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    MODALIDADES DE INVESTIGAO EM PSICOLOGIA

    QUANTITATIVO-EXPERIMENTAL - Objectivo: Predizer e explicar fenmenos atravs da

    aplicao do mtodo (teste de teorias e de hipteses).

    QUANTITATIVO-CORRELACIONAL Objectivo: Compreender e predizer fenmenos atravs

    da anlise de correlao entre criveis ou construtos ou de variveis externas dos

    sujeitos (formulao de hiptesescativas existncia de relaes entre...).

    QUALITATIVA Objectivo: Compreender e descrever os fenmenos na sua globalidade, com

    base numa perspectiva naturalista e/ou etnogrfica, i.e. preocupa-se mais em analisar

    de uma forma ampla do que com a quantificao e manipulao dos fenmenos, (inclui a

    nvestigao-aco - psicologia crtica).

    O MODELO DE ARNAU

    Arnau prope trs nveis para o processo de investigao cientfica:

    1 - Torico-conceptual - Neste nvel predomina a actividade racional. Numa primeira

    fase procede-se delimitao da rea de investigao e pesquisa sobre as teorias e

    modelos existentes. Posteriormente, procede-se elaborao das hipteses

    empricas.Numa fase final da investigao, este nvel implica a discusso e generalizao

    dos resultados.

    2 - Tcnico-metodolgico - Este nvel implica a anlise dos problemas prticos e

    compreende o plano de investigao e a definio e implementao da estratgia de

    recolha de dados.

    3 - Estatstico-analtico - Consiste na fase de elaborao e reunio dos dados e do

    ajustamento e tratamento dos mesmos luz de modelos estatsticos existentes. Estes

    trs nveis concretizam-se em trs fase operativas:

    1) Planificao da investigao

    2) Execuo propriamente dita

    3) "Papper" - artigo

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    O PROCESSO DE INVESTIGAO CIENTFICA

    O processo de investigao cientfica contempla vrias fase, que seguidamente sero

    descritas de forma sinttica:

    1 - Determinao do problema - O problema a questo que o investigador coloca e

    quer resolver. A identificao dos termos empricos que surgem quando se coloca uma

    problema, por sua vez, vo determinar a natureza da inve stigao:

    1.1.Investigao de carcter experimental - Os factores so susceptveis de

    manipulao restrita, tal permite estabelecer diferentes nveis dos mesmos por induo

    de diferenas (ex. A varivel independente com valores diferentes produzir efeitos

    diferentes na varivel dependente).

    1.2 Investigao de carcter no experimental - A identificao permite concretizar o

    nmero de factores susceptveis de manipulao activa (ex. verificar que o consumo de

    lcool pode estar relacionado com o rendimento escolar). Posteriormente, passa-se a

    uma manipulao mais restrita, mas nesta fase verifica-se apenas a existncia de uma

    relao entre os dois factores.

    2 - Reviso de antecedentes - Consiste na procura de informao relativa rea/tema

    que queremos investigar. Deve ser exaustiva e debruar-se no objecto de estudo que o

    problema coloca. Em funo da documentao e/ou produo cientfica existente a

    nossa investigao poder ser denominada de original ou de rplica.

    As hipteses de investigao so enunciados que antecipam a soluo do problema

    descrevendo a eventual relao funcional existente entre duas ou mais variveis, mas

    cuja veracidade ainda no foi comprovada.

    3- Mtodo- O mtodo de uma investigao cientfica compreende trs fases:

    1. - Seleco dos sujeitos que vo constituir a amostra e vo proporcionar a medida da

    varivel de resposta e consequentemente os resultados da investigao.

    2. - Determinao do instrumento e materiais a utiliza r.

    3. - Definio e operacionalizao das variveis e a forma como estas vo ser medidas e

    avaliadas.

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    5) Escolha do Desgn - Esta escolha deriva, em muito, das decises tomadas nas fases

    anteriores,nomeadamente, no que diz respeito ao nmero de variveis a

    manipular/controlar e acolha das tcnicas de controlo experimental.

    Mediante uma determinada situao experimental podemos escolher diferentes designs

    em funo dos elementos materiais disponveis e das vantagens / desvantagens que

    podemos ter em termos de validade da investigao.

    6) Implementao de procedimentos - Nesta fase esto implicadas as decises relativas

    ao sistema de registo / recolha de respostas / resultados, redaco de instrues, etc..

    Esta fase pressupe, portanto, a operacionalizao das variveis, a aplicao de provas,

    a recolha e o tratamento de dados.

    PROCESSOS DA INVESTIGAO SEGUNDO BUNGE

    Segundo Bunge, a investi gao pressupe trs tipos de processos, sendo eles:

    O processo metodolgico - Isto , a investigao constituda por um conjunto de passos

    a seguir para obter a soluo do problema.

    O processo lgico - A investigao constitui-se com uma conjunto de elementos

    conceptuais que intervm com toda a lgica que lhes deve estar associada. Este processo

    paralelo ao processo metodolgico.

    O processo expositivo - No qual esto inerentes a elaborao e redaco dos resultados

    da investigao. A investigao contempla, ainda, dois subprocessos que ocorrem em

    sentido inverso:

    O subprocesso de verificao - Este subprocesso dedutivo e provatrio. O seu

    carcter dedutivo advm do facto de partir da teoria existente para a realidade, no

    sentido de verificar a aplicabilidade da primeira na segunda, seguindo a seguinte

    sequncia:

    TEORIA MODELOS IDEIAS FACTOS

    Verificao das ideias cientficas

    0 subprocesso de teorizao - Este subprocesso indutivo, pois partindo de uma

    realidade observada, elaboram-se proposies empricas que, se confirmadas, podem dar

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    origem a leis cientficas, que por sua vez, aps agrupadas e interrelacionadas podem

    resultar na elaborao de uma teoria. Este subprocesso comea onde termina o

    subprocesso de verificao. Em sntese, segue a seguinte sequncia:

    REALIDADE OBSERVADA PROPOSIES EMPRICAS LEIS CIENTFICAS TEORIAS

    DETERMINAO DE UM PROBLEMA EM INVESTIGAO CIENTFICA

    A determinao de um problema em investigao consiste na aco mediante a qual se

    especfica de modo concreto o tema que se pretende investigar. O tipo de questes

    nerentes a uma investigao podem relacionar-se com algo que se procura conhecer

    estudo descritivo) ou com algo que se pretende explorar no sentido de obter respostas

    estudo explicativo).

    O problema pode ser formulado como:

    Questo - a investigao estar, ento, voltada para a compreenso ou explicao de

    um determinado fenmeno. Ou Resposta - a investigao procura uma resoluo ou

    forma de melhoria para determinada questo, ou seja, como aplicar determinada

    metodologia ou tratamento, ou agir sobre determinada situao. Consideraes a ter na

    determinao de um problema0Para efectuar uma determinao adequada de um

    problema a investigar necessrio ter em conta determinados aspectos relevantes:

    1 - Se a investigao psicossocial, ento o problema deve assumir o mesmo carcter.

    2- O problema deve ser concreto e real, assim como deve ser formulado de forma clara e

    precisa.

    3 - Deve dedicar-se especial ateno influncia dos juzos de valor no sentido de, na

    medida do possvel, ser controlada.

    4) O problema deve ser observvel e susceptvel de experimentao, ou de algum modo

    contrastvel ou verificvel por comparao realidade.

    5) O problema deve ser representativo e susceptvel de generalizao, isto , no nos

    deve remeter para casos nicos ou isolados.

