manual - técnicas de estudo e memorização

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  Manual de Técnicas de Estudo e Memorização Formador: Mariline Ferreira 

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Memorização
Índice
2.1  Causas e Consequências do Insucesso Escolar ______________________________ 6 
2.2  O Papel do Professor e dos Auxiliares Educativos ___________________________ 9 
 3  Organização e Planificação do Estudo ____________________________________ 9 
3.1  A gestão do tempo______________________________________________________ 9 
3.2  A organização da sessão de estudo _______________________________________ 10 
3.3  A organização do local e dos materiais de estudo ___________________________ 11 
4  Estratégias para o Sucesso Escolar _____________________________________ 11 
4.1  As condições físicas do aluno ____________________________________________ 12 
4.2  A sistematização diária dos conteúdos ____________________________________ 14 
4.3  Técnicas para a aquisição de conhecimentos _______________________________ 14 
4.4  A preparação dos testes ________________________________________________ 23 
 5  Técnicas de Memorização _____________________________________________ 24 
5.1  Metodologias facilitadoras da memorização _______________________________ 26 
Fases da memorização _______________________________________________________ 26 
6   Anexos ____________________________________________________________ 30 
 
 
1  
Introdução
Muitos alunos não sabem como estudar nem como aprender e isso reflecte-se nos
resultados escolares. Muitos dos problemas de aprendizagem existentes entre os alunos
são explicados pelo uso inadequado de métodos de estudo e pela inexistência de hábitos
de trabalho que favoreçam a aprendizagem. Desta forma, muitos jovens manifestam uma
enorme desmotivação para as actividades escolares, dedicando-lhes muito pouco tempo.
Assim, cabe a todos os que estão envolvidos no processo escolar (alunos, pais,
professores, auxiliares de educação, etc.) arranjar mecanismos para que os alunos
superem as dificuldades e se motivem.
Neste manual, são expostas algumas estratégias que podem ser postas em prática com
vista ao sucesso escolar. Apesar de não haver fórmulas mágicas e de nem todas as
estratégias e métodos de estudo terem o mesmo resultado em todos os alunos, o
importante é adaptá-los às necessidades de cada um.
Porém, o esforço não deve ser feito apenas pelo aluno. O professor desempenha um
papel fundamental no êxito deste e todos os que acompanham o estudo dos alunos
desempenham, igualmente, um papel importante, na medida em que orientam o estudo
do aluno e o ajudam a encontrar e a definir um caminho.
Sem a pretensão de se tornar num conjunto de regras rígidas, este manual servirá como
um ponto de partida que visa o sucesso escolar.
 
 
2  
O insucesso escolar caracteriza-se pela incapacidade de uma criança corresponder aos
objectivos da escola em termos escolares. É a partir dos anos sessenta que encontramos
as suas primeiras manifestações, quando se começou a exigir que as escolas, por razões
económicas e de igualdade, encontrassem formas de garantir o sucesso escolar de todos
os seus alunos. O que era atribuído até então ao foro individual, tornou-se subitamente
um problema de cariz social. A preguiça, a falta de capacidade ou interesse deixaram de
ser aceites como explicação para o abandono escolar de crianças e jovens. A culpa do seu
insucesso escolar passou a ser assumida como um fracasso de toda a comunidade
escolar. O sistema não criava factores que motivassem e encaminhassem os alunos para o
êxito escolar.
- Abandono da escola antes do fim do ensino obrigatório;
- Reprovações sucessivas, que dão lugar a grandes desníveis entre a idade cronológica do
aluno e o nível escolar;
- Passagem dos alunos para tipos de ensino menos exigentes, que conduzem a
aprendizagens profissionais imediatas.
- Atrasos do desenvolvimento cognitivo. As escalas psicométricas de inteligência são um
bom indicador para identificar estas causas individuais de insucesso escolar. O problema
é que a grande maioria dos alunos que falham nos resultados escolares têm um
desenvolvimento normal.
- A instabilidade característica da adolescência consta entre as muitas causas individuais
do insucesso. Ela conduz muitas vezes o aluno a rejeitar a escola, a desinvestir no estudo
das matérias, e frequentemente à indisciplina.
Famílias
- Pais autoritários, conflitos familiares, divórcios litigiosos fazem parte de um extenso rol
de causas que podem levar a que o aluno se sinta rejeitado, e comece a desinteressar-se
pelo seu percurso escolar, adoptando um comportamento indisciplinado.
- A origem social dos alunos tem sido a causa mais usada para justificar os piores
 
 
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recursos económicos, onde aliás se encontra a maior percentagem de insucessos
escolares.
Professores
- Métodos de ensino e recursos didácticos inadequados às características da turma ou de
cada aluno.
- A gestão da disciplina na sala de aula é outro factor que condiciona bastante o
rendimento escolar dos alunos.
- Os professores no início do ano criam expectativas positivas ou negativas sobre os
alunos que acabam por influenciar o seu desempenho escolar.
- A avaliação é subjectiva e varia em função de uma multiplicidade de factores. O
contexto escolar, os métodos de avaliação, as disciplinas, os professores, os critérios
utilizados, o modo como estes são interpretados, etc.
Escolas
- O estilo de liderança do director, presidente do conselho executivo, etc.
- Expectativas baixas dos professores e dos alunos em relação à escola.
- Clima de irresponsabilidade e de falta de trabalho.
- A deficiente orientação vocacional que muitos alunos revelam no ensino pós-obrigatório
é agravada pela ausência nas escolas de serviços de informação e orientação adequados.
- O elevado número de alunos por escola e turma tende igualmente, não apenas a
provocar o aumento dos conflitos, mas sobretudo a diminuir o rendimento individual.
- A organização de turmas demasiado heterogéneas não apenas dificulta a gestão da aula
pelo professor, mas também a sua coesão do grupo, traduzindo-se no incremento de
conflitos internos.
- Currículos demasiado extensos que não permitem que os professores utilizem
metodologias activas, onde os alunos tenham o lugar central. A necessidade de cumprir
os programas inviabiliza a adopção de estratégias mais activas, mas sobretudo retira
tempo ao professor para ultrapassar as dificuldades individuais de aprendizagem que
constata nos alunos.
- Desarticulação dos programas. Esta situação faz, por exemplo, com que os alunos
repitam os mesmos conteúdos, de modo diverso e incoerente ao longo dos anos e das
disciplinas, levando-os a desinteressarem-se pelas matérias, e a sentirem-se confusos.
- As elevadas cargas horárias semanais ocupadas pelos alunos em actividades lectivas,
mais tradicionais, são desde há muito consideradas excessivas. Os alunos têm pouco
tempo para outras actividades de afirmação da sua individualidade, desenvolvimento de
 
