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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva

Ministério do Meio Ambiente - MMACarlos Minc Baumfeld

Governo do Estado do AmapáAntônio Waldez Góes da Silva

Programa Piloto Para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG7Nazaré Soares

Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico - SEDEAntonio Carlos da Silva Farias

Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia - SETECAristóteles Viana Fernandes

Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMAAntonio da Justa Feijão

Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPABenedito Vitor Rabelo

Governo doEstado do Amapá

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

EQUIPE TÉCNICA

Benedito Vitor Rabelo - BiólogoAdalberto do Carmo Pinto - GeólogoAlandy Patrícia do S. C. Simas - GeógrafaAntonio Tebaldi Tardin - Engº. Agron. - MSc. em FitotecniaAristóteles Viana Fernandes - MSc. Economia RuralCésar Bernardo de Souza - Licenciatura em Ciências AgrícolasElenilza Maria P. Bentes Monteiro - GeógrafaFrancinete da Silva Facundes - GeógrafaJosé Elias de Souza Ávila - MeteorologistaJosiane S. Aguiar de Souza - Geógrafa Luiz Alberto Costa Guedes - SociólogoOtizete A. de Alencar da Penha - Geógrafa Rosa Maria de Sousa Melo - Assistente Social Valdeci Marques Gibson - Geógrafo

Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPACentro de Ordenamento Territorial - COT

Programa de Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE

3ª Edição Revisada e Ampliada

Macapá n Amapá2008

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

COORDENADOR: Benedito Vitor Rabelo

AUTORES: Adalberto do Carmo Pinto, Alandy Patrícia do S. Cavalcante Simas, Antonio Tebaldi Tardin,Aristóteles Viana Fernandes, Benedito Vitor Rabelo, César Bernardo de Souza, Elenilza Maria P. BentesMonteiro, Francinete da Silva Facundes, José Elias de Souza Ávila, Josiane S. Aguiar de Souza, Luiz AlbertoCosta Guedes, Otizete A. de Alencar da Penha, Rosa Maria de Sousa Melo e Valdeci Marques Gibson

NORMALIZAÇÃO: Adelina do S. S. BelémREVISÃO (VERSÃO EM PDF): Adalberto do C. Pinto/IEPA (Texto, Quadro e Figuras), Jamile da C. daSilva/IEPA (Referências) e Andréa Liliane P. da Silva/EMBRAPA-AP (Referências)INSTITUIÇÕES COLABORADORAS: EMBRAPA/AP, IBGE/DIPEQ/AP, INPE e UFRJ/LAGETCONTRIBUIÇÃO: Socorro de Jesus C. de Oliveira, Ulene C. da SilvaEDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Amapaz Projetos Sustentáveis LTDAFOTOS DA CAPA E CONTRACAPA : Arquivo IEPA

FICHA CATALOGRÁFICA

ÓRGÃO EXECUTORINSTITUTO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS DO ESTADO DO AMAPÁ - IEPA

Centro de Ordenamento Territorial - COTRodovia Juscelino Kubitschek, km 10 - Fazendinha

CEP - 68.906-970 - Macapá - Amapá - BrasilFax/Fone: (0xx96) 3212-5350/(0xx96) 3212-5364

www.iepa.ap.gov.br

M174 Macrodiagnóstico do Estado do Amapá: primeira aproximação do ZEE/Equipe Técnica do ZEE - AP. -- 3. ed. rev. ampl. --Macapá: IEPA, 2008.

Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader.Modo de Acesso: <http:/www.iepa.ap.gov.br/ZEE/publicacoes/macrodiagnostico.PDF

1. Zoneamento Ecológico Econômico. 2. Meio ambiente - Amapá. 3. Socioeconomia. 4. Gestão territorial. I. Equipe Técnica do ZEE - AP. II. Instituto de Pesquisas Científicase Tecnológicas do Estado do Amapá.

CDD (21.ed.) - 333.7098116

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AGRADECIMENTOS

É sempre muito difícil não cometer injustiças quando é preciso agradecer a todos aqueles que, direta ou indi-retamente, contribuíram para o êxito de determinado empreendimento.

O exemplo da construção do Macrodiagnóstico do Estado do Amapá – a história de seu desenvolvimento efinalização – traduz muito daquilo que estamos necessitando exercitar com mais intensidade, a saber: ajudare saber receber ajuda.

Assim, sem desmerecimento das pessoas que não foram citadas, manifestamos especiais agradecimentos aosseguintes colaboradores do Zoneamento Ecológico Econômico:

Ao Governo do Estado do Amapá, por todos os incentivos prestados;Ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá – IEPA – , pelo irrestrito empenho e confiança.

ÀS INSTITUIÇÕES:Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal - MMAInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPEDivisão de Pesquisas no Estado do Amapá - DIPEQ / IBGESecretaria de Estado de Educação e Desportos - SEEDFederação das Indústrias do Amapá - FIAP

AOS COLEGAS, EX-INTEGRANTES DA EQUIPE TÉCNICA DO ZEE, PELA DEDICAÇÃO EMPRESTADA:Izabel Souza da Silva, Daniel Francisco Pimenta Quintas, Antônio Celso Dias Façanha e Sávio José Peres Fernandes.

AOS CONSULTORES DO PROGRAMA NACIONAL DE ZEE:Bertha K. Becker e Cláudio A. G. Egler.

AOS CONSULTORES INSTITUCIONAIS - INPE:Édson Crepani, José Carlos Moreira, Pedro Hernandez Filho, Tereza Gallotti Florenzano,Ulf Valter Palme e Valdete Duarte.

AOS CONSULTORES INDEPENDENTES:Antônio Cordeiro de Santana, Francisco de Assis Costa, Kenitiro Suguio, Lindinalva Mamede, Maria TherezaProst, Maria Gravina Ogatta, Raimundo Cosme de Oliveira Junior e Sílvio Wigwam Mendes Pereira.

AOS COLABORADORES TÉCNICOS INDIVIDUAIS:Alcione Maria Carvalho Cavalcante, Antônio Sérgio Monteiro Filocreão, Antônio Carlos da Silva Farias,Augusto de Oliveira Júnior, Carlos Alberto Sá Pereira, Francisco Tomé Peles de Menezes, José Antônio Leitede Queiroz, José Lima da Costa, José Maria de Azevedo Carvalho, Luís Iraçu Guimarães Colares, MarcoAntônio Augusto Chagas e Raul Tabajara Lima Silva.

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NOTA

Esta 3ª edição (versão em PDF) da obra MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ:PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE, apresenta-se ampliada e com as devidas correções do texto,Quadro 21, figuras (34, 35 e 36) e Referências, apenas na parte pertinente ao item DOMÍNIOSGEOTECTÔNICOS do capítulo POTENCIAL DOS RECURSO NATURAIS (Edição - 2002 e 2ªEdição - 2006).

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"Todas as coisas estão ligadasComo o sangue que une uma família...

Tudo o que afeta a TerraAfeta os filhos e filhas da Terra.

O homem não teceu a teia da vida;Ele é apenas um fio dela.

Tudo o que ele faz à teiaEle faz a si mesmo".

(Ted Perry, inspirado na mensagem do chefeindígena Seatle ao presidente norte-americano.)

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ARGUMENTOS n 20n TESE INICIAL n 20

Pressupostos n 20n SIGNIFICADO n 21nO PROCESSO EXPERIMENTAL n 22

A Prática n 22

BASE HISTÓRICA/CONCEITUAL n 23nA PROPOSTA n 23

Passo Inicial n 23Passo Seguinte n 24

n PRIMEIROS ACOMPANHAMENTOS n 25n ENCAMINHAMENTOS FINAIS n 25

Dimensão da Prática da Cartografia n 27Dimensão da Prática do Geoprocessamento n 27

CONSIDERAÇÕES n 30

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS n 30n CONCEPÇÃO n 30n FONTES DE DADOS n 31n TRATAMENTO DE DADOS n 31nUNIDADE DE REFERÊNCIA TERRITORIAL n 32

Espacialização Municipal n 32nMODELAGEM DIAGNÓSTICA n 33

Diagnóstico Básico n 33Diagnóstico Avançado n 34

n ÍNDICES DE DESEMPENHO n 36

RESULTADOS n 37nDEMONSTRATIVO DO PARÂMETRO OCUPAÇÃO TERRITORIAL n 37

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

APRESENTAÇÃO n 17

DESEMPENHO SOCIOECONÔMICO E OCUPAÇÃO TERRITORIAL DOS MUNICÍPIOS

SUMÁRIO

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Político-Administrativa-TPPA n 38

Jurisdicional - TPJ n 38

Alteração da Cobertura Vegetal - TPA n 39

Índice de Participação da Ocupação Territorial - IPOT n 40

nDEMONSTRATIVO DO PARÂMETRO SOCIOPOPULACIONAL n 41Urbanização Populacional n 42

Acesso aos Serviços Básicos n 43

Educacional n 44

Alfabetização de Adultos

Escolarização Média

Desempenho Educacional

Renda n 49

Desempenho de Renda Média por Chefe de Domicílio

Índice de Participação Sociopopulacional n 51

n PARTICIPAÇÃO DO PARÂMETRO PRODUTIVO n 52Setor Agricultura n 53

Atividade Agrícola

Pecuária

Extrativismo Vegetal

Desempenho Médio da Agricultura

Setor Urbano-Industrial n 62

Setor Infra-Estrutura Viária n 63

Índice de Participação Produtiva n 65

n ÍNDICES FINAIS DE DESEMPENHO n 65

FUNDAMENTAÇÃO n 68n A PROPOSTA n 68

SÍNTESE DESCRITIVA n 68n ÁREAS HOMOGÊNEAS n 68

De Natureza Inundável n 70

De Natureza Savanítica n 72

De Natureza Florestal de Terra Firme n 73

n DOMÍNIOS GEOTECTÔNICOS n 75Potencial Mineral n 75

Província Metalogenética do Amapá/NW do Pará n 78

Distrito Aurífero do Cassiporé

Distrito Aurífero do Tartarugalzinho

POTENCIAL DOS RECURSOS NATURAIS

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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FUNDAMENTAÇÃO n 104n PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS n 104nA PROPOSTA n 104

Concepção Geral n 104

SÍNTESE DESCRITIVA n 105n CONDIÇÕES HIDROLÓGICAS DE SUPERFÍCIE E CLIMÁTICAS n 105

Exposição à Inundação Pluvial n 106

Exposição à Inundação por Marés n 106

Impedimento à Drenagem n 107

Suscetibilidade à Seca n 107

Distrito Aurífero da Serra do Navio/Vila Nova

Distrito Manganesífero da Serra do Navio

Distrito Aurífero da Serra do Cupixi

Área Cromitífera do Bacuri

Área Cromitífera do Igarapé do Breu

Outros Distritos Metalogenéticos e Depósitos/Ocorrências Minerais n 84

Distrito Bauxitífero-Caulínico de Almeirim/Jari

Depósitos de Ferro (rio Tracajatuba, rio Vila Nova e serra so Cupixi ou Coambas) e de Bauxita do

Igarapé do Lago

Ocorrências de Gás Natural, Petróleo, Mármore e Rocha Ornamental

nDOMÍNIOS FLORÍSTICOS n 90Manguezais n 91

Floresta de Várzea n 92

Floresta Densa de Terra Firme n 94

Floresta de Transição n 95

Cerrado n 95

Campos de Várzea n 97

nDOMÍNIOS PEDOLÓGICOS n 98Grupo Latossólico n 99

Grupo Podzólico n 99

Grupo Concrecionário Laterítico n 99

Grupo Hidromórfico n 99

Grupo Litólico n 99

n CONDIÇÕES POTENCIAIS PARTICULARES n 100Da Fauna n 100

Da Hidrologia n 101

Da Paisagem n 101

Da Aptidão Edafotopográfica n 101

AVALIAÇÃO DAS LIMITAÇÕES NATURAIS

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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REFERÊNCIAS n 136

SÍNTESE SOCIOAMBIENTAL

SÍNTESE SOCIOAMBIENTAL n 120n REGIÃO DAS ÁREAS INSTITUCIONAIS n 121n REGIÃO DE INEXPRESSIVA INTERVENÇÃO NA COBERTURA VEGETAL n 123

Área de Ocorrência de Castanha-do-Brasil n 124

Área de Relevo Acidentado e Fortemente Acidentado n 125

Áreas de Potencial Metalogenético n 126

Áreas de Gradiente Hidrológico n 126

Áreas de Terraços Aluvionais n 127

Áreas com Situação Ecológica Particular n 127

n REGIÃO DE MAIOR CONCENTRAÇÃO DOS PROCESSOS DE USO E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO

E DE MAIOR DIVERSIDADE DE AMBIENTES NATURAIS n 128Área Úmida de Alta Vulnerabilidade Natural n 130

Corredor de maior dinamização socioprodutiva ligada à presença de vias de circulação terrestre n 131

Segmento norte/fronteira geopolítica

Segmento de cerrado e entornos, sem grandes alterações da cobertura vegetal

Segmento de cerrado e entornos, com grandes alterações da cobertura vegetal

Segmento Perimetral Norte/Vila Nova

Segmento Matapi/Mazagão/Ramal do Camaipi

Segmento Vila Nova/Resex

Segmento Laranjal do Jari e áreas de influência

n CONDIÇÕES EDAFOLÓGICAS n 109Solos Litólicos n 110

Pedregosidade n 110

n NÍVEIS DE VULNERABILIDADE NATURAL À EROSÃO n 111Vulnerabilidade Natural Moderadamente Limitante n 112

Vulnerabilidade Natural Altamente Limitante n 113

n CATEGORIAS DE RELEVO n 114Relevo Acidentado n 115

Relevo Fortemente Acidentado n 116

n DEFICIÊNCIA DE FERTILIDADE NATURAL DO SOLO n 116Concentração de Sais Solúveis n 117

Concentração de Alumínio n 118

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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No biênio 1995-96, período considerado como de retomada do Zoneamento Ecológico Econômico do

Estado do Amapá, dentre outras realizações, foi elaborado o primeiro estudo da região em bases des-

critivas/avaliativas com fortes contribuições da cartografia. No seio da equipe técnica responsável, acos-

tumou-se a considerá-lo como a grande escola que possibilitou o encaminhamento de questões impor-

tantes, destacando: formação, capacitação e integração técnica, dentre outras.

Durante um largo período, na ausência de uma edição gráfica, foram feitas várias cópias artesanais do

estudo e entregues às instituições locais, ligadas a questões territoriais e às pessoas interessadas em sub-

sídios técnicos sobre a região. Com o crescimento da demanda, criou-se o impasse de atendimento ape-

sar dos esforços envolvidos. Desse período, com o título de Primeira Aproximação do ZEE do Amapá,

o estudo serviu como base a diferentes situações, algumas mais diretamente ligadas ao planejamento e

gestão territorial, e outras, como fonte de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento.

Em 2002, pela contribuição que os recursos do PPG7 vêm prestando ao Estado do Amapá, foi possível

garantir uma edição gráfica ao estudo, de modo a ampliar suas fronteiras de acesso social e, conseqüen-

temente, de contribuição à formação de conhecimentos regionais.

As alterações introduzidas para compatibilizar formato e outras particularidades gráficas não mudam o

conteúdo literal do trabalho mas suprimem alguns enfoques por considerar-se de difícil compreensão

para o público em geral. É o sentimento advindo das experiências mais recentes que se defrontam com

os fundamentos teóricos dos momentos iniciais do zoneamento. Em função disso, o novo título:

"Macrodiagnóstico do Estado do Amapá: Primeira Aproximação do ZEE" - não encerra a questão o que,

em se tratando de estudo, é perfeitamente compreensível.

Feitos esses esclarecimentos, tem-se a certeza de que a edição do trabalho preencherá uma grande lacu-

na no campo da informação regional e na própria história de geração e comunicação de resultados que

o zoneamento vem oferecendo ao Estado. Restando dizer, que a partir dessa agradável realização, ganha-

mos todos nós, pelas possibilidades de melhor conhecer nossa região.

EQUIPE DO ZEE

APRESENTAÇÃO

17

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

ARGUMENTOS

n TESE INICIAL

n SIGNIFICADO

n O PROCESSO EXPERIMENTAL

BASE HISTÓRICA/CONCEITUAL

n A PROPOSTA

n PRIMEIROS ACOMPANHAMENTOS

n ENCAMINHAMENTOS FINAIS

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20

PressupostosA partir dessas considerações, dois aspectoscomplementares assumem papéis relevantesem toda a trajetória do ZEE. O primeiro refe-re-se aos fundamentos que associam o trata-mento da informação ao plano cartográfico e,o segundo, aos princípios técnicos a seremconservados, envolvendo a função instrumen-tal da cartografia e os objetivos particulares aserem alcançados. Em conseqüência, a figurada escala cartográfica emerge como umagrandeza capaz de regular o grau de sensibili-dade da representação dos fenômenos, indis-tintamente de sua natureza.

Dentro desse contexto é que se apresenta oinício do ZEE do Amapá, acrescido da se-guinte condicionalidade: necessita começar,apesar das profundas carências de informaçãocom que o Estado convive, tanto no âmbito debases cartográficas quanto na organicidade edisponibilidade de informações temáticas esocioeconômicas.

A propósito disso, as considerações seguintesse reportam às reflexões que fizeram parte daconcepção e formatação do presente trabalho:

1. ao justificar a necessidade da geração deinformação como pressuposto básico para aimplementação dos trabalhos estaduais, aquestão que se apresentava dizia respeito: aotempo que seria necessário, aos recursos quedeveriam ser colocados à disposição e às reaiscondições técnicas que o Estado dispunha nomomento, dentre outras;

2. ainda no campo das indagações, qual deve-ria ser a abrangência e a representatividade doestudo inicial?

3. ao optar pelo estudo de uma área em parti-cular, o que simplificaria o trabalho, qual ocritério que fora relevado para defini-la comoprioridade estadual ou, qual sua representativi-dade no âmbito das dinâmicas socioambien-tais? Enfim, como ponto de partida, questõescomo essas foram determinantes para que oprimeiro produto do Zoneamento EcológicoEconômico do Amapá assumisse a condição dePrimeira Aproximação e permitisse, ao mesmotempo, a visualização de todo o Estado, atravésde indicadores que, certamente poderão ser uti-lizados para definir níveis de prioridades noâmbito do planejamento e gestão do território.

ARGUMENTOS

n TESE INICIAL

Como ponto de partida, admite-se que o Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE, enquanto concepçãotécnica destinada a contribuir para o planejamento e gestão territorial, apóia-se na efetividade da infor-mação, traduzida na linguagem mais convincente possível e na legitimidade de todo o processo, com oenvolvimento de toda a sociedade.

Sob essa perspectiva, o tratamento dado à informação deverá ter caráter de relevância, capaz de possi-bilitar sua transformação em indicador de decisões a serem tomadas. O passo seguinte se reporta aoinstrumental de comunicação, que objetive a necessária rapidez e facilidade de leitura, de modo a reduzirem-se as distâncias na apreensão da mensagem e no alcance dos respectivos fins. Indica-se o plano car-tográfico como esse instrumento capaz de promover essa passagem, que se pode definir como represen-tação da realidade natural e dos fatos socioeconômicos.

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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n SIGNIFICADO

A princípio, é necessário compreender que os fundamentos que envolvem a concepção do ZEE estãocondicionados à definição de referenciais teóricos que possam ser tomados como indicadores de dinâmi-cas naturais e socioeconômicas. De outro modo, significa dizer que o objeto principal do ZEE é o esta-belecimento de parâmetros que reflitam uma condição avaliativa dos fenômenos envolvidos e o conse-qüente estabelecimento de cenários prospectivos.

Nesse sentido, os conceitos envolvidos na Primeira Aproximação do ZEE deste Estado constituem abase inicial de um processo que, além dos conteúdos e produtos definidos, também envolve uma pro-posta do Estado, voltada para a promoção técnica, com vistas a internalizar experiências que possamcontribuir para o acompanhamento da evolução regional.

Em tese, a Primeira Aproximação do ZEE do Amapá integra duas dimensões igualmente importantes: aprimeira, de caráter político, por demonstrar claramente o empenho do Estado e seus resultados alcança-dos, ao nível da capacidade de executar o referido programa, da internalização de tecnologias e expe-riências consideradas avançadas, do investimento na capacitação técnica local, enfim, na certeza de queo Estado se coloca à disposição para discutir questões ligadas à problemática do ordenamento territorial.

A outra condição remete ao significado técnico que acerca o presente documento, para o qual destacam-se os seguintes aspectos:

1. em seu conjunto, a proposta constitui um macrodiagnóstico das condições socionaturais do Estado,definido a partir de concepções teóricas que acercam o ZEE;

2. seus resultados refletem o exercício da interdisciplinaridade em diferentes níveis de abstração, proje-tados em primeiro lugar pela análise integrada dos sistemas naturais e produtivos, sob a condição dediagnósticos, seguidos de uma representação na forma de síntese com sentido prognóstico;

3. o estágio de aprofundamento de cada assunto fora determinado pelo grau de informação disponível,pelo possível aproveitamento de conhecimentos empíricos e pela necessária compatibilização com o re-ferencial cartográfico utilizado;

4. objetivamente, a proposta se destina a demonstrar uma visão conjunta de todo o Estado, de modo apossibilitar a definição de prioridades a serem tratadas com o necessário detalhamento.

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A PráticaAs experiências decorridas ao longo daPrimeira Aproximação do ZEE do Amapá nãose traduzem apenas pela elaboração de mapase respectivos relatórios. A busca pela inte-gração técnica e, mais precisamente, pela cons-trução de conhecimentos voltados para os reaisobjetivos do referido zoneamento, oportuni-zou o exercício de uma aprendizagem emcomum, medida pelos avanços e recuos,enquanto fases de um processo mais amplo.

Trata-se de uma proposta experimental que sedestinou a envolver temas diversos em mode-lagens analítico-integradas, sempre buscandointerpretar a funcionalidade dos sistemasenvolvidos. O resultado, nem sempre trans-posto para o plano de finalização, passou a sermedido pela validade das soluções encon-tradas e, muito particularmente, pelo domínioda equipe no campo conceitual, metodológicoe tecnológico.

Com efeito, os resultados alcançados nãoconstituem modelos fechados, nem tam-pouco, intransigentes em relação a princí-pios e fundamentos.

Contrariamente, pelas circunstâncias em queforam envolvidos, passaram a encerrar con-ceitos nem sempre tradicionalizados, mas quepermitiram o aproveitamento e agregação dediferentes níveis de conhecimento.

Finalmente, deve ser destacado que o nível deexperiências constantes dos resultados reflete,sobretudo, a dimensão de uma aprendizagemcrítica que, a par da complexidade de todo oprocesso, sempre procurou aproximar-se omais que possível das reais finalidades do tra-balho.

n O PROCESSO EXPERIMENTAL

Os fundamentos que atribuem ao ZEE um caráter de interdisciplinaridade pressupõem a necessidade deuma nova postura técnica que possibilite a construção de conhecimentos integrados, traduzidos eminformações mais acessíveis às diferentes camadas da sociedade. O que não se tem muita clareza é comofazê-lo.

No plano cartográfico, as experiências disponíveis, em geral, nos remetem ao convencional tratamentocompartimentado dos temas, seguido de correlações que, na verdade, significam a superposição dosplanos envolvidos.

Trata-se pois, da necessidade de se admitir modelos inovadores que simplifiquem as etapas de apreen-são dos conhecimentos necessários e, ao mesmo tempo, ampliem as possibilidades de aproveitamento dainformação gerada para alcançar seus objetivos: o planejamento e a gestão territorial.

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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BASE HISTÓRICA/CONCEITUAL

Passo InicialOs momentos iniciais da Primeira Aproxima-ção do ZEE confundem-se com os aconteci-mentos que acercaram a retomada do progra-ma neste Estado, culminando com decisões defortalecimento e de investimentos por parte dopresente governo, particularmente, no tocanteà capacitação técnica e laboratorial.

Desse momento, destaca-se a elaboração daCarta de Avaliação da Vulnerabilidade Naturalà Erosão, a partir da experiência oferecidapelo INPE (Instituto Nacional de PesquisasEspaciais) que propunha uma metodologia

para toda a Amazônia Legal, baseada naanálise integrada da paisagem. Seus funda-mentos básicos consistem na definição deunidades naturais a partir do uso de imagensdos satélites Landsat e ERS e mosaicos deradar do projeto RADAMBRASIL.

A seqüência refere-se aos procedimentos deavaliação (da vulnerabilidade natural àerosão) das unidades naturais baseadas na cor-relação dessas com as informações temáticaspreexistentes (solo, vegetação, geologia e geo-morfologia).

nA PROPOSTA

A proposta de um estudo inicial representativo de todo o Estado e que pudesse expressar uma base parao planejamento regional, centrada nos fundamentos do processo de Zoneamento Ecológico Econômico,precisou ser revista por mais de uma vez, motivada em parte pelas seguintes condições:

1. adequação ao nível de informações disponíveis, dado que a geração de novas bases implicaria emgrandes desdobramentos de ordem temporal e financeira;

2. compatibilização da escala cartográfica com a densidade de informações a ser representada;

3. construção de uma metodologia integradora que superasse os convencionais modelos de comparti-mentagem unitemática;

4. envolvimento de toda a equipe técnica numa grande aprendizagem, de modo a possibilitar a melhorcondição possível ao processo de continuidade dos referidos estudos;

5. demonstração de uma relação de temporalidade, dada a sua importância para o planejamento;

6. definição da linguagem de apresentação que possibilitasse o mais amplo acesso da sociedade em seusdiferentes níveis.

O resultado, visto sob a condição de Primeira Aproximação, envolve uma seqüência de análises onde assituações natural e socioeconômica do Estado passam a ser avaliadas a partir de indicadores seleciona-dos, segundo a proposta metodológica descrita a seguir.

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Passo Seguinte A partir da experiência da Carta de Avaliaçãoda Vulnerabilidade Natural à Erosão do Soloque, muito particularmente, também serviu deambiente de integração para a recomposiçãoda equipe executiva, juntamente com outrasoportunidades de treinamentos, definiu-seuma proposta metodológica que se destinou ademonstrar uma visão sinótica de todo o Estado,

a partir de estudos integrativos de seus sis-temas naturais e produtivos.

O roteiro propunha a elaboração de cartasdiagnósticas em diferentes níveis de abstra-ção/representação, seguido de uma carta sín-tese, capaz de oportunizar a formulação dediretrizes (Fig. 1).

Estudos do MeioSocioeconômico

TrabalhoMultidisciplinar

Estudos do MeioFísico-Natural

SIGDinâmica Populacional;

Estrutura Fundiária;Dinâmica Urbano-Industrial;

Estrutura Produtiva

Geologia; Geomorfologia;Pedologia;

Vegetação e Fauna

Cartas SíntesesParciais

DIAGNÓSTICOSOCIOAMBIENTAL

VulnerabilidadeNatural à Erosão

Potencialidade dos Recursos Naturais

Uso e Ocupaçãodo Território

LimitaçãoNatural

Fig. 1 Roteiro metodológico simplificado.

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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n ENCAMINHAMENTOS FINAIS

No encaminhamento da seqüência proposta,duas condições passaram a ser determinantesao próprio curso e desenvolvimento das etapascomplementares:

n no âmbito operacional, a metodologia pro-posta exigia maiores esforços de investimen-tos e domínio de tecnologias, incluindocapacidade de armazenamento, de represen-tação cartográfica e de manipulação de basesrelacionais;

n no campo metodológico, carecia de ajustesque permitissem os respectivos cruzamentospropostos.

Em contingência, nas etapas de refinamentodos respectivos resultados parciais, a expe-

riência alcançada pela equipe permitiu umaprofundamento e ampliação das bases con-ceituais e metodológicas da proposta, de modoa oferecer maior objetividade na demons-tração das respectivas dinâmicas socioambi-entais da região.

O resultado dessa orientação passou a comporuma nova seqüência de estudos, muito maisvoltada para o tratamento de indicadores, queenfatizasse uma relação analítica de cada umdos fenômenos envolvidos e, ao mesmotempo, possibilitasse correlações entre si.

Em conseqüência, a fase de complementaçãopassou a ser orientada segundo o roteirodemonstrado na Fig. 2.

n PRIMEIROS ACOMPANHAMENTOS

Transcorridos oito meses de experiência emcurso, foi possível demonstrar às instituiçõesgovernamentais e aos diversos segmentos dasociedade o estágio de desenvolvimento doprograma através de seus primeiros resulta-dos, que consistiram na elaboração das quatrocartas diagnósticas previstas no décimo níveldo diagrama descrito.

Desse momento e de outros que se somaram,ficou demonstrado:

n que era possível ao próprio Estado desen-volver o referido programa, contrariandoopiniões negativas reinantes;

n que o programa passou a representar umareferência quanto à geração de informaçõessobre a região;

n que a conciliação da informação técnicacom o entendimento em geral constituía umdos grandes desafios do processo;

n que, ao se propor o ZEE como instrumen-to de planejamento, também carecia de opor-tunidades que visassem ampliar a capacidadede utilização de seus resultados.

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Produtos Cartográficos Parciais

Diagnóstico Básico

Aprimoramento

Diagnóstico AvançadoModelagemEstatístico-Matemática

Geoprocessamento

Edafologia

Clima

Hidrologia

Vulnerabil.Natural

Fertilidadedo Solo

Relevo

Carta de Avaliaçãodas Limitações

Naturais

FloraFlora

FaunaFauna

RecursosMinerais

RecursosMinerais

RecursosPaisagísticos

RecursosPaisagísticos

RecursosEdáficos

RecursosEdáficos

Carta de Avaliaçãodo Potencial dos

Recursos Humanos

EducacionalEducacional

RendaRenda

UrbanizaçãoUrbanização

AgriculturaAgricultura

Acesso aosServ. Básicos

Acesso aosServ. Básicos

UrbanoIndustrial

UrbanoIndustrial

Infra-Estrutura

Infra-Estrutura

Carta de DesempenhoSocioeconômico e

Ocupação Territorial

Síntese Socioambiental

Fig. 2 Complementação do roteiro metodológico.

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Dentre os avanços da tecnologia espacial parafins pacíficos situam-se a obtenção de ima-gens orbitais que constituem instrumentos damaior importância para a análise e monitora-mento das dinâmicas territoriais, pela precisãoe qualidade das informações geradas.

A aquisição de imagens coletadas, principal-mente por plataformas aéreas e/ou orbitais,seu processamento, análise e interpretação, atéa elaboração final de produtos cartográficosdenomina-se, seqüencialmente, sensoriamentoremoto e geoprocessamento.

A par disso, a temática do geoprocessamentoconstituiu uma etapa muito particular no con-

junto das aprendizagens do presente estudo,possibilitando os mais satisfatórios resultados,tanto no domínio dessa tecnologia quanto noaparelhamento do Estado. Em conseqüência,tem-se, na formatação dos produtos da PrimeiraAproximação de Zoneamento Ecológico Eco-nômico, uma amostra dos avanços conseguidose do nível de autonomia no manuseio e inter-nalização desse instrumental técnico.