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    6) O problema deve representar alguma novidade ou mais valia para a cincia em

    estudo e/ou para a realidade em que se insere. Se a investigao no implicar algo que

    possa significar um avano ou desenvolvimento em relao aos conhecimentos j

    existentes de nada serve repetir a anlise dos fenmenos ou a reviso de questes j

    resolvidas.

    PASSOS NA DEFINIO DE UM PROBLEMA

    1) Identificao O primeiro passo, como bvio, consiste na identificao do problema.

    Ainda nesta fase, devemos descrev-lo e relacion-lo. Na identificao importante que

    o investigador tenha conhecimentos tericos, competncias, interesses (para alm das

    caractersticas que j foram referidas) e experincias que lhe possam servir de suporte.

    Este conjunto de atributos ir permitir orientar as observaes e contactos de

    aprofundamento de uma forma mais ajuda.

    Assim o investigador poder considerar:

    1.1 teorias j existentes;

    1.2.observao de comportamentos/fenmenos;

    1.3 problemas prticos, cuja resoluo seria til (investigao aplicada, problem

    oriented search- propostas e/ti pistas decorrente s de outras investigaes.

    2) Avaliao da pertinncia e qualidade do problema Para alm das consideraes a

    ter na determinao de um problema,anteriormente referidas, ao avaliar a pertinncia do

    problema devemos verificar se:

    2.2 H condies para estud-lo: rheios tcnicos, meios materiais,disponibilidade e

    receptividade do contexto e seus actores;

    2.3 operacionalizvel luz de uma hiptese cientfica;

    2.4 relevante para a teoria e/ou prtica, ao nvel dos custos (materiais e humanos)

    sem ultrapassar os interesses dos envolvidos. Os resultados e aplicaes da investigao

    devem ser relevantes e trazer alguma vantagem ao nvel da produo cientfica e/ou dos

    contextos em estudo e seus intervenientes;

    2.5 Deve permitir a expresso clara de uma relao entre duas ou mais variveis;

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    2.6 Deve ser expresso de forma clara de modo a no da r lugar a imprecises;

    2.7. Deve ser susceptvel de verificao cientfica.

    Reviso de Antecedentes

    A reviso de antecedentes relativos a uma determinada rea sobre a qual recai o

    problema de investigao definido importante pois permite-nos:

    1- aceder ao estado de conhecimentos no domnio do nosso estudo;

    2- conhecer as teorias existentes que podem contribuir para a explicao do fenmeno e

    posteriormente equacionar o modelo de anlise a seguir;

    3- conhecer a(s) metodologia(s) mais frequentemente usada(s) no estudo do problema em

    causa e/ou metodologias a evitar ou menos adequadas;

    4- aceder a questes levantadas por outros investigadores e/ou sugestes relevantes

    dadas plos mesmos (assim como erros ou outras dificuldades que possam surgir na

    nvestigao). Fontes para reviso de antecedentes: pesquisa bibliogrfica, consulta de

    bases de dados, contactos com outros investigadores, conferncias e congressos, etc..

    A FORMULAO DE HIPTESES

    "hiptese uma proposio testvel, que pode vir a ser soluo do problema"

    McGuigan (1976)Uma hiptese bsica numa investigao, na medida em que orienta

    todo o processo subsequente e pode mesmo contribuir para a determinao do carcter

    da investigao.

    Traos essenciais de uma hiptese

    1- Representa um possvel soluo para o problema de investigao;

    2- Estabelece uma relao funcional entre duas ou mais variveis;

    3- A sua veracidade ainda no foi comprovada; Estabelece uma possvel orientao a

    seguir no decorrer da investigao.

    Princpios a considerar na formulao de uma hiptese

    Segundo McGuigan (1976), uma hiptese deve:

    1- ser testvel;

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    2- ser justificvel, requerendo-se para tal o seu enquadramento no mbito das

    hipteses j existentes na rea de estudo;

    3 - ser relevante para o problema em estudo;

    4- obedecer aos princpios da lgica;

    5- ser quantificvel;

    6- reunir generalidade explicativa.

    Segundo Freire e Almeida (1997):

    1- as variveis, relaes e condies que se pretendem estudar e testar devem ser

    passveis de avaliao;

    2 - a relao estabelecida no deve ter inerentes ju zos de valor;

    3 - a formulao da hiptese deve deixar em aberto ou fixar de imediato um determinado

    sentido para a relao entre variveis ou para as diferenas entre grupos.

    REQUISITOS DE UMA HIPTESE

    Wolman (1960)

    Segundo Wolman, uma hiptese deve ser:

    1- livre de contradies internas;

    2- susceptvel de comprovao;

    3- a sua contrastao deve implicar utilidade;

    4- deve antecipar ("saber prever");

    5- o seu enunciado deve ser claro e concreto.

    TIPOS DE HIPTESES

    Os tipos de hipteses existentes decorrem de dois factores: o processo deformulao que

    esteve na sua origem e o seu nvel de concretizao.Assim, elas podem decorrer de um

    determinado campo terico, no sentido de comprovar as teorias - dedutivas - ou podem

    decorrer da observao de umarealidade concreta - indutivas.

    Quanto ao nvel de concretizao, elas podem ser:

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    1- conceptuais quando estabelecem uma relao entre variveis ou relativa a uma ou

    vrias teorias;

    2 - operativas - quando indicam as operaes necessrias sua observao; estatsticas

    -quando expressam uma relao esperada (em termos quantitativos).

    Hipteses Estatsticas

    AS HIPTESES ESTATSTICAS PODEM FORMULAR-SE ATRAVS DE UMA:

    1- implicao condicional - se...ento - ou seja, tendo carcter dedutivo-experimental;

    ou - proposio relacional - as pessoas que...tambm - ou seja, tendo carcter indutivo-

    correlacional.

    As variveis

    A formulao de hiptese tem implcita a identificao das variveis e das

    relaes existentes entre elas. Em Psicologia os modelos tradicionais de investigao so

    o experimental e o correlacionai, da deriva o sentido atribudo s variveis nesta rea

    do conhecimento:

    Experimental: A investigao experimental entende a varivel como quantificao de

    comportamentos, tendo, para alm disso uma funo explicativa dos mesmos. A varivel

    vista como um factor determinante/determinado ou interveniente.

    Correlacional :A investigao correlacionai pressupe que a varivel tem por objectivo

    expressar e quantificar relaes entre dimenses (nomeadamente psicolgicas). A

    varivel est relacionada com as dimenses do comportamento avaliadas ou com

    construtos - conceitos mais amplos - (ex. inteligncia). Neste tipo de investigao a

    varivel assume, portanto, um carcter mais descritivo do que explicativo.

    Construtos: Entende-se por construto uma dimenso latente do comportamento

    humano, de carcter abstracto, ex.: inteligncia, personalidade, etc.. Uma investigao

    que se debruce sobre um destes conceitos no poder operacionaliz-los seno atravs

    de variveis que os traduzam, visto que eles no so mensurveis de forma directa.

    Assim, as variveis sero indicadores dos construtos. As perspectivas comportamental e

    ecolgica em Psicologia tem desenvolvido, por sua vez, um trabalho considervel no

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    sentido de conseguir A medir os comportamentos de forma directa (ex. registo de

    frequncia, durao e intensidade de comportamentos; quantificao de estmulos,

    dimenses pessoais e respostas).

    O processo pelo qual se traduz um construto em variveis designa-se como

    operacionalizao das dimenses que segundo Bravo (1985) se desenvolve em 4 fases:-

    >enunciao da varivel; deduo das principais dimenseSr^procura de indicadores

    concretos;e construo de ndices que possibilitem a medida.

