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  • Manual de PManual de PManual de PManual de PManual de Procedimentos derocedimentos derocedimentos derocedimentos derocedimentos deColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reas

    Agrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daQualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:

    SoloSoloSoloSoloSolo, gua e , gua e , gua e , gua e , gua e SedimentosSedimentosSedimentosSedimentosSedimentos

  • Repblica Federativa do Brasil

    Luiz Incio Lula da SilvaPresidente

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Roberto RodriguesMinistro

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Conselho de Administrao

    Luis Carlos Guedes PintoPresidente

    Slvio CrestanaVice-Presidente

    Alexandre Kalil PiresCludia Assuno dos Santos Viegas

    Ernesto PaternianiHlio Tollini

    Marcelo Barbosa SaintiveMembros

    Diretoria-Executiva da Embrapa

    Slvio CrestanaDiretor-Presidente

    Tatiana Deane de Abreu SJos Geraldo Eugnio de Frana

    Kepler Euclides FilhoDiretores-Executivos

    Embrapa Meio Ambiente

    Paulo Choji KitamuraChefe-Geral

    Ladislau Arajo SkorupaChefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento

    Maria Cristina Martins CruzChefe-Adjunto de Administrao

    Ariovaldo Luchiari JniorChefe-Adjunto de Comunicao e Negcios

  • Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa Meio Ambiente

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Editores tcnicos

    Heloisa Ferreira FilizolaMarco Antnio Ferreira Gomes

    Manoel Dornelas de Souza

    Embrapa Meio AmbienteJaguarina, SP

    2006

    Manual de PManual de PManual de PManual de PManual de Procedimentos derocedimentos derocedimentos derocedimentos derocedimentos deColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reasColeta de Amostras em reas

    Agrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daAgrcolas para Anlise daQualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:Qualidade Ambiental:

    SoloSoloSoloSoloSolo, gua e , gua e , gua e , gua e , gua e SedimentosSedimentosSedimentosSedimentosSedimentos

  • Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa Meio AmbienteRodovia SP 340 - km 127,5 - Tanquinho VelhoCaixa Postal 69 13820-000 Jaguarina, SPFone: 19-3867-8750 Fax: [email protected] www.cnpma.embrapa.br

    Comit de Publicaes:Cludio Cesar de Almeida Buschinelli, Heloisa Ferreira Filizola, Ladislau ArajoSkorupa (Presidente), Manoel Dornelas de Souza, Maria Amlia de Toledo Leme,Maria Conceio Peres Young Pessoa, Marta Camargo de Assis, Osvaldo MachadoR. Cabral, Sandro Freitas Nunes.

    Reviso de textoHeloisa Ferreira Filizola

    Normalizao bibliogrficaMaria Amlia de Toledo Leme

    Projeto grficoSilvana C. Teixeira Estevo

    1 edio1 impresso (2006): 1000 exemplares

    Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo

    ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n. 9610).

    permitida a reproduo parcial do contedodeste livro desde que citada a fonte.

    CIP. Brasil. Catalogao na publicao.

    Editorao eletrnicaSilvana C. Teixeira Estevo

    CapaManoel Dornelas de Souza

    Fotos da capaArquivo Embrapa Meio Ambiente

    Filizola, Heloisa Ferreira Manual de procedimentos de coleta de amostras em reas agrcolaspara anlise da qualidade ambiental: solo, gua e sedimentos / editadopor Heloisa Ferreira Filizola, Marcos Antonio Ferreira Gomes e ManoelDornelas de Souza. - Jaguarina: Embrapa Meio Ambiente, 2006. 169p. il.

    ISBN 85-85771-43-7

    1. Solo - Coleta - Amostra. 2. gua - Coleta - Amostra. 3. Sedimento- Coleta - Amostra. I. Gomes, Marco Antonio Ferreira. II. Souza,Manoel Dornelas de. III. Ttulo.

    CDD 631.417 202

    Embrapa Meio Ambiente, 2006

  • AAAAAutoresutoresutoresutoresutores

    Adriana Marlene Moreno PiresPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Agrnoma, D. Sc. em Solos eNutrio de Plantas, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina,SP, CEP 13820-000. [email protected]

    Anibal Ramadan OliveiraBilogo, M.Sc em Zoologia, Departamento de Zoologia, IB-USP, Caixa Postal11461, So Paulo, SP, CEP 05422-970. [email protected]

    Heloisa Ferreira FilizolaPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Pedlogo, D.Sc. em Cincias da Terra,Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP [email protected]

    Jlio Ferraz de QueirozPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Oceanlogo, D.Sc. em CinciasAgrrias, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP13820-000. [email protected]

    Manoel Dornelas de SouzaPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Agrnomo, Dr. em Solos e Nutriode Plantas, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP13820-000. [email protected]

    Marco Antnio Ferreira GomesPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Gelogo, D.Sc em Solos e Nutriode Plantas, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP13820-000. [email protected]

    Marcos Antnio Vieira LigoPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Eclogo, D.Sc. em Ciclagem deNutrientes, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP13820-000. [email protected]

    Mariana Pinheiro SilveiraPesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Ecloga, M. Sc. em Ecologia, Rod.SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP [email protected]

  • Raquel GhiniPesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Engenheiro Agrnomo, Ph.D. emFitopatologia, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP13820-000. [email protected]

    Rita Carla BoeiraPesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Agrnoma, D. Sc. em Cincia doSolo, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP 13820-000. [email protected]

    Sonia Cludia Nascimento de QueirozPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Qumica, D. Sc. em Qumica, Rod.SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP [email protected]

    Sueli dos Santos FreitasPesquisadora do IAC, Microbiologista, D. Sc. em Solos e Nutrio de Plantas,Av. Baro de Itapura, 1481, Caixa postal 28, Campinas, SP, CEP 13001-970. [email protected]

    Vera Lcia FerraciniPesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Qumica, D. Sc. em QumicaOrgnica, Rod. SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguarina, SP, CEP13820-000. [email protected]

  • ApresentaoApresentaoApresentaoApresentaoApresentao

    A Embrapa Meio Ambiente desenvolveu ao longo da ltima dcada

    um conjunto de mtodos de anlise ambiental em diferentes condies naturais e

    situaes agropecurias. Dada a diversidade das regies brasileiras em que atuou,

    tornou-se excelncia em termos de oferta de mtodos e indicadores visando a

    qualidade ambiental de reas rurais.

    Neste Manual de Procedimentos de Coleta de Amostras em reas

    Agrcolas para Anlise da Qualidade Ambiental: Solo, gua e Sedimentos a

    equipe de pesquisa da Embrapa Meio Ambiente envolvida com o tema qualidade

    ambiental, especialmente de gua e solo, com a colaborao de pesquisadores do

    Instituto Agronmico de Campinas (IAC) e do Instituto Biolgico (IB) de So Paulo,

    apresenta procedimentos e mtodos para a coleta de amostras de solo, gua e

    sedimentos.

    O Manual que tem como editores Heloisa F. Filizola, Marco Antnio

    F. Gomes e Manoel Dornelas de Souza, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente,

    tem o mrito de reunir em uma nica publicao, um conjunto de mtodos,

    instrumentos e boas prticas que vo desde o planejamento, escolha do tipo de

    amostragem, a coleta, o transporte e o armazenamento de amostras de solos, de

    gua e de sedimentos abrangendo uma diversidade de situaes e anlises

    ambientais.

    Na Parte I do Manual os editores destacam questes gerais como a

    importncia da amostragem, a escolha do tipo de amostragem, o seu planejamento

    e execuo, as fontes comuns de erros e os processos de contaminao de

    amostras.

    Na Parte II do Manual, o foco a amostragem de solos, destacando-

    se as tcnicas, planejamento, os tipos de amostragem e suas aplicaes. So

    dedicados captulos especiais para as particularidades que cercam a amostragem

  • de solos para a anlise de metais pesados, de nitratos, de agrotxicos e de

    parmetros biolgicos.

    J na Parte III do Manual, os editores destacam a amostragem de

    guas superficiais, a preservao e o transporte de amostras, apresentando para

    tanto os procedimentos para fins de anlise biolgica envolvendo parmetros

    como fitoplncton, zooplncton, bactrias; anlise de nitratos e metais pesados

    e; de agrotxicos, neste caso com recomendaes de procedimentos tambm

    para a amostragem de guas subterrneas.