 
Sistema Educativo
- Falta de conhecimento da situação real das escolas no país, o que impede uma
percepção dos seus problemas e respostas ajustadas às necessidades.
Sociedade
Ninguém tem dúvidas em concordar que a actual sociedade assenta num conjunto de
valores que desencorajam o estudo e promovem o insucesso escolar. Diversão,
Individualismo e Consumismo, três valores essenciais na sociedade actual, são em tudo
opostos ao que a escola significa.
Consequências
As consequências do insucesso poderão manifestar-se de formas diferentes, mas têm
sempre na base uma forte desmotivação, uma baixa auto-estima e um baixo auto
conceito académico.
Quando o aluno sente que apesar do seu esforço não consegue obter sucesso, vai
procurar proteger a sua auto-estima desistindo da tarefa académica. Muitos destes
alunos deixam de ir às aulas: as aulas tornam-se o espelho da sua incapacidade... A
imagem que têm de si como estudantes é muito negativa, por isso procuram investir em
actividades em que o sucesso seja realmente possível, por exemplo em actividades
desportivas.
O número de alunos que abandona a escola antes de concluir a escolaridade obrigatória e
aqueles que apesar de estarem na escola não vão às aulas é assustador! Uma das razões
que justifica fortemente este facto é sem dúvida a sua incapacidade em obter sucesso
escolar. Associado ao vazio de nada ter para fazer vem tudo o resto: o primeiro contacto
com a droga, a prostituição, a gravidez indesejada...
Não menos preocupante é a situação dos alunos que apesar do insucesso persistem na
tarefa de aprender, vivendo dia a dia o sofrimento de receber negativa atrás de
negativa... Muitos destes deprimem, outros permanecem em silêncio, sofrendo a
angústia de não ser capaz...
As consequências são dramáticas... por esta razão, a escola tem urgentemente que se
reorganizar para dar a cada aluno a possibilidade de desenvolver as suas áreas fortes. Só
desta forma a escola poderá ser verdadeiramente inclusiva.
 
 
2.2  O Papel do Professor e dos Auxiliares Educativos
O papel de um professor é variado, complexo mas motivador. Pretende-se que um
professor seja inovador, dinâmico, comunicativo, crítico e eficaz. Ele deve ensinar mas
também educar, transmitir conhecimentos mas também incutir métodos, instrumentos
de trabalho e alguns valores fundamentais nos alunos, como, por exemplo, a
compreensão e o respeito pelo outro, a entreajuda ou a responsabilidade. E ainda
desenvolver o espírito crítico, a reflexão mas também a criatividade e a curiosidade em
termos de aprendizagem.
Entende-se que o professor proporcione um ensino motivador, que permita a construção
da aprendizagem dos alunos e que transforme o saber em saber fazer.
Primeiro, pensa-se que é necessário estabelecer um bom relacionamento entre o
professor e o aluno. O professor tem então de preocupar-se sobretudo com os seus
alunos e com uma gestão equilibrada da sala de aula e menos com o cumprimento do
programa. E, para isso, é então imperativo criar uma real empatia, usando o diálogo, a
interactividade. Valorizam-se então algumas qualidades humanas do professor como a
simpatia, o carisma, a sensibilidade ou ainda o sentido de humor.
Por outro lado, deve igualmente procurar estratégias de trabalho inovadoras, actividades
diversificadas e materiais apelativos para as suas aulas, de forma a suscitar o interesse e
motivar a participação dos alunos, facilitar a sua aprendizagem e alargar o campo dos
seus conhecimentos. Mas nem sempre lhe é possível alcançar os seus objectivos, nem
responder às expectativas de todos os alunos, o que transmite um certo sentimento de
frustração.
Mas todo este processo deve ser partilhado com os auxiliares educativos e com os pais
porque a educação e a aprendizagem não podem ser reduzidas a uma só pessoa e ao
contexto escolar. A escola e o professor não podem actuar isoladamente, devem dividir
responsabilidades com a família do aluno.
3  
3.1  
A gestão do tempo  
O tempo é um dos factores principais a ter em conta na organização
do estudo. A sua utilização adequada contribui eficazmente para o
sucesso escolar. Contudo, existe uma enorme dificuldade em
compatibilizar a actividade de estudante com actividades tão
diversas como: desporto, hobbies, relações interpessoais, entre
 
