manual de apoio ao formador do curso europeu de primeiros

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1 Manual de apoio ao Formador do Curso Europeu de Primeiros Socorros 14 horas Supervisão Técnica: Mário Mendes Médico – Conselheiro Científico da ESO Última revisão em maio de 2020 2020 Escola de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa

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1

Manual de apoio ao Formador

do

Curso Europeu de Primeiros Socorros

14 horas

Supervisão Técnica:

Mário Mendes Médico – Conselheiro Científico da ESO

Última revisão em maio de 2020

2020 Escola de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa

2

INDÍCE

Aviso ............................................................................................................................. 3

Como utilizar este manual ............................................................................................ 4

Introdução sobre o CEPS .............................................................................................. 5

Inicio da ação de formação - Apresentação.................................................................. 6

SIEM – Sistema Integrado de Emergência Médica........................................................ 7

Princípios básicos ......................................................................................................... 8

4 passos em primeiros socorros ................................................................................... 9

Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa.................................... 11

Hemorragias ............................................................................................................... 20

Feridas ........................................................................................................................ 22

Queimaduras .............................................................................................................. 23

Lesões na cabeça, no pescoço ou no dorso ................................................................ 24

Lesões nos ossos, músculos ou articulações ............................................................... 25

Intoxicações ............................................................................................................... 26

Dor precordial ............................................................................................................ 27

Acidente Vascular Cerebral ........................................................................................ 28

Avaliação .................................................................................................................... 29

Ferramentas de apoio ao formador ........................................................................... 30

Bibliografia de referência ........................................................................................... 30

Sítios na Internet ........................................................................................................ 30

3

AVISO

Este manual de apoio ao Curso Europeu de Primeiros Socorros foi elaborado para ser utilizado pelos

Formadores (m/f) da Bolsa Nacional de Formadores (BNF) da Escola de Socorrismo da Cruz

Vermelha Portuguesa (ESO/CVP).

As apresentações PowerPoint do curso em anexo a este manual e que constituem parte integrante

do mesmo, destinam-se exclusivamente a serem utilizadas pelo Formador(m/f) da BNF para

ministrar formação em representação da CVP, sob supervisão técnica e pedagógica da Escola de

Socorrismo.

A autoria deste manual e das apresentações em Power Point é da Escola de Socorrismo da Cruz

Vermelha Portuguesa, baseado nas recomendações e orientações do EFAM - European First Aid

Manual, editado pela Belgian Red Cross – Flanders, Dezembro 2006, e International Federation of

Red Cross and Red Crescent Societies e International first aid and resuscitation guidelines 2016,

estando reservados todos os direitos.

Este trabalho está sujeito a copyright. Todos os direitos estão reservados, tanto no que diz respeito

à totalidade como a qualquer das suas partes, especificamente os de tradução, reimpressão,

reutilização de fotografias, transmissão por qualquer forma, reprodução por fotocopiadoras ou

sistemas semelhantes e arquivo em sistemas de informática.

4

COMO UTILIZAR ESTE MANUAL

1. Este manual, juntamente com as apresentações em anexo, o manual de apoio ao formando e o

programa de formação do curso, permitem orientar o formador(a) a organizar as suas sessões

formativas.

2. O manual está organizado de acordo com os temas previstos para o curso.

3. Dentro de cada tema encontrará os seguintes tipos de informações:

Quadro com indicação dos tempos previstos para a apresentação teórica e

para as práticas.

4. Objetivos:

Neste item é enunciado o tipo de resultado que é pretendido alcançar com a intervenção

formativa.

5. Aspetos-chave:

Este item identifica as ideias fundamentais relativas ao tema, resultante do consenso obtido entre

os especialistas que participaram na elaboração do “European First Aid Manual” e do “European

Reference Guide for First Aid Instruction”.

A informação disponibilizada neste item, foi obtida do “European Reference Guide for First Aid

Instruction”, Belgian Red Cross – Flanders, Dezembro 2006 e International Federation of Red Cross

and Red Crescent Societies e International first aid and resuscitation guidelines 2016, estando

reservados todos os direitos.

6. Orientações relativas aos slides:

Neste item encontrará a informação sobre os pontos-chave a evidenciar com a apresentação do

slide.

7. Práticas de Técnicas:

Neste item encontrará orientações sobre qual a(s) técnica(s) a demonstrar, a fazer os formandos

praticarem e os materiais necessários para a execução das mesmas. Recomenda-se o recurso ao

método dos 4 passos.

Método dos 4 passos A parte prática é desenvolvida segundo o método dos 4 passos.

1º Passo - O formador demonstra a técnica, sem explicações nem interrupções, em tempo real. O

objetivo é que o formando veja a técnica da forma como é esperado que ele a execute. Qualquer

intervenção do formador durante o primeiro passo vai fazer com que o formando desvie a atenção

da ação para o formador.

2º Passo - O formador volta a fazer a técnica, mas explicando cada um dos seus passos. Explica

quando, porquê, com quê, como e os riscos de cada gesto, técnica ou material a utilizar. Isto

permite que as dúvidas que os formandos tinham durante o 1º passo possam fiquem esclarecidas.

O formador pode responder a algumas questões

3º Passo - O formador, neste passo, pede aos formandos para lhe irem explicando a técnica,

enquanto vai executando e fazendo as correções necessárias.

4 º Passo - Cada formando executa a técnica sem interrupção. O formador deve corrigir sempre

que necessário. O formando deve repetir as vezes necessárias para atingir os objetivos.

Tempos: Teórica: 00H15m

Prática: 00H00m

5

INTRODUÇÃO SOBRE O CEPS

Os manuais de primeiros socorros variam de país para país, sendo usual constatar

discrepâncias entre os manuais relativas às melhores técnicas a serem aplicadas.

Por iniciativa da Cruz Vermelha Belga - Flandres, e o contributo de um grupo de 29

especialistas europeus, incluindo um representante do Conselho Europeu de

Ressuscitação, da Organização Mundial de Saúde e da Federação Internacional das

Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, baseados em estudos

científicos, conselhos de especialistas e experiência, produziram o Manual Europeu de

Primeiros Socorros e o Guia Europeu de Referência para a Formação em Primeiros

Socorros.

Este manual e guia traduzem o consenso sobre as técnicas mais adequadas ao primeiro

socorro, sendo assim um documento de referência para a formação e

consequentemente para a certificação de cursos de primeiros socorros junto do Centro

Europeu de Referência para o Ensino de Primeiros Socorros.

Neste sentido a CVP/ESO desenvolveu o Curso Europeu de Primeiros Socorros,

baseado no Manual Europeu de Primeiros Socorros, no sentido de aproximar a sua

atual oferta formativa aos padrões praticados e aceites a nível europeu.

