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GESTÃO DA MANUTENÇÃO:
MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS DE SIDERURGIA
MAINTENANCE MANAGEMENT:
MAINTENANCE IN SIDERURGY EQUIPMENT
Danuzia Ricatto1; Fabiano Vilela2; Gustavo Quirino3; Leandro Araújo4; Lucas Fonseca5; Marcelo Farias6;
Reginaldo Moraes7;
1 Graduando em Engenharia Mecânica. Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Belo
Horizonte, MG. Experiência de 5 anos como Técnico em
Segurança do Trabalho e 10 meses como Estagiária de
Engenharia mecânica [email protected]
2 Graduando em Engenharia Mecânica. Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Belo
Horizonte, MG. Experiência de 10 anos como analista de
material e embalagem. [email protected]
3 Graduando em Engenharia Mecânica. Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Belo
Horizonte, MG. Experiência de 3 anos como analista
júnior de sistemas e gerente de pessoas.
4 Graduando em Engenharia Mecânica. Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Belo
Horizonte, MG. Experiência de 3 anos como educador
pedagógico e 7 anos como instrutor de tornearia
mecânica. [email protected]
5 Graduando em Engenharia Mecânica. Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Belo
Horizonte, MG. Experiência de 3 anos como desenhista
projetista . [email protected]
6 Graduando em Engenharia Mecânica. Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Belo
Horizonte, MG. Experiência de 8 anos na área de
segurança do trabalho. [email protected]
7 Graduando em Engenharia Mecânica. Centro
Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Belo
Horizonte, MG. Experiência de 5 anos como Supervisor
operacional e 6 meses Supervisor de contratos.
RESUMO:
O presente artigo tem como objetivo apresentar a fundamentação teórica da manutenção na indústria, bem como
apresentar o funcionamento do processo de gestão da manutenção de uma empresa no ramo de siderurgia em
Belo Horizonte. São apresentados os processos de plano de manutenção existente, os indicadores de
performance e a periodicidade de manutenção nos equipamentos.
PALAVRAS-CHAVE:
Plano de manutenção; manutenção; equipamentos;
ABSTRACT:
This article aims to present the theoretical basis of maintenance in the industry, as well as present the operation of
the process of management of the maintenance of a company in the steel industry in Belo Horizonte. The existing
maintenance plan processes, the performance indicators and the periodicity of maintenance in the equipment are
presented.presented.
____________________________________________________________________________
1 INTRODUÇÃO
A siderurgia trata-se de um ramo especializado
totalmente a transformação do ferro. A produção deste
material se vem por meio de fornos altos e de grande
porte, através de uma cápsula cilíndrica, por onde o
combustível sólido passa e sofre diversos tipos de
reações químicas, o transformando em ferro.
1.1 A história da indústria siderúrgica
Até o final do século XVIII, o ferro era obtido após
esquentar camadas de mineral de carvão vegetal em
fornos de vários metros de altura. O resultado desse
processo era uma massa de ferro trabalhado em fogo
vivo posteriormente submetido a intensos golpes de
martelo (assim se conseguia o ferro). Os fornos
consumiam tanto carvão que a madeira começou a
ficar escassa. Devido a isso surgiu a necessidade de
buscar outro tipo de combustível. A Grã-Bretanha
passou a produzir jazidos de carvão mineral, porém
com certa dificuldade.
No início do século XVIII foi encontrada uma solução:
utilizar o coque, derivado do carvão mineral, nos altos
fornos e assim obter a hulha. Para ativar a combustão
nos fornos do coque era necessário injetar uma
intensa corrente de ar através da máquina de vapor.
Desde então, a indústria siderúrgica começou a
fabricar tubos, vigas e chapas, elementos básicos das
indústrias pesadas. Este processo industrial foi base
de uma nova era, conhecida como Revolução
Industrial.
No século XIX, o desenvolvimento industrial se
estende desde a Grã-Bretanha até o resto dos países
da Europa Ocidental. Os procedimentos para tornar o
ferro em aço são muito caros, porém em 1850 foi
criado um conversor que transformava o ferro em aço.
Esta mudança na indústria siderúrgica trouxe
consequências para a indústria metalúrgica, indústria
têxtil, máquinas agrícolas e para a fabricação de todo
tipo de ferramentas.
