luke kaitos e os cristais de oz

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Trilogia Luke Kaitos Por: JJ Sobrinho Luke é um garoto de onze anos que gosta de animais e de plantas, ele está aprisionado em uma Casamata no coração da Amazônia. Seu único amigo é o Fumaça, Fumaça é um furão doméstico muito divertido e atrapalhado que conhece todos os esconderijos do laboratório. Este local foi escolhido por ser especial, pois está localizada logo acima da maior Crosta de Cristais do Mundo além de ser uma das passagens para Shamballah, capital de Agharta. Luke foi separado de seus pais quando completou oito anos de idade e desde então tem feito de tudo para encontrá-los, mas até agora sem sucesso. Entretanto tudo esta prestes a mudar com a fuga para a floresta e a descoberta de um mundo novo no interior da Terra, onde vai deparar com serpentes gigantes, plantas colossais e seres de luz além um Sol que nunca se põe. Nesta aventura Luke vai descobrir sua verdadeira origem, o poder da amizade e fará toda a diferença ao resgate da consciência humana.

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Page 1: Luke Kaitos e os Cristais de OZ
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Page 4: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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© 2011 Bubok Publishing S.L.

1ª edición

ISBN:

Impreso en España / Printed in Spain

Impreso por Bubok

Page 5: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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Luke é um garoto de onze anos que gosta de animais e de

plantas, ele está aprisionado em uma Casamata no coração da

Amazônia. Seu único amigo é o Fumaça, Fumaça é um furão

doméstico muito divertido e atrapalhado que conhece todos os

esconderijos do laboratório.

Este local foi escolhido por ser especial, pois está localizada

logo acima da maior Crosta de Cristais do Mundo além de ser uma

das passagens para Shamballah, capital de Agharta.

Luke foi separado de seus pais quando completou oito anos de

idade e desde então tem feito de tudo para encontrá-los, mas até

agora sem sucesso. Entretanto tudo esta prestes a mudar com a

fuga para a floresta e a descoberta de um mundo novo no interior

da Terra, onde vai deparar com serpentes gigantes, plantas

colossais e seres de luz além um Sol que nunca se põe.

Nesta aventura Luke vai descobrir sua verdadeira origem, o

poder da amizade e fará toda a diferença ao resgate da consciência

humana.

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Capítulo Um - O Grande Segredo

Capítulo Dois - A Casamata

Capítulo Três - A vida no cativeiro

Capítulo Quarto - A fuga para Floresta

Capítulo Cinco - O garoto de Sirius

Capítulo Seis - A Caverna

Capítulo Sete - A Capital de Agharta - Shamballah

Capítulo Oito - A Visão de um Mundo Novo

Capítulo Nove - Encontro com o Rei do Mundo

Capítulo Dez - O Crânio de Cristal

Capítulo Onze - Os Cristais de OZ

Capítulo Doze – O Treinamento

Capítulo Treze - A Lei do UM

Capítulo Catorze - A Quarta Dimensão

Capítulo Quinze - O Centro de Comando dos Cinzentos

Capítulo Dezesseis - Nascimento e Morte de um Paradigma

Capítulo Dezessete - Uma Escolha Terrível

Capítulo Dezoito - O destino da Terra

Capítulo Dezenove - A queda do Véu de Maia

Epílogo - O Jogo da Vida

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CAPÍTULO UM

Um velho relógio na parede marca vinte horas no laboratório

construído logo abaixo do centro europeu de pesquisas nucleares

que fica localizado próximo a fronteira da França com a Suíça e

Genebra. Lá dois homens analisam um manuscrito de capa de

madeira revestido em couro com armações metálicas que está em

cima da mesa central do laboratório. Este manuscrito remete ao

século treze, foi escrito por um escriba num monastério

beneditino, na região da Boêmia, na atual República Tcheca. O

documento passou a ser chamado de Bíblia do Diabo devido às

ilustrações contidas em seu interior. É o maior manuscrito

medieval do mundo, tendo sido considerado, a oitava maravilha,

devido ao seu impressionante tamanho e ainda hoje é considerado

o maior livro do mundo.

Ambos são cientistas do governo, eles vestem roupas brancas e

impecavelmente limpas, um deles se destaca por seu grande bigode

que remete a um Barão da época colonial do Brasil ou até mesmo

ao filósofo grego Sócrates, feio, com nariz achatado, olhos

esbugalhados, uma calva enorme, rosto pequeno, estômago

saliente e uma longa barba crespa. Ele aparenta ter uma idade

avançada o que o torna muito confiável na área científica ou pelo

menos deveria torná-lo uma vez que pessoas mais velhas inspiram

confiança, não tome isto como uma regra geral. Com um ar de

superioridade e ao mesmo tempo autoconfiança ele demonstra

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sabedoria e conhecimento, pode-se ver claramente em seus olhos

brilhantes que é um homem muito inteligente. Ele veste luvas

cirúrgicas enquanto folheia o livro.

O outro é muito mais jovem, de barba feita e com a pele do

rosto como a de um grande bebê, expressa grande apreciação pelo

seu mestre sendo um fiel aprendiz. Já ouviu falar muito a respeito

do Dr. Clarke, que é responsável pela descoberta da partícula de

Deus ou na linguagem científica o “bóson de Higgs”, que em

termos claros é uma partícula elementar escalar maciça que valida

o modelo padrão atual de partícula. Representa a chave para

explicar a origem da massa das outras partículas elementares.

Todas as partículas conhecidas são divididas em duas classes:

férmions “partículas com spin da metade de um número ímpar e

bósons, partículas com spin inteiro”. Simples, não? Seu sonho de

infância é um dia poder unificar as forças da gravitação com o

eletromagnetismo e as forças nuclear forte e fraca em uma única

teoria, a Teoria de Tudo.

Eles procuram por mensagens cifradas neste manuscrito, que

foi a condenação de um homem devido aos seus pecados

praticados contra o monastério beneditino de Podlažice. Segundo

a lenda, o escriba foi um monge que quebrou os votos monásticos

e foi condenado a ser murado vivo. A fim de evitar esta severa

sanção, ele prometeu a criação, em uma única noite, de um livro

que glorificaria o mosteiro para sempre e que incluiria todo o

conhecimento humano. Perto da meia-noite, ele teve a certeza que

não conseguiria concluir esta tarefa sozinho e, por isso, fez uma

oração especial, não dirigida a Deus ou algum outro Santo das

causas perdidas, mas ao querubim banido, Satanás, pedindo-lhe

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que o ajudasse a terminar o livro em troca da sua alma. O monge

vendeu, assim, a sua alma ao diabo. O cramunhão concluiu o

manuscrito do monge e foi acrescentada uma imagem do diabo

como agradecimento pela sua ajuda.

Apesar da lenda, o códice não foi proibido pela Inquisição e é

analisado por muitos estudiosos e cientistas ao longo dos tempos,

mesmo desconsiderando a existência de Deus ou do Diabo no

meio científico, ele permanece como um objeto de estudo muito

valioso.

O Dr. Clarke fita os olhos na figura do demônio desenhado em

uma folha inteira na página 290 e tem uma visão aterrorizante, um

presságio que o perturba profundamente. Ele começa a balbuciar

fragmentos de palavras que são incompreensíveis para o seu

ajudante que sem compreender uma palavra sequer tenta de

alguma forma o ajudar. O rapaz fica petrificado e entre uma ação e

a total inércia espanta-se cada vez mais com a feição do mestre que

se alterna de temor para uma figura total horror.