    Estatuto das Variveis

    As variveis podem assumir diferentes papis em investigao, em funo do impacto

    que geram ou sofrem. Seguidamente so apresentados os diferentes tipos de variveis

    em funo do estatuto que podem assumir num processo de investigao:

    Varivel Independente, experimental ou de tratamento a varivel, dimenso ou

    caracterstica que manipulamos intencionalmente, o objectivo de conhecer o impacto

    que o seu valor pode produzir na varivel dependente. Poder ser considerada activa (se

    houver uma manipulao efectiva) ou atributiva (se considerarmos as caractersticas

    naturais dos sujeitos).

    Varivel Dependente ou critrio

    a varivel, dimenso ou caracterstica cujo valor, condio ou presena varia em

    funo das manipulaes que efectuamos na varivel independente.

    Varivel Interveniente, moderadora ou intermdia - a varivel que apesar de alheia

    ao experimento pode influenciar os resultados e desvirtu-los, diz-se moderadora pois

    pode interferir no comportamento, assumindo-se como intermdia entre as outras

    variveis. O seu controlo difcil de efectuar devido ao seu carcter interactivo.

    Varivel Parasita - a varivel que apesar de alheia ao experimento afecta a varivel

    dependente e seus resultados atravs da associao varivel independente.

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    Procedimentos de Controlo - O controlo destas variveis em estudos experimentais

    pode ser efectuado atravs de procedimentos tais como: a identificao, a eliminao; a

    manuteno da constncia das condies; o balanceamento das condies; o

    contrabalanceamento dos sujeitos, e a aleatorizao dos grupos de sujeitos nas vrias

    condies. Seguidamente, explica-se cada um dos procedimentos de controlo das

    varaveis :

    1-Identificao - Efectua-se a anlise, distino e identificao das variveis parasitas.

    2-Eliminao - Sempre que possvel, aps identificar as variveis parasitas estas devem

    ser eliminadas.

    3-Manuteno da constncia das condies - Quando as variveis parasitas no podem

    ser eliminadas uma das alternativas possveis mante-las constantes.

    Ex. Se a forma como o profissional que aplica uma prova d as instruesn interfere na

    VD, ento devemos manter o mesmo profissional para todos os sujeitos.

    4-Balanceamento das condies - Consiste em distribuir de forma equitativa os

    sujeitos em funo dos valores que a varivel parasita pode assumir. Se uma varivel

    parasita como a idade pode interferir nos valores da VD, ento devemos tentar distribuir

    de forma equitativa sujeitos de diferentes - grupos etrios pelo grupo controlo e pelo

    grupo experimental.

    5-Contrabalanceamento dos sujeitos - Este procedimento tem em vista eliminar a

    nterferncia do efeito de fadiga, de treino e de memorizao. Assim, os sujeitos de um

    experimento (ex. realizar 3 testes) devero ser divididos em grupos no sentido de

    possibilitar que todas as possibilidades de sequncia sejam esgotadas (T1- T2 - T3; T1 -

    T3 - T2; T3 - T2 - T1; T3 - T1 - T2, ete.).

    6-Aleatorizao dos grupos de sujeitos - Este procedimento consiste em seleccionar

    aleatoriamente os sujeitos para cada um dos grupos a constituir.

    7-Emparelhamento dos sujeitos - Este procedimento complementar, tem por objectivo

    assegurar a aleatorizao e em simultneo uma certa equidade entre os grupos (no

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    respeitante aos valores da VI).Outra alternativa consiste em agrupar os sujeitos por

    ntervalos de valores relativos VI, mas este procedimento no s dispendioso como

    pode limitar a generalizao dos resultados (reduo da variabilidade).

    Em sntese, pode dizer-se que identificar e controlar as variveis parasitas no

    simples. Contudo, o recurso literatura alusiva investigao da rea pode ser til no

    reconhecimento de algumas variveis parasitas.

    Anlise do comportamento - O Sistema "EORC"

    As correntes behavioristas defendem que o comportamento constitui um sistema

    dinmica para o qual convergem diversas variveis. O sistema "EORC" (Gonalves,

    1990), por sua vez, consiste numa operacionalizao das principais variveis associadas

    ao comportamento:

    E - estmulo; O - Organismo; R - Resposta e C - Consequncias.

    E Estmulo Consideram-se variveis estmulo as variveis ambientais ou aquelas que

    ocorrem imediatamente antes da resposta, sendo desencadeadoras da mesma. Esta

    conceptualizao traduz a influncia da escola de reflexologia sovitica e do

    behaviorismo clssico norte-americano, que valorizavam amplamente o papel do estmulo

    no comportamento. Assim, o ambiente e as aprendizagens anteriores, como estmulos

    que so assumem propriedades discriminativas e de reforo dos comportamentos.

    O- Organismo As variveis organsmicas so inerentes aos sujeitos e sua

    ndividualidade. Consideram-se, como tal, variveis pessoais e individuais, orgnicas e

    relativas histria pessoal do sujeito. Incluem-se, portanto, variveis genticas,

    fisiolgicas, educacionais e ambientais. Muitas destas variveis so, muitas vezes,

    representadas em construtos como a inteligncia, a personalidade, etc..

    R Resposta Entende-se por varivel resposta toda a manifestao comportamental ou

    conduta, de carcter motrico e/ou emocional (e respectivo significado associado). A

    anlise desta varivel deve, contudo, ser ampla e atender globalidade da situao quer

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    na avaliao quer na interveno. Isto , no nos devemos centrar apenas num dos

    aspectos (a situao deve ser analisada como um todo, incluindo as vertentes cognitiva,

    social, etc.).

    C - Consequncias varivel consequncia consiste no estmulo contingente ou

    concomitante, no efeito .esposta, ou seja, posterior a esta. A consequncia ter,

    portanto, um papel importante na manuteno ou extino do comportamento, visto que

    a forma como for percebida pelo sujeito ser importante para a determinao da

    frequncia, da durao, da intensidade e da probabilidade de ocorrncia do

    comportamento no futuro.

    PARMETROS DE MEDIDA

    A quantificao dos comportamentos, atravs da parametrizao das variveis

    , sem dvida, mais simples sempre que se recorra a equipamentos e instrumentos

    que permitam um nvel elevado de controlo, conforme o obtido em condies

    Os seguintes parmetros de medida das variveis, operacionali zadas segundo o

    Sistema "EORC", podem ser considerados em conjunto ou separadamente, mas em

    qualquer dos casos servem para quantificar o comportamento em anlise.

    1- FREQUNCIA de ocorrncia da resposta;

    2- INTENSIDADE da resposta;

    3- VELOCIDADE / qualidade da resposta;

    4- PROBABILIDADE de ocorrncia da resposta;

    5- DURAO da ocorrncia da resposta;

    6- Intervalo de tempo entre duas ou mais ocorrncias.

    NATUREZA DA MEDIDA DAS VARIVEIS

    As variveis podem ser apreciadas em funo da sua natureza e do tipo de apreciao

    quantitativa das suas manifestaes.

    Quanto natureza podemos distinguir variveis QUALITATIVAS e variveis

    QUANTITATIVAS, conforme seguidamente descrito.

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    Variaveis qualitativas, atributos ou categorias

    Este tipo de variveis, tambm designadas por tipolgicas, permitem descrever sujeitos

    ou situaes. A designao de tipolgicas advm do facto de as mesmas permitirem

    estabelecer tipos ou classes. Quando permitem estabelecer duas categorias - dicotmicas

    1-designam-se como descontnuas, se a dicotomia advm da sua natureza (ex.

    homem/mulher), ou como planeadas dicotomicamente, se tal deriva da diviso dos

    sujeitos ou dos dados em dois grupos (ex. aprovados/reprovados, com base na fixao de

    uma nota).