Este curso, é claramente destinado à população em geral, leiga na área da saúde,

permitindo a certificação do formando como socorrista, através da aquisição de

conhecimentos mínimos para atuar até à chegada do meio de socorro, numa situação

de acidente ou doença súbita suscetível de acontecer na rotina diária.

6

INICIO DA AÇÃO DE FORMAÇÃO - APRESENTAÇÃO

Tempos:

Teórica: 00H15m

Prática: 00H00m

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

01 Imagem de fundo durante a apresentação e introdução do curso

No início da ação de formação, o formador deverá cumprir as seguintes formalidades

com os formandos:

Apresentar-se;

Permitir uma breve apresentação dos formandos, permitindo ter uma perceção

da motivação, experiência e formação em socorrismo e atividade profissional

dos formandos, no sentido de ajustar a dinâmica formativa à população em

sala;

Preenchimento das fichas de inscrição individual dos formandos;

Confirmar o calendário e horário do curso;

Apresentar o objetivo do curso;

Indicar a forma e o momento de avaliação e os critérios de aproveitamento;

Indicar o limite máximo de faltas;

Indicar que os formandos que obtenham aproveitamento receberão certificado

de formação e cartão de socorrista salientando a respetiva validade (3 anos).

Salienta-se ao formador o rigor necessário para:

Correto e explicito preenchimento das fichas de inscrição individual e processo

de curso. A certificação dos formandos aprovados é feita através da plataforma

SIGO, ficando registada no passaporte de competências do formando.

Controlo e registo de assiduidade dos formandos;

Se aplicável à ação, verificar se os formandos em sala correspondem à lista de

formandos cedidas pelas entidades;

Registo no processo do curso de todas as situações que suscitem necessidade

de melhoria, ou evidenciem anomalia inerente à ação;

Solicitar autorização à ESO de todas as alterações pretendidas para a ação.

Remeter o Processo pedagógico no prazo máximo de 5 dias para a Escola de

Socorrismo.

7

SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H00m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Identificar os objetivos estratégicos do SIEM e descrever as respetivas fases.

Aspetos-chave:

Não aplicável

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

02 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

03

Indicar as fases do SIEM.

Deve realçar que:

- Em Portugal a entidade responsável pelo desenvolvimento e funcionamento do

SIEM é o INEM;

- A população é um agente ativo responsável pelo bom funcionamento de 3

fases do sistema.

04 Resumidamente indicar os objetivos estratégicos do SIEM.

Práticas de Técnicas

Não aplicável

8

PRINCÍPIOS BÁSICOS

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H00m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Referir os princípios básicos pelos quais o socorrista deve reger-se.

Reconhecer as informações importantes a transmitir no alerta 112

Aspetos-chave:

Não é recomendada a exploração ativa de emoções porque não é eficaz e pode

inclusive ser danosa;

Não devem ser fornecidos alimentos sólidos ou líquidos à vítima porque podem

ter implicações no tratamento subsequente, por exemplo se a vítima necessitar

de alguns exames imagiológicos, endoscópicos ou anestesia geral

A lavagem das mãos com sabonete líquido e água é uma forma eficaz para

prevenir infeções cruzadas.

O uso de luvas reduz o risco de infeções cruzadas, pela existência de uma

barreira entre o socorrista e o sangue ou outros fluídos corporais da vítima.

A prevenção de infeções faz-se igualmente pelo manuseamento cuidadoso de

objetos cortantes.

O risco de infeção é mínimo durante as manobras de ventilação artificial pelo

método boca-a-boca.

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

05 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

06

Explicar que perante uma emergência real, é normal sentir

ansiedade, pelo que, torna-se necessário:

- Manter a calma, controlando as emoções

- Manter as condições de segurança

- Incutir confiança à vítima

07 Explicar que o socorro psicológico é fundamental, listando as ações de

conduta do socorrista

08 Apresentar as ideias chave associadas à minimização do risco de

infeção, identificando ações a evitar e a fazer.

09

Explicar que nem sempre o socorrista consegue controlar as suas

próprias emoções, podendo ser vantajoso falar com amigos,

familiares, colegas ou mesmo com um profissional

Práticas de Técnicas

Não aplicável

9

4 PASSOS EM PRIMEIROS SOCORROS

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H35m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Referir as principais atitudes do socorrista perante uma situação de

emergência;

Aspetos-chave:

Em acidentes rodoviários, o local mais conveniente para estacionamento do

veículo de socorro é aquele que conferir maior proteção e segurança à zona do

acidente;

Apesar de existirem diversas técnicas de remoção de vítimas em acidente

rodoviário é preconizado o uso da chave de Rautek pela sua reprodutibilidade

quando aplicado por diferentes grupos de socorristas, independentemente do

seu grau de experiência.

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

10 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

11 Apresentar os 4 passos dos primeiros socorros

- indicar a sua ordem e que serão explorados ao longo da formação

12

Apresentar as ideias chave associadas às condições de segurança;

- Indicar a atuação do socorrista;

- Ajustar a identificação de perigos e condições de segurança com exemplos adequados à

população em formação.

13 Fazer a ligação ao momento de práticas;

- Demonstrar a técnica “Chave de Rautek”;

14 Indicar a atuação do socorrista;

- Realçar que poderá ser necessário movimentar a vítima para observar se ventila;

15

Indicar as situações em que a vítima pode ser movimentada:

- Vítima em decúbito ventral aparentemente sem respirar;

- Vítima inconsciente com dificuldade ventilatória por obstrução;

- Necessidade de abandonar a vítima para por exemplo ligar 112.

16

Saber as indicações e princípios na aplicação e execução da PLS.

- Vítima inconsciente e que respira

- Vantagens: Previne a aspiração do vómito

- Mantém via aérea permeável

17 Fazer a ligação ao momento de práticas;

- Demonstrar a técnica “Posição Lateral de Segurança”;

10

18

Indicar a atuação do socorrista;

- Explicar que a chamada é atendida primeiro por um agente da PSP da central de

emergência 112, e que deve pedir para passar a chamada ao CODU/INEM, por se

tratar de uma situação de emergência médica.

- Fazer referência à informação necessária a transmitir: Local exato, tipo

de vítima, situação do que já foi feito e fornecer um contato.

- Referir a possibilidade de em situações menos graves, contatar para a linha

“Saúde 24” como forma de receber orientações;

- Referir no caso de intoxicações a alternativa de contato para o CIAV.

19 Fazer a ligação aos temas a desenvolver posteriormente.

Práticas de Técnicas

Demonstrar e fazer praticar pelos formandos a execução da técnica “Chave de

Rautek”. Por motivos de prevenção de lesões, não obrigar os formandos a praticar a

técnica completa, isto é, chegar a fazer força para levantar a vítima do chão.

