manual do jornalista

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Page 1: Manual do Jornalista
Page 2: Manual do Jornalista

APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 3

MANUAL DE ATUAÇÃO .................................................................................... 5

Cobertura Jornalística .................................................................................... 6

Divulgação das Notícias ...................................................................................... 6

Papel do Jornalista ......................................................................................... 7

Estrutura ........................................................................................................ 8

Regras de Comportamento ........................................................................... 10

Coletivas de Imprensa .................................................................................. 11

MANUAL TÉCNICO .......................................................................................... 12

Mídia Impressa ............................................................................................ 13

Filtros de Notícias.............................................................................................. 13

Fontes de Informação ........................................................................................ 14

Gêneros Jornalísticos ......................................................................................... 15

Edição ............................................................................................................... 19

Diagramação ..................................................................................................... 20

Mídia Audiovisual ....................................................................................... 23

Jornal Televisivo ............................................................................................... 23

Imagem ............................................................................................................. 23

Redação ............................................................................................................. 24

Locução ............................................................................................................. 25

Edição ............................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 27

Page 3: Manual do Jornalista

3

APRESENTAÇÃO

O Comitê de Imprensa é o responsável pela cobertura e reprodução

jornalística durante o SOOI-UFABC, utilizando-se das plataformas de mídia

impressa e online. Ao divulgar as notícias durante a ocorrência do SOOI-

UFABC, os participantes do Comitê de Imprensa poderão, de certa forma,

influenciar o andamento do evento abordando, em suas agências de notícias,

aspectos do tema da simulação ainda não apresentados pelos delegados.

Os integrantes do Comitê, representando diferentes agências

internacionais, atuarão ao lado d’ A Voz do SOOI, agência de notícias oficial

do SOOI-UFABC, na divulgação das discussões ocorridas durante as sessões,

além de outros assuntos que julgarem relevantes. Os participantes devem adotar

uma diretriz condizente com a posição da agência que representam, assumindo

na divulgação de suas notícias indicações dessa orientação.

Assim, para que possam desenvolver um material jornalístico com

informações fidedignas, os participantes do Comitê de Imprensa devem estar

inteirados tanto do tema em debate quanto do tom das notícias divulgadas pela

agência que representa à época do objeto da simulação.

Page 4: Manual do Jornalista

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Page 5: Manual do Jornalista

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Page 6: Manual do Jornalista

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COBERTURA JORNALÍSTICA

Divulgação das Notícias

O material de divulgação deve ser produzido durante os dias da

realização do SOOI-UFABC. A cobertura jornalística dar-se-á através de meios

impresso e online.

Mídia Impressa: terá espaço de divulgação através da confecção de um

jornal, sendo disponibilizado na semana posterior ao SOOI-UFABC.

Assim, os participantes do Comitê de Imprensa devem, ao final de cada

dia da simulação, reunir-se para discutir a sessão de debate que

presenciaram e quais temas seriam relevantes para serem abordados.

Mídia Online: utilizando-se das plataformas online que acharem

adequadas para propagação das notícias (Twitter, Facebook, Blog, etc),

os participantes do Comitê de Imprensa poderão alimentar essas mídias

durante as discussões e debates do SOOI-UFABC que presenciarem, de

forma que as delegações possam acessar esse conteúdo durante a

simulação e possam utilizar (ou não) projeções e argumentos levantados

pela mídia, e até então negligenciados pela mesa de debate. Desta

maneira, o Comitê de Imprensa pode alterar o encaminhamento das

discussões do SOOI-UFABC à medida que as notícias que produzam

sejam relevantes para o debate.

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Page 7: Manual do Jornalista

7

PAPEL DO JORNALISTA

Os integrantes do Comitê de Imprensa do SOOI-UFABC terão a

oportunidade de, além de presenciarem a simulação de debates de organizações

internacionais junto a outros ouvintes, produzirem informações que poderão

contribuir para o andamento dos debates do SOOI-UFABC. Assim, assumem

um papel de grande responsabilidade junto ao evento. Para que o trabalho do

Comitê seja o mais verossímil possível, o participante deve estar inteiramente

conectado ao papel do jornalista, conhecendo as técnicas de trabalho e atuação

destes profissionais.

