manual do dogue alemão
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Informações sobre a raçaTRANSCRIPT
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Um soneto ao amigo cão
Vinícius de Morais
Ave Canen (Domingos de Morais)
O cão é o afeto em quatro patas
Amigo na alvorada ou noite escura
Pois ainda que faminto, a fuçar
latas
Fiel nos segue em dita ou
desventura
É chama e é sombra, paz e alerta
Renúncia consentida, amor doado
Lealdade que não falta na hora
incerta
É luz de quem não vê, cego ou
extraviado
Arrimo igual, irmão, só na bebida
Naquele "twelve years"
especialmente
É tudo que ora digo, face erguida
Qual sóbrio porta-voz da boêmia
gente
E lanço, copo á mão, novo ditado:
"O uísque é o cão engarrafado"
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DOGUE ALEMÃO TÃO GRANDE QUANTO BELO!
ORIGEM e HISTÓRIA
A diversidade de denominação desta raça ilustra a
hipótese relativa às origens da mesma. O dogue alemão é chamado de alano na Itália, great
dane na Inglaterra e USA, dinamarquês na Baviera e na Dinamarca, dogue de Ulm (uma
pequena cidade de Wurtemberg/Alemanha) e muitos outros nomes.
Na realidade, o dogue descende dos alantes, cães grandes
introduzidos na Europa pelos Alanos, povo irânico expulso pelos Hunos, que migraram para
aquele continente. Assim, com os Godos, Busgúndios e outros povos da época, eram
guerreiros e se utilizavam de cães de guerra combativos, como auxiliares nas escaramuças.
Nos baixos-relevos dos túmulos em Beni-Hassan aparecem cães cuja poderosa silhueta
lembra a do dogue alemão.
Desde o seu surgimento, com passagem registradas em
tapeçarias e artefatos medievais, até a atualidade, esse molosso foi tomando ares nobres e
refinados, o que pressupõe uma grande evolução estética.
Embora sejam muitos os nomes (tigger dogge, hatzrudde
sanfanger, aldenstch dogge, mitzgerhund, boarhund, kammerhunde) trata-se com certeza do
mesmo cão, que após ser adotado pelas cortes principescas foi elevado à mais alta escala
social, até o ponto de usarem coleiras de ouro maciço.
No século XIX, a cinofilia começou a firmar-se como
ciência e foi nesta época que a Alemanha decidiu estabelecer um único nome à raça. Em
1870, o Chanceler alemão Bismarck, possuía dois dogues de Ulm (dogue alemão) e gostava
de exibir-se com eles. A cinofilia alemã considerava essa raça como sendo essencialmente
nacional, alguns cinólogos davam-lhe o nome de “grande dinamarquês, o que criava um
problema de nacionalidade”.
Finalmente em 1877, os alemães oficializaram o nome
DEUTSCH DOGGE, e todos os animais pertencentes à esta raça, mesmo que registrados com
nomes diferentes, foram apresentados na exposição canina de Frankfurt com a nova
denominação.
Em 1937, a discussão sobre o nome desses cães, ainda
não era pacífica, sendo que a Dinamarca chamava para si a paternidade da raça; o delegado do
The Kennel Club Dinamarquês apresentou novos dados sobre a questão e advogava a adoção
da denominação de Grande Dinamarquês, como nome oficial.
Na realidade, não se tratava de simples questão de
vocabulário, ou nacionalismo, pois segundo o Dr. Locquet, era provável que naquele época
existissem 2 variedades de cão: a do grande dinamarquês (não reconhecida) e a do deutsche
dogge, mais importante numericamente.
A Segunda Guerra Mundial encerrou de modo trágico
toda essa discussão. O grande dinamarquês foi extinto, ficando apenas o deutsche dogge, cuja
denominação foi adotada oficialmente. Colaboração Roberta Zeppelini - Double M Kennel
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COMPORTAMENTO
Apesar desse gigante inspirar terror em algumas pessoas,
seu olhar e comportamento é prova evidente do equilíbrio que o caracteriza, equilíbrio que é
também indispensável a convivência. É um cão capaz de fazer o que for preciso para defender
o dono e seu patrimônio. Sua eficácia na guarda conta com inúmeros relatos, como da cadela
Barine (uma das precursoras da raça na Alemanha) que, sem despertar os donos, desceu até a
entrada da casa e, degolou um ladrão que entrou na casa julgando-se sozinho. Ou o cão que
em São Paulo, matou 02 dos 03 assaltantes que renderam o caseiro da chácara de seus donos,
mesmo depois de ter levado três tiros de revólver calibre 38 (relato constante da Revista Cães
& Cia)
Para que a convivência com o dogue seja a mais
prazerosa possível, é bom educá-lo desde cedo, pois devido à sua envergadura, um animal
desobediente e desastrado pode causar danos de grandes proporções . O dogue alemão
aprende depressa e tem uma grande vontade de agradar o dono, o que faz com que consiga-se
o que quiser dele.
O segredo da educação canina é não ser violento, o que
não significa que se deve permitir tudo. É preciso encontrar o ponto de equilíbrio, o que é
fácil quando existe afeto entre as duas partes.
Entre as várias características que agradam no dogue
alemão, a variedade de cor é com certeza uma das mais importantes. O origem de cores tão
diversas ainda gera algumas especulações, entretanto alguns estudiosos afirmam que a
variação genética deve-se à função original dos cães, que eram utilizados como caçadores,
guardiões de propriedades e das carruagens.
O dogue é um companheiro leal, equilibrado e dócil com
a família. Tê-lo em companhia é ter-se a proteção de Golias com doçura de Polyana.
Colaboração: Roberta Zeppelini – Double M Kennel
PADRÃO OFICIAL
CBKC n° 253c de 10/4/94
FCI n° 235d de 10/9/92
País de origem: Alemanha
Nome no país de origem: Deutsche Dogge
APARÊNCIA GERAL: O Dogue Alemão reúne, em sua nobreza uma constituição grande,
forte e bem estruturada: altivez, força e elegância. Devido a essa substância aliada à
nobreza, a harmonia de sua figura a uma estrutura bem proporcionada, assim como, a
peculiar expressão do seu semblante numa cabeça que impressiona o espectador como uma
escultura nobre, o Dogue Alemão é o Apolo entre as raças caninas.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: a estrutura se afigura quase quadrada, o que se
observa, particularmente, nos machos. O comprimento do tronco (da ponta do esterno à
ponta do ílio) para os machos, deve ser, no máximo, 5% maior que a altura na cernelha e
para as fêmeas nunca ultrapassa os 10%. A altura na cernelha, mínima, para os machos, é de
80cm e para as fêmeas, mínimo, 72cm.
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TEMPERAMENTO: amistoso, carinhoso e apegado para com seus donos, principalmente
para com as crianças; reservado com estranhos. Vigilante, auto-confiante, corajoso, de fácil
condutibilidade, dócil, excelente companheiro e cão de família com alto limiar de excitação
(demora bastante para atingir o limiar de excitação de irritabilidade para gerar um
comportamento agressivo).
CABEÇA: em harmonia com a aparência geral, longa, estreita, expressividade marcante
sutilmente cinzelada (principalmente na região abaixo dos olhos); arcada superciliar bem
desenvolvida sem, entretanto, ser protuberante. A distância da ponta da trufa até o stop, bem
marcado, é, de preferência igual à distância do stop ao occipital que é levemente marcado. As
linhas superiores do focinho e do crânio são paralelas. Visto de frente, a cabeça deve parecer
estreita, embora a face dorsal da cana nasal seja larga e a musculatura das faces,
moderadamente marcada, jamais grosseira.
TRUFA: bem desenvolvida, mais para larga do que redonda com narinas bem abertas. Deve
ser preta, com exceção da variedade Arlequim. Para esses uma trufa preta manchada ou
mesmo toda cor de carne é tolerável.
FOCINHO: profundo, de preferência quadrado, com a comissura labial bem aparente.
Lábios de pigmentação escura. Nos Arlequins é tolerada a despigmentação parcial ou total.
MAXILARES/DENTADURA/DENTES: mandíbula larga e bem estruturada. Dentes fortes
e dentadura completa com a mordedura em tesoura (dentadura constituída de 42 dentes).
OLHOS: de tamanho médio, arredondados, melhor mais escuros com pálpebras justas. Nos
Dogues Azuis admitem-se os olhos claros. Nos Arlequins, os olhos claros e cada um de cor
diferente, são tolerados. As pálpebras devem ser bem ajustadas.
ORELHAS: de inserção alta, de tamanho médio, portadas dobradas e ligeiramente voltada
para frente, com os bordos anteriores rente às faces. A orelha cortada deve ter a largura e
comprimento proporcionais à cabeça e portadas eretas.
PESCOÇO: longo, seco e musculoso. Inserção bem desenvolvida, diminuindo suavemente
em direção à cabeça, com uma linha superior levemente arqueada. Portado erguido e
ligeiramente inclinado para a frente.
TRONCO CERNELHA: é o ponto mais alto da linha superior de seu poderoso tronco. Deve ser
construída com a escápula inclinada, sobressaindo da linha superior.
DORSO: curto e reto, linha superior moderadamente reta, ligeiramente descendente para a
garupa caída. Lombo ligeiramente arqueado, largo, fortemente musculado.
GARUPA: larga, fortemente musculada do ílio até a inserção da cauda, levemente caída na
mesma direção da linha da cauda.
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CAUDA: seu tamanho alcança a ponta do jarrete. Inserção alta e larga na raíz e afinada
para a ponta. Em repouso portada caída, em estado de excitação portada em leve curva em
forma de sabre, porém não muito acima da linha do dorso, não podendo ficar enrolada. A
pelagem longa (em escova) na face ventral da cauda é indesejável.
TÓRAX: profundidade atingindo a articulação do cotovelo. Bem arqueado, largo, com
costelas bem arqueadas. Peito bem amplo com antepeito bem desenvolvido.
LINHA INFERIOR: ventre bem esgalgado; com a face inferior do tórax fazendo uma linha
inferior bem delineada.
ANTERIORES
Ombros: fortemente musculados. A escápula é longa e chata, formando, com o braço, um
ângulo aproximado de 100° a 110°.
Braço: forte e musculoso, bem angulado, embora um pouco longo, com o úmero de
comprimento igual ao da escápula.
Cotovelos: trabalhando corretamente direcionados para a frente, bem ajustados rente ao
tórax, no mesmo plano da articulação do ombro.
Antebraço: forte, musculoso e, visto de qualquer ângulo, reto.
Carpo: forte, resistente, não muito ressaltado do prumo do braço.
Metacarpo: forte, visto de frente reto e, de perfil, levemente inclinado.
Patas: arredondadas, dedos bem arqueados e bem fechados (pé de gato), unhas curtas,
fortes, possivelmente, escuras.
POSTERIORES: todo o conjunto da estrutura óssea bem revestido de musculatura forte, a
garupa, a bacia, a coxa larga e bem arredondada, a anca e a coxa largas e apresentam uma
impressão arredondada. Os posteriores fortes e bem angulados, vistos por trás, paralelos aos
anteriores.
Coxa: longa, larga e bem musculosa.
Joelho: forte, trabalhando no mesmo plano de articulação coxo-femoral.
Perna: longa, aproximadamente do mesmo comprimento da coxa, bem musculada.
Jarrete: forte, firme e bem aprumado.
Metatarso: curto, forte, levemente angulado e boa pisadura.
MOVIMENTAÇÃO: harmônica, graciosa, com boa cobertura de solo, com leve oscilação,
os membros posteriores vistos por trás e pela frente movimentam-se em planos paralelos.
PELE: ajustada ao corpo, bem pigmentada nos exemplares Unicolores. Nos Arlequins, a
pigmentação acompanha a pelagem.
PELAGEM
CONSTITUIÇÃO: muito curta, densa, bem aderente e brilhante.
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COR: o Dogue Alemão é criado nestas três variedades independentes: Dourado e Tigrado,
Arlequim e Preto e Azul.
Dourado: do dourado claro até o dourado escuro. Desejável, uma máscara preta.
Indesejáveis marcas pequenas brancas no peito e nos dedos.
Tigrado: cor de fundo dourado claro até dourado amarelado, com listras pretas claramente
definidas e de igual espessura, na direção das costelas. Desejável máscara preta.
Indesejáveis pequenas marcas brancas no peito e dedos.