    VARIVEIS QUANTITATIVAS

    As variveis quantitativas operacionalizam caractersticas mensurveis, podendo

    exprimir-se em valores numricos (unidade de medida ou ordem). A avaliao dos

    fenmenos efectua-se atravs de critrios de frequncia, grau ou intensidade (variveis

    ntervalares) ou atravs de critrios de- sequncia ou ordem (variveis ordinais).

    Entre as variveis quantitativas podemos, ainda, distinguir dois tipos as:

    Diretas e As Contnuas. As variveis discretas exprimem-se em valores numricos

    nteiros (ex. notas de Q.l.), enquanto que as contnuas se exprimem em valores

    nteiros ou fraccionrios dentro de um continuum (ex. tempos de reaco a um

    estmulo).

    Intervalo de tempo entre duas ou mais ocorrncias,

    NATUREZA DA MEDIDA DAS VARIVEIS

    as variveis podem ser apreciadas em funo da sua natureza e do tipo de

    apreciao quantitativa das suas manifestaes. Quanto natureza podemos distinguir

    variveis qualitativas e variveis quantitativas, conforme seguidamente descrito.

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    VARIVEIS QUALITATIVAS, ATRIBUTOS OU CATEGORIAS

    Este tipo de variveis, tambm designadas por tipolgi cas, permitem descrever

    sujeitos ou situaes. A designao de tipol gicas advm do facto de as mesmas

    permitirem estabelecer tipos ou classes. Quando permitem estabelecer duas categorias -

    dicotmicas - designam-se como descontnuas, se a dicotomia advm da sua natureza

    ex. homem/mulher), ou como planeadas dicotomicamente, se tal deriva da diviso dos

    sujeitos ou dos dados em dois grupos (ex. aprovados/reprovados, com base na fixao de

    uma nota).

    AS ESCALAS DE MEDIDA USADAS COM ESTE TIPO DE VARIVEL DEVEM ASSEGURAR:

    - homogeneidade - a escala deve ser definida e lgi ca;

    - a incluso de todos os elementos observados;

    - a utilidade da escala para o estudo;

    - a excluso recproca das categorias (no pode haver sobreposi o).

    Variveis Quantitativas

    As variveis quantitativas operacionalizam caractersticas mensurveis,

    podendo exprimir-se em valores numricos (un idade de medida ou ordem). A

    avaliao dos fenmenos efectua-se atravs de critrio s de frequncia, grau ou

    ntensidade (variveis intervalares) ou atravs de critrios de sequncia ou ordem

    Tipos de escalas de medida

    ESCALAS NOMINAIS

    Estas escalas so meramente classificativas, pois permitem descrever/designar

    os sujeitos sem, contudo, proceder a quantificaes. Os sujeitos so identificados

    atravs de um nmero, cdigo ou valor identificativo. A escala serve, portanto, para

    enumerar, descrever e contar sujeitos por subgrupos dentro de uma amostra, sendo

    mportante sublinhar que cada sujeito s pude pertencer a um subgrupo.

    Exem:Um estudo em que se pretende avaliar as diferenas entre homens e mulheres,

    poderemos atribuir o cdigo 1 a sexo masculino e o cdigo 2 a sexo feminino. Ta!

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    permitir contabilizar mais facilmente o sujeitos de cada grupo. Para alm disso,

    obviamente, os sujeitos do grupo 1 no podero integrar o grupo 2 e vice-versa.

    ESCALAS ORDINAIS

    As escalas ordinais permitem no s identificar os sujeitos mas tambm ordena-

    os, por ordem crescente ou decres cente. Assim, no s podemos estabelecer

    diferenciaes mas tambm efectuar comparaes em funo do posicionamento.

    Apesar das caractersticas atrs mencionadas, estas escalas no contemplam

    valores absolutos nem estabelecem diferenas equitativas entre pontos (logo saber

    que a b, no nos permite, portanto, saber a distncia entre a e b ou que a = 2b).

    ESCALAS INTERVALARES

    Estas escalas incluem o conhecimento da diferena/distncia entre pontos atravs de

    valores quantitativos constantes, ou seja, existem intervalos ou pontos de distncia.

    Contudo, o facto de no existir um zero absoluto no permite conhecer a razo de um

    ponto para outro (ex. sabemos que a dista x de b, mas no podemos afirmar que a = 2b).

    Os valores decorrem da frequncia ou grau assumidos por uma propriedade (ex. nmero

    de itens de uma prova correctamente respondidos). Assim, os resultados podem ser

    objecto de converses lineares como acontece, por exemplo, quando se convertem notas

    brutas em notas padronizadas.

    Na maior parte das investigaes em Psicologia este tipo de escala traduz mximo de

    quantificao possvel.

    ESCALAS PROPORCIONAIS OU DE RAZO

    Esta escalas distinguem-se, essencialmente, das anteriores pelo facto de contemplarem

    a existncia de um zero absoluto, que como se depreende difcil de fixar em cincias

    como a Psicologia. O recurso a este tipo de escala pressupe, ainda, a existncia de

    ntervalos iguais. A existncia de um zero absoluto permite estabelecer razes entre

    quantidades conjuntos.

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    O PLANO DE INVESTIGAO

    O plano de investigao assume uma grande importncia no processo na

    medida em que constitui um elemento organizativo e orientador. A sua definio ,

    portanto, imprescindvel, e comporta a resposta a questes como: O que fazer ? Quando

    ? Como ? Junto de quem ? Por quem ? Com que recursos ? Como sero avaliados os

    efeitos ?

    Destas questes decorrem decises relativas a vrios aspectos, como:

    - A amostra - qual o efectivo necessrio, quais as suas caractersticas e qual a

    representatividade inerente a esse efectivo.

    - Os momentos de avaliao - Como sero manipuladas e medidas as variveis.

    - Os procedimentos - Como sero recolhidos os dados, com que meios e recursos.

    - O experimentador - Qual o seu papel e interveno no contexto de investigao.

    PLANO / DESIGN DE INVESTIGAO

    O plano / design de investigao consiste no conjunto de procedimentos e orientaes

    que deveremos seguir de forma a assegurar o rigor e o valor prtico da informao

    recolhida. Assim, importa definir:

    1) O alvo -junto de quem vamos intervir/experimentar/observar;

    2) O agente - quem vai intervir/avaliar;

    3) O timing - por exemplo, quando vamos introduzir a condio experimental e/ou

    efectuar avaliaes;

    4) A sequncia e o controlo - qual a sequncia de implementao das condies, como

    vamos emparelhar os grupos, como vamos controlar as variveis parasitas, etc..

    5) O objecto de avaliao -- o que vai ser avaliado e com que meios (comportamentos,

    situaes, etc.).

    A definio destes aspectos vai ser determinante para: as margens de e rro; a

    segurana dos resultados; a relao entre resultados e as condies experimentais; a

    oossibilidade de generalizao dos resultados.

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    VALIDADE INTERNA

    Definio - A validade interna corresponde ao grau com que no final da inve stigao

    se consegue atribuir os resultados na varivel dependente ao efeito/manipulao da

    varivel independente.

    Factores que podem afectar a validade interna

    1) O contexto - acontecimento externo e concomitante investigao que pode '

    nfluenciar a varivel dependente.

    2) Maturao/desenvolvimento dos sujeitos - os resultados na V.D. podem ser

    nfluenciados pelo desenvolvimento dos sujeitos (factor frequente nos estudos com

    crianas), ou seja, os ganhos podem resultar da sua maturao, sendo difcil distinguir

    efeitos.

    3) Seleco diferencial dos sujeitos - O enviesamento dos resultados advm da

    constituio dos grupos, o que mais frequente quando se utilizam grupos naturais.

