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Todos os direitos reservados. - 2002 ABES A Associação Brasileira das Empresas de Software, fundada em setembro de 1986, tem como objetivo principal congregar as empresas produtoras, distribuidoras , revendedoras e prestadoras de serviço no setor de programas de computador, para defesa dos interesses do setor. Nos últimos anos tem se dedicado a encaminhar às autoridades competentes estudos, pleitos e sugestões de interesse do mercado nacional de software, atuando no aprimoramento da legislação nacional relativa às atividades de informática, à proteção jurídica do software e às questões tributárias envolvidas na comercialização, entre outras atividades. SERVIÇOS PERMANENTES Dentro da filosofia de prestar serviços aos seus associados, a ABES oferece um conjunto de serviços permanentes: · Consultoria Jurídica - atendimento diário ao associado por advogados especializados na legislação relativa ao software · Emissão de Certidões - fornecimento de certidões de autoria ou distribuição, para atender exigências da Lei 8666, de licitações públicas · Banco Permanente de Negócios - espaço para troca de informações comerciais entre associados e oportunidades de negócio nacionais e internacionais · Orientador Jurídico - publicação periódica que comenta e orienta os associados sobre assuntos legais de interesse das empresas do setor OUTROS SERVIÇOS · Grupos de trabalho · Análise de Contratos · Seminários · Palestras · Aluguel Auditório · CD - Software no Brasil · Atendimento a usuário em geral · Campanha combate ao uso irregular de software Para maiores informações ou para filiar a sua empresa, entre em contato: ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software Av. Brigadeiro Faria Lima 1713 - cj 33/34

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ABES

A Associação Brasileira das Empresas de Software, fundada em setembro de 1986, tem como objetivo principal congregar as empresas produtoras, distribuidoras , revendedoras e prestadoras de serviço no setor de programas de computador, para defesa dos interesses do setor.

Nos últimos anos tem se dedicado a encaminhar às autoridades competentes estudos, pleitos e sugestões de interesse do mercado nacional de software, atuando no aprimoramento da legislação nacional relativa às atividades de informática, à proteção jurídica do software e às questões tributárias envolvidas na comercialização, entre outras atividades.

SERVIÇOS PERMANENTES

Dentro da filosofia de prestar serviços aos seus associados, a ABES oferece um conjunto de serviços permanentes:

· Consultoria Jurídica - atendimento diário ao associado por advogados especializados na legislação relativa ao software

· Emissão de Certidões - fornecimento de certidões de autoria ou distribuição, para atender exigências da Lei 8666, de licitações públicas

· Banco Permanente de Negócios - espaço para troca de informações comerciais entre associados e oportunidades de negócio nacionais e internacionais

· Orientador Jurídico - publicação periódica que comenta e orienta os associados sobre assuntos legais de interesse das empresas do setor

OUTROS SERVIÇOS

· Grupos de trabalho· Análise de Contratos· Seminários· Palestras· Aluguel Auditório· CD - Software no Brasil· Atendimento a usuário em geral· Campanha combate ao uso irregular de software

Para maiores informações ou para filiar a sua empresa, entre em contato:

ABES - Associação Brasileira das Empresas de SoftwareAv. Brigadeiro Faria Lima 1713 - cj 33/34

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01452 - 001 São Paulo - S.P.Telefone (011) 3816 11 85Fax (011) 3097 8288http://www.abes.org.bre-mail : [email protected]

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Atuação da ABES

Desde sua fundação, a ABES tem como objetivos principais congregar as empresas produtoras, distribuidoras e revendedoras de programas de computador e prestadores de serviço; encaminhar às autoridades governamentais e demais entidades competentes, estudos, sugestões e pleitos de interesse do mercado nacional de software e atuar no aprimoramento da legislação nacional relativa às atividades de informática e à proteção jurídica do software. Com associados em 14 estados da Federação, as mais de 500 empresas associadas representam aproximadamente 85% do mercado brasileiro.

A partir de 1989 a ABES iniciou uma campanha permanente de combate à violação dos Direitos Autorais de software, que tem contribuído para a redução do "índice de pirataria" nos últimos anos, e que está estruturada em três vertentes principais:

1- Legislação - trabalho para a melhoria das Leis aplicáveis ao setor, especialmente no que concerne ao Direito Autoral .

2 - Educação - conscientização e educação sobre a legislação aplicável ao Direito Autoral, através de cursos, palestras, seminários, workshops e distribuição de material educativo.

3 - Repressão - atuação direta sobre os contraventores.

Embora a campanha tenha proporcionado bons resultados ao longo da última década, ainda estamos muito longe do que poderia ser considerada uma situação adequada, principalmente em relação ao cenário mundial atual.

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Visão Geral

O software transformou dramaticamente a maneira de fazer negócios e o ambiente de trabalho. Graças aos programas de computador, os profissionais de hoje são mais eficientes e as empresas mais produtivas. Esta ferramenta veio revolucionar velhas noções de fornecimento de produtos e serviços aos clientes, além de estabelecerem canais de comunicação em tempo real, surgindo como a "pedra fundamental" para a eficiência organizacional.O software é uma das ferramentas mais valiosas para os negócios e, seu uso, uma importante prática empresarial. Por outro lado, o gerenciamento ineficiente do software pode acabar sendo muito dispendio para a organização. As Leis de Direitos Autorais que versam sobre a proteção à propriedade intelectual oferecem ao software a mesma proteção conferida aos livros. Isso significa que não se deve instalar ou copiar programas de computador sem a devida autorização do titular dos Direitos Autorais.A produção de software exige conhecimento técnico e um grande volume de investimentos e, pela sua importância e alcance, movimenta bilhões de dólares em negócios e em tributos, alem de gerar milhares de empregos.A legislaçao vigente impõe severas punições para quem viola Direitos Autorais.Além disso, a cópia ilegal é mais propensa a apresentar falhas, não tem garantia nem suporte técnico e é um grande risco para entrada de vírus nos computadores. Entretanto, as cópias irregulares continuam a ser um sério problema para a indústria de software, para os governos e a sociedade. Calcula-se que para cada cópia legítima em uso, pelo menos uma é produzida sem a autorização do titular dos respectivos Direitos Autorais, custando bilhões de dólares por ano à indústria de software.

