manual de pre dimensionamento dos pilares

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para arquitetos

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  • 2

    PROF. DR. EDUARDO AURLIO BARROS AGUIAR

    MIRELLA CAVALCANTE MENDES

    MANUAL DE PR-DIMENSIONAMENTO DE PILARES DE

    CONCRETO ARMADO

    1 edio

    So Lus

    2013

  • 3

    FOLHA DE ROSTO (EDITORA UEMA)

  • 4

    LISTA DE IMAGENS

    Imagem 1: Elementos lineares .................................................................................................. 33

    Imagem 2: Elementos Superficiais ........................................................................................... 34

    Imagem 3: Elementos de volume ............................................................................................. 34

    Imagem 4: Esforo de Trao ................................................................................................... 35

    Imagem 5: Esforo de Compresso .......................................................................................... 36

    Imagem 6: Esforo de Flexo ................................................................................................... 36

    Imagem 7: Esforo de Cisalhamento ........................................................................................ 36

    Imagem 8: Esforo de Toro .................................................................................................. 37

    Imagem 9: Classificao das cargas nas estruturas .................................................................. 37

    Imagem 10: Esquema de cargas nas estruturas ........................................................................ 39

    Imagem 11: Elementos estruturais bsicos ............................................................................... 40

    Imagem 12: Elementos estruturais bsicos lajes/ vigas/ pilares/ fundaes .......................... 41

    Imagem 13: Tipos de apoio dos pilares e comprimento de flambagem. .................................. 51

    Imagem 14: Locao dos pilares .............................................................................................. 55

    Imagem 15: Relao de vos entre os pilares ........................................................................... 56

    Imagem 16: Continuidade dos pilares da estrutura .................................................................. 57

    Imagem 17: Classificao dos pilares quanto sua posio .................................................... 61

    Imagem 18: Esquema de classificao dos pilares ................................................................... 62

    Imagem 19: Classificao dos pilares e coeficientes de posio.............................................. 63

    Imagem 20: Seo do pilar ....................................................................................................... 64

    Imagem 21: Capacidade de carga do pilar................................................................................ 65

    Imagem 22: Capacidade de carga do pilar................................................................................ 71

    Imagem 23: rea de influncia dos pilares .............................................................................. 72

    Imagem 24: Exemplo 01 - vista ................................................................................................ 74

    Imagem 25: Exemplo 01 planta baixa e corte ....................................................................... 74

    Imagem 26: Exemplo 01 clculo da rea de influncia ......................................................... 75

    Imagem 27: Exemplo 01 condies b x h ............................................................................. 76

    Imagem 28: Exemplo 02 vista ............................................................................................... 77

    Imagem 29: Exemplo 02 Plantas baixas e corte .................................................................... 78

    Imagem 30: Exemplo 02 (seo 01) clculo da rea de influncia ....................................... 79

    Imagem 31: Exemplo 02 seo 01 condies b x h ............................................................ 80

    Imagem 32: Exemplo 02 (seo 02) clculo da rea de influncia ....................................... 81

    Imagem 33: Exemplo 02 seo 02 condies b x h ............................................................ 83

  • 5

    Imagem 34: Exemplo 02 lanamento pilares seo 01 e 02 .................................................. 86

    Imagem 35: Fluxograma Fluxograma (parte 01) ................................................................... 88

    Imagem 36: Fluxograma Fluxograma (parte 02) ................................................................... 89

  • 6

    LISTA DE FOTOS

    Foto 1: Parthenon ..................................................................................................................... 22

    Foto 2: Catedral de Notre Dame de Paris ................................................................................. 22

    Foto 3: O Domo de Florena .................................................................................................... 23

    Foto 4: Ponte do Brooklyn ....................................................................................................... 24

    Foto 5: Ministrio das Relaes Exteriores .............................................................................. 24

    Foto 6: Consert Hall ................................................................................................................. 25

    Foto 7: Cidade das artes_Valencia/ Espanha Santiago Calatrava ......................................... 29

    Foto 8: Centro Georges Pompidou _ Paris/ Frana Renzo Piano .......................................... 29

    Foto 9: Palcio do Planalto _ Braslia/ Brasil - Oscar Niemeyer ............................................. 30

    Foto 10: Cais das Artes _ Vitria ES/ Brasil Paulo Mendes da Rocha ................................. 30

    Foto 11: 30 St Mary Axe _ Londres/ Inglaterra - Norman Foster ............................................ 31

    Foto 12: Panteo - Roma .......................................................................................................... 43

    Foto 13: Coliseu - Roma ........................................................................................................... 43

    Foto 14: Pilares na arquitetura clssica .................................................................................... 45

    Foto 15: Pilares na arquitetura clssica .................................................................................... 45

    Foto 16: MUBE - Museu Brasileiro da Escultura - Paulo Mendes da Rocha .......................... 46

    Foto 17: Torre de Khalifa Adrian Smith ............................................................................... 46

    Foto 18: Palcio Tiradentes - Oscar Niemeyer ......................................................................... 47

    Foto 19: Flexo da rgua .......................................................................................................... 49

    Foto 20: Prdio da escola de engenharia de So Carlos ........................................................... 52

    Foto 21: Universidade Tcnica de Zurique .............................................................................. 53

    Foto 22: Sede do Banco do Brasil de Porto Alegre .................................................................. 53

    Foto 23: La fiera di Milano ...................................................................................................... 54

    Foto 24: Pilotis de um edifcio ................................................................................................. 58

    Foto 25: MASP So Paulo ..................................................................................................... 58

    Foto 26: Moldes usados para os corpos-de-prova .................................................................... 66

    Foto 27: Cura submersa dos corpos-de-prova .......................................................................... 67

    Foto 28: Ensaio de compresso ................................................................................................ 67

  • 7

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1: Comprimento de flambagem X dimenso mnima do pilar .................................... 60

    Grfico 2: Grfico tenso X deformao ao ........................................................................... 70

  • 8

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Peso da estrutura + Carga de ocupao .................................................................... 39

    Tabela 2: Comprimento de flambagem .................................................................................... 50

    Tabela 3: Coeficientes de majorao dos pilares esbeltos ........................................................ 59

    Tabela 4: Classificao dos tipos de concreto .......................................................................... 69

    Tabela 5: Classificao dos tipos de ao .................................................................................. 72

  • 9

    LISTA DE SMBOLOS

    F FORA

    Kgf/m QUILOGRAMA FORA POR METRO QUADRADO

    N FORA NORMAL

    m METRO CBICO

    l COMPRIMENTO

    le COMPRIMENTO DE FLAMBAGEM

    NDICE DE ESBELTEZ

    i RAIO DE GIRAO

    I MOMENTO DE INRCIA DA SEO

    b BASE

    h ALTURA

    % PORCENTAGEM

    cm CENTMETRO

    Cp COEFICIENTE DE POSIO

    Mx MOMENTO EM x

    My MOMENTO EM y

    P FORA RESISTIDA PELO PILAR

    Ac REA DO CONCRETO

    As REA DO AO

    7 RESISTNCIA

    A REA

    Fck RESISTNCIA DO CONCRETO A COMPREENSO

    MPa MEGA PASCAL

    Pa PASCAL

    N/m NEWTON POR METRO QUADRADO

    Fcd RESISTNCIA DO CONCRETO COM MARGEM DE SEGURANA

    Fyk RESISTNCIA DO AO

    E DEFORMAO

    Fyd RESISTNCIA DO AO COM MARGEM DE SEGURANA

    Ai REA DE INFLUNCIA

    Q PESO DA ESTRUTURA E CARGA DE OCUPAO

  • 10

    n NMERO DE PAVIMENTOS

    m METRO QUADRADO

    N NMERO

    x VEZES

    + MAIS

    - MENOS

    =~ VALOR APROXIMADO

    cm CENTMETRO QUADRADO

  • 11

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS

    Art. ARTIGO

    CAD CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO

    IAB INSTITUTO DOS ARQUITETOS BRASILEIROS

    NBR NORMAS BRASILEIRAS

    OBS OBSERVAO

  • 12

    SUMRIO

    1. QUESTES INTRODUTRIAS .......................................................................................... 14

    1.1. Inquietaes a Respeito do Ato de Projetar .................................................................. 15

    1.2. Metodologia de Pesquisa .............................................................................................. 17

    1.3. Desenvolvimento dos temas principais na estrutura dos captulos ............................... 18

    2. A ARQUITETURA ............................................................................................................... 20

    2.1. A ARQUITETURA E O TEMPO ................................................................................ 21

    2.2. AS ATRIBUIES DO ARQUITETO ....................................................................... 25

    2.3. O PROJETO DE ARQUITETURA .............................................................................. 27

    2.4. O PROJETO ESTRUTURAL E O PROJETO ARQUITETNICO ........................... 27

    3. CONCEITOS BSICOS ....................................................................................................... 32

    3.1. CLASSIFICAO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS ......................................... 33

    3.2. ESFOROS SOLICITANTES ..................................................................................... 35

    3.3. CARGAS NAS ESTRUTURAS .................................................................................. 37

    3.3.1. CLASSIFICAO DAS CARGAS ESTRUTURAIS ................................... 37

    3.3.2. PREVISO DOS CARREGAMENTOS DE UMA EDIFICAO ............. 38

    3.4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS BSICOS ................................................................. 40

    4. ESTUDO DOS PILARES DE CONCRETO ARMADO ....................................................... 42

    4.1. CONCRETO ARMADO .............................................................................................. 43

    4.2. PILARES DE CONCRETO ARMADO ...................................................................... 44

    4.3. ESFOROS ATUANTES E SEU COMPORTAMENTO ........................................... 47

    4.4. FLAMBAGEM ............................................................................................................. 48