    4) Mortalidade experimental - os sujeitos "abandonam" a amostra, por diversas razes

    morte, mudana, simples abandono). Esta situao mais crtica quando se perdem

    sujeitos que se situavam em "extremos" da distribuio da curva, pois ficmos como uma

    amostra demasiadamente homognea.

    5) Interaces - Quando se verificam a presena simultnea de factores a validade

    nterna fica ainda mais afectada (ex. a maturao dos sujeitos e factores contextuais).

    6) Reactividade da medida - incluem-se neste factor os efeitos de avaliaes intercalares

    ao longo da investigao, pois produzem nos sujeitos efeitos ao nvel da avaliao que

    eles fazem da investigao e da sua motivao para participar na mesma ou em fases

    posteriores. O impacto deste factor na validade interna significativo, visto que as

    avaliaes intercalares, por exemplo, afectam cada sujeito de forma diferente.

    7) Instrumentao - Os instrumentos de medida, o seu estado de conservao e a

    nterveno propriamente dita (a forma como implementada) podem interferir

    significativamente, por exemplo, na resposta dos sujeitos e na varivel dependente,

    comprometendo o efeito da V. l..

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    8) Regresso estatstica - Em investigao no havendo "certezas absolutas" possvel

    que o acaso e a probabilidade nos remetam para situaes em que os efeitos observados

    na V.D. resultem apenas das leis probabilsticas e n o da manipulao da V.L

    9) Difuso ou imitao da varivel tratamento - Este tipo de interferncia deve-se,

    muitas vezes, a "fuga de informao entre sujeitos". Assim, por exemplo,a passagem de

    nformao, relativa ao tratamento aplicado a um grupo, para outro grupo condicionar

    o comportamento deste. O segundo grupo tender a exibir comportamentos que

    considera desejveis. Este tipo de interferncia mais frequente quando h uma

    aplicao sequencial da varivel tratamento aos diferentes grupos.

    GRUPOS E MOMENTOS NUM PLANO DE INVESTIGAO

    No desenvolvimento do processo de investigao importa, tambm, definir o processo de

    seleco dos sujeitos e os momentos em que vai decorrer a recolha dos dados.

    PLANOS EXPERIMENTAIS

    Os planos experimentais caracterizam-se por contemplar 2 ou mais grupos, em que cada

    um deles corresponde a uma condio, assim, na maior parte das mestigaes temos:

    - o grupo EXPERIMENTAL - que ser alvo da condio experimental - V.L;

    - o grupo CONTROLO -que no ser al vo da V. l.;e/ou

    o grupo PLACEBO - que ser alvo de uma condi o ou tratamento de e feito neutro, tendo

    associada a vantagem de reduzir a curiosidade associada ausncia de condio e

    respectivas consequncias, conforme acontece no grupo controlo.

    Validade externa

    Definio - A validade externa reporta s condies que podem afectar a

    representatividade dos procedimentos e resultados e consequentemente a possibilidade

    de generalizao populao, a outras amostras ou a outras situaes.

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    FACTORES QUE PODEM AFECTAR A VALIDADE EXTERNA

    1) Reactividade experimental - O simp les facto de os sujeitos participarem na

    nvestigao pode alterar os seus padres comportamentais.

    2) Interaco tratamento - atributos - Este efeito tem a ver com aspectos relativos

    seleco dos sujeitos. Por exemplo, se a nossa amostra for constituda por estudantes

    universitrios ou por uma minoria tnica teremos dificuldades em generalizar os

    resultados populao em geral.

    3) Efeito reactivo do pr-teste - Se os sujeitos for submetidos a um pr-teste estamos a

    aumentar a probabilidade de se verificarem as mudanas pretendidas, nomeadamente

    atravs do seu efeito de treino.

    4) Tratamentos MLTIPLOS - Considerando que tratamentos anteriores interferem

    sempre em tratamentos posteriores a validade externa ser afectada, na medida em que

    ser difcil distinguir os efeito s e o "peso" de cada tratamento.

    5) Novidade do TRATAMENTO - A novidade inerente participao interfere nos

    resultados, na medida em que lhe esto sempre associadas a curiosidade e a motivao,

    aspectos que sem dvida alteram o comportamento dos sujeitos.

    Na seleco dos grupos, para assegurar a significncia dos resul tados,

    poderemos recorrer a uma das seguintes alternativas:

    - efectuar uma seleco aleatria dos sujeitos;

    - proceder ao emparelhamento dos sujeitos;

    - implementar os procedimentos de modo que todos os suj eitos/grupos

    passem por todas as condies possveis.

    Momentos da avaliao Os momentos da avaliao numa investigao servem, na

    globalidade, para apreciar os efeitos, as mudanas ou ganhos obtidos.

    O PR-TESTE - Efectua-se antes da aplicao da condio experimental ou tratamento,

    no sentido de conhecer o estado que a precede. Na sua aplicao deve considerar-se o

    efeito da reactividade ao mesmo.

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    O PS-TESTE - Efectua-se aps a aplicao da condio experimental ou A

    tratamento, no sentido de verificar o impacto da mesma.

    O FOLLOW-UP - Efectua-se decorrido um perodo tempo aps o final da investigao. O

    seu principal objectivo consiste em verificar se o efeito se mantm no tempo.

    particularmente usado em intervenes que visam a modificao de comportamentos.

    Em todos os momentos de avaliao, atrs referidos, o obje ctivo final verificar

    se a varivel independente produziu efeitos na varivel dependente. A opo por

    determinado(s) grupo(s) e por determinados momentos para efectuarmos a avaliao

    estaremos a obter uma combinao que nos pode remeter para um tipo de estudo em

    detrimento de outros. Assim podemos optar por um dos trs tipos de estudos que

    seguidamente so descritos:

    ESTUDO TRANSVERSAL:

    - H avaliao comparativa de grupos etrios diferente s;

    - H comparao dos resultados obtidos num mesmo momento;

    - Permite observar diferenas relativas evoluo global em funo do escalo etrio;

    - Tem a desvantagem de se poder verificar o "efeito de gerao" (as diferenas podem

    estar relacionadas com variveis associadas gerao-valo res, atitudes, etc.).

    ESTUDO LONGITUDINAL

    - Os mesmos sujeitos so observados em vrios momentos ao longo dotempo;

    - Permite evitar o "efeito de ge rao";

    - Tem as seguintes desvantagens: moroso; dispendioso; est sujeito ao efeito

    nteractivo das testagens sucessivas; contempla taxas mais elevadas de mortalidade

    experimental.

    ESTUDO SEQUENCIAL

    - Vrios grupos de sujeitos so observados em vrios momentos ao longo do tempo;

    - Permite avaliar diferenas inter e intra indi viduais;

    - Tem as mesmas desvantagens que o estudo longitudinal.

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    MTODO EXPERIMENTAL

    mtodo experimental implica a presena de duas condie s:

    - a observao objectiva dos fenmenos, para a qual contribuem a qualidade dos

    nstrumentos e dos procedimentos e o controlo dasituao;

    - os resultados e concluses devem assentar apenas no quadro da relao entre V. l. e V.

    Plano Experimental

    Um plano experimental, isto verdadeiramente experimental, por sua vez, para

    assim ser considerado dever:

    1) Assegurar a manipulao da V. l. e a fixao prvia dos seus valores.

    2) Implicar 2 ou mais nveis de valores na V. l. pa ra efeitos de contraste.

    3) Ter uma amostra aleatria.

    Um dos principais objectivos de um plano experimental assegurar que a varincia da

    V.D. se deva exclusivamente manipulao da V.L Para tal devero ser controladas as

    variveis alheias ao experimento, tais como as associadas ao

    experimentador, ao contexto e s caracter sticas dos sujeitos (descritas em seguida).