    Finalmente, a Parte IV do Manual, destaca as especificidades da

    amostragem de sedimentos para anlise de metais pesados em corpos dgua

    como rios, riachos, crregos, lagos, lagoas e represas; para anlise de agrotxicos

    de sedimentos; para anlises fsico-qumicas de sedimentos de lagos e represas/

    tanques de aquicultura; e para anlises biolgicas de sedimentos utilizando-se,

    entre outros organismos, os macroinvertebrados bentnicos, as macrfitas, os

    fungos aquticos e as macroalgas.

    , assim, um Manual bsico de boas prticas de amostragem de

    solo, gua e sedimentos, fundamental para pesquisadores, extensionistas rurais,

    tcnicos de organizaes no-governamentais, comunidades rurais e mesmo para

    o cidados comuns que atuam no dia-a-dia da educao ambiental e do

    monitoramento e gesto ambiental em quaisquer regies brasileiras envolvendo

    uma diversidade de problemas ambientais originadas de atividades agropecurias.

    Paulo Choji Kitamura

    Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente

  • PrefcioPrefcioPrefcioPrefcioPrefcio

    A intensificao dos estudos ambientais trouxe, em seu bojo, a

    necessidade de uma constante melhoria nos procedimentos e mtodos de

    amostragem de solo, de gua e de sedimento. Pela interao de diversos fatores,

    as amostras provenientes desses componentes da paisagem, para fins de avaliao

    de qualidade ambiental, requerem anlises diferenciadas, fato que implica em

    procedimentos de coletas tambm diferenciados. Para cada situao h tcnicas

    especficas, que incluem desde a distribuio espacial dos locais de amostragem,

    at os procedimentos de acondicionamento e de transporte das amostras.

    O presente manual destinado a todos aqueles que trabalham com

    o meio ambiente e tem o propsito de subsidiar as amostragens de campo, seja

    da matriz solo, da matriz gua, ou de sedimentos, com a finalidade de enfatizar

    os cuidados e critrios de coleta a serem adotados, para que as amostras sejam

    as mais representativas possveis do local a ser amostrado.

    A seguir sero detalhados procedimentos para as fases de

    levantamentos preliminares, localizao dos pontos de coleta, freqncia e formas

    de amostragem, acondicionamento, estocagem e transporte dos materiais

    coletados. Sero tambm descritos os materiais utilizados, de modo que se consiga,

    entre outras vantagens, retardar ou inibir a ao biolgica, assim como a

    volatilizao e a hidrlise de compostos, com o objetivo de assegurar as condies

    mais prximas possveis daquelas da hora e do local de coleta.

    Os editores

  • SumrioSumrioSumrioSumrioSumrio

    Parte I - GENERALIDADESCaptulo 1:Captulo 1:Captulo 1:Captulo 1:Captulo 1: A importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisHeloisa F. Filizola, Marco Antnio F. Gomes eManoel Dornelas de Souza ........................................................................... 171.1. Processos Contaminantes ............................................................ 171.2. A Amostragem .......................................................................... 18 1.2.1. O Planejamento da Amostragem............................................ 19 1.2.1.1. Fontes de Erro ............................................................... 20 1.2.2. Freqncia de Amostragem ................................................... 21

    Parte II - SOLOSCaptulo 2:Captulo 2:Captulo 2:Captulo 2:Captulo 2: A amostragem de solosHeloisa F. Filizola, Marco Antnio F. Gomes eManoel Dornelas de Souza ........................................................................... 252.1. Tcnicas de amostragem .............................................................. 25 2.1.1. Amostragem contnua com tubo .............................................. 25 2.1.2. Amostragem por tradagens sucessivas ....................................... 262.2. O planejamento da amostragem ................................................... 27 2.2.1. Avaliao por microbacias ...................................................... 28 2.2.2. Amostragem ao longo de vertentes ........................................... 292.3. Plano de amostragem .................................................................. 30 2.3.1. Amostragem por critrios ou determinista ................................... 30 2.3.2. Amostragem aleatria simples.................................................. 30 2.3.3. Amostragem aleatria estratificada ........................................... 312.4. Amostras simples ou pontuais ....................................................... 322.5. Amostras pontuais mltiplas ......................................................... 322.6. Amostras compostas ................................................................... 322.7. Amostragem da gua ou da soluo do solo .................................... 33

  • CaptCaptCaptCaptCaptulo ulo ulo ulo ulo 3: 3: 3: 3: 3: Amostragem de solos para anlise de metais pesadosHeloisa F. Filizola, Manoel Dornelas de Souza eMarco Antnio F. Gomes ............................................................................. 373.1. Como amostrar .......................................................................... 39 3.1.1. Uso contnuo de fertilizantes .................................................... 40 3.1.2. O uso contnuo de lodo de esgoto............................................. 403.2. Locais de amostragem ................................................................. 423.3. Freqncia da amostragem ........................................................... 43

    Captulo 4:Captulo 4:Captulo 4:Captulo 4:Captulo 4: Amostragem de solos para anlise de nitratosManoel Dornelas de Souza e Adriana M. M. Pires ....................................... 494.1. Determinao do plano de amostragem .......................................... 504.2. Coleta das amostras de solo ......................................................... 51

    Captulo 5:Captulo 5:Captulo 5:Captulo 5:Captulo 5: Amostragem de solos para anlise de agrotxicosMarco Antnio F. Gomes, Heloisa F. Filizola, Manoel Dornelas de Souza,Vera L. Ferracini e Sonia C. N. Queirz ...................................................... 53

    Captulo 6:Captulo 6:Captulo 6:Captulo 6:Captulo 6: Amostragem de solo para anlises biolgicasRaquel Ghini, Sueli dos Santos Freitas eAnibal Ramadan Oliveira ........................................................................... 576.1. Representatividade da amostra ...................................................... 586.2. Coleta das amostras de solo ......................................................... 646.3. Transporte e armazenamento ........................................................ 676.4. Amostragem para isolamento ou quantificao de microrganismosrizosfricos ....................................................................................... 70

    Parte 3 - GUACaptulo 7: Captulo 7: Captulo 7: Captulo 7: Captulo 7: Amostragem de gua para anlises biolgicasMariana Pinheiro Silveira e Jlio Ferraz de Queiroz ..................................... 837.1. Amostragem das guas de superfcie ............................................... 83 7.1.1. Rios .................................................................................... 83 7.1.1.1. Localizao dos pontos de amostragem ............................... 83 7.1.1.2. Metodologia de amostragem .............................................. 84 7.1.2. Lagos, lagoas e represas ......................................................... 88 7.1.2.1. Localizao dos pontos de amostragem .............................. 897.2. Parmetros biolgicos ................................................................. 89 7.2.1. Fitoplncton ......................................................................... 89 7.2.2. Zooplncton ......................................................................... 94 7.2.2.1 O zooplncton como bioindicador de qualidade de gua ............................................................ 97 7.2.3 Bactrias .............................................................................. 98

  • CCCCCaptuloaptuloaptuloaptuloaptulo 8: 8: 8: 8: 8: Amostragem de gua para anlise de nitrato e de metais pesadosAdriana M. M. Pires, Manoel Dornelas de Souza eMarcos Antonio Vieira Ligo .......................................................................1038.1. Determinao do local e da freqncia de amostragem .................... 1058.2. Coleta das amostras de gua ...................................................... 1058.3. Preservao das amostras .......................................................... 106

    Captulo 9: Captulo 9: Captulo 9: Captulo 9: Captulo 9: Amostragem de gua para anlise de agrotxicosSonia C. N. Queiroz, Vera L. Ferracini e Marco A. F. Gomes ......................1099.1. Conservao da amostra ............................................................ 1119.2. Amostragem ............................................................................ 112 9.2.1 gua superficial ................................................................... 112 9.2.2. gua subterrnea ................................................................ 1139.3. Extrao em fase slida de amostras in situ ................................... 1139.4. Identificao e Registro .............................................................. 114