Tendo em vista o papel do jornalismo e das grandes mídias para a

divulgação das notícias mais importantes em todo o mundo, se faz necessário

um olhar crítico sobre o que se vê, além da descrição corrente dos fatos. Para a

elaboração de uma notícia completa é essencial levar em consideração os atores

envolvidos, o ambiente politico e a conjuntura internacional corrente ao tema do

debate.

É imprescindível que os participantes do Comitê de Imprensa estejam

informados acerca dos tópicos mencionados acima, de modo que o

desenvolvimento das matérias tenha mais credibilidade.

Espera-se, no entanto, a adoção de uma postura condizente tanto com a

sua agência de notícia respectiva quanto com o viés que a mesma,

necessariamente, carrega na sua veiculação de tais informações; o que levará a

uma reflexão mais ampla sobre o papel dessas entidades como divulgadoras de

tais debates, bem como formadoras e influenciadoras de opinião.

Page 8: Manual do Jornalista

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ESTRUTURA

O Comitê de Imprensa estará assim estruturado:

A Voz do SOOI: agência de notícias oficial do SOOI-UFABC, tem

como integrantes membros da Comissão de Imprensa do evento.

Agência de Notícias: tais entidades variarão de acordo com o(s) tema(s)

escolhido(s) pela Comissão Organizadora para ser objeto de debate, de

forma que se proporcione ao público do SOOI-UFABC visões diferentes, e

até mesmo contrárias, sobre o tópico em questão e os debates ocorrendo na

simulação através das publicações. Por exemplo: a elaboração hipotética da

edição da Revista Veja e o Jornal Folha de São Paulo de acordo com o tema

posto em pauta. Sendo assim, não há necessidade de que seja o mesmo tipo

de veículo a ser escolhido, bem como não há pretensão de limitar o número

de agências.

Assessor de Imprensa: membro da Comissão Geral designado para

comunicar as notas oficiais geradas pelas mesas de debate, organizar as

Coletivas de Imprensa e orientar membros das Agências de Notícias durante

o SOOI-UFABC.

Para a possível formação de um grupo de staffs de agência de

notícias recomenda-se que sejam ocupadas as seguintes funções:

Editor-Chefe: é responsável pela criação da pauta a ser seguida pelos

jornalistas; revisão final dos textos; diagramação da mídia impressa;

postagens na mídia online escolhida pelo grupo. Atua, junto ao fotógrafo, na

escolha de fotos a serem utilizadas para montagem da galeria. Pode, se

desejar, assinar artigos em sua agência.

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Page 9: Manual do Jornalista

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Jornalista: além de trabalhar na criação da pauta do jornal junto ao

editor-chefe, é responsável pela elaboração de notícias a serem publicadas.

Recomenda-se que assine, pelo menos, duas notícias por dia de debate.

Fotógrafo: é responsável por produzir fotografias de momentos-chave

do SOOI-UFABC. Deverá trabalhar em contato com os jornalistas,

atendendo as necessidades destes quanto a fotografias a serem incluídas nas

notícias. A organização de uma galeria de fotos do SOOI-UFABC na mídia

online da agência de noticias é responsabilidade deste integrante, junto a seu

editor-chefe. Pode, se desejar, assinar artigos em sua agência.

As três funções listadas acima não são cargos fixos, ou seja, no

entendimento de sobrecarga sobre algum dos integrantes da agência pode haver

auxílio dos demais representantes, partilhando as tarefas. Poderá haver mais de

um representante em cada função, de acordo com as necessidades da Simulação

vigente.