    Variveis associadas ao experimentador:

    - atitudes e expectativas relativamente aos resultados;

    - traos fsicos ou sociais.

    Variveis associadas ao contexto experimental:

    - condies do ambiente (luz, rudo, temperatura, etc.);

    - condies do experimento;

    - percepo relativa investigao e participao na mesma.

    ou optar pela implementao do Plano Solomon, no qual se controla o efeito

    de pr-teste com recurso introduo de mais dois grupos, conf orme o

    esquema que se segue:

    Este tipo de plano permitir avaliar o efeito do pr-teste na varivel independente -

    comparando o grupo 1 e o grupo 3 - e a interaco entre o pr teste e o ps-teste -

    comparando o grupo 2 e o grupo 4.

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    Em interveno psicolgica, nomeadamente em contexto clnico, frequente partir-se

    de uma condio inicial A - designada por linha de base, implementar o tratamento - B -

    e depois voltar a A, para avaliar os efeitos de B (A-B-A).

    Em alternativa, poder-se- regressar ao tratamento com o objectivo de, por exemplo,

    prolongar os seus ganhos.

    MTODO CORRELACIONA nem sempre a investigao pode ser efectuada com recurso ao

    mtodo experimental, visto que os contex tos nem sempre permitem o nvel de controlo

    existente, por exemplo, em meio laboratorial. As questes ticas e os condicionalismos

    associados prtica psicolgica, por sua vez, podem, tambm, condicionar a

    possibilidade de controlo.

    MTODOS QUALITATIVOS Os mtodos qualitativos so anteriores ao mtodo

    experimental e ressurgiram recentemente dada a necessidade de compreender os

    fenmenos humanos e sociais, tendo em conta:

    1) A importncia da experincia subjectiva como fonte de conhecimento;

    2) A necessidade de estudar os fenmenos partindo da perspectiva dos sujeitos e/ou

    respeitando as suas referncias e valores;

    3) A importncia de perceber de que forma os sujeitos experincia e,interpretam o

    mundo social que os rodeia e que acabam por construi interactivamente.

    Em sntese, segundo Simes (1990), com este tipo de mtodo valorizam-se:

    1) As significaes pessoais dos fenmenos;

    2) O posicionamento na perspectiva dos sujeitos para, posteriormente, conhecer e

    explicar os seus comportamentos. Assim, a investigao baseada em mtodos

    qualitativos tender a centrar-se nas dimenses internas dos sujeitos, suas interaces,

    nterpretaes e significaes. Pode, ainda, dizer-se que estes mtodos tm um carcter

    ndutivo, holstico e ideogrfica, na sua tentativa de compreender os fenmenos

    atendendo aos contextos.

    Em termos metodolgicos, as diferenas so tambm significativas. Os planos

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    de investigao tendem a ser mais flexveis e adaptados progressivamente adaptados

    as diferentes fases do processo. A recolha de dados efectuada de forma mais

    diversificada, em funo do tempo e do espao. Os mtodos de avaliao so mais

    nformais e menos quantitativos e contemplam, por exemplo:

    1) a entrevista;

    2) o registo directo;

    3) a observao participante;

    4) a anlise de documentos, etc..

    Obviamente, com estas caractersticas metodolgicas, mais difcil garantir a

    objectividade e validade dos resultados. Contudo, mtodos como a triangulao e a

    contrastao subjectiva podem auxiliar a contornar estas questes.

    POPULAO E AMOSTRAS

    Uma das formas de assegurar a significncia dos resultados de uma nvestigao

    garantir que as amostras utilizadas sejam vlidas, isto , que tenham qualidade.

    Os resultados devero, portanto, ser independente dos sujeitos tomados e estar

    ssociados condio experimental e sua manipulao. Assim, convm considerar, que

    na seleco dos sujeitos no tem qualquer iteresse incluir todos os sujeitos de uma

    populao (devido ao tempo, ao custo, acessibilidade e ao desinteresse estatstico que

    tal implica), contudo, mesmo no considerando todos os sujeitos devemos assegurar a

    possibilidade de generalizar os resultados.

    UNIVERSO: Consiste na totalidade dos sujeitos/fenmenos/observaes que podem

    ser reunidos por obedecerem a uma determinada caracterstica.

    POPULAO: Consiste num conjunto de indivduos/casos/observaes onde se quer

    estudar determinado fenmeno.

    AMOSTRA: um conjunto de sujeitos/casos/observaes extrados de uma populao. A

    amostra deve representar a populao de que proveniente.

    SUJEITO: Cada um dos indivduos/elementos que constitui a amostra.

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    Amostragem: Processo de seleco de parte de uma populao em que os

    sujeitos/situaes/observaes informam sobre as caractersticas da populao.

    A amostragem orienta-se por requisitos que visam garantir a validade dos resultados e a

    possibilidade de serem generalizados. Se a amostragem for orientada por princpios

    probabilsticos permite obter as amostras ditas "verdadeiras". Se for orientada por

    princpios no probabilsticos permitir obter grupos.

    ^ Entre os diversos mtodos de amostragem temos:

    amostragem aleatria simples;/ estratificada;/ sistemtica; por grupos;/ polietpica.

    Entre estes processos de amostragem os mais frequentemente utilizados em psicologia

    so a amostragem aleatria simples e a amostragem estratificada.

    Fluidamente apresentada uma sntese explicativa de cada uma deles.

    Amostragem aleatria simples Este o tipo de amostragem mais conhecido e tambm

    aquele que permite uma aior rigor cientfico. Uma amostra obtida desta forma

    caracteriza-se por:

    1) Ser obtida totalmente ao acaso;

    2) Evitar enviesamentos (amostras viciadas);

    3) Todos os sujeitos tm a mesma probabilidade de a in tegrar;

    4) A seleco de um sujeito no interfere com a seleco de outro;

    5) Permitir uma elevada probabilidade de generalizao dos resultados.

    A possibilidade de generalizao dos resultados ser tanto maior quanto maior forem:

    - a proximidade entre o nmero de sujei tos da amostra e o nmero de

    elementos da populao;

    - o nmero de sujeitos da amostra em funo dos estratos da populao;

    - a possibilidade de manter a aleatoriedade na escolha dos sujeitos e ao

    ongo da investigao.

    Entre as vantagens do mtodo de amostragem aleatrio simples, contam-se:

    1) O baixo custo;

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    2) A tendncia para assegurar a representatividade dos resultados;

    3) A tendncia para assegurar o significado estatstico;

    4) O facto de evitar a tendenciosidade.

    A principal DESVANTAGEM deste mtodo de amostragem consiste na necessidade

    e conhecer bem os estratos da populao. Um dos subtipos da amostra aleatria a

    ista de pessoas ou procedimento do painel. Este procedimento, frequentemente utilizado

    em sondagens da opinio pblica, implica o acompanhamento longitudinal de uma

    amostra aleatoriamente seleccionada.

    As VANTAGENS deste procedimento prendem-se com a sua maior preciso, o

    anonimato dos sujeitos e uma maior possibil idade de aprofundamento das anlises e

    dos resultados.

    As DESVANTAGENS esto associadas ao seu carcter longitudinal (que implica a

    cerda de alguma aleatoriedade, por exemplo devido s desistncias dos sujeitos) e ao

    enviesamento dos resultados resultante da percepo que os sujeitos tm da sua

    mportncia para a investigao.