Por fim, vale destacar que o significado dessaaprendizagem amplia-se a outras dimensõesregionais, projetadas pela relação de con-tinuidade dos estudos de zoneamento e pelaspossibilidades de contribuição a outras áreasigualmente estratégicas para o desenvolvimento.

Nos encaminhamentos que envolveram a refe-rida proposta, a relação cartográfica constituiuuma das questões que sempre exigiramreflexões, tendo em vista compatibilizar obje-tivos do trabalho com os fundamentos da car-tografia. Nesse sentido, a começar peladefinição de uma escala compatível (1:1.000.000)até as incessantes buscas para ultrapassar oslimites de domínios e de técnicas, grandesesforços foram feitos de modo a integrar infor-mações e obter melhores resultados.

A esse respeito, deve ser destacado que, pos-sivelmente, no desejo de enfatizar mais a

condição representativa do que os princípioscartesianos, preteriram-se alguns aspectosnormativos, justificados tanto em função doprocesso de aprendizagem quanto pelos obje-tivos finais do ZEE que transcendem as indi-vidualidades científicas.

Em que pese isso, julga-se que os resultadosobtidos, principalmente na compatibilizaçãorepresentativa de indicadores demonstrativos/avaliativos e, muito particularmente, na con-vergência da cartografia convencional e digi-tal, dizem muito do quanto foi possível aprender.

Dimensão da Prática do Geoprocessamento

Dimensão da Prática da Cartografia

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PRIMEIRAPRIMEIRA APROXIMAÇÃO

ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA ÁREA SUL DO AMAPÁ

DESEMPENHO SOCIOECONÔMICO E

OCUPAÇÃO TERRITORIAL DOS MUNICÍPIOS

CONSIDERAÇÕES

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

n CONCEPÇÃO

n FONTES DE DADOS

n TRATAMENTO DE DADOS

n UNIDADE DE REFERÊNCIA TERRITORIAL

nMODELAGEM DIAGNÓSTICA

n ÍNDICES DE DESEMPENHO

RESULTADOS

n DEMONSTRATIVO DO PARÂMETROOCUPAÇÃO TERRITORIAL

n DEMONSTRATIVO DO PARÂMETROSOCIOPOPULACIONAL

n PARTICIPAÇÃO DO PARÂMETRO PRODUTIVO

n ÍNDICES FINAIS DE DESEMPENHO

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CONSIDERAÇÕES

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A apreensão da dinâmica socioeconômica a par-tir de referenciais teóricos constitui um debateque envolve grandes controvérsias, algumasmesmo chegando a questionar a validade dosmodelos propostos, por julgar impossível refle-tir-se a multiplicidade dos fenômenos sociaisatravés de postulados teórico-conceituais.

Assim, torna-se cada vez mais freqüente a uti-lização de modelos e índices avaliativos comoindicadores de circunstâncias multitemporaise, como tal, fonte de referência para tomada dedecisões.

A par disso, o presente estudo se propõe ademonstrar as transformações que se opera-

ram neste Estado, tendo como pressuposto aanálise dos municípios ao longo de uma sérietemporal de dados e a avaliação integrada desuas dinâmicas social, econômica e de ocu-pação territorial. Para isso, foram conside-radas como referência variáveis que tivessemmáxima representatividade estadual e, aomesmo tempo, possibilitassem o acompa-nhamento da evolução temporal do desempe-nho de cada município em particular.

O resultado traduz-se na construção de ummodelo analítico-representativo voltado àelaboração de um produto cartográfico sínteseproposto na escala de 1:1.000.000.

n CONCEPÇÃO

Os fundamentos que envolveram a idealizaçãoda proposta de Avaliação do DesempenhoSocioeconômico e de Ocupação Territorialtiveram origem nos conceitos preconizadospela metodologia do LAGET (Laboratório deGestão Territorial da UFRJ) para o Zonea-mento Ecológico Econômico, no âmbito dosProjetos de Gestão Ambiental Integrada para aAmazônia Legal, seguidos de experiênciaslocais que permitissem a construção de ummodelo teórico-conceitual capaz de visualizar,conjuntamente, aspectos da dinâmica socioe-conômica da região e seus rebatimentos naforma dos processos de uso e ocupação doterritório.

Sob essa perspectiva, os procedimentos uti-lizados envolveram modelação matemática e aformulação de conceitos, de modo a possibili-tar as respectivas análises, considerando-se aspeculiaridades de informação e geopolíticasque envolvem o Estado, através de suasunidades municipais.

A Fig. 3 demonstra, de modo simplificado, oconjunto de variáveis consideradas e suasinterrelações, a partir dos parâmetros sele-cionados.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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n TRATAMENTO DE DADOS

Dado o caráter do presente estudo basear-se naanálise de dados temporais relativos a série1985 a 1994 e suas conseqüentes contingên-cias em relação ao quadro de emancipaçãopolítico-administrativa dos municípios, pro-cedeu-se ao tratamento dos respectivos dadossob duas condições:

1. compatibilizar as respectivas análisesmunicipais segundo a hierarquização temporalda emancipação político-administrativa dosmunicípios.

Dado isso, os municípios foram agrupados naseguinte ordem:

n FONTES DE DADOS

As principais fontes de dados foram:Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Secretaria de Estado do Planejamento (SEPLAN),Secretaria de Estado da Educação e Desporto (SEED), Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA),Centrais Elétricas do Norte do Brasil (ELETRONORTE), Instituto de Terras do Amapá (TERRAP),Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (IBAMA).

Político-Administrativa

Alteração deCobertura Vegetal

Educacional

Renda

UrbanizaçãoPopulacional

Acesso aosServiços Básicos

Agricultura

Urbano-Industrial

Infra-Estrutura Viária

Jurisdicional OcupaçãoTerritorial

Sociopopulacional

Produtivo

INDICADORES PARÂMETROS

Índi

ces

Parc

iais

Índi

ces

Fina

is

CARTA DEDESEMPENHO

SOCIOECONÔMICOE OCUPAÇÃO

TERRITORIAL

Fig. 3 Síntese metodológica.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Quadro 1 - Municípios segundo o tempo de criação e a disponibilidade de dados.

2. diferenciar a modelagem estatístico-matemática segundo as características da base de informação decada grupo de municípios.

Quadro 2 - Municípios segundo índices analisados.

nUNIDADE DE REFERÊNCIA TERRITORIAL - URT

Para a avaliação da dinâmica socioeconômica e ocupação territorial, a URT representa a menor célula deinformação capaz de atender às necessidades da gestão político-administrativa. No caso do presenteestudo, tomou-se como URT o município, em virtude de duas grandes razões:

a . constitui uma grandeza de informação compatível com a escala cartográfica proposta de 1:1.000.000;b . estabelece conformidade com os indicadores selecionados, o que constitui para o Estado a menorbase de informação socioeconômica disponível, em função da série temporal considerada.

Espacialização MunicipalEspacialização Municipal é o processo histórico-geográfico, determinado político-administrativa-mente pela criação de municípios com suasrespectivas delimitações geopolíticas, con-forme Fig. 4.

No Amapá, esse processo se estendeu de 1856a 1994, período em que foram criados seus

dezesseis municípios, sendo que, para efeitodo presente estudo, foram considerados apenasquinze, pois o período de instalação do Muni-cípio Vitória do Jari, criado em 1994 e insta-lado em janeiro de 1997, transcendeu a sérietemporal considerada.

MODELAGEM ESTATÍSTICO-MATEMÁTICACATEGORIA

Grupo I

Grupo II

Grupo III

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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n MODELAGEM DIAGNÓSTICA

Cálculo do Índice de Participação da Ocupação Territorial - IPOT

IPOT = 1/6 (TPPA) + 2/6 (TPJ) + 3/6 (TPA) Eq. 1

a) Diagnóstico BásicoO Diagnóstico Básico constitui um referencialque envolve a apreensão do processo de apro-priação do território, visto através da cons-trução do Índice de Ocupação Territorial, obti-do em função de indicadores estruturais, tais

como: participação territorial Político-Administrativa, Jurisdicional e de Alteraçãoda Cobertura Florestal no âmbito dos quinzemunicípios trabalhados.

1994 (Estado)

1992 (Estado)

Vitória do Jari

Pracuúba

Laranjal do Jari

Serra do Navio

Pedra B. do Amapari

Itaubal

Cutias do Araguari

Porto Grande

Santana

Ferreira Gomes

Tartarugalzinho

Calçoene

Oiapoque

Amapá

Mazagão

Macapá

Contestado

1987 (Território)

1956 (Território)

1945 (Território)

1901 (Pará)

1890 (Pará)

1856 (Pará)

Fig. 4 Evolução histórico-geográfica e política do Amapá.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Onde:n TPPA (Taxa de Participação Político-Administrativa) - participação da área de cadaMunicípio em relação à área total do Estado;

n TPJ (Taxa de Participação Jurisdicional) -média aritmética dos percentuais da áreamunicipal de cada jurisdição (IBAMA, FUNAI,

TERRAP, INCRA e outros), em relação à área total do Estado;

n TPA (Taxa de Alteração da CoberturaVegetal) - participação do somatório das áreasalteradas pelas atividades de silvicultura, mine-ração/garimpo e agropecuária de cada municí-pio, em relação à área alterada total do Estado.

Onde: n TU (Taxa de Urbanização Populacional) -resultado da relação entre População Urbana ea População Total.

n TS (Taxa de Acesso aos Serviços Básicos) -resultado da média entre Abastecimento deÁgua, Acesso à Energia e Coleta de Lixo,expresso por:TS = 1/3 (AA) + 1/3 (AE)+ 1/3 (CL), onde:

Abastecimento de Água (AA) - per-centual entre população residente em domicílioparticular permanente com abastecimento deágua e a população total destes domicílios;

Acesso à Energia (AE) - percentualentre população residente em domicílios par-ticulares permanentes (unidade consumidoraresidencial) com energia elétrica e o total da

população residente em domicílios particularespermanentes;

Coleta de Lixo (CL) - percentual entrepopulação residente em domicílios particularespermanentes servidos com coleta de lixo e apopulação total destes domicílios particularespermanentes.

n TE (Taxa de Educação) - média ponderada daAlfabetização de Adultos (AA) e EscolarizaçãoMédia (EM) expressa por:TE = 2/3 (AA) + 1/3 (EM), onde:

Alfabetização de Adultos (AA) - per-centagem da população com 15 anos ou maisque pode compreender, ler e escrever um textopequeno e simples sobre o seu cotidiano;

Cálculo do Índice de Participação Sociopopulacional - IPSP

IPSP = (TU + TS + TE + TR) : 4 Eq. 2

b) Diagnóstico AvançadoO Diagnóstico Avançado constitui um referencial que sintetiza estágios parciais de avaliação sociopro-dutiva, visto através da construção dos Índices de Participação Sociopopulacional e Produtiva, emfunção de variáveis que, per se, encerram relações funcionais, tais como: urbanização populacional,acesso aos serviços básicos, educacional, renda, sistema agrário e urbano-industrial e infra-estrutura.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Escolarização Média (EM) - resultadoda média aritmética simples das variáveisEscolarizações Líquidas (EL1 e EL2);Onde:n EL1 (Escolarização Líquida do 1º Grau) -percentual do número de estudantes matricula-dos no primeiro nível de educação (1º Grau) eque pertençam ao grupo de idade para este nível(menos de 7 a 14 anos), em relação à populaçãototal deste grupo;n EL2 (Escolarização Líquida do 2º Grau) -percentual do número de estudantes matricula-dos no segundo nível de educação (2º Grau), e

que pertençam ao grupo de idade para este nível(15 a 19 anos), em relação à população totaldeste grupo.

n TR (Taxa de Desempenho de Renda) - resul-tado da Renda Média Mensal por município,relativizado pelo total do grupo a que pertence.

Renda Média dos Chefes de Domicílio(RM) - é a relação entre o total de Renda Médiados Chefes (em salários mínimos) e o total doschefes de domicílios residentes no município.

Cálculo do Índice de Participação Produtiva - IPP

IPP = (TDMA + TDUI + TDIV) : 3 Eq. 3

Onde: n TDMA (Taxa de Desempenho Médio daAgricultura) - resultado da média aritmética dasTaxas de Crescimento do Efetivo da Pecuária(bovina e bubalina), da Produção ExtrativaVegetal e da Produtividade da Agricultura. TDMA = (CMEP + CMPEV + CMPA) : 3,onde:

Crescimento Médio do Efetivo daPecuária (CMEP) - resultado da taxa de cresci-mento por rebanho (bovino e bubalino), pon-derada pelos respectivos coeficientes de parti-cipação (razão entre o total do efetivo porrebanho no período analisado e o somatório doefetivo da pecuária neste período);CMEP = TCP DO BOVINO x CP +TCP DO BUBALINO x CPOnde:TCP = Taxa de crescimentoCP = Coeficiente de participação

Crescimento Médio da ProduçãoExtrativa Vegetal (CMPEV) - definida como amédia simples do somatório das taxas decrescimento da produção de cada produtoextrativista vegetal (açaí, castanha, palmito,carvão, látex, lenha e madeira em tora);CMPEV = TCPE / Nº de produtos

Crescimento Médio da ProdutividadeAgrícola (CMPA) - obtida pelo desempenhomédio das lavouras permanente (LP) e tem-porária (LT), ponderada por seus respectivoscoeficientes de participação (razão entre o totalda área colhida por lavoura de cada municípiono período analisado e o somatório da área co-lhida do grupo a que pertence este município);CMPA = DMLP x CP + DMLT x CP, onde:

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· DMLP (Taxa de Desempenho Médioda Lavoura Permanente) - dada pela taxa decrescimento de cada produto pertencente a estalavoura (análise de regressão), ponderada pelosrespectivos coeficientes de participação (razãoentre a média da área colhida por produto aolongo da série e a média do somatório da áreacolhida de todos os produtos da referida lavourano período analisado de cada município);DMLP = TCPi . Cpi

· DMLT (Taxa de Desempenho Médioda Lavoura Temporária) - obtida pelo mesmoprocedimento estatístico na lavoura perma-nente. DMLT = TCPi . Cpi

n TDUI (Taxa de Desempenho Urbano-Industrial) - resultado da média aritmética dasTaxas de Crescimento do Consumo de Energiadas Classes Comercial, Industrial e ServiçoPúblico;TDUI = (CCEC + CCEI + CCES) : 3, onde:

Crescimento do Consumo de EnergiaComercial (CCEC) - resultado da análise deregressão do consumo anual de energia elétricada classe comercial de cada município, aolongo da série em análise;

Crescimento do Consumo de EnergiaIndustrial (CCEI) - resultado da análise deregressão do consumo anual de energia elétricada classe industrial de cada município, ao longoda série em análise;

Crescimento do Consumo de Energiade Serviços (CCES) - resultado da análise deregressão do consumo anual de energia elétricada classe serviço público em cada município,ao longo da série em análise.

TDIV (Taxa de Desempenho de Infra-Estrutura Viária) - resultado da média ponde-rada das disponibilidades de rodovias, hidroviase ferrovias existentes em cada município, com aseguinte distribuição de pesos: TDIV = 2/5 (DR) + 2/5 (DH) +1/5 (DF), onde:

· Disponibilidade Rodoviária (DR) -definida como o percentual da extensão da rederodoviária (federal, estadual e municipal) exis-tente no município, em relação à extensão totaldisponível no seu grupo;

· Disponibilidade Hidroviária (DH) -definida como o percentual da extensão fluvial(trecho navegável acima de 50 toneladas) nomunicípio, em relação à extensão totaldisponível no seu grupo;

· Disponibilidade Ferroviária (DF) -definida como o percentual da extensão da redeferroviária existente no município, em relação àextensão total disponível no seu grupo.

NOTA: as taxas de crescimento utilizadas nopresente trabalho foram obtidas através deanálise de regressão, considerando toda a sériede dados, à exceção dos municípios do GrupoIII, obtidas pela variação relativa, haja visto asreduzidas séries de dados disponíveis.

n ÍNDICES DE DESEMPENHO

Índices de desempenho são aqueles obtidos a partir da média aritmética ponderada dos respectivosíndices parciais (Índices de Participação), segundo critério de significância regional.Foram considerados dois Índices de Desempenho:

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a) Índice de Desempenho Socioeconômico e Ocupação Territorial - IDSEOAtribuído para os municípios pertencentes aos Grupos I e II, a partir da seguinte equação:

Eq. 4

Onde: IPOT = Índice de Participação de Ocupação Territorial;IPSP = Índice de Participação Sociopopulacional;IPP = Índice de Participação Produtiva.

Onde:IPOT = Índice de Participação de Ocupação Territorial;IPP = Índice de Participação Produtiva.

IDSEO = 1/5 (IPOT) + 2/5 (IPSP) + 2/5 (IPP)

b) Índice de Desempenho Econômico e Ocupação Territorial - IDEO

IDEO = 1/3 (IPOT) + 2/3 (IPP)

Atribuído somente para os municípios do Grupo III, em decorrência da carência de informações socio-populacionais relativas à série histórica considerada. Dado isso, a avaliação desses municípios tevecomo base apenas os índices parciais (Índices de Participação): produtiva e ocupação territorial, a partirda seguinte equação:

RESULTADOS

Os dados constantes desse segmento são demonstrativos dos respectivos parâmetros e indicadores esta-belecidos para o estudo, traduzidos na apresentação de taxas referenciais, índices parciais, seguido derespectiva consolidação em índices finais de desempenho.

n DEMONSTRATIVO DO PARÂMETRO OCUPAÇÃO TERRITORIAL

O parâmetro ocupação territorial traduz-se no tratamento da questão de territorialidade da região a par-tir do quadro de participação político-administrativa, jurisdicional e de alteração da cobertura vegetal,tomados em relação à área total de cada município, conforme explicitação subseqüente de resultados.

A determinação desse parâmetro é dada pelo Índice Parcial de Ocupação Territorial (IPOT), a partir dosomatório relativo das taxas de participação político-administrativa, jurisdicional e de alteração dacobertura vegetal, como segue:

Eq. 5

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Político-Administrativa-TPPADe acordo com a metodologia anteriormente citada, a TPPA demonstra a relação existente entre a áreade cada município e a área total do Estado.

A Fig. 5 demonstra uma gradação das taxas de participação político-administrativa dos municípios doEstado, destacando-se o município de Laranjal do Jari com a maior taxa, na ordem de 23,42%. Salienta-se que em relação às taxas de participação dos municípios de Macapá, Amapá e Mazagão, estão implí-citas perdas de seus territórios, decorrentes da criação de novos municípios.

Jurisdicional - TPJCompreende a distribuição das terras ama-paenses segundo as jurisdições estadual (TER-RAP) e federal (INCRA, IBAMA e FUNAI).

Das terras jurisdicionadas do Estado, 68,0%estão sob jurisdição do INCRA e outros,seguindo-se o IBAMA com 12,3%, TERRAPcom 11,7% e a FUNAI com 8,0% (Fig. 6).

Os dados referentes à jurisdição da FUNAI(11.498,38 km2) estão de acordo com a fontede informação de 1995 que foi devidamentecartografada. Entretanto, as informações de1996 indicam um acréscimo na área daReserva Indígena Waiãpi e conseqüenteaumento da área dessa jurisdição para11.838,55 km2, equivalentes a 8,25% da área

do Estado, mas que não foi levado em contadadas as dificuldades cartográficas existentes.

INCRA e outros68,0 %

TERRAP11,7%

IBAMA12,3%

FUNAI8,0%

Fig. 5 Participação Político-Administrativa (%).

Fig. 6 Distribuição das terras amapaenses por jurisdição (%).

23,42

15,84

9,999,19

6,65 6,425,43

4,70 4,573,54 3,47 3,08

1,48 1,12 1,09

Lar

anja

l do

Jari

Cal

çoen

e

Pedr

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ranc

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Maz

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Am

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e

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Alteração da Cobertura Vegetal - TPAA alteração da cobertura vegetal não repre-senta apenas uma marca física das inter-venções que o meio natural vem sofrendo. Seusignificado se amplia na medida em que seconsideram as condicionantes envolvidas e,principalmente, seus reflexos no âmbito damatriz socioambiental das áreas atingidas.

Na esfera deste trabalho a questão foi vistaatravés de três indicadores: silvicultura, mine-ração/garimpo e agropecuária. (Fig. 8).

Com base nesses indicadores, verificou-se queos municípios de Ferreira Gomes e PortoGrande se destacam pela extensão de suasáreas alteradas que, comparadas com o total deáreas alteradas do Estado (2.795,5 km2 - 1,9 %da área total do Estado), representa 42,4% e20% respectivamente, devido à atividade desilvicultura, centrada basicamente no cultivode Pinus sp e Eucalyptus sp (Fig. 9).

O percentual das terras jurisdicionadas peloTERRAP constitui um referencial que deveser observado, dentre outros, e pelos pressu-postos que acercam o atual plano de desen-volvimento do Estado, centrado numa baseprodutiva que valoriza eficazmente os recur-sos naturais.

Ressalta-se ainda que apesar dos esforços nadisponibilização de informações por parte dosórgãos jurisdicionais, a deficiência de infor-mações consolidadas levou ao uso de um

artifício, de modo a superar as dificuldadesexistentes. A propósito, situa-se a inferênciafeita às terras da jurisdição do INCRA, cujaestimativa de 97.632,45 km2 fora obtida pelaexclusão das cotas jurisdicionais dos outrostrês órgãos (TERRAP, FUNAI e IBAMA).

Destaca-se, em termos jurisdicionais, o municí-pio de Laranjal do Jari, que apresenta a maiorconcentração dessas instâncias, fato que lhe pro-porcionou, presumidamente, maior desempenhoem relação aos demais municípios (Fig. 7).

ItaubalSantana

CutiasPorto Grande

Serra da NavioTartarugalzinhoFerreira Gomes

PracuúbaMacapá

CalçoeneAmapá

Pedra BrancaMazagãoOiapoque

Laranjal do Jari

0,430,460,54

1,132,00

2,733,633,64

4,096,09

7,918,00

9,6018,26

31,49

Fig. 7 Participação jurisdicional por município (%).

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40

Conforme comentado linhas atrás, esse índiceconstitui um elemento sintetizador dos dife-rentes graus de participação municipal, tomadosem relação ao domínio de terra Político-Administrativo, Jurisdicional e de Alteração daCobertura Vegetal.

Na Fig.10 fica demonstrada a relevância domunicípio de Ferreira Gomes dentro do GrupoII, fato atribuído a sua elevada taxa de partici-pação da alteração da cobertura vegetal, basica-mente em decorrência da atividade de silvicul-tura. Com igual motivação, destaca-se o municí-

pio de Porto Grande dentro do Grupo III. O sig-nificativo índice do município de Macapá, den-tro do Grupo I, decorre de sua elevada taxa dealteração da cobertura vegetal, atribuída às ativi-dades de agropecuária e silvicultura.

Observa-se ainda que os municípios deOiapoque e Laranjal do Jari destacam-se pelamaior concentração de órgãos jurisdicionantesdas terras amapaenses, especialmente pelaexpressiva participação de áreas protegidas(IBAMA e FUNAI), quanto à forma de uso eocupação territorial.

Índice de Participação daOcupação Territorial - IPOT

Calçoene 0,74

Cutias 6,42Oiapoque 1,47

Serra do Navio 1,54

Porto Grand 20,03e

Itaubal 4,79

Laranjal do Jari 4,33

Macapá 15,66

Ferreira Gomes 42,35

Pedra Branca 2,47

Mazagão 0,10

Fig. 8 Alterações da cobertura florestal para atividades agropecuárias (A), de reflorestamento (B) e de mineração (C) detectadas em imagens do LANDSAT, nos municípios de Laranjal do Jari e Vitória do Jari.

Fig. 9 Áreas alteradas do Estado por município (%).

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

A A

B B

BC

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

41

nDEMONSTRATIVO DO PARÂMETRO SOCIOPOPULACIONAL

A análise referente a esse parâmetro procura demonstrar, de forma quantitativa, o grau de eficiência dosmunicípios através dos seguintes indicadores: acesso aos serviços básicos (abastecimento de água, ener-gia elétrica e coleta de lixo), educação e renda média mensal dos chefes de domicílios no âmbito dasexigências decorrentes do processo de urbanização, sendo este entendido como referencial de maior pre-sença de equipamentos sociais.

Do ponto de vista populacional, o Amapá temexperimentado, desde a década de 60, umaacentuada aceleração no seu crescimentodemográfico, em função do desenvolvimentode ciclos econômicos, cujos mais notáveisforam:

n instalação da ICOMI - Indústria e Comér-cio de Minérios S/A;

n implantação do Projeto Jari, na localidade deMonte Dourado, Estado do Pará, região frontei-riça do então município de Mazagão, hojemunicípios de Laranjal do Jari e Vitória do Jari;

n criação e implantação da Zona de Livre Comér-cio nos municípios de Macapá e Santana. Aliadoao efeito das ações exercidas pela implantaçãodessas atividades econômicas, destaca-seainda o conjunto de ações governamentaisvisando estimular o desenvolvimento do terri-tório amazônico através de planos e projetosespeciais.

n o crescimento demográfico durante o períodode 1980-1991, atingiu um contingente de 289.397habitantes. O aumento na população, de 114.140habitantes, corresponde a uma taxa média decrescimento de 4,67 % ao ano (Quadro 1).

Lara

njal

do

Jari

Cal

çoen

e

Pedr

a B

ranc

a

Maz

agão

Oia

poqu

e

Am

apá

Tart

arug

alzi

nho

Mac

apá

Ferr

eira

Gom

es

Prac

uúba

Porto

Gra

nde

Cut

ias

Sant

ana

Itaub

al

Serr

a do

Nav

io

9,95

22,98

4,783,70 4,07

9,46

16,56

5,01

0,34

1,69

3,692,72

10,91

2,341,79

Fig. 10 Índice de participação de ocupação territorial por município.

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42

Esse crescimento demográfico está distribuído na maioria dos municípios, com exceção de FerreiraGomes, que apresentou um declínio, devido supostamente à emigração para outras áreas do Estado.

Quadro 1 - Crescimento populacional (1980 - 1991)

Urbanização PopulacionalO contínuo crescimento demográfico, em função do contingente migratório e do crescimento vegetativo,confirma a tendência crescente da urbanização. Há de se considerar também as modificações político-administrativas que, ao criar novos municípios, interferiram na relação população rural/populaçãourbana, constituindo "status" de urbanidade a localidades marcadamente rurais. Dado isso, decorre umsubstancial aumento na taxa de urbanização do Estado, que passou de 59,19% para 80,90%, no períodomencionado (Quadro 2).

Quadro 2 - Taxa de urbanização populacional do Estado (1980 e 1991)

Os resultados apresentados na Fig. 11 demonstram que dos nove municípios, apenas dois apresentamtaxa de urbanização populacional inferior a 50% - Mazagão (Grupo I) e Tartarugalzinho (Grupo II). Dosmunicípios com percentual superior a 50%, destacam-se: Santana (89,02%), Macapá (85,70%) eCalçoene (75,41%), em virtude do processo migratório indicado, pela expectativa de emprego, edu-cação, saúde, melhores condições de vida da capital e exploração mineral na área de Calçoene.

DISCRIMINAÇÃO

Grupo I

Grupo II

ESTADO/MUNICÍPIO TAXA DE CRESCIMENTO*(população total)

Amapá

Calçoene

Macapá

Mazagão

Oiapoque

Ferreira Gomes

Laranjal do Jari

Santana

Tartarugalzinho

Estado

2,23

5,63

4,48

1,90

3,77

-0,24

4,48

7,05

4,48

4,67

RECENSEAMENTOSPOPULAÇÃO RESIDENTE*

TAXA DE URBANIZAÇÃO (%)Total

59,19

80,90

Urbana Rural

1980

1991

175.257

289.397103.735

234.131

71.522

55.266

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

43

A apreciação analítica indica uma acentuadadefasagem entre os serviços básicos ofereci-dos e a demanda social apresentada, haja vistoque somente 53,17% da população total doEstado tem acesso ao "abastecimento de águaadequado" (conceito do Instituto de PesquisaEconômica Aplicada - IPEA) e 58,03% à cole-ta de lixo, ambos apresentando defasagens de46,83% e 41,97%, respectivamente.

Vistos no âmbito do desempenho nacionaldesses indicadores, de 65% e 63,8% respecti-vamente, a carência desses serviços acimadeterminada, embora constitua um dado preo-cupante, em tese pode ser relativizado emfunção da capacidade de racionalização do

aproveitamento, considerando a alta concen-tração populacional em domicílios particu-lares permanentes do Estado. Com relação àenergia elétrica, há uma defasagem estadualde 25% devida, presumivelmente, aosinchaços populacionais periurbanos decor-rentes, em parte, do pequeno investimento emequipamentos sociais no meio rural.

Comparativamente, entre os serviços básicos,a coleta de lixo apresenta a menor disponibi-lidade, registrando-se no município deCalçoene grande precariedade desse serviço,onde somente 4,79% da população tem acessoao mesmo (Fig. 12).

Acesso aos Serviços Básicos(Água, Energia Elétrica e Coleta de Lixo)

Tartarugalzinho

Mazagão

Oiapoque

Amapá

Ferreira Gomes

Laranjal do Jari

Calçoene

Macapá

Santana

33,88

44,00

53,00

62,37

63,3766,91

75,41

85,70

89,02

Fig. 11 Urbanização populacional por município (%).

Lar

anja

l do

Jari

Cal

çoen

e

Maz

agão

Oia

poqu

e

Am

apá

Tarta

ruga

lzin

ho

Mac

apá

Ferr

eira

Gom

es

Sant

ana

59,2

49,

11

9,42 10,7

0

4,79

57,7

5 68,4

684

,41

71,0

1

17,3

850

,15

8,08

25,0

548

,60

19,4

4

40,8

572

,10

25,8

5

44,2

57,

84

5,14

63,9

8 74,4

767

,01

5,33

24,3

614

,60

Abastecimento de Água

Energia Elétrica

Coleta de Lixo

Fig. 12 Serviços básicos por município (%).

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

44

Dos municípios analisados, somente Macapá e Santana apresentam Taxas de Acesso aos ServiçosBásicos (TASB) acima da média do Estado (Fig. 13), ou seja, de 74,63% e 68,49% respectivamente, devi-do à forte concentração populacional urbana nesses municípios, o que justifica a maior presença dosequipamentos sociais.

Chama atenção a situação do município de Laranjal do Jari, pelo fato de apresentar uma taxa de acessoaos serviços básicos de 19,08% (Fig. 13), bastante inferior à média do Estado, denotando uma fortedefasagem, possivelmente pelo descompasso entre o acentuado processo de urbanização populacional ea disponibilização dos instrumentos sociais necessários.

