curso de memorização

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Curso de Memorização 1 O saber é…, apenas memória Platão Esta é a primeira parte de uma série de tutoriais sobre a memória. Nesta série de tutoriais você aprenderá sobre o funcionamento do cérebro, concentração, observação, a memorizar imagens, nomes e feições, compromissos, trechos musicais, poesias, versos, discursos, números e fórmulas. Aprenderá também sobre como otimizar o estudo, fixar o que lê, a ortografia, aprender idiomas, em resumo após compreender melhor o funcionamento do cérebro você será apresentado a uma série de técnicas que o ajudarão nas mais diversas tarefas do seu dia-a-dia. Além disso, teremos lições especiais que o ajudarão a estudar matérias especificas como história, geografia e matemática e técnicas que o ajudarão a fazer cálculos mentais. Apresentaremos também algumas “brincadeiras” que serão de grande valia ao ajudá-lo a ter mais confiança em sua memória. Mas fica a pergunta: VALE A PENA GASTAR TEMPO COM ESTE ASSUNTO? Para responder está pergunta, vou contar a história de um vigoroso lenhador que em um dia conseguiu derrubar 70 árvores, ao passo que o recorde era de 72 árvores. No dia seguinte, querendo entrar para a história, acordou um pouco mais cedo, trabalhou duro e ao final do dia tinha derrubado 68 árvores. No dia imediato, acordou ainda mais cedo, esforçou-se ainda mais, almoçou correndo e cortou apenas 60 árvores. Assim desgostoso e desolado, sentou-se à beira do refeitório. Um velho lenhador, já sem vigor físico mas experiente, ficou com pena do jovem e, chegando ao seu lado, perguntou: - Meu filho, quanto tempo você separou para afiar o machado? Para completar tente responder as perguntas abaixo: · Falta tempo para estudar? Falta concentração? · Você já estudou alguma coisa durante muito tempo e ao final pareceu que não aprendeu nem fixou nada ou quase nada? · Você já fez uma prova e no dia seguinte não se recordava de mais nada da matéria? · Você gostaria de ter mais tempo para descansar e se divertir? Combinando equilibradamente as técnicas com a sua memória, você terá ao seu dispor um utensílio extraordinário, na sua vida profissional ou escolar. Poderá acumular conhecimentos e utilizar em seu benefício à superioridade que você irá adquirir graças ao seu treino e à formação da sua memória. Qualquer que seja a sua idade, poderá sempre dizer que dispõe de uma memória mais flexível e fiel e estará sempre aumentando seu valor pessoal. Lembre-se : quanto mais utilizar sua memória, mais fiel ela lhe será.

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  • Curso de Memorizao

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    O saber , apenas memria

    Plato

    Esta a primeira parte de uma srie de tutoriais sobre a memria. Nesta srie de tutoriais voc aprender sobre o funcionamento do crebro, concentrao, observao, a memorizar imagens, nomes e feies, compromissos, trechos musicais, poesias, versos, discursos, nmeros e frmulas. Aprender tambm sobre como otimizar o estudo, fixar o que l, a ortografia, aprender idiomas, em resumo aps compreender melhor o funcionamento do crebro voc ser apresentado a uma srie de tcnicas que o ajudaro nas mais diversas tarefas do seu dia-a-dia.

    Alm disso, teremos lies especiais que o ajudaro a estudar matrias especificas como histria, geografia e matemtica e tcnicas que o ajudaro a fazer

    clculos mentais. Apresentaremos tambm algumas brincadeiras que sero de grande valia ao ajud-lo a ter mais confiana em sua memria. Mas fica a pergunta:

    VALE A PENA GASTAR TEMPO COM ESTE ASSUNTO?

    Para responder est pergunta, vou contar a histria de um vigoroso lenhador que em um dia conseguiu derrubar 70 rvores, ao passo que o recorde era de 72 rvores. No dia seguinte, querendo entrar para a histria, acordou um pouco mais cedo, trabalhou duro e ao final do dia tinha derrubado 68 rvores. No dia imediato, acordou ainda mais cedo, esforou-se ainda mais, almoou correndo e cortou apenas 60 rvores. Assim desgostoso e desolado, sentou-se beira do refeitrio. Um velho lenhador, j sem vigor fsico mas experiente, ficou com pena do jovem e, chegando ao seu lado, perguntou: - Meu filho, quanto tempo voc separou para afiar o machado?

    Para completar tente responder as perguntas abaixo:

    Falta tempo para estudar? Falta concentrao?

    Voc j estudou alguma coisa durante muito tempo e ao final pareceu que no aprendeu nem fixou nada ou quase nada?

    Voc j fez uma prova e no dia seguinte no se recordava de mais nada da matria?

    Voc gostaria de ter mais tempo para descansar e se divertir?

    Combinando equilibradamente as tcnicas com a sua memria, voc ter ao seu dispor um utenslio extraordinrio, na sua vida profissional ou escolar. Poder acumular conhecimentos e utilizar em seu benefcio superioridade que voc ir adquirir graas ao seu treino e formao da sua memria.

    Qualquer que seja a sua idade, poder sempre dizer que dispe de uma memria mais flexvel e fiel e estar sempre aumentando seu valor pessoal.

    Lembre-se : quanto mais utilizar sua memria, mais fiel ela lhe ser.

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    Todos se apercebem da importncia da memria, quer na vida corrente quer na vida profissional. Na maioria das profisses a memria um utenslio precioso. Os que se beneficiam de uma memria melhor que a mdia, dispem portanto de um trunfo importante. Todavia, se existem memrias excepcionalmente boas, h efetivamente poucas que sejam verdadeiramente ms.

    Com efeito, todos ns temos memria. E se declaramos espontaneamente que temos uma m memria, simplesmente porque no a utilizamos convenientemente. Todos ns retemos um certo nmero de idias, de fatos, de dados. Felizmente, alis, caso contrario, a vida seria impossvel.

    Qual ento o motivo por que ns retemos o nome de certas pessoas e no de outras pessoas? qual ento o motivo por que ns fixamos determinados encontros, enquanto que necessitamos de anotao na agenda para outros casos? e, em geral, por que que registramos na memria certos dados e esquecemos outros?

    A resposta simples: quando ns retemos bem qualquer coisa, porque ns praticamos, conscientemente ou inconscientemente, um processo de memorizao eficaz. Quando no fixamos qualquer coisa porque o processo de memorizao no foi seguido corretamente.

    Para tirarmos partido da nossa memria no intil conhecer alguns princpios essenciais do funcionamento do crebro bem como a sua estrutura. Vamos pois h um pouco de teoria.

    Durante muito tempo imaginou-se que a memria era comparvel a um ficheiro enorme, no qual se armazenavam os conhecimentos, informaes, dados, etc.. Ao apoiar esta concepo notava-se que, em algumas doenas mentais, se perde a lembrana de um certo nmero de noes, como se algumas das fichas do ficheiro tivessem sido destrudas.

    Do mesmo modo, verificamos que a recordao enfraquece freqentemente com o tempo, tinha-se a impresso de que as coisas se passavam como se a tinta utilizada para o registro das fichas se desvanecesse, pouco a pouco, at se tornar invisvel.

    De fato, sabe-se, hoje, que as lembranas ficam gravadas na memria praticamente por toda a vida. As fichas ficam l: no so destrudas. O que nos falta a capacidade para as reencontrar ou ler. As fichas encontram-se, portanto, na memria, mas j no somos capazes de as ler. J reparou que algumas pessoas mais idosas conseguem lembrar de fatos que aconteceram com elas na infncia que quando em fase adulta no lembravam? Isso prova que as informaes estavam l.

    Tudo isto apenas uma imagem, evidentemente.

    O crebro humano possui cerca de 10 bilhes de neurnios, que so as clulas nervosas do nosso organismo que apresentam maior complexidade e estrutura funcional.

    O contato que ocorre entre dois neurnios chamado de Sinapse.

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    Dentritos so ramificaes dos neurnios, semelhantes a galhos, que podem receber e transmitir informaes atravs dos quais os neurnios se conectam, formando a sinapse. Para que as informaes se movimentes existem os axnios, que servem como cabos eltricos. Estes cabos so cobertos por uma substncia chamada de mielina, que serve para isolar a informao a fim de tornar mais eficiente sua transmisso.

    A regra que cada neurnio possui um axnio e vrios dentritos. O axnio se liga ao dentrito de um outro neurnio. Da mesma forma, os vrios dentritos do neurnio conectam-se com axnios de outros neurnios. O conjunto forma uma extraordinria rede (a rede neural), capaz de armazenar, transmitir e associar informaes e conhecimento.

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    O importante que, para a procura da lembrana, o funcionamento do crebro essencial. Sabemos que o crebro que permite classific-las e reencontr-las. o que explica o grande psiclogo Brgson, nesta frase: O crebro condiciona o exerccio da memria, mas no a encerra. Se fizemos esta incurso no domnio psicolgico terico foi simplesmente para o ajudar a penetrar bem na idia seguinte:

    Se o crebro condiciona o exerccio da memria, isso tem por conseqncia que a memria uma funo do crebro e que, como todas as funes cerebrais, susceptvel de se treinar, de se desenvolver. O crebro no contm a memria, conforme diz Brgson, no existem bons recipientes e maus recipientes. a maneira pela qual a memria exercitada, treinada, que varia de individuo para individuo.

    O crebro funciona como qualquer rgo do nosso corpo e, para funcionar corretamente, bom assegurar-lhe uma certa higiene que estudaremos proximamente. necessrio tambm mant-lo em atividade se no desejamos deix-lo enferruja-se. Esse , precisamente, o objetivo deste Curso.

    VOC PODE MELHORAR CONSIDERALVELMENTE A SUA MEMRIA

    O que acabamos de ver resulta que se conhecermos bem o processo de memorizao podemos aplic-lo aos dados que quisermos fixar.

    Assim como a ginstica do corpo desenvolve e fortifica os msculos, tambm os exerccios deste curso desenvolvero e fortificaro a sua memria.

    Mas para desenvolver um msculo importante aplicar determinados princpios que faro com que o seu esforo tenha um resultado mximo com um mnimo de energia.

    Na memria as coisas passam-se do mesmo modo. No oprimindo a memria, fazendo-a funcionar de qualquer maneira, que se chega a um bom resultado.

    Neste curso voc vai descobrir pouco e pouco, as tcnicas que lhe permitiro obter resultados extraordinrios sem fadiga intil. Voc aprender a fazer funcionar a sua memria docemente, e ficar maravilhado, verificando que ela se torna cada vez mais segura, cada vez mais fiel.

    Aplique as tcnicas que lhe iremos ensinar e ficar com uma excelente memria. o que resumimos pela frmula seguinte:

    BOAS TCNICAS = BOA MEMRIA

    E eis terminada esta primeira lio. No se deixe arrastar pela idia de empreender o estudo da segunda lio. Faa o Exerccio-Teste n 1 e fixe, desta primeira lio, os princpios seguintes:

    1. Todos possuem memria. 2. A memria uma funo do crebro. 3. O crebro funciona como os outros rgos.

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    4. Boas tcnicas de funcionamento = Boa memria.

    EXERCCIO TESTE N 1

    Eis um quadro com objetos. Observe-o atentamente durante 2 minutos. Depois, esconda-o e inscreva seguidamente os objetos que lembrar em no mximo 1 minuto. Conte os nomes de que se lembrou.

    Anote o resultado.