 
outras, que assumem uma grande importância para o nosso
equilíbrio pessoal e sentimento de realização.
Para combater o estudo intensivo e sob pressão nas vésperas, aconselha-se o
planeamento das actividades de estudo e a elaboração de um horário. O planeamento
adequado das actividades permite alcançar metas traçadas em menos tempo do que
aquele que é fixado inicialmente.
A elaboração de um horário semanal, que não deve resumir-se ao planeamento de
estudo, deve incluir também a programação do tempo completo das actividades diárias.
O horário deve ser flexível, pessoal e realista, susceptível de modificação. Caso contrário,
o horário não será um instrumento útil de trabalho mas sim gerador de angústia e
ansiedade.
O horário deverá funcionar como um guia que poderá levar o aluno a trabalhar com
regularidade. O trabalho regular e planificado implica alguma dose de sacrifício, mas traz
enormes recompensas: previne a fadiga, as confusões e a ansiedade de quem guarda o
estudo para a última hora.
O cumprimento de um horário favorece a aquisição de autodisciplina, sendo que esta é
um trunfo fundamental para o sucesso nos estudos e na vida.
3.2  
A organização da sessão de estudo
A organização da sessão de estudo depende muito das características individuais do
aluno. No entanto, e depois de um horário de trabalho estabelecido, há regras básicas
que devem ser tidas em conta:
  As horas mais rentáveis deverão ser dedicadas ao trabalho mais difícil;
  No início, deve-se estudar as disciplinas de que menos se gosta ou realizar as
tarefas que exigem mais tempo;
  É conveniente fazer uma pausa de 10 minutos por cada hora de estudo. Nestes
intervalos, deverão ser evitadas actividades que distraiam excessivamente (ver
televisão, por exemplo);
  Para evitar a saturação, o aluno poderá mudar de assunto, mas não é conveniente
mudar para uma disciplina semelhante (Inglês e Francês, por exemplo), já que isto
poderá provocar confusões;
  Para a maior parte das pessoas, o rendimento intelectual da manhã é superior ao da tarde e noite. Ao princípio da tarde há sempre uma quebra de vivacidade mental, mas o fim da tarde parece igualmente eficaz.
  Se houver necessidade de realizar alguma tarefa antes de dormir, deverá ser uma
tarefa leve e de fácil resolução;
 
 
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  Não se levantar do local de estudo, a não ser nos momentos de pausa.
3.3  
A organização do local e dos materiais de estudo
Normalmente, o local de estudo de um aluno é o quarto, o escritório, a biblioteca ou a
sala de estudo da escola. O importante é que o aluno tenha consciência de qual destes
locais lhe permite rentabilizar o estudo, estar mais concentrado, sem elementos que o
possam distrair facilmente.
Seja qual for o local por ele escolhido, tem de ter em conta os seguintes requisitos:
 Ser bem iluminado (luz pela esquerda, para o caso dos dextros);
 Ser um local calmo, que favoreça a concentração, e sem elementos que possam
distrair (com uma televisão, por exemplo);
 Ter uma temperatura agradável;
 Ser arrumado e organizado;
 Ter um mobiliário adequado;
 Ter uma mesa grande e uma cadeira confortável;
 Caso não se possa dispensar a música, é preferível ouvir música relaxante;
 Desligar a televisão e o telemóvel;
 Sempre que possível, o local de estudo deve ser fixo;
 Ter o material de estudo sempre à mão, incluindo um dicionário de Português;
 Ter os cadernos diários em dia, limpos e organizados.
4  Estratégias para o Sucesso Escolar
Ouve-se frequentemente os alunos queixarem-se que não sabem estudar e que nunca
ninguém os ensinou. Estudar é uma actividade que se aprende, tal como se aprende a
nadar ou a andar de bicicleta. Claro que o treino é fundamental. Para além do acima
 
 
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e métodos de estudo, que resultam mediante o interesse que o aluno tem em atingir os
seus objectivos.
4.1  As condições físicas do aluno
Independentemente das horas e dos métodos de estudo, há uma regra fundamental que
dita o sucesso escolar: as condições físicas do aluno. Claro que as condições psicológicas
são igualmente importantes, mas essas resultam de uma série de factores que, todos
conjugados, levam a que o aluno esteja bem psicologicamente. Já as condições físicas
dependem essencialmente de cada um.
Deve-se, assim, ter em conta os seguintes aspectos:
Alimentar-se bem e de forma regular (comer 5 a 6 vezes por dia, aproveitar as
pausas no estudo para comer um snack e hidratar-se). Ter uma alimentação
variada, rica em legumes, fruta, peixe, produtos lácteos e fibras. Beber muita água
ao longo do dia.
  Fazer exercício físico com regularidade. Dedicar-se a uma actividade física ajuda o
aluno a relaxar;
  Optar por uma postura correcta durante o estudo.
Relativamente a este último ponto, há alguns aspectos que devem ser considerados, pois
uma postura incorrecta durante o estudo incide de forma negativa, tanto na saúde física,
como no rendimento intelectual. Uma má postura origina problemas de coluna vertebral,
dores de nuca, de cabeça, da cervical, vista cansada, contracções musculares, entre
outras; que levam, mais rapidamente, ao aparecimento da fadiga, que por sua vez, faz
com que diminuamos a nossa atenção e concentração no que estamos a fazer.
Qual a postura correcta para nos sentarmos?
Devemos apoiar bem as nossas costas nas costas da cadeira,
desde os glúteos até às omoplatas, utilizando, caso seja
necessário, uma almofada para colocar na zona dos rins.
Devemos manter a cabeça ligeiramente inclinada; os braços ao
lado do corpo; os antebraços apoiados na mesa formando um
ângulo recto. Por sua vez, o tronco deve fazer ângulo recto com as
coxas, as coxas com as pernas e as pernas com os pés.
Há que evitar:
  Estudar com a cabeça muito inclinada para a frente e com as
costas curvadas;
 