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REGRAS DE COMPORTAMENTO

Os integrantes do Comitê de Imprensa devem obedecer às seguintes

regras de conduta:

I. Atender ao código de vestimenta, que define que os homens devem usar

exclusivamente terno, gravata e sapato social. Para as mulheres, permite-

se o uso de calças compridas, saias ou tailleurs. Não é permitido: o uso

de jeans, saias curtas, bonés, tênis, chinelos ou quaisquer outros

acessórios que estejam em desacordo com os trajes formais

estabelecidos;

II. Os integrantes do Comitê de Imprensa não podem, de forma alguma,

interferir nas sessões de simulação. Devem somente observar, filmar

e/ou fotografar a simulação, tomando o cuidado de não atrapalhar o seu

andamento;

III. A manutenção do silêncio durante as sessões é indispensável;

IV. A organização de coletivas de imprensa será realizada somente pela

Comissão de Imprensa;

V. A responsabilidade pelo material de trabalho, especialmente

equipamentos eletrônicas, é de cada participante;

VI. É obrigatória a participação nos cursos preparatórios anteriores à

simulação;

VII. Em caso de dúvidas quanto ao andamento da sessão, o participante deve

consultar o Assessor da mesa de debate;

VIII. Nos intervalos entre as sessões, é permitido aos integrantes do Comitê de

Imprensa entrevistar os delegados, desde que estes concordem.

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COLETIVAS DE IMPRENSA

As Coletivas de Imprensa serão organizadas pelo Assessor de Imprensa

da mesa de debate. A Voz do SOOI e o Comitê de Imprensa, representando as

agências de notícias, poderão então realizar perguntas, respeitando sempre a

ordem estabelecida pela Comissão de Imprensa. Recomenda-se que sejam

realizadas Coletivas:

Inicio das Atividades do SOOI-UFABC: antes que se dê inicio ao

evento, de forma que os delegados e membros da Mesa Diretora expressem

suas expectativas quanto ao SOOI e aos debates que ocorrerão durante o

evento.

Palestrante Convidado: desde que o mesmo esteja disponível para tal

coletiva, para que o palestrante possa expressar sua opinião em relação ao

SOOI-UFABC e ao tema discutido.

Dias de Debate: ao fim de cada dia de debate, de forma que os

delegados se manifestem a respeito das discussões realizadas até o momento

e das estratégias adotadas por países de opinião contrária.

Encerramento: ao final do evento, para que os delegados expressem

seus sentimentos e opiniões em relação ao debate proposto pelo SOOI-

UFABC e pelo curso do evento durante os dias de discussões.

Além das Coletivas de Imprensa, entrevistas individuais com membros

da Comissão Geral organizadora do SOOI-UFABC, com integrantes das

delegações e com ouvintes poderão ser concedidas A Voz do SOOI e às

agências do Comitê de Imprensa, para contribuição da cobertura jornalística do

mesmo.

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MÍDIA IMPRESSA

O surgimento da mídia imprensa ocupa papel de fundamental

importância: difundir informações por meio da escrita. Nesta mídia, o

jornalismo ocupa função central e tem na notícia seu principal atributo. Assim, o

jornalismo e a mídia impressa compartilham uma trajetória de desenvolvimento

bastante parecida.

A mídia impressa destaca-se por ser um dispositivo voltado, em grande

parte, a materiais jornalísticos e publicitários. A tecnologia de impressão tem se

aprimorado desde a invenção da imprensa por Johannes Gutemberg no século

XV.

Entende-se que um dos elementos mais importantes a se

considerar no estudo de uma mídia qualquer está nos seus métodos de

disseminação de informações numa dada sociedade, pois tal fator irá

interferir na sua influência sobre o quadro cultural da sociedade.

(VIANA, 2013, p.03)

De acordo com Innis (2011, p.103), “a relativa ênfase no tempo ou no

espaço irá implicar um viés de significação para a cultura no qual está inserido”.

Filtros de Notícias

A notícia é um dos principais produtos da mídia impressa, produzida

através de técnicas específicas no âmbito das práticas e rotinas do jornalismo.