    Parte 4 - SEDIMENTOSCaptulo 10: Captulo 10: Captulo 10: Captulo 10: Captulo 10: Amostragem de sedimentos para anlise demetais pesadosMarco Antonio Ferreira Gomes e Heloisa F. Filizola .....................................11910.1. Planejamento da amostragem ................................................... 119 10.1.1. Nmero de amostras e de locais de coleta ............................ 11910.2. Amostradores ......................................................................... 120 10.2.1. Amostrador manipulado por mergulhador ............................ 120 10.2.2 Amostradores a mbolo ou pisto ........................................ 121 10.2.3. Amostradores vibratrios ................................................... 122 10.2.4. Dragas ........................................................................... 12210.3. Amostragem de sedimentos em rios, crregos e riachos .................. 12310.4. Amostragem de sedimentos em lagos, represas e audes ................. 12410.5. Recuperao e acondicionamento das amostras ............................ 124

    Captulo 11:Captulo 11:Captulo 11:Captulo 11:Captulo 11: Amostragem de sedimento para anlise deagrotxicosVera L. Ferracini, Sonia C. N. Queiroz e Marco A. F. Gomes ......................12711.1. Amostragem .......................................................................... 12811.2. Equipamentos de Amostragem .................................................. 131 11.2.1. Amostradores de Garra ..................................................... 132 11.2.2. Amostradores de Ncleo ................................................... 132 11.3. Transporte das amostras ...................................................... 133 11.4. Consideraes finais ........................................................... 133

  • Captulo 12:Captulo 12:Captulo 12:Captulo 12:Captulo 12: Amostragem de sedimentos do fundo de lagos, represas e viveirosde aquicultura para anlises fsico-qumicasJulio Ferraz de Queiroz, Rita Carla Boeira eMariana Pinheiro Silveira .........................................................................13712.1.Tipos de coletores para sedimentos ............................................... 13912.2. Local de amostragem ............................................................... 14212.3. Metodologias de amostragem ..................................................... 14412.3.1. Procedimento de coleta com o coletor simplificado ...................... 14712.3.1.1. Amostragem de sedimentos em sries sucessivas com a utilizao docoletor simplificado .......................................................................... 150

    Captulo 13:Captulo 13:Captulo 13:Captulo 13:Captulo 13: Amostragem de sedimentos para anlises biolgicasMariana Pinheiro Silveira, Julio Ferraz Queiroz eRita Carla Boeira ......................................................................................15313.1. Macroinvertebrados bentnicos ................................................... 153 13.1.1. Habitat e vantagens de uso................................................. 153 13.1.2. Coleta e amostragem ........................................................ 153 13.1.3. Processamento de amostras ................................................ 15613.2. Fungos aquticos ..................................................................... 158 13.2.1. Distribuio e importncia .................................................. 158 13.2.2. Coleta e amostragem ........................................................ 158 13.2.3. Processamento de amostras ................................................ 15913.3. Macroalgas Bentnicas e Perifton ............................................... 160 13.3.1. Habitat e importncia ....................................................... 160 13.3.2. Coleta e amostragem ........................................................ 16113.4. Macrfitas .............................................................................. 164 13.4.1. Distribuio e importncia .................................................. 164 13.4.2. Coleta e amostragem ........................................................ 165

  • 15

    A importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientais

    Parte I

    GENERALIDADES

  • Manual de PManual de PManual de PManual de PManual de Procedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise daQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: Solo, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos

    16

  • 17

    A importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientais

    Captulo 1Captulo 1Captulo 1Captulo 1Captulo 1

    AAAAA importncia e as formas de amostragem em estudos importncia e as formas de amostragem em estudos importncia e as formas de amostragem em estudos importncia e as formas de amostragem em estudos importncia e as formas de amostragem em estudosambientaisambientaisambientaisambientaisambientais

    Heloisa Ferreira Filizola, Marco Antnio F. Gomes e

    Manoel Dornelas de Souza

    1.1. Processos contaminantes

    Nas reas agrcolas, os solos e as plantas geralmente recebem

    uma grande carga de agrotxicos, seja na forma de nutrientes ou de defensivos

    agrcolas, que podem permanecer no solo, ser absorvidos pelas plantas, ser

    carreados para as guas superficiais, ou, ainda, lixiviados, atingindo as guas

    subterrneas. As guas provenientes de pastos, currais e pocilgas, alm da

    contribuio da carga orgnica, tendem a aumentar o ndice de coliformes

    fecais e nutrientes nos cursos de gua, lagos ou represas. Como a contaminao

    nas reas rurais pode provir de vrias fontes, designada como contaminao

    por fontes difusas. Os despejos industriais, que podem ser encontrados tanto

    em reas rurais como urbanas, so classificados como fonte de contaminao

    pontual.

    Os processos contaminantes podem ser separados em eventuais

    ou rotineiros. A contaminao eventual aquela causada por um aporte muito

    grande, de maneira ocasional, de um produto perigoso vida, no solo ou

    diretamente na gua. Este tipo de contaminao de difcil deteco por

    meio de programas de monitoramento.

    A contaminao rotineira aquela causada por lanamentos

    contnuos de produtos potencialmente contaminantes, como os agrotxicos.

    O monitoramento da qualidade das guas e dos solos geralmente tem como

    objetivo detectar este tipo de poluio. Esse tipo de contaminao geralmente

    tende a ocorrer nas reas de atividades agropecurias.

  • Manual de PManual de PManual de PManual de PManual de Procedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise daQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: Solo, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos

    18

    1.2. A Amostragem

    A amostragem de importncia fundamental na avaliao e no

    controle da contaminao das guas, dos solos, dos sedimentos e dos produtos

    agrcolas, no se constituindo unicamente na coleta das amostras a serem

    analisadas, mas envolvendo desde o planejamento da amostragem at a

    interpretao dos dados que, posteriormente permitiro a tomada de decises

    relativas s exigncias de tratamento da rea, caso esteja contaminada, e o

    controle das fontes de contaminao.

    A amostragem envolve um bom conhecimento do local e seu

    entorno, do problema em questo (contaminao por agrotxicos, metais

    pesados, etc.), a escolha dos pontos mais representativos e dos equipamentos

    mais adequados e os mtodos de preservao das amostras. O objetivo da

    amostragem coletar um volume de gua, de solo, de sedimento ou planta

    suficiente para as anlises a serem realizadas.

    As amostras devero ser identificadas por um nmero ou sigla,

    local de coleta, data e hora. Para tanto, devem ser utilizados etiquetas e

    marcadores resistentes gua, ao manuseio e estocagem. Registrar em um

    caderno informaes sobre o local amostrado, em especial as coordenadas

    geogrficas obtidas por meio de GPS, dados sobre o tipo da amostra, o

    amostrador utilizado, as condies do tempo, alm dos dados inseridos nas

    etiquetas. O volume de 1 litro de gua ou 100g de solo, suficiente para a

    maioria das anlises. Deve-se utilizar recipientes separados para anlises

    microbiolgicas, de agrotxicos e de metais pesados.

    Os frascos para a coleta de amostras de gua devero ser de

    vidro de borosilicato, de preferncia escuros, ou de polietileno, e resistentes a

    lcalis. Tampas rosqueveis de plstico inerte constituem a melhor forma de

    vedao, j que as tampas de borracha podem desintegrar-se ou liberar metais-

    trao quando na presena de solventes orgnicos e as tampas de vidro no

    so adequadas para solues alcalinas.

    Os frascos a serem usados devero ser rigorosamente limpos

    com detergentes apropriados, enxaguados com gua bidestilada e, a seguir,

    com acetona de alta pureza e serem mantidos sempre vedados.

  • 19

    A importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientais

    Dependendo do tipo de anlises a serem realizadas, os solos

    podero ser acondicionados em vidros, frascos plsticos ou de polietileno de

    boca larga ou ainda em sacos plsticos. Os primeiros encarecem o processo

    de amostragem, mas certos tipos de compostos podem reagir com o plstico,

    impedindo que as amostras coletadas neste tipo de material sejam adequadas.

    Para a coleta de solos os frascos utilizados para o

    acondicionamento das amostras devem ser previamente tratados, para limpeza

    e descontaminao, com cido ntrico 10% por 24hs e enxaguados cinco

    vezes com gua deionizada (CASARINI et al., 2001).