    Conserve esta folha a fim de comparar o seu resultado de hoje com aquele que conseguir dentro de algum tempo com um exerccio semelhante.

    De qualquer modo segue o que deve se concluir deste teste:

    Se tiver fixado menos de 10 nomes a sua memria claramente insuficiente. Se reteve 10 a 15, voc encontra-se numa mdia boa. Se tiver fixado de 16 a 18, muito bom. Se reteve 19 ou 20, excepcional. Bravo!

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    O CREBRO

    Como assegurar ao crebro condies de funcionamento favorveis?

    Saibamos j que o nosso crebro recebe sangue como os msculos dos nossos braos ou das nossas pernas. E recebe uma quantidade considervel: 2000 a 2200 litros de sangue passam no nosso crebro em 24 horas. Isso representa cerca de 400 vezes o volume total do nosso sangue.

    Esta circulao sangunea no crebro ativada, por exemplo, sob efeito de uma emoo ou de uma atividade cerebral intensa. Inversamente, ela sofre um retardamento durante o sono. Medidas de laboratrio, extremamente precisas, mostraram que a emoo forte ou o trabalho cerebral intenso fazem elevar a temperatura do crebro a 0,1. Inversamente durante o sono a temperatura desce de 0,1 a 0,3. Esta variao pe em evidncia o papel da irrigao sangunea no funcionamento do crebro.

    O sangue como se sabe necessita de oxignio. Para facilitar o seu trabalho intelectual e principalmente para que a sua memria funcione bem, necessrio

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    assegurar ao sangue uma oxigenao suficiente. Como? Por um lado, prevendo pelo menos um dia por semana de ar livre. Por outro, interrompendo as suas sesses de trabalho intelectual para efeito de uma pausa-oxignio. Se voc estudante, por exemplo, de hora em hora abra a sua janela e respire profundamente durante um ou dois minutos. Tambm no estude numa sala em que a atmosfera esteja cheia de fumo, viciada. Desconfie dos aparelhos de aquecimento que comem o seu oxignio (fogareiros, radiadores de gs, de butano, de petrleo). Conseqentemente a primeira regra a observar, para que a sua memria seja melhor, a seguinte:

    ASSEGURE-SE DE QUE EST DANDO AO SEU SANGUE UMA OXIGENAO SUFICIENTE

    A segunda regra a seguir a de dormir suficientemente. Isto parece evidente, mas muita gente que se queixa de uma memria deficiente no imagina que dormindo pouco prejudica o funcionamento normal do seu crebro, conseqentemente da sua memria. Depois de uma boa noite de sono o crebro e a memria estaro prontos a cumprir melhor as tarefas. Segundo os indivduos, necessrio verificar-se um mnimo de 7 a 8 horas de sono para o adulto e 9 horas para o estudante de 16 a 22 anos.

    Portanto, segunda regra de higiene da memria:

    DURMA O TEMPO SUFICIENTE

    Dissemos que todos podem melhorar a memria aplicando tcnicas corretas de memorizao. No entanto, no podem ser obtidos bons resultados a menos que os rgos fisiolgicos que concorrem para o funcionamento da memria se encontrem e permaneam em bom estado. Esses rgos so os centros nervosos e o crebro. Tudo o que prejudicar os centros nervosos e o crebro prejudica, automaticamente, a memria.

    O tabaco ser prejudicial memria? A resposta varivel, de acordo com os indivduos. evidente que o grande fumante que saiba servir-se da sua memria ter aparentemente uma memria melhor que um no fumante que no a tenha treinado corretamente.

    Porm, se pretender fazer comparaes entre indivduos que possuam caractersticas comuns, verifica-se uma influncia nefasta do tabaco sobre a memria.

    Um inqurito estatstico entre os alunos sados da Politcnica (Escola Politcnica Francesa) revelou que a quantidade de fumantes aumentava proporcionalmente s ordens de classificao. Quer dizer, havia menos fumantes dentro dos 20 primeiros que nos 20 seguintes, etc.. Sem que tal fato constitua uma prova formal, parece que o tabaco ser um obstculo ao pleno rendimento da memria.

    Todavia, o fumante tem, por vezes, a impresso de que o seu cigarro o ajuda a concentrar-se e a raciocinar. Isso pode ser verdadeiro durante alguns instantes, mas em longo prazo tudo leva a crer que o tabaco prejudica a memria, especialmente depois dos 40 anos onde os grandes fumantes so mais numerosos que os no fumantes entre os que se queixam de falta de memria.

    Terceira regra:

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    EVITE FUMAR

    Finalmente, desconfie do lcool.

    Se voc deseja manter a sua memria em bom funcionamento, evite o lcool. Indiscutivelmente que a absoro de lcool regularmente conduz a um enfraquecimento da memria.

    Mas o que igualmente se torna necessrio saber que mesmo sob uma ligeira influncia de lcool, ocasional, a fixao das lembranas fica fortemente diminuda. Quanto mais lcool se absorve, menos as lembranas se registram e fixam.

    fato bem conhecido que quando uma pessoa est bria ter seguidamente grande dificuldade em recordar tudo o que se passou durante a embriagues. Uma simples refeio bem regada diminui as faculdades de fixao da lembrana durante as horas que se seguem.

    necessrio evitar qualquer absoro de lcool mesmo sob forma ligeira (vinho, cerveja) especialmente quando temos que estudar ou quando temos de freqentar cursos, assistir uma conferncia, etc.

    Quarta regra:

    EVITE O LCOOL

    A atividade cerebral, tal como os exerccios musculares, acompanhada de mudanas e transformaes qumicas. Bem entendido que as substncias que satisfazem s necessidades dos msculos no so as mesmas que satisfazem s do crebro.

    Numerosas experincias estabeleceram que as clulas nervosas e cerebrais tm necessidade de clcio. Um empobrecimento excessivo em clcio provoca perturbaes nervosas que vo do simples nervosismo insnia e s cimbras. esse o motivo por que alguns sedativos tm como base o clcio.

    Por outro lado, constatou-se que a atividade psquica se fazia acompanhar de uma perda de cido fosfrico e de sais de clcio, nas urinas. necessrio, pois, evidentemente, compensar estas perdas de fsforo e de clcio, de preferncia atravs da alimentao: o queijo (especialmente as pastas no fermentadas, flamengo, chester) os ovos, o grmen de trigo, as amndoas, nozes e avels, trazem ao organismo um bom equilibro fsforo-clcio.

    Um outro elemento, importante para o bom funcionamento da memria, o magnsio. , infelizmente, um elemento que se encontra em quantidades limitadas nos nossos alimentos. Encontra-se, no entanto, no po integral, no grmen de trigo, no chocolate, nos legumes verdes e em algumas guas minerais.

    Uma outra substncia que constitui alimento notvel do crebro o cido glutmico. Algumas vezes chamado o cido da inteligncia. No estado natural encontra-se no fgado, no leite e na levedura de cerveja. Finalmente, as vitaminas do grupo B

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    favorecem e facilitam o trabalho intelectual. Podem ser encontradas no iogurte, na levedura de cerveja, nas avels, nas amndoas e no grmen de trigo.

    Que aplicaes prticas iremos tirar de tudo isso?

    Por um lado, saberemos que, em caso de trabalho intelectual intenso, temos vantagem em consumir aqueles alimentos em propores mais importantes: na sua maioria so de consumo corrente, portanto fceis de encontrar; outros, como grmen de trigo e a levedura de cerveja, encontram-se principalmente nos estabelecimentos da especialidade (produtos dietticos) ou nas farmcias.

    Durante os perodos de esforo intelectual intenso, procuraremos ter uma alimentao rica em protenas (ovos, carne, fgado*, peixe), muito digestiva (carnes grelhadas, legumes cozidos), evitando os excessos de gorduras, de farinceos, de acares. Comeremos pouco de cada vez e, portanto, se necessrio for, mais freqentemente (um iogurte ou um pedao de queijo, s 11 horas e s 16 - 17 horas, por exemplo). Com efeito, o estmago sobrecarregado amortece as funes cerebrais.

    (*) A este propsito no julgue que o fgado de vitela, muito caro, o nico que tem qualidades: tambm o fgado de porco ou o de bezerro so de uma grande riqueza e protenas, vitaminas, cido glutmico, etc..

    Alm da alimentao natural, pode completar-se este regime mediante a absoro de algumas especialidades farmacuticas, base de fsforo, de cido glutmico e de vitaminas B 12.

    No aconselhamos a utilizao de alguns excitantes intelectuais que do uma chicotada temporria, sempre seguida de prostrao. Tambm desaconselhamos os calmantes, com exceo de alguns, inofensivos (gnero clasdine, atarax, phrnergan), que podem ser utilizados para evitar a ansiedade perante um exame ou durante os dias que o precedem.

    CONFIE NA SUA MEMRIA

    Quanto mais duvidamos da nossa memria, menos confiana temos nela. Conseqentemente menos dela nos desejamos servir. Menos dela nos servimos, menos ela funciona bem. Ento, menos nela nos fiamos. E um crculo vicioso.

    Mas voc pode inverter a marcha:

    Confie na sua memria e ela ter oportunidade de funcionar mais freqentemente. Ela melhorar.

    Vamos estudar os mtodos que lhe permitiro multiplicar por 2, 3, 5 ou 10 as possibilidades da sua memria. Faa uma nova partida e tenha confiana. Quanto mais aplicar tais tcnicas, mais far funcionar os mecanismos que lhe permitiro registrar aquilo que pretender recordar.

    No tente impor imediatamente um esforo considervel sua memria, mas, a partir de amanh mesmo, solicite sua memria um pouco mais, dia a dia.

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    Portanto, se pretende melhorar a sua memria: Tenha confiana nela e faa-a funcionar.

    Os exerccios 4 e 5 de hoje tm por objetivo ajud-lo a ter confiana na sua memria.

    Em resumo, fixe as quatro regras da higiene do seu crebro:

    1 D oxignio ao seu sangue.

    2 Durma o tempo suficiente.

    3 Evite fumar.

    4 Evite o lcool.

    5 Confie na sua memria.

    Passe agora ao Exerccio-Teste n 2.

    EXERCCIO - TESTE N 2

    Eis aqui o mesmo exerccio que o exerccio-teste n 1, mas com uma lista de 20 nomes. Leia esta lista e estude-a durante um minuto e meio. Tente seguidamente recapitul-la ordenadamente. Se tal lhe no for possvel, ento enumere as palavras de que se lembrar.

    caarola cadeira tambor veleiro Sabo banana tapete carta

    automvel rio rolha canho sandlia alfinete saco caneta Quadro vaso corda medalha

    Se fixou de 18 a 20, excelente; de 15 a 17, est ainda bem; de 10 a 14 est na mdia; abaixo de 10, fica demonstrado que no sabe servir-se da sua memria. De qualquer modo, tranqilize-se, porque ns lhe ensinaremos dentro de algum tempo um mtodo extraordinrio para reter tal lista, e na devida ordem; o mtodo das associaes de imagens.

    Anote o resultado.

    Poder compar-lo com o que conseguir depois de ter progredido no curso.

    EXERCCIO - TESTE N 3

    Eis um exerccio muito simples. Consiste em reencontrar o seu emprego de tempo, durante o dia anterior, detalhando de forma contnua, de modo a obter um quadro completo de tudo o que fez, viu, ouviu. Se tiver uma falha de memria, faa outra coisa e recomece a procurar dentro de um quarto de hora ou meia-hora.