Branco - Manchas Pretas (Chamado Arlequim): cor de fundo em branco puro, de
preferência em cada marca, manchas preto profundo, bem distribuídas sobre todo o corpo,
formato irregular. As manchas acinzentadas ou amarronzadas são indesejáveis.
Preto: No preto profundo, manchas brancas são permitidas, como também nos exemplares
mantados se o tiver o manto todo negro no corpo; focinho, pescoço, peito, ventre, pernas e
ponta da cauda podem ser brancos. Como também Dogue com cor básica branca com
grandes manchas pretas (Plattenhunde).
Azul: azul-aço, puro, marcas brancas no peito e patas são permitidas.
FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deverá ser considerado como falta e
penalizado na exata proporção de sua gravidade, conforme se segue:
Aparência Geral: ausência das características sexuais definidas, falta de harmonia, muito
leve ou muito pesado.
Caráter: falta de autoconfiança, nervosismo e limiar baixo de excitação.
Cabeça: falta de paralelismo crânio/focinho, cabeça de maçã, cabeça cuneiforme, pouco
stop e hipertrofia muscular das faces.
Focinho: afilado, lábios pouco pendentes, lábios pesadamente pendentes, lábios esvoaçantes,
nariz arrebitado e cana nasal convexa (dish-face) ou arqueada (nariz romano).
Dentadura/Dentes: qualquer falta dentária (tolerado somente a falta do P1 inferior),
desalinhamento dentário, oclusão dos incisivos com mordedura em torquês e dentes muito
pequenos.
Olhos: pálpebras frouxas (ectrópio), muito apertadas (entrópio); conjuntiva muito
avermelhada; expressão dura; cor dos olhos amarelo-âmbar, claros porcelanizados; nos
unicolores, cada olho de cor diferente e inseridos muito juntos ou afastados demais.
Orelhas: inserção muito alta ou muito baixa, porte afastado das faces ou pesadamente
pendentes e orelhas cortadas de tamanho desproporcional, de maneira que fiquem mal
portadas ou muito curtas.
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Orelha tipicamente mal portada: caindo, afastados das faces e com uma dobra, por trás,
característica de temperamento fraco.
Pescoço: curto, grosso e pescoço de cervo, muita pele solta ou barbela.
Dorso: selado, carpeado, muito longo e linha superior ascendente na direção da garupa.
Garupa: muito caída ou plana.
Cauda: muito grossa, muito longa ou curta, inserção muito baixa, muito alta acima da linha
superior, portada em gancho ou curta, assim como, cauda desviada para um dos lados,
virada para cima, grossa na ponta ou cortada.
Tórax: costelas achatadas ou em barril, falta de largura de peito ou de profundidade, ponta
do esterno muito projetada.
Linha Inferior: pouco esgalgada no ventre; tetas não retraídas após o aleitamento.
Anteriores: falta de angulação. Ossatura leve, pobremente musculados. Falta de aprumos.
Ombros: soltos, carregados. Escápula reta (pouco angulada).
Cotovelos: soltos, virados para dentro ou para fora.
Antebraços: arqueados, fora do prumo dos carpos.
Carpos: proeminentes, cedidos, dobrados para a frente.
Metacarpo: muito angulado ou muito escarpado.
Posteriores: angulações muito abertas ou muito fechadas. Jarrete de vaca, muito juntos ou
muito afastados.
Jarrete: movimentando virado para fora, articulação frouxa.
Patas: achatadas, espalmadas, longas.
Movimentação: pouca cobertura de solo, movimentação presa, passadas curtas e rápidas,
falta de equilíbrio no movimento entre anteriores e posteriores.
Pelagem: pêlo duro, pêlos foscos.
Cor: Dourado: cor acinzentada, azulada, isabela ou amarelo sujo.
Tigrado: cor de fundo azul prata ou isabela; listas esmaecidas.
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Arlequim: cor de fundo salpicada de azul-acinzentado, manchas grandes amarelo-
acinzentadas ou azul-acinzentadas.
Preto: preto-amarelo, amarronzado ou azulado.
Azul: azul-amarelado ou empretecido.
FALTAS GRAVES Caráter: medo, agressividade, mordedor de medo.
Nariz: leporino, despigmentado.
Dentadura/Dentes: prognatismo, anognatismo, torquês.
Olhos: ectrópio, entrópio.
Cauda: quebrada.
Testículos: inclusos ou muito descidos. Muito pequenos ou mal formados.
Cores: Dourados e tigrados com manchas brancas na testa, em volta do pescoço, nas patas,
"meias", na ponta da cauda.
Azuis com manchas brancas na testa, em torno do pescoço, "meias" e na ponta da cauda.
Arlequins sem qualquer mancha preta (Albinos) assim como cor de pombo; assim chamados
porcelanizados ( com manchas em azul, cinza, dourado ou tigrado). O chamado acinzentado
(tem a cor de fundo acinzentada com manchas pretas).
Tamanho: abaixo do mínimo.
NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos
e acomodados na bolsa escrotal.
DESENHO DEMONSTRATIVO DA CABEÇA DO DOGUE ALEMÃO
O Manual de Estrutura e Dinâmica classifica os três
grupos de cabeças fundamentais, por índice cefálico. A cabeça do dogue alemão, e que isso
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fique bem claro, baseia-se no fato de ser este um mesaticéfalo e por isso a insistência de que a
cabeça do mesmo deve ser alongada, não longa ou muito menos quadrada.
Segue abaixo a descrição dos Mesaticéfalos:
"Possuem um índice cefálico intermediário. A cabeça é de comprimento moderado e a largura,
sem ser exagerada, é sensivelmente superior à dos dolicocéfalos (Collies, Greyhouns,
Afghans, etc...). Constituem características destas cabeças: comprimento do crânio
geralmente equivalente ao dobro da largura, ou ligeiramente menor. Occipital marcado,
mas nem sempre projetado, crista interparietal de desenvolvimento moderado, testa evidente
mas não muito inclinada. Focinho de comprimento igual ao do crânio ou ligeiramente
inferior, arcos zigomáticos projetados sem exagero, Stop moderado, mas sempre
perceptível. Mordedura em tesoura ou torquês."
Para complementar a descrição mais do que completa, em minha opinião já que também não
sou anatomista, porém sou bom leitor, segue a descrição da cabeça do Dogue quanto a
classificação pelo tipo, que é o Bracóide, e não Molossóide (classificação pelo tipo de
cabeça):
Bracóides: "Em forma de prisma, ou de dois paralelepípedos justapostos. É representante de
alguns mesaticéfalos de índice cefálico mais baixo, mais próximos aos dolicocéfalos. Ex:
Bracos em geral, Setters e DOGUE ALEMÃO."
Colaboração Humberto Cruz, Juiz e criador da raça - Canil Crossdanes
A GARUPA DO DOGUE ALEMÃO
A garupa é estruturada pelo COXAL (constituída por ílio,
ísquio e púbis. O ílio é a porção anterior e o maior osso da pelve. O Ísquio é a parte de trás da
pelve. Já o Púbis, situa-se na linha mediana) e vai da região lombar até a raiz da cauda. A
garupa inclina-se ílio para o ísquio. Essa inclinação associada ao cumprimento do jarrete é
que vai determinar a "qualidade das angulações do posterior". O ALONGAMENTO ou
ENCURTAMENTO desses ossos vai determinar externamente um ângulo diferente da garupa
em relação à horizontal. Garupas mais curtas SÃO MENOS INCLINADAS, enquanto que as
mais compridas, MAIS INCLINADAS. A inclinação da garupa tem por finalidade fazer com
que os pés fiquem colocados bem mais para trás dos pontos onde se inicia a propulsão e que
estão situados exatamente na interseção das perpendiculares baixadas das articulações
femoro-coxais ao chão. Em razão dessas variações ósseas é que ocorrem diferentes inserções
e portes de cauda. QUANTO MAIS INCLINADA FOR A GARUPA, A CAUDA VAI
EMERGIR MAIS BAIXO, E QUANTO MENOS, MAIS ALTO. Portanto, a inserção da
cauda é uma conseqüência do ângulo do coxal, e por conseguinte, do ílio. A musculatura que
movimenta a cauda prende-se ao Ísquio, e por isso, quando ele é muito longo não permite que
ela seja excessivamente elevada. Ao contrário, se ele é curto faz com que a cauda seja portada
até mesmo por cima da linha superior, e assim, o porte da cauda é uma decorrência do
comprimento do Ísquio. Estas variações na conformação das diferentes garupas acontecem
porque a cada uma delas precisa ser completamente adequada para permitir ao posterior gerar
uma força propulsora SUFICIENTE e BASTANTE para empurrar o cão para frente e fazer
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com que se locomova.. Como é a cabeça e o tronco que determinam a necessidade da força
propulsora, estas variam muito a fim de adequar a raça ao perfeito exercício do trabalho que
dela se espera e em virtude do qual evolui. Isto é uma regra, havendo exceções, podendo ter
origem na construção da própria garupa, porém, o que é mais freqüente, é que esteja
localizado e seja decorrente de alterações na estrutura da cabeça, da coluna vertebral, do tórax
e da posição do ombro, que como se sabe, ao variarem suas proporções, podem aumentar ou
diminuir a estabilidade do cão, e desse modo, fazer com que uma garupa, ainda que típica da
raça, se torne inadequada para produzir a força propulsora apropriada à essa construção
individual. Por fim, com uma garupa plana ou ascendente é tendência que sua cauda
torne uma "cauda de macaco, pincel ou foice.".
Colaboração Rodolfo Cabral – Canil Amazondanes
ESCALA DE PONTOS NO JULGAMENTO
A Escala de Pontos abaixo é uma tradução da escala
apresentada pelo GDCA (Great Dane Club of America). Para quem talvez não conheça, o
GDCA é um clube especializado da raça nos EUA, criado em 1891 e que atualmente conta
com mais de 40(quarenta) clubes afiliados.
O propósito do GDCA na publicação da escala de pontos
foi a de levantar as características consideradas mais importantes no julgamento da raça
Dogue Alemão; porém, sem que se perca de vista o fato de que o cão deve ser julgado como
um todo.
A intenção do nosso Departamento é de avaliar, com
criadores, juízes e dirigentes cinófilos, os prós e contras de se introduzir procedimentos
padronizados que venham a servir de balizadores no julgamento final do cão.
A escala apresentada é baseada no padrão oficial da raça
pela versão do AKC (American Kennel Club), e é claro que precisaria ser adequada ao padrão
da FCI e ao que buscamos e julgamos mais importante num Dogue Alemão.
Comentando a esse respeito o criador da raça Sr. Milton Apter fez as seguintes ponderações:
CRITÉRIO DE PONTOS E A UNIFORMIDADE DE JULGAMENTO
O padrão de uma raça estabelece os critérios que um cão deve ter para ser considerado um
exemplar perfeito (ou o mais próximo disto) da referida raça.
Como sabemos que isto que o cão perfeito não existe, vem a pergunta:
Quão próximo (ou longe) está um exemplar deste ideal?
O padrão das raças é constituído de elementos objetivos (quadratura, altura, etc...), e
subjetivos (forte, largo, harmonioso, etc...).
Na avaliação de um exemplar, em princípio, os juízes e criadores deveriam sempre
concordar nos itens do primeiro caso, deixando para os outros itens, uma interpretação mais
pessoal do padrão.
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O problema maior, entretanto, refere-se à ênfase a ser dada a determinada qualidade ou
defeito pelos criadores e juízes. Uma análise dos objetivos que nortearam a criação do padrão
da raça deveria ser o “norte”. Acontece que muitos criadores não têm idéia sobre o assunto, e
a maioria dos juízes que julgam a raça dogue alemão não são juízes especializados da raça.
Penso que avançaríamos muito se um critério de pontos fosse discutido pelos juízes
especializados da raça e os criadores, e este critério fosse divulgado como “base” para
julgamentos e por que não, da criação?
Em anexo, está um critério de pontos que pode servir de base para esta discussão.
Este critério fez inclusive parte do padrão americano até início dos anos 90, mas foi
retirado do mesmo; há um movimento muito grande dos criadores pela sua volta.
A divulgação do mesmo (se necessário com alterações), seria de grande utilidade para
todos os envolvidos no desenvolvimento da raça dogue alemão em nosso país.
