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RESUMO DAS COMUNICAÇÕES LXII CONGRESSO PARANAENSE DE CARDIOLOGIA CURITIBA - PR www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 104, Nº 5, Supl. 2, Maio 2015

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Resumo das ComuniCações

LXii ConGResso PaRanaense de CaRdioLoGia

CuRiTiBa - PR

www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 104, Nº 5, Supl. 2, Maio 2015

Conselho EditorialBrasilAguinaldo Figueiredo de Freitas Junior (GO)Alfredo Jose Mansur (SP)Aloir Queiroz de Araújo Sobrinho (ES)Amanda G. M. R. Sousa (SP)Ana Clara Tude Rodrigues (SP)Andre Labrunie (PR)Andrei Sposito (SP)Angelo A. V. de Paola (SP)Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP) Antonio Carlos C. Carvalho (SP) Antonio Carlos Palandri Chagas (SP) Antonio Carlos Pereira Barretto (SP) Antonio Claudio L. Nobrega (RJ) Antonio de Padua Mansur (SP)Ari Timerman (SP)Armenio Costa Guimaraes (BA)Ayrton Pires Brandao (RJ)Beatriz Matsubara (SP)Brivaldo Markman Filho (PE)Bruno Caramelli (SP)Carisi A. Polanczyk (RS)Carlos Eduardo Rochitte (SP)Carlos Eduardo Suaide Silva (SP) Carlos Vicente Serrano Júnior (SP) Celso Amodeo (SP)Charles Mady (SP)Claudio Gil Soares de Araujo (RJ) Claudio Tinoco Mesquita (RJ)Cleonice Carvalho C. Mota (MG)Clerio Francisco de Azevedo Filho (RJ)Dalton Bertolim Precoma (PR)Dario C. Sobral Filho (PE)Decio Mion Junior (SP)Denilson Campos de Albuquerque (RJ) Djair Brindeiro Filho (PE)Domingo M. Braile (SP)Edmar Atik (SP)Emilio Hideyuki Moriguchi (RS)Enio Buffolo (SP)

Eulogio E. Martinez Filho (SP) Evandro Tinoco Mesquita (RJ) Expedito E. Ribeiro da Silva (SP)Fabio Vilas-Boas (BA)Fernando Bacal (SP)Flavio D. Fuchs (RS) Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP)Gilson Soares Feitosa (BA)Glaucia Maria M. de Oliveira (RJ)Hans Fernando R. Dohmann (RJ)Humberto Villacorta Junior (RJ)Ines Lessa (BA)Iran Castro (RS)Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP)Joao Pimenta (SP)Jorge Ilha Guimaraes (RS)Jose Antonio Franchini Ramires (SP)Jose Augusto Soares Barreto Filho (SE)Jose Carlos Nicolau (SP)Jose Lazaro de Andrade (SP)Jose Pericles Esteves (BA)Leonardo A. M. Zornoff (SP)Leopoldo Soares Piegas (SP)Lucia Campos Pellanda (RS)Luis Eduardo Rohde (RS)Luis Claudio Lemos Correia (BA)Luiz A. Machado Cesar (SP)Luiz Alberto Piva e Mattos (SP)Marcia Melo Barbosa (MG)Maria da Consolaçao Moreira (MG)Mario S. S. de Azeredo Coutinho (SC)Mauricio I. Scanavacca (SP)Max Grinberg (SP)Michel Batlouni (SP)Murilo Foppa (RS)Nadine O. Clausell (RS)Orlando Campos Filho (SP)Otavio Rizzi Coelho (SP)Otoni Moreira Gomes (MG)Paulo Andrade Lotufo (SP)

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Exterior

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ergometria, exerCíCio e reaBilitação CarDíaCa riCardo stein

Primeiro eDitor (1948-1953) † Jairo Ramos

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GECN - Ronaldo de Souza Leao Lima

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Volume 104, Nº 5, Maio 2015Indexaçao: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM),

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LXII CONGRESSO PARANAENSE

DE CARDIOLOGIA

CURITIBA - PR

Resumo das Comunicações

Arq Bras Cardiol 2015: 104(5 supl.2)1-17

39078Modificações técnicas no transplante cardíaco heterotópico e univentricular: estudo em porcos

HÉLCIO GIFFHORN.

Clínica Cardiológica Giffhorn Ltda., Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) antes do transplante cardíaco ainda representa um grande problema pós-operatório. O transplante de um coração direito heterotópico univentricular (ou acessório) (TCDHU) poderia aumentar o número de doadores em condições especiais. Estudos experimentais mostraram que este modelo de transplante pode ser realizado sem circulação extra-corpórea e trabalhar em paralelo. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi o de apresentar modificações técnicas que pudessem melhorar a realização do TCDHU em modelos experimentais em corações de porcos. Métodos: Cinco corações de porcos adultos (Sus scrofa) foram obtidos de um matadouro em Campo Largo (Paraná) e foram utilizados para o TCDDHU. Os porcos eram domesticados, adultos, mas o seu peso e sexo não foram determinados. O procedimento operatório inicial foi o mesmo proposto por Elefteriades e col. (2003). O peso médio de cada coração foi de 414g. Foi realizado inspeção macroscópica externa da peça para identificação de eventuais defeitos congênitos presentes. Resultados: Um porco apresentou forame oval patente. As modificações da técnica operatória proposta por Elefteriades foram: o coração doador foi excisado 1,5cm além do sulco interventricular ao longo das aa. Interventricular anterior e posterior; uma placa de pericárdio autólogo foi utilizada para o fechamento da valva aórtica (VAo); a linha de sutura para o fechamento da Vao foi a junção da linha anatômica ventrículo-arterial. Para o átrio esquerdo, foi deixado uma distância de 1,0cm foi preservada da parede do esqueleto cardíaco do coração doador. Conclusão: Estas modificações puderam evitar alguns problemas: um distância segura do ventrículo direito, a placa de pericárdio evitaria a abertura da VAo com os batimentos cardíacos, segura distância de ressecção do átrio direito e da raiz aórtica. Esta técnica pode ser utilizada em modelos vivos animais.

39350Pentraxina PTX3 e parâmetros cardiometabólicos em pacientes chagásicos crônicos

KARITA CLAUDIA FREITAS LIDANI, MARCIA HOLSBACH BELTRAME, THAISA LUCAS SANDRI, RENATO NISIHARA e IARA JOSE MESSIAS-REASON.

Hospital de Clínicas - Universidade Federal do Paraná HC/UFPR, Curitiba, PR, BRASIL - Faculdade Evangélica do Paraná (FEPAR), Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A Pentraxina PTX3 é uma proteína de fase aguda que tem sido reconhecida como importante marcador infamatório em diferentes doenças cardiovasculares, o que a torna um potencial marcador molecular para a cardiomiopatia chagásica crônica, ainda não descrito na literatura. Objetivo: Investigar a associação entre concentrações plasmáticas de PTX3 com as formas clínicas, acometimento cardíaco e parâmetros cardiometabólicos em pacientes com Doença de Chagas (DC) crônica. Delineamento: Trata-se de um estudo observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa do Hospital de Clínicas da UFPR (HC/UFPR) sob número 360.918/2013-08. Pacientes e Métodos: A amostra foi composta por 128 pacientes com DC crônica (41 na forma clínica indeterminada; 52 na cardíaca; 19 na digestiva; e 16 na cardio-digestiva) e 87 controles. A dosagem da PTX3 foi realizada pelo método de ELISA; com os dados clínico-laboratoriais (hemograma, lipidograma, glicemia, Índice de Massa Corpórea (IMC%) e Fração de Ejeção Ventricular Esquerda (FEVE%) obtidos a partir de prontuário médico). Os pacientes cardíacos foram classificados de acordo com o American Heart Association (ACHA), adaptado para Doença de Chagas. Foram realizados testes de correlação de Spearman; e os dados foram pareados para as variáveis idade, sexo e origem étnica para análise de regressão logística binária (STATA 12.0 software). Resultados: As concentrações de PTX3 foram significativamente menores nos pacientes com DC que nos controles (p<0,0001; 1,6ng/ml e 2,7ng/ml, respectivamente). Apesar de não haver diferença significativa de PTX3 para o acometimento cardíaco (formas A, B, C e D), foram observadas menores concetrações de PTX3 para a forma cardíaca quando comparado com a indeterminada e controles (Mann Whitney test; p<0,0001). PTX3 foi associada aos índices de HDL categorizados (1,72ng/ml para baixo-HDL e 1,65ng/ml para alto-HDL, p<0,001, OR 0,72 e IC 95%: 0,63-0,83); e IMC, com menores concentrações em pacientes não obesos quando comparados com obesos (1,42ng/ml e 2,01ng/ml, respectivamente, OR 1,67 e IC 95%: 0,45-6,15 p=0,04). Observou-se também uma correlação positiva da proteína com a FEVE (rho= 0,29 e p=0,0048). Conclusão: Os resultados sugerem um papel imunorregulatório associado com características cardioprotetoras para PTX3 na DC crônica.

39359Preditores clínicos e ecodopplercardiográficos de morte súbita na doença renal crônica em hemodiálise

SILVIO HENRIQUE BARBERATO, SÉRGIO GARDANO E. BUCHARLES, MARCIA F.A. BARBERATO e ROBERTO F. PECOITS-FILHO.

Cardioeco - Centro de Diagnóstico Cardiovascular, Curitiba, PR, BRASIL - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: Morte súbita (MS) é a principal causa de óbito nos pacientes em hemodiálise (HD) de manutenção, mas há pouca informação sobre os fatores de risco associados. Objetivo: Identificar preditores clínicos e ecodopplercardiográficos de MS na vigência de HD. Delineamento, Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo de caso-controle aninhado em pacientes de HD prospectivamente acompanhados. O desfecho primário foi MS. As variáveis foram comparadas por teste t de Student ou qui-quadrado e preditores independentes foram evidenciados por análise de regressão logística multivariada. Resultados: Em 153 indivíduos (idade 50±15 anos, 58% homens) acompanhados por 23 ± 14 meses, ocorreram 35 mortes, das quais 17MS. Comparados com o grupo controle pareado para sexo, idade e índice de massa corpórea, não houve diferenças na duração da HD, parâmetros laboratoriais usuais, pressão arterial, tabagismo, uso de betabloqueadores ou IECA, fração de ejeção, dimensões do ventrículo esquerdo e índices de função diastólica. Por outro lado, encontrou-se no grupo MS maior prevalência de insuficiência cardíaca prévia, infarto agudo do miocárdio prévio e diabetes; além de maior massa ventricular esquerda indexada (MVEi), tamanho do átrio esquerdo, e pior desempenho miocárdico pelo índice de Tei. Após análise multivariada, diabetes (OR=0,10; IC=0,02-0,53, p=0,007) e MVEi (OR=1,04; IC=1,04-1,08, p=0,028) foram preditores independentes de MS. MVEi ≥ 101g/m2,7 (curva ROC, p=0,02) evidenciou as menores taxas de sobrevida (log rank test, p=0,02). Conclusão: Pacientes em HD com diabetes e hipertrofia ventricular esquerda parecem ter o maior risco de MS. Estratégias preventivas e terapêuticas devem ser estimuladas na abordagem destes fatores de risco.

39403Impacto prognóstico com diferentes estratégias de revascularização em pacientes com lesões coronárias multiarteriais e disfunção ventricular esquerda

LEONARDO PIAZZA, CLEVERSON NEVES ZUKOWSKI, THAISA ANDREA DA SILVA MAIA, PAULO RICARDO FRANCIOSI GOIS, MILENA BASTOS BARROSO, DOUGLAS THAYNA VIEIRA DE SOUZA, GIULIA DE CAMPOS, LUCAS FLORIANI e JESSICA LUISA NOGUEIRA MEINERT.

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A cirurgia de revascularização do miocárdio e a angioplastia transluminal coronariana são dois métodos existentes para o tratamento da doença arterial coronariana e isquemia miocárdica. Avaliando pacientes com disfunção ventricular esquerda grave e doença multiarterial, pela carência de estudos randomizados nesta população, existe pouca evidência científica em predizer qual melhor método de revascularização. Objetivo: Comparar os desfechos de morte, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e necessidade de revascularização de vaso-alvo nos pacientes submetidos à angioplastia percutânea versus revascularização cirúrgica, assim como os desfechos secundários de insuficiência renal, infecção do sítio cirúrgico e tempo de internação, por um seguimento médio de 30 meses. Delineamento e Métodos: Foi realizado estudo observacional, com 178 pacientes, atendendo aos critérios de disfunção ventricular grave (<40%) e doença multiarterial, selecionados entre janeiro de 2010 e maio de 2014, a partir do banco de dados do Hospital Santa Casa. Separados entre grupos de cirurgia de revascularização do miocárdio (104) e angioplastia (74), foram avaliados quanto à presença de desfechos clínicos. Resultados: As características clínicas foram semelhantes em ambos os grupos. Os desfechos primários (óbito/AVC/IAM/revascularização vaso-alvo) foram alcançados em 48% do grupo cirurgia e 39% do grupo angioplastia (p=0,285). Isoladamente, o desfecho óbito foi significativamente maior no grupo cirurgia (p<0,001), enquanto que as revascularizações de vaso-alvo foram maiores no grupo angioplastia (p = 0,002). Conclusão: O tratamento percutâneo, mesmo com maiores taxas de revascularização de vaso alvo, demonstrou ser um tratamento mais seguro nesta população, por apresentar taxa significativamente menor de mortalidade.

TEMAS LIVRES - 25/04/2015APRESENTAÇÃO ORAL

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Arq Bras Cardiol 2015: 104(5 supl.2)1-17

Resumos Temas Livres

39409 Reclassificação das lesões coronarianas através da Reserva de Fluxo Fracionada (FFR): avaliação da decisão terapêutica imediata e do impacto clínico tardio

EVELYN KASSIA TUDISCO FERNANDES, JELSON CARDOSO JUNIOR, JULIO DE PAIVA MAIA, MARCOS FRANCHETTI, ÂNGELA CRISTINA MATERA BOLONHEZ, JOSÉ FÁBIO ALMIRO DA SILVA, VICTOR KENED RAMOS DOS REIS, EDSON APARECIDO BERNARDINELLI JUNIOR e OTAVIO CELESTE MANGILI.

Centro de Diagnóstico Paraná (CEDIPAR), Maringá, PR, BRASIL - Unicesumar - Centro Universitário Cesumar, Maringá, PR, BRASIL.

Fundamento: Estudos prévios demonstraram limitação da cinecoronariografia na identificação de lesões fisiologicamente significativas, bem como redução de eventos adversos ao se guiar intervenções coronárias percutâneas (ICP) com a FFR. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo mensurar o impacto do uso da FFR sobre a conduta de um serviço de cardiologia invasiva, bem como o prognóstico clínico tardio dos pacientes avaliados por este método. Delineamento, Amostra e Métodos: Estudo retrospectivo, unicêntrico, incluindo 100 pacientes consecutivos, submetidos à cinecoronariografia, com 165 lesões coronarianas avaliadas pela FFR e tratadas com base neste método. Um comitê independente e cego analisou os casos e descreveu sua proposta terapêutica, orientada em dados clínicos, métodos não invasivos e cinecoronariografia, sem o conhecimento dos dados da FFR. A amostra foi dividida em condutas concordantes (grupo 1) e não concordantes (grupo 2), sendo analisada tanto através do número de pacientes (45 no grupo 1 e 55 no grupo 2), quanto de lesões (90 no grupo 1 e 75 no grupo 2). O seguimento clínico tardio (média de 20 meses) foi obtido em todos os indivíduos. Resultados: Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos quanto às características clínicas e angiográficas de base. A avaliação da FFR modificou a terapêutica em 55% dos pacientes (18% parcial e 37% completa), sendo observada queda nas indicações de ICP de 60% para 41% (p=0,01) e aumento do tratamento clínico de 26% para 46% (p=0,005). As indicações de revascularização cirúrgica foram semelhantes entre os grupos (13% e 14%, p=NS), entre as quais pouco mais da metade mostrou concordância. Não houve diferenças estatisticamente significativas quanto à presença de eventos cardíacos adversos maiores (MACE), conforme tabela a seguir. Durante o período de seguimento, a maioria dos pacientes permaneceu assintomática (95% no grupo 1 X 93% no grupo 2, p=NS). Conclusão: O uso da FFR reclassificou as lesões coronarianas e modificou significativamente a conduta terapêutica em relação à avaliação retrospectiva, com menores taxas de ICP e aumento da indicação de tratamento clínico, além de baixa incidência de MACE nesta população.

39441Anuloplastia mitral por plicatura externa do anel. Estudo experimental in vivo em suínos

YORGOS LUIZ SANTOS DE SALLES GRAA, LUIZ FERNANDO KUBRUSLY, JOÃO GUILHERME SEIFERT SCAPINI, JAMES MEIRA ANDRADE, FERNANDO BERMUDEZ KUBRUSLY e CAMILA MORAES MARQUES.

Instituto de Pesquisa Denton Cooley (IDC), Curitiba, PR, BRASIL - Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná (IPEM), Curitiba, PR, BRASIL - Instituto Vita de Ensino e Pesquisa (IVEP), Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: Existe necessidade de desenvolver técnica menos invasiva no manejo da Insuficiência Mitral Funcional (IM) em pacientes com alto risco cirúrgico. A plicatura externa do anel mitral, sem uso de circulação extracorpórea, previamente descrita por nosso grupo em corações excisados de suínos mostrou efetividade. O não comprometimento dos ramos marginais da circunflexa (Mg-Cx) no procedimento não foi demonstrado. Objetivo: Demonstrar eficácia da plicatura externa em corações suinos in vivo com preservação dos ramos Mg-Cx. Materiais e Métodos: 04 suínos (A,B,C,D) com peso médio 32kg e 5 meses de idade, fizeram estudo ecocardiográfico pré-operatório com vistas ao aparelho valvar mitral. Cada animal foi submetido a toracotomia esquerda e acesso a parede posterior do ventrículo esquerdo. A plicatura externa foi realizada utilizando sutura De Vega ancorada, ida e volta, 1cm abaixo e paralelo a junção atrioventricular. Após 90min observação, foi realizado novo ecocardiograma pós-plicatura e os animais eutanasiados. Resultados: Nos animais A, B e C não foram observadas alterações estruturais pré-operatórias do aparelho valvar mitral, diferentemente do animal D que já possuía IM Moderada. Todos os animais apresentaram redução da área anular mitral sendo que o animal D teve a IM corrigida. Os animais B e C apresentaram inversão temporária da onda T no ECG pós-sutura, porém sem instabilidade hemodinâmica ou comprometimento significativo das coronárias e do miocárdio nos 90 minutos de observação pré-eutanasia. Conclusão: Anuloplastia mitral por sutura externa subanular do miocárdio, foi eficaz para reduzir significativamente o anel mitral sem causar dano maior coronário. O animal incidentalmente portador de Insuficiência Mitral pré-operatória foi corrigido pela técnica.

39457Correlação entre a gravidade da doença hepática gordurosa não-alcóolica e doença arterial coronariana

MAURICIO MONTEMEZZO, EDUARDO DE CARVALHO MONTEIRO, EDUARDO HUBBE BUSS, BRUNO CARNEVALLI, ALEXANDRE DA SILVA FACO JUNIOR, CARLOS HUMBERTO GUILMAN TANIZAWA, MARIAH RODRIGUES PAULINO, LEONARDO PIAZZA, FABIO STAHLSCHMIDT, JEAN RODRIGO TAFAREL e DALTON BERTOLIM PRÉCOMA.

Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A doença hepática gordurosa não-alcóolica (DHGNA) apresenta associação com doença arterial coronariana (DAC) visto a extrema relação com a síndrome metabólica, porém a sua gravidade associada a outros marcadores como fator de risco para DAC permanece incerta. Objetivo: Investigar a relação entre DHGNA e a gravidade da DAC, assim como a correlação dos escores de MELD, APRI e FIB-4 com DAC. Delineamento: Estudo prospectivo e transversal. Métodos: Análise de pacientes com internamento devido a Síndrome Coronariana para realização de coronariografia diagnóstica. Procedeu-se análise laboratorial (AST, ALT, plaquetas, bilirrubinas totais e frações, creatinina, HDL, LDL, colesterol total, albumina, GGT, FA, RNI, glicemia em jejum, hemoglobina glicosilada) e ultrassonografia de abdome superior à beira do leito (com o mesmo examinador) para determinar a presença ou ausência de DHGNA. Resultados: Avaliou-se 117 pacientes, 72 (62,1%) do sexo masculino, com média etária de 57,7 anos. Em 26 (22,4%) casos não havia lesões obstrutivas e em 50 (43,1%), lesões graves. Quanto à presença de DHGNA, 54 (47%) não a apresentaram; 61 (53,1%) apresentaram DHGNA entre grau I,II,III. DHGNA mostrou correlação com DAC nos 57 (64,04%) dos pacientes (p<0,01), bem como relação direta entre a gravidade de ambas as condições (p<0,01). APRI E FIB-4 apresentaram relação com DAC p<0,05. O risco de DAC através do modelo criado chega a (98,6%) em pacientes com idade > 55 anos, com presença de DHGNA e APRI > 1. Já a menor probabilidade (46,7%) foi observada para pacientes com idade ≤ 55 anos, sem a presença de DGHNA e APRI ≤ 1. Conclusão: DHGNA relaciona-se com a presença e com a gravidade da DAC. Entre os escores, o APRI mostrou-se ser um marcador direto da presença de DAC.

