manual de textos academicos da faculdade faifa vivian bueno cardoso

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  • SUMRIO

    PREFCIO 7APRESENTAO 111 A LEITURA PROVEITOSA 152 O RESUMO 233 A RESENHA 334 A DISSERTAO ACADMICA 49

    4.1 O projeto da Dissertao Acadmica 504.2 A Estrutura da Dissertao Acadmica 53

    5 O ARTIGO CIENTFICO 695.1 O projeto do artigo cientfico 69

    5.1.1 O tema 695.1.2 O problema 705.1.4 O objetivo geral 735.1.5 Os objetivos especficos 745.1.6 A justificativa 745.1.7 A reviso terica 765.1.7.1 Citaes 775.1.8 A metodologia 815.1.9 O cronograma 85

    5.2 A estrutura do Artigo Cientfico 95

    6 A MONOGRAFIA 1276.1 O projeto da monografia 1276.2 A relao entre o orientador e o orientando 1286.3 A estrutura da Monografia 1296.4 Apresentao oral da Monografia 161

    BIBLIOGRAFIA 165

  • 7PREFCIO

    O grande desejo de um educador do Ensino Superior que os educandos tenham uma aprendizagem eficaz que resulte em competncias e habilidades necessrias para atuao, dentre outras reas, profissional. O desejo de ensinar, a doura no ensino, a preocupao com as dificuldades dos educandos e o desejo de ajud-los a superar essas dificuldades o que move um educador a realizar uma tarefa que, efetivamente, dar resultados positivos. Essa tarefa foi realizada pela professora Vivian Bueno Cardoso. E por meio dela no h dvidas de que o profissional de Teologia, e outros que porventura venham adquirir este manual, sero capazes de desenvolver bem sua profisso que no dispensa uma boa leitura e uma boa elaborao de textos.

    Tive a honra de ter a professora Vivian como minha aluna na Universidade Estadual de Gois e honra maior ainda de t-la como minha monitora. A professora Vivian est entre os melhores alunos que j tive, alm de inteligente extremamente dedicada em tudo que faz. Quando monitora dedicou-se com afinco e, nessa funo, comeou a sistematizar com mais clareza a forma de organizao de textos. Sua longa caminhada de dedicao ao trabalho e aos estudos resultou neste brilhante Manual de textos acadmicos da Faculdade Faifa, instituio onde atuou como professora de Metodologia Cientfica e Lngua Portuguesa.

    O brilhantismo do trabalho da professora Vivian no se refere ao contedo em si, pois h inmeros manuais nesta rea que so mais abrangentes que ele. O objetivo central no foi ser abrangente, mas altamente didtico. O objetivo foi alcanar os alunos com dificuldades iniciais de leitura e fazer com que esses alunos consigam dar saltos graduais do mais simples, a leitura proveitosa, ao mais complexo para a graduao, o Trabalho de Concluso de Curso. Mas tambm, mesmo os

  • MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA8 PREFCIO 9

    trabalhada teoricamente, mas tambm, como tudo no manual, por meios de exemplos concretos que realmente faro com que o aluno tenha xito na sua caminhada.

    Por todo o exposto, no tenho dvidas de que o manual da professora Vivian deve ser lido por todos aqueles que anseiam por escrever de forma mais clara e eficiente. Tambm no tenho dvidas de que vocs, leitores, concordaro com minhas afirmaes quando adquirirem e lerem este manual.

    Profa. Dra. Alessandra Grangeiro.

    alunos que no tm tantas dificuldades encontraro prazer em organizar melhor seus textos por meio dos caminhos traados pela professora.

    Assim inicia, ento, o percurso da professora Vivian: a leitura proveitosa. Seu percurso semelhante a um rio que comea a ter existncia na sua nascente e vai tomando corpo at alcanar profundidade. Com uma linguagem simples, mas, ao mesmo tempo, muito bem elaborada, o caminho para a produo monogrfica iniciado. Cada etapa mostrada teoricamente, mas tambm apresentada por meio de exemplos concretos que, efetivamente, resultam na compreenso do aluno e servem para ele como modelo para que ele prprio construa seu caminho.

    Depois da leitura proveitosa vem a elaborao do resumo. Todo o trabalho realizado anteriormente foi aproveitado e, nesse sentido, a tcnica utilizada pela professora fazer o texto tomar corpo do simples ao complexo. Posteriormente, trabalhada a resenha e o caminho continua o mesmo: demonstrao terica e exemplo concreto.

    Depois da resenha, a dissertao acadmica trabalhada. Antes de chegar dissertao em si, foi trabalhado o projeto de dissertao acadmica completamente contextualizado s discusses teolgicas dos alunos da Faifa. O passo a passo evidencia a estrutura da dissertao acadmica de modo que o aluno tem condies de seguir o modelo e elaborar a sua dissertao com o mais alto rigor estrutural e sequncia lgica de ideias que so essenciais num bom texto acadmico. Em seguida, a dissertao acadmica ampliada para o artigo cientfico que segue a mesma lgica.

    Depois de trabalhar o artigo cientfico a professora apresenta as normas de referncias e citaes todas exemplificadas e, finalmente, o rio alcana a profundidade mxima da graduao que o Trabalho de Concluso de Curso. Cada etapa, a introduo, o desenvolvimento e a concluso, foi

  • 11

    APRESENTAO

    Criamos este manual com o objetivo de padronizar os trabalhos orientados e realizados pelos docentes e discentes da Faculdade da Igreja Ministrio Fama, FAIFA. Ainda, visamos facilitar a vida acadmica daqueles que ingressaram no ensino superior pela primeira vez e, tambm, daqueles que j tiveram contato com o ensino superior, mas continuam com dificuldade em produzir textos acadmicos.

    Os trabalhos tcnico-cientficos (podemos, tambm, assim chamar os trabalhos acadmicos) obedecem s instrues determinadas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas, ABNT. As normas relacionadas a esses trabalhos so as seguintes: NBR 6023:2002 (Referncias), NBR 6024:2012 (Numerao progressiva das sees de um documento escrito), NBR 6027:2003 (Sumrio), NBR 6028:2003 (Resumo), NBR 6034:2004 (ndice), NBR 10520:2002 (Citaes em documentos), NBR 14724:2011 (Trabalhos acadmicos), NBR 15287:2011 (Projeto de pesquisa) e NBR 12225:2004 (Lombada).

    Aps a leitura dessas normas, podemos perceber o quanto so objetivas e prticas, porm no oferecem o conhecimento suficiente para a produo de um trabalho. Por isso, geralmente, podemos recorrer a livros e manuais de Metodologia da Pesquisa Cientfica (MPC) que tratam dos trabalhos acadmicos. Comumente, as bibliotecas das Instituies de Ensino Superior, IES, garantem uma diversificada e ampla seo relacionada ao assunto.

    Tanto a ABNT quanto as obras de Metodologia da Pesquisa Cientfica oferecem instrumentos necessrios para a feitura do trabalho acadmico. Ento, por que as IES desenvolvem os seus prprios manuais/guias? Porque h lacunas (omisses) nos textos da ABNT e divergncias nas obras de MPC.

    A respeito de como fazer uma capa de trabalho acadmico, o texto da ABNT (NBR 14724:2011) cita as informaes que

  • MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA12 13

    devero estar contidas, bem como a sua ordenao: a) nome da instituio (opcional); b) nome do autor; c) ttulo; d) subttulo: se houver; e) nmero do volume: se houver mais de um; f) local (cidade) da instituio onde deve ser apresentado; g) ano de depsito (da entrega). Apesar dessas informaes podemos nos perguntar: colocamos ou no o nome da instituio? Qual o espao entre as informaes? Podemos negritar alguma informao? Podemos usar caixa alta/maisculas? Esse exemplo ilustra a necessidade de cada IES possuir um documento que, respeitando as normas da ABNT, determina uma srie de regras que uniformiza os seus trabalhos acadmicos.

    Acerca das obras de MPC, existem inmeras, algumas mais amplas e outras mais objetivas, mas todas com o mesmo intuito: abordar sobre a pesquisa e a produo cientfica. Na maioria dessas obras, observamos a preocupao em conceituar e explicar o vocabulrio tcnico relacionado aos trabalhos cientficos, podendo algumas incluir modelos de trabalhos. No entanto, necessria uma fonte de pesquisa em que o acadmico no apenas apreenda os conceitos e os padres dos trabalhos acadmicos, mas saiba como colocar esse conhecimento em prtica. Saber, por exemplo, o que um artigo cientfico, no o mesmo que saber como fazer um artigo cientfico.

    Dessa forma, o contedo desenvolvido neste manual buscar conceituar e explicar os diferentes tipos de trabalhos acadmicos, bem como orientar o acadmico, utilizando uma didtica que facilite o seu aprendizado. A LEITURA

    PROVEITOSA

  • 15

    1 A LEITURA PROVEITOSA

    Antes de abordarmos o trabalho acadmico (conceito, estrutura e desenvolvimento), importantssimo termos cincia que todo trabalho inicia-se pela leitura. No somente a leitura que trata especificamente de determinado tipo de trabalho, mas a leitura necessria para maior abordagem do tema que ser desenvolvido na produo do trabalho cientfico. Por exemplo, se precisamos fazer um resumo de um captulo de um livro, o texto no deve ser lido de forma mecnica e irrelevante, mas de forma profcua, ou seja, devemos faz-la de uma forma que apreendamos o mximo de seu contedo, por meio da leitura proveitosa.

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    1. Leitura uma atividade essencial a qualquer rea do conhecimento e mais essencial ainda prpria vida do Ser Humano. (O patrimnio simblico do homem contm uma herana cultural registrada pela escrita. Estar com e no mundo pressupe, ento, atos de criao e recriao direcionados a essa herana. A leitura, por ser uma via de acesso a essa herana, uma das formas do Homem se situar com o mundo de forma a dinamiz-lo).2. Leitura est intimamente relacionada com o sucesso acadmico do ser que aprende; e, contrariamente, evaso escolar. (SILVA, 2005, p. 42).

    Para Marconi e Lakatos (1994), so necessrios alguns cuidados e tcnicas para que o leitor consiga fazer uma leitura proveitosa. Resumidamente, so eles: 1) a escolha do texto; 2) a pesquisa de termos desconhecidos; 3) a marcao do texto. importante salientar que o primeiro tpico citado, a escolha

  • 16 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 17A LEITURA PROVEITOSA

    do texto, somente ser aplicado quando o acadmico possuir liberdade para a escolha de textos no desenvolvimento de determinado trabalho.

    1. A escolha do texto: quando couber a ns a escolha do texto, deveremos dar prioridade aos textos que nos despertam o desejo de leitura, assuntos que nos serviro para determinados propsitos. Por exemplo, se uma pessoa gosta de estudar e pesquisar sobre Teologia, ela dever dar preferncia aos textos voltados para essa rea, assim ampliar o seu conhecimento sobre a rea que deseja dominar.