MILTON APTER - ALLANDANES GREAT DANES
ESCALA DE PONTOS
Conformação Geral 30 pontos
Aparência Geral 10
Cor e Marcação 8
Tamanho 5
Substancia 3
Condição do pêlo 4
Movimentação 28 pontos
Deslocamento 10
Traseira (garupa, pernas e patas) 10
Frente (ombros, pernas e patas) 8
Cabeça 20 pontos
Conformação da Cabeça 12
Dentes 4
Olhos 4
Nariz 0
Torso(Tronco) 20 pontos
Pescoço 6
Dorso e Traseira 6
Caixa Torácica 4
12
Costelas e Peito 4
Cauda 2 pontos
TOTAL 100 pontos
Colaboração: Leônidas Botelho Mayer – Canil Toque Mágico
A POLÊMICA DAS CORES
Por um dogue alemão com melhor qualidade, os criadores compromissados com a
raça, lutam para manter a tradição das cores desse gigante. Imponente, elegante, dócil com o
dono, com personalidade estável e equilibrada, o dogue alemão está entre as dez raças de
guarda que mais registram filhotes no Brasil, superando inclusive o seu país de origem, a
Alemanha. Entre as várias características que agradam no dogue alemão, a variedade de cor é
com certeza uma das mais importantes. O origem de cores tão diversas ainda gera algumas
especulações, entretanto alguns estudiosos afirmam que a variação genética deve-se à função
original dos cães, que eram utilizados como caçadores, guardiões de propriedades e das
carruagens.
As cores dos dogues estão compreendidas em três variedades, a variedade dourada,
que encampa a cor dourada e a tigrada; a variedade azul, que compreende cães azuis e pretos
e a variedade arlequim onde encontramos cães arlequins, pretos, plaqueados e mantados. O
Clube alemão da raça – Deutsch Doggem Club (DDC) – tem orientado de forma oficial, desde
o início de 1999, a não cruzar arlequins entre si, pois tal prática pode gerar exemplares com
cores indesejáveis, como totalmente brancos ou manchados de cinza, ou pior, filhotes cegos e
surdos. Tal recomendação ainda não foi adotada oficialmente no Brasil, porém os criadores
criteriosos e comprometidos com a melhoria do plantel em nosso país a muito deixaram de
realizar tais cruzamentos.
TIPOS DE PRETO – Uma regra simples para não gerar cores fora do padrão é NÃO
MISTURAR VARIEDADES. Os pretos estão em duas variedades diferentes, isto porque os
que descendem de arlequim são geneticamente diferentes dos que descendem de azuis, logo
não devem ser misturados. Para facilitar a identificação, os clubes de raça existentes no BR
passaram a identificar a variedade no pedigree, por exemplo: “preto de azul” ou “negro”.
Porém caberia à CBKC determinar a inclusão definitiva desse termo em todos os registros
emitidos pelo Clube, o que facilitaria a administração dos acasalamentos evitando as cruzas
erradas Esse acasalamentos entre pretos de azul e arlequins, pretos de arlequim ou mantados,
via de regra iram gerar animais com cores fora do padrão, cães arlequins ou preto de arlequim
com olhos amarelos, azuis mantados e por ai à fora.
Antes de acasalar seu dogue procure ter certeza da ascendência do mesmo evitando assim
cores indesejáveis, e ajudando a melhorar o plantel nacional.
Colaboração: Roberta Zeppelini – Double M Kennel
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Ainda dentro do tema cores em marcações, tratando-se
da máscara em dourados e tigrados, na revista Great Dane Report de mar/abr de 1996, trouxe
uma explicação bastante interessante e bem acessível, vejam:
"A Genética da cor dos pelos no Dogue Alemão Locus 2 controla a máscara. São dois genes:
"Ma" para máscara e "ma" sem máscara diferentes possibilidades “MaMa e Mama”, com
máscara “mama”, sem máscara dourado sólido (sem máscara) “mama” dourado com máscara
“MaMa ou Mama" Portanto conforme Mendel pai = "mama" e mãe = "mama" 100% "mama"
sem máscara no caso de tigrados existem outras variantes mas, os tigrados sem máscara
também são "mama". O artigo fala ainda em dourados e tigrados com máscara azul trata-se da
diluição da cor negra da máscara causada por outro gene especifico.”
(Colaboração Rivail Cerqueira – Canil The Bamel)
MANEJO NUTRICIONAL DO DOGUE ALEMÃO NOS PRIMEIROS 18 MESES DE
VIDA
M.Sc. Heloísa Helena de Alcântara Barcellos
Médica Veterinária, Mestre em Ciências Veterinárias, Prof.a do Departamento de Medicina
Animal – Faculdade de Veterinária –UFRGS.
M.Sc. Leonardo José Gil Barcellos
Médico Veterinário, Mestre em Nutrição Animal, Doutorando em Fisiologia - UFRGS
Como diz o padrão oficial da raça, o Dogue Alemão reúne em sua nobreza de uma
consistência grande, forte e bem estruturada: altivez, força e elegância. Devido à essa
substância aliada à nobreza, a harmonia de sua figura, a uma estrutura bem proporcionada
assim como a peculiar expressão de seu semblante, e a uma cabeça que impressiona o
espectador como uma escultura nobre, é o Apolo entre as raças caninas.
Mas todo esse potencial de beleza e imponência só é atingido com uma correta
nutrição do filhote até atingir a idade de 18 meses. Deficiências nutricionais nesta fase são
responsáveis por defeitos estruturais mais ou menos graves, mas que, de alguma forma,
afetam a imagem do Apolo dos cães.
Um Dogue Alemão nasce pesando cerca de 400-600g e 90 dias mais tarde já pesa
perto dos 20Kg, atingindo pesos superiores a 50-60Kg aos 240 dias de vida. Este espantoso
crescimento consome uma grande quantidade de nutrientes, que precisam ser fornecidos de
maneira e quantidades ideais para que o cão atinja todo este potencial.
A melhor alternativa para suprir de maneira satisfatória todas as exigências
nutricionais do filhote é a ração balanceada. Atualmente existem três correntes básicas sobre
arraçoamento de filhotes de dogue. O primeiro grupo defende o uso de rações de alta proteína
(30-36%PB), o segundo um nível médio (25-28%) e o terceiro um nível nunca superior a
23%.
Todos os modelos têm vantagens e desvantagens. O modelo da alta proteína permite o
máximo desenvolvimento dos filhotes, sendo mais recomendado para países de clima frio, e
até para o inverno gaúcho. Isto porque o excesso de proteínas gera calor, fazendo com que o
animal pare de comer se a temperatura ambiente também for quente. A desvantagem principal
deste sistema é o fato de que cães pesados têm maiores chances de desenvolverem problemas
de aprumos e de articulações e ao fato de que a alta proteína muitas vezes é acompanhada de
altos níveis de outros nutrientes que podem, ser prejudiciais ao desenvolvimento do cão. Em
14
tempo, é importante lembrar que o excesso de nutrientes pode ser tão (ou mais) prejudicial do
que a carência.
O modelo da média proteína se for feito de maneira criteriosa, levando em conta a
quantidade exata que o animal deve consumir, se constitui na melhor alternativa. Se for
utilizada uma ração que tenha uma boa fonte de proteína (prefira carnes aos seus derivados,
como a farinha de carne) este modelo permite que o cão se desenvolva ao máximo de seu
potencial, sem correr os riscos de excessos nutricionais prejudiciais. Como desvantagem, a
necessidade de um monitoramento quinzenal do peso do filhote e ajuste das quantidades
ofertadas.
Já o modelo da baixa proteína, que preconiza o uso de rações para cães adultos,
diminui em muito o risco de problemas de crescimento, mas corre-se o risco de o animal não
atingir todos seu potencial genético. Sem contar o fato de que rações para cães adultos não
oferecem quantidades adequadas de cálcio e fósforo para um filhote em crescimento.
Em qualquer um dos casos, nunca fornecer a ração a vontade e nunca oferecer outros
suplementos.
Tão importante ou mais que a quantidade de proteína são as quantidades dos
elementos fósforo (P) e cálcio (Ca) e, principalmente, sua relação. Estes minerais estão
intimamente envolvidos no metabolismo do cálcio e no crescimento ósseo. Distúrbios de
crescimento em raças gigantes, geralmente são associadas a problemas na relação Ca/P.
O NRC (National Research Council) recomenda que filhotes de dogues alemão até os
dezoito meses devem ingerir alimentos com a relação Ca/P de 1,2:1,0. Rações que tenham
uma relação muito distante desta (fora da faixa entre 1,0:1,0 e 1,8:1,0) podem acarretar
problemas de crescimento nos dogues. Leia o rótulo das rações e seja crítico.
Antes de falarmos dos problemas mais comuns, precisamos entender que os membros
dos cães são compostos por 3 ossos longos, os anteriores pelo úmero, rádio e ulna e os
posteriores pelo fêmur, tíbia e fíbula. Cada um deles com 2 placas de crescimento uma
proximal outra distal. Elas são responsáveis pelo crescimento em extensão destes ossos. Todas
as placas obedecem aos mesmos estímulos hormonais de fechamento e quando isso ocorre, o
cão para de crescer.
Fica fácil de entender que, quando uma destas placas, por um ou outro motivo, se
fecha prematuramente e as outras continuam crescendo o resultado é um crescimento
desproporcional dos ossos e uma conseqüente deformação no membro afetado.
O desenho abaixo mostra o processo de rotação de um membro anterior onde o disco
de crescimento distal (responsável por 85% do crescimento do osso) da ulna se fecha
prematuramente e o rádio continua crescendo. Este exemplo foi escolhido, pois, representa
A D
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mais de 90% das anomalias de crescimento nos dogues alemães.
O crescimento do rádio força a articulação carpal a rotar para o lado oposto, a rotação
é variável conforme o grau de crescimento do rádio. O potencial de lesão varia de acordo com
a idade do cão e com o potencial de crescimento do animal. Note que os desenho A e B são
diferentes visões do mesmo membro afetado, mostrando que a deformação ocorre em dois
sentidos. O resultado destas deformações é mostrado no desenho C. A rotação e a
incongruência articular (rádio/úmero) é tanto pior quanto mais cedo ocorrer o problema. A
articulação rádio/úmero sofre diversos efeitos devido a pressão entre as cartilagens articulares
causando dor aguda. No desenho D mostramos outra deformidade não tão comum, o
afastamento das superfícies articulares em caso de fechamento do disco de crescimento do
rádio.
Vários fatores estão envolvidos na ocorrência destes distúrbios: hormonais, genéticos,
nutricionais, metabólicos e biomecânicos.
As causas mais freqüentes são:
1. Trauma – batidas no local da placa de crescimento ou fraturas compressivas que
prejudicam o suprimento sangüíneo da placa e consequentemente falha no seu
funcionamento. Para evitar isso, não submeta o filhote a exercícios em excesso e evite
que ele pule de alturas superiores ao seu tamanho.
2. Osteodistrofia hipertrófica – é uma proliferação excessiva de tecido ósseo que acaba por
impedir o crescimento da placa. Quase a totalidade dos casos é associada ao manejo
nutricional incorreto.
3. Retenção da cartilagem endocondral – geralmente causado por um dano circulatório na
placa de crescimento. Há indícios de transmissão genética. Para evitar, um correto manejo
nutricional e cuidado nos exercícios, além de procurar uma linhagem que não apresente o
problema. A retenção da cartilagem endocondral tende a desaparecer quando o cão atinge
os 10-12 meses.
4. Disfunções hormonais - são raras e seus efeitos ocorrem de maneira generalizada no
organismo do cão.
5. Vitamina D – a vitamina D também é intimamente ligada ao metabolismo do cálcio no
organismo. Sua deficiência causa baixa absorção de cálcio e baixa mineralização dos
ossos, causando raquitismo. Seu excesso só apresenta efeitos em níveis muito elevados e
estes são generalizados em todo o esqueleto. Para evitar, ração balanceada de boa
qualidade.
6. Relação Ca/P – o excesso de qualquer um deles é prejudicial devido a sua excreção se dar
de forma conjunta. O fósforo (P) em excesso acarreta excreção deste excesso
acompanhada da excreção de cálcio, desmineralizando todo o organismo. Excesso de
cálcio pode acarretar ossificação prematura da placa de crescimento dos ossos longos.
Para evitar, ração balanceada de boa qualidade, com a relação adequada comentada
anteriormente.
7. Vitamina A – sua deficiência causa uma diminuição da formação óssea em todos o
esqueleto e seu excesso desordena o processo de mineralização, podendo levar ao
fechamento prematuro das placas de crescimento. Para evitar, ração balanceada de boa
qualidade.