Demonstrar e fazer praticar pelos formandos a execução da técnica “Posição Lateral de

Segurança”

Material necessário

Manta.

11

SUPORTE BÁSICO DE VIDA E DESFIBRILHAÇÃO AUTOMÁTICA EXTERNA

Tempos SBV:

Teórica: 00H30m

Prática: 02H50m

Tempos DAE:

Teórica: 00H30m

Prática: 02H50m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Reconhecer uma vítima em paragem cardiorrespiratória;

Executar as manobras de suporte básico de vida;

Reconhecer uma vítima que esteja com uma obstrução das vias aéreas;

Executar manobras de desobstrução da via aérea;

Reconhecer uma vítima que esteja inconsciente a ventilar;

Colocar uma vítima em posição lateral de segurança.

Utilizar um DAE durante o suporte básico de vida;

Aspetos-chave: O SBV refere-se à manutenção da permeabilidade da via aérea e ao suporte da

ventilação e circulação, sem o uso de equipamentos, além do equipamento de

proteção.

A elevação da mandíbula não está recomendada no pré-hospital, porque é de difícil

aprendizagem e execução e pode ela mesmo causar movimento da coluna cervical.

Assim, o socorrista deve fazer a abertura da via aérea usando a extensão da cabeça e

elevação do maxilar inferior, em vítimas com ou sem lesão cervical.

As atuais orientações fizeram um grande esforço no sentido da simplificação, baseada

no conhecimento em que muitas crianças não recebem qualquer tipo de reanimação,

porque os socorristas receiam fazer algo de errado. Este medo é alimentado pelo

conhecimento que as guidelines para as crianças/bebés são diferentes. Assim, fizeram-

se estudos que demonstraram poder aplicar o algoritmo SBV para adultos na criança,

alterando-se apenas alguns aspetos.

A tosse espontânea parece ser mais eficaz e segura que qualquer uma das manobras

de desobstrução, que o socorrista possa executar. Contudo, se a tosse é ausente ou

ineficaz e o objeto obstruir a via aérea por completo torna-se imperativo a aplicação

das manobras de desobstrução.

As pancadas interescapulares, compressões torácicas ou compressões abdominais,

todas elas aumentam a pressão intratorácica e podem fazer expelir o objeto estranho

da via aérea. Na maioria das situações, mais que uma técnica é necessária para libertar

a obstrução. Não há quaisquer dados que indiquem qual das manobras deve ser

utilizada em primeiro lugar, ou por que ordem as manobras devem ser aplicadas. Se

uma não é eficaz, tentar as outras alternadamente até o objeto sair.

12

Orientações relativas aos slides

Slide

n.º Objetivo do slide

20 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

21 Oxigenação do organismo

- De forma resumida, referir que o organismo necessita de oxigénio para manter-se vivo e

que o sistema respiratório juntamente com o sistema circulatório são os responsáveis pela

entrada e distribuição de oxigénio pelo organismo.

- Referir que o aparelho respiratório é formado por várias estruturas (fossas nasais,

faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos) por onde passa o ar

inspirado, até à sua chegada aos alvéolos. No alvéolo o oxigénio para a corrente

sanguínea.

- Fazer referência ao papel do diafragma como principal músculo no processo ventilatório

em que a sua contração permite uma expansão da caixa torácica com consequente

entrada de ar nos pulmões (inspiração) e o seu relaxamento, ajuda à retração da caixa

torácica, permitindo assim a saída de ar dos pulmões (expiração), seguindo um momento

de pausa, até ao início de outra inspiração. Esta sequência de inspiração, expiração e

pausa formam o ciclo ventilatório.

- Referir que o sistema sanguíneo é composto pelo coração, artérias, veias e capilares. O

coração é um órgão (na essência um músculo) responsável pela circulação, funcionando

como uma “bomba” injetando o sangue para as artérias garantindo assim a circulação e a

oxigenação do organismo.

- Referir que o coração funciona de forma autónoma, pois internamente dispõe de dois

nódulos que libertam de forma sincronizada estímulos elétricos, forçando as diversas

zonas do músculo a contrair-se e “bombear o sangue”.

22 Conhecer os sinais e sintomas que podem levar à suspeita de um enfarte agudo do

miocárdio e como atuar.

- O EAM está na causa de um grande número de situações de PCR

- Descrever a dor precordial como um sintoma indicador de enfarte agudo do miocárdio,

caracterizado por um tipo de opressão com localização retroesternal e possível irradiação

para o pescoço, membro superior esquerdo e, menos frequente, para o membro superior

direito, maxilar e epigastro. Esta dor pode agravar quando executada uma inspiração

profunda, movimento do tórax ou pressão sobre o tórax. Referir outros sinais e sintomas

que possam estar associados ao enfarte agudo do miocárdio: Angústia, ansiedade, agitação,

náuseas ou vómitos, sudorese, dificuldade ventilatória e pulso rápido, fraco e irregular.

23 Conhecer alguns dos mecanismos da PCR.

- Referir que nos adultos as causas cardíacas são as que levam a um maior número de PCR.

As lesões cardíacas acontecem por maus hábitos de vida, stress, pouco exercício; maus

hábitos alimentares, excesso de gordura, saltar refeições, alimentação pobre em legumes,

etc. Estes fatores levam a um aumento dos depósitos de gordura nas artérias com

consequente estreitamento do seu interior provocando um aumento da pressão arterial e

risco de formação de coágulos, que podem provocar o entupimento das artérias. Quando

esta obstrução ocorre nas artérias coronárias (artérias que irrigam o músculo cardíaco)

pode provocar um enfarte do miocárdio, devido à falta de oxigenação das células do

13

músculo cardíaco (miocárdio) com possível morte destas.

- Referir que o EAM pode causar a fibrilhação ventricular, em que o estímulo elétrico

desorganizado provoca contração anárquica das células musculares do miocárdio, estando

cada célula a trabalhar independente das outras, o que leva a que o músculo cardíaco não

consiga funcionar como um todo, para executar a sua função de bomba, não conseguindo,

desta forma, promover a circulação sanguínea.

24 Compreender o conceito da cadeia de sobrevivência.

- Referir que a cadeia de sobrevivência tem como objetivo salvar vítimas de PCR, e cada um

dos elos é fundamental para uma vida salva.

1º Elo – Após o rápido reconhecimento de situações que podem provocar uma PCR, tais

como o enfarte agudo do miocárdio, a obstrução da via aérea, e algumas situações de

inconsciência, deve seguir-se o alerta, o qual deve referir a situação de PCR, para que possa

chegar junto da vítima uma equipa apoiada com um desfibrilhador.

