocação, mediante a qual o ho-mem entra, pelo pensamento, emcomunicação com o ser a quem sedirige. Pode ter por objeto um pe-dido, um agradecimento ou umaglorificação. As preces feitas a Deus– ensina o Espiritismo - são escuta-das pelos Espíritos incumbidos daexecução de suas vontades. As quese dirigem aos bons Espíritos sãoreportadas a Deus.

Jesus definiu com precisão asqualidades da prece. “Quandoorardes, disse ele, não vos ponhais emevidência; antes, orai em secreto. Nãoafeteis orar muito, pois não é pelamultiplicidade das palavras que sereisescutados, mas pela sinceridade de-las. Antes de orardes, se tiverdes qual-quer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode seragradável a Deus, se não parte de umcoração purificado de todo sentimen-to contrário à caridade. Orai, enfim,com humildade, como o publicano, enão com orgulho, como o fariseu.Examinai os vossos defeitos, não asvossas qualidades, e, se voscomparardes aos outros, procurai oque há em vós de mau.”

Quando dirigimos o pensamen-to para um ser qualquer, na Terraou no espaço, de encarnado paradesencarnado, ou vice-versa, umacorrente fluídica se estabelece en-tre um e outro, transmitindo de umao outro o pensamento, como o artransmite o som, porquanto o flui-do que inunda o espaço é o veículodo pensamento.

É em virtude desse fato que osEspíritos ouvem a prece que lhes édirigida e é assim que se comuni-cam entre si e nos transmitem suasidéias e inspirações.

Por meio da prece, o homemobtém o concurso dos bons Espíri-tos que acorrem a sustentá-lo emsuas boas resoluções e a inspirar-lhe idéias sãs. Ele adquire, dessemodo, a força moral necessária paravencer as dificuldades e volver aocaminho reto, se deste se afastou.E é também por essa via que elepode desviar de si os males queatrairia por suas próprias faltas.

Fato curioso revelado pelo Es-piritismo é que a prece produz re-sultados mesmo quando é dirigida aalguém que não tem condições deatendê-la. Em seu livro “Entre a Ter-ra e o Céu”, André Luiz narra no cap.

II, pp. 13 a 17, um interessante fatoque ilustra o que dissemos.

Atendendo a um pedido queveio da Crosta, Clarêncio exami-nava um pequeno gráfico que umaauxiliar do Templo do Socorro lheentregou e, exibindo o documentoque trazia nas mãos, explicou: “Te-mos aqui uma oração comovedoraque superou as linhas vibratóriascomuns do plano de matéria maisdensa. Parte de uma devotadaservidora que se ausentou de nos-sa cidade espiritual, há precisa-mente quinze anos terrestres, paradeterminadas tarefas na reencarna-ção”.

Evelina era o nome da jovemcuja reencarnação fora garantida pe-los Instrutores de “Nosso Lar”. Elarogava à sua mãe desencarnada,Odila, ajuda para um caso de per-turbação espiritual em seu lar, semsaber que a causadora da perturba-ção era a própria mãe.

Sua insistência na rogativa foi,porém, tanta, que as preces, quebran-do a direção, chegaram até à Colô-nia. Como a mãe não poderia ajudá-la, a súplica da jovem, desferida emelevada freqüência, varou os círcu-los inferiores e buscou o apoio que

não lhe faltaria jamais.Clarêncio deu à prece de

Evelina o curioso nome de oraçãorefratada, ou seja, desviada do seucurso, para que chegasse a alguémem condições de atendê-la, fato quedemonstra a bondade do Criador,que tudo faz para que nós sejamosfelizes, conquanto nem sempre te-nhamos capacidade de entendê-lo.

De todas as preces conhecidasdos cristãos, a mais completa é, semcontestação, a Oração dominical,conhecida também pelo nome dePai Nosso. Allan Kardec a indicouexpressamente, respondendo a umleitor, como devendo ser a prece detodos os dias, na hora em que noslevantamos da cama e na hora em

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

O Espiritismo respondeFernanda me pergunta: “O

que é preciso para que um Espí-rito se comunique?”

Para que um Espírito se co-munique, é preciso, além da per-missão de Deus ou de seusprepostos, que lhe convenha fazê-lo, que sua posição ou suas ocu-pações lho permitam e que en-contre no médium um instrumen-to apropriado à sua natureza.

Como o leitor pode imaginar,o concurso das quatro condiçõesacima citadas nem sempre é pos-sível, o que explica por que é tãodifícil, mesmo para os espíritaspraticantes, obter mensagens deseus entes mais caros.

Em princípio, podemos comu-nicar-nos com os Espíritos de todasas categorias, com os nossos paren-tes, com os nossos amigos, desdeos mais elevados até os mais vulga-res; porém, independentemente dascondições individuais de possibili-dade, eles vêm mais ou menos deboa-vontade segundo as circunstân-

Aqui no Paraná existe um hábi-to generalizado entre os palestran-tes que poucas pessoas conseguemevitar: o uso do chamado sujeitorepetido. Os especialistas em nos-sa Língua recomendam que evite-mos tal prática, a não ser em casosexcepcionais, em que a repetição setorne um recurso de oratória.

Veja estes exemplos – mausexemplos –, construções que nãodevemos imitar:• Francisco, um dos artilheiros docampeonato, ele assina amanhã como Flamengo.• A idéia deste programa, ela nos

Pílulas gramaticaisobriga a medidas radicais.• A Maria, ela não veio porque estámuito gripada.• A empresa, apesar do apelos emcontrário, ela não cedeu à argumen-tação.• Kardec, que foi discípulo de Pes-talozzi, ele também sofreu persegui-ção do clero.

*O superlativo de “sério” é

seríssimo ou seriíssimo?Quando o adjetivo termina em

“a”, “e”, “o”, “eio” e “eia”, a formado superlativo é muito simples. Eisalguns exemplos:

• Pequena > pequeníssima• Pequeno > pequeníssimo• Leve > levíssimo• Cara > caríssima• Caro > caríssimo• Feio > feíssimo• Cheio > cheíssimo• Feia > feíssima.

Quando o adjetivo termina em“io” e “ia”, a forma do superlativoé diferente, conforme mostram osexemplos:• Macio > maciíssimo• Sério > seriíssimo• Macia > maciíssima• Frio > friíssimo.

que buscamos o leito para dormir.A recomendação de Kardec

pode ser encontrada na Revista Es-pírita de agosto de 1864, no mes-mo artigo em que ele sugeriu a prá-tica do que hoje conhecemos pelonome de Evangelho no Lar.

Eis as palavras textuais do Co-dificador: “Uma vez por semana,por exemplo, no domingo, pode-sea isto (oração) consagrar um tempomais longo, e dizer todas, quer emparticular, quer em comum, se hou-ver lugar; a isto acrescentando aleitura de algumas passagens doEvangelho segundo o Espiritismo ea de algumas boas instruções, dita-das pelos Espíritos”. (Revista Espí-rita de 1864, Edicel, p. 234.)

Anotações sobre a prece

cias e, sobretudo, segundo a sua sim-patia pelas pessoas que os chamam,e não pelo pedido do primeiro quetenha a fantasia de evocá-los por umsentimento de curiosidade.

É evidente, quanto aos pedi-dos decorrentes de simples curi-osidade, que se determinadosEspíritos, quando encarnados,não se incomodariam com as pes-soas que se movem apenas porcuriosidade, depois da morte tam-bém não se incomodam com elas.

Os Espíritos sérios só compa-recem às reuniões sérias, paraonde os chamam com recolhi-mento e para as coisas sérias. Elesnão se prestam a responder a per-guntas de curiosidade, de prova,ou com um fim fútil, nem tam-bém a experiência alguma.

Os Espíritos frívolos andampor toda parte; porém, nas reuni-ões sérias, calam-se e conservam-se afastados para escutar, comofariam estudantes em uma assem-bléia de doutos.

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O IMORTALJULHO/2007 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 18)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Continuamos a publicar o tex-to condensado da obra A Alma éImortal, de Gabriel Delanne,traduzida por Guillon Ribeiro epublicada pela Editora da FEB. Aspáginas citadas referem-se à 6a

edição.*

252. Não é difícil entender queo perispírito seja capaz de repro-duzir a forma do corpo físico jáextinto. Desde que nada se perdeno envoltório fluídico, as formasdo ser se fixam nele e podem rea-parecer sob o influxo da vontade.Segundo Erny, em seu livro “Opsiquismo experimental”, o Sr.Brackett viu numa sessão um man-cebo muito alto dizer-se irmão deuma senhora presente, que lhe re-plicou: “Como poderia reconhecê-lo, se não o vejo desde criança?”De imediato a figura diminuiu detalhe pouco a pouco, até chegar àdo menino que ela conhecera.(Pág. 270)

253. O fato citado - que temsido observado muitas vezes - con-duz-nos à lei geral, ensinada porKardec, de que um Espírito sufi-cientemente adiantado pode assu-mir, à vontade, qualquer dos tipospelos quais tenha evolvido no cur-so de suas existências sucessivas.Não se deve concluir disso que umEspírito farsista não possa disfar-çar-se, de maneira a simular umapersonagem histórica, mais oumenos fielmente. Ele pode, sim,mas, evidentemente, pouco avan-çado na hierarquia espiritual, osseus conhecimentos, ainda muitolimitados, acabarão por desmasca-rá-lo. (Pág. 270 e 271)

254. Outra observação impor-tante decorrente do estudo dasmaterializações indica que não é oEspírito quem cria a forma sob aqual é ele visto, pois os moldes são

verdadeiros modelos anatômicos.É um verdadeiro organismo que seimprime em substâncias plásticase não apenas uma imagem. Queorganismo é esse? (Pág. 271)

255. É um organismo que jáexiste durante a vida e que dámoldagens idênticas no curso dosdesdobramentos: o perispírito, quea morte não destrói e que persistecom todas as suas virtualidades,pronto a manifestá-las, desde queseja favorável a ocasião. (Pág. 271)

Nas aparições tangíveis, aforma materializada tem todosos característicos de um corpo

vivo e real

256. Nos desdobramentosmaterializados de médiuns, osmoldes obtidos reproduzemsempre o organismo material domédium, do seu pé, por exemplo,como se deu com Eglinton, oude sua mão, como ocorreu comEusápia. Esse é o critério que nospermite distinguir o desdobra-mento do médium de uma mate-rialização de Espírito. Se a apa-rição é sósia do médium, segue-se que é sua alma que se mani-festa fora do organismo carnal.No caso contrário, se a apariçãodifere anatomicamente do mé-dium, quem está presente é ou-tra individualidade. (Pág. 272)

257. Delanne relata, a seguir,diversas experiências que dãoembasamento à explicação dada.(Págs. 272 a 274)

258. Reportando-se à naturezadas aparições tangíveis, AlfredRussel Wallace disse em cartadirigida ao Sr. Erny que, em certascircunstâncias, “a forma tem todosos característicos de um corpo vivoe real, podendo mover-se, falar,mesmo escrever e revelando calorao tato”. “Tem, sobretudo, indivi-dualidade e qualidades físicas ementais totalmente diversas das domédium.” (Pág. 274)

259. Numa carta enviada ao Sr.Aksakof, o Dr. Hitchman, autor devárias obras sobre Medicina, dis-se-lhe ter adquirido a mais cientí-fica certeza de que “cada uma des-sas formas que apareceram era umaindividualidade distinta do envol-tório material do médium, por-quanto, tendo-as examinado como auxílio de diversos instrumentos,comprovei nelas a existência darespiração e da circulação; medi-lhes o talhe, a circunferência docorpo, tomei-lhes o peso, etc.”(Pág. 275)

260. Encerrando o assunto,Delanne afirma que, com base noconjunto dos fatos observados,podem-se extrair as seguintes con-clusões: 1a - Que os Espíritos pos-suem um organismo fluídico; 2a -Que, quando esse corpo fluídico sematerializa, reproduz fielmente umcorpo físico que o Espírito reves-tiu durante sua vida terrestre; 3a -Que nenhuma experiência de-monstrou que o grau de variaçãodessa forma possa ir ao ponto dereproduzir outra forma inteiramen-te distinta. Se alguma variação seopera, não passa de uma diferençapara mais ou para menos do mes-mo tipo; 4a - Que, estabelecido porinúmeras provas que aquele orga-nismo existe nos vivos, pode-seafirmar a sua existência depois damorte, uma vez que ela - a exis-tência - se nos impõe pelos mes-mos fatos que a positivam com re-lação aos vivos; 5a - Logo, até pro-va em contrário, a aparição de umEspírito que fala e se desloca, quese pode reconhecer como sendouma pessoa que viveu na Terra, éprova excelente de sua identidade.(Pág. 276)

A morte não confere à almaconhecimentos que ela nãoadquiriu pelo seu trabalho

261. Fiel ao seu método, o Sr.Aksakof não acredita também

Do livro Seara de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Diver-sos.