39506Cirurgia de revascularização miocárdica versus intervenção coronária percutânea em pacientes multiarteriais: comparação das estratégias utilizando os Escores SYNTAX e ACEF

THAISA ANDREA DA SILVA MAIA, CLEVERSON NEVES ZUKOWSKI, LEONARDO PIAZZA, LUIZA DE MARTINO CRUVINEL BORGES, JACKSON RAFAEL STADLER, PAULO RICARDO FRANCIOSI GOIS, JOSE CARLOS MOURA JORGE, MAURICIO MONTEMEZZO, CAMILA HARTMANN, MARIAH RODRIGUES PAULINO e HELOISA ARANTES ZANIN.

Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: O manejo de doentes com doença coronariana multiarterial ainda é objeto de debate quanto ao tratamento com melhor benefício. A fim de auxiliar na decisão entre angioplastia e cirurgia, os escores Syntax e ACEF foram criados, os quais avaliam a complexidade da doença coronariana baseados em critérios angiográficos e clínicos, respectivamente. Porém, faltam dados quanto a sua aplicabilidade em brasileiros. Objetivo: Comparar desfechos de morte, acidente vascular encefálico (AVE), infarto do miocárdio (IAM) e nova revascularização (RVA) nos pacientes submetidos à angioplastia (ATC) versus revascularização cirúrgica (CRM) após 30 e 180 dias do procedimento, bem como avaliar tais dados com relação aos escores Syntax e ACEF. Objetivou-se também identificar o perfil dos pacientes encaminhados para cada tratamento. Delineamento e Métodos: Realizado estudo retrospectivo observacional com 401 pacientes que possuíam doença coronariana multiarterial com acometimento da artéria descendente anterior proximal ou medial e que passaram por cateterismo no Hospital Santa Casa de janeiro de 2012 a maio de 2014. Foram divididos em 2 grupos conforme o tratamento realizado (ATC – 171 – e CRM – 230) e avaliados quanto à ocorrência de desfechos clínicos. Resultados: A maioria das características clínicas era semelhante em ambos os grupos, exceto a prevalência de diabetes e doença arterial periférica, que eram significativamente maiores no grupo submetido à CRM (p=0,006 e p=0,041, respectivamente). Aos 30 dias, a taxa de mortalidade e de AVE foi superior nos doentes tratados através de CRM (p<0,001 e p=0,03 respectivamente); ao passo que nos tratados por ATC a taxa de revascularização foi maior (p=0,019). Após 6 meses, os resultados obtidos foram semelhantes, com a diferença de que os submetidos à ATC apresentaram maior taxa de IAM (p=0,009). Com relação ao Syntax, a maioria dos pacientes com score baixo foi encaminhada para ATC, ao passo que entre aqueles com score alto, 83,7% realizou CRM. Encontrou-se associação positiva entre maior taxa de óbito com 1 mês e Syntax alto no grupo cirúrgico. Os pacientes submetidos à CRM que tinham o ACEF classificado como alto, apresentaram maior mortalidade que os com ACEF moderado ou baixo. Conclusão: Na amostra analisada, o tratamento percutâneo comparado ao cirúrgico demonstrou menor mortalidade após 30 e 180 dias, apesar de maior taxa de RVA. Os pacientes submetidos à CRM com escores Syntax e ACEF altos apresentaram maior mortalidade.

MACE grupo 1 grupo 2 pÓbito cardíaco 0 2 0,19IAM 1 1 0,88Nova Revascularização 1 1 0,88TOTAL 2 4 0,69

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Resumos Temas Livres

39515Tratamento de emergência do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST: atrasos no tratamento inicial em uma cidade do sul do Brasil

IGOR FIORESE VIEIRA, LUCIANO ANDRADE, JOAO RICARDO NICKENIG VISSOCI, ALBERTO ACOSTA HERMIDA, OSCAR KENJI NIHEI, SANDRA MARISA PELLOSO, JANET PRVU BETTGER, MARIA DALVA DE BARROS CARVALHO e CATHERINE LYNCH.

Universidade do Oeste do Paraná, Foz do Iguacu, PR, BRASIL - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, BRASIL - Duke University, Durham, E.U.A.

Fundamento: Apesar dos grandes avanços na implementação de diretrizes para o manejo de pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) ao redor do mundo, a grande maioria desses pacientes sofrem atrasos na fase pré-hospitalar. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar a sequência de tempo de atendimento entre o início dos sintomas até a insuflação do balão por meio da angioplastia transluminal coronariana (ATC) primária em um Centro de Referência de Cardiologia Intervencionista, buscando identificar os fatores que prolongam o tempo de tratamento, em Foz do Iguaçu, Brasil. Delineamento e Métodos: Estudo observacional, prospectivo, no qual foram estudados os prontuários de pacientes que sofreram um IAMCSST e submetidos a ATC primária dentro de 12 horas após o início dos sintomas, durante um período de 12 meses (Julho de 2011 a junho de 2012). Tempo de início do sintomas até a insuflação do balão foi subdividido de acordo com a seguinte nomenclatura: T1- Início dos Sintomas até o Primeiro Contato Médico T2- Porta_Porta (Hospital Primário para Hospital Terciário); T3 - Porta_Balão (Hospital Terciário). Todos os dados foram analisados utilizando o software R versão 3.0. Resultados: Um total de 30 homens e 9 mulheres foram submetidos a ATC primária durante o período do estudo. A idade média foi de 56+11 para homens e 64+10 para as mulheres. T1 variou entre 30 e 540 minutos, T2 variou entre 26 e 593, e T3 entre 14 e 435. Vinte e seis (67%) pacientes foram inicialmente transportados para um hospital primário antes de serem transferidos para o Centro de Cardiologia Intervencionista. Comparamos o tempo de atraso entre os pacientes que procuraram espontaneamente e aqueles que foram transportados de ambulância para os serviços hospitalares primário ou terciário. Os pacientes que foram transportados de ambulância apresentaram maior tempo de atraso em relação aos que procuraram espontaneamente (P = 0,02). Conclusão: Os atrasos ocorrem em todos os momentos, no entanto, atrasos dentro do hospital primário e nas transferências interhospitais (T2 = Porta_Porta) identificam potenciais abordagens para a melhoria no atendimento. Futuros estudos são necessários para realçar detalhes mais específicos de cada período de tempo que podem ser passíveis de intervenção.

39578Avaliação da ingestão de lipídeos de pacientes cardiopatas hospitalizados

RENATA TABALIPA, FRANCISCA EUGENIA ZAINA, GISLAINE CUTCHMA e NAYANA CAVASSIM DO NASCIMENTO.

Hospital de Clínicas/UFPR, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: Processo chave para o desencadeamento da aterogênese, o depósito de lipoproteínas na parede arterial ocorre proporcionalmente ao aumento da concentração dessas lipoproteínas no plasma, sendo estes valores diretamente influenciados pelos altos níveis de gordura na alimentação. Objetivo: Avaliar a adequação da ingestão de lipídeos de pacientes cardiopatas admitidos em uma unidade coronariana. Delineamento e Métodos: Estudo observacional retrospectivo e transversal, realizado com pacientes cardiopatas de idade entre 18 e 60 anos, internados em um hospital terciário entre julho/dezembro de 2014. Avaliou-se o consumo alimentar por meio do Recordatório 24h, a partir do qual calculou-se ingestão calórica e consumo de gorduras. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva. Resultados: A amostra foi composta por 50 pacientes sendo 50% (n=25) do gênero masculino, com média de idade de 47,6 anos (±8,2) e a de ingestão calórica foi de 1495Kcal (±681). Avaliando a ingestão de lipídeos, a média foi de 46,4g (±29,9), em média 26,6% da ingestão calórica total, valor que se encontra dentro da recomendação proposta pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Porém, ao se analisar os percentuais individualmente, a ingestão total de gorduras esteve inadequada em 28% (n=14) dos pacientes, que apresentaram consumo acima de 35% do valor calórico total (IOM, 2002). Considerando-se o perfil lipídico da dieta ingerida, pode-se observar que a ingestão de ácidos graxos saturados representou 9,9% da ingestão calórica total, valor acima da recomendação para pacientes cardiopatas (SBC, 2013). A ingestão média de W3 e W6 representou 0,45 e 4,1%, respectivamente, da ingestão calórica total, com uma relação W3:W6 média de 9:1, estando fora dos padrões recomendados (5:1). Conclusão: Considerando-se valores médios de ingestão lipídica, a dieta dos pacientes avaliados apresentou-se dentro da recomendação da SBC, realidade não encontrada na análise individual da ingestão lipídica, onde 28% dos pacientes apresentou ingestão excessiva de gorduras totais. Em relação à qualidade do lipídeo ingerido observou-se uma discordância em relação às diretrizes, tendo em vista o alto consumo de W6 e baixo de W3. Esses achados demonstram a necessidade de acompanhamento nutricional de longo prazo, a fim de se promover a educação nutricional de forma individualizada, melhorando as escolhas alimentares destes indivíduos, reduzindo novos.

39599Impacto do controle da pressão venosa central na incidência de fibrilação atrial em pós-operatório de revascularização do miocárdio

ANA CAROLINE WIPPICH, BEATRIZ ZAMPAR, EDUARDO DE SOUZA TOLENTINO, WESLEY LIRANI, MARCELO DERBLI SCHAFRANSKI e MARIO AUGUSTO CLAY DA COSTA.

Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL.

Fundamento: A fibrilação atrial (FA) ocorre em 10 a 40% dos pacientes submetidos à revascularização miocárdica (RM) e aumenta duas vezes a morbimortalidade cardiovascular. Partindo do princípio de que o aumento dos átrios está associado ao aumento da incidência de FA, pode-se esperar que pacientes com pressão venosa central (PVC) mais alta tenham maior distensão atrial, bem como maior predisposição à congestão pulmonar, hipoxemia e edema da parede dos átrios, aumentando a incidência da arritmia. Objetivo: Avaliar a incidência de FA em pacientes submetidos à RM, a fim de compará-la entre pacientes que tiveram a PVC criteriosamente controlada no pós-operatório (PO) e os que não a tiveram. Delineamento: Trata-se de um estudo caso-controle realizado na Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa. Pacientes e Métodos: O Caso foi composto por 80 pacientes submetidos à RM entre 2012 e 2014, os quais tiveram a PVC avaliada de duas em duas horas nas primeiras 72 horas de PO, sendo administrados 40mg de furosemida cada vez que a PVC chegou a 20cmH2O. Já o Controle foi composto por 184 pacientes submetidos à RM entre 2009 e 2011, tendo seus dados coletados mediante revisão de prontuários. Nesse grupo, o controle da PVC foi menos rigoroso, ficando a necessidade de uso de diurético a critério dos intensivistas. Avaliou-se a incidência de FA nas primeiras 72 horas de PO nos dois grupos. Resultados: A incidência de FA no Caso foi de 11,25% (9 em 80) e, no Controle, de 23,37% (43 em 184) (p=0,03). Medidas de tamanho de efeito mostraram-se relevantes: a redução de risco absoluto do Caso foi de 12,12%, o que equivale a um número necessário para tratar (NNT) de 9. Dentre as características de base analisadas, o clearance de creatinina apresentou-se maior no grupo Controle e, as demais (sexo; idade; função ventricular esquerda; presença de doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes melito, arteriopatia periférica, infarto agudo do miocárdio recente; uso de circulação extracorpórea; número de pontes), foram semelhantes entre os grupos. Conclusão: O controle criterioso da PVC nas primeiras 72 horas após a cirurgia de revascularização do miocárdio mostrou-se capaz de reduzir a incidência de fibrilação atrial.

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38463Correlação entre isquemia miocárdica e estenose coronariana em pacientes chagásicos

SIMONE FOGGIATTO, LUIZ ANTONIO FRUET BETTINI, ANDRE LUIZ CANTERI, GREICE BELTRAME, DANIEL URT MANSUR BUMLAI, LARISSA GAYER MADUREIRA, KELLY CAROLINA SERRAO e VICENTE HENRIQUE SANSANA.

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A Doença de Chagas (DC) é conhecida desde 1909, porém, sua fisiopatologia não está completamente esclarecida. Sintoma frequentemente presente - a dor torácica, pode assemelhar-se àquela observada na Doença Arterial Coronariana (DAC). Estudos sugerem que a prevalência de DAC em chagásicos é menor que na população em geral. Objetivo: Analisar a presença de estenose coronariana, através de coronariografia, em chagásicos. Métodos: Foram selecionados os pacientes atendidos no Ambulatório de DC, entre 01/01/2010 e 30/06/2013, submetidos à prova funcional para análise de isquemia miocárdica e posteriormente a coronariografia. 23 foram incluídos no estudo: 16 pacientes realizaram teste ergométrico (TE); 5 ecocardiograma sob estresse (EE) e 2 cintilografia de perfusão miocárdica. Foram analisados além dos resultados dos exames complementares, a presença de comorbidades, sintomas, sexo, idade, história familiar de DAC e tabagismo. Resultados: Apenas 13,6% dos pacientes não referiram sintomas cardio-vasculares. 68% (15) referiram dor torácica, e destes, 66% (10) tiveram a dor torácica classificada como típica. Quanto à presença de isquemia miocárdica, 63,6% (14) dos pacientes apresentaram alterações em provas funcionais, sugestivas de isquemia miocárdica. Por outro lado, apenas 9% (2) são portadores de lesão coronariana significativa. Outros 2 pacientes são portadores de aterosclerose coronariana com lesões não sub-oclusivas, mas que podem ser responsáveis pelas alterações encontradas. Não houve significância estatística entre estenose coronariana e isquemia miocárdica presente em prova funcional, na presente amostra. O mesmo ocorreu para alteração segmentar no ecocardiograma de repouso e prova funcional positiva para isquemia. Conclusão: A isquemia miocárdica é uma das manifestações da DC e os sintomas de angina são frequentes, mesmo na ausência de doença aterosclerótica das artérias coronárias epicárdicas. Pudemos observar que pacientes chagásicos, mesmo com poucos fatores de risco para DAC, foram submetidos à coronariografia por apresentarem alteração em prova funcionais e/ou sintomas sugestivos de insuficiência coronariana. A maioria desses pacientes não eram portadores de lesão coronariana epicárdica. Sendo assim, acreditamos que a hipótese de se estabelecer critérios mais rigorosos para a solicitação de coronariografia, nos pacientes chagásicos, que apresentam dor torácica ou prova funcional sugerindo isquemia miocárdica, deve ser revista.

38926Histopatologia de veias safenas retiradas cirurgicamente por dissecção simples ou eletrocauterização

DANIEL T K S ALMEIDA, CARLOS FLORIANO MORAIS, RODRIGO L FREITAS e RUI M S S A ALMEIDA.

Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, PR, BRASIL.

Fundamento: Na cirurgia de revascularização coronariana (CRM) um dos enxertos mais usados é a veia safena. Vários trabalhos mostram que a qualidade da veia safena tem relação com a evolução clínica dos pacientes. O uso de eletrocautério na dissecção da veia safena, para uso como enxerto na CRM, é uma pratica comum em alguns serviços. Objetivo: Avaliar se o uso de eletrocauterização na dissecção da veia safena apresenta algum efeito deletério. Delineamento: Ensaio clinico randomizado, cego. Pacientes e Métodos: Vinte e quatro pacientes foram submetidos a CRM, num serviço de cirurgia cardiovascular, de maio a julho de 2014, sendo que em 12 deles houve uso de cautério (Grupo 1) para dissecar a veia safena e em outros 12 não houve (Grupo 2). Em ambos os grupos o cirurgião que retirou os enxertos de veia safena foi o mesmo. Não houve diferença de sexo ou idade entre os dois grupos. Segmentos de veia foram encaminhados para análise após fixados em formol a 10%, por 24 horas. Foram recortados verticalmente e retirados dois fragmentos para análise histológica. Lâminas foram coradas pela hematoxilina e eosina conforme protocolo. Foram analisadas, por um observador cego, alterações morfológicas, principalmente agudas, no endotélio, nas túnicas musculares e na adventícia. As alterações agudas pesquisadas foram: presença de necrose, degeneração, inflamação, trombose, sinais de ruptura de estruturas e presença de hemorragia. Os resultados a médio prazo dos enxertos foram analisados clinicamente. Resultados: Em nenhum dos grupos analisados houve alteração do endotélio ou da membrana limitante. Em três casos (25%) do Grupo 1 houve aparecimento de núcleos picnóticos, por provável cauterização exagerada. Em um caso (8,33%), do Grupo 2 houve hemorragia recente da adventícia. O observador cego apenas conseguiu identificar um caso de uso de cautério no Grupo 1, afora os que tinham núcleos picnóticos. Conclusão: Apesar da pequena amostra, coletada, foi possível identificar quatro casos (33,33%) em que foi usada cauterização para a dissecção da veia safena. Não houve correlação da mesma com a evolução clínica dos pacientes.

38937Alimentação, risco cardiovascular e nível de atividade física em adolescentes de Curitiba - PR

KARINA DE LIMA SUMINI, GLEIDSON BRANDAO OSELAME, DENECIR DE ALMEIDA DUTRA, CRISTIANE OSELAME e EDUARDO BORBA NEVES.

Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A prevalência da obesidade tem aumentado nos últimos anos, e resultam de uma complexa interação entre genes, consumo alimentar, atividade física e outros fatores ambientais. No Brasil, estudos demonstram que determinadas cidades brasileiras já apresentam índices elevados de sobrepeso e obesidade em sua população jovem. Objetivo: Neste sentido, o presente estudo objetivou determinar os valores de consumo alimentar para risco cardiovascular, a prevalência de sobrepeso e obesidade, e o nível de atividade física em adolescentes de um colégio estadual na cidade de Curitiba - PR. Delineamento e Amostra: Estudo descritivo transversal com análise quantitativa dos dados, realizada com adolescentes do ensino fundamental, com idade entre 11 a 15 anos. Métodos: Os dados foram coletados por meio da avaliação de IMC, questionário nível de atividade física (IPAQ) e de alimentos relacionados ao risco cardiovascular. Avaliou-se 24 adolescentes, com média de idade de 12,75 (±1,70). Resultados: Em relação ao IMC dos adolescentes, apenas 12,5 % (n=3) apresentaram sobrepeso. Quanto ao nível de atividade física, 41,66% (n=10) foram classificados como irregularmente ativos e 20,83% (n=5) como sedentários. Relativo aos alimentos consumidos ligados ao risco de doenças cardiovasculares, 75% (n=18) apresenta consumo excessivo destes alimentos. Conclusão: As prevalências apontam a necessidade de intervenções que tem objetivos a prevenção e a promoção e o controle das doenças cardiovasculares com inicio e idade precoces. É necessário que se iniciem programas nas escolas para intensificar ações para promoção de hábitos alimentares saudáveis e da pratica de atividade física. A escola pode ser considerada um local apropriado tanto para verificar e detectar os principais fatores de risco cardiovascular e também para educação e atividades em saúde para escolares.

38941Análise da aplicação das diretrizes européias de revascularização do miocárdio na prática diária

DANIEL T K S ALMEIDA, MAURICIO H Z CENTENARO, ALESSANDRO YASSUE, LUCAS Z TONIN, JOHN TOIGO e RUI M S S A ALMEIDA.

Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, PR, BRASIL, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR, BRASIL.

Fundamento: As diretrizes europeias de revascularização do miocárdio (DERM),de 2014, definem o Syntax Score (SS), como sendo um divisor para o planejamento do seu tratamento atualmente. Objetivo: Avaliar se as DERM, baseadas no SS, estão sendo realizadas, em um centro de alta complexidade no interior do Paraná. Delineamento, Materiais e Métodos: Foram avaliadas, num estudo retrospectivo e cego, cineangicoronariografias de 395 pacientes, realizadas no período de janeiro de 2013 a agosto de 2014. Os critérios de inclusão foram todas as cineangiografias primárias de pacientes referidos para análise de suas coronárias; foram excluídos todos os pacientes com estudos repetidos no período, ou que já tivessem sido submetido a qualquer tipo de tratamento invasivo, no período. Os estudos cineanfiocoronariográficos foram classificados usando o SS, em grupo A (≤ 22), B (23-32) e C (≥ 32). Um observador independente, sem conhecimento do SS de cada paciente, verificou o tipo de tratamento realizado e analisou o percentual de cada grupo. Resultados: As cineangicoronariografias dos 395 pacientes, foram analisadas e mostraram um SS médio de 9,95 ± 10,45. A amostra no grupo A (346 pacientes) tinha um SS médio de 2,83±3,23, no B (31 pacientes) de 11,28±1,12 e no C (18 pacientes) de 22,75±7,89; o índice de confidência foi respectivamente de 7,24±0,71, 25,06±2,39 e 38,05±3,13 para os grupos A, B e C. Dos 395 pacientes, 121 pacientes (30,63%) foram submetidos a angioplastia transluminal percutânea (ATPC), 42 (10,63%) a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) e 232 (58,73%) a tratamento clínico. Dos pacientes submetidos a CRM 18 pertenciam ao grupo C (42,86%) e 24 ao B (57,14%); dos submetidos a ATPC, 7 (5,79%) pertenciam ao grupo B e 114 ao grupo A (94,21%). Conclusão: As DERM, baseadas no SS, estão sendo realizadas, em um centro de alta complexidade no interior do Paraná, porque os pacientes foram submetidos ao tratamento preconizado.