8. Vitamina C – sua deficiência retarda o crescimento longitudinal de todos os ossos longos.
Pode levar a osteodistrofia hipertrófica. Para evitar, ração balanceada de boa qualidade.
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9. Osteocondrose – é uma doença que pode causar fechamento prematuro das placas pois
causa falha de mineralização do osso.
10. Supernutrição – mais relacionado ao excesso de peso e de nutrientes. Para evitar
monitorar o peso do filhote o ofertar a quantidade ideal de ração, e nunca oferecer
alimento à vontade.
Enfim, como pode-se perceber, a escolha de um filhote de linhagens que não
apresentam problemas de crescimento aliada ao correto manejo nutricional e de exercícios, é
essencial para o desenvolvimento ideal do nosso Apolo dos cães.
Em termos práticos, crie seu filhote em ambientes sem grandes desníveis que possam
ser uma “armadilha” para seu doguinho. O melhor exercício para um dogue nesta fase da
vida, são as brincadeiras normais de um filhote. Não submeta o cão a longas caminhadas antes
dos 6-8 meses de idade.
Quanto a sua nutrição, escolha uma ração de boa qualidade e leia sua composição. Na
nossa experiência, rações com nível protéico entre 25-28%, relação Ca/P variando de 1,0:1,2 a
1,0:1,8 e nível de gordura não superior a 18% são as de melhor resultado no crescimento dos
dogues. Lembre-se, nunca forneça nenhum suplemento alimentar, a não ser que indicado pelo
seu veterinário de confiança.
Colaboração Drs. Leonardo e Heloísa Barcelos
Estabelecendo uma Linhagem de Dogue Alemão
O grande problema da criação de dogues no Brasil é a ausência de linhas de
sangue definidas. Salvo as sempre honrosas exceções, há uma grande dependência da
importação de cães. E ainda assim, a melhoria que tais aportes de outros países trazem duram
apenas uma ou duas gerações.
A explicação para esse problema da criação de dogues está na excessiva
valorização das importações e ausência de um programa de criação definido.
Para estabelecer uma linhagem, não basta ter cães excepcionais. O principal
fator é um criterioso programa de cruzamentos e seleção. Acontece que, no Brasil, foram
pouquíssimos os criadores de dogues alemães que souberam direcionar um programa de
acasalamentos.
Um programa de criação sólido pode produzir resultados até mesmo partindo
de indivíduos inferiores a esses. Basta atentar-se para algumas etapas, ou seja, estabelecer
objetivos de criação, selecionar matrizes e padreadores e escolher corretamente
acasalamentos. Obviamente, também, deve-se levar em consideração que o trabalho de
criação é de longo prazo.
Objetivos de Criação
O padrão da raça deve ser sempre o ponto de partida para se estabelecer os
objetivos de criação. É pela sua análise que o criador sopesará quais qualidades valorizará e
quais defeitos eliminará de sua criação. Claro que sempre privilegiando indivíduos sãos e
férteis.
Antes de qualquer coisa, o criador deve, a partir da leitura do padrão da raça,
formar a imagem de seu cão ideal. Para isso, deverá levar em consideração que o padrão tem
aspectos objetivos e subjetivos, como demonstra o seguinte quadro:
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Descrição subjetiva Descrição objetiva
Aparência geral: constituição grande, forte,
bem estruturada e harmoniosa.
Temperamento: amistoso, carinhoso e
apegado com seus donos; reservado com
estranhos; dócil, vigilante e corajoso.
Cabeça: em harmonia com a aparência geral,
longa e estreita, expressivamente marcada,
sutilmente cinzelada.
Trufa: larga, com narinas bem abertas.
Focinho: profundo, comissura labial bem
aparente
Objetivos: tamanho médio, arredondado e
melhor mais escuros
Orelhas: de tamanho médio.
Pescoço: longo, seco e musculoso.
Dorso: curto.
Linha superior: ligeiramente descendente.
Lombo: ligeiramente musculado, largo e
musculado.
Anteriores: ombros e braços fortemente
musculados, antebraço forte e reto, carpo e
metacarpo fortes; metacarpo levemente
inclinado.
Dedos: bem arqueados.
Unhas: curtas e fortes.
Posteriores: fortes e bem angulados; coxa
larga e bem musculada; joelho forte; perna
longa e bem musculada; metatarso curto,
forte, levemente angulado e de boa pisadura.
Movimentação: harmônica, graciosa com
boa cobertura de solo.
Cor: 5 cores como descritas
Proporções importantes: quadratura, altura
mínima de 72 cm para as fêmeas e 80 cm
para os machos.
Cabeça: paralelismo, proporção 1:1
crânio/focinho.
Trufa: preta com exceção dos arlequins.
Focinho: quadrado e de pigmentação escura
(excetuados os arlequins).
Orelhas: de inserção alta e faceada.
Dorso: reto.
Cauda: tamanho até a ponta do jarrete,
inserção alta e larga na raiz e afinada na
ponta. Em repouso, portada caída; em
atenção, forma de sabre.
Anteriores: cotovelos no mesmo plano da
articulação com o ombro.
Unhas: escuras (excetuados os arlequins).
Posteriores: paralelos aos anteriores.
Movimentação: membros posteriores
movimentam-se em planos paralelos.
Dentro dos aspectos objetivos, não há qualquer margem de liberdade.
Exemplificando, a proporção crânio/focinho deve ser 1:1. A descrição é precisa e qualquer
desvio será inequivocamente uma falta, um defeito.
Por outro lado, no que se refere aos aspectos subjetivos, existe uma área de
liberdade. O padrão descreve que o pescoço deve ser longo e musculoso. Entretanto, não
precisa exatamente quão longo ou musculoso deve ser, nem mesmo qual é o ponto equilíbrio
entre essas duas características. Há um campo dentro do qual cães com pescoços diferentes
estarão igualmente dentro do padrão. Claro que evitando os excessos, tais como, pescoço
curto, muito longo, pouco musculoso e franzino. É uma questão de razoabilidade, de
equilíbrio e balanceamento.
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Aliás, equilíbrio e balanceamento são fatores chaves em qualquer programa de
criação. Uma cabeça pesada para um cão de conformação mais leve será sem dúvida uma
fonte de problemas. Essa desproporção entre cabeça e corpo pode até mesmo induzir defeitos
de traseira no cão.
Em termos de estrutura, alterações em uma região específica, geralmente,
mostram conseqüências por todo o corpo. Por isso, não adianta estabelecer objetivos
conflitantes para um plano de criação.
Também se deve atentar para o fato de que muitas vezes defeitos vêm
acompanhados de qualidades e vice-versa. É o caso das cabeças pesadas e expressivas dos
cães europeus que geralmente vêm acompanhadas de excesso de barbelas. Por isso, também
faz parte do plano de criação estabelecer quais defeitos se pretende suportar em uma linha de
sangue para se ter determinadas qualidades.
Do mesmo modo, o que é correto em determinado cão pode ser defeituoso em
outro. Nesse sentido, um cão com dorso inclinado, para ter as angulações em equilíbrio, tem a
angulação dianteira mais aberta e a traseira mais fechada. Já um cão com o dorso em nível
terá a angulação dianteira mais fechada e a traseira mais aberta para tê-las balanceadas.
É por tais aspectos que muitos consideram a criação de cães como uma arte. É
certo que o padrão estabelece algumas limitações, mas há uma grande margem de liberdade
para diferentes estilos de criação. Nesse aspecto, é bom lembrar que o dogue alemão tem na
sua origem fortes influências dos lébreis e molossos. Da mesma forma, diversos tipos de cães,
como Danisher Hound, German mastiff, Dogge d´Ulm, Wildboar hound, Dogge du
Württemberg e Tigger Doggen participaram da formação da raça no final do século XIX. Em
outras palavras, o dogue alemão tem, nas suas origens próximas e remotas, a diversidade.
Nisso reside a explicação para o grande número de cores dentro da raça e mesmo para os
diferentes estilos de cães.
Cabe ao criador, dentro de tal pluralidade de tipos, escolher e fixar, dentro do
padrão, o estilo de sua criação, ponderando todas as características que deseja selecionar e as
que objetiva excluir.
De tal modo, um plano de criação deve selecionar animais saudáveis e férteis e
que se assemelhem a um ideal fixado pelo criador com base no padrão da raça. O
balanceamento, a harmonia e o equilíbrio são fundamentais no estabelecimento desse ideal.
Também, faz parte da fixação dos objetivos de criação estabelecer quais defeitos está-se
disposto a suportar e quais qualidades se deseja valorizar.
Cabe, ainda, fazer uma última advertência no que tange aos objetivos de
criação: mudá-los radicalmente significa começar do zero todo o trabalho para se estabelecer
uma linha de sangue.
A formação do plantel: a seleção de matrizes e padreadores
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Outro ponto chave de um programa de criação é a seleção das matrizes e
padreadores, seja de exemplares adquiridos de outro canil ou de exemplares advindos de
criação própria. Em quaisquer dos casos, os exemplares devem sempre se aproximar o
máximo possível do ideal fixado pelo criador. A conformação dos exemplares escolhidos deve
sempre seguir um padrão. É essencial que todos os exemplares de um canil que deseja fixar
uma linha de sangue se assemelhem.
É uma tarefa hercúlea e ingrata tentar fixar uma linha de sangue a partir de
indivíduos de características heterogêneas. Se o objetivo é estabelecer uma linha de sangue, a
utilização de exemplares de conformação díspares, mesmo que sejam excepcionais, não é
ideal. É bom sempre lembrar que a estrutura de um cão é determinada por uma complexa
combinação de genes, em que bastam pequenas alterações para desequilibrar todo o conjunto.
Nesse sentido, acasalar exemplares muito diferentes é um primeiro passo para romper um
equilíbrio construído durante gerações. Estabelecer e manter uma homogeneidade de
conformação de plantel é, portanto, um fator primordial.
Entretanto, a homogeneidade não deve ser apenas de conformação, mas
também genética. Os exemplares devem ter cargas genéticas próximas. Acontece que há
apenas uma forma de assegurar que os exemplares tenham cargas genéticas próximas e
homogêneas: a utilização de cães com parentesco. É, por isso, que, na formação de uma linha
de sangue, os cruzamentos - consangüíneos próximos (inbreeding) ou distantes (linebreeding)
- têm grande importância.
Da mesma forma, são peças importantes do programa de criação os indivíduos
que sejam resultantes de acasalamentos fechados. Em tais cães, a análise do pedigree é
importantíssima, já que se os ascendentes foram de excepcional qualidades serão grandes as
chances de o cão também ser de boa conformação.
Ainda quando se fala da carga genética, a seleção de progênie é um método
valioso para se fixarem as características desejadas. A seleção de progênie envolve dois
aspectos complementares: a progênie - descendentes - dos melhores exemplares deve sempre
ter destaque na criação e também os indivíduos de melhor progênie devem receber mais
atenção.
A escolha do padreador do canil é algo sensível e de extrema relevância em um
canil. Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que o caminho mais rápido para estabelecer
uma linha de sangue está na utilização de apenas um macho, já que a utilização de vários cães
dificultará a uniformização do plantel. Também, não se pode ignorar que o padreador deve ser
um cão excepcional e resultante de um cruzamento fechado. É que a introdução dessas ótimas
qualidades possibilitará a homogeneização e o elevamento rápido do nível de criação, pois um
macho pode cobrir incontáveis cadelas, imprimindo suas características em todos os
descendentes do canil. A seleção do padreador é, de tal modo, uma tarefa de extrema
importância. Ele não pode, de forma alguma, ser um cão medíocre.
Justamente, por isso, é sempre melhor, para os iniciantes na criação, a compra
de uma cadela. É certo que é muito mais difícil adquirir uma cadela excepcional do que um
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macho, pois são raros os criadores experientes que não mantém as melhores matrizes para si.
Entretanto, os riscos envolvidos, na compra da fêmea, são menores, porque uma fêmea
mediana pode ser bem aproveitada na criação. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer de
um macho.
Por outro lado, acertar na aquisição de uma boa matriz é outro ótimo começo
para a formação de uma linhagem. Com uma cadela de excelente conformação, pode-se até
mesmo prescindir de um padreador próprio. Basta acasalar essa cadela com os melhores
padreadores e manter os melhores filhotes das ninhadas. Com isso, terá sido dado um grande
passo para estabelecer uma linha de sangue. Apenas para recorrer a exemplos de criações mais
recentes, vários canis tiveram grande sucesso com essa técnica, como o Paradiso di Bella
(italiano) e o de la Benjamine (francês).