- O que aconteceu, mestre? - Pergunta ele, sem nenhuma

resposta aparente, apenas alguns grunhidos são ouvidos. O jovem

aprendiz abre uma gaveta ao lado da estante com tubos de ensaio,

bicos de Bunsen, bequers, erlenmeyes e todo o tipo de material de

um laboratório químico. Finalmente retira uma seringa e pega um

frasco com um líquido com a mistura de haloperidol com o

lorazepam na proporção de 1mg de lorazepan para cada 5mg de

haloperidol e o aplica no Doutor.

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Ele está pálido e cambaleando, percebe que algo lhe foi

aplicado no braço esquerdo e então o esfrega para aliviar a

ardência. Aos poucos começa a recobrar a lucidez e lembra-se que

vislumbrou o surgimento de um de uma nova civilização e a

extinção completa desta em um holograma que se projetou do

livro até o teto da sala formando uma imagem que o deixou muito

transtornado. Neste holograma ele viu a chegada de um feixe de

luz brilhando no céu da noite como um feixe de raios gama e a sua

luz envolveu toda a superfície da Terra. Nesse instante todas as

pessoas, carros e objetos, tudo que esta sobre o planeta se eleva até

o momento de uma grande explosão, jogando no espaço sideral os

fragmentos da Terra consumida por esta gigantesca energia, vinda

do centro de nossa galáxia.

Recuperado do delírio o doutor volta-se para o seu aprendiz e

esbraveja:

- Temos que avisar o General! – Responde ele, no instante em

que fecha o livro que é deixado para traz.

Imediatamente ambos saem da sala e caminha em direção a um

corredor com centenas de portas, este corredor longuíssimo os

conduz para uma terceira porta que os leva a outro corredor e este

a um grande salão oval com dezenas de monitores que gravam 24

horas por dia todas as câmeras de segurança no mundo. Não

importa em qual parte do planeta esteja se neste local houver uma

câmera eles saberão onde você está.

Logo na entrada do escritório do General são abordados por

dois soldados que montam guarda no local, o Dr. Clarke levanta a

mão esquerda e com os dedos chifrados acena para os soldados

que imediatamente lhe dão passagem. Este símbolo representa a

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união e o cumprimento da agenda reptiliana. Os soldados o

identificam de imediato e sem hesitar permitem que o Dr. Clarke e

o aprendiz, Dylan tenham acesso ao General.

A porta do escritório está entreaberta e eles podem ver o

General sentado em sua mesa entre duas luminárias rústicas que

estão acima de sua cabeça e realçam um quadro com a pintura de

um dragão alado. Este dragão tem aparentemente três metros de

altura e suas asas brancas e felpudas tem uma envergadura de seis

metros supõem o Dr. Clark, é realmente um belíssimo quadro se

não fosse à figura assustadora que ele retrata.

O General veste os trajes típicos e em seu peito há uma porção

de horárias de guerra que parecem mais um mosaico colorido, com

um semblante de preocupação o General os encara enquanto os

dois ficam perfilados sem sua frente. Ambos batem o calcanhar e

novamente acenam com os dedos chifrados em sinal de

continência para o General que retribui com o mesmo sinal.

- O que vocês querem? – Indaga grosseiramente o General com

um evidente sotaque alemão enquanto apara um charuto com

cortador de metal. O jovem rapaz imagina seu dedo no lugar do

charuto enquanto ele é cortado e engole a saliva em seco.

Um olha para o outro neste momento, há um grande temor a

respeita da reação do General, todos sabem o quanto ele é tirano.

Quando jovem acompanhava seus superiores nas sessões de

tortura que levavam até dez horas para acabar e muitas vezes o

interrogado morria antes mesmo de confessar alguma coisa. Ele

aprimorou um antigo método de tortura conhecido como “A

cadeira do Dragão”, os presos sentavam nus numa cadeira

revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho

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era ligado na eletricidade, o zinco transmitia choques a todo o

corpo, hoje a conhecemos como a cadeira elétrica, este método

reduziu imensamente o tempo para se conseguir uma confissão.

Mesmo temeroso o Dr. Clarke começa a falar:

- General. - Queremos comunicar que o Códice Giga está

manifestando os acontecimentos que estão por vir, creio que

temos pouco tempo até a sua realização, os fatos escondidos em

suas páginas estão se manifestando e creio que a pior esta por vir.

O General hesita por um instante, ele traga o seu charuto e

exala uma fumaça com a forma de um grande cogumelo e então

solta uma gargalhada que ecoa por todo o salão. O Dr. Clarke e

seu ajudante contraem-se em repúdio e medo. O General levanta-

se e admira a pintura na parede, com os punhos cerrados ele dá

um soco na mesa derrubando um globo gigante da Terra. O globo

cai ao chão e se espatifa em dezenas de pequenos pedaços. Pode-

se notar que seu interior estava oco devido à quantidade de

pedaços finos e pelo pequeno volume de fragmentos que deixou.

Ainda enfurecido o General esbraveja:

- Comunique imediatamente os malditos Cinzentos para que

procedam com o Programa de Reinicializarão. Façam isso agora! –

Grita o General, enquanto seus olhos esbugalhados parecem que

vão saltar do rosto.

Sabendo da gravidade do Programa de Reinicializarão e

temendo a reação do General em caso de recusa o Dr. Clarke

hesita por alguns segundos, mas com a cabeça ele acena em

concordância atendendo a ordem direta do General.

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- Imediatamente General! – Responde ele ao sacar do bolso um

estranho aparelho eletrônico com um botão verde que o aperta

prontamente. Parece um simples apertar de botão, mas as

consequências deste ato irão mudar o rumo da civilização.

Em outro lugar na Terra, uma luz vermelha pisca no painel

central de um monitor localizado em uma sala gigantesca com

dezenas de outros monitores, uma figura de tom cinza escuro com

olhos grandes e negros com a estatura mediana a de um homem se

aproxima e aciona um mecanismo que faz surgir uma formação de

cristais que então começa a reluzir uma luz azul intensa. Essa

figura entranha, com a pele cinza, sem emoções e cheirando a

enxofre é responsável pela programação do “Projeto Vida”. Tudo

que existe na face da Terra e fora dela é cuidadosamente

construído nesse complexo. Nada entra em operação sem a

aprovação dele.

Na tela de vidro projetada na parede ele visualiza o que para

nós pode ser interpretado como as ultimas civilizações humanas

utilizadas no Projeto Terra. Digo isto por que para ele esta não

seria um humano mais sim híbrido meio humano meio macaco.

Então verifica as suas possíveis falhas ocorridas em cada uma das

civilizações.

Na primeira civilização humana houve muita valorização da

perfeição e esta foi à causa de seu colapso, a humanidade é

imperfeita e a sua perfeição não é natural. Nela as pessoas viviam

em plena harmonia e sem doenças. Não havia guerras nem

conflitos o dinheiro não era necessário tampouco trabalhar para

obtê-lo. Mas havia um grande problema.

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Nas palavras de Deus, “Eu sou o Ômega e o Alfa”, o bem e o

mal, o certo e o errado, o homem e a mulher, o aqui e o ali, tudo o

que é e tudo o que não é.