Divaldo responde– Existem condições mínimas

para se desempenhar a tarefa daevangelização? Quais seriam?

Divaldo Franco: Não preten-demos estabelecer regras de com-portamento doutrinário, muitobem já apresentadas no corpo daDoutrina Espírita e em particularnas excelentes páginas “O ho-mem de bem” e a seguir “Os bonsespíritas”, no capítulo XVII de OEvangelho segundo o Espiritis-mo, de Allan Kardec.

Não obstante, quem desejedesempenhar a tarefa de evange-lização infanto-juvenil, deve pos-suir conhecimento do Espiritismo

e boa moral, como embasamen-tos para essa empreitada.

Como requisito igualmenteprimordial, deve ter conhecimen-tos de Pedagogia, Psicologia In-fantil e Metodologia sem deixarà margem o alimento do amor,indispensável em todo cometi-mento de valorização do homem.Aliás, a programação para a pre-paração de evangelizador infan-to-juvenil tem tido a preocupaçãode oferecer esses elementos bá-sicos nos encontros e cursos mi-nistrados periodicamente em di-versas regiões do país, sob a ori-entação da FEB.

que se possa estar certo da iden-tidade de um Espírito, aindaquando ele revela fatos referen-tes à sua existência terrestre, por-que outro Espírito pode conhecê-los. (Pág. 276)

262. Delanne diz que essa pro-posição reclama estudo maisacurado porque, entende ele, noespaço muitos Espíritos são abso-lutamente incapazes de apreenderos pensamentos dos demais Espí-ritos. A faculdade da clarividênciaestá relacionada com a elevaçãomoral e intelectual do Espírito.Além disso, a morte não confere àalma conhecimentos que ela nãoadquiriu pelo seu trabalho. Se, umaou outra vez, o Espírito se revelasuperior ao que parecia ser nestemundo, é que manifesta aquisiçõesanteriores, obnubiladas temporari-amente na sua última existência.(Págs. 277 e 278)

263. Admitamos, contudo, queum Espírito conheça os fatos davida terrestre de um outro Espíri-to. Bastará isso para lhe dar o ca-

ráter do segundo e a maneira pelaqual este se exprime? Se o obser-vador tiver conhecido suficiente-mente a pessoa que o Espírito ten-ta imitar, ele será facilmente des-mascarado, porque - se o estilo é ohomem - é quase impossível quealguém simule o modo pelo qualse exprime um indivíduo. (Pág.278)

264. Evidentemente, torna-sedifícil estabelecer a identidade daspersonagens históricas, mas o mes-mo não sucede quando se trata deum amigo que conhecemos bem,ou de um parente de nossas rela-ções. (Pág. 278)

265. Pretendeu-se algures quea consciência sonambúlica do mé-dium pudesse ler no inconscientedo evocador, de modo a forneceras particularidades que parecemprovar a identidade e que, por isso,há sempre possibilidade de ilusão.Mas, semelhante fato nunca foidemonstrado rigorosamente. (Pág.279) (Continua no próximo núme-ro.)

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O IMORTALPÁGINA 6 JULHO/2007

Maomé e o Islamismo - Meca era nestaaltura uma cidade-estado no deserto, ondese encontrava um santuário conhecido porKaaba (“o Cubo”) administrado pelos Co-raixitas. A Kaaba era venerada por todos osÁrabes, sendo alvo de uma peregrinaçãoanual. Nela se encontra a Pedra Negra e umasérie de ídolos, representações de deusas ede deuses, dos quais se destacava o deusnabateu Hubal. Alguns habitantes de Mecadistanciavam-se quer dos cultos pagãos, querdo monoteísmo dos judeus e dos cristãos,declarando-se hunafá, isto é, crentes no Deusúnico de Abraão, que acreditavam ter sido ofundador da Kaaba. Apesar de a cidade nãopossuir recursos naturais, ela funcionavacomo um centro comercial e religioso, visi-tado por muitos comerciantes e peregrinos.

Durante a adolescência Muhammad foipastor e teria também acompanhado o seu tioem expedições comerciais à Síria. Segundoos relatos muçulmanos, quando Muhammad,o seu tio e outros acompanhantes regressa-vam de uma destas viagens cruzaram-se per-to de Bosra com um eremita cristão chamadoBahira que após ter examinado Muhammadconcluiu que este era o enviado que todosaguardavam. Bahira recomendou a Abu Talibque levasse o seu sobrinho para Meca e quevelasse pelo bem-estar deste.

Por volta de 595 Muhammad conheceuCadija, uma viúva rica de 40 anos de idade.O jovem Muhammad (na altura com 25 anosde idade) impressionou Cadija pela sua ho-nestidade nos negócios de tal forma que elapropôs o casamento. Este casamento repre-sentou uma mudança social para Muham-mad, já que segundo os costumes árabes daépoca os menores não herdavam, razão pelaqual Muhammad nada tinha recebido da he-rança do pai e do avô. Muhammad perma-neceu com Cadija até à morte desta em 619,não tendo tido outras esposas. Cadija teveseis filhos de Muhammad, quatro mulheres(Zainab, Ruqayyah, Umm Kulthum e Fáti-ma e dois homens (Al-Qasim e Abdullah,que faleceram durante a infância).

O profeta era analfabeto? - Habitu-almente afirma-se que Muhammad teriasido analfabeto; contudo, é provável quetenha possuído conhecimentos rudimenta-res de escrita, necessários a alguém que de-sempenhou funções na área do comércio.

O seu tio Zubair fundou a ordem de ca-valaria conhecida como a Hilf al-fudul, queassistia os oprimidos, habitantes locais e visi-tantes estrangeiros. Muhammad foi um mem-bro entusiasta. Muhammad ajudou na reso-lução de disputas, e tornou-se conhecido comoAl-Ameen (“o confiável”) devido à sua re-putação sem mácula nestas intermediações.Como exemplo, quando a Kaaba sofreu da-nos após uma inundação, e todos líderes deMeca queriam receber a honra de resolver oproblema, Muhammad foi nomeado para so-lucionar a situação. Muhammad propôs queestendessem um lençol branco no chão, quecolocassem a Pedra Negra (também conhe-cida como Hajar el Aswad) no meio e pediuaos líderes tribais que a transportassem ao seudevido local, segurando os cantos do lençol.Chegados ao devido local, o próprio Muham-mad tratou de a colocar na posição devida.

Durante a sua vida e depois da mortede Cadija, Muhammad viria a casar comonze outras mulheres, na sua maioria viú-vas, exceto Aisha. Estas mulheres eram vi-úvas de companheiros de Muhammad, ti-nham uma idade avançada e o casamentocom o profeta surgia como uma forma degarantir proteção e estabilidade econômi-ca. Em outros casos os casamentos servi-ram para cimentar alianças políticas.

Uma das mulheres mais importantesfoi Aisha, que tinha seis anos de idade naaltura do seu noivado, e segundo os re-gistros, quatorze anos na altura do seu ca-samento com o profeta Muhammad.

O sermão derradeiro - Um ano antesda sua morte, Muhammad dirigiu-se pelaúltima vez aos seus seguidores naquilo queficou conhecido como o sermão final doprofeta. A sua morte em Junho de 632 emMedina, com a idade de 63 anos, deu ori-gem a uma grande crise entre os seus se-guidores. Na verdade, esta disputa acaba-ria por originar a divisão do Islã nos ramosdos Sunitas e Xiitas. Os Xiitas acreditam

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

que o profeta designou Ali Ibn Abu Talibcomo seu sucessor, num sermão público nasua última Hajj, num lugar chamado GhadirKhom, enquanto que os sunitas discordam.

Muhammad tinha por hábito passarnoites nas cavernas das montanhas próxi-mas de Meca, praticando o jejum e a medi-tação. Sentia-se desiludido com a atmosfe-ra materialista que dominava a sua cidadee insatisfeito com a forma como órfãos, po-bres e viúvas eram excluídos da sociedade.A tradição muçulmana informa que no anode 610, enquanto meditava numa cavernado Monte Hira, Muhammad recebeu a vi-sita do arcanjo Gabriel (Jibreel) que o de-clarou como profeta de Deus. Desde estemomento e até à sua morte, Muhammadrecebeu outras revelações.

Ao receber estas mensagens, Muham-mad teria transpirado e entrado em estadode transe. A visão do arcanjo Gabriel teriaperturbado Muhammad, mas a sua mulherCadija o reconfortou, assegurando que nãose trataria de uma possessão de um gênio.Para tentar compreender o sucedido o casalconsultou Waraqa, um primo de Cadija quese acredita ter sido cristão. Com a ajuda desteMuhammad interpretou as mensagens comosendo uma experiência idêntica à vivida pe-los profetas do judaísmo e cristianismo.

As primeiras pessoas a acreditar namissão profética de Muhammad foramCadija e outros familiares e amigos quese reuniam na casa de um homem cha-mado al-Arqam. Por volta de 613, enco-rajado pelo seu círculo restrito de segui-dores, Muhammad começou a pregar empúblico. Ao proclamar a sua mensagemna cidade, Muhammad ganhou seguido-res, incluindo os filhos e irmãos do ho-mem mais rico de Meca. A religião queele pregou tornou-se conhecida como oislã (“submissão à vontade de Deus”).

À medida que os seus seguidorescresciam, ele se tornava uma ameaça paraas tribos locais, especialmente aos Co-raixitas, a sua própria tribo, que tinha aresponsabilidade pelo cuidado da Kaaba,que nesta altura hospedava centenas deídolos que os Árabes adoravam comodeuses. (Continua no próximo número.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 17)

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O IMORTALJULHO/2007 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

jos foram seus pais. Conheceunos primeiros anos da meniniceas dificuldades dos que vivemafastados das grandes cidades,sem os recursos de que dispõemos que residem nos centros po-pulosos. Começou, assim, a lu-tar desde a infância, fortalecen-do nos albores da vida o seu es-pírito empreendedor. Enquantooutras crianças brincavam, des-preocupadas, ele limpava, à en-xada, a plantação, ou roçava paraa semeadura. Quando lhe sobra-va tempo, aprendia a ler e a es-crever. Já rapazinho, veio a sertropeiro, a demandar as serrani-as do sul do Estado, de fazendaem fazenda, de vila em vila, ven-dendo ou trocando mercadorias.Moço feito, com aspirações maisaltas, rumou para o Recife, ondeexerceu atividade de caixeiro decasa comercial. Ali, porém, nãoficou. Sentia-se atraído para asterras do sul do País, e é assimque se transfere para Curitiba,capital do Estado do Paraná, ondeviveu longa parte de sua existên-cia, e onde se entregou com todoo ardor ao estudo.

Compreendia que para vencerna vida não lhe bastava a forçade vontade, o entusiasmo; erapreciso saber e, para saber, erapreciso estudar. E foi o que fez.Alistando-se no Exército, foi ser-vir-nos 3.º Regimento de Infan-taria (3.º R.I.), sediado na Capi-tal. Em pouco tempo, pela suadedicação e pelo seu esforço, al-cançava o posto de sargento. Ini-ciou então seus estudos superio-res matriculando-se em 1918 na

Lins de Vasconcellos

Em 21 de março de 1952 de-sencarnava na cidade de SãoPaulo, onde residia, o Dr. ArturLins de Vasconcellos Lopes,sendo sepultado, conforme seusdesejos, no jardim do Sanató-rio “Bom Retiro”, em Curitiba,cidade que muito amou.

Casado com Hercília Césarde Vasconcelos Lopes, Linscontribuiu largamente para aexpansão do Espiritismo noBrasil, prestando assinaladosserviços à Doutrina Espírita.Levantou e apoiou inúmerasobras de caridade e beneficên-cia, nas quais até hoje lhe aben-çoam o nome, devendo-se-lheo prédio onde se acha instaladaa Federação Espírita Paraibana.Sua atividade no campo da as-sistência social da Doutrinagranjeou-lhe simpatias e amiza-des em todos os recantos doPaís. Mas não se limitou à as-sistência social, porquanto tra-balhou ativamente no propósi-to de unir a família espírita denossa Pátria, tornando-se umdos que mais concorreram paraa concretização do célebre“Pacto Áureo”, em 5 de outu-bro de 1949, o qual efetivou aunificação tão ardentementedesejada pela Federação Espí-rita Brasileira.