    SELECO ALEATRIA E DISTRIBUIO ALEATRIA

    Estes dois conceitos so muitas vezes, erradamente, confundidos. Assim, enquanto que

    a seleco reporta ao momento da escolha dos sujeitos, a distribuio est associada ao

    momento em que estes so repartidos plos diferentes grupos de nvestigao (ex. grupo

    controlo e grupo experimental). O facto de os sujeitos serem distribudos aleatoriamente

    plos grupos no significa que eles foram seleccionados

    aleatoriamente, logo no garante a representatividade dos resultados. Poder-se- dizer,

    ento, que foi garantida a validade interna da investigao (os grupos so (amparveis)

    mas o mesmo no se pode dizer quanto validade externa (visto que .. resultados no

    so generalizveis).

    AMOSTRAGEM ALEATRIA ESTRATIFICADAEste tipo de amostragem um dos mais

    precisos. Constituem-se grupos aleatrios de sujeitos de acordo com a sua frequncia na

    populao, ou seja, a distribuio dos sujeitos na amostra coincidente com a

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    distribuio dos sujeitos na populao. Este tipo de amostragem s possvel se

    tambm for possvel dividir a oopulao em estratos, isto efectuar o recenseamento da

    mesma. A equivalncia ser assegurada pela obedincia percentagem de sujeitos em

    cada estrato e pela integrao aleatria dos sujeito s na amostra.

    AMOSTRAGEM SISTEMTICA

    A amostragem sistemtica um procedimento em que se considera o coeficiente do

    quociente entre o nmero de elementos da populao e o nmero de sujeitos da amostra.

    Os sujeitos so seleccionados com recurso aos nmeros aleatrios que coincidem com

    esse intervalo.

    AMOSTRAGEM POR GRUPOS

    Neste tipo de amostragem no se tomam os sujeitos mas sim os grupos em que est

    organizada a populao (ex. seleccionar as pessoas por distrito). Amostragem polietpica

    Conforme a prpria designao este tipo de amostragem realiza -se por etapas, por

    exemplo, em grupos cada vez mais especficos da populao (ex. distrito - concelho -

    freguesia).

    REPRESENTATIVIDADE E SIGNIFICNCIA

    A significncia est associada ao nmero de sujeitos/observaes que constituem a

    amostra. A representatividade est associada qualidade do mtodo de amostragem.

    partida o uso de um bom mtodo de amostragem implica que haja significncia (n. de

    sujeitos adequado). Contudo, o facto de termos uma amostra com significncia nem

    sempre assegura que ela seja representativa da populao. Para assegurar a

    representatividade de uma amostra, ou seja, que esta reflicta a viao deveremos:

    1) Conhecer previamente as caractersticas da populao relevantes para a investigao;

    2) Conhecer de que forma esto distribudos essas caractersticas pela populao;

    3) Utilizar um processo de amostragem adequada (de preferncia probabilstico)

    Estes procedimentos so importantes na medida em que se no garantirmos a

    representatividade da amostra estaremos a perder significativamente a capacidade de

    explicao dos fenmenos.

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    A representatividade ser tanto maior quanto mais:

    1) elevado for o nmero de sujei tos da amostra;

    2) o nmero de sujeitos da amostra traduzir os estratos da populao previamente

    dentificados;

    3) os sujeitos tiverem sido seleccionados aleatoriamente.

    RELATIVAMENTE SIGNIFICNCIA, coloca-se frequentemente a questo relativa ao

    rmero de sujeitos que a amostra dever incluir. Esse nmero depender da definio do

    nvel de confiana que pretendemos (95% ou 99%) e do erro de estimativa (5% ou 1%).

    Para facilitar esta deciso existem vrias tabelas que em

    uno do nmero de elementos da populao indicam qual o nmero de sujeitos que

    a amostra dever contemplar. Um exemplo a Tabela de Krejcie & Morgan ( 1970).

    Em geral verifica-se que quanto mais elevado for o nmero de e lementos de

    ^a populao menor ser o aumento do nmero de sujeitos da amostra, isto este

    aumento representa-se atravs de uma curva algortmica e no linear.

    Amostragem acidental

    Os grupos so constitudos sem que haja qualquer cuidado ou inteno

    especfica, todos os sujeitos interessados ou que se encontram disponveis podero

    participar na investigao, pelo que estes grupos tambm se designam de "tout

    venants".

    Amostragem acidental

    Os grupos so constitudos sem que haja qualquer cuidado ou inteno

    especfica, todos os sujeitos interessados ou q ue se encontram disponveis podero

    participar na investigao, pelo que estes grupos tambm se designam de "tout venants".

    PROCEDIMENTOS DE CONSTRUO

    Qualquer teste, prova, escala ou entrevista consiste num conjun to de itens mais

    du menos organizado relativo a um determinado domnio de estudo. Por outro lado,

    enquanto que uma prova ou instrumento consiste numa tcnica

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    mais forma! e especfica, as situaes de avaliao como as checklist de

    comportamentos, as grelhas de observao, entrevistas, etc. so t cnicas mais armais.

    RECOLHA DOS ITENS

    Antes de proceder construo de um instrumento devemos defin ir alguns

    Darmetros, tais como:

    1) O mbito e objectivo do instrumento Qual a sua utilidade e qual a situao de

    nvestigao.

    2) A populao a que se destina Quem vo ser os sujeitos e em que contexto vo ser

    observados (quem, como e onde).

    3) A caracterstica ou dimenso que se pretende avaliar (construto) Ex. personalidade,

    nteligncia, etc..

    4) Os aspectos comportamentais a integrar e que explicitam o construto.

    A definio destes parmetros implica:

    - o contacto com a literatura sobre o tema/rea;

    - o contacto com outros investigadores;

    - a anlise de provas/instrumentos com o mesmo

    carcter ou que pretendam medir/avaliar a mesma

    dimenso;

    Na fase final desta operacionalizao dever ser possve l dizer:

    1) Se o construto tem uma ou mais dimenses;

    2) Quais os comportamentos mais relevantes;

    3) Quais so as condies necessrias para que a observao seja adequada;

    4) Se realmente necessrio construir o instrumento/prova. mbito da prova

    A abordagem psicomtrica em Psicologia pressupe que ao defin irmos o mbito

    da prova devemos:

    1 Definir operacionalmente os construtos;

    2) Fixar as operaes que os explicitem;

    3) Definir os itens/situaes que os explicitem.

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    Obviamente no se trata de uma tarefa fcil quer pelo carcter interno dos

    construtos em Psicologia e o facto de existirem muitas de finies para cada construto.

    Em sntese, em investigao pretende -se estabelecer o seguinte tipo de relao:

    A definio do mbito da prova re levante para a fase seguinte, ou seja, para a

    anlise e seleco dos itens.

    ELABORAO DOS ITENS

    A tendncia actual da investigao em Psicologia segue o seguinte

    Drocedimento:

    1) Definir o construto; '

    2) Selecionar a amostra;

    3) Aplicar o instrumento (para validao);

    4) Efectuar anlises estatsticas.

    A elaborao dos instrumentos pode contemplar um ou vrios dos seguintes objectivos:

    1) Diagnosticar traos internos / dimenses comportamentais;

    2) Classificar / diferenciar sujeitos;

    3) Definir parmetros para uma interveno;

    4) Avaliar a eficcia de uma interveno;

    5) Despistar situaes / comportamentos de risco (screening}\

    Uma boa definio dos objectivos que se pretendem atingi r ser til na medida

    em que facilitar a definio dos tipos de dados / in formaes que pretendemos obter.

    FORMULAO DOS ITENS

    Ao tentar operacionalizar um construto ou situao devemos formular um primeiro

    conjunto de itens. Por norma, o primeiro conjunto de itens , em nmero, luas vezes

    maior ao nmero de itens que a prova ter no final, aps a anli se e ".eleco.