    2. A primeira leitura: essa fase da leitura importante, pois iremos verificar se o texto bom ou no e se ele realmente acrescenta contedo para a rea que escolhemos obter mais conhecimento. Nessa fase, tambm, vamos destacando as palavras que nos so desconhecidas para buscarmos os seus significados no dicionrio.

    3. A segunda leitura: nessa fase da leitura que iremos analisar com mais crtica o contedo do texto, tentando fazer comparaes com outros textos e destacando as suas passagens mais importantes, ou seja, aquelas partes do texto que representam a sua essncia e que, lendo-as novamente, temos uma noo do todo.

    Vejamos um exemplo, partindo de uma hiptese:

    A escolha do texto: tendo em mente a vontade de aprender mais sobre a leitura, podemos escolher o primeiro captulo do livro O que leitura, da Maria Helena Martins, Falando em leitura.

    A primeira leitura:

    Falando em leitura, podemos ter em mente algum lendo jornal, revista, folheto, mas o mais comum pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de

    ler, vive lendo, talvez seja rato de biblioteca ou consumidor de romance, histrias em quadrinhos, fotonovelas. Se passa em cima de livros, via de regra estuda muito. Sem dvida, o ato de ler usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra. Bastar, porm decifrar palavras para acontecer a leitura? Como explicaramos as expresses de uso corrente fazer a leitura de um gesto, de uma situao; ler o olhar de algum, ler o tempo, ler o espao, indicando que o ato de ler vai alm da escrita?

    Se algum na rua me d um encontro, minha reao pode ser de mero desagrado, diante de uma batida causal, ou de franca defesa, diante de um empurro proposital. Minha resposta a esse incidente revela meu modo de l-lo. Outra coisa: s vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um cinzeiro, sem jamais t-lo de fato enxergado; limitamo-los sua funo decorativa ou utilitria. Um dia, por motivos os mais diversos, encontramo-nos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu contedo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para ns.

    S ento se estabeleceu uma ligao efetiva entre ns e esse objeto. E consideramos sua beleza ou feira, o ridculo ou adequao, ao ambiente em que se encontra. O material e as partes que o compem. Podemos mesmo pensar a sua histria, as circunstncias de sua criao, as intenes do autor ou fabricantes ao faz-lo, o trabalho de sua realizao, as pessoas que o manipularam no decorrer de sua produo e, depois de pronto aquelas ligadas a ele e as que o ignoram ou a quem desagrada. Perguntamo-nos por que no tnhamos enxergado isso antes, s vezes essa questo nos ocorre por um segundo, noutras ela douradora, mas dificilmente voltamos a olh-lo da mesma maneira, no importa com que intensidade.

    O que acontece? At aquele momento o objeto era apenas algo mais na parafernlia de coisas ao nosso redor, com as quais

  • 18 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 19A LEITURA PROVEITOSA

    temos familiaridade sem dar ateno, porque no dizem nada em particular, ou das quais temos uma viso preconcebida. De repente se descobre um sentido, no o sentido, mas apenas uma maneira de ser desse objeto que nos provocou determinada reao, um modo especial de v-lo, enxerg-lo, perceb-lo enfim. Podemos dizer que afinal lemos o vaso ou o cinzeiro, tudo ocorreu talvez de modo casual, sem inteno consciente, mas porque houve uma conjuno de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstncias.

    Isso pode acontecer tambm com relao a pessoas com quem convivemos, ambientes e situaes cotidianas, causando um impacto, uma surpresa, at uma revelao. Nada de sobrenatural. Apenas nossos sentidos, nossa psique, nossa razo responderam a algo para o que j estavam potencialmente aptos e s ento se tornaram disponveis. Ser assim tambm que acontece com a leitura de um texto escrito?

    Com freqncia nos contentamos, por economia ou preguia, em ler superficialmente, passar os olhos, como se diz. No acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto mecnico de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais no se ligam de imediato a uma experincia, uma fantasia, uma necessidade nossa. Reagimos assim ao que no nos interessa no momento. Um discurso poltico, uma conversa, uma linguagem estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma pea musical, um livro. Sentimo-nos isolados do processo de comunicao que essas mensagens instauram desligados. E a tendncia natural ignor-las ou rejeit-las como nada tendo a ver com a gente. Se o texto visual, ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fixar os sinais grficos, as imagens. Se sonoro, surdos. Quer dizer: no o lemos, no o compreendemos, impossvel dar-lhe sentido porque ele diz muito pouco ou nada para ns.

    Por essas razes, ao comearmos, a pensar a questo da leitura, fica um mote que agradeo a Paulo Freire: a leitura do

    mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela.

    Em negrito esto algumas palavras que poderiam nos ser desconhecidas e, hipoteticamente, buscamos os seus significados no dicionrio para melhor compreenso do texto. Podemos anotar os significados no prprio texto, a lpis preferencialmente.

    A segunda leitura: percebendo que o texto pode nos infor-mar sobre o que buscvamos, fizemos uma segunda leitura e sublinhamos as partes que achamos essenciais do texto. Para saber se as partes so realmente importantes, podemos fazer uma terceira leitura apenas das passagens que marcamos. Se as passagens nos apresentar um resumo do texto, ou seja, uma breve leitura que nos fornece uma ideia sobre o assunto que o texto trata, ento a nossa leitura foi proveitosa.

    Quando fazemos a leitura de um texto e conseguimos encontrar as suas passagens essenciais, estamos exercitando a nossa interpretao de texto. Esse um exerccio importante para aumentar a nossa capacidade de anlise e, tambm, de sntese. A anlise est ligada leitura, capacidade de interpretar um texto e de formular uma crtica (opinio) sobre ele. A sntese liga-se a capacidade de expressar o pensamento sobre o que foi lido e interpretado.

  • 20 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 21

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    Anlise diviso do tema em partes, determinao das relaes existentes entre elas, seguidas do entendimento de toda sua organizao.Sntese reconstituio das partes decompostas pela anlise, procedendo-se ao resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado tudo o que for secundrio e acessrio, sem perder a seqncia lgica do pensamento. (LAKATOS; MARCONI, 1994, p. 19).

    Para fazermos os trabalhos acadmicos necessrio o constante exerccio de anlise e sntese. Essas habilidades, anlise e sntese, vo progredindo de acordo com a complexidade exigida dos trabalhos. E, para iniciarmos esse processo de aprendizagem, o Resumo o mais indicado.

    O RESUMO

  • 23

    2 O RESUMO

    O resumo o resultado da anlise e sntese de um texto, a materializao de um produto intelectual que estar disponvel a qualquer tempo para o seu produtor. O resumo tambm pode ser entendido como uma das formas de documentao de um texto para consultas futuras, pois poderemos utilizar o contedo resumido para desenvolver outros trabalhos como a resenha, o artigo cientfico ou a monografia. Assim, o resumo, alm de trabalhar a anlise e a sntese textual, um instrumento que auxilia a memria.

    A Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT, de maneira objetiva e sucinta, afirma que o resumo a apresentao concisa dos pontos relevantes de um texto (NBR 6028), podendo apresentar-se de trs modos: indicativo, crtico e informativo. O mais comum o resumo indicativo que, segundo Medeiros (2006, p. 138), indica apenas os pontos principais do documento; no apresenta dados qualitativos e quantitativos, mas no dispensa a leitura do original.

    Abaixo, temos dois exemplos de resumo indicativo, feitos a partir da leitura proveitosa do primeiro captulo do livro O que leitura, da Maria Helena Martins:

    Resumo 1 (com o vocabulrio da obra original):

    O ato de ler usualmente relacionado com a escrita e o leitor visto como decodificador da letra. Bastar, porm decifrar palavras para acontecer a leitura? s vezes, passamos anos vendo objetos comuns, limitamo-los sua funo decorativa ou utilitria. Um dia, encontramo-nos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. S ento se estabeleceu uma ligao efetiva entre ns e esse objeto. O que acontece? At aquele momento o objeto era apenas algo mais na parafernlia

  • 24 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 25O RESUMO

    de coisas ao nosso redor. De repente, se descobre um sentido, no o sentido, mas apenas uma maneira de ser desse objeto que nos provocou determinada reao. Ser assim tambm que acontece com a leitura de um texto escrito? Com freqncia nos contentamos em ler superficialmente. No acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto mecnico de decifrar os sinais. Reagimos assim ao que no nos interessa no momento.

    Podemos perceber que o primeiro resumo foi feito por meio da juno harmoniosa das partes grifadas durante a leitura proveitosa. Dessa maneira, as palavras que aparecem no resumo so as palavras da autora do texto, da Maria Helena Martins. No podemos esquecer que, ao finalizarmos o resumo, ele deve ser um texto inteligvel, pois os fragmentos (partes grifadas) precisam ser unidos de forma coerente.

    Resumo 2 (com o vocabulrio do resumidor):

    Texto que prope uma reflexo sobre o conceito de leitura. Cita diferentes tipos de objetos de leitura. Apresenta a descoberta de sentido do objeto e a sua interao com o leitor como essenciais para ocorrer a leitura. Aponta a diferena entre o ato de decodificar as palavras e o ato de ler.

    O segundo resumo realizado a partir da leitura do primeiro, por isso ele ainda mais sucinto. Podemos notar que, apesar das afirmaes contidas no Resumo 2 estarem de acordo com as ideias expressas pela autora do texto original, as palavras que o formam no foram organizadas pela autora, mas pelo produtor do trabalho acadmico, ou seja, as palavras so do acadmico, mas as ideias so da Maria Helena Martins. Esse tipo de resumo, cujo texto organizado pelo acadmico, o mais solicitado pelos docentes.

    Alm de atentarmos para as particularidades desse tipo de trabalho, ao faz-lo devemos observar os seguintes pontos:

    1) Respeito ordenao do texto (incio, desenvolvi-mento e concluso);

    2) Coeso (articulao das oraes e perodos) e coern-cia (sentido do todo);

    3) Linguagem objetiva e formal.

    Os resumos produzidos pelos acadmicos da FAIFA devero conter:

    1) Capa (espaamento entre linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do ttulo e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subttulo, no usar caixa alta; se houver citao de ttulos e subttulos de obras, coloc-los em itlico);

    2) Folha de rosto (espaamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do ttulo e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subttulo, no usar caixa alta; se houver cita-o de ttulos e subttulos de obras, coloc-los em itli-co; apresentao do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaamento simples entre linhas e justificado);

    3) Texto; 4) Referncia bibliogrfica (verificar 5.1.7.1 Citaes).

    Tambm, devero seguir a seguinte apresentao textual:1) Folha: A4;

    2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;

    3) Espaamento entre linhas: 1,5;

    4) Recuo do pargrafo: 1,25;

    5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;

    6) Texto justificado.