Com a falta do oposto, o ódio, as guerras, a tristeza, a fome, a

dor…

A lista de opostos ao amor é imensa, mas sem a existência do

oposto a humanidade não poderia experimentar a si mesmo e

então fracassou e não progrediu além do estágio em que estava.

Seguindo a lógica universal “tudo o que não evolui, morre”. E

assim foi feito.

As demais civilizações competiram entre si até o colapso

atômico nuclear. Elas dominaram a tecnologia dos cristais, mas

não a utilizaram para o bem. A utilização dos cristais resultou na

total aniquilação da maior civilização humana em termos de ciência

e tecnologia que já existiu na face da Terra. Esta civilização utilizou

os cristais para criar a antimatéria que transformou a superfície da

Terra em deserto e jogou a sua cidade no fundo do oceano devido

ao descongelamento do gelo dos polos Norte e Sul.

Finalmente ele analisa a civilização atual e verifica que a total

inércia da humanidade na perda dos valores universais e que a

separação e a segregação criou conflitos internos nas pessoas. A

cultura do medo e a violência operam na Terra a partir da quarta

dimensão baixa resultando na total divisão da consciência terrestre

que embora estivesse na agenda reptiliana não atende mais ao

desejo do grande criador do cosmo.

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Então, lentamente o homenzinho cinzento de olhos escuros se

move para outro painel e checa o posicionamento do Sistema

Solar com referência ao centro da Via Láctea, o computador lhe

informa a data da próxima reinicializarão da humanidade. No

painel é mostrada a data de vinte e um do mês de dezembro do

ano de dois mil e doze, faltam nove dias até esta data.

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CAPÍTULO DOIS

No coração da Amazônia logo acima da maior Crosta de

Cristais maciço do Mundo, está localizado o laboratório dos

doutores Gray, os Grays são cientistas do governo que trabalham

com experimentos de clonagem humana e fusão de híbridos de

todas as espécies. Eles não são brasileiros e muito menos

humanos embora pareçam com um. Eles foram recrutados por

suas habilidades em genética e química. O laboratório fica em uma

das salas da Casamata.

O motivo para a escolha deste local é o total isolamento

necessário para as pesquisas realizadas e pelo fato de estar

localizado em uma das entradas subterrâneas para Shamballah

capital de Agharta onde vive o Rei do Mundo. O povo local

desconhece completamente a existências das entradas e apenas

alguns indígenas ainda as protegem.

O laboratório é de alta segurança e vigiado por militares 24

horas por dia, apenas os doutores Grays tem autorização para

morar e trabalhar no local, todos os demais são apenas visitantes

como autoridades mundiais e outro cientistas que pontualmente

aparecem para discutir algumas das pesquisas e o progresso de

suas experiências.

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O Doutor Gray é um homem alto e corpulento com olhos

negros como a noite, de poucos amigos e fala contida, ele passa a

maior parte do tempo com seus estudos trancado em seu

laboratório onde realiza um mapeamento genético de um

organismo híbrido humanóides. Seus experimentos não publicados

nas maiores revistas científicas do mundo e de certo modo é uma

celebridade mundial.

Sua esposa a Doutora Gray é uma mulher de extrema beleza e

de um olhar hipnotizante. Ela poderia ser uma modelo de catálogo

de roupas ou coisas do tipo, mas suas funções estão relacionadas à

análise das recombinações genéticas realizadas com híbridos de

pequenos animais, ela também é responsável pela supervisão de

Luke Kaitos.

Luke é um garoto tímido e reservado, mas muito inteligente, ele

gosta muito de livros e lê tudo que cai em suas mãos, seja um livro

científico de poemas ou história, de botânica a física quântica ele

devora os livros. O que é muito válido já que o laboratório possui

uma biblioteca extensa de títulos de todos os autores do mundo.

Quando não está lendo ele gosta de passar o maior tempo

possível envolto a natureza do jardim com seu amigo, o Fumaça.

Fumaça é um furão doméstico muito agitado e divertido, ele

chama-se fumaça por dois motivos: O primeiro é que o Fumaça

conhece todas as entradas secretas da casamata, ele entra e sai de

qualquer lugar pelas suas passagens que o levam de um cômodo a

outro. A segunda é que ele solta pum o tempo todo.

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Luke nasceu e foi criado até os três anos “terrestres”, em um

planeta chamado Alpha Bootis conhecida como Arcturus é a

estrela mais brilhante da constelação de Boötes. Ela é a terceira

estrela mais brilhante no céu. Apesar de não ser humano Luke veio

ao planeta Terra com seus pais há muito tempo atrás. Como todos

os outros humanos, Luke não se lembra que é.

Seus pais foram capturados e ele foi levado e aprisionado nesta

casamata onde desde então tem vivido no cativeiro e é monitorado

pelos doutores Grays que realizam pesquisas e estudos com o seu

código genético.

Os problemas começam quando o Dr. Gray recebe em seu

laboratório uma visita inesperada, um senhor alto de cabelos

brancos e de pele escamosa com a feição de um lagarto albino,

com olhos negros, muito mal-humorado, chamado DK.

Ninguém jamais ousou perguntar pelo significado de DK, mas

seu nome é muito temido por toda a comunidade científica e pelo

governo americano. Existem boatos que ele é considerado o

Arquiteto do Mundo, mas ninguém confirma a história. Quando

ele aparece é porque todos os outros recursos já foram utilizados e

falharam.

Ele adentra o local e vai até o laboratório do Dr. Gray onde

permanece por algumas horas. Todos os militares ficam

alvoroçados e redobram a segurança. Um helicóptero decola e

passa a vigiar os céus, a torre de controle emite uma ordem para

que o espaço aéreo seja fechado o que é feito em seguida pelas

autoridades locais. A visita deste homem meio lagarto muda a

rotina do laboratório. Quando finalmente sai ele simplesmente

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evapora no ar, deixando um círculo de luz que vai se apagando ao

poucos até finalmente sumir de vez.

O Dr. Gray sai do laboratório minutos depois deste homem

estranho ter desaparecido no ar, o Dr. Gray está ofegante e muito

nervoso, ele caminha rapidamente e vai até a sala onde esta a Dra.

Gray. Ela está sentada manipulando um tubo de ensaio enquanto

faz anotações em um prontuário, seu cabelo cobre um de seus

olhos e seu rosto brilha em decorrência da luz que sai do

microscópio.

- Nosso tempo acabou, temos que eliminar o garoto. – Diz ele,

enquanto retira de uma maleta de primeiros socorros um frasco

com um estranho líquido de cor avermelhada e com uma seringa

ele extrai esta substância.

- Após todos esses anos, não fui capaz de neutralizar o seu

poder. – Comenta a Dra. Gray ao comparar o ADN de Luke que

este em um tubo de ensaio na mesa juntamente com a de um ser

humano.

- Seu código genético permanece imutável, e a sua carga

energética esta dobrando a cada duas horas, em poucos dias estará

fora de nosso controle. Talvez se utilizarmos o novo composto em

alguns dias surgirá melhores resultados. – A indaga, ainda

apreensiva pela visita do tão temido DK.

- Devemos eliminá-lo agora. – Grita o Dr. Gray, totalmente

descontrolado– inicie os procedimentos necessários, vou trazê-lo

até aqui.