Na atualidade com a globalização dos mercados, as
empresas operam em ambientes cada vez mais
competitivos e isso não seria diferente no ramo de
siderurgia, como tal uma empresa para subsistir deve
procurar novas formas de se diferenciar aumentando
os seus índices de eficácia e eficiência mantendo-se
competitivas e autossustentáveis. A eficácia e a
eficiência interna de uma empresa são influenciadas
pelo papel da manutenção e seu impacto noutras
áreas, nomeadamente, a produção, a qualidade e o
ambiente de trabalho.
Ao longo do tempo a área de manutenção tem
mudado significativamente e o incremento destas
mudanças pode ser observado no número e na
variedade das instalações produtivas, com projetos
cada vez mais complexos, com exigências de
conhecimento técnico em níveis cada vez maiores, o
que demanda uma atualização constante dos
profissionais da área de manutenção.
Uma tendência é que a área de manutenção nas
empresas passa a ser considerada estratégica para os
resultados dos negócios das mesmas, pois por meio
da manutenção sistemática é possível antecipar-se e
evitar falhas que poderiam ocasionar paradas
imprevistas dos equipamentos produtivos. Da mesma
forma, é possível se detectar uma situação onde haja
expectativa de falha e programar-se para uma
intervenção em oportunidade mais apropriada, sem
prejudicar os compromissos de produção assumidos.
2 JUSTIFICATIVA
No decorrer do tempo o setor de manutenção tem
mudado de forma significativa, e essas mudanças
pode ser observada em números e variedade das
instalações produtivas, com projetos cada vez mais
complicados, nível de conhecimento cada vez mais
elevado, tendo assim que ter uma atualização
contínua dos profissionais do setor de manutenção. O
setor de manutenção tende cada vez mais, ser
considerado estratégico para os resultados da
empresa, pois por meio da gestão da manutenção é
possível antecipar e evitar falhas, que certamente iria
causar a interrupção do equipamento, ocasionando
certo prejuízo para a empresa. Em outra situação,
através da gestão da manutenção, se preparar para
uma interrupção do equipamento em uma situação
mais apropriada, pois tudo que é planejado é mais
barato, mais seguro e mais rápido.
Equipamentos parados representam além de uma
grave falha na manutenção, um grande prejuízo para
a empresa, provocando: diminuição ou interrupção da
produção; atrasos nas entregas; perdas financeiras;
aumento dos custos; rolamentos com possibilidades
de apresentar defeitos de fabricação; insatisfação dos
clientes; perda de mercado.
3 OBJETIVO GERAL
Analisar o funcionamento da gestão da manutenção
em equipamentos de uma empresa no ramo da
siderurgia localizada em Belo Horizonte.
3.1 OBJETIVO ESPECÍFICOS
• Identificar a caracterização e história da
empresa;
• Identificar o processo da manutenção;
• Identificar os tipos de equipamentos e a
periodicidade de paradas;
• Verificar a existência de indicadores de
performance.
4 REFERENCIAL TEÓRICO
Um Sistema de Gestão da Manutenção é tal como o
nome indica utilizado para fazer uma gestão eficaz de
todas as atividades de manutenção realizadas na
empresa, permitindo a realização de uma forma
disciplinada das principais funções de gestão, tais
como: planejar, organizar, dirigir e controlar toda a
manutenção efetuada na empresa.
Seu principal objetivo é poder contribuir para a eficácia
e eficiência da empresa, atendendo às necessidades
do seu processo produtivo, não só em quantidade,
mas também em termos da qualidade final do produto.
Desta forma para alcançar o seu objetivo principal
deverá atingir todos os seguintes itens:
• Diminuir os custos de manutenção e
reparação;
• Incrementar a vida útil dos equipamentos,
agregados e componentes;
• Incrementar os índices de disponibilidade;
• Incrementar a produtividade do equipamento;
• Facilitar a tomada de decisões de forma
eficiente.
Existem diversos tipos de manutenção, nas quais se
pode destacar:
Manutenção preventiva: consiste em um trabalho de
prevenção de defeitos que possam originar a parada
ou um baixo rendimento dos equipamentos em
operação. Esta prevenção é feita baseada no estado
do equipamento, local de instalação, dados fornecidos
pelo fabricante e entre outros.