    4.4.1. COMPRIMENTO DE FLAMBAGEM .......................................................... 49

    4.4.2. NDICE DE ESBELTEZ ................................................................................ 51

    4.5. LOCAO DOS PILARES DE CONCRETO ARMADO ......................................... 54

    4.6. PR-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES DE CONCRETO ARMADO ............ 59

    4.6.1. DIMENSES MNIMAS ............................................................................... 59

    4.6.2. CLASSIFICAO DOS PILARES QUANTO SUA POSIO .............. 60

    4.6.3. CAPACIDADE DE CARGA DO PILAR ...................................................... 64

    4.6.4. CONTRIBUIO DO CONCRETO ............................................................. 65

    4.6.5. CONTRIBUIO DO AO .......................................................................... 69

    4.6.6. CLCULO DA CARGA NO PILAR ............................................................ 72

  • 13

    4.7. EXEMPLOS DE APLICAO ................................................................................... 73

    4.8. FLUXOGRAMA DE LANAMENTO E PR-DIMENSIONAMENTO DE

    PILARES ............................................................................................................................. 87

    5. CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................. 91

    REFERNCIAS ....................................................................................................................... 93

    APNDICE A .......................................................................................................................... 95

    APNDICE B ........................................................................................................................... 96

    APNDICE C ........................................................................................................................... 97

    APNDICE D .......................................................................................................................... 98

    APNDICE E ........................................................................................................................... 99

    APNDICE F ......................................................................................................................... 100

  • 14

    1. QUESTES INTRODUTRIAS

  • 15

    1.1. Inquietaes a Respeito do Ato de Projetar

    O processo de elaborao do projeto estrutural de uma edificao tratado por muitos

    profissionais (arquitetos e engenheiros) como um momento isolado do processo de concepo

    arquitetnica, e geralmente desenvolvido aps a elaborao do projeto de arquitetura. No

    entanto, a relao harmoniosa entre os espaos arquitetnicos e os resultados das necessidades

    estruturais de uma construo fato determinante para o sucesso projetual da edificao.

    Para a realizao de um bom projeto arquitetnico, extremamente importante que o

    arquiteto possua conhecimentos que lhe permitam promover a concepo estrutural da

    edificao; de forma que esse profissional seja capaz de prever as necessidades estruturais e

    escolher, dentre as diversas solues, a que melhor se adapta a essas necessidades. Nesse

    processo, deve levar em considerao os requisitos bsicos para escolha, como equilbrio,

    funcionalidade, estabilidade, custo, resistncia, esttica, tempo de execuo, etc, de maneira

    que proponha a melhor soluo para cada situao particular do projeto.

    importante frisar que a concepo estrutural uma etapa anterior ao seu

    dimensionamento e quantificao, e que essa etapa inicial de responsabilidade do arquiteto

    no momento que desenvolve a forma do seu projeto arquitetnico, possibilitando, assim, que

    esse profissional tome partido da sua escolha estrutural para valorizao de seu projeto, ou

    ainda para minimizar certos impactos na conformao de sua arquitetura.

    A arquitetura no pode existir independente de uma estrutura, de materiais e de

    mtodos construtivos que a produzam. No entanto, comum observar alguns profissionais

    que simplesmente ignoram a necessidade da concepo estrutural em seus projetos, delegando

    assim esta responsabilidade para profissionais da rea de engenharia. Como consequncia

    dessa atitude, observam-se alguns projetos arquitetnicos extremamente prejudicados por

    conta de escolhas estruturais indevidas, ou ainda com a utilizao de elementos auxiliares,

    como forros e paredes falsas, para esconder elementos estruturais indesejveis nos ambientes.

    frequente, ao conversar com arquitetos, ouvir diversas reclamaes quanto aos

    engenheiros, que muitas vezes descaracterizam seus projetos; ou ainda engenheiros que

    afirmam que os arquitetos simplesmente ignoram as necessidades estruturais das edificaes.

    A verdade que, muitas vezes, a relao necessria de interdisciplinaridade entre essas duas

  • 16

    reas apresenta falhas, por conta de arquitetos delegarem indevidamente a responsabilidade da

    concepo estrutural a um engenheiro, que por formao no possui a mesma sensibilidade

    quanto esttica e funcionalidade dos ambientes da edificao.

    Quando o criador da forma no se preocupa com o ato gmeo da concepo

    estrutural, delegando a outro profissional esta funo, corre o risco de ver seu

    projeto totalmente desconfigurado.

    O profissional que vem de fora, por mais boa vontade que tenha, nunca conseguir

    responder adequadamente aos anseios daquele que viveu o momento ntimo da

    criao da forma. (REBELLO, 2000)

    Diante desse cenrio, apresenta-se, como resultado de uma ao investigativa, um

    manual de pr-dimensionamento estrutural de pilares de concreto armado para profissionais

    da arquitetura; de sorte que o mesmo sirva como um despertar a esses profissionais quanto

    importncia da aplicao desse conhecimento, como tambm funcione como um instrumento

    capaz de esclarecer assuntos relacionados com o ato de projetar arquitetura e conceituar os

    elementos estruturais das edificaes e as cargas que venham atuar sobre os mesmos. Dessa

    maneira, este manual configura-se uma ferramenta de apoio terico-prtico que permite ao

    arquiteto um embasamento terico no momento da concepo estrutural de seus projetos.

    Um recorte providencial na ampla abordagem dos elementos estruturais, com foco no

    pr-dimensionamento estrutural de pilares de concreto armado, justifica-se pelo fato desses

    elementos exercerem grande impacto na arquitetura esttica e funcional do ambiente

    construdo. Pilares lanados de maneira equivocada ou ainda com dimenses superiores s

    previstas durante a elaborao do projeto arquitetnico podem acabar prejudicando a

    disposio dos ambientes, a sua funcionalidade ou ainda impactar na aparncia da edificao.

    Objetiva-se, assim, a partir da apresentao de um manual de pr-dimensionamento de

    pilares, contribuir para a desmistificao da ideia de que a preocupao com a estrutura

    coisa para o engenheiro e despertar o interesse do arquiteto no momento da concepo

    estrutural de seus projetos, de forma que o mesmo se capacite a compreend-la, explic-la e

    ainda tomar partido da estrutura para a valorizao da sua ideia.

    Considerando essa realidade, observou-se a necessidade da elaborao de um manual

    que fosse capaz de:

    Demonstrar a importncia da concepo estrutural no momento do desenvolvimento

    do projeto arquitetnico;

    Apresentar os elementos estruturais e suas classificaes;

  • 17

    Apresentar os tipos de esforos;

    Conceituar as cargas que atuam sobre as estruturas e apresentar mtodos para o seu

    pr-dimensionamento;

    Apresentar as atribuies do profissional arquiteto e suas responsabilidades com o

    projeto;

    Desenvolver um estudo especfico sobre os tipos, as importncias, as aplicaes, e

    mtodos para o pr-dimensionamento estrutural de pilares de concreto armado;

    No decorrer deste guia, sero apresentados conceitos que permitem o entendimento do

    comportamento dos pilares das edificaes, e mtodos prticos para o seu pr-

    dimensionamento.

    A originalidade deste manual prende-se sua forma de apresentao, ou seja, em

    forma de um guia prtico, com uma linguagem simples e didtica, com a apresentao de

    croquis esquemticos, tabelas, imagens e, ainda, com exemplos prticos de aplicao, com

    enfoque no pr-dimensionamento estrutural de pilares de concreto armado.

    1.2. Metodologia de Pesquisa

    A pesquisa desenvolveu-se com base em questionamentos, tais como: O que

    estrutura? Para que ela serve? Qual a importncia deste conhecimento para os arquitetos?

    Quem deve conceber a estrutura do projeto? Como ela pode ajudar ou prejudicar um projeto

    arquitetnico? Qual o papel do engenheiro e do arquiteto no momento da concepo de uma

    edificao?

    Segundo REBELLO (2000), a estrutura o conjunto de elementos (lajes, vigas e

    pilares) que se inter-relacionam para criar espaos e funcionar como o caminho pelo qual as

    foras que atuam sobre ela devem transitar at chegar ao seu destino final, o solo.

    Dessa forma, a metodologia para o desenvolvimento da ao investigativa foi dividida

    em trs etapas, conforme segue abaixo:

    a) Reviso bibliogrfica

  • 18

    Foi feito um levantamento bibliogrfico nos acervos da Universidade Estadual do

    Maranho, em artigos, monografias, dissertaes, teses e livros sobre o tema com o objetivo

    de tornar consistente a fundamentao terica do autor.

    b) Elaborao de croquis e desenhos esquemticos

    Com o objetivo de desenvolver um projeto o mais didtico possvel, foram utilizados

    croquis e desenhos esquemticos para representao das situaes evidenciadas. Essas

    ilustraes referenciadas no projeto foram, em sua maioria, elaboradas pelo autor.

    c) Levantamento fotogrfico de exemplos das aplicaes

    Para cada situao exposta no projeto, apresentam-se exemplos de aplicao das

    mesmas em forma de fotos e imagens esquemticas.

    1.3. Desenvolvimento dos temas principais na estrutura dos

    captulos

    No captulo introdutrio apresentam-se as indagaes e as necessidades que

    motivaram a ao investigativa, cujo resultado fundamentou a elaborao deste manual, alm

    de apresentar a metodologia adotada na pesquisa. Explicitam-se tambm os objetivos que

    orientaram a elaborao do manual.

    J no segundo captulo aborda-se, primeiramente, de maneira geral, a evoluo do

    conceito de arquitetura ao longo do tempo. Em seguida, enfocam-se as atribuies do

    arquiteto e as suas responsabilidades com o ato de projetar, com nfase na interface entre

    projeto arquitetnico e projeto estrutural.

    O terceiro captulo comtempla a classificao dos elementos estruturais das

    edificaes, os esforos e cargas que atuam sobre os mesmos, e, finalizando, conceitua os

    elementos estruturais que compem as edificaes.

  • 19

    O estudo minucioso dos pilares de concreto armado desenvolvido ao longo do quarto

    captulo, onde se apresenta a metodologia para a locao e pr-dimensionamento dos pilares

    de concreto armado.