  • 26 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 27O RESUMO

    FACULDADE DA IGREJA MINISTRIO FAMA FAIFA

    CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

    NOME DO ALUNO

    RESUMO: O QUE LEITURAFalando em leitura

    GOINIA2012

    NOME DO ALUNO

    RESUMO: O QUE LEITURAFalando em leitura

    Trabalho apresentado disciplina de Lngua Portuguesa, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministrio Fama FAIFA, sob a orientao da professora Vivian Bueno Cardoso.

    GOINIA2012

  • 28 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 29O RESUMO

    Texto que prope uma reflexo sobre o conceito de leitura. Cita diferentes tipos de objetos de leitura. Apresenta a descoberta de sentido do objeto e a sua interao com o leitor como essenciais para ocorrer a leitura. Aponta a diferena entre o ato de decodificar as palavras e o ato de ler.

    REFERNCIA

    MARTINS, Maria Helena. O que leitura: falando em leitura. 19. Ed. So Paulo: Brasiliense, 1994.

  • 31

    A RESENHA

  • 33

    3 A RESENHA

    A resenha costuma ser chamada de resumo crtico, pois em sua estrutura constam o resumo e o parecer da obra. Nessa modalidade de trabalho acadmico, alm da capacidade de anlise e sntese, precisamos demonstrar poder de crtica. Assim, esse tipo de trabalho desenvolvido quando possumos uma bagagem de leitura e de conhecimento que nos permite julgar uma obra.

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    As resenhas tm um papel importante na vida cientfica, pois por meio delas que se toma conhecimento prvio do contedo e do valor de um livro [...]. (RAMPAZZO, 2005, p. 131).

    O autor enfatiza que para valorar uma obra, ou seja, para exprimir um juzo de valor sobre determinada obra, preciso conhecer o assunto, exigindo do resenhista uma maturidade literria.

    Suponhamos que a obra que iremos resenhar seja Como se faz uma tese, de Humberto Eco. O primeiro passo indicar a referncia da obra, conforme a NBR 6023, da ABNT:

    ECO, Humberto. Como se faz uma tese. Traduo de Gilson Cesar Cardoso de Souza. 20. ed. So Paulo: Perspectiva, 2006.

    Aps a referncia da obra que desejamos resenhar, passamos s credenciais do autor, ou seja, apresentao do autor e apontamento das caractersticas que lhe do credibilidade: formao acadmica, titulao acadmica, outras

  • 34 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 35A RESENHA

    produes cientficas etc, conforme o exemplo abaixo:

    Umberto Eco um intelectual reconhecido internacional-mente. Professor, ensasta, crtico literrio e romancista italiano, nasceu em Alessandria, em 1932. Possui formao em filosofia, tendo interesse especial pela esttica e pela semitica, sendo, desta ltima disciplina, professor na Universidade de Bolonha. detentor de diversas nomeaes cientficas, dentre algumas destacam-se: Curador Honorrio da Associao de James Joyce (1965), Membro do Frum Internacional da UNESCO (1992-1993), Membro Honorrio da Academia Americana de Artes e Letras (1998), Membro do Conselho de Assessores da Biblioteca Alexandrina (2003) e Membro estrangeiro da Academia Polo-nesa de Artes e Cincias (2006). Tambm, detm mais de trinta ttulos acadmicos, somando os ttulos honorficos, e mais de vinte prmios literrios, incluindo o Prmio Mdicis tranger pela obra O nome da rosa que ficou mundialmente famosa aps a sua adaptao para o cinema.

    Como foi dito, a resenha tambm chamada de resumo crtico. Assim, aps as credenciais do autor, podemos apresentar o resumo da obra:

    A obra composta por sete captulos, cujo ltimo refere-se s concluses do autor. O primeiro captulo, intitulado Que uma tese e para que serve, apresenta dois tipos de tese: a de pesquisa e a de compilao. A primeira apresenta um contedo original sobre determinado tema e exige tempo e maturidade do pesqui-sador, enquanto a segunda pode ser entendida como um traba-lho de reunio de textos sobre determinado assunto. A escolha do tipo de tese depende de alguns fatores: tempo, capacidade de trabalho e condio financeira do pesquisador. Seja qual for o tipo de tese escolhido, o seu desenvolvimento dar ao pesqui-sador experincia de organizao de ideias e de trabalho que lhe

    proporcionar mais desenvoltura na feitura de trabalhos poste-riores. Para o seu bom desenvolvimento necessrio observar alguns pontos sobre a escolha do tema: interesse do pesquisa-dor, fontes de pesquisa acessveis e manejveis, e metodologia da pesquisa de acordo com a experincia do pesquisador.

    No segundo captulo, chamado A escolha do tema, so exploradas as diferentes formas de abordar o tema de pesquisa. Sobre a delimitao, apresenta dois tipos de tese, a panormica, cujo tema extensivo e pouco delimitado, e a monogrfica, cujo tema bem preciso. Sobre o contedo, o pesquisador poder optar por temas antigos ou contemporneos, observando a bibliografia disponvel para facilitar o seu desenvolvimento. Qualquer que seja a escolha do pesquisador, no que diz respei-to ao tema, ele dever dispor-se de tempo para desenvolv-lo a fim de produzir um trabalho srio. Caso sejam necessrias obras estrangeiras para o desenvolvimento do tema, prefer-vel que o pesquisador utilize-as em sua verso original, portan-to, o pesquisador necessita dominar o idioma das obras e auto-res que pretende consultar.

    O terceiro captulo, A pesquisa do material, trata das fontes de pesquisa. Primeiramente, apresentada a diferena entre as fontes primrias e as fontes secundrias (ou literatura crtica) do trabalho cientfico. A primeira configura-se como o prprio objeto de pesquisa; a segunda so os materiais que tratam do objeto de pesquisa. Destaca a importncia do pesquisador em saber sobre o local em que se encontram e a sua acessibilida-de. Tambm, aborda sobre a autenticidade e credibilidade das fontes, diferenciando as fontes de primeira e de segunda mo. Neste captulo, h um extenso subcaptulo que disserta sobre a pesquisa bibliogrfica, explicando sobre o uso da biblioteca, o armazenamento de dados em fichas e as citaes bibliogrficas.

    O quarto captulo, O plano de trabalho e o fichamento, orien-ta o leitor na preparao de uma espcie de roteiro ou projeto para o desenvolvimento da tese, partindo de um ndice hipot-tico que, juntamente com o ttulo e a introduo, forma o plano de trabalho. Outros elementos so dispostos para que plano de trabalho seja completo: pergunta, ncleo e periferia. Tambm, neste captulo, so apresentados diferentes tipos de fichamen-

  • 36 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 37A RESENHA

    tos (de leitura, temtico, por autores, de citaes e de trabalho), cada um atendendo a determinado objetivo de pesquisa.

    No captulo intitulado A redao h uma preocupao com a maneira pela qual o pesquisador ir se expressar para dissertar sobre a sua pesquisa. necessrio que o produtor do texto acadmico leve em considerao o leitor, direcionando para este todas as informaes possveis para um bom enten-dimento do contedo da tese, com clareza e objetividade. Para isso, o autor aponta uma srie de observaes, entre elas: no exceder nas subordinadas, abrir pargrafos com freqncia e utilizar a linguagem formal. Este captulo ainda trata das cita-es, apresentando dez regras para citar, e das notas de rodap.

    O sexto captulo, A redao definitiva, orienta o leitor quanto aos ltimos detalhes que devero ser observados pelo produtor da tese, especialmente aos critrios grficos, biblio-grafia, aos apndices e ao ndice. Trata-se de um guia prtico para estruturar a redao final da tese.

    Aps o resumo da obra h um tpico destinado s conclu-ses do autor. Neste tpico, apresentamos as concluses do autor acerca do tema que ele desenvolveu na obra. Assim, o que pode parecer uma continuao do resumo, , na verdade, uma sntese do autor de todo o conhecimento que ele desen-volveu ao longo da obra e uma retomada desse contedo pelo resenhista.

    No captulo final, cujo ttulo Concluses, o autor conclui que o desenvolvimento de uma tese precisa ser feita com gosto, pois ela poder ser a etapa inicial para outros estudos. Tambm, afirma que o processo de feitura da tese, incluindo as leituras e as fichas, poder ser aproveitado como material de consulta para outros trabalhos, por isso compara a tese com o porco, cujas partes so todas aproveitadas e nada se desperdia.

    Finalmente, aps a apresentao das concluses do autor,

    podemos apontar as nossas crticas sobre a obra resenhada. Ateno: no devemos apontar as crticas de forma pejorativa ou ofensiva, mas de maneira formal e polida, por conta do car-ter cientfico do trabalho.

    A rea da Metodologia Cientfica permeada por inme-ras obras que propem ser um guia para aqueles que preci-sam de orientao na feitura de trabalhos cientficos. Em sua grande maioria, as obras apresentam os mesmos contedos de uma forma descontextualizada e distante da realidade e matu-ridade do leitor. Por isso, necessrio um professor para fazer a mediao entre as obras e os futuros produtores de textos acadmicos.

    Possuindo familiaridade com as obras dessa rea, fcil perceber o primor da obra de Umberto Eco que se destaca, principalmente, pela sua didtica e sua linguagem incomuns a outros tantos manuais e guias de metodologia. Quanto didtica, no um autor de livro de Metodologia da Pesqui-sa Cientfica que expe inmeros conceitos e frmulas para desenvolver o trabalho cientfico, mas um professor experiente que orienta o leitor/pesquisador em suas escolhas, mostrando o que mais prtico, acessvel e tico. Acerca da linguagem, o autor segue os mesmos conselhos que sugere aos seus leitores/pesquisadores: clareza e objetividade. Ainda, justificado por sua grande destreza na escrita, possui um estilo nico e raro de se observar em outras obras da rea, podendo ser verificados em vrias passagens da obra um tom de ironia e uma proximi-dade com o leitor.

    A obra, sendo publicada em 1977, no aborda sobre a faci-lidade da internet e do computador no trabalho cientfico, por isso, em algumas passagens, por exemplo, quando trata das fichas e da pesquisa bibliogrfica, parece no oferecer a prtica mais fcil para o pesquisador. Tambm, quando inicia expli-cando sobre a tese na graduao, o leitor pode ficar perdido, uma vez que o trabalho de concluso de curso mais utilizado no Brasil para esse nvel acadmico a monografia, mais pare-cido com o conceito de tese de compilao.

  • 38 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 39A RESENHA

    A editora do livro poderia ter sido mais atenciosa quan-to s credenciais do autor, por sua projeo e sua importncia internacional.

    Depois de demonstrarmos conhecimento da obra rese-nhada, por meio do resumo e da crtica, passamos ao ltimo tpico da resenha: Indicao. Nesse tpico, partindo da espe-cificidade do contedo da obra, apontamos os seus possveis interessados. Abaixo, um exemplo:

    A obra poder auxiliar todo e qualquer aluno que objetiva desenvolver uma pesquisa acadmica ou que esteja em fase de desenvolvimento, pois oferece orientaes nas diferentes fases do processo da pesquisa. A obra tambm oferece um rico contedo para aqueles que se interessam em aprofundar na rea da metodologia da pesquisa cientfica.