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    EXERCCIO - TESTE N 4

    Voc vai contar com a sua memria para pensar fazer amanh noite uma determinada coisa. Por exemplo, destacar um livro da sua estante e coloc-lo sobre a sua escrivaninha. Imagine-se, pois, amanh, regressando a casa. No momento em que abrir a porta, necessrio que pense em destacar o livro. No anote isso em parte alguma, nem faa um n em seu leno. Simplesmente, hoje, pense no seu regresso de amanh noite e pea sua memria que o ajude na referida tarefa. V ver ou observar o livro em questo, a fim de saber bem de que livro se trata. Pense nesta ao que no deve esquecer; pense nela, hoje, duas ou trs vezes, e confie na sua memria.

    EXERCCIO - TESTE N 5

    Aprenda de cor estes versos de Boileau:

    Segundo a nossa idia mais ou menos obscura

    A expresso segue-a, ou menos clara ou mais pura.

    O que concebemos bem, enuncia-se claramente.

    E as palavras, para dizer, chegam facilmente.

    PARTICULARIDADES DE ALGUMAS MEMRIAS

    Vamos retomar agora estudo da fisiologia do crebro. Pedimos desculpa aqueles que possam julgar tediosas estas lies, mas elas merecem ser estudadas com cuidado, porque vo lhe permitir compreender bem os mecanismos da memria e tirar melhor partido das aplicaes que lhes ensinaremos mais tarde.

    Vamos dizer algumas palavras sobre a amnsia, astenia e a ciclotimia.

    No se trata de estudar as diferentes doenas do crebro e da memria, porque nosso interesse nestes tutoriais no tratar ou cuidar de doentes mas lhe permitir obter o mximo das suas faculdades mentais.

    Todos j ouvimos falar de casos de amnsia, em que o doente tem um comportamento perfeitamente normal em todas as circunstncias, mas perdeu totalmente a lembrana do seu passado. Ele j no sabe quem ou foi, onde nasceu, onde viveu, etc.. O fato de que o amnsico reencontra, por vezes, sob a influncia de um choque fsico ou emocional, todas as recordaes, prova bem que as lembranas no haviam sido destrudas. Conforme dissemos anteriormente, verifica-se assim falta de capacidade para ler esses registros.

    H uma outra doena da memria que no se pode ignorar, pois todos ns estamos sujeitos a ela um ou outro dia: a astenia.

    Astenia muito simplesmente uma fadiga excessiva do crebro que lhe provoca um funcionamento deficiente. Ou, para explicar a idia atravs da imagem, a astenia aproximadamente para o crebro o que uma rotura para um msculo.

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    A astenia bastante freqente no caso de sobrecarga intelectual, especialmente nos estudantes que se preparam para um exame. A astenia traduz-se por uma sensao geral de grande fadiga, por palpitaes, podendo o doente chegar a desmaiar ou a desfalecer. Num menor grau, ela provoca nevralgias, enxaquecas, nuseas, etc.. Num caso de astenia, o doente no pode tirar do crebro, e especialmente da memria, um rendimento superior a um quarto do que ele obtm normalmente. Com mais fadiga, ele consegue muito menos resultados.

    Seguindo os princpios de higiene expostos neste curso e aplicando os mtodos de trabalho e de memorizao que aqui sero ensinados voc evitar a astenia, aprender mais se fatigando menos e fornecer ao seu crebro as condies de funcionamento que lhe permitiro no desfalecer.

    Embora no se trate de uma verdadeira doena do crebro (pelo menos enquanto se encontra no seu estado benigno) necessrio dizer algo acerca da ciclotimia, porque muita gente ciclitmica.

    A ciclotimia traduz-se por uma sucesso de estados de euforia e de estados de depresso ou por uma sucesso de perodos de grande atividade cerebral e de perodos de grande indolncia. Quando se encontra no perodo ascendente, o ciclotmico capaz de fazer grandes esforos, age mais facilmente, no sente fadiga, concentra-se facilmente, retm tudo e trabalha de maneira eficaz, sem que isso lhe custe. Depois, sobrevm uma fase descendente, em que o esforo se torna penoso, em que marca passo na ao, em que o trabalho cerebral lhe custa, a concentrao -lhe difcil e o estado da sua memria penaliza-o.

    Segundo os indivduos, as diferenas entre perodos ascendentes e perodos descendentes so mais ou menos acentuadas. Do mesmo modo, a durao do ciclo varivel: uma quinzena para alguns, um ms para outros, ou, at, trs meses, seis meses.

    Se voc tem a impresso de que um ciclotmico, tem interesse em conhecer a ordem de grandeza do seu ciclo. suficiente, para tal, anotar numa agenda os seus perodos de efervescncia e os perodos de depresso. possvel, pela vontade e sabendo analisar-se, deslocar os ciclos, principalmente encurtando os perodos de depresso. Isso permite evitar que se encontre no momento de um acontecimento importante (nova situao profissional, exame, etc.) numa fase de depresso. Para isso, necessrio estimular fisicamente o organismo atravs de exerccios fsicos ou de desporto, fazer breves leituras aptas a modificar as idias ou a entusiasmar, modificar a impulso fsica e mental.

    COMO DESENVOLVER O SEU PODER DE CONCENTRAO

    Antes de terminar o estudo da fisiologia do crebro, vamos aprender sobre um assunto que muito importante, a concentrao.

    Saber concentrar-se indispensvel ao desenvolvimento da sua memria.

    A ateno e a observao no so suficientes se voc no se concentrar corretamente sobre suas aes.

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    Concentrao manter a ateno sobre um assunto determinado sem se distrair com outros pensamentos. , alis, uma faculdade extremamente preciosa, para o exerccio de todas as nossas atividades mentais.

    Podemos classificar a concentrao que usaremos para memorizar em dois tipos, ainda que naturalmente se trate da mesma faculdade, so eles:

    1 - Concentrao Imediata: necessria para observar com cuidado um documento, uma paisagem, um acontecimento, um espetculo, um monumento, um quadro.

    2 - Concentrao Prolongada: necessria para estudar, aprender, reter, redigir, calcular, pensar, refletir.

    A concentrao imediata exige ser praticada vontade, instantaneamente e em todas as circunstancias. Ela requer tambm a aptido para mudar de assunto rapidamente. Por exemplo, se lhe apresentam 4 ou 5 pessoas, sucessivamente, voc concentra-se sobre os seus nomes e sobre as suas feies durante breves momentos, depois ficar atento ao que as pessoas disserem ou mostrarem, etc..

    A concentrao prolongada usada para o estudo ou a reflexo necessita de um outro treino. Voltaremos ao assunto pormenorizadamente, nas lies reservadas a este estudo.

    De momento, vamos desenvolver a nossa concentrao imediata custa ou com a ajuda de alguns exerccios.

    Estes exerccios podem melhorar o seu poder de concentrao at um grau extraordinrio, mas necessrio faz-los com muita ateno.

    Mostrarei outros exerccios de concentrao no decorrer de todo o curso e ser sugerido que voc execute alguns vrias vezes.

    Estes exerccios podem lhe parecer difceis. No se preocupe. Faa-os, simplesmente, o melhor possvel. Faa um exerccio por dia durante essa semana.

    EXERCCIO N 6 (Concentrao)

    Pegue um objeto (chave, objeto de adorno): observe-o com ateno durante 30 segundos, depois feche os olhos e tente represent-lo mentalmente, de maneira clara e precisa. Se alguns detalhes no estiverem perfeitamente claros, ntidos, observe de novo o objeto tomado e torne a fechar os olhos, etc.. at que possa represent-lo mentalmente, com nitidez.

    EXERCICIO N 7 (Concentrao)

    Eis um exerccio conhecido pelo nome de prateleiras cerebrais. Voc escolhe 3 assuntos diferentes para reflexo: por exemplo, um projeto que tem; um assunto cientifico

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    ou literrio e uma lembrana pessoal (frias, viagem, etc.). Dedique 3 minutos de reflexo a cada um dos trs assuntos. Durante os 3 primeiros minutos pense somente no assunto n 1, passe depois ao assunto n 2 e no pense em outra coisa; finalmente, passe ao assunto n 3. necessrio no se distrair durante cada fase e, sobretudo, no pensar nos dois outros assuntos.

    EXERCICIO N 8 (Concentrao)

    Reproduza mentalmente as feies de uma pessoa que v freqentemente: verificar que delas s tem uma viso geral, uma impresso genrica, mas que os pormenores lhe escapam. Voc completar a observao quando reencontrar a referida pessoa e recomear o exerccio, at que obtenha uma representao perfeitamente ntida.

    EXERCICIO N 9 (Concentrao)

    Tente este interessante exerccio que desenvolver o seu poder de concentrao e ateno auditiva. Escute ou oua o rdio; depois, diminua o volume; depois, mais baixo ainda; regule o seu aparelho o mais baixo possvel at compreender, suficientemente, o que se diz. A fraca intensidade do som obriga-lo- a concentrar-se. No prolongue este exerccio por mais de trs minutos.

    EXERCICIO N 10 (Concentrao)

    Escolha um poema, leia-o lenta e atentamente, fixando-se sobre cada palavra importante por forma a evocar, de maneira precisa, a imagem correspondente. No se deixe distrair por associaes estranhas, sem relao com o poema.

    EXERCICIO N 11 (Concentrao)

    Faa, de novo, o Exerccio n 7 (prateleiras cerebrais) com os mesmos assuntos de ontem.

    EXERCICIO N 12 (Concentrao)

    Faa novamente o Exerccio n 9 com o rdio.

    REFLEXO CONDICIONADO

    Vamos dar uma breve introduo agora sobre o assunto que iremos estudar no prximo tutorial: o reflexo condicionado.

    O conhecimento deste fenmeno nos ajuda a compreender melhor o motivo de alguns exerccios, de certos mtodos, de determinados hbitos que nos auxiliam a dispor de uma memria mais eficiente.

    De momento, torna-se necessrio saber que acidentes (choques, traumatismos cranianos), suficientemente graves para atingir o crebro causam perturbaes de memria em zonas determinadas. Por exemplo, em conseqncia de um acidente uma pessoa pode perder a sua memria auditiva (ficando incapacitada de fixar uma ria

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    musical ou uma cano), enquanto que a sua memria visual ou a sua memria tctil no se modificam em absolutamente nada.

    Pensou-se portanto que algumas zonas do crebro comandavam a memria auditiva, outras a memria visual, etc.. Pouco a pouco, pode-se localizar os pontos precisos do crebro que correspondem a toda a espcie de atividade: intelectual, motora, etc..

    A prxima figura mostra as principais localizaes cerebrais.

    PRINCIPAIS LOCALIZAES CEREBRAIS

    1 Movimento dos olhos 11 Dedos 2 Deliberao 12 Cotovelos 3 Respirao 13 Ombro

    4 Cordas vocais 14 Pescoo 5 Centro motor da palavra 15 Tronco

    6 Faringe 16 Anca 7 Lngua 17 Joelho 8 Face 18 Compreenso da linguagem

    falada

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    9 Plpebras 19 Movimento da cabea e dos olhos 10 Polegar 20 Viso

    No tocante a memria, pode-se assim pensar que as conexes se estabelecem na zona interessada ou prpria para a fixao das lembranas.

    Por exemplo, a recordao de uma imagem traduzir-se-ia por algumas conexes situadas na zona marcada com o n 20 no nosso quadro.

    Mas podem tambm ter lugar ligaes entre diferentes zonas e tal poderia ser a explicao do reflexo condicionado.