Mas, nem tudo pode ser classificado como notícia. Uma das funções do

jornalista é separar o que é do que não é notícia. Os filtros de notícias variam de

acordo com o jornal, porém, podemos indicar alguns critérios válidos para

qualquer publicação:

Proximidade: levando em consideração não apenas a questão da

distância geográfica, como também proximidade afetiva e cultural.

Page 14: Manual do Jornalista

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Momento do Acontecimento: quanto mais recente e atual o

acontecimento, maior a chance de ser notícia.

Significância: as probabilidades de um acontecimento ser considerado

notícia se elevam proporcionalmente a sua intensidade e abrangência.

Assim, o acontecimento é mais relevante quando consta de menor

imprecisão quanto aos dados e maior quantidade de sujeitos envolvidos.

Proeminência Social dos Atores Envolvidos: a importância

nacional/internacional do ator aumenta as probabilidades do

acontecimento em que este está envolvido ser noticiado.

Consonância: consideradas a ligação ao objetivo e público alvo do

jornal, aumentam-se as chances de ser noticiado.

Imprevisibilidade: as chances de o evento ser noticiado crescem em grau

proporcional a sua imprevisibilidade.

Continuidade: o desenvolvimento de um evento já noticiado também

deve ser considerado notícia.

Composição: consideradas as similaridades do evento em relação à

temática que se propõe o jornal, mais provável que um acontecimento

seja notícia.

Negatividade: quanto mais se desvia do que é considerado normalmente

e amplamente aceito, mais provável que um acontecimento seja

noticiado.

Fontes de Informação

Tudo o que possua informação passível de ser notícia pode ser

considerado uma fonte. A notícia pode ser baseada nessa fonte, contanto que

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Page 15: Manual do Jornalista

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esta tenha sido verificada pelo jornalista. Assim, fontes de informação são de

grande relevância para o jornalismo. Quanto mais e melhores estas forem,

melhor o trabalho e conteúdo noticiado.

Atualmente, qualquer um pode difundir informações para um grande

número de pessoas. Desta forma, uma das características que diferencia o

jornalismo é a validade das informações divulgadas, que produz confiança dos

leitores. Para que essa confiabilidade seja mantida deve-se sempre verificar as

fontes, ou seja, sempre verificar as informações recebidas.

Ao jornalista cabe prestar atenção a todas as informações que

lhe são transmitidas e também aquelas que não lhe são. Deve confirmar

e gerir toda a informação que recebe, nunca descurando que as fontes

são sempre interessadas. (SOUZA, 2001, P. 65)

No relacionamento entre jornalista e informante há sempre interesse de

ambas as partes, por isso deve-se sempre confirmar e ampliar a base de

informações. O jornalista deve sempre identificar a fonte da notícia dando,

assim, mais credibilidade a seu trabalho. A utilização de fontes anônimas deve

ser muito bem ponderada.

Gêneros Jornalísticos

Tipificam-se os principais gêneros jornalísticos em: notícia, entrevista,

reportagem, crônica, editorial e artigo (de opinião, análise, etc). Porém, os

gêneros jornalísticos não têm fronteira e, por vezes, é difícil classificá-los. Até

porque, estrategicamente, todas as publicações jornalísticas são notícias,

principalmente quando trazem informações novas.

A linguagem jornalística é a mais importante das linguagens usadas no

jornalismo impresso. Mas não se pode ignorar a linguagem das imagens e a

convergência de ambas. Para fins desse manual, trataremos apenas de notícia,

entrevista, reportagem e artigo.

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1. Notícia

Considerado o gênero mais comum, compõe-se de um texto

proeminentemente informativo, relativamente curto, claro, direto e conciso.

Uma notícia deve ser atual e verídica, como também produzir interesse no leitor.

Segue uma estrutura básica, apresentada no tópico Edição deste Manual.

Entretanto, não se pode estabelecer fronteiras rígidas para as notícias,

como para os demais gêneros, já que esta pode admitir elementos de outros tipos

jornalísticos, como a entrevista.