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Manual ABES de Gerenciamento de Software

1) Introdução

Visão Geral Atuação da ABES

2) O uso irregular de software

O que é a pirataria de software? Quais são as modalidades de pirataria de software?

• Falsificação • CD-ROM Pirata • Revendas de Hardware • Pirataria Individual • Pirataria Corporativa • Pirataria Cliente/servidor • Pirataria On-line Quais são os riscos no uso de software irregular?

• Riscos Jurídicos • Riscos Financeiros • Outros Riscos Quais são os princípios legais?

3) Gerenciamento de Software

Benefícios do uso legal Vantagens do gerenciamento de software Visão geral do gerenciamento de software

4) Programa de Gerenciamento de Software Apresentação Política de uso

• Sugestão de contrato de garantia • Sugestão de memorando aos funcionários Determinação das necessidades Programa de auditoria

• Introdução • Justificando a auditoria • Preparação da auditoria Ferramenta para auditoria Agendar a auditoria

• Trabalho de Campo Inventariar o hardware Inventariar o software

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Comparar documentação com software instalado

• Resultados da auditoria Sugestões de formulários para auditoria

5) Licenças de uso

6) Panorama de mercado

7) Perguntas e respostas

8) Créditos

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O que é a pirataria de software?

O termo “pirataria de software” tem sido utilizado em nível mundial para definir a prática ilícita caracterizada pela reprodução e uso indevidos de programas de computador

legalmente protegidos. Tolerada, e mesmo patrocinada por alguns países, muitos dos quais sequer possuem leis que a coíbam, a pirataria é amplamente praticada . Em algumas nações, as leis de direito autoral não protegem, especificamente, o software. Em outras, as normas são vagas e, portanto, rotineiramente ignoradas. Há, ainda, países que sequer têm leis de direito autoral e aqueles que estabelecem penalidades sem significado real. Consequentemente, a pirataria é um problema grave em todo o mundo e prejudica todas as empresas de software, bem como o usuário final. Com ela, reduz-se o nível do suporte e retarda-se o desenvolvimento de novos produtos, o que influi, diretamente, na qualidade dos programas.

A pirataria de programas de computador no Brasil experimentou um pequeno recuo, mas ainda é praticada em níveis alarmantes. Ao longo dos últimos anos, muita coisa tem sido feita A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), tem produzido extenso material de divulgação com o objetivo de alertar os usuários sabre os danos causados pela cópia indiscriminada de programas de computador. Mas ainda ha muito o que fazer!

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Quais são as modalidade de pirataria ?

FalsificaçãoFalsificação é a cópia e a comercialização ilegal de software protegido por direitos autorais, com a intenção de imitar o material original. Inclui imitação da embalagem, documentação, etiquetas e das demais informações. Esta prática é sofisticada, mas a menos comum no Brasil.

CD-ROM PirataÉ a duplicação ilegal e a comercialização das cópias com objetivo de obter lucro. Normalmente, a cópia é feita em mídia regravável e vendida através de anúncios classificados em jornais, pela Internet, ou diretamente em "lojas" ou bancas de camelôs. Costumam trazer "coletâneas", ou seja, diversos programas compactados num único CD, e seu preço é geralmente irrisório. Diferente da falsificação, neste caso, o usuário sabe que está comprando uma cópia ilegal.

Revendas de HardwareAlguns revendedores de computador, sobretudo aqueles que atuam no mercado informal, gravam cópias não autorizadas de software nos discos rígidos dos PCs, sem fornecer ao usuário a licença original ou a documentação técnica. Trata-se de estratégia para incentivar a compra do hardware, sem o conhecimento do comprador quanto à existência de pirataria.

Pirataria IndividualCompartilhar programas com amigos e colegas de trabalho também é um problema significativo. Usuários individuais, que fazem cópias não autorizadas, simplesmente não acreditam que possam ser detectados, sobretudo em face do enorme número de pessoas que pratica esse tipo de pirataria.

Pirataria Corporativa

É a execução de cópias não autorizadas de software para computadores dentro de organizações. Ocorre quando cópias adicionais são feitas por empregados, para uso na corporação (empresas, escolas, repartições públicas, etc), sem a necessária aquisição de novas licenças. Esta é uma das formas de pirataria mais difundidas, sendo responsável por mais da metade das perdas sofridas pela indústria mundial de software. As grandes empresas, geralmente, são mais cuidadosas em relação ao uso legal de software do que companhias de pequeno e médio portes, pois são mais sensíveis ao fato de que a pirataria não só expõe publicamente a empresa, como também a submete ao risco de altas indenizações, pois mesmo poucas cópias ilegais podem significar multas vultosas , além de outras penalidades.

Pirataria Cliente/ServidorQuando a empresa passa de um ambiente de usuários isolados, para um ambiente de rede, é comum confiar a instalação e o gerenciamento a consultores ou revendedores. Podem ser instaladas cópias ilegais no servidor, ou mesmo uma cópia original, mas não destinada ao

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uso em rede e ainda, permitir mais usuários do que a quantidade definida na licença, colocando a empresa em sério risco. Exceder o número permitido de usuários discriminado na licença também se configura como pirataria. Pirataria OnLineComo o acesso à Internet se tornou uma prática comum nos ambientes de trabalho, este tipo de pirataria vem crescendo rapidamente. O software pode ser facilmente transferido e

instalado, e mais, anonimamente.

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Quais são os riscos no uso de software irregular?

Riscos JurídicosA pirataria de software pode resultar em processos cíveis e criminais. A organização estará exposta a altas multas, indenizações e até a prisão dos responsáveis. Embora os executivos das empresas acreditem que não existe possibilidade de sua empresa ser descoberta, pelo menos uma empresa é flagrada a cada dia. A indústria de software descobre violações ao Direito Autoral através de denúncias, o que dá início aos processos de busca e apreensão, instauração de queixa crime e abertura de processos indenizatórios. No Brasil, as indenizações podem chegar a até 3.000 vezes o valor do software irregular, e as penas de prisão a até 4 anos.