    Bom, mais sobre reflexo condicionado no prximo tutorial.

    REFLEXO CONDICIONADO

    Antes de retomarmos ao assunto Reflexo Condicionado gostaria de sugerir que voc relesse os trs tutoriais anteriores e refizesse os exerccios nmeros 2, 3, 7 e 9.

    Agora que voc j revisou o contedo estudado at aqui vamos retornar ao assunto Reflexo Condicionado.

    Foi o russo Pavlov que mostrou que o crebro, como o resto do nosso organismo, possui reflexos.

    Sabe o que um reflexo corrente? Por exemplo, ao tocar inadvertidamente num prato quente, a mo retrai-se instantnea e abruptamente, sem que a sua vontade tenha tido oportunidade de intervir no comando desse gesto.

    O reflexo , portanto uma reao motora (de movimento) a uma influncia sensitiva (de sensao). A sensao de picada provoca um movimento de recuo por parte do membro picado. Estes reflexos explicam-se por ligaes diretas realizadas pelas fibras nervosas entre zonas sensveis e os msculos motores.

    Pavlov introduziu e fixou na goela de um co uma fstula colocada no orifcio do canal das glndulas salivares de maneira a poder medir a produo de saliva destas glndulas.

    Nos dias seguintes ele dava um assobio e aps alguns instantes dava um pedao de carne ao co, o que provocava no animal a salivao.

    Aps 15 dias de repetio deste ato, assobiou, mas no deu a carne, mas a saliva se produziu igualmente. Tudo se passava como se o assobio se tivesse tornado para co o excitante da produo de saliva.

    Dizemos que o assobio se tornou um excitante condicionador e a produo de saliva um reflexo condicionado pelo assobio. Este reflexo um reflexo adquirido, no inato.

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    Pavlov multiplicou as experincias deste gnero e constatou que estes reflexos condicionados so muito fceis de estabelecer no homem.

    Da mesma maneira, o cheiro de um bom cozinhado provoca no homem uma secreo de saliva na boca e de suco gstrico no estmago.

    Se o som de um sino anuncia hora do almoo, o seu som desperta automaticamente uma sensao de fome.

    O importante pra ns sabermos utilizar o Reflexo Condicionado a nosso favor, mas como?

    Se precisarmos estudar para uma prova, separamos um tempo para o estudo diariamente. Sempre no mesmo horrio e local. Procure usar a mesma mesa, cadeira, iluminao, procure criar as mesmas circunstancias de estudo para todos os dias, atente para os detalhes.

    Assim nosso crebro sempre naquele horrio e local usar se estimular mais rpido e facilmente atravs do Reflexo Condicionado.

    Nosso estudo pode render muito, com pouco tempo. Na verdade, pela minha experincia o tempo de estudo no o mais importante e sim a qualidade do mesmo.

    J vi pessoas que estudavam por cinco horas seguidas e que tinham um rendimento muito baixo, inferior uma hora, enquanto que pessoas que estudavam por uma hora tinham um alto rendimento. Lgico que essa mesma pessoa que estudava uma hora poderia tem um rendimento muito maior se estudasse s cinco horas, mas nem sempre dispomos de tanto tempo para o estudo, temos outras diversas tarefas que necessitam de nossa ateno, e se podemos render mais com menos tempo podemos utilizar o tempo restante para outras tarefas.

    Utilize o Reflexo Condicionado para seus estudos, faa um teste. Para render mais nos estudos vamos utilizar o Reflexo Condicionado tambm.

    O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAO

    Os trs fatores que antecedem o registro de idias, fatos ou elementos, so:

    1. Impresso 2. Associao 3. Representao

    nesta ordem que se torna necessrio p-los em ao.

    Se omitir um destes fatores isso no significa que seja incapaz de reter ou fixar. Mas sempre que deseje fixar qualquer coisa, indispensvel seguir o processo normal e completo: impresso, associao e repetio.

    o que explica, por exemplo, a fixao do nome de certa pessoa que encontramos numa reunio, enquanto no lembramos do nome de uma outra pessoa presente na

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    mesma reunio e que conhecemos. Verifica-se que concedemos uma ateno suficiente pessoa (impresso), provavelmente estabeleceu no seu esprito (consciente ou inconscientemente) certas associaes alusivas, e o seu nome foi mencionado vrias vezes (ou voc mesmo o repetiu, para si prprio).

    No segundo caso, no se prestou ateno suficiente (uma impresso deficiente) ou no realizou associao alguma ou no ouviu ou repetiu o seu nome.

    As condies de registro diferentes correspondem intensidades de lembrana diferentes.

    1 - FIXE BEM AS IMPRESSOES

    Vamos ver agora como fixamos as lembranas corretamente:

    A) Tenha inteno e preste ateno

    A primeira condio para fixar bem as impresses o querer.

    Para isso, necessrio ter um interesse verdadeiro pela pessoa ou pela noo do que pretendemos lembrar. Sentiremos sempre grande dificuldade em fixar a ateno sobre uma coisa que no nos interessa. por esta razo que no conseguimos lembrar-nos do nome de pessoas que j encontramos em certas ocasies mas que no nos interessaram realmente.

    Do mesmo modo, se no temos a previa inteno de vir a lembrar de qualquer coisa, corremos o risco de no prestar ateno suficiente. Isto explica o porqu da grande dificuldade em evocar determinadas coisas que vimos anteriormente, mas de que no tivemos a inteno de lembrar posteriormente. Exemplo: quantas pessoas havia ontem na pastelaria que voc foi? Ou padaria? Aougue? Voc entendeu a pergunta.

    o prprio Freud - o pai da Psicanlise - que nos ensina esta regra:

    A inteno fator essencial para toda a recordao e para todo o esquecimento.

    Lembrarmos das coisas que temos interesse em recordar posteriormente e esqueceremos o temos (ns ou o nosso inconsciente) inteno de esquecer.

    Em termos mais simples, a regra de Freud diz para ns, no plano prtico, desta isto:

    Para reter qualquer coisa, necessrio quer-lo conscientemente.

    Para se dispor de uma boa memria indispensvel fixar convenientemente a ateno, treinando-se no sentido de no se deixar distrair o esprito. o que ns designamos por concentrao.

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    por isso que j lhe recomendamos exerccios de concentrao. Este tipo de exerccio, ainda que no ponham a memria em ao, contribuem largamente para o bom funcionamento desta.

    No esquea, pois, a seguinte regra:

    Para fixar bem as impresses, necessrio saber concentrar-se.

    Se marcar uma pea de metal com uma puno, a marca ser tanto mais profunda quanto mais forte tiver sido a pancada. Acontece o mesmo com a memria. Uma imagem ser tanto melhor fixada quanto mais forte e intensa tiver sido a impresso. Se tiver um dia visto um avio despedaar-se no solo em chamas jamais esquecer. Se vir uma pessoa a afogar-se, sem que lhe possa prestar socorro, jamais o esquecer. o motivo por que se torna necessrio tentar associar a imagens fortes as noes de que no queremos esquecer-nos.

    Suponhamos, por exemplo, que um dos seus clientes mais importantes lhe pede para telefonar no prximo sbado, depois do jantar. Indicar-lhe-emos como ajudar a sua memria relativamente a tal telefonema. Mas, para j, necessrio saber que elimina os riscos do esquecimento se, mentalmente, associar a chamada telefnica a uma imagem forte. Imagine-se, durante um instante, prestes a telefonar ao seu cliente e veja-o em vias de assinar o cheque para liquidao de uma encomenda. Inversamente, imagine o seu cliente, colrico, prestes a expuls-lo do seu escritrio, censurando-o por ter esquecido o telefonema combinado. Tudo isso lhe toma apenas alguns segundos, e, no entanto, estas associaes de imagens, to simples, podem melhorar-lhe a memria, sem esforo penoso da sua parte.

    Mais adiante lhe explicaremos como que o mtodo das associaes de imagens lhe podem prestar servios considerveis em todos os domnios onde a sua memria se exerce. A regra que acabamos de expor explica por que interessa, sempre, utilizar imagens mentais fortes e at esquisitas, porque o que forte ou esquisito fica mais bem gravado na memria.

    Lembre-se, pois desta regra:

    Pra facilitar a recordao ou lembrana, crie imagens fortes

    Vamos aos exerccios:

    EXERCICIO N 13

    Reveja como fez em relao ao Exerccio n 3, o mesmo dia da semana anterior. Se fizer este exerccio numa quarta-feira, por exemplo, deve tentar reconstituir, to completamente quanto possvel o que fez durante a ltima quarta-feira.

    EXERCICIO N 14

    Ser capaz de escrever as 4 regras de higiene do crebro enunciadas na lio n 2?

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    EXERCICIO N 15

    Lembra-se dos 4 versos aprendidos na lio 3? Recite-os.

    Se no conseguir faz-lo perfeitamente, releia-os vrias vezes, recite-os.

    EXERCICIO N 16

    Faa novamente o exerccio das prateleiras cerebrais, mas, desta vez, mude os seus trs assuntos de concentrao.

    EXERCICIO N 17

    Faa novamente o exerccio 4, mas com outra coisa: tire uma roupa do armrio, por exemplo, ou, melhor: pense em fazer qualquer coisa determinada: por exemplo, pense em telefonar a um amigo, amanh, antes de jantar, ou em ir ao farmacutico aps o seu dia de trabalho. Tente aplicar o mtodo preconizado das imagens fortes. Por exemplo, imagine-se noite, em casa, torturado pela dor por ter se esquecido de passar pelo farmacutico ou, ento, imagine-o a fazer violenta censuras, etc..

    EXERCICIO N 18

    Escolha uma obra difcil, de um autor conhecido pelo seu estilo rido e abstrato (por exemplo, Pascal, Descartes ou Proust, dos quais existem obras nas colees de bolso). Comece-a, lendo no princpio uma dezena de frases. Depois, retome cada frase, no passando a seguinte sem ter penetrado profundamente no sentido do que l. Se lhe for necessrio, recorra a um dicionrio. Avance todos os dias uma dezena de frases, relendo as pginas dos dias anteriores. Ao fim de uma semana coloque por escrito quilo que fixou. um dos melhores exerccio de desenvolvimento da sua capacidade mental.

    O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAO (continuao)

    A OBSERVAO

    B) Observe bem.

    Quando se trata de lembrar de qualquer coisa, a ateno deve tomar uma forma mais precisa: a observao. Para que se recorde bem certo quadro de um mestre, no basta que se limite a prestar-lhe uma certa ateno. Para comear, preciso fazer uma idia de conjunto; depois, torna-se necessrio estudar-lhe os pormenores.

    A partir do momento em que se trate de fixar qualquer coisa que comporta diferentes elementos ou diferentes aspectos, tem de se observar. Veremos tambm, ao estudar a associao, que esta carece s vezes da observao de outros elementos alm da noo ou objeto a fixar.

    Para apreender a melhor observar, treine-se a examinar as coisas sob os seus diferentes aspectos e diferentes sentidos: veja o panorama geral e a cor, toque, sinta,

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    prove, escute, examine o peso, o volume, a dureza, etc... Quanto maior nmero de sentidos em ao mais facilmente se recordar.

    A observao da coisa a fixar essencial. esta primeira observao que vai produzir um registro inicial desta coisa na memria. No poder encontrar posteriormente na sua memria o que l no tiver posto.

    As lacunas da nossa memria provm, em grande parte, de um registro defeituoso, isto , de uma impresso deficiente.