    As resenhas produzidas pelos acadmicos da FAIFA devero conter:

    1) Capa (espaamento entre linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do ttulo e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subttulo, no usar caixa alta; se houver citao de ttulos e subttulos de obras, colo-c-los em itlico);

    2) Folha de rosto (espaamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do ttulo e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subttulo, no usar caixa alta; se houver cita-o de ttulos e subttulos de obras, coloc-los em itli-co; apresentao do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaamento simples entre linhas e justificado);

    3) Referncia bibliogrfica; 4) Credenciais do autor;

    5) Resumo; 6) Concluso do autor; 7) Crtica; 8) Indicao.

    Tambm, devero seguir a seguinte apresentao textual:1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do pargrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado.

    Alm de atentarmos para as particularidades desse tipo de trabalho, ao faz-lo devemos observar os seguintes pontos:

    1) Coeso e coerncia;2) Linguagem objetiva e formal.

  • 40 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 41A RESENHA

    FACULDADE DA IGREJA MINISTRIO FAMA FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

    NOME DO ALUNO

    RESENHA: COMO SE FAZ UMA TESE

    GOINIA2012

    NOME DO ALUNO

    RESENHA: COMO SE FAZ UMA TESE

    Trabalho apresentado disciplina de Metodologia da Pesquisa Cientfica, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministrio Fama FAIFA, sob a orientao da professora Vivian Bueno Cardoso.

    GOINIA2012

  • 42 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 43A RESENHA

    1 REFERNCIA

    ECO, Humberto. Como se faz uma tese. Traduo de Gilson Cesar Cardoso de Souza. 20. ed. So Paulo: Perspectiva, 2006.

    2 CREDENCIAIS DO AUTOR

    Umberto Eco um intelectual reconhecido internacionalmente. Professor, ensasta, crtico literrio e romancista italiano, nasceu em Alessandria, em 1932. Possui formao em filosofia, tendo interesse especial pela esttica e pela semitica, sendo, desta ltima disciplina, professor na Universidade de Bolonha. detentor de diversas nomeaes cientficas, dentre algumas destacam-se: Curador Honorrio da Associao de James Joyce (1965), Membro do Frum Internacional da UNESCO (1992-1993), Membro Honorrio da Academia Americana de Artes e Letras (1998), Membro do Conselho de Assessores da Biblioteca Alexandrina (2003) e Membro estrangeiro da Academia Polonesa de Artes e Cincias (2006). Tambm, detm mais de trinta ttulos acadmicos, somando os ttulos honorficos, e mais de vinte prmios literrios, incluindo o Prmio Mdicis tranger pela obra O nome da rosa que ficou mundialmente famosa aps a sua adaptao para o cinema.

    3 RESUMO

    A obra composta por sete captulos, cujo ltimo refere-se s concluses do autor. O primeiro captulo, intitulado Que uma tese e para que serve, apresenta dois tipos de tese: a de pesquisa e a de compilao. A primeira apresenta um contedo original sobre determinado tema e exige tempo e maturidade do pesquisador, enquanto a segunda pode ser entendida como um trabalho de reunio de textos sobre determinado assunto.

    A escolha do tipo de tese depende de alguns fatores: tempo, capacidade de trabalho e condio financeira do pesquisador. Seja qual for o tipo de tese escolhido, o seu desenvolvimento dar ao pesquisador experincia de organizao de ideias e de trabalho que lhe proporcionar mais desenvoltura na feitura de trabalhos posteriores. Para o seu bom desenvolvimento necessrio observar alguns pontos sobre a escolha do tema: interesse do pesquisador, fontes de pesquisa acessveis e manejveis, e metodologia da pesquisa de acordo com a experincia do pesquisador.

    No segundo captulo, chamado A escolha do tema, so exploradas as diferentes formas de abordar o tema de pesquisa. Sobre a delimitao, apresenta dois tipos de tese, a panormica, cujo tema extensivo e pouco delimitado, e a monogrfica, cujo tema bem preciso. Sobre o contedo, o pesquisador poder optar por temas antigos ou contemporneos, observando a bibliografia disponvel para facilitar o seu desenvolvimento. Qualquer que seja a escolha do pesquisador, no que diz respeito ao tema, ele dever dispor-se de tempo para desenvolv-lo a fim de produzir um trabalho srio. Caso sejam necessrias obras estrangeiras para o desenvolvimento do tema, prefervel que o pesquisador utilize-as em sua verso original, portanto, o pesquisador necessita dominar o idioma das obras e autores que pretende consultar.

    O terceiro captulo, A pesquisa do material, trata das fontes de pesquisa. Primeiramente, apresentada a diferena entre as fontes primrias e as fontes secundrias (ou literatura crtica) do trabalho cientfico. A primeira configura-se como o prprio objeto de pesquisa; a segunda so os materiais que tratam do objeto de pesquisa. Destaca a importncia do pesquisador em saber sobre o local em que se encontram e a sua acessibilidade. Tambm, aborda sobre a autenticidade e credibilidade das fontes, diferenciando as fontes de primeira e de segunda mo. Neste captulo, h um extenso subcaptulo que disserta sobre a

  • 44 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 45A RESENHA

    pesquisa bibliogrfica, explicando sobre o uso da biblioteca, o armazenamento de dados em fichas e as citaes bibliogrficas.

    O quarto captulo, O plano de trabalho e o fichamento, orienta o leitor na preparao de uma espcie de roteiro ou projeto para o desenvolvimento da tese, partindo de um ndice hipottico que, juntamente com o ttulo e a introduo, forma o plano de trabalho. Outros elementos so dispostos para que plano de trabalho seja completo: pergunta, ncleo e periferia. Tambm, neste captulo, so apresentados diferentes tipos de fichamentos (de leitura, temtico, por autores, de citaes e de trabalho), cada um atendendo a determinado objetivo de pesquisa.

    No captulo intitulado A redao h uma preocupao com a maneira pela qual o pesquisador ir se expressar para dissertar sobre a sua pesquisa. necessrio que o produtor do texto acadmico leve em considerao o leitor, direcionando para este todas as informaes possveis para um bom entendimento do contedo da tese, com clareza e objetividade. Para isso, o autor aponta uma srie de observaes, entre elas: no exceder nas subordinadas, abrir pargrafos com freqncia e utilizar a linguagem formal. Este captulo ainda trata das citaes, apresentando dez regras para citar, e das notas de rodap.

    O sexto captulo, A redao definitiva, orienta o leitor quanto aos ltimos detalhes que devero ser observados pelo produtor da tese, especialmente aos critrios grficos, bibliografia, aos apndices e ao ndice. Trata-se de um guia prtico para estruturar a redao final da tese.

    4 CONCLUSO DO AUTOR

    No captulo final, cujo ttulo Concluses, o autor conclui que o desenvolvimento de uma tese precisa ser feita com gosto, pois ela poder ser a etapa inicial para outros estudos. Tambm, afirma que o processo de feitura da tese, incluindo as leituras

    e as fichas, poder ser aproveitado como material de consulta para outros trabalhos, por isso compara a tese com o porco, cujas partes so todas aproveitadas e nada se desperdia.

    5 CRTICA

    A rea da Metodologia Cientfica permeada por inmeras obras que propem ser um guia para aqueles que precisam de orientao na feitura de trabalhos cientficos. Em sua grande maioria, as obras apresentam os mesmos contedos de uma forma descontextualizada e distante da realidade e maturidade do leitor. Por isso, necessrio um professor para fazer a mediao entre as obras e os futuros produtores de textos acadmicos.

    Possuindo familiaridade com as obras dessa rea, fcil perceber o primor da obra de Umberto Eco que se destaca, principalmente, pela sua didtica e sua linguagem incomuns a outros tantos manuais e guias de metodologia. Quanto didtica, no um autor de livro de Metodologia da Pesquisa Cientfica que expe inmeros conceitos e frmulas para desenvolver o trabalho cientfico, mas um professor experiente que orienta o leitor/pesquisador em suas escolhas, mostrando o que mais prtico, acessvel e tico. Acerca da linguagem, o autor segue os mesmos conselhos que sugere aos seus leitores/pesquisadores: clareza e objetividade. Ainda, justificado por sua grande destreza na escrita, possui um estilo nico e raro de se observar em outras obras da rea, podendo ser verificados em vrias passagens da obra um tom de ironia e uma proximidade com o leitor.

    A obra, sendo publicada em 1977, no aborda sobre a facilidade da internet e do computador no trabalho cientfico, por isso, em algumas passagens, por exemplo, quando trata das fichas e da pesquisa bibliogrfica, parece no oferecer a prtica mais fcil para o pesquisador. Tambm, quando

  • 46 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 47

    inicia explicando sobre a tese na graduao, o leitor pode ficar perdido, uma vez que o trabalho de concluso de curso mais utilizado no Brasil para esse nvel acadmico a monografia, mais parecido com o conceito de tese de compilao.

    A editora do livro poderia ter sido mais atenciosa quanto s credenciais do autor, por sua projeo e sua importncia internacional.

    6 INDICAO

    A obra poder auxiliar todo e qualquer aluno que objetiva desenvolver uma pesquisa acadmica ou que esteja em fase de desenvolvimento, pois oferece orientaes nas diferentes fases do processo da pesquisa. A obra tambm oferece um rico contedo para aqueles que se interessam em aprofundar na rea da metodologia da pesquisa cientfica.

    A DISSERTAO ACADMICA

  • 49

    4 A DISSERTAO ACADMICA

    Os textos possuem as suas peculiaridades. Cada tipo de texto possui caractersticas que esto relacionadas ao objetivo do seu produtor e recepo do leitor, ou seja, o que, por que e para quem escrever. Um poema diferente de um conto, uma crnica de jornal diferente de uma resenha e um romance diferente de uma receita de bolo. Isso porque para cada um desses textos houve um produtor que objetivava alcanar o seu leitor de maneiras diferentes.

    A dissertao um tipo de texto com o qual temos contato durante o ensino bsico. Geralmente, ela utilizada quando o seu produtor tem o objetivo de expor, analisar e/ou discutir sobre um assunto, argumentar e/ou defender uma ideia, tentando convencer o leitor da veracidade de seus argumentos, tendo em vista que a dissertao um texto que trabalha com a linguagem referencial (cuja funo informar sobre fatos da realidade, diferentemente da fico), fatos e dados reais. Assim, quando quisermos expor, discutir e/ou argumentar sobre determinado assunto, poderemos utilizar a dissertao.