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Ele sai da mesma forma que entrou só que agora com uma idéia

fixa na mente, a eliminação de Luke. Após todos esses anos, todas

as pesquisas, todos os testes e os milhões de reais gastos neste

estudo seus avanços se mostraram ineficientes. Todos esses anos o

doutor foi laureado com prêmios com seus estudos relacionados

às espécies terrestres, nunca conseguiu ir além das espécies do

planeta Terra e Luke é uma exceção.

Ele vai à busca de Luke que esta brincando no jardim, um dos

militares o informa em que parte do jardim ele está.

Do outro lado da parede, Fumaça havia escutado toda a

conversa e saiu em disparada na localização de um duto de ar que

caiba Luke na fuga do laboratório. Ele sabe dos planos dos

doutores e que Luke terá pouco tempo para tentar escapar. Ele

precisa garantir a fuga de Luke só que até então apenas ele usava as

passagens da casamata. Contudo ele lembra-se de alguns lugares

que poderão servir.

Esgueirando-se pelas frestas das paredes ele salta de vão em vão

até se deparar com uma das saídas que havia recordado. Ele

observa o vão de entrada de ar do laboratório e compara

mentalmente com a circunferência necessária para que Luke passe

por ali. Infelizmente a abertura é muito pequena. Ele se irrita e

com as patinhas soca a sua cabeça e dá saltos no ar, mais que

depressa ele começa a analisar outra passagem. Novamente ele faz

um comparativo em relação ao tamanho necessário e verifica que

esta é ideal. Tendo conseguido encontrar a passagem certa ele vai

até onde Luke está.

Page 23: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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Ele entra em um buraco localizado entre dois corredores e

passa sem ser notado por um militar que monta guarda em pé na

frente da porta do laboratório onde Luke está. Rastejando pela

parede e se esquivando de um cano de água ele chega até sala.

Ao observar a entrada da casa Luke percebe que o Dr. Gray

está vindo rapidamente. Ele aparenta estar muito zangado.

Aproximando-se de Luke, Dr. Gray o pega pelo braço e o conduz

para dentro da casa até o laboratório.

Chegando lá a Dra. Gray prepara a mesa de operação e o

coloca preso a mesa por dispositivos de alças de metal que prende

os pulsos e tornozelos de Luke, o deixando imóvel. A mesa de

operação é rotacionada e abaixada ao nível da cintura do Dr. Gray,

que injeta a substancia na veia do braço esquerdo de Luke que

responde com um grunhido e adormece em seguida.

Neste instante o telefone toca.

A Dra. Gray atende do outro lado da ligação o General a

convoca e ao seu marido para uma reunião de emergência. A

presença dos doutores Grays é imprescindível. A doutora informa

o procedimento que estão adotando, mas são advertidos para se

dirigirem ao quartel general imediatamente abandonem o que estão

fazendo. Algo muito maior havia acontecido e Luke neste

momento não era a prioridade.

Ela desliga o telefone e informa o Dr. Gray a respeito. Ele

discorda totalmente da posição do General e questiona a doutora a

respeito do fato que pede tanta urgência. Ela acena que não sabe

com a cabeça. Mas como eles bem sabem o General nunca os

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interrompem sem um grande motivo. Ambos saem deixando Luke

adormecido e preso na mesa de operações.

Antes de sair o Dr. Gray dá uma ordem ao soldado que faz

vigia a porta do laboratório. - Não permita a saída de ninguém

desta sala. – O soldado entende e com o um abaixar de cabeça

confirma a ordem do doutor.

Eles saem rapidamente até a direção do carro que os aguarda, o

militar responsável por este veículo abre a porta para os doutores.

O carro sai em disparada para o quartel general, no caminho todos

permanecem em silencio, mas em sua mente o Dr. Tenta imaginar

o motivo para a urgência. Ele recorda da operação que esta em

andamento e tenta associá-la com Luke, mas não encontra

nenhuma lógica nisto.

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CAPÍTULO TRÊS

Diferente de tudo que se pode imaginar Luke é muito feliz

vivendo no laboratório dos Doutores Gray, ele apesar de

confinado neste lugar esta sempre lendo e envolvido com a

natureza selvagem do local. Não se imagina vivendo na cidade

onde as pessoas não interagem com os bichos e algumas nem

mesmo com outras pessoas. Se ele tivesse que escolher em ser livre

morando na cidade ou mantido em um cativeiro, mas envolta a

selva com certeza ficaria com a segunda opção.

De vez em quando um ou outro animal vem visitá-lo e trazer

novidades. Certa vez uma jaguatirica veio informar que estavam

desmatando próximo a um veio de água e que as consequencias

desse ato seriam a desertificação de um lago perto de um pequeno

vilarejo indígena e o cacique da tribo estava muito zangado por

isso.

Este cacique reuniu sua tribo e comunicou que deveriam

interferir para que o pior não acontecesse então o pajé ordenou

que um grupo deles se passasse por tigres e assustassem os

homens que estavam interferindo com a natureza do local. Cinco

índios se ofereceram para a tarefa, o pajé proferiu algumas palavras

e neste instante surgiram diante dos seus olhos os tigres que

partiram para o local imediatamente.

Page 26: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

26

Chegando lá o maior deles investiu contra o responsável do

grupo, que de tanto medo ficou imóvel, plantado no chão. Via-se

claramente um líquido escorrer por uma de suas pernas, os outros

homens vendo a chegada dos tigres saíram correndo desesperados.

Um deles saltou por um barranco rolando ribanceira abaixo.

O maior dos tigres rugiu bem alto e sua saliva ficou grudada

no rosto deste caçador, então de frente para o líder dos humanos o

tigre falou: - Está mata é sagrada; este riacho alimenta a vida de

toda esta floresta, não voltem mais aqui.

O homem ficou pasmo e petrificado de medo, mais

horrorizado ainda por entender o que o tigre falava. Como um

animal selvagem poderia falar. – Pensou ele, entre a dúvida de

estar ou não acordado e a vontade de desaparecer dali. Sem ter

outra opção ele sai correndo mata adentro.

“Os tigres retornam a forma humana e começam a cantar e

gritar palavras de ordem como: “A mata é de todos, paz para a

floresta”.

Luke sempre gostou de ouvir as histórias que vem a ele aos

montes trazidas por todas as espécies de bichos e pássaros que ele

conhece. Já se imaginou até sendo um passarinho e em seus

sonhos, imagina estar voando sobre uma estrada de asfalto entre

ypês de flores amarelas e roxas. A sensação é de extrema liberdade

e a visão é esplendorosa. O vento batendo em seu rosto e o que

dizer dos cheiros das flores é mágico. Infelizmente é apenas um

sonho. – Pensa ele.

Page 27: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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Seus dias resumem- se a tarefas diárias de coleta de sangue e

analise do material genético de um fio de cabelo que é recolhido

pelo doutor.

Após as coletas ele fica liberado para ter acesso à biblioteca e

após o almoço recebe a visita de seus professores. As aulas levam a

tarde inteira. Finalmente exatamente às 18 horas ele tem acesso ao

jardim e pode passar duas horas por dia lá. É o lugar que mais

gosta da casamata e é o lugar onde recebe seus amigos da natureza.

Luke nunca reclamou um dia se quer de viver desse jeito, mas a

ausência dos seus pais lhe traz muita tristeza que ele conserva para

si e não comenta com ninguém. E embora os doutores não o

queiram mal, conhecem o risco que Luke representa para sua

espécie e temem pelo pior.