EducacionalNas considerações mais gerais sobre as novasrelações entre a sociedade e o poder públicono Brasil de hoje, observa-se a existência deum nível de pressão mais organizado em tornodas políticas públicas, em geral, e da edu-cação, em particular. No Amapá, o poderpúblico tem buscado alternativas para atenderàs exigências advindas da dinâmica popula-cional, viabilizando a oferta de ensino de 1º e 2ºgraus em quase todos os municípios do Estado.

Comparando-se os dados de 1985 e 1991 (Quadro3), observa-se no ensino fundamental que:n o número de matrículas aumentou 45,13%; n a rede pública detém a maioria das matrícu-las do ensino fundamental, 96,68 % em 1985 e95,77% em 1991, havendo um pequeno de-créscimo entre os referidos anos;n do total de matrículas em 1985 e 1991, 79,85%e 85,93%, respectivamente, estão na zona urbana;

Fig. 13 Acesso aos serviços básicos.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

45

n o município de Macapá apresenta maior número de matrículas em 1985 e 1991, tanto na zona urbana,quanto na zona rural;n o aparente decréscimo no número de matrículas nos municípios de Amapá e Mazagão deve-se ao fatode cessão de área e população para criação de novos municípios.

Quadro 3 - Matrícula inicial no ensino fundamental, por localização e dependência administrativa(1985 - 1991).

Do mesmo modo, no ensino médio, os dados de 1985 e 1991 (Quadro 4), indicam:

n o número de matrículas aumentou 20,24%;

n em 1985 a zona urbana detinha 99,57% das matrículas, enquanto que em 1991 esse percentual pas-sou para 99,86%;

n inquestionavelmente, Macapá foi o município com a maior concentração das matrículas, equivalendoa 96,46% das matrículas gerais do Estado;

n o decréscimo verificado nos municípios de Amapá, Mazagão (zona urbana) e Macapá (zona rural),deveu-se, basicamente, à criação de novos municípios como Laranjal do Jari (desmembrado deMazagão), Tartarugalzinho (desmembrado de Amapá) e Santana (desmembrado de Macapá).

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46

Quadro 4 - Matrícula inicial no ensino médio, por localização e dependência administrativa (1985 - 1991).

n Alfabetização de AdultosConsiderando os dados do censo de 1991, opercentual da população de 15 anos de idadeou mais, alfabetizada no Estado do Amapá(80,8%), é superior ao percentual da regiãoNorte (75,5%) e Brasil (79,9%), onde, eviden-ciam-se os municípios de Macapá (85,33%) eCalçoene (79,98%) com as maiores taxas,sendo a menor, de 54,47%, observada emMazagão (Fig. 14).

Através da taxa de alfabetização de adultospode-se deduzir o nível de analfabetismo, cujocusto social se traduz na falta de acesso ainstrumentos valiosos para uma participaçãomais dinâmica na sociedade.

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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47

Quadro 5 - Escolarização líquida do ensino fundamental

n Escolarização Média(fundamental e médio) - 1991O cálculo da taxa de escolarização média étido como o procedimento mais exato para aavaliação do atendimento à população. NosQuadros 5 e 6 pode-se observar diferençasentre os percentuais de escolarização em cada nível de ensino nos municípios, representandoo déficit respectivo de atendimento.

Revendo os dados, constata-se que nenhumdos municípios do Estado atingiu o nível deescolarização "ideal" proposto pela ONU(97%) nos dois níveis de ensino (1º e 2º graus).

Mazagão

Laranjal do Jari

Tartarugalzinho

Amapá

Santana

Ferreira Gomes

Oiapoque

Calçoene

Macapá

54,47

66,27

66,49

72,43

76,78

77,15

79,06

79,98

85,33

Fig. 14 Alfabetização de adultos.

MUNICÍPIOS

Total Urbana Rural

POPULAÇÃO(5 a 14 anos)

MATRÍCULA INICIAL(menos de 7 a 14 anos)

TAXA DE ESCOLARIZAÇÃOLÍQUIDA

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Amapá

Calçoene

Macapá

Mazagão

Oiapoque

Ferreira Gomes

Laranjal do Jari

Santana

Tartarugalzinho

Estado

2.581

1.575

52.157

2.843

2.080

790

6.220

16.065

1.506

85.817

1.600

1.180

44.051

1.235

978

535

4.016

14.245

501

68.341

981

395

8.106

1.608

1.102

255

2.204

1.820

1.005

17.476

1.720

1.148

41.940

1.851

1.430

613

3.445

11.177

1.060

64.384

1.119

865

36.787

1.021

843

453

2.825

10.256

427

54.596

601

283

5.153

830

587

160

620

921

633

9.788

66,64

72,89

80,41

65,11

68,75

77,59

55,39

69,57

70,39

75,02

69,94

73,31

83,51

82,67

86,20

84,67

70,34

72,00

85,23

79,89

61,26

71,65

63,57

51,62

53,27

62,75

28,13

50,60

62,99

56,01

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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48

Os resultados da taxa de escolarização líquida do ensino médio (Quadro 6) indicam uma situaçãodegênere, configurada por: inexistência da oferta desse grau de ensino nos municípios de Ferreira Gomese Tartarugalzinho; baixo nível de escolarização líquida em todos os municípios do Estado, principal-mente em Laranjal do Jari (0,18%), bem como, a inexistência do ensino médio na zona rural na maio-ria dos municípios do Estado (Quadro 6).

Quadro 6 - Escolarização líquida do ensino médio

A partir dos resultados dos Quadros 5 e 6, obteve-se a taxa de escolarização média (Fig. 15) pela qualos municípios de Ferreira Gomes e Tartarugalzinho apresentam os menores percentuais, devido basica-mente à inexistência do ensino médio nesses municípios.

MUNICÍPIOS

Total Urbana Rural

POPULAÇÃO(5 a 14 anos)

MATRÍCULA INICIAL(menos de 7 a 14 anos)

TAXA DE ESCOLARIZAÇÃOLÍQUIDA

Total Urbana Rural Total Urbana RuralAmapá

CalçoeneMacapáMazagão

OiapoqueFerreira Gomes

Laranjal do JariSantana

TartarugalzinhoEstado

850

49221.414

943

852259

2.1936.028

43433.465

546

38718.937

430

454160

1.4385.408

15227.912

304

1052.477513

39899

755620

2825.553

7

34.708

5

3-

4509

-5.239

7

34.704

5

3-

4509

-5.235

-

-4-

--

--

-4

0,82

0,6121,990,53

0,35-

0,188,44

-15,66

1,28

0,7824,841,16

0,66-

0,289,41

-18,76

-

-0,16

-

--

--

-0,07

Lara

njal

do

Jari

51,20

39,01 38,8036,75

35,20 34,55 33,73 32,82

27,29

Cal

çoen

e

Maz

agão

Oia

poqu

e

Am

apá

Tart

arug

alzi

nho

Mac

apá

Ferr

eira

Gom

es

Sant

ana

Fig. 15 Escolarização média (%).

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

49

n Desempenho EducacionalConsiderando os resultados das taxas de escolarização média (Fig. 15) e da alfabetização de adultos(Fig. 14), obteve-se finalmente a taxa de desempenho educacional (Fig. 16), pela qual observa-se que omunicípio de Mazagão apresenta o menor desempenho (47,26%). Com maiores desempenhos, destacam-seos municípios de Macapá (73,95%) e Calçoene (65,57%).

Esses dados não finalizam, naturalmente, a medida exata do desempenho educacional, pois não entramno mérito das implicações de natureza pedagógica, mas constituem uma indicação sugestiva acerca dealgumas questões, como: em quais municípios o nível de escolarização precisa ser melhorado? Quantasvagas devem ser oferecidas nessas localidades?

RendaCom vistas a demonstrar as condições derenda da população amapaense, utilizaram-seinformações do censo demográfico de 1991,referente ao número de chefes em domicíliosparticulares por classe de rendimento médiomensal (em salários mínimos).

Em termos analíticos, os municípios deMacapá, Santana e Laranjal do Jari, concen-tram 46.715 dos 53.530 chefes de domicíliosdo Estado, identificados nesse censo, o queequivale a 87,27% do total, assim distribuídos:Macapá com 33.600 (62,77%), Santana com8.827 (16,49%) e Laranjal do Jari com 4.288

(8,01%). A maioria desses chefes de domicíliorecebem até três salários mínimos, isto é,27.663 (ou 59,50%); do mesmo modo, infere-se que essa concentração (27.663) representa amaioria do Estado (52,05%).

Para os municípios de Tartarugalzinho eAmapá, tal fato se dá na classe de chefes dedomicílios com rendimento "até um saláriomínimo mensal", que apresentam percentuaisde 50,35% e 46,92%, respectivamente, con-forme Quadro 7.

47,26

53,4456,06

59,5364,19 64,22 64,37 65,57

73,95

Maz

agão

Lar

anja

l do

Jari

Cal

çoen

e

Oia

poqu

e

Am

apá

Tarta

ruga

lzin

ho

Mac

apá

Ferr

eira

Gom

es

Sant

ana

Fig. 16 Desempenho educacional (%).

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50

Quadro 7 - Participação dos municípios por classe de rendimento

n Desempenho de Renda Média por Chefe de DomicílioNa determinação do desempenho desse indicador, os valores de renda média expressos em salários mí-nimos dos chefes de domicílios dos municípios foram relativizados a fim de se obter uma padroniza-ção entre os indicadores do desempenho sociopopulacional.

Em decorrência, a renda média de 3,9 salários mínimos por chefe de domicílio do município de Macapárepresenta, no seu grupo, um desempenho médio relativo de renda de 28,06%, sendo este, o maior per-centual verificado em relação aos demais municípios do seu grupo. No outro extremo, encontra-seMazagão, com média de 1,7 SM por chefe de domicílio, correspondendo a um desempenho médio rela-tivo de 12,23% (Quadro 8).

ESTADO/MUNICÍPIOS

Rendimento Relativo

CLASSES DE RENDIMENTOMÉDIO MENSAL

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SM

Sem rendimento

Macapá

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SM

Sem rendimento

Mazagão

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SM

Sem rendimento

Oiapoque

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SM

Sem rendimento

Santana

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SM

Sem rendimento

Tartarugalzinho

12,6742,8316,5413,967,226,77

40,4042,476,985,390,93,87

15,3451,0012,6811,895,054,05

22,8146,6511,447,173,248,69

50,3533,847,083,181,893,66

ESTADO/MUNICÍPIOS

Rendimento Relativo

CLASSES DE RENDIMENTOMÉDIO MENSAL

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SMSem rendimento

Estadodo Amapá

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SMSem rendimento

Amapá

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SMSem rendimento

Calçoene

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SMSem rendimento

Ferreira Gomes

Até 1 SMMais de 1 até 3 SMMais de 3 até 5 SM

Mais de 5 até 10 SMMais de 10 SMSem rendimento

Laranjal do Jari

17,0844,2914,1211,275,607,64

46,9234,909,585,172,450,98

21,3631,067,527,524,25

28,2932,6050,256,377,112,700,98

13,3756,029,345,902,24

13,13

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

51

Quadro 8 - Desempenho de renda média domiciliar dos chefes de domicílio

Índice de Participação SociopopulacionalO Índice de Participação Sociopopulacional dos Municípios (IPSP) resulta do cruzamento das Taxas deUrbanização (TU), Educação (TE), Renda Média (TR) e de Acesso aos Serviços Básicos (TS).

A partir dos resultados apresentados na Fig. 17, fica demonstrada a significância dos indicadores sele-cionados, visto que possibilitaram a indicação de uma realidade que, ao apontar um acentuado déficit emrelação à disponibilidade de "equipamentos sociais", também permite inferências a propósito da relaçãodos indicadores de urbanização populacional e níveis de acesso aos serviços básicos, no conjunto deexpectativas sociais.

O desempenho de renda observado em Macapá,deveu-se, obviamente, à maior concentração,nesse Município, dos setores geradores derenda polarizados no Estado, ressaltando-se amaior concentração da classe de chefe dedomicílio com renda superior a 3 SM emrelação aos demais municípios do Estado, fatodecisivo na determinação da média do Estado.

Destaca-se também o município de Oiapoque,que apresenta renda média em salários míni-mos dos chefes de domicílios (3,6 SM) acimada média do Estado, o que pode estar relaciona-do à condição de área de fronteira e ao contin-gente de funcionários públicos.

MUNICÍPIOSRENDA MÉDIA EM SALÁRIOS

MÍNIMOS (SM) DOS CHEFES EMDOMICÍLIOS/POR MUNICÍPO

TDRD(%)

Amapá

Calçoene

Macapá

Mazagão

Oiapoque

Ferreira Gomes

Laranjal do Jari

Santana

Tartarugalzinho

Estado

2,1

2,6

3,9

1,7

3,6

2,1

2,3

2,5

1,8

3,3

15,11

18,71

28,06

12,23

25,90

24,14

26,44

28,74

20,69

-

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52

n PARTICIPAÇÃO DO PARÂMETRO PRODUTIVO

De acordo com a metodologia anteriormente demonstrada, a participação produtiva dos municípios doEstado foi analisada através da evolução dos setores Agricultura, Urbano-Industrial e Infra-EstruturaViária (Fig. 18).

Lara

njal

do

Jari

Cal

çoen

e

Maz

agão

Oia

poqu

e

Am

apá

Tarta

ruga

lzin

ho

Mac

apá

Ferr

eira

Gom

es

Sant

ana

1,69

1,69

1,69

1,69

1,69

1,69

1,691,691,69

Fig. 17 Índice de desempenho sociopopulacional (%).

PARTICIPAÇÃOPRODUTIVA

Urbano-Industrial

Rodovia

Hidrovia

Ferrovia

Infra-EstruturaViária

Atividade Agrícola

Pecuária

Extrativismo Vegetal

Agricultura

Comércio

Indústria

Serviço

Fig. 18 Desempenho produtivo.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

53

Setor Agricultura (Atividade Agrícola, Pecuária e Extrativismo Vegetal)A análise dos resultados apresentados nesta seção compreende o comportamento, por município, dasatividades dos subsetores agrícola, pecuária e extrativismo vegetal, ao longo da série estudada. Saliente-se que essas atividades foram tomadas como componentes da categoria agricultura, segundo definiçãoda Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE (COLECCIÓN FAO: AGRI-CULTURA Nº 26, ROMA, 1993).

n Atividade AgrícolaNo que pese a importância deste subsetor no alcance de metas voltadas para a valorização de uma equilibradarelação de ganhos sociais e econômicos entre as populações urbana e rural, os dados apresentados no Quadro 9revelam uma situação bastante preocupante: as taxas de crescimento médio das lavouras permanentes (banana,laranja, limão e pimenta do reino) e temporárias (mandioca, abacaxi, arroz, feijão, melancia e milho) foram nega-tivas na maioria dos municípios estudados, especialmente naqueles pertencentes ao grupo da série histórica maislonga, ou seja, de dez anos; tal preocupação se intensifica, quando se considera esse quadro em relação ao cresci-mento populacional do mesmo período, na ordem de 4,67 % ao ano.

Quadro 9 - Desempenho médio das atividades agrícolas, por município, do Estado do Amapá

NOTA: CP = Coeficiente de Participação em Área ColhidaDM = Desempenho Médio por LavouraCMPA = Crescimento Médio da Produtividade Agrícola (ver metodologia)

208 215

1.862 624 740

3.64995

15216033

440--

20122

-10

152

0,060,060,510,170,201,000,220,350,360,081,000,000,000,130,800,000,071,00

-0,68-7,30-9,56-6,68-1,24

-4,54-2,690,493,71

---

15,53-

50,00

3.746 4.49423.676 3.718 2.39338.0271.1921.520501390

3.66031051245102937790

1.199

0,100,120,620,100,061,000,330,420,140,111,000,090,100,430,240,060,081,00

-13,96 0,68 -1,29 -1,07 -0,22

- -1,11 -4,81 -3,98 -2,33

- -4,05 4,40 5,89 7,04 4,13 0,72

-

-1,41-0,35-5,68-1,25 -0,27

- 0,61-2,96-0,37 0,03

--0,35-0,452,51

14,180,273,34

-

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54

Dada a extensão do comportamento negativodas lavouras permanentes e temporárias namaioria dos municípios do Estado, no períodode 1985 a 1994, ressalta-se a situação da cul-tura da mandioca, que por ser fonte tradicionalde subsistência da maioria dos agricultores,presenta grande reflexo social, haja visto aimportância da mesma no hábito alimentar dapopulação local.

A propósito, essa atividade no período men-cionado apresentou taxa negativa de cresci-mento da produtividade, na ordem de 1,10%a.a., devido ao baixo rendimento da mesma namaioria dos municípios do Estado, comexceção de Calçoene, Ferreira Gomes, PedraBranca e Porto Grande (Quadro 10).

Presume-se que os resultados do comporta-mento da agricultura no período de 1985 a1994 estão associados, entre outros fatores, àfalta de investimentos em infra-estrutura e tec-nologia, esta última agravada por limitaçõesde natureza física tanto do solo quanto doclima, principalmente.

Nesse contexto, convém destacar a redução daparticipação do setor primário no orçamento doEstado, relativo ao período de 1985 a 1994(Fig. 19) que, a priori, pode se configurar comoum dos possíveis fatores que contribuíram parao comportamento acima mencionado.

7,48

5,89

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994

5,53 5,515,17

2,63

3,75

2,93

2,031,95

Fig. 19 Participação do setor primário no orçamento do governo, 1985-1994 (%).

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

55

Os dados do Quadro 10 revelam ainda que a cul-tura do abacaxi apresentou, no período analisa-do (1985 a 1994), um incremento no rendimen-to de 2,2% a.a. Esse crescimento deveu-se, prin-cipalmente, aos municípios de Macapá (período1987 a 1992) e Mazagão (período 1987 a 1991).Excetuando-se as culturas do abacaxi e damelancia, as demais, como arroz, feijão e milho,apresentaram taxas de rendimento negativas namaioria dos municípios analisados (Quadro 10).

Com relação às culturas permanentes (banana,laranja, limão e pimenta-do-reino), o conjuntodessas apresentou, no período de 1985 a 1994,uma acentuada redução de área colhida(49,14%). No entanto, salienta-se o comporta-mento da cultura da laranja, que apresentou, aonível do Estado, uma variação percentual posi-tiva tanto na produção (148,43% a.a), quanto naárea colhida (120,37% a.a). O rendimento posi-tivo dessa cultura, na maioria dos municípiosanalisados (Quadro 11), pode ser tomado comoum importante indicador para o conjunto deincentivos da política de citricultura no Estado.

Quadro 10 - Desempenho Médio da Lavoura Temporária por Município (DMLT)

208

215

1.862

624

740

3.649

95

152

160

33

440

-

-

20

122

-

10

152

0,06

0,06

0,51

0,17

0,20

1,00

0,22

0,35

0,36

0,08

1,00

0,00

0,00

0,13

0,80

0,00

0,07

1,00

-0,68

-7,30

-9,56

-6,68

-1,24

-

4,54

-2,69

0,49

3,71

-

-

-

-

15,53

-

50,00

-

3.746

4.494

23.676

3.718

2.393

38.027

1.192

1.520

501

390

3.6603

105

124

510

293

77

90

1.199

0,10

0,12

0,62

0,10

0,06

1,00

0,33

0,42

0,14

0,11

1,00

0,09

0,10

0,43

0,24

0,06

0,08

1,00

-13,96

0,68

-1,29

-1,07

-0,22

-

-1,11

-4,81

-3,98

-2,33

-

-4,05

4,40

5,89

7,04

4,13

0,72

-

-1,41

-0,35

-5,68

-1,25

-0,27

-

0,61

-2,96

-0,37

0,03

-

-0,35

-0,45

2,51

14,18

0,27

3,34

-

NOTA : DMLT = Desempenho Médio da Lavoura Temporária; ( * ) TCP = Taxa de Crescimento da Produtividade por cultura;

( **) CP = Coeficiente de Participação (dado pela razão da área média da cultura analisada dividido pelo total da área média

ocupada com a lavoura temporária da base territorial analisada).

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56

Em relação ao cultivo do dendê, apesar de suasignificação para o município de Macapá, omesmo não fez parte do presente estudo pelofato de constituir um quadro isolado no contextoda municipalidade regional cuja inclusão repre-sentaria um fator de distorção para a avaliaçãodos resultados desse indicador e, conseqüente-

mente, para o Índice de Desempenho Socio-econômico e Ocupação Territorial dos municí-pios analisados (Quadro 12). A mesma consi-deração é dada à silvicultura, cuja ênfase estácentrada no cultivo do Pinus sp, destacando-setambém o município de Macapá, como o pólode maior concentração.

Quadro 12 - Comparativo de resultados da taxa de crescimento médio do subsetor agrícola por cenário

Quadro 11 - Rendimento dos principais produtos da lavoura permanente por município

PERÍODO DE

ANÁLISE

Grupo I1985 a 1994

AmapáCalçoeneMacapáMazagãoOiapoque

Ferreira GomesLaranjal do Jari

SantanaTartarugalzinho

CutiasItaubal

Pedra BrancaPorto Grande

PracuúbaSerra do Navio

Grupo II1985 a 1994

Grupo III1985 a 1994

MUNICÍPIOS

PRODUTOS DA LAVOURA PERMANENTELARANJABANANA LIMÃO PIMENTA DO REINO DMLP

TCP* TCP* TCP* TCP*CP** CP** CP** CP**

-0,98-7,290,40-3,42-1,662,251,100,293,71

--

0,0050-

50-1,93

0,881,000,620,830,880,650,730,65

1--

1,000,24

-1,000,73

1,51-

1,440,412,138,83

-13,310,84

----

11,10--

0,31

0,12-

0,190,110,11

0,3470,2630,35

----

0,655--

0,17

--

-64,23-75,41

-----------

-74,97

--

0,010,05

-----------

0,01

--

-51,38---------

-41,2--

-0,63

--

0,16---------

0,09--

0,08

-0,67-7,29-9,60-6,67-1,244,53-2,680,493,73

--

0,0015,53

-50,00-2,36

MUNICÍPIOS/ESTADOCENÁRIO

TC (%)a.a DMLT DMLP TCMA

Sem dendê

Com dendê

Macapá

Estado

Macapá

Estado

97,9

97,9

-1,29

-1,18

-1,29

-1,18

-9,56

-1,40

32,55

74,25

-4,91

-1,54

23,01

73,06

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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57

Quadro 13 - Desempenho médio da produção da pecuária por município do Estado do Amapá

n PecuáriaApesar da pecuária desenvolvida no Estado doAmapá ser representada pelos rebanhos bovino,bubalino, suíno, ovino e caprino, destacaram-se,para efeito deste trabalho, apenas os rebanhosefetivos de bovinos e de bubalinos, dada suarelevância para a economia do Estado, dentrodos seguintes aspectos:n trata-se de rebanhos de corte, preferencial-mente;n grande parte dos rebanhos é criada de formaextensiva em pastagens naturais, com des-taque para os bubalinos; n a mão-de-obra utilizada nessa atividade éessencialmente familiar.

Comparando-se com a região Norte, noperíodo de 1985 a 1994, o efetivo do reba-nho bubalino do Estado apresentou umbom desempenho, com taxa de crescimentode 12,59% a.a (Quadro 13), portanto, supe-rior ao verificado na região Norte (8,65%).

Com relação ao efetivo do rebanho bovino, ataxa de crescimento observada no Estado(8,8% a.a.), foi inferior à da região Norte(15,57% a.a).

Quanto à evolução do total de efetivo dosrebanhos (bubalino e bovino) no Estado desta-cam-se, entre os municípios do Grupo I(Quadro 13) Oiapoque, Calçoene e Amapá,com crescimento médio da produção de20,27% a.a., 1,93% a.a. e 1,16% a.a., respecti-vamente, sendo a menor, registrada para omunicípio de Mazagão (-1,98% a.a) atribuída,em parte, ao desmembramento de sua área ter-ritorial para a composição do município deLaranjal do Jari (1987).

Com relação aos municípios dos Grupos II eIII, observou-se que Tartarugalzinho e PedraBranca destacaram-se com 47% a.a. e 70,96%a.a., respectivamente.

PERÍODO DE

ANÁLISE

Grupo I1985 a 1994

AmapáCalçoeneMacapáMazagãoOiapoque

Ferreira GomesLaranjal do Jari

SantanaTartarugalzinho

CutiasItaubal

Pedra BrancaPorto Grande

PracuúbaSerra do Navio

Grupo II1985 a 1994

Grupo III1985 a 1994

Estado do Amapá

542.109108.479422.80675.25922.885

107.12038.81343.791

464.77366.70423.5902.3811.45720.9121.387

1.523.766126.522.996Região Norte (85 a 94)

MUNICÍPIOSEFETIVO DE REBANHO

TOTALABSOLUTO

BOVINO BUBALINOCP(%)

1 TC(%)

1 ABSOLUTO CP(%)

2 TC(%)

2

CMEP(CPTC)+( C P T C )

1 1

2 2

256.20053.793

201.63934.33611.38144.70712.22419.92619.4399.9652.9402.1751.239

11.6631.293

682.520119.036.520

0,470,500,480,460,500,42

0,460,420,150,120,900,850,550,930,440,94

-1,6-6,4-0,9-2,3-1,6-8,1

-12,5-10,80,49,1

31,572,233,86,91,1

4,1415,90

285.90954.686

221.16740.92311.50462.41326.58923.86527.03456.73920.650

206210

9.24994

841.25467.516.476

0,530,500,520,540,500,48

0,540,580,850,880,100,150,450,070,560,06

3,610,12,1-1,741,911,728,7-0,010,547,225,757,51,85-12-8,2

12,598,65

1,161,930,60-1,9820,273,43

15,74-4,9347,0041,4926,4170,9629,00-1,480,468,8

15,57

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58

Quadro 14 - Produção dos principais produtos do extrativismo vegetal no Estado do Amapá (1980 -1985)

n Extrativismo VegetalO extrativismo vegetal constitui uma importantefunção econômico-social no Estado do Amapá,que envolve cadeias produtivas centradas narelação de vida das populações ribeirinhas e nomercado de produtos florestais relevantes, dentreos quais se destacam: a castanha-do-brasil, a bor-racha, o palmito, o açaí (fruto) e as sementesoleaginosas, cuja exploração e comercialização,embora desordenadas, na maioria das vezes, repre-sentam a base de subsistência dessas populações.

De modo a demonstrar mais claramente a dinâmi-ca desse segmento no Estado foram tomados,como referência de análise, dois períodos distin-tos: o primeiro, de 1980-1985 (Quadro 14 eFig. 21), evidencia um crescimento relativo dosprodutos extrativos, onde o açaí (fruto) apresentouuma taxa de crescimento de 8% a.a, a castanha-do-brasil de 8,02 % a.a., o palmito de 19,10% a.a,a madeira de 24,84% a.a. e o látex líquido de28,90% a.a.

Do ponto de vista comparativo, houve uma evolução tanto no rebanho bovino quanto no bubalino. Destaca-se,entretanto, que a variação do rebanho bubalino foi superior à do bovino, devido, presumivelmente, ao processode substituição progressiva de rebanho (Fig. 20), principalmente no município de Cutias.

1984 1985 1986 1988 1989 1990 1991 1992 1993 19941987 1995

Bovinos Bubalinos

48,370 51,953

70,271 74,679 75,768

69,619 70,87561,656

73,108

86,221

47,100 50,798

67,42072,063

65,411

77,370 78,17585,046

137,907

159,956

Fig. 20 Evolução do rebanho amapaense, 1985-1994 (%).

8,00 24,84 19,10 8,02 28.90

198019811982198319841985

(1)

(2)

6363.7314.2682.4281.8535.650

2.453 600 720 9001.5602.270

1.3666.0202.2802.6191.8559.150

98.000426.000873.716951.133500.360413.440

97130100150191420

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

59

O segundo período, 1985-1994, caracteriza-se pelo comportamento negativo da produção dos principais produ-tos extrativos do Estado (Quadro 15 e Fig. 22).

Quadro 15 - Produção dos principais produtos do extrativismo vegetal no Estado do Amapá (1985-1994)

Em relação ao açaí, apesar de sua relevância na dieta alimentar do amazônida, em particular do amapaense, apre-sentou, no período de 1985 a 1994, uma taxa de crescimento negativa de 8,33% a.a., do mesmo modo, a cas-tanha-do-brasil, com 2,96% a.a.

10 0009 0008 0007 0006 0005 0004 0003 0002 0001 000

0

Tone

lada

1980 1981 1982 1983 1984 198550 000

10 000

Met

ro C

úbic

o

Fig. 21 Produção dos principais produtos extrativistas vegetais do Amapá (%), período de 1980 a 1985.

10 0009 0008 0007 0006 0005 0004 0003 0002 0001 000

019861985 1987 1988 1989

50 000

Tone

lada

Met

ro C

úbic

o

1990

10 000

1991 1992 1993 1994

Açaí Castanha Palmito Látex Coag. Látex Liq. Madeira Carvão

Fig. 22 Produção dos principais produtos extrativistas do Amapá (%), período 1985 a 1994.

ANOSAçaí-fruto (t)

TC (% a.a)

1985198619871988198919901991199219931994

5.6505.7354.5844.0483.8503.0803.2392.8112.8482864-8.33

2.2702.4001.7541.6302.2012.2501.8971.5561.8101.650-2,96

9.1509.1457.8817.0726.1603.9683.3912.7482.8082.492-15,55

413.440421.870472.284471.280549.284339.805353.192316.959332.648330.033-10,32

692.420740.200621.750518.608584.277485.472446.059397.216422.162410.741

-6,74

99

109

107162555957

31,79

420438481395438177200184190179

-12,09

Castanha-do-brasil (t) Palmito (t)

Madeira em tora (m³) Carvão (m³)

Fonte: IBGE/PEVS - 1985 a 1994.

LátexCoag. (t)

LátexLíq. (t)

PRODUÇÃO EXTRATIVA VEGETAL

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60

Quadro 16 - Crescimento médio dos principais produtos do extrativismo vegetal

Para esse mesmo período, observa-se umaredução na exploração florestal, envolvendo aextração da madeira em tora e do palmito doaçaí, conforme taxas negativas de crescimentodessas produções de 10,32% a.a. e 15,55%a.a., respectivamente.

Admite-se que esse referencial de retração,visto de forma mais ampla, particularmente apartir de 1990, possa ter sido influenciado pelaimplementação de políticas ambientais e apossibilidade de maior envolvimento dasociedade no processo de gestão dos recursosnaturais, além de outros.

Diante da hipótese de que o fator implemen-tação de políticas preservacionistas e conser-vacionistas interferiu na tendência da curva deprodução extrativa da madeira em tora e dopalmito do açaí, recorreu-se a fundamentos decomprovação estatística (modelo economé-trico - produção em função das variáveistendência e binária), visando testar a referidahipótese.