    Deve-se procurar sempre transportar as amostras do local de

    coleta para o laboratrio em recipientes, como caixas de isopor ou caixas

    trmicas, que as protejam de luz e do aumento de temperatura. Se o tempo

    necessrio para a coleta e o transporte superar algumas horas o uso de gelo

    pode ser uma alternativa. Se o tempo for mais prolongado, passando de 12

    horas, deve-se usar gelo seco com vedao total da caixa trmica ou caixa de

    isopor.

    1.2.1. O Planejamento da Amostragem

    Em reas agrcolas, a avaliao e o monitoramento em especial

    da gua, so geralmente realizados em microbacias, que so consideradas

    como unidades elementares da paisagem. De acordo com a situao a ser

    avaliada, o monitoramento poder ainda ser executado na escala da vertente,

    em parcelas e mesmo ao longo da rede de drenagem da rea. A escolha da

    escala de trabalho depender do tipo de contaminao a ser avaliado.

    A identificao das possveis fontes de poluio fator

    fundamental na localizao dos pontos de monitoramento e na freqncia da

    amostragem.

    Para a elaborao deste planejamento necessrio o

    conhecimento das caractersticas da rea tais como a hidrografia, os solos

    (tipos e textura), a geologia, a topografia, em especial a declividade, os

    parmetros climticos como a pluviosidade, o regime das chuvas e das

    temperaturas, os ventos, sinais de eroso e manejo atual e passado da rea.

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    20

    Neste ltimo item devero ser levantadas informaes relativas ao uso do

    solo, tais como a localizao das reas de mata e de cultura, os tipos de

    cultura praticados, as prticas culturais adotadas, os produtos utilizados nas

    lavouras, tais como agrotxicos, fertilizantes e corretivos, em que dosagem e

    qual a freqncia e datas de aplicao dos mesmos.

    importante que a localizao dos pontos de coleta sejam

    georreferenciados por GPS, conforme j mencionado anteriormente ou, no

    mnimo, com trena e bssola, para a avaliao da distribuio espacial do(s)

    elemento(s) contaminante(s). Dessa forma, a localizao das reas com solos

    contaminados permitir formular inferncias sobre a possibilidade de

    contaminao dos corpos de gua superficiais por carreamento do solo, ou,

    ainda, de acordo com as caractersticas do(s) elemento(s) contaminante(s), a

    poluio dos lenis freticos por lixiviao.

    No caso de solos e soluo do solo, a escolha dos pontos e da

    profundidade da amostragem mais eficientes est sujeita ao que est se

    procurando (metais pesados, resduos de agrotxicos, nitrato). Por exemplo,

    se o agrotxico procurado for pouco solvel e tiver o coeficiente de partio

    do carbono orgnico (Koc) alto, a amostragem do solo no precisar ser muito

    profunda, j que sua mobilidade baixa. Mas se o solo tiver sido arado aps a

    aplicao de um herbicida, a coleta dever ser feita entre 25-30 cm de

    profundidade, j que este intervalo corresponde profundidade mdia de arao.

    As diferentes formas de planejamento da amostragem sero

    discutidas nos captulos a seguir.

    1.2.1.1. Fontes de erro

    Trs tipos de erro esto associados amostragem: a)

    amostragem em si, b) escolha dos locais e c) aos erros analticos. Como

    estes erros so cumulativos devem ser levados em considerao no

    planejamento da amostragem (DICK et al., 1996).

    a) Erros de amostragem: ocorrem porque no possvel analisar

    a totalidade da rea e as amostras coletadas representam apenas um pequeno

    subgrupo.

  • 21

    A importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientaisA importncia e as formas de amostragem em estudos ambientais

    b) Erros de seleo dos locais: derivam da retirada de amostras

    no representativas da rea, como por exemplo, amostras de solo coletadas

    em carreadores.

    c) Erros analticos: podem resultar da manipulao, do recipiente

    de coleta, da estocagem, do preparo e da tcnica analtica.

    Aumentando-se o nmero de amostras, aumenta-se a preciso,

    diminuindo assim o impacto do erro de amostragem. J o erro de seleo pode

    ser reduzido com um bom plano de amostragem.

    1.2.2. Freqncia de amostragem

    Os perodos de coleta so to importantes quanto a escolha dos

    locais e tambm no so fixos, pois esto condicionados ao que ser monitorado.

    O processo produtivo nas reas agrcolas pode ser subdividido em vrias etapas:

    preparo do solo, que inclui, de maneira geral, arao, gradagem, aplicao de

    herbicidas pr-plantio, fertilizao e calagem; plantio; aplicaes de defensivos

    agrcolas pr e ps-emergentes ao longo do perodo da cultura e colheita.

    Assim, a freqncia de amostragem vai estar subordinada aos contaminantes

    a serem monitorados e das etapas citadas acima. A freqncia de amostragem

    para cada matriz e possveis contaminantes ser discutida nos captulos a

    seguir.

    Referncias

    CASARINI, D.C.P.; DIAS, C.L.; LEMOS, M.M.G. Relatrio de estabelecimento

    de valores orientadores para solos e guas subterrneas no Estado de So

    Paulo. So Paulo: CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento

    Ambiental, 2001. 246p.

    DICK, R.P.; THOMAS D.R.; HALVORSON, J.J. Standardized methods sampling

    and sample pretreatment. In: DORAN, J.W.; JONES, A.J. (Ed.). Methods for

    assessing soil quality. Madison: Soil Science Society of America, 1996. 410p.

    (SSSA Special Publication, 49).

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    22

  • 23

    A amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solos

    Parte II

    SOLOS

  • Manual de PManual de PManual de PManual de PManual de Procedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise daQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: Solo, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos

    24

  • 25

    A amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solos

    Captulo 2Captulo 2Captulo 2Captulo 2Captulo 2

    AAAAA amostragem de solos amostragem de solos amostragem de solos amostragem de solos amostragem de solos

    Heloisa Ferreira Filizola, Marco Antnio Ferreira Gomes

    e Manoel Dornelas de Souza

    2.1. Tcnicas de amostragem

    A escolha das tcnicas de amostragem est condicionada

    localizao dos resduos no perfil do solo, do tipo de solo e das propriedades

    dos contaminantes que esto sendo monitorados. H uma variedade muito

    grande de tcnicas de coleta de solos na zona insaturada. Estas tcnicas podem

    ser divididas em dois tipos: coleta de amostra contnua por meio de um tubo

    inserido no solo, manualmente ou por meio de um equipamento hidrulico; e

    coleta segmentada do solo por tradagens sucessivas.

    2.1.1. Amostragem contnua com tubo

    Na amostragem contnua de solo no perturbado so utilizados

    tubos de no mnimo 50 mm de dimetro para garantir a quantidade necessria

    de solo para mais de uma anlise, caso seja necessrio repeti-la. Tubos deste

    dimetro, geralmente podem ser inseridos manualmente at uma profundidade

    aproximada de 0,5 m. De 1 a 2 m de profundidade necessria a utilizao de

    sondas pequenas de impacto e em maiores profundidades deve ser utilizado

    equipamento de perfurao convencional. O tubo de amostragem deve ser

    cuidadosamente limpo antes da sua insero no solo, conforme o item 1.2.

    Esta forma de coleta usada para a coleta de um perfil completo de solo, o

    qual, aps a coleta, seccionado nas profundidades de interesse.

    Existem dois problemas relacionados a esta tcnica. O primeiro

    est relacionado estrutura do solo do horizonte superior. Geralmente a

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    26

    estrutura solta ou em grnulos, o que favorece o deslocamento destes ao

    longo das laterais do tubo, quando este pressionado para baixo, contaminando

    assim o solo em maior profundidade. Segundo Norris et al. (1991), uma forma

    de evitar este inconveniente congelar o tubo com o solo coletado, abri-lo e

    manualmente retirar o material deslocado ao longo do tubo.

    Ainda segundo os autores acima, outra forma de evitar o problema

    seria coletar o horizonte superior separadamente, alargar o furo de coleta,

    forr-lo para impedir que o material de cima se desloque e inserir um novo

    tubo a partir desta profundidade.