2º Elo – O início precoce das técnicas de SBV, logo que determinada a situação de PCR,

mantém a circulação cardíaca e cerebral, permitindo um maior sucesso à chegada dos

técnicos.

3º Elo – A desfibrilhação cardíaca, se aplicada nos primeiros 3 a 5 minutos após a PCR,

aumenta exponencialmente as hipóteses de sobrevivência da vítima.

4º Elo – O Suporte Avançado de Vida (SAV) eficaz aumenta as probabilidades de

sobrevivência

25 Compreender as vantagens da cadeia de sobrevivência.

- Referir as vantagens da cadeia de sobrevivência, evidenciando que todos os elos são

importantes para o aumento da probabilidade de sobrevivência de uma vítima em PCR.

26 Saber os primeiros gestos perante uma vítima.

- Chamar a atenção para as condições de segurança, em primeiro lugar para o socorrista, ou

seja, não faz qualquer aproximação da vítima se desconfiar que a sua própria segurança

possa estar comprometida.

- Deve assegurar que os “mirones” estão fora de um perímetro de segurança. Quando se

puder aproximar da vítima, também deve tomar medidas de segurança em relação à

vítima.

- Após as condições de segurança estarem mantidas e quando se aproximar da vítima

começa a avaliação. Avalie o estado de consciência, tocando ao nível dos ombros e

chamando por ela, se inconsciente, fazendo a abertura da via aérea.

27 Conhecer a técnica de abertura da via aérea.

- A abertura da via aérea realiza-se, utilizando o método da extensão da cabeça com

elevação do maxilar inferior.

Pontos importantes a referir:

- Referir a importância dos dedos da mão no maxilar inferior, para não haver qualquer

pressão na região anterior do pescoço, laringe.

- Na vítima com lesão da coluna cervical, a extensão da cabeça deve ser feita apenas o

suficiente para permitir a passagem do ar.

28 Saber como avaliar a função respiratória

- Referir que a avaliação da função respiratória é efetuada através do “VOS” durante 10

segundos. Se a vítima se encontra a respirar eficazmente, deve ser colocada na Posição

Lateral de Segurança, mantendo a vigilância e alertar 112

14

Se a vítima não apresenta ventilação espontânea eficaz, deve de imediato gritar por ajuda e

fazer o alerta. Se acompanhado peça a alguém para fazer o alerta. Se sozinho, faça o alerta

de imediato. Em seguida iniciar as compressões torácicas.

29 Saber como executar as compressões torácicas e as insuflações.

- Descrever a técnica da compressão torácica.

Pontos importantes a referir:

A pressão a executar durante cada compressão deve ser a necessária para baixar o tórax

pelo menos 5 cm, não excedendo os 6 cm.

Não exercer pressão sobre o apêndice xifóide e costelas.

Após cada compressão, aliviar por completo a pressão sobre o tórax sem perder o contacto

direto com o tórax.

A compressão e a descompressão devem ter o mesmo tempo.

Fazer 30 compressões torácicas (CT’s), a uma frequência de pelo menos 100

compressões/minuto, não excedendo as 120 compressões/minuto.

Executar as compressões com a vítima sempre sobre uma superfície rígida (chão, plano

rígido), nunca sobre uma cama.

- Descrever a técnica da insuflação.

Pontos importantes a referir:

Referir como métodos de insuflação: Boca-a-boca; Boca-nariz; Máscara individual (método

preferencial); insuflador manual de balão.

Referir que o método boca- boca só deve ser realizado se houver material de proteção

individual

Durante as insuflações, a extensão da cabeça e elevação do maxilar inferior deverá ser

mantida. Manter uma boa adaptação da boca ou máscara à boca ou nariz da vítima, de

forma que não haja qualquer fuga de ar.

Aquando da insuflação, deve observar a elevação do tórax da vítima para ter a certeza de

que a insuflação está a ser eficaz.

Não fazer mais que duas insuflações sem fazer as compressões torácicas. Estas não devem

ser interrompidas por um período superior a 10 segundos.

Quando não há elevação do tórax e o ar não está a entrar, verificar:

Se a extensão da cabeça está correta;

Se há uma boa adaptação da boca/mascara a boca da vítima.

Se há algum corpo estranho na boca. Retirá-lo, apenas se for visível.

30 Saber quando terminar as manobras de reanimação.

- Referir que deverá manter as manobras até:

1. Chegar ajuda profissional;

2. A vítima começar a respirar normalmente;

3. O socorrista ficar exausto.

- No caso de opção de não fazer a ventilação artificial deverá efetuar as compressões

torácicas contínuas, a uma frequência de 100 a 120/min, sem interrupções.

31 Consolidar a sequência de passos que constituem o algoritmo do SBV.

32 Identificar as alterações a introduzir no algoritmo de SBV do adulto perante uma

vítima pediátrica (criança ou bebé).

15

- Fazer referência às alterações em relação ao SBV adulto

Pontos importantes a referir:

Criança - a técnica de abertura da via aérea na criança é igual à técnica utilizada no adulto

Bebé - a cabeça é mantida numa posição neutra, fazendo uma ligeira elevação do maxilar

inferior. A extensão da cabeça no bebé não é aplicada devido à angulação da traqueia e ao

tamanho da língua provocarem um estreitamento da via aérea superior.

Executar 5 insuflações antes de iniciar os ciclos de 30CT’s / 2 Insuflações.

Se sozinho, fazer RCP durante 1 minuto, antes de fazer o alerta.

- Consoante a idade criança compressões com 1 ou 2 mãos. Se bebé usar 2 dedos.

33 Conhecer as técnicas de desobstrução da via aérea utilizadas no adulto e na criança,

nomeadamente a tosse, as pancadas interescapulares e as compressões abdominais.

- Referir que a situação de obstrução da via aérea pode ser uma causa de PCR se não resolvida de

imediato.

Referir que a obstrução se classifica em obstrução ligeira (a vítima consegue falar, tossir e respirar),

ou em obstrução grave (a vítima não consegue falar, respirar ou tossir).

Técnicas de desobstrução a referir:

A tosse deve ser o método de eleição, enquanto a vítima conseguir tossir de forma eficaz.

Pancadas interescapulares

Compressões abdominais/torácicas

Referir que a compressão abdominal está interdita em bebés e em grávidas devido ao risco de

lesões internas. Nestas situações aplicam-se as compressões torácicas.

34

Identificar as contraindicações da compressão abdominal e reconhecer como alternativa a

execução da compressão torácica.

- Indicar como contraindicações absolutas á execução da compressão abdominal:

- Os bebés, pelo risco de lesão da estrutura diafragmática;

- As grávidas no 3º trimestre de gestação, pelos riscos associados à compressão uterina/fetal.