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    [...] a Dissertao a forma de redao mais usual. Com mais frequncia a forma de redao solicitada s pessoas envolvi-das com a produo de trabalhos escolares, com a administra-o e produo de pesquisas em Instituies que fazem Cin-cia, com a administrao e execuo tcnico-burocrticas de servios ligados Indstria, Comrcio, etc. A prosa disserta-tiva , assim, predominante nos textos de trabalhos escolares, nos textos de produo e divulgao cientficas (monografias, ensaios, artigos e relatrios tcnico-cientficos) e nos textos tcnico-administrativos. (CAMPOS; SOARES, 1993, p. 5).

  • 50 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 51A DISSERTAO ACADMICA

    Logicamente, ao expor, discutir e/ou argumentar sobre determinado assunto, o produtor da dissertao dever conhe-cer o assunto tratado. No h possibilidade de discorrermos sobre um assunto que no conhecemos, se assim o fizermos, o texto perder a credibilidade e a seriedade, caractersticas necessrias num texto dissertativo. Por esse motivo, as provas de concursos so to temidas, pois no sabemos sobre qual assunto teremos que dissertar. Dissertar sobre um assunto que conhecemos e dominamos tarefa mais fcil e prazerosa.

    A dissertao acadmica mantm a estrutura do texto dissertativo, com a apresentao da introduo, do desenvolvimento e da concluso, mais a fundamentao terica pautada na pesquisa bibliogrfica. Por isso, para a sua feitura, devemos ter o domnio da estrutura dissertativa, da pesquisa bibliogrfica, da argumentao, dos tipos de citao e de referncias bibliogrficas.

    Antes de iniciar esse trabalho, precisamos desenvolver um projeto. Esse projeto nos orientar na pesquisa e na escrita da dissertao acadmica, pois necessrio traar um plano antes de comearmos a produzi-la definitivamente.

    4.1 O projeto da Dissertao Acadmica

    Sobre qual assunto voc ir dissertar? Quais os pontos especficos sero abordados sobre o assunto? Quais fontes de pesquisa sero utilizadas? Essas questes so respondidas no projeto por meio dos tpicos: tema, objetivos e fundamentao terica.

    O tema

    O tema diz respeito ao assunto que ser dissertado. Para chegar ao tema da dissertao acadmica necessrio delimitar o assunto. No vivel desenvolvermos um assunto amplo, pois

    podemos nos perder na pesquisa e na escrita. Se decidssemos escrever sobre Teologia, o nmero de autores e obras sobre o assunto seria enorme, no entanto, se escolhssemos uma rea especfica da Teologia, poderamos delimitar o nosso campo de trabalho. Facilitaria, ainda mais, se escolhssemos um assunto abordado por determinada rea especfica da Teologia. Vejamos um exemplo:

    Teologia

    Teologia Sistemtica

    Fontes da Teologia

    As Escrituras

    Hipoteticamente, a partir de uma rea especfica da Teologia, Teologia sistemtica, chegamos a um assunto abordado pela disciplina: fontes da Teologia. Ainda, podemos escolher uma fonte especfica para ser o assunto a ser dissertado: as Escrituras. Dessa forma, chegamos ao tema da dissertao acadmica, pois podemos responder a questo Sobre qual assunto voc ir dissertar?. Iremos dissertar sobre as Escrituras como fonte da Teologia, isto , o nosso tema ser as Escrituras como fonte da Teologia.

    Objetivos

    O texto dissertativo, chamado tambm de argumentativo ou expositivo, caracteriza-se por apresentar discusses, argumentos ou reflexes sobre determinado tema. Por isso, fundamental propormos objetivos para o desenvolvimento do texto, pois, a partir deles, construiremos os argumentos/exposies de nossa dissertao acadmica. Os objetivos

  • 52 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 53A DISSERTAO ACADMICA

    respondem questo Quais os pontos especficos sero abordados sobre o assunto?.

    Se tomarmos como exemplo o tema citado acima, as Escrituras como fonte da Teologia, de que forma podemos apresentar os argumentos/exposies ao leitor? Precisamos traar aes para organizar e ordenar as nossas ideias. Sendo assim, podemos propor os seguintes objetivos:

    1. Conceituar as Escrituras;

    2. Comentar o Antigo e o Novo Testamentos como Escrituras;

    3. Destacar as Escrituras como a Palavra de Deus;

    4. Abordar a inspirao das Escrituras;

    5. Mostrar a importncia das Escrituras como fonte da Teologia.

    Iremos conceituar as Escrituras para que o leitor entenda o conceito adotado no trabalho e, tambm, possa entender melhor o texto. Comentaremos o Antigo e o Novo Testamentos, pois so eles que formam as Escrituras. Destacaremos as Escrituras como a Palavra de Deus para enfatizar o seu carter divino. Abordaremos a inspirao das Escrituras, tambm, para acentuar o seu carter divino. Finalmente, mostraremos a importncia das Escrituras como fonte da Teologia, disciplina que guiada no unicamente pela f, mas juntamente com a razo.

    Cada objetivo ser desenvolvido em um ou mais pargrafos, pois cada objetivo dever se configurar em unidade ou ideia central de pargrafo. Nunca podero ser desenvolvidos dois objetivos em um pargrafo, pois, se assim o fizermos, estaremos comprometendo a organizao e a clareza do texto.

    Fundamentao terica

    Escolhidos o tema e os objetivos que sero dissertados, devemos comear a leitura de textos sobre o assunto. A delimitao do assunto e a escolha dos objetivos ajudam a, tambm, delimitar a nossa leitura, ou seja, ajudam a limitar o nmero de obras disponveis para serem consultadas. Essa consulta ou pesquisa que faremos para levantar informaes sobre o tema chamada de pesquisa bibliogrfica.

    A pesquisa bibliogrfica pode ser feita por meio de qualquer tipo de texto, desde que confivel. Assim, temos que prestar ateno a sua origem e credibilidade do autor. Por isso importante ter a orientao de algum professor da rea do conhecimento em que se insere o tema que pretendemos dissertar.

    Aps a escolha do material que iremos utilizar, passamos para a leitura proveitosa, isto , para a leitura e marcaes dos textos, pois elas oferecero subsdios para a nossa fundamentao terica. A fundamentao terica acentua o carter cientfico da dissertao acadmica, dando-lhe maior credibilidade e, para tanto, durante o desenvolvimento do trabalho, preciso citar os autores e as obras que colaboraram para o nosso aprofundamento no tema.

    4.2 A Estrutura da Dissertao Acadmica

    A estrutura da dissertao formada por introduo, desenvolvimento e concluso, feita por meio de pargrafos articulados com coeso e coerncia, num texto nico, ou seja, sem tpicos. Para ilustrarmos essa estrutura, utilizaremos e analisaremos a dissertao de um graduando do primeiro perodo do curso de Bacharelado em Teologia, da faculdade FAIFA.

    O pargrafo de introduo dever ser composto pelos

  • 54 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 55A DISSERTAO ACADMICA

    itens que utilizamos no projeto: 1. Apresentao do tema;2. Citao dos objetivos;3. Fontes de pesquisa (fundamentao terica).

    Exemplo:

    O presente trabalho tem por finalidade apresentar as Escrituras como fonte da Teologia. Para tanto se faz necessrio conceituar as Escrituras, comentar o Antigo e Novo Testamento, destacar as Escrituras como a Palavra de Deus, abordar a inspirao das Escrituras, e, ao final, concluir sobre a importncia das Escrituras como fonte da Teologia, utilizando como referncias a Bblia Sagrada e os autores Alister McGrath, Franklin Ferreira e Alan Myatt.

    Podemos perceber que o acadmico seguiu corretamente o esquema acima para desenvolver o seu pargrafo de introduo, informando ao seu leitor exatamente sobre o assunto que ele ir dissertar, bem como de que maneira ir orden-lo e fundament-lo. Vejamos:

    1. Apresentao do tema: O presente trabalho tem por finalidade apresentar as Escrituras como fonte da Teologia.;

    2. Citao dos objetivos: Para tanto se faz necessrio conceituar as Escrituras, comentar o Antigo e Novo Testamento, destacar as Escrituras como a Palavra de Deus, abordar a inspirao das Escrituras, e, ao final, concluir sobre a importncia das Escrituras como fonte da Teologia;

    3. Fontes de pesquisa (fundamentao terica): utilizando como referncias a Bblia Sagrada e os autores Alister McGrath, Franklin Ferreira e Alan Myatt..

    O desenvolvimento ser composto por pargrafos que estaro de acordo com os objetivos apresentados na introduo. Assim, cada objetivo citado dever ser abordado nos pargrafos do desenvolvimento da dissertao. Tambm, durante o desenvolvimento que introduzimos a fundamentao terica, mostrando para o leitor que o nosso pensamento possui base terica e cientificidade, pois houve uma pesquisa formal que comprova aquilo que estamos expondo. Exemplo:

    Os termos Escrituras e Bblia so sinnimos e aplicados, conceitualmente, ao conjunto dos livros sagrados do Antigo e do Novo Testamento. Este trabalho adota o termo Escrituras, entendendo-o como equivalente Bblia. As Escrituras desig-nam um conjunto de textos com credibilidade e autoridade reconhecidas pelo pensamento cristo. Elas no representam apenas um objeto de estudos acadmicos formais no cristia-nismo, mas tambm so lidas nos cultos pblicos, sendo ainda objeto de meditao e devoo individual pelos cristos.

    As expresses Antigo e Novo Testamentos so tipicamen-te crists e de natureza intensamente teolgica. As polmicas teolgicas entre essas expresses surgem em funo do Antigo Testamento retratar as leis, os profetas e os salmos como cami-nhos para a salvao eterna em Deus, ao passo que o Novo Testamento apresenta a figura de Jesus Cristo cheio de graa e verdade, por meio das boas novas (os evangelhos), das cartas do apstolo Paulo aos gentios (no judeus) e das outras cartas gerais dos discpulos Pedro, Judas e Joo.

    Segundo McGrath (2005, p. 206):

    Toda a Bblia ditada pelo Esprito de Deus para, dessa maneira (assim como por meio de sua palavra viva), instruir e governar toda a igreja em ao, at os confins do mundo. Ela compe-se de duas partes, os Antigo e Novo Testamentos. A base do Antigo Testamento a Lei, que expe nosso pecado e traz em si a justia. A base do Novo Testamento Cristo, aquele que perdoando os pecados, encerra em si a graa. A sntese da lei so os Dez Mandamentos, mostrados de forma mais detalhada

  • 56 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 57A DISSERTAO ACADMICA

    na Lei e interpretados pelos Profetas [...]. Contudo, tendo em vista que homem algum foi capaz de cumprir a Lei, nem sequer uma parte dela, aprouve a Deus em sua infinita bondade e sabedoria, enviar seu prprio Filho como um de ns, segundo a nossa natureza, para alcanar sua justia mediante o sacrifcio de seu Filho por ns: para que, uma vez que no pudemos ser salvos por nossas obras, pudssemos ser (ao menos) salvos pela f. Portanto, a base da Lei da Graa encontra-se nas histrias do nascimento, vida, morte e ressurreio de Cristo.