Escrevendo Uma Notícia

Para que o desenvolvimento do texto da notícia corra de maneira

apropriada, algumas condutas são fundamentais. Desde o início, o jornalista já

deve ter em mãos todo s material que será utilizado por ele para redigir a notícia,

organizando-se de forma a não precisar passar por interrupções durante sua

escrita.

Para o início da pesquisa que deve pautar o texto da notícia, o jornalista

deve ter em tópicos os pontos fundamentais a serem abordados, visando a

melhor compreensão pelo público alvo. Assim, deve garantir que possui as

informações que respondem aos pontos levantados, sendo que estas podem ser

provenientes de pesquisas, entrevistas, fontes de informação, etc. A melhor

forma a ser adotada, tanto para a obtenção das informações quanto para escrever

a notícia, é responder a seis questões: O QUÊ, QUEM, QUANDO, ONDE,

COMO e POR QUÊ. Além disso, sempre que se usa o elemento entrevista

como fonte de informação é preciso coletar os dados pessoais do entrevistado

que sejam relevantes para o conteúdo da notícia e se possa fazer uso de citações,

se necessário. Um jornalista deve sempre procurar ouvir todos os sujeitos

envolvidos no evento que deseja noticiar e, em seguida, confirmar as

informações que lhe foi passada por estes.

Para a redação da notícia, recomenda-se a construção de parágrafos que

respondam as perguntas já acima mencionadas. É importante situar tais

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Page 17: Manual do Jornalista

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respostas nos primeiros parágrafos incluindo, por último, informações adicionais

que sejam relevantes. Além disso, é fundamental o uso de uma linguagem

jornalística: formal e com vocabulário extenso, mas balanceado com a

simplicidade, tendo em mente atingir um maior público. Aconselha-se que todo

o cabeçalho inicial – antetítulo, título, superlead – seja feito por último,

possibilitando ao jornalista uma releitura de sua notícia antes de nomeá-la.

Outro ponto importante a ser mencionado: uma notícia é a descrição de

um evento. O jornalista não deve incluir sua opinião neste gênero jornalístico,

mas relatar as informações provenientes de sua pesquisa, contextualizando os

fatos e mencionando as fontes.

2. Entrevista

A entrevista, enquanto técnica jornalística, deve distinguir-se da

entrevista enquanto técnica de obtenção de informações por meio de pergunta a

outros. A entrevista enquanto obtenção de informação é indissociável da

atividade jornalística: o jornalista faz entrevistas sempre que contata fontes. No

entanto, o jornalista nem sempre usa o gênero jornalístico entrevista para

divulgar as informações recolhidas.

A entrevista enquanto gênero jornalístico consiste na transposição das

perguntas e respostas feitas durante a entrevista quando obtenção de

informações.

Entrevistas Pergunta-Respostas: a pergunta figura sempre no

enunciado, antecedendo a resposta. Se necessário, podem ser

segmentadas em blocos temáticos.

Entrevistas em Discurso Indireto: o que o entrevistado diz é inserido

num texto mais amplo e contextual, no qual podem ou não figurar as

perguntas feitas pelo entrevistador.

Visando o melhor transcorrer de uma entrevista deve-se aderir a um

método previamente planejado. Marcada a entrevista e tendo já combinado o

local, enumeram-se as perguntas básicas a serem feitas, que podem ser

ampliadas de acordo com as respostas do entrevistado. Durante o encontro, uma

Page 18: Manual do Jornalista

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dica é deixar o entrevistado a vontade e direcionar suas perguntas de acordo com

as respostas que forem recebidas, de forma que o jornalista possa receber

informações não esperadas inicialmente.

3. Reportagem

O principal objetivo de uma reportagem é informar com profundidade e

exaustividade, contando uma história. A reportagem é um espaço apropriado

para expor causas e consequências de um acontecimento, para contextualizá-lo,

interpretá-lo e aprofundá-lo, num estilo que aproxime o leitor do acontecimento.

As principais características são: predominância da narração, humanização do

relato, texto impressivo e factualidade da narrativa.