    Nas consideraes finais do trabalho, que corresponde ao quinto captulo, retomam-se

    e respondem-se as indagaes que acompanharam o desenvolvimento da ao investigativa: o

    que estrutura? Para que ela serve? Qual a importncia deste conhecimento para os

    arquitetos? Quem deve conceber a estrutura do projeto? Como ela pode ajudar ou prejudicar

    um projeto arquitetnico? Qual o papel do engenheiro e do arquiteto no momento da

    concepo de uma edificao? Ressalta-se, tambm, a importncia deste guia terico-prtico

    de pr-dimensionamento de pilares de concreto armado para os profissionais de arquitetura,

    alm de lanar o desafio da continuidade do estudo sobre os elementos estruturais das

    edificaes.

  • 20

    2. A ARQUITETURA

  • 21

    2.1. A ARQUITETURA E O TEMPO

    Ao longo do tempo, o conceito de arquitetura foi se modificando de acordo com o

    desenvolvimento histrico da sociedade e, mais especificamente, das cidades.

    Segundo LEMOS (1994), o primeiro pensador a teorizar a arquitetura foi Planto, 400

    a.C. Segundo ele, a arquitetura e todas as artes manuais implicam numa cincia que tem, por

    assim dizer, sua origem na ao e produzem coisas que s existem por causa delas e no

    existiam antes.

    Depois de Plato, Marco Vitrvio Polio foi o primeiro autor a conceituar a arquitetura

    de maneira multidisciplinar, no sculo I a.C. Em sua obra Os dez livros da arquitetura, ele

    define os elementos fundamentais da arquitetura, mundialmente conhecidos como a trade

    virtruviana:

    firmitas: associada ao carcter construtivo e estrutural da arquitetura, sua

    estabilidade;

    utilitas: associada funo, ao utilitarismo e comodidade da arquitetura;

    venustas: associada esttica da arquitetura.

    Desta forma, segundo o ponto de vista deste autor, uma construo s pode ser

    chamada de arquitetura quando ela, alm de ser firme e bem estruturada (firmitas), possuir

    uma funo (utilitas) e for, principalmente, bela (venustas). E assim, manteve-se o conceito da

    importncia da beleza para as construes clssicas, levando em considerao as seis

    divises propostas por Virtrvio, a ordenao, a disposio, a euritimia, a simetria, a

    convenincia e a distribuio. Vide foto 1.

  • 22

    Foto 1: Parthenon

    Fonte: employees.oneonta.edu

    No perodo da Idade de Mdia, ainda segundo LEMOS (1994), a arquitetura gtica foi

    marcada pela grandeza das suas obras, com o objetivo de apresentar igrejas com o poder de

    proporcionar a elevao das almas e dar aos fis um gosto antecipado da beleza do cu.

    Nessa poca, o arquiteto deveria dominar todos os conhecimentos interdisciplinares que

    permitiriam a construo de seus projetos. O arquiteto era tambm o mestre de obras da

    construo, e o mesmo deveria dominar conhecimentos que iam desde a mecnica dos solos,

    at a resistncia dos materiais. Para a arquitetura, a Idade Mdia no pode ser considerada, de

    forma alguma, como perodo das trevas, uma vez que as produes arquitetnicas dessa

    poca foram marcadas por riqussima originalidade, com a utilizao da verticalidade, arcos

    ogivais, vitrais, abbadas, cpulas, entre outros elementos, de maneira mpar. Vide foto 2:

    Foto 2: Catedral de Notre Dame de Paris

    Fonte: arteehistoriaepci.blogspot.com.br/

    J na poca do Renascimento, surgido originalmente na Itlia, houve um

    ressurgimento dos conceitos da arquitetura clssica. Nessa poca, as lies dos Dez livros de

  • 23

    arquitetura de Virtruvio voltaram com toda fora, de onde a tecnologia da construo herdou

    o modo de construir das alvenarias romanas e tradicionais, e tambm as suas leis clssicas de

    composio. Segundo LEMOS (1994), observou-se uma arquitetura nova, regida pelos

    antigos, com a utilizao das variedades de colunas, intercolnios, frontes, entre outros.

    Nessas obras, os arquitetos ainda possuam o papel de definir as solues estruturais, que

    posteriormente receberiam toda a ornamentao clssica. Vide foto 3.

    Foto 3: O Domo de Florena

    Fonte: veja.abril.com.br

    Posteriormente, surgiu o neoclssico, junto com a Revoluo Industrial. Esta foi

    responsvel por intensas mudanas no modo de vida da sociedade. A arte e a arquitetura

    passaram a se popularizar. O progresso advindo dessa poca refletiu-se diretamente na

    maneira e nos materiais de construo empregados nas obras. Obras para a construo de

    pontes e estradas de ferro trouxeram o advento de materiais como o ferro e o concreto

    armado. Segundo FRAMPTON (1997), nessa poca tambm se definiu completamente a

    separao entre o arquiteto e o engenheiro e tambm o questionamento das propores

    clssicas de Virtrvio. No final do sculo XIX, alguns pensadores j comeam a reconhecer a

    arquitetura alm das paredes que a envolvem, dando importncia organizao do espao que

    ela ocupa.

  • 24

    Foto 4: Ponte do Brooklyn

    Fonte: radiosbn.com.br

    No incio do sculo XX, a arquitetura passa a ser definida por alguns pensadores da

    poca como a verdade favorecendo o belo (LEMOS,1994); nascem assim as primeiras

    definies da arquitetura moderna, com a apresentao da arquitetura tal qual como ela

    produzida, com a apresentao dos materiais como o ao, o concreto e o vidro, desnudas de

    ornamentaes e disfarces. Como principais representantes e pioneiros desta nova maneira

    de construir, pode-se citar Mies Van der Rohe, Walter Groupius e Le Corbusier. No Brasil, os

    principais representantes foram Oscar Niemeyer e Lcio Costa, influenciados diretamente

    pelos arquitetos pioneiros acima citados. Vide foto 5.

    Foto 5: Ministrio das Relaes Exteriores

    Fonte: www.dicico.com.br/

    Em seguida arquitetura moderna, surge ento a arquitetura contempornea,

    desenvolvida no incio da dcada de noventa, at os dias atuais. Esta arquitetura

  • 25

    contempornea no possui ainda a definio de uma linguagem nica. Por se tratar de um

    estilo dos dias atuais, ainda no se pode fazer uma anlise crtica de suas caractersticas. No

    entanto, algumas das suas obras mais expressivas possuem como caractersticas a assimetria e

    a utilizao de formas geomtricas no-lineares (desconstrutivismo). Vide foto 6.

    Foto 6: Consert Hall

    Fonte: beauty-places.com

    2.2. AS ATRIBUIES DO ARQUITETO

    O arquiteto e urbanista aquele profissional que projeta, coordena e planeja a

    construo. Criatividade, sensibilidade e conhecimento tcnico so algumas caractersticas

    que no podem faltar no exerccio da profisso.

    So atribuies do profissional de arquitetura, segundo a Lei Federal 12.278 de

    31/12/2010, retirada do site do Instituto dos Arquitetos Brasileiros IAB.

    Art. 2 As atividades e atribuies do arquiteto e urbanista consistem

    em: I - superviso, coordenao, gesto e orientao tcnica; II -

    coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificao; III -

    estudo de viabilidade tcnica e ambiental; IV - assistncia tcnica,

    assessoria e consultoria; V - direo de obras e de servio tcnico; VI

    - vistoria, percia, avaliao, monitoramento, laudo, parecer tcnico,

    auditoria e arbitragem; VII - desempenho de cargo e funo tcnica;

    VIII - treinamento, ensino, pesquisa e extenso universitria; IX -

    desenvolvimento, anlise, experimentao, ensaio, padronizao,

    mensurao e controle de qualidade; X - elaborao de oramento; XI

    - produo e divulgao tcnica especializada; e XII - execuo,

  • 26

    fiscalizao e conduo de obra, instalao e servio tcnico. (O que

    o arquiteto faz, Em: .

    Acesso em 10 de junho de 2013).

    Tambm segundo esta lei, o arquiteto tem a responsabilidade de apresentar junto a

    cada projeto por ele elaborado todas as especificaes necessrias para a obra a ser executada,

    desde a determinao da distribuio dos elementos estruturais, at a distribuio das redes

    hidrulicas, sanitrias, telefnicas, eltricas, ar condicionado, elevadores e de informtica.

    O profissional da arquitetura deve ser capaz de prever as necessidades de todas as

    interfaces projetuais, com a finalidade de instal-los de maneira previamente analisada, de

    acordo com as necessidades particulares de cada projeto.

    Em algumas situaes, cabe tambm a este profissional a responsabilidade da

    coordenao e orientao geral dos clculos complementares ao projeto arquitetnico como:

    clculo de estrutura, das instalaes hidrulicas, sanitrias, eltricas e de telecomunicaes. A

    partir do desenvolvimento das tecnologias da construo civil, o papel do arquiteto tambm

    evoluiu, conforme DIEZ (2012).

    O papel do arquiteto tambm evoluiu, tornando-se o lder de uma

    equipe composta por consultores tcnicos especializados, mas para

    desempenhar-se neste novo papel e manter o controle do projeto em

    geral indispensvel que o arquiteto entenda conceitualmente estas

    disciplinas tcnicas.

    Dessa forma, o arquiteto deve elaborar projetos arquitetnicos que satisfaam as

    necessidades sociais, estticas, econmicas e tcnicas, isto , ele deve ser capaz de

    compreender todas as interfaces do projeto, saber explic-las e ainda tomar partido da

    estrutura para a valorizao da sua ideia, levando em considerao os diversos fatores que

    venham a definir a melhor soluo estrutural para cada situao projetual. Para isso,

    conhecimentos sobre o lanamento e pr-dimensionamento de estruturas mostram-se como

    essenciais para o desenvolvimento da formao profissional do arquiteto e urbanista.

  • 27

    2.3. O PROJETO DE ARQUITETURA

    Segundo CHING (2010), o ato de criar arquitetura constitui-se como um processo de

    resoluo de problemas. Por conseguinte, faz-se imprescindvel que o arquiteto tenha pleno

    conhecimento da problemtica projetual, de forma que o mesmo proponha a melhor soluo

    para cada situao, levando em considerao fatores como o espao, a forma, a funo e a

    tcnica do projeto.