    As Escrituras Sagradas tm outro importante sinnimo como a Palavra de Deus. Em sentido geral a Palavra de Deus usada para designar as Escrituras como um todo, podendo ser utilizada tambm para designar o evangelho de Cristo e, especialmente, para designar o prprio Jesus Cristo que se tornou carne. Conforme McGrath (2005, p. 207): Ao referir-se a Cristo como a Palavra de Deus encarnada, a teologia crist tentou expressar a idia de que a vontade, os propsitos e a natureza de Deus se manifestam na histria por meio da pessoa de Jesus Cristo.

    A inspirao das Escrituras por Deus deve ser compreendida a partir da f seguida da razo, ou seja, pensar que na ausncia de algo maior que Deus, aprouve a Ele vir do seu prprio flego, conforme sua origem grega: theopneustos, capacitando homens especiais para a misso de registrar sua Palavra. Conforme 2 Timteo (3.16): Toda a escritura inspirada por Deus [...].

    Segundo Franklin Ferreira e Alan Myatt (2007, p. 116):

    Podemos definir a inspirao das Escrituras como sendo a influncia sobrenatural do Esprito de Deus sobre os homens escolhidos por ele mesmo, a fim de que registrassem, de forma inerrante e suficiente, toda a vontade de Deus em relao salvao e vida do homem, constituindo-se esse registro na nica fonte e norma da f e prtica crist.

    A importncia das Escrituras como fonte da Teologia patente a todos os homens de boa vontade e sensatos na face da

    terra, no movidos pela f cega, mas pela atividade intelectual de pensar Deus Pai, Deus Filho e Deus Esprito Santo, em toda sua extenso, soberania e plenitude.

    Segundo Joo (3.16; 18):

    Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo o que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, no para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele cr no julgado; o que no cr j est julgado, porquanto no cr no nome do unignito Filho de Deus.

    Finalmente, a concluso dever apresentar uma sntese, crtica, soluo ou reflexo do que foi abordado nos pargrafos do desenvolvimento. Vejamos como o acadmico finaliza o seu texto:

    As Escrituras ao lado da Tradio, Razo e Experincia so consideradas as fontes principais da Teologia, e devem ser articuladas intelectualmente para alcanar o maior mistrio da humanidade: a vida eterna.

    Percebemos que a linguagem utilizada no texto a linguagem formal, ou seja, o padro formal/culto da lngua. No podemos utilizar grias, nem a linguagem coloquial. Para auxiliar na escrita da dissertao acadmica, podemos recorrer a dicionrios, corretores de texto e gramticas.

    Alm da estrutura da dissertao acadmica, que a sua parte textual, devemos nos lembrar que, por ser um trabalho acadmico, ela tambm composta por mais duas partes: a pr-textual e a ps-textual. A parte pr-textual formada pela capa e folha de rosto. A parte ps-textual composta pelas

  • 58 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 59A DISSERTAO ACADMICA

    referncias bibliogrficas, ou seja, pela exposio dos materiais que foram fontes de pesquisa para o desenvolvimento da dissertao acadmica, citados no texto. A configurao das referncias dever seguir a ABNT, especificamente a NBR 6023 (conferir o tpico sobre o artigo cientfico).

    De acordo com a dissertao analisada acima, estas so as suas referncias bibliogrficas:

    BBLIA. Portugus. Bblia Sagrada. Traduo de Joo Ferreira de Almeida. So Paulo: Vida Nova, 1997.

    FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia sistemtica: uma anlise histrica, bblica e apologtica para o contexto atual. So Paulo: Vida Nova, 2007.

    MCGRATH, Alister E.. Teologia sistemtica, histrica e filo-sfica: uma introduo teologia crist. Traduo de Marisa K. A. de Siqueira Lopes. So Paulo: Shedd Publicaes, 2005.

    Assim como a capa e a folha de rosto, as referncias bibliogrficas ficam isoladas da parte textual da dissertao acadmica, por isso devem estar numa folha separadamente, logo aps o texto, conforme demonstra o modelo a seguir.

    As dissertaes acadmicas produzidas pelos acadmicos da FAIFA devero conter:

    1) Capa (espaamento entre linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do ttulo e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subttulo, no usar caixa alta; se houver citao de ttulos e subttulos de obras, coloc-los em itlico);

    2) Folha de rosto (espaamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do ttulo e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subttulo, no usar caixa alta; se houver cita-o de ttulos e subttulos de obras, coloc-los em itli-

    co; apresentao do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaamento simples entre linhas e justificado);

    3) Texto; 4) Referncias.

    Tambm, devero seguir a seguinte apresentao textual:1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do pargrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado.

  • 60 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 61A DISSERTAO ACADMICA

    FACULDADE DA IGREJA MINISTRIO FAMA FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

    NOME DO ALUNO

    AS ESCRITURAS COMO FONTE DA TEOLOGIA

    GOINIA2012

    NOME DO ALUNO

    AS ESCRITURAS COMO FONTE DA TEOLOGIA

    Trabalho apresentado disciplina de Lngua Portuguesa, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministrio Fama FAIFA, sob a orientao da professora Vivian Bueno Cardoso.

    GOINIA2012

  • 62 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 63A DISSERTAO ACADMICA

    O presente trabalho tem por finalidade apresentar as Escrituras como fonte da Teologia. Para tanto se faz necessrio conceituar as Escrituras, comentar o Antigo e Novo Testamentos, destacar as Escrituras como a Palavra de Deus, abordar a inspirao das Escrituras, e, ao final, concluir sobre a importncia das Escrituras como fonte da Teologia, utilizando como referncias a Bblia Sagrada e os autores Alister McGrath, Franklin Ferreira e Alan Myatt.

    Os termos Escrituras e Bblia so sinnimos e aplicados, conceitualmente, ao conjunto dos livros sagrados do Antigo e do Novo Testamento. Este trabalho adota o termo Escrituras, entendendo-o como equivalente Bblia. As Escrituras designam um conjunto de textos com credibilidade e autoridade reconhecidas pelo pensamento cristo. Elas no representam apenas um objeto de estudos acadmicos formais no cristianismo, mas tambm so lidas nos cultos pblicos, sendo ainda objeto de meditao e devoo individual pelos cristos.

    As expresses Antigo e Novo Testamentos so tipicamente crists e de natureza intensamente teolgica. As polmicas teolgicas entre essas expresses surgem em funo do Antigo Testamento retratar as leis, os profetas e os salmos como caminhos para a salvao eterna em Deus, ao passo que o Novo Testamento apresenta a figura de Jesus Cristo cheio de graa e verdade, por meio das boas novas (os evangelhos), das cartas do apstolo Paulo aos gentios (no judeus) e das outras cartas gerais dos discpulos Pedro, Judas e Joo.

    Segundo McGrath (2005, p. 206):

    Toda a Bblia ditada pelo Esprito de Deus para, dessa maneira (assim como por meio de sua palavra viva), instruir e governar toda a igreja em ao, at os confins do mundo. Ela compe-se de duas partes, os Antigo e Novo Testamentos. A base do Antigo Testamento a Lei, que expe nosso pecado e traz em si a justia. A base do Novo Testamento Cristo, aquele que perdoando os pecados, encerra em si a graa. A sntese da lei so os

    Dez Mandamentos, mostrados de forma mais detalhada na Lei e interpretados pelos Profetas [...]. Contudo, tendo em vista que homem algum foi capaz de cumprir a Lei, nem sequer uma parte dela, aprouve a Deus em sua infinita bondade e sabedoria, enviar seu prprio Filho como um de ns, segundo a nossa natureza, para alcanar sua justia mediante o sacrifcio de seu Filho por ns: para que, uma vez que no pudemos ser salvos por nossas obras, pudssemos ser (ao menos) salvos pela f. Portanto, a base da Lei da Graa encontra-se nas histrias do nascimento, vida, morte e ressurreio de Cristo.

    As Escrituras Sagradas tm outro importante sinnimo como a Palavra de Deus. Em sentido geral a Palavra de Deus usada para designar as Escrituras como um todo, podendo ser utilizada tambm para designar o evangelho de Cristo e, especialmente, para designar o prprio Jesus Cristo que se tornou carne. Conforme McGrath (2005, p. 207): Ao referir-se a Cristo como a Palavra de Deus encarnada, a teologia crist tentou expressar a idia de que a vontade, os propsitos e a natureza de Deus se manifestam na histria por meio da pessoa de Jesus Cristo.

    A inspirao das Escrituras por Deus deve ser compreendida a partir da f seguida da razo, ou seja, pensar que na ausncia de algo maior que Deus, aprouve a Ele vir do seu prprio flego, conforme sua origem grega: theopneustos, capacitando homens especiais para a misso de registrar sua Palavra. Conforme 2 Timteo (3.16): Toda a escritura inspirada por Deus [...].

    Segundo Franklin Ferreira e Alan Myatt (2007, p. 116):

    Podemos definir a inspirao das Escrituras como sendo a influncia sobrenatural do Esprito de Deus sobre os homens escolhidos por ele mesmo, a fim de que registrassem, de forma inerrante e suficiente, toda a vontade de Deus em relao salvao e vida do homem, constituindo-se esse registro na nica fonte e norma da f e prtica crist.

    A importncia das Escrituras como fonte da Teologia

  • 64 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 65A DISSERTAO ACADMICA

    patente a todos os homens de boa vontade e sensatos na face da terra, no movidos pela f cega, mas pela atividade intelectual de pensar Deus Pai, Deus Filho e Deus Esprito Santo, em toda sua extenso, soberania e plenitude.

    Segundo Joo (3.16; 18):

    Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo o que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, no para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele cr no julgado; o que no cr j est julgado, porquanto no cr no nome do unignito Filho de Deus.

    As Escrituras ao lado da Tradio, Razo e Experincia so consideradas as fontes principais da Teologia, e devem ser articuladas intelectualmente para alcanar o maior mistrio da humanidade: a vida eterna.

    REFERNCIAS

    BBLIA. Portugus. Bblia Sagrada. Traduo de Joo Ferreira de Almeida. So Paulo: Vida Nova, 1997.

    FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia sistemtica: uma anlise histrica, bblica e apologtica para o contexto atual. So Paulo: Vida Nova, 2007.

    MCGRATH, Alister E.. Teologia sistemtica, histrica e filosfica: uma introduo teologia crist. Traduo de Marisa K. A. de Siqueira Lopes. So Paulo: Shedd Publicaes, 2005.

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    O ARTIGO CIENTFICO

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    5 O ARTIGO CIENTFICO

    O artigo cientfico um texto que segue a mesma lgica da dissertao acadmica, no entanto, acrescidos mais alguns elementos, pois um texto mais complexo e exige mais ateno em sua organizao. Assim como a dissertao acadmica, para desenvolvermos um artigo necessrio traar um plano, ou seja, um projeto que nortear a pesquisa e organizar a escrita do texto.