Riscos FinanceirosAo adquirir um software pirata, uma vez que a operação é ilegal, não existe nenhuma documentação oficial que registre a operação. Sem registro, a operação não gera o pagamento de nenhum tributo relativo à transação. A lei brasileira prevê, para estes casos, a figura do crime fiscal, ou seja, independentemente de queixa, o Ministério Público deve acionar a autoridade tributária para uma investigação de sonegação fiscal. Além da indenização por uso indevido, a organização será auditada por agentes do governo, para localizar e punir as evasões fiscais ocorridas. Ainda mais, como os processos são públicos, estes normalmente são divulgados pela imprensa, expondo a imagem da empresa, situação cujo custo pode ser bastante alto para os negócios.

Outros riscosO uso de software pirata também traz outros riscos, a nível operacional.Nunca se sabe o que está dentro de uma mídia com software pirata; podem ocorrer surpresas com programas incompletos, ou que não funcionam.Software pirateado não tem manuais nem documentação técnica, o que pode ser um problema se houver alguma dúvida durante a utilização.Programas ilegais não têm garantia nem suporte técnico, muito menos acesso a versões de atualização, com descontos, ou mesmo gratuitas.Um disco de origem desconhecida pode trazer diversos tipos de vírus, que poderão levar a uma paralização total dos sistemas da empresa

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Quais são os princípios legais ?

O conceito básico da lei é que, ao adquirir um programa de computador (software), o usuário não se torna proprietário da obra, mas apenas recebe uma Licença de Uso , de forma não exclusiva.

Os pontos mais importantes da Lei 9609/98 são os seguintes:

1- O programa de computador é protegido nos mesmos moldes das obras literárias, o que deixa o país alinhado com os tratados internacionais dos quais é signatário.

2- A proteção é assegurada por 50 anos a partir do lançamento da obra, com proteção total ao titular do Direito Autoral.

3- Esta proteção independe de registro em órgãos oficiais, o que reduz significativamente a burocracia e os custos para produção e comercialização de software.

4- Foram alteradas as penalidades cíveis e criminais para quem violar os Direitos Autorais; até 2 anos de detenção para a violação e, se for para fins de comércio, a pena foi aumentada para até 4 anos de detenção

5- Mesmo tendo adquirido uma cópia original, o usuário não possui o direito de realizar a exploração econômica do software (cópia e revenda, aluguel, etc), a não ser que tenha autorização expressa do titular.

6- A violação do Direito Autoral foi equiparada a crime fiscal, ou seja, quando houver sonegação fiscal ou perda de arrecadação como consequência da violação (venda sem nota, cópia ilegal, etc) o Ministério Público deverá acionar as autoridades tributárias para que se instaure o processo administrativo competente.

7- Quando se fala das penalidades, a Lei de software é usada em conjunto com a Lei 9610/98, que regula os Direitos Autorais, e que determina uma indenização de até 3.000 vezes o valor da obra, sem prejuízo das demais penas aplicáveis.

A Lei de Direitos Autorais (9610/98) e a Lei de Software (9609/98), usadas em conjunto, trouxeram grandes benefícios para o setor e, principalmente, garantem a segurança para as empresas, nacionais ou estrangeiras, que desenvolvem programas de computador, pois seus investimentos estão adequadamente protegidos por uma legislação clara e concisa.

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Benefícios do uso legal

A utilização de programas originais traz inúmeras vantagens e garantias ao usuário legal, que poderá contar com suporte ao produto, documentação auxiliar, correções de eventuais erros no programa sem custo adicional e atualização para novas versões a preços mais vantajosos, entre outros benefícios.Muitos produtores de software também garantem, aos seus usuários legais, acesso a Bulletin Board Systems (BBS) e descontos especiais ou mesmo, livre ingresso em exposições e congressos. O software original também está totalmente isento das contaminações por vírus de computador, um dos principais responsáveis pela perda de dados. Além disso, a operação legal gera empregos no setor e garante o recolhimento de tributos pelo governo.

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Vantagens do Gerenciamento de Software

Todo programa de computador se constitui numa importante fonte de recursos para a empresa, portanto, é necessário que seja adequadamente gerenciado, como qualquer outro ativo, de modo a maximizar o retorno do investimento. Enfim, o gerenciamento de software é uma importante prática empresarial que trará as seguintes vantagens:

1- Compra e manutenção de licenças apenas para o software realmente necessário ao negócio.

2- Eliminação de software com pouco ou nenhum uso; máquinas "enxutas" têm melhor desempenho.

3- Aumento dos descontos nas compras de volumes maiores e mais racionalizados.

4- Adequada alocação dos custos de aquisição e manutenção em cada unidade organizacional.

5- Controle adequado sobre os recursos disponíveis nas diversas unidades organizacionais.

6- Prevenção contra os riscos associados ao uso irregular de software .

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Visão Geral do Gerenciamento de Software

Abaixo, estão descritos de forma resumida, os pontos principais para uma ação eficaz:

· Instituir oficialmente um Programa de Gerenciamento de Software na Empresa

· Sempre adquirir software de distribuidores idôneos. Cuidado com preços fora da realidade do mercado.

· Pedir sempre a Nota Fiscal, com a descrição das licenças que estão sendo adquiridas.

· Pedir sempre a licença e a mídia original do software que está sendo adquirido

· Atenção ao conteúdo das licenças, pois elas variam de fornecedor para fornecedor.

· Guardar em local seguro as licenças, as mídias e e a documentação original que acompanha o software.

· Em caso de dúvida, entrar em contato com o fabricante para obter explicações detalhadas.