Sua vida terrena teve iníciono dia 27 de março de 1891, nacidade de Teixeira, alto sertãoda Paraíba do Norte. Era, por-tanto, sertanejo, como sertane-

Escola Superior de Agronomiade Curitiba, onde fez brilhante-mente o seu curso de engenheiroagrônomo. Foi uma fase difícilpara o então jovem lutador. Man-tendo desde moço uma indepen-dência religiosa, embora aceitan-do desde a infância a idéia daexistência de Deus, Lins não seprendeu, nessa etapa da vida, aum conceito religioso definido.Seu espírito aguçado indagavaconstantemente a razão das di-ferenças sociais e interrogava asi mesmo o porquê das anomali-as da vida. Daí sua inclinaçãopara o problema social. Se hou-vesse vivido na fase da campa-nha da abolição da escravatura,teria, sem dúvida, formado aolado dos grandes vultos na lutapela liberdade de nossos irmãosescravizados.

Só um caminho poderia con-duzi-lo à compreensão do porquêda vida, das desigualdades soci-ais, do desequilíbrio na organi-zação humana, que provoca adesventura e a infelicidade dosseres. Todas as indagações do seuespírito empreendedor seriamrespondidas mais tarde, quando,pelas mãos carinhosas de Antô-nio Duarte Veloso, conheceu asbelezas incomparáveis da Dou-trina Espírita, isto em 1912. Em1915, como secretário geral daFederação Espírita do Paraná,participava, com a alma em re-gozijo, da inauguração do Alber-gue Noturno daquela entidade.Em 1916, trabalhou ativamenteno II Congresso Espírita Parana-ense. Criada a “Revista do Espi-

ritualismo”, órgão da SociedadePublica Dora Kardecista, do Pa-raná, Lins se tornou um dos seusdiretores. Em seu último estágioem Curitiba, Lins fora elevado àposição de escreventejuramentado em certo tabelionatoda cidade. Exercia com probida-de suas funções quando, em1925, se viu demitido. Sofreuentão perseguição e muitos abor-recimentos, inclusive condena-ção judicial, mais tarde revogadapelo Tribunal. Embora desequi-librado em suas finanças, nãocaiu em desânimo. Possuído dealto tino comercial, lança-se aocomércio madeireiro. Começa aprosperar e a enriquecer. Em1930, resolve mudar-se para oRio de Janeiro. Engajou-se poressa época nos movimentos edu-cativos da criança, no socorro àsinstituições de amparo à velhicee à infância abandonada, na cri-ação de Lares Infantis, Sanatóri-os, Hospitais, Ginásios, Creches,Institutos de Ensino, etc., tudoem benefício do indivíduo e dacoletividade, um trabalho contí-nuo que durou até os últimos diasde sua existência. “A maior gló-ria de Lins” – escreveu um bió-grafo – “é não ter sido ele cor-rompido pelo fascínio do ouro.”

Por volta de 1938, em passeioa Curitiba e presente à reuniãodo Conselho da Federação Espí-rita do Paraná, Lins de Vascon-cellos propôs-se a entrar comapreciável soma de recursos parao reinício das obras do atual Hos-pital “Bom Retiro”, tendo man-tido sua colaboração econômica

até a sua inauguração. Em1948, quando a Gráfica MundoEspírita enfrentou uma sériacrise, sua cooperação espontâ-nea e sincera veio evitar o de-saparecimento dela, e, assumin-do a direção, enfrentou todas asdificuldades decorrentes de suaatitude salvadora. Imprimiunova orientação doutrinária ao“Mundo Espírita”, periódicofundado em 1932. No mesmoano (1948) empenhou-se na re-alização do I Congresso dasMocidades Espíritas do Brasil,apoiando a idéia do deputadoCampos Vergal, transformadaem realidade pela atuação deLeopoldo Machado. Em feverei-ro de 1949, fundou a Ação So-cial Espírita, instituição que sedestinava ao trabalho social doEspiritismo. Graças ao seu es-pírito de colaboração e sua boavontade, realizou-se a PrimeiraFesta Nacional do Livro Espíri-ta, de 14 a 18 de abril de 1949.

Em 1949, participou ativa-mente da concretização do“Pacto Áureo”, fato que deusurgimento ao Conselho Fede-rativo Nacional. Como decor-rência do “Pacto Áureo”, orga-nizou-se em seguida, no Rio, achamada “Caravana da Frater-nidade”, composta de váriosespíritas ilustres, entre elesLeopoldo Machado e Lins deVasconcellos, caravana que per-correu todo o norte e nordestedo País, numa entusiástica cam-panha em prol da unificação,segundo as normas estabeleci-das no Pacto.

Lins de Vasconcellos

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ASTOLFO O. DEOLIVEIRA FILHO

[email protected] Londrina

A intervenção dos Espíritos em nossos atos

Dando continuação ao estu-do iniciado em abril deste ano,em que se comemora o aniver-sário de 150 anos de “O Livrodos Espíritos”, veremos hojemais algumas questões tratadasna referida obra, a respeito dediversos temas que são típicos daDoutrina dos Espíritos, porquesó ela cuida, modernamente, detais assuntos, a exemplo daemancipação da alma encarna-da, da intervenção dos Espíritosintervêm em nosso mundocorpóreo e das suas ocupações emissões no plano espírita.

Emancipação daalma encarnada

1 – Que faz a alma encarna-

da durante o sono e como se ex-plicam os sonhos?

Resposta: Durante o sono, osliames que unem a alma ao corpose afrouxam, permitindo que aalma possa afastar-se do corpo fí-sico, percorrer o espaço e entrar emrelação mais direta com os outrosEspíritos. O sono liberta parcial-mente a alma do corpo. Ocorreque, durante esse período, a almafica no estado em que estará demaneira permanente após a morte.Por efeito do sono os Espíritos en-carnados estão sempre em relaçãocom o mundo dos Espíritos, pararetemperar-se na fonte do bem e in-vestigar no passado ou no futuro.Já o sonho é a lembrança do que ovosso Espírito viu durante o sono.É certo que nem sempre sonhais,isto é, recordais do que se passoudurante o repouso do corpo. É queo corpo, por ser constituído de ma-téria grosseira e pesada, dificil-mente conserva as impressões re-

cebidas pelo Espírito, vistoque o Espírito não as rece-beu pelos órgãos físicos, esim através de seu perispíri-to. Os sonhos podem ser, al-gumas vezes, um pressenti-mento do futuro: na maioriadas vezes são a recordaçãodos contatos ou visões quea alma teve durante o inter-valo do repouso corporal; fi-nalmente, embora tenham li-gações com imagens reaisapresentadas ao Espírito,podem não ter nenhuma re-lação com o que se passa navida corpórea da pessoa, queassim considera aqueles es-tranhos ou bizarros fatos umabsurdo, impossível de se-rem decifrados ou mesmoentendidos.

2 – As almas encarnadas deduas pessoas podem comunicar-se à distância, estando os seuscorpos em vigília, ou seja, acor-dados?

Resposta: Podem fazê-lo, sim,pois que a alma não está encerradano corpo, como um objeto dentrode uma caixa: ela irradia em todo oseu redor. Eis por que pode comu-nicar-se com outros Espíritos, mes-mo no estado de vigília, embora ofaça mais dificilmente. Quandoduas pessoas, perfeitamente desper-tas, têm instantaneamente o mesmopensamento, é porque são dois Es-píritos simpáticos que se comuni-cam e vêem reciprocamente os seuspensamentos, mesmo quando nãoestão dormindo.

3 – Há alguma relação entreo sonho e os fenômenos chama-

dos de “dupla vista” e “sonambu-lismo”?

Resposta: Sim; o sonambulis-mo natural é um estado de inde-pendência da alma, mais completoque o do sonho, em que as facul-dades adquirem maior desenvolvi-mento. A alma tem, no sonambu-lismo, percepções que não atingeno sonho, que é um estado de so-nambulismo imperfeito. Aí o Es-pírito está na posse total de si mes-mo: seus órgãos materiais não re-cebem mais as impressões exteri-ores, porque estão num estado decatalepsia; é como se a pessoa es-tivesse dormindo. Quando ocorremos fatos do sonambulismo é que oEspírito, preocupado com uma coi-sa ou outra, se entrega a algumaação que exige o uso do seu cor-po, do qual se serve como se em-pregasse um objeto qualquer, nos

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fenômenos espíritas de efeitos fí-sicos. A dupla vista decorre domesmo princípio da emancipação,ou seja, libertação da alma. É aalma em maior liberdade que vêalém da matéria, à distância ou não,embora seu corpo não esteja ador-mecido. A dupla vista é a vista daalma. É uma faculdade permanen-te que se desenvolve espontanea-mente, na maioria dos casos, masque pode ser desenvolvida tambémpelo exercício. Um fato curioso éque determinadas circunstânciasfacilitam o desenvolvimento da du-pla vista, também designada por“vidência” entre os espíritas. A do-ença, a proximidade de um peri-go, uma grande comoção podemdesenvolvê-la, por encontrar-se ocorpo num estado particular quepermite ao Espírito ver o que nãopodeis ver com os olhos físicos.

4 – Os Espíritos podem ler osnossos pensamentos mais secre-tos e ver assim tudo o que faze-mos?

Resposta: Sim, eles podem leraté os pensamentos que desejaríeisocultar a vós mesmos: nem atos,nem pensamentos podem ser dis-simulados para eles. De igualmodo, podem ver tudo o quefazeis, pois estais incessantemen-te rodeados por eles. Mas cada umnão vê senão aquilo a que dirige asua atenção, porque eles não seocupam das que lhes são indiferen-tes. Quando vos julgais estar bemescondidos, tendes muitas vezes aovosso lado uma multidão de Espí-ritos que vos vêem.

Intervenção dos Espíritosno mundo corpóreo

5 – Os Espíritos influem em

nossos pensamentos e atos? Seinfluem, como fazer para neutra-lizar a sua má influência?

Resposta: A influência dos Es-píritos nos vossos pensamentos émuito maior do que supondes, por-que muito freqüentemente sãoeles que vos dirigem. Contudo,aos maus pensamentos dos Espíri-tos imperfeitos se contrapõem ospensamentos emanados de bonsEspíritos, que vos aconselham paraque não tombeis nas teias do mal edas tentações. Pode-se neutralizara má influência dos Espíritos infe-riores fazendo o bem e colocandotoda a vossa confiança em Deus.Guardai-vos de escutar as suges-tões interiores que suscitam em vósos maus pensamentos, que insu-flam a discórdia em vós, e que ex-citam em vós as más paixões. Des-confiai, sobretudo, dos pensamen-tos que exaltam o vosso orgulho,porque eles vos atacam na vossafraqueza. Eis por que Jesus reco-mendou na oração dominical: “Se-nhor, não nos deixeis cair em ten-tação, mas livrai-nos do mal”.

6 – Existe realmente a posses-são, isto é, pode um Espírito in-troduzir-se no corpo de uma pes-soa viva e fazê-la agir a seumodo?

Resposta: Não. O Espírito nãopode entrar num corpo de outrapessoa como entrais numa casa.Ele se assimila a uma alma encar-nada, que lhe tem afinidade, porpossuir os mesmos defeitos e víci-os, para agirem conjuntamente;mas é sempre a alma encarnada queage como quer sobre a matéria deque está revestida. Um Espírito nãopode substituir-se ao que se achaencarnado, porque o Espírito e ocorpo estão ligados até o tempo

marcado para o termo da existên-cia física. Tal dominação que severifica nos casos chamados depossessão não se efetua jamais sema participação daquele que sofre,seja por sua fraqueza, seja peloseu desejo. O nome correto seriaobsessão, que é o império que oEspírito exerce sobre uma pessoa,através da assimilação e sintoniade pensamentos e atos.

7 – Existem realmente os “an-jos da guarda”?

Resposta: O nome “anjo daguarda” é incorreto, mas existemsim os Espíritos protetores, que seligam a um indivíduo para o pro-teger. A missão dos Espíritos pro-tetores é como a de um pai paracom os filhos: conduzir o seu pro-tegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, sustentar suacoragem nas provas da vida. To-das as pessoas, mesmo no estadoprimitivo, como os selvagens, têmo seu Espírito guardião, que velapor elas, desde o nascimento até a

morte, e freqüentemente mesmodepois da morte, na vida espírita.

8 – Podem os Espíritos desvi-ar os males de certas pessoas eatrair para elas a prosperidade?

Resposta: Não o podem fazerinteiramente, porque há males quepertencem aos desígnios da Provi-dência; mas minoram as vossas do-res, dando-vos a paciência e a re-signação. Sabei, também, que de-pende de vós freqüentemente des-viar esses males ou pelo menosatenuá-los. Deus vos deu a inteli-gência para a usardes, e é sobretu-do por meio dela que os Espíritosvos socorrem, sugerindo-vos pen-samentos favoráveis. Mas eles nãoassistem senão aos que sabem as-sistir-se a si mesmos. É esse o sig-nificado das palavras: “Buscai, eachareis; batei, e se vos abrirá”.

9 – Qual a participação dosEspíritos em determinados fenô-menos da natureza, como terre-motos, furacões, cataclismosetc.?