    O segundo problema a possibilidade de compactao ou

    expanso do solo dentro do tubo, o que faz com que o comprimento da amostra

    no tubo no seja equivalente profundidade coletada. Esta alterao

    normalmente est ligada a uma mudana da textura do solo, ou quando a

    rocha encontrada.

    2.1.2. Amostragem por tradagens sucessivas

    a mais utilizada, permitindo que a coleta ultrapasse os 10m de

    profundidade sem necessidade de equipamentos pesados ou sofisticados. O

    formato da extremidade do trado manual de ao inox a ser utilizado vai

    depender do tipo de solo a ser amostrado: normalmente utiliza-se rosca para

    materiais coesos (argilosos) e caneco para materiais granulares (arenosos).

    Esta forma de coleta no compacta o solo, permitindo que a profundidade

    amostrada seja realmente aquela que o trado atingiu. Outra vantagem que

    dado o dimetro do trado (entre 7 e 8,5cm) a quantidade de solo retirada,

    alm de ser mais do que suficiente para as anlises, ser, dada a quantidade,

    mais representativa.

    Um aspecto importante o cuidado que o tradador deve ter ao

    introduzir o trado no solo para evitar que material de superfcie e de

    profundidades menores sejam incorporados aos de maior profundidade.

    Os demais equipamentos de coleta so: enxada para limpeza da

    superfcie do solo, esptulas de ao inoxidvel para retirada das amostras e

    bandejas de polietileno para homogeneizao das amostras, no caso de amostras

    compostas.

  • 27

    A amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solos

    A cada ponto de amostragem, a vegetao, a cobertura vegetal

    morta e o material grosseiro da superfcie do terreno devem ser removidos

    com a enxada, tomando-se o devido cuidado para no remover uma camada

    muito espessa da superfcie do solo. A camada superficial (1 a 5 cm) deve ser

    coletada manualmente, com o auxlio de um anel tambm de ao inoxidvel,

    com dimetro de 5 cm e a altura de acordo com a profundidade a ser coletada.

    Aps cada tradagem, o solo deve ser retirado do trado com o

    auxlio de uma esptula e colocado na bandeja de homogeneizao, no caso

    de amostras compostas. A poro superior da amostra deve ser descartada,

    quando esta no for a coleta dos 10 primeiros centmetros; a poro aderida

    ao trado tambm dever ser desprezada, de modo a evitar a contaminao da

    amostra com metais originrios da ferramenta, assim como as laterais da

    amostra, para eliminar ao mximo qualquer possibilidade de contaminao do

    solo acima. As amostras simples devero ser colocadas diretamente no saco

    plstico ou no frasco de boca larga, etiquetadas e identificadas.

    A quantidade de amostra no precisa ser muito grande, 100g

    so suficientes, pois normalmente so utilizados de 10 a 20g de Terra Fina

    Seca ao Ar (TFSA), para a quantificao de metais pesados ou de agrotxicos

    existentes.

    A cada nova amostragem, em maior profundidade, os

    equipamentos de campo devem ser tratados com cido ntrico e enxaguados

    com gua deionizada (CASARINI et al., 2001).

    Aps a coleta das subamostras, o solo coletado dever ser

    homogeneizado manualmente, utilizando-se um par de luvas descartveis

    especficas para cada bandeja, formando uma amostra composta para cada

    profundidade. Esta dever ento ser colocada no frasco ou saco plstico

    etiquetado e identificado e acondicionada para o transporte ao laboratrio.

    2.2. O Planejamento da Amostragem

    Como j dito, em reas agrcolas, a avaliao e o monitoramento

    so geralmente feitos a partir de microbacias, mas em funo da situao a

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    28

    ser avaliada, o monitoramento poder ainda ser executado na escala da

    vertente, ou em parcelas.

    2.2.1. Avaliao por microbacia

    Uma microbacia pode comportar mais de um tipo de solo e de

    atividades agrcolas. A variao do solo, quando existir, tem como conseqncia

    um funcionamento hdrico diferenciado dentro da microbacia, assim em solos

    arenosos a infiltrao vertical da gua mais intensa que em outros tipos de

    solos e, deste ponto de vista, seriam os solos que teriam maior capacidade de

    lixiviao de agrotxicos para as guas subterrneas, enquanto que, nos solos

    argilosos, a tendncia maior seria o retardamento da infiltrao da soluo do

    solo com a reteno, pela argila e pelos xidos de ferro, de alguns compostos

    orgnicos, ou ainda a mudana de direo do fluxo de gua que pode passar

    de vertical a lateral.

    As atividades agrcolas so o ponto de partida para a seleo das

    molculas/compostos a serem monitorados, sejam elas orgnicas (agrotxicos,)

    ou inorgnicas (nitrato, nitrito, amnio e metais pesados) j que mesmo que

    existam aqueles comuns a vrias culturas, alguns deles so especficos para

    certos tipos de culturas. Assim, nas reas cultivadas com soja, no h razo

    para monitoramento do N, enquanto potencial contaminante. Assim, o primeiro

    passo delimitar as reas com solo e culturas diferentes. Em seguida, dever

    ser feito o levantamento dos agrotxicos utilizados em cada cultura e as

    pocas de aplicao.

    Os agrotxicos levantados devero ser ento agrupados em

    classes segundo seu grau de toxidade, sua meia vida, seu Koc, seu potencial

    de lixiviao, que so os parmetros utilizados para a seleo daqueles que

    devem ser monitorados e em que matriz solo, soluo do solo ou gua

    subterrnea. No captulo 5, estes parmetros sero melhor definidos.

    A partir da delimitao dos tipos de solos, da definio dos

    agrotxicos que sero monitorados e da poca de aplicao pode-se ento

    definir os locais onde o solo dever ser coletado, a profundidade e a

    periodicidade das coletas. A profundidade e os perodos de coleta devero

  • 29

    A amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solos

    estar relacionados s datas de aplicao e de acordo com os parmetros fsico-

    qumicos citados acima.

    2.2.2. Amostragem ao longo de vertentes (Fig. 1)

    Na amostragem ao longo de uma vertente importante o

    conhecimento dos solos, dos fluxos hdricos internos ao longo da mesma e da

    profundidade e declividade do lenol no tero inferior da vertente. Este tipo de

    avaliao muito utilizado quando a microbacia selecionada homognea,

    tanto em termos de solos, como em termos de cultura, pois a amostragem

    feita ao longo de uma vertente, seria representativa de toda a microbacia.

    Permite tambm, a partir dos resultados das anlises, juntamente com os

    dados acima (tipo de solo, hdricos e cultura), a formulao de modelos de

    previso de contaminao da gua subterrnea.

    Em qualquer um dos casos acima, a amostragem dos solos pode

    ser feita por amostras simples ou pontuais, por amostras mltiplas, em torno

    e prximas a um ponto, que ser considerado o ponto de coleta ou por amostra

    composta, cuja coleta feita em vrios pontos da rea ou das parcelas e que

    depois so misturadas. Na condio de amostras mltiplas ou de amostra

    composta, cada poro amostrada denominada de subamostra.

    Fig. 1. Pontos de amostragem ao longo das vertentes de uma microbacia.Adaptado de Boulet (1990).

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    30

    2.3. Plano de amostragem

    O nmero e os locais de coleta devem ser definidos dentro do

    plano de amostragem especfico de cada projeto. Este plano dever ser

    preparado em funo do objetivo do projeto. A primeira deciso a ser tomada

    para o planejamento da amostragem se a rea dever ser seletivamente

    amostrada amostragem por critrios; aleatoriamente amostrada ou dividida

    em subreas para amostragem amostragem aleatria estratificada (DICK

    et al., 1996).

    2.3.1. Amostragem por critrios ou determinista

    apropriada para certas situaes onde h claras

    evidncias que uma rea representativa do problema, mas depende bastante

    da prtica do investigador. Geralmente este tipo de amostragem no

    recomendado por que no h maneira de avaliar a preciso/relao dos

    resultados j que estes so inteiramente dependentes do julgamento e bom

    senso do amostrador.

    2.3.2. Amostragem aleatria simples

    Este tipo de amostragem evita a subjetividade na

    amostragem. Uma das formas de execut-la marcar uma rede ou grade de

    pontos (grid) sobre a rea. A distncia, horizontal e vertical, entre os pontos

    da rede, no fixa pois subordinada ao tamanho da rea a ser amostrada,

    por exemplo, em parcelas experimentais pequenas (100 X 100m), geralmente

    a rede de 10 X 10m.