    O processo de elaborao projetual deve refletir o contexto social, poltico e

    econmico do projeto, respeitando os requisitos bsicos para escolha, como equilbrio,

    funcionalidade, estabilidade, custo, resistncia, esttica, tempo de execuo; de forma que as

    diversas interfaces de projeto, como as solues estruturais, de instalaes, de acessibilidade,

    de conforto ambiental, de sustentabilidade, de segurana, entre outras, sejam devidamente

    consideradas. Segundo DIEZ (2012), uma obra arquitetnica nica e indivisvel, deve ser

    concebida como um todo formal, funcional e tcnico.

    2.4. O PROJETO ESTRUTURAL E O PROJETO

    ARQUITETNICO

    Desde os tempos antigos, o homem teve a preocupao de aprender a utilizar e dar

    forma a certos materiais, em determinadas quantidades, para suportar as diferentes cargas, de

    maneira a criar espaos para o convvio dos seres humanos.

    Sabe-se que a arquitetura algo que no pode existir independente de uma estrutura,

    de materiais e de mtodos construtivos que a produzam, e que o projeto estrutural de uma

    edificao no pode ser concebido de maneira isolada do desenvolvimento do projeto

    arquitetnico.

    Apesar de saber-se que a estrutura algo que no pode ser concebida como um evento

    isolado no desenvolvimento do projeto arquitetnico, comumente observam-se alguns

    profissionais de arquitetura que simplesmente ignoram a necessidade da concepo estrutural

  • 28

    em seus projetos, delegando assim esta responsabilidade para profissionais da rea de

    engenharia.

    Como consequncia dessa delegao indevida, observam-se edificaes com sua

    funcionalidade extremamente prejudicada por conta de escolhas estruturais mal feitas, sendo

    levados, em decorrncia dessas falhas, utilizao de elementos auxiliares, como forros e

    paredes falsas, para esconder elementos estruturais indesejveis nos ambientes; ou ainda ao

    desenvolvimento de estruturas hbridas, sem graa e previsveis, que no possuem a

    capacidade de enriquecer a arquitetura da edificao.

    Segundo CHARLESON (2009), podem-se observar, frequentemente, ao analisar a

    arquitetura local, edificaes com elementos estruturais escondidos ou indistintos. Painis de

    fachada opacos ou painis de vidro espelhados que escondem as estruturas nos permetros das

    edificaes. E, dentro deles, a utilizao de elementos como forros suspensos para esconder

    vigas, ou ainda, painis para ocultar elementos estruturais verticais.

    O projeto estrutural deve ser encarado como um aliado do desenvolvimento

    arquitetnico, enriquecendo a concepo da arquitetura e ainda atribuindo significado

    mesma.

    Arquitetos como Santiago Calatrava, Oscar Niemeyer, Renzo Piano, Paulo Mendes da

    Rocha, Norman Foster, entre muitos outros, foram capazes de aliar com maestria a sua

    concepo arquitetnica e a estrutural, de forma que seus projetos se tornaram famosos pelo

    mundo inteiro. Abaixo, apresentam-se algumas fotos das mais famosas obras desses

    profissionais. Nestas, conforme pode-se observar, os arquitetos acima mencionados se

    utilizam da estrutura dos edifcios para compor a sua concepo projetual, sem a utilizao de

    artifcios e elementos para escond-las ou disfar-las. Pode-se perceber que a concepo

    estrutural foi uma aliada durante o desenvolvimento da concepo arquitetnica.

  • 29

    Foto 7: Cidade das artes_Valencia/ Espanha Santiago Calatrava

    Fonte: http://www.metalica.com.br/cidade-das-artes-em-valencia-na-espanha

    Foto 8: Centro Georges Pompidou _ Paris/ Frana Renzo Piano

    Fonte: http://urbanascidadespoa.blogspot.com.br/2011/01/arquitetura-contemporanea-na-italia.html

  • 30

    Foto 9: Palcio do Planalto _ Braslia/ Brasil - Oscar Niemeyer

    Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e-lazer/segundo-caderno/noticia/2012/12/confira-as-principais-

    obras-de-oscar-niemeyer-3973732.html

    Foto 10: Cais das Artes _ Vitria ES/ Brasil Paulo Mendes da Rocha

    Fonte: http://www.archdaily.com/194422/cais-das-artes-paulo-mendes-da-rocha-metro/cais_cam5_final/

  • 31

    Foto 11: 30 St Mary Axe _ Londres/ Inglaterra - Norman Foster

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Norman_Foster

  • 32

    3. CONCEITOS BSICOS

  • 33

    3.1. CLASSIFICAO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

    Para que se possam iniciar os estudos sobre os elementos estruturais das edificaes

    importante que se conhea os elementos estruturais que compem e formam os espaos

    arquitetnicos.

    Esses elementos podem ser classificados de acordo com um critrio geomtrico, em

    funo das trs dimenses do elemento comprimento (x), altura (y) e espessura(z). Eles

    podem ser divididos nas seguintes categorias.

    Elementos Lineares: quando possuem uma dimenso (comprimento x) bem maior

    que as outras duas (altura e espessura y, z). Exemplos: vigas, pilares, arcos, cabos,

    etc.

    Imagem 1: Elementos lineares

    Fonte: autor

    Elementos de superfcie: quando possuem duas dimenses (comprimento e altura x,

    y) proporcionais e bem maiores que a terceira dimenso. Exemplos: lajes, cascas,

    placas, chapas, lminas paredes, etc.

  • 34

    Imagem 2: Elementos Superficiais

    Fonte: autor

    Elementos de Volume: quando possuem trs dimenses proporcionais, sem a

    predominncia de uma dimenso sobre as outras. Exemplos: blocos de fundao,

    blocos de ancoragem, sapatas, etc.

    Imagem 3: Elementos de volume

    Fonte: autor

    Esta classificao apresenta os elementos estruturais de acordo com as suas

    dimenses. Esses elementos podem ser facilmente comparados com os elementos primrios

    do projeto arquitetnico o ponto, a reta, o plano e o volume apresentados por Francis D.

    K. Ching em seu livro Arquitetura: Forma, Espao e Ordem. Tais elementos, quando

    devidamente articulados, so capazes de criar as mais diversas formas arquitetnicas, que iro

  • 35

    abrigar atividades humanas, provocar sensaes, apresentar usos e funes, marcar momentos

    histricos, caracterizar civilizaes, entre outros.

    A correta articulao desses elementos pelo arquiteto no momento da elaborao dos

    seus projetos ir garantir o sucesso projetual da sua edificao, levando em considerao os

    usos, espaos e sensaes que sero produzidos a partir da disposio dos mesmos no projeto.

    3.2. ESFOROS SOLICITANTES

    Esforos so os momentos, foras e tenses a que uma estrutura submetida. Uma

    estrutura considerada em equilbrio quando ela capaz receber e transmitir os esforos a que

    submetida e manter-se no mesmo estado planejado.

    BOTELHO (2006) classifica os principais tipos de esforos abaixo, e defende que o

    conhecimento dos mesmos essencial para a arte de construir, de forma que auxiliam no

    dimensionamento e escolha das estruturas.

    a) Trao: acontece quando h a ao de duas foras em uma mesma direo puxando

    em sentidos opostos, de maneira que ocorre uma tendncia de afastamento entre suas

    partes.

    Imagem 4: Esforo de Trao

    Fonte: autor

    b) Compresso: acontece quando h a ao de duas foras em uma mesma direo

    empurrando em sentidos opostos, de maneira que ocorre uma tendncia de

    encurtamento entre suas partes.

  • 36

    Imagem 5: Esforo de Compresso

    Fonte: autor

    c) Flexo: acontece quando h carregamentos transversais entre os apoios ao longo da

    estrutura de maneira que ocorre a tendncia de dobramento da mesma.

    Imagem 6: Esforo de Flexo

    Fonte: autor

    d) Cisalhamento: acontece quando existe uma tendncia de cortar uma estrutura, atravs

    da ao de uma ou mais foras ao longo de sua estrutura, gerando o efeito de

    cisalhamento na flexo.

    Imagem 7: Esforo de Cisalhamento

    Fonte: autor

    e) Toro: acontece quando agem foras ao longo da estrutura de maneira que ocorre a

    tendncia de girar a mesma em torno do seu eixo central.

  • 37

    Imagem 8: Esforo de Toro

    Fonte: autor

    3.3. CARGAS NAS ESTRUTURAS

    As foras que atuam sobre as edificaes, provocando esforos so denominadas de

    cargas estruturais.

    3.3.1. CLASSIFICAO DAS CARGAS ESTRUTURAIS

    Estas cargas podem ser classificadas, segundo DIEZ (2012), a partir de diversos

    critrios, conforme mostra-se abaixo.

    Imagem 9: Classificao das cargas nas estruturas

    Fonte: autor

  • 38

    3.3.2. PREVISO DOS CARREGAMENTOS DE UMA EDIFICAO

    Para a elaborao de um projeto estrutural importante que se prevejam as cargas que

    iro atuar sobre a edificao, de acordo com o tipo de uso da edificao (residencial,

    comercial, teatro, cinema, etc.). A ABNT (NBR 6120) classifica as cargas como cargas

    permanentes e cargas acidentais.

    a) Cargas permanentes peso prprio das estruturas:

    Este tipo de carga constitudo pelo peso prprio da estrutura e pelo peso de todos os

    elementos construtivos fixos e instalaes permanentes.

    um carregamento permanente que composto pelo peso de todos os elementos que

    compem a edificao, ou seja, o peso das lajes, pilares, vigas, revestimentos, contrapisos,

    alvenarias, escadas, instalaes, etc. Tambm denominado como carga morta da

    edificao, que apesar do nome, um item extremamente importante para o pr-

    dimensionamento estrutural, principalmente para estruturas de concreto armado. Estas cargas

    so originadas exclusivamente pela ao das foras gravitacionais.