Para que sejam atingidos os objetivos principais da reportagem faz-se

necessário uma averiguação minuciosa em diversas fontes de pesquisa que

tenham relação com o tema. Propondo-se ao melhor desenvolvimento para

reportagem, deve-se determinar qual ângulo da história pretende-se abordar para

que, a partir de então, se dê início a pesquisa, com a definição de um roteiro de

trabalho em que constem os temas de pesquisa e as possíveis entrevistas.

Entretanto, se ao longo da pesquisa o acesso a novas informações alterarem a

abordagem que se pretende adotar, uma revisão completa do trabalho já

realizado deve ser feita, se adequando ao novo contexto.

4. Artigos

Artigos são publicações que não se enquadram nos restantes dos gêneros.

Normalmente, possuem uma natureza interpretativa, explicativa e/ou

interpretativa. São assumidamente subjetivos e pessoais. A credibilidade pessoal

do articulista e a pertinência do tema, em grande medida, determinam o sucesso

do artigo.

Artigo de Opinião: procura-se, essencialmente, opinar, por vezes com

intenção persuasiva, para convencer ou levar à ação.

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Page 19: Manual do Jornalista

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Artigo de Análise: procura-se explicar, debater e interpretar um

acontecimento, uma problemática, uma ideia, ou qualquer outro assunto

da atualidade.

Chama-se de comentário um pequeno artigo de opinião ou análise que

surge ao lado de uma publicação fatual.

Edição

A edição é a finalização do material redigido em produto de

comunicação. As notícias já produzidas pelos jornalistas são corrigidas e

organizados de acordo com normas editoriais e com o perfil da publicação.

Durante a edição, as matérias são também organizadas de acordo com a

relevância. As mais importantes ganham papel de destaque. É nesse momento

que se decide se a matéria será um texto grande ou breve registro, se terá ou não

fotografia, etc. As notícias seguem uma estrutura fixa:

Antetítulo: Pequena frase com, no máximo, cinco ou sete palavras cuja

função é introduzir a notícia, de modo que o leitor entenda imediatamente do

que se fala.

Cabeça

Antetítulo

Título

Superlead

Corpo

Lead

Texto

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Título: Anunciam o texto jornalístico. É importante, pois é o que chama

a atenção do leitor à leitura. Deve conter palavras-chave.

Superlead: Explica, reforça, completa e/ou enquadra no tempo e no

espaço as mensagens do título. Lendo o superlead, o leitor deve enteder do

que trata a notícia. Não deve repetir palavras nem do título e nem do

antetítulo.

Lead: Primeiro parágrafo da notícia, deve responder seis questões

importantes: o quê, quem, quando, onde, como e porquê.

1. Pirâmide Invertida

A técnica da pirâmide invertida consiste em colocar no lead o clímax, a

informação mais importante e ir diminuindo gradualmente o interesse da notícia.

No lead estão todas as informações que fazem parte da notícia e, em seguida,

são apresentados os pormenores necessários à melhor compreensão do

acontecido. Quanto mais longe do lead, mais longe da ação, mais perto da

compreensão.

A qualidade do modelo está em: captar interesse, facilidade de leitura e

poupança de tempo (não é necessária a leitura completa do artigo para uma ideia

geral do acontecimento).

2. Construção por Blocos

Nessa técnica se pratica um lead atrativo ao estilo da pirâmide invertida,

mas não é crucial que o lead contenha o clímax da notícia. É seguido por uma

descrição dos outros elementos, não necessariamente em ordem decrescente de

importância. A informação é distribuída por parágrafos autônomos ou por

seções autônomas.

Diagramação

A diagramação do jornal deve ter em conta a hierarquização das notícias:

a posição ocupada por estas varia dada sua relevância e ligação com a notícia

que esteja posicionada ao redor. O espaço ocupado por cada uma deve pesar de

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Page 21: Manual do Jornalista

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Simulação de Organismos e Organizações Internacionais

Universidade Federal do ABC

NOME DO JORNAL Pág. X

Ed. 001 São Bernardo do Campo, XX de janeiro de XXXX

Disclaimer: As notícias deste jornal são simuladas em função do SOOI-UFABC

acordo com sua importância: assim, o uso de uma manchete principal, seguido

por títulos de outras notícias importantes na capa do jornal, deve ter em vista o

uso ou não de imagens, considerado o tamanho da capa e a busca por uma

diagramação equilibrada entre os elementos de texto e imagem.