    Conforme a rea a ser monitorada aumenta, o tamanho da grade

    tambm aumenta. importante que esta grade seja desenhada e referenciada

    com as coordenadas de cada ponto de interseco entre as linhas, com piquetes

    marcando, no campo, estes pontos. O ideal seria coletar o maior nmero de

    amostras possvel, mas dado o custo das anlises e o tempo a ser despendido,

  • 31

    A amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solos

    Fig. 2. Mapa de amostragem aleatria, com as dimenses, em escala, da rea.

    normalmente tratamentos estatsticos diversos so utilizados para a

    determinao do nmero mnimo de pontos a serem coletados e qual sua

    distribuio na rede (Fig. 2).

    Um dos inconvenientes da amostragem aleatria que a mesma

    fornece informaes limitadas da distribuio espacial do que est sendo

    monitorado.

    2.3.3. Amostragem aleatria estratificada

    A amostragem aleatria estratificada obtida coletando uma

    amostra aleatria dentro de cada subrea como explicado para a amostragem

    aleatria simples. As subreas so definidas por suas caractersticas originais

    que podem ser identificadas. Estas podem ser: o tipo de solo, a topografia, ou

    as diferenas do uso do solo. A vantagem deste procedimento que permite

    que o investigador caracterize cada subrea e melhore a preciso para estimar

    a rea inteira da amostragem. As desvantagens so: trabalho maior para a

    amostragem e custos analticos mais altos. Na Figura 1 pode ser encontrado

    um exemplo de delimitao das subreas, tanto por tipo de solo, como por

    cultura .

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    32

    2.5. Amostras pontuais mltiplas (Fig. 3a)

    As amostras mltiplas em torno e prximas a um ponto, que ser

    considerado o ponto de coleta, tendem a diminuir o erro que a amostra simples

    pode induzir. Esta forma de amostragem pode tambm ser feita de forma

    determinista, aleatria ou em grade. Definido o ponto de coleta, so retiradas,

    em torno deste ponto, de 3 a 5 subamostras que sero misturadas e analisadas

    como se fossem a mesma amostra.

    2.6. Amostra composta (Fig. 3b)

    Para se obter uma amostra composta, a coleta feita em vrios

    pontos da rea ou da parcela. O resultado analtico da amostragem composta

    a mdia, no matemtica, da quantidade do(s) elemento(s) procurado(s) na

    rea ou parcela. Este procedimento de amostragem baseado em uma srie

    de operaes para extrair quantidades de solo, que, combinadas e reduzidas a

    tamanho apropriado, sero representativas da rea em questo.

    Para se obter amostras representativas necessrio levar em

    considerao que existe uma grande variedade de condies sob as quais as

    amostras sero coletadas; deste modo torna-se difcil estabelecer um

    2.4. Amostras simples ou pontuais

    A amostragem pontual pode ser realizada de maneira

    determinista, aleatria ou em grade de pontos (grid). A amostra simples leva

    a resultados pontuais, j que a distribuio dos diferentes elementos no solo

    no homognea, podendo estar localmente concentrados ou mesmo no

    estarem presentes em outros locais.

    Do conjunto dos resultados das amostras simples pode ser

    extrada a mdia da quantidade do(s) elemento(s) na rea em avaliao e

    saber o mximo e o mnimo de cada um dos elementos presentes, mas como

    a amostra simples requer uma grande quantidade de pontos de coleta e de

    anlises, para ser representativa, acaba tornando-se mais dispendiosa.

  • 33

    A amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solos

    Fig. 3. a) Amostras pontuais mltiplas. b) Amostra composta.

    procedimento que seja aceito e ideal em todas as situaes. Assim, a anlise

    de cada situao a melhor forma de planejar e executar a amostragem.

    2.7. Amostragem da gua ou soluo do solo

    Para a coleta da soluo do solo, normalmente utilizam-se

    extratores de soluo. Estes extratores podem ser comprados no mercado

    (Fig. 4) ou mesmo construdos pelo usurio. Amostradores da gua ou de

    soluo do solo, tambm chamados lismetros de suco, so usados para

    coletar amostras da soluo do solo. Os amostradores so instalados nas

    profundidades desejadas e ali deixados, quando no houver problemas de roubos

    ou depredao dos mesmos, para serem utilizados nas amostragens peridicas.

    Estes amostradores consistem basicamente em uma cpsula ou copo de

    cermica porosa e em um tubo ou garrafa de coleta. Uma bomba de vcuo

    usada para criar vcuo no amostrador, que extrai a gua da matriz do solo por

    meio de uma cpsula porosa.

    No caso de extratores construdos pelo usurio, deve-se tomar

    cuidado para que o lquido coletado nas garrafas no fique exposto luz e ao

    calor. Para tanto deve-se utilizar caixas de isopor com gelo, ou enterrar as

    garrafas no solo. Outra soluo fazer o vcuo no final do dia e a coleta das

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    34

    garrafas de manh bem cedo. Para se ter uma quantidade suficiente da soluo

    o ideal instalar vrios extratores nos pontos e profundidades de coleta.

    O procedimento consiste em se aplicar uma presso de suco

    (vcuo), com o uso de uma bomba de vcuo, para que a gua suba, por

    capilaridade, pela mangueira tipo espaguete, at o frasco que encontra-se

    fixado na haste (PVC) principal do extrator. O frasco deve ser em vidro mbar

    para proteo contra a fotodecomposio do produto amostrado. Em seguida

    extrao, a amostra deve ser colocada, imediatamente, em recipiente

    refrigerado de preferncia em gelo e conduzido para o laboratrio onde dever

    ser guardado em cmara fria a 5C, seguindo os mesmos procedimentos

    adotados para as amostras de solo.

    Pode-se tambm coletar o solo em campo, 2 a 5kg (dependendo

    do estado de umidade do mesmo), e extrair a soluo em laboratrio via panelas

    de Richard. Essa no a melhor maneira, pois requer muito material para que

    se consiga no mnimo 0,5L de soluo.

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    A amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solosA amostragem de solos

    Fig. 4. Diversos tipos de amostradores de soluo do solo. Cortesia daSoilmoisture Equipment Corp.http://www.soilmoisture.com/catalog.html

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    36

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    AAAAAmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesados

    Captulo 3Captulo 3Captulo 3Captulo 3Captulo 3

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    Heloisa Ferreira Filizola, Manoel Dornelas de Souza e

    Marco Antnio Ferreira Gomes

    A presena de metais pesados, definidos como os elementos

    qumicos com densidade maior que 5g cm-3, em fertilizantes e corretivos tem

    sido objeto de muitos estudos devido ao fato destes elementos permanecerem

    no solo por um tempo indefinido e, dessa forma, causar perigo sade humana

    ou animal ao entrarem na cadeia alimentar, ou de serem carreados por

    enxurradas para as guas superficiais ou, ainda, lixiviados para a gua

    subterrnea.

    Embora a solubilidade dos metais pesados dependa da forma em

    que esses se encontrem no solo, o pH uma das caractersticas do solo que

    mais afeta a solubilidade. A medida que o pH aumenta, a solubilidade do Cd,

    Cu, Hg, Ni, Pb, Zn e do Cr, no estado de oxidao III, diminui, enquanto que

    As, Mo e Se tornam-se solveis (BERTON, 2000).

    Em geral os metais pesados encontrados nos fertilizantes e

    corretivos so: Cdmio (Cd), Cromo (Cr), Cobre (Cu), Nquel (Ni), Chumbo

    (Pb), Ferro (Fe), Cobalto (Co), Mangans (Mn), Molibdnio (Mo), Mercrio

    (Hg), Estanho (Sn) e Zinco (Zn). Entre estes, deve-se ressaltar que alguns so

    essenciais s plantas (Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn), s bactrias fixadoras de

    nitrognio (Co) e aos animais (Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn).

    Apesar da possibilidade de mobilizao dos metais no perfil dos

    solos, normalmente os maiores teores so encontrados nos horizontes

    superficiais, nos quais tambm ocorre maior acmulo de matria orgnica, o

    que possibilita a formao de quelatos, imobilizando-os.