    Para calcular uma estimativa do peso prprio de uma edificao, basta apenas

    conhecer as reas e volumes dos elementos que a compem e o peso especfico desses

    materiais.

    b) Cargas acidentais e cargas eventuais:

    So aquelas cargas que atuam externamente sobre a estrutura aps a sua construo, so

    tambm chamadas de cargas teis ou sobrecargas. Como exemplo de cargas acidentais,

    podem-se citar o peso das pessoas, o peso dos mveis, o peso dos carros, dos ventos, e

    condies peculiares de cada edificao, como bibliotecas, cinemas, boliches, arquibancadas,

    etc.

    Estas cargas so mais difceis de serem determinadas, pois variam para cada tipo de

    edificao e localizao das mesmas. Os valores para determinao destas cargas encontram-

    se determinados na NBR 6120.

  • 39

    c) Determinao geral de carregamento:

    Como o principal objetivo deste manual apresentar mtodos para o pr-

    dimensionamento de pilares, para facilitar o processo de calculo de carregamento das

    edificaes, AGUIAR (2010) define uma constante de peso especfico das edificaes em

    funo de seu tipo de uso.

    Tabela 1: Peso da estrutura + Carga de ocupao

    Fonte: AGUIAR (2010)

    PESO DA ESTRUTURA + CARGA DE OCUPAO

    Edifcios Residenciais 1000 kgf/m

    Edifcios Comerciais 1300 kgf/m

    Abaixo, segue um desenho esquemtico (Imagem 10) representando as cargas que

    atuam sobre a estrutura das edificaes: cargas permanentes (representadas pela letra N

    fora normal peso prprio da edificao) e as cargas acidentais (representadas pelas pessoas,

    carros, mveis e ventos apresentados no desenho).

    Imagem 10: Esquema de cargas nas estruturas

    Fonte: autor

  • 40

    3.4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS BSICOS

    Para melhor compreender o comportamento estrutural das edificaes, importante

    que se conhea os elementos estruturais bsicos que se associam para composio estrutural

    da edificao fundaes, pilares, vigas, lajes. A imagem 11 abaixo apresenta cada um destes

    elementos.

    Imagem 11: Elementos estruturais bsicos

    Fonte: autor

    Lajes: so elementos estruturais de superfcie que recebem diretamente a ao das

    cargas que atuam sobre a edificao (pessoas, mveis, carros, etc.). Sobre elas se

    desenvolve a distribuio dos espaos arquitetnicos e dos elementos que a compem

    (cargas permanentes e acidentais). Geralmente as lajes se apoiam diretamente sobre as

    vigas. Vide Imagem 12.

    Vigas: so elementos estruturais lineares que possuem a responsabilidade de suportar

    os carregamentos das lajes e de outras vigas e transmiti-los para o elemento estrutural

    seguinte, os pilares. Vide Imagem 12.

    Pilares: so elementos estruturais lineares que possuem a responsabilidade de suportar

    os carregamentos das lajes e vigas e transmiti-los para o elemento estrutural final, as

    fundaes. Vide Imagem 12.

  • 41

    Fundaes: so elementos estruturais de volume que possuem a responsabilidade de

    suportar os carregamentos das lajes, vigas e pilares para transmiti-los ao seu destino

    final, o solo. Vide Imagem 12.

    Imagem 12: Elementos estruturais bsicos lajes/ vigas/ pilares/ fundaes

    Fonte: autor

  • 42

    4. ESTUDO DOS PILARES DE CONCRETO

    ARMADO

  • 43

    4.1. CONCRETO ARMADO

    O concreto o material mais utilizado na construo civil dos dias atuais, difundido

    por todo o mundo. Ele resultado de uma mistura composta de cimento, areia, pedra e gua,

    alm de outros materiais eventuais, os aditivos. Este material possui a caracterstica de ser

    muito resistente compresso, porm, a sua resistncia trao pequena. Do ponto de vista

    estrutural, a resistncia compresso a caracterstica mais importante do concreto.

    A primeira civilizao a utilizar este material para as suas construes foi a civilizao

    romana. A utilizao deste material pelos romanos lhes garantiu a possibilidade de produzir

    obras magnficas como o Panteo e o Coliseu, vide fotos 12 e 13.

    Foto 12: Panteo - Roma

    Fonte: anaborralho.com

    Foto 13: Coliseu - Roma

    Fonte: construfacilrj.com

    A utilizao do ao complementando esta mistura acontece no sculo XVIII. Surge,

    assim, o concreto armado, que o resultado da associao de materiais com comportamentos

  • 44

    diferentes, que se completam, proporcionando um material capaz de aliar a durabilidade, a

    resistncia compresso e a plasticidade do concreto com a alta resistncia trao do ao.

    Esta associao foi capaz de proporcionar o surgimento de um material capaz de vencer

    grandes vos nas estruturas das edificaes.

    Segundo BASTOS (2006), o cimento armado (o concreto armado at cerca de 1920

    era chamado de cimento armado) surgiu na Frana, no ano de 1849. O pioneiro na

    utilizao desta tecnologia, o francs Lambot, construiu um barco com telas de finos fios de

    ferro preenchidos com argamassa, no entanto, o mesmo no alcanou grande sucesso

    comercial. Em 1861, outro francs, Mounier, passou a utilizar esta tecnologia para fabricar

    vasos de flores, reservatrios de gua, e posteriormente uma ponte com vo de 16,5 metros.

    Depois disso, diversos estudos passaram a ser desenvolvidos sobre este material, ps

    revoluo industrial.

    A facilidade de encontrar a matria-prima desta soluo estrutural (cimento, areia,

    pedra, gua e ao) em diversas regies do planeta, somada grande versatilidade do material

    e facilidade de execuo do mesmo, foram fatores determinantes para a sua rpida

    disseminao nos mais diversos pases e seu grande desenvolvimento tecnolgico at os dias

    atuais.

    4.2. PILARES DE CONCRETO ARMADO

    Os pilares so elementos estruturais muito importantes para a construo civil,

    utilizados desde as civilizaes mais antigas, como gregos, romanos e egpcios. Inicialmente,

    os mesmos eram construdos com a utilizao de materiais in natura, como pedras e

    madeiras.

  • 45

    Foto 14: Pilares na arquitetura clssica

    Fonte: arquiteturaclassica.blogspot.com

    Foto 15: Pilares na arquitetura clssica

    Fonte: clirc.blogspot.com

    A partir do desenvolvimento das tecnologias da construo civil, essas estruturas

    passaram a ser produzidas com a utilizao de materiais mais modernos, como concreto e ao,

    de maneira que permitiram a produo de estruturas com sees cada vez mais esbeltas e com

    vos cada vez maiores. Vide fotos 16, 17 e 18.

  • 46

    Foto 16: MUBE - Museu Brasileiro da Escultura - Paulo Mendes da Rocha

    Fonte: arqdream.blogspot.com(MUBE)

    Foto 17: Torre de Khalifa Adrian Smith

    Fonte: www.glasssteelandstone.com

  • 47

    Foto 18: Palcio Tiradentes - Oscar Niemeyer

    www.revistatechne.com.br

    Os pilares so elementos estruturais lineares de eixo reto que possuem a funo de

    suportar os carregamentos das lajes e vigas (cargas permanentes e acidentais) e transmiti-los

    para o elemento estrutural final, as fundaes, ou para outros pilares da estrutura. So

    elementos estruturais verticais que trabalham os esforos da compresso e flexo.

    Estes elementos impactam diretamente na composio esttica e funcional do espao

    arquitetnico. Por este motivo, sero apresentados abaixo os seus comportamentos e esforos

    solicitantes, que permitiro o seu pr-dimensionamento e lanamento por parte dos arquitetos

    responsveis pela elaborao dos projetos.

    4.3. ESFOROS ATUANTES E SEU COMPORTAMENTO

    De acordo com os tipos de aes externas que venham a atuar sobre a edificao, os

    pilares podem sofrer a ao dos esforos apresentados abaixo:

    Compresso: quando submetidos exclusivamente ao de esforos verticais,

    observa-se apenas a ao do esforo de compresso sobre a pea estrutural,

    apresentando a tendncia de encurtamento de sua maior dimenso e o aumento de sua

    seo transversal.

    Flexo: em situaes especiais em que os pilares estejam sendo sujeitos tambm

    ao de cargas horizontais provenientes da ao dos ventos ou da frenagem de

    veculos, o pilar passa a sofrer tambm a ao do esforo da flexo; ou ainda em casos

  • 48

    em que a partir da ao de um esforo de compresso sobre uma estrutura esbelta a

    mesma tem a tendncia de sofrer o fenmeno da flambagem flexo lateral da pea.

    Dessa forma, os pilares devero ser dimensionados para resistir aos esforos de

    compresso e flexo a que sero submetidos em cada situao particular de projeto. Dentre

    estes esforos que atuam sobre os pilares, o mais frequente e preocupante o esforo da

    flambagem.

    4.4. FLAMBAGEM

    Segundo DIEZ (2012), a flambagem um fenmeno de flexo lateral que est

    diretamente ligado esbeltez da pea. Ela ocorre nas estruturas que apresentam sees

    transversais pequenas em relao ao seu comprimento. Este fenmeno ocorre sempre na

    direo da menor dimenso da pea (menor rigidez da estrutura), por conta do momento de

    inrcia de sua seo transversal. Este fenmeno produz um momento de segunda ordem na

    estrutura (tendncia de girar).

    Como exemplo, podemos comparar ao comportamento de uma rgua que quando

    aplicada uma fora vertical no sentido de cima para baixo sobre a pea, a tendncia que a

    mesma sofra flexo no sentido da sua menor dimenso, vide foto 19. No outro sentido da

    rgua, o fenmeno no ocorre por conta de possuir uma maior dimenso e consequentemente

    um momento de inrcia maior.