Manutenção preditiva: consiste em um
acompanhamento periódico nas máquinas, baseando-
se na análise de dados coletados por meios
monitoramentos ou inspeções em campo. Tem como
objetivo principal verificar de forma pontual os
equipamentos a fim de antecipar eventuais problemas
que possam causar gastos maiores com manutenções
corretivas.
Manutenção corretiva: é a forma mais óbvia e mais
primária da manutenção pode-se resumir como
quebra-repara, ou seja, o reparo dos equipamentos
após a falha/quebra.
5 DESENVOLVIMENTO
Para facilitar o conhecimento do processo de
manutenção em equipamentos de siderurgia, foi
escolhida uma empresa siderúrgica localizada em
Belo Horizonte no qual através de uma visita técnica
proporcionou o entendimento sobre a rotina de
manutenção já existente.
Inicialmente, a coordenação de manutenção do setor
de ferro guza, apresentou a história da empresa bem
como as atividades desenvolvidas.
A empresa está presente em mais de 20 países. Líder
mundial na fabricação de tubos de aço sem costura e
em soluções tubulares Premium, atende aos setores
de energia, petrolífero, industrial, construção civil e
automotiva.
Fundada em 1952, instalou-se no Brasil para atender
à recém-criada indústria petrolífera nacional. Em sua
trajetória, sempre esteve presente nos principais
momentos que marcaram o desenvolvimento do país.
Possui diversidade em soluções tubulares, tais como:
Tubos Automotivos e Industriais
Tubos para aplicação em veículos leves e pesados,
motocicletas, máquinas agrícolas e de construção
civil, implementos rodoviários, produtos para estrutura
de veículos, eixos ferroviários, mineradoras,
fabricantes de cilindros de alta pressão, de peças
mecânicas e maquinários diversos.
Tubos para Energia
Tubos para refinarias, petroquímicas, plantas de
tratamento de gás, navios plataformas FPSOs e
usinas de açúcar e álcool. Tubos para transporte de
petróleo e gás (onshore e offshore) e tubos para
construção de caldeiras e trocadores de calor.
Tubos Estruturais
Construção civil: obras comerciais, industriais, de
infraestrutura e fundações; Bens de Capital: setor de
máquinas e equipamentos, ferroviário e de petróleo
(offshore, navio e plataformas).
Tubos Óleo & Gás
Tubos para prospecção, extração e condução de gás
e petróleo, revestimento de poços e aços especiais
para extração em ambientes críticos.
Tubos para Saneamento
Tubos revestidos interna e/ou externamente utilizados
em adutoras e sistemas de irrigação.
Todo equipamento sofre desgastes durante sua
operação. Estes desgastes podem ser dos mais
variados e possuem um limite em cada equipamento e
toda vez que esse limite é ultrapassado, o
equipamento quebra.
A manutenção restaura os desgastes e as condições
iniciais do equipamento, mantendo os mesmos em
níveis satisfatórios que assegura o funcionamento da
operação.
A empresa em questão possui planos de manutenção,
chamados PMs, são divididas em:
PM01 – Corretivas e Preditivas Periódicas: realizam
análise de óleo e medição de vibração, sendo esta
última um serviço terceirizado com acompanhamento
de um inspetor/planejador, com foco na parte de
mecânica termográfica e elétrica.
PM02 – Preventiva Periódica: possui dois funcionários
do tipo inspetor/planejador podendo ser da área de
mecânica ou elétrica);
PM07 – Inspeções sensitivas: inspeções nos
equipamentos.
PM08 – Operação: preventiva programada, no qual
possui três mecânicos e três eletricistas.
O inspetor é responsável por coletar todas as
informações e registrar no software, no qual o
programador (logística) avaliará a disponibilidade dos
recursos na empresa, caso o recurso não estiver
disponível é realizado a licitação de compra. Após
esta análise é repassado aos profissionais sendo eles
mecânicos e eletricistas próprios e terceiros a
execução do serviço conforme a ordem de serviço
gerada no software.
O gerenciamento do plano de manutenção é realizado
através do software SAP NetWeaver, nele consta
todos os itens de manutenção bem como a
periodicidade de manutenção de todos equipamentos
e todo passo a passo para execução da uma
determinada tarefa.
A empresa possui vários tipos de equipamentos, tais
como: alto forno, moinhos, silos, sopradores,
exaustores de fumos, correias transportadoras entre
outros.