    5.1 O projeto do artigo cientfico

    Os elementos que compem o projeto de pesquisa para o desenvolvimento de um artigo cientfico so os mesmos utilizados para compor o projeto de uma monografia. So eles:

    1) Tema;2) Problema de pesquisa;3) Hiptese;4) Objetivos (geral e especficos);5) Justificativa;6) Reviso Terica;7) Metodologia;8) Cronograma.

    Vejamos cada elemento com os seus respectivos exemplos.

    5.1.1 O tema

    O tema est relacionado ao assunto que ser pesquisado e desenvolvido no artigo cientfico. importante escolhermos um tema com o qual tenhamos familiaridade e vontade de estud-lo. Tambm, importante verificarmos se h um

  • 70 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 71O ARTIGO CIENTFICO

    nmero significativo de obras e autores que tratam do tema, para facilitar a pesquisa e a fundamentao terica.

    Depois de escolhermos o tema necessrio delimit-lo, ou seja, colocar limites na expanso do seu assunto. A delimitao do tema importante para que no nos percamos nas pesquisas. Assim, parte-se de um tema/assunto geral para um tema/assunto especfico.

    Exemplo:Tema Geral: Educao Religiosa

    Tema Delimitado/Especfico: Os desafios da Educao Religio-sa nas escolas pblicas do Brasil.

    Poderamos, se assim quisssemos, delimitar ainda mais o tema, especificando o estado ou a cidade, a esfera pblica (municipal ou estadual), o ano de ensino (primeiro ano, segundo ano, terceiro ano e assim por diante) etc. No projeto, o acadmico dever apresentar apenas o tema delimitado.

    5.1.2 O problema

    Quando escolhemos um tema, consciente ou inconscientemente, detectamos uma questo que ser respondida ao longo do trabalho. Partindo do exemplo citado, Os desafios da Educao Religiosa nas escolas pblicas do Brasil, pode-se ligar o tema a uma questo ou problema a ser respondido. Nesse caso, o problema poderia ser o seguinte:

    A implantao da Educao Religiosa nas escolas pblicas brasileiras foi uma surpresa para muitos professores, alunos e pais. Qualquer implantao educacional exige organizao

    e tempo para que as partes envolvidas possam adequar-se novidade. No caso da referida disciplina, verifica-se que a sua implantao est ligada a uma srie de desafios e dificuldades para o seu bom desenvolvimento. Os problemas no foram diagnosticados apenas na escola, mas, tambm, em outras estruturas. Quais so os problemas enfrentados pelos envolvi-dos no processo de ensino e aprendizagem na implantao da Educao Religiosa nas escolas pblicas do Brasil?

    A resposta a esse problema ser respondida por meio da pesquisa, da fundamentao terica e da argumentao durante a produo do artigo. O problema tambm delimita o tema e impe um caminho a ser percorrido pelo pesquisador.

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    O problema implica: ser dificuldade, ser delimitao, ser expresso de pensamento interrogativo (dvida curiosidade, necessidade, admirao...). Assim o tema ou assunto A adoo de criana [...] pode ser convertido no seguinte tpico [ou delimitao]: o perfil da me cedente no processo de adoo, e transformando em problema, ao se focalizarem as condies mais preponderantes no processo de deciso que levam me a ceder o filho adoo. Ou como fez Bardavid (1980), citado por Lakatos e Marconi:- tema: o perfil da me que deixa o filho recm-nascido para adoo;- problema: quais condies exercem mais influncia na deciso das mes em dar os filhos recm-nascidos para a adoo? (SALOMON, 2004, p. 219).

  • 72 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 73O ARTIGO CIENTFICO

    5.1.3 A hiptese

    Chamamos de hiptese uma possvel resposta ao nosso problema de pesquisa. Por meio da nossa familiaridade com o tema, temos competncia para sugerir uma ou mais hipteses. A partir do problema citado anteriormente (Quais so os problemas enfrentados pelos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem na implantao da Educao Religiosa nas escolas pblicas do Brasil?), podemos sugerir a seguinte hiptese:

    A Educao Religiosa foi implantada no Brasil, no ensi-no pblico, sem uma organizao adequada como as demais disciplinas, gerando uma srie de fatores que dificultam a sua execuo. Todas as disciplinas, salvo a Educao Religiosa, so integrantes de um documento que norteia o seu processo de ensino, a saber, Parmetros Curriculares Nacionais - PCN. Todas as disciplinas so ministradas por profissionais da rea, salvo a Educao Religiosa. Os professores so contratados e pagos por suas aulas, salvo o professor de Educao Religiosa. Partindo desses fatores verifica-se a inadequao da implanta-o da Educao Religiosa nas escolas pblicas do Brasil.

    A hiptese tambm orienta a pesquisa do trabalho acadmico.

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    Hiptese e problema formam um todo indivisvel, pense-se no projeto quer metodolgica, quer teoricamente.Elementar, mas correta, a definio da hiptese como resposta provisria ao problema. Como a soluo indicada e que precisa ser comprovada pela pesquisa da a coleta de dados e sua anlise se fazerem em funo da (s) hipteses (s) sua formulao est intimamente relacionada com o problema. (SALOMON, 2004, p. 219).

    5.1.4 O objetivo geral

    O objetivo geral est ligado diretamente ao tema. No escolhemos um tema para desenvolvermos um trabalho acadmico por acaso, sempre h um objetivo, uma inteno, um propsito. Vamos fazer um exerccio, conforme o exemplo, para melhor chegarmos ao objetivo:

    A partir do tema "Os desafios da Educao Religiosa nas escolas pblicas do Brasil", EU PRETENDO... Diagnosticar os problemas da implantao da Educao Religiosa no ensino pblico brasileiro, bem como as suas fontes geradoras.

    Dessa maneira, o objetivo geral do projeto ser Diagnosticar os problemas da implantao da Educao Religiosa no ensino pblico brasileiro, bem como as suas fontes geradoras. importante ressaltar que o objetivo geral sempre iniciar com um verbo no Infinitivo: diagnosticar, apontar, mostrar, etc.

  • 74 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 75O ARTIGO CIENTFICO

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    O objetivo geral est ligado a uma viso global e abrangente do tema. Relaciona-se com o contedo intrnseco, quer dos fenmenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se diretamente prpria significao da tese [assunto; tema] proposta pelo projeto. (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 219).

    5.1.5 Os objetivos especficos

    Os objetivos especficos so desdobramentos do objetivo geral. Se a partir da leitura do objetivo geral temos uma viso ampla do objetivo do projeto, os objetivos especficos mostram, de forma mais detalhada, o que se deve fazer para atingi-lo. Explicamos: para Diagnosticar os problemas da implantao da Educao Religiosa no ensino pblico brasileiro, bem como as suas fontes geradoras ser necessrio:

    a) Comparar a implantao da Educao Religiosa com as demais disciplinas;

    b) Verificar o perfil do professor de Educao Religiosa, bem como as suas condies de trabalho.

    Os contedos citados nas alneas a e b so exemplos de objetivos especficos. Novamente, importante lembrar que os objetivos especficos tambm se iniciam com um verbo no Infinitivo.

    5.1.6 A justificativa

    Neste tpico, desenvolveremos um texto justificando a escolha do tema, bem como a sua relevncia para uma comuni-

    dade especfica e/ou para a sociedade. Dessa forma, primeira-mente, devemos expor os motivos e interesses que nos levaram a escolher o tema proposto no projeto. Em seguida, mostramos a importncia do estudo do tema para uma comunidade espe-cfica e/ou para a sociedade. Por ltimo, citamos as possveis contribuies da pesquisa do projeto. Para melhor organizao do texto, importante desenvolvermos, pelo menos, um par-grafo para cada parte da justificativa, como o exemplo abaixo:

    O tema apresentado neste projeto est relacionado Educao, rea muito importante para a formao do indiv-duo. Tendo em vista que o projeto est vinculado ao curso de Bacharelado em Teologia, o tema vincula-se Educao Reli-giosa. Essa disciplina, componente do ensino fundamental brasileiro, pode oferecer ao aluno a oportunidade de refletir sobre os seus valores e comportamento em sociedade, sendo um importante instrumento de transformao positiva desse cidado em processo de desenvolvimento. Este projeto foi idealizado para entender e apontar os motivos das dificulda-des encontradas pela Educao Religiosa no que se refere a sua organizao e implantao no ensino fundamental das escolas pblica brasileiras.

    A pesquisa envolvida em qualquer contexto da Educao de suma importncia no apenas para os envolvidos direta-mente no processo de ensino e aprendizagem, mas tambm para toda a sociedade. Tratando-se da Educao que permeia o ensino fundamental, momento em que os alunos esto em fase de desenvolvimento fsico e cognitivo, h que se ter maior preo-cupao. A Educao Religiosa, como componente do ensino bsico, uma disciplina que, quando organizada e valorizada, oferece subsdios para sanar os conflitos existentes nessa fase do educando e, juntamente com as demais disciplinas, objetiva a formao global do aluno. A formao dos jovens de um pas de interesse de toda a sociedade.

    Os resultados buscados pelo estudo proposto oferecero um diagnstico acerca da Educao Religiosa no Brasil. A partir

  • 76 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 77O ARTIGO CIENTFICO

    desse resultado, outras pesquisas podero ser desenvolvidas no intuito de sanar as dificuldades apontadas.

    5.1.7 A reviso terica

    A Reviso Terica tambm pode ser chamada de Fundamentao Terica, Referencial Terico, Reviso Bibliogrfica, Reviso de Literatura etc. O objetivo desse tpico, no projeto, apresentar os autores e obras que fundamentaro a nossa pesquisa, ou seja, que oferecero sustentao cientfica para o nosso trabalho. Vale lembrar que os autores citados em nosso projeto devero ter estudado sobre o nosso tema.

    necessrio que tenhamos conhecimento dos autores e das obras que sero utilizadas, pois, ao longo do texto da Reviso Terica, deveremos fazer citaes referentes a essas obras. Para facilitar o trabalho, poderemos seguir os objetivos, explicando mais amplamente sobre cada um e utilizando passagens de alguma obra para fundamentar o seu pensamento. Exemplo:

    Para fazer a comparao da implantao da Educao Religiosa com as demais disciplinas do ensino fundamental, na contemporaneidade, sero utilizados os Parmetros Curricula-res Nacionais PCNs da primeira fase do ensino fundamental. No volume de introduo do referido documento, pode ser encontrada a seguinte informao:

    Em linha de sntese, pode-se afirmar que o currculo, tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino mdio, deve obrigatoriamente propiciar oportunidades para o estudo da lngua portuguesa, da matemtica, do mundo fsico e natural e da realidade social e poltica, enfatizando-se o conhecimento do Brasil. Tambm so reas curriculares obrigatrias o ensino da Arte e da Educao Fsica, necessariamente integradas proposta pedaggica. O ensino de pelo menos uma lngua

    estrangeira moderna passa a se constituir um componente curricular obrigatrio, a partir da quinta srie do ensino fundamental (art. 26, 5o). Quanto ao ensino religioso, sem onerar as despesas pblicas, a LDB manteve a orientao j adotada pela poltica educacional brasileira, ou seja, constitui disciplina dos horrios normais das escolas pblicas, mas de matrcula facultativa, respeitadas as preferncias manifestadas pelos alunos ou por seus responsveis (art. 33). (PCN, 1997, p. 5).