    Torna-se, portanto, necessrio tomar algumas decises prvias quanto aos

    ^ns, tais como:

    1) O nmero de itens que ter aprova final;

    2) O grau de dificuldade e o nvel de intensidade dos comportamentos a

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    avaliar, considerando os sujeitos e os obje ctivos da investigao;

    3) A forma e o contedo dos itens na sua formulao;

    4) A forma de aplicao dos itens e da prova aos sujeito s.

    Quanto aplicao da prova importa, ainda decidir:

    1) Quantas alternativas de escolha os sujeito s tero para responder;

    2) Com dever ser elaborada a resposta;

    3) Se a aplicao ser individual ou em grupo;

    4) Se os itens sero muito ou pouco estruturados;

    5) Quais e como sero os exemplos, os exerccios de treino e as instrues. Sem estes

    cuidados prvios correr-se- o risco de no medir e/ou avaliar o que nicialmente se

    pretendia, no esquecendo o facto de nem sempre ser possvel efectuar correces em

    momentos posteriores. Um outro procedimento a considerar intercmbio

    nterdisciplinar no sentido de assegurar a complementaridade teoriaca

    ADMINISTRAO DA PROVA

    Um aspecto de extrema importncia a considerar na avaliao psicolgica orende-se com

    a necessidade de relativizar os resultados dos testes. Assim, importa .eferir e ter sempre

    a ideia de que os resultados, i.e. o desempenho dos sujeitos reflexo no s das suas

    aptides, mas tambm das condies em que foi efectuada a avaliao. Assim, para

    complementar a informao provenientes dos resultados do e/prova o psiclogo dever

    estar atento a aspectos tais como: as atitudes dos sujeitos, o seu comportamento no

    verbal, a forma como reagem situao, etc..

    Para alm destas consideraes o psiclogo dever estar atentos a aspectos importantes,

    nerentes prova/teste, como:

    1) O material - As condies em que se encontra devem ser adequadas (no estar

    danificado, etc.) e a forma como utilizado, que deve respeitar as instrues dos

    autores.

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    2) As condies de aplicao - Estando includas no s as condies ambientais onde

    aplicada a prova, mas tambm as condies dos sujeitos, i.e. o seu estado fsico e

    psicolgico e a relaes que se desenvolvem neste mbito (avaliador-avaliado e avaliado-

    situao de avaliao).

    3) A cotao e interpretao dos resultados - Relativamente a esta fase da avaliao o

    psiclogo dever:

    - respeitar as normas de cotao e interpretao referidas no manual da prova;

    - estar atento a aspectos como, por exemplo, a estratgia de resposta utilizada pelo

    sujeito, no sentido de possibilitar uma anlise qualitativa e integradora da informao

    recolhida.

    AFERIO DOS RESULTADOS

    A aferio dos resultados tem como principal objectivo a anlise de informao tcnica

    relativa avaliao (no sentido amplo, ou seja, no restrita aos mtodos e .cnicas de

    avaliao formal) e a apreciao dos resultados, considerando, no s as normas de

    nterpretao, mas tambm as caractersticas metrolgicas dos resultados. Este

    procedimento utilizado sempre que construdo um novo teste ou que se )retende

    aplicar esse teste a uma populao diferente.

    Caractersticas metrolgicas dos resultados isabilidade

    Esta caracterstica prende-se com as pectos como: a facilidade de aplicao da

    prova, a facilidade de estandardizao dos resultados, a facilidade de correco,

    PRINCPIOS GERAIS A CONSIDERAR NA FORMULAO DOS ITENS

    1) Objectividade Um item deve ser formulado de forma a que a resposta do sujeito seja

    clara e bem decidida, de forma a que o investigador possa perceber se, por exemplo, o

    sujeito " ou no capaz" ou "est ou no de acordo".

    Ex. Um escala de Likert com 9 postos no ter qualquer i nteresse na medida em

    que dificulta a possibilidade de o suje ito ter uma resposta objectiva.

    2-SIMPLICIDADE A situao ideal assegurar que a cada item corresponda, apenas,

    uma tarefa e uma ideia, ou seja, quanto maior for a complexidade do item maior ser a

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    dificuldade em interpretar a sua resposta.

    3-RELEVNCIA:O item dever relacionar-se, de facto, com a dimenso que se pretende

    avaliar e ser relevante para a mesma. Uma boa anlise estatstica poder ser til para

    detectar itens que no cumpram este requisito.

    4- AMPLITUDE Considerando o objectivo do teste e o grupo populacional a que se

    destina, as alternativas de resposta definidas na elaborao do item devero assegurar

    que este permita estabelecer nveis de intensidade e de diferenciao.

    5- CLAREZA O item dever ser formulado de forma clara, assim conveniente:

    - Utilizar frases curtas;

    - Utilizar expresses simples;

    - Reportar a comportamentos e no a abstraces;

    ANLISE E SELECO DOS ITENS

    Aps a construo da 1 .a verso da prova podemos proceder anlise dos itens para,

    posteriormente, efectuar a sua seleco. Existem, portanto, dois tipos de

    nlises, que se complementam.

    ANLISE QUALITATIVA A anlise qualitativa consiste, basicamente, na anlise do

    contedo e da forma jos itens, nomeadamente, no que concerne compreenso,

    clareza e sua idequao aos objectivos.

    procedimento permite, portanto, recolher informao sobre:

    - a impresso sobre cada item;

    - a forma como os sujeitos abordam a prova;

    - os processos de resoluo da prova;

    - as facilidades e dificuldades encontradas.

    Entre as vantagens do recurso a esta tcnica encontram-se:

    1) A identificao de ambiguidades associadas ao formato e ao contedo dos itens;

    2) A identificao dos PROCESSOS E ESTRATGIAS utilizados plos sujeitos;

    Assim como a possibilidade de identificar em que medida os processos e estratgias

    utilizados vo ao encontro do objectivo da avali ao.

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    3) A apreciao da eficcia e qualidade das vrias alternativas de resposta;

    4) A identificao de alguns aspectos peculiares / dificuldades acrescidas de um

    determinado item;

    5) A possibilidade de conhecer as atitudes gerais dos suje itos face aos i tens e prova;

    6) A verificao da existncia de padres especficos por grupos de sujeitos e posterior

    eliminao de fontes de enviesamento.

    7) A deteco de itens mal construdos;

    8) O conhecimento, num primeiro nvel, das dificuldades dos sujeitos e da interferncia

    de estratgias mais ou menos eficazes;

    9) O conhecimento do grau de dificuldade dos itens, da suficincia das instrues e do

    tempo necessrio para a realizao da prova.

    Entre as DESVANTAGENS da utilizao desta tcnica podem enumerar-se:

    1) A capacidade de registo limitada

    O investigador tem, obviamente, uma capacidade de registo limitada e, por outro lado, o

    recurso a equipamentos que facilitem esta tarefa pode interferir nas respostas e

    consequentemente enviesar os resultados.

    2) Requer elevada capacidade de interiorizao dos sujeitos Para que esta tcnica seja

    eficaz os sujeitos devem ter uma elevada capacidade de interiorizao, de expresso e de

    verbalizao, o que nem sempre possvel com dete rminados grupos (ex. crianas,

    pessoas com baixo nvel de escolaridade).

    3) A dificuldade de a verbalizao acompanhar o processo mental Mesmo com treino, os

    sujeitos dificilmente conseguem verbalizar o que sentem no momento em que se d o

    processo mental. Por outro lado, natural que se verifique a tendncia dos sujeitos para

    generalizarem o procedimento de re sposta aos primeiros itens para os itens seguintes.