Uma última observação deve ser feita sobre a formação do plantel, o número
de cães que formam o plantel do canil tem grande influência sobre a formação de uma linha
de sangue. Quanto maior o número de integrantes do canil, mais difícil será a fixação de uma
linhagem, pois haverá uma maior variabilidade de cargas genéticas e de conformações. Por
isso, é aconselhável que grandes canis dividam o seu plantel em grupos de acasalamento por
proximidade parentesco. Assim, será possível formar várias linhas de sangue, enquanto que o
acasalamento indiscriminado entre exemplares de um grande canil será um grande empecilho
até mesmo para a formação de apenas uma linha de sangue.
Métodos de acasalamento
Para estabelecer uma linha de sangue de cães com ótimas qualidades, é
indispensável o recurso aos acasalamentos fechados, sejam próximos (inbreeding) ou remotos
(linebreeding). Como já dito, é o parentesco entre os cães que vai garantir a homogeneidade
genética e, conseqüentemente, de conformação dos cães que irão compor a linhagem. São os
cruzamentos consangüíneos que fixam as características.
Entretanto, nem sempre os cruzamentos consangüíneos são os métodos
indicados para corrigir certos defeitos ou obter determinadas características. Também, é bom
lembrar que o uso indiscriminado do cruzamento consaguíneo pode acarretar perda de
vitalidade e tamanho nos animais, chamada depressão endogâmica. Por isso, cada uma das
técnicas de acasalamento merece uma analise pormenorizada:
1) Inbreeding - é o acasalamento entre parentes próximos, especialmente irmãos inteiros,
pais e filhos e meio-irmãos. É o caminho mais rápido para se fixar características. Aliás, para
se obter uma grande homogeneidade na linhagem, o indicado seria utilizar técnicas de
acasalamentos sucessivos entre parentes como no caso do backcrossing - técnica pela qual se
cruza um pai com filha, selecionado-se dessa ninhada uma fêmea, cruzando o avô com esta
neta e assim por sucessivas gerações.
Uma objeção que se faz ao inbreeding é a de que ele induz anomalias e causa
uma perda de vitalidade (depressão endogámica). Aqui cabe uma observação, o inbreeding
não cria nada, apenas depura a linhagem, concentrando todo o seu potencial genético. Em
outras palavras, o inbreeding traz à tona todas as características de uma linha de sangue, sejam
21
elas boas ou ruins. Por isso, se os cães da linha de sangue carregam genes que podem causar
alguma doença, certamente ela aparecerá em um programa de cruzamentos fechados. O outro
lado da moeda também é verdadeiro, se após sucessivos cruzamentos fechados a linha de
sangue não apresentou doenças hereditárias, os indivíduos que a compõe são geneticamente
sãos.
Justamente por induzir a homogeneidade de conformação e genética, o
inbreeding não é o método adequado para se obter rapidamente uma característica que não
está na linhagem. Exemplificando, se o objetivo é alongar pescoço de uma linhagem que tem
pescoço curto, o método mais rápido será um outcross com um cão de pescoço correto. O
inbreeding, da mesma forma, não é o melhor método para se obter exemplares com
características superlativas. Mais claramente, o inbreeding não produzirá um dogue alemão de
1 metro de cernelha. O inbreeding é o método mais indicado para se obter características
intermediárias.
2) Outcross - é o acasalamento de animais sem parentesco ou de parentesco muito longínquo
(acima da 6ª geração). Não pode ser o único método para se estabelecer uma linhagem. É que
os cães a serem utilizados no outcross possuem material genético distante, permitindo uma
grande variabilidade na descendência. Como já dito, é o método ideal para se obter uma
característica não existente na linhagem e para selecionar aspectos superlativos de
conformação. No outcross, para tentar controlar a variabilidade da progênie é sempre
interessante utilizar indivíduos de conformação parecida (cruzamento entre semelhantes).
Também, é aconselhável que, para realizar o outcross, escolham–se cães que sejam resultados
de cruzamentos fechados.
3) Linebreeding - é o cruzamento entre parentes não muito próximos, tal como tio com
sobrinha, entre primos, avô com neta, etc. Geralmente se diz que o linebreeding abrange o
cruzamento entre cães que apresentem parentesco até a 5ª geração. O linebreeding é um meio
termo entre o inbreeding e o outcross. É uma forma de assegurar uma certa homogeneidade da
linha de sangue, evitando-se os riscos do inbreeding excessivo. Por ser um método de
equilíbrio, é possível na sua utilização conjugar as vantagens do inbreeding com as do
outcross. Em outras palavras, é um método que mantém uma certa homogeneidade,
permitindo o aporte rápido de algumas características. Da mesma forma, pode possibilitar a
seleção de características superlativas conjugadas a intermediárias.
4) Cruzamento de semelhantes x cruzamento entre opostos - são métodos que não se atém
necessariamente ao parentesco entre os exemplares. Para o cruzamento entre semelhantes, é
essencial os exemplares que participem do acasalamento tenham as mesmas qualidades que se
deseja perpetuar. Já o cruzamento entre opostos é a técnica pela qual se acasalam cães com
características opostas para se obter uma progênie equilibrada (cruzamento entre um cão com
garupa plana com uma cadela com garupa de inclinação excessiva). Em termos de seleção e
perpetuação de características, o cruzamento entre semelhantes é um método superior em
relação ao cruzamento entre opostos. É que mesmo que se consiga corrigir um defeito com
base no cruzamento entre opostos certamente os defeitos anteriores reaparecerão nas gerações
seguintes. Entretanto, o cruzamento entre opostos pode ser a única solução para corrigir um
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defeito, mas mesmo nesse caso o mais rápido possível deve-se retornar ao cruzamento entre
semelhantes para que a característica possa ser perpetuada.
5) Nicking – é quando dois cães produzem melhores filhotes quando acasalados entre si do
que com parceiros distintos. Trata-se de um grande achado na criação em que as
características dos indivíduos se potencializam no acasalamento. A progênie desse dois
exemplares deve ser sempre valorizada e é sempre indicada a sua repetição.
Os cruzamentos fechados são, portanto, a base da formação de uma linha de
sangue. Acontece que a otimização do esforço no estabelecimento de uma linhagem exige a
utilização de outros métodos. Um dos grandes segredos da criação é estabelecer um equilíbrio
nas técnicas de cruzamento.
Conclusão
A multiplicidade de cores na raça dogue alemão e o tamanho dos cães - uma
característica superlativa - indica que os tipos de cães que formaram a raça eram bem
diferentes. É com base em tal constatação que um criterioso trabalho de criação nessa raça é
indispensável, em face do amplo espectro genético envolvido na raça. Sem um esforço
direcionado, há sempre o grande risco de retorno a características indesejadas dos galgos e
dos mastifes. Em qualquer raça, estabelecer uma linha de criação é algo penoso, mas, em uma
raça com tal variação de material genético, estabelecer uma uniformidade de plantel é ainda
mais difícil, o que exige um maior domínio das técnicas de criação.
Colaboração Othon Lopes – Canil Lands Des Helds
ALIMENTAÇÃO E SAÚDE DO DOGUE ALEMÃO EM CRESCIMENTO
Matéria publicada pela revista do DDC de outubro, escrita pelo Dr. F. Krautwust autor do
livro 1 x 1 a Alimentação canina.
Vou fazer só apenas algumas citações sobre os pontos importantes Um importante
critério na criação de dogues é combinação criação-crescimento, já que o dogue nasce com
um peso muito pequeno em relação ao seu peso final, a intensidade de crescimento e o longo
tempo de crescimento. Sempre nos perguntamos sobre qual melhor programa de alimentação
para o cão jovem.
A relação entre crescimento rápido e massa corporal do dogue e o conteúdo da
alimentação pode trazer muitos problemas como problemas aos órgãos, anomalia de
esqueleto, doenças muito cedo no desenvolvimento, diminuição da duração de vida.
Devido ao relativamente curto trato digestivo em relação ao peso corporal do dogue,
juntamente com a possibilidade de torção gástrica, devemos oferecer até o sexto mês, e
melhor seria até o nono mês, três refeições ao dia. O tamanho final do cão não depende da
quantidade de alimentação, mas sim a velocidade de crescimento e a massa corporal que serão
influenciadas pela quantidade de alimentação. Não devemos oferece nem mais nem mesmos
alimentação do que o necessário. Excesso na alimentação com muita energia torna o animal
pesado e com problemas para a ossatura. O dogue tem que crescer lentamente e
continuamente com pouca gordura. O crescimento final está determinado geneticamente.
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Proteína é importante para a importante função de construção do tecido conjuntivo, muscular,
sistema imunológico e colágeno dos ossos em crescimento. Perigoso será também dosagem
abaixo ou acima de vitaminas e minerais. Durante o crescimento os hormônios influenciam o
cálcio e seu aproveitamento nos ossos. Nos últimos anos observamos problemas em cães
gigantes, como o dogue, modificações no esqueleto, doenças do esqueleto, apesar dos
diferentes alimentos (proteína, mineral e vitamina) estarem ultimamente sendo usados devido
ao crescimento, problemas genéticos, massa corporal.
Qual seria então a alimentação ideal? A alimentação deve ter entre 32 e 36% de
proteína de excelente digestibilidade.
(comentários do Dr. Eulâmpio Dr. em Medicina Veterinária e prof. Da UFPB)
aí é que este estudo difere de tudo que falamos sempre em nossa lista, uma taxa de proteína
inferior a 30%. Quando ele fala de 36% de proteína de alta digestibilidade, ele fala de
proteína de origem animal. a ração da royal canin tem 36% de proteína, só que parte desta
proteína é de origem vegetal - soja - oferecendo, portanto menos proteína do que recomenda
o autor. Tempos atrás falei que oferecia bucho aos meus cães como fazem alguns alemães - e
que o macho comia quilos de bucho por dia, e que isto equivaleria a comer uma quantidade
de 800 gr de ração com 36% de proteína, que seria a quantidade de ração recomendada para
ele pelo rotulo da royal. Só que a quantidade de proteína digerível que eu estava oferecendo
era bem maior que o disponível na ração. No meu caso deu certo e os alemães já usam isto
há muitas décadas.
A gordura deve ser de 12 a 14% (também de boa digestibilidade) deve ter 480 mg de
cálcio por kg de peso e 85 a 90 mg de fósforo.
A quantidade de alimentação por dia infelizmente ele não diz, fala apenas que o seu
livro trás uma tabela sobre o assunto deve-se controlar o peso dos animais, por exemplo, no
fim do quarto mês o cão deve pesar entre 25 e 28 kg, no final do sexto mês deve pesar 50% do
peso de um cão adulto. Toda a tabela se encontra no livro e devido a inconseqüência dos
donos os filhotes tendem a alimentarem-se rápido demais e de nenhum modo devemos
oferecer alimentação a vontade.
O importante deste estudo é que volta ao problema da quantidade de proteína. Eu
pessoalmente acho que o cão está adaptado para comer sim grande quantidades de proteína.
Lobos chegam a comer vários quilos por dia. O importante é ter uma proteína de excelente
qualidade. Nunca tive problemas quando administrava proteína em grande quantidade,
bucho, e tive quando dei a Royal Canin. O cão está adaptado, através de milhões de anos
proteína animal para se alimentar com proteína.
O efeito de dietas com diferentes níveis de cálcio e fósforo no desenvolvimento do
esqueleto e na bioquímica sangüínea de dogues alemães em crescimento
O desenvolvimento ósseo de três grupos de cães da raça Dogue Alemão, alimentados com
uma dieta composta de acordo com as exigências nutricionais de cães (grupo controle) ou
com altos níveis de cálcio (grupo II) e altos níveis de cálcio e de fósforo (grupo III) foi
examinado radiograficamente, histologicamente e bioquimicamente. As dietas foram
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oferecidas desde o dia que os cães começaram a ingerir alimentos sólidos em adição ao leite
da mãe até atingirem 17 semanas de idade. Depois deste período, as ingestas de cálcio e de
fósforo foram normalizadas nos grupos I e II por mais 10 semanas. Os cães alimentados com
altos níveis de cálcio sem um aumento proporcional de fósforo tornaram-se hipercalcêmicos
(muito cálcio no sangue) e hipofosfatelêmicos (pouco fósforo no sangue) e apresentaram
distúrbios graves no desenvolvimento ósseo, no crescimento e na mineralização dos ósseos,
sinais típicos de raquitismo. Depois que a ingesta de cálcio foi regularizada, as lesões de
raquitismo desapareceram, mas lesões de osteocondrose apareceram. Os cães alimentados
com altos níveis de cálcio e de fósforo (grupo III) tornaram-se levemente hipofosfatelêmicos,
seu crescimento foi retardado, e desenvolveram lesões esqueléticas compatíveis com
osteocondrose, que em parte se resolveram após a normalização da ingesta de cálcio e fósforo.