    Tambm, precisamos lembrar que todo texto possui introduo, desenvolvimento e concluso, assim, da mesma forma, o texto da Reviso Terica dever ser estruturado.

    5.1.7.1 Citaes

    Segundo a NBR 10520, da ABNT, citao a meno de uma informao extrada de outra fonte. H trs tipos de citao: indireta, direta e citao de citao.

    Citao indireta

    A citao indireta tambm chamada de parfrase, pois uma reproduo da ideia de um autor pesquisado. Quando fazemos um resumo, por exemplo, estamos fazendo um tipo de parfrase porque reproduzimos, com nossas palavras, ideias que j existem e pertencem a outrem. Abaixo, um exemplo de citao indireta (hiptese: estamos escrevendo um texto sobre o ato de ler, lembramos de um pensamento de Maria Helena Martins que est relacionado ao assunto, reproduzimos o pensamento com as nossas palavras e indicamos a fonte original do pensamento):

    Fazer a leitura de um texto no requer apenas a sua deco-dificao, pois ela no est impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo (MARTINS, 1994). Por isso, ao

  • 78 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 79O ARTIGO CIENTFICO

    lermos um texto, precisamos interagir com ele, escut-lo para entender o que ele quer nos comunicar.

    Citao direta

    A citao direta a transcrio do texto que foi consultado durante a pesquisa acadmica, ou seja, a insero de um fragmento textual, tal qual ele se apresenta na fonte de pesquisa, no trabalho acadmico. Ela pode ser curta ou longa.

    A citao curta deve ter no mximo trs linhas e ser colocada entre aspas duplas (hiptese: estamos escrevendo um texto sobre o ato de ler, lembramos de uma passagem do texto de Maria Helena Martins que est relacionado ao assunto, transcrevemos essa passagem no trabalho acadmico e indicamos a sua fonte original):

    Fazer a leitura de um texto no requer apenas a sua deco-dificao, pois ela no est impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que no consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9): Com freqncia nos conten-tamos, por economia ou preguia, em ler superficialmente, passar os olhos, como se diz. No acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto mecnico de decifrar os sinais.

    A citao longa possui mais de trs linhas e, diferentemente da citao curta, deve ser indicada por meio de um espaamento antes e depois da citao, recuo de 4 cm da margem esquerda, espaamento simples e com o tamanho da fonte menor (10):

    Fazer a leitura de um texto no requer apenas a sua deco-

    dificao, pois ela no est impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que no consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9):

    Com freqncia nos contentamos, por economia ou preguia, em ler superficialmente, passar os olhos, como se diz. No acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto mecnico de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais no se ligam de imediato a uma experincia, uma fantasia, uma necessidade nossa. Reagimos assim ao que no nos interessa no momento.

    Citao de citao

    a citao direta ou indireta de um texto em que no temos acesso ao original (NBR 10520), ou seja, a citao pertence a um autor citado por outro autor. Exemplo:

    Fazer a leitura de um texto no requer apenas a sua deco-dificao, pois ela no est impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo, pois a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuida-de da leitura daquele (FREIRE, 1978 apud MARTINS, 1994, p. 10).

    Com essa citao, queremos dizer que Maria Helena Martins fez uma citao de Paulo Freire na obra em que estvamos consultando, mas no tivemos acesso ao original de Freire. A expresso apud pode ser entendida como citado por.

    Para maiores informaes e detalhamentos sobre as citaes, devemos consultar a NBR 10520, da ABNT, que trata sobre citaes em documentos.

  • 80 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 81O ARTIGO CIENTFICO

    Supresso e adio de informaes na citao

    Durante a transcrio do texto da citao, podemos supri-mir ou adicionar uma ou mais palavras quando julgarmos neces-srio. A supresso e a adio de palavras devero ser indicadas entre colchetes [ ]. Quando suprimimos palavras, indicamos essa ao com reticncias, [...], como no exemplo abaixo.

    Fazer a leitura de um texto no requer apenas a sua decodificao, pois ela no est impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que no consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9):

    Com freqncia nos contentamos, por economia ou preguia, em ler superficialmente, passar os olhos, como se diz. No acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto mecnico de decifrar os sinais [...]. Reagimos assim ao que no nos interessa no momento.

    O sinal [...] indica que o seguinte fragmento foi retirado da citao: Sobretudo se esses sinais no se ligam de imediato a uma experincia, uma fantasia, uma necessidade nossa. muito importante perceber que a parte omitida no comprometeu o sentido da citao. Assim, tambm devemos proceder quando adicionarmos alguma (s) palavra (s), o fazemos para esclarecer o sentido da citao para o leitor:

    Fazer a leitura de um texto no requer apenas a sua decodificao, pois ela no est impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que no consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9): Com

    freqncia nos contentamos, por economia ou preguia, em ler superficialmente, passar os olhos, como se diz. No acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto mecnico de decifrar [decodificar] os sinais.

    5.1.8 A metodologia

    Metodologia a disciplina que estuda as etapas do processo da pesquisa cientfica, incluindo os mtodos e tcnicas de pesquisa. Tambm, pode ser considerada como o conjunto de instrumentos utilizados por ns para desenvolver a nossa pesquisa cientfica. Para abordar o assunto, o texto explicativo a seguir formado por fragmentos da obra Fundamentos de Metodologia Cientfica (1994, p.93-112; 174-213), de Eva Maria Lakatos e Marina de A. Marconi.

  • 82 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 83O ARTIGO CIENTFICO

    Mtodo

    o conjunto das atividades sistemticas e racionais que, com maior segurana e economia, permite alcanar o objetivo, traando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decises do pesquisador. Alguns mtodos:

    a) Histrico: consiste em investigar acontecimentos, processos e instituies do passado para verificar a sua influncia na sociedade de hoje.

    b) Comparativo: realiza comparaes, com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergncias.

    c) Monogrfico: consiste no estudo de determinados indivduos, profisses, condies, instituies, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizaes.

    d) Estatstico: significa reduo de fenmenos sociolgicos, polticos, econmicos, etc a termos quantitativos e a manipulao estatstica, que permite comprovar as relaes dos fenmenos entre si, e obter generalizaes sobre sua natureza, ocorrncia ou significado.

    e) Tipolgico: apresenta certas semelhanas com o mtodo comparativo; ao comparar fenmenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construdos a partir da anlise de aspectos essenciais dos fenmenos; a caracterstica principal do tipo ideal no existir na realidade, mas servir de modelo para a anlise e compreenso de casos concretos, realmente existentes.

    f) Indutivo: partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal.

    g) Dedutivo: partindo de dados gerais, suficientemente constatados, infere-se uma constatao especfica, particular.

    Tcnica

    Conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma cincia ou arte; a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prtica. Toda cincia utiliza inmeras tcnicas na obteno de seus propsitos. A pesquisa pode desenvolver-se por meio de: Documentao Indireta

    a) Pesquisa Documental (arquivos pblicos ou particulares, esta-tsticas de rgos governamentais, documentos jurdicos, etc);

    b) Pesquisa Bibliogrfica (imprensa escrita, meios audiovisu-ais, material cartogrfico, publicaes);

    Documentao Direta

    a) Pesquisa de Campo (est voltada para o estudo de indivdu-os, grupos, comunidades, instituies e outros campos, visan-do compreenso de vrios aspectos da sociedade, por meio de coleta de dados, observando e registrando fatos e fenme-nos tal como ocorrem espontaneamente);

    b) Pesquisa de Laboratrio ( um procedimento de investiga-o mais difcil, porm mais exato; descreve e analisa o que ser ou ocorrer em situaes controladas; o pesquisador observa sem tomar parte pessoalmente);

    c) Estudo de Caso (est relacionado pesquisa de campo; reali-zao de uma pesquisa sobre um fenmeno em seu contex-to real, por meio de uma explorao intensiva de uma nica unidade de estudo).Observao Direta Intensiva: realizada por meio de duas tcni-cas, observao e entrevista. Observao Direta Extensiva: realiza-se por meio do questio-nrio, do formulrio, de medidas de opinio e atitudes e de tcnicas mercadolgicas.

  • 84 MANUAL DE TEXTOS ACADMICOS DA FACULDADE FAIFA 85O ARTIGO CIENTFICO

    Com a palavra, quem entende do assunto:

    A seleo do instrumental metodolgico est [...] relacio-nada com o problema a ser estudado; a escolha depender dos vrios fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos fenmenos, o objeto de pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos [...].Nas investigaes, em geral, nunca se utiliza apenas um mtodo ou uma tcnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessrios ou apro-priados para determinados caso. Na maioria das vezes, h uma combinao de dois ou mais deles, usados conco-mitantemente. (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 163-164).

    No tpico Metodologia, deveremos mostrar quais os instrumentos que sero utilizados para nortear a nossa pesquisa. Devemos verificar qual/quais o(s) mtodo(s) e tcnica(s) mais apropriados para desenvolver o nosso tema e objeto de pesquisa. Podemos utilizar citaes de autores que tratam sobre os mtodos e tcnicas de pesquisa na redao deste tpico. Exemplo:

    A metodologia adotada para realizar este trabalho ser a pesquisa bibliogrfica, pois ela se far por meio de textos impressos ou digitais. Segundo Marconi e Lakatos:

    A pesquisa bibliogrfica, ou de fontes secundrias, abrange toda bibliografia j tornada pblica em relao ao tema de estudo, desde publicaes avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografia, teses, material cartogrfico etc., at meios de comunicao orais [...] e audiovisuais [...]. Sua finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]. (1991, p. 183).

    5.1.9 O cronograma

    Neste tpico, devemos traar um tempo para cada etapa da realizao do trabalho acadmico, com o intuito de melhor aproveitarmos o tempo disponvel para realiz-lo. importante lembrarmos que o cronograma um instrumento que nos auxilia a no exceder o prazo de entrega do trabalho acadmico, no entanto, ele poder ser modificado conforme a nossa necessidade. Abaixo, um exemplo de cronograma:

    Ano 2012

    Ms/Atividade Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.

    Elaborao do projeto X

    Levantamento de Dados X X

    Produo textual X X

    Entrega do Artigo X

    Observao: o espaamento entre linhas do cron