A partir da análise dos resultados, observou-seque os parâmetros estudados foram estatistica-

mente significativos para os produtos analisa-dos (madeira em tora e palmito), ou seja, ofator analisado influenciou no comportamentonegativo das referidas tendências, especial-mente a partir de 1990.

Utilizando o mesmo método, observou-se queo referido fator não provocou mudança signi-ficativa na inclinação da curva de tendência daprodução da castanha-do-brasil e do açaí, oque permite inferir que a tendência negativada produção desses produtos não está associa-da ao fator acima citado, e sim a possíveisalterações na cadeia produtiva dos mesmos,além de outros.

Os dados do extrativismo vegetal, apresenta-dos no Quadro 16, demonstram que o municí-pio de Mazagão apresenta a mais baixa taxa decrescimento médio dessa atividade (-44,86%)em relação aos demais municípios. Esse resul-tado deve-se em parte à criação do municípiode Laranjal do Jari em 1987, que a partir dodesmembramento territorial também repassoupara a nova unidade administrativa a sua pro-dução de castanha-do-brasil e do látex.

AmapáCalçoeneMacapáMazagãoOiapoqueFerreira GomesLaranjal do JariSantanaTarturagalzinhoCutiasItaubalPedra BrancaPorto GrandePracuúbaSerra do Navio

-23,41-20,46-17,13-8,40

--2,30

-13,41-11,70-3,17

-12,65-13,23-16,35-35,00

--35,00-8,33

-14,912,75

-16,49-22,45-10,23-4,22-8,04-11,18-2,2611,99-18,61-8,20

-12,82-15,21-0,90-6,74

---

-87,96--

-6,33--------

-2,96

--

-16,54-21,54

--

-4,82--------

-12,09

---

-84,87--

-11,69--------

31,79

---

-73,59--

25,00--------

-15,55

-7,800,09-2,28

-36,224,16

-10,59-9,57-6,6419,766,49-5,01-8,35

-10,006,38-8,01-6,90

-21,73-11,57-12,80-23,823,84-2,30-9,32-26,163,43

11,99-15,008,00

-22,00-28,21-25,01-4,17

-16,96-7,30

-13,05-44,86-0,56-4,85-4,77

-13,924,444,46

-12,96-6,23

-19,96-12,34-17,23-3,12

GRUPO I1985 a 1994

GRUPO II1989 a 1994

GRUPO III1993 a 1994

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

61

n Desempenho Médio da AgriculturaDiante dos resultados da evolução das atividades ligadas ao setor agrícola (agricultura, pecuária e extra-tivismo vegetal), conforme Quadro 17 e Fig. 23, conclui-se que o município de Oiapoque se destacaentre os demais do Grupo I por apresentar a maior taxa de evolução média das atividades desse setor(6,48%). Esse fato dá-se, exclusivamente, em função do comportamento positivo do subsetor pecuária,com taxa de crescimento de 20,27% a.a., enquanto que os demais municípios desse grupo apresentamtaxas negativas de evolução para o setor. Contudo, há de se ressaltar que a maioria desses municípiosapresenta taxa positiva de crescimento no subsetor pecuária.

Quadro 17 - Taxa Média de Desempenho da Agricultura - TMDA

Com relação aos municípios do Grupo II, evidencia-se Tartarugalzinho, que apresenta evolução médianesse setor da ordem de 17,16%, seguido pelo município de Laranjal do Jari com 2,67%, ambos influ-enciados pelo comportamento positivo no subsetor pecuária, com 47,01% e 15,74%, respectivamente.

AmapáCalçoeneMacapáMazagãoOiapoqueFerreira GomesLaranjal do JariSantanaTartarugalzinhoCutiasItaubalPedra BrancaPorto GrandePracuúbaSerra do Navio

-1,41-0,35-5,68-1,25-0,270,61-2,96-0,370,03-0,35-0,452,51

14,180,273,34-1,54

1,161,930,64-1,9820,273,43

15,74-4,9347,0141,526,471,029,0-1,50,5

8,81

-16,96-7,30-13,05-44,86-0,56-4,85-4,77-13,924,444,46

-12,96-6,23-19,96-12,34-17,23-3,12

-5,74-1,91-6,03

-16,036,48-0,272,67-6,4117,1615,204,33

22,417,74-4,52-4,481,38

Esta

do

Serr

a do

Nav

io

Maz

agão

Sant

ana

Mac

apá

Am

apá

Prac

uúba

Cal

çoen

e

Ferr

eira

Gom

es

Lara

njal

do

Jari

Itaub

al

Oia

poqu

e

Porto

Gra

nde

Cut

ias

Tarta

ruga

lzin

ho

Pedr

a B

ranc

a

1,38

-16,03

-6,41 -6,03 -5,74 -4,52 -4,48-1,91 -0,27

2,67 4,33 6,48 7,74

15,2 17,1622,41

Fig. 23 Desempenho da agricultura (%).

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62

Setor Urbano-Industrial (Comércio, Serviço Público e Indústria)Dadas as limitações impostas pela carência de informações, a evolução do setor urbano-industrial foianalisada apenas pelo comportamento do consumo de energia elétrica das classes do comércio, serviçopúblico e indústria.

Dentre os municípios classificados como Grupo I, Oiapoque apresenta a maior evolução nesse setor,decorrente de taxas positivas em todos os subsetores (Quadro 18). Para os municípios de Macapá eMazagão, com taxas negativas de evolução no setor de 4,85% e 15,43%, respectivamente, decorrentebasicamente do comportamento negativo no subsetor industrial, para o qual admite-se que esteja ligadoà criação de novos municípios.

Quadro 18 - Taxa de Desempenho Urbano-Industrial-TDUI

Observa-se ainda (Quadro 18 e Fig. 24) que omunicípio de Laranjal do Jari se destaca den-tre os demais do Grupo II, por apresentar amaior evolução do setor urbano-industrial(50,13%), devido ao equilibrado comporta-mento das taxas de crescimento de consumode energia elétrica das classes comércio(44,40%), indústria (59,67%) e serviços públi-cos (46,32%).

Com relação aos municípios do Grupo III, evi-dencia-se Itaubal com evolução urbano-indus-trial da ordem de 92,19%, influenciada pelasignificativa contribuição do consumo deenergia da classe serviços públicos (230,30%),que decorre do incremento substancial dessesserviços após a implantação desse município.

Amapá

Calçoene

Macapá

Mazagão

Oiapoque

Ferreira Gomes

Laranjal do Jari

Santana

Tartarugalzinho

Cutias

Itaubal

Pedra Branca

Porto Grande

Pracuúba *

Serra do Navio

-0,16

4,61

5,46

-15,28

13,09

30,29

44,40

7,56

31,65

-66,79

46,26

...

10,14

...

...

7,58

-24,75

-32,61

14,84

11,92

59,67

8,56

...

...

...

...

13,94

...

-6,09

-1,54

1,06

5,00

1,60

11,17

-13,48

46,32

20,19

23,92

20,28

230,30

...

10,32

...

...

1,96

1,89

-4,76

-15,43

13,03

9,58

50,13

12,10

18,53

-15,50

92,19

0,00

11,47

0,00

-2,03

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

63

Quadro 19 - Taxa da Infra-Estrutura Viária - TDIV

Setor Infra-Estrutura Viária (Rodovia, Hidrovia e Ferrovia)

Nesse grupo, convém ressaltar que a taxa negativa de 2,03% do município de Serra do Navio, deveu-sebasicamente a fatores como: redução da atividade industrial (extrativismo mineral) e consumo de ener-gia computado, exclusivamente, para a classe industrial, o que propiciou a não participação das classescomércio e serviço na formação desse setor.

A ausência de dados referentes ao consumo de energia elétrica para o município de Pedra Branca doAmapari deveu-se à inclusão dos mesmos no consumo do município de Serra do Navio.

A conformação do setor infra-estrutura a par-tir de componentes viários objetiva demons-trar a relação que esses elementos representamno conjunto da dinâmica socioeconômica daregião, como indutores das atividades produti-vas, possibilitando funções básicas tais como,deslocamento, escoamento, integração, etc.

Dado isso, a avaliação desse setor passa adimensionar a disponibilidade das redes rodo-viária e ferroviária existentes e a hidroviária,tomada como referência sua capacidade denavegabilidade acima de 50 toneladas. OQuadro 19 demonstra, de forma geral, adisponibilidade viária do Estado.

Am

apá

Mac

apá

Maz

agão

Oia

poqu

e

Ferr

eira

Gom

es

Lara

njal

do Ja

ri

Cal

çoen

e

Sant

ana

Tarta

ruga

lz.

Cut

ias

Itau

bal

Pedr

a B

ranc

a

Porto

Gra

nde

Prac

uúba

100

80

60

40

20

0

-20

Serr

a do

N

avio

Fig. 24 Desempenho urbano-industrial (%).

AmapáCalçoeneMacapáMazagãoOiapoqueFerreira GomesLaranjal do JariSantanaTarturagalzinhoCutiasItaubalPedra BrancaPorto GrandePracuúbaSerra do Navio

100,00

100,00

32,94 48,24

18,82

12,94 18,77 39,49 13,61 15,18 24,09 12,29 22,59 41,03 6,94 7,12 26,39 36,46 15,63 7,47

2,66 15,06 21,15 38,87 22,26 18,34 35,37 46,29 - 63,18 36,82 - - - -

6,24 13,53 44,26 20,99 14,98 16,97 19,07 47,55 16,41 28,05 17,57 17,14 24,23 6,25 6,75

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64

A integração dos resultados dos subitens rodoviário, hidroviário e ferroviário determinaram a taxa daparticipação desse setor (Fig. 25), onde Macapá (44,26%), Santana (47,55%) e Cutias (28,05%) se desta-cam com os maiores percentuais nos Grupos I, II e III, respectivamente.

A rede rodoviária implantada no Estado possuiuma extensão de aproximadamente 2.515 km,sendo 943 km de rodovias federais, 901 km derodovias estaduais e 617 km de rodoviasmunicipais.

A relação da taxa de participação rodoviáriademonstra que os municípios de Macapá(39,49%), Tartarugalzinho (41,03%) e PortoGrande (36,46%) destacam-se dentre osdemais de seus respectivos grupos, por apre-sentarem as maiores taxas, enquanto Mazagão(3,161%), Laranjal do Jari (12,29%) e Cutias(6,94%) apresentam os menores percentuaisde participação (Quadro 19).

O Amapá, a exemplo de toda a Amazônia, temna navegação fluvial a principal base de seusistema de transporte. A existência de riosperenes navegáveis constitui um fator decisivono processo de desenvolvimento da região.

Posto isso, a rede hidroviária consideradaenvolve os principais rios que adentram o ter-ritório amapaense, visualizados a partir dacapacidade de navegação acima de 50toneladas. Observação é feita em não incluir otráfego hidroviário exterior (oceânico eestuário amazônico), dadas as reais dificul-dades para envolvê-lo no âmbito do modelo deanálise regional.

Com relação à participação dos municípios naextensão hidroviária analisada, verifica-se queMazagão (38,37%), Tartarugalzinho (46,29%)e Cutias (63,18%) se destacam frente aosdemais de seus respectivos grupos.

A rede ferroviária no Estado do Amapá possuiuma extensão de 194 km, interligando quatromunicípios, dos quais Macapá (98 km), detéma maior extensão, equivalente a 100% de par-ticipação no seu grupo.

Am

apá

Mac

apá

Maz

agão

Oia

poqu

e

Ferr

eira

Gom

es

Lar

anja

ldo

Jar

i

Cal

çoen

e

Sant

ana

Tart

arug

al.

Cut

ias

Itau

bal

Pedr

a B

ranc

a

Port

o G

rand

e

Prac

uúba

50,00

45,00

40,00

35,00

30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0

Serr

a do

N

avio

6,756,25

24,23

17,1417,57

28,05

16,41

47,55

19,0716,97

14,98

20,99

44,26

13,53

6,24

Fig. 25 Infra-estrutura viária (%).

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

65

Am

apá

Lara

njal

do

Jari

Cal

çoen

e

Mac

apá

Maz

agão

Oia

poqu

e

Ferr

eira

Gom

es

Sant

ana

Tart

arug

alzi

nho

Cut

ias

Itaub

al

Pedr

a B

ranc

a

Porto

Gra

nde

Prac

uúba

Serr

a do

Nav

io

0,82 0,084,51

11,15

-3,49

11,58,76

23,96

17,75 17,36

9,25

38,03

13,19 14,48

0,58

Fig. 26 Índice de desempenho produtivo (%).

Índice de Participação ProdutivaO Índice de Participação Produtiva, visualizado a partir dos indicadores agricultura, urbano-industrial einfra-estrutura viária (Fig. 26), expressa a contribuição dessa dinâmica ao processo de desenvolvimentosocial da região, através da inferência de seus componentes à evolução tecnológica, da capacidade degeração de empregos e da infra-estrutura viária, esta última como elemento de apoio e indução às ativi-dades produtivas.

n ÍNDICES FINAIS DE DESEMPENHO

A determinação dos Índices Finais de Desempenho dá-se a partir dos Índices Parciais IPOT, IDSP e IDP,com a seguinte conformação: Índices de Desempenho Socioeconômico e Ocupação Territorial (IDSEO)para os municípios dos Grupos I e II e Índices de Desempenho Econômico e Ocupação Territorial(IDEO) para os municípios do Grupo III, a partir dos Índices Parciais IPO e IDP (Figs. 27 e 28).

Mazagão

Amapá

Calçoene

Oiapoque

Macapá

Santana

Laranjal do Jari

Ferreira Gomes

Tartarugalzinho

12,43

17,36

21,03

23,91

32,6

32,21

29,48

27,91

19,82

Fig. 27 Índice de desempenho socioeconômico e ocupação territorial (%).

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66

Observa-se que a consideração de desempenho para o estudo baseia-se na avaliação objetiva dos fenô-menos amostrados pela série temporal relevada, sem adentrar em considerações de fatores causais, deordem estrutural ou conjuntural.

Assim sendo, para a melhor compreensão dos respectivos desempenhos finais é fundamental a apreciaçãocrítica dos resultados intermediários, de modo a responder a questões referentes ao desempenho qualitati-vo dos processos jurisdicionais, aos fatores determinantes do processo político-administrativo, à relaçãoentre os fatores da alteração da cobertura vegetal (considerando seus impactos de ordem socioambiental),aos níveis de serviços oferecidos e à disponibilidade e qualidade tecnológica, dentre outros.

Serra do Navio

Pracuúba

Cutias

Pedra Branca

Porto Grande

Itaubal

7,40

10,46

12,29

26,26

0,98

0,83

Fig. 28 Índice de desempenho econômico e ocupação territorial (%).

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

POTENCIAL DOS RECURSOS NATURAIS

FUNDAMENTAÇÃOn A PROPOSTA

SÍNTESE DESCRITIVA

n ÁREAS HOMOGÊNEAS

n DOMÍNIOS GEOTECTÔNICOS

n DOMÍNIOS FLORÍSTICOS

n DOMÍNIOS PEDOLÓGICOS

n CONDIÇÕES POTENCIAIS PARTICULARES

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FUNDAMENTAÇÃO

68

Considerar o potencial dos recursos naturais a partir de situações particulares não significa reduzir adimensão que a questão envolve, nem tampouco simplificar sua grandeza, enquanto bem coletivo. Aocontrário, significa reconhecer condições específicas que podem ser tomadas como indicadores potenci-ais com vistas a possíveis tomadas de decisões.

A seguir, uma ilustração genérica da concepção:

nA PROPOSTA

Dadas as considerações acima, a proposta se volta para o estabelecimento de uma análise objetiva dasreferidas condições potenciais, traduzidas por situações específicas de hierarquização diagnóstica,primeiramente, em três grandes áreas homogêneas segundo sua natureza: inundável, savanítica e flo-restal de terra firme, que correspondem às grandes paisagens naturais da região. Na segunda hierarquia,os recursos são classificados em três domínios, com as seguintes denominações: geotectônico, florísticoe pedológico. O tratamento dado a essas condições remete a um diagnóstico básico, apresentado naforma descritiva e espacializada. Os resultados do macrodiagnóstico são mostrados em seguida.

SÍNTESE DESCRITIVA

n ÁREAS HOMOGÊNEAS

A concepção de homogeneidade natural está ligada diretamente à escala de visualização e, portanto,passível de ampliação ou redução (Fig.29).

CONDIÇÃOPOTENCIAL

Diversidadede Recursos

Concentraçãode RecursosCritério de seleção

Meio Natural

PARÂMETROSFUNCIONAIS

Análise

do TerritórioPOTENCIAL DOS

RECURSOS NATURAIS

PARÂMETROSESTRUTURAIS

Análise

do Território

DiagnósticoBásico

DiagnósticoAvançado

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

69

Para a escala considerada, o conceito é aplicado a determinadas condições naturais que, apesar deincluírem tipologias estruturais diferenciadas, ainda assim estão submetidas a fortes gradientes fun-cionais que lhes atribuem características próprias, enquanto unidade dinâmica.

Sob esse ponto de vista, a condição de área homogênea independe de extensão territorial ou de quais-quer outras variáveis isoladamente, que não impliquem em inversão do conteúdo ambiental. Em conse-qüência, sua definição pode ser dada por apenas uma determinante, como é o caso da condição de inun-dação ou por mais de uma determinante, como acontece com a floresta de terra firme, sendo que emambos os casos, convergem para a determinação de uma individualidade fisionômica-funcional.

De Natureza Inundável

De Natureza SavaníticaDe Natureza Florestalde Terra Firme

LEGENDA

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ

CABO RASO DO NORTE

CABO NORTE

Fig. 29 Distribuição de áreas inundáveis, savaníticas e de terra firme.Fonte: Adaptado do Radambrasil

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70

De Natureza InundávelA área homogênea de natureza inundável com-preende toda a porção mais exterior do ter-ritório amapaense, que se situa como elemen-to de ligação entre os meios aquáticos exteri-ores (estuarino/amazônico e marinho) e a terrafirme interior. Sua condição ambiental básicade inundação dá-se em função dos regimes demarés e climático (precipitação pluviométrica)a que está submetida.

Fisiograficamente, corresponde ao conjuntomais recente da região, envolvendo toda a áreaconhecida como Planície Quaternária. Aolongo de seus limites de distribuição, desde oextremo norte até o extremo sul do Estado,abrange segmentos geograficamente distintos,o que de certo implica em gradientes fun-

cionais, ora marcado pelo predomínio deinfluências marinhas, ora pelo predomínio deinfluências fluviais. Com isso notam-se ambi-entes inundáveis: marcadamente marinhos,marcadamente fluviomarinhos e marcada-mente fluviais.

A área de distribuição dos dois primeiros podeser atribuída, sem muito rigor, ao trecho com-preendido entre os rios Oiapoque e Gurijubaque, dentre suas formações típicas, destaca-sepela presença de densos manguezais. Nos limi-tes com o rio Gurijuba, apesar da condição estu-arina/amazônica, ainda é marcante a influên-cia marinha, expressa pela presença demanguezais, na forma de siriubais, consorcia-dos a espécies de várzea.

Fig. 30 Imagem do satélite LANDSAT adquirida no final do período chuvoso a leste de Cutias.

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ÁREA INUNDÁVEL

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Outras paisagens desse trecho, além dosmanguezais, na orla litorânea, são os ambi-entes interiores de várzea que incluem formascampestres e florestadas em diferentes está-gios de formação e desenvolvimento.

Todo esse conjunto é marcado por condiçõesparticulares de funcionamento, onde o ciclod'água é regulado pela movimentação demarés e pelos regimes pluviométricos. Entreos rios Amapá e Araguari, esses ambientes sealargam em extensão e compõem um grandesistema fluviolacustre, envolvendo grandeslagos permanentes e temporários, que aumen-tam e diminuem de volume à medida que seconsiderem os períodos chuvoso (inverno) ede seca (verão), respectivamente.

Os ambientes inundáveis, marcadamente flu-viais, constituem uma seqüência funcionalcorrespondente à zona estuarina amazônica doEstado, cujos limites com os ambientes flu-viomarinhos são estabelecidos genericamentemuito em função de características dominantes.

Fisionomicamente, esses ambientes se dife-renciam dos marcadamente fluviomarinhos,pela extensão de suas florestas de várzea quechegam a formar grandes bosques ao longodas margens ribeirinhas. Sua condição am-biental também é regulada pela periodicidadede marés nos trechos sob a influência direta decursos fluviais e pela pluviosidade sazonal nasáreas deprimidas interiores, as quais fun-cionam como bacias de acumulação temporária.

O conjunto desses três ambientes constitui umsistema funcionalmente complexo, envolven-do cadeias biológicas altamente especializadase níveis de tolerância pouco conhecidos. Sãoambientes altamente vulneráveis e a vegetaçãofunciona como elemento regulador da estabi-lidade natural.

A hidrografia envolve cursos parciais degrandes rios, intensa rede de tributários e umsistema fluviolacustre com coleções d'água tem-porárias e permanentes, ambas reguladas pelosregimes climáticos sazonais (Figs. 30 e 31).

Fig. 31 Vista aérea de planícies inundáveis circundantes à sede municipal de Pracuúba.

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De Natureza SavaníticaA área homogênea de natureza savanítica érepresentada pelas formas campestres de terrafirme que se apresentam com tipologias decerrado. Sua abrangência territorial situa-seem torno de 9.861,89 km 2, estando distribuídodistintamente em dois sentidos geográficos:norte/sul, compreendendo uma extensa área delargura variável que se estende do municípiode Calçoene até os arredores da cidade deMacapá (Fig. 32) e o outro, o centro/sul, com-preende uma área menor, limitada por flo-restas, que se situa nos limites dos municípiosde Mazagão e Laranjal do Jari.

De modo geral, sua homogeneidade fisio-nômica é atribuída às características da vege-tação que apresenta um estrato lenhoso abertoe um estrato herbáceo/arbustivo denso, ambosentrecortados por pequenas matas de galeria.Ilhas de matas também fazem parte da paisa-gem como um todo. Dentre as característicasfísicas, sobressaem as formas de relevo ondula-do e suave ondulado e a presença de tabuleiros.

Do ponto de vista funcional, toda a área sava-nítica é regulada por condições naturais deter-minantes, destacando o solo e o clima, e porcondições não naturais, envolvendo toda ahistória de queimadas que ciclicamente aco-metem a vegetação, impondo-lhe limites dedesenvolvimento e evolução.

Dada as condições físicas da área, são fre-qüentes as variações estruturais na vegetação,decorrendo fácies herbáceo-arbustivas, emáreas de relevo ondulado e de microrrelevoabaciado e fácies arbustivo/arborescentes, emáreas aplainadas.

Além das formas campestres dominantes, asmatas de galeria, ilhas de matas e veredas deburiti (Mauritia flexuosa), em vales úmidosconstituem elementos próprios da área sa-vanítica (Fig. 32). A drenagem, ora se apre-senta mais adensada, ora mais esparsa, segun-do a variação do relevo, de ondulado a suaveondulado, respectivamente.

Quadro 20 - Principais rios e lagos permanentes das áreas inundáveis

Oiapoque

Uaçá

Cunani

Calçoene Amapá Grande

Flechal

Araguari

Gurijuba

Macacoari

Ipixuna Cassiporé

Pedreira

Curiaú Matapi

Vila Nova

Mazagão

Rio Preto

Maracá-Puçu

Ajuruxi Cajari

Jari

Grand Crique

Comprido

Novo Duas Bocas

Dos Ventos

Mutuco

Dos Gansos

Piratuba

Floriano Maruani

Pracuúba

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Fig. 33 Floresta densa mostrada em imagem LANDSAT (Laranjal do Jari).

De Natureza Florestal de Terra FirmeEsta paisagem ocupa a maior área do Estado,em torno de 106.987,50 km2, e se caracterizafisionomicamente pela presença de uma gran-de massa florestal contínua com característi-cas estruturais e funcionais definidas, atribuí-das ao substrato de terra firme (Fig. 33).

De modo geral, sua homogeneidade fisionô-mica é de floresta de alto porte, apesar deenvolver tipologias diferenciadas ligadas aalterações de relevo e solo principalmente.

Fig. 32 Região de cerrado observada em imagem LANDSAT ao norte de Macapá.

ÁREA SAVANÍTICAMATA GALERIA

FLORESTA DE

TERRA FIRME

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A área florestal de terra firme constitui oambiente mais expressivo e mais típico doecossistema amazônico. Sua unidade ambien-tal é atribuída à vegetação, a qual se apresentamarcada por condições particulares, desta-cando a diversidade de suas espécies, alta den-sidade por unidade de área e extrema com-petição pela energia solar. Esses aspectos, emconjunto ou em particular, originam padrõesestruturais algumas vezes tão definidos quepodem ser identificados a partir do arranjo deestratificação do dossel.

No Amapá, a extensão desse domínio flo-restal, em sua maior parte, corresponde ao con-junto de áreas representativas do Planalto dasGuianas. Em menor extensão, tem-se a cober-tura de áreas geologicamente mais recentes.Para as duas condições, nem sempre é possívelestabelecer limites fisionômicos confiáveis.

Comparada a outros domínios florestais quenão de terra firme, sua identidade fisionômicase manifesta pelo porte e densidade da vege-tação o que lhe atribui características próprias,facilmente identificáveis.

Seus limites com outras paisagens são os maisdiversos possíveis, dando origem à transiçãocom a savana e, na forma de contato abrupto,com a Planície Quaternária ao norte e ao suldo Estado.

Funcionalmente, todo o conjunto é reguladopor complexas cadeias biogeoquímicas, ondeo fluxo de energia, à maneira de um sistemafechado, dá-se em função de reciclagens inter-nas e, portanto, altamente dependente da inte-gridade de seus componentes estruturais.

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Potencial Mineral Os estudos metalogenéticos e geoeconômicostêm revelado que existe uma grande hetero-geneidade na composição da crosta terrestre(parte externa sólida da Terra) e que as subs-tâncias minerais de interesse econômico nelaencontradas, não estão distribuídas uniforme-mente, mas sim em determinados tipos derochas e em concentrações locais, relativa ouabsolutamente altas, sob as denominações dedepósitos ou jazidas minerais. Essas concen-trações são o produto de um certo número deeventos ocorrentes num determinado ambiente

geológico e numa determinada época, comvariações nos diferentes estágios geotectôni-cos da evolução crustal. Conseqüentemente,algumas áreas da crosta abrigam um númeromaior de depósitos minerais ou concentraçõesmais significativas de um certo elemento doque outras. Isso constitui-se num instrumentovalioso na pesquisa de novos depósitos domesmo tipo em cada uma dessas áreas, hajavista que o melhor local para se descobrirnovas jazidas é próximo àquelas já descober-tas (BRANCO, 1984).

n DOMÍNIOS GEOTECTÔNICOS

No contexto geológico regional, o território amapaense está inserido na porção norte da PlataformaAmazônica, onde Carvalho, Faraco e Klein (1995), em consonância com Faraco, Carvalho e Klein (1995),caracterizaram duas unidades geotectônicas sob as denominações de Crosta Antiga (retrabalhada ou não)e Coberturas de Plataforma, além das suítes plutônicas de natureza e idades diversas associadas.

No presente trabalho, de acordo com os objetivos a que se propõe, apresenta-se uma base geotectônicasimplificada, resultante de uma adaptação baseada em Faraco e Carvalho (1994b) e Carvalho, Faraco eKlein (op. cit), representada pelos domínios de Crosta Antiga (retrabalhada ou não), de idade arqueanaa paleoproterozóica, e das Coberturas de Plataforma, fanerozóicas (Fig. 34 e Quadro 21). No primeirodomínio, foram individualizados os Complexos de Médio a Alto Grau (arqueanos), constituídos porgranulitos e granitóides/ortognaisses TTG (tonalíticos, trondhjemíticos e granodioríticos), pertencentesao Complexo Guianense (ISSLER et al., 1974), bem como as Seqüências Metavulcanossedimentarestipo greenstone belt (paleoproterozóicas), representadas por gnaisses, anfibolitos e metassedimentosclastoquímicos do Grupo Serra Lombarda (FARACO, CARVALHO e KLEIN, op.cit.) e por metaígneasmáfico-ultramáficas e metassedimentos da Suíte Metamórfica Vila Nova (JOÃO et al., 1978). No segun-do domínio, foram compartimentadas as Seqüências Sedimentares Paleozóicas, englobando os conjun-tos de litologias da borda norte da Bacia do Amazonas pertencentes à Formação Trombetas (siluriana),composta de arenitos brancos, finos a médios, bem selecionados, gradando para folhelhos pretos e are-nitos com folhelhos intercalados, fossilíferos, e à Formação Curuá (neodevoniana), constituída por fol-helhos cinza-escuros a pretos, piritosos, bem laminados, intercalados com siltitos e horizontes de areni-tos, fossilíferos; bem como as Seqüências Sedimentares Meso-Cenozóicas, abrangendo os componenteslitológicos integrantes da Formação Alter do Chão (cretácea), constituída por arenitos finos, siltitos eargilitos caulínicos, com lentes de conglomerados e arenitos grosseiros, vermelhos, amarelos e brancos;e da Formação Barreiras (terciária), representada por argilitos e siltitos, com intercalações de arenitosgrosseiros a conglomeráticos, além dos sedimentos aluvionares quaternários.

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Nesse contexto, o Estado do Amapá, apesar de ainda ser pouco conhecido do ponto de vista geológico,desponta com uma vocação metalogenética altamente significativa, evidenciada pelas suas importantes jazi-das de manganês de Serra do Navio (em fase de exaustão); de cromo na região do médio curso do rio VilaNova (Bacuri); de ouro nas regiões do Lourenço (Salamangone e Yoshidome) e médio curso do rio VilaNova (Vicente Sul e Santa Maria); de caulim na região do baixo curso do rio Jari (morro do Felipe), alémde outros depósitos minerais menos expressivos, tais como os de cromo do igarapé do Breu; de ferro dasregiões do Tracajatuba, da serra das Coambas (serra do Cupixi) no alto curso do rio Cupixi e de Santa Maria,no médio curso do rio Vila Nova; e de bauxita no sul do Estado (serra do Acapuzal) e na região de Igarapédo Lago; isso sem perder de vista os relevantes garimpos de ouro, cassiterita e tantalita-columbita, espalha-dos por vários sítios do Estado, enquadrados neste trabalho como ocorrências minerais. Além disso, levan-do-se em consideração que grande parte desse patrimônio mineral está alojado no ambiente geotectônicorepresentado pelas Seqüências Metavulcanossedimentares tipo greenstone belt , pertencente ao

Quadro 21 - Caracterização cronológica dos Domínios Geotectônicos do Estado do Amapá

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Domínio de Crosta Antiga (Fig. 34);que esse tipo de ambiente, a nívelmundial, constitui o principaldepositário de elementos tais comoouro, prata, cromo, níquel, cobre,zinco, ferro e manganês; e quealgumas das empresas de mine-ração atuantes no Estado, vêmdesenvolvendo trabalhos de pes-quisa (prospecção e exploração)

mineral nessas seqüências, vislum-bra-se grande perspectiva para adescoberta de novas jazidas mine-rais, principalmente de ouro.Portanto, essa visão sucinta sobre opotencial mineral do Estado, evi-dencia de forma clara o significadodesse importante segmento produti-vo para a sua economia (Quadro 22).