Resposta: Todos esses fenô-menos têm uma razão de ser, enada acontece sem a permissão deDeus. Quando não diretamente re-lacionados ao homem, têm por ob-jetivo o restabelecimento do equi-líbrio e da harmonia das forças fí-sicas da natureza. A produção detais fenômenos é realizada porDeus através de massas inumerá-veis de Espíritos, que exercem as-sim uma influência sobre os ele-mentos da natureza, para os agitar,os acalmar ou os dirigir. A mitolo-gia antiga, que atribuía funçõesespecíficas a seus deuses, uns en-carregados dos ventos, outros doraio, outros da vegetação etc., nãoé destituída de fundamento e está,nesse passo, muito aquém da ver-dade, se substituirmos a palavradeuses pela palavra espíritos.

10 – Que acontece com os Es-píritos que desencarnam duran-te os combates?

Reposta: Alguns continuamainda a se interessar, outros se afas-tam. Nesses momentos, o Espíritojamais se mostra calmo. No primei-ro instante, ele ainda pode odiarseu inimigo, e mesmo o perseguir.

Mas, quando as idéias se lhe acal-marem, verá que sua animosida-de não tem mais razão de ser. Nãoobstante, poderá ainda conservarresquícios maiores ou menores,de acordo com o seu caráter.

11 – A bênção e a maldiçãopodem atrair o bem e o mal so-bre aqueles a quem se dirigem?

Resposta: Deus não escutauma maldição injusta, e aqueleque a pronuncia é culpável a seusolhos. Como temos os dois gêni-os opostos, o bem e o mal, podenesses casos haver uma influên-cia momentânea, mesmo sobre amatéria; mas essa influência nun-ca se verifica sem a permissão deDeus, e como acréscimo de pro-va para aquele que a sofre. Deresto, o mais freqüente é se mal-dizer os maus e bendizer os bons.A bênção e a maldição não po-dem jamais desviar a Providên-cia da senda da justiça: a justiçanão fere o amaldiçoado se elenão for mau, e sua proteção nãocobre aquele que não a mereça.(Leia no próximo número o quin-to artigo desta série: “As missõesdos Espíritos e as leis morais.”)

Os 150 anos de existência d´O Livro dos Espíritos são comemorados no mundo todo

Capa do livro cujo aparecimento assinalou oadvento da Doutrina Espírita

Muitos homens costumam abater-se sob a influência negativa dos Espíritos

A tristeza que acomete uma criança pode também estar relacionada à influência espiritual

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O IMORTALPÁGINA 10 JULHO/2007

- Há exemplos concretos compro-batórios da tese de Frederic Myers?

Astolfo Olegário – Sim. JaneMartins Vilela, em sua coluna no jor-nal O Imortal, reportou-se certa vezà manifestação de um Espírito que nasessão mediúnica declarou o seguin-te: “Eu vim buscar ajuda, mas eu achoque não mereço”. “Errei demais, fizmaldade demais. Estive num navionegreiro, onde mantinha a ordem nolocal. Usava um chicote com pontasde chumbo e o descarregava sobre osnegros. Eu achava que aquilo era ocerto. Nem os considerava gente.Castigava demais, abusei no poder.Desencarnei e percebi meu erro. De-pois reencarnei num subúrbio do Riode Janeiro, esqueci minha vontade demelhorar. Tornei-me um marginal dospiores. Matei, incitei pessoas ao usode drogas. Fui preso e fiquei muitotempo no presídio, até que morri ba-

leado lá. Estive muito tempo sofren-do, até que vi a luz que me direcionoupara esta Casa. Eu sei que errei, fra-cassei nessas existências. Agora euestou com medo de reencarnar, por-que aqui no mundo espiritual vejoque tenho que melhorar, mas é só euganhar um corpo de carne, reencar-nar, e vou errar tudo outra vez.”

Ao ser orientado pelo esclarece-dor, o Espírito perguntou-lhe: “Porque não tive acesso a essas informa-ções tão belas que você me traz?”“Nunca ninguém, enquanto vivi, mefalou assim. Eu só ouvia que tinhaque me vingar e fazer com os outroso que fizeram comigo. E me ensina-ram a usar arma desde cedo.”

- E na literatura espírita, vocêse lembra de algum caso em queessa tese se aplique?

Astolfo Olegário – Claro, eles secontam em grande número como oque André Luiz, em seu livro Ação eReação, cap. 16, relata acerca deAdelino Correia, o médium devota-do ao bem que, no entanto, denotavaa condição de trabalhador em expe-

riências difíceis. Adelino apresenta-va longa faixa de eczema na pele àmostra. Certa porção da cabeça, osouvidos e muitos pontos da face exi-biam placas vermelhas, sobre as quaisse formavam diminutas vesículas desangue, ao passo que as demais regi-ões da epiderme surgiam gretadas,evidenciando uma afecção cutânealargamente cronicificada. Além dis-so, acanhado e tristonho, Adelino in-dicava tormentos ocultos a lhe domi-narem a mente, embora seus olhos,maravilhosamente lúcidos, evidenci-assem a marca da humildade.

Adelino fora, no passado, Martim,que matara o próprio pai e agora ex-piava em dura provação o crime co-metido. O pai e ele eram companhei-ros inseparáveis nos jogos, nos estu-dos, no serviço e na caça, até que,quando contavam, respectivamente,43 e 21 anos de idade, o genitor resol-veu casar-se com uma jovem de gran-de metrópole, Maria Emília, na épocacom 20 anos. Martim, amado pelo paie atraído pela jovem madrasta, passoua experimentar torturantes conflitos

sentimentais. Ele, que até então se jul-gava o melhor amigo do pai, passou adetestá-lo, não lhe tolerando a possesobre a mulher que desejava. Foi porisso que, auxiliado por dois capatazesde sua confiança e com aprovação damadrasta, administrou uma poção en-torpecente no pai, que estava acamadonaquele dia, provocando em seguidaum incêndio no qual sua vítima inde-fesa veio a falecer. Morto o pai,Martim apoderou-se-lhe dos haverese tentou a felicidade junto com MariaEmília, mas o genitor desencarnado,a inflamar-se em cólera, envolveu-oem nuvens de fluidos inflamados, con-tra os quais o infeliz não possuía de-fesa...

Arrependido e devotado, na esfe-ra espiritual, aos serviços mais duros,Martim conquistara com o tempoapreciáveis lauréis que lhe permitiramvoltar à esfera humana para iniciar o

pagamento da larga dívida em que seonerou. Atirado a imensas dificulda-des materiais, desde cedo cresceu ór-fão de pai, mas, custodiado por ben-feitores da colônia, foi conduzido auma casa espírita, ainda muito jovem,onde a leitura dos princípios espíritasconstituiu para ele recordações natu-rais dos ensinamentos assimilados nacolônia espiritual de onde viera. Foiassim, a partir do recebimento dosensinamentos espíritas, que ele desper-tou para uma vida nova.

Tanto num caso, o do Espírito fra-cassado e temeroso de novostentames reencarnatórios, quanto nahistória de Adelino, observa-se a im-portância dos estímulos a que se re-fere Herculano Pires para que a vidade relação seja enriquecida pelosprincípios apreendidos no passado eenfatizados por ocasião da chamadaprogramação reencarnatória.

“A infância é o período mais favorável a que eduquemos nossos filhos”(Conclusão da entrevista publicada na pág. 16.)

Comunhão Espírita Cristãcomemora 20 anos

(Conclusão da reportagem constanteda pág. 3 desta edição.)

O primeiro estatuto da Comu-nhão foi aprovado em 26-5-1993,quando foi eleita uma Diretoriaprovisória, com mandato até 30-6-1994, constituída por AstolfoOlegário de Oliveira Filho, pre-sidente; Adervaldo Roberto Patta,vice-presidente; e Célia MariaCazeta de Oliveira, secretária.

A equipe de voluntários já era,então, bem grande, com destaquepara pessoas como José Ontivero,Erotides Iurkiewicz, Maria LedaBellucci Galindo Moreno, EuniceCazeta de Oliveira, Euclides AlvesAraújo, Lucas Nunes Filho,Darlete Rezende Barbeiro, Vasni,Maria Irene, Marcelo Cazeta, Flá-

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

vio Barbosa e muitos outros que,por razões diversas, não partici-pam atualmente da instituição.

As instalações da entidadeA sede da instituição, no Jardim

Perobal, compreende atualmentequatro prédios construídos em al-venaria e uma quadra esportiva co-berta, nos quais se desenvolvemsuas atividades, e um outro prédiosituado no Jardim Higienópolis, naRua Guararapes, 331, onde são re-alizados cursos profissionalizantesvoltados para pessoas carentes.

O prédio da Rua Guararapesfoi recebido em doação graças aodesprendimento dos maçons queintegram a Loja Maçônica Lon-drina, liderados pelo Sr. MaurílioFregonezi, e ao apoio da Prefei-tura do Município de Londrina.

FERNANDA [email protected]

De Londrina

Estudando as obras de André Luiz

No livro “Os Mensageiros”,André relata sua visita ao Centro deMensageiros, no Ministério da Co-municação, na cidade Nosso Lar,onde passou a viver. E descobre quea finalidade desse local é prepararos indivíduos para voltar à Terracomo verdadeiras cartas vivas desocorro e auxílio aos que sofrem noUmbral, na Crosta e nas Trevas.Descobriu que o trabalho que ali serealiza é cópia de quantos se vêmfazendo nas mais diversas cidadesespirituais dos planos superiores.Que ali são preparados numerososcompanheiros para a difusão de es-peranças e consolos, instruções eavisos, nos diversos setores da evo-lução planetária, além de serem or-

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

cisam de renúncia e de altruísmo.Quando os mensageiros se es-

quecem do espírito missionário eda dedicação aos semelhantes,costumam transformar-se em ins-trumentos inúteis...

A expressão mediúnica podeser riquíssima; entretanto, se odono não consegue olhar alémdos interesses próprios, fracassa-rá fatalmente na tarefa que lhe foiconferida...”

E concluiu dizendo: “São mui-to escassos os servidores que tole-ram as dificuldades e reveses daslinhas de frente... Esmagadora per-centagem permanece a distanciado fogo forte... Trabalhadores semconta recuam quando a tarefa abreoportunidades mais valiosas.”

E esse foi só o começo do en-contro do aprendiz com o novoambiente de aprendizado.

ganizadas turmas compactas deaprendizes para a reencarnação. Mé-diuns e doutrinadores saem dali àscentenas, anualmente.

Mas essa não foi a única sur-presa para o médico visitante. Ou-tra mais considerável viria aturdi-lo. Tobias, o amigo que o apresen-tava ao setor, lhe diz: “André, saemmilhares de mensageiros aptospara o serviço, mas são muito ra-ros os que triunfam. Alguns con-seguem execução parcial da tare-fa, outros fracassam de todo.”

Angustiado, André pergunta omotivo, e ouve como resposta aseguinte afirmação:

“Longas fileiras de médiuns edoutrinadores para o mundo carnalpartem daqui, com as necessáriasinstruções, porque os benfeitores daEspiritualidade Superior, para inten-sificarem a redenção humana, pre-

Entrevista: Astolfo O. de Oliveira Filho

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O IMORTALJULHO/2007 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventos– No dia 1º de julho, às 18h30, tomaposse a nova diretoria do Centro Es-pírita Nosso Lar, encabeçada porJuvenal Abreu e Silva, presidente, eAstolfo Olegário de Oliveira Filho,vice-presidente. Os membros do Con-selho Deliberativo também serão em-possados nessa data.

– O Círculo de Leitura “Anita Borelade Oliveira” promove mais duas reu-niões em julho: no dia 1o na residên-cia de Getúlio Profeta, quando terácontinuidade o estudo do livro “EntreOs Dois Mundos”, de Manoel P. deMiranda, psicografia de Divaldo P.Franco; e no dia 22, na casa de JonatasBeranger, quando será estudado maisum módulo referente ao Livro dosMédiuns, de Allan Kardec.

Cambé – Prossegue em julho a progra-mação da palestras públicas todas as quar-tas-feiras, às 20h30, no Centro EspíritaAllan Kardec, com oradores da cidade eda região especialmente convidados.

Maringá – Sob a coordenação da direto-ria da Federação Espírita do Paraná, nodia 1º deste mês, será realizada a Inter-Regional Noroeste, no horário das 9 às12h30, na sede da AMEM - AssociaçãoEspírita de Maringá (Av. Paissandu,1156). O evento reunirá os trabalhadoresdas casas espíritas abrangidas pelas Uni-ões Regionais Espíritas sediadas emMaringá, Umuarama, Paranavaí e Cam-po Mourão para reflexão sobre o temageral “O Livro dos Espíritos: os pilaresda ação espírita (harmonia, homogenei-dade, coesão)”. Após inicial exposição so-bre o tema, os trabalhadores se dividirãoem diferentes grupos, conforme sua atu-ação e interesse, para os semináriossetoriais: área Administrativa/Institucio-nal, Doutrinária/Difusão, Infância e Ju-ventude e Serviço Assistencial Espírita.