- Mencionar as dificuldades e/ou impossibilidade física de executar esta manobra em vítimas

obesas ou em que há evidente desproporção de tamanho entre vítima e reanimador.

35

Identificar aspetos importantes relativamente à execução de manobras de SBV, devendo o

formando dominar as técnicas de SBV no final das práticas.

Durante a prática, alertar os formandos para os seguintes aspetos:

- Compressão com profundidade de 5 a 6 cm. e uma frequência de 100 a 120 compressões /

minuto

- Minimizar interrupções (10 segundos)

- Permitir retorno total do tórax

- Evitar ventilação excessiva

- Trocar a cada 2 minutos ou 5 ciclos de 30 CT’s / 2 Insuflações.

16

36 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

37

Identificar quais são os componentes básicos de um DAE, nomeadamente:

Bateria - fornece energia para o funcionamento do aparelho e que pode ser recarregável.

Gerador de choque - acumula uma determinada energia, que lhe é fornecida pela bateria, para

execução do choque.

Módulo memória - onde se encontram todos os dados para o funcionamento do aparelho.

Cartão - onde ficam registados todos os passos efetuados em cada uma das utilizações do DAE.

Monitor - display onde aparece toda a informação relativamente ao funcionamento do DAE e as

indicações a seguir.

Conetor - local onde se conecta o cabo dos elétrodos.

Botão choque - este botão apenas existe na função semiautomática e permite, quando indicado

pelo DAE, efetuar a descarga elétrica quando pressionado.

Nos DAE automáticos não existe o botão de choque, sendo este aplicado automaticamente,

sempre que após uma análise do ritmo cardíaco houver indicação de desfibrilhação.

Botão ligar - este botão liga o DAE (em alguns modelos não existe sendo substituído pela

abertura ou remoção da tampa).

38

Conhecer os equipamentos/materiais complementares ao DAE

- Em Portugal, está definido pelo regulador e é uma boa prática, que junto aos equipamentos DAE

estejam os seguintes elementos:

1. Luvas e máscara para insuflações;

2. Tesoura corte forte (para corte de roupas);

3. Lâminas de tricotomia (para corte do excesso de pelos do tórax);

4. Compressas, para limpeza do tórax, das humidades, suores, …;

5. O registo em impresso próprio da ocorrência para posterior validação.

- A disponibilidade do manual de instruções do DAE, é relevante para os operacionais desse DAE;

39

Compreender a importância de se iniciar imediatamente as manobras de

reanimação

- Referir que associado a uma PCR é comum a atividade elétrica do coração estar desregulada

(por ex: fibrilhação ventricular), é nesta situação que a desfibrilhação é eficaz, conseguindo

regularizar a atividade elétrica cardíaca, restabelecendo consequentemente a atividade mecânica

do coração, assegurando uma circulação sanguínea eficaz e respetiva oxigenação do organismo.

- Referir que o uso do DAE quanto mais cedo for utilizado maiores são as hipóteses da vítima

sobreviver, e com menores lesões neurológicas.

- Evidenciar que o uso do DAE não substitui o SBV, pois é este que assegura a oxigenação do

organismo durante a PCR e contribui para menores danos neurológicos.

- Fazer referência à relação taxa de sobrevivência / tempo decorrido e transmitir a ideia que cada

minuto sem se executar as manobras de reanimação e/ou desfibrilhação, vai reduzir de uma

forma drástica as probabilidades de sobrevivência, devido à ausência de oxigénio a nível cerebral.

- Usar a partir do gráfico um exemplo: Se as manobras forem iniciadas até 3 minutos após a PCR,

as hipóteses de sobrevivência estão acima +/- 90%, não excluindo a hipótese de ficar com lesões

neurológicas. Ao final de 9 minutos estarão abaixo de +/- 10%.

40

Conhecer as medidas de segurança na utilização do aparelho.

- O equipamento não pode ser utilizado :

1. Com a vítima em movimento, quando o DAE estiver a analisar o ritmo (transporte na

17

maca, movimento da ambulância), pois tal pode confundir-se com uma FV;

2. Em bebés até um ano de idade;

3. Em pavimentos metálicos, (i.e. patamares escadas metálicas,...), pois diminui a eficácia do

choque e acresce risco para os utilizadores/vítima.

- O DAE pode ser utilizado com algumas restrições ou cuidados:

1. Afastado de matérias inflamáveis (ex: bomba de gasolina ou armazém de produtos

pirotécnicos), devendo a vítima ser deslocada para fora da zona de enchimento ou de

armazenagem), mantendo assim uma distância de segurança;

2. Afastar uma fonte de oxigénio (ex: pocket-mask ou insuflador manual de balão com

oxigénio conectado), deve afastar-se este equipamento da vítima pelo menos 1 metro

aquando do choque;

No caso da vítima estar num ambiente com água (ex: uma poça de água ou chuva) deve

providenciar-se uma proteção para a chuva ou a vítima ser retirada para um local mais

protegido. Referir que não há contraindicação, no caso da vítima se encontrar sobre uma

superfície húmida (ex: chão acabado de ser lavado).

18

41

Conhecer as medidas de segurança do tórax.

- Deve antes da colocação dos elétrodos ter os seguintes cuidados:

1. Peças metálicas como sejam fios, devem ser removidos por forma a não entrarem em

contato com os elétrodos e interferir assim com a descarga elétrica;

2. Pêlos em excesso no tórax devem ser rapados com o auxílio de uma lâmina de barbear;

3. Pele molhada ou transpirada deve ser limpa devendo-se secar o tórax com o auxílio de

compressas;

4. Pace-maker ou outros dispositivos cardíacos devem ser despistados por palpação do lado

direito do tórax, abaixo da clavícula, devendo-se colocar o elétrodo afastado cerca de

2,5cm, a fim da passagem da corrente pelo equipamento minimizar eventuais danos.

5. Pensos e selos medicamentoso devem ser retirados e limpar a pele, antes de colocar os

elétrodos;

- Todos estes cuidados, fazem aumentar a eficácia de funcionamento do DAE.

42

Identificar os locais de colocação dos elétrodos.

- Após certificar-se que o tórax da vítima não está molhado ou transpirado, pressionar bem os

elétrodos de forma a não ficarem bolhas de ar debaixo deles. Colocar os elétrodos apropriados

no tórax da vítima tendo em conta que:

1. O elétrodo da direita é colocado abaixo da clavícula e junto ao bordo direito do esterno,

evitando ficar sobre o mamilo.

2. O elétrodo do lado esquerdo é colocado na linha média axilar 5 a 10 cm abaixo da axila.

- A disposição dos elétrodos vai influenciar, a eficácia da desfibrilhação, devem ser colocados de

forma que a corrente elétrica passe toda pelo músculo cardíaco.