O equipamento mais crítico é o alto forno, devido sua
complexidade o mesmo passa por manutenção
preventiva a cada 2 meses e fica 48 horas parado.
São necessários 25 profissionais para realizar a
manutenção no equipamento. A manutenção
preventiva nos moinhos se dá mensalmente e dura em
torno de nove horas aproximadamente.
A manutenção atua em 80% nas preventivas de seus
equipamentos. Com base nisso, a empresa destina
dois profissionais fixos para a realização de
lubrificação semanal em todos os equipamentos, pois
é notório que a lubrificação reduz o atrito e o desgaste
dos componentes trazendo um melhor desempenho
no conjunto em questão.
Já na parte do ferro guza são distribuídos nove filtros,
nos quais são responsáveis por captar o pó de carvão
na área atuando em um sistema de despoeiramento.
A manutenção preventiva desses filtros é realizada
trimestralmente necessitando de 9 horas de parada e
2 profissionais para realização do serviço.
Os planos de parada realizadas em 2017 referentes
aos equipamentos mais críticos da planta do ferro
guza estão descritos na tabela 1.
Tabela 1: Plano de paradas de manutenção 2017.
PLANO DE PARADAS – FERRO GUZA
Equipamento Descrição Ciclo Tempo/
Horas
Média
de mão
de obra
Alto forno Preventiva Trimestral 48 25
Coletor de pó Limpeza Quinzenal 9 2
Moinho
Lubrificação Semanal 5 2
Troca de
pêndulas 6 meses 48 18
Troca de
pista 12 meses 72 18
Preventiva Mensal 9 4
Pós-filtro Semestral 9 4
Troca de
mangas Anual 9 12
Fonte: Coordenação de manutenção ferro guza.
As manutenções dos equipamentos são executadas
por funcionários próprios da empresa e de uma
empresa terceirizada. Com o auxílio do software SAP,
as atividades são descritas para os funcionários passo
a passo, bem como todas as ações necessárias para
executar a atividade dentro das políticas de segurança
do trabalho.
Após a definição das estratégias da manutenção é
importante monitorar a eficácia dos planos aplicados
para adotar uma melhora contínua nos trabalhos.
Sendo assim, é gerado mensalmente relatórios de
inspeção nos quais possuem os seguintes
indicadores: financeiro, MTBF (Tempo médio entre as
falhas, MTTR (Tempo médio para reparo), breakdown
e disponibilidade. Estes relatórios permitem uma
melhor visualização e acompanhamento das
atividades. Além desses indicadores de performance é
feito também em paralelo um acompanhamento dos
indicadores de segurança do trabalho. Cada
supervisor é responsável por inspeções na usina,
chamada caminhada OPA, no qual consiste identificar
no ambiente de trabalho as condições e atos
inseguros dos trabalhadores.
6 CONCLUSÃO
A partir da visita foi possível compreender o quão
importante é implantar e manter programas de
manutenções preditivas, preventivas e corretivas em
usinas industriais.
O fluxo do processo de gestão bem estruturado tem
entradas e saídas que direcionam os serviços a partir
das inspeções preditivas. Nos históricos das
manutenções realizadas é possível prevê futuras
falhas e antecipadamente prevenir maiores
consequências e paradas não programadas.
Ter um pessoal qualificado e habilitado torna possível
a gestão e a qualidade dos serviços. Desta forma os
empregados sabem como atuar de maneira ágil e
segura, atendendo o planejamento das ordens de
serviços específicas. Somente com muito esforço e
investimento inicial considerável foi possível
implementar o programa de manutenção e assim
alcançar sucesso a gestão dos ativos da empresa.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO. Disponível em:
<http://essel.com.br/cursos/material/01/Manutencao/35
manu2.pdf> Acesso em: 15/11/2017
NASCIF, Júlio. Manutenção – Função estratégica. 4ª
ed. São Paulo: Qualitymark, 2012. 410p.
Al-Najjar, B. “The lack of maintenance and not maintenance which costs: A model to describe and quantify the impact of vibration-based maintenance on company’s business.,” International Journal of Production Economics., vol. 107, no. 1, pp. 260–273, 2007. Pereira, R. “Análise e desenvolvimento de sistema de
gestão da manutenção industrial.” Dissertação de
mestrado. Porto: FEUP, 2013.