Província Metalogenética do Amapá/NW do ParáEssa província, definida por Faraco e Carvalho (1994a), distribui-se na porção noroeste do Estado do Pará eno Estado do Amapá, tendo o seu delineamento condicionado às áreas de abrangência das SeqüênciasMetavulcanossedimentares tipo greenstone belt (Grupo Serra Lombarda e Suíte Metamórfica Vila Nova ouGrupo Vila Nova), de idade paleoproterozóica, pertencentes ao Domínio de Crosta Antiga (retrabalhada ounão). No Estado do Amapá, está representada por cinco segmentos distribuídos de norte a sul, totalizandouma área de 32.727,8 km2 correspondente a 22,81% do seu território, onde foram individualizados cincodistritos metalogenéticos e duas áreas mineralizadas (Fig. 36), conforme descrição a seguir:

n Distrito Aurífero do CassiporéFica situado na porção centro-norte do Estado,no alto curso do rio que lhe empresta o nome. Asmineralizações auríferas dominantes são do tipofiloneano-hidrotermal, encaixadas em tonalitognaisses cisalhados, sendo comum a associacãomineralógica pirita-pirrotita-arsenopirita e aassociação geoquímica prata-arsênio. As reser-vas e os teores das jazidas auríferas deSalamangone e Yoshidome, antes da lavra, eramda ordem de 14,4 toneladas (11,72 g/t) e 1,4tonelada (36,56 g/t), respectivamente (Fig. 36).No Salamangone, além da mineralizaçãoprimária, havia, também, concentração aurífera,gerada por processos secundários, relacionadaao desenvolvimento do perfil de laterização, pro-duzindo um depósito, já minerado, com 5,25toneladas de ouro. Aspectos similares aos doSalamangone são encontrados no jazimento domorro da Mina, além das disseminações de ourono gnaisse encaixante. Nos jazimentos doCachoeira, as mineralizações são do tipo resi-dual/supergênica, estando o ouro disseminado

em saprolito e colúvio, onde os teores variamentre 1,04 e 5,77 g/t, mas a tonelagem é baixa.Existe, ainda, uma ocorrência de ouro hidroter-mal semelhante à do Salamangone, bem comovários garimpos em pláceres recentes e materiaisresiduais (FARACO, CARVALHO e KLEIN, op.cit.; CARVALHO, FARACO e KLEIN, op. cit.).

A lavra das jazidas do Salamangone, até07/10/95 esteve sob a responsabilidade daempresa Mineração Novo Astro S/A, sendo que,a partir dessa data, através de um termo decessão de direitos, foi transferida para Coope-rativa de Mineração dos Garimpeiros do Lou-renço Ltda. (COOGAL); enquanto que a dasjazidas de Yoshidome (Labourie/Siboá), desen-volvida inicialmente pela empresa MineraçãoYukio Yoshidome S/A, foi suspensa em 1992.Todavia, mediante acordo firmado na Justiça doTrabalho, os funcionários ganharam o controleacionário da empresa (90%) e, a partir de marçode 1996, retomaram as atividades.

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Fig. 35 Distribuição dos domínios geotectônicos do Estado do Amapá.

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Quadro 22 - Reservas das substâncias minerais do Estado Amapá

n Distrito Aurífero do TartarugalzinhoLocaliza-se na porção centro-oriental doEstado. A sua principal mineralização auríferafoi enquadrada como do tipo hidrotermal, dis-seminada em quartzitos, formações ferríferasbandadas e actnolita xistos, cujo depósito apre-sentou uma reserva de 6,8 toneladas com umteor de 3,37 g/t. Apresenta-se freqüentemente

associada, mineralogicamente, à pirita, pirrotita,calcopirita, bornita, esfalerita, galena e, geo-quimicamente, à prata e telúrio. Em um dosgarimpos, o ouro está associado a veios de quart-zo encaixados em granitóides; noutro, é alu-vionar (FARACO, CARVALHO e KLEIN, op.cit.; CARVALHO, FARACO e KLEIN, op. cit.).

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n Distrito Aurífero da Serra do Navio/Vila NovaEstá localizado na parte central do Estado. Deacordo com Faraco, Carvalho e Klein (op.cit.), a mineralização de ouro verificada najazida de Santa Maria, que ora vem sendolavrada pela empresa Mineração Água Boa, édo tipo stratabound com pirita associada,hospedada em um metaconglomerado da basedo pacote metassedimentar da SuíteMetamórfica Vila Nova, integrante dasSeqüências Metavulcanossedimentares tipogreenstone belt. Com relação à gênese da mine-ralização, não existe consenso se é singenéticaou epigenética. Embora os quartzitos queocorrem associados a esse metaconglomeradoapresentem evidências de alguma remobiliza-ção (vênulas de quartzo dobradas), o mesmonão acontece com a outra rocha. A reserva ini-cial era da ordem de 1,8 tonelada de ouro e oteor de 1,12 g/t. Enquanto que na jazida

Vicente Sul, também em fase de lavra pelaempresa retrocitada, a mineralização é do tipofiloneano-hidrotermal, caracterizada por veiosde quartzo auríferos e vênulas (veinlets) desulfetos (pirita/arsenopirita) ao longo das line-ações (eixos de dobramentos isoclinais) emxistos básicos e pelíticos, principalmente nocontato destes com aqueles. A reserva inicialera da ordem de 2,5 toneladas de ouro e o teorde 1,23 g/t. Além disso, ocorrências e garim-pos de diamante têm sido reportados nos alu-viões dos rios Vila Nova e Santa Maria, bemcomo de igarapés muito pequenos. ParaGonzaga e Tompkins (1991) citado porFaraco, Carvalho e Klein (1995), a rocha hos-pedeira do diamante seria o metaconglomera-do aurífero supracitado e, conseqüentemente,a fonte para os aluviões diamantíferos.

n Distrito Manganesífero da Serra do NavioEstá situado na porção central do Estado, maisespecificamente nas margens do baixo cursodo rio Amapari, afluente da margem direita doAraguari (Fig. 36). Segundo Rodrigues, Kosukie Coelho Filho (1986), a origem das minera-lizações manganesíferas de Serra do Navio,está relacionada a três estágios evolutivos,cumulativamente distintos: sedimentar, meta-mórfico e intempérico.

No estágio sedimentar, ocorreu a formação delentes de calcários manganesíferos, puros eimpuros, depositadas em ambiente predomi-

nantemente redutor. No estágio metamórfico,associado às deformações tectônicas, ocor-reram reações químicas e transformações físi-cas, tanto nas lentes de calcário manganesíferocomo nas rochas que as envolviam, originan-do, respectivamente, os mármores man-ganesíferos (protominério) e os xistos encai-xantes. No último estágio, as lentes de pro-tominério foram submetidas, gradativa-mente, a um intenso processo de intemperis-mo, condicionado pela atuação integrada dosseguintes fatores: alto índice pluviométrico,

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alternância anual de estações chuvosa e seca,temperatura elevada e densa cobertura vegetal(produtora de ácidos orgânicos). Em conse-qüência disso, o manto de alteração nesse dis-trito chegou a atingir 100m de profundidade,principalmente nos locais topograficamentemais elevados. Quando do processo de decom-posição do protominério, pelo intemperismoquímico, ocorreu a liberação de ferro (Fe) emanganês (Mn) bivalentes, alumina e sílica,bem como a lixiviação de cálcio (Ca) e potás-sio (K). Através da oxidação, o Mn divalentepassou a Mn tetravalente, originando óxidosrelativamente insolúveis, tais como criptome-lana, pirolusita e manganita. Por conseguinte,foram reconhecidos quatro tipos de minério:a) minério maciço: resultante da alteração daslentes de mármore manganesífero (ricas emrodocrosita) que, devido serem mais vul-neráveis à alteração química, originaram osdepósitos de minério de teor mais alto; b)minério granatífero: proveniente da alteração

dos horizontes silicatados que, por seremmenos suscetíveis à decomposição químicaface à presença dos silicatos (espessartita,rodonita, etc.), geraram os depósitos com teo-res de Mn mais baixos; c) minério xistoso:originado pela dissolução, migração, depo-sição e/ou posterior substituição, total ou par-cial, dos componentes mineralógicos dos xis-tos encaixantes, por óxidos de Mn, mas fican-do preservada a xistosidade da rocha original;d) minério rolado: resultante da ação erosivanos corpos de minério in situ, constitui osdepósitos de encosta, caracterizados pela pre-sença de fragmentos e blocos de minério demanganês levemente arredondados aos quaisse associa a laterita granzon. De acordo comSantos (op. cit.), a lavra de manganês nessedistrito teve início em 1956, cujas reservasiniciais eram da ordem de 43 milhões detoneladas e o teor médio inicial da jazida deve-ria estar em torno de 40% de manganês (com-parar com o Quadro 22).

n Distrito Aurífero da Serra do CupixiLocaliza-se na porção centro-sudoeste doEstado, no alto curso do rio Cupixi. Cabesalientar que essa serra é também conhecidasob a denominação de serra das Coambas,conforme trabalhos geológicos realizadosnaquela região por técnicos da empresaIndústria e Comércio de Minérios S/A-ICOMIe do Projeto RADAMBRASIL em 1982.Segundo Carvalho, Faraco e Klein (1995),

esse distrito constitui-se por diversos garim-pos, nos quais predominam as mineralizaçõesauríferas do tipo filoneano-hidrotermal,encaixadas em xistos (com enriquecimentosupergênico) e metaconglomerado. Faraco,Carvalho e Klein (1995) comentaram, também,sobre a ocorrência de veios de quartzo aurífe-ros (com teor de 22 g/t) embutidos em meta-basitos.

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--

--

MACAPÁ

SANTANAMAZAGÃO

ITAUBAL

CUTIASF. GOMES

AMAPARI P. GRANDE

SERRADO NAVIO

TARTARUGALZINHO

PRACUÚBA

AMAPÁ

CALÇOENE

OIAPOQUE

LARANJALDO JARI

VITÓRIA DO JARI

Fontes: Carvalho, Faraco e klein (1995); Faraco e Carvalho (1994b).

Província Metalogenética

Distritos Auríferos

Demais Distritos

Áreas Mineralizadas

Sede MunicipalI

8

I

I

I

I

I - PROVÍNCIA METALOGENÉTICA DO AMAPÁ/NW DO PARÁ

Au

Fe

Al

Fe

Fe Au

Cr

Cr

Au

Al

ag

AuMn

cm

6

7

34

5

1

2

20 Km 20 400 60 80 100 Km

AuAu

ga

- DISTRITO AURÍFERO DA SERRA DO CUPIXI

- ÁREA CROMITÍFERA DO BACURI

8 - DISTRITO BAUXITÍFERO-CAULÍNICO DE ALMEIRIM / JARI

OUTROS DISTRITOS

7 - ÁREA CROMITÍFERA DO IGARAPÉ DO BREU

4 - DISTRITO MANGANESÍFERO DA SERRA DO NAVIO

3 - DISTRITO AURÍFERO DA SERRA DO NAVIO / VILA NOVA

2 - DISTRITO AURÍFERO DO TARTARUGALZINHO

1 - DISTRITO AURÍFERO DO CASSIPORÉ

6

5

NOTAS:JAZIMENTOOCORRÊNCIA MINERAL:

JAZIDA / DEPÓSITO MINERAL

1- : qualquer concentração terrena ou extratelúrica com ou sem importância econômica (FRANÇA e CABRAL, 1979 citado por BRANCO, 1984);2- presença ou concentração natural de substâncias minerais úteis (metálicas, não-metálicas ou combustíveis), apresentando um certo teor de uma massa, podendo, por conseguinte, variar desde um simples indício mineralógico (alguns cristais de cassiterita de um granito, por exemplo) até umdepósito mineral propriamente dito (adaptado de BRANCO, op. cit.);3- : concentração natural de substâncias minerais úteis (metálicas, não-metálicas ou combustíveis) que apresentam um conjuntode parâmetros qualitativos e quantitativos de caráter econômico, tecnológico e político favoráveis (tipo de mineralização, tonelagem, teor, posicionamento geográfico, etc.) que indicam a viabilidade de seu aproveitamento econômico imediato (jazida) ou futuro (depósito mineral) (adaptado de MARQUES et al., 1980 citado por BRANCO, op. cit. e deste último).

Fig. 36 Unidades Metalogenéticas e Principais Jazimentos Minerais

LEGENDA

Substâncias Minerais: - argila, - alumínio,- ouro, - caulim, - cromo, - ferro,- gás, - manganês

ag Al Au cm Cr Fega Mngr 1-12 - granito,

- DEPÓSITO - JAZIDA

- OCORRÊNCIAJAZIMENTOS MINERAIS (STATUS)

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ

CABO RASO DO NORTE

CABO NORTE

gr12

gr11

gr10gr9

gr8

gr5gr7gr7

gr6 gr4

gr3

gr2

gr1

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n Área Cromitífera do BacuriLocaliza-se na porção centro-sul do Estado,mais precisamente na margem direita do igara-pé que lhe empresta o nome, afluente do rioVila Nova. Com base no trabalho de Matos,Spier e Soares (1992), os depósitos de cromi-ta estão associados a rochas máfico-ultramáfi-cas, pertencentes ao que denominaram deComplexo Máfico-Ultramáfico Bacuri (arque-ano a paleoproterozóico) e interpretaram-nocomo do tipo estratiforme, baseados naproposição de Jackson e Thayer (1972). Essaunidade encontra-se intrudida nas rochas doComplexo Guianense, pertencente aosComplexos de Médio a Alto Grau, estandoparcialmente recoberta pelos metassedimentosda Suíte Metamórfica Vila Nova (ou GrupoVila Nova, de Lima et. al., 1974), integrantedas Seqüências Metavulcanossedimentarestipo greenstone belt. Segundo esses autores, oComplexo Máfico-Ultramáfico Bacuri, trata-se de um corpo intrusivo, diferenciado, com35 km de comprimento por 1,5 km de largura,constituído por camadas paralelas, sub-verti-calizadas, ciclicamente repetidas, cujas com-posições variam desde duníticas, na base, atégabróicas, no topo. Litologicamente, consti-tui-se de metadunitos, metaperidotitos, meta-piroxenitos, cromititos e metagabros, onde sãoobservadas, freqüentemente, estruturas ígneasprimárias tais como acamadamento e texturacúmulos. O principal nível de cromitito, loca-liza-se na interfácie metaperidotitos/metaga-bros, podendo ocorrer níveis menores nosmetaperidotitos, porém menos conhecidos.Esses cromititos constituem-se de agregadosde grãos de cromita, distribuídos de maneira

uniforme, onde o mineral-minério representamais de 50% do volume total da rocha e,dependendo da sua posição em relação aonível de intemperismo, podem ocorrer naforma friável ou compacta. Na forma friável, amatriz apresenta-se parcial ou totalmenteargilizada, sendo de fácil desagregação; en-quanto que na forma compacta, a matriz cons-titui-se principalmente pelo anfibólio tremo-lita. Saliente-se que à época do trabalho dosautores supracitados, já haviam sido descober-tas nove jazidas de cromita, duas delas em fasede lavra, cujas reservas cubadas totalizaramvalores superiores à casa dos 7 milhões detoneladas com teor de 33,3% de Cr2O3 (com-parar com o Quadro 22). A lavra dessas jazidasque vinha sendo desenvolvida desde meadosde 1988, pela Companhia Ferro Ligas doAmapá/CFA (grupo CAEMI Mineração eMetalurgia), teve suas atividades suspensas apartir de novembro de 1996. Segundo Ribeiro(1996), em 1995, as reservas brasileiras decromita (medidas e indicadas) atingiram 6,31milhões de toneladas de Cr2O3 contido, dis-tribuídas nos estados da Bahia (65,3%),Amapá (33,5%) e Minas Gerais (1,2%). Nocenário mundial, essas reservas representaramapenas 0,2%. Além disso, o Estado do Amapáé o segundo maior produtor brasileiro de con-centrado de minério de cromo. Cabe ressalvarainda que, embora a unidade litoestratigráficadefinida por Matos, Spier e Soares (op. cit.)pertença às Suítes Plutônicas, por conveniên-cia deste trabalho, foi incluída nas SeqüênciasMetavulcanossedimentares tipo greenstone belt.

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n Área Cromitífera do Igarapé do BreuSitua-se na porção sul do Estado, mais pre-cisamente na região do igarapé homônimo,afluente da margem direita do rio Preto (Fig.36). Caracteriza-se por um depósito de cromi-ta, associado a rochas metaultramáficas inten-samente alteradas, interpretadas como do tipoalpino e incluídas no Grupo Vila Nova (ouSuíte Metamórfica Vila Nova), pertencente àsSeqüências Metavulcanossedimentares tipo

greenstone belt. Essas rochas constituem umcorpo isolado, em forma de pêra, medindo85m de comprimento por 30m de largura,sendo constituído por três tipos de minério:compacto, friável e eluvial (este último emmenor proporção). As reservas cubadas tota-lizaram 90.840 toneladas com teor de 31,9%de Cr2O3 (Queiroz, 1986; Faraco, Carvalho eKlein, op. cit.).

n Distrito Bauxitífero-Caulínico de Almeirim/Jari

Outros Distritos Metalogenéticos e Depósitos/Ocorrências Minerais

Esse distrito, também definido por Faraco eCarvalho (1994a), encontra-se distribuído nasporções noroeste do Estado do Pará e sul doEstado do Amapá, estando inserido, parcial-mente, nos terrenos das Seqüências Sedimen-tares Meso-Cenozóicas, pertencentes àsCoberturas Plataformais. Em território ama-paense, localiza-se, mais precisamente, naregião do baixo curso do rio Jari, afluente damargem esquerda do Amazonas, dentro dosdomínios do Município de Vitória do Jari,onde se faz representar pelas importantes jazi-das de caulim do morro do Felipe e pelosdepósitos de bauxita refratária da serra doAcapuzal, ambos desenvolvidos na porçãosuperior da Formação Alter do Chão (ouFormação Barreiras, para alguns autores).

De acordo com Santos (op. cit.), o processo debauxitização ocorrido na Amazônia Oriental,provavelmente iniciado no Pleistoceno e quepersiste até hoje, graças às condições climáti-cas, "corresponde basicamente à lixiviação derochas argilosas, com redução da sílica etransporte para baixo das soluções comalumínio e ferro, que se precipitam sob a

forma de hidróxidos e de óxidos hidratadosnos horizontes com condições físico-químicasfavoráveis. O estádio de maturação do relevo,refletido nas características da drenagem dosplatôs, condiciona a formação e a retenção dosdepósitos de bauxita. O mineral de minériodas bauxitas da Amazônia é a gibbsita (tri-hidrato de alumínio), que apresenta vantagenssobre a boehmita (monohidrato de alumínio),por exigir pressões e temperaturas menores noprocesso de fabricação de alumina". SegundoKotschoubey (1988), os depósitos de bauxitaalojados nesse distrito são do tipo blanket ecapeiam platôs dissecados, cujos toposaplainados são testemunhos do pediplano plio-pleistocênico ou do final do Plioceno cor-respondente, portanto, à superfície Velhasrecente de King (1967) ou Pd-1 de Bigarella eAndrade (1964). Esses depósitos encontram-se, em geral, recobertos por um capeamentoargiloso amarelado a avermelhado, com 15 a20m de espessura, denominado Argila deBelterra, cuja origem é muito controvertida. Asrochas sobre as quais as bauxitas se formaramsão, pedominantemente, arenitos argilosos, àsvezes arcosianos finos a grosseiros, eventual-

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mente conglomeráticos, com intercalaçõesargilosas mais ou menos ricas em quartzo, per-tencentes, na região do baixo e médioAmazonas, à Formação Alter do Chão, cujaporção inferior foi datada como albiana a tu-roniana, por Daemon (1975). Quanto à idadede formação desses depósitos, esse autor, con-trariando a idéia postulada por Santos (op.cit.), admitiu que “a primeira e mais impor-tante etapa de bauxitização ocorreu noOligoceno, e talvez apenas no OligocenoSuperior", prosseguindo a sua evolução até oMioceno. No Plioceno ou Mio-Plioceno, carac-terizados por um clima com tendência árida,ocorreu a deposição da Argila de Belterra e, aseguir, a edificação da superfície Velhasrecente. No Pleistoceno, com o soerguimentoepirogenético regional, houve a reativação dosprocessos erosivos e, conseqüentemente, aformação da rede de drenagem e a individua-lização dos platôs bauxitíferos.

O perfil de laterização dos depósitos de bauxi-ta refratária da região de Almeirim-Jari,descrito por Braga e Alves (1988), caracte-riza-se, sumariamente, pelos seguintes níveis: i)capeamento de argila creme-laranja, com até10m de espessura; ii) bauxita nodular comgranulometria entre 1 e 3cm, distribuída emmatriz argilosa, apresentando 0,50 a 3m deespessura; iii) laterita bauxítica, geralmente naforma de blocos com 5 a 10cm de diâmetro,dispersos em argila, podendo ocorrer blocosou fragmentos de laterita ferruginosa agrega-dos com blocos de gibbsita cristalizada de 3 a5cm de diâmetro, com 1 a 5m de espessura; iv)argila variegada, gradando para caulim emprofundidade.

Os depósitos de bauxita refratária da serra doAcapuzal, no Município de Vitória do Jari,constituídos, mormente, por gibbsita -

Al2O3.3H2O ou Al(OH)3, dispõem, de acordocom o DNPM (1996), de uma reserva medidade 24.688.294 toneladas de minério com teorde 45% de Al2O3. Esse tipo de bauxita é empre-gado, principalmente, na fabricação de tijolospara revestimento de fornos elétricos desiderurgia (Quadro 22). Segundo Mártires(1995), cerca de 97% da bauxita consumida,destina-se à produção de alumina, ficandoapenas o restante para uso no setor derefratários.

Conforme informações do Departamento deGeologia da empresa Caulim da AmazôniaS/A (CADAM, 1997), a teoria proposta para agênese dos depósitos de caulim da Amazônia éa seguinte: "o material sedimentado que for-mou o pacote mineral foi originado no Escudodas Guianas e Escudo Brasileiro, mais a con-tribuição dos Andes. No final do Jurássico,com o episódio tectono-magmático denomina-do Reativação Waldeneana ou Sul-Atlantiano,houve o soerguimento do Arco de Gurupá,situado entre Monte Alegre e a ilha de Marajó,permitindo a deposição da Formação Alter doChão. No término do período, o fechamentoda Bacia proporcionou a formação de umcomplexo flúvio-lacustre (sic) para onde con-vergiram os sedimentos originados nos crá-tons e nos Andes. Nos locais mais profundosacomodaram-se os clásticos grosseiros sobreos quais seguiram-se as argilas por serem maisleves e precisando de águas calmas para ini-ciar o processo de sedimentação. Uma retoma-da da subsidência no Terciário, permitiu adeposição dos sedimentos Belterra, cujasáreas fontes estão bem mais próximas que asde acumulação. No final do Terciário, a ele-vação de toda a área inundada deu oportu-nidade à ação dos fenômenos erosivos isolan-do os platôs e criando o forte ravinamento carac-terístico dessa morfologia". No que concerne

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aos platôs das jazidas de caulim (morro doFelipe) da região do Jari, de acordo comCADAM (op. cit.), encontram-se separadospor cursos d'água subseqüentes - controladospor um sistema de falhamentos de direçãoNW-SE, sendo que uma dessas falhas seccionaa mina do Felipe II. Admitem que o pacotecaulinítico foi submetido a processos deintemperismo, propiciando a remoção da síli-ca dos grãos de quartzo e, conseqüentemente,originando a porosidade do minério, além depossibilitar a mobilização do ferro (Fe)limpando o caulim, podendo, entretanto, ocor-rer situações em que esse Fe permaneceu insitu ou, então, fixou-se em determinados pon-tos do minério ocasionando manchas (caulimtipo IV). O fato do caulim dessa região serconstituído por partículas muito pequenas éatribuído a um selecionamento na área fonte,além do que não são encontrados os stacks queevidenciem uma caulinização in situ, resul-tante da alteração de feldspatos e de outrosaluminossilicatos. O "Alvo 21" representa umlocal onde os fatores de lixiviação foram maisintensos, coincidindo com a generosa espes-sura da camada de caulim. É possível queexistam outras áreas, dentro das concessões daCADAM, com qualidades similares. Combase nesse autor, apresenta-se sumariamente operfil dos seis tipos de caulim encontrados naregião: i) tipo 0- caulim manchado bege-róseo: caulim impuro, bege-claro à creme,com freqüentes manchas róseas e amarelas,friável, alguns grãos de quartzo, muitas caver-nas milimétricas preenchidas por materialargiloso. Nas fissuras existe fina camada ver-melho-amarela; ii) tipo I- caulim compactocreme-esbranquiçado: trata-se da primeiraunidade de caulim puro. É compacto e comabundantes poros, ainda mantendo grãos dequartzo em parte lixiviados. Apresenta man-

chas róseas e os planos de fratura sãopreenchidos por material ferruginoso marrom-amarelado ou marrom-escuro; iii) tipo II-caulim compacto poroso: é homogêneo, bas-tante poroso, textura alveolar e de cor creme-claro com pequenas manchas róseas e verme-lhas. Contém grãos de quartzo corroídos com0,5mm a 2,0mm de diâmetro, sendo mais levee friável que os outros tipos; iv) tipo III-caulim granular esbranquiçado: a cor predo-minante é cinza-esbranquiçado com ocasio-nais manchas irregulares e difusas de cor roxa,lilás-azulada, púrpura e avermelhada. O quart-zo corroído ocorre isolado. O sub-tipo IIIa éuma variedade densa, branco puro a acinzen-tado, homogêneo e sem manchas. A textura éfina e compacta. O sub-tipo IIIb é muito man-chado e o IIIg contém palhetas de mica bran-ca; v) tipo IV- caulim impuro brechóide: édenso, compacto, cor bege-acinzentado, comlentes, manchas e cavernas contendo materialargilo-ferruginoso de cores variadas, sendo asmais comuns o amarelo e o marrom. Na basedo pacote ocorre material argiloso com nódu-los lateríticos, o que o diferencia, genetica-mente, do tipo VI; vi) tipo V- caulim arenoso:é uma rocha caulinítica com elevado teor deareia, de coloração variada, onde se observa obandeamento do quartzo com granulometriasdiferentes. A distribuição é horizontal a sub-horizontal, sendo encontrado em toda a jazida.Antes de iniciarem a lavra, as jazidas de caulimda região do Jari apresentaram uma reservamedida de 264 milhões de toneladas e umareserva indicada de 118 milhões de toneladas(comparar com os valores das reservas atuaisdo Quadro 22). Segundo Silva (1996), em ter-mos de reservas mundiais de caulim, o Brasilocupa o segundo lugar com 1,7 bilhão detoneladas, onde somente os estados do Pará eAmapá detêm, juntos, cerca de 70%.

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n Depósitos de Ferro (rio Tracajatuba, rio Vila Nova e serra do Cupixi ou das Coambas) e de Bauxita do Igarapé do Lago

Estudos desenvolvidos por técnicos doDepartamento Nacional da Produção Mineral-DNPM, na área de ocorrência de magnetita daregião do médio curso do rio Tracajatuba,afluente da margem esquerda do Araguari,levaram a conclusão de que se trata de umaseqüência de quartzitos e itabiritos com mag-netita, onde dimensionaram um depósito comuma reserva estimada em 18,3 milhões detoneladas, com um teor médio de 60% de ferro(LIMA et al., 1974).

Na região de Santa Maria, no médio curso dorio Vila Nova, a empresa multinacional HannaCorporation, em meados da década de 40,desenvolvendo pesquisa preliminar nas ocor-rências de ferro que se encontram associadas arochas itabiríticas pertencentes ao Grupo VilaNova (ou Suíte Metamórfica Vila Nova),cubou um pequeno depósito da ordem de 10milhões de toneladas, tendo como mineral-minério a hematita (Quadro 22 e Fig. 36). Emdecorrência do seu baixo potencial, os traba-lhos foram abandonados (SANTOS, 1981).

Segundo Pinto et al. (1986), na serra doCupixi (ou serra das Coambas), localizadapróximo às cabeceiras do rio homônimo, téc-nicos da empresa Indústria e Comércio deMinérios S/A - ICOMI, através de traba-lhos de pesquisa (15 poços e uma trincheira),dimensionaram um pequeno depósito comuma reserva de 4 milhões de toneladas deminério de ferro (Quadro 22), com teor de 45-50% de Fe, cuja origem foi atribuída a proces-so de enriquecimento supergênico atuantesobre litotipos ferruginosos (itabiritos) ouitabiritos e jaspilitos, intercalados e/ou reco-brindo rochas quartzíticas micáceas ou não.

Branco (1984), na Listagem dos PrincipaisDepósitos Minerais do Brasil, mencionou umdepósito de bauxita (médio), do tipo estrati-forme, de origem sedimentar com enriqueci-mento supergênico, apresentando uma reservamedida de 41 milhões de toneladas com teorde 45% de Al2O3, localizado na região deIgarapé do Lago no Município de Santana(Quadro 22).

Cabe ressaltar que, não obstante as jazidas decaulim fiquem localizadas em território ama-paense, o minério é transportado por ummineroduto para Monte Dourado no Estado do

Pará, onde sofre beneficiamento no seu graude alvura, e depois é embarcado no Porto deMunguba, também nos domínios paraenses.

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n Ocorrências de Gás Natural, Petróleo, Mármore e Rocha Ornamental

Segundo Santos (1981), embora os trabalhosde pesquisa de petróleo na foz do Amazonastenham sido iniciados em 1970, somente em1976 ocorreram as primeiras descobertas:"opoço 1-APS-10 B, a 250 quilômetros doAmapá, revelou ocorrência de gás, produzindoem teste 7,3 milhões de metros cúbicos por diade vazão máxima, e dando origem ao campode Pirapema, com reserva de 12.350 milhõesde metros cúbicos de gás, que nos dias de hojeainda não pode ser explorada economica-mente. O poço 1-APS-21 detectou pelaprimeira vez, em ocorrência subcomercial, apresença de petróleo na foz do Amazonas,com a vazão de 126 mil metros cúbicos e 40barris de óleo por dia, infelizmente tambémdepletivo".

