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LUDICIDADE: UM PONTO DE APOIO NA AVALIAÇÃO EM LE-INGLÊS
Lúcia Helena Rigonatti Bedin (Professora PDE - UNIOESTE)1
José Carlos Aissa (Prof. Orientador - UNIOESTE)2
RESUMO
Neste artigo estaremos abordando o tema sobre “Avaliação” da aprendizagem escolar, tendo a “Ludicidade” como instrumento de apoio no processo de ensino de língua inglesa, no contexto da escola pública, bem como os resultados da Implementação do Projeto desenvolvido durante o Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE/2010, oferecido pela Secretaria do Estado do Paraná-SEED. Para a realização deste estudo fizemos a revisão bibliográfica sobre a eficácia do uso das atividades lúdicas no ensino e aprendizagem de língua inglesa com o objetivo de aplicar em uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental, na tentativa de sanar algumas dificuldades tais como: motivação, responsabilidade, interação, socialização, dificuldades de assimilação de conteúdos, resultados significativos. No decorrer do trabalho verificamos que a participação dos alunos nas atividades propostas (teatro, jogral, música, games, etc.) tornou-se mais efetiva e prazerosa, propiciando a eles não só o aprimoramento linguístico, mas a possibilidade de interação, o que contribuiu para a aprendizagem. Afinal, o emprego e a forma da língua não se dão de forma mecânica, mas sim, dependem do contexto social, refletindo a proposta das Diretrizes Curriculares do Ensino de Língua Estrangeira Moderna, vinculando o que é estudado pelo educando com o que o cerca. Ficou evidente que a ludicidade pode ser um instrumento mais prazeroso para professor e alunos, sem precisar abolir as provas, mas modificá-las.
Palavras-chave: avaliação; ludicidade; motivação; aprendizagem; língua inglesa.
1 Professora Estadual graduada em Letras com Licenciatura em Língua Inglesa, Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas pela UNIPAR, especialista em Língua Portuguesa pela UNIOESTE e professora PDE da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná.
2 Professor do Programa de Pós- Graduação “Stricto Sensu” em Letras – UNIOESTE – Cascavel – PR. Professor Adjunto de Língua Inglesa e Respectivas Literaturas – UNIOESTE – Cascavel – PR. Mestre em Literatura Comparada – The Pennsylvania State University – USA. Doutor em Letras – UNESP – São Paulo.
ABSTRACT
This essay approaches evaluations of learning in schools in which playfulness was used as a technique in aiding the teaching of the English Language. Our studies analyzed a public school, as well as the results of implementing our project, which was developed during the Program for Educational Development (the acronyms of which are PDE/2010 in Portuguese). Such program is offered and maintained by the Paraná State Education Department, in Brazil, (called SEED in Portuguese). For this intent, we duly reviewed the works on the effectiveness of the use of playful activities in the teaching and learning of English; and we attempted to apply what we learned in a class in which students would go to high school in the next school year, aiming at arousing such things as motivation, responsibility, interaction and socialization among the students, which we believed would ultimately heal difficulties in learning and bring significant results. As observed by us, all students actively got engaged in the proposed activities (plays, folk songs, games etc), that then became effective and enjoyable, for not only did the students improve their language skills, they also interacted with each other a lot better. After all, using a language should not be something mechanical, mainly because language largely depends on social contexts, what clearly translates the purposes contained in the National Guidelines for the Teaching of Foreign Languages – students should be taught what they perceive around them. It became evident that playfulness can be a very enjoyable tool for teachers and students, without the need of abolishing the exams, but only changing them instead.
Key words: evaluation; playfulness; motivation; learning; English Language.
1 INTRODUÇÃO
A avaliação, sempre debatida e apontada como o problema crucial
no sistema educacional, e que deságua no interior da escola, parece
continuar dissociada do processo ensino e aprendizagem. Ocorre que esta
ação ainda é praticada como era entendida nos velhos tempos, ou seja,
“ato de avaliar, apreciação, valor determinado pelos avaliadores”, algo
estático, portanto.
Assim, o interesse em pesquisar os instrumentos avaliativos no
ensino e aprendizagem de língua inglesa manifestou-se a partir da
necessidade de refletir a respeito de situações com que tenha me
deparado no decorrer de minha atuação docente, no que tange às
dificuldades encontradas principalmente nas formas de avaliações
praticadas.
Durante toda a minha atuação como professora da rede pública, foi
uma constante em sala de aula procurar melhorar a qualidade das aulas e
proporcionar ao aluno um ensino mais dinâmico e participativo,
acreditando que dessa forma ele conseguiria ser também um sujeito mais
competente e capaz de tomar decisões; no entanto, a tríade ensino-
aprendizagem-avaliação não se completava a contento.