    Quando quiser fixar um trecho ou uma poesia, deve observar atentamente a escolha das palavras, o ritmo das frases. Deixe que se formem no seu esprito as imagens sugeridas pelo autor.

    Para se reterem as palavras, as idias, necessrio dar-lhes imagens. Para se conservarem abstraes, necessrio tentar concretiz-las, tentar v-las sob a forma de imagens.

    Quando se tratar de reter noes ou fatos mltiplos, pode-se facilitar o seu registro atravs de abreviaturas e esquemas. graas a smbolos e esquemas que se podem fixar mais facilmente as reaes qumicas ou as experincias de fsica ou as frmulas matemticas. Mas estes smbolos e abreviaturas podem ajud-lo tambm em domnios diferentes. Procure aplicaes na sua profisso.

    Como Observar?

    Observar: todos sabemos o que isso significa e, no entanto, geralmente observamos muito mal. Suponhamos que voc devia observar um momento, a Opera (de Paris), por exemplo. Se proceder conforme 99 pessoas em cada 100, deixar sem dvida que o seu olhar v do comprimento para a largura, da altura para a base, se um pormenor para outro, etc... Se, 48 horas depois, lhe for pedida uma descrio preciosa da Opera, ter imensa dificuldade em faz-la. Porque? Por que olhou mas no observou.

    a. Comece por observar as formas gerais: retangulares, triangulares, esfricas, assim como o modo como esto distribudas.

    b. Examine as dimenses e as propores: comprimento em relao altura, etc...

    c. Examine a arquitetura: fachada, ngulos, janelas andares, tetos... d. Examine os detalhes: molduras, esculturas, ferragens, motivos decorativos,

    etc...

    Procedendo desta maneira, voc faz uma observao verdadeira que deixar na sua memria uma impresso duradoura.

    Este mtodo de observao no vlido, unicamente, em relao aos monumentos: aplica-se a tudo passagens, quadros, objetos, plantas, feies, etc...

    Passe sempre pelas fases seguintes:

    Observao da forma geral, do volume;

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    Observao e avaliao das dimenses e propores; Estrutura geral, aspecto, estilo, cores, etc.; Exame da diferentes partes componentes; Exame dos pequenos pormenores no interior dessas partes.

    Para ser fixar estas observaes eficientemente muito vantajoso pr-se, simultaneamente, a si mesmo, as perguntas e formular as respectivas respostas, como os exemplos abaixo:

    Qual a forma do teto? O teto tem uma triangular. A A altura mais importante que a largura? No: a altura inferior, em cerca de um

    quarto. Quantas colunas h? H oito colunas na fachada. Que representam batalhas da

    antiguidades, etc...

    C) Classificao

    O registro das idias, das noes, dos fatos, facilitado pela classificao. A classificao consiste, por um lado, em agrupar o conjunto de dados s emelhantes, por outro, ligar esses dados a um grupo mais geral.

    Por exemplo, examine o quadro de objetos que faz parte do exerccio n 1, do primeiro tutorial. Voc ficar com grande probabilidade de fixar tais objetos se os agrupar em redor da mesma idia:

    volta da idia de refeio, a agrupar, por exemplo:

    Garrafa Copo Cafeteira Taa Faca

    volta da idia de toilette e de roupa, voc agrupar:

    N de borboleta Tesoura Linhas Boto Alfinete de molas Sapatos Escova.

    Ao redor das idias de repouso e leitura:

    Jornal culos Livro Lmpada eltrica Cachimbo

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    Fsforo Lpis Carta

    A classificao pode ser feita mentalmente, mas se tratar de noes complexas, recomendvel fazer-se um quadro sintico.

    O quadro sintico de uso geral. Enquanto que o esquema ou as abreviaturas so somente transcries simplificadas de dados que se prestam esquematizao ou abreviatura, o quadro sintico pode empregar-se sempre que se pretenda ter uma viso de conjunto de uma questo, mesmo complexa.

    A seguir damos o exemplo de como se estabeleceria o quadro sintico do plano deste curso consagrado ao desenvolvimento da memria.

    Se lhe fosse necessrio conhecer este plano de cor, sem dvida que este quadro sintico seria a melhor maneira de classificar e observar, para o fixar.

    Nota: O quadro sintico junto no segue rigorosamente a ordem das lies, mas reagrupa o seu contedo numa ordem lgica.

    QUADRO SINPTICO DO CURSOS SOBRE A MEMRIA

    Introduo Princpios rudimentares Princpios

    Gerais

    Mtodo de aplicao na vida cotidiana

    Mtodo em relao com os sentidos Associaes gerais Aplicao no

    estudo das letras e cincias Outras aplicaes

    Tabelas e Concatenaes, Aplicaes e outros estudos

    Articulaes numricas Mtodo geogrfico, matemtico, lnguas, etc.

    Ordens gerais de fixaes

    EXERCICIO N 19

    Continue o exerccio de concentrao n 18

    EXERCICIO N 20

    Eis um exerccio de concentrao bastante fcil, mas, no entanto, excelente: conte, da frente para trs, partindo de 200 at 2 e saltando os nmeros de 3 em 3 : 200- 197- 194- 191- 188- etc...

    EXERCICIO N 21

    Este exerccio semelhante ao exerccio n 1. Observe atentamente o seguinte quadro de objetos durante um minuto. Depois, tente agrupar e classificar os objetos, conforme acabamos de sugerir. No entanto, esta classificao muito mais difcil de realizar que a do exerccio n 1, mas voc ver que j conseguira um resultado melhor.

  • Curso de Memorizao

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    EXERCICIO N 22

    Observe a seguinte figura e responda o questionrio que se segue anotando quantas respostas acertou.

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    O que faz a pessoa da direita?

    Qual a atitude da pessoa da esquerda?

    Qual a forma do p da mesa?

    O que esta sobre a chamin?

    Quantas velas tem no candelabro?

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    Qual o aspecto e a forma do assoalho?

    O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAO (continuao)

    AS ASSOCIAES

    Antes de estudarmos as associaes, assunto muito importante que ser abordado nesta lio vamos fazer uma recapitulao, perceba que essas revises so muito importantes no processo de aprendizado e devem ser feitas em todos os estudos, mas este assunto ser tratado mais frente.

    Vamos fazer um exerccio de leitura.

    EXERCICIO N 22

    Leia o trecho abaixo com ateno, uma nica vez, e depois responda o questionrio.

    Prximo de Chteau-Thierry, em 6 de maro ltimo, produziu-se um curioso descarrilamento de um comboio de mercadorias que se encontrava, tarde, no entreposto. Dos trinta e oito vages que compunham o comboio, dezesseis continham combustvel e dezoito continham vinho. Dois vages-cisterna de 40 metros cbicos de combustvel e quatro dos de vinho danificaram-se, o que teve por conseqncia que uma poro de combustvel se espalhasse sobre a via frrea, atingindo tambm a estrada lateral. Tal derrame provocou a derrapagem, para um fosso, de uma camioneta carregada com 10 toneladas de azeite. Felizmente no houve que assinalar nenhum ferido em estado grave, tendo o motorista da camioneta sofrido somente ligeiras contuses.

    QUESTIONRIO

    Resposta s seguintes perguntas:

    1- Onde se produziu o descarrilamento?

    2- Havia mais vages de vinho ou de combustvel?

    3- Quantos vages de vinho ficaram danificados?

    4- O que verteu mais: vinho ou combustvel?

    5- Ao todo, quantos vages tinham o comboio?

    6- Em que momento da viagem teve lugar o acidente?

    Verifique os resultados.

    Este teste constitui um exerccio de concentrao e mostra-lhe, geralmente, se tem tendncia para fixar ou se deixa impressionar pelos nmeros, esquecendo as noes e as relaes simples.

  • Curso de Memorizao

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    Eu gostaria agora que voc desse uma lida nos tutorias 4 e 5, novamente, antes de prosseguir. Faa isso e verifique o quanto vai melhorar a sua compreenso.

    Agora que voc j relembrou dos assuntos que tratamos nos dois ltimos tutoriais, vamos aprender um pouco sobre as associaes.

    D) crie associaes.

    este o verdadeiro segredo das boas memrias.

    William James escreveu: O Segredo de uma boa memria o segredo de formar associaes mltiplas e diversas com qualquer elemento que desejemos fixar... Cada associao torna-se um complexo ao qual o elemento est ligado, constituindo, assim, um meio de traz-lo superfcie, se l no estiver.

    A associao indispensvel para fixar as lembranas e depois para a respectiva recordao.

    As associaes no tm, necessariamente, que ser naturais ou lgicas. Veremos alguns casos no estudo da mnemotecnia (arte de educar e desenvolver a memria).

    Se pretender lembrar do nome de uma pessoa, tente fazer o maior nmero possvel de associaes a respeito dessa pessoa e do seu nome.

    Exemplo: tente conhecer a profisso da pessoa e diga para si mesmo o Sr. Simo inspetor de venda, como o meu amigo Duarte. Observe a sua fisionomia e estabelea associaes: tem um bigode to grande como uma escova de unhas, este senhor Simo. Quando lhe foi apresentado ele conversava com uma amiga de sua esposa, a Sr. Marta. Pense: o Simo tambm amigo da Sr. Marta. Torne a v-los a conversar, no canto do salo, onde se encontravam quando voc entrou. Pense que o seu nome, Simo, se assemelha ao de um dos seus clientes, Simo, mas que fisicamente, so muito diferentes.

    Assim, voc realizou associaes mltiplas.

    Poder, mesmo, fazer associaes do tipo trocadilho. A Sr. Marta tragando um Martini (e voc imagina-a, bebendo sofregamente). A imagem exagerada, verdade; mas eficaz. Garanto pra voc que quando mais ridcula for a associao, mas eficaz ser.

    Para se lembrar de levar consigo, para viagem, o seu aparelho eltrico de barba, associe o aparelho sua mala. Pense por exemplo: a mala de couro liso; portanto, no tem necessidade de se barbear. Imagine, ento, a mala a ser barbeada com o aparelho eltrico.

  • Curso de Memorizao

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    Novamente, ridculo, mas resulta.

    Quando, mais tarde, for buscar a mala, vo se lembrar automaticamente de seu aparelho de barbear porque fez uma associao.

    De igual modo, quando procurar lembrar de qualquer coisa, evoque as idias ou as circunstncias que lhe esto associadas.

    Para se recordar de um verso de que se esqueceu, pense nos versos precedentes ou seguintes e recite-os.

    Para se lembrar do lugar em que arrumou a sua mquina fotogrfica, tente lembrar-se quando a utilizou a ltima vez. Veja-se a usando, depois, veja-se a chegar a casa e coloc-la entrada, pensando mais tarde: vou arrum-la. Ter, assim, fortes possibilidades de descobrir onde a arrumou.

    Para relembrar o nome de algum, reveja essa pessoa nas circunstncias em que a encontrou na ltima vez, recorde as suas palavras e os seus gestos. Tente fazer reviver as circunstncias do seu encontro.

    Proceda sempre deste modo para se recordar. No tente lembrar-se, brutalmente do que pretende; tente contnua e calmamente, pense nos pormenores ligados ao assunto, produza associaes, contorne o problema sem o atacar de frente.