No que concerne à ocorrência de mármore,Pinto (1997), com base na informação verbaldo geólogo Fabiano Laranjeiras (ICOMI) porocasião do Encontro Técnico-Administrativodo Projeto PRIMAZ/CPRM - realizado emSerra do Navio (21 a 23/05/97), fez referên-cias sobre a presença de lentes de mármorecontendo 26% de CaCO3 e 12% de MgO,localizadas a aproximadamente 15m de pro-fundidade em relação à superfície do fundo dacava de uma das minas onde foi encerrada aatividade de lavra do minério de manganês.Desde que essas lentes apresentem com-posição química adequada e a sua lavra sejaeconomicamente viável, visando à implan-tação de um parque moageiro para suprir ademanda de calcário para a neutralização daacidez de nossos solos, considera-se como da

maior relevância para o Estado, em função dalocalização estratégica, próxima a assentamen-tos do INCRA, dispor da infra-estruturanecessária e possuir interligação rodoviária comos demais municípios estaduais e ferroviáriacom os municípios de Pedra Branca doAmapari, Porto Grande e Macapá.

De acordo com Chiodi Filho e Rodrigues(1996) citado por Pinto (2000), as rochasornamentais e de revestimento, abrangem osmais variados tipos litológicos, passíveis deserem extraídos em blocos ou placas, corta-dos em formas diversas e beneficiadosatravés de esquadrejamento, polimento, lus-tro, dentre outros. Apresentam como princi-pais campos de aplicação, tanto peças iso-ladas (esculturas, tampos e pés de mesas,balcões, lápides e arte funerária em geral),quanto edificações, onde se destacam osrevestimentos de paredes (internos e exter -nos), pisos, pilares, colunas, soleiras, etc..Por outro lado, em consonância com ChiodiFilho e Rodrigues (op. cit.; 1997; 1999) cita-do por Pinto (op. cit.), as rochas ornamen-tais, quanto à sua classificação comercial,são subdivididas, basicamente, em "grani-tos" e "mármores". Enquadram-se, generica-mente, como granitos, um amplo conjunto derochas silicatadas (granodioritos, monzoni-tos, dioritos, diabásios/basaltos, sienitos,charnockitos, gnaisses, granitos propria-mente ditos, etc.), e, como mármores, asrochas carbonatadas (calcários, dolomitos,mármores, etc.).

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Nesse contexto, Pinto (2000) ressaltou que:"o potencial geológico do Estado do Amapáestá voltado, sem sombra de dúvida, para osgranitos ornamentais, haja vista que grandeparte de seu território (cerca de 62%) consti-tui-se por terrenos de rochas cristalinas(migmatitos, granulitos, gnaisses, granodior-itos, monzonitos, dioritos, adamelitos, diabá-sios, gabros, sienitos e granitos propriamenteditos, dentre outros) potencialmentefavoráveis para essa categoria. Entretanto, omaior impedimento para uma melhor per-formance, está relacionado à dificuldade deacesso decorrente da fraca rede rodoviáriaestadual, bem como pelo espesso manto deintemperismo e a densa cobertura vegetal,condicionados pelo nosso clima, os quaisofuscam, em parte, a exposição dessasrochas."

Os dados gerados durante a execução (1998-2001) do Projeto Rochas Ornamentais doEstado do Amapá, sob a coordenação do

geólogo/pesquisador Adalberto do CarmoPinto, contribuíram decisivamente para quePinto e Monteiro (2001) elaborassem oPortfólio de Rochas Ornamentais do Estadodo Amapá, lançado na 13a FIMAG-FeiraInternacional do Mármore e Granito, realiza-da em Cachoeiro de Itapemirim-ES, emagosto de 2001. Nesse portfólio estão divul-gadas as fichas técnicas, com as fotos dosladrilhos polidos e os resultados dos princi-pais ensaios de caracterização tecnológica,de doze ocorrências de granitos com padrõesestéticos (cor, textura e estrutura) distintos.Esses granitos foram identificados, informal-mente, com os seguintes nomes fantasia: i)Bege Equatorial, no Município de FerreiraGomes; ii) Cinza Savana e Bege Itaubal, noMunicípio de Tartarugalzinho; iii) Azul Suí,Aurora Amazonas, Vermelho Piquiá, VerdeAmapá e Rosa Cunani, no Município deCalçoene; e iv) Rosa Tigresa, Prata Rosê,Rosa Oiapoque e Cinza Oiapoque, noMunicípio de Oiapoque. (Quadro 23).

Quadro 23 - Caracterização tecnológica de rochas silicáticas do Estado do Amapá

gr1 Bege Equatorial

Gnaisse Granítico Homogêneo, com Granada

(Gnaisse Granulítico)

gr2Gnaisse Monzogranítico

Inequigranular(Migmatizado)

Cinza Savana

gr3

gr4

gr5

gr7

gr8

gr9

gr10

gr11

gr12

gr6

Monzogranito

Biotita Gnaisse Monzogranítico

Biotita Gnaisse Monzogranítico

Hiperstênio Granodiorito Gnaisse (Charno-Enderbito

Gnaisse)

Gnaisse Monzogranítico Porfiróide

Hornblenda-Biotita Gnaisse Monzogranítico

Inequigranular

Migmatito

Bege Itaubal

Azul Suí

Aurora Amazonas

Vermelho Piquiá

Verde Amapá

Rosa Cunani

Rosa Tigresa

Prata RosêRosa Oiapoque

Cinza Oiapoque

Migmatito Oftálmico

Biotita Monzogranito

Biotita Monzogranito 0,20

2,626

2,665

2,614

2,668

2,638

2,631

2,687

2,646

2,720

2,681

2,665

2,693

0,83

0,46

0,69

0,37

0,54

0,49

0,40

0,55

0,55

0,65

0,56

0,54

0,31

0,17

0,26

0,14

0,20

0,18

0,15

0,20

0,24

0,21

0,21

17,10

15,60

16,80

14,40

14,10

14,20

11,60

15,50

11,10

10,20

11,60

18,10

0,73

0,71

0,69

0,76

0,83

0,74

0,83

0,52

0,84

0,81

0,80

0,75

Ocorrência Nome Fantasia

Classificação Petrográfica

Massa Específica

(g/cm3)

Porosidade Aparente

(%)

Absorção D'água

(%)

Resistência à Flexão(Mpa)

Desgaste Abrasivo Amsler(mm)

Velocidade de Propagação de Ondas Ultrassônicas

(m/s)

5.175

5.774

5.097

5.572

5.065

4.962

5.188

5.232

4.610

4.771

4.139

4.681

Fonte: Pinto e Monteiro (2001).

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Fig. 37 Distribuição das diferentes fisionomias vegetais

Graminóide

Parque

Arbóreo / Arbustivo

Cerrado / Várzea

Cerrado / Floresta

CAMPO DE VÁRZEA

CERRADO

FLORESTA DE TRANSIÇÃO

Arbustivo

FLORESTA DE TERRA FIRME

Densa de Baixos Platôs

Densa Sub-Montana

Litorâneo

Ripícola

Densa

Aberta

MANGUEZAL

LEGENDA

FLORESTA DE VÁRZEA

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ

CABO RASO DO NORTE

CABO NORTE

Fonte: Adaptado do Radambrasil

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n DOMÍNIOS FLORÍSTICOS

Em sentido amplo, a diversificação de ambi-entes naturais do Amapá corresponde àprópria diversidade de seus domínios florísti-cos, que incluem tipologias tipicamente ama-zônicas e tipologias extra-hileianas, todas com

grande expressão em abrangência territorial.De modo simplificado, pode-se agrupá-los emduas grandes categorias fitofisionômicas:1) das formas florestadas;2) das formas não florestadas ou campestres.

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Da primeira categoria fazem parte osmanguezais, ao longo da orla litorânea; flo-restas de várzea, diretamente ligadas aos ambi-entes ribeirinhos; florestas de terra firme com amaior representação no Estado e florestas de

transição em áreas de tensão ecológica. Asegunda categoria inclui os cerrados e os cam-pos inundáveis ou de várzea em áreas deprimi-das da planície aluvial.

ManguezaisOs manguezais são ecossistemas muito espe-cializados estritamente ligados à condiçãolitorânea. No litoral amapaense, é representa-do por franjas contínuas, variáveis em larguraque em alguns locais chegam a adentrar o con-tinente na condição de manguezais ribeirinhos(ripícolas).

A vegetação corresponde a uma floresta demédio porte, sendo seus representantes maisexpressivos: o mangue-vermelho (Rhizophoramangle spp.), a siriúba (Avicennia germinans)e a tinteira (Laguncularia racemosa).

As particularidades hidrodinâmicas queenvolvem os manguezais do Amapá, decor-rentes de influências amazônicas, impuseramprofundas diferenciações a esse ecossistema,manifestadas na exteriorização de padrõesestruturais e funcionais, absolutamente diver-sos de outras regiões litorâneas do país. Defato, a singularidade dos manguezais destaregião envolve grandes extensões para o inte-rior do continente, padrão florístico absoluta-mente florestal, dominância de tipologiasflorísticas e parâmetros funcionais, nada com-paráveis com outros manguezais não submeti-dos a esse gradiente amazônico.

Caracteristicamente, o siriubal (área de con-centração da siriúba) constitui o tipo domi-nante dos manguezais amapaenses, preferen-cialmente distribuído ao longo da linha decosta. O mangal (área de concentração domangue-vermelho) é menos representativo e,em geral, está ligado às áreas estuarinas e àsbordas interiores das franjas litorâneas, associ-adas às águas pluviais.

Quadro 24 - Representação dos domínios florísticos

1,94%

OutrosManguezais

NATUREZAÁrea (Km²)

Distribuição

2.784,976.959,25

103.081,583.905,929.861,89

16.065,35

143.453,70794,74

TOTAL

ManguezalFloresta de Várzea

Floresta Densa de Terra FirmeFloresta de Transição

CerradoCampos de VárzeaÁguas Superficiais

Fig. 38 Porcentagem de manguezais em relaçãoà superfície total do Amapá

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92

Floresta de VárzeaA floresta de várzea constitui o segundo maiorambiente florestado da região, considerandoestrutura, diversidade e representatividadeespacial.

Sua área de abrangência e maior concentraçãoocorrem principalmente em margens de riosde água barrenta onde, de certo modo, passa aser regulada pelos regimes de marés. Na medi-da em que se avalia o comportamento desseambiente, a partir das áreas estuarinas para ointerior do continente, observa-se profundaredução florística possivelmente ligada àsalterações físico-químicas das águas desses rios.

As maiores florestas de várzea do Estadoocorrem ao longo da orla amazônica, aden-trando pelos estuários e baixos cursos dosinúmeros rios que aí deságuam. Nesse trecho,seus limites estendem-se do rio Jari até oarquipélago do Bailique, a partir do qual asalinidade passa a funcionar como fator deseleção e conseqüente causa do aparecimentode espécies do manguezal.

Na linha de costa, a floresta de várzea é subs-tituída pelos manguezais. No interior da planí-cie inundável encontram-se formações de flo-restas de várzea com estrutura e diversidadediminuída em relação às formas ribeirinhas.Fala-se então em floresta aberta de várzea, emoposição a outra que passa a constituir a formaFloresta Densa de Várzea.

OutrosFloresta de Várzea

4,85 %

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

Fig. 39 Porcentagem de floresta de várzea emrelação à superfície total do Amapá.

n Condição PotencialA condição potencial dos manguezais está ligada a conceitos muito amplos de produtividade natural,envolvendo complexas cadeias que se refletem diretamente na base produtiva do ecossistema e noenriquecimento das águas estuarinas.

Sua fauna envolve formas residentes e temporárias, destacando-se, nesta última, o estágio larval demuitos organismos marinhos que lá encontram as melhores condições de alimentação e desenvolvimento.

Dentre a fauna residente, o caranguejo (Ucides spp.), pelos estoques naturais disponíveis, pode ser tomadocomo um indicador potencial se for acompanhado de medidas que incluam formas de manejos adequados ea agregação de valores aos sistemas de comercialização.

Vale ressaltar, que apesar da expressividade dos manguezais deste estado – possivelmente uma dasmaiores do país – sua concentração natural de caranguejo comestível está restrita somente aos mangaisos quais, por sua vez, não são os mais representativos em termos de área.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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n Condição PotencialAs condições potenciais da floresta de várzea estão ligadas à sua riqueza em essências econômicas, oque de certo modo tem envolvido grandes equívocos de exploração, com reflexos comprometedores noempobrecimento de estoques naturais e na própria relação de vida das populações ribeirinhas.

Afora a riqueza em essências madeiráveis, a floresta de várzea também se destaca pela freqüência deoutras espécies econômicas, dentre as quais, destacam-se:

· Açaí (Euterpe oleracea): palmeira cespitosa, produtora de frutos comestíveis e de palmito comerciali-zável. Constitui uma das espécies mais representativas desse ambiente, podendo apresentar-se na formadispersa ou em populações adensadas;

· Buriti (Mauritia flexuosa): palmeira produtora de frutos comestíveis e oleaginosos, pouco aproveitáveisna região. À semelhança da espécie anterior, forma populações adensadas, tanto na floresta ribeirinhaquanto no interior de ambientes inundáveis. O aumento das populações dessa espécie na floresta devárzea, ao que tudo indica, está ligado ao manejo inadequado desse ambiente;

· Murumuru (Astrocaryum murumuru): palmeira frutífera oleaginosa não aproveitada na região. Possuialta freqüência nas várzeas ribeirinhas;

· Ucuúba ou Virola (Virola surinamensis): árvore de grande porte, frutífera oleaginosa. Espécie freqüentenas várzeas ribeirinhas e em locais interiores inundáveis, na forma de pequenas populações. O manejoostensivo e indiscriminado da espécie, para fins madeireiros, tem causado grandes impactos em seusestoques comerciais;

· Pracaxi (Pentachleta macroloba): árvore mediana, frutífera oleaginosa. Freqüente nas várzeas estuari-nas e ao longo dos médios cursos de rios;

· Andiroba (Carapa guianensis): árvore de grande porte, freqüente nas várzeas ribeirinhas. Seus frutosoleaginosos têm largo aproveitamento na região. Dada a ostensiva exploração madeireira da espécie,tem-se uma acelerada diminuição de seus estoques, principalmente comerciais;

· Seringueira (Hevea guianensis): essência laticífera. Espécie típica da floresta de várzea, podendoencontrar-se dispersa no ambiente ou em populações adensadas;

· Ubuçu (Manicaria saccifera): palmeira produtora de folhagem usada em coberturas de casas. Em geral,a distribuição da espécie dá-se na forma de populações adensadas, em várzeas pouco inundáveis;

· Arumã (Ischnosiphom aruma): arbusto de pequeno porte, produtor de fibra, encontrado em várzea,pouco inundável, sob a forma adensada.

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n Condição PotencialA floresta densa de terra firme sempre é considerada uma referência quando se discute a biodiversidadeamazônica. Todavia, é claramente reconhecida a insuficiência de informações a respeito, incluindo aprópria diversidade florística e o aproveitamento adequado de seus estoques naturais.

Para o Estado do Amapá, o histórico do aproveitamento desse tipo de floresta se traduz na exploraçãoseletiva de madeira, práticas de agricultura itinerante, mais recentemente formação de pastagem e ativi-dades extrativistas de algumas espécies, com destaque para a castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa).Assim sendo, sem desconsiderar o potencial madeirável desse ambiente, os exemplos seguintes sãodestacados pela relevância de seus estoques naturais:

· Castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa): árvore de grande porte, distribuída na forma de populaçõesconcentradas, principalmente no sul do Estado. Seus frutos comestíveis e oleaginosos constituem umadas principais bases do extrativismo regional;

Floresta Densa de Terra FirmeA floresta densa de terra firme é o tipo de vege-tação mais representativo da região, cuja área dedistribuição corresponde a uma superfícieaproximada de 103.081,58km 2 ou o equiva-lente a mais de 2/3 de todo o território esta-dual. Sua conformação florística está ligada aepisódios morfogenéticos diferenciados que,em alguns casos, chegam a determinar profun-das alterações na estrutura e fisionomia dessavegetação. As tipologias, floresta densa debaixos platôs e sub-montana, são individua-lizações fitoecológicas decorrentes dessesfenômenos. Dentre as características da flores-ta densa de terra firme, destacam-se: máximadiversidade por unidade de área, estrutura dealto porte, estratificações diferenciadas segun-do tipologias locais e freqüentes níveis deespecialização, incluindo formas de dominân-cia, endemismos, raridades e gregarismos demuitas espécies.

Em geral, as maiores considerações sobre essetipo de floresta são atribuídas às suas espéciesemergentes, à freqüência de essências madei-reiras e aos diâmetros avantajados dos tron-cos. Todavia, a importância desse ecossistema

dá-se também pelo conjunto de outras variáveis,dentre as quais ressalta-se a freqüência de essên-cias oleaginosas, resiníferas, aromáticas, medi-cinais, produtoras de frutos comestíveis, etc.

Considerando a freqüência, diversidade eimportância econômica das espécies dessavegetação, dentre os grupos de árvores maisimportantes, destacam-se os angelins, acapu esucupira (Leguminosas), castanha-do-brasil,sapucaias e matamatás (Lecythidaceae), breus(Burseraceae), louros (Lauraceae), maçaran-duba, maparajuba e abiuranas (Sapotaceae).

OutrosFloresta Densa de Terra Firme

71,86 %

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

Fig. 40 Porcentagem de floresta densa de terra firme

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Floresta de TransiçãoA floresta de transição constitui um tipo vege-tacional ligado a condições ecológicas particu-lares, o que lhes atribui característicaspróprias, dependentes dos estágios sucessóriosde seus componentes e do conjunto deinfluências de seus ambientes limítrofes. Dadoisso, é possível observar-se formas diferenci-adas de floresta de transição que podemexpressar parte da diversidade dos ambientesenvolvidos, ou mesmo ater-se à diversidade deapenas um desses ambientes.

Sua maior área de distribuição corresponde aoslimites, com extensões variáveis, entre a flores-ta densa de terra firme e o cerrado.

Nessas condições, a floresta de transição osten-ta uma estrutura de alto porte e bem desenvol-

vida. Outras áreas florestais de transição ocor-rem entre os ambientes inundáveis e o cerrado,mas em menores proporções.

CerradoO cerrado é um ambiente regulado por condições naturais particulares, dentre as quais destacam-se os gra-dientes climático e pedológico.

No caso particular dos cerrados do Amapá, embora conservem algumas similaridades com os cerrados doplanalto central, apresentam características particulares, atribuídas à sua própria história evolutiva noâmbito dos regimes amazônicos. De fato, no conjunto de suas particularidades, algumas são facilmentereconhecíveis, como é o caso de seus padrões florísticos e gradientes físico-químicos do solo.

Sua identidade fisionômica é dada pela vegetação que se apresenta na forma campestre, marcada por umaflora lenhosa dispersa, com profundas adaptações fisiológicas e morfológicas às condições limitantes do meiofísico e às formas de manejos inadequados, via de regra através de queimadas sazonais.

Do ponto de vista fisionômico, é possível definir duas tipologias básicas para esse ambiente:

· Copaíba (Copaifera cf. reticulata): árvore de grande porte, oleaginosa medicinal, de larga distribuição emtodo o Estado. Ao sul, existem populações adensadas o que, particularmente, pode ser tomado como umareferência potencial para a espécie;

· Cipó-titica (Heteropsis sp.): epífita de raízes pendentes e fibrosas. O cipó-titica é a principal matéria-prima do artesanato fibroso da região. A propósito de sua distribuição, tem-se conhecimento de que algu-mas áreas dispõem de grandes populações, entretanto pouco se sabe, com exatidão, dos detalhes sobre aecologia da espécie.

OutrosFloresta de Transição

2,72%

Fig. 41 Porcentagem de floresta de transição emrelação à superfície total do Amapá.

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· Cerrado arbóreo-arbustivo: tipo florísticomarcado pela presença de um estrato lenhosopouco diversificado e muito sensível a dife-renciações locais do meio. Seus representantesarbóreos mais importantes situam-se em tornode 7 a 12 metros de altura e os mais freqüentessão: bate-caixa (Salvertia convalaeodora),sucuúba (Himathanthus articulata) e caimbé(Curatella americana). Outros representantescom portes entre 2 e 7 metros são mais fre-qüentes e envolvem uma diversidade maior deespécies;

· Cerrado parque: tipo florístico caracterizadopelo domínio do estrato herbáceo com pre-sença de elementos lenhosos dispersos, semnenhuma relação definida de distância entre si.

O cerrado parque é mais freqüente em áreas derelevo ondulado, ou mesmo em áreas aplai-nadas ou abaciadas. Neste caso, o excesso deumidade durante o período chuvoso deve cons-tituir limites ao desenvolvimento de suas espé-cies lenhosas.

n Condição PotencialO desconhecimento da importância florística do cerrado é um fato. Acontecimentos mais recentes nocampo da ecologia brasileira e em particular na amazônica, vêm demonstrando a relevância desse bioma,inclusive para a manutenção da integridade funcional da floresta densa contígua.

Outros acontecimentos dão conta do valor dessa flora como base genética de largo espectro no campode biotecnologia. De modo mais concreto, ressalta-se que algumas espécies dessa flora vêm sendoquimicamente estudadas em instituições nacionais, apresentando resultados promissores para aquimioterapia humana.

A par disso, acrescenta-se outras espécies e condição particular que podem ser consideradas comopotencial da flora desse ecossistema:

· Mangaba (Hanchornia speciosa): frutífera comestível de larga distribuição no cerrado. Todavia, pelouso extensivo desse ambiente, suas populações encontram-se cada vez mais reduzidas;

· Barbatimão (Ouratea hexasperma): arbusto ou pequena árvore largamente utilizada na medicina po-pular. Espécie de alta freqüência no cerrado arbóreo/arbustivo;

· Sucuúba (Himathanthus articulata): árvore largamente utilizada na medicina popular, é encontradacom freqüência no cerrado arbóreo/arbustivo;

· Estrato herbáceo/graminoso: componente típico do cerrado, faz-se presente em ambas as formas florís-ticas. No cerrado parque, esse componente se apresenta mais adensado e, em geral, aproveitado comopastagem natural.

OutrosCerrado

6,87%

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

Fig. 42 Porcentagem de cerrado em relação àsuperfície total do Amapá.

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Campos de VárzeaOs campos de várzea correspondem aos cam-pos inundáveis da região, que são ambientesdiretamente ligados às áreas deprimidas daPlanície Quaternária. Sua ecologia é destacadapelos regimes de inundações periódicas quedecorrem da acumulação e represamento deáguas pluviais, efeitos das altas marés e dosimpedimentos de drenagem do solo os quaisfuncionam como barreiras naturais à vazão e àpermeabilidade desses campos.

Sua representatividade no Estado é de16.065,35 Km2, estendendo-se desde o caboOrange, no Oiapoque, até a foz do rio Jari, noextremo sul. Os principais limites naturaisocorrem principalmente com os cerrados eformas florestais de transição, interiormente, ecom os manguezais e florestas de várzea, exte-riormente, correspondendo aos trechos litorâ-neo e amazônico, respectivamente.

A abrangência dos campos de várzea tambéminclui os ambientes lacustres pela estreitarelação natural entre os dois ambientes e pelasreais dificuldades de separá-los na presenteescala de representação.

De acordo com a estrutura desses campos, épossível separá-los em duas formas básicas: ocampo de várzea graminóide e o arbustivo. Noprimeiro caso, trata-se de áreas em estágiosiniciais de sucessão, caracteristicamente her-báceos, com predomínio de espécies grami-nóides (gramíneas, ciperáceas, xiridáceas). Oscampos de várzea arbustivos são formas maisevoluídas, caracterizadas pela presença de formaslenhosas e herbáceas em proporções variáveis.

n Condição PotencialO aproveitamento desses ambientes dá-se somente pela pecuária extensiva e pesca artesanal. Por outrolado, ao refletir sobre sua extensão territorial e condições naturais particulares (envolvendo grandescoleções de águas, fauna aquática altamente diversificada e paisagens de grande beleza cênica), julga-seque exista um subaproveitamento de suas vocações e diversidade naturais.

Em particular, sua flora destaca a seguinte condição:

· Macrófitas aquáticas: terminologia de larga acepção. Para este trabalho, representa o conjunto de plan-tas herbáceas que colonizam os ambientes aquáticos. Nesse sentido, sua condição potencial não deve servista somente enquanto pastagem natural da pecuária bubalina. A rigor, deve ser considerada no âmbitode sua ambientação, a partir da qual é possível vê-la ligada a usos diversificados, incluindo sistemas decriatórios aquáticos em regimes de semi-confinamentos.

OutrosCampos de Várzea

11,20 %

Fig. 43 Porcentagem de campos de várzea em relação à superfície total do Amapá.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

n DOMÍNIOS PEDOLÓGICOS

O conhecimento detalhado dos solos dessa região constitui uma condição ainda distante, pois necessitade altos investimentos e grandes esforços para a transposição das dificuldades práticas, principalmentequanto ao difícil acesso que grande parte da área centro-oeste apresenta.

Em que pese isso, a partir dos resultados exploratórios disponíveis, pode-se afirmar que os grandes gru-pos de solo da região guardam estreita relação com ambientes naturais distintos, constituindo padrõesassociativos entre componentes físicos e bióticos da região.

Na análise, foram considerados cinco grupamentos que incluíram: Latossolos, Podzólicos,Concrecionários Lateríticos, Litossolos e Hidromórficos.

Latossólico

Podzólico

Hidromórfico

ConcrecionárioLaterítico

Litossólico

LEGENDA

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ

CABO RASO DO NORTE

CABO NORTE

Fig. 44 Distribuição dos grandes grupos de soloFonte: Adaptado do Radambrasil

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Grupo LatossólicoConstitui o grupo de maior expressão territo-rial da região, compreendendo os LatossoloVermelho Amarelo (LV) e Latossolo Amarelo (LA).

O Latossolo Vermelho Amarelo (LV) ocorreem ambientes de floresta densa de terra firme.Deriva predominantemente de rochas cristali-nas do Pré-Cambriano e, em menor proporção,de sedimentos do Terciário. O Latossolo Ver-melho Amarelo está ligado a variações amplasdo relevo mas com ocorrência predominantena classe ondulada, embora esteja presente atéem regiões montanhosas.

O Latossolo Amarelo (LA) constitui o solopredominante do domínio savanítico e dasfaixas de contato cerrado/floresta. Ao sul daregião, esse tipo de solo está ligado aodomínio de floresta densa em gradientes derelevos envolvendo desde o plano onduladoaté o forte ondulado. Particularmente no cerra-do, o Latossolo Amarelo está ligado a relevosque variam de suave ondulado a ondulado.

Grupo PodzólicoÀ semelhança dos Latossolos, também sãooriginários da decomposição de rochas do Pré-Cambriano e de sedimentos do Terciário.

Sua distribuição está ligada principalmente àsáreas de floresta densa, em relevo variável deondulado a fortemente ondulado. No cerradosua distribuição é pouco representativa.

Os Podzólicos, juntamente com os Latossolos,são solos minerais, geralmente de propriedadesfísicas favoráveis ao uso agrícola, ou seja, pro-fundos, porosos, bem drenados mas de boacapacidade de retenção de umidade. O nível defertilidade natural geralmente é baixo e o nívelde acidez e teor de alumínio trocável elevados.

Grupo Concrecionário LateríticoSão solos originários de sedimentos argilosose argilo-arenosos do Terciário. Ocorrem emáreas de cerrado em domínios de relevossuave ondulado e ondulado. São mediana-mente profundos e apresentam concreções dediâmetros variados em todo o perfil. Com fre-qüência, esse grupo de solo está associado aoLatossolo Amarelo.

Grupo HidromórficoSão solos muito jovens, formados a partir dossedimentos recentes do período Quaternário.

Os solos hidromórficos são formadores dasplanícies fluviais e fluviomarinhas da região ecompreendem os seguintes subgrupos: La-terita Hidromórfica, Hidromórficos Gleyza-dos, Hidromórficos Indiscriminados e Indis-criminados de Mangue.

Estão ligados a diferentes tipos de ambientes,destacando-se os manguezais, áreas deprimi-das inundáveis e várzeas ribeirinhas. Sãofortemente influenciados pelo regime hídricoatravés do lençol freático, chuvas e marés.

Grupo LitólicoSão caracterizados por apresentar o horizonte Abastante reduzido, de textura e fertilidade variá-vel, repousado diretamente sobre a rocha matriz.

Na região, esse grupo de solo está ligado arochas do Pré-Cambriano e fazem parte detestemunhos geológicos, inseridos em plenaplanície quaternária do norte do Estado.

Embora ainda não mapeado, há evidências dapresença desse grupo de solo em outras áreas,destacando parte do trecho centro/sul do Amapá.

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n CONDIÇÕES POTENCIAIS PARTICULARES

Da FaunaA riqueza da fauna silvestre está ligada àdiversidade de seus ambientes naturais e suassatisfatórias condições funcionais, em quepese algumas exceções. O difícil mesmo édemonstrar, de modo objetivo, o quanto essesestoques ou populações dispõem-se comoreferência potencial para a região, dada a insu-ficiência de informação, principalmente noque se refere à dinâmica de suas espécies.

Apesar disso, as condições particularesseguintes refletem muito mais um esforço paranão deixar de considerar, pelo menos, algunsindicadores que de algum modo possam refle-tir alguns aspectos da fauna regional.

Ninhais de Aves Fluviolacustres: a avifaunafluviolacustre envolve um conjunto de avesendêmicas dos ambientes inundáveis, incluin-do espécies residentes e migratórias. As con-centrações mais significativas desse grupo deaves situam-se na região dos lagos do Amapá,embora estejam presentes ao longo de todas asáreas úmidas desta região, desde o caboOrange até o baixo curso do rio Jari.

Dada as dificuldades de avaliar populaçõesfaunísticas, os ninhais foram tomados comoreferência, quando menos, pelo significado deamostrar aqueles mais representativos e, porcerto, merecedores de medidas de proteção;

Nichos de Reprodução de Tracajá e Tartaruga:embora se considere a diversidade e freqüên-cia de quelônios da região, principalmente,aqueles de ambientes inundáveis, o destaquedado às principais áreas de reprodução da tar-taruga (Podocnemis expansa) e do tracajá(Podocnemis unifilis) prendeu-se à condiçãode vulnerabilidade que os envolve e às possi-bilidades que podem representar em sistemasde manejo semi-intensivos;

Freqüência de Jacaré e Capivara: animais delarga distribuição ao longo dos ambientesinundáveis desta região, favorabilidade estaque pode ser tomada como referência para aintrodução de práticas que valorizem talcondicionalidade;

Concentração de Caranguejo: a distribuiçãodo caranguejo no Amapá não se faz de modouniforme ao longo do manguezal litorâneo.Sua maior concentração dá-se ao nível daregião do Sucuriju, na qual, dada a capturaindiscriminada, já começa a apresentar sinaisde comprometimento dos estoques naturais.