    Solos submetidos a cultivos intensivos, por longos perodos de

    tempo, tendem a apresentar nveis mais elevados de metais pesados,

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    38

    especialmente em regies de agricultura baseada em tcnicas modernas e

    sem restries econmicas, j que as formulaes NPK e as diversas formas

    de fosfato so importantes fornecedores de metais pesados (Tabela 1).

    Tabela 1. Teores de alguns metais pesados em corretivos e fertilizantes

    A quantidade de metais pesados no solo sem interferncia

    antropognica resulta do teor destes na rocha de origem e do grau de

    intemperizao que esse material sofreu (Tabela 2).

    Tabela 2. Teores de metais naturalmente presentes nos solos no Estado de SoPaulo.Solos avaliados: Latossolos Vermelhos, Latossolos Vermelho-Amarelos, NitossolosVermelhos, Argissolos Vermelhos, Argissolos Vermelho-Amarelos, Gleissolos,Neossolos Quartzarnicos, Neossolos Flvicos, Neossolos Litlicos, OrganossolosHplicos, Cambissolos e Espodossolos

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    AAAAAmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesados

    A CETESB em seu Relatrio de estabelecimento de valores

    orientadores para Solos e guas Subterrneas no Estado de So Paulo

    (CASARINI et al., 2001) prope valores de alerta (Tabela 3) com base em

    risco e no conceito de preveno contaminao, de modo a evitar que o solo

    transforme-se em rea contaminada. Sua funo a de orientar a aplicao

    de insumos agrcolas, de lodo de estao de tratamento e avaliao de fonte

    de contaminao por deposio atmosfrica de material particulado (ex.:

    chumbo secundrio), entre outros.

    O valor de alerta (Tabela 3) indica uma possvel alterao da

    qualidade natural dos solos e guas subterrneas e, quando excedido, h um

    potencial poluidor para esses meios, devendo ser exigido um monitoramento,

    efetuando-se um diagnstico de qualidade, identificando-se e controlando-se

    as possveis fontes de contaminao, de modo a cessar o aporte de poluentes.

    Elevadas concentraes de metais podem ser encontradas naturalmente em

    casos especficos, representando uma anomalia natural do solo (Tabela 2).

    Tabela 3. Valores de alerta para metais pesados em solo

    3.1. Como Amostrar

    Para se obter amostras representativas necessrio levar em

    considerao que existe uma grande variedade de condies sob as quais as

    amostras sero coletadas; deste modo torna-se difcil estabelecer um

    procedimento que seja aceito e ideal em todas as situaes. Assim, vamos

    analisar algumas situaes e discutir a melhor forma de planejar e executar a

    amostragem.

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    40

    3.1.1. Uso contnuo de fertilizantes

    Se o uso de fertilizantes tipo NPK ou fosfatado, em solos argilosos,

    for superior a 20 anos, o ideal que a coleta seja feita em duas profundidades,

    0-10cm e 80-100cm, principalmente para a deteco do Cd que tem mobilidade

    alta. A escolha de 80 a 100cm como profundidade fixa da camada de

    subsuperfcie tem como base os estudos preliminares, desenvolvidos no

    Instituto Agronmico de Campinas (IAC), em solos tipo latossolos (OLIVEIRA

    & PRADO, 1987). Assim possvel a quantificao dos metais pesados

    presentes no solo e avaliao da lixiviao dos mesmos. Se o uso recente

    (< 10 anos), basta uma coleta de 0-10cm.

    Em solos de textura mdia e arenosos, a coleta dever ser feita

    nas duas profundidades citadas acima, j que estes solos favorecem a lixiviao.

    A U. S. Environmental Protection Agency EPA - (1996) define

    a espessura de dois centmetros de solos como aquela onde a contaminao

    ocorre predominantemente, mas por causa das perturbaes induzidas pela

    arao e gradagem, h necessidade de coleta de amostras abaixo de dois

    centmetros de profundidade.

    3.1.2. O uso contnuo de lodo de esgoto

    Embora contenham quantidades considerveis de nutrientes, os

    lodos de esgoto contm tambm metais pesados que so potencialmente

    txicos s plantas, animais e ao homem (MORTVEDT, 1996). A periculosidade

    desses metais deve-se ao fato de substiturem outros metais constituintes das

    enzimas necessrias s atividades metablicas dos seres vivos, prejudicando

    ou mesmo suprimindo sua funo vital (LAGERWERFF, 1972). Adicionados ao

    solo junto com o lodo, esses metais podem acumular-se no solo e passar para

    a cadeia alimentar.

    Alm do risco de contaminao do solo, das plantas e dos animais,

    os metais pesados contidos no lodo podem sofrer movimentao no perfil dos

    solos mediante processos fsico-qumicos ou biolgicos, oferecendo risco de

    contaminao das guas subterrneas e superficiais (McBRIDE et al., 1997).

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    AAAAAmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesados

    Indicao nesse sentido dada por resultados citados por McBride

    et al. (1997), que mostram contaminao da gua de poos com cdmio em

    reas que receberam lodo de esgoto por longo tempo. Segundo Mortvedt

    (1996), taxas de aplicao anuais de lodo e cargas mximas permitidas nos

    solos devem integrar os conhecimentos das caractersticas do lodo e dos solos

    onde sero aplicados, bem como das culturas a serem plantadas nessas reas.

    Nos pases onde o uso agronmico de lodo de esgoto j comum, foram

    estabelecidos critrios de aplicao em reas agrcolas. Segundo esses critrios

    a dose mxima de aplicao anual ditada em geral pelo teor de N ou P do lodo,

    pela exigncia nutricional da cultura para tais elementos e pelo metal pesado que

    estiver em teor total mais elevado, sendo que o perodo de aplicao, em anos,

    ditado pelas quantidades de metais pesados neles contidos.

    No Brasil, as pesquisas sobre o uso de lodo de esgoto na agricultura

    desenvolvidas at o momento estiveram voltadas para a avaliao da eficincia

    agronmica desses produtos, tendo-se constatado, em geral, sua efetividade

    no aumento de produtividade das culturas e como fornecedor de nutrientes

    para as plantas (GUIMARES et al., 1982; GUSHI et al., 1982; BETTIOL et

    al., 1983; BOARETTO, 1986; SILVA, 1995). O efeito de sua aplicao em

    reas agrcolas, em relao ao seu potencial de contaminao do solo, das

    guas e das plantas com metais pesados, ainda pouco conhecido. Tambm

    as formas qumicas que os metais pesados contidos nos lodos assumem, a

    partir do momento que aportam ao solo, so ainda pouco estudadas nas

    condies edafoclimticas dos trpicos. Este um aspecto importante do uso

    agronmico do lodo de esgoto, pois o movimento dos metais pesados no sistema

    solo-gua-planta, est ligado s relaes de equilbrio entre as formas qumicas

    encontradas no solo aps a adio desses materiais.

    Independente de condies edafoclimticas, os metais pesados

    encontram-se no solo sob diversas formas: adsorvidos eletrostaticamente e

    especificamente, participando de reaes de precipitao-dissoluo, formando

    complexos com a matria orgnica, e na soluo do solo (SPOSITO, 1989).

    Resultados de diversos trabalhos conduzidos em regies de clima temperado indicam

    que as formas qumicas de alguns metais pesados em solos tratados com lodo de

    esgoto modificam-se com o tempo, sugerindo concomitante alterao na sua

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    solubilidade e mobilidade no sistema solo-gua-planta e na disponibilidade para as

    plantas (SILVEIRA & SUMMERS, 1977; KORCAK & FANNING, 1978; MCGRATH

    & CEGARRA, 1992; MCBRIDE, 1995). Chang et al. (1982), Sing & Narvall (1984),

    Chu & Wong (1987), McLean et al. (1987) e Rappaport et al. (1987) mostram

    aumentos nos teores de metais pesados no solo e nas plantas cultivadas em solos

    tratados com lodo de esgoto. Esses metais podem permanecer no solo por longo

    tempo e apresentar efeitos residuais nas plantas cultivadas. McBride et al. (1997),

    avaliando o comportamento de metais pesados em rea de solo argilo-siltoso,

    tratado com 240 t/ha de lodo de esgoto h quinze anos, verificaram que Cd e Zn

    remanescentes na camada arvel, aps esse perodo encontravam-se ainda em

    formas disponveis e provocaram fitotoxicidade em plantas de milho. Os autores

    observaram evidncias de lixiviao de Cd, Zn, Cu e Hg da camada arvel do

    solo. Brown et al. (1997) tambm verificaram movimento de metais pesados no

    perfil do solo, mas somente com doses elevadas de lodo, ou com lodos com altas

    concentraes de metais pesados. Segundo os autores, no h indicao de que

    os metais pesados se movimentem no perfil do solo em reas que recebam doses

    adequadas de lodo.