    Se procurar o nome de um poeta da Pliade no tente, em vo, lembrar-se do nome que lhe escapou. Cite em voz alta (ou murmurando) aqueles em que est a pensar e que tem presente: Ronsard, Du Bellay, Pontus de Thyard, Daurat, Jodelle... Repita-os. Cite mesmo outros escritores e, finalmente, haver muitas possibilidades de recordar o nome do poeta que lhe escapava. Se no o recordou em alguns minutos, abandone a busca durante 2 minutos, pense em outra coisa; depois, continue, mas procurando sempre estabelecer associaes.

    Veremos, mais adiante, o papel essencial que representam as associaes na mnemotecnia.

    EXERCICIO N 23

    Faa novamente o exerccio 18 da lio 4.

    EXERCICIO N 24

    Quando estiver deitado, estendido, deixe os seus olhos dirigirem-se para o teto. Trace, em pensamento, um A grande no teto, um A de 50 centmetros ou de 1 metro. Quando o vir claramente apague-o e passe a letra B; depois, a letra C. No ultrapasse 4 ou 5 letras, da primeira vez. necessrio, evidente, no se deixar distrair e arrastar por outros pensamentos; mais tarde, far este mesmo exerccio, com o maior de letras possvel, at que possa se distrair, no perdendo, porm, a clareza das imagens das letras que est a reproduzir, mentalmente, no teto.

  • Curso de Memorizao

    29

    EXERCICIO N 25

    Elabore a lista das ltimas 15 pessoas a quem falou, partindo do momento em que est fazendo este exerccio at que chegue 15 pessoa.

    EXERCICIO N 26

    Novamente tente pensar em fazer algo durante o dia de amanh. Para lhe dar uma ajuda, procure associar essa coisa a vrias aes que tem a certeza de vai realizar amanh, ou ento, tente associar essa coisa a objetos diferentes que tem a certeza de vai ver amanh (a sua escova de dente, os cadaros dos sapatos, a porta do seu escritrio etc.). Assim, provocar sem dvida associaes que, espontaneamente, o faro pensar amanh no que necessitava recordar-se.

    EXERCICIO N 27

    Eis um exerccio destinado a afazer desenvolver as suas faculdades de sntese e de recordao.

    Para localizar os dados que vai procurar, tente fazer associaes, evocar as idias anexas que possam relacionar-se com as idias que pretende trazer superfcie.

    Pegue uma folha de papel e escreva o ttulo de um assunto do qual j tenha conhecimento. Por exemplo, o Canad, Napoleo, o cncer, a fotografia, as plantas verdes, etc.

    Depois, tente agrupar, anotando na folha, todos os conhecimentos que tem sobre o assunto.

    Ligue tambm toda lembranas que possua a tal respeito.

    EXERCICIO N 28

    Leia, durante dois minutos, a lista das palavras abaixo indicadas com o objetivo de fixar o maior nmero possvel:

    chapu envelope casa boto gato

    telefone dinheiro lpis meia livro

    cacto enguia casaco chave de parafusos farol

    bolo escritrio renda arroz anzol

    Tente agora dizer esta lista de palavras ordenadamente.

    No o conseguir, sem dvida.

  • Curso de Memorizao

    30

    Tente, ento, recordar-se do maior nmero de palavras desta lista.

    Verificar que lhe faltam muitas.

    Voc empregou muito simplesmente um mtodo deficiente, mau.

    Na prxima lio estudaremos como fixar uma as palavras pelo mtodo das associaes de imagens.

    Este mtodo muito interessante, uma excelente aplicao do que acabamos de dizer acerca das associaes

    O PROCESSO NORMAL DE MEMORIZAO (continuao)

    Vamos neste tutorial aprender um mtodo que nos ajudar a fazer associaes. Logo aps aprenderemos sobre a Repetio.

    O MTODO DA ASSOCIAO DE IMAGENS

    Este mtodo, muito interessante, uma excelente aplicao do que acabamos de dizer acerca das associaes na lio anterior.

    Se desejar reter uma lista, a do exerccio 28 da lio anterior, na ordem e sem esforo, dever proceder da forma seguinte:

    Crie uma srie de associaes, em cadeia, partindo da primeira e terminando na ltima. Estas associaes sero, necessariamente, extravagantes, divertidas ou. A nica regra que conta a visualizao correta e clara das associaes efetuadas. Forme imagens muito claras na sua mente, porque so elas que vo ajudar a fixar as palavras.

    Por exemplo, podemos usar entre dezenas de possveis, esta cadeia de associaes:

    Imagine um Chapu de coco, no qual est colocado um telefone; e o receptor deste aparelho est cheio de espinhos, porque um cacto este receptor-cacto difcil de se usar pelo senhor que esta telefonando, no considerando o fato de ele ter a boca cheia de bolo; mas, surpresa, neste bolo h um pequeno envelope que se abre e de onde sai muito dinheiro; uma das notas cai no cho e transforma-se numa enguia que se salva refugiando-se no escritrio; este escritrio tem um estilo particular porque tem forma de uma casa, cuja chamin formada por um lpis enorme; que parece com um foguete, ele dispara, voa e vai contra o casaco de um homem; casaco curioso esse porque todo feito de renda e pendurado no boto do centro est uma enorme meia, na qual est amarrada, por sua vez, uma chave de parafusos; esta chave de parafusos tambm uma chave-foguete que voa e vai de encontro a uma tigela de arroz que um gato est comendo; este gato coloca um livro na cabea, foge e refugia-se no farol de um automvel; este farol projeta a sua potente luz sobre um anzol gigante.

    Tm vital importncia representar distintamente as diferentes associaes formadas; por exemplo, veja o lpis voar do escritrio-casa, como um foguete, e aterrar no casaco; veja o gato a colocar o livro na cabea, etc... conseguir, ento, sem esforo

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    fixar as 20 palavras; e esta fixao durvel Poder recomear recapitular amanha, enquanto que, sem mtodo, voc ter esquecido mais de cinqenta por cento das palavras.

    Podem acontecer falhas, claro que podem, elas vo lhe ajudar a identificar quais associaes no foram feitas corretamente. Por experincia prpria, quando a um furo na reviso geralmente no esquecemos esse ponto novamente, porque tomamos os devidos cuidados na prxima associao.

    Este um excelente mtodo. No se assuste com a estranheza de suas associaes, perceba que muitas vezes esquecemos coisas que vemos sempre, enquanto as esquisitas nunca esquecemos, se, por exemplo, voc ver um disco voador apenas uma vez na sua vida, nunca vai esquec-lo, embora tenha visto apenas uma vez.

    Este mtodo pode encontrar imensas aplicaes no campo das cincias naturais, da fsica, da geografia. Tomemos, por exemplo: as principais indstrias da Blgica. Comece por fazendo um quadro sinptico, ou simplesmente uma lista das palavras a reter. Seguidamente, vai associ-las em cadeia pelo mtodo acima preconizado.

    Faa a experincia conosco:

    Indstria da Blgica: siderrgica, indstria do zinco e do chumbo, cermica, vidreira, indstria do cristal, txtil, construes mecnicas, indstria qumica, indstria alimentar, cal e cimentos, couros e peles.

    Para facilitar este agrupamento, proceder por smbolos: a siderrgica ser simbolizada por uma viga de ao; a palavra vitral representar a indstria vidreira; uma bala de revlver, a indstria o chumbo; um barraco, a indstria do zinco; um balo de destilao representar a indstria qumica; uma poro de salsichas, a indstria alimentar; o txtil ser simbolizado por uma bobina de fio, o cal e o cimento, por um muro; o couro, por um sapato; as peles, por uma pele (para adorno feminino); o cristal, por uma taa; a indstria de construes mecnicas, por um motor.

    Daqui extrai-se a seguinte lista: viga de ao, vitral, bala de revlver, barraco, balo de destilao, salsichas, bobinas, muro, sapato, pele, taa de cristal e motor.

    Deixo ao seu cuidado a construo da cadeia de associaes (uma viga de ao, voando sobre um vitral; quebrando o vidro e enchendo o barraco de estilhaos, etc...).

    Para evitar a confuso entre pases diferentes, no atribuir o mesmo smbolo mesma indstria: a indstria do couro ser simbolizada, segundo os pases, por uma luva, um cinto, uma mala de senhora, etc... alm disso, relacionar o primeiro nome da cadeia ao nome do pas. Por exemplo, voc poder visualizar um conjunto de vigas de ao que firme a palavra BLGICA; veja seguidamente estas vigas deslocares-se e quebrar alguns vitrais, etc..

    No tenha receio de construir associaes audaciosas ou, at, idiotas. O importante, ver bem as imagens elaboradas. Misture imagens em movimento (como o lpis, a chave de parafusos, o livro do nosso primeiro exemplo) com imagens fixas. Isso facilita a memorizao das palavras.

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    No se preocupe se demorar um pouco para fazer as imagens agora, com a pratica usando o mtodo das associaes de imagens chegar a construir as cadeias em dois ou trs minutos, em muitssimo menos tempo do o estudo mecnico clssico ou tradicional.

    EXERCICIO N 29

    Construa uma cadeia de associaes de imagens com a lista das principais indstrias belgas, servindo-se das palavras-chaves indicadas na lio: viga, vitral, etc..

    No faa outros exerccios hoje, a fim de lhe evitar confundir-se perante todas estas associaes, mas regressaremos a este mtodo nos prximos dias.

    Siga com o tutorial amanha.

    A REPETIO

    A repetio um principio conhecido do funcionamento da memria. um mtodo que as crianas empregam quando comeam a aprender qualquer coisa.

    A repetio um potente fator de memorizao. Pondo em jogo os reflexos mecnicos do seu crebro, ela pode permitir a lembrana de coisas que no apresentam qualquer atrativo ou interesse e a quais no elaborou associao alguma. Desta forma, at pode, custa de repetio, reter um poema numa lngua que lhe totalmente desconhecida, por exemplo.

    Esta memria, puramente mecnica, bem melhor nas crianas que nos adultos. Ela diminui com o envelhecimento. Em compensao, a capacidade de fazer associaes aumenta com o decorrer dos anos. Ento, o que se perde por um lado largamente compensado pelo outro.

    A repetio desempenha um papel importante na fixao das lembranas e isso em qualquer idade.

    Repita o que acaba de aprender e faa-o com intervalos. No deseje armazenar tudo, de uma vez. Pelo contrario, volte carga varias vezes.

    Quando estudar qualquer coisa, reveja, sempre que possvel o que aprendeu.

    Para fixar um nome, uma morada, repita-os mentalmente, varias vezes ao mesmo tempo, procure elaborar associaes.

    S. Toms de Aquino d-nos, o seguinte conselho, na sua Summa Theologica: necessrio meditar freqentemente no que queremos fixar.

    Aristteles nota: O tempo, sobretudo, destrutivo.

    As nossas lembranas so corrodas, pouco a pouco, pelo tempo, se nada fizermos para impedir isso. O remdio simples: a reviso.

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    Releia o que aprendeu e a lembrana adquirir novo vigor.

    Agora, para que a reviso no seja demasiadamente morosa, necessrio prepar-la. Cadernos pessoais, contendo os versos que deseja reter, as datas, os nmeros, as frases mnemnicas, os quadros sinpticos de matrias estudadas, das varias disciplinas, etc. tudo isso o ajudar a refrescar, em pouco tempo, as lembranas que iam apagar-se.

    Do mesmo modo, destacando as passagens essenciais de uma obra sublinhando ou anotando no livro ou num caderno especifico (eu prefiro o caderno, para no rabiscar o livro), poder rever numa hora, em vez de ter que reler integralmente.