  • 49

    Foto 19: Flexo da rgua

    Fonte: autor

    4.4.1. COMPRIMENTO DE FLAMBAGEM

    O comprimento de flambagem o comprimento da deformao do pilar na posio de

    equilbrio limite antes da ruptura. De forma que, segundo DIEZ (2012), de acordo com as

    condies de apoio do pilar, quanto maior o comprimento de flambagem, maior a capacidade

    de deformar-se, conforme apresentado na tabela abaixo (Tabela2), em que l representa o

    comprimento do pilar e le representa o comprimento de flambagem, comparativamente

    apresenta-se tambm o comportamento de rguas sofrendo flexes com diferentes tipos de

    apoios, assemelhando-se com o comportamento dos pilares sob efeito do fenmeno da

    flambagem.

  • 50

    Tabela 2: Comprimento de flambagem

    Fonte: autor

  • 51

    Na imagem 13, abaixo, observam-se exemplos de tipos de apoio dos pilares e seus

    respectivos comprimentos de flambagem.

    Imagem 13: Tipos de apoio dos pilares e comprimento de flambagem.

    Fonte: autor

    4.4.2. NDICE DE ESBELTEZ

    Segundo DIEZ (2012), o ndice de esbeltez a relao existente entre o comprimento

    longitudinal do pilar e a menor dimenso de sua seo. Essa caracterstica geomtrica

    expressa a tendncia do pilar em sofrer o fenmeno da flambagem. Assim, quanto maior o

    ndice de esbeltez, maior a tendncia do pilar flambar.

    Conforme se apresenta abaixo, o ndice de esbeltez representado pela letra grega

    (lambda) e resultado da razo existente entre o comprimento de flambagem e o raio de

    girao da seo transversal do pilar.

  • 52

    Dessa forma, de acordo com o ndice de esbeltez do pilar ( lambda), ele poder ser

    classificado da seguinte maneira:

    a) Pilares curtos ( 40) no preciso considerar os efeitos de segunda ordem, ou

    seja, no possuem a tendncia de apresentar o fenmeno da flambagem. Vide

    exemplo na foto 20, abaixo.

    Foto 20: Prdio da escola de engenharia de So Carlos

    Fonte: http://www.cdcc.usp.br/

  • 53

    b) Pilares medianamente esbeltos (40< 90) preciso considerar os efeitos de

    segunda ordem de maneira simplificada. Vide exemplo na foto 21, abaixo.

    Foto 21: Universidade Tcnica de Zurique

    Fonte: http://www.vitruvius.com.br/

    c) Pilares esbeltos (90< 140) preciso considerar os efeitos de segunda ordem de

    maneira exata. Vide exemplo na foto 22, abaixo.

    Foto 22: Sede do Banco do Brasil de Porto Alegre

    Fonte: http://www.arcoweb.com.br/

    d) Pilares muito esbeltos ( > 140) preciso considerar os efeitos de segunda ordem

    de maneira exata, os pilares que apresentarem um ndice de esbeltez superior a 140

  • 54

    no podero ser feitos de concreto armado, eles devero ser produzidos por

    materiais mais resistentes flexo, como o ao. Vide exemplo na foto 23, abaixo.

    Foto 23: La fiera di Milano

    Fonte: http://www.grandihotel.it/

    OBS: De maneira geral, considera-se como mdia do ndice de esbeltez dos pilares usuais =

    70.

    4.5. LOCAO DOS PILARES DE CONCRETO ARMADO

    Para que seja feita da melhor maneira a distribuio dos pilares de concreto armado

    em um projeto, importante que se tenha a preocupao com alguns fatores para o

    lanamento dos mesmos, de forma que seja feita uma distribuio com baixo custo, de fcil

    execuo e que ao mesmo tempo no prejudique a conformao original dos espaos

    arquitetnicos. Dentre essas preocupaes:

    Deve-se evitar uma grande variedade nas dimenses dos elementos estruturais,

    visando uma maior facilidade na execuo dos servios e para o

    reaproveitamento das frmas de concretagem. Sugerem-se no mximo trs

    dimenses diferentes;

  • 55

    Deve-se dar preferncia por dispor os pilares retangulares de maneira que os

    mesmos sejam locados no sentido da menor inrcia da edificao e dos ventos

    dominantes (vide imagem 14, abaixo);

    Os pilares devem ser lanados de forma perpendicular em relao maior

    dimenso da edificao, com o objetivo de favorecer o contraventamento (vide

    imagem 14, abaixo);

    Sempre que possvel, deve-se optar pela concretagem das caixas de escada e

    elevadores, com o objetivo de auxiliar no contraventamento da edificao (vide

    imagem 14, abaixo);

    Deve-se sempre tentar manter o alinhamento dos pilares (mesmos eixos), de

    forma a facilitar a execuo da sua locao em obra e tambm para que sejam

    formados prticos que aumentem a rigidez da estrutura (vide imagem 14,

    abaixo);

    Os pilares devem, sempre que possvel, ser locados nos encontros das vigas

    (vide imagem 14, abaixo);

    Os vos entre os pilares devem, sempre que possvel, ter entre 5,0m e 7,5m para

    no prejudicar a disposio das vagas de garagem da edificao (vide imagem

    14, abaixo);

    Imagem 14: Locao dos pilares

    Fonte: autor

  • 56

    Os pilares devem ser locados de forma que resultem em vigas com vos

    semelhantes diferenas de no mximo 20% no comprimento dos vos. Quando

    os vos produzidos por pilares prximos so muito diferentes, poder ocorrer o

    que se mostra na imagem 15, abaixo. O maior vo acaba fazendo com que o

    menor seja submetido apenas a momentos negativos, de forma que o pilar

    extremo do menor vo da viga passa a comportar-se a trao.

    Imagem 15: Relao de vos entre os pilares

    Fonte: autor

    Deve-se sempre dar preferncia locao dos pilares com continuidade, desde

    as fundaes at a cobertura, com a finalidade de evitar a utilizao de vigas de

    transio, vide imagem 16, abaixo.

  • 57

    Imagem 16: Continuidade dos pilares da estrutura

    Fonte: autor

    A escolha estrutural deve ser feita com muito cuidado durante a elaborao de um

    projeto. Alm de levar em considerao os fatores funcionais e econmicos do projeto deve-

    se tambm se preocupar com os usurios da edificao. Deve-se considerar o efeito

    psicolgico que a quantidade de pilares de um ambiente pode afetar o indivduo. Da mesma

    forma que muitos pilares em um ambiente podem provocar um sentimento de

    enclausuramento, poucos pilares podem tambm causar uma sensao de desproteo ao

    usurio. Segundo REBELLO (2001), estudos mostram que em grandes espaos abertos, as

    pessoas tendem a se agrupar prximas aos pilares. Abaixo, apresentam-se as fotos 24 e 25,

    que representam os casos acima citados, respectivamente.

  • 58

    Foto 24: Pilotis de um edifcio

    Fonte: jaboataodosguararapes.olx.com.br

    Foto 25: MASP So Paulo

    Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

  • 59

    4.6. PR-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES DE CONCRETO

    ARMADO

    Abaixo, sero apresentados clculos e mtodos prticos para o pr-dimensionamento

    estrutural de pilares de concreto armado, levando em considerao fatores como a quantidade

    de pavimentos, carga da estrutura, seo transversal do pilar, etc.

    4.6.1. DIMENSES MNIMAS

    Segundo a NBR 6118:2007 Projetos de Estruturas de Concreto Armado, a dimenso

    mnima dos pilares de concreto armado deve ser de 20 cm ou 1/10 da sua altura, de forma que

    a menor dimenso de sua seo transversal (b) no seja inferior a 1/5 da maior dimenso (h).

    Para projetar pilares com dimenses inferiores a 20 cm, deve-se majorar o seu carregamento

    com os coeficientes especificados na tabela 03, abaixo, de acordo com a dimenso mnima

    escolhida.

    Tabela 3: Coeficientes de majorao dos pilares esbeltos

    Fonte: NBR 6118:2007

    Dimenso

    (cm) 19 18 17 16 15 14 13 12

    Coeficiente de

    majorao 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35

    A utilizao de pilares com dimenses inferiores a 20 cm acabam resultando em

    estruturas menos econmicas, tendo em vista o fato de possuir a necessidade de majorar o

    carregamento do pilar para compensar a esbeltez do mesmo, aumentando desta forma a outra

    dimenso.

    Sendo assim, para determinar as dimenses mnimas minimizando os efeitos da

    flambagem, deve-se levar em considerao o ndice de esbeltez mdio dos pilares de concreto

    armado = 70, de forma que:

  • 60

    Conclui-se, ento, que de acordo com o comprimento de flambagem do pilar, tem-se

    um dimensionamento mnimo do mesmo, com a finalidade de minimizar a flambagem da

    pea. Assim demonstrado no grfico 01, abaixo:

    Grfico 1: Comprimento de flambagem X dimenso mnima do pilar

    Fonte: autor

    4.6.2. CLASSIFICAO DOS PILARES QUANTO SUA POSIO

    Segundo SCADELAI (2004), os pilares podem ser classificados de acordo com a sua

    posio na estrutura da edificao. Esta classificao permite o clculo da capacidade de

    carga de cada um destes elementos de acordo com os esforos solicitantes a que os mesmos

    esto submetidos. Esta classificao se d da seguinte maneira:

    a) Pilares intermedirios: so aqueles em que as vigas continuam sobre o pilar, sem

    interrupes nas duas direes. Vide imagem 17.

  • 61

    b) Pilares de extremidade: so aqueles em que as vigas continuam em uma direo e se

    interrompem em outra direo. Vide Imagem 17.

    c) Pilares de canto: so aqueles em que as vigas so interrompidas nas duas direes.

    Vide imagem 17.

    Imagem 17: Classificao dos pilares quanto sua posio

    Fonte: autor

    Abaixo, para facilitar a compreenso, na imagem 18, apresenta-se uma estrutura

    genrica em que se nomeiam todas as peas estruturais e as classificam segundo a sua posio

    e aos esforos solicitantes das mesmas.

  • 62

    Imagem 18: Esquema de classificao dos pilares

    Fonte: autor

    De acordo com a respectiva classificao de posio do pilar, obtm-se a capacidade

    de carga de cada um desses elementos, de acordo com os esforos solicitantes a que os

    mesmos esto submetidos. Para cada uma delas, conferido um respectivo coeficiente de

    posio (Cp), que representa os esforos que atuam sobre os mesmos, conforme exposto na

    imagem 19.