 
  Movimentos contínuos do corpo.
A escolha do mobiliário de estudo deve estar de acordo com as características físicas da
cada pessoa:
Mesa: a superfície deve ser plana e a altura deve coincidir com o estômago e nunca mais
abaixo.
Assento: deve ter uma altura igual à do comprimento das pernas, medidas desde o chão
até à parte superior dos joelhos. O fundo do assento deve-se adaptar ao comprimento
das coxas com as pernas em ângulo recto. O encosto deve chegar à altura das omoplatas,
sendo liso e levemente inclinado para trás, de forma a facilitar o repouso.
Qual a postura correcta, quando estamos ao computador?
Rato: a mão deve estar alinhada com o antebraço. Não deve estar colocada nem muito
virada para cima nem muito para baixo, nem muito virada para a esquerda nem para
direita. Não deve, ainda, ser exercida muita pressão sobre o rato.
Teclado: o mesmo acontece com a colocação das mãos no teclado, devem estar alinhadas
com os antebraços, mantendo os pulsos ligeiramente levantados.
Monitor: deve estar a uma distância
CERTO ERRADO
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compreendida entre 40 a 75 cm, numa posição ligeiramente abaixo da linha central de
visão e localizado de frente para a pessoa, e nunca de lado.
Ao princípio pode ser difícil manter uma postura correcta durante o estudo. Contudo, com disciplina e vontade é importante conseguir-se manter a posição correcta enquanto estudamos, em benefício da nossa saúde física e do nosso rendimento.
4.2  A sistematização diária dos conteúdos
Um bom aluno é aquele que tem a matéria sempre em dia. Assim, evita-se a acumulação
de matéria a estudar para os testes e o consequente nervosismo.
Há tarefas que devem ser feitas diariamente:
  Os trabalhos de casa (devem ser feitos no próprio dia, pois é uma forma de
consolidar os conhecimentos adquiridos durante as aulas);
  Caso tenha surgido alguma dúvida durante a aula deve ser logo esclarecida. Se
surgir alguma dúvida na realização dos trabalhos de casa, deve ser apontada e
esclarecida o mais rápido possível, para que não caia em esquecimento;
  Diariamente, deve ser feito um apanhado dos conteúdos abordados nas aulas.
Deste modo, fica-se com a matéria resumida e é muito mais fácil estudar para os
testes.
  Nunca se deve acumular a matéria, pois aumenta a ansiedade e o cansaço na
véspera de um teste.
4.3  Técnicas para a aquisição de conhecimentos
Muito se teoriza sobre métodos de estudo, no entanto não há fórmulas mágicas! Há
exemplos que podem ser postos em prática e que devem ser adaptados por cada um,
pois somos todos diferentes e a aquisição de conhecimentos também se processa de
maneira diferente.
Para se estudar eficientemente deve-se, antes de tudo, saber ler e interpretar o que se
está a ler. A maior parte das vezes, o aluno lê e não consegue interpretar o que leu.
Sugere-se, por isso, que o aluno adquira hábitos de leitura.
ERRADO CERTO
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Ultrapassada esta fase, há um método que costuma ajudar os alunos a estudar, um
método conhecido como P.L.E.M.A. (Pré-leitura, Leitura, Esquematização, Memorização e
Auto-avaliação), que facilita a assimilação de conteúdos com maior rendimento e menor
fadiga.
1.) Pré-leitura: 
Leitura rápida, pouco profunda e global para perceber o assunto e as partes do texto.
Para isso, deve-se atender ao primeiro parágrafo, sumários, conclusões, títulos e
subtítulos, itálicos, sublinhados e palavras-chave.
2.) Leitura
Leitura detalhada e atenta do texto, sublinhando as ideias principais.
3.) Esquematização
Realização de um esquema ou resumo da matéria, a utilizar aquando da revisão final dos
conteúdos a avaliar.
4.) Memorização
Divisão do esquema ou resumo pelos tópicos ou ideias principais de forma a facilitar a
retenção dos conteúdos. É aconselhável, aquando da eventual memorização, fazer
pequenos intervalos para descanso. Nesta fase é frequente recorrer-se a mnemónicas.
5.) Auto-Avaliação
Escrever ou dizer em voz alta, por palavras próprias as ideias principais retidas do
esquema ou resumo. O objectivo desta fase é avaliar aquilo que no momento se sabe.
O problema que se coloca, a maior parte das vezes, é que os alunos não sabem elaborar
esquemas nem resumos. Assim, ficam aqui alguns conselhos para a elaboração dos
mesmos.
ESQUEMA
Um esquema é um simples enunciado das palavras-chave de um texto procurando
representá-lo de forma gráfica e sintética. Significa sempre economia de palavras e tem a
grande vantagem de dar apenas o que é essencial, tornando mais visual e atractiva a
informação. Um bom esquema permite, com uma simples olhadela, ficar com uma ideia
clara sobre o conteúdo de um texto.
 
 
Além disso, pode ser reformulado constantemente. Por isso, elaborar bons esquemas
pode ser considerado um exercício de criatividade e de espírito crítico.
Os esquemas são muito importantes para preparar as provas de avaliação, uma vez que
possibilitam uma recordação rápida da matéria. Além disso, são também muito bons
como trabalho prévio, sempre que se pretender elaborar um plano de trabalho de
investigação sobre um tema.
Nos manuais das diferentes disciplinas há diversos tipos de esquemas. Podem ser apenas
índices de tópicos, podem ser quadros, gráficos, mapas conceptuais, etc.
Esquematizar um texto é provar que se compreendeu o texto em análise.
Devem-se considerar como fases mais importantes da elaboração de um esquema as
seguintes:
  Fazer uma leitura global do texto a esquematizar, para se ficar com a ideia geral;
  Fazer uma segunda leitura, analítica, isto é, uma leitura em que se procura
analisar cada parte do texto, identificar as ideias principais de cada parágrafo;
  Sublinhar as ideias principais em cada parágrafo; se houver palavras cujo
significado se desconhece, deve-se consultar o dicionário;
  Colocar notas à margem dos parágrafos, usando palavras ou palavras-síntese;
  Fazer o esquema propriamente dito:
1)  Deve ter um título (pode coincidir com o título do texto);
2)  Deve apresentar as ideias centrais do texto, articulando-as. Para esse
efeito, pode-se usar setas, figuras geométricas, etc.
Em síntese: O que deve oferecer um bom esquema?
  As ideias centrais do texto;
  A estrutura ou a sequência lógica do texto com subordinação das ideias
secundárias às ideias principais, mostrando claramente que se compreendem as
relações entre as partes do texto;
  As divisões e subdivisões do texto, tornando clara a hierarquia das próprias
partes;
  Deve ser conciso (linguagem telegráfica).
Alguns exemplos:
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No caso de um texto descritivo, um esquema adequado poderia ser:
O gráfico de uma estrutura adequada a um texto que estabelece categorias seria:
ou
 
 
Semelhanças
 
No caso de um texto que estabeleça relações causa-efeito, o gráfico de estrutura
adequada seria:
 
 
Ideia principal
 
Há sempre a possibilidade de se fazer esquemas mistos, que incluam ideias de
cada um destes esquemas de forma a se conseguir melhor retratar todo o texto.
Outros exemplos:
I – Compreensão da estrutura do texto a resumir
 