Page 28: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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CAPÍTULO QUATRO

Inconsciente, Luke esta com os braços e pernas atadas a uma

mesa de operações, Fumaça começa a analisar o local e verificar

como pode soltar ele. Os doutores estão no local então ele decide

esperar até que eles saiam da sala para então agir.

Ele está preso em uma mesa de operações do laboratório dos

Doutores Grays, ele sabe que algo de muito ruim vai acontecer. O

Dr. Gray estava muito apreensivo e eles realizaram dezenas

configurações em uma máquina de nêutrons conhecida como

canhão de nêutrons utilizado para dizimar matéria orgânica.

No canto esquerdo da sala logo abaixo da escrivaninha do

laboratório aparece o Fumaça. Luke pede que o ajude.

- Fumaça. – aqui garoto. – diz Luke, ainda com a vista

embaçada e com a fala mole devido a medicação que o Dr. Gray

injetou com a seringa.

- Fumaça desative as travas no painel. O que ele faz

imediatamente.

- Fumaça como podemos sair daqui? – pergunta Luke, Fumaça

responde com um pum e o conduz para fora da sala através de um

duto de ar do laboratório.

Page 29: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

29

Eles andam por este duto até a casa das máquinas e entram no

esgoto que os levam para fora da casa desaguando em um lago a

beira da mata.

Luke e Fumaça correm para a floresta ainda sem uma direção

definida apenas se afastam ao máximo deste local, tudo o que Luke

quer neste instante é sair dali.

Luke esta no meio da mata agora e não tem nenhum ponto de

orientação o céu está completamente coberto pela copa das

árvores e parece estar escurecendo, ele precisa rapidamente

encontrar um abrigo para não ter que passar a noite em plena

floresta.

Ele está cansado e com sede já se passaram horas que estão

caminhando no meio da floresta, neste instante Fumaça o adverte

com um pum bem sonoro.

- Qual o problema Fumaça. – pergunta Luke sem resposta, pois

o Fumaça já havia se escondido em um buraco de topeira.

Luke observa ao seu redor e se vê cercado por tigres um deles

está olhando diretamente para os olhos dele.

Enquanto isso outros dois se aproximam pelos flancos se

esgueirando silenciosa e vagarosamente a ponto de darem o bote

em conjunto e de uma só vez.

Luke escuta uma voz que lembra a sua mãe.

- Não tenha medo Luke você não está sozinho, nunca esteve. –

fala a voz sorrateira ao vento da floresta.

Page 30: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

30

- É você mamãe! Exclama Luke enquanto o inevitável esta

próximo. Ele fecha os olhos por alguns segundos e quando os abre

novamente encara seu algoz e em pensamento ele fala:

- Eu vejo você. - diz ele olhando através dos olhos e

enxergando dentro da alma do grande tigre a sua frente.

O tigre arregala os olhos e com grande espanto enxerga a

verdadeira aparência de Luke, ele vê um ser de luz alado de três

metros de altura. Completamente espantado ele grita:

- PAREM.

Os outros tigres não entendem o que esta acontecendo, mas

atendem a ordem interrompendo o ataque que seria fatal para

Luke.

Neste instante o grande tigre surge na sua forma humana, os

demais tigres também fazem o mesmo. Ele tem o cabelo escorrido

e negro como à noite, seus olhos são escuros e seu rosto esta

pintado com tinta preta alguns caracteres que não compreendo.

- Você precisa vir conosco. – diz ele, agora na sua forma

humana. Você irá conhecer o grande mestre de nossa tribo ele vai

lhe ajudar e sua jornada.

- Você é o escolhido e deve nos acompanhar.

Luke sabe que está em boas mãos, pois pode ver além da

imagem do tigre, além da imagem do homem indígena a sua frente,

enxergou a sua alma e viu honra e bondade.

Page 31: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

31

Fumaça resolve aparecer a juntar-se a eles e todos partem para

floresta adentro agora acompanhados por cinco indígenas que

conhecem cada palmo da floresta.

Eles andam por alguns minutos quando então chegam tribo e

são recepcionados pelos demais indígenas. Lá chegando vão até

aonde esta o pajé, o grande líder dos índios.

O pajé esta envolto a uma grande multidão de jovens índios

que dançam freneticamente em círculos proferindo o dialeto Maue

e colocando sua mão dentro de uma bolsa de couro com

plumagem de penas.

Acho tudo muito estranho mais percebo que cada índio jovem

esta acompanhado de seu pai e este por sua vez esta feliz e

cantando com os demais.

Não agüentando mais de curiosidade e pergunto ao índio que

nos trouxe o significado para aquele ritual todo.

Ele responde que é o ritual de inicialização e que cada índio da

aldeia tem que passá-lo para provar ser um homem adulto, na tribo

dele este ritual acontece todo ano e no ano passado ele foi

submetido a isto. Na bolsa couro são colocadas mil formigas da

espécie tucandeira e cada índio tem que ficar com a bolsa em seu

braço por quinze minutes até passá-la para outro que ficará com

ela por mais outros quinze minutos.

Observo agora com mais atenção e menos apreensivo a tudo

que esta acontecendo e percebo que alguns deles sentem muita dor

e que até chegam a soltar lágrimas dos olhos, mas durante todo

ritual não vi um índio sequer se recusar a colocar a bolsa de couro

em seu braço.

Page 32: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

32

Todos encaram com nobreza e honra este gesto de coragem

dos jovens índios. A cerimônia acaba o pajé nos recebe em sua

cabana. Sentado em frente uma fogueira quase apagada mais ainda

exalando fumaça ele começa a falar:

- Há muitos anos atrás com a nossa tribo sendo desenvolvida

pelo povo formiga que habita as profundezas da Terra, fomos

educados de acordo com os seus costumes.

Neste período nosso grande mestre o Cabeça ensinou meus

antepassados a respeito da profecia que irá se realizar nos dias de

hoje.

Ele falava para nosso povo manter o elo com a natureza e com

os animais, dizia que estamos todos conectados e fazemos parte da

mesma coisa. A mãe natureza reina nossa tribo e respeitamos

todos os ciclos do cultivo de raízes e da extração da borracha.

Estamos sempre em sincronia com a natureza e ela conosco

dessa maneira nenhum índio terá que passar fome ou ficar sem um

teto para dormir, temos tudo que precisamos e em troca apenas

respeitamos o tempo da mãe natureza para a reposição de suas

energias.

Somos os inventores da cultura do guaraná, domesticamos a

trepadeira silvestre e criamos o processo de beneficiamento da

planta, possibilitando que hoje o guaraná seja consumido em nossa

aldeia.

Page 33: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

33

- Luke interrompe o pajé para compreender qual é o seu papel

nesta encarnação.

- Grande mestre. – Diz ele, não entendo qual o meu objetivo

nesta jornada que faço com o meu amigo Fumaça, embora ele seja

muito esperto ele é apenas um furão e não pode me ajudar.

– Você teria a resposta para esta questão?

Neste instante o pajé pega um punhado de terra e joga na brasa

quase apagada da fogueira.

Uma fumaça ergue-se e forma uma estrutura parecida com um

castelo no alto de uma montanha.

O pajé observa aquela formação e sabe qual o seu significado,

então ele informa Luke:

- A resposta que procura esta no centro da Terra em um lugar

onde vive o Rei do Mundo, ele o aguarda. Estou responsável em

guiá-lo até o portal de entrada para o mundo subterrâneo, mas

você terá encontrá-la sozinho.