Moral da história meus amigos, já está mais do que provado que o correto em nutrição do
filhote de dogue alemão até os 18 meses é o uso de rações de alta qualidade e de indústrias
idôneas. NA QUALIDADE DE MÉDICO VETERINÁRIO RECOMENDO A TODOS, QUER SEJAM
ALUNOS, NOVOS PROPRIETÁRIOS, CRIADORES OU LEIGOS EM GERAL, QUE A
PRÁTICA DE FORNECER SUPLEMENTO DE CÁLCIO PARA OS FILHOTES EM
CRESCIMENTO SEJA COMPLETAMENTE BANIDA.
PROFESSOR DR. LEONARDO BARCELLOS -USP
Genética na Criação de Cães
Meados da década de 60, do século XIX, Gregory Mendel buscava fervorosamente a
explicação para suas constatações em seus experimentos de hibridização de plantas. A cada
retrocruzamento que realizava novas cores surgiam, sempre muito diferentes daquelas das
plantas progenitoras. A partir destas constatações, Mendel postulou suas duas leis que, até
hoje, são a base do estudo da hereditariedade.
A 1a Lei de Mendel diz que “Os dois alelos de um gene
segregam um do outro durante a formação das células sexuais (gametas), de modo que metade
dos gametas carrega um dos alelos e outra metade carrega o outro alelo”. Para o correto
compreendimento desta lei, revisemos o conceito de alelos: “Alelos são formas alternativas de
um mesmo gene que ocupam o mesmo Loco em cromossomos homólogos”. Já a 2a Lei de
Mendel diz que “Quando dois ou mais alelos são considerados, cada um comporta-se
independentemente do outro”.
Considerando-se que praticamente todas as
características fenotípicas dos cães são determinadas por dois ou mais pares de alelos e que,
estes, comportam-se de maneira independente e segregam uns dos outros, chegamos a
explicação do porque temos tanta variabilidade dentro das ninhadas de cães.
Um determinado padreador de dogue alemão Arlequim,
cor e padrão determinados por vários pares de genes, produz em seu ejaculado, milhões de
espermatozóides totalmente diferentes uns dos outros, podendo gerar filhotes muito diferentes
de si, melhores ou piores em termos de marcação. Combinando-se um destes espermatozóides
com um dos óvulos da matriz, também com constituições genéticas diferentes, temos um novo
arranjo de alelos e um novo padrão de marcação, muitas vezes, completamente distinto do dos
pais.
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Além disso, toda a hereditariedade das características não
ocorre da mesma forma. Temos a Herança autossômica recessiva, onde os portadores dos
genes recessivos não podem ser detectados exceto pelos efeitos ocasionados na ninhada. Os
pais, aparentemente, não possuem os defeitos mas são portadores de genes recessivos. Os
filhotes recebem um gene de cada progenitor, promovendo o “encontro” dos recessivos e a
manifestação do defeito/característica/doença.
Um segundo tipo de herança é a autossômica dominante,
onde o portador do gen é reconhecido, mas muitas vezes não pelo criador, ou o gen está
presente sem completa manifestação, o que pode ocorrer na ninhada.
Temos também a herança ligada ao sexo, normalmente
no cromossomo X, se manifestando em machos e em fêmeas se for dominante e somente em
fêmeas se for recessivo (XX).
E, muitíssimo importante para a criação de cães, os
caracteres poligênicos, onde mais de um gene é necessário para produzir o defeito. Ambos os
pais podem ter os genes isolados e contribuir cada um com um ou mais gens que, juntos,
causarão os defeitos na ninhada.
Aliado a tudo isto, a Pleiotropia afeta de maneira muito
importante a criação. O pleiotropismo ocorre quando um gene está envolvido em mais de uma
característica, ou seja, o gene que determina uma cor, pode determinar junto severos
problemas de saúde ou de temperamento.
Como podemos notar, estamos frente a um universo de
variabilidade e de fatores que afetam a seleção dos cães.Mas como diminuir esta
variabilidade? É claro que o processo de consangüinidade diminui a variabilidade das
ninhadas, mas traz consigo um grande problema, a Depressão Endogâmica.
Mas o que é consangüinidade? Defini-se
consangüinidade como o “acasalamento de indivíduos mais aparentados entre si, do que a
parentesco médio esperado, se eles fossem escolhidos, ao acaso, na população”.
Então fica claro que promovemos a consangüinidade na
criação de cães, ao usarmos cães de mesma linhagem, com graus de parentesco muito
próximos.
A consangüinidade aumenta a quantidade de homozigose
e promove a diminuição de heterozigose, ou seja, aumenta a oportunidade dos genes
recessivos, encobertos nos heterozigotos, se expressarem. A conseqüência geral disto é a
redistribuição da variância genética, ocasionando a diferenciação genética entre linhas e
uniformidade genética dentro delas.
A conseqüência principal da consangüinidade é a
redução do valor fenotípico médio para caracteres relacionados com capacidade reprodutiva
ou eficiência fisiológica, a chamada depressão endogâmica. Geralmente, temos a redução
geral da fertilidade, da sobrevivência e do vigor dos animais.
Mas aí chegamos no principal dilema da criação de cães
de raça, como promover o melhoramento genético dos animais sem promover
consangüinidade?
Uma vez que, qualquer par de indivíduos numa
população, deve estar relacionado com um ou mais ancestrais comuns, num passado mais ou
menos remoto, e quanto maior for o tamanho da população, em gerações anteriores, menor
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será a proporção desses ancestrais, começamos a entrar no conceito de Coeficiente de
Consangüinidade”.
O coeficiente de consangüinidade estima a quantidade
esperada da redução em heterozigose e é obtido pelo acompanhamento do pedigree do
indivíduo até o ancestral comum dos pais.
Assim, devemos buscar o equilíbrio. Não temos como
partir para os cruzamentos entre raças, pois acabaríamos com elas e, da mesma forma, não
temos como acasalar irmãos, pais com filhas, filhos com mães, sob pena de chegarmos a um
coeficiente de consangüinidade tal que inviabilizaria a vida destes animais.
Mas sabendo de tudo isso, nos perguntamos: Como
deveria ser feito o Melhoramento Animal? Deveria ser realizado pela escolha dos animais
com maiores valores genéticos. Mas como não se pode medir o valor genotípico e sim o
fenotípico, é necessário saber a precisão por meio da qual o valor fenotípico representa o
valor genético do indivíduo. Esse indicador de precisão é chamado HERDABILIDADE. A
principal função da herdabilidade é o caráter preditivo, sendo que esta expressa o grau de
confiança do valor fenotípico como indicador do valor genético.
Uma baixa herdabilidade indica que grande parte da
variação da característica ocorre devido às diferenças de ambiente onde os indivíduos são
criados (inclui-se aí a forma e os cuidados de criação do filhote). Já uma alta herdabilidade
indica que as diferenças genéticas entre indivíduos são as responsáveis pela variação da
característica avaliada. Também indica uma alta correlação entre o valor genético e o valor
fenotípico do animal, sendo, portanto, o valor fenotípico um bom indicação do valor genético
do animal.
Neste momento temos que atentar para o fato de que não
existe nenhum método de criação que não seja a escolha criteriosa dos progenitores. Temos
que escolher o cão e não somente seu pedigree. Sem considerar as possibilidades de fraudes e
trocas de registros genealógicos, somente o que foi postulado por Mendel, já justifica
plenamente a avaliação dos reprodutores e não somente de seus registros !
De maneira alguma quero passar uma idéia de falta de
importância do pedigree, apenas dizer que, podem haver casos de pedigrees iguais, cães
diferentes. Um belo dogue alemão “Pet” com sua garupa mal inserida, suas orelhas de abano e
seus probleminhas de aprumos, pode ser irmão de ninhada de um grande vencedor nacional,
quase perfeito ! E os pedigrees destes dois cães, totalmente iguais.
Assim, nunca devemos esquecer da importância da
seleção criteriosa dos padreadores e das matrizes, embasandos tanto nas suas características
fenotípicas, qualidades aparentes, quanto no seu valor genético, pedigree. Privilegiemos os
cães bonitos e agradáveis de ver e não somente aqueles de excelente pedigree !
Prof. Dr. Leonardo José Gil Barcellos - Médico Veterinário - Mestre em Produção Animal -
Doutor em Fisiologia Animal - Professor da Disciplina de Genética, Evolução e
Melhoramento Animal - Curso de Medicina Veterinária - Universidade de Passo Fundo
www.gigantedospampas.com.br
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Proporções e Equilíbrio do Dogue Alemão Por Nikki Riggsbee
Copyright 1/1/2011
Traduzido por Milton Apter
Originalmente publicado no magazine online Great Dane Review -
http://www.greatdanereview.com/pdfs/GDR%20Great%20Dane%20Balance%2
0and%20Proportion%202011-1-9.pdf. Nota: As partes deste artigo que estão entre aspas são do padrão do Dogue Alemão (USA)
válido a partir de 28 de Abril de 1999, disponível no site do AKC. As mudanças votadas em
2010 não estão relacionadas a equilíbrio e proporções.
Quando iniciamos o estudo de uma raça, tipicamente aprendemos antes sobre suas partes:
uma cabeça boa, cores corretas, boa frente, traseira e cauda. Com o desenrolar do estudo,
progride-se para ver o “cão inteiro”. O “cão inteiro” não significa que o tipo rácico é menos
importante. Significa que o tipo rácico está definido pelo cão todo, e não apenas por algumas
partes selecionadas.
O cão inteiro equilibrado não tem apenas as peças boas. Aquelas peças estão nas proporções
correta as uma com as outras.
Nosso padrão descreve um Dogue Alemão como “… sua conformação geral deve ser tão
equilibrada ” e “ é sempre uma unidade – o Apollo dos cães.
O dicionário define equilíbrio como o que está em harmonia ou nas proporções apropriada.'
Quando avaliam cães, os juízes vêem primeiramente o cão como um todo e determinam quais
cães tem o correto equilíbrio para a raça antes que eles vejam qualquer detalhe. Se a forma e o
equilíbrio como um todo estão errados em um exemplar em pista, esse cão provavelmente não
será mais considerado posteriormente.
A proporção é definida como uma relação entre coisas (ou partes de coisas) que dizem
respeito à comparação de quantidade, magnitude ou grau, como uma parte se relaciona com a
outra. É também o relacionamento de diferentes componentes dentro de uma mesma parte.
Avalíe este cão. O que é bom nele? O Que você mudaria? Como é seu equilíbrio?
Suas partes componentes são
decentes, na verdade. Mas não se
ajustam. Esta foto exagera o
estado de ‘falta de equilíbrio.' Eu
montei este cão com fotos de
diversos cães. Parece que essas
partes foram unidas por um
comitê. Infelizmente, muitos
cães expostos hoje em dia
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parecem dessa forma, partes unidas por um comitê.
A seguir, olhe para o cão abaixo. Você pode ver a diferença no equilíbrio e proporções? Esse
cão é uma peça única, com equilíbrio e unidade.
Equilíbrio
Entender equilíbrio custa mais do que somente olhar uma foto. Há proporções precisas a
procurar. Algumas destas virão diretamente do padrão do dogue alemão. Algumas serão
derivadas do padrão. Alguns virão dos meus mais de trinta anos da aprendizagem sobre cães.
Você pode discordar de mim na última categoria, mas isto pode começar uma discussão.
A primeira frase do padrão do dogue alemão diz “O Dogue alemão combina em sua real
aparência, dignidade, força e elegância com grande tamanho, num corpo poderoso, bem
formado e suavemente musculado” Força, poder, e musculado são palavras que pedem por
um cão substancialmente forte. O equilíbrio inicial para um dogue alemão é entre quantidades
iguais de grande tamanho, muita elegância e muita substância. A combinação igualitária
destes três itens, é parte do que diferencia um dogue alemão de outras raças.
