malas e companhia
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Biobibliografiada escritora
lídia Jorge
Formadora: Sónia SantosFormando: francisco TeixeiraFormanda: Sandra Rosmaninho
Romancista e contista portuguesa nascida a 18 de junho de 1946, em Boliqueime,
no Algarve. Licenciada em Filologia Românica e professora do ensino secundário,
ensinou em Angola e Moçambique, antes de se fixar em Lisboa. Para além de
exercer a docência, dedicou-se também à publicação regular de artigos na
imprensa e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
Ficcionista, a quem tem sido apontada a influência do realismo mágico latino-
americano, cada conto de Lídia Jorge é um romance, isto é, introduz a novidade
relativamente ao que o precede, ao nível da construção romanesca, da linguagem
e do contexto, pelo que uma panorâmica sobre a obra ficcional da autora deve,
acima de tudo, destacar a capacidade de aperfeiçoamento dos materiais
narrativos, a sua adaptação a uma temática sempre renovada, embora inserida
numa tendência ampla para reflexão sobre as várias dimensões do Portugal pré e
pós-revolucionário.
Revelou-se com “O Dia dos Prodígios”, romance, onde a linguagem oral, dotada de
mais sugestividade pelo recurso frequente ao discurso indireto livre e à liberdade
de pontuação, permite a evocação de um mundo rural perdido, numa ficção que
integra processos de desconstrução narrativa Uma personagem levantou-se e
disse. Isto é uma história. Eu disse. Sim. É uma história. Por isso, podem ficar
tranquilos nos seus postos, que tem como objeto a construção de uma perspetiva
irónica sobre a utopia revolucionária, apreendida pelo ponto de vista dos habitantes
de uma aldeia, Vilamaninhos, onde as coordenadas de estagnação, pureza,
ingenuidade se conjugam com um fantástico quotidiano.
Os romances que se seguiram aperfeiçoaram um estilo narrativo que se distingue
pelo entendimento da construção narrativa como um todo orgânico, densamente
construído, onde nada é aleatório e onde a dimensão individual das personagens é
perspetivada a partir do desejo de dar voz às margens culturais, históricas e
sociais silenciadas na construção da memória coletiva do passado recente
português.
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O tema da mulher e da sua solidão é também uma preocupação central da
obra de Lídia Jorge, como, por exemplo, em Notícia da Cidade Silvestre
(1984), A Costa dos Murmúrios (1988) e O Vento Assobiando nas Gruas
(2002) – este último, que aborda a relação entre uma mulher branca com
um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de
contrastes, venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação
Portuguesa de Escritores (2003), o prémio Correntes d'Escritas (2004), o
Prémio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass (2005), na
Alemanha, e o Prémio do Público (2005), no Salão de Literatura Europeia,
em Cognac, na França. Entretanto, em 2000, já tinha recebido o prémio
Jean Monnet da Literatura Europeia pela sua obra O Vale da Paixão.
Cumulando o êxito junto da crítica especializada e do grande público, a sua
obra encontra-se traduzida em francês, em holandês, em alemão e italiano.
Síntese do conto: “Os dois viajantes”Este conto relata um episódio “triste”, passado na região de Padrona, onde dois velhos
amigos se reencontram, devido a um deles se encontrar às portas da morte.
Seu amigo que o visita é engenheiro, e assim que o reencontra, conta determinadas
situações ocorridas de certa forma surrealistas, como é o caso do moribundo, forte e
de grande porte, ter levantado o comboio com passageiros com apenas uma mão.
A determinada altura este padece de sua condição, e acaba por perecer.
O conto acaba por abordar este assunto (a morte) e toda a panóplia envolvida nas
relações interpessoais.
A autora faz questão de utilizar várias figuras de estilo, tais como, hipérboles,
perífrases e elipses no conto.
Como por expo: Senti-me afogado em urgência.
A sensação de ter cavalgado vários cavalos de metal.
Entretanto devagar os beiços do carro começaram a lamber as esquinas.
Montar o instrumento e polo a roncar o meu suor pelas turbinas de escape.
Como um pretor romano, maneta e desterrado.
As estradas eram uma fita de luz iluminada resplandecentes de sombras.
As mandíbulas a baterem por um fio desconhecido.
http://www.infopedia.pt/$lidia-jorge;jsessionid=e+gdBbsiO77+zltE8D5u-g
Algumas das obras da autora.
Analise do Conto “ Os Dois Viajantes”
O contro retrata a história de dois amigos, que se conhecem há muito tempoE desenrola-se em Padrona, terra onde ambos viviam, muitos anos antes.O engenheiro teve a noticia de que o seu grande amigo, o baião se encontrava gravemente doente, ele correu desenfreadamente, até a casa do seu amigo, na esperança que o seu grande amigo não morre-se antes dele chegar, para revê-lo uma vez mais, quando chegou foi inundado de memorias passadas por ambos, e faz uma introspeção das suas vidas, relembrando os bons momentos passados, O conto é de certa forma uma perspetiva da morte, e a sua relação com o eterno dilema humano, a morte, e da nossa fragilidade enquanto seres humanos, quando temos de a enfrentar.