Paranavaí – A Inter-Regional Noro-este, formada pelas Uniões RegionaisEspíritas da Federação Espírita doParaná – FEP, sediadas em Paranavaí,Campo Mourão, Umuarama e Marin-gá, realizou com grande êxito, nos dias23 e 24 do mês passado, o VI Encon-tro de Dirigentes Espíritas – ENDESP.A coordenação foi da 8ª URE e a ex-posição foi de Cosme Massi, que le-vou os dirigentes participantes a pro-fundas reflexões sobre o tema “O Es-

de 25 de Junho a 1º de Julho. A pro-gramação de 2007 ficou assim esta-belecida: a) Cerimônia de abertura: dia25 de Junho, segunda-feira, às 20 ho-ras, na Casa da Cultura; b) ExposiçãoChico Xavier na Casa da Cultura, de25 a 30 de junho, das 9h às 21h30; c)Ciclo de palestras: durante a “SemanaChico Xavier’’ as palestras nos Cen-tros Espíritas versarão sobre a vida eobra de Chico Xavier e em cada pa-lestra haverá sorteio de dois livros domédium homenageado, cedidos pelaCasa Editora O Clarim. d) Sessão So-lene no Cine Teatro Matão.

Astolfo Dutra – A Fundação Espíri-ta Abel Gomes, com o apoio da Ali-ança Municipal Espírita, promoveráde 7 a 14 de julho a 56ª Semana Es-pírita de Astolfo Dutra. O tema cen-tral será “O Livro dos Espíritos” e osestudos serão desenvolvidos em di-ferentes instituições locais. RicardoBaesso de Oliveira, Rita Côre,Alcione Andries Lopes, Rogério Co-elho e Astolfo Olegário de OliveiraFilho são alguns dos expositores con-vidados. Mais detalhes podem serobtidos pelo telefone (32) 3451-1657.

Londrina – Começa no dia 14, sába-do, às 20 horas, a 16a Semana Espíritade Londrina, promovida pela Uniãodas Sociedades Espíritas de Londrina– USEL. As palestras públicas e os se-minários, bem como a Semaninha di-recionada para as crianças, realizar-se-ão no Centro Espírita Nosso Lar, ob-servada a seguinte programação:Dia 14, sábado – 20h – Aberturacom palestra. Palestra: “OS 150ANOS DE O LIVRO DOS ESPÍRI-TOS”. Palestrante: Cristian Macedo.Dia 15, domingo – 9h – Seminário:“Imortalidade da Alma e a Naturezados Espíritos”. Expositor: CristianMacedo. Às 20h – “Noite Cultural”.Evento: 3ª Mostra de Música.Dia 16, segunda – 15h – Seminário:“O Espiritismo Como Filosofia deVida”. Expositora: Célia Xavier deCamargo. Às 20h – Palestra: “Pro-gramação Reencarnatória”. Pales-trante: Célia Xavier de Camargo.Dia 17, terça – 15h – Seminário: “OsPrincípios Fundamentais da DoutrinaEspírita”. Expositor: Astolfo Olegáriode Oliveira Filho. Às 20h – Palestra:“O Consolador Prometido”. Palestran-te: José Antônio Vieira de Paula.Dia 18, quarta – 15h – Seminário:“Evolução dos Conceitos Céu, In-ferno e Purgatório”. Expositor:Carlos Augusto São José. Às 20h –Palestra: “A Vida Futura e o Porvirda Humanidade”. Palestrante:Carlos Augusto São José.Dia 19, quinta – 15h – Seminário:“Mediunidade: Oportunidades NosDois Mundos”. Expositor: Ubiratã Ar-chetti. Às 20h – Palestra: “Espiritis-mo, Uma Proposta Divina Para O Ho-mem”. Palestrante: Ubiratã Archetti.

Dia 20, sexta – 15h – Seminário: “Aná-lise do Inconsciente e os fatores Ob-sessivos”. Expositor: Alan Archetti. Às20h – Encerramento com palestra: “OLivro dos Espíritos: Libertando Cons-ciências”. Palestrante: Alan Archetti.

Passamento

Foi sepultado no dia 19 de junho, às10h25, no Parque das Oliveiras, em Lon-drina (PR), o corpo de nosso estimadoconfrade Pedro Cândido Romero (fotoao lado), um dos baluartes do movimen-to espírita da cidade, cujo falecimentoocorreu no dia anterior, à tarde.

Natural de Franca (SP), onde nas-ceu em 29 de maio de 1928, Pedroveio ainda criança para Londrina, comos pais e irmãos, em busca de umamelhor oportunidade, que a regiãonorte do Paraná ofereceu a tantos imi-grantes. Corria o ano de 1938 quan-do seus familiares chegaram à região.

Em Londrina constituiu família ededicou-se profissionalmente à área deconstrução de casas e prédios, destacan-do-se também por sua participação nasatividades de assistência social, em quese empenhou a vida inteira. Ele e sua irmãNair tornaram-se espíritas na década de1950. Em seguida, Pedro engajou-se nasucursal londrinense da Legião da BoaVontade, que ajudou muitas pessoas ca-

ao Parque das Oliveiras, onde se reali-zaram o velório e o sepultamento. Mo-mentos antes da inumação do seu corpo,nosso confrade Pedro Vanderlei Paulinodisse comoventes palavras a respeito doamigo, antes de Dalva Arantes e Terezi-nha Demartino, estimadas amigas doPedro, fazerem preces em intenção dofalecido, as quais foram acompanhadascom emoção pelos presentes.

À beira do túmulo, pouco antes dosepultamento, Astolfo Olegário de Oli-veira Filho prestou a homenagem dosespíritas de Londrina ao confrade PedroCândido Romero, lembrando seu tra-balho e sua trajetória nas atividades aque se dedicou desde os tempos daL.B.V. até a fundação do Centro de Es-tudos Espirituais Vinha de Luz, uma dasheranças mais valiosas, no campo espí-rita, deixadas pelo confrade.

De sua família, permanecem en-tre nós, encarnados, a esposa Acácia,os filhos Celso, Erli, Celi e Marquito,além de netos, sobrinhos e irmãos, aosquais enviamos nosso abraço e votosde muita paz. (Eunice de OliveiraCazetta, de Londrina.)

ÉDO MARIANIDe Matão-SP

Ubiratã Archetti

Pedro Cândido Romero, no Natal de 2004

piritismo Estudado”, destacando deforma lúcida e contagiante a impor-tância do estudo da Doutrina Espíritaatravés das obras básicas codificadaspor Allan Kardec e das matérias pu-blicadas nas Revistas Espíritas, tam-bém por ele escritas. O evento contoucom a presença da presidente e do 1ºvice-presidente da Federação Espíri-ta do Paraná, Maria Helena Marcon eFrancisco Ferraz Batista.

Jacarezinho – O Centro Espírita“João Batista” promove palestras pú-blicas todas as segundas e sextas-fei-ras, a partir das 20 horas. No dia 2deste mês, Mércia Miranda Vascon-cellos falará sobre “Oração e coope-ração”. Os demais palestrantes esca-lados em julho são José AparecidoSanches, João Maria Martins, JoséLázaro Boberg e Maria Luiza Boberg.

– O Centro Espírita Nosso Lar pros-segue com suas palestras públicas nasquartas-feiras. No dia 4 deste, JoséLázaro Boberg focalizará o tema“Questões do cotidiano”. MérciaMiranda Vasconcellos, Maria LuizaBoberg e João Maria Martins falarão

nas quartas-feiras seguintes.

Joaquim Távora – Por iniciativa daUnião Regional Espírita da 4ª Região,Sônia Negrão Serra de Carvalho fala nacidade no dia 19 de julho, quinta-feira,às 20h, sobre o tema “Mudança já”.

Ribeirão do Pinhal – A convite da UniãoRegional Espírita da 4ª Região, MérciaMiranda Vasconcellos fala na cidade nodia 6 de julho, sexta, às 20h, sobre o tema“A perfeição nossa de cada dia”.

Guarulhos – Realiza-se de 6 a 9 dejulho, nesta cidade, o 13º CongressoEstadual de Espiritismo “Espiritismo150 anos – Unir para difundir”, promo-ção da USE. O local do evento será aUniversidade de Guarulhos – UNG.Participarão, entre outros, os oradoresDivaldo Franco, Suely Caldas Schuberte José Raul Teixeira. Mais informaçõesacerca do evento através do sitewww.encontroculturalespirita.com.br

Matão – A Câmara de Vereadores deMatão aprovou em 7 de Julho de 2006 aLei 3.804, instituindo a Semana ChicoXavier, a ser comemorada anualmente

rentes aqui e no Brasil inteiro.Mais tarde, já integrado nas ativi-

dades da União Espírita de Londrina,atualmente Centro Espírita Nosso Lar,foi dirigir o Albergue Noturno RaulFaria Carneiro, situado na RuaAraguaia, na Vila Nova, então departa-mento do “Nosso Lar”. Dirigiu o Al-bergue por cerca de dez anos ininter-ruptamente, só deixando essa funçãoquando passou a dirigir o Lar AnáliaFranco de Londrina, tarefa a que se de-dicou nos últimos trinta anos de suaexistência, a qual somente foi interrom-pida pela enfermidade que acabou reti-rando o amigo do nosso convívio.

Embora sem nenhum alarde, a notíciade seu falecimento levou muitas pessoas

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O IMORTALPÁGINA 12 JULHO/2007

ELSA [email protected]

De Londres

Luzes! Câmera! Ação!

Inicia-se o tão esperado Pri-meiro Congresso Britânico deMedicina e Espiritualidade. OHall dos Quakers Friends House,em Euston, coração de Londres,lotado com a massiva presençade mais de 350 pessoas. Umaalegria no ar. A presença dos Es-píritos ingleses e outros erampercebidas pelos nossos amigosmais sensíveis que vinham nosdescrever o cenário. Lágrimasmisturavam-se à expectativa dodia que se iniciava. Eram 10 ho-ras da manhã. As Bachianas fo-ram cantadas pela cantora líricada Belorussia. Que voz! Os agu-dos limparam o que ainda podiarestar de vibrações discordantes.

A primeira palestra do Dr.Peter Fenwick demonstrava aharmonia de idéias e ideal do

nosso Movimento Espí-rita, falando na prepara-ção de todos para a Erado Espírito. Na seqüên-cia, as palestras de Dra.Marlene Rossi SeverinoNobre (foto), Dr.Sérgio Felipe de Olivei-ra, Dr. Julio Peres, Dr.Alan Sanderson, Dr.Andrew Powell, comseu testemunho vivo so-bre a penetração da prece e vi-brações, do passe, no seulinguajar acadêmico.

A platéia com dezenas de mé-dicos vindos 2 da Suíça, 1 daRússia, 1 da Espanha, 1 da Itá-lia, 3 de Porto Rico, da Irlanda,Escócia e muitos do Reino Uni-dos dos diferentes condados, queestavam maravilhados com o queouviam. Um dos médicos britâ-nicos me disse: “Vocês estãomuito à frente de nós, ingleses”.E eram tantos os elogios pela or-ganização do evento, por tudoestar transcorrendo com excelên-

cia, que não nos contínhamos deemoção e alegria.

Dr. Sanderson mostrou a to-dos e convidou a todos os con-gressistas a se levantarem de suascadeiras e fazerem com ele oagradecimento e louvor ao Cria-dor da forma que ele normalmen-te faz. Foi algo inédito e maravi-lhoso.

Um dos pontos altos do Con-gresso foi a palestra de Guy LyonPlayfair discorrendo pela primei-ra vez, em língua inglesa, por umbritânico, sobre a vida de Fran-

Crônicas de Além-Mar

Reino Unido abre as portas para Medicina e Espiritualidade

Pedimos ao leitor destejornal que anote e divulguepara os seus amigos,radicados aqui ou no exteri-or:

1ª. No sitewww.oconsolador.com vocêpode ler as edições semanais

Dois sites importantes para osespíritas do Brasil e do estrangeiro

Renascer

Se não houvesse a reencarnaçãoAqui seria um verdadeiro caos;

Deus não seria a suma perfeição,Só lucrariam os que fossem maus.

De nada valeria a compaixão.Pra que subir na vida os degraus

Da grande escada, intérmina ilusão,Marinheiros sem fé em tristes naus.

Perdão, Senhor, mas eu ateu seriaE não em Ti eu acreditaria,

Por achar falsa e vã Tua existência...