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Apresentação

Um programa de gerenciamento de software é um processo contínuo, no qual é importante demonstrar aos funcionários o compromisso da organização com o uso de software original, além de disponibilizar rotinas e procedimentos para que esse compromisso seja atingido. Um Programa de Gerenciamento de Software consiste basicamente de três ítens:

- Política de uso- Determinação das necessidades- Programa de auditoria

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Política de uso

Os ítens descritos a seguir tentam cobrir todos os possíveis aspectos do uso adequado de software dentro das organizações. Sugere-se que cada organização faça as adequações necessárias e implante sua própria política de uso, dando a divulgação necessária a todos os seus funcionários. Uma Política de Uso deve, no mínimo:

· Ser claramente redigida, aprovada e promovida pela alta direção da empresa

· Prever a definição de pessoa responsável pela sua implementação e manutenção na organização

· Ser comunicada com clareza a todos os funcionários

· Conter um código de conduta que preveja ações disciplinares por sua violação

· Prever um programa de treinamento aos funcionários, relativo às licenças e seu uso adequado

· Manter os funcionários como responsáveis pela utilização e conteúdo dos sistemas informativos

· Estabelecer rotinas padronizadas para levantamento da necessidade, aquisição e instalação de licenças

· Estabelecer normas de armazenamento seguro de mídias, documentação e licenças originais

· Estabelecer procedimentos para distribuição das licenças dentro da organização

· Prever auditorias periódicas para assegurar o cumprimento das normas definidas

· Prever a manutenção de um inventário do hardware em uso na organização

· Prever a manutenção de um inventário do software em uso na organização

· Instituir programa de auditoria para reconciliar as cópias instaladas em relação ao inventário

· Prever sistema de monitoramento do acesso às mídias, documentação e licenças originais

· Estabelecer a apresentação de relatórios periódicos sobre a situação de uso de software na organização

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· Prever os mesmos procedimentos para filiais e empresas coligadas

Para que a Política de Uso gere os efeitos esperados, veja, a seguir, um modelo de "Contrato de Garantia", que sugere-se seja assinada por todos os funcionários e profissionais da corporação, preferencialmente no ato de sua contratação. Práticas deste tipo contribuem, imensamente, para a redução dos índices de pirataria dentro das empresas. Em seguida, também é apresentado um modelo de "Memorando Interno", alertando contra os perigos da cópia ilegal.

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Política de uso

Sugestão de contrato de garantia

1 - A <Nome da Empresa> possui licenças para uso de software, proveniente de diversos fornecedores. Não somos autores deste software ou de sua documentação. Portanto, exceto quando autorizado pelos autores do software, nenhum funcionário ou contratado da <Nome da Empresa> tem o direito de reproduzi-lo.

2 - Para o trabalho em Rede Local, os contratados e funcionários da <Nome da Empresa> deverão utilizar software apenas de acordo com os contratos de Licença de Uso, não podendo alegar desconhecimento desta licença em caso de eventuais sanções.

3 - Os funcionários e contratados da <Nome da Empresa> que tomarem conhecimento de algum uso inadequado de software da empresa ou de sua respectiva documentação dentro ou mesmo fora da empresa, deverão notificar o gerente do departamento ou a consultoria jurídica da <Nome da Empresa>.

4 - De acordo com a Lei de Software, as pessoas envolvidas em reprodução ilegal de programas ficam sujeitas ao pagamento das respectivas indenizações por perdas e danos, em valor correspondente a até três mil vezes o valor de cada cópia do programa original, além de sanções penais como multas e prisão.

A <Nome da Empresa> não permite a duplicação ilegal de software. Os empregados ou contratados da <Nome da Empresa> que fizerem, adquirirem ou usarem cópias ilegais e não autorizadas, serão punidos de acordo com as circunstâncias, sendo inteiramente responsáveis pela reparação dos danos resultantes de tais atos. Quando empregados, estarão também sujeitos à rescisão do contrato de trabalho por Justa Causa, com base no artigo 482 da C.L.T..

Estou inteiramente ciente dos contratos de garantia da <Nome da Empresa> quanto ao uso do software e concordo em preservá-las.

<Nome do funcionário> Data e Assinatura

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Política de uso

Sugestão de memorando aos funcionários

Para: <Especificar nome do empregado ou Divisão>De: <Funcionário hierarquicamente Superior>

Assunto: Software para PC e a Legislação

O objetivo deste memorando é reforçar a política da Empresa quanto ao uso de software.

Qualquer duplicação de software licenciado, exceto para cópia de segurança (back-up preventivo), constitui violação da Lei de Software e demais legislações aplicáveis à matéria, sendo passível de punição.

Todos os programas que a empresa possui têm licenças e devem ser usados em apenas um microcomputador de cada vez. Isso quer dizer que, se um departamento possui 10 micros com o programa X instalado em cada um deles, tal departamento deve ter, da mesma forma, 10 conjuntos de Licenças de Uso.

Todos os microcomputadores adquiridos pela Empresa estão sendo fornecidos com cópias recém-licenciadas de <listar nomes dos programas de computador> já instalados. <Nome do funcionário> é responsável por certificar-se de que cada software é original.

Se o seu departamento estiver ligado em Rede Local, certifique-se de que o programa em uso é o fornecido pelo Servidor e que as licenças adicionais para acesso multiusuário foram legalmente adquiridas. A empresa não irá tolerar que qualquer funcionário faça cópias não autorizadas de software, ou ainda que utilize programas não disponibilizados pelo < depto. responsável>.

Qualquer funcionário encontrado copiando software, a não ser com finalidade preventiva, ou cedendo software a terceiros, fica sujeito à rescisão de contrato de trabalho por Justa Causa, com base no artigo 482 da C.L.T., assim como à responsabilidade pessoal por tais atos.

Se você precisar usar, em casa, software licenciado pela empresa, você precisa informar-se com <nome do funcionário>, para receber orientação sobre a possibilidade e a forma de fazê-lo. Esta linha de ação pode parecer severa, entretanto, a menos que façamos cumprir uma política rigorosa a respeito do uso de software, a Empresa ficará exposta a grave responsabilidade legal.

<Nome do funcionário> visitará os departamentos, para fazer uma relação dos discos rígidos e dos programas instalados, e verificar a existência de documentação e discos originais que, caso não existam, implicarão na remoção das cópias irregulares.

Se você tiver qualquer dúvida, por favor, não hesite em procurar <nome do funcionário>.

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Determinação das Necessidades

Dada a importância que os programas de computador têm na administração dos negócios, toda empresa deveria se perguntar : Quais são os programas de que realmente precisamos? A resposta proporcionará informações que vão garantir uma aquisição racional, segura e eficiente dos programas de computador, além de orientar os esforços para manter sua correta utilização.