 
II – Redacção de um novo texto
1. Compreensão do texto original: 
  Leitura global
- levantamento das ideias ou factos essenciais;
- detecção do seu encadeamento
- dividir o texto em partes
- dar um título a cada uma das partes
- assinalar as palavras chave
-esquematizar as ideias expostas/construir o plano do texto
- detectar informações dadas pelo título, pela introdução, pelo
desenvolvimento e pela conclusão.
2. Construção do novo texto (resumo) 
  Seleccionar as ideias ou factos essenciais do texto original que constarão no
resumo
  Suprimir:
- repetições e redundâncias
- interjeições e tudo o que contribua para um estilo particular do texto
- pormenores desnecessários, exemplos, citações, pequenas histórias a propósito;
- expressões explicativas do tipo "ou seja", "isto é", "quero dizer", "dito de outro
modo", "por outras palavras"
  Substituir frases e enumerações do texto original, por outras que tornem mais
económica a expressão, devendo excluir-se as transições.
  Manter o fio condutor do texto a resumir.
3. Construção do resumo
  Manter os valores mais significativos nos textos que fornecem dados em números
  Escolher o vocabulário com rigor, de modo a evitar palavras inexpressivas
  Redigir o resumo em linguagem clara e concisa
  Não exprimir opiniões pessoais
  Omitir/ou transformar discurso directo em discurso indirecto
  Respeitar a ordem pela qual as ideias ou factos são apresentados no texto-base
  Articular os parágrafos e as frases
 
 
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  Reduzir a extensão do texto a cerca de 2/3 do texto base, ou ao número de
palavras ou de linhas proposto.
4. Autocorrecção do resumo 
Concluído o resumo, há que aperfeiçoá-lo. Esta lista de autocorrecção pode dar uma
ajuda nesse sentido, pois recupera alguns dos aspectos mais importantes do acto de
resumir.
Aspectos a considerar  Sim  Não  Não
observado 
1. Referi apenas as ideias ou factos principais do texto original.
2. Omiti ou substituí as listas ou enumerações por uma
designação mais geral.
Evitei o recurso a expressões explicativas do tipo "isto é",
"como se sabe", etc.
5. Transformei o discurso directo em discurso indirecto.
6. Excluí pormenores irrelevantes, exemplos, citações,
pequenas histórias a propósito.
7. Evitei copiar frases ou expressões do texto.
8. Articulei bem os parágrafos e as frases.
9. O texto resumido não excede 1/3 do número de linhas do
texto original.
Quais são as vantagens de sublinhar o texto?
  É uma forma activa de estudar: quem sublinha lê duas vezes;
  Desperta a atenção para as ideias de um texto;
  Permite apreender melhor o sentido do texto;
  Facilita as revisões.
Regras para sublinhar bem:
  Sublinhar só as palavras ou ideias principais. Sublinhar tudo é o mesmo que não
sublinhar nada;
 
 
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  Sublinhar de maneira a que, se só ler os sublinhados, se consegue lembrar de
todo o texto e perceber o seu sentido. Assim quando se fizerem revisões da
matéria, o trabalho será muito facilitado.
  Utilizar diferentes tipos de sublinhados, para distinguir diferentes tipos de ideias,
por exemplo:
  para marcar as ideias principais
  para marcar ideias secundárias, mas também que devem ser revistas mais tarde
  Utilizar cores diferentes para cada um desses tipos de ideias.
Como distinguir as ideias principais das ideias secundárias?
Para distinguir uma ideia principal de uma ideia secundária podem seguir-se as seguintes
regras:
  em qualquer parágrafo existe, usualmente, uma frase que exprime uma ideia
principal;
  as frases que exprimem as ideias principais caracterizam-se por conter
afirmações mais genéricas e amplas;
  as frases que exprimem as ideias secundárias transmitem informações mais
detalhadas;
  se se retirarem as frases que exprimem as ideias principais, o texto deixa de fazer
sentido;
  se se retirarem as frases que exprimem as ideias secundárias, o sentido do texto
não é alterado.
É importante ter em conta alguns procedimentos enquanto se sublinha o texto:
  Não sublinhar o texto na fase da leitura compreensiva e global;
  Não abusar dos traços e das cores;
  Sublinhar as ideias principais e/ou definições, as palavras-chave, as datas, as
fórmulas,...
Além dos sublinhados, pode-se também utilizar um código e fazer notas à margem do
texto, chamando assim a atenção para diversos pontos:
 