Medida de controle está na capacitação daregião em gerenciar de forma mais efetiva essepotencial natural, incluindo formas adequadasde manejo e agregação de tecnologias visandonovos mercados.

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Da Hidrologian Condição Hidrodinâmica: sob essa dimen-são, considera-se que a região dispõe de umconjunto de grandezas potenciais que, infeliz-mente, ainda carecem de maiores informações.Trata-se da maioria dos trechos fluviais que, aocorrerem em territórios do embasamento crista-lino, se apresentam riquíssimos em corre-deiras, cachoeiras, saltos, etc. Para o estudosão amostradas apenas aquelas situações que,do ponto de vista fisionômico, por si só cons-tituem referência quanto ao possívelaproveitamento hidrodinâmico.

Em situação marinha, é destacado o fenômenoda pororoca e da amplitude de marés comoatividades hidrodinâmicas de grandes pro-porções, tanto para a conformação da platafor-ma e ecossistemas litorâneos quanto para pos-síveis formas de aproveitamento.

Da PaisagemDe modo geral, a diversidade de ambientesnaturais que caracterizam a região tambémfavorece a consideração de múltiplos ambi-entes paisagísticos com os mais diversosmotivos cênicos. Todavia, para o presenteestudo, a condição potencial da paisagem estáligada diretamente à sua representatividade noâmbito da escala cartográfica considerada.

n Condição Panorâmica-Topográfica: foramidentificados cenários savanítico-colinosos,representados por duas áreas de savana/parqueque envolvem ambientações de rara beleza:região do Tracajatuba e parte do trechorodoviário entre Maracá e Água Branca,ambos na BR-156.

n Condição Panorâmica Fluviolacustre: estárepresentada por grande parte da planícieinundável. Entretanto, pela representatividadeespacial e conteúdo cênico, o destaque é dadoao sistema de lagos do Amapá com muitas per-spectivas de aproveitamento.

Da Aptidão EdafotopográficaSob essa concepção, são consideradas aquelascondições que, do ponto de vista prático, seapresentam como favoráveis ao aproveitamentodo território, desde que se valorize a relação físi-ca, solo/topografia, como unidade funcionalintegrada capaz de ampliar a dimensão doaproveitamento natural que, em geral, é tratadasomente com base na estrutura de cada um doselementos isoladamente.

Nessas condições, os conjuntos seguintes pas-sam a ser vistos segundo suas possíveisaptidões:

n Seqüências Latossólicas em Relevo Plano aSuave Ondulado: em sentido amplo, esse con-junto constitui condição favorável ao estabe-lecimento de práticas agronômicas e usosestruturais, incluindo urbanização e infra-estruturas. No primeiro caso, a estrutura físicadesses solos aliada às boas condições topográ-ficas favorece a incorporação de tecnologiasmecanizadas.

Ao nível da região, a maior representatividadedessas condições está ligada às áreas savaníticase a sítios descontínuos em floresta densa.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

Na savana, esse conjunto apresenta inter-rupções que correspondem principalmente aosterrenos acidentados da região do Tracajatuba.

Como elemento comum a esse conjunto, noâmbito da savana, vale salientar a presença deexpressiva camada laterítica em diferentesníveis de profundidade. A propósito disso,convém lembrar os valores diferentes que sãoatribuídos a essa camada, alguns consideran-do-a como condição de barreira mecânica aouso agrícola e outros, destacando seu papelcomo elemento mantenedor da estabilidade dapaisagem natural;

n Seqüências Aluviais em Relevo Plano: esseconjunto inclui formas sujeitas a inundaçõesperiódicas, como é o caso das planíciesinundáveis e outras, não mais submetidas aesses regimes os quais constituem os terraçosaluviais, situados nos médio/alto cursos deinúmeros rios da região. Fazem parte destaúltima condição as áreas com aluviões enri-quecidos, decorrentes da decomposição derochas à montante, que compõem ambientesestruturais em diferentes estágios de evolução.

Tratados do ponto de vista das suas aptidões,esses conjuntos se apresentam sugestivos aouso de práticas agrícolas de baixos custos,destacando manejos primitivos de irrigação,facilitados pela proximidade do corpo fluvial epelas favorabilidades topográficas;

n Seqüências Eutróficas de Planície: a esseconjunto fazem parte as várzeas ribeirinhas e osmanguezais. São sistemas abertos, altamenteenriquecidos a cada período de inundação.

À exceção dos manguezais, que são áreas depreservação permanente, as planícies eutrófi-cas apresentam condições favoráveis ao usoagrícola, desde que sejam adotados manejosavançados, principalmente aqueles voltadosao regime hídrico, dado que essas áreas sãosubmetidas anualmente a cheias de longaduração e cujo lençol freático encontra-se bempróximo da superfície.

n Associações Podzólicas/Latossólicas emRelevo Suave Ondulado: a esse conjunto fazemparte inúmeras seqüências em floresta densa quea rigor só devem ser utilizadas a partir demanejos que atentem para a interdependênciasolo/vegetação. Sua indicação como potencialdá-se em função das condicionalidades combi-nadas de solo e topografia que se apresentamfavoráveis ao aproveitamento do solo comriscos diminuídos em relação a outras áreasmais acidentadas. Dado isso, sua aptidão sevolta às culturas agroflorestais e usos estrutu-rais que não impliquem em danos irreversíveisà floresta circundante.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

103

AVALIAÇÃO DAS LIMITAÇÕES NATURAIS

FUNDAMENTAÇÃOn PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS

n A PROPOSTA

SÍNTESE DESCRITIVA

n CONDIÇÕES HIDROLÓGICAS DESUPERFÍCIE E CLIMÁTICAS

n CONDIÇÕES EDAFOLÓGICAS

n NÍVEIS DE VULNERABILIDADENATURAL À EROSÃO

n CATEGORIAS DE RELEVO

n DEFICIÊNCIA DE FERTILIDADENATURAL DO SOLO

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FUNDAMENTAÇÃO

n PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS

Do conjunto de fenômenos naturais da região, alguns se destacam pela natureza e/ou intensidade comque se expressam, chegando mesmo a constituir verdadeiras barreiras físicas ao uso do território. Paraessas condições, usou-se considerá-las como limitações naturais em alusão ao sentido de adversidadeque encerram.

A seguir, uma ilustração genérica da concepção:

n A PROPOSTA

Com efeito, uma vez reconhecido que a cada porção do território pode corresponder um elenco decondições naturais particulares, funcionalmente estabelecedoras de limites ao aproveitamento do espaçoterritorial, estes resultados constituem um referencial da diversidade e extensão dessas barreiras na-turais e, ao mesmo tempo, um demonstrativo da expressividade conjunta desses fenômenos no âmbitodos seus limites geográficos.

Concepção GeralOs parâmetros estruturais, selecionados e julga-dos como os mais relevantes na condição par-ticular do Estado e passíveis de serem trabalha-dos, e que compõem o diagnóstico básico,foram: exposição à inundação pluvial, expo-sição à inundação por marés, impedimento àdrenagem, suscetibilidade à seca, solos litólicose pedregosidade. Para o caso dos parâmetros

estruturais, constituintes do diagnósticoavançado, foram avaliados: níveis de vulnera-bilidade à erosão do solo, categorias de relevo,deficiência de fertilidade natural do solo econcentração de sais solúveis. Todos estesparâmetros limitantes são descritos e espacia-lizados a seguir.

CONDIÇÃO LIMITANTE

DiagnósticoBásico

DiagnósticoAvançado

PARÂMETROSFUNCIONAIS

Análise

Bacias HidrográficasPARÂMETROSESTRUTURAIS

Análise

Bacias Hidrográficas

FENÔMENOSNATURAIS

Fatores Näo Restritivos

Fatores Restritivos

LIMITAÇÕESNATURAIS

104

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SÍNTESE DESCRITIVA

n CONDIÇÕES HIDROLÓGICAS DE SUPERFÍCIE E CLIMÁTICAS

As condições hidrológicas de superfície e climáticas abrangem um amplo conjunto de fenômenos natu-rais que deveriam ter estudos bastante aprofundados, de modo a oferecer maior segurança na avaliaçãode seus prováveis impactos sobre as relações de vida em geral.

Não obstante essa deficiência, considerar as condições hidrológicas em seus aspectos gerais (Fig. 45),possibilita idéias de efeitos e conseqüências, particularmente por se tratarem de indicadores regionaisabrangentes e estabelecedores de limites à utilização do território.

Exposição à Inundação Pluvial

Exposição à Inundação por Marés

Impedimento à Drenagem

Suscetibilidade à Seca

LEGENDA

Fig. 45 Distribuição de áreas que sofremefeitos de inundação, drenagem e seca

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ

CABO RASO DO NORTE

CABO NORTE

105

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106

Exposição à Inundação PluvialA exposição à inundação pluvial representa uma condição de suscetibilidade das áreas de planície aosregimes pluviométricos da região. De fato, por se tratarem de áreas planas ou rebaixadas, sofrem dire-tamente o impacto das águas pluviais que no período de janeiro a junho alcançam os mais elevadosíndices de precipitação pluviométrica (fig. 46).

Exposição à Inundação por MarésA exposição aos regimes de marés representa outra condição de risco das planícies litorâneas da regiãoque acontece com intervalos de freqüência de 12 a 13 horas.

As áreas mais atingidas por esse tipo de inundação são os manguezais, na orla litorânea, e as várzeas,principalmente dos estuários e baixos cursos de rios. Na região litorânea, dadas as particularidadeshidrodinâmicas, se sucedem fases de intenso processo erosivo e de acresção lamosa (Fig. 47). Nasvárzeas ribeirinhas, as maiores limitações estão relacionadas ao seu aproveitamento agrícola, queenvolve esforços grandiosos no controle da inundação.

No Estado do Amapá, as áreas mais expostas aesse tipo de inundação correspondem às planí-cies quaternárias distribuídas de norte a sul elocalizadas na parte mais externa da região.Abrangem principalmente as paisagens devárzeas campestres, conhecidas localmentecomo campos inundáveis e floresta paludosaaberta.

A rigor, a inundação sazonal implica emmudanças ambientais profundas, expressaspor diferentes estágios de desenvolvimento esucessão, tanto da vida animal quanto vegetal.A depender do regime de inundação, poderáser acompanhada de alterações na cadeia pro-dutiva dessas áreas, influenciando diretamenteos sistemas de vida das populações humanasresidentes.

450

400

350

300

250

200

150

100

50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fig. 46 Precipitação média mensal do Estado do Amapá (mm).

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Impedimento à DrenagemImpedimento à drenagem constitui uma con-dição própria da planície quaternária, maxi-mizada nas suas porções mais deprimidas.Dentre os aspectos que mais contribuem paraa potencialização dessa limitação, destacam-se acondição física do solo, marcada pelo acúmulode argila e silte, rebaixamento do relevo e asuperficialidade do lençol freático.

Com efeito, toda a funcionalidade dessas áreasmanifesta problemas de hidroformismo que seexpressam ora pelo excesso de água, naestação chuvosa, ora por deficiência hídrica,na estação seca.

Seu destaque, como limitação natural, é atribuí-do aos inúmeros problemas que acarreta ao usoprodutivo dessas áreas, particularmente emrelação ao aproveitamento da fertilidade naturaldo solo e à implantação de infra-estruturas.

A propósito, deve ser enfatizado que a susce-tibilidade dessas áreas à inundação sazonal,decorrente das características acima descritas,é uma das grandes causas do conjunto derestrições que acercam o devido aproveita-mento dos referidos ambientes.

Suscetibilidade à SecaA consideração de limitação natural, atribuída a essa condição, está ligada aos riscos de queimadas queatingem os ambientes de cerrados (Fig. 48) e de campos de várzea, a cada período de estiagem, entre osmeses de julho e dezembro.

Em ambos os casos, há fortes evidências de déficit hídrico, manifestado pela sensibilidade da vegetação,com indícios de murchamento e queda de folhagem de algumas espécies.

Fig. 47 O efeito temporal de correntes oceânicas e marés na região costeira do Amapá.

RADAR - 1972

LANDSAT - 1995

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

No cerrado, o maior efeito da seca é observadono estrato herbáceo que se torna altamente vul-nerável à queima. A flora lenhosa, altamenteespecializada a essas intempéries, apresenta-semenos sensível à variação hídrica, embora sejaigualmente atingida pelos efeitos das queimadassazonais. Os campos de várzea, especialmentesua fase graminóide, apresenta-se altamente

sensível à estiagem prolongada, decorrendomurchamento e secagem da vegetação.

Em decorrência, tanto o cerrado quanto oscampos de várzea, a cada ano, sofrem igual-mente os efeito de queimadas indiscriminadas,quase sempre ligadas à prática de manejo dapastagem extensiva.

Fig.48 Imagem do satélite Landsat, obtida a noroeste de Macapá em região de cerrado, mostrando grande concentração de áreas queimadas (a).

a

a

a

a

a

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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n CONDIÇÕES EDAFOLÓGICAS

Condições edafológicas constituem referencial de grande significado para o aproveitamento produtivo dosolo e envolvem diferentes variáveis, que possibilitam avaliar as aptidões ou restrições que acercam o usoagrícola de determinada área ou região.

Do conjunto desses indicadores, dada a relevância que apresentam, enquanto limitação ao uso do solo,somente dois foram selecionados (fig.49), face ao juízo que se faz, considerando-os como barreiras físicasa práticas produtivas da região.

Solos Litólicos

Pedregosidade

Fig. 49 Localização das áreas de pedregosidade e solos litólicosnFig.49 Localização das áreas de Pedregosidade e Solos LitólicosFonte: Adaptado do Radambrasil

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110

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

Solos LitólicosEsta classe compreende solos pouco desen-volvidos, caracteristicamente, de rasos a muitorasos. O Horizonte A apresenta-se poucoespesso, repousando diretamente sobre a rochaou sobre um Horizonte C, rico em materialprimário e blocos de rochas semi-intemperizadas.

Embora a consideração de solos litólicos nessaregião esteja ligada ao relevo suave onduladoe ondulado (ver mapeamento), suas maioresrestrições dão-se em conta da pequena profun-didade a que está situado, o que induz a pro-blemas de drenagem além de constituir bar-

reira física ao desenvolvimento de sistemasradiculares pivotantes.

Pelas informações disponíveis, a ocorrênciadesses solos está restrita à porção norte daregião, embora existam evidências de sua pre-sença também ao sul, em áreas de domíniosavana/parque.

Os solos litólicos podem ocorrer na forma deunidades isoladas ou em associação com oLatossolo Vermelho Amarelo, neste último,em pleno domínio de floresta densa.

PedregosidadeA condição de pedregosidade do solo, restritivaao uso agrícola, expressa a presença superficialou subsuperficial de concreções de formas, con-centrações e tamanhos variados.

Os dados disponíveis dão conta da ocorrênciade duas fases de pedregosidade:

Fase I - presença de concreções ao longo detodo o perfil do solo ou a partir da superfície,porém com espessura superior a 40cm.

Fase III - concreções observadas a profundi-dades maiores do que 40cm, na forma de faixacontínua no Horizonte B.

Independente de fase, a pedregosidade podeestar ligada a diferentes tipos de solos. Nocaso da Fase I, sua maior freqüência está asso-ciada aos Solos Concrecionários Lateríticos,distribuídos principalmente a oeste e norte deMacapá.

Dentre as fases de pedregosidade, a Fase I é aque mais dificulta o uso agrícola da terra.Quanto à Fase III, a maior restrição decorre doimpedimento imposto ao crescimento do sis-tema radicular pivotante das plantas.

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

111

n NÍVEIS DE VULNERABILIDADE NATURAL À EROSÃO

A avaliação da vulnerabilidade natural à erosão do solo constitui um indicador da capacidade de susten-tação natural e, portanto, um instrumento de previsão a possíveis riscos que impliquem em transfor-mações às condições primitivas. Sua construção envolve a análise integrada da dinâmica natural, a partir deestudos geológicos (grau de coesão das rochas e história da evolução do ambiente geológico), geomor-fológicos (análise morfométrica), do solo (grau de desenvolvimento do solo) e da vegetação (estrutura edensidade - Fig. 50).

VULNERABILIDADE

VULNERÁVELESTÁVEL(1.1 a 1.3)

MODERADAMENTEESTÁVEL

(1.4 a 1.7)

(2.7 a 3.0)MODERADAMENTE

VULNERÁVEL(2.3 a 2.6)

MEDIANAMENTEESTÁVEL/VULNERÁVEL

(1.8 a 2.2)

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ

CABO RASO DO NORTE

Ilha de Maracá

CABO NORTE

Ilha do Bailique

Ilha do Curuá

Ilha deSantana

Ilha Pedreira

Ilha Jipioca

Fig. 50 Distribuição dos níveis de vulnerabilidade natural à erosão

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112

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

Os resultados obtidos representam uma matriz de informação sobre o grau de resistência dos solos, classificadosem cinco níveis de vulnerabilidade/estabilidade conforme esquema abaixo.

Vulnerabilidade NaturalModeradamente LimitanteA vulnerabilidade natural moderadamentelimitante corresponde ao intervalo de classecompreendido entre os valores de 1,8 a 2,2.

As áreas do Estado que apresentam esse nível devulnerabilidade estão distribuídas na forma deconjuntos, centralizadas no extremo sul, sudestee nordeste. Formas individualizadas são encon-tradas ao centro, extremo/oeste e extremo/norteda região. Vistas como um todo, as áreas de vul-nerabilidade natural moderadamente limitanteformam um corredor localizado entre as regiõesmais estáveis, a oeste e mais vulneráveis, a leste.

n Conjunto do Extremo Sul: compõe-se decinco níveis do respectivo intervalo de vulnera-bilidade com diferenças entre si atribuídas, prin-cipalmente, ao relevo que se apresenta comvariações de formas e tipos de dissecação.

n Conjunto do Leste/Sudeste: compõe-se detrês níveis do respectivo intervalo de vulnera-bilidade com diferenças entre si, atribuídas avariações da vegetação, solo e relevo.

n Conjunto do Leste/Nordeste: compõe-se detrês níveis do respectivo intervalo de vulnerabi-lidade com diferenças entre si, atribuídas princi-palmente a diferenciações do relevo, quanto àforma e tipo de dissecação.

n Forma Individualizada Central: compõe-sede três níveis do respectivo intervalo de vul-nerabilidade cujas diferenças entre si, são atri-buídas às variações do relevo, principalmente,quanto ao tipo de dissecação.

n Forma Individualizada do Norte: compõe-se de dois níveis do respectivo intervalo declasse de vulnerabilidade, diferenciados entresi pela forma de relevo, tipo de dissecação e deacumulação e por variações de solo.

A partir desse referencial, obtido para a Carta de Vulnerabilidade Natural à Erosão, ficou definido que os três maiores níveis dessa matriz de vulnerabilidade passariam a ser considerados como níveis de limitação natural, com as seguintes indicações:

ESTÁVELMODERADAMENTEESTÁVEL

MEDIANAMENTEESTÁVEL/VULNERÁVEL

MODERADAMENTEVULNERÁVEL VULNERÁVEL

1 3

Vulnerabilidade NaturalModeradamente Limitante

Vulnerabilidade NaturalAltamente Limitante

Fig. 51 Níveis de Estabilidade/Fragilidade

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Quadro 25 - Detalhamento das unidades de vulnerabilidade moderadamente limitante

Vulnerabilidade NaturalAltamente LimitanteA vulnerabilidade natural altamente limitanteinclui os dois intervalos de classe, compreendi-dos entre os valores de 2,3 e 3,0 os quais cor-respondem respectivamente aos limites máxi-mos da vulnerabilidade natural desta região.

As áreas naturais correspondentes a esses limi-tes naturais envolvem ambientes muito frágeis,caracterizados por estados diferenciados deformação e evolução de seus componentes,estando regulados pelos processos morfo-genéticos da planície fluviomarinha. Sãoambientes submetidos a inundações perió-dicas e permanentes.

Na convergência desses limites de vulnerabi-lidade para limitação natural, fica expressauma relação das respectivas fragilidades, dasáreas envolvidas, na forma de restrições quedevem ser levadas em consideração dentro de

qualquer proposta que se destine ao uso eaproveitamento dessas áreas.

De maneira genérica, dentre as principaistipologias incluídas nessa categoria de limi-tação natural, destacam-se os manguezais, aolongo de toda a linha de costa e estuário litorâ-neo, florestas de várzea em áreas ribeirinhas eambientes fluviolacustres com fases flo-restadas e campestres.

Geograficamente, a situação das áreas incluí-das nessa categoria de limitação, correspondeà própria distribuição da planície fluviomari-nha da região, estendendo-se desde o baixocurso do rio Jari, no extremo sul, até o extre-mo norte na altura do cabo Orange. Para efeitode apresentação, ousou-se agrupá-las em trêsconjuntos distintos, segundo os macrogra-dientes a que estão submetidos:

Conjunto Extremo Sul

Conjunto Leste/Sudeste

Conjunto Leste/Nordeste

Forma Individualizada Central

Forma Individualizadado Norte

Latos. Amarelo; Latos. Verm.-Amar.;Later. Hidromórfica;

Podzólicos

Latos. Amarelo; Concrecionários

Lateríticos

Latos. Amarelo;Podzólicos

Latos. Vermelho-Amarelo

Solos Litólicos

Fl. Densa de Baixo Platô; Fl. Densa de Alto Platô;

Cerrado/Parque

Cerrado/Parque; Campo Cerrado;

Fl. Densa de Baixo Platô

Cerrados; Fl. de Transição

Fl. Densa Sub-Montana

Fl. Densa de Baixo Platô;Fl. Densa Sub-Montana

Form. Barreiras; Form. Trombetas;

Form. Curuá

Form. Barreiras; Compl. Guianense

Form. Barreiras;Compl. Guianense

Grupo Vila Nova;Compl. Guianense

Grupo Vila Nova;Compl. Guianense

Dissecado em Colinas;em Cristas e Ravinas;

em Interflúvios Tabulares

Dissecado em Colinase Ravinas; Colinas de

Topos Aplainados

Dissecado em Colinasde Topos Aplainados

Dissecado em Cristas e Ravinas; Dissecado emInterflúvios Tabulares

Dissecado em Colinase Vales Encaixados;Dissecado em Crista

GEOMORFOLOGIA(PREDOMÍNIO)

SITUAÇÃOGEOGRÁFICA

SOLO(PREDOMÍNIO)

VEGETAÇÃO(PREDOMÍNIO)

GEOLOGIA(PREDOMÍNIO)

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

n CATEGORIAS DE RELEVO

O relevo constitui um indicador de muita importância ao aproveitamento do território, podendo ser, em algunscasos, considerado como condição primária. Em conseqüência, formas ou categorias de relevo passam a ser fatorde restrição ou de favorecimento, segundo o tipo de uso que queira ser dado a cada área em particular.

A esse respeito, dependendo da categoria de relevo envolvida, outras variáveis também devem ser consideradas,tais como, nível de declividade, densidade de drenagem, etc.

Grosso modo, admite-se que formas de relevo tanto mais movimentadas devem encerrar maiores limitações,seja por suas próprias características, seja pela atuação de outros fatores envolvidos que, integradamente,acabam contribuindo para o aumento dos referidos limites.

Sob esse ponto de vista, para considerar como condição de limitação natural, tomou-se como parâmetro olimite mínimo de 20% de declividade, a partir de duas categorias de relevo da região (Fig. 52).

Quadro 26 - Detalhamento das unidades de vulnerabilidade altamente limitante

n Fluvial: corresponde às áreas de floresta devárzea (aluvial densa) que se estendem aolongo das margens ribeirinhas, desde a foz dorio Jari até as proximidades do rio Gurijuba,incluindo ilhas;

n Marinho: corresponde às áreas de mangue-zais litorâneos que se estendem a partir dos

limites anteriores até a foz do rio Oiapoque,incluindo as ilhas de Maracá e Jipioca;

n Fluviolacustre: corresponde às fases cam-pestre e florestada que ocorrem ao longo dasáreas deprimidas inundáveis.

GEOMORFOLOGIA(PREDOMÍNIO)

SITUAÇÃOGEOGRÁFICA

SOLO(PREDOMÍNIO)

VEGETAÇÃO(PREDOMÍNIO)

GEOLOGIA(PREDOMÍNIO)

Conjunto Fluvial

Conjunto Marinho

Conjunto Fluviolacustre

Hidromórficos Gleyzados;

Indiscriminado de Mangue

Hidromórficos Gleyzados e Indiscriminados;

Laterita Hidromórfica

Floresta Densa Aluvial

Manguezal

Campos de Várzea Forma Graminóide

e Arbustiva; Floresta Aluvial Aberta

Aluvião Quaternário

Aluvião Quaternário

Aluvião Quaternário

Planícies Fluviais Colmatadas

Planícies Fluviomarinhas

Planícies Fluviais Colmatadas

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

115

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ

CABO RASO DO NORTE

CABO NORTE

Relevo Acidentado

Relevo Fortemente Acidentado

LEGENDA

n CATEGORIAS DE RELEVO

Relevo AcidentadoRelevo acidentado é uma condição atribuídapara as áreas que apresentam declividadessituadas no intervalo de 20 a 45%, as quaiscorrespondem a 15,2% do território estadual.É representado por formas dissecadas em co-linas e cristas e, mais freqüentemente, cons-tituem o modelado dos terrenos do Pré-Cambriano. Ocorre também no sul do Estado,em domínios do Terciário.

Como limitação natural, essa categoria derelevo tem no seu limite inferior de 20% dedeclividade, o limiar tecnicamente recomen-dável para utilização do solo que envolvamanejo mecanizado. Em casos extremos, quejustifiquem a utilização dessas áreas para finsagrícolas, o mesmo deverá envolver a adoçãode medidas rígidas de conservação do solo.

Fig. 52 Distribuição das categorias de relevo.

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

nDEFICIÊNCIA DE FERTILIDADE NATURAL DO SOLO

A fertilidade natural constitui um parâmetro primário para o uso agrícola do solo. Sua definição dá-se a partir donível de concentração de nutrientes, incluindo aqueles de origem mineral e orgânica.

Desvios acentuados dos padrões normais de concentração desses elementos podem significar deficiências rele-vantes à funcionalidade dos solos com profundos reflexos na produção agrícola.

Por analogia, a deficiência da fertilidade natural do solo pode significar ausência, insuficiência ou mesmo con-centração exagerada de determinado fator que, isolado ou integradamente, passa a atuar desfavoravelmente noconjunto das necessidades fisiológicas de cada planta.

Sob esse ponto de vista, no conjunto das deficiências de fertilidade natural que os solos dessa região apresentam,foram considerados dois níveis críticos de concentração, que passaram a ser avaliados como condição limitanteprincipalmente ao uso agrícola (Fig. 53).

*Uso estrutural - condição atribuída aos usos diferenciados do agrário, podendo envolver formas como rodovias, núcleo urbano, propriedade de lazer, etc.

Relevo Fortemente AcidentadoO relevo fortemente acidentado constitui umacondição de extrema movimentação do ter-reno cujas áreas apresentam declividadessuperiores a 45% .

Sua abrangência territorial envolve, aproxi-madamente, 1,1% da área do Estado, corres-pondendo a 1.539 km2. Igualmente à unidadeanterior, essa categoria de relevo está repre-sentada por formas residuais dissecadas emcristas, preferencialmente, e colinas.

Na fisiografia geral da região, as áreas repre-sentativas dessa condição limitante constituem

os pontos mais altos e compõem os principaisambientes montanhosos tais como: a serra doTumucumaque a oeste, formas serranas dosudoeste nas proximidades do rio Jari e aserra do Navio, na região central do Estado.

A condição de declividade dessas áreas cons-titui um limite natural extremamente forte e tec-nicamente desaconselhável ao uso produtivo dosolo. Para questões de usos estruturais, persis-tem as mesmas restrições da unidade anterior,acrescido de maiores riscos naturais e aoempreendimento.

Em situações de usos estruturais*, essa catego-ria de relevo também encerra limitações natu-rais, que se manifestam tanto pelos riscos

ambientais envolvidos quanto pelo encareci-mento e fragilidade do empreendimento.

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MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

117

CABO RASO DO NORTE

CABO NORTE

CABO CASSIPORÉ

CABO ORANGE

Concentração de alumínio

Concentração de sais solúveis

LEGENDA

Os ambientes litorâneos situam-se sobcondições naturais e, neste caso, ocorrem con-centrações elevadas de sais solúveis no soloque contribuem decisivamente para o processode especialização reinante, manifestada, princi-

palmente, pelo grau de endemismo de sua flora.A propriedade dos manguezais, nessas áreas,constitui a maior evidência do processo de sele-tividade que a salinização impõe à vegetação.

Concentração de Sais Solúveis

n DEFICIÊNCIA DE FERTILIDADE

NATURAL DO SOLO

Fig. 53 Distribuição dos solos com deficiência de fertilidade naturalFonte: Adaptado do Radambrasil

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118

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

O reconhecimento da ação do alumíniotrocável (Al ) como indicador de acidez dossolos e como elemento tóxico às plantas élargamente difundido por vasta literatura espe-cializada, a qual também concorda unanime-mente, sobre seus efeitos para a diminuição dadisponibilidade de outros nutrientes essenci-ais, tais como fósforo, cálcio, magnésio, nitro-gênio, potássio, dentre outros.

Sob essas condições, examinam-se os valoresmédios da concentração de Al+++ (meq/100g),no conjunto das amostras de solos do tipoLatossolo Vermelho Amarelo (LV), LatossoloAmarelo (LA), Podzólico Vermelho Amarelo(PV) e Laterita Hidromórfica (HL), relacio-nando-os como referenciais de criticidade defertilidade, particularmente por sua inter -venção no aporte de nutrientes, consideradosessenciais para o desenvolvimento integral dasplantas em geral.

Com efeito, ao correlacionar esses valoresmédios de concentração com aqueles relativosao Ca e Mg observa-se claramente oquadro de deficiência nutricional desses ele-mentos, em tese, decorrente da atuação con-corrente de alta concentração de alumíniotrocável (Al ) e níveis de pH ácidos.

Os Latossolos e Podzólicos e LateritasHidromórficas correspondem a solos profun-damente intemperizados que ocupam a maiorparte do território dessa região, incluindograndes domínios, como os da floresta densade terra firme e dos cerrados.

Condição diferenciada desse quadro pode serobtida a partir de estudos mais detalhados.Todavia, a presente fragilidade nutricionalestá ligada a questões mais amplas, de âmbitoamazônico, pela qual alerta-se para os equívo-cos cometidos, ao tomar-se a exuberância dafloresta como indicador isolado da fertilidadedos solos da região como um todo.

Concentração de Alumínio

A partir dos valores médios de pH, Al (meq/100g) e Ca + Mg (meq/100g) para Latossolo Vermelho Amarelo (LVA), Latossolo Amarelo (LA), Podzólico Vermelho-Amarelo (PV) e Laterita Hidromórfica (HL), tomou-se como referência a constância da

, presente nas áreas representativas dessas Categorias de Solos na região para apresentá-la como uma condição crítica da deficiência de fertilidade natural do solo.