Um bom caminho, é o preenchimento do seguinte formulário : Determinação da necessidade de software, por cada funcionário:

Compilando e analisando as informações coletadas através dos formulários, poderá ser identificado o perfil do software mais apropriado para cada equipamento, definindo quais departamentos ou funcionários têm necessidade de alternativas ou aplicativos adicionais. Este procedimento também vai identificar quais programas não são utilizados, permitindo que a empresa defina o que deve ser mantido, atualizado ou removido.

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Programa de Auditoria

Introdução

Esta seção aborda as tarefas para execução de uma auditoria. O propósito básico da auditoria deve ser determinar quais aplicativos estão instalados em seu sistema e remover ou substituir qualquer software não autorizado que seja encontrado.

Uma auditoria, além de ser o único modo seguro de determinar a extensão das violações de direitos, traz muitos benefícios adicionais, entre eles, o de reforçar o controle da aplicação, da versão e a segurança dos dados, determinando o grau de exposição a riscos e a prevenção de desastres.

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Programa de Auditoria

Justificando a auditoria

Por falta de conhecimento, ou mesmo de interesse, a proposta de um Programa de Auditoria é normalmente vista, pela administração das organizações, como uma despesa sem objetivo definido e que vai apenas criar transtornos no dia-a-dia da empresa. Fazendo um rápido exercício com a tabela abaixo e tentando definir valores reais para cada ítem, o resultado financeiro obtido pode ser um argumento bastante convincente para justificar a atividade.

___________________________________________________________________

Descrição dos Custos Programa Litígio pela de Auditoria Violação de Direitos Autorais___________________________________________________________________

Programa de Auditoria A -instalação das atividades

Regularização B Bcompra do software necessário

Despesas Judiciais - Cprocesso, peritagens, etc

Indenizações - Daté 3.000 vezes o valor do software

Crime Fiscal - Esonegação, perda de tributos, etc

Honorários Advogados - Fdefesa, audiências, etc

Imagem da empresa - Gexposição na imprensa, negócios, etc

Custos Pessoais - Hexposição dos responsáveis, prisão, etc___________________________________________________________________

Custo Total A+B B+C+D+E+F+G+H___________________________________________________________________

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Programa de Auditoria

Preparação da Auditoria

O preparo da auditoria consome tempo, mas seu uso adequado poupará horas de trabalho mais tarde. Para que uma auditoria tenha sucesso, é necessário um amplo apoio da organização, especialmente do alto escalão, além da definição clara de seu escopo, de modo a que todos conheçam a fundo os objetivos. Faça as seguintes perguntas :

· Como está formado o ambiente de informática?· Os PC’s estão em rede ou isolados?· Qual é o número de PC’s, isolados e em rede?· Qual é o número de computadores portáteis?· Há algum computador em outros locais ( nas casas dos usuários ou em trânsito, por exemplo) ?· Esta é a primeira auto-auditoria da empresa?· Em que condições encontram-se os registros de propriedade do software em uso na empresa ?

Ferramentas para auditoria

O melhor caminho para agilizar uma auditoria é utilizar uma ferramenta como um software auditor ou os recursos de auditoria de um programa de mensuração. Programas de auditoria permitem aos gerentes de software avaliar o conteúdo do hard-disk de cada usuário e dos servidores de rede e, em alguns casos, informações de hardware e configurações.

Agendar a auditoria

Auditorias podem ser desgastantes e enervantes para alguns usuários. Se isto for preocupante, agende auditorias para horários de baixa utilização, a fim de minimizar o desgaste.

Os funcionários deverão saber quando os auditores estarão testando seus sistemas e deverão ter em mãos - antecipadamente - todo o material e as informações necessárias. Recomenda-se que o software seja removido imediatamente após a comprovação de que o usuário não possui a autorização para o programa em questão.

A prática determina que os usuários sejam informados antes da auditoria, para terem a oportunidade de remover quaisquer dados pessoais que tenham armazenado em seu computador, além de apresentar outras vantagens, como: receber cooperação do usuário; educar o usuário; demonstrar que a organização confia neles; e evitar resultados imperfeitos.

Se os usuários não forem notificados antes de uma auditoria, respeite os seus direitos. Você poderá encontrar software que não pertença à organização mas que seja de propriedade legítima do usuário. Não apague qualquer software sem antes consultar o usuário em cujo

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hard-drive o(s) arquivo(s) tiver(em) sido encontrado(s).

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Programa de Auditoria

Trabalho de campo

Há quatro passos para o trabalho de campo numa auditoria: inventariar hardware, inventariar software, coletar documentação técnica e de compra e comparar o inventário físico do software com a documentação. É importante obter toda a documentação possível de cada programa de software. Prepare-se para descobrir, tanto nos hard-drives locais quanto nos servidores de rede, os seguintes pontos:

· aplicações licenciadas para usuários individuais, copiadas em servidores· aplicações licenciadas para a rede, copiadas em usuários individuais· aplicações licenciadas para usuários externos à organização· software fora dos padrões da organização ou de propriedade do usuário· falta de documentação técnica, mídia, licenças e cartões de registro originais· fotocópias da documentação técnica· falta da documentação de aquisição· usuários com acesso absoluto a toda a rede, e segurança da rede ineficaz· organização ineficaz da rede e dos diretórios em geral· práticas de armazenamento de backups inadequados

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Trabalho de campo

Inventariar o hardware(sugere-se usar o formulário "Inventário de Hardware")

O primeiro passo do trabalho de campo, é estabelecer a localização de todos os PC’s (inclusive portáteis) e dos servidores de arquivos a serem auditados:

Obtenha uma relação completa de todo o hardware da organização e tabule-a por localização, número de série e usuário associado. Se não houver uma relação de equipamentos, faça cada usuário coletar as informações no seu PC. Se possível, faça uma planta baixa da localização do hardware. Isto permitirá agendar e executar a auditoria sistematicamente, por departamento e local.