O tamanho do dogue alemão é a altura do cão. O padrão especifica alturas mínimas de 30”
(76cm) para machos e de 28” (72cm para fêmeas (e preferivelmente mais). Os mínimos
aplicam-se aos filhotes de seis meses quando estão numa pista de exposições. O padrão
ilustrado diz que a altura média para adultos é provavelmente 34” (86cm) para machos e 32”
(81cm) para fêmeas. Diz também que se tudo o mais for igual, deve-se preferir o dogue
alemão maior. Grande tamanho é uma virtude, apesar de certamente não ser a única virtude.
Se é um bom dogue alemão, com tipo rácico, equilíbrio e soundness, ele não pode ser
demasiado alto.
Muitas características fornecem a elegância para nossos cães. Comprimento - de cabeça,
pescoço, pernas - são importantes para a elegância. Ângulos e curvas e “o corpo suavemente
musculado” contribuem também, assim como uma “linha inferior bem definida “. Muitas
definições de elegância incluem a graciosidade que vem de linhas limpas e curvas suavemente
contínuas do cão.
Substância, força, e poder são evidentes em bons músculos e ossos. Profundidade e largura
são uma parte da substância, como a profundidade do corpo e o arqueamento de costelas. O
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macho é “mais maciço” do que a fêmea, mas ambos são maciços. O Maciço deve ser contra-
balanceado pela elegância. Substância e elegância são ambos importantes. O padrão diz que
“falta de refinamento ou falta da substância são igualmente indesejáveis.”
As fêmeas acima ilustram o equilíbrio entre tamanho, elegância e substância, elas tem
unicidade.
Machos também tem elegância, assim como tamanho e substância. Notem o comprimento de
cabeça, pescoço e pernas.
Quadratura
O padrão especifica que na proporção entre comprimento e altura, o Dogue Alemão deve ser
quadrado, sendo nas fêmeas permitido um comprimento de corpo ligeiramente maior. O
padrão diz que a altura é medida no ombro, mas não podemos colocar uma régua lá, assim nós
medimos na cernelha, no ponto mais alto do ombro, até o chão. O comprimento é medido do
ponto do ombro (junção entre o ombro e o úmero) até o ísquio.
Porque os Dogues Alemães são altos e suas cernelhas freqüentemente altas, bem acima da
linha de dorso, uma ilusão de ótica pode afetar o que um juiz vê. Os olhos são atraídos para a
linha de dorso, a linha horizontal mais longa, como sendo o alto do quadrado. Na verdade, a
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linha de cima do quadrado pode realmente ser um par ou mais de polegadas acima do dorso.
Em conseqüência, um cão que pareço quadrado pode de fato ser um retângulo vertical, mais
alto do que comprido. Um Dogue Alemão que tenha medidas quadradas, parecerá não-
quadrado, ligeiramente mais longo que alto. Nós não queremos um retângulo em qualquer dos
sentidos (vertical ou horizontal).
Qual desses Dogues Alemães é quadrado?
O macho dourado é o único quadrado. A fêmea dourada e o macho tigrado foram ambos
medidos e são mais altos que longos.
Em minha experiência, a altura e as angulações de um Dogue Alemão podem mudar durante
sua vida. Éle é curto e bem angulado quando filhote. Com os jorros do crescimento, torna-se
mais alto e mais reto na adolescência. Com a maturidade,ele acomoda-se em suas angulações,
se torna mais angulado e em conseqüência, um pouco mais curto.
Macho versus Fêmea
O padrão diz que “o macho deve parecer mais substancioso no todo do que a fêmea, com
estrutura maior e ossatura mais pesada.” Não deve ser necessário olhar por baixo do cão para
descobrir o gênero. Em sendo mais substanciosos, os machos têm mais ossatura, corpos maios
profundos e largos, cabeças mais profundas e largas, e são mais altos. Repare que ele não diz
que as fêmeas são menos, mas sim que os machos são mais. Se uma cadela for alta e com
substância, com a elegância combinando e um macho for menos, a falha é do macho, não da
fêmea.
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Qual destes dois Dogues Alemães é o macho e qual a fêmea?
O tigrado é o macho. Qual é o mais incorreto? Quando temos as faltas listadas por categoria,
um macho afeminado é uma falta séria, e uma fêmea masculinizada, uma falta leve. Assim, a
fêmea é a mais correta.
O padrão também afirma que a “masculinidade do macho é muito pronunciada na aparência
estrutural da cabeça. A cabeça da cadela é mais delicadamente formada.”
Qual desses 2 Dogues Alemães é macho e qual é a fêmea?
A cabeça da esquerda é de uma fêmea, o
macho está na direita. As proporções relativas
em ambas, são quase as mesmas. O
comprimento da cabeça do macho não é
muito mais longa que a da fêmea. A
masculinidade pronunciada está na
substância, profundidade e largura da cabeça.
A cabeça do macho tem crânio e focinho mais
profundos e stop mais pronunciado.
A cabeça da fêmea é mais delicadamente
formada, e é visivelmente menos profunda e
larga.
Cabeça O padrão é preciso em descrever a proporção e o equilíbrio da cabeça, especificamente e por
deduções. É “retangular, longo,” seus planos estão “retos e paralelos,” e “é angulosa vista por
todos os lados.” O comprimento do focinho é igual ao comprimento do crânio à parte traseira
do occipital.
A cabeça é descrita como retangular. Retângulos são definidos como mais longos que largos
(ou altos) e tem a mesma altura nas 2 extremidades. Conseqüentemente, a cabeça retangular
do Dogue Alemão tem a mesma profundidade de crânio e de focinho.
O comprimento do focinho é o mesmo que o do topo do crânio e a profundidade do crânio e
do focinho são os mesmos. Assim, quando uma boa cabeça de Dogue Alemão de perfil é
dividida verticalmente no stop, nem o crânio nem o focinho devem parecer maiores um do
que o outro. Alguns focinhos de Dogue Alemão são demasiado curtos e estreitos quando
comparados a seus crânios, tornando a cabeça desequilibrada.
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A aparência retangular deve ser vista também de frente. As bases para isto são: o crânio ter
”lados paralelos”, “as narinas serem as mais largas possíveis” e “orelhas de inserção altas”.
O padrão descreve o stop como “fortemente pronunciado”, “visto de lado”. O stop
pronunciado é resultado mais de arcada superciliar que de um recorte profundo entre os olhos.
Como parte da masculinidade do macho, seu stop é mais pronunciado, parecendo mais
profundo que o da fêmea. Eu penso que o stop de uma raça deve ser correto, para a cabeça ser
correta. Na minha opinião, a profundidade correta do stop do Dogue Alemão visto de perfil é
em torno de vinte por cento da profundidade do crânio. A parte superior do focinho está vinte
por cento abaixo do topo do crânio. Para equilibrar, o lábio superior desce a mesma
quantidade – vinte por cento – abaixo da linha da mandíbula, para manter o formato
retangular.
A cabeça desta fêmea é retangular – a profundidade do crânio e a
profundidade do focinho é a mesma. Ela é longa, e o comprimento
do focinho é igual ao do crânio. Lembre que as orelhas estão na
cabeça, e que a parte posterior do occipital está antes das orelhas,
quando compararmos comprimento de focinho com crânio.
Essas outras cabeças são também corretamente proporcionadas e
equilibradas.
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Cabeças retangulares também quando vistas de frente.
Pescoço
O pescoço é longo. Um cão balanceado tem um pescoço de comprimento mais ou menos
igual à cabeça. Para o meu olho, a largura média do pescoço corresponde à profundidade do
crânio. O pescoço deve “fluir suavemente para a escápula” e dorso. O pescoço correto
contribui significativamente para a elegância do Dogue Alemão.
Este cão tem muitas qualidades. Mas o pescoço curto lhe tira a
elegância, e faz ele parecer grosseiro e desequilibrado.
Esta fêmea também tem qualidade.
Com um pescoço mais longo
moldando-se suavemente em sua
escápula e dorso, ela tem elegância.
Como está o balanço entre cabeça e pescoço? O pescoço é
agradavelmente longo. A cabeça poderia ser mais longa e
maior no seu todo, com um focinho mais comprido e profundo.
Essas mudanças deveriam melhorar seu equilíbrio.
A cabeça e pescoço deste cão estão melhor balanceados um
com o outro. O comprimento deles é aproximadamente o
mesmo. A profundidade de focinho e a largura do pescoço na
metade da distância entre o occipital e a cernelha, são
basicamente iguais. Este cão também mostra boa proporção
entre comprimento de pernas e profundidade de corpo, com
cabeça e pescoço. Isto combina para o equilíbrio de grande
tamanho com muita substância e muita elegância.
Uma fêmea de qualidade,
com cabeça e pescoço em equilíbrio. Notem a suave
transição do pescoço para a cernelha e dorso e as
linhas suaves no seu todo. Uma gota d’água colocada
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no seu occipital desceria num fluxo ininterrupto para sua garupa e cauda.
Membros (Quartos) Dianteiros
O padrão diz bastante sobre os membros anteriores. “A escápula… formando, tão próximo
quanto possível, um ângulo reto… com o braço.” O ângulo que o braço “retorna” deve ser o
mesmo que o ângulo de inserção de ombro. O conceito de um ângulo reto no trem dianteiro
nasceu do trabalho de Rachel Paige Elliot e seu livro, ‘The Original Dog Steps’. Anos mais
tarde, o Dr. Quentin LaHam desafiou aquele grau de angulação em cães com comprimento de
pernas corretamente proporcionados, e persuadiu a senhorita Elliot que o ângulo era um tanto
mais aberto que os noventa graus. O padrão atual de FCI para Dogue Alemão pede 100 graus.
(nota do tradutor – na realidade, o padrão atual FCI fala num ângulo entre 100 e 110 graus).
“Uma linha da ponta superior do ombro à parte traseira da junta do cotovelo deve ser
perpendicular” (ao chão). “A escápula e o braço devem ser do mesmo comprimento.”
Encontre o alto da escápula. Uma linha de prumo deixada cair desse ponto verticalmente à
terra deve tocar a parte traseira do cotovelo e também a almofada traseira elevada, perto do
pé. Quando um cão está se aprumando, geralmente por causa de um mau handling, seu
conjunto dianteiro parece desequilibrado.
O ângulo da escápula e do braço superior do ombro deve colocar as pernas dianteiras sob o
centro de gravidade do cão, a parte a mais pesada do cão, para a melhor sustentação. As
pernas dianteiras não devem estar abaixo do pescoço do cão, o que acontece com angulação
pobre ou trem dianteiro deslocado para a frente. Quando as pernas dianteiras estão sob o
pescoço, há uma sustentação insuficiente para o corpo, e a linha superior não será forte e em
nível.
Note o termo “quartos dianteiros”. Ele diz basicamente que a parte frontal do cão, da linha da
ponta do ombro à parte da frente do cotovelo, é um quarto do comprimento do cão. Quartos
traseiros – o trem traseiro, é outro quarto. E entre os dois, é metade do comprimento do cão de
perfil. O equilíbrio correto do Dogue Alemão inclui estas proporções.
O standard diz “o cotovelo deve ser metade da distância da
cernelha ao chão”. Eu estou com a maioria na votação recente
(apesar de não ser uma maioria de 2/3) que acredita que a
distância do cotovelo ao chão deveria ser pouco mais que a
metade, talvez mais ou menos 1 polegada (2,54cm), dependendo
da altura do cão. Elegância vem de comprimento, incluindo um
pouco mais de comprimento de perna. Antes de 1990, o padrão
do Great Dane Club of America não pedia uma proporção 50-50;
o padrão FCI atual, atualmente pede. Este cão bom tem um
ombro bem inserido e um ângulo de retorno bom do braço. O braço parece ter o mesmo
comprimento que o ombro. O cotovelo está debaixo da ponta do ombro, e uma linha deixada
cair desses pontos, toca a almofada elevada acima do pé.
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O cotovelo está no ponto médio da altura da cernelha. Eu acredito que um pouco mais de
comprimento de pernas lhe daria mais elegância e o faria parecer mais próximo da quadratura.
O ombro é bem inserido e o braço retorna
aproximadamente o mesmo ângulo, assim o cotovelo está
abaixo do ponto mais alto do ombro. As pernas dianteiras
estão sob o corpo, não sob o pescoço. As penas dianteiras
são ligeiramente mais longas que a profundidade do corpo.