  • 63

    Imagem 19: Classificao dos pilares e coeficientes de posio

    Fonte: autor

  • 64

    O coeficiente de posio (Cp) utilizado para substituir a flexo por um esforo

    normal equivalente, vlido apenas para o pr-dimensionamento de pilares. importante

    registrar que a utilizao do coeficiente de posio (Cp) uma simplificao aceitvel apenas

    para o pr-dimensionamento dos pilares.

    4.6.3. CAPACIDADE DE CARGA DO PILAR

    Para calcular a capacidade de carga do pilar, importante que se conhea a

    contribuio do concreto e do ao na resistncia, que sero devidamente apresentados abaixo.

    A seo transversal de um pilar composta pela rea do concreto (Ac) e pela rea do

    ao (As), conforme imagem 20, abaixo.

    Imagem 20: Seo do pilar

    Fonte: autor

  • 65

    4.6.4. CONTRIBUIO DO CONCRETO

    Chama-se de P a fora resistida pelo concreto e pelo ao, conforme se representa

    abaixo na imagem 21. Essa fora resultado da resistncia suportada pelo pilar sem sofrer

    rompimento, que a soma da contribuio do concreto e do ao.

    Imagem 21: Capacidade de carga do pilar

    Fonte: autor

    Sabe-se que a resistncia o resultado da razo existente entre a fora e a rea. Dessa

    maneira:

    A resistncia do concreto compresso a caracterstica mais importante deste

    material. Ela representa a capacidade de carga (tenso) do concreto sem sofrer ruptura. A

    resistncia est diretamente ligada qualidade do material e ao carregamento que o mesmo ir

    sofrer na estrutura da edificao.

  • 66

    A Resistncia do Concreto Compresso (fck) uma informao essencial para o

    clculo estrutural de uma edificao. Sua unidade de medida o Mega Pascal (MPa). Sendo

    que o Pascal (Pa) a presso exercida por uma fora de 1 newton, uniformemente distribuda

    sobre uma superfcie plana de 1 metro quadrado de rea, perpendicular direo da fora.

    Dessa maneira, 1 Mega Pascal equivale a 1 milho de Pascal (N/m), ou a ainda a

    aproximadamente 100.000 kgf/m.

    Ao solicitar um concreto para uma determinada estrutura, deve-se determinar a

    resistncia necessria do mesmo atravs do projeto estrutural da edificao. Para confirmar a

    resistncia compresso do concreto fornecido, deve-se realizar ensaios de rompimento dos

    corpos-de-prova moldados no dia da concretagem (vide foto 26). De maneira geral, o concreto

    adquire sua resistncia tima aps 28 dias de cura (foto 27). Neste dia, deve-se realizar o

    rompimento do corpo de prova atravs da utilizao de uma prensa hidrulica, para verificar a

    sua capacidade de resistncia mxima antes do rompimento da pea (vide foto 28).

    Foto 26: Moldes usados para os corpos-de-prova

    Fonte: autor

  • 67

    Foto 27: Cura submersa dos corpos-de-prova

    Fonte: autor

    Foto 28: Ensaio de compresso

    Fonte: autor

    Para fins de clculo para determinao da parcela de contribuio do concreto, a NBR

    6118, define uma margem de segurana em cima da resistncia compresso esperada pelo

    concreto, esse coeficiente de segurana de 1,4, conforme se mostra abaixo. Denomina-se

    esta resistncia com margem de segurana de Fcd.

  • 68

    Alm disso, existem tambm alguns outros fatores que influenciam os resultados de

    resistncia das peas estruturais de concreto, conforme se mostra abaixo:

    A resistncia medida durante o ensaio de compresso sempre superior

    resistncia da estrutura. Considera-se uma reduo de 5% por conta da cura

    tima proporcionada aos corpos de prova (cura mida) e muitas vezes

    impossibilitada de ser realizada na estrutura das edificaes ( - 5% 0,95).

    Ao longo do tempo, as peas estruturais ganham resistncia de em mdia 20%

    da sua resistncia aos 28 dias ( +20% 1,20).

    Quando o concreto submetido a uma tenso constante por um longo perodo,

    ele comea a perder resistncia reduo de em mdia 25% da sua resistncia

    original, Efeito Rsch. ( -25% 0,75).

    Por conta dos fatores acima citados, acrescenta-se ainda mais um coeficiente de

    segurana sobre a contribuio do concreto e, assim, determina-se a parcela de contribuio

    do concreto. Conforme se mostra abaixo.

    BOTELHO (2006) classifica alguns tipos de concreto de acordo com a sua resistncia

    e mostra seus principais usos, conforme se representa na tabela 04, abaixo:

  • 69

    Tabela 4: Classificao dos tipos de concreto

    Fonte: autor

    TIPO FCK (Mpa) FCK (kgf/cm) Uso

    C10 10 100 Mistura com resistncia muito utilizada nas

    construes antigas

    C20 20 200 Resistncia mnima estrutural do concreto a

    partir da nova norma de concreto NBR 6118

    de 2007

    C50 50 500 Concretos especiais de alto desempenho,

    tambm chamados de CAD

    4.6.5. CONTRIBUIO DO AO

    J se determinou a parcela de contribuio do concreto para a determinao da

    capacidade de carga de um pilar, falta, ainda, determinar a parcela de contribuio do ao.

    A NBR 6118:2007 normatiza as devidas relaes de rea existentes de concreto e ao

    na seo transversal de um pilar, de forma que o mesmo deve obedecer a seguinte relao:

    rea do ao mnima (As min.) = 0,4% da rea do concreto (Ac)

    rea do ao mxima (As mx.) = 8,0% da rea do concreto (Ac)

    considerada como taxa econmica de armadura a relao de 1% da rea do concreto.

    Sendo assim:

  • 70

    Assim como o concreto, o ao tambm possui uma resistncia caracterstica para cada

    tipo de material especificado em projeto. A sua resistncia trao a caracterstica mais

    importante deste material. Ela representa a capacidade de carga (tenso) do ao sem sofrer

    ruptura. A resistncia est diretamente ligada qualidade do material e ao carregamento que o

    mesmo ir sofrer na estrutura da edificao.

    O ao possui um comportamento diferenciado em comparao com o concreto. Ao

    sofrer tenso, ele passa por trs fases de comportamento diferenciadas: fase elstica, fase de

    escoamento e fase de rompimento, conforme grfico 02, abaixo:

    Grfico 2: Grfico tenso X deformao ao

    Fonte: autor

    Dessa forma, assim como o concreto, para fins de clculo para escolher a capacidade

    de carga do ao para determinada estrutura, a NBR 6118, determina que deve-se acrescentar

    uma margem de segurana, com a finalidade de reduzir a contribuio do ao, esse coeficiente

  • 71

    de segurana de 1,15 conforme mostra-se abaixo. Denomina-se esta resistncia mdia

    estatstica de Fyd.

    Sendo assim, a parcela de contribuio do ao no carregamento de um pilar pode ser

    determinada da seguinte maneira:

    Dessa maneira, a resistncia que um pilar capaz de suportar sem sofrer rompimento

    pode ser determinada a partir da equao abaixo representada na imagem 22.

    Imagem 22: Capacidade de carga do pilar

    Fonte: autor

  • 72

    BOTELHO (2006) apresenta os aos disponveis no mercado brasileiro e os classifica

    de acordo com a sua resistncia mdia (Fyk) e sua resistncia estatstica (Fyd), e ainda com

    seus principais usos, conforme se representa na tabela 05, abaixo:

    Tabela 5: Classificao dos tipos de ao

    Fonte: autor

    TIPO Fyk (kgf/cm) Fyd (kgf/cm) Uso

    CA 25 2500 2170 Utilizado em obras de pequeno porte.

    CA 50 5000 4350 Tipo de ao mais utilizado como armadura

    principal em estruturas de concreto armado

    CA 60 6000 5220

    Tipo de ao mais utilizado como armadura

    principal em estruturas de concreto armado

    de grande porte

    4.6.6. CLCULO DA CARGA NO PILAR

    Para clculo do pr-dimensionamento de pilares de concreto armado, deve-se admitir

    um carregamento proporcional entre os pavimentos e ainda um carregamento uniforme em

    toda a extenso da estrutura. Partindo destes pressupostos, deve-se calcular a parcela de carga

    proporcional da rea de influncia de cada pilar da estrutura, conforme se mostra na imagem

    23, abaixo.

    Imagem 23: rea de influncia dos pilares

    Fonte: autor

    A marcao da rea de influncia de um pilar deve ser feita a partir da marcao de

    eixos entre os pilares da estrutura, de forma que a mdia da distncia entre os mesmos

  • 73

    delimitar as suas respectivas reas de influncia. A demarcao da rea de influncia dos

    pilares no precisa ser feita com grande preciso.

    Deve-se eleger o pilar que possua a maior rea de influncia para cada tipo de posio

    (canto, extremidade e intermedirio), e repet-las para todos os pilares de mesmo tipo, de

    forma que se evite uma grande variedade nas dimenses dos pilares da estrutura.