Inspecione fisicamente a lista de hardware, assegurando-se que os itens listados estejam nos locais apropriados (checagem de localização, com base na lista) e que os itens de cada local apareçam na lista (checagem da lista, com base na localização).

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Programa de Auditoria

Resultados da Auditoria

Uma vez que o trabalho de campo esteja completo e revisto, os dados devem ser resumidos num relatório final.

Os formulários de auditoria são a base do relatório. Tabule os resultados e apresente um relatório conciso à administração da organização, para que as ações necessárias possam ser executadas. No relatório, certifique-se de explicar os procedimentos utilizados na condução da auditoria.

Neste relatório de auditoria, descreva sugestões para corrigir as irregularidades que apresentem riscos a infrações de Direitos Autorais e para aperfeiçoar os controles de aquisição e uso de software.

O relatório deve indicar quais aplicações estão sem autorização, quais aplicações precisam ser adquiridas novamente e quais não precisam ser readquiridas para conduzir o negócio .

Como conclusão da auditoria, o relatório deve sugerir :

· a destruição de todo o software não-licenciado que está em uso· as aquisições necessárias, de acordo com o levantamento das necessidades· um programa de auditorias periódicas a ser implementado na organização

Quando da preparação do relatório de auditoria, alguns aspectos adicionais podem ser considerados, para otimizar a utilização e regularização do software:

Software em OEM (pré-instalado em computadores novos): a maioria das pequenas e médias empresas compra computadores montados por revendedores, os chamados clones. Eles são mais baratos que os micros de marcas conhecidas, porém podem representar um foco de programas piratas. Certifique-se de que os programas pré-instalados no micro têm as devidas licenças de uso do fabricante do programa.

Pacotes especiais: todos os fabricantes de software estão interessados na diminuição da pirataria. Para acelerar esse processo, muitos fornecedores possuem pacotes especiais para pequenas e médias empresas, oferecendo condições favoráveis de financiamento para aquisição de cópias originais. Além disto, estes programas especiais oferecem vantagens no preço, dependendo da quantidade de produtos a serem adquiridos.

Programas antigos: antes de adquirir software novo, verifique se existem produtos antigos originais na empresa. Muitos destes produtos são aceitos na compra de "atualizações", mesmo sendo de empresas concorrentes: basta consultar um revendedor sobre esta possibilidade. Há descontos especiais para quem trocar estes produtos por novos na hora da compra. Faça o "upgrade" dos programas e mantenha a organização atualizada.

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Licenças de uso

Existem milhares de empresas fornecedoras de software e centenas de milhares de produtos disponíveis para comercialização, e cada empresa tem sua política comercial própria, adequada a cada tipo de produto. Assim, existem inúmeros tipos de licenças de uso no mercado, seja em termos de conteúdo, seja em termos de forma de apresentação.

A legislação vigente descreve que a comercialização de software no Brasil se dá, na forma de licenciamento de uso, mas deixa sempre a possibilidade da existência de contratos de licença especiais, mesmo que não expressamente citados na Lei.

É sempre recomendável ler por inteiro os termos de licenciamento.

Conheça os tipos mais mais comuns de licenciamento encontrados no mercado.

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Panorama de mercado

Cópias piratas de programas de computador constituem um sério problema para a indústria de software, para os governos e a sociedade em geral. Calcula-se que para cada cópia legítima produzida e em uso, pelo menos uma outra é reproduzida sem autorização do titular dos direitos autorais. A pirataria custou à indústria mundial de software mais de U$ 11 bilhões em 1998.A pirataria de software no Brasil já gerou perdas superiores a US$ 5 bilhões, apenas nos anos 90. É importante ressaltar que esse número não representa apenas um prejuízo aos produtores, mas também aos distribuidores e revendedores brasileiros, além de perdas consideráveis com a arrecadação de impostos que poderiam ter sido revertidos em benefício da população.

Em 1998 o índice de pirataria de software para microinformática foi da ordem de 61%, ou seja, para cada 10 cópias em uso, 6 eram ilegais, produto da violação da Lei de Software 9609/98 e da Lei de Direitos Autorais 9610/98.A campanha antipirataria foi iniciada no país em 1989. Paralelamente a uma série de seminários e programas educativos, foram realizadas varias ações de busca e apreensão, o caminho mais eficaz para coibir a pirataria de software. Algumas dessas ações foram encerradas com um acordo entre as partes. Em outros casos, a Justitiça condenou os culpados e determinou o cumprimento de penas pecuniárias e de detenção. Além da aplicação da lei, as empresas, entidades e pessoas físicas flagradas utilizando ou comercializando software pirata comprometem suas imagens nas paginas policiais dos principais veículos de comunicação do pais. Expõem-se ainda perante toda a sociedade como empresas que desrespeitam a Lei..

Estudos indicam que, se o índice de pirataria fosse reduzido para a metade, o crescimento gerado por essa redução seria maior do que o próprio crescimento vegetativo do mercado, tanto em termos de faturamento quanto de geração de empregos e de arrecadação de tributos pelo governo.

Traduzido em números, este estudo indica que, se fossem tomadas ações eficientes para o combate da pirataria de software, que resultassem na redução do índice de pirataria para 25% no ano 2000, o mercado movimentaria mais 697 milhões de dólares, seriam criados 23.900 empregos e o governo aumentaria sua arrecadação em 410 milhões de dólares .

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Perguntas e respostas

Em quais circunstâncias é permitido ao usuário duplicar um programa de computador?Como regra geral, o usuário, ao adquirir uma “licença de uso” de um software, somente poderá efetuar uma cópia de salvaguarda (back-up).

Posso instalar um programa legalmente adquirido em mais de um PC?O usuário não pode instalar o programa em diferentes computadores, mesmo que a utilização do software não seja simultânea. Não existe o conceito de "cópia ativa", que considera apenas o número de cópias em uso.

Posso adquirir um pacote de aplicativos e instalar cada um em uma máquina diferente, sem duplicá-los? Não. Os pacotes que reúnem mais de um aplicativo são comercializados a preços diferenciados, mas não podem ser instalados em mais de um computador. Se você desejar instalar os aplicativos em equipamentos diferentes, deve adquirir cópias individuais de cada aplicativo. Os pacotes tem preços mais atraentes, mas devem ser instalados em um único computador.