Concordo
A preparação dos testes
Todos nós sentimos algum nervosismo ou tensão antes dos exames, ou de outros
acontecimentos importantes na nossa vida. Na realidade, um pouco de ansiedade pode
até motivar-nos; o problema está quando é em níveis elevados, interferindo, por
exemplo, na nossa preparação e desempenho nos exames.
Assim, deixamos umas dicas:
  Na noite anterior ao dia do exame, não se deve estudar até tarde. Se têm por
hábito ler antes de adormecer, leiam algo não relacionado com a matéria (BD, por
exemplo.)
  Iniciar o dia com um pequeno-almoço moderado; cuidado com o café, em algumas
situações poderá aumentar os sintomas de ansiedade;
  Organizar-se de maneira a chegar ao local do teste com alguma antecedência, pois
facilita a descontracção e a concentração;
  Procurar fazer algo relaxante na hora anterior ao teste  – o estudo “à última hora”
irá prejudicar os conhecimentos que tem acerca da matéria;
  Evitar colegas que gerem ansiedade, ou que possam prejudicar a estabilidade.
  Se a espera causar ansiedade, a leitura de uma revista ou um jornal poderá ajudar.
No teste:
  Ler o enunciado todo antes de começar a responder;
  Planear o tempo que se vai gastar em cada pergunta atendendo ao seu grau de
dificuldade;
  Procurar começar pelas mais fáceis.
A.L.T.E.R. –  Uma técnica de exame:
A – ADMINISTRAÇÃO
Respeitar as instruções; indicar todas as informações pedidas no lugar próprio;
L – LER
Ler e reler as perguntas; identificar palavras importantes; imaginar, rapidamente, um
esboço da pergunta.
T – TIMING
Estabelecer a ordem pela qual vai responder às perguntas; reservar um tempo para ler as
questões no início do teste e outro para a reler e corrigir no fim.
E – ESCREVER
Redigir a resposta em 2 etapas: 1  – construir o plano da resposta (resposta estruturada;
conjunto coerente); 2 – redacção propriamente dita.
R – RELER
Reler as respostas, verificando a ortografia, a expressão e o arranjo das ideias; verificar a
apresentação da folha (o n.º da pergunta está claramente identificado?); rever os cálculos
efectuados; eventualmente, completar uma pergunta que tenha sido abandonada por
falta de tempo (neste caso, deve ir imediatamente ao essencial, evitando pormenores).
5  
Técnicas de Memorização  
Na maioria dos casos, apenas a leitura de um texto não é suficiente para possuir
conhecimentos, especialmente em matérias tão exigentes em termos de memória como a
química ou a medicina. Uma leitura pode dar uma boa imagem inicial do tema, mas é
necessário algo mais.
Para tal é necessário um esforço voluntário, o reconhecimento de que é necessário e útil
para que os conhecimentos possam ser adquiridos com uma maior eficiência. Tem de ser
uma pessoa por si própria a decidir aprender para que qualquer esforço seja
recompensado por um resultado final.
Muitas vezes não se resume tudo apenas à memorização. Certas matérias realmente
requerem uma grande dose de memorização de termos, relações e reacções. Mas outras,
de natureza bastante diversa exigem a compreensão, como é o caso da matemática, dado
que é impossível decorar a resolução de um exercício, antes é necessário compreender
como se atinge a solução para que se consiga reproduzir o mesmo tipo de processo mas
adequado a uma situação diferente. O mesmo acontece com muitos outros ramos e
áreas.
Na maior parte dos casos, podemos dizer que em todas as profissões é necessário decorar
 
 
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compreender as excepções, os casos que se apresentam diariamente e que requerem
mais do que uma simples récita do que se aprendeu. Exigem uma interpretação e uma
adaptação. Daí que para o estudo de todas as matérias se comece sempre pelo mais
monótono para depois se atingir o que se verifica ser um desafio.
Por isso, não é talvez correcto pensar que exista um dilema entre a memorização e
compreensão relativamente ao melhor método de estudo pois, na verdade, é necessária
uma combinação de ambos para permitir o sucesso da aprendizagem.
Tipos de Memória 
Há três tipos principais de memória: a Automática, a Afectiva e a Cognitiva.
Memória automática 
Esta é a memória que se relaciona com os hábitos que possuímos e com a utilização que
damos a certas informações que necessitamos todos os dias. A esta memória apela algo
tão básico como conduzir, mas também certas coisas como números de telefone. Quando
se utiliza um determinado número todos os dias, é natural que ao fim de algum tempo ele
fique na memória e já não seja necessário consultar a agenda telefónica. Daqui se retira a
ideia de que a prática e a repetição são fundamentais para a memorização de tal maneira
que a este nível a informação que pretendemos aparece-nos sem que tenhamos que
fazer qualquer esforço para a lembrar.
Memória afectiva 
Esta é a memória relacionada com as nossas experiências e recordações. Certo número
de informações é obtido ao longo da nossa vida através de um contacto mais próximo
com certas realidades ou mesmo em simples conversas que, pela importância de que se
revestiram no momento ficarão connosco durante muito tempo. Desta forma, para que a
memorização seja mais simples pode-se associar a determinadas informações dados
pessoais que nos permitam uma recordação mais fácil. Deste princípio retiram-se
algumas técnicas de memorização importantes.
Memória cognitiva
O estabelecimento de redes lógicas no nosso pensamento favorece a reminiscência e a
memória dessas relações causais. Voltamos um pouco ao princípio da compreensão, pois
 
 
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que quando falamos muitas vezes em memorização, também está subjacente uma
compreensão, pois é a melhor forma de manter uma informação durante mais tempo na
nossa memória.
Fases da memorização
a – Estabelecimento de objectivos 
Em primeiro lugar é necessário enumerar a informação a memorizar e a sua urgência e
aplicação. Assim, podemos estabelecer como objectivo um teste de uma matéria que irá
decorrer daqui a uma semana. A partir daqui organizamos o tempo que temos disponível
de forma a melhor o rentabilizar.
b – Selecção
As matérias a estudar necessitam, à partida, de uma selecção do que é importante e
relevante, uma vez que não é necessário, nem possível, decorar toda a informação
disponível. Deve ser escolhido o material mais básico a partir do qual se podem
estabelecer relações causais com outras matérias que assim evitamos decorar. Assim
como aquilo que se considera mais provável vir a necessitar.
c – Elaboração de materiais de trabalho 
Consoante a matéria a estudar, assim devem ser elaborados apontamentos adaptados à
situação, curtos, visualmente atractivos e precisos, onde o processo de memorização se
irá basear.
d – Aplicação das técnicas de memorização 
Estas técnicas serão aprofundadas em seguida, mas existem diversos tipos, com diferente
duração e aplicabilidade a cada caso.
e – Revisão 
Finalmente e antes de se aplicar os conhecimentos estudados, é necessário certificarmo-
nos de que eles foram correctamente apreendidos e para tal é útil fazer um pequeno
teste, quer através de perguntas que outra pessoa possa fazer, quer através da récita de
todos os conhecimentos decorados. Este teste pode revelar fraquezas que se podem
corrigir antes dos exames.
Naturalmente, é fácil lembrar-nos daquilo que gostamos, do aniversário dos nossos
 