O pajé determina que dois índios acompanhem Luke até as

proximidades da caverna o levando em segurança até lá.

Luke se despede do pajé e da tribo, agradece sua ajuda e sai

novamente floresta adentro em busca do portal para o centro da

Terra.

O dois índios assumem a forma de tigres e vão à frente guiando

Luke até um local afastado da tribo e longe de qualquer veio de

água.

A caminhada se dá por mais quatro horas e Luke começa a

ficar cansado, ele olha em volta e não consegue mais avistar os

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tigres que o estava guiando. Fumaça não agüentando mais

caminhar para e deita no chão. Luke o pega e caminha por mais

alguns minutos.

Após longa caminhada pela floresta ele avista uma caverna

meio camuflada com a vegetação.

Se aproximado da caverna ele vislumbra sua entrada

emaranhada com a vegetação parecendo não abrigar nenhum tipo

de animal hostil e demonstrado ser muito longa.

A caverna esta incrustada na rocha e parece estar ali a mundo

tempo antes mesmo da formação da floresta. Luke chega mais

perto para olhar a caverna e vê um corredor enorme até onde a luz

não pode alcançar.

O sol esta quase se pondo e começa a escurecer, Luke decide

ficar por ali e passar a noite neste local. Com o silêncio e a calma

da floresta Luke começa a deslumbrá-la.

Aqui tudo tem vida e a floresta esta em perfeita harmonia não

há brigas nem competições tudo cresce e se relaciona sem esforço

algum.

Ele começa a ouvir o ressoar de sapos que se parece com

música para seus ouvidos, com o tempo, adormece até que então

cai em sono profundo.

Luke neste momento esta dormido, tudo é novo para ele assim

como ele é para a floresta. Sem medo ou culpa ele adormece em

meio à Mata Amazônica e começa a sonhar com sua mãe.

- Luke - diz sua mãe.

Page 35: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

35

- Luke, querido acorde preciso falar com você.

- Mamãe é você? - diz Luke sem entender o que esta

acontecendo.

- Luke você terá que ser forte.

- Eu sou mamãe.

- Sim você é! – Luke, você está encarregado da tarefa de

despertar a humanidade para um mau no qual a assombra deste de

sua existência.

- Um mau tão grande que provocou o desperdício de milhares

de anos de evolução.

- Lembre-se filho, o amor é a resposta.

Neste instante Luke tenta abraçar a sua mãe, mas ela começa a

desaparecer e então ele desperta em seguida. E quando finalmente

acorda espanta-se com a visão que tem diante da entrada da

caverna.

Page 36: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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CAPÍTULO CINCO

Finalmente quando ele acorda na manhã seguinte avista um

menino que parece reluzir uma luz azul sua pele é branca, como o

de uma pérola, seus cabelos são dourados e seus olhos de um azul

como o céu.

Não acreditando no que vê ele esfrega os olhos e olha mais

uma vez e ele ainda esta lá. Percebendo que o garoto está desperto

o espectro de luz azul cintilante decide se aproximar dele.

Luke olha em volta e tenta encontrar o Fumaça, mas

aparentemente ele não esta ali. Estranha porque ambos

adormeceram juntos na noite anterior.

- Olá Luke – diz o menino de aparência angelical.

- Olá – responde Luke ainda vislumbrando por aquela

magnífica visão.

- Quem é você? – indaga Luke desconfiado.

- Meu nome é Séréti eu sou um guia azul de Sírius – responde

ele.

E acompanho você desde o seu nascimento e até um pouco

antes.

- Não entendo! – responde Luke. – É a primeira vez que vejo

você.

Page 37: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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Tem certeza disso! – diz ele. – Lembra-se de Poli o pássaro azul

do quintal.

- Sim! – Diz Luke. – É você, Poli? De fato, Luke brincava

diariamente com um pássaro de cor azul ao qual deu o nome de

Poli. Ele vinha todas as manhãs catar grãos espalhados pelo quintal

e neste momento Luke aproveitava para se divertir com ele.

- Sim sou eu! - E confesso que não gostava muito deste nome,

mas agora já fomos apresentados.

Afinal você é um pássaro, ou uma pessoa? – Pergunta Luke.

Sou uma pessoa como você! – Responde ele. Contudo venho

de outro lugar do universo e estou aqui apenas para orientá-lo na

sua jornada.

- Jornada? – Pensa Luke, ainda sem entender o que esta

acontecendo.

- E como é lá, de onde você vem?

- Nós somos de um universo que já se completou. Chegamos a

sua galáxia quando ela estava sendo construída.

Fomos convidados pelos Construtores e pela Hierarquia

Universal para sermos os mestres geneticistas de seu universo.

Residimos em uma estrela na constelação de Sírius conhecida

como Sírius A e não confunda com os Humanos que colonizaram

Sírius B, pois eles não são como nós e tem outros planos para a

humanidade.

Uauuuu! – isto é incrível. – Responde Luke. – mas como você

veio para aqui?

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- Estou seguindo você deste que escapou do laboratório.

Estava aguardando este momento para levá-lo ao rei do Mundo.

Luke recorda-se do que o pajé havia lhe dito. Então você será

meu guia nesta jornada? – Questiona ele um pouco empolgado por

estar na companhia de um possível amigo.

- Sim Luke, juntos iremos até Shamballah a capital de Agharta e

você falará com o Rei do Mundo e o aguarda a milhares de anos.

Agora Luke realmente não entendia mais nada, como o Rei do

Mundo poderia estar o aguardando por milhares de anos e com

este garoto poderia saber disso. Diante daquela imagem angelical

Luke decide não questionar esta afirmação e o segue até o interior

da caverna.

Já era tarde demais para um retorno ao laboratório e Luke

temia por sua vida caso retornasse. O que ele poderia perder, qual

seria os riscos, enorme, imagina ele. Mas o garoto é especial Luke

sente que deve confiar nele, mesmo com este jeito de falar,

comento as palavras e falando coisas que às vezes são

incompreensíveis.

Ele decide descer até a caverna abaixo para este o tal lugar.

Começam então a caminhar Luke tem muitas duvidas.

O garoto percebe a sua inquietação e começa a responder as

perguntas que Luke fez mentalmente.

Você lê pensamento – Pergunta Luke, surpreso com a

novidade.

Page 39: Luke Kaitos e os Cristais de OZ

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É claro, mas somente quando existe a intenção de fala não

enquanto é apenas um pensamento. Não posso ler a sua mente,

mas consigo interpretar os sinais enviados a sua boca.

Neste instante Séréti bate com o joelho em uma pedra.

-Raios, meu Deus isso dói. – Exclama ele aos pulos enquanto

segura seu joelho em frangalhos.

Luke não se contém e cai na gargalhada.

-Você lê pensamentos, mas não consegue desviar de uma pedra.

Séréti retoma a caminhada só que agora ele manca e lamenta

pelo encontrão com a pedra.

O caminho é cheio de obstáculos, existem raízes de árvores que

atravessam a caverna, pedras soltas plantas incrustados nas rochas

e é claro morcegos, dezenas deles.

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CAPÍTULO SEIS

Depois das apresentações Séréti e Luke partem para o interior

da caverna onde após alguns minutos de caminhada vislumbram

um imenso paredão de pedra com os dizeres:

Bem vindos a Agharta,

A terra onde nunca chove,

Onde não existe doença e ninguém morre,

Lugar de pessoas de coração puro e consciência universal,

Para aqueles que procuram a verdade e a unicidade.