Quando ocorre a chamada pirataria corporativa?A pirataria corporativa acontece quando o número de computadores que executam um mesmo programa, ainda que não simultaneamente, é maior que o número de licenças legítimas adquiridas pela empresa.

Posso instalar um software legalmente adquirido em uma rede local de computadores?Muitos programas são comercializados em versões para redes. Se sua empresa possui uma rede, não deixe de seguir as orientações do fornecedor quanto ao uso e instalação no servidor. Constitui violação de direitos autorais a adoção de um software versão mono-usuário em rede, ou acesso aos terminais em quantidade maior do que a licenciada.

Comprei um computador e recebi software pirata dentro da máquina, o que posso fazer? Você poderá ser responsabilizado pela receptação de produto de crime. Você deverá formalizar a denúncia, fornecendo os dados da empresa, deverá destruir as cópias piratas e adquirir programas originais. Para ser ressarcido pelo prejuízo, deverá entrar com denúncia na Delegacia do Consumidor ou contratar um advogado para defendê-lo.

A locação de software é pirataria?Sim. O software não pode ser locado sem a permissão expressa do produtor do mesmo. A grande maioria das empresas não permite a utilização de seus software dessa maneira.

Posso denunciar uma empresa que pratica pirataria de software ou finge desconhecer o uso de programas ilegais por seus funcionários e colaboradores, sem que seja descoberto ou punido?

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O Telepirata (0800 - 110039) aceita denúncias e preserva a identidade das pessoas. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer localidade do Brasil.

Como são processadas as denúncias?Todas as denúncias são investigadas. A Associação realiza os trabalhos de investigação de maneira sigilosa, e nem os funcionários regulares da ABES sabem como funciona a investigação, para evitar prejudicar os trabalhos.

Quanto tempo demora para a empresa ser autuada? Todas as ações são agendadas de acordo com critérios que levam em conta o volume da pirataria e a extensão do prejuízo causado. Depende também dos advogados e do Ministério Público (Justiça) envolvidos na ação, pois são recebidas muitas denúncias; todas devem ser verificadas, investigadas e os reponsáveis autuados dentro de critérios legais. Em alguns casos, por determinação judicial, o resultado de uma ação pode não ser divulgado (segredo de justiça).

Os funcionários são responsabilizados pela pirataria ocorrida dentro da empresa? Em geral as ações não visam prejudicar os funcionários, e a empresa arca sozinha pela responsabilidade da pirataria realizada dentro de suas instalações. Entretanto, no caso da empresa possuir uma Política de Gerenciamento de Software, o funcionário que gerou a irregularidade poderá ser responsabilizado por eventuais danos.

Posso ser prejudicado se fizer denúncia?Não. Todas as informações a respeito são de caráter sigiloso. Nem mesmo os advogados que cuidam do caso tomam conhecimento de quem procedeu a denúncia para evitar problemas durante as investigações.

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Licenças de uso

Os tipos mais mais comuns de licenciamento encontrados no mercado são:

Freeware

Situação em que o titular dos Direitos Autorais renuncia plenamente a estes direitos, colocando a obra em circulação sem custo e sem limites para reprodução. O caso mais típico é o programa para cálculo do Imposto de Renda, disponibilizado para a sociedade pela Receita Federal. Vale lembrar que o titular pode revogar esta decisão, passando a exigir uma remuneração por novas cópias que vierem a ser feitas.

Demo

Normalmente, trata-se de licença de um aplicativo reproduzido parcialmente, para que o usuário possa avaliar o programa antes da aquisição. Usualmente apresentam uma limitação física para o uso, não tem custo mas não pode ser comercializada. Após a avaliação, se o usuário quiser usar o aplicativo, deverá adquirir a licença completa.

SharewareNeste caso também, o aplicativo é colocado em circulação para uma avaliação. A limitação é temporal, ou seja, o programa pode ser usado durante um período de tempo determinado, após o que deve ser retirado do computador. Também, caso o usuário deseje continuar usando o aplicativo, deverá adquirir a licença completa.

AcadêmicaEste tipo de licença é completa, idêntica às de uso comercial. A diferença é que ela é destinada a professores e alunos de entidades de ensino, e normalmente tem preços diferenciados. O limite usual é que esta licença só tem validade enquanto o usuário estiver na condição estipulada (aluno ou professor).

OEM

É a licença relativa aos programas de computador que já estão pré-instalados quando da compra do equipamento. O conceito desta licença é o de uma operação casada pois, o programa só pode ser usado naquele equipamento e, quando este for desativado, o programa também deve ser. As licenças OEM só acompanham equipamentos, não sendo disponíveis para comercialização isolada.

Mono-usuário

É a situação mais comum do mercado. É a licença que se adquire unitariamente em revendedores ou lojas especializadas, e que autoriza uma instalação do programa.

Multi-usuário

É a licença utilizada para instalação de programas que funcionam em rede. Este tipo de licença normalmente indica o número de estações de trabalho habilitadas a acessar o programa (simultaneamente ou não).

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SiteÉ a licença vendida para um local físico determinado, e que vale para todos os usários daquele local. Os programas podem ser usados sem nenhum tipo de limite dentro do espaço determinado.

ModularRefere-se a programas que não são utilizados de uma só vez. O fornecedor faz a instalação completa do software e vai licenciando cada módulo, à medida em que estes vão sendo colocados em operação e acessados pelos usuários.

Reprodução limitadaNeste caso, o usuário adquire apenas um pacote físico (mídias, manuais, documentação, etc) e a autorização para uma quantidade determinada de cópias autorizadas. Por exemplo, um pacote com 30 licenças conterá uma cópia original do software e uma licença para que aquele original seja instalado em 30 computadores.

Reprodução livre, condicionadaO usuário adquire apenas um pacote físico e autorização para sua instalação em diversos equipamentos. De acordo com a frequência determinada na autorização, o usuário envia ao fornecedor um relatório da quantidade de instalações efetuadas, e recebe do fornecedor o número de licenças relativas às instalações e a respectiva fatura para pagamento. Este tipo de licença é amplamente usado em grandes corporações.