+++ ++ ++

concentração elevada de alumínio

Fonte: RADAMBRASIL; PROVAM; EMBRAPAProfundidade média: 30cm

Quadro 27 - Valores médios de concentração

CategoriaSolo pH Al+++ Ca / Mg++ ++

LVA

LA

PV

HL

4,56

4,64

4,55

4,32

1,13

1,08

1,74

3,11

0,33

0,41

0,34

0,48

Ao considerar a possibilidade de aproveita-mento agrícola desses solos, depara-se comprofundas limitações naturais, traduzidas prin-cipalmente pela necessidade de altos investi-

mentos na lixiviação do excesso de saissolúveis, prática que pode colocar em risco aestabilidade desses ecossistemas.

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SÍNTESE SOCIOAMBIENTAL

SÍNTESE SOCIOAMBIENTAL

n REGIÃO DAS ÁREAS INSTITUCIONAIS

n REGIÃO DE INEXPRESSIVA INTER- VENÇÃO NA COBERTURA VEGETAL

n REGIÃO DE MAIOR CONCENTRAÇÃO

DOS PROCESSOS DE USO E OCUPAÇÃO

DO TERRITÓRIO E DE MAIOR DIVER-SIDADE DE AMBIENTES NATURAIS

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SÍNTESE SOCIOAMBIENTAL

50 o51o

52o

53o

54o

50o

51o

52o

53o

54o

4o

3 o

2o

1o

0o

1o

SURINAME GUIANA FRANCESA

CABO ORANGE

CABO CASSIPORÉ O C

E A N

O A

T L

 N

T I C O

CABO RASO DO NORTE

I. de Maracá

CABO NORTE

I. Jipioca

I. do Bailique

I. do Curuá

I. Pedreira

I. de Santana

ILHA DE MARAJÓ

P A R Á

Parque Nacional do

Cabo Orange

Floresta Nacionaldo Amapá

Estação Ecológicado Maracá/Jipioca

Reserva Biológicado Lago Piratuba

Reserva Biológicado Parazinho

Cunani

Goiabal

MACAPÁ

LARANJALDO JARI

VITÓRIADO JARI

MAZAGÃO

Lo. Pracuúba

Lo. DuasBocas

Lo. Novo

Lo. CompridoLo. Mutuco

Lo. dos Gansos

Lo. Piratuba

I. do Açougue

I. Cajari

Área IndígenaWaiãpi

FERREIRAGOMES

SANTANA

Área IndígenaUaçá

Reserva Extrativistado Rio Cajari

Estação Ecológicado Jari

AMAPARI

SERRA DO NAVIO

Parque IndígenaTumucumaque

Área IndígenaJuminãÁrea Indígena

Galibi

Ri o

Ia uê

Rio

R io

R io Uaçá

Rio

Anotaiê

Ig .

Ri o

Marupi

Rio

Cr icou

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Rio

Ig.

Gra

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Cunani

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Rio

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Rio

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Mapaoni

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Rio

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Grande

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Rio

Rio

Ig.

Ta mbaqui

Ajurux iRi o

Ig .

Cachoeirinha

Rio

Ca ja ri

Mara cá

P ucu

Rio

Pre t o

Rio

Ri o

Vi la

Nova

Rio

Vi la do

Camaip i

Nova

Rio

Ped

reira

Pir ir im

Rio

Maca coar i

Rio

Guri j uba

Rio

Ma ta pi

Crique

OIAPOQUE

AMAPÁ

PRACUÚBA

TARTARUGALZINHO

PORTOGRANDE

CALÇOENE

Lourenço

APA doCuriaú

CUTIAS

ITAUBAL

Livramento

Carmo do Macacoari

Sta. Luziado Pacuí

S. Joaquimdo Pacuí

Igarapédo Lago

MazagãoVelho

Carvão

Fig. 54 Síntese Socioambiental do Estado do Amapá.

120

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Nos capítulos anteriores foram demonstradas as mais diversas condições dos recursos naturais do Estado doAmapá, tanto em seus aspectos qualitativos quanto quantitativos, sendo estes apresentados nas formas decondições potenciais ou particulares dos estoques ou de condições restritivas ao uso do território. Registrosà parte foram utilizados para o reconhecimento de cada um dos ecossistemas dominantes e seus respectivosenquadramentos em categorias mais amplas, indicativas das grandes paisagens naturais da região.

No campo socioeconômico, a ênfase foi dada ao município como locus dos processos que decorrem daapropriação da terra e das condições de vida de suas populações. Indicadores do estágio de ocupação ter-ritorial, do desenvolvimento social e do setor produtivo constituíram motivos de análises de uma sérietemporal de dados que permitiram determinar o desempenho de atuação de cada município.

n REGIÃO DAS ÁREAS INSTITUCIONAIS

Uma porção significativa do território amapaense está comprometida com formas de usos restritas nacondição de áreas institucionais (Fig. 55). Algumas destinam-se à conservação da natureza, de modo agarantir total integridade dos ecossistemas presentes, outras à conservação da natureza com a corres-ponsabilidade de populações humanas locais centrada no desenvolvimento de práticas produtivas sus-tentáveis, outras à subsistência e proteção de populações indígenas, outras ao assentamento de popu-lações humanas centrado na utilização agrícola da terra e outra ao assentamento de populações humanascentrado na utilização sustentável dos recursos da floresta.

121

A partir desses referenciais, foi elaborada umasíntese cartográfica na forma de uma interpre-tação qualitativa dos processos socioambientais,apresentando o território amapaense, inicial-mente a partir de três grandes regiões, a saber:

1. Região das áreas institucionais, em respeitoao Estado de vinculação legal do territórioestadual;

2. Região de inexpressiva intervenção nacobertura vegetal, para valorizar o estado deconservação de grandes áreas do Estado;

3. Região de maior concentração dos proces-sos de uso e ocupação do território e de maiordiversidade de ambientes naturais em respeitoà relevância dos processos ambientais e socio-econômicos que se operam na referida área.

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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n REGIÃO DAS ÁREAS INSTITUCIONAIS

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Unidades de Conservação de Uso DiretoUnidades de Conservação de Uso IndiretoTerras Indígenas

Assentamento Agroextrativista

Assentamentos Agrícolas

Áreas Institucionais

RodoviaFerrovia

LARANJALDO JARI

VITÓRIADO JARI

MAZAGÃO

SANTANA

MACAPÁ

ITAUBAL

CUTIAS

PORTO GRANDE

FERREIRA GOMES

P. B. DO AMAPARI

TARTARUGALZINHO

PRACUUBA

AMAPÁ

CALÇOENE

OIAPOQUE

SERRA DO NAVIO

Fig. 55 Localização das áreas institucionais do Amapá.

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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Essa região, correspondente a 106.987,5 km2

ou 74,58% do território amapaense, tem sig-nificado especial para o desenvolvimento re-gional. No plano estratégico abrange todas asregiões do Estado, à excessão do extremo leste.Além dos grandes maciços naturais integral-mente conservados, dispõe de estoques parti-culares dos recursos naturais, alguns destes jáconsiderados da maior importância para aeconomia do Estado. A exploração de caulimem Vitória do Jari, o quase extinto projetomanganesífero em Serra do Navio, mineraçãode ouro/cromita no rio Vila Nova/Mazagão, oatual projeto Anglo Gold em Serra do Navio/Pedra Branca do Amapari e a história mi-nerária de Lourenço/Calçoene, rios Oiapoque,Cassiporé, Cupixi e Jari são alguns desses re-ferenciais que refletem a riqueza mineral dareferida região.

No plano de cobertura vegetal, toda a região écaracterizada pela dominância florestal densade alto porte e pelo baixo nível de intervençãoque, independente de quaisquer outras situa-ções, constitui uma marca para o Estado comrespeito à conservação da biodiversidade(Fig.56). Grandes estoques extrativistas comoda castanha-do-brasil, estoques madeiráveis,fibrosos e outros mais também se colocamcomo condições potenciais da floresta queestão a justificar mecanismos mais efetivos devalorização e de proteção.

Outras formas indicativas dessa região estãomuito ligadas a características físicas que, emalguns casos, podem ser vistas como limi-tações ao uso do território e em outros, condi-ções favoráveis para fins específicos como, porexemplo, o ecoturismo.

Oito municípios do Estado quais sejam:Laranjal do Jari, Mazagão, Pedra Branca do

Amapari, Serra do Navio, Tartarugalzinho,Pracuúba, Amapá, Calçoene e Oiapoque dis-põem de parte de seus territórios como inte-grante dessa região com inexpressiva inter-venção na cobertura vegetal. Destes, Laranjaldo Jari, Serra do Navio, Pedra Branca doAmapari e Oiapoque têm suas sedes munici-pais diretamente assentadas na referida região.Avaliando a participação dessas partes territo-riais, na composição socioeconômica de cadarespectivo município, denota-se que o extra-tivismo da castanha-do-brasil, exploração mi-neral, exploração madeireira, pequena agricul-tura e pecuária são mesmo as principais formasde utilização dos recursos naturais da regiãoque, dependendo do município, podem sermais ou menos importantes.

Outras macrocaracterísticas da região dão-seem conta do seu estado selvático, só diferen-ciado ao longo das ligações rodoviárias paraas sedes municipais acima descritas. A redefluvial, embora densa e com vários cursosavantajados em extensão e largura, é caracte-risticamente marcada por corredeiras ecachoeiras que limitam drasticamente as pos-sibilidades de navegação.

Em síntese, pode-se admitir que essa vastaregião do Estado, acercada de atributos natu-rais ainda precariamente conhecidos, constituium dos maiores desafios para o poder públicolocal. Ligá-la a políticas coerentes que va-lorizem seu papel estratégico para o desen-volvimento do Amapá é o que se espera daparte dos administradores e legisladores. Umbom começo para isso seria promover o co-nhecimento mais aprofundado da região demodo a dispor de indicadores mais detalhados.Enquanto isso não é possível, tem-se a seguiruma subdivisão genérica de seus componentes:

n REGIÃO DE INEXPRESSIVA INTERVENÇÃO NA COBERTURA VEGETAL

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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As áreas de ocorrência de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), também conhecidas como Casta-nhais do Amapá, estão distribuídas ao sul e sudoeste do Estado, abrangendo os municípios de Vitória doJari, Laranjal do Jari e Mazagão. O ambiente dominante desses castanhais é de floresta densa de altoporte, normalmente ligado a relevo movimentado e solos mais argilosos (Fig. 57).

Área de ocorrência de castanha-do-brasil

Fig. 56 Região com inexpressivaintervenção na cobertura vegetal.

n REGIÃO DE INEXPRESSIVA INTERVENÇÃONA COBERTURA VEGETAL

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A presença desses castanhais alia duas con-dições importantes sobre o valor da floresta e daprática extrativista. Como é fato, o extrativismo

da castanha-do-brasil situa-se como um dosvetores históricos da colonização do sul doEstado, tendo passado por diferentes fases. Nopresente, a par dos encaminhamentos e avan-ços da organização social e produtiva nessesmunicípios e também do próprio apoio gover-namental, o extrativismo da castanha-do-brasilvem conseguindo sair dos tradicionais modeloscomerciais pelo investimento em práticas queagreguem valor ao produto.

Organizações como COMARU (CooperativaMista Agroextrativista do Rio Iratapuru),COMAJA (Cooperativa Mista Agroextrativistado Laranjal do Jari) e ASTEX-CA (Associaçãodos Trabalhadores Extrativistas do Rio Cajari)vêm tendo um papel decisivo na ampliação dasperspectivas econômicas e sociais do extra-tivismo no Estado.

Fig. 57 Áreas de concentração da castanha-do-brasil.

São grandes áreas descontínuas que concen-tram as cadeias montanhosas mais representa-tivas da região em estudo e do próprio Estado,

representadas pelas serras do Tumucumaque,Lombarda, Navio, Noucouru, Iratapuru eCulari que são as mais importantes em dimen-sões planialtimétricas e, com certeza, apresen-tam graves limitações a determinadas formasde uso do seu território (Fig 58). Entretanto,vistas em termos de cenários produtivos sus-tentáveis, essas mesmas condições podemconstituir oportunidades ímpares.

A rigor, grande parte dessas terras altas, comcotas de até 700 metros de altitude (algunspontos da serra do Tumucumaque), ainda sãoinacessíveis e integralmente conservadas.Condições como estas vêm sendo altamentevalorizadas em muitos países porque podemser palco de modelos produtivos inovadoresde grande alcance social e de muita respon-sabilidade com a conservação ambiental.

Área de relevo acidentado efortemente acidentado

Fig. 58 Áreas de relevo acidentado e fortemente acidentado.

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Uma extensa parte da região em estudo é trata-da como área de potencial metalogenético(Fig.59). Isto quer dizer que é uma área comindicações de riquezas minerais segundo estu-dos específicos e de correlação geológica. NoEstado, trata-se de uma questão já bastante

conhecida, chegando a ser tratada com umadas principais vocações naturais da região.

Para a área técnica, alguns termos como,província e distritos minerais, jazimentos, áreasmineralizadas, etc., traduzem os diferentes esta-dos naturais dos elementos minerais e servemcomo referencial exploratório. Neste sentido,pelas informações disponíveis, têm-se evidên-cias de vários jazimentos minerais, nas formasde ocorrências, depósitos ou jazidas, quearmazenam várias substâncias minerais deimportância econômica, como: argila, alumí-nio, ouro, caulim, cromo, ferro, manganês,granito ornamental, materiais de construção eoutros. A garimpagem tem sido a forma maisusual de exploração desses recursos, embora seachem insta-ladas na região algumas minerado-ras de grande porte. A degradação, por arrasa-mento de superfícies e contaminação dos cursosd`água, tem sido a conseqüência mais danosadecorrente dessas atividades de mineração.

Áreas de potencial metalogenético

Um dos aspectos marcantes dos rios amapaensesé sua riqueza em corredeiras e cachoeiras, o quepode ser tomado como indicativo de múltiplaspossibilidades de aproveitamento. A rigor, todosos trechos fluviais que cortam embasamentoscristalinos são povoados de leitos rochosos queimpõem características próprias à hidrologialocal. Na Fig. 60 tem-se um mapeamento decachoeiras e trechos com corredeiras visi-tadas in loco.

Áreas de gradiente hidrológico

Sucuriju

CachoeiraGrand Roche

Cachoeira de Santo Antônio

Cachoeiras conhecidas

Trechos encachoeiradosconhecidos

Fig. 59 Distribuição de área de potencial metalogenético.

Fig. 60 Distribuição de áreas de maior gradiente hidrológico.

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Em alguns locais dessa vasta região, de cober-tura vegetal bem conservada, a floresta apre-senta sinais de diferenciação que são clara-mente detectados em estudos fundamentadosna interpretação de imagens orbitais. Dentreessas diferenciações da floresta, destacam-seaquelas correspondentes às áreas de transiçãoe de contato naturais que, do ponto de vistaecológico, representam estágios especializa-dos da natureza que requerem atenções parti-culares. Alguns autores se referem a esseslocais como áreas ou ambientes de tensãoecológica justamente em função de suas par-ticularidades naturais.

Para a escala deste estudo, foram mapeadas asáreas de transição cerrado/floresta densa e decontato abrupto entre floresta densa de terrafirme/ambientes inundáveis (Fig. 62).

Áreas com situação ecológica particular

Área de transição

Contato abrupto

Fig. 62 Distribuição de áreas com situação ecológica particular.

Esses terraços são áreas que se originam dadeposição de materiais carreados pela própriacorrente fluvial. Dependendo da natureza eestágio de formação dos terraços, alguns sãoconsiderados como de grande aptidão parafins produtivos (Fig. 61).

A par disto, vários trechos fluviais da regiãoem estudo apresentam terraços significativosque poderiam servir de indicações a estudosmais específicos. O Estado detém uma grandequantidade desses terraços que não foramespacializados devido à escala de trabalho e derepresentação utilizadas.

Áreas de terraços aluvionais

Fig. 61 Distribuição de áreas de terraços aluvionais.

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n REGIÃO DE MAIOR CONCENTRAÇÃO DOS PROCESSOS DE USO E OCUPAÇÃO DOTERRITÓRIO E DE MAIOR DIVERSIDADE DE AMBIENTES NATURAIS

Fig. 63 Região de maior concentração dos processos de uso e ocupação do território e de maior diversidade de ambientes naturais.

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Essa região abrange toda a área da costaoceânica, do Cabo Norte da Amazônia e dotrecho ao sul do rio Jari, incluindo os maiorescentros urbanos, as principais vias de circu-lação e formas de utilização do território. Aocontrário da anterior, pode ser consideradacomo região de grandes alterações do meionatural, embora seus ambientes representa-tivos conservem ou aparentem relativa integri-dade. É também a mais representativa em ter-mos de diversidade ambiental: manguezais,sistemas fluviolacustres (campos e matasinundáveis, lagos permanentes e temporários),várzeas ribeirinhas, cerrados e floresta densade terra firme que fazem parte dessa região(Fig. 63).

O cerrado, em sua maior extensão, é cortadopela BR-156 que constitui a principal via deintegração regional e ponto de referência paraa maioria dos processos de ocupação territori-al da região. Nessa condição, estão presentesno cerrado grandes projetos de silvicultura,propriedades particulares utilizadas compecuária extensiva, núcleos urbanos incluindosedes municipais, pequenos comércios, pro-priedades que exploram o lazer, entretenimen-to e outras formas de utilização produtiva.

Outros ambientes dessa região como,manguezais, várzeas e sistemas fluviolacus-tres são todos regulados por gradientes hidro-dinâmicos e, por isso mesmo, consideradoscomo componentes da grande área úmida doEstado que perfazem 26.604,31 km2, cerca de18,55% da área total do Estado, estendendo-secom diferenciações locais, desde o extremonorte até o extremo sul. Em termos de uso eocupação, as várzeas e os sistemas fluviola-custres situam-se como os mais relevantes,pois são palcos de atividades socioeconômicas

diversificadas, centradas na ocupação ribeiri-nha, exploração extrativista, pesca e desen-volvimento de pecuária extensiva, principal-mente a bubalina. Os manguezais, ambientestipicamente litorâneos pela influência recebidadas águas amazônicas, apresentam padrõesímpares de desenvolvimento, comparados aosde outras regiões litorâneas do país.

Os trechos de florestas, incluídos nessa região,são aqueles cortados diretamente pela BR-156. Nessa condição, passam a ser palco deintensa dinâmica socioeconômica, seja peloestabelecimento de assentamentos humanos econseqüente formação de núcleos habita-cionais, em diferentes categorias, seja peloestabelecimento de benfeitorias e de atividadesprodutivas. Como referenciais desses trechos defloresta, pode-se fazer as seguintes conside-rações: no extremo norte ampliaram-se as opor-tunidades de acesso à cidade de Oiapoque quecontava somente com o precário transporte marí-timo. A rodovia estadual AP-260 constitui-secomo via de acesso básico ao distrito deLourenço, considerado um dos principais pó-los de mineração do município de Calçoene edo próprio Estado. No sentido oeste, situa-secomo porta de entrada para a BR-210, que é avia de acesso para os municípios de PedraBranca do Amapari e Serra do Navio. Ao sul,volta a ampliar as oportunidades de acesso aomunicípio de Laranjal do Jari e, indiretamente,Vitória do Jari que, afora isso, contavam so-mente com transportes fluviais. Nestacondição, também favorece as relações desteEstado com o Pará, participando do fluxo so-cial e comercial entre Laranjal do Jari e MonteDourado. A seguir, outras informações sobre osprincipais componentes da região em estudo.

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Como já foi referido, utilizou-se o termo áreaúmida para definir um conjunto de ambientesnaturais da região que, em diferentes escalas,estão regulados pelos ciclos (hidrodinâmica)das águas marinhas, fluviais ou pluviais. Foidito também que esses ambientes se faziamrepresentar principalmente pelos manguezais,sistemas fluviolacustres (campos e matasinundáveis, lagos permanentes e temporários)e várzeas ribeirinhas. Em termos ambientais,toda essa grande área úmida é caracterizadapela alta vulnerabilidade natural decorrenteprincipalmente da origem e estágio de for-mação de seus componentes básicos, desta-cando o geológico (sedimentos inconsolidadosdo período Quaternário), geomorfológico

(planícies fluviomarinhas) e pedológico (soloshidromórficos). A vegetação, como resposta àsreferidas particularidades físicas, apresenta-sealtamente especializada, onde o ciclo daságuas funciona como fator de seletividade.

Apesar da fragilidade ambiental, essas áreasdesempenham um importante papel na confor-mação social e econômica do Estado, muitoem conta do aproveitamento de seus estoquesnaturais sob diferentes formas. A fauna aquáti-ca, por exemplo, rica e diversificada, explica agrande importância que tem para a alimen-tação da população residente e, em muitoscasos, como fonte de renda.

Ao lado das situações consideradas sociais, énecessário admitir que a ostensividade edescontrole de algumas atividades chegam atorná-las predatórias. Exemplo disso tem-se napesca comercial de algumas áreas lacustrescom matança indiscriminada de capivaras ejacarés e desenvolvimento de pecuária exten-siva (bubalina) em ambientes inundáveis.Nesses casos, a condição impactante não é anatureza das atividades, mas sim a formacomo vêm sendo desenvolvidas.

Ao longo da abrangência territorial (norte/suldo Estado) das áreas úmidas, apesar da identi-dade funcional, as mesmas apresentam dife-renças relevantes que são demonstradas nafigura ao lado (Fig. 64).

Área úmida de alta vulnerabilidade natural

Porção utilizada predominantemente com pecuáriaextensiva

Porção de alta expressividade biológica e paisagística, maior expressividade de pesca lacustree maior concentração da pecuária regional

Porção de pequena representação de várzea florestal e baixa atividade extrativa

Manguezais: área de preservação permanente

Porção de

maior reprensentação da várzea florestal e forte atividade extrativa

Fig. 64 Distribuição das áreas úmidas do Amapá.

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n Segmento norte/fronteira geopolíticaAbrange o centro urbano de Oiapoque, alta-mente influenciado pela condição de fronteiracom a Guiana Francesa, parte do municípioem plena expansão agropecuária, em domíniode floresta densa e parte da Reserva Indígenado Uaçá, no seu perímetro cortado pela BR-156. No município de Calçoene, o segmentoliga a sede municipal aos dois maioresnúcleos de colonização do município:Assentamento Agrícola do Carnot e Vila doLourenço considerada um dos importantespólos de exploração mineral do Estado (Fig.65a). As condições ambientais desse segmen-to já são marcadas por significativa alteraçãoda cobertura vegetal e problemas de degra-dação causados pelas atividades de mineraçãoindustrial e garimpagem.

n Segmento de cerrado e entornos, semgrandes alterações da cobertura vegetalAbrange a área de cerrado desde seu limitemais setentrional no município de Calçoeneaté uma parte do município de Ferreira Gomes(Fig. 65b). Nesse percurso, além do cerrado,abrange áreas de transição floresta/cerrado ecerrado/área úmida, que são marcadas pelapresença de comunidades rurais, centros urba-nos e por formas de usos diversificados, comopequenas propriedades, reservas legais deempresa particular, pecuária extensiva, assen-tamentos agrícolas, exploração mineral e sí-tios descontínuos de silvicultura. Em geral, asatividades produtivas são de pequeno e médioporte, sendo a pecuária uma prática utilizadade forma alternativa ou complementar à ativi-dade primária desenvolvida nas áreas úmidas.

Corredor de maior dinamização socioprodutiva ligada à presença de vias de circulação terrestre

TARTARUGALZINHO

PRACUÚBA

AMAPÁ

CALÇOENE

LOURENÇO

OIAPOQUE

Áreas IndígenasUaçá, Galibi, Juminã

CALÇOENE

OIAPOQUE

TARTARUGALZINHO

AMAPÁ

PRACUÚBA

Fig. 65 Localização dos segmentos norte (a) e cerrado de baixa alteração da cobertura vegetal (b).

a b

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n Segmento de cerrado e entornos, com grandesalterações da cobertura vegetalEste segmento é definido pelo trecho de maiorcomprometimento ecossistêmico do cerrado queinicia nos municípios de Ferreira Gomes e PortoGrande, precisamente com os primeiros talhõesde florestas plantadas até as cidades de Macapáe Santana. Esse percurso abrange áreas de cerra-do e de transição florestal, ambas submetidas adiferentes formas e intensidade de uso. No cer-rado destacam-se grandes áreas comprometidascom plantios de Pinnus spp.; Acacia sp;Eucalyptus spp. além de dendê (Elaesis sp). Notrecho de cerrado remanescente destaca-se a pre-sença de centros urbanos, propriedades particu-lares com diferentes fins e núcleos rurais comsignificativa atividade produtiva. As áreas flo-restais, concentradas principalmente ao nível daregião do Pacuí e entornos, são marcadas porgrandes alterações da cobertura vegetal decor-rentes da história agrícola local baseada na iti-nerância de lavouras temporárias (Fig. 66a).

n Segmento Perimetral Norte/Vila NovaUma das referências deste segmento é de se cons-tituir em porta de entrada para a porção oeste doEstado. Além dos centros urbanos de PedraBranca do Amapari e Serra do Navio, abrange osgrandes problemas ambientais resultantes daexploração mineral neste último município e oconjunto de alterações da cobertura florestal aolongo dos eixos rodoviário e ferroviário decor-rente da dinâmica de ocupação espontânea,assentamentos agrícolas, exploração madeireira,propriedades particulares e comunidades rurais(Fig. 66b). No trecho inicial do segmento, asalterações envolvem áreas de transição cerrado/floresta densa e decorrem do processo de explo-ração da Colônia Agrícola da Matapi e de pro-priedades vizinhas. No ramal de acesso ao rioVila Nova, além do processo de ocupação espon-tânea, abrange as áreas de mineração nas pro-ximidades e margens do referido rio.

Fig. 66 Localização dos segmentos de cerrado com grande alteração da cobertura vegetal (a) e da perimetral norte (b).

Reserva Biológicado Lago Piratuba

Lo. Pracuúba

Lo. DuasBocas

MACAPÁ

MAZAGÃO

LOURENÇO

Área de atuaçãoagropecuária

Silvicultura

PORTO GRANDE

SANTANA

LARANJALDO JARI

VITÓRIADO JARI

MAZAGÃO

SANTANA

MACAPÁ

ITAUBAL

CUTIAS

FERREIRA GOMES

TARTARUGALZINHO

PRACUÚBA

AMAPÁ

CALÇOENE

SERRA DO NAVIO

P. B. DO AMAPARI

PORTO GRANDE

a b

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n Segmento Vila Nova/ResexEste segmento é demarcado pelo eixo da BR-156 que dá acesso à região sul do Estado. Noreferido segmento, a maior parte da estradacorta diretamente grandes áreas florestais quevêm sendo ocupadas por pequenos produtoresdispersos, assentamentos agrícolas e núcleoscomunitários, destacando a vila do Maracá(Fig. 67b). No trecho que corta a Resex do RioCajari, a maior referência do segmento é a vilaÁgua Branca do Cajari que concentra a maiorpopulação da referida reserva. Afora as re-lações comunitárias, a economia local é dina-mizada principalmente pela exploração madei-reira, pequena produção agrícola e produçãoextrativista de castanha-do-brasil sendo esta,restrita às populações do Maracá e Resex doRio Cajari. A questão ambiental é refletidapelas marcas da referida ocupação que no tre-cho da Resex, dada a regulamentação existente,diminui de intensidade, restringindo-se às pou-cas comunidades rurais há muito instaladas.

n Segmento Matapi/Mazagão/Ramal do CamaipiEste segmento abrange processos de dinamiza-ção diferenciados tanto do ponto de vista estru-tural quanto temporal. O trecho rio Matapi/Mazagão Velho é marcado por um processohistórico de ocupação que, além da sedemunicipal de Mazagão, abrange comunidadesrurais tradicionais como é o caso das vilas doCarvão, Ajudante e Mazagão Velho (Fig. 67a).No percurso da estrada, a ocupação envolvepequenos criadores, basicamente em função doaproveitamento das pastagens de várzea,pequenos agricultores e algumas propriedadesde pessoas que não convivem diretamente nolocal. O trecho ramal do Camaipi é representa-tivo de um período de ocupação mais recenteque abrange um assentamento agrícola (PAPiquiazal), pequenos agricultores e ingresso deoutros proprietários de maiores posses.

Fig. 67 Localização dos segmentos Matapi/Mazagão/ramal do Camaipi (a) e Vila Nova/Resex (b).

LARANJALDO JARI

VITÓRIADO JARI

MAZAGÃOSANTANA

MACAPÁ

ITAUBAL

CUTIAS

FERREIRA GOMESP. B. DO AMAPARI

TARTARUGALZINHO

PRACUÚBA

SERRA DO NAVIO

PORTO GRANDE

LARANJALDO JARI

VITÓRIADO JARI

MAZAGÃO

SANTANA

MACAPÁ

ITAUBAL

CUTIAS

PORTO GRANDE

FERREIRA GOMES

SERRA DO NAVIO

P. B. DO AMAPARI

TARTARUGALZINHO

PRACUÚBA

RESEX

a b

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PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

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LARANJALDO JARI

VITÓRIADO JARI

MAZAGÃO

SANTANA

MACAPÁ

ITAUBAL

CUTIAS

PORTO GRANDE

FERREIRA GOMES

SERRA DO NAVIO

P. B. DO AMAPARI

TARTARUGALZINHO

PRACUÚBA

RESEX

Fig. 68 Localização do segmento Laranjal do Jari.

n Segmento Laranjal do Jari e áreas deinfluênciaEste segmento passou a ser individualizadodo anterior por abranger uma área fortementediferenciada em termos fundiário, ambientale de ocupação. No plano estratégico, consti-tui a porta de entrada e saída terrestre domunicípio o que já vem sendo cada vez maisdinamizada (Fig. 68). Em função disso apre-senta um forte quadro de ocupação espon-tânea que se concentra em torno de pequenosigarapés, ramais e o próprio eixo da rodovia.As marcas desse processo já são bastantevisíveis e têm sérios desdobramentos sobre avegetação primitiva e conservação do solo,dentre outros. Ao lado desse quadro, a posseda terra em nome da empresa Jari acaba cri-ando outros agravantes que estão a requerergrandes atenções das instituições estaduais.

Outras questões igualmente importantes do segmento envolvem os conflitos de uso nos entornos daResex do rio Cajari e a pressão periurbana. Em ambos os casos, tem-se como resultado a crescenteexpansão populacional da área, o que reforça a necessidade de estudos e medidas que possam contribuire garantir a condição socioambiental da área.

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Ministério do

Meio Ambiente - MMA

Secretaria de Coordenação

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