Hoje eu sinto, porém, Tua grandezaE tudo que aqui existe, com certeza,Falta de Teu Amor com eloqüência!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileiraradicada em Londres, é diretorado Departamento de Unificaçãopara os Países da Europa, orga-nismo do Conselho Espírita In-ternacional e secretária da Bri-tish Union of Spiritist Societies(BUSS).

cisco Cândido Xavier.

Na próximo mês, escre-veremos os detalhes desteevento inédito, que foitransmitido em tempo realpela TV CEI, para mais de15 países, com audiênciados internautas, por dia, decerca de 1.500 pessoas li-gadas em tempo real.

Assim, amigos leitores doJornal O Imortal, que tenhamosmais eventos como esse, espalha-dos pelos quadrantes deste lindoplaneta azul. A Terra espera de

da revista eletrônica O Con-solador, cujo número de es-tréia foi lançado em 18-4-2007. Com colaboradores domundo todo, a revista trazamplo noticiário do movimen-to espírita brasileiro e do ex-terior, além de artigos, entre-vistas e reportagens.

2a. No site www.editoraleopoldomachado.com.br vocêpode ler, na íntegra, as ediçõesdo jornal O Imortal desde onúmero de abril de 2004. O jor-nal pode ser acessado tambéma partir da revista O Consola-dor, que possui um link especi-al com o nome deste periódico.

todos nós ação de união e paz,sem a qual não atingiremos oobjetivo proposto por Jesus:Amar-nos uns aos outros, entreirmãos de todas as terras.

Muita paz a todos.

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O IMORTALJULHO/2007 PÁGINA 13

Uma estrela chamada Dulce

A misericórdia divina sempre es-teve atenta para com sua criação. Emnenhum momento, mesmo nos pri-mórdios da humanidade, estivemossozinhos. Sempre Espíritos maisgabaritados estiveram presentes au-xiliando no progresso da Terra, orano campo da ciência, ora no do amor.Nas artes, surgem aqueles que se tor-nam exemplos a serem seguidos. Je-sus enviou muitos antes dEle, pre-parando o terreno para que Ele, ogrande semeador, pudesse vir.

A humanidade nem sempre sou-be valorizar os grandes vultos, pelocontrário. A grande maioria sofreunas mãos dos homens... Jesus, o pró-prio governador espiritual da Terra,passou por sofrimentos inenarrá-veis... Sua mensagem de amor, noentanto, permanece. Aos poucos, seuEvangelho, com sua canção de paze fraternidade, vai fazendo moradano coração dos homens.

Missionários do amor após Elecontinuaram vindo, mantendo ace-sa a chama da fé e da esperança.

nas Gerais adorava sua companhia,e ela não via a hora de viajar, comcadeira de rodas e tudo, semprecom muito ânimo.

Suas histórias são muitas e en-cheriam muitas páginas, mas so-bressaem as da época do AlbergueNoturno quando, muitas vezes,acudiu mulheres obsidiadas e vio-lentas, que se acalmavam com suapresença.

As crianças, as meninas dequem Dulce tornou-se mãe, pas-sam de 600 e nenhuma delas a es-queceu, pois nenhum filho esque-ce uma mãe amorosa.

Dulce desencarnou em 2003,mas seu sorriso continua impreg-nando a memória de quem a co-nheceu. Foi por isso que Cambé lhehonrou, neste mês de junho, a me-mória com a realização do MêsEspírita Dulce Ângela Caleffi Gon-çalves, com palestras todas as quar-tas-feiras, em alusão à data do seuaniversário, que se comemora nodia 26 de junho.

Espíritos assim precisam serlembrados, não devem jamais seresquecidos, porque são exemplosa serem seguidos.

A vida futura

Há, sobre a existência da vidafutura, muitas dúvidas por parte doshomens. Alguns sentem, por umavaga intuição, que isto deve ser umaverdade. Todavia, não encontraminformação segura que lhes permi-ta uma resposta satisfatória.

Será que existe de fato? Comoserá essa vida? E, sem firmeza deconvicção, muitos agem hoje sem sepreocupar com o amanhã. Ocupam-se apenas com as coisas da vida pre-sente, esquecidos de que somos Es-píritos imortais e, como tal, subsisti-remos ao fenômeno chamado morte.

Os judeus também tinham dú-vida semelhante. Segundo Kardec,em “O Evangelho segundo o Espi-ritismo”, os judeus “acreditavamnos anjos, considerando-os seresprivilegiados da Criação. Não sa-biam, porém, que os homens podemum dia tornar-se Espíritos puros epartilhar da felicidade destes. Se-gundo eles, a observância das leisde Deus era recompensada com osbens terrenos, com a supremacia danação a que pertenciam, com vitó-rias sobre os seus inimigos. As ca-lamidades públicas e as derrotaseram os castigos da desobediência

àquelas leis. Moisés não pudera di-zer mais do que isso a um povo pas-tor e ignorante, que precisava ser to-cado, antes de tudo, pelas coisas des-te mundo. Mais tarde, Jesus lhes re-velou que há um outro mundo, ondea justiça de Deus segue o seu curso.É esse mundo que ele promete aosque cumprirem os mandamentos deDeus e onde os bons acharão sua re-compensa. Aí o Seu reino; lá é queEle se encontra, e para onde voltariaquando deixasse a Terra.

Jesus, como Moisés, não achouprudente dar-lhes maiores esclareci-mentos a respeito do assunto, conhe-cendo que o povo não tinha condiçõesmentais suficientes para entendercomo seria a vida futura. Assim, dei-xou apenas os ensinamentos funda-mentais para que no futuro, com ocrescimento das idéias e o desenvol-vimento da ciência, fosse possível oentendimento de como seria essa vida.

Os tempos passaram e a históriaconfirmou a promessa de Jesus aosseus discípulos. Ele lhes dissera queenviaria o Consolador, o Espírito daVerdade, para relembrar tudo o quehavia ensinado e ensinar coisas novas.Foi aí que chegou à Terra, através dotrabalho codificador de Allan Kardec,o Espiritismo, que esclarece o assun-to, “completando nesse ponto, como

ÉDO MARIANIDe Matão (SP)

em vários outros, o ensino de Jesus,fazendo-o agora quando os homensse encontram maduros bastante paraapreenderem a verdade”.

O Espiritismo vem não apenasensinar filosoficamente a existên-cia da vida futura, além-túmulo,mas prová-la de forma científica.Esta doutrina foi se revelando nãosomente pelas palavras do codifi-cador, mas pelos experimentos edescobertas de inúmeros missioná-rios que confirmaram os postuladosespíritas. Hoje sabemos que somosEspíritos imortais; que vivemos naTerra não apenas uma, mas repeti-das existências, para elaborarmospor nós mesmos o nosso aprendi-zado e nos tornarmos, um dia, Es-píritos puros. Aí então teremos con-quistado a felicidade plena que, emvão, temos procurado na Terra.

Ensina Kardec, em “O Evange-lho segundo o Espiritismo”: “... adescrição da vida futura é tão cir-cunstanciadamente feita, são tão ra-cionais as condições, ditosas ouinfortunadas, da existência dos quelá se encontram, quais eles própriospintam, que cada um, aqui, a seu maugrado, reconhece e declara a si mes-mo que não pode ser de outra for-ma, porquanto, assim sendo, paten-te fica a verdadeira justiça de Deus”.

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

Na conjuntura humana estamossempre necessitados de exemplos.Grandes heróis do amor passam pelomundo, refulgem como estrelas, dei-xam seu brilho e retornam à espiri-tualidade.

Há aqueles que permanecem namemória, como Chico Xavier, ma-dre Teresa de Calcutá, irmã Dulce,Jerônimo Mendonça, EurípedesBarsanulfo, Cairbar Schutel e tantosoutros. Aqueles que os conheceramnão os esquecerão jamais, e suas his-tórias, suas vidas estão gravadas emlivros para a posteridade.

Quando o brilho de suas lem-branças estiver diminuindo, por cer-to o amor divino enviará outros, que,como novas estrelas, relembrarão amansuetude, a abnegação, o amor ea renúncia para o bem geral. São es-trelas que brilham no mundo e omundo conhece. Há, porém, estre-las não tão conhecidas longe de nós,mas conhecidas daqueles que estãopróximos e vêem seus exemplos.Quase toda cidade tem um ser assim,um exemplo, alguém capaz de amaralém do comum dos homens.

Uma dessas estrelas foi DulceÂngela Caleffi Gonçalves, que nas-

ceu em Matão (SP) no dia 26 de ju-nho de 1916. Foi em Cambé, no Pa-raná, que seu trabalho de amor de-sabrochou. Casada com Hugo Gon-çalves, diretor de “O Imortal”, ini-ciou sua tarefa com ele em 1953.

Foi a mãezinha das crianças doLar Infantil Marília Barbosa, em umtrabalho ininterrupto até a sua desen-carnação, que ocorreu em 19 de maiode 2003.

Iniciou-se no Espiritismo por in-fluência de Hugo Gonçalves e aoacompanhar de perto o notável Cair-bar Schutel, o Espírita número 1 doBrasil, responsável pelo parto deHugo e amigo dileto da família dele.

O casamento dela com Hugodeu-se no dia 21 de setembro de1935, na data de aniversário de Cair-bar Schutel.

Dulce foi cumpridora exemplarde seus deveres e companheira de to-das as horas de seu esposo. Qualquerpalestra dele, fosse onde fosse, aliestava ela presente, dando sua for-ça.

Era querida por todos. Hospedouem sua casa os mais ilustres orado-res espíritas que passaram por Cam-bé, como Divaldo, Raul, Jacob

Hollzman Neto, Jerônimo, Pitta econfrades notáveis como JoãoGhignone, presidente da FederaçãoEspírita do Paraná, José Soares Car-doso e Eurícledes Formiga.

Certa feita, quando a artrose nosjoelhos a impossibilitou de caminharsozinha, e por isso teve de usar umandador, pudemos presenciar sua co-ragem, pois o Centro Espírita AllanKardec fica em plano mais alto quesua casa e ela precisava subir mui-tos degraus para chegar lá. Com di-ficuldade, pondo o andador acima esubindo com gemidos, ela ia, degraua degrau, terminando a tarefa comum sorriso e dizendo estar bem.Tudo isso para estar presente à reu-nião pública da quarta-feira realiza-da na referida Casa.

Quando o andador não mais ser-viu, teve de usar uma cadeira de ro-das. E qual não foi sua alegria, pare-cia uma criança, quando ganhou umacadeira de rodas motorizada! Elaagora podia ir rápido e se divertiacom aquilo!

Sempre animada, sempre alegre,sempre amiga de todos, sua presen-ça irradiava alegria. O pessoal da Ca-ravana que todo carnaval vai a Mi-

Em 1986, Divaldo retornava deMiami, onde havia realizado ativi-dades doutrinárias e tinha progra-mação elaborada para as cidades doMéxico, Trascala e Puebla.

Um ano antes, tivera problemacardíaco e, ao chegar à cidade doMéxico, foi contaminado por umvírus que permanecia no ar, comoresultado do terremoto que abala-ra o país em setembro do ano ante-rior

Chegando ao hotel Guadalupe,o confrade Inácio Dominguez apre-sentou-lhe o programa para a con-ferência daquela noite, na LojaMaçônica Vale do México, não semantes preocupar-se com o estado depalidez do amigo.

A palestra foi realizada, e o Dr.Castelaños, cardiologista, atendeu-o e receitou remédios e repouso.

No dia seguinte, ainda febril,ao despertar da medicação tomadaà noite, viu Joanna de Ângelis quelhe disse:

- “Filho, faze a refeição de

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

Momentos comDivaldo Franco

desjejum, que necessito traba-lhar”.

Divaldo explicou-lhe a indis-posição, ao que ela respondeu:

- “Não te preocupes, se adviera desencarnação, que ela aconte-ça encontrando-te em trabalho”.

Seguindo suas orientações, co-meçou a psicografar mais ou me-nos às 9h30 e às 14 horas voltavaà consciência lúcida com várias pá-ginas escritas. Estava quase desfa-lecendo e foi aconselhado a almo-çar, mesmo sem qualquer apetite,pois a Benfeitora naqueles cincodias pretendia escrever pequenolivro, evocando o tempo em que,na condição de Sóror Juana Inésde La Cruz, vivera em terras me-xicanas, cerca de duzentos e pou-cos anos atrás.

Após dias de muito trabalho erenúncia, a querida Mentora escre-veu o belo livro, denominado FI-LHO DE DEUS.

(Texto extraído do livro “O Jo-vem que Escolheu o Amor”, deMaria Anita Rosas Batista – edita-da pela Casa Editora Espírita“Pierre-Paul Didier”, de Votupo-ranga.)

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O IMORTALPÁGINA 14 JULHO/2007

O PAVÃOZINHOORGULHOSO

Era uma vez um pavãozinhoque morava numa fazenda mui-to bonita, mas extremamente or-gulhoso e vaidoso da sua ima-gem.