Tendo em mente a identidade visual da agência simulada para o uso de

uma diagramação similar é essencial. Para o cabeçalho de todas as páginas,

inclua dados básicos, como o nome do jornal, a data de publicação e o número

da página.

No rodapé, incluir em todas as páginas do jornal a seguinte colocação:

Quanto às páginas interiores do jornal, é importante que se dê atenção ao

uso de imagens, de forma que estas destaquem o interesse do leitor pelo texto.

Estruture o texto em colunas, com o cuidado de não misturar as notícias. Para a

diagramação das notícias, se contiverem subtítulos é importante dar destaque a

este. Além disso, também pode-se usar caixas de texto dentro de uma notícia,

seja para dar explicação de algo que a notícia contém, seja para inserir outro viés

à notícia apresentada. É fundamental colocar os créditos para o jornalista de

cada notícia, bem como para os fotógrafos cujas imagens forem utilizadas. Para

os primeiros, insira o nome no início ou fim da notícia; já para os últimos, insira

o nome na caixa de legenda que acompanha a foto.

Logo do

Jornal

Simulado

Page 22: Manual do Jornalista

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Por fim, na última página do jornal, reserve um espaço para incluir o

nome de todos os integrantes do staff, bem como sua função dentro da agência

simulada.

Recomendação: fonte Times New Roman, tamanho 12.

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Page 23: Manual do Jornalista

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MÍDIA AUDIOVISUAL

A mídia audiovisual diz respeito a todo meio de comunicação em que há

a utilização conjunta de elementos visuais (imagens, fotografias, desenhos,

gráficos, esquemas, etc.) e sonoros (música, voz, efeitos sonoros, etc.). Uma

mídia audiovisual é toda aquela que pode ser vista e ouvida ao mesmo tempo. A

linguagem audiovisual é resultante de três tipos de linguagem: verbal, sonora e

visual, que em conjunto transmitem uma mensagem específica.

Projetada para ser percebida ao mesmo tempo pelos olhos e pelos

ouvidos, a mídia audiovisual possibilita o envolvimento de quem a assiste, onde

o espectador não necessita recriar uma realidade imaginada.

Jornal Televisivo

Ainda hoje, a televisão é o mais poderoso meio de comunicação em

massas. Engloba som e imagem, mas é na segunda em que se concentra seu

poder. Na construção de uma peça jornalística para televisão, a concentração

deve se dar na imagem. O repórter e o cinegrafista devem compreender as

necessidades de recolher uma boa imagem e o significado de cada uma, junto a

um bom discurso.

Imagem

"Uma imagem vale mais do que mil palavras." É a imagem que permite

prender as pessoas e é o que diferencia a imprensa e o radio. É essencial

transmitir a emoção contida na imagem e esta possui um estilo de narração

próprio. Não deve haver margens para dúvidas no jornalismo televisivo (na

mídia audiovisual) e se, algumas vezes, as imagens parecem mais fortes que

palavras, o texto não deve ser desprezado. Deve-se conciliar boa imagem com

um bom texto.

A gravação de uma matéria depende de diversos fatores. A comunicação

do repórter relaciona-se à sua voz, olhar, gestos e à empatia. O relacionamento

Page 24: Manual do Jornalista

24

com a câmera deve ser familiar, mantendo expressão agradável e evitando

gesticular exageradamente.

A escolha do enquadramento deve se adequar ao tipo de reportagem. Já a

escolha da locação, também de importância máxima, deve ser baseada na

procura de local calmo, com o mínimo possível de ruído.

