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Manual prático e descomplicado para concurseiros e demais interessados Advogada especializada em concursos públicos $0 gratuito e-book

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Manual prático e descomplicado para

concurseiros e demais interessados

Advogada especializada em concursos públicos

$0gratuito

e-book

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DIREITOS AUTORAIS

Todos os direitos reservados. Este e-book (livro digital) é uma obra intelectual

protegida nos termos da Lei 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial, de

qualquer parte, ou integral deste livro, assim como é proibida a cópia ou

transmissão, sem o consentimento prévio e por escrito da sua autora, sob pena

de caracterizar-se o crime previsto no art. 184 do Código Penal.

Este e-book foi elaborado por Marcela Barretta, advogada especialista em

concursos públicos, para destinação e uso pessoal de suas leitoras e leitores,

sendo vedada a comercialização total ou parcial desta obra.

IDEOLOGIA DESTE PROJETO

Este material foi elaborado com base na experiência profissional da autora,

mas principalmente com base em estudos acerca do tema, através de doutrina

das mais renomadas autoras e autores brasileiros de Direito Administrativo e

da mais atualizada jurisprudência dos nossos tribunais.

Através do presente e-book, pretende-se auxiliar qualquer interessado a

elaborar um recurso administrativo contra decisão de banca de concurso nas

seguintes etapas exemplificativas: exame médico, exame psicológico, exame

físico, investigação social e exame de títulos.

SOBRE A AUTORA

Marcela Barretta é advogada desde 2004, formada pela Faculdade de Direito

de Marília mantida pela Fundação Eurípedes Soares da Rocha, pós-graduada

em Direito Administrativo pela PUC-SP, pós-graduada em Direito Contratual

pela Escola Superior de Advocacia de São Paulo, Cursou Fundamentos Del

Derecho Administrativo, pela Universidad Carlos III de Madrid, dentre outros

inúmeros cursos na área de direito público. É advogada atuante na área de

concursos públicos, na área de licitações e contratos administrativos e ações

contra Municípios, Estados e União Federal.

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Índice

1. Introdução .............................................................................................................................. 3

2. Estrutura ................................................................................................................................. 4

2.1 Endereçamento .............................................................................................................. 4

2.2 Qualificação .................................................................................................................... 5

2.3 Indicação do decurso ................................................................................................... 5

2.4 Decisão Recorrida ......................................................................................................... 5

2.5 Motivação ......................................................................................................................... 5

2.6 Pedido ............................................................................................................................... 6

2.7 Finalização ....................................................................................................................... 6

3. MODELO PRÁTICO .............................................................................................................. 7

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1. Introdução

Primeiramente, é preciso informar que os recursos administrativos não

possuem uma lei específica como possuem os recursos dentro dos processos

judiciais, que são regulados pelo Código de Processo Civil. Existe, sim, a Lei

9.784/99 que regula o processo administrativo no âmbito da Administração

Pública Federal e, consequentemente, os recursos nos procedimentos

administrativos nessa esfera. Porém, poucas questões referentes ao recurso

administrativo (na esfera federal) são esclarecidas por esta lei, como, por

exemplo, o prazo para interposição, a legitimidade para recorrer (quem pode

recorrer), dentre outras.

Os recursos fora da esfera federal nem sempre possuem previsões em

leis esparsas, regulamentos, portarias, etc. e dificilmente a Administração

Pública esgota todas as dúvidas existentes a respeito do assunto.

No final das contas, os recursos administrativos, comumente são

regulados pelos Princípios de Direito que a Administração Pública deve seguir,

por leis que eventualmente existam para o recurso, no caso específico e,

também, por analogia a outras leis, mas sempre e primeiramente respeitando

os Princípios da Administração Pública, que são imutáveis e aplicáveis a todas

as situações das quais ela faça parte.

O recurso administrativo é conceituado pela doutrina brasileira como um

meio formal de impugnar um ato administrativo. No caso deste singelo e-book,

o recurso administrativo é um meio de impugnação de um resultado de uma

etapa em concurso público, seja ela o exame físico, o exame psicológico, a

investigação social, a análise de títulos ou qualquer outra fase que tenha

prejudicado o candidato em virtude de uma decisão.

Assim, é preciso ter em mente que para recorrer deve haver algo com o

que você não concorde, seja por haver uma ilegalidade no caso ou até mesmo

um erro por parte da banca examinadora do concurso. Por exemplo, no caso

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de inaptidão em exame psicológico, quando não existe legislação específica e

clara que preveja a aplicação de exame psicológico no concurso para o cargo

(pois só é possível exame psicológico se houver previsão legal - assunto para

outro e-book).

Aqui não entraremos na questão do mérito da decisão recorrida (os

argumentos, de fato e de direito, que serão utilizados para demonstrar que a

decisão deve ser modificada), mas apenas nos atentaremos à estrutura de um

recurso administrativo, que deve ser sempre escrito por força do “Princípio da

Formalidade”, ao qual estão submetidos todos os atos da Administração

Pública no Brasil.

2. Estrutura

O recurso, quando é feito pela internet, na maioria das vezes, já possui

formulário próprio que monta automaticamente a sua estrutura, bastando

preenchê-lo nos campos disponíveis.

Mas, muitas vezes, só existe um único campo para todo o recurso. Então a

estrutura a seguir deverá ser utilizada sempre que possível, pela internet ou

fisicamente.