43

Saber como atuar durante o momento da análise e do choque.

O formando deve evidenciar em voz alta e com os braços o momento de análise, estabelecendo

um perímetro de segurança.

Durante o choque, deve haver um aviso em voz alta e o pressionar do botão choque deve ser

realizado durante a olhar em redor da vítima.

44

Consolidar o algoritmo SBV/DAE com 2 cenários distintos de PCR com o DAE.

- Cenário 1: O socorrista perante uma situação de PCR tem no local um DAE junto à vítima:

1. Seguir os passos do algoritmo de SBV e assim que determinar a situação de PCR, faz (ou

pede para fazer) o alerta;

2. Condições de segurança do local para uso do DAE

3. Ligar o DAE;

4. Cortar roupa e assegurar-se da segurança do tórax (tórax seco, sem pêlos, sem pensos e

peças metálicas) e colocar os eléctrodos (afastado de dispositivos cardíacos se existirem).

Colar os eléctrodos de modo a não ficarem bolhas de ar;

5. Se necessário, conectar o cabo dos eléctrodos ao DAE;

6. Seguir as instruções do DAE;

7. Se o choque não estiver indicado proceda de imediato com 30 compressões e 2

insuflações, até nova análise do DAE;

8. Se o choque estiver indicado, certifique-se que as pessoas estão afastadas da vítima antes

do choque e que não existe fontes de oxigénio;

9. O DAE vai repetindo a análise do ritmo cardíaco de 2 em 2 minutos, neste intervalo de

tempo o socorrista deve aplicar ciclos de 30 compressões/2 insuflações, até indicação do

19

DAE para interromper a RCP, a vítima recuperar ou ser substituído pela equipa de

emergência ou na exaustão do socorrista.

- Cenário 2: O socorrista perante uma situação de PCR não tem no local um DAE

1. Segue os passos do algoritmo de SBV e assim que determinar a situação de PCR, faz (ou

pede para fazer) o alerta., dando indicação expressa que necessita de um DAE;

2. Não retarda o início das manobras de reanimação iniciando uma série de 30 compressões

torácicas e intercalando-as com 2 insuflações

3. Assim que chegar o DAE, este deve ser colocado, se possível, sem interromper as

manobras de SBV, seguindo os passos 2. a 8 do cenário anterior.

O formando deve passar por situações de choque indicado e choque não indicado.

O formando deve passar por situações de vítima que recuperou e situações de chegada da equipa

de emergência.

45

Saber atuar com um DAE perante uma PCR numa criança

- Fazer as necessárias adaptações ao algoritmo do adulto, mantendo as manobras de reanimação

e colocando o DAE assim que for possível. O DAE é colocado na criança seguindo os passos 2 a 8

explicados para no diapositivo anterior.

Deve ter em atenção as seguintes recomendações:

- No caso de utilização em crianças, verificar se o DAE tem um modo pediátrico, devendo este

selecionado;

- Na ausência de modo pediátrico e quando se utiliza um DAE para adultos, se disponível, colocar

nos elétrodos de adulto um cabo próprio para situações de pediatria, ou utilizar elétrodos

pediátricos. Tanto os cabos como os elétrodos pediátricos, têm como finalidade reduzir a

quantidade de energia descarregada pelo DAE.

- Nunca utilizar em bebes com menos de 1 ano de idade, a não ser que haja indicação expressa do

fabricante do DAE, que este pode ser utilizado para bebés, e neste caso ler todas as indicações do

fabricante.

Práticas de Técnicas

Com recurso ao método dos 4 passos, demonstrar e fazer praticar pelos formandos a

atuação do socorrista face a:

SBV

Desobstrução da via aérea de vitima adulta

Desobstrução da via aérea vitima pediátrica

SBV/DAE

Material necessário: Manequins de treino; DAE de Treino, Máscaras protetoras

faciais; Mantas.

20

HEMORRAGIAS

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H30m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Reconhecer uma hemorragia externa;

Atuar perante uma vítima com uma hemorragia externa.

Aspetos-chave:

A compressão direta sobre uma ferida com hemorragia é o método de controlo

inicial mais eficaz;

A aplicação de um garrote pode causar complicações, pelo que de momento é mais

adequado esta técnica não ser efetuada por um leigo;

Orientações relativas aos slides

Slide

n.º Objetivo do slide

46 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

47 Apresentar o conceito de hemorragia

Indicar dois tipos de hemorragias, permitindo a ligação aos slides seguintes

Relativamente às hemorragias internas visíveis, referir como atuação genérica, não impedir a saída do sangue e seguir as indicações dadas pelos profissionais de saúde, CODU, SNS24…

48 Indicar a atuação do socorrista

Referir que no imediato, se possível, a própria vítima faz autocontrolo da

hemorragia, permitindo ao socorrista ajudar a vítima a posicionar-se, providenciar

alerta, colocar luvas e providenciar compressas ou um pano limpo.

- É a aplicação da pressão pelo socorrista que vai tornar o controlo da hemorragia

mais eficiente.

- O penso compressivo deve ser aplicado após o controle da hemorragia ou em

situações excecionais.

- A aplicação no local de frio ou a elevação do membro, poderão ser um

complemento ao controlo da hemorragia.

49 Hemorragia pelo nariz

Apesar desta situação especifica não estar contemplada no manual EFAM, considera-

se que a mesma deve ser abordada, tendo em conta que:

- uma situação comum e de fácil ocorrência;

- Persiste ainda no senso comum da sociedade, a prática de inclinar a cabeça para trás

e o tamponamento com algodão das narinas, pelo que, deve ser ensinada uma

atuação mais adequada. Indicar que é importante o socorrista saber que em situações

de epistáxis associada a hipertensão arterial (HTA) e a lesões traumáticas não deve

fazer-se o tamponamento.

50 Demonstrar e fazer os formandos praticar a atuação do socorrista perante uma

hemorragia externa.

21

Práticas de Técnicas

Demonstrar e fazer praticar pelos formandos a atuação do socorrista perante uma

vítima com uma hemorragia no antebraço, penso compressivo

Material necessário: Compressas; Ligaduras, Pensos compressivos.

22

FERIDAS

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H30m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Reconhecer uma ferida;

Atuar perante uma vítima com uma ferida sem hemorragia abundante.

Atuar perante uma vítima com um objeto encravado na ferida.

Aspetos-chave:

Está provado que a lavagem de feridas com água potável reduz o risco de infeção

e melhora o processo de cura;

Não é recomendado esfregar a ferida porque pode agravar a lesão;

Os desinfetantes podem ser prejudiciais para a pele e atrasar o processo natural

de cicatrização;

O tétano pode ser prevenido por vacinação, contudo frequentemente as vítimas

desconhecem o seu estado de imunidade pós vacinal.