    Os lagos e reservatrios constituem ambientes de deposio para

    os metais pesados. A forma de transporte desses elementos , principalmente,

    particulada, no caso de contaminao originada de reas agrcolas (ESTEVES,

    1983). A relao entre a concentrao de metais pesados nos sedimentos e

    dissolvido na gua pode chegar ordem de 1900 vezes, como observaram Esteves

    & Tolentino (1986) em represas de So Paulo. Devido ao efeito de acumulao

    na cadeia trfica, mesmo pequenas concentraes de metais pesados na gua

    podem originar efeitos txicos nas comunidades biticas, e por conseguinte, atingir

    o homem caso este venha a utilizar estes recursos.

    3.2. Locais de amostragem

    Como nas reas agrcolas, a presena de metais pesados

    est ligada ao uso de fertilizantes, pode-se escolher entre amostrar a rea

    inteira, ou partes desta, se a mesma for homognea. A escolha dos locais de

    amostragem pode ser por tipo de solo ou independente do tipo de solo.

  • 43

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    Por tipo de solo: Delimitada a rea abrangida por cada tipo de

    solo, a coleta das amostras poder ser feita a partir de uma grade de pontos,

    ou por caminhamento aleatrio ou em ziguezague dentro da rea. O nmero

    de pontos de coleta geralmente fornecido pela estatstica, pois estes esto

    condicionados ao tamanho da rea a ser avaliada e do tipo de trabalho a ser

    executado. Assim, uma rea muito grande necessitar de mais pontos que

    uma rea pequena (Fig. 1).

    Fig. 1. Amostragem aleatria por tipo de solos.

    Independente do tipo de solo: Neste caso a rea a ser avaliada,

    repartida em parcelas e subparcelas formando uma grade dentro das quais as

    amostras ou subamostras so coletadas.

    3.3. Freqncia da amostragem

    A freqncia da amostragem para a avaliao dos metais pesados

    no solo dependente do tipo de trabalho que est sendo desenvolvido e dos

    nveis encontrados. Estes nveis variam de pas para pas e tambm conforme

    o uso do solo, estando subdivididos em nvel de referncia (R), nvel de alerta(A)

    e nvel de interveno (I), conforme proposio da Casarini et al. (2001),

    fundamentada na metodologia desenvolvida pelo Ministrio da Habitao,

    Planejamento e Meio Ambiente da Holanda (VROM, 1988 e 1994).

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    44

    nvel de referncia ou valor de referncia de qualidade R indica o nvel dequalidade para um solo considerado limpo.

    nvel de alerta ou valor de alerta A indica uma possvel alterao daqualidade natural dos solos, com carter preventivo e quando excedido, requer

    monitoramento, identificao das fontes de poluio e seu controle.

    nvel de interveno ou valor de interveno I indica o limite decontaminao acima do qual, existe risco potencial de efeito deletrio sobre a

    sade humana, havendo necessidade de uma ao imediata na rea, a qual

    inclui uma investigao detalhada e a adoo de medidas emergenciais, visando

    a minimizao das vias de exposio como a restrio do acesso de pessoas

    rea e suspenso do consumo de gua subterrnea (CASARINI et al., 2001).

    No caso de serem encontrados valores acima do nvel de alerta

    (A), a fonte de contaminao deve ser identificada e interrompida. Aps esta

    etapa, coletas peridicas de seis meses a um ano permitiro que seja observado

    o decrscimo ou a manuteno dos valores encontrados, j que os metais

    pesados tm comportamentos diferenciados devido s suas caractersticas

    (solubilidade em gua, coeficiente de desoro (Kd), forma de complexao),

    e s medidas de descontaminao, caso estas sejam tomadas.

    Quando os valores encontrados esto acima do nvel de

    interveno, o monitoramento da rea dever ser feito em funo das medidas

    tomadas para a descontaminao da rea. Neste caso, a freqncia da

    amostragem dependente das tcnicas descontaminantes adotadas.

    Referncias

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    AAAAAmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesadosmostragem de solos para anlise de metais pesados

    RAPPAPORT, B.D.; MARTENS, D.C.; RENEAU, R.B.; SIMPSON, T.W. Metal

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  • Manual de PManual de PManual de PManual de PManual de Procedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise daQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: Solo, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos

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    AAAAAmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratos

    Captulo 4Captulo 4Captulo 4Captulo 4Captulo 4

    AAAAAmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratosmostragem de solos para anlise de nitratos

    Manoel Dornelas de Souza e Adriana Marlene Moreno Pires

    O nitrato, uma das formas de nitrognio aproveitadas pelas

    plantas, resulta da mineralizao do nitrognio orgnico contido no solo, seja

    ele nativo ou adicionado por meio de resduos orgnicos. Devido ao fato de

    no ser retido pelas partculas do solo, que em geral apresentam carga

    eltrica predominantemente negativa, esse nion permanece livre em

    soluo. Em funo disso, a quantidade presente no solo que exceda a

    capacidade de absoro das razes das plantas fica sujeita lixiviao,

    podendo, ao longo do tempo, atingir o lenol fretico e os corpos de gua

    por ele alimentados.

    O primeiro passo ao se decidir avaliar a contaminao de uma

    rea por nitratos formular claramente o tipo de informao que se almeja e

    como os dados analticos sero utilizados. Os objetivos podem variar desde

    uma simples caracterizao de uma rea sem histrico de contaminao at

    um levantamento preciso para determinar o grau e a fonte da contaminao.

    A fase de amostragem importante, apresenta uma especificidade muito

    grande, devendo ser planejada caso a caso por meio da elaborao de um

    plano de amostragem antes de ir a campo.

    Desta maneira, a localizao dos pontos de amostragem, a

    freqncia da amostragem e o tamanho das amostras so todos dependentes

    do programa de anlises proposto. As amostras devem ser as mais

    representativas o possvel da rea a ser amostrada. Portanto, em um programa

    cujo objetivo avaliar nveis de qualquer poluente no ambiente, essencial

    garantir a representatividade e a conservao das amostras at que estas

    sejam analisadas (GOULDEN, 1978).

  • Manual de PManual de PManual de PManual de PManual de Procedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise darocedimentos de Coleta de Amostras em reas Agrcolas para Anlise daQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: SoloQualidade Ambiental: Solo, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos, gua e Sedimentos

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    4.1. Determinao do plano de amostragem

    O plano de amostragem varia conforme o objetivo da avaliao,

    as caractersticas da rea em questo, bem como as caractersticas da fonte

    de poluio do nitrognio. Por exemplo, se o objetivo da amostragem de

    averiguar se ocorreu contaminao recente em uma rea, pode-se optar por

    realizar uma avaliao na camada superficial, identificando a presena e

    concentrao das formas em que o nitrognio se apresenta. Por outro lado,

    caso esta fonte seja solvel e o solo tenha sido submetido a intensa precipitao

    pluviomtrica, pode ser mais interessante o estudo em diferentes profundidades

    do perfil do solo. No caso de monitoramentos de reas contaminadas sempre

    se recomenda o estudo em diferentes profundidades, para que se possa

    identificar a profundidade em que se encontra o pulso de nitrato. A maioria de

    nossos solos apresenta predominncia de cargas negativas e como o nitrato

    tambm uma molcula de carga negativa, ela repelida das superfcies das

    argilas e fica livre na soluo do solo e pronta para lixiviao por ao da

    gravidade quando solo recebe muita chuva ou irrigao. Para manter o equilbrio

    eltrico do sistema a molcula de nitrato sempre acompanhada por um ction

    monovalente