Outro fato levado em conta são as situações adversas ocorridas na
sociedade e que, de um modo geral, professores e alunos têm vivido, e
que vêm refletir na escola, seja ela pública seja particular, e nesse
cenário estão inseridos os professores de línguas. Situação esta, que nos
parece, vem também colaborar com resultados insatisfatórios na
avaliação, levando-nos a repensar nossa prática pedagógica. Diante dos
resultados obtidos no ensino/aprendizagem de LE-inglês, temos a
sensação de que não há motivação, interesse, progressão dos conteúdos,
assimilação do vocabulário e, consequentemente, aprendizagem
significativa dos alunos.
Outras razões pertinentes poderíamos enumerar aqui, porém
notória é a crescente falta de interesse dos alunos em aprender. Isso,
apesar de ser um fato de reconhecimento educacional, nem sempre tem
levado a uma ação. O que se faz usualmente é reconhecer a
“desmotivação” do educando seguida de resultados inexpressivos e
continuar a agir como se tal fato não influenciasse diretamente na
aprendizagem.
Todas essas considerações são trazidas à mente quando se lê o
seguinte parágrafo de Celso Vasconcelos (2005, p.23): “Os problemas
estão colocados. Dá para fazer alguma coisa? Os professores andam
angustiados, pois há muita crítica à avaliação, se diz muito o que não deve
ser feito. 'Tudo bem, mas o que fazer?'”
Em outras palavras, não existe uma “forma avaliativa perfeita”,
sobretudo em LE-inglês, por haver ainda um “pré-conceito” natural entre
professores de outras disciplinas, pais e os próprios alunos; e há também
uma série de dificuldades adicionais. É comum ouvirmos comentários
como: “Pra que aprender inglês?”, “Não vou viajar para os Estados
Unidos”, “Eles não sabem falar nem português!” e outros.
Nessa discussão não se pode deixar de mencionar que, para o
ensino e a aprendizagem dessa disciplina, a proposta adotada nas
Diretrizes de Língua Estrangeira Moderna baseia-se na corrente
sociológica e nas teorias do Círculo de Bakhtin. Desse modo, a língua é
tratada de forma dinâmica e o conteúdo estruturante da disciplina, o
discurso, se efetivará nas práticas da leitura, da escrita e da oralidade.
Nesse sentido, oportuno é a citação de Estebam:
Para avaliar é produzir instrumentos e procedimentos que nos ajudem a dar voz e visibilidade o que é silenciado e apagado. Com muito cuidado, porque a intenção não é controlar e classificar, mas sim melhor compreender e interagir. Avaliação pode contribuir para formular outras compreensões das vivências compartilhadas no processo pedagógico (2008, p.122).
Além de todos estes argumentos, ainda fica evidente a diminuição
do interesse pela aprendizagem na disciplina de inglês à medida que o
aluno avança de ano, e isso tem feito parte de debates em reuniões e
conselhos de classe. Nessa discussão surgem inúmeras dúvidas, mas
também a certeza de que os alunos precisam ser estimulados a aprender
a se avaliar, a buscar novos caminhos para sua realização, com sabedoria
e responsabilidade.
Assim, justifica-se o estudo do tema em LE-inglês, como tentativa
de entender em que medida o uso de atividades lúdicas é capaz de
contribuir na avaliação no último ano do ensino fundamental.
Enfim, a importância deste artigo está na oportunidade de discutir
tal assunto tão polêmico, aliando atividades lúdicas à avaliação. Afinal,
esse é um processo importantíssimo que faz parte da vida escolar e,
essencialmente, diagnosticar se os alunos estão progredindo para que
melhorias possam ser promovidas e práticas eficazes sejam sustentadas.
A intenção é contribuir para a prática em sala de aula quanto ao ensino de
LE-inglês, bem como ampliar possibilidades didático-pedagógicas para
outros professores a partir da reflexão, produção e disseminação de
material alternativo para o ensino, aprendizagem e, principalmente, a
avaliação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As considerações feitas no “Projeto de Implementação Pedagógica
na Escola” originaram-se da observação e vivência do dia-a-dia na sala de
aula da escola pública, do interesse pessoal por uma mudança de práticas
no processo ensino-aprendizagem-avaliação e da certeza de que é preciso
oferecer ao aluno oportunidade para que ele construa o seu próprio
conhecimento.