 
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estudámos. Desta forma podemos pensar que não vale a pena estar a tentar forçar a
memorização de algo que nos desagrada profundamente porque mesmo que se consiga
com um grande esforço decorar durante algum tempo, o esquecimento é extremamente
rápido. Antes é mais útil encontrar algo de que gostamos realmente de estudar, pois
essas são as matérias que manteremos mais facilmente e durante mais tempo na nossa
memória.
Utilidade 
Quando pensamos que um conjunto de informações não tem utilidade nenhuma, a
motivação para o memorizar é bastante baixa. Desta forma, é necessário que os dados
tenham uma aplicação prática visível para que se consiga novamente reter as
informações por um período mais ou menos longo. Deste modo, é necessário apelar
bastante ao raciocínio e ao sentido prático para encontrar alguma forma de aplicação dos
conhecimentos, pois isso por si só já nos dá algumas ideias de como conseguir memorizá-
los.
Compreensão 
Assim como se devem encontrar afinidades e aplicações para os conhecimentos, também
a sua correcta compreensão permite uma mais fácil memorização. Assim, é sempre útil
tentar enquadrar os dados numa sequência lógica e não tentar memorizá-los
imediatamente sem se estabelecer previamente relações de causalidade.
Esquematização e Visualização 
A memória funciona muitas vezes como uma impressão que se tem de algo estudado
anteriormente. Assim, como numa fotografia, é mais fácil lembrarmo-nos da localização
de um determinado tópico na página em que o inserimos do que das explicações que se
inseriam dentro desse tópico.
Quando lemos um jornal, aquilo que fixamos mais facilmente são as fotografias e os
títulos que nos chamam mais a atenção. Por esse motivo, quando se elaboram
apontamentos se deve ter o cuidado de fazer uma apresentação muito apelativa e
organizada, e se possível gráfica, para que seja mais fácil a memorização dos conceitos.
Necessidade e urgência
Quando um exame se aproxima, é mais urgente memorizar a matéria que nele se insere,
mas também a maior pressão faz com que esse estudo tenha menor eficácia e dure
menos. Por isso, uma memorização e compreensão com uma certa antecedência é mais
benéfico para aplicações futuras dos conceitos estudados.
 
 
Técnicas de memorização
1. Repetição 
A forma mais simples de decorar uma determinada informação é exactamente repeti-la
um determinado número de vezes até que esteja totalmente apreendida. Esta técnica é
muito utilizada, mas pode ser demasiado fatigante ou mesmo pouco útil, uma vez que
implica um esforço mental que resulta muitas vezes no posterior esquecimento de tudo o
que foi decorado.
2. Imagens mentais 
Esta técnica baseia-se na ideia da memória fotográfica. Para as pessoas que tenham
maior facilidade em decorar imagens, aconselha-se o recurso a páginas de informação
estruturada e extremamente visual que provoque uma impressão forte na memória e
obrigue a uma recordação exacta.
A grande desvantagem deste método é não poder ser aplicado a todas as matérias, mas
apenas àquelas que tenham uma maior adaptabilidade a este tipo de estrutura.
3. Técnica dos espaços 
Nesta técnica pretende-se utilizar a familiaridade da pessoa com determinado espaço
para recordar determinada informação. Assim, por exemplo, pode-se associar a cada rua
de uma pequena cidade uma ideia e o indivíduo, enquanto imagina passear-se por esses
espaços vai-se recordando das informações que associou a cada um deles. Esta técnica
tem a desvantagem de implicar um bom conhecimento dos espaços, o que não acontece
com todos nós, mas também, que a matéria a estudar se associe com eles.
4. Palavras-chave 
A ideia desta técnica é associar um tópico a cada palavra-chave, de modo que ao
lembrarmo-nos desse termo nos recordamos de todo um raciocínio ou de toda uma
matéria. Embora este método tenha nítidos benefícios do ponto de vista da compreensão
da matéria, também é pouco confiável, pois a escolha de uma palavra-chave é muito
importante, e também aqui o esquecimento de uma dessas palavras pode ser
fundamental para a perda de todo o raciocínio.
5. Elaboração progressiva 
Por vezes pode ser útil encadear as informações de tal maneira que elas sigam uma
ordem lógica que nos permita recordar as informações que elas encerram. Esta técnica
mostra-se bastante útil para descrever processos, mas para enumerar listas de
características ou outras informações que pretendemos decorar, não é muito útil, devido
à dificuldade de encadear os diferentes dados.
 
 
6. Técnica dos números 
Algumas pessoas têm uma maior facilidade em recordar números do que palavras, o que
pode ser comprovado, por exemplo, com os números de telefone. Para essas pessoas, a
codificação de um conjunto de informações em números pode ser a forma mais fácil de
adquirir todos esses dados. No entanto, esta técnica encerra também outros problemas
como o excesso de codificação que pode tornar as mensagens um conjunto de
informações sem sentido e de memorização ainda mais difícil.
7. Técnica das iniciais 
Muitas pessoas têm também maior facilidade de decorar um processo ou dados como os
elementos da tabela periódica, se estes formarem, com as suas iniciais uma palavra fácil
de memorizar e com sentido. No entanto, também este método tem problemas pois a
partir das iniciais apenas, muitas vezes é difícil lembrar quais as palavras que pretendem
representar.
8. Rimas e jogos 
O ensino de crianças passa muitas vezes por rimas e jogos, que se tornam fáceis
instrumentos de memorização. Por exemplo, certas rimas para decorar o nome dos
meses e do número de dias que os compõem ou mesmo o ritmo que se imprime à
tabuada para que quase se assemelhe a uma cantiga são formas de memorização mais
fáceis de implementar. Este tipo de métodos muitas vezes recorre a palavras que soam a
outras e que têm um sentido caricato na frase, o que faz com que a memória os fixe mais
facilmente pois apela á sua componente afectiva. Para matérias mais complexas, é, no
entanto, difícil de aplicar e geralmente baseia-se em jogos tradicionais, que não incluem
muitas das novas matérias a estudar.
5.2  Vantagens e desvantagens da memorização
As técnicas de memorização são talvez as mais fáceis de aprender e explicar pois a
compreensão depende não tanto de técnicas mas sim de ginástica mental, em que só
uma prática da matéria específica fornece os instrumentos necessários para a apreensão
dos conhecimentos.
Assim, concentrando-nos na memorização, é necessário ter em consideração, em
primeiro lugar que tem vantagens e desvantagens.
Vantagens:
  permite a aquisição de mecanismo mentais que facilitam o desenvolvimento
intelectual;
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  cada pessoa segue o seu ritmo de aprendizagem, uma vez que existem muitos
métodos que se coadunam com cada pessoa e o seu ritmo específico;
  é uma das formas mais eficientes de lembrar dados que se pretende ou necessita
de utilizar frequentemente.
Desvantagens:
  exige um grande nível de treino e esforço, pois a facilidade de memorização é algo
que se obtém ao fim de algum trabalho;
  requer geralmente bastante tempo até se conseguir decorar todos os dados de
que se necessita;
  muitas vezes os conhecimentos não ficam durante muito tempo na mente de
quem os decora, sem compreender;
  é uma técnica de aprendizagem muito intensa, que causa bastante cansaço.
6  Anexos
Actividade 1
 
 
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Leia o seguinte texto e elabore o esquema do mesmo.
 