MIPSEste tipo de licença é comum no ambiente de computadores de grande porte (main-frame), e sua comercialização é relacionada com a capacidade de processamento do equipamento. Contratos especiaisSão usados quando o fornecedor desenvolve programas de uso específico para seus clientes, mais conhecidos como "customizados". São documentos mais formais, que trazem definições expressas das condições em que o programa está sendo licenciado.

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LEI Nº 9.609, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998

Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÙBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou analógica, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.

CAPÍTULO IIDA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO

Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei. § 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação. § 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de cinqüenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação. § 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro. § 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam assegurados aos estrangeiros domiciliados no exterior, desde que o país de origem do programa conceda, aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos equivalentes.

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§ 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei e pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País aquele direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível pela venda, licença ou outra forma de transferência da cópia do programa. § 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos casos em que o programa em si não seja objeto essencial do aluguel. Art. 3º Os programas de computador poderão, a critério do titular, ser registrados em órgão ou entidade a ser designado por ato do Poder Executivo, por iniciativa do Ministério responsável pela política de ciência e tecnologia. § 1º O pedido de registro estabelecido neste artigo deverá conter, pelo menos, as seguintes informações:

I - os dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular, se distinto do autor, sejam pessoas físicas ou jurídicas; II - a identificação e descrição funcional do programa de computador; e III - os trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de terceiros e a responsabilidade do Governo. § 2º As informações referidas no inciso III do parágrafo anterior são de caráter sigiloso, não podendo ser reveladas, salvo por ordem judicial ou a requerimento do próprio titular. Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza dos encargos concernentes a esses vínculos. § 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho ou serviço prestado limitar-se-á à remuneração ou ao salário convencionado. § 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços ou órgão público. § 3º O tratamento previsto neste artigo será aplicado nos casos em que o programa de computador for desenvolvido por bolsistas, estagiários e assemelhados.

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Art. 5º Os direitos sobre as derivações autorizadas pelo titular dos direitos de programa de computador, inclusive sua exploração econômica, pertencerão à pessoa autorizada que as fizer, salvo estipulação contratual em contrário.

Art. 6º Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de computador: I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida, desde que se destine à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico, hipótese em que o exemplar original servirá de salvaguarda; II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que identificados o programa e o titular dos direitos respectivos; III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente, quando se der por força das características funcionais de sua aplicação, da observância de preceitos normativos e técnicos, ou de limitação de forma alternativa para a sua expressão; IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características essenciais, a um sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de quem a promoveu. CAPÍTULO IIIDAS GARANTIAS AOS USUÁRIOS DE PROGRAMA DE COMPUTADOR Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o documento fiscal correspondente, os suportes físicos do programa ou as respectivas embalagens deverão consignar, de forma facilmente legível pelo usuário, o prazo de validade técnica da versão comercializada.

Art. 8º Aquele que comercializar programa de computador, quer seja titular dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de comercialização, fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de validade técnica da respectiva versão, a assegurar aos respectivos usuários a prestação de serviços técnicos complementares relativos ao adequado funcionamento do programa, consideradas as suas especificações. Parágrafo único. A obrigação persistirá no caso de retirada de circulação comercial do programa de computador durante o prazo de validade, salvo justa indenização de eventuais prejuízos causados a terceiros.

CAPÍTULO IVDOS CONTRATOS DE LICENÇA DE USO, DE COMERCIALIZAÇÃO E DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

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Art. 9º O uso de programa de computador no País será objeto de contrato de licença. Parágrafo único. Na hipótese de eventual inexistência do contrato referido no caput deste artigo, o documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do seu uso. Art. 10º Os atos e contratos de licença de direitos de comercialização referentes a programas de computador de origem externa deverão fixar, quanto aos tributos e encargos exigíveis, a responsabilidade pelos respectivos pagamentos e estabelecerão a remuneração do titular dos direitos de programa de computador residente ou domiciliado no exterior. § 1º Serão nulas as cláusulas que: I - limitem a produção, a distribuição ou a comercialização, em violação às disposições normativas em vigor; II - eximam qualquer dos contratantes das responsabilidades por eventuais ações de terceiros, decorrentes de vícios, defeitos ou violação de direitos de autor. § 2º O remetente do correspondente valor em moeda estrangeira, em pagamento da remuneração da que se trata, conservará em seu poder, pelo prazo de cinco anos, todos os documentos necessários à comprovação da licitude das remessas e da sua conformidade ao caput deste artigo. Art. 11º Nos casos de transferência de tecnologia de programa de computador, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos respectivos contratos, para que produzam efeitos em relação a terceiros. Parágrafo único. Para o registro de que trata este artigo, é obrigatória a entrega, por parte do fornecedor ao receptor de tecnologia, da documentação completa, em especial do código-fonte comentado, memorial descritivo, especificações funcionais internas, diagramas, fluxogramas e outros dados técnicos necessários à absorção da tecnologia. CAPÍTULO VDAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES Art. 12º Violar direitos de autor de programa de computador: Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa. § 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente:

Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa.

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§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com violação de direito autoral. § 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo: I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público; II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo. § 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente de representação. Art. 13º A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo em depósito, reproduzindo ou comercializando. Art. 14º Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito. § 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser cumulada com a de perdas e danos pelos prejuízos decorrentes da infração. § 2º Independentemente de ação cautelar preparatória, o juiz poderá conceder medida liminar proibindo ao infrator a prática do ato incriminado, nos termos deste artigo. § 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de busca e apreensão observarão o disposto no artigo anterior. § 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para a defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como confidenciais, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo de justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para outras finalidades. § 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele que requerer e promover as medidas previstas neste e nos artigos 12 e 13, agindo de má-fé ou por espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos artigos 16, 17 e 18 do Código de Processo Civil.

CAPÍTULO VIDISPOSIÇOES FINAIS

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Art. 15º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 16º Fica revogada a Lei nº 7.646, de 18 de dezembro de 1987. Brasília, 16 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOJosé Israel Vargas