    Vrias das tcnicas que iremos lhe apresentar nesse curso tero o objetivo de ajud-lo nas suas revises, mais a frente poder fazer revises mentais, que lhe permitiro fixar muito melhor as informaes retidas. Voc j pode fazer isso usando a tcnica apresentada acima como Associao de Imagens, bastando para isso selecionar palavras que o ajudem a lembrar do contedo estudado, conhecidas como palavras-chave, faa isso durante o estudo, memorize as palavras-chave usando a tcnica de Associao de Imagens e depois com intervalos cada vez maiores faa a reviso, mental das palavras. Ver que a cada reviso a fixao muito melhor. Mais frente voc aprender tcnicas que facilitaro o estudo quando o contedo a ser estudado for grande, como para um concurso por exemplo.

    A Lei de Jost

    O psiclogo Jost estudou a rapidez da memorizao de um texto em funo do numero de leituras feitas.

    Mostrou que, por exemplo, se um livro for lido por seis vezes, ininterruptamente, fixa-se muito menos do que se as seis leituras forem feitas com dez minutos de intervalo.

    Outros psiclogos, como Piern, procuraram o intervalo ideal, aquele que daria os melhores resultados. Suas experincias provam que, conforme o que se tem que fixar, o intervalo entre as leituras dever variar de 10 minutos a 16 horas. Abaixo de dez minutos a releitura suprflua. Acima de dezesseis horas uma parte j foi esquecida.

    preciso no se tomar isso a letra, esta regra prova simplesmente que interessante quando se deseja memorizar com maior rapidez possvel retomar a noite, por exemplo, o estudo feito de manha.

    Durante o seu estudo, separe um tempo para as revises, eu procuro fazer isso e revisar da seguinte forma.

    Revejo o que estudei de uma a 16 horas, depois no dia seguinte, depois na semana seguinte, depois no ms seguinte e depois de seis meses torno a revisar. Aumento o espao porque a cada reviso a matria mais bem fixada, ficando retida h mais tempo.

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    O tempo de reviso nunca um tempo perdido, a falta de reviso sim, porque proporciona o esquecimento, isso um fato, se deseja aprender alguma coisa importante revisar, para a reviso no ser demorada faa-a com organizao.

    J vi alguns cursos preparatrios para o vestibular que apenas mostravam a matria uma vez por semestre, e pude concluir que a maior parte dos alunos passava aps dois anos de preparao, ou seja, aps rever quatro vezes. Claro que tem alunos que passam antes, mas com certeza eram os que j tinham uma bagagem maior nos estudos, os quais o curso serviu apenas como reviso.

    Outros cursos preparatrios que acompanhei faziam com que o aluno revisasse a matria ate seis vezes em um ano. Estes tinham um timo nvel de aprovao no final de cada ano.

    Concluindo, organize suas revises de forma a no esquecer o contedo estudado.

    Se esta a aprender, ao mesmo tempo, o ingls, a contabilidade, a lgebra, o direito, a geografia, fracione o seu tempo de estudo em sesses bastante curtas: meia hora, por exemplo, pra cada matria, de forma a alternar o rever e o estudar com suficiente rapidez, aps o primeiro estudo.

    Procure tambm ter intervalos durante os estudos, por exemplo, pare por 10 minutos aps uma hora de estudo. Vamos falar mais sobre isso ainda no curso.

    Em resumo a Lei de Jost, no plano pratico, exprime-se dessa forma: necessrio fazer uma reviso de modo que a leitura precedente tenha ainda um trao claro, mas, por outro lado, tardia de modo que a reviso no represente um esforo suprfluo.

    EXERCICIO N 30

    Fixe pelo mtodo das associaes de imagens, a lista das 20 palavras seguintes:

    carro camisa leiteira avio carvo

    culos leo remo chocolate montanha

    arvore cofre rei balana sino

    cordel calada jornal garfo lmpada

    NOMES E FEIES

    Agora que voc j aprendeu os trs fatores de memorizao (Impresso, Associao e Repetio), vejamos algumas aplicaes prticas, a primeira delas ser como memorizar nomes e feies.

    Consegue imaginar o quo bom seria lembrar dos nomes de todas as pessoas que voc conhece? Como voc se sente quando uma pessoa que lhe conheceu h muito tempo e pouco conversou com voc se encontra com voc e lembra do seu nome? E aqueles professores que na primeira ou segunda aula j sabem os nomes de todos os

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    alunos da sala, sejam 10, 30, ou mais alunos? Geralmente ficamos admirados com isso no? Voc lembraria do nome dessa pessoa tambm?

    A partir de hoje vai lembrar sim. Vamos comear a colocar em prtica o contedo que aprendemos ate agora.

    Em geral no nos esquecemos das feies dos indivduos, geralmente o nome que no conseguimos identificar com o rosto.

    Isso acontece por que:

    1. O nome um elemento abstrato e artificial;

    2. Em relao ao rosto basta reconhecer, j o nome preciso recordar.

    RECORDAR MAIS DIFCIL DO QUE RECONHECER NO CONCORDA?

    De qualquer modo o mtodo a seguir vai permitir que voc recorde tanto do nome como do rosto simultaneamente.

    Sempre que conhecer uma pessoa, preste ateno as seguintes regrinhas:

    1. ATENDE BEM NA PESSOA. No se distraia quando algum lhe apresentado.

    2. ESCUTE BEM O NOME e tente v-lo mentalmente.

    3. OBSERVE BEM O ROSTO e repita o nome mentalmente ou, se isso lhe for possvel, verbalmente: Tenho muito prazer em conhec-lo, Sr. Carlos.

    4. Observe os detalhes: rosto, mos, vesturio, etc.

    5. Faa associaes com pormenores e repita o nome. Essas associaes podem ser artificiais, divertidas e at ridculas.

    6. Interesse-se por essa pessoa. Tente aprender o maior numero possvel de coisas a seu respeito. Ter assim oportunidade de voltar a fazer associaes.

    Assim que tiver um pouco de treino, os itens que acabei de ensinar podero ser executados rapidamente, e para varias pessoas que lhe forem apresentadas sucessivamente. No sero necessrios mais do que 4 ou 5 segundos para fazer as associaes.

    Mas tenho um outro mtodo para lhe apresentar que vai permitir memorizar rapidamente uma grande quantidade de nomes, esse mtodo conhecido como MTODO DOS PERITOS.

    Suponha que voc se encontra em uma recepo ou participa de um congresso. Voc deseja memorizar o nome de 10, 20, 30 ou mais pessoas que lhe sero apresentadas, fica difcil utilizar o mtodo acima no?

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    Mas o MTODO DOS PERITOS o ajuda nisso, esse mtodo o mesmo utilizado pelos artistas de music-hall que retm instantaneamente o nome de 20 ou 30 espectadores.

    Essa tcnica baseada no mtodo de associao de imagens e dele j demos um exemplo anteriormente em nossos tutoriais. O processo consiste em fazer imediatamente uma associao entre a pessoa que esta perante voc e uma palavra que tenha uma assonncia parecida com o respectivo nome. Pode-se proceder dessa fora:

    Aqui vai uma lista de nomes tomados por acaso:

    Clemente;

    Gasto;

    Gaspar;

    Mario;

    Pedro;

    Moreira;

    Clemente: nome qual pode associar-se cimento ou que mente;

    Gasto: nome qual pode associar-se gluto ou gastador;

    Gaspar: nome qual pode associar-se gastar ou raspar;

    Mario: nome qual pode associar-se marinho ou mar;

    Pedro: nome qual pode associar-se pedra ou preto;

    Moreira: nome qual pode associar-se amoreira ou amora;

    Bem entendido, o importante representar bem, para si, as coisas que imagina.

    Veja o Sr. Clemente, que est sua frente, se transformando subitamente numa estatua de cimento.

    Veja o Sr. Moreira comendo amoras, muitas amoras.

    O essencial andar rapidamente e visualizar claramente, na imaginao as associaes que se fez.

    EXERCICIO N 31

    Durante 30 segundos examine cada rosto do quadro abaixo e tome conhecimento de cada pessoa lendo o texto abaixo indicado.

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    Tente fazer associaes com o nome e a profisso, de modo semelhante ao que acabamos de expor.

    Assim que tiver terminado verifique se lembra bem os respectivos nomes, depois pense em outra coisa durante 15 minutos.

    Retorne ento ao quadro.

    Verifique se lembra facilmente do nome destas pessoas e se recorda de quaisquer outros pormenores ao respeito delas.

    Amanha faa uma nova verificao. Se as suas associaes tiverem sido bem feitas, voc vai se lembrar. Procure exagerar quando estiver visualizando, exemplo, ao invs de amoras visualize muitas amoras, ao invs de uma simples pedra, visualize uma pedra gigante, confie em mim, isso vai ajud-lo muito, procure sempre exagerar na proporo, tamanho e quantidade.

    Ai vo as pessoas, em seguida esto o nome e algumas particularidades de cada uma delas.

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    1 Sr. Velasco: sofre do estomago, mora em So Paulo, mas seu armazm nos arredores de Cotia. O Sr. Velasco um grande especialista na arte oriental. O Sr. Velasco tambm aprecia, como passatempo, aqurios. O seu primeiro nome Marcos.

    2 A Sra. Aurora Silveira exerce a profisso de modista de alta costura, possui dois estabelecimentos de venda ao publico, na Augusta e no Centro. Tem um temperamento muito alegre, gosta de danar, de musica clssica bem como de jazz. A

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    Sra. Aurora casada com um engenheiro do Departamento de Estradas Federais. A Sra. Aurora gulosa e, sobretudo, delira com doces.

    3 O Dr. Andr Vaz advogado. Exerce no Rio de Janeiro. Tem viajado muito, tanto por motivos profissionais como a titulo turstico. O Dr. Andr Vaz trabalha dez horas por dia, e por isso vai de bom grado para frias cerca de 8 a 10 dias, trs vezes por ano. O Dr. Andr Vaz solteiro, mora em Ipanema, numa propriedade que pertence a sua famlia h dois sculos.

    4 A Sra. Ivone Graa casou com um rico industrial de Bauru, vem freqentemente com seu marido a So Paulo, gosta de coisas bonitas e uma cliente do Sr. Velasco. A Sra. Ivone Graa deu-lhe, alias, a tarefa de decorar todo o apartamento que possui em Santos. A Sra. Ivone Graa tem uma filha de seis anos.

    5 O Sr. Cludio Azeredo diretor comercial de uma empresa txtil. O Sr. Azeredo casou somente h dois anos (ele tem trinta anos). O Sr. Azeredo um grande jogador de bridge. Mora em Sorocaba. Sai muito e dorme apenas seis horas por noite, o que lhe basta.

    6 A Sra. Carmen Flores mora em Campinas, onde nasceu e casou com um qumico. A Sra. Flores gosta muito de ler, especialmente romances histricos, tem 3 filhos, dos quais se ocupa pessoalmente. A Sra. Flores e o marido vo normalmente passar as frias em Copacabana, acompanhados dos filhos.

    7 A menina Luisa Viana apreciadora de esttica, trabalha em um Instituto de Beleza, em Pinheiros. Freqentou a Universidade de direito, mas no finalizou o curso. A menina Luisa Viana gosta de cinema e de teatro. A menina Luisa Viana aprecia muito caf.