2.1 Endereçamento

É a identificação de quem irá analisar e julgar o recurso. Pela lógica

jurídica, deve ser alguém hierarquicamente superior à pessoa que proferiu a

decisão contra a qual se recorre. Mas muitas vezes isso não acontece,

caracterizando-se uma ilegalidade ao ser a própria pessoa que proferiu a

decisão a julgar o recurso contra sua decisão. É possível impugnar essa

ilegalidade, judicialmente.

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2.2 Qualificação

É o fornecimento de dados que identifiquem o recorrente (quem está

recorrendo - o candidato). Nome completo, estado civil, profissão, RG, CPF,

endereço, telefones e e-mail.

2.3 Indicação do decurso

No caso dos concursos públicos, a indicação é que se trata de um

“recurso administrativo”, mas pode, também, ser nomeado como “recurso

contra o resultado da investigação social do concurso para o cargo de

Delegado de Polícia do Estado de SP, edital nº XYZ”, por exemplo. Aqui, você

aproveita para indicar contra o que está recorrendo.

2.4 Decisão Recorrida

Caso tenha havido uma decisão, fundamentada, onde a banca tenha

exposto seu parecer para a tomada da decisão, deve-se inserir cópia desta

decisão, neste momento.

2.5 Motivação

A parte mais relevante, é a exposição dos motivos, de fato e de direito,

que demonstram a necessidade de modificação da decisão contra a qual se

recorre – a inaptidão no exame psicológico, por exemplo. Além do relato do

caso, onde o recorrente informa ter prestado o concurso e ter sido aprovado

em todas as fases anteriores, mas ter sido eliminado na fase em questão, é a

oportunidade para os argumentos, na grande maioria das vezes, de cunho

jurídico. Porém, é possível argumentar algum motivo não jurídico que justifique

a modificação da decisão recorrida.

É interessante que a motivação seja dividida em tópicos, um para os

fatos, onde se narra o evento que deu origem à decisão recorrida e outro para

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o direito, onde se explica o embasamento jurídico ou lógico que dá respaldo

para a modificação da referida decisão.

É nesta oportunidade que se deve indicar a norma que foi ignorada pela

banca do concurso ao proferir a decisão. Deve-se inserir cópia do dispositivo

da norma, em específico. Em seguida, demonstrar o raciocínio que submete a

situação à referida norma. É importante, se possível, citar jurisprudência dos

tribunais brasileiros, demonstrando que o seu raciocínio está correto. É

importante, também, inserir cópia de entendimento doutrinário, se houver. E, ao

final, fechar a motivação com uma conclusão final, em uma redação que

resuma toda a argumentação de forma clara.

2.6 Pedido

É onde se manifesta o interesse específico do recorrente, indicando o

conteúdo da providência que se requer.

2.7 Finalização

Ao final do pedido, devem ser inseridos local e data, além da assinatura

do candidato.

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3. MODELO PRÁTICO

ILUSTRES MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DO

CONCURSO - EDITAL Nº XXX DO ANO XXX DA

PREFEITURA DE XXXXXXXXXXXX, ESTADO DE

XXXXXXXX

João Silva, brasileiro, casado, auxiliar de escritório, RG nº

00.000.000-0 e CPF nº 000. 000.000-00, residente e domiciliado na

Rua Tal, nº 0, Bairro Tal, na cidade de São Paulo/SP, CEP 00000-

000, e-mail: [email protected], telefone: (11) 0000-0000, vem,

respeitosamente, perante Vossas Senhorias, apresentar

RECURSO ADMINISTRATIVO

contra o resultado da etapa da investigação social, na qual foi

considerado inapto, conforme decisão publicada no dia 00/00/0000,

requerendo seja remetido para julgamento pela autoridade

imediatamente superior à que julgou que não mereço ser

considerado apto na referida etapa.

1º PASSO:

Endereçamento

Espaço para

decisão e

observações do

julgador

2º PASSO:

Qualificação

3º PASSO:

Indicação do

recurso

4º PASSO:

Ato contra o

qual se recorre

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Da decisão

Segundo cópia do processo de investigação social fornecida pelo

departamento de recursos humanos da prefeitura, fui considerado

inapto na investigação social por existir, contra mim, boletim de

ocorrência por agressão, B.O. nº 0000/00, registrado no 0º Distrito

Policial do Bairro Tal, da Cidade de São Paulo/SP.

[decisão]

Dos motivos pelos quais a decisão deve ser modificada

Prestei o concurso para o cargo de XXXXXXX da Prefeitura

do Município de XXXXXX, Estado de XX.

Aprovado na prova objetiva e na prova prática, fui

convocado para apresentação de documentos para a investigação

social.

Ocorre que fui injustamente eliminado na referida etapa e

mereço ser reintegrado no certame pelos motivos abaixo aduzidos.

[argumentação]

Do pedido

Diante do exposto, requer, de Vossas Senhorias, a

modificação da decisão que me considerou inapto na etapa da

investigação social e, consequentemente, minha reintegração no

certame para a fase seguinte.

Nestes termos, peço deferimento.

Cidade/Estado, 00 de XXXX de 201X.

_________________________

JOÃO SILVA

4º PASSO:

Decisão

recorrida (ato

contra o qual se

recorre)

Cópia da

decisão, se

houver

5º PASSO:

Motivação

6º PASSO:

Pedido

7º PASSO:

Local, data e

assinatura