TEMAS LIVRES - 24 e 25/04/2015APRESENTAÇÃO POSTER

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Resumos Temas Livres

38997Bifurcação anômala de artérias coronarianas tratada com implante de stents pela técnica de Culotte: relato de caso

FRANCIELE INOMATA MARIOTI, ANDRE TEIXEIRA DE LIMA BENEDITO, LARISSA GARCIA SIQUEIRA, NAJLA NONIS ZUCOLOTO, RODOLFO LUIS SILVA SOUZA, JULIO DE PAIVA MAIA, JOSÉ FÁBIO ALMIRO DA SILVA e MARCOS FRANCHETTI.

UEM, Maringá, PR, BRASIL - CEDIPAR, Maringá, PR, BRASIL.

Fundamento: Anomalias das artérias coronárias (AAC) são alterações congênitas ao nível da origem, trajeto e estrutura dos vasos epicárdicos, cuja incidência varia de 0,3% a 1,5% em estudos de necropsia ou cinecoronariografia. A maioria das AAC é assintomática, no entanto, a presença de doença aterosclerótica obstrutiva nestes casos pode representar um importante desafio à realização de uma intervenção coronária percutânea (ICP), devido à anatomia pouco usual. Objetivo: Relatar o caso clínico de uma portadora de AAC com lesão coronariana em uma bifurcação complexa, submetida à avaliação fisiológica invasiva e à ICP guiada por ultrassom intracoronariano (USIC). Métodos: Informações obtidas por meio de revisão de prontuário, entrevista com a paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos e revisão da literatura. Relato de caso: D.F.S., 73 anos, hipertensa, dislipidêmica, ex-tabagista, com história familiar positiva para insuficiência coronariana e aneurisma de aorta abdominal, apresentava quadro de angina aos moderados esforços. Foi realizado cinecoronariografia, que demonstrou lesão crítica no óstio da coronária direita (CD), que apresentava origem anômala a partir do terço proximal da artéria descendente anterior (DA), esta última com lesão angiograficamente limítrofe, resultando em um padrão 1,0,1 da classificação de Medina para estenoses em bifurcações. A avaliação fisiológica invasiva, através da reserva de fluxo fracionada (FFR), demonstrou valor de 0,61 para CD e de 0,84 para DA. Devido às comorbidades da paciente e ao risco de oclusão de um eventual enxerto de mamária para DA, foi descartado o tratamento cirúrgico e indicado angioplastia da bifurcação DA/CD anômala. A ICP foi realizada através da técnica de Culotte, utilizando-se dois stents com eluição de Everolimus (XIENCE TM), com sucesso angiográfico e critérios de implante ótimo através do USIC. A paciente recebeu alta 48 horas após o procedimento, em bom estado geral e encontra-se assintomática, em acompanhamento regular, até a presente data. Conclusão: O caso relatado demostra uma ICP com o uso da técnica de Culotte, em paciente com lesão obstrutiva de bifurcação DA/CD anômala, na qual o uso de métodos adjuntos, como o FFR e USIC, permitiu tanto a avaliação detalhada da melhor proposta terapêutica, quanto a otimização do resultado deste tratamento.

39192Análise de prescrição médica realizada por farmacêuticos em uma unidade de cardiologia: intervenções realizadas e aceitabilidade

ALINE DE FATIMA BONETTI, BRUNA ALINE DE QUEIROS BAGATIM, BIANCA DE OLIVEIRA CATA PRETA e PATRICIA CARVALHO BARUEL.

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A análise de prescrição é uma das atividades do farmacêutico clínico e as intervenções deste profissional junto à equipe médica contribuem para melhora de desfechos clínicos. Objetivo: Descrever as intervenções farmacêuticas realizadas a partir da análise de prescrições médicas, descrever a aceitabilidade da equipe e analisar os medicamentos envolvidos nos problemas da farmacoterapia. Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo descritivo realizado no período de setembro de 2013 a junho de 2014 na Enfermaria da Unidade de Cardiologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR). Os farmacêuticos residentes do HC-UFPR realizaram análise de prescrições médicas e avaliaram a ocorrência de problemas da farmacoterapia (PF). Em seguida, foram realizadas intervenções junto à equipe médica, sendo classificadas em: alterações na terapia farmacológica, recomendações de monitoramento e encaminhamentos a outros profissionais e/ou serviços de saúde. Resultados: Neste período houve 202 pacientes internados na unidade avaliada. Foram identificados 106 PF em 60 pacientes. Dos PF identificados, 86% estiveram relacionados ao processo de seleção e prescrição. As intervenções farmacêuticas mais realizadas foram de alteração na terapia farmacológica, classificadas em: início de um novo medicamento (n=26, aceitabilidade 76,9%), suspensão de medicamento (n=18, aceitabilidade 77,7%), alteração de forma farmacêutica (n=18, aceitabilidade 88,8%), redução da dose diária (n=15, aceitabilidade 73,3%), aumento da dose diária (n=11, aceitabilidade 81,8%) e substituição de medicamento (n=6, aceitabilidade 66,6%). Foram realizadas outras 12 intervenções, totalizando 106, das quais 80,6% foram aceitas. Os medicamentos mais envolvidos em PF foram enoxaparina, sinvastatina e antibióticos, correspondendo respectivamente a 22%, 9% e 9%. Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que as intervenções mais realizadas foram início de novo medicamento, suspensão de medicamento e alteração de forma farmacêutica e a maioria das intervenções foi aceita pela equipe médica. Em relação aos medicamentos, os mais envolvidos em PF foram enoxaparina, sinvastatina e antibióticos.

39272Tratamento cirúrgico de persistência do canal arterial em neonatos

PAULA BRAGATO FUTAGAMI, MARIA CECÍLIA L. SILVA e RUI M S S A ALMEIDA.

Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, PR, BRASIL - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR, BRASIL.

Fundamento: A persistência do canal arterial é uma patologia congênita frequente em recém-nascidos prematuros e de baixo peso, é caracterizada pelo não fechamento ou fechamento incompleto do ducto arterial após o nascimento. O tratamento tem como objetivo evitar sequelas a curto e longo prazo, secundária a um shunt ductal de alto volume. A intenção é evitar descompensação respiratória, insuficiência cardíaca, hemorragia intraventricular, doença pulmonar crônica, enterocolite necrosante e morte. O tratamento clínico da persistência do canal arterial é feito usualmente com a administração de inibidores da ciclooxigenase. Na falha do tratamento farmacológico, o ducto arterial é ocluído através do fechamento cirúrgico com o intuito de atenuar suas complicações hemodinâmicas. Objetivo: Identificar a morbidade e a mortalidade em recém-natos submetidos à cirurgia cardiovascular para correção da persistência do canal arterial em pacientes operados pelo Instituto da Cirurgia Cardiovascular do Oeste do Paraná (ICCOP). Delineamento: Trata-se de um estudo de caso e controle (retrospectivo). Pacientes e Métodos: Foram avaliados 15 pacientes submetidos à cirurgia para correção da persistência do canal arterial de dezembro de 2007 a dezembro de 2013. Resultados: O sexo feminino foi preponderante em 66,67% e a idade gestacional média foi de 27,73 semanas ± 2,94. O peso médio ao nascer foi de 1424,33g ±637,33. O diâmetro do canal arterial foi em média de 2,83mm ±0,87. Em 80% dos pacientes haviam patologias associadas à PCA, e 66,67% foram submetidas a tratamento prévio com uso de ibuprofeno ou indometacina. Não houve mortalidade cirúrgica neste grupo de pacientes. Conclusão: O tratamento cirúrgico da persistência do canal arterial mostrou-se eficaz para recém-natos prematuros após falha do tratamento clínico. Não houve mortalidade operatória, observando-se ainda baixa morbidade com este método.

39293O acesso radial esquerdo como vanguarda técnica no estudo coronariográfico em pacientes com revascularização miocárdica cirúrgica prévia: comparação com o acesso femoral convencional

ANDERSON HENRIQUE P. COSTA, DANILLO TAIGUARA RAMOS GOMES DA SILVA, WILTON FRANCISCO GOMES, DANIELA RIBEIRO MARQUES NEJM, LUIZ AUGUSTO LAVALLE e RUBENS ZENÓBIO DARWICH.

Hospital Cruz Vermelha do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital São Vicente, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Santa Cruz, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Vitória, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital VITA, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: O estudo coronariográfico de pacientes submetidos previamente à revascularização miocárdica cirúrgica acarreta um maior risco de complicações para o paciente, bem como maior tempo de exposição à radiação, mais volume de contraste e aumento nos custos quando comparado com o estudo simples coronariano. Objetivo: O presente estudo busca avaliar o uso do acesso radial esquerdo como alternativa ao acesso femoral convencional para diminuir complicações e custos. Delineamento, Amostra e Métodos: Trata-se de uma análise prospectiva, randomizada, multicêntrica, realizada em cinco centros hospitalares de Curitiba. Os 52 pacientes, incluídos entre outubro de 2014 e fevereiro de 2015, foram randomizados para Grupo 1 (acesso femoral, n=29) ou grupo 2 (acesso radial, n=23). Realizou-se comparações quanto à exposição à radiação, volume de contraste utilizado, tempo de permanência hospitalar, número de cateteres utilizados e custos. Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com média de idade de 63 anos, tempo médio de revascularização miocárdica de 5 anos. O número de enxertos por paciente foi similar entre os grupos (grupo 1 = média 3,2 +/- 1,19 e grupo 2 = média 3,1 +/- 1,15, p NS). Houve diferença no tempo de permanência hospitalar em favor do grupo com acesso radial (grupo 1 = 5,84 +/- 8,90 horas e grupo 2 = 2,25 +/- 0,57 horas, p < 0,05 ), sem diferenças quanto exposição à radiação (grupo 1 = 18,52 +/- 8,28 minutos e grupo 2 = 20,40 +/- 6,58 minutos, p NS), volume de contraste utilizado (grupo 1 = 168,66 +/- 33,98 e grupo 2 = 156,92 +/- 35,91ml, p NS) e número de cateteres utilizados (grupo 1 = 3 +/- 0,87 e grupo 2 = 2,87 +/- 0,89, p NS). Conclusão: Esta análise mostrou que o acesso radial esquerdo é uma alternativa aceitável ao acesso femoral no estudo coronariográfico de pacientes com revascularização cirúrgica prévia, levando a diminuição do tempo de permanência hospitalar. Uma análise com um maior número de pacientes, já em andamento, nos trará mais informaçoes quanto aos benefícios do acesso radial esquerdo nesse contexto.

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Resumos Temas Livres

39296Perfuração na artéria radial direita resolvida com o uso da técnica Balloon Assisted Tracking: evitando a troca de via e garantindo o sucesso do procedimento

DANILLO TAIGUARA RAMOS GOMES DA SILVA, WILTON FRANCISCO GOMES, ANDERSON HENRIQUE P. COSTA, DANIELA RIBEIRO MARQUES NEJM, RUBENS ZENÓBIO DARWICH e LUIZ AUGUSTO LAVALLE.

Hospital Cruz Vermelha do Paraná - Hospital São Vicente, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Santa Cruz - Hospital Vitória, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital VITA, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: Em intervenções coronárias percutâneas em artérias radiais de fino calibre, com tortuosidades extremas e/ou espasmos, o avanço do cateter guia pela artéria radial torna-se um desafio, aumentando o risco de complicações, como perfurações ou dissecções. Objetivo: Descreveremos a seguir um caso de perfuração da artéria radial, onde a nova técnica Balloon Assisted Tracking foi utilizada para a resolução do problema. Relato de caso: Um paciente de 57 anos, do sexo masculino, hipertenso e grande tabagista, foi submetido a cinecoronariografia devido quadro de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST em parede inferior. Após a cinecoronariografia diagnóstica com cateteres 5F, um cateter 6F JR4 guiado por um guia padrão de 0,032” não avançou pela artéria radial e o paciente se queixou de muita dor na região cubital direita. Feito uma angiografia de controle, foi evidenciado uma artéria radial de fino calibre, espástica, com uma perfuração e extravasamento de contraste para fora do vaso. Nesse momento, optou-se por utilizar a nova técnica Ballon Assisted Tracking, onde um balão semicomplacente ajuda no avanço do cateter guia, por diminuir o chamado “efeito navalha” exercido pelo cateter na artéria radial. Dessa forma, conseguimos avançar o cateter guia pela artéria radial, alcançando a Aorta, e conseguimos realizar, de forma até confortável, todo o procedimento de angiolastia coronariana com implante de stent na coronária direita, que era a culpada pelo infarto, tudo isso sem precisar mudar a via de acesso para a via femoral. Ao término do procedimento angioplástico, ao se refazer o recuo do cateter guia para sua retirada, foram feitas angiografias de controle, e no segmento da artéria radial onde tinha ocorrido a complicação, agora se revelava uma perfuração selada e resolvida, sem extravasamento de contraste. Conclusão: O caso acima descrito mostra o uso com sucesso de uma nova técnica que auxilia na resolução de complicações com o acesso radial, sendo que neste caso de perfuração do vaso, permitiu não só a continuidade do procedimento, como também selou a perfuração.

39339Síndrome de DiGeorge com interrupção do arco aórtico

EDCARLO SOLERA, FELIPE PUCCI e CRISTIANE NOGUEIRA BINOTTO.

Universidade Positivo, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A Síndrome de DiGeorge (DGS) é uma doença genética rara, cuja incidência é de aproximadamente 1/4000 nascidos vivos. É caracterizada pela microdeleção de um gene ou de um grupo de genes adjacentes no cromossomo 22q11(del22q11), acredita-se que cerca de 5% das crianças com defeitos cardíacos congênitos apresentam essa microdeleção Contudo, seu diagnóstico é difícil, ocasionando assim um retardo no início do tratamento. Objetivo: Descrever os principais achados clínicos da DGS em um paciente pediátrico, correlacionando-os com a literatura atual, o que permite um diagnóstico precoce e um melhor prognóstico aos indivíduos acometidos por está patologia. Delineamento: Relato de Caso. Métodos: Paciente do sexo feminino, 4 anos e 6 meses de idade admitida no serviço de cardiologia pediátrica à nível terciário para correção de comunicação interventricular. Sendo esta a segunda cirurgia cardíaca da paciente, que apresentava o diagnóstico pré-natal por ecocardiografia fetal de interrupção de arco aórtico. Com um dia de vida foi admitida na Unidade de Terapia Intensiva para tratamento cirúrgico, sendo realizada a correção da interrupção e bandagem da artéria pulmonar. O diagnóstico da DGS foi feito durante o internamento hospitalar de 186 dias. Discussão: A síndrome de DiGeorge está associada à anormalidades craniofaciais, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiências imunológicas, hipoplasia de timo e paratireoides, malformações cardíacas e dos grandes vasos. O desconhecimento deste fenótipo característico pode resultar em atraso diagnóstico. Sendo assim, o conhecimento destas características associado a um pré-natal adequado – permitem o diagnóstico precoce da síndrome proporcionando melhor prognóstico aos pacientes. Conclusão: A anamnese e exame físico, associados a outros métodos diagnósticos são imprescindíveis para o levantamento da suspeita clínica da DGS. Portanto, o diagnóstico precoce combinado com terapia multidisciplinar pode estabelecer melhor prognóstico e qualidade de vida aos indivíduos acometidos pela síndrome.

39343Qualidade das evidências científicas nas orientações sobre diagnóstico e tratamento propostas nas diretrizes de hipertensão arterial: estudo comparativo

MARIAH R PAULINO, EMILTON LIMA JUNIOR, HELOISA ARANTES ZANIN, MAURICIO MONTEMEZZO, THAISA ANDREA DA SILVA MAIA e LEONARDO PIAZZA.

Hospital Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL - Pontificia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: As recomendações das diretrizes sobre diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) são importantes para orientar a prática clínica e estabelecer parâmetros para qualidade do atendimento. Objetivo: O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a qualidade do nível de evidência científica das referências utilizadas para manejo clínico da HAS entre essas diretrizes. Métodos: Foi realizada uma classificação segundo o Center for Evidence Based Medicine em relação ao nível de evidência científica das referências citadas para diagnóstico e tratamento da HAS pelas últimas diretrizes americana, brasileira e europeias sobre HAS. Resultados: Em relação ao tratamento da HAS, a diretriz americana foi a que mais utilizou referências com o nível de evidência científica um (57,69%) e a diretriz europeia foi a que menos utilizou esse nível (28%) para as suas orientações sobre tratamento de HAS. A diretriz brasileira foi a que mais utilizou o nível de evidência cinco (14,91%). Em relação ao diagnóstico de HAS a diretriz que mais citou referências de nível de evidência um foi a americana (64,2%). Conclusão: Após análise crítica e sistemática destas diretrizes nos convencemos que seria melhor produzir diretrizes que se ativessem somente em utilizar evidências de nível um e dois. Sendo assim acreditamos que pudessem ser mais objetivas e de mais segurança em sua utilização e com isto tentar resgatar a credibilidade deste tipo de publicação.

39357Pericardite pós-infarto agudo do miocárdio: um relato de caso de síndrome de Dressler

RAFAEL FARIA BARBOSA, MARCUS ROBERTO ANDREUCCI, MARCUS DE PAIVA THEODORO, EDERVAL KEY HAYASHI e HENRIQUE LUDWIG BUENO.

Hospital Santa Rita - ABBS, Maringá, PR, BRASIL.

Fundamento: Até 5% dos pacientes que são admitidos com queixa de dor torácica nos serviços de emergência, nos quais foi afastada insuficiência coronariana aguda, tem pericardite aguda como causa da dor, sendo a pericardite pós IAM uma das etiologias. Objetivo: Relatar o caso de um paciente admitido com quadro de dor torácica aguda e os desdobramentos do seu diagnóstico, tratamento e evolução clínica. Delineamento: Relato de caso, com informações obtidas através da entrevista do paciente, revisão do prontuário, registro dos exames complementares realizados durante o internamento e revisão da literatura. Métodos: Paciente do sexo masculino, 47 anos, com dor torácica constrictiva, de forte intensidade, iniciada 6 horas antes da admissão, sem fatores agravantes ou atenuantes. Apresentou febre e diarréia concomitante ao início do sintoma. Apresentou episódio de dor torácica súbita 10 dias antes, com duração de algumas horas. Previamente diabético. REG, ausculta cardíaca com ritmo regular, FC 45bpm, sem sopros, com atrito pericárdico. PA 80x60mmHg e temp. 36ºC. Sem alterações de outros segmentos/sistemas. ECG: SST côncavo e difuso (D1, aVL, V2 a V6). Exames laboratoriais demonstraram discreta alteração da CPK, CKMB normal e troponina positiva, além de VHS e PCR elevados. Ecocardiograma com alteração segmentar da contratilidade de VE e derrame pericárdico. CATE evidencia DAC multi-arterial. Iniciado tratamento para pericardite com ibuprofeno 600mg VO 6/6 horas. Resultados: Melhora total da dor < 24h após início do AINE. Atrito pericárdico resolveu em 3 dias. Alterações eletrocardiográficas melhoraram em 24 horas, com normalização após 2 dias. Recebeu alta hospitalar após 10 dias, assintomático, com AINE até completar 14 dias e programado RM cirúrgica após resolução da fase aguda da pericardite. Conclusão: Considerando a alta prevalência de IAM em nosso meio e a ocorrência não rara de IAM silencioso, torna-se importante considerar a pericardite como diagnóstico diferencial do paciente re-admitido com dor torácica no serviço de emergência, tanto os casos mais precoces quanto os casos mais tardios, que no caso, podem enquadrar-se nos critérios da síndrome de Dressler.

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39361Amiloidose cardíaca: relato de caso

RAFAEL RAFAINI LLORET, JUSSARA REGINA SOUSA RODRIGUES, LÍVIA FERRAZ ACCORSI, VICTOR GUALDA GALORO, RAFAEL AUGUSTO MENDES DOMICIANO, DEIVIDE RIBEIRO SILVEIRA e BERNARDO NOYA ALVES DE ABREU.

Hospital do Coração, São Paulo, SP, BRASIL.

Fundamento: Amiloidose cardíaca (AC) é uma doença rara causada pelo depósito celular de fibrilas amiloides, que são responsáveis pela alteração no tecido miocárdico. Esse quadro pode ocasionar o desenvolvimento de insuficiência cardíaca diastólica, como veremos a seguir. Relato de caso: RSC,masculino, 77 anos, deu entrada com queixa de fadiga, perda de peso, aumento de circunferência abdominal, edema em membros inferiores e dispnéia nos últimos seis meses. Referiu que há um mês havia apresentado piora tanto no quadro dispneico quanto no volume abdominal. Ao exame foi observado que o paciente apresentava emagrecimento importante, além de ascite volumosa, edema de membros inferiores e presença de sopro sistólico em foco mitral discreto. Eletrocardiograma mostrando complexo QRS de baixa voltagem e ritmo de fibrilação atrial. Solicitado ecocardiograma que evidenciou aumento importante dos átrios, Ventrículo esquerdo com espessura aumentada e aspecto pontilhado em “vidro fosco”, fração de ejeção de 42%, pressão de artéria pulmonar de 46, Veia Cava Inferior dilatada sem complacência com o ciclo respiratório e redução da função diastólica do tipo restritivo. Realizado: (1) Investigação etiológica que excluiu proteinúria; (2) Ultrassonografia abdominal evidenciando volumosa ascite; (3) Sorologia para Chagas, AntiHBc (anti-core), Anti HBs e Sorologia para Hepatite A positivos. Foi identificada a presença de anemia normocítica e normocrônica, Clearence de creatinina (ClCr): 12mg/dL, Pro BNP: 14000, troponina I: 0.184, eletroforese de proteínas mostrando hipergamaglobulinemia monoclonal e marcadores reumatológicos negativos. Devido à função renal, optamos pela realização de biopsia endomiocárdica, que evidenciou quadro de AC. Foi retirado o betabloqueador e IECA do paciente, otimizou-se o diurético de alça, o que resultou em uma melhora clínica importante, diminuição da ascite e evolução importante da função renal (ClCr:62,9 mg/dL). Discussão: AC é uma doença progressiva com prognóstico reservado podendo ter uma sobrevida de seis meses quando o paciente apresenta sintomas decorrentes do comprometimento cardíaco, tornando-se um desafio clínico. As formas de tratamento incluem alternativas que apresentam resultados discutíveis, como a quimioterapia, agentes alquilantes, transplantes de célula tronco autóloga e transplante cardíaco. O tratamento de alívio acaba sendo a opção mais viável que possuímos atualmente, sendo os diuréticos a principal classe medicamentosa.

39362Relato de caso: endocardite infecciosa precoce em prótese mecânica valvar aórtica tratada clinicamente com Daptomicina

VICTOR GUALDA GALORO, RAFAEL RAFAINI LLORET, JUSSARA REGINA SOUSA RODRIGUES, LÍVIA FERRAZ ACCORSI, RAFAEL AUGUSTO MENDES DOMICIANO, DEIVIDE RIBEIRO SILVEIRA, ÊNIO BUFFOLO, GUILHERME HENRIQUE C. FURTADO.

Hospital do Coração, São Paulo, SP, BRASIL.

Fundamento: Endocardite Infecciosa (EI) protética, doença grave de elevada taxa de mortalidade hospitalar (20-40%), alto risco de embolia (20-50%) para órgãos como cérebro e baço principalmente. Ocorre em 1-6% dos pacientes, sendo responsável por 10-30% de todos os casos de EI, afetando igualmente próteses mecânicas e biológicas. Relato de caso: ABR, 28 anos, masculino, com antecedente de valvopatia reumática com implante de bioprótese aórtica e Mitral. Após 7 anos apresenta disfunção e necessidade de retroca, dessa vez com próteses metálicas. No 16º pós-operatório, apresentou pico febril isolado e dor abdominal em hipocôndrio esquerdo sem melhora com analgésicos. Na admissão encontrava-se afebril, com exames iniciais mostrando leucocitose com desvio a esquerda e PCR > 90mg/l. Ecocardiograma (ECO) Transtorácico com próteses normofuncionantes e ressonância magnética (RNM) de abdômen com necrose esplênica envolvendo mais de 50% de seu parênquima, sugerindo a hipótese de embolização. Realizado ECO Transesofágico com presença de 2 pequenas imagens de aspecto algodonoso, móveis, em face ventricular do anel protético aórtico sugestivas de vegetação. Iniciado antibioticoterapia empírica para EI precoce com Daptomicina, Rifampicina e Gentamicina até resultados das hemoculturas que foram positivas para Staphyloccocus epidermidis. Evoluiu sem novos fenômenos embólicos, com boa resposta ao tratamento clínico, com involução gradativa das vegetações nos ECOs de controle, até seu desaparecimento e após 6 semanas de tratamento recebeu alta hospitalar sem necessidade de tratamento cirúrgico. Discussão: Na EI protética o tratamento cirúrgico frequentemente é indicado, principalmente nos casos de EI precoce, EI complicada com disfunção grave da prótese, na presença de sinais de Insuficiência Cardíaca ou de abscesso e infecções não controladas.Estudos recentes indicam que a resistência antimicrobiana dos patógenos Gram-positivos tem aumentado. Nesse contexto, a Daptomicina vem sendo utilizada desde 2006 de forma bem sucedida como opção no tratamento da bacteremia e EI de câmaras direitas por espécies de Staphylococcus; podendo ser utilizada também no tratamento da EI câmaras esquerdas. Nas EI protéticas causadas por S. coagulase negativo, como no caso relatado, a vancomicina associada à Rifampicina (≥ 6 semanas) e gentamicina (2 semanas) é considerada a primeira linha de tratamento, porém atualmente, a Daptomicina é considerada uma alternativa no tratamento.

39365Relato de caso: fístula de artéria coronária (FAC) da coronária direita (ACD) para o ventrículo esquerdo (VE)

RAFAEL RAFAINI LLORET, LEOPOLDO SOARES PIEGAS, RICARDO PAVANELLO, DEIVIDE RIBEIRO SILVEIRA, RAFAEL AUGUSTO MENDES DOMICIANO, JUSSARA REGINA SOUSA RODRIGUES, LÍVIA FERRAZ ACCORSI, VICTOR GUALDA GALORO, BERNARDO NOYA ALVES DE ABREU.

Hospital do Coração, São Paulo, SP, BRASIL.

Fundamento: As FAC são comunicações entre a rede coronária e as cavidades cardíacas, artéria pulmonar ou seio coronário. Podem ser congênita (incidência de 0,2 a 0,4%) ou secundária a processos traumáticos e/ou inflamações localizadas. São mais comuns drenando para câmaras direitas, de baixa pressão; sendo, a FAC da ACD para o VE, muito mais rara. Relato de caso: HT, masculino, 66 anos, admitido com precordialgia típica em repouso e duração de 15 minutos. Antecedente de síncope há 1 ano sem investigação, tabagista 40 anos-maço, sedentário, obesidade. Ao exame: ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações, sem edemas, pulsos simétricos. Eletrocardiograma em ritmo sinusal, FC 63bpm, eixo QRS + 45 graus e segmento ST normal. Troponina inicial 0,325 e pico de 3,20ng/ml. Iniciado protocolo para SCA sem supra de ST e estratificação invasiva precoce. Na cinecoronariografia evidenciou-se ACD com lesão discreta distal e presença de FAC para VE, lesão proximal de 80% em artéria descendente anterior (ADA) com circulação colateral para ACD, com hipocontratilidade médio basal da parede inferior. Realizada angioplastia primária com stent farmacológico em ADA. Realizado angiotomografia de coronárias (Angio-TC) que confirmou a presença de FAC da ACD para o VE. Ecocardiograma com cavidades cardíacas normais, FEVE 62%, sem alteração da contratilidade segmentar. Recebeu alta em uso AAS, clopidogrel, enalapril, metoprolol, estatina e conduta conservadora em relação à FAC após discussão entre as equipes clínica e cirúrgica, uma vez que o paciente não apresentava repercussão clínica e estrutural miocárdica. Discussão: A maioria dos pacientes com FAC é assintomática; quando sintomático, os sintomas variam desde insuficiência cardíaca, dispnéia aos esforços, palpitações e dor torácica isquêmica (por fenômeno de “roubo de fluxo coronário”). No exame físico, faz-se suspeitar na presença de sopros contínuos. Como propedêutica complementar, encontram papéis importantíssimos a radiografia, o eletrocardiograma, o ecocardiograma (especialmente quando há dilatações importantes da artéria coronária envolvida ou fluxo de alto débito), a cinecoronariografia (padrão ouro) e a Angio-TC, que vem ganhando seu espaço nesse meio. O tratamento pode ser clínico ou invasivo (cirúrgico/percutâneo) a depender de seu fluxo e de suas repercursões hemodinâmicas/clínicas.

39372Valvuloplastia percutânea por cateter balão de prótese biológica em posição mitral: relato de caso

MICHELE PALMEIRA DA SILVA, MARCELLE SA MACHADO DE ARAUJO, RENATA WALESKA MARQUES PACHECO, DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA, DEBORA MACHADO, THIAGO MARINHO G. V. PRADO, GLAUCIA RICCI TOLOMEI, BRUNO BEZERRA FELIX, LANIER TADEU GARCIA DE PAULA JUNIOR, MARIA DE FATIMA MARTINS GIL DIAS e FABIO RODRIGUES DE ANDRADE.

Unirio, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL.

Fundamento: A valvoplastia mitral percutânea por cateter balão apresenta taxa de sucesso entre 80 e 95% em valva nativa, porém pouco se sabe sobre o resultado desse procedimento em prótese valvar mitral biológica. A estenose mitral e a estenose de prótese biológica em posição mitral avançadas traduzem-se numa condição frequentemente letal. O tratamento clínico pode aliviar os sintomas, mas não há eficácia quanto a obstrução do fluxo transvalvar. A valvuloplastia mitral percutânea por cateter balão para o tratamento da estenose mitral revolucionou o tratamento desta doença em pacientes selecionados e nos quais há contra-indicação ou alto risco cirúrgico. Objetivo: Relatar caso de valvuloplastia percutânea por cateter balão em prótese mitral biológica. Relato de caso: Paciente de 62 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, portador de DPOC e insuficiência renal moderada, cirurgia de revascularização miocárdica há 13 anos, angioplastia coronariana prévia e troca valvar mitral com implante de prótese biológica há 7 anos, deu entrada com dispnéia aos pequenos esforços que progrediu para dispnéia em repouso (CF IV-NYHA). Ao exame, encontrava-se confuso, dispnéico e hipotenso. Foi internado em UTI, iniciada infusão de drogas vasoativas e diuréticos com estabilização clínica do quadro em 24h. Realizado ecocardiograma que evidenciou disfunção do VE, aumento do AE, prótese mitral biológica com pouca mobilidade gerando estenose mitral moderada a grave com área valvar 0,8cm², gradiente médio AE-VE de 18mmHg e pressão estimada de artéria pulmonar em 55mmHg. Devido as comorbidades e escore de risco (EUROSCORE II 59%) elevado, indicou-se realização de valvoplastia de prótese biológica em posição mitral. Resultados: Procedimento realizado com cateter balão, obtendo-se como resultado gradiente diastólico de 3mmHg, área valvar de 1.5cm² e melhora clínica exuberante (CF II). Recebeu alta 2 dias após o procedimento. Em sua evolução ambulatorial, 1 mês após, encontrava-se estável do ponto de vista funcional (CF II-NYHA). Conclusão: A indicação do procedimento percutâneo foi a modalidade terapêutica de escolha devido ao alto risco cirúrgico, apesar da pouca experiência na literatura médical. Vale ressaltar a significativa melhora clínica (estimada em classe funcional da NYHA) obtida, alterando favoravelmente o curso clínico de uma doença que seria, neste caso, terminal.

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39385Angioplastia com stent de enxerto aorto-coronariano de veia safena utilizando a técnica “Distal Anchor Balloon” – recurso extremo para entrega de stent em angioplastias complexas

LUIZ AUGUSTO LAVALLE, WILTON FRANCISCO GOMES, ANDERSON HENRIQUE P. COSTA, DANILLO TAIGUARA RAMOS GOMES DA SILVA, DANIELA RIBEIRO MARQUES NEJM e RUBENS ZENÓBIO DARWICH.

Hospital São Vicente, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Cruz Vermelha do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Santa Cruz, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A falha na entrega de stent em angioplastias é um evento incomum, porém relacionado a alta morbidade. Este problema está relacionado a características da lesão a ser tratada (calcificação, comprimento da lesão e tortuosidade do vaso alvo) e dificuldades técnicas do procedimento, como suporte adequado do catéter guia. Neste relato apresentamos uma angioplastia de enxerto aorto-coronário de veia safena para ramo Descendente Anterior (Sf-DA), na qual a entrega do stent só foi possível após utilizar a técnica Distal Anchor Balloon (DAB). Objetivo: Relatar um caso desafiador onde a técnica DAB foi a única alternativa possível para entrega de stent e sucesso da angioplastia. Relato de caso: Um paciente do sexo feminino, de 81 anos, com história de hipertensão arterial, Diabetes Mellitus e doença coronariana com revascularização cirúrgica há 10 anos, foi admitida com síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST. O Eletrocardiograma da admissão mostrava corrente de lesão sub-endocárdica e isquemica sub-epicárdica Anterior extensa. A cineangiocoroariografia demonstrou lesão crítica de 95% em 1/3 médio enxerto Sf-DA. Optado por angioplastia de urgência. Múltiplos catéteres guia foram utilizados para tentativa de canular o óstio do enxerto com suporte adequado, porém sem sucesso. Apesar do sucesso em ultrapassar a lesão com corda guia, houve extrema dificuldade em cruzar a lesão com balões para pré-dilatação e insucesso em cruzar a lesão com stent. Recursos como “buddy wire” e “Buddy balloon” foram utilizados, porém sem sucesso. A técnica tradicional de “Anchor balloon”, na qual insufla-se um balão em um ramo lateral para auxiliar no suporte para cruzar a lesão com stent não era possível por se tratar de um enxerto. Neste momento, optou-se pela modificação desta técnica, chamada “Distal Anchor Balloon”, na qual um balão semi-complacente de baixo perfil cruza a lesão e é insuflado distalmente para “ancorar” todo o sistema e permitir o cruzamento da lesão pelo stent, que foi liberado com sucesso. Não houve complicações e o resultado angiográfico foi considerado bom. Conclusão: A utilização da técnica DAB pode ser considerada em um cenário extremo na qual todas as técnicas tradicionais para entrega de stent em angioplastias complexas falharam, especialmente em situações de gravidade clínica onde a angioplastia apenas com balão ou tratamento conservador não são aceitáveis.

39394Presença de insuficiência cardíaca de alto débito por aneurisma de seio de Valsalva em paciente de 58 anos

HENRIQUE LUDWIG BUENO, MARCUS R ANDREUCCI, MARCUS P THEODORO, EDERVAL K HAYASHI, ANDRE L TYSZKA e RAFAEL F BARBOSA.

Hospital Santa Rita de Maringá, Maringá, PR, BRASIL.

Fundamento: O aneurisma do seio de valsalva (ASV) é uma condição rara causada pela baixa espessura da parede aórtica na localização do seio aórtico. Apesar de raro, possui alta morbi-mortalidade e sua identificação precoce é a chave para melhoria dos resultados. Objetivo: Demostrar com a descrição de um caso a metodologia diagnóstica para o aneurisma do seio de valsalva. Delineamento: Relato de um caso de um paciente masculino de 58 anos, com aneurisma do seio de valsalva com fístula para o ventrículo direito. Pacientes e Métodos: Paciente 58 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em tratamento regular, tabagista de 30 anos/maço, deu entrada no pronto socorro cardiológico com quadro de dispneia há 2 meses, aos mínimos esforços. O ecocardiograma demonstrou a presente de aneurisma do seio de Valsalva, de cerca de 76mm. A cineangiocoronariografia demonstrou a mesma estrutura aneurismática, além de redução luminal de cerca de 50% desde a origem de coronária direita até o terço proximal. Apesar da indicação de cirurgia precoce, paciente optou por alta, tendo recebido alta a pedido. Após 2 semanas da alta do paciente, paciente retornou para o pronto socorro cardiológico. Não apresentava novos dados na anamnese e o exame físico. A avaliação da equipe cardiológica optou por cirurgia. A cirurgia não teve intercorrências inesperadas e o pós-operatório foi realizado na UTI. No 4º dia do pós-operatório, paciente apresentou ritmo de fibrilação atrial paroxística. A manutenção do quadro levou a colocação de marca-passo definitivo tipo DDD, no 7º dia do pós-operatório, realizado sem intercorrências. Paciente evoluiu bem, indo de alta hospitalar no 11º dia de internamento. Conclusão: O caso apresentado representa a ocorrência de um evento raro, porém de alta morbimortalidade e fundamental se torna a atenção médica para o quadro para que não ocorra erro. O diagnóstico se deu com o ecocardiograma. A cineangiocoronariografia (CATE) mostrou a presença de uma estrutura aneurismática comprometendo a circulação coronária direita. Apesar da baixa incidência na população o uso correto dos meios diagnósticos permitiu a elucidação do caso.

39407Miocardite viral aguda

VIVIANE MORON, GABRIELA F G ARFELLI, MARCOS A A PIRES, PEDRO L CARVALHO, IVO A N SILVA, ANELISE S BRUNELLI, THIAGO P F D PRADO, FLAVIO R C SILVEIRA, THAISA C F ABEGAO, RICARDO J RODRIGUES e LAERCIO UEMURA.

Centro de Doenças do Coração, Londrina, PR, BRASIL.

Fundamento: A miocardite é um processo inflamatório do músculo cardíaco que pode ser causado por doenças infecciosas (principalmente por vírus), doenças sistêmicas, drogas e toxinas.Principal vírus é coxsackie tipo B. Relato de caso: Paciente masculino, 37 anos, internado para tratamento de uma pneumonia comunitária evolui com quadro de palpitação e sudorese. Exame físico: taquicardico, hipotenso. ECG: taquicardia ventricular. Revertida com cardioversão elétrica com 300 J. Durante a internação evolui com disfunçaõ de VE grave, com vários episódios de TV mesmo com tratamento clínico otimizado, sendo indicado implante de CDI. (Classe IIa- Implante de CDI na Prevenção Primária de MS em pacientes com cardiomiopatia dilatada na fase crônica da miocardite, CF II-III, com FEVE ≤ 35% e expectativa de vida de pelo menos 1 ano).ECO: FE 0,57. Sorologias para vírus negativas. Cateterismo: sem lesões e VE com discreto déficit contrátil por hipocinesia difusa. A RNM: necrose/fibrose secundária a injuria não isquêmica (miocardite). Introdução: A incidência de miocardite é imprecisa. Há predominância no sexo masculino (especialmente em faixa etária mais jovem). Sua etiologia é multifatorial - infecções, causas imunológicas, toxinas, drogas e agentes físicos como a radiação. A fase aguda: agressão viral direta; a subaguda: resposta imune inadequada; e a crônica: desenvolvimento de miocardiopatia dilatada. As complicações como TV não sustentadas assintomáticas não devem receber terapia específica. As arritmias ventriculares sustentadas devem ser tratadas com drogas antiarrítmicas após a reversão elétrica aguda. O exame padrão ouro para diagnóstico de miocardite é através de critérios histopatológicos, porém a maioria dos pacientes com suspeita de miocardite aguda, não é submetida à biopsia endomiocárdica. Nesse caso, optou-se pela RMC que demonstrou áreas de necrose/ fibrose em endocárdio o que é compatível com miocardite. Discussão: A apresentação da miocardite é variável,pode ser assintomática ou levar a arritmias que causam morte súbita. O tratamento atual de suporte é com IECA ou BRA e com bloqueador beta-adrenérgico. Relatamos um caso clínico de miocardite aguda em paciente jovem que apresentou TV sem causa definida, sem doença cardíaca prévia. Conclusão: A miocardite deve sempre ser investigada em arritmias sem causa.Bobliografia: Braunwald - Tratado de Doenças Cardiovasculares; Arq Bras Cardiol: 2013.

39408Aneurisma móvel do seio de Valsalva não coronariano e tratamento cirúrgico: um relato de caso

ÍCARO DE ALMEIDA TOLEDO PIRES, ANDRÉS MELLO LÓPEZ, GUSTAVO LENCI MARQUES, MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO, LUIZ CESAR GUARITA SOUZA, PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI e CLAUDIO PEREIRA DA CUNHA.

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: O aneurisma de seio de Valsalva é uma condição rara, com incidência de < 0,1% na população em geral, sendo os localizados no seio não coronariano apenas de 10-30% desse total. A perfuração do aneurisma implica em consequências que variam com a extensão do fluxo da comunicação e a localização da mesma, podendo levar ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca repentina. Objetivo: O objetivo do trabalho é relatar um caso de aneurisma do seio de Valsalva não coronariano com comprometimento do fluxo da valva mitral tratado através de intervenção cirúrgica. Delineamento: O estudo trata um relato de caso. Pacientes e Métodos: Foi realizada análise de prontuário e revisão bibliográfica nas bases de dados MEDLINE e SciELO. Resultados: Paciente de 66 anos, do sexo masculino, ex-tabagista de 25 anos-maço, internado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná com queixa de dispneia progressiva de início há 4 meses e edema em membros inferiores. Em decúbito lateral esquerdo queixava-se de palpitações e piora da dispneia. Antes do internamento foi realizado tratamento empírico para insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica, sem melhora dos sintomas. Realizou exame de ecocardiograma transtorácico três dias antes do internamento no qual se observou um aneurisma gigante do seio de Valsalva não coronariano móvel se insinuando para o interior do átrio esquerdo, de dimensões 7,43cm x 5,67cm, além de presença de trombos no apêndice atrial. Cinco dias após o internamento sofreu um episódio de ataque isquêmico transitório de 30 minutos. Conclusão: Angiotomografia confirmou dilatação aneurismática de aspecto sacular comprometendo seio não coronariano, projetando-se para átrio esquerdo. Em duas semanas foi submetido a intervenção cirúrgica por toracotomia mediana para fechamento do aneurisma com patch de pericárdio bovino e sutura em anel de valva aórtica e parede da aorta.

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39422Perfil epidemiológico dos pacientes com doença arterial coronariana submetidos ao serviço de Terapia Renal Substitutiva do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa

ARIANA PAULA DE CAMPOS JUMES, EDUARDO ANTUNES MARTINS, EVEN EDILCE MOL, MAICON RAMOS PINTO, ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS e ADRIANA FÁTIMA M SCHUINSKI.

Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL - Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL.

Fundamento: A doença renal crônica (DRC) é caracterizada como fator de risco independente para doenças cardiovasculares, sendo a doença arterial coronariana (DAC) responsável pela maioria dos eventos fatais. Objetivo: Estimar a prevalência de DAC entre os pacientes com DRC, bem como caracterizar o perfil epidemiológico dos mesmos. Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo analítico observacional do tipo seccional realizado na unidade de Terapia Renal Substitutiva do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa. Aplicou-se o Teste de Grubbs para todos os resultados com a finalidade de detecção de qualquer outlier. Nos casos em que ocorreu a presença de um outlier optou-se pela alternativa mais adequada entre mediana e média, enquanto que naqueles em que não houve detecção optou-se por realizar média. Os resultados estão apresentados como média ± desvio padrão ou como razão de chances e intervalo de confiança de 95%. Pacientes e Métodos: Analisaram-se os prontuários dos 207 pacientes com DRC submetidos ao serviço de terapia renal substitutiva da Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa. Destes, 35 apresentaram DAC documentada. O grupo com DAC documentada foi avaliado quanto à idade, tempo de doença renal crônica, gênero (feminino ou masculino), tipo de diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal), presença de hipertensão arterial sistêmica (HAS), presença de diabetes melito (DM), colesterol HDL e colesterol não-HDL. Resultados: A prevalência de DAC documentada foi de 16,91%. A média de idade dos pacientes foi de 54,86 ± 12,94 e a média de tempo de doença renal crônica foi de 5 ± 3,8. Dos 35 pacientes, 21 (60%) eram do sexo masculino e 14 (40%) do sexo feminino; 29 (82,86%) realizavam hemodiálise, enquanto 6 (17,14%) realizavam diálise peritoneal. A presença de HAS foi encontrada em 22 (62,86%) pacientes; a presença de DM foi encontrada em 5 pacientes (14,29%) e a presença concomitante de HAS e DM foi encontrada em 4 (11,43%) pacientes. 22 (62,86%) pacientes apresentaram colesterol LDL fora das metas terapêuticas, ao passo que 100% dos pacientes apresentaram colesterol HDL fora da meta estimada. Conclusão: Devido à alta prevalência de DAC encontrada, corrobora-se que a DRC é um fator de risco independente para DAC e que medidas intervencionistas devem ser adotadas a fim de melhorar o prognóstico dos pacientes com DRC submetidos à diálise.

39429Perfil clínico e epidemiológico de pacientes com doença arterial coronariana atendidos em um hospital de referência em cardiologia

EVEN E MOL, MAICON RAMOS PINTO, ARIANA PAULA DE CAMPOS JUMES e ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS.

Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL - Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL.

Fundamento: A doença arterial coronariana (DAC) representa a principal causa de óbito no Brasil e em vários países do mundo, gerando os maiores custos referente às internações hospitalares no país, juntamente com outras doenças cardiovasculares. Objetivo: Estabelecer o perfil dos pacientes com DAC atendidos no pronto atendimento do hospital Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, a prevalência dos fatores de risco (FR) para doença cardiovascular (DCV), bem como a comparação entre os sexos quanto aos FR para DCV. Delineamento: Estudo epidemiológico retrospectivo, descritivo e transversal. Pacientes e Métodos: Foram analisados 337 prontuários de pacientes com DAC (angina estável, instável e infarto agudo do miocárdio). As variáveis analisadas foram: gênero, idade, cor, estado civil, procedência, escolaridade e os FR para DCV. Resultados: A média de idade da amostra foi de 60,97 ± 10,72 anos, sendo 64,09% do sexo masculino. A maioria dos indivíduos é de Ponta Grossa (53,71%), da raça branca (90,06%), casada (74,18%) e com baixa escolaridade (53,71%). Dentre as classificações das doenças isquêmicas do miocárdio, a maioria (73,59%) foi diagnosticada com angina pectoris (angina estável e instável) e 26,41% com infarto agudo do miocárdio. Os FR mais prevalentes em indivíduos com DAC foram: hipertensão arterial sistêmica (HAS) (88,72%), dislipidemia (DSLD) (59,94%), DCV aterosclerótica prévia (46,57%) e diabetes mellitus (45,10%). Os FR menos encontrados foram: doença renal crônica (5,93%), tabagismo (30,86%) e história familiar para DAC (32,94%). A obesidade foi encontrada em 21,07% dos pacientes, contudo, quando se engloba o sobrepeso, observa-se que mais da metade dos indivíduos com DAC está acima do peso (50,15%). Comparando-se ambos os sexos quanto aos fatores de risco para DCV observamos que o sexo feminino apresentou associação significativamente positiva com tabagismo (86% vs. 33,8%, p=0,0005) e DSLP (67,8% vs. 55,6%, p=0,0001). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os sexos na comparação dos demais fatores de risco para DCV. Conclusão: O principal fator de risco associado à DAC na população estudada foi HAS e DSLP, dado condizente com outros estudos, que apontam estes FR como os mais prevalentes em pacientes com DAC. As mulheres com DAC apresentaram maior prevalência de tabagismo e DSLP, o que confronta e ratifica os dados da literatura, respectivamente.

39443Relação entre intensidade de angina e probabilidade de síndrome da apneia obstrutiva do sono

JOSE AUGUSTO RIBAS FORTES, CAMILA HARTMANN, HELOISA ARANTES ZANIN, DANIELE ALVES, CRISTIANE DE PAULI BERNARDIN, ANA MARCELO RODELO ANGELI e JOSE CARLOS MOURA JORGE.

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A doença cardiovascular (DC) apresenta grande impacto epidemiológico na população pois representa a maior causa de mortalidade e incapacidade da atualidade. Um subgrupo importante da DC é a doença arterial coronariana (DAC) crônica, causada por lesões ateroscleróticas responsáveis por isquemia cardíaca e eventos anginosos. A DAC apresenta íntimas correlações fisiopatológicas com a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) e a síndrome metabólica, dentre elas a resistência insulínica e a obesidade. Objetivo: O objetivo desse estudo é analisar o risco de SAOS e a gravidade da angina estável (AE) de pacientes do ambulatório de cardiologia geral da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e analisar a adequação das prescrições médicas em relação às recomendadas pelas diretrizes atuais. Delineamento e Métodos: Foi realizado um estudo transversal através de questionário em 134 pacientes com DAC crônica. Foi aplicado o questionário de Berlim para avaliação do risco de SAOS como baixo ou alto risco e correlacionado com o a intensidade da AE pela classificação da Sociedade Canadense de Cardiologia (CCS). Também foram analisadas características clínicas dos doentes e seu respectivo tratamento medicamentoso. Resultados: Segundo o questionário de Berlim, 74,6% dos pacientes apresentavam alto risco de SAOS independentemente do grau de angina. Índices superiores a 88% faziam uso de medicações que tem alto impacto na mortalidade, dentre elas as estatinas, ácido acetilsalicílico (AAS), betabloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina I (IECA). Entretanto, evidenciou-se que 88,1% dos pacientes ainda apresentavam-se sintomáticos. Quando analisadas associações de comorbidades, houve uma tendência para associação do risco de SAOS e gravidade da AE (p=0,068). Conclusão: Conclui-se que nos pacientes com AE, o questionário para rastreio de SAOS demonstrou apenas uma tendência de associação para alta probabilidade da doença. O tratamento medicamentoso desses pacientes também está condizente com o orientado pelas diretrizes atuais, com altos percentuais de betabloqueador, IECA, AAS e estatina, a despeito da persistência da sintomatologia.

39453Efeito do Reiki sobre a modulação autonômica cardíaca em pacientes diabéticos

GLAUCO CESAR DA CONCEICAO CANELLA, EDUARDO FEDERIGHI BAISI CHAGAS, APARECIDA M CATAI, VITOR E VALENTI e ROBISON JOSÉ QUITÉRIO.

UNESP - Universidade Estadual Paulista, Marília, SP, BRASIL.

Fundamento: Evidências sobre os efeitos clínicos e fisiológicos das terapias bioenergéticas carecem de estudos científicos, particularmente as que analisem os fatores de risco para as doenças epidêmicas como o Diabetes. A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde tem incentivado a implantação de procedimentos terapêuticos desta natureza, devido seu baixo custo e potencial terapêutico. A modulação autônoma cardíaca é um importante biomarcador para a avaliação diagnóstica e prognóstica dos danos provocados pelo Diabetes, como também dos efeitos do Reiki. Objetivo: O estudo tem como objetivo analisar o efeito agudo da intervenção terapêutica Reiki sobre a modulação autonômica cardíaca de pacientes com Diabetes tipo 2 (DM2). Amostra e Métodos: A amostra foi constituída de 7 pacientes com DM2, de ambos os sexos, idade entre 58 a 75 anos (68,1±5,4) e IMC de 31,3±5,6 (kg/m²). Aprovado pelo CEP (parecer 1068/2014). Todas as mensurações e aplicações (placebo e Reiki) foram realizadas num único dia em ambiente silencioso e climatizado (23+2°C). As medidas de pressão arterial, frequência cardíaca (FC) e frequência respiratória, foram realizadas antes e após aplicações. O registro da FC e dos intervalos RR (Polar RS800CX, Polar Electro Oy, Finland) foi realizado na posição decúbito dorsal durante 50 minutos, sendo 10 minutos na condição de repouso, e 5 minutos em cada um dos pontos de aplicação do Reiki e placebo. As aplicações do Reiki correspondem aos pontos: Cardíaco (1); Laríngeo (2); Frontal (3); Coronário (4). Foram analisados os índices de VFC: RMSSD; Baixa frequência; Alta frequência; e a razão entre eles. Para analisar as variáveis nas condições de repouso e aplicações (placebo e Reiki) foi construída uma ANOVA para medidas repetidas. Resultados: Os índices VFC não apresentaram diferenças significativas entre a condição de repouso, placebo e Reiki. (p>0,05). Discussão: Os resultados sugerem que a terapia com Reiki possa não ter efeito agudo sobre os índices de VFC, ou que a amplitude destas variações não tenha sido suficiente para a observação de significância estatística. Entretanto essa pesquisa possui um caráter importante no meio acadêmico e científico, pois, estes conhecimentos auxiliarão no entendimento dos efeitos das terapias vibracionais sobre os efeitos no sistema nervoso autonômico simpático e parassimpático. Conclusão: A aplicação do Reiki não altera os índices temporais e espectrais da modulação autonômica cardíaca.

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Resumos Temas Livres

39461Complicações cardiológicas no pré e pós-operatório relacionado com a classificação ASA do paciente

MAICON RAMOS PINTO, EVEN EDILCE MOL, ARIANA PAULA DE CAMPOS JUMES e ELISE SOUZA DOS SANTOS REIS.

Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL - Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, BRASIL.

Fundamento: No mundo todo ocorre aproximadamente 240 milhões de cirurgias ao ano. Associado a isso, há uma expectativa de aumento do número de procedimentos cirúrgicos junto com o aumento de doenças cardiovasculares. Os eventos cardíacos pré e pós-operatórios são considerados a maior causa de morbimortalidade em cirurgias eletivas não cardíacas. Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo comparar a classificação ASA quanto a presença ou não de complicação cardiológica no pré e pós-operatório além de dar um apanhado geral quanto os principais fatores de risco que podem estar relacionados a tais complicações. Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo transversal em que foram analisados prontuários dos pacientes que se submeteram a cirurgias não cardiovasculares no hospital Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa nos anos de 2012 e 2013. Através destes, realizada análise estatística quanto as complicações cardiológicas. Foram analisados 507 prontuários sendo que destes 365 (72%) tinham preenchimento completo considerando dados como idade, sexo, tempo de internamento, classificação ASA, histórico de hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), insuficiência cardíaca, coronorariopatia, hipotireoidismo, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e tabagismo. Resultados: Destes 365 pacientes incluídos, 22 (6%) tiveram complicações sendo 5 (22,7%) complicações cardiológicas. Dentre as complicações cardiológicas encontram-se 2 (40%) embolias pulmonares, 1 (20%) infarto agudo do miocárdio, 1 (20%) edema pulmonar agudo e 1 (20%) choque hipovolêmico. Quatro (80%) eram mulheres e 1 (20%) homem, a idade entre 57,6±10 anos, tempo de internamento 6,8±3 dias, tempo de anestesia 98±28,6 minutos. Dez (60%) pacientes eram ASA 2 e 2 (40%) ASA 3. 3 (60%) pacientes apresentavam HAS, 2 (40%) DM, 1 (20%) coronariopatia, 1 (20%) DPOC e 1 (20%) hipotireoidismo. Destes, 1 (20%) evoluiu para óbito. Comparando-se os grupos complicações cardiológicas (5 pacientes) com complicações não cardiológicas (17 pacientes) não há diferença estatística significativa (p>0,05) em relação a classificação ASA, porém se comparando o grupo complicações cardiológicas com pacientes que não complicaram (343 pacientes) há diferença estatística para pacientes ASA 1 (p=0,0138) e ASA 3 (p=0,0231) por análise Fisheriana. Conclusão: Estes dados fortalecem que as complicações cardiológicas são comuns, porém, no estudo realizado, não são as mais comuns apesar de ainda ter uma alta mortalidade (20%).

39483Trombose coronária em paciente jovem em uso de esteróides anabolizantes androgênicos

CARLOS ALBERTO KENJI NAKASHIMA, TALIA FALCÃO DALÇOQUIO, FLAVIA BITTAR BRITTO ARANTES, FERNANDO REIS MENEZES, HUGO AKIO HASEGAWA, FELIPE GALLEGO LIMA, LUCIANO MOREIRA BARACIOLI, CYNTHIA APARECIDA DA SILVA ROCHA, LARA ASSED DE SOUZA, EXPEDITO E. RIBEIRO DA SILVA e JOSE CARLOS NICOLAU.

Instituto do Coração (InCor/HCFMUSP), São Paulo, PR, BRASIL.

Fundamento: O uso não-terapêutico de esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) apresenta-se cada vez mais presente na população jovem e configura um grave problema de saúde pública, uma vez que diversos efeitos indesejáveis têm sido identificados em estudos laboratoriais e terapêuticos. Objetivo: Explanação a respeito do uso de esteroides anabolizantes androgênicos e seus efeitos deletérios ao sistema cardiovascular. Delineamento: Relato de caso com dados provenientes de prontuário eletrônico disponibilizado pelo Instituto do Coração (InCor/FMUSP). Pacientes e Métodos: O relato de caso e os dados do paciente foram obtidos a partir de análise de prontuário eletrônico. Resultados/relato de caso: Paciente masculino, 30 anos, usuário de EAA (durateston e nandrolona) por 12 semanas, procurou atendimento em outro serviço com dor torácica típica há 6 horas. No ECG com supradesnível de segmento ST em parede anterior. Neste serviço foi feito AAS+Prasugrel+Enoxaparina. Encaminhado ao InCor com 8 horas de evolução e realizado cineangiocoronariografia (CATE) com alta carga trombótica em descendente anterior com fluxo TIMI1, sendo realizada tromboaspiração mecânica com saída de trombos brancos e aplicação de alteplase intracoronário. Ao final, fluxo TIMI3 e Blush Miocárdio1. No ecocardiograma com FEVE 47%, hipocinesia apical e segmento médio de parede anterior, além de hipertrofia de VE moderada. O paciente foi mantido com dupla antiagregação plaquetária (DAPT), anticoagulação plena e tirofiban por 24 horas. Pico de troponina 16ng/mL e CKMB-massa de 155ng/mL e perfil lipídico com CT160, LDL127, HDL19, TG69 e glicemia em jejum 89. Pesquisa de drogas ilícitas negativa e mutação genética para trombofilia parciais negativos. Após 72 horas, foi repetido CATE que revelou coronárias sem lesões obstrutivas. O paciente evolui sem intercorrências. Recebeu alta sob uso de varfarina por pelo menos 6 meses, associado à DAPT, beta-bloqueador, iECA e estatina. Conclusão: O caso torna-se relevante por tratar-se de um jovem apresentando evento isquêmico, sem fatores de riscos para doença coronariana e usuário de EAA, instigando a busca pelo conhecimento a respeito da influência e importância que tal hábito tenha sob o sistema cardiovascular. Além disso, o aumento da frequência de divulgação de tais efeitos nocivos ao organismo na mídia faz-se necessário para alertar jovens e atletas e evitar desfechos, podendo cursar com consequências fatais.

39491Mixoma de Atrio Esquerdo com hipervascularização pela circulação coronariana, visualizada em cineangiocoronariografia - achado incomum em tumor cardíaco primário

WILTON FRANCISCO GOMES, VINICIUS NICOLAU WOITOWICZ, ANDERSON HENRIQUE P. COSTA, DANILLO TAIGUARA RAMOS GOMES DA SILVA, DANIELA RIBEIRO MARQUES NEJM, FRANCISCO PUPO NETO, SERGIO VINICIUS PERES, DANIEL DER TOROSSIAN TORRES NEVES, RUBENS ZENÓBIO DARWICH e LUIZ AUGUSTO LAVALLE.

Hospital Vitória, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Cruz Vermelha do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Santa Cruz, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A visualização de vascularização exuberante em um tumor cardíaco primário pela angiografia coronária é incomum e pode ter relevância clínica. Objetivo: Relatar um caso de Mixoma de Atrio Esquerdo, cuja cineangiocoronariografia mostrou intensa vascularização por artéria coronária epicárdica, achado que auxiliou na compreensão da apresentação clínica e planejamento cirúrgico. Relato de caso: Um paciente do sexo feminino, de 40 anos, previamente hígida, que iniciou há 10 meses com dor torácica anginosa e manifestações de insuficiência cardíaca congestiva (dispnéia aos esforços e ortopnéia). Realizado Ecocardiograma, que mostrou massa em Atrio Esquerdo sugestiva de Mixoma, com obstrução dinâmica da via de entrada do Ventrículo Esquerdo (VE). A paciente foi submetida a cineangiocoronariografia, que mostrou massa hipervascularizada, a partir de ramos desenvolvidos no segmento proximal da A. Coronária Direta. A massa era móvel e se insinuava para via de entrada do VE. A paciente foi submetida a ressecção completa da lesão e os achamos anatomopatológicos foram compatíveis com mixoma. A paciente apresentou boa evolução clínica e encontra-se assintomática no seguimento de 3 meses. Conclusão: Vascularização exuberante de um tumor cardíaco primário a ponto de ser identificada pela cineangiocoronariografia é considerada rara. Particularmente nestes casos, pode haver fenômeno de “roubo” na circulação coronariana, o que explicaria sintomas anginosos. Este achado também pode ser de importância ao planejamento cirúrgico, considerando o envolvimento de ramos da circulação coronariana e maiores riscos de sangramentos.

39494Desafios diagnósticos na etiologia da pericardite constrictiva: relato de caso

MICHELE PALMEIRA DA SILVA, MARIA DE FATIMA MARTINS GIL DIAS, DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA, KÉCIA CRISTINA FARIA DE OLIVEIRA, LANIER TADEU GARCIA DE PAULA JUNIOR, EDUARDO ANTONIO AYREMORAES BATISTA, NATHALIA BONFOGO, ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES, JÚLIO CÉSAR AYRES FERREIRA FILHO, PAULO GOMES LEAL e CAROLINA CRISTINA CRUZ DE SOUZA.

Hospital universitário Gaffree Guinle, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL.

Fundamento: Trata-se de relato de dois casos de pacientes imunocompetentes e de diferentes sexos, atendidos no Hospital Universitário Gaffree Guinle (HUGG) no Rio de Janeiro, com o diagnóstico de pericardite constrictiva de etiologia indefinida, mesmo após exames complementares. A principal hipótese diagnostica foi de tuberculose. Objetivo: Nosso objetivo é demonstrar que pericardite constrictiva e diagnóstico de alta suspeição inicial e que sua prevalência pode ser maior que a esperada. Relato de caso: Caso 1 de paciente masculino, 30 anos, previamente hígido, sem vícios, com historia de 8 meses de quadro de síndrome edemigenica, 3 internações em instituições diferentes no período, hipótese diagnostica de carcinomatose abdominal. Admitido em regular estado geral, estável hemodinamicamente, em anasarca, com insuficiência cardíaca classe funcional III (NYHA). TC de tórax com derrame pleural bilateral e atelectasia passiva em pulmão esquerdo. Exame de escarro e de líquido pleural negativos para BAAR, Ecocardiograma com sinais de insipiente pericardite constrictiva, TC de abdômen e pelve com nódulo cálcico no lobo inferior do pulmão esquerdo e ascite. Complicado com uma discrasia sanguínea. Realizada pericardiectomia após liberação da hematologia; seguida de manutenção de corticoterapia, diurético e esquema RIP. Caso 2 de paciente feminino, 23 anos, hígida, com dor torácica ventilatório dependente e derrame pleural, transferida para o HUGG com diagnostico de insuficiência cardíaca descompensada por pneumonia em tratamento. Admitida taquicardica e taquipneica, com bulhas cardíacas hipofoneticas e em anasarca. Eletrocardiograma com baixa amplitude dos complexos QRS. Submetida a ecocardiograma que demonstrou espessamento pericárdico e sinais de restrição diastólica com alternância respiratória no fluxo da via de saída do ventrículo esquerdo e no fluxo mitral. Realizada pericardiectomia de urgência pela restrição diastólica, seguiu-se corticoterapia e esquema RIP com melhora. Conclusão: Concluímos que a pericardite constrictiva tem gravidade significativa e seu diagnostico é muitas vezes esquecido, sendo muitos pacientes subdiagnosticados. Apesar de variados métodos diagnósticos, para diagnostico etiológico os exames se mostram inconclusivos.

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Resumos Temas Livres

39498Angioplastia percutânea primária em paciente com síndrome coronariana aguda com elevação do segmento ST com oclusão aguda de múltiplos vasos

WILTON FRANCISCO GOMES, ANDERSON HENRIQUE P. COSTA, DANILLO TAIGUARA RAMOS GOMES DA SILVA, IRIS VICTOR BIANCO, MARCIO FABIANO CHAVES BASTOS, JUNIELE DAMETTO, ANA CAROLINA RIBAS PAIVA, RUBENS ZENÓBIO DARWICH e LUIZ AUGUSTO LAVALLE.

Hospital Santa Cruz, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Cruz Vermelha do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital São Vicente, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A oclusão aguda de múltiplos vasos é uma forma incomum de apresentação de síndrome coronariana aguda com elevação do segmento ST (SCACSST), porém relacionada a alta morbi-mortalidade. Quando as lesões envolvem o segmento proximal das artérias Descendente Anterior e Circunflexa a manifestação clínica é correspondente a uma lesão de Tronco de Coronária Esquerda (TCE), chamada “tronco-equivalente”. O tratamento percutâneo nesses casos é desafiador, especialmente pela grave instabilidade durante o procedimento. Objetivo: Relatar um caso incomum de SCACSST “tronco equivalente” com alta carga trombótica e tratamento percutâneo desafiador. Relato de caso: Um paciente do sexo feminino, de 60 anos, tabagista, admitida história de dor torácica anginosa intermintente nas últimas 24h, que se tornou persistente nas últimas 3 horas da admissão. A paciente apresentava hipotensão arterial e sinais clínicos de choque. O eletrocardiograma apresentava Supradesnivelamento do Segmento ST em aVR e corrente de lesão subendocárdica lateral e inferior, sugerindo lesão de TCE ou seu equivalente. Realizado Cineangiocoronariografia, que mostrou oclusão proximal de artéria Descendente Anterior (DA) e A. Circunflexa (Cx), com evidência de alta carga trombótica. Imediatamente foi instalado balão intra-aórtica (BIA) pela via Femoral Esquerda e iniciou-se angioplastia com passagem de cordas guias para ambos os vasos. Realizado aspiração manual de trombos com cateter “Thrombuster”, com extração de grande quantidade de trombos. Em seguida, realizou-se implante de 1 stent em DA e 2 stent’s em Cx, com sucesso angiografico primário, exceto por segmento distal DA que permaneceu com “plug” trombótico mesmo após tentativas sucessivas de recanalização. Utilizado ainda uso “bailout” de inibidor da glicoproteína IIbIIIa Tirofiban. A paciente apresentou evolução clínica favorável, porém com longo período intra-hospitalar e recuperação parcial da função ventricular ao ecocardiograma. Conclusão: Apesar de incomum, a oclusão aguda e simultânea de múltiplos vasos equivalente a uma lesão de TCE representa um desafio à terapêutica e possui um prognóstico bastante desfavorável. Neste caso em particular, a alta carga trombótica representou um problema adicional, que provavelmente só foi contornado com o uso da aspiração manual de trombos. A importância do suporte circulatório mecânico também parece fundamental nestes casos.

39503A paciente azul: ventrículo único: um relato de caso

LARISSA OLIVEIRA, GUSTAVO LENCI MARQUES, PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI e CLAUDIO PEREIRA DA CUNHA.

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: O termo coração univentricular refere-se a um grupo de malformações cardíacas graves onde o ventrículo esquerdo ou o direito está ausente, ou hipoplásico. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 30 anos, apresentou-se com dispneia aos mínimos esforços. Possuía história prévia de cardiopatia congênita cianótica, além de infecção pulmonar por Micobacterium colombiense e hipotireoidismo. Fazia uso crônico de hidroclorotiazida, furosemida, enalapril, AAS, levotiroxina, claritromicina e etambutol. Ao exame físico, percebia-se cianose central, baqueteamento digital e sopro sistólico de ++/IV em foco aórtico, com irradiação para fúrcula. Saturação de oxigênio de 63% em ar ambiente, eupneica em repouso. Os laboratoriais evidenciaram poliglobulia e plaquetopenia. A realização de um ecocardiograma demonstrou ventrículo único tipo esquerdo, hipertrofiado e aumentado, com disfunção sistólica moderada (fração de ejeção de 52%), dupla via de entrada, com valvas espessadas e regurgitação leve, transposição de grandes vasos da base, com estenose pulmonar grave (anel com 15mm e gradiente máximo entre 80-100mmHg). Optado por conduta conservadora. Otimizadas medicações e obtida compensação do quadro, com a paciente retornando ao seu status basal, com dispneia apenas aos moderados esforços. Discussão: Em corações univentriculares, basicamente dois perfis hemodinâmicos são encontrados: quando não há nenhum grau de obstrução à circulação pulmonar, a criança acaba indo a óbito por insuficiência cardíaca grave ou desenvolve doença vascular pulmonar grave, pelo hiperfluxo. Para possibilitar a sobrevida até a idade adulta sem cirurgia deve haver um certo grau de estenose pulmonar. Se a situação é estável no adulto, deve-se pesar com cautela o risco frequentemente alto de uma cirurgia para aumentar o fluxo pulmonar, com o benefício a ser obtido. Para pacientes com cardiopatias congênitas com este tipo de complexidade até os dias atuais, os recursos cirúrgicos em termos de correção são paliativos, não reparadores, levando a uma alta morbidade e mortalidade. Inúmeras são as possíveis complicações, como por exemplo: disfunção ventricular, arritmias, tromboembolismo, cirrose hepática, dentre outras. Conclusão: Ventrículo único é uma cardiopatia congênita grave. Porém, caso haja estabilidade clínica no adulto, deve-se ter cautela antes de indicar intervenção cirúrgica.

39504Acompanhamento da progressão clínica de pacientes com Doença de Chagas Crônica

GESSICA DE MATTOS DIOSTI, KARITA CLAUDIA FREITAS LIDANI, FERNANDA CHRISTO LOVATO, CESAR MAISTRO GUIMARÃES, THAISA LUCAS SANDRI e IARA JOSE MESSIAS-REASON.

Faculdade Evangélica do Paraná - FEPAR, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital de Clínicas / UFPR, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A Doença de Chagas (DC) é caracterizada inicialmente por uma fase aguda (assintomática), e após 10-20 anos pode evoluir para cardiomiopatia chagásica crônica (CCC). Atualmente, não há marcadores preditores para o acometimento, e sendo o diagnóstico tardio, muito se tem discutido acerca da efetividade do tratamento etiológico. Objetivo: Avaliar a progressão clinica (PC) de pacientes com DC crônica no período de 2007 a 2014. Delineamento: Estudo observacional, longitudinal, aprovado no comitê de ética do Hospital de Clínicas da UFPR (360.918/2013-08). Pacientes e Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 81 pacientes atendidos no Ambulatório de Atenção ao Paciente Chagásico do HC/UFPR (68% mulheres), com idade média de 59,7 anos. Os dados clínico-laboratoriais (tratamento, ECO, ECG, tempo de diagnóstico e de PC) foram analisados empregando regressão logística binária (STATA 12.0). Resultados: Observou-se que 26% (21/81) dos pacientes progrediram clinicamente (80% CCC; 20% forma digestiva), com tempo médio de PC a partir do diagnóstico de 5,7 anos. Entreo grupo com PC, 23% iniciaram tratamento etiológico (Benznidazol) na fase crônica; e 76% (16/21) não estavam sob tratamento. Entre os que permaneceram na forma indeterminada (60/81), 78% não faziam uso de medicamento, enquanto que o restante (22%) o fez na fase crônica. Em relação à PC, não foi observada diferença significativa para a presença ou ausência de tratamento (p=0,48); assim como para o tempo de diagnóstico (p=0,23). Apesar de não haver diferença significativa para Proteína C-Reativa ultrassensível entre pacientes que desenvolveram a CCC e pacientes sem PC, maiores médias foram observadas para CCC (0,94mg/dL vs 0,68mg/dL, p=0,6), o que demonstra a presença de processo inflamatório sustentado para ambos. Ao ECO, observaram-se os maiores índices da Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo para os pacientes indeterminados quando comparados aos que progrediram para CCC (69,4% vs 66,3%, Odds ratio 0,9 IC 95%:0,82-0,98 e p=0,028). A parede ventricular esquerda mostrou-se mais espessa para os pacientes que evoluíram para CCC do que aqueles que permaneceram indeterminados (47,4mm vs 46,5mm, p=0,03). Conclusão: A taxa de PC corrobora com a literatura (20-40%), e pode estar associada ao reduzido percentual de pacientes sob tratamento etiológico precoce, o que reforça a necessidade de normatização da conduta clínica visando a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de todas as formas da doença.

39505Detecção e prevalência da doença aterosclerótica carotídea em pacientes da clínica de diagnóstico por imagem ECOPAR, em Maringá - PR, no período de 09/2012 a 09/2013

MATEUS MAZORRA COELHO VIEIRA, GABRIELA MARTINI RAITZ, ALINE RAQUEL SOUZA DUTRA, DALQUIA FERRARINI DE PAULA, IGOR FIORESE VIEIRA, ABDOL HAKIM ASSEF e OTAVIO CELESTE MANGILI.

Unicesumar, Maringá, PR, BRASIL.

Fundamento: No Brasil, as doenças do aparelho circulatório são responsáveis pela maior mortalidade proporcional por grupos de causas (32%). A doença aterosclerótica carotídea (DACa), uma doença cardiovascular responsável por grande número de complicações, é a causa isolada mais frequente de AVC, sendo esta secundária a aterosclerose. O AVC encontra-se no topo das causas de morte e incapacidade no nosso país. Objetivo: O objetivo da pesquisa foi analisar a prevalência da DACa dos pacientes da clínica de diagnóstico por imagem Ecopar, em Maringá - PR, no período de 09/2012 a 09/2013. Amostra e Métodos: A coleta de dados foi realizada a partir de laudos de Eco-doppler carotídeo e vertebral. A população avaliada foi de 4160 pacientes. As variáveis coletadas foram as seguintes: pacientes com artérias carótidas normais, presença ou ausência de espessamento da artéria, presença ou ausência de placa aterosclerótica, se presença de placa aterosclerótica, subdividir em estenose abaixo e acima de 50% da luz do vaso. Foram consideradas as informações: sexo, faixa etária e ano de realização do exame. Resultados: Dentro dos critérios utilizados 29,74% possuíam artérias carótidas normais, 35,65% possuíam espessamento difuso sem presença de placa aterosclerótica e 34,62% possuíam doença aterosclerótica carotídea. Dos pacientes com placas ateroscleróticas, o sexo masculino é mais prevalente que o feminino, e sua porcentagem de obstrução aumenta com a idade. Conclusão: Infere-se a necessidade de maior atenção aos fatores de risco e descoberta precoce da DACa, reduzindo dessa forma, o número de complicações e gastos que tal doença pode acarretar.

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Resumos Temas Livres

39508Implante percutâneo de válvula aórtica via femoral utilizando introdutor balão-expansível - Avanço das fronteiras em pacientes com acesso vascular complexo

WILTON FRANCISCO GOMES, ANDERSON HENRIQUE P. COSTA, DANILLO TAIGUARA RAMOS GOMES DA SILVA, VINICIUS NICOLAU WOITOWICZ, FRANCISCO PUPO NETO, DANIELA RIBEIRO MARQUES NEJM, DANIEL DER TOROSSIAN TORRES NEVES, SERGIO VINICIUS PERES, LUIZ AUGUSTO LAVALLE e RUBENS ZENÓBIO DARWICH.

Hospital Vitória, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Cruz Vermelha do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Vita Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: O implante percutâneo de válvula aórtica (IPVA) tem se consagrado como tratamento de escolha em pacientes com risco cirúrgico inaceitável ou muito elevado. Entretanto, uma preocupação frequente se refere à via de acesso, uma vez que alguns pacientes apresentam artérias acometidas por aterosclerose e calibre reduzido. Apesar de avanços na redução do calibre e perfil dos dispositivos de entrega das próteses, em alguns pacientes este ainda é um fator limitante. Objetivo: Relatar um caso desafiador de IPVA, no qual o calibre femoral era considerado complexo por calibre reduzido (menor que 6mm) e acometido por aterosclerose, no qual um introdutor balão-expansível foi utilizado para permitir o acesso e minimizar risco de complicações. Relato de caso: Um paciente do sexo feminino, de 88 anos, com Estenose aórtica grave em classe funcional 3-4 pela NYHA, com risco cirúrgico estimado em 29% pelo STS e 11% pelo EuroScore, foi encaminhada para IPVA após avaliação pelo “Heart Team”. Angiotomografia demosntrou ateromatose de aorta e artérias dos MMII, com artérias ilíaca e femoral medindo 5,5 e 5,3mm à esquerda e 5,0 e 5,7mm à direita, respectivamente. As evidências atuais recomendam diâmetros superiores a 6mm. O acesso trans-aórtico e transapical foi considerado desafiador por anatomia ostil do tórax. Optado então por utilizar um introdutor balão-expansível (SoloPath®), que apresenta um baixo perfil na sua inserção (15F) e após seu posicionamento completo é expandido através da insuflação de um balão, atingindo diâmetro interno de 18F e permitindo a entrega da prótese. Este baixo perfil durante a instalação minimiza a chance de trauma vascular, e sua dilatação posterior permite que alguma dilatação da artéria comporte seu calibre. O procedimento ocorreu sem intercorrências e injeções de controle durante a retirada do introdutor mostraram integridade do vaso. O paciente não apresentou desfechos maiores no período intra-hospitalar, nem nos follow-up de 30 dias e 3 meses. Conclusão: A utilização de introdutor balão expansível para IPVA representa uma alternativa factível em pacientes com acesso vascular complexo, cruzando as fronteiras em casos cujo procedimento com introdutores tradicionais seriam considerados inaceitáveis.

39571Perfil epidemiológico de AIDS no estado do Paraná em 2014

RAMON DE OLIVEIRA BIECO BRAGA.

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento e Objetivo: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é considerada o estágio patológico mais avançado do vírus HIV que ataca o sistema imunológico do organismo humano, sobretudo as células linfócitos T CD4+. Conforme dados divulgados pelo SINAN, no ano de 2014, foram registrados 8.563 casos de AIDS no Brasil, sendo 2.092 casos na região sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Nessa situação, com base na metodologia quantitativa, objetivou-se coletar dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), para refletir sobre o perfil epidemiológico da AIDS no estado do Paraná. Assim, a pesquisa justifica-se pela necessidade de difundir conhecimento sobre o perfil epidemiológico da doença, a fim de fomentar políticas de saúde pública na prevenção da mesma. Resultados: Os resultados coletados denotam que em 2014, segundo o SINAN, foram notificados 497 casos de AIDS no estado do Paraná, sendo que a capital Curitiba lidera o rank com 130 casos, seguida de Londrina (61 casos), Maringá (60 casos), Paranaguá (41 casos) e Cascavel (30 casos). Diante do exposto, observou-se que 321 casos são do sexo masculino e 176 do sexo feminino e que a faixa etária com maior frequência é entre 20-34 anos (165 casos) seguida de 35-49 anos (160 casos), que totalizam 65,39 % dos casos notificados. Conclusão: Portanto, conclui-se que a AIDS é uma doença que apresenta consideráveis registros, sendo que não é possível apontar um grupo de risco para a mesma. Salienta-se ainda que os munícipios apresentam a quantidade de notificações de acordo com a população, pois as cidades mais populosas apresentaram mais casos notificados. Todavia, ressalva-se a necessidade de desenvolver políticas públicas na prevenção da AIDS, em especial voltado ao público entre 20-49 anos, pois contemplam mais da metade dos casos notificados.

39580Cardiomiopatia não compactada associada à miocardite

LUIZ FELIPE RAMOS GUBERT, ANA CAROLINA RIBAS PAIVA, ADRIELLY BATISTA DE JESUS BOLSI, CLAUDIO MENDES VOICHCOSCKI, JUNIELE DAMETTO, LETICIA CONCATO, MAURO DIAS LIMA FILHO e PAULO DE ABREU NETO.

Hospital da Cruz Vermelha do PR, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A má compactação ventricular, também conhecida como persistência sinusóide intramiocárdica, pode ocorrer em associação com cardiopatias congênitas ou isoladamente. A parada da compactação miocárdica no período embrionário determina o espessamento do miocárdio em duas camadas distintas (compactada e não compactada). Podendo apresentar-se assintomático por um longo período. As manifestações clínicas e complicações incluem: insuficiência cardíaca (IC), arritmias, eventos tromboembólicos e até morte súbita. O diagnóstico frequentemente é realizado pelo ecocardiograma. Delineamento: Relato de caso. Relato de caso: M.S.T, feminina, 47 anos, com quadro iniciado há 20 dias de amigdalite purulenta, tratada inicialmente com antibióticos e anti-inflamatórios. Internada dia 22/10/14 com dispnéia progressiva e edema de membros inferiores. Ao eletrocardiograma revelou alteração difusa na repolarização ventricular e área eletricamente inativa em parede septal. Exame radiológico aumento da área cardíaca e sinais de congestão, Ecocardiograma com fração de ejeção (FE) 23%, ventrículo esquerdo (VE) no limite superior da normalidade, hipocinesia difusa e função sistólica global gravemente diminuída. Refluxos leve em valvas tricúspide e moderado em mitral. Sorologia de Chagas negativa. ASLO positivo. Sorologias virais negativas. Então, instituído tratamento para IC com espironolactona, beta-bloqueador e inibidor da enzima conversora de angiotensina, com melhora substancial do quadro. Resultados: Ambulatorialmente, paciente mostrou-se com ortopnéia, sendo otimizado tratamento clínico, e realizados novos exames complementares. A Ressonância magnética (RNM) de miocárdio revelou disfunção sistólica de grau importante em VE. Acentuação da trabeculação na porção apical do VE em uma relação maior do que 2/1 com a parede lateral. Realce tardio de padrão mesocárdio na parede ântero-septal da porção médio basal do VE, com FE do VE em 29% e do ventrículo direito em 30%. Teste de esforço cardiopulmonar negativo em relação à pesquisa de isquemia, revelando IC classe C de Weber, com adequada eficiência ventilatória. O consumo de pico de O2 foi de 14,3 ml/kg/min. O Holter apresentou ritmo sinusal, intervalo PR dentro da normalidade, extrassístoles ventriculares raras 5/hora, 2 episódios de TVNS sem relação com sintomas. Conclusão: Em virtude do que foi relatado entendemos que neste caso o diagnóstico de Miocárdio não compactado foi visto após um evento agudo de miocardite e fechado pela RNM cardíaca.

39583Uso do peptídeo natriurético tipo b em terapia intensiva: resultados iniciais

HÉLCIO GIFFHORN.

Clínica Cardiológica Giffhorn Ltda., Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A utilização do peptíteo natriurético tipo B ( BNP ) em terapia intensiva (TI) ainda está a ser definido como um biomarcador de estresse miocárdico na insuficiência cardíaca congestiva (ICC). O quadro clínico, associado à ecocardiografia (ECOC) e à dosagem do BNP podem ser úteis na avaliação e diagnóstico diferencial (DD) de dispnéia na TI. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi o de realizar a dosagem do BNP em pacientes que apresentavam dispnéia e/ou ICC quando admitidos na TI. Delineamento: O estudo foi prospectivo e não randomizado. Métodos: No período entre 2014 e 2015, em 40 pacientes dosou-se o BNP na TI. A idade variou entre 28 e 98 anos. 22 femininos (55%), 20 em NYHA classe III (50%). O diagnóstico diferencial (D) para dispnéia foi em 14 casos (35 %). 16 não utilizavam drogas inotrópicas na TI (40 %). A ECOC foi realizada na TI em 39 casos (97.5%). BNP acima de 400pg/mL foi considerado elevado. A fração de ejeção (FE) foi considerada com disfunção moderada abaixo de 0.55. Resultados: 04 pacientes apresentavam BNP menor que 100pg/mL (10%), 09 (22.5%) entre 100 e 400 (sendo 05 c/ ICC) e 25 acima de 400 (62.5%). No DD para dispnéia, 01 caso apresentou FE normal e NYHA I; o BNP foi abaixo de 400 em 08, mas em 01 a NYHA foi I. O falso positivo para o BNP poderia ter ocorrido em 03 casos (7.5%), mas o mesmo não ocorreu. 02 realizaram procedimentos cardíacos (5%) e houveram 02 óbitos por ICC (5%). Conclusão: O BNP dosado na TI nesta casuística revelou-se útil tanto para ajudar no DD de dispnéia quanto na avaliação da descompensação ou não da ICC ( 97.5%). Fatores falso positivos não dificultaram a terapêutica instiuída na TI.

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Resumos Temas Livres

39584Mortalidade infantil em Novo Hamburgo: fatores associados e causas cardiovasculares

CAMILA DE ANDRADE BRUM, AIRTON TETELBOM STEIN e LUCIA CAMPOS PELLANDA.

Instituto de Cardiologia do RS, Porto Alegre, RS, BRASIL.

Fundamento: A taxa de mortalidade infantil vem diminuindo no Brasil, mas continua alta se comparada à de outros países em desenvolvimento. O Rio Grande do Sul, em 2010, apresentou o melhor indicador de mortalidade infantil do Brasil. Entretanto, Novo Hamburgo apresentou o mais alto índice de mortalidade infantil da região metropolitana de Porto Alegre. Objetivo: Descrever as causas da mortalidade infantil no município de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, no período de 2007 a 2010, identificando as causas de mortes relacionadas a cardiopatias e se elas foram diagnosticadas no período pré-natal, e avaliar o acesso aos serviços de saúde. Delineamento: Estudo de casos (óbitos) de base populacional. Métodos: Foram incluídos os dados das crianças menores de um ano de idade que morreram, residentes no município, coletados das fichas de investigações do óbito infantil. Resultados: No período, ocorreram 157 óbitos, sendo que 35,3% eram reduzíveis por ações de diagnóstico e tratamento precoces, 25% reduzíveis através de parcerias com outros setores, 19,2% não evitáveis, 11,5% reduzíveis por adequado controle na gravidez, 5,1% reduzíveis por adequada atenção ao parto e 3,8% mal definidos. A principal causa de óbito estava relacionada a cardiopatias (13,4%). A ocorrência de cardiopatias apresentou associação estatisticamente significativa em relação às variáveis ‘idade do óbito’, ‘idade gestacional’ e ‘peso ao nascimento’. Em relação ao acesso aos serviços de saúde, 60,9% das gestantes realizaram seis ou menos consultas de pré-natal. Conclusão: Mostra-se necessária a qualificação do pré-natal, assim como o atendimento ao recém-nascido em nível hospitalar e na rede básica de saúde para prevenção da mortalidade infantil.

39587Perfil metabólico de portadores do HIV tratados em hospital universitário de Curitiba: 2007 a 2012

PAOLA WYATT BROCK, PAMELA LIBERALINO BOHNKE, CAMILA CRISTINA VALÉRIO, MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO e ELIANE RIBEIRO CARMES.

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: Após a introdução da terapia antirretroviral (TARV) para o tratamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), a taxa de morbimortalidade da doença sofreu acentuada queda. Alterações no perfil lipídico e na glicemia são observadas em grande número de pacientes em tratamento, podendo ser mais precoces e pronunciadas em regimes com inibidores da protease (IP). Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar o perfil lipídico e a glicemia de pacientes em uso de IP e de inibidores da transcriptase reversa não nuleosídeos (ITRNN). Materiais e Métodos: Série de casos. Elegíveis 126 pacientes HIV-positivo, transmissão horizontal, em acompanhamento por, no mínimo, 24 meses no ambulatório de Infectologia. Incluídos 52 pacientes que completaram 5 avaliações no serviço, quando foram coletadas informações sobre data do diagnóstico, esquema de tratamento, lipidograma, glicemia de jejum, contagem de células CD4, carga viral e comorbidades. Os pacientes que permaneceram em uso da mesma classe de antirretroviral foram considerados grupo ITRN-IP quando tratados com IP e grupo ITRN-ITRNN quando com ITRNN. Comparou-se as observações entre os grupos na primeira e na quinta consulta e, ainda, a evolução dos pacientes que completaram as cinco avaliações em cada grupo. Resultados: Na primeira avaliação os grupos ITRN-IP (n=18) e ITRN-ITRNN (n=34) foram semelhantes, exceto quanto aos valores médios de HDL-colesterol (mg/dL): 40,63±10,18 versus 50,28±17,67, p = 0,0249, respectivamente. Na quinta avaliação, observou-se menores valores médios de triglicerídeos (mg/dL) no grupo ITRN-ITRNN, 145,16±83,13, em relação ao ITRN-IP, 191,00±82,63, p = 0,0590. E ainda, o nível sérico de LDL-colesterol foi menor do que 70mg/dL entre 3 (11,11%) pacientes do grupo ITRN-ITRNN, enquanto que no grupo ITRN-IP todos apresentaram LDL-colesterol maior do que 70mg/dL, p=0,0459. Quando se comparou a evolução entre a primeira e a quinta avaliação não se observou diferença significativa no perfil metabólico dos pacientes de ambos os grupos. Conclusão: Neste estudo não foram observadas alterações significativas no perfil metabólico de pacientes sob TARV, em uso de IP ou ITRNN. Entretanto, observou-se perfil lipídico mais próximo da meta estabelecida para pacientes HIV-positivo (V Diretriz de Dislipidemia e Prevenção de Aterosclerose) entre indivíduos em uso de regimes contendo ITRNN se comparados às terapias com IP.

39588Taquicardiomiopatia induzida por taquicardia ventricular incessante: relato de caso

RAFAEL HILLEBRAND FRANZON, ALCIRLEY DE ALMEIDA LUIZ, GERSON LUIZ BREDT JUNIOR, JOSE FERNANDO CARVALHO MARTINS, ERWIN SOLIVA JUNIOR, GESSICA GARBIN, CAROLINA MACIEL NARVAES, ARIANE DELAI, JOAO VITOR CAMPOS DE OLIVEIRA, GABRIELLA FRANÇA POGORZELSKI e TOMAS MACHADO LACERDA.

Universidade Estadual Oeste Paraná, Cascavel, PR, BRASIL - Hospital Universitário Oeste Paraná, Cascavel, PR, BRASIL.

Fundamento: Taquicardiomiopatia é uma entidade rara caracterizada por disfunção ventricular sistólica e insuficiência cardíaca congestiva causadas por taquiarritmias persistentes ou repetitivas, com frequência cardíaca elevada. Geralmente está relacionada a taquiarritmias supraventriculares, sendo incomum a associação com arritmia ventricular. Objetivo: Relato de caso de paciente, com base em dados de prontuários médicos, no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). Relato de caso: Paciente masculino, 24 anos, previamente hígido, com quadro de insuficiência cardíaca descompensada e eletrocardiograma evidenciando extrassístoles ventriculares e taquicardia ventricular não sustentada com morfologias de via de saída do ventrículo direito. Realizou ecocardiograma que demonstrou disfunção ventricular sistólica severa (Fração de Ejeção de 25%). Exame de holter 24 horas identificando taquicardia ventricular monomórfica incessante. Foi então instituído tratamento clínico para insuficiência cardíaca congestiva e encaminhado o paciente para estudo eletrofisiológico. O estudo identificou uma taquicardia ventricular de via de saída do ventrículo direito, sendo realizada ablação por cateter com sucesso. Paciente evoluiu com melhora da classe funcional e normalização da fração de ejeção. Conclusão: Com esse relato, ressalta-se que causas potencialmente reversíveis ou curáveis de insuficiência cardíaca devem ser investigadas e adequadamente tratadas. Nesse caso, o controle da arritmia obtido com a ablação por radiofrequência, permitiu a reversão da disfunção ventricular.

39591Síndrome de Shone: um relato de caso

VICTOR GUALDA GALORO, RAFAEL RAFAINI LLORET, LEOPOLDO SOARES PIEGAS, RICARDO PAVANELLO, IEDA MARIA LIGUORI, DEIVIDE RIBEIRO SILVEIRA, RAFAEL AUGUSTO MENDES DOMICIANO, JUSSARA REGINA SOUSA RODRIGUES, LÍVIA FERRAZ ACCORSI, BERNARDO NOYA ALVES DE ABREU.

Hospital do Coração, São Paulo, SP, BRASIL.

Fundamento: A valva mitral em paraquedas descrita em 1961, associada com um conjunto de alterações cardíacas conhecidas como síndrome de Shone, sendo caracterizada por anel supravalvar mitral, valva mitral em pára-quedas, estenose subaórtica e coarctação de aorta, é condição rara e encontrada nas formas completa ou incompleta. A etiologia não é conhecida, considerada condição rara, em sua forma completa ou incompleta a incidência é estimada em menos de 0,8 em 10.000 nascidos vivos. A evolução clínica depende da gravidade das alterações cardíacas, sendo que em alguns casos o diagnóstico é feito tardiamente, o tratamento depende da evolução clínica, a terapia cirúrgica deve ser agressiva e individualizada, com o objetivo de evitar que os pacientes desenvolvam síndrome de insuficiência cardíaca. Relato de caso: Relatamos caso de mulher, 35 anos, com história de correção de coarcatação de aorta em 1992, sem uso de medicação no momento e sem acompanhamento, admitida no HCOR com Taquicardia supraventricular, após estabilização apresentou Flutter, realizado ecodopplercardiograma que mostrou valva mitral displásica com abertura tunelizada e reduzida, cordoalhas redundantes (aspecto “em paraquedas”), anel mitral com 29,2mm, músculo papilar único, insuficiência mitral moderada; valva aórtica bivalvulada com estenose subaórtica, arco aórtico com istmoplastia efetiva. Realizado diagnóstico de Síndrome de Shone, foi encaminhada para tratamento cirúrgico (troca valvar mitral, comissurotomia aorta, aortoplastia e exclusão auriculeta esquerda), boa evolução no pós-operatório. Conclusão: A síndrome de Shone é condição rara, diagnóstico pouco frequente. É importante que haja o diagnóstico precoce pois o prognóstico da síndrome de Shone esta relacionado com a correção cirúrgica das alterações cardíacas. O diagnóstico tardio está relacionado com complicações como arritmias, descompensação da doença valvar e mortalidade em procedimentos cirurgicos.

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Resumos Temas Livres

39593Relato de caso: persistência da veia cava superior esquerda

RAFAEL RAFAINI LLORET, LEOPOLDO SOARES PIEGAS, RICARDO PAVANELLO, IEDA MARIA LIGUORI, DEIVIDE RIBEIRO SILVEIRA, RAFAEL AUGUSTO MENDES DOMICIANO, JUSSARA REGINA SOUSA RODRIGUES, LÍVIA FERRAZ ACCORSI, VICTOR GUALDA GALORO, BERNARDO NOYA ALVES DE ABREU.

Hospital do Coração, São Paulo, SP, BRASIL.

Relato de caso: A persistência da veia cava superior esquerda (PVCSE) se origina da falta de regressão da porção cefálica da veia cardinal esquerda. Durante o desenvolvimento normal do embrião somente a porção caudal da veia cardinal esquerda persiste como seio coronariano. A incidência dessa anomalia na população geral é estimada entre 0,3 e 0,5% e entre 2,8 a 4,3% das cardiopatias congênitas. Mais raramente pode associar-se a ausência da veia cava superior direita com prevalência de 0,07 a 0,13%. A veia inominada ou braquiocefálica está presente em cerca de 60% dos casos de PVCSE. Apesar de rara, é a anomalia venosa mais comum encontrada no tórax. A veia cava superior esquerda persistente pode drenar para o seio coronariano ou para a aurícula esquerda. Geralmente se apresenta em forma isolada, mas pode estar associada a defeitos do septo interauricular ou a defeitos da drenagem venosa. A apresentação clínica como anomalia isolada é frequentemente assintomática e hemodinamicamente insignificante, no entanto podem ocorrer arritmias e obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo. Frequentemente o diagnóstico é acidental através de procedimentos cirúrgicos torácicos, cateterização central ou em estudo ecocardiográfico. A PVCSE pode ser suspeitada pela dificuldade de progressão do guia pelo sistema venoso durante um procedimento invasivo. A radiografia simples de tórax pode evidenciar um contorno anormal do mediastino superior à esquerda, proeminência paramediastinal caudal ao arco da aorta, uma faixa estreita de hipodensidade ao longo da borda cardíaca superior esquerda e ausência da linha de retificação da veia cava superior direita. O ecocardiograma(eco) pode detectar anomalias cardíacas associadas e o principal achado na presença de PVCSE é a dilatação do seio coronariano drenando para o átrio direito, visualizado no corte apical em duas câmaras. O diagnóstico pode ser confirmado através da injeção de solução salina agitada pelo membro superior esquerdo durante o eco demonstrando o aparecimento precoce de bolhas no seio coronariano, seguido pelo átrio direito. A tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética podem confirmar o diagnóstico de PVCSE e avaliar com acurácia a presença ou ausência das veias inominada e cava superior direita. É importante atentar para a possibilidade de se encontrar essa anomalia durante o implante de dispositivos cardíacos eletrônicos, o que pode significar uma complicação e um desafio para a técnica de implante.

39600Incidência de complicações em pacientes submetidos à angioplastia coronariana primária

ADRIANO A PONSSONI, TIAGO DANI, CAROLINE BRAMBATTI, BRUNO G FROTA, FERNANDO A LUCCHESE, GUILHERME P P GOMES, KARLYSE C BELLI, PAULO E LEAES e VALTER C LIMA.

Hospital São Francisco, Porto Alegre, RS, BRASIL - Santa Casa de Misericórdia, Porto Alegre, RS, BRASIL.

Fundamento: O infarto agudo do miocárdio é a principal causa de mortalidade isolada, correspondendo a 60.080 mortes/ano. A angioplastia primária é recomendada nos casos de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCESST) como terapia de reperfusão coronariana imediata. Com o envelhecimento populacional, viu-se a necessidade de analisar o comportamento destes novos pacientes. Objetivo: Verificar o perfil e incidência de complicações pós-procedimento em pacientes submetidos a angioplastia primária por IAMCESST. Amostra e Métodos: A amostra foi composta de pacientes com diagnóstico de IAMCESST, encaminhados para angioplastia primária em um hospital de referência. A seleção de pacientes se deu nos serviços de emergência e no registro de encaminhados via SAMU (Abril/2013 a Julho/2014). Foram coletatos dados referentes a idade, sexo, origem do paciente, fatores de risco (hipertensão, tabagismo, diabetes, dislipidemia, história familiar de doença coronariana) e complicações hospitalares (nefrite induzida por contraste, complicações vasculares maiores, acidente vascular cerebral e óbito). As variáveis categóricas foram apresentadas em frequência absoluta e relativa (n, %) e a idade em média e desvio padrão. Resultados: A amostra totalizou 196 pacientes, sendo 68% masculino, idade 63±13 anos. A maioria dos pacientes teve origem do SAMU (108, 55%), seguida de emergência SUS (47, 24%) e emergência de convênios (35, 18%). Os fatores de risco mais prevalentes foram hipertensão (121, 62%), tabagismo (88, 45%), diabetes (56, 29%), dislipidemia (52, 27%) e história familiar (46, 23%). A complicação mais prevalente foi nefrite induzida por contraste (14, 7%), complicações vasculares maiores (6, 3%), seguida de AVC (4, 2%). Um total de 8% dos pacientes foram a óbito (n=15). Conclusão: Nesta amostra, os pacientes eram em sua maioria homens, idosos, hipertensos, encaminhados pelo SAMU e tiveram como principal complicação a nefrite induzida por contraste.

39602Instabilidade hemodinâmica recorrente induzida por taquicardia supraventricular em paciente com síndrome de Eisenmenger

VINÍCIUS BOCCHINO SELEME, GUSTAVO LENCI MARQUES, NICKOLAS NOBREGA NADAL, LARISSA OLIVEIRA, FLAVIO DUARTE DE FREITAS, CAIO DE LACERDA ANDRADE, NIRAJ MEHTA, LUCIANA CUNHA, CLAUDIO PEREIRA DA CUNHA.

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A síndrome de Eisengemenger ocorre quando um shunt cardíaco no sentido esquerdo-direito é invertido devido às altas pressões das câmaras direitas. Esta leva a um quadro de dispneia progressiva, hipoxemia crônica e cianose central. Relato de caso: Nesse trabalho relatamos o caso de uma paciente portadora de Comunicação Interatrial do tipo ostium secundum com hipertensão pulmonar grave do tipo II, em uso de oxigenio domiciliar, e que desenvolveu essa condição. Além disso, apresentava episódios semanais de taquicardia supraventricular, marcados por importante instabilidade hemodinâmica, com hipotensão, piora da saturação periférica de oxigênio e rebaixamento do nível de consciência, de difícil reversão. Tal quadro era agravado pela condição respiratória limítrofe da paciente, com risco elevado de parada cardiorespiratória, caso fosse submetida à ventilação mecânica ou à sedação para cardioversão de emergência. Após manejo farmacológico, a paciente obtinha estabilidade hemodinâmica. Em todas as oportunidades foi procedida extensa investigação quanto à etiologia da descompensação (embolia pulmonar, infecção, entre outros), sem identificar outra razão evidente. Diante dessa situação, optamos por submetê-la a estudo eletrofisiológico. No exame foi detectada via anômala nodal lenta atrioventricular, corroborando com a hipótese de taquicardia supraventricular por reentrada nodal comum. No mesmo procedimento, apesar da extrema dificuldade técnica, considerando o grande volume atrial e a presença de refluxo tricuspide grave, foi realizada a ablação por radiofrequencia da via anômala, com sucesso. Desde então, a paciente encontra-se estável, e não mais esteve internada.

39603Endocardite associada a pericardite lúpica

SUZANA YUMI SUZUKI, JOSE ANTONIO DA SILVA, MAURO ROGERIO DE BARROS WANDERLEY JUNIOR, EVELIN MELINE LUBRIGATI e SABRINA PINTO COELHO.

Instituto de Neurologia e Cardiologia de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: As manifestações cardíaca no lupus eritematoso sistêmico mais frequente são doenças valvular, pericárdica, miocárdica e coronariana. Objetivo: Descrever o caso de pericardite e endocardite do LES sem atividade laboratorial. Delineamento: Relato de caso. Métodos: Foi revisado o prontuário do paciente e exames complementares que corroboraram para elucidar o diagnóstico. Resultados: Mulher de 42 anos com diagnóstico de LES aos 24 anos com comprometimento renal e articular, doença coronariana com angioplastia coronariana aos 32 anos, doença renal crônica terminal dialítica desde então, com transplante renal aos 36 anos, rejeitado 5 anos após, retornando a diálise peritoneal. Paciente admitida com queixa de dor retroesternal esquerda de início há 12 horas, ventilatório-dependente, de moderada intensidade, com piora progressiva, associada a dispnéia ao repouso. Apresentava-se taquidispneica, com esforço respiratório, insaturando, sopro sistólico ejetivo em carótidas e fúrcula, frêmito em ápice cardíaco, ausculta de atrito pericárdico em todo precórdio. Apresentou febre, sendo coletado hemoculturas e iniciado antibiótico empírico. ECG normal. Laboratório: anemia, leucocitose, desvio a esquerda, piora da função renal, PCR 214. Líquido peritoneal normal, cultura sem crescimento bacteriano. Rx tórax com aumento da área cardíaca, seios costofrênicos livres e inversão de trama vascular. Angiotomografia de tórax sem trombo em artéria pulmonar e sem dissecção de aorta. Em comparação a exame ecocardiográfico de rotina com exame do internamento, evoluiu em 6 meses com aumento da massa, insuficiência mitral de leve para grave e valva aórtica de normal para dupla lesão moderada e presença de derrame pericárdico moderado sem tamponamento cardíaco. Ecocardiograma transesofágico sem trombos, sem alteração na aorta. Evoluiu afebril após 48 horas da admissão, com discreta melhora. Hemoculturas sem crescimento bacteriano. Sorologia para toxoplasmose e citomegalovírus não reagentes. Investigação para atividade lúpica e síndrome antifosfolípide: C3, C4 e CH50 normais; anti-DNA, anticoagulante lúpico, anticardiolipina IgM e IgG não reagentes. Iniciado tratamento com prednisona 1mg/kg/dia e colchicina. Após 1 semana, teve melhora clínica completa, PCR 64,87 e ecocardiograma com redução do derrame pericárdico. Conclusão: A evolução clínica da paciente, apresentando um quadro inflamatório, não infeccioso, associado ao LES, sugere fortemente diagnóstico de endocardite associado a pericardite lúpica.

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Resumos Temas Livres

39604Avaliação da pressão arterial sistêmica na população pediátrica com diabetes mellitus tipo 1 em Curitiba

ANA CRISTINA RAVAZZANI DE ALMEIDA FARIA, ALLAN DUVOISIN, ALINY WEBER KUHN, CRISTIANE BARAUSSE HASS e BÁRBARA MIROSKI DE OLIVEIRA PINTO.

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: Pacientes infanto-juvenis com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) apresentam alterações na pressão arterial sistêmica. Objetivo: Avaliar os níveis de pressão arterial sistêmica em uma população de 150 crianças e adolescentes com diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 1 que frequentam a Unidade de Endocrinopediatria (UEP) do Hospital de Clínicas da UFPR. Delineamento: Estudo observacional transversal. Pacientes e Métodos: Foram avaliados, aleatoriamente, prontuários de 150 crianças e adolescentes em acompanhamento regular na Unidade de Endocrinopediatria do Hospital de Clínicas da UFPR. Foram coletados dados de pressão arterial sistólica e diastólica, microalbuminúria e hemoglobina glicada do último um ano, bem como idade, tempo de diagnóstico e Índice de Massa Corporal (IMC). Resultados: A amostra foi composta por 150 pacientes, sendo 52% (n=78) do sexo masculino e 48% (n=72) do sexo feminino, com idade média de 10,9 anos (variando de 4 a 16 anos) e tempo de diagnóstico de diabetes médio de 59,3 meses. A média das HBA1c do último um ano foi de 9,8% e das Pressões Sistólica e Diastólica do último um ano foi de 96,9 e 58,3mmHg, respectivamente. O IMC médio foi de 18,8kg/m2. A prevalência de pré-hipertensão e hipertensão foi 1,4%, ou seja, dois pacientes. A grande maioria dos pacientes ficaram dentro dos percentis de pressão arterial adequados para sexo, altura e idade. A principal relação observada neste estudo foi entre aumento do índice de massa corporal (IMC) e aumento da pressão arterial, tanto sistólica quanto diastólica. Os demais parâmetros avaliados não mostraram relação direta com os níveis de pressão arterial. Conclusão: Os pacientes portadores de DM1 da Unidade de Endocrinopediatria do Hospital de Clínicas da UFPR apresentam-se na sua maioria normotensos. Entretanto, por terem sido realizadas apenas aferições ambulatoriais, não se pode descartar alterações subclínicas que só podem ser identificadas através de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), afinal pacientes com DM1 apresentam menor descenso noturno, podendo esta ser a primeira manifestação de uma hipertensão arterial sistêmica futura. Portanto, o MAPA pode ser uma ferramenta útil no rastreamento precoce de alterações de pressão arterial nesta população. A monitoração dos hábitos de vida deve ser uma constante para estes pacientes, visto que o IMC está diretamente relacionado com o aumento da pressão arterial sitêmica.

39605Origem anômala de coronária direita como fator complicador de infarto agudo do miocárdio

GUSTAVO LENCI MARQUES, NICKOLAS NOBREGA NADAL, VINÍCIUS BOCCHINO SELEME, JOÃO RAFAEL BORA RUGGERI, ENIO EDUARDO GUÉRIOS, GILBERTO MELNICK, LUANA BASSAN GUSMON e CLAUDIO PEREIRA DA CUNHA.

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A origem de artéria coronária em um seio não habitual é uma rara anomalia congênita, com importante potencial de morte súbita cardíaca. Ademais, esta alteração dificulta a realização de procedimentos de cardiologia intervencionista. Objetivo: Revisão bibliografia e relato de caso de origem anômala de coronária direita. Delineamento: Relato de caso. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 67 anos, hipertensa, diabética tipo 2, dislipidêmica, hipotireoidea e com histórico de doença arterial coronariana (DAC) (com angioplastia transluminal coronariana ATC) e implante de stent em ramo descendente anterior (DA) da artéria coronária esquerda (CE), foi admitida, no Hospital de Clínicas/UFPR, com quadro de dor torácica atípica para DAC e marcadores de necrose miocárdica negativos. Pelo seu risco cardiovascular elevado, fora submetida à prova funcional por meio de ecocardiografia transtorácica com estresse farmacológico induzido por dobutamina apresentando dor e isquemia, evidenciada por hipocontratilidade segmentar. Na sequência investigativa, foi procedida a cineangiocoronariografia demonstrando artéria coronária direita (CD) com origem anômala no início da CE, que irrigava grande parte da parede posterior do ventrículo esquerdo e mostrava lesão de 95% no seu terço médio. O ramo descendente posterior apresentava lesão de 40% no seu terço inicial. O tronco da CE era bifurcado e originava: (1) DA tipo IV, com lesão de 50% (intrastent) no seu terço médio, seu primeiro ramo diagonal com lesão intrastent de 60% no seu terço inicial e (2) ramo circunflexo sem lesões obstrutivas. Discussão: As anomalias coronarianas podem ser divididas em significativas (com distúrbios de perfusão miocárdica) e não-significativas (com fluxo coronário normal). Dentre as cardiopatias congênitas, as anomalias significativas são raras (incidência inferior a 1%). Sendo a referida lesão de CD estratificada como crítica, optado por realizar ATC da lesão crítica em CD, procedida com sucesso. Conclusão: Conhecer as variantes anatômicas coronarianas é fundamental para diagnóstico e abordagem de lesões ateroscleróticas. Descrevemos um caso raro de origem anômala de CD, com bom resultado angiográfico pós tratamento intervencionista.

39606Avaliação da qualidade assistencial prestada aos pacientes com diagnóstico de IAM com Supra de ST que chegam na emergênca de um hospital de referência

TIAGO DANI, ADRIANO A PONSSONI, IGOR C RODRIGUES, BRUNO G FROTA, FERNANDO A LUCCHESE, GUILHERME P P GOMES, KARLYSE C BELLI e PAULO E LEAES.

Hospital São Francisco, Porto Alegre, RS, BRASIL - Santa Casa de Misericórdia, Porto Alegre, RS, BRASIL.

Fundamento: No infarto agudo do miocárdio (IAM) com elevação do segmento ST, o tempo desde o início dos sintomas até a instituição do tratamento é diretamente proporcional à ocorrência de eventos clinicamente relevantes. O controle desse tempo é fator fundamental para otimização do tratamento, tanto imediato quanto tardio. Cada vez mais salienta-se a importância da identificação rápida e tratamento eficiente de pacientes com IAM nos serviços de emergência. Objetivo: Verificar a qualidade assistencial no protocolo de atendimento por dor torácica prestada aos pacientes com diagnóstico de IAM com Supra de ST que chegam a emergência de um hospital de referência. Métodos: Foram incluídos 81 pacientes com diagnóstico de IAM com elevação do segmento ST atendidos nos serviços de emergência de um hospital de referência (abril/13 a julho/14). As variáveis coletadas foram: sexo, idade, origem do paciente, tempo porta-eletrocardiograma, tempo porta-diagnóstico, tempo porta-balão, tratamento escolhido e os principais desfechos clinicos. Os resultados foram apresentados em frequência relativa e absoluta ou médias e desvio padrão, mediana e quartis (P25-P75). Resultados: A maioria da amostra foi masculina (48, 59%), 63±13anos, em sua maioria provenientes da emergência SUS (46, 57%) e CIEM (35,43%). O tempo porta-eletrocardiograma foi de 6 (5-16) minutos, o porta-diagnóstico 27 (11-83)min e o tempo porta-balão 115(60-181) minutos. O processo porta-diagnóstico apresentou o maior percentual de pacientes com tempo acima do preconizado (40, 49%). O tratamento com angioplastia primária foi realizado na maioria dos pacientes (68, 86%). O principais desfechos clínicos foram: cirurgia de revascularização do miocárdio (8, 10%), AVC (2, 2%) e morte (5, 6%). Conclusão: O tempo porta eletrocardiograma esteve de acordo com os parâmentros de qualidade assistencial descritos nas diretrizes. Porém, o tempo porta-diagnóstico e porta-balão estiveram fora do recomendado na maioria dos atendimentos. A taxa de mortalidade esteve dentro do valor esperado.

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Amiloidose cardíaca

FERNANDO ALVES, VINÍCIUS BOCCHINO SELEME, FRANCISCO MAIA DA SILVA, GUSTAVO LENCI MARQUES, NICKOLAS NOBREGA NADAL e JULIANE ROMPKOSKI.

Hospital Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.

Relato de caso: C.A.B, 60 anos. Natural de Maringá-PR, procedente de Curitiba/PR, casado, 2 filhos, aposentado, ex-motorista. Portador de hipertensão arterial há 15 anos, em uso de Losartana 50mg/dia; Nega diabetes, etilismo, tabagismo ou dislipidemia. Nega história de doença arterial coronariana. História familiar de um irmão que fez revascularização miocárdica com 37 anos de idade na Alemanha, com implante de CDI (2001) e transplante cardíaco em 2014. Paciente com história de que em Jan/2014 iniciou quadro de edema MMII seguido de dispneia aos moderados esforços, com evolução em alguns meses para edema ++++/4 de MMII e dispnéia aos mínimos esforços. Nega dor torácica, síncopes ou palpitações em qualquer momento. Refere que o quadro se instalou muito rapidamente e que, até então, era saudável. Em uso de carvedilol 6,25mg 12/12h, enalapril 10mg 12/12h e furosemia 40mg 2cp/dia. Iniciou investigação prévia devido quadro de insuficiência cardíaca, com realização de Ecocardiograma de estresse com dobutamina, negativo para isquemia, além de cineangiocoronariografia, que demonstrou lesão de 40% em terço próximal de a.DA. Admitido no Hospital Santa Casa com piora do quadro clínico. Ao exame, jugulares ingurgitadas à posição ortostática que aumentavam de volume com a inspiração. ECG sem sinais de isquemia, com ondas de baixa voltagem e desvio eixo para direita. Ecocardiograma com FE 58%, septo 15mm, PP 15mm, função diastólica com padrão restritivo, Relação E/E’ = 20; hiperrefringência dos ventrículos. Ressonância magnética cardíaca com presença de realce tardio miocárdico difuso mais evidente subendocárdico, compatível com infiltração por depósito amiloide. Diagnóstico de amiloidose cardíaca. Sem presença de macroglossia, púrpura, neuropatia ou síndrome nefrótico. Possível quadro de amiloidose familiar ATTR que tem início de quadro clínico tardio e ausência de pico monoclonal em eletroforese.

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Resumos Temas Livres

39611Ecocardiografia como ferramenta diagnóstica na displasia arritmogênica de ventrículo direito

VINÍCIUS BOCCHINO SELEME, NICKOLAS NOBREGA NADAL, GUSTAVO LENCI MARQUES, MAURCIO PALU GELATTI, LUIS FELIPE LOPES CORREA, ANDERSON JOSE ARGEMIRO, PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI e CLAUDIO PEREIRA DA CUNHA.

Hospital de Clínicas / UFPR, Curitiba , PR, BRASIL.

Fundamento: A displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD) é uma cardiomiopatia marcada por substituição gradual de células miocárdicas por tecido fibrogorduroso e tem etiologia indefinida. Mais comumente identificada em adultos jovens, com predomínio no sexo masculino, representa quase 6% das mortes súbitas de origem cardíaca. Objetivo: Revisão bibliográfica e relato de caso. Delineamento: Relato de caso. Relato de caso: Paciente de 17 anos encaminhado ao serviço de cardiologia de hospital público federal para investigação de quadro de três episódios de síncope durante atividade física. Previamente submetido a estudo eletrofisiológico, em outro serviço, com relato de taquicardia ventricular não sustentada, associada à instabilidade hemodinâmica. Como histórico familiar, refere morte súbita em irmão aos 18 anos. Realizada ecocardiografia transtorácica que evidenciou ventrículo direito com dimensão interna aumentada, acinesia de parede lateral (basal) e hipocinesia dos demais segmentos de ventrículo direito, diâmetro basal de 48mm (valor de referência menor que 42mm), ventrículo esquerdo com dimensão interna e função sistólica normais. Resultados: O ecocardiograma é ferramenta de grande relevância no diagnóstico da doença, muitas vezes afastando a necessidade de realização de exames de imagem de maior custo. Após discussão clínica e considerando o elevado risco de morte súbita por arritmia ventricular, além do manejo com drogas antiarrítmicas, foi decidido pelo implante de cardiodesfibrilador implantável. Conclusão: A DAVD deve ser lembrada como causa de morte súbita em indivíduos jovens, pois pode ser a primeira manifestação dessa doença. É necessário diagnóstico precoce, seguimento e tratamento das arritmias que porventura estão associadas ao quadro clínico.

39613Comparação do perfil de pacientes submetidos a Teste Ergométrico de acordo com a resposta do descenso da frequência cardíaca

VIVIANE M LIMA, RENATA P M CAMARGO, KARLYSE C BELLI, JULIANA R ALVES, PAULO E LEAES e GUILHERME P P GOMES.

Hospital São Francisco, Porto Alegre, RS, BRASIL - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, BRASIL.

Fundamento: O descenso da frequência cardíaca após o esforço máximo é uma resposta fisiológica medida no final do teste ergométrico. É avaliado pela frequência cardíaca de pico no teste menos a frequência cardíaca no primeiro minuto da recuperação. Considera-se que uma pessoa com um descenso menor que 12bpm apresenta um fator de risco para eventos cardiovasculares. Objetivo: Verificar as diferenças entre sujeitos que apresentam descenso da frequência cardíaca normal ou anormal em uma amostra de pacientes submetidos a teste ergométrico. Métodos: Analisamos 693 testes ergométricos máximos em sujeitos que não faziam uso de medicamentos cronotrópicos negativos. Coletaram-se dados de idade, índice de massa corporal (IMC), nível de atividade física, comorbidades, fatores de risco, frequência cardíaca (FC) máxima e FC no primeiro minuto da recuperação. As comparações do perfil entre grupos (descenso normal ou anormal da FC no primeiro minuto da recuperação) foram calculadas utilizando o teste qui-quadrado para as variáveis categóricas e o Teste-t Student para as variáveis contínuas. Resultados: Nesta amostra, 38 apresentaram descenso da FC anormal e 655 normal, sendo a maioria homens (356, 51%) e sem diferença entre grupos (p=0,25). Os sujeitos com descenso anormal eram mais velhos (60±15x54±15, p=0,02) e não se verificou diferença quanto ao sedentarismo [24(63%)x393(60%), p=0,71), história de tabagismo [25(66%)x505(77%), p=0,10], hipertensão [21(55%)x444(68%), p=0,10], dislipidemia [30(81%)x(479(74%), p=0,33] e IMC > 25 [19(50%)x322(59%), p=0,93]. Por outro lado, o grupo com descenso anormal apresentou maior frequência de diabetes [31(82%)x479(74%), p<0,01]. Conclusão: A resposta anormal do descenço da frequência cardíaca foi mais prevalente somente nos sujeitos mais velhos e nos diabéticos.

39618Fibrilação atrial e síncope

NATALIA BOING SALVATTI e BRUNO CORREA ELAMIDE.

Hospital Santa Casa de Misericordia de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Universitario de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A fibrilação atrial é a principal causa de arritmias em idosos, incomum apresentar-se clinicamente com episódios de síncope. Este trabalho apresenta o relato de caso de um paciente de 71 anos, previamente hipertenso e tabagista, que apresentou episódio de síncope, sendo diagnosticada fibrilação atrial. Causas neurológicas foram descartadas. De acordo com dados da literatura, faltam estudos a respeito da associação de síncope em pacientes com fibrilacao atrial.

39619Perfil epidemiológico da hipertensão arterial sistêmica na população de Maringá - PR

ALINE RAQUEL SOUZA DUTRA, VICTOR KENED RAMOS DOS REIS, JELSON CARDOSO JUNIOR, EDSON APARECIDO BERNARDINELLI JUNIOR, DALQUIA FERRARINI DE PAULA e ABDOL HAKIM ASSEF.

Unicesumar, Maringá, PR, BRASIL.

Fundamento: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) consiste numa doença com alta prevalência e está normalmente relacionada a fatores de risco (FR) como a idade, sedentarismo e histórico familiar. Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico da HAS na cidade de Maringá - PR e correlacionar com a presença dos FR. Delineamento, Materiais e Métodos: Estudo analítico, descritivo e transversal, na cidade de Maringá - PR. Foram selecionados de forma aleatória quatro estabelecimentos na cidade de Maringá - PR, onde se aplicou um questionário referente aos FR cardiovasculares e realizou-se a aferição da pressão arterial (PA) dos participantes. Resultados: O estudo contou com um total de 741 participantes com faixa etária entre 7 anos até pacientes com mais de 50 anos, sendo 58,56% do gênero feminino. A prevalência global da HAS foi de 24,29%, e 6,74% 140x90mmHg na aferição da PA realizada durante o estudo. Relativamente à população hipertensa, 63,88% eram do gênero feminino. Do total de hipertensos, 72,5% eram maiores de 50 anos, e apenas 3,33% eram menores que 30 anos. Os principais FR (Fatores de risco) encontrados foram: sedentarismo (54,3%), histórico familiar (49,50%),e idade acima de 50 anos (72,5%). Conclusão: Pode-se verificar relação entre os FR e a HAS.

FR Com HF e HAS Sem HF e HAS PHistórico familiar 49,5% 32% 0.0001

FR em Hipertensos Possuem HAS Não possuem HAS PSedentarismo 54% 48% 0.0006

FR HAS Pcts com HAS Pcts sem HAS PId. > 50 anos 72,5% 27,5% 0.0001Id. < 50 anos 10,7% 89,3 0.0001

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Resumos Temas Livres

39620Parada cardíaca idiopática em paciente adolescente

DÉBORA CAROLINE ZIELONKA, MYLENA CRISTINA KORMANN, BEATRIZ CESAR SANT`ANNA, SEAN KEVIN SONOO LAI e JOSE AUGUSTO RIBAS FORTES.

Santa Casa de Misericórdia, Curitiba, PR, BRASIL - PUCPR, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma situação de urgência médica de alta morbimortalidade, sendo o tempo para o atendimento inicial um fator de grande importância. Sobreviventes de PCR por Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia Ventricular (TV) têm alto risco de recorrência de taquiarritmias fatais, principalmente nos primeiros 6 a 12 meses do evento. Crianças e adolescentes vítimas de PCR representam menos de 2% dos casos de morte súbita (MCS) na população geral e a etiologia do evento muitas vezes não é conhecida no primeiro atendimento ou mesmo após extensa investigação. O uso do CDI é amplamente utilizado na profilaxia da MCS de adultos com arritmias ventriculares malignas, mas pouco descrito em casos de adolescentes ou crianças, por sua menor incidência nesta população: entretanto, de modo geral, após 20 meses de seguimento médio, o CDI reduziu o risco de mortalidade arrítmica em até 31% dos casos. Objetivo: O objetivo deste relato é apresentar um caso de PCR Idiopática em um paciente desta faixa etária, discutindo qual conduta médica adotar nessa situação para uma melhor resposta terapêutica e sobrevida do doente. Relato de caso: O caso clínico relatado é de um paciente adolescente de 15 anos do sexo masculino, previamente hígido e assintomático, que sem pródromos, teve perda súbita da consciência e do tônus postural, na frente de sua tia, enfermeira emergencista. Foi atendido pelo SAMU que descreveu, mas não registrou, FV. Foi submetido a cardioversão elétrica. No eletrocardiograma pós-PCR, observou-se ritmo sinusal, com extra- sístoles trigeminadas e monomórficas, associadas a distúrbio de condução do ramo direito e bloqueio da divisão ântero-superior do ramo esquerdo. Realizou estudo eletrofisiológico que não evidenciou anormalidades do sistema de condução, nem induziu arritmias, mesmo após prova com procainamida. Foi submetido à ressonância magnética cardíaca que demonstrou apenas um infiltrado gorduroso na ponta do ventrículo direito, mal definido e sem critérios diagnósticos. Devido a incapacidade de definir um diagnóstico claro da causa da arritmia ventricular, foi discutido com seus familiares e realizado o implante de (CDI) para evitar novos eventos. Conclusão: Embora sejam necessários mais estudos e publicações a respeito, descrições de casos são essenciais na ausência de literatura base, pois auxiliam o médico a tomar decisões quando se depara com uma situação igual ou semelhante.

39622Morte súbita abortada por Takotsubo

VINÍCIUS BOCCHINO SELEME, GUSTAVO LENCI MARQUES, NICKOLAS NOBREGA NADAL, MARTA LISIE KLEIN UHLENDORF, JULYANA ZANINELLI MAIOLINO, NAIARA TAIS DE ANDRADE TEIXEIRA, ADRIANO PENHA PINTO, PAULO ROBERTO CRUZ MARQUETTI, LUCIANA CUNHA e CLAUDIO PEREIRA DA CUNHA.

Hospital de Clínicas / UFPR, Curitiba, PR, BRASIL.

Fundamento: A cardiomiopatia por estresse (Takotsubo) é caracterizada por transitória disfunção sistólica regional, com apresentação semelhante ao infarto agudo do miocárdio, mas sem lesão coronariana obstrutiva. Apesar de possível, a apresentação da doença geralmente não ocorre com morte súbita. Objetivo: Realizar revisão bibliográfica e descrever apresentação grave e incomum de cardiomiopatia por estrese (Takotsubo). Delineamento: Relato de caso. Relato de caso: Paciente feminina de 45 anos, previamente com miomatose uterina, em uso de anticoncepcional oral, sem outras comorbidades relatadas ou uso de outras medicações. Procurou atendimento em serviço de Emergência por quadro de dor torácica retroesternal, de característica anginosa. Enquanto aguardava atendimento, teve uma parada cardiorrespiratória (em fibrilação ventricular), sendo reanimada de acordo com os preceitos estabelecidos no ACLS. Admitida na Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica (UTIC) de um hospital público federal em uso de norepinefrina, sedação e em ventilação mecânica. A interpretação de eletrocardiograma da admissão demonstrava infarto agudo do miocárdio em evolução de parede anteroseptal. Cateterismo não demonstrou lesões obstrutivas coronarianas. Em três dias de manejo na UTIC foi extubada e suspensas as drogas vasoativas, tendo alta para a enfermaria em menos de sete dias. Discussão: Geralmente o fator desencadeante dessa miocardiopatia está relacionado a evento de estresse emocional (confirmado pela paciente do caso, que havia tido uma discussão familiar). O prognóstico da doença é favorável, sendo autolimitada, com tratamento suportivo. Apesar da apresentação de choque cardiogênico, o adequado manejo clínico permitiu bom desfecho para o caso. Conclusão: A morte súbita abortada por Takotsubo é uma apresentação infrequente dessa cardiomiopatia, que geralmente simula quadro de síndrome coronariana aguda (como na apresentação inicial do caso em questão). O entendimento da doença e seu prognóstico, assim como seu manejo adequado, permitiram uma boa evolução clínica.

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