No ensino de língua inglesa, em especial no contexto da escola
pública, apesar das diversificações que acontecem em termos dos
mecanismos de avaliação, o “teste” com o objetivo de mensurar o
aprendizado do aluno, cujo resultado será revertido em “nota”, continua a
ocorrer na “contramão” do processo educacional.
Dentro desse raciocínio, as avaliações podem ter muitas funções
diferentes. Aquilo que é adequado para uma finalidade de avaliação pode
não ser para outra. Sabe-se que a avaliação faz parte da vida do ser
humano desde seu nascimento e norteia todo o viver da humanidade ao
longo de sua história. Somos avaliados no meio familiar, pelos amigos, na
profissão (pelos alunos, colegas de trabalho, pais de alunos, por nós
mesmos) e, por sua vez avaliamos aos outros e tudo o que fizer parte da
nossa vida.
Diante disso, cabe mencionar que todo processo de avaliação é
permeado de subjetividade, além de regras, condutas e códigos. Talvez
seja este o aspecto primordial que faz com que a avaliação cause
angústia, ansiedade e dúvida aos professores dentre todos os objetos
envolvidos na educação escolar. Ainda podemos acrescentar o que postula
Vasconcelos (2005, p. 16): “percebemos que o problema da Avaliação é
muito sério e tem raízes profundas: não é problema de uma matéria, nível,
curso ou escola; é de todo um sistema educacional, inserido num sistema
determinado”.
Indiscutivelmente tanto a escola, quanto os professores e os
estudantes devem ter consciência de que a avaliação não é para atribuir
ou receber nota, mas para verificar se houve aprendizagem. Faz-se
necessário que o aluno conheça o sentido da avaliação e saber por que
motivo é avaliado. Neste contexto, o educando é sempre o ponto de
partida e o de chegada, a causa e o objetivo maior da escola. Para tanto, a
busca de formas menos desgastantes e mais eficientes de acompanhar a
aprendizagem é um passo decisivo para que essa mudança se torne
realidade.
Para melhor fundamentar tais considerações, segue o trecho
pertinente à discussão acima que consta nas DCEs:
Na abordagem comunicativa o professor deixa de ser o centro do ensino e passa a condição de mediador do processo pedagógico. Do aluno, é esperado que desempenhe o papel de sujeito de sua aprendizagem. De acordo com essa concepção, as atividades pedagógicas devem priorizar a comunicação, por meio de jogos, dramatizações, etc. O erro integra o processo de ensino e aprendizagem, entendido como estágio provisório de interlíngua, por meio do qual os alunos podem testar possibilidades de uso da língua (2008, p. 47).
Esse pensamento se fundamenta, talvez, na sensibilidade e
preocupação que o professor tem na responsabilidade de ser o
protagonista do estímulo e confiança do aluno. Sabe-se que ele é o grande
autor das transformações que possam ocorrer na sala de aula. Nesse
contexto, Nogueira (2008) comenta com propriedade que a abordagem da
ludicidade oportuniza o aluno a trabalhar diferentes aprendizagens, pois é
recurso útil para uma aprendizagem diferenciada e significativa. Ainda,
segundo a autora, o emprego e forma da linguagem não se dá de maneira
mecânica, o educando forma conceitos, seleciona ideias, seleciona
relações lógicas, integra percepções, faz estimativas, vai socializando-se,
promovendo situações que o leva a estabelecer relações sociais com o
grupo ao qual está inserido, estimulando seu raciocínio no
desenvolvimento de atitudes que exigem reflexão e, enquanto função
educativa, proporciona aprendizagem, seu saber, sua compreensão de
mundo e seu conhecimento.
Desse modo, a atividade lúdica dentro da sala de aula, mesmo
sendo no ano final do Ensino Fundamental, não é meramente uma
brincadeira, transforma-se em um trabalho com objetivo didático e social,
afinal o aluno vivencia os diversos papéis sociais. Nas entrelinhas desse
faz de conta estão as mudanças necessárias, pois coloca-o numa postura
mais atuante, mais produtiva e mais crítica, ou seja, trazendo-o a se
interessar mais pelo conteúdo proposto e por consequência, apresenta
resultados favoráveis.
A respeito disso, Vasconcelos diz que novas ideias abrem
possibilidades de mudanças, mas não mudam. O que muda a realidade é a
prática. Destacando também que:
O professor deve propiciar uma metodologia que leve a esta participação ativa dos educandos (problematização, debate, exposição interativa-dialogada, pesquisa, experimentação, trabalho de grupo, dramatização, desenho, construção de modelos, estudo do meio, seminários, exercícios de explicação, aulinha dos alunos, etc.) (p p. 