Lalau, o pavãozinho, vi-via se exibindo e fazendopouco caso dos outros mora-dores da fazenda.

Quando a galinha ruivadizia:

— Lalau, vem me ajudara carregar esse milho!

— Não posso! Vou mesujar! Você não vê como soubonito? — ele respondia sepavoneando todo.

Quando o patinho o con-vidava para brincar, ele dizia:

— Não vou. Não queroestragar minha roupa!

Quando o porquinho o chama-va para brincar de esconde-escon-de, ele respondia mal-educado:

— Você não se enxerga? Nãobrinco com porco!

Ninguém gostava dele. A coru-ja, que era muito sabida, sempreaconselhava:

— Lalau, um dia você vai searrepender. Temos que ter amigose ajudar os outros, mas você sópensa em si mesmo.

Um belo dia, Lalau nãoviu uma casca de banana elevou um tombo enorme.

E sabem onde ele foicair? Dentro de uma grandepoça de lama!

Todos riram dele e nin-guém foi ajudá-lo a se levan-tar.

— Vejam como o Lalauficou todo sujo. Onde estásua beleza? —disse a vaca.

Lalau chorava de raiva,tristeza e humilhação. Ficoutodo molhado e sujo de lama.Suas lindas penas coloridas fica-ram horríveis.

Envergonhado, ele reclamoupara sua mãe, chorando:

— Todos estão caçoando demim. Ninguém gosta de mim!

E sua mãe resolveu aproveitaro momento para dizer-lhe a verda-de:

— Está vendo, Lalau, como éduro não ter amigos? Foi você quequis assim, meu filho. Sempre foi

orgulhoso, egoísta e vaidoso.Plantou e agora está colhen-do os resultados do seu com-portamento.

Lalau abaixou a cabeça,reconhecendo que sua mãetinha razão.

Mas os amiguinhos, quena verdade estavam compena dele, aproximaram-se eo coelhinho gentilmente lheestendeu a pata:

— Lalau, vamos ser ami-gos?

E o pavãozinho aceitou ogeneroso oferecimento muito feliz.E, desse dia em diante, ele procu-rou se modificar.

Quando alguém pedia sua aju-

Olá, meu amiguinho!Você sabe o que é o orgulho?É quando se tem em tão alta

conta a si mesmo que a gente sejulga maior e melhor do que qual-quer outra pessoa.

Então, orgulhoso é aquele quedespreza os outros, até os amigose faz pouco caso de tudo o que serefira a eles. Como só valoriza oque lhe diz respeito, acredita quetem direito a todas as atenções, quetudo o que ele tem é melhor, e quetodos devem se curvar perante ele.

O orgulho é a mãe de todas asimperfeições, como o egoísmo, avaidade, a arrogância, a prepotên-cia, e tantas outras.

O orgulhoso tem preconceitoe faz diferença entre as pessoas.Porque ele se acha bonito, maisinteligente, é bom no esporte, temuma bela casa, veste roupas boas,calça tênis caros e tudo o mais emque se considera o melhor.

Por isso, na escola, normal-mente, ele rejeita colegas porquesão pobres, negros, feios, defici-entes, menos inteligentes, etc.

O orgulhoso se esquece de quetodos nós somos igualmente fi-lhos de Deus, e, portanto, irmãos.

Porém, a vida se encarregará

das lições necessárias para que oorgulhoso mude sua maneira depensar.

Neste mundo, ninguém con-segue viver sozinho. Todos nósprecisamos uns dos outros.

Então, chegará o momentoem que o orgulhoso também pre-cisará de ajuda, e aquele que nãofez amigos, que não é simpáticoaos colegas, se verá numa situa-ção difícil, porque não terá aquem recorrer.

Esse orgulho de que estou fa-lando, nada tem a ver com o sen-timento que a gente experimentapor algo de bom que realizamos,a justa satisfação por um bomserviço feito ou por ter aprendi-do algo que nos parecia difícil.

Jesus ensinou que devemosnos amar uns aos outros. Assim,procuremos abrir nosso coraçãopara o bem, tentando compreen-der as pessoas, respeitando-as,ajudando-as, como desejamosque, por nossa vez também noscompreendam, nos respeitem enos ajudem.

Tenha certeza, meu amigui-nho, que assim você será feliz efará a felicidade de todos os queconviverem com você.

O ORGULHO

da, ele dizia:— Pois não. Com muito gos-

to!

Quando os amiguinhos ochamavam para brincar, eleia todo satisfeito.

Assim também acontececonosco. Cada um colhe oque planta. Para termos ami-gos é preciso que saibamosespalhar amizade ao nossoredor.

Se formos bons, ajudar-mos os outros, estivermossempre alegres e bem-humorados, todos ao nossoredor também ficarão felizes,e nós nos sentiremos satisfei-

tos e em paz.

TIA CÉLIA

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O IMORTALJULHO/2007 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1867 (Parte 7)

Damos prosseguimento à pu-blicação do texto condensado daRevista Espírita de 1867. As pá-ginas citadas referem-se à versãopublicada pela Edicel.

*99. A Revista de julho de 1867

se inicia com um relato sobre o en-contro espírita de que Kardec par-ticipou em Bordeaux no dia de Pen-tecostes e que reuniu mais de cemconfrades de localidades diversas.Na rápida excursão, Kardec foitambém a Tours e Orléans, cidadesque ficavam no trajeto entre Parise Bordeaux, onde ele esteve porpoucos instantes.(Págs. 197 a 199.)

100. Um fato destacado porKardec na reportagem foi a serie-dade com que nas mencionadas ci-dades os confrades encaravam oEspiritismo. As conseqüências mo-rais da doutrina, o alívio do sofri-mento do próximo e os conselhosde parte dos instrutores e familiaresdesencarnados constituíam então oobjetivo exclusivo e preferido dasreuniões espíritas, o que muito sen-sibilizou o Codificador. (Pág. 199.)

101. Diz Kardec que mesmo nocampo e entre as pessoas mais sim-ples um poderoso médium de efei-tos físicos seria menos apreciado queum bom médium escrevente dando,por comunicações raciocinadas, aconsolação e a esperança. (Pág. 199.)

102. Referindo-se aos numero-sos exemplos de transformaçãomoral operada pela doutrina, Kar-dec observa que, em que pese o va-lor da fé – porque crer já é algumacoisa, é um pé posto no bom cami-nho –, a crença sem a prática életra morta. Foi com alegria queele disse, então, haver encontradoem sua viagem um bom número deespíritas de coração, que poderiamser considerados completos, se fos-se dado ao homem ser completo noque quer que fosse. (Pág. 200.)

103. Para Kardec, referidosconfrades podiam ser olhadoscomo os tipos da geração futuratransformada, e existiam de ambosos sexos e de todas as idades e con-dições. “São fáceis de reconhecer– diz Kardec –; há em todo o seuser um reflexo de franqueza e desinceridade, que impõe a confian-ça; desde logo sente-se que não há

nenhuma segunda intenção dissi-mulada sob palavras douradas ecumprimentos hipócritas.” “Emtorno deles, e mesmo na mediocri-dade, sabem fazer reinar a calma eo contentamento.” (Pág. 200.)

104. Em um artigo sobre a açãodos médiuns curadores em face dalei, Kardec assinala o preconceitode que eram cercados na França osindivíduos que se dispunham a cu-rar os enfermos valendo-se de fa-culdades especiais, como se deucom o Príncipe de Hohenlohe, ocura d’ Ars e mesmo com JesusCristo. (Págs. 200 a 202.)

105. No artigo Kardec indaga seas pessoas que tratam os doentespelo magnetismo, pela água mag-netizada, pela imposição das mãos,pela prece ou pelo concurso diretodos Espíritos seriam passíveis desanções penais pelo exercício ile-gal da medicina. (Pág. 203.)

106. Embora os termos da lei fos-sem muito elásticos, o Codificadorfaz, sobre o assunto, as seguintesconsiderações: I – A rigor não se podeconsiderar como exercendo a arte decurar senão os que fazem disso pro-fissão, isto é, que tiram proveito dascuras. II – Haviam-se, no entanto,registrado condenações contra indi-víduos que se ocupavam desses cui-dados por puro devotamento, semnenhum interesse, ostensivo ou dis-simulado. III – O delito seria, pois, aprescrição de remédios, embora o de-sinteresse notório geralmente fosselevado em consideração, como ate-nuante. (Pág. 203.)

Não se pode condenar peloexercício ilegal da medicina osmagnetizadores e os médiuns

curadores que nada prescrevem

107. Até aquele momento, ob-serva Kardec, não se havia pensa-do que fosse possível operar umacura sem medicamentos; por issoa lei não previu o caso dos trata-mentos curativos sem remédios enão seria senão por extensão a suaaplicação a magnetizadores e mé-diuns curadores. Ora, não reconhe-cendo a medicina nenhuma eficá-cia no magnetismo e seus anexos,e menos ainda na intervenção dosEspíritos, não se poderia legalmen-te condenar pelo exercício ilegal damedicina os magnetizadores e osmédiuns curadores que nada pres-crevem, a não ser a água magneti-zada. (Págs. 203 e 204.)

108. Concluindo o artigo, dizKardec que, segundo seu entendi-mento, se o médium curador nadaprescreve e nada recebe em paga porseu trabalho, a lei não pode atingi-lo. E adverte: “Não há nenhum po-der no mundo que possa opor-se aoexercício da mediunidade oumagnetização curadora, na verdadei-ra acepção da palavra”. (Pág. 204.)

109. Uma carta sob o título“Illiers e os espíritas” publicada noJornal de Chartres de 26 de maiode 1867 motivou de Kardec um lon-go artigo em defesa do Sr. Grezelle,espírita radicado em La Certellerie,injustamente atacado na referidacorrespondência. (Págs. 204 a 212.)

110. Grezelle fora, na verdade,vítima de perseguição do cura lo-cal por causa de seu envolvimentocom o Espiritismo. “O cura me re-pele do confessionário porque souespírita”, disse o confrade em cartatambém publicada no citado perió-dico. “Se eu viesse a ele carregadode todos os crimes possíveis, ele meabsolveria; mas espírita, crente emDeus e fazendo o bem segundo omeu poder, não encontra graça aosseus olhos.” (Pág. 207.)

111. Kardec diz que um dos cor-respondentes da Revista, o Sr.Quômes d’Arras, homem de ciên-cia e distinto escritor, dirigiu-se atéos locais citados na carta, a fim dese inteirar pessoalmente dos fatos,após o que enviou ao Codificadorum relato minucioso de suas inves-tigações. (Pág. 209.)

112. Com base nesse relato,Kardec faz então as observaçõesque se seguem: I – Grezelle era ex-celente pedreiro e bom pai de famí-lia e todos, em La Certellerie, reco-nheciam o seu bom senso e seushábitos de ordem e trabalho. II – Naregião ele não era o único partidá-rio do Espiritismo, que contava alinumerosos e dedicados adeptos. III– Aos 45 anos de idade, Grezelleera casado e tinha dois filhos, am-bos médiuns escreventes, como opai. Essa era a verdadeira causa dossentimentos adversos de que ele esua família eram objeto. IV – Emsua casa, o Sr. Quômes participoude uma sessão espírita composta dedezoito pessoas, entre as quais seachavam o prefeito e várias pesso-as de notória honorabilidade. V –Tudo na reunião se passou na me-lhor ordem. A sessão se iniciou comuma prece, durante a qual todos seajoelharam. “Como temos dito –

concluiu Kardec –, as perseguiçõessão o prêmio inevitável de todas asgrandes idéias novas, que todas têmtido os seus mártires. Os que as su-portam um dia serão felizes por ha-verem sofrido pelo triunfo da ver-dade.” (Págs. 209 a 212.)

113. Vários Espíritos haviamprevisto que um flagelo destruidoriria ferir em breve a população dailha Maurícia. Súbito uma moléstiaestranha rompeu na pobre ilha: umafebre sem nome que começa suave-mente, depois aumenta e derrubatodos os que atinge. A doença tomoua feição de epidemia e todas as pes-soas atingidas não puderam curar-se. O fato é destacado em carta da-tada de 8 de maio por um correspon-dente da Revista radicado na ilha, oqual informa ainda que os farmacêu-ticos aproveitaram o momento paraaumentar de forma escandalosa opreço do único medicamento queconseguia deter por algum tempo osacessos. (Págs. 212 a 214.)

As provas de identidade dadasespontaneamente tocam mais oincrédulo que certos prodígios

que pouco o sensibilizam

114. Lida a carta na SociedadeEspírita de Paris, um Espírito trans-mitiu verbal e espontaneamentemensagem em que confirma o quea doutrina espírita nos ensina so-bre os chamados flagelos destrui-dores, lembrando, porém, que elesnão afetam o Espírito imortal, ape-nas a matéria. (Págs. 214 e 215.)