Orientações relativas aos slides

Slide

n.º Objetivo do slide

51 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

52

Apresentar o conceito de ferida

- Evidenciar que nem todas as feridas obrigam a uma observação médica imediata;

- Que todas as feridas, independentemente da gravidade devem de ser cuidadas

53 Reforçar que nas feridas com hemorragia ativa, o controlo da hemorragia é a ação prioritária

54 Reforçar os cuidados de higiene e de proteção para evitar infeções

55

Indicar a atuação do socorrista;

- Reforçar a lavagem como a ação mais eficaz na prevenção da infeção da ferida.

- Reforçar a importância da vítima estar protegida com a vacina anti-tetânica

56

Identificar os tipos de ferida que requerem observação médica.

- Reforçar que as hemorragias de controlo difícil podem constituir uma situação de risco de vida

para a vítima

57 Indicar a atuação do socorrista perante uma ferida para observação médica

58 Indicar a atuação do socorrista perante uma ferida com um corpo estranho encravado.

59 Pratica de cobertura

Práticas de Técnicas

Demonstrar e fazer praticar pelos formandos a atuação do socorrista perante uma vítima

com uma ferida no antebraço, cobertura

Demonstrar e fazer praticar pelos formandos a atuação do socorrista perante uma vítima

com um objeto encravado na mão, imobilização de objeto estranho encravado

Material necessário: Compressas; Ligaduras.

23

QUEIMADURAS

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H30m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Reconhecer uma queimadura;

Atuar perante uma vítima com uma queimadura

Aspetos-chave:

As queimaduras devem ser imediatamente arrefecidas com água à

temperatura ambiente;

Não há evidência sobre a duração ideal de arrefecimento;

Durante o arrefecimento deve ser prevenida a hipotermia da vítima;

Deve-se evitar furar ou rebentar as flictenas;

Cremes (antibióticos) não devem de ser utilizados em primeiro socorro;

O tétano pode ser prevenido por vacinação, contudo usualmente as vítimas

desconhecem com exatidão o seu estado de imunidade vacinal;

Não existe evidência sobre qual a melhor técnica de cálculo de extensão da

queimadura. Estimar o tamanho da queimadura usando o tamanho da mão da

vítima, é considerado um método fiável em primeiro socorro.

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

60 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

61 Apresentar o conceito de queimadura, identificando alguns agentes causadores

de queimaduras

62 Identificar sinais e sintomas de queimaduras

63 Indicar a atuação do socorrista

64 Pontos chaves a reter

65

Identificar situações de queimaduras que impliquem observação médica

Apresentar a regra da palma da mão como método para determinar a área de

superfície corporal queimada Identificar situações de queimadura que

impliquem observação médica

66 Momento para as práticas associadas às queimaduras.

Práticas de Técnicas

QUEIMADURAS: Demonstrar e fazer praticar pelos formandos a atuação do socorrista

perante uma vítima com uma queimadura na mão, cobertira dos dedos

Material necessário: Compressas; Ligaduras.

24

LESÕES NA CABEÇA, NO PESCOÇO OU NO DORSO

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H40m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Identificar os sinais de suspeita de lesão;

Atuar perante uma vítima.

Aspetos-chave:

A avaliação inicial de traumatismo craniano ou vertebro-medular é difícil;

Não foram encontradas evidências sobre a eficácia da imobilização manual

numa vítima que não se movimenta.

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

67 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

68

Indicar os tipos de traumatismos mais prováveis, associados à localização das

lesões indicadas

Indicar que este tipo de lesões podem ter consequências neurológicas graves,

nomeadamente a paraplegia ou a tetraplegia.

Indicar que em determinadas situações mais graves, as vítimas podem ter

comprometidas as funções vitais

69

Indicar, exemplificando, alguns tipos de acidentes que podem causar lesões na

cabeça, pescoço ou dorso.

Alertar para a importância do cumprimento das regras de segurança, como forma

de evitar acidentes e o uso de equipamentos de proteção para minimizar as

consequências dos mesmos

70 Indicar os principais sinais e sintomas que conduzam à suspeita da lesão

71

Indicar a atuação do socorrista perante a vítima consciente:

Como informação complementar, indicar como ações adicionais:

- Desaperto de roupas apertadas;

- Controlo da temperatura da vítima.

72

Indicar a atuação do socorrista perante a vítima inconsciente

Como informação complementar, referir:

- Se necessário colocar a vítima em decúbito dorsal para avaliação da função

ventilatória;

- Se a vítima não ventilar: Mandar fazer o Alerta e iniciar o SBV;

- Se necessário e indicado, colocar a vítima em PLS.

73 Demonstrar e fazer os formandos praticar a imobilização da vítima

Práticas de Técnicas

Demonstrar e fazer praticar pelos formandos a estabilização da cervical.

Material necessário: Manta.

25

LESÕES NOS OSSOS, MÚSCULOS OU ARTICULAÇÕES

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H00m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Identificar os sinais de suspeita de lesões;

Atuar perante uma vítima.

Aspetos-chave:

A avaliação inicial de uma lesão num membro é difícil;

A eficácia do arrefecimento pós-lesão é globalmente inconclusiva

A duração adequada do arrefecimento não está comprovada;

Não existe evidência que a elevação e a compressão sejam eficazes;

Evitar estar apoiado sobre um membro lesionado. A auto-imobilização de uma

mão, braço ou ombro lesionado, como socorro inicial, é suficiente na maioria

dos casos e menos doloroso do que a aplicação de uma ligadura ou tala.

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

74 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

75

Indicar alguns tipos de acidentes que podem causar lesões

Alertar para a importância do cumprimento das regras de segurança, como

forma de evitar acidentes e o uso de equipamentos de proteção para

minimizar as consequências dos mesmos.

76 Indicar os principais sinais e sintomas que conduzam à suspeita da lesão

77

Indicar a atuação do socorrista, reforçando que:

- Em caso de dúvida assumir que está presente uma fratura e providenciar que a

mesma seja observada por médico

- Nunca modificar a posição do membro fraturado nem promover qualquer

redução ou tração da fratura

78

Indicar a atuação do socorrista, alertando para:

- O membro deve ser mantido imóvel, numa posição confortável

- De um modo geral, a aplicação de uma tala é um processo mais doloroso

Práticas de Técnicas

Não aplicável

26

INTOXICAÇÕES

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H00m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Identificar os sinais de suspeita de intoxicação;

Atuar perante uma vítima.

Aspetos-chave:

Sem aconselhamento médico, um leigo não deve provocar o vómito e não deve

dar água, leite ou outras substâncias à vítima;

Orientações relativas aos slides

Slide

n.º Objetivo do slide

79 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

80 Enfatizar os aspetos de segurança para o socorrista, realçando a importância de utilização

de EPI´s (equipamentos de proteção individual).