    8 - O Sr. Antonio Vidal um artista (pintor), mas igualmente um timo musico-poeta. O Sr. Antonio Vidal mora em Caieiras, mas desejaria encontrar um apartamento em So Paulo, na Lapa. O Sr. Vidal esteve duas vezes para se casar, mas rompeu no ultimo momento. Fuma muito, come pouco.

    9 O Sr. Alberto Rico nasceu no Rio de Janeiro. Estudou engenharia em Paris. O Sr. Alberto Rico comeou a trabalhar em uma empresa fabricante de motores eltricos, mais tarde preferiu montar e tomar a direo de um negcio de maquinaria. O Sr. Alberto Rico tem somente 34 anos.

    COMO FIXAR OS SEUS COMPROMISSOS

    Neste tutorial voc vai aprender a usar sua memria para lembrar de compromissos com hora marcada, como uma agenda.

    Para tanto, basta criar associaes entre cada uma das coisas que planeja fazer, na ordem em que deseja faz-las.

    Exemplo:

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    Suponha que voc deva, ao sair de casa, passar no correio para expedir uma encomenda. Depois, telefonar ao Rafael para marcar uma entrevista. Tambm precisa lembrar de comprar envelopes. Seguidamente as 09h30min o seu cliente, Sr. Felipe vai atend-lo. Quando sair deste voc planeja s 10h30min se encontrar com outro cliente, o Sr. Monteiro. As 11h30min voc dever estar na rodoviria para esperar um colaborador da firma.

    Para memorizar esses compromissos voc pode fazer como se segue:

    Visualize em seu pensamento ao sair de casa dizendo a sua esposa: Vou ao correio. Imagine-se depois no balco das Encomendas Registradas. Veja o funcionrio do correio lhe devolvendo o troco do seu dinheiro lhe dizendo: Telefone ao Rafael.

    Quando tiver finalizado o telefonema, imagine-se estrebuchando encima de montanhas de envelopes. No primeiro envelope voc l: Felipe 9h30min. Em seguida, imagine o Sr. Felipe despedindo-se de voc dizendo: O Monteiro o espera s 10h30min. Depois, imagine-se ao sair do senhor Monteiro vendo um letreiro enorme, cravado na porta com uma flecha que diz: RODOVIARIA.

    Conforme verifica, intil procurar fazer associaes complicadas. So necessrios apenas alguns segundos para estabelecer todas as associaes necessrias. Mais uma vez lembro: o importante ver as imagens criadas na mente.

    Ao sair de casa voc pensara imediatamente em ir ao correio e a cada compromisso as imagens puramente artificiais voltaro no momento oportuno para lembrar o que voc tem que fazer.

    Se por acaso tiver em qualquer momento hesitao em lembrar-se do compromisso, basta retomar a cadeia de associaes desde o comeo, fazendo uma reviso e voc descobrir geralmente o que falta, a menos que no tenha visualizado corretamente algum dos compromissos.

    COMO FIXAR O LUGAR ONDE GUARDA SUAS COISAS

    Quando deseja lembrar de algo que guarda necessrio que tenha isso em mente na hora que esta guardando o objeto para fazer a associao.

    Exemplo:

    Voc arrumou as fotografias das frias numa gaveta da escrivaninha da mesa no escritrio. Elas esto ao lado do seu passaporte e de uma fita mtrica porttil.

    Visualize ento a imagem de um passaporte em que haja uma fotografia em cada pgina. Imagine em seguida toda uma serie de fotografias arrumadas em fila, e voc ao lado com a sua fita mtrica medindo o respectivo comprimento total.

    Tambm aqui as associaes no tm qualquer significado, apenas a funo de associar no seu crebro as fotografias o passaporte e a fita mtrica de forma que no futuro voc possa lembrar facilmente de onde esto estes objetos.

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    COMO FIXAR UMA LISTA DE COMPRAS A FAZER

    Se voc precisa memorizar uma lista de compras no hesite em recorrer tcnica de associao de imagens. Voc pode usar a tcnica mesmo que tenha que memorizar vrias listas referentes a vrios locais onde deseja fazer as compras.

    Deste momento em diante, abandone as listas de compras e de compromissos e procure utilizar sua memria juntamente com as tcnicas aqui apresentadas. Lembre-se de que quanto mais voc usa e confia em sua memria melhor ela fica e mais fcil voc faz associaes e aprende tudo que deseja.

    Faa os prximos dois exerccios, depois voc aprender a memorizar trechos musicais.

    EXERCICIO N 32

    Eis uma lista de compras:

    Caderno

    Tinta

    Laranjas

    Queijo

    Torradas

    Manteiga

    Refrigerante

    Algodo hidrfilo

    Xarope pra tosse

    Pasta de dentes

    Forme to rapidamente quanto possvel as associaes de imagens. Dentro de uma hora, tente reconstituir a lista.

    EXERCICIO N 33

    Tente lembrar do nome dos professores que teve desde os 15 anos de idade. Ver que, em geral, foram os professores que lhe ensinaram as suas matrias preferidas que voc conseguira recordar.

    Isto prova que a afetividade desempenha um papel muito importante quanto intensidade da lembrana.

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    COMO FIXAR UMA MSICA OU TRECHO MUSICAL

    A memria auditiva encontra-se, em geral, muito desenvolvida em msicos. Sabe-se que Mozart reconstituiu, de memria, o Misere da Capela Sixtina, depois de, somente, duas audies.

    Por vezes, o dom musical desenvolve-se ao mesmo tempo em que uma boa memria musical. Mas nem sempre isso acontece. Cita-se, por exemplo, o caso de Paderewski, o clebre pianista polaco, que, quando criana no era capaz de reter uma obra musical melhor que qualquer outro.

    Embora Paderewski j fosse um msico, ele no tinha memria musical superior normal. Isso porque ele no tinha treinado corretamente. Um professor soube ajud-lo neste sentido, desde ento sua memorial musical se desenvolveu prodigiosamente, rapidamente pode aprender sinfonias inteiras, tinha 15 anos.

    Esse e outros exemplos nos mostram que a memria desenvolve-se atravs de treino e compreenso.

    Analise um trecho musical. Decomponha-o em partes diferentes. Compreenda o sentido profundo e encadeamento. Ento, ser fcil fix-lo.

    De um modo geral, para fixar qualquer obra musical siga os seguintes conselhos:

    1. Oua primeiro o trecho todo uma vez, atentamente, para adquirir uma impresso geral;

    2. Oua novamente, agora, procure analisar as diferentes partes, os diferentes movimentos. Preste ateno s semelhanas e diferenas que possam existir entre as varias partes. Se necessrio, oua de novo as partes semelhantes uma aps a outra;

    3. Escute novamente o comeo e o fim;

    4. Tente reconstituir, cantarolando, o comeo e o fim;

    5. Oua, outra vez, para fixar trechos;

    6. Anote as falhas que porventura existam;

    7. Escute novamente o conjunto e tente reconstitu-lo inteiramente.

    Embora este mtodo seja muito mais simples na prtica que no papel, sem maiores esforos voc obter resultados satisfatrios em apenas uma nica sesso.

    Pelo menos no principio voc pode voc poder, por exemplo:

    Executar os itens 1 e 2 no primeiro dia.

    Os itens 3 e 4 no segundo dia.

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    No terceiro dia o item 5 e 6.

    No quarto dia o item 7.

    Cada sesso deve durar 20 minutos.

    Com a experincia voc vai verificar que os primeiros trechos so bem mais difceis de serem fixados. Com o tempo far progressos considerveis, confirmando mais uma vez que quanto mais armazenar mais fcil so feitas s novas associaes e conseqentemente mais fcil torna-se a memorizao.

    EXERCICIO N 34

    Pratique o exerccio de memria auditiva descrito na lio. Oua um trecho musical ou musica. Tente reconstituir o inicio, cantarolando-o. Depois, tente reconstituir a parte final.

    Torne ouvir a musica a fim de fixar outros trechos intermedirios.

    Seguidamente, oua-o novamente a fim preencher quaisquer falhas que porventura tenha notado.

    Dever chegar a conhecer todo o trecho ou musica de cor.

    Se no conseguir numa nica sesso, que deve durar no mximo 20 minutos, retome no dia seguinte.

    COMO FIXAR O QUE L

    Para fixar o que l primeiramente voc tem que estar disposto a ler.

    Isso parece obvio, mas um problema comum, se voc no quer ler, se no esta disposto a faz-lo, ai ficar distrado e no vai conseguir se concentrar, esse portanto o primeiro ponto a se observar.

    Em seguida, tenha, por exemplo, um lpis ao seu alcance e marque os pargrafos ou passagens mais importantes, as idias-chave, as noes que deseja memorizar com preciso.

    Assim que terminar a sua leitura, releia todos os pargrafos ou trechos marcados lateralmente ou sublinhados, feche o livro e tente reconstitu-los.

    Se o contedo for longo, reveja todos os dias as partes marcadas na vspera, para consolidar, faa uma reviso semanal.

    Se for necessrio fixar um certo numero de idias de maneira precisa e ordenada, poder utilizar as tabelas de chamada ou mtodo das localidades, voc aprender estas tcnicas em tutoriais futuros.

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    Deste modo voc ter um conhecimento particular da obra lida, da qual ter tambm uma boa viso de conjunto.

    COMO FIXAR O QUE DEVE ESTUDAR

    Quando se tratar de estudar, sistematicamente, qualquer matria, proceda da seguinte forma:

    1 - Assegure-se de que compreende bem tudo o que l.

    No passe a outro pargrafo antes de ter compreendido claramente o sentido do precedente.

    2 - Tenha a inteno de fixar o que estuda.

    sempre o mesmo principio. Primeiramente, necessrio querer, realmente, para poder.

    3 - Interesse-se pelo que deve estudar.

    No se contente com ler. Reflita nos resultados que podero advir desse estudo. Pense nas aplicaes ou no proveito prtico que dele poder extrair posteriormente.

    4 - No estude muito de uma vez.

    intil fazer um enorme esforo para aprender muito de uma s vez.

    Se fatigar, a sua capacidade de assimilao diminui muito. , pois, pura perda de energia (normalmente sem resultados prticos).

    Estudando uma quantidade confortvel de matria de cada vez, aprender sem esforo.

    Se precisa aprender 120 versos, faa 4 sesses de estudo de 30 versos, de 20 minutos cada, por exemplo. E no uma nica sesso de duas horas para aprender tudo de uma s vez.

    5 - No decomponha muito o que aprender.

    No se trata de noo oposta transmitida no item anterior. Apenas quero deixar claro que voc deve se preocupar tambm em no perder a noo de conjunto.

    Se tiver 30 versos a aprender, se torna necessrio no fracionar demais, por exemplo, no estude 2 versos de cada vez, divida o estudo em 3 grupos de 10 versos, por exemplo.

    Se no fizer isso poder perder a noo de conjunto e ter mais tarde dificuldade em reencontrar o encadeamento entre os versos.

    6 - Procure estudar sempre no mesmo horrio.

  • Curso de Memorizao

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    Estudando, diariamente, no mesmo horrio, o seu crebro vai se habituar a registrar ou captar nesta hora. Torna-se uma espcie de reflexo condicionado que gera pr-disposio para o estudo.

    Assim voc aprender mais rapidamente e com menos esforo.

    noite, antes de dormir, um timo momento para o estudo. Do mesmo modo, tambm, de manh, ao despertar, um momento excelente.

    7 - Faa revises com freqncia.

    Recapitule varias vezes o que aprendeu. Reveja trs, quatro, cinco vezes as mesmas coisas, recorrendo, para