1. Iluminação

Uma boa iluminação constitui um aspecto fundamental para o meio

audiovisual. Por isso, é essencial que a equipe procure no terreno as melhores

condições de trabalho possíveis, tendo em mente as diferenças entre filmagem

em ambientes fechados e em ambientes abertos. Em lugares abertos, deve-se

levar em consideração a posição do sol para o posicionamento da câmera,

contrário a este. Em lugares fechados, o cuidado deve ser em relação à lâmpada

do local, de forma que o repórter e seus entrevistados não se posicionem

embaixo desta.

Redação

Para elaborar uma redação direcionada ao meio audiovisual, é importante

ter em mente o tempo de gravação. Antes do início das gravações, a análise das

informações por parte do repórter é essencial para que este pronuncie um

discurso coerente, com o uso de palavras formais, mas simples, de forma que as

informações estejam claras para o telespectador.

1. Peça

A história contada no meio audiovisual é chamada de peça. Deve

compreender começo, meio e fim, criando narrativa lógica e direta que

proporcione ao telespectador o entendimento da história transmitida. O tempo de

transmissão pode variar, porém, se a peça for direcionada a um jornal televisivo,

é interessante que estas sejam distribuídas de acordo com o peso da notícia,

contando com aproximadamente um minuto e meio.

Recomenda-se que a peça seja escrita de acordo com a ordem

cronológica dos fatos, anunciando todo o ocorrido, mas destacando o ponto mais

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Page 25: Manual do Jornalista

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importante da notícia. Os princípios de construção do texto incluem: o que está

em causa, antecedentes e consequências reais ou potenciais.

2. Picos

Um dos ensinamentos básicos do jornalismo é a pirâmide invertida (vide

seção 1.4.1), que diz que a notícia deve ser construída desde o mais importante

até o menos importante. Entretanto, aplicar essa mesma técnica numa peça

audiovisual é torná-la melancólica e chata. As peças audiovisuais devem ser

construídas de forma a ter "picos", de forma a cativar o público de modo

contínuo.

O trabalho de campo deve ser feito da mesma forma que o usado para a

Pirâmide Invertida. Contudo, ao final, o texto da notícia será redigido

construindo a peça com "picos" de interesse. Seguindo uma linha narrativa,

deve-se buscar responder as já mencionadas perguntas (o quê, quem, quando,

onde, como e por quê), utilizando referências já conhecidas pelo telespectador.

Ao fim do texto, recomenda-se uma síntese da informação principal, fechando o

texto e recuperando, para o telespectador, as principais informações repassadas.

Locução

Para o meio audiovisual, tão importante quanto às imagens, é a locução

do discurso apresentado. Assim, uma locução de qualidade se faz essencial para

que o telespectador entenda claramente a mensagem que está sendo transmitida.

Deve-se atingir uma velocidade razoável para a locução, respeitando as

pausas exigidas pela pontuação e pronunciando corretamente toda a palavra,

enfatizando as palavras-chaves para uma percepção mais rápida do conteúdo da

notícia.

Edição

O trabalho do editor é juntar as partes de uma mesma notícia, de modo a

formar um todo coerente com o que se deseja transmitir como informação.

Pode-se escolher adicionar imagens de outras notícias já veiculadas, bem como

Page 26: Manual do Jornalista

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qualquer outra imagem pertinente e de autoria da agência, para formar o todo

que se procura transmitir naquele momento. Durante o trabalho de edição,

devem-se incluir, no início ou final da peça, os nomes dos repórteres e dos

cinegrafistas, de forma a dar crédito ao trabalho destes. Já o nome do

entrevistado deve ser colocado na tela de acordo com o momento em que este

aparece na imagem.

Além disso, é responsabilidade da edição a posição das notícias dentro

do jornal, seguindo uma linha lógica para essa organização e levando em conta:

o tempo total de cada bloco, o tempo de cada notícia e as possíveis ligações

entre elas.

M

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REFERÊNCIAS

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VIANA, Bruno César. Mídia Impressa: o dispositivo. IN: Encontro Nacional de

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