O conjunto dianteiro está bem colocado no corpo. Cotovelo
abaixo do ponto do ombro. Você não pode ver o braço
porque ele retorna sob o cão, atrás do ante-peito.
O ombro bem inserido,
mas o braço não retorna
com o mesmo ângulo.
A falta de retorno coloca as pernas dianteiras abaixo
do pescoço e assim não dá o suporte necessário para
a parte mais pesada do cão.
Note como isso afeta a linha inferior; ela é mais
longa do cotovelo para os quartos traseiros nos 2
últimos cães de baixo, comparados com os 2
mais de cima.
Outra raça, frente interessante. O ombro está bem inserido,
mas o braço não retorna, colocando as pernas dianteiras,
embaixo do pescoço. O equilíbrio da parte dianteira
envolve o comprimento e a colocação do ombro e o braço,
e o comprimento das pernas. O conjunto dianteiro contribui
para o equilíbrio de todo o cão, pela sua forma e por sua
colocação no corpo. Uma dianteira boa mas que esteja
colocada à frente de onde deveria estar no cão, também
negativamente afeta o seu equilíbrio.
Corpo
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O corpo entre os Membros (Quartos) Dianteiros e os Membros (Quartos) Traseiros é ao redor
da metade do comprimento do cão. O padrão pede por “um dorso curto e nivelado” “lombo
largo” um peito “largo, profundo” . “A profundidade do peito se estende ao cotovelo, com
costelas bem arqueadas.” A “linha inerior do corpo é bem definida”. O lombo largo, o peito
largo e profundo, chegando ao cotovelo e costelas bem arqueadas, contribuem para substância
e força. Linha inferior bem definida é parte da elegância.
O dorso curto e nivelado, peito largo e profundo, até os
cotovelos, ajudam na aparência quase quadrada.
Apesar deste cão ter uma boa linha inferior, ele tem um
pedaço de pele abaixo da area do lombo, que esconde um
pouco a linha inferior. Esse pedaço de pele é uma marca
característica de hound, apropriada, pois o Dogue Alemão
foi utilizado como um caçador de presas grandes. Se essa
pele é muito solta para baixo, fazendo a linha inferior
parecer reta, o cão pode parecer grosseiro – muita
substância, pouca elegância, com a linha inferior
escondida.
A parte do meio do corpo, entre os membros dianteiros e
traseiros, é metade co comprimento do cão.
Veja a diferença no comprimento total do cão, comparado ao
comprimento da linha inferior, do cotovelo aos membros
posteriores.
Como é seu equilíbrio Sua cabeça e pescoço são equilibrados. Seu ombro
está bem inserido, apesar de que o braço poderia retornar mais. Como seu comprimento de corpo prejudica seu equilíbrio? O comprimento está nas costelas, não no lombo. O
comprimento aparece na linha inferior, assim como no
comprimento total do corpo.
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O Impacto da Linha Inferior no Equilíbrio
Grosseiro
Substância sem elegância
Linha inferior reta
Refinado
Elegância sem substância
Linha inferior excessivamente esgalgada
Dogue Alemão
Combinação de substância e elegância
Linha inferior correta
Membros (Quartos) Traseiros
(Membros) “Quartos” traseiros – ¼ do cão é a parte do início da garupa até o final do íesquio.
A largura da frente e da traseira do cão são aproximadamente iguais num Dogue Alemão
balanceado.
A garupa é “ampla”- vista de trás e de Aldo, e “muito suavemente inclinada”. Uma garupa
ampla (larga e longa) permite que a musculatura das coxas também seja ampla.
A coxa e a perna tem o mesmo comprimento.
A traseira deve ser bem angulada, em harmonia com
a frente. Os jarretes são relativamente curtos (“bem
descidos”).
Fêmea Tigrada (esquerda):
O comprimento da garupa afeta a largura da coxa.
Mais larga e mais musculosa, é melhor.
A coxa e a perna são de mesmo comprimento.
A perna tem boa largura.
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Macho tigrado (direita):
Frente e traseira bem
anguladas
Jarretes relativamente curtos.
Macho dourado (esquerda):
Uma garupa larga permite uma
musculatura forte também na
traseira.
Movimentação Equilibrada
A forma e o equilíbrio geral do cão devem permanecer os mesmos quando o cão está em
movimento. O padrão diz o seguinte quando descreve o Dogue Alemão movimentando a
trote:
* “Passadas longas e fluidas”
* “A cabeça é portada para a frente”
* “Linha de dorso... nivelada e paralela ao solo”
* “Longo alcance...” os pés dianteiros “tocam o solo abaixo do focinho”
* A “propulsão traseira ... equilibrada com o alcance.”
O pescoço estendido num ângulo de 45 graus. Os
pés dianteiros tocam o solo abaixo do focinho. A
extensão do passo dianteiro e a propulsão traseira
aproximadamente iguais.
Ambos os pés ficam igualmente próximos ao solo.
O pé traseiro aterrisa no local vago que o pé
dianteiro acaba de deixar (no solo). O dorso é
nivelado, não curvado nem para baixo Braço e
jarrete estendidos.
Dorso nivelado – o cão se move como algo único.
Bom sincronismo dos pés
Frente e traseira estendidas
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Apesar deste movimento ser melhor do que a maioria, note que o pé dianteiro está estendido
mais alto do que o pé traseiro, mais altamente do que o pé dianteiro no retrato superior. A
extensão do pé dianteiro na primeira foto inclui o braço superior num grau maior e é um
movimento mais eficiente.
Dorso nivelado, cabeça e pescoço estendido
Alcance e extensão equivalentes.
Sincronismo de pés corretos.
Braço e jarrete estendidos.
O cão se move como algo único
Note a simetria da frente e da traseira, a
extensão e flexão do cotovelo, joelho e das
patas.
A linha de dorso permanece nivelada, Ela é
um pacote “único”.
A extensão dianteira não encaixa
com a propulsão traseira.
A linha de dorso “está “descendo a
ladeira”
O pé dianteiro não aterrisa sob o
nariz
Outros Padrões
Outros padrões descrevem proporções e podem ser úteis e aplicáveis ao Dogue Alemão. O
padrão do Samoyeda diz que o comprimento do jarrete é “aproximadamente 30 por cento da
altura da coxa.
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O padrão do Dogue Alemão pede “jarretes bem descidos” – ou seja, curtos. Trinta por cento
do comprimento da coxa resulta nesta proporção.
O Padrão do Schnauzer Gigante descreve a raça como “quase quadrada”. Diz ainda que “o
comprimento total da cabeça é aproximadamente a metade do comprimento do dorso
(cernelha à raiz da cauda).
Essa proporção se aplica também para o Dogue Alemão? Isto irá depender se a medida será
feita no início ou no fim da cernelha. Se a cabeça da fêmea tiver um comprimento de 12”
(30,5cm), o dobro seria 24” (71cm) – isto seria razoável da base da cernelha à raiz da cauda?
O padrão do Rottweiller pede que o cotovelo seja a metade da altura do cão.
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Para o Rottweiller e o Dogue Alemão dourado (acima), a distância do cotovelo ao chão, é
metade da altura do cão na cernelha.
O comprimento da perna da fêmea tigrada, do cotovelo ao chão, é aproximadamente 1
polegada (2,5cm) mais que a metade da sua altura.
Pernas longas fazem parte do que torna o Dogue Alemão uma raça elegante.
Nosso standard diz que a cabeça é “longa”,
mas não diz quão longa. O padrão do
Bloodhound diz quão longa são as cabeças
deles: 12”(30,5cm) para machos, 11”(28cm)
para fêmeas; é razoável supor que a cabeça
de um Dogue Alemão seja mais longa.
Veja o Cão Todo
Olhe as linhas de um cão para ver proporção e equilíbrio. Veja o cão mover-se para assegurar
que você está vendo o cão genuíno ao invés da apresentação e também para ver o equilíbrio
em movimento. Pratique avaliando seus próprios cães e outros cães em pista.
Algumas coisas para ver que são parte do equilíbrio:
* O tamanho, a substância, e a elegância do todo
* A altura e o comprimento do cão
* O comprimento da cabeça, comprimento do pescoço, comprimento das pernas
* Proporções da cabeça: formato retangular, comprimento e profundidade do focinho e do
crânio
* Linhas superior e inferior
* Comprimento do cão todo comparado ao comprimento da linha inferior
* Substância e ossatura
* Angulação dianteira e proporções entre as partes que formam a frente
* Angulação traseira e proporções entre as partes que formam a traseira
* Angulação dianteira e largura, comparada à angulação traseira e largura
* A proporção do corpo em relação aos quartos dianteiro e traseiro
* As linhas gerais
As partes estão corretas? Elas estão ajustadas?
Elas fluem suavemente e a transição de uma
parte para a seguinte é limpa?
Olhe os cães seguintes; O que está em
equilíbrio? O que você mudaria?
Substância versus elegância
Formato da cabeça, focinho comparado ao
crânio
Comprimento e largura do pescoço e a transição
para a cernelha e dorso aceitáveis
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Conjunto dianteiro: comprimento de ombro comparado com o braço, angulação
Quartos Traseiros: garupa, largura, comprimento e largura da coxa e perna traseira
Avalie cada Dogue Alemão em função de seu equilíbrio:
- Tamanho, substância, elegância
- Formato e comprimento da cabeça,
equilíbrio entre focinho e crânio
- Comprimento e inserção de pescoço.
- Quartos dianteiros – angulações,
largura, colocação
- Quartos Traseiros – angulações,
largura, força
- Equilíbrio do comprimento do corpo
com a altura e comprimento de perna
- Profundidade do corpo; linha inferior
- Suavidade e correção nas linhas
- Unicidade
Filhote Macho
Avalie os Dogues Alemães abaixo em relação a equilíbrio, proporções e formato. Use os
critérios mencionados acima.
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Não é suficiente que um Dogue Alemão seja constituído de boas partes. As boas partes devem
estar nas proporções apropriadas entre elas. O cão inteiro deve ter o equilíbrio apropriado à
raça. O equilíbrio deve ser evidente com o cão parado solto e em movimento. Somente com
equilíbrio, um Dogue Alemão terá um tipo excelente para a raça. Não há nenhum Dogue
Alemão perfeito, assim que você não encontrará um com equilíbrio perfeito. Há algumas
maneiras de decidir quais falhas de equilíbrio são mais sérias.
Muitos padrões falam para penalizar faltas na extensão do seu desvio. Isto pode ser aplicado
também para o equilíbrio. Pequenos desvios de equilíbrio são menos sérios que os grandes.
Uma outra consideração seria dar mais valor àqueles equilíbrios que definem a raça de
maneira inequívoca.
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Da primeira sentença no padrão, “O Dogue Alemão combina… força e elegância com grande
tamanho …”
O equilíbrio destes torna-se prioridade. As cabeças em cada raça são únicas, assim a cabeça
do Dogue Alemão, também deve ser considerada importante, não apenas por ela própria, mas
equilibrada entre suas partes e com o resto do cão. Eu adicionaria a importância do pescoço ao
equilíbrio, porque eu penso que um pescoço longo é importante para a elegância.
Quando você olha para Dogues Alemães, inclua o equilíbrio de todo o cão na sua avaliação.
Se nós não selecionarmos para ele, nós não o teremos.
Por Nikki Riggsbee
Copyright 1/1/2011
Traduzido por Milton Apter
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse singelo manual não visa ser um livro, sequer o guia
de cada criador da nossa bela raça, entretanto, visa ser um referencial, um norte, para que os
apaixonados pela raça, os juizes e os demais admiradores possam entender um pouco mais de
como funciona um dogue alemão, como ele se movimenta, quais características são mais
importantes em sua compleição e como deverá ser o dogue alemão, corretamente julgado.
Quais critérios deverão ser apreciados ou excluídos da criação. Enfim visamos com este
pequeno compendio aguçar a curiosidade de cada um que se dedicar a lê-lo, certos que
estamos que com isso, iniciarão uma busca maior por informações que possam melhor
completar esse nosso trabalho amador.
SITES INTERESSANTES:
www.doublem.vet.br
www.danesonline
www.deutsche-dogge.de/
www.geocites.com/doguealemao/
www.gdr.com
www.clubgrandanes.com.ar
www.gdca.org
www.members.nbci.com
www.chromadane.com