81 Referir as características, as fontes e a sintomatologia mais frequente de intoxicações

comuns como a provocada por dióxido e monóxido de carbono;

82

Explicar a importância da observação da vítima, e do local onde esta se encontra,

procurando identificar:

- Na vítima se foi ingerida alguma substância tóxica, ou se existe sintomatologia específica tal

como palidez, náuseas, vómitos, etc

- No local, procurando caixas de medicamentos, álcool, estupefacientes ou outras substâncias

tóxicas, ou se deteta cheiro estranho que possa sugerir intoxicação por gases.

83

Explicar que deve ser promovido o contacto com o Centro de Informações Anti-Venenos

(CIAV) através do número 800 250 250.

- Descrever a situação, fornecendo informações sobre o estado geral da vítima e da

substância tóxica, nomeadamente:

- O quê ? (que produto ou produtos tóxicos); Como? (por que via ou vias entrou o tóxico);

Quanto? (qual a quantidade); Quando (Há quanto tempo foi o contato com o tóxico); Onde

(localização); Quem (género, idade, estatura da vítima).

- Seguir sempre as instruções fornecidas pelo CIAV ou outros serviços de emergência.

84

Indicar a atuação do socorrista em situações específicas de lesões cutâneas e oculares, e

em intoxicações medicamentosas por via digestiva

Reforçar que por sua iniciativa não deve provocar o vómito, dar água, leite ou qualquer

outro medicamento à vítima

85 Indicar a atuação do socorrista e os cuidados a ter em situações específicas de inalação de

um gás.

Práticas de Técnicas

Não aplicável

27

DOR PRECORDIAL

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H00m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Identificar os sinais de suspeita da dor precordial;

Atuar perante uma vítima.

Aspetos-chave:

A população em geral deve ser capaz de reconhecer os sintomas característicos

associados ao Enfarte Agudo do Miocárdio.

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

86 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

87

Apresentar os principais sinais e sintomas de uma situação de dor precordial

- Com recurso ao método interrogativo, recordar os sinais e sintomas já

anteriormente falados no tema SBV.

88

Indicar a atuação do socorrista face à dor precordial

- Realçar que para vítimas que apresentem este tipo de queixas, não se deve

hesitar no alerta para o 112.

Práticas de Técnicas

Não aplicável

28

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Tempos:

Teórica: 00H10m

Prática: 00H00m

Objetivos:

No final deste tema o formando deve ser capaz de:

Identificar os sinais de suspeita de AVC;

Atuar perante uma vítima de AVC

Aspetos-chave:

Ações simples de avaliação de sinais de Acidente Vascular Cerebral são um

método fiável para a avaliação inicial do mesmo.

Orientações relativas aos slides

Slide n.º Objetivo do slide

89 Apresentação do tema e indicação do objetivo.

90 Apresentar os principais sinais e sintomas de uma situação de acidente vascular

cerebral

91 Indicar procedimentos face a uma vítima de acidente vascular cerebral

92

Indicar os princípios de atuação face a um AVC

- Realçar que para vítimas que apresentem este tipo de queixas, não se deve

hesitar no alerta para o 112.

Práticas de Técnicas

Não aplicável

AVALIAÇÃO

Tempos:

Teórica: 00H00m

Prática: 02H30m

A avaliação é qualitativa e é centrada no que o formando consegue executar, pelo que

durante a ação de formação, o formador deve focar-se no desenvolvimento das

competências práticas dos formandos, preconizando-se o recurso a cenários.

A - A avaliação deve constar de uma avaliação contínua (AC) permitindo avaliar a

evolução de cada um dos formandos ao longo do curso. Será cotada de 0 a 2.

Classificação Critérios

0 Mau

0,5 Insuficiente

1 Suficiente

1,5 Bom

2 Muito Bom

B - Dois desempenhos práticos (PP1-SBV/DAE – tema obrigatório e PP2-relativo a

outras temáticas do curso). Na PP1, utiliza-se o recurso a grelha já existente. Cada prova prática é cotada de 0 a 4 valores, segundo a tabela seguinte:

Classificação Critérios

0 Não executa o trabalho solicitado

1 O trabalho tem erros graves e a técnica é incorreta ou inapropriada

2 O trabalho é satisfatório, embora sem aperfeiçoamento

3 O trabalho é bem executado cumprindo os objetivos sem

deficiências que chamem a atenção

4 O trabalho é executado de forma exemplar, chamando a atenção

pela sua qualidade e rigor

O formando com uma classificação inferior a 2 valores na PP1 (SBV/DAE) interrompe

de imediato a sua avaliação sendo reprovado.

A classificação final (CF) é expressa em Reprovado se o somatório das notas das duas

provas práticas e da avaliação contínua, multiplicando-se o resultado por 2 for inferior

a 10 valores e Aprovada se o cálculo final for igual ou superior a 10.

Material necessário: Manta; Manequins de treino; DAE de treino, Máscaras de

proteção facial; Compressas; Ligaduras.

30

FERRAMENTAS DE APOIO AO FORMADOR

No site da ESO (www.esocvp.org) existe uma área reservada aos formadores, onde

tem acesso não só às apresentações, manual do formador, programa do curso,

grelhas de avaliação SBV/DAE deste curso, como tem acesso a impressos

constituintes do dossier técnico pedagógico.

O acesso a esta área decorre depois da integração como formador da Bolsa

Nacional de Formadores da ESO.

Em caso de dificuldades de acesso, devem contatar a ESO

([email protected])

Qualquer questão técnica ou dúvida deverá ser dirigida para um dos seguintes mail

[email protected] ou [email protected]

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

European Reference Guide for First Aid Education, Belgian Red Cross – Flanders,

Dezembro 2006 e International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies e

International first aid and resuscitation guidelines 2016, estando reservados todos os

direitos.

SÍTIOS NA INTERNET

Entidade URL

Comité Internacional da Cruz Vermelha http://www.icrc.org/

Cruz Vermelha Portuguesa http://www.cruzvermelha.pt/

Direção-Geral de Saúde http://www.dgs.pt/

European First Aid Manual http://www.efam.be/

Global First Aid Reference Center https://www.globalfirstaidcentre.org/

European Ressuscitation Council http://www.erc.edu/

Federação Internacional da Cruz Vermelha http://www.ifrc.org/

Instituto Nacional de Emergência Médica http://www.inem.pt/

Portal da Saúde (Ministério da Saúde) http://www.portaldasaude.pt/

SNS24 (linha de Saúde – 808 24 24 24) http://www.saude24.pt/

<<< FIM DOCUMENTO>>>