115. Um dos correspondentes daRevista, escrevendo de Maine-et-Loire, relata o caso do Sr. X..., quese comunicou no dia seguinte ao deseu passamento, dando, de modoespontâneo, prova indiscutível desua identidade. Embora o fato nãoseja raro, Kardec o aproveita paralembrar que as provas de identida-de dadas espontaneamente tocammais o incrédulo do que certos pro-dígios extraordinários que pouco osensibilizam. (Págs. 215 e 216.)

116. A Revista transcreve o poe-ma intitulado “Aos Espíritos Prote-tores”, assinado por Jules-StanyDoinel (d’Aurillac). (Págs. 217 e 218.)

117. Na seção de livros novos,Kardec analisa a obra Roman del‘Avenir – Romance do Futuro – deE. Bonnemère, que ele recomendaseja lida e divulgada por ter lugarmarcado na biblioteca dos espíritas.Segundo as explicações de seu au-

tor, constantes do prefácio, o roman-ce teria sido escrito mediunicamen-te por um jovem de 25 anos que eleconheceu em modesta aldeia daBretanha. (Págs. 219 a 226.)

118. Fechando o número de ju-lho, a Revista reproduz uma comu-nicação psicografada em 24 demarço pelo Sr. Rul, na qual o co-municante faz as seguintes consi-derações: I – O orgulho é filho daignorância. II – Há relação entre oestado da alma e a natureza dosfluidos que a envolvem. III - Se aalma pura saneia os fluidos, o pen-samento impuro os vicia. IV – Nãobasta à pessoa querer melhorar-separa expulsar os Espíritos que a in-fluenciam no mal, porque estes pro-curam retê-la em sua atmosferamalsã. V – Os bons Espíritos a es-clarecem e lhe trazem a força deque ela necessita para lutar contraa influência dos maus, mas depoisse afastam. VI – Somos solidáriosuns com os outros e não há um sópensamento bom que não leve con-sigo frutos de amor, de melhora ede progresso moral. (Págs. 226 e227.)

119. Kardec analisa o romance-folhetim Fernanda, que o Sr. JulesDoinel (d’Aurillac) publicou emmaio e junho de 1866 no Moniteurdu Cantal. Depois de elogiar a no-vela e lhe opor apenas dois reparos,o Codificador assevera que é a uni-versalidade do ensino, sancionadopela lógica, que fez e completará adoutrina espírita. “A aliança que sepretendesse estabelecer das idéiasespíritas com idéias contraditórias– afirmou Kardec – não pode sersenão efêmera e localizada.” (Págs.229 a 235.)

120. A Revista reproduz notí-cia publicada pelo jornal Figaro de5 de julho, pertinente a um julga-mento realizado pelo tribunal deBordeaux e que envolvia, comotestemunha, o “feiticeiro deCauderon”, epíteto atribuído ao Sr.Simonet, um médium curador que,segundo a imprensa, atendia cercade mil pessoas diariamente no es-tabelecimento em que trabalhava.(Págs. 235 e 236.)

121. No tribunal, inquirido pelomagistrado, Simonet explicou: “Eunão curo todo o mundo; mas é pre-ciso crer que eu faço curas, porqueno dia em que a justiça veio, haviamais de 1.500 pessoas que espera-vam a sua vez”. (Pág. 236.) (Con-tinua no próximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

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O IMORTALPÁGINA 16 JULHO/2007

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Um dos fundadores da revis-ta espírita O Consolador, que cir-cula exclusivamente na internetdesde 18/4/2007, editor do jornalO Imortal desde dezembro de1983 e vice-presidente do CentroEspírita Nosso Lar, de Londrina(PR), Astolfo Olegário de Olivei-ra Filho nasceu em família espí-rita e atua, desde a juventude, nastarefas de estudo e divulgação doEspiritismo. Autor do livro 20Lições sobre Mediunidade, publi-cado em novembro de 2003 pelaEditora Leopoldo Machado, é desua autoria a maioria dos estudosespíritas constantes do sitewww.oconsolador.com, onde o lei-tor pode ler a referida revista ele-trônica, os quais abrangem asobras de Kardec, André Luiz,Manoel Philomeno de Miranda,Léon Denis, Gabriel Delanne emuitos outros, além de temas va-riados como mediunidade, sexu-alidade, alcoolismo, suicídio, pas-se magnético, que integram tam-bém o referido site.

Nesta entrevista, ele nos falasobre a evangelização dos nossosfilhos e sua importância no mun-do em que vivemos.

*- Por que devemos evangeli-

zar nossos filhos?Astolfo Olegário – Lemos

logo na introdução de O Evange-lho segundo o Espiritismo: “Di-ante desse código divino, a própriaincredulidade se curva. É o terre-no em que todos os cultos podemencontrar-se, a bandeira sob a qualtodos podem abrigar-se, por maisdiferentes que sejam as suas cren-ças. Porque nunca foi objeto dedisputas religiosas, sempre e portoda parte provocadas pelosdogmas. Se o discutissem, as sei-tas teriam, aliás, encontrado nelea sua própria condenação, porquea maioria delas se apegou mais àparte mística do que à parte mo-ral, que exige a reforma de cada

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

um. Para os homens, em particular,é uma regra de conduta, que abran-ge todas as circunstâncias da vidaprivada e pública, o princípio de to-das as relações sociais fundadas namais rigorosa justiça. É, por fim, eacima de tudo, o caminho infalívelda felicidade a conquistar, umaponta do véu erguida sobre a vidafutura” (O Evangelho segundo o Es-piritismo, Introdução, item I). Evan-gelizar uma pessoa, seja ela uma cri-ança, seja ela um adulto, é indicar-lhe o mapa da felicidade, é dar-lhecondições de encontrar o reino depaz com que todos sonhamos.

- Em que momento deve aevangelização ser iniciada?

Astolfo Olegário - Na infância,esse período da existência corpóreaque Emmanuel, num feliz momentode inspiração, definiu: “A juventudepode ser comparada a esperançosasaída de um barco para uma longaviagem. A velhice será a chegada aoporto. A infância é a preparação”.

É durante a infância, ensina oEspiritismo, que o Espírito “é maisacessível às impressões que recebe,capazes de lhe auxiliarem o adian-tamento, para o que devem contri-buir os incumbidos de educá-lo” (OLivro dos Espíritos, item 383).

Explicando melhor a questão,Emmanuel afirma: “O período in-fantil é o mais sério e o mais propí-cio à assimilação dos princípioseducativos. Até os sete anos, o Es-pírito ainda se encontra em fase deadaptação para a nova existência.Ainda não existe uma integraçãoperfeita entre ele e a matéria orgâ-nica. Suas recordações do plano es-piritual são, por isto, mais vivas, tor-nando-se mais suscetível de reno-var o caráter e estabelecer novo ca-minho. Passada a época infantil,atingida a maioridade, só o proces-so violento das provas rudes, nomundo, pode renovar o pensamen-to e a concepção das criaturas, por-quanto a alma encarnada terá reto-mado o seu patrimônio nocivo dopretérito e reincidirá nas mesmasquedas, se lhe faltou a luz interiordos sagrados princípios educativos”(“O Consolador”, pergunta 109).

- Onde a evangelização deveser realizada?

Astolfo Olegário - No lar, queserá sempre, de acordo com o Espi-ritismo, a melhor escola para a pre-paração das almas encarnadas. En-sina-nos Santo Agostinho (ESE,cap. 14, item 9): “Oh! espiritistas,percebei o grande papel da Huma-nidade; compreendei que, quandoproduzis um corpo, a alma que nelese encarna vem do espaço para pro-gredir. Cumpri com os vossos deve-res e empregai o vosso amor emaproximar essa alma de Deus. Essaa missão que vos foi conferida e daqual recebereis a recompensa, se acumprirdes fielmente”.

O assunto não passou desperce-bido a Emmanuel, que explica: “Asnoções religiosas, com a exemplifi-cação dos mais altos deveres davida, constituem a base de toda edu-cação, no sagrado instituto da fa-mília” (“O Consolador”, pergunta108).

É de Kardec o seguinte depoi-mento: “É notável verificar que ascrianças educadas nos princípiosespíritas adquirem uma capacida-de de raciocinar precoce que astorna infinitamente mais fáceis deserem conduzidas. Nós as vimosem grande número, de todas asidades e dos dois sexos, nas maisdiversas famílias onde fomos re-cebidos e pudemos fazer essa ob-servação pessoalmente. Isso nãoas priva da natural alegria, nemda jovialidade. Todavia, não existenelas essa turbulência, essa tei-mosia, esses caprichos que tornamtantas outras insuportáveis. Pelocontrário, revelam um fundo dedocilidade, de ternura e respeitofiliais que as leva a obedecer semesforço e as torna responsáveis

“A infância é o período mais favorável a que eduquemos nossos filhos”nos estudos” (“Viagem Espíritaem 1862”, pág. 30).

- Qual é o fundamento filosó-fico da evangelização da criança?

Astolfo Olegário - O assunto foitratado magistralmente pelo professorHumberto Mariotti em artigo publi-cado na Revista Educação Espírita, arespeito da Teoria Aparencial da Cri-ança, um tema que Kardec já haviaexaminado na obra fundamental doEspiritismo ao ensinar que a criançaaparece no mundo envergando a rou-pagem da inocência.

A Teoria Aparencial da Criançamostra-nos que precisamos enfren-tar a questão da educação dessas cri-aturas inocentes com maior realismo,porque, se elas são inocentes apenasna aparência e escondem sua reali-dade íntima nas formas físicas em de-senvolvimento, manda a boa lógicaque as tratemos com mais desemba-raço. Partindo do fato aparencial,Herculano Pires diz-nos que temosde encarar o desenvolvimento infan-til como um processo psicológico deafloramento, não só de disposiçõesculturais, mas também de conteúdos.Lembra-nos o saudoso escritorpaulista que por trás da tábula rasa,da mente desprovida de qualquerconhecimento – uma idéia que nosveio do empirismo inglês – sabemosque existem as profundezas da me-mória espiritual, da consciênciasubliminar de que tratou FredericMyers. Humberto Mariotti deixouisso bem claro em seu artigo. “Portrás de cada criança está o Ser comtodos os seus graus de evoluçãopalingenésica, pois para a EducaçãoEspírita a infância é apenas uma eta-pa fugaz e cambiante e não uma con-dição permanente, espiritualmenteconsiderada.”

- Que importância têm os es-tudos de Myers sobre a consciên-cia subliminar?

Astolfo Olegário – Importânciamuito grande. Segundo a tese deFrederic Myers, mais válida hoje doque em sua época, temos a mentesupraliminar e a mente subliminar.Essa divisão corresponde aos con-ceitos de consciente e inconsciente

Entrevista: Astolfo O. de Oliveira Filho

Astolfo Olegário de Oliveira Filho (à esq.),ao lado do confrade João Rodrigues

da Psicanálise. Essa mente que serevela como algo mais profundoque a mente de relação é a que po-demos chamar mente de profun-didade.

Nossa mente de relação, queestabelece nossa relação com omundo e com os outros, repousasobre uma espécie de patamar,abaixo do qual se encontra a nossamente de profundidade. Foi porisso que Myers chamou a mente derelação de consciência supralimi-nar e a mente de profundidade deconsciência subliminar. A primei-ra está sobre o limiar da consciên-cia, a segunda está abaixo desselimiar. Quando sentimos um im-pulso inconsciente ou temos umpressentimento, houve uma inva-são, segundo Myers, da mente derelação pelas correntes psíquicasdo pensamento e da emoção damente de profundidade. Há uma re-lação constante entre as duas for-mas mentais, que aumenta na pro-porção em que se desenvolve o ser.

A educação espírita não podelimitar-se à mente de relação, quesó representa um momento do ser.Herculano Pires tratou disso commuita clareza, ao explicar que emcada existência terrena o ser de-senvolve certas potencialidades,mas a lei de inércia o retém numaposição determinada pelos limitesda cultura em que se desenvolveu.Com a morte corporal ele volta aomundo espiritual e tem uma novaexistência nesse mundo, onde suaspercepções se ampliam permitin-do-lhe compreender que a suaperfectibilidade não tem limites.

Voltando a nova encarnação,ele pode reencetar com mais efici-ência o desenvolvimento de suaperfectibilidade, mas, se não rece-ber na vida terrena os estímulosnecessários, poderá sentir-se nova-mente preso à condição da vidaanterior na Terra, estacionandonuma repetição de estágio. É issoo que se chama círculo vicioso dareencarnação. A evangelização dacriatura humana desde o berço tempor função evitar que ela venha acair nesse círculo. (Continua napág. 10 deste número.)