    Dessa forma, aps a determinao da rea de influncia de cada pilar, deve-se partir

    para o clculo da sua respectiva parcela de carregamento. A determinao de carregamento do

    pilar est diretamente ligada rea de influncia do mesmo, do seu tipo de uso (carga de

    ocupao), do seu coeficiente de posio e do nmero de pavimentos da edificao, conforme

    frmula abaixo:

    4.7. EXEMPLOS DE APLICAO

    A seguir, apresentam-se alguns exemplos de aplicao dos conhecimentos acima

    demonstrados para o pr-dimensionamento de pilares de concreto armado.

    a) Exemplo 01: pr-dimensionar as sees dos pilares de um edifcio residencial de trs

    pavimentos com planta-baixa estrutural, conforme se apresenta nas imagens abaixo:

  • 74

    Imagem 24: Exemplo 01 - vista

    Fonte: autor

    Imagem 25: Exemplo 01 planta baixa e corte Fonte: autor

    1 Passo: Calcular a rea de influncia da cada pilar da edificao, conforme se representa,

    abaixo:

  • 75

    Imagem 26: Exemplo 01 clculo da rea de influncia

    Fonte: autor

    2 Passo: Clculo da carga de cada pilar:

    3 Passo: Com os dados do carregamento dos pilares em mos, deve-se partir para o clculo

    da rea de concreto do pilar. Para isso, deve-se definir a resistncia do concreto e do ao a

    serem utilizados na estrutura, tendo como estimativa a prtica atual de utilizao do concreto

    com resistncia de 25 MPA e do ao com resistncia de 50kgf/mm. Dessa maneira,

    substituindo valores, tem-se:

  • 76

    4 Passo: Aps a determinao das reas das sees dos pilares de cada tipo da estrutura,

    deve-se, ento, calcular as dimenses do pilar. Para isso, devem-se respeitar as condies

    expressas na NBR 6118 para o seu pr-dimensionamento mnimo, conforme se apresenta

    abaixo:

    Imagem 27: Exemplo 01 condies b x h

    Fonte: autor

  • 77

    OBS/: importante registrar que as dimenses escolhidas para a seo dos pilares devem

    sempre ser os mltiplos de 5 superiores mais prximos dos nmeros encontrados atravs dos

    clculos. Conforme demonstrado nos clculos acima.

    b) Exemplo 02: pr-dimensionar as sees dos pilares de um edifcio comercial de cinco

    pavimentos com planta-baixa estrutural, conforme se apresenta nas imagens abaixo:

    Imagem 28: Exemplo 02 vista

    Fonte: autor

  • 78

    Imagem 29: Exemplo 02 Plantas baixas e corte

    Fonte: autor

    Conforme apresentado acima, observa-se que a estrutura da edificao se apresenta de

    maneira diferenciada, se comparada com a estrutura do exemplo 01. O edifcio possui uma

    estrutura que contempla a utilizao de um p-direito triplo, conforme se mostra nas imagens

    28 e 29, acima.

    Dessa maneira, para melhor estudar a estrutura da edificao, ela foi dividida em duas

    sees principais, de forma a permitir o seu pr-dimensionamento, de acordo com os esforos

    a que os pilares estaro submetidos.

    Em um primeiro momento, ser apresentado o pr-dimensionamento dos pilares na

    seo 01. No momento seguinte, ser apresentado o pr-dimensionamento dos pilares da

    segunda seo.

    Seo 01:

  • 79

    1 Passo: Calcular a rea de influncia da cada pilar da edificao na seo 01, conforme se

    representa, abaixo:

    Imagem 30: Exemplo 02 (seo 01) clculo da rea de influncia

    Fonte: autor

    2 Passo: Deve-se, ento, partir para o clculo da carga de cada pilar. Para isso, deve-se

    considerar a quantidade de pavimentos da seo 01 (03 pavimentos) mais a carga da cobertura

    (0,7 carregamento proporcional da laje de cobertura da estrutura = n + 0,7).

    3 Passo: Aps calcular o carregamento dos pilares, deve-se partir para o clculo da rea de

    concreto do pilar. Para isso, define-se a resistncia do concreto e do ao a serem utilizados na

    estrutura, tendo como estimativa a prtica atual de concreto com resistncia de 25 MPA e ao

    com resistncia de 50kgf/mm. Conforme realizado no exemplo anterior, deve-se ento

    substituir os valores abaixo:

  • 80

    4 Passo: Aps a determinao das reas das sees de cada tipo de pilares da estrutura, deve-

    se, ento, calcular as dimenses do pilar. Para isso, devem-se respeitar as condies expressas

    na NBR 6118 para o seu pr-dimensionamento mnimo, conforme se apresenta abaixo:

    Imagem 31: Exemplo 02 seo 01 condies b x h

    Fonte: autor

  • 81

    Seo 02:

    1 Passo: Calcular a rea de influncia de cada pilar da edificao na seo 02, conforme se

    representa abaixo:

    Imagem 32: Exemplo 02 (seo 02) clculo da rea de influncia

    Fonte: autor

    2 Passo: Por conta das diferenas nas reas de influncia e nos coeficientes de posio dos

    pilares P2/ P5 e P8, para calcular o carregamento dos mesmos deve-se considerar o

  • 82

    carregamento do pilar nos pavimentos da seo 02 (02 pavimentos) mais o carregamento do

    respectivo pilar nos pavimentos da seo 01 (03 pavimentos + cobertura). Conforme clculo

    abaixo.

    Os pilares P1, P4 e P7 apresentam o mesmo comportamento durante toda estrutura da

    edificao, eles mantm a mesma rea de influncia e coeficiente de posio durante as sees

    01 e 02, por este motivo, o seu clculo de carregamento dever ser feito da maneira padro,

    considerando os cinco pavimentos do edifcio, conforme se mostra abaixo.

    3 Passo: Aps calcular o carregamento dos pilares, deve-se partir para o clculo da rea de

    concreto do pilar. Para isso, deve-se definir a resistncia do concreto e do ao a serem

    utilizados na estrutura, tendo como estimativa a prtica atual de concreto com resistncia de

    25 MPA e ao com resistncia de 50kgf/mm, conforme realizado no exemplo anterior. Deve-

    se, ento, substituir os valores abaixo:

  • 83

    4 Passo: Aps a determinao das reas das sees de cada tipo de pilares da estrutura, deve-

    se, ento, calcular as dimenses do pilar. Para isso, devem-se respeitar as condies expressas

    na NBR 6118 para o seu pr-dimensionamento mnimo, conforme se apresenta abaixo:

    Imagem 33: Exemplo 02 seo 02 condies b x h Fonte: autor

  • 84

    5 Passo: Os pilares P3, P6 e P9 so pilares especiais na estrutura da edificao. Eles possuem

    caractersticas de esbeltez. Por este motivo, para calcular as dimenses da sua seo

    transversal, deve-se utilizar o seu ndice de esbeltez (70) a fim de descobrir a dimenso

    mnima para evitar a flambagem da pea, conforme se mostra abaixo.

    Sendo assim, para determinar as dimenses mnimas dos mesmos, deve-se:

  • 85

    6 Passo: Dessa forma, podem-se finalmente determinar as dimenses das sees dos pilares

    da edificao. No entanto, para evitar uma grande variedade nas dimenses dos elementos

    estruturais, devem-se definir as trs dimenses da classificao dos pilares, de acordo com sua

    posio (de extremidade, de canto e intermedirio), e ainda as dimenses dos pilares especiais

    esbeltos, levando em considerao as maiores dimenses encontradas para cada classificao,

    conforme imagem abaixo.

  • 86

    Imagem 34: Exemplo 02 lanamento pilares seo 01 e 02

    Fonte: autor

  • 87

    4.8. FLUXOGRAMA DE LANAMENTO E PR-

    DIMENSIONAMENTO DE PILARES

    Abaixo, apresenta-se um fluxograma ilustrado com a apresentao das principais

    etapas para o pr-dimensionamento de pilares de concreto armado, e, ao lado, imagens de

    exemplos de aplicao de pr-dimensionamento de um edifcio residencial de 15 pavimentos.

  • 88

    Imagem 35: Fluxograma Fluxograma (parte 01)

    Fonte: autor

  • 89

    Imagem 36: Fluxograma Fluxograma (parte 02)

    Fonte: autor

  • 90

    No apndice deste trabalho, encontram-se as imagens acima apresentadas neste fluxograma,

    de maneira ampliada, a fim de facilitar a observao de cada etapa do processo de pr-

    dimensionamento.

  • 91

    5.CONSIDERAES FINAIS

  • 92

    Este manual responde a contento as questes que impulsionaram a ao investigativa:

    O que estrutura? Para que ela serve? Qual a importncia deste conhecimento para os

    arquitetos? Quem deve conceber a estrutura do projeto? Como ela pode ajudar ou prejudicar

    um projeto arquitetnico? Qual o papel do engenheiro e do arquiteto no momento da

    concepo de uma edificao?

    Este guia enfatiza a importncia da concepo estrutural no momento do

    desenvolvimento do projeto arquitetnico, como aes concomitantes; demonstra as

    atribuies e responsabilidades do profissional de arquitetura, que deve assumir seu papel de

    criador e coordenador do projeto; apresenta os conceitos bsicos sobre as estruturas e ainda

    desenvolve um estudo especfico sobre os tipos, as importncias, as aplicaes, e mtodos

    para o pr-dimensionamento estrutural de pilares de concreto armado.

    importante frisar que o material apresentado no possui a inteno de minimizar a

    importncia do trabalho do engenheiro calculista de estruturas. So de sua responsabilidade o

    dimensionamento, a quantificao e a apresentao de possveis solues estruturais que

    possam vir a agregar valor s estruturas das edificaes. O objetivo ressaltar a necessidade

    do arquiteto de reconhecer e assumir a sua responsabilidade pela concepo estrutural em seus

    projetos, de maneira que o mesmo seja capaz de tomar partido da sua escolha para valorizao

    da sua ideia, e, ainda, ser capaz de minimizar certos impactos estruturais na conformao de

    sua arquitetura.

    Contudo, sabe-se que resta ainda a certeza de que a apresentao de mtodos para o

    pr-dimensionamento de pilares de concreto armado no encerra as possibilidades e

    necessidades de estudos sobre o assunto, uma vez que o processo de concepo estrutural

    engloba outros elementos estruturais alm dos pilares, tais como lajes, vigas e fundaes. O

    pleno entendimento e pr-dimensionamento da estrutura da edificao no seu todo requer o

    conhecimento do comportamento de todos os elementos estruturais que a compem.

    Diante dessa constatao, torna-se imprescindvel a continuidade dessa pesquisa, cujos

    resultados daro ensejo elaborao de outros guias prticos que complementaro este

    manual e formaro um conjunto de direcionamentos terico-prticos indispensveis ao ato de

    projetar.

  • 93

    REFERNCIAS

  • 94

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