 
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Em primeiro lugar, a crise social, Os seus indicadores são evidentes e não há necessidade
de expô-los. A mudança da natureza na actividade tecnológica, mediante a robotização e
a informatização, favoreceu uma fantástica produção de riqueza. Riqueza de que se
apropriam, de forma altamente desigual, grandes corporações transnacionais e mundiais
que vêm afundar ainda mais o abismo existente entre ricos e pobres. Esta acumulação da
riqueza é injusta, porque está pessimamente distribuída Os níveis de solidariedade entre
os humanos retrocederam aos tempos da barbárie mais cruel. (...)
Em segundo lugar, a crise do sistema de trabalho: as novas formas de produção, cada vez
mais autonomizadas, prescindem do trabalho humano; em seu lugar entra a máquina
inteligente. Deste modo se destroem postos de trabalho e se tornam os trabalhadores
seres não necessários, criando um imenso exército de excluídos em todas as sociedades
mundiais. (...)
Em terceiro lugar emerge a crise ecológica. Os cenários são também amplamente
conhecidos, difundidos não só por reconhecidas instituições de investigação que se
preocupam com o estado global da Terra, mas também pela própria Cruz Vermelha
Internacional e por diversos organismos da ONU. Nas últimas décadas construímos o
princípio da autodestruição. A actividade humana, irresponsável perante a máquina de
morte que criou, pode ocasionar danos irreparáveis na biosfera e destruir as condições de
vida dos seres humanos. Numa palavra, vivemos debaixo de uma grave ameaça de
desequilíbrio ecológico que pode afectar a Terra como sistema integrador de sistemas. A
Terra é como um coração. Gravemente ferido, afectará os restantes organismos vitais, os
climas, as águas potáveis, a química dos solos, os micro-organismos, as sociedades
humanas. A sustentabilidade do planeta, tecida por milhares de milhões de anos de
trabalho cósmico, pode ver-se desbaratada A Terra buscará um novo equilíbrio que,
seguramente, trará consigo uma imensa devastidão de vidas. Este princípio de
autodestruição invoca urgentemente o outro, o princípio da co-responsabilidade que
deriva da nossa existência como espécie e como planeta.
Se queremos continuar a aventura terrena e cósmica, temos de tomar decisões colectivas
que estejam ordenadas para a salvaguarda da criação e para a manutenção das condições
gerais que permitam a evolução seguir o seu caminho, sempre aberto”-
BOFF, Leonardo - Ética Planetária desde el Gran Sur. In LOURENÇO, J. Vieira  –  Ferramentas do aprendiz de fil ósofo. Porto: Porto Editora, 2004, p.45
Actividade 3
 
 
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Os Portugueses, como os outros povos, foram utilizando o mar de acordo com o
conhecimento e a imagem que dele iam tendo, mas também, na medida em que as
sociedades foram evoluindo, de acordo com as modas, as necessidades e as
possibilidades que se lhes foram oferecendo. Desde cedo, muito antes de se aventurarem
pelos horizontes atlânticos, na fase em que o mar era visto com muita curiosidades, mas
também com prudente reserva, já os nossos antepassados retiravam do mar alguns
alimentos, para o que foram inventando artefactos apropriados.
Desde o projecto nacional das Grandes Viagens que o mar foi progressivamente
perdendo o seu mistério e se tornou numa importante fonte directa e indirecta de criação
de riqueza e empregos. Os sistemas de pesca aumentaram, diversificaram-se e tornaram-
se mais complexos. A construção naval floresceu. Ser marinheiro era uma profissão cada
vez mais procurada. Eram muitos os que viviam do comércio marítimo. Os portos e as
cidades portuárias desenvolveram-se extraordinariamente, marcando os sistemas de
povoamento e a própria estrutura da rede urbana; o sentido inicial da projecção da terra
para o mar teve, assim, uma espécie de retorno de influência, que a Revolução Industrial
aproveitou e acentuou.
Numa fase mais recente, foi a energia do mar que despertou interesses positivos.
Depois de as vagas e as marés terem assustado dezenas de pescadores, marinheiros e
populações do litoral, percebeu-se que elas contêm uma energia imensa que se pode
aproveitar. Assim foi nos moinhos de maré e assim vai sendo nas centrais de produção de
energia eléctrica que utilizam esta força motriz. Em várias regiões do Mundo vai-se
recorrendo também à dessalinização da água do mar, para depois a utilizar em consumos
domésticos, industriais e de rega.
Nos últimos anos, as actividades de recreio e lazer ligadas ao mar têm mostrado
força suficiente para gerar extraordinárias correntes migratórias, de durações variadas,
que são o suporte de um pujante sector económico  – o turismo, associado a espaços e
projectos de animação.
Jorge Umbelino e João Figueira de Sousa,
 
 
7  
Bibliografia e Webgrafia
CARITA, Ana et alii, Como Ensinar a Estudar , Editorial Presença, 2001;
ESTANQUEIRO, António, Aprender a Estudar - Um guia para o Sucesso na Escola, 1998, Texto Editora, 1998;
SERAFINI, Maria Teresa, Saber Estudar e Aprender , Editorial Presença, 1991;
TEIXEIRA, Mª Ascensão e BETTENCOURT, Mª Assunção, Língua Portuguesa 8, Texto
Editora, 1993;