Alguns instantes depois a leitura do aviso uma serpente enorme

de duas cabeças eleva-se do chão e com os olhos vermelhos da cor

de sangue, encara Luke e Séréti. Luke fica congelado de medo

enquanto Séréti indiferente fala:

- Lá vamos nós de novo.

Luke quase desmaia de tanto espanto, mas mesmo com todo o

terror que naquele instante estava em seu coração e acalma-se e

aceita seu destino.

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A serpente então com um rápido movimento engole Luke com

a cabeça da direita e com a outra Séréti e rasteja em alta velocidade

por túneis no interior da caverna em direção a uma passagem na

fenda da parede ela despenca por alguns segundos até então cair

em uma espécie de lago subterrâneo.

A serpente atravessa um portal em forma de arco e é

direcionada a uma saída, ela despenca de um barranco até um

grande rio, rapidamente ela se esguia até a margem do rio e lá a

serpente regurgita Luke e Séréti. Então sai em retirada para as

entranhas da terra.

Enquanto eu estava no interior da serpente não senti medo em

nenhum momento, uma espécie de espectro que me lembrava o

Séréti se materializou e com as suas palavras me tranqüilizou.

Luke e Séréti levantam e limpam a gosma da serpente que ficou

em suas roupas. Eles caminham em direção a cidade enquanto

interagem com os moradores locais.

Levantamos do chão e começamos a limpar a gosma que a

serpente deixou em nossas roupas, enquanto eu as molhava no rio

para retirar toda aquela meleca Séréti simplesmente fez pulverizar

como fumaça toda aquela sujeira.

– Como é que ele consegue fazer isso, pensei.

Estávamos completamente perdidos, embora Séréti já conheça

Shamballah ele não se recordava de como chegar até lá, ele tem

uma memória temporária e lembra apenas de fragmentos de

memória. Nas palavras dele “eu construo as lembranças as

relacionando com o som, as cores e o cheiro”, como estávamos

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molhados embora limpos, Séréti não consegue relacionar seus

sentidos e determinar qual a direção correta a tomar.

Decidimos ir a sentido leste pelo lado oposto ao rio me pareceu

ser a melhor opção até Séréti lembrar-se do caminho correto.

Andamos por mais ou menos trinta minutos nesta direção até

que ouvimos por trás de um monte uma garota que estava

discutindo com alguns garotos. Aproximamos-nos para ver o que

estava acontecendo, Séréti ficou apreensivo, preferia que

seguíssemos viajar e ignorássemos os ruídos, disse ele:

- Não podemos fazer nada a respeito, é melhor seguirmos em

frete antes que a gente arrume alguma confusão.

Não dei atenção ao que ele disse e fui ver do que se tratava

todo aquele barulho. Agachei-me perto do paredão de pedra e

pude ver melhor o que era todo o alvoroço. Os garotos locais

estavam rindo das orelhas de uma menina, eles apontavam para

elas e riam como bobos.

Ela tinha orelhas de gato e seus olhos são azuis e grandes em

proporção ao seu rosto, ela se parece com um gato, mas é apenas

uma menina, uma menina muito bonita.

A esta altura Séréti já estava ao meu lado, ele pegou uma

bolinha de gude do bolso direito e jogou na direção dos garotos,

uma nuvem de fumaça azul se ergueu e formou uma enorme

árvore. Os garotos espantados saíram correndo.

Ela olhou para mim e então pude ver claramente o seu rosto,

ela realmente era uma gata no sentido literal.

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- Tudo bem com você? – perguntei um pouco envergonhado

por sua beleza.

- Sim. – respondeu ela. – estes garotos são insuportáveis, ficam

rindo de mim por causa das minhas orelhas, mas não gostam que

falem de seus dedos.

Dedos… pensei eu, o que deve de haver de errado com os

dedos deles.

- como assim seus dedos? – perguntei a ela.

- Não me diga que não reparou… vocês são todos iguais.

Ela agarrou o meu braço e então contou os dedos da minha

mão.

- Cinco dedos. - disse ela. – e quantos dedos dos pés?

Respondi que também eram cinco e cada pé assim como

também o eram em cada mão.

- Humano. – bracejou ela entre os dentes.

- Estes garotos seis dedos em cada mão e também seis dedos

em cada um dos pés e ainda ficam caçoando de mim, meninos eca.

– disse ela num tom de desprezo que me deixou ainda mais

intimidado.

Pensei como podem estar rindo um do outro se ambos têm

seus defeitos ou qualidades, para ela suas orelhas pontudas e seus

olhos volumosos e grandes realçavam ainda mais a sua beleza. Não

disse isso a ela, pois como posso ver ela tem repúdio por garotos.

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Já havíamos conversado por alguns minutos, mas ainda não

sabia o seu nome nem ela o meu então perguntei.

-Meu nome é Leona. – disse ela.

Presumi que seus pais fossem como ela e evitar fazer perguntas

a este respeito.

O meu nome é Luke e este é Séréti, estamos à procura da

capital de Agharta Shamballah, você conhece esta cidade?

Ela roçou os lábios e olhou para o céu, colocou a mão no

queixo e quando finalmente parecia que iria nos dizer onde fica

esta cidade ela não fez outra pergunta.

- O que vocês querem em Shamballah? – perguntou ela em um

tão de animosidade.

Séréti havia me avisado que os moradores de Agharta poderiam

ler a minha mente se assim o quisessem, eu não queria mentir e

não mentiria, então respondi:

- Estamos indo para Shamballah para falar com o Rei do

Mundo. – respondi a ela. Qual foi meu espanto com a reação que

ela teve.

Ela caiu no chão se contorcendo de tanto rir, meu rosto corou

na hora e tive uma imensa vontade de sair dali naquele instante

esquecendo-se de ter conhecido esta menina, que abuso está

arriscando nossas vindas vindo até o interior da Terra, um lugar

desconhecido pelo menos para mim e tudo que ela tem a me dizer

são as gargalhadas que esta soltando aos ventos.

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Olhei para Séréti e ele esta gargalhando também, isto deve ser

contagioso pensei.

- Do que você está rindo infeliz. – perguntei ainda em soluços

ele respondeu:

- Eu não me lembro.

Por cargas d’água, aqui estou eu no centro da Terra com um

garoto sem memória e com uma menina gato que tudo que tem a

me dizer são os murmúrios entre as gargalhadas e os soluços.

Finalmente ela parou de gargalhar.

- O Rei do Mundo não fala com os humanos a milhares de

anos, o que faz vocês pensar que ele irá falar com vocês?

Séréti tem um lampejo de lucidez e responde a Leona.

- Luke carrega o espírito de Gaia, mas ele não se lembra,

estamos indo ver o Rei do Mundo que possui os cristais para que

ele possa se lembrar de quem é.

- Você carrega o grande espírito de Gaia à mãe Terra? –

pergunta Leona em um tom de espanto.

- Ele não se lembra. – Grita Séréti.

- Não precisa gritar azulão. – Diz Leona para Séréti que fica em

um tom de azul beirando a roxo.

- Se é verdade o que você diz, por que não se tele

transportaram para lá já que você é um garoto de Sirius e tem este

poder.

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- Tele transporte… indaga Séréti procurando em sua mente

alguma lembrança em relação a isto.

- É verdade. – Diz ele. – Tele transporte, posso transportá-los

para lá… só não me lembro como.

As coisas estão ficando cada vez mais difíceis, Séréti com o seu

problema de memória o Fumaça que virou fumaça e não o vejo

desde a caverna e agora esta menina gato metida a comediante,

não sei como pode piorar.

No meio de toda esta loucura Leona se aproxima de Séréti e

pergunta a ele sobre as bolinhas de gude que carrega em seu bolso.

Espantado ele a questiona como pode saber sobre isso, ela

responde que quando os garotos a amolavam ele retirou algumas

do bolso e jogou uma na direção dos garotos que correram sem

seguida.

Séréti enfia a mão no bolso e retira uma bolinha, com uma

feição de entusiasmo responde:

- É claro o tele transporte, a bolinha de cor anil nos levará para

onde quisermos. – diz ele ainda em frenesi.

Então pude entender que Séréti recordava sua lucidez toda vez

em que tocava nessas estranhas esferas de luz que se pareciam

muito com bolinhas de gude. Mas suas recordações não se

estendiam por muito tempo era como um lampejo mesmo. Mal

pude comemorar o fato de não termos que andar até Shamballah

Séréti nos adverte que não se lembra onde é a cidade.

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Mas estávamos com sorte, pois Leona sabia onde era a cidade,

mesmo nunca tido a oportunidade de falar com o rei do mundo

ela ia até a cidade com os seus pais de vez em quando e como

adora vislumbrar as plantações de gira sol que se estendia pela

estrada ele sabe décor e salteado o caminho até lá.

Então perguntamos se Leona poderia nos acompanhar até lá já

que era a única aparentemente lúcida capaz de nos levar até

Shamballah.

Ela responde que sim uma vez que seus pais encontram-se na

cidade e será mais fácil para ir para a casa depois.

A grande questão é iremos caminhando até lá ou podemos usar

uma das esferas de luz para nos tele transportar, mas como

faremos para Séréti saber o caminho correto ao invés de nos

perdermos ainda mais no interior da Terra.

- Eu posso projetar a imagem da cidade e talvez ele recorde o

caminho. – diz Leona, para nosso alivio.

Com os balançar das orelhas Leona projeta no espaço vazio

entre eu e Séréti a imagem da cidade de Shamballah e para meu

espanto as pessoas parecem iguais a da Terra.

No mesmo instante Séréti retira de seu bolso uma esfera de luz

de cor azul alaranjada e somos tragados pela luz que essa esfera

emite.

Como havia suspeitado somos levados ao inicio da cidade ainda

na estrada de girassóis e mesmo tendo sido tele transportados

ainda teremos que andar um pouco.

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A estrada e perfilada de ambos os lados por girassóis

gigantescos. Mas ao contrario da superfície da terra estes girassóis

não giram, pois o sol é central e não se alterna de posição e

permace sempre no mesmo lugar.

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CAPÍTULO SETE

Andamos por uma estrada imensa de cascalho perfilado a uma

plantação de girassóis imensamente grande ao nosso redor e nos

deparamos com uma mariposa do tamanho de um carro, ela passa

sobre nós e a sua sombra nos encobre completamente, foi como

se o dia se tornasse noite.

Séréti me lembra que devemos tomar cuidado com os insetos

de Agharta devido ao seu tamanho proporcional aos habitantes

desta cidade. Fico imaginando qual o tamanho de um homem

neste lugar já que apenas uma mariposa pareceu ser um grande

automóvel para nós.

Saímos da estrada principal e pegamos um atalho para a capital

Shamballah, Séréti avisa que pouparemos um dia de caminhada

indo por este caminho o que não é pouco devido à imensidão de

tudo que tem aqui.

É um caminho estreito e a relva encobre quase que todo o céu

acima de nós, se é que posso chamar isso de céu, pois estamos no

centro da Terra e até então não sabia que poderia ter um céu e um

Sol dentro dela.

Começamos a escutar um zunido e a cada passo que o damos

fica mais alto, a esta altura nada mais me surpreende, mas quando

chegamos perto fico realmente muito surpreso. O zunido vem de

uma mosca do tamanho de um carro pequeno e ela esta presa em

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uma teia de aranha gigantesca feita por uma aranha de igual

proporção.

Séréti me avisa para sairmos dali depressa antes que a aranha

aparece e queira variar o seu cardápio. Sem hesitar saio em retirada

com Séréti, mas fico imaginado qual deveria ser o tamanho da

aranha, deveria ser monstruosa.

Finalmente saímos do atalho e da relva densa e avistamos

Shamballah capital de Agharta. Shamballah é uma cidade linda,

localizada entre as montanhas que parecem riscar o céu azul como

a cor do mar, suas nuvens fazem movimentos semelhantes ao

oceano da Terra e formas as mais diversas figuras.

Séréti fala que o idioma local é o Vattan, o vataniano composto

por um alfabeto de vinte e duas letras ao qual não faço a mínima

ideia de como seja.

Pergunto para ele se ele sabe falar este idioma e com a cabeça

ele acena que não, agora fico realmente assustado. Estamos no

centro da Terra em uma cidade de gigantes a procura do Rei do

Mundo e o idioma é incompreensível para nós.

Mas Séréti avisa que não falaremos com eles a não ser que eles

queiram e ao fazer isso falaram em pensamento e o idioma será

fluente para nós o que me deixa um pouco mais calmo.

Caminhamos por uma viela que vai até a capital da cidade,

pode-se ver claramente que é um centro comercial de ambulantes

que vendem um pouco de tudo.

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A cidade esta bem agitada, e como na terra há artistas de circos,

comediantes, flautistas, violinistas, todo o tipo de arte se manifesta

aqui. Mas neste lugar não se usa o dinheiro, ele nem existe na

verdade.

Para se conseguir um pêssego o vendedor pergunta a Séréti o

que ele pode oferecer em troca.

Séréti coloca a mão em seu bolso com as esferas de luz e pega

uma da cor de verde musgo e oferece ao comerciante.

Diz ele, com esta esfera você dobrará a sua produção de

pêssegos utilizando o mesmo solo.

Séréti recebe o seu prêmio um pêssego de gosto magnífico.

Leona explica que o Sol daqui é diferente ao da superfície e é

opaco, excelente para a produção de alimentos além de não ser

radioativo, aqui não é preciso usar filtro solar a energia do Sol

também é absorvido como um alimento pela pele e através olhos.

Patrulhando a feira há um guarda que passa de um lado a outro

da grande manifestação popular.

Leona a mais introvertida do grupo pergunta ale o caminho

para a capital Shamballah, o homem agacha-se até a altura de

Leona e aponta para uma rua secundaria que leva a um atalho até a

cidade.

Um dos garotos grita. – Olha lá esta aquela orelhuda, todos

começam a gritar. - Orelhuda, orelhuda, orelhuda…

Leona avista os garotos que a importunava, ela pega um

pêssego e arremessa na cabeça de um deles, o pêssego espatifa-se

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em sua cabeça, os outros garotos dão risadas o garoto fica roxo de

raiva e então os garotos saem em disparada para pegar a Leona.

Séréti a pega pelo braço e todos saem correndo em uma

perseguição pela cidade.

Já alimentados e encantados com a cidade partimos para

Shamballah, começo a admirar este povo e sua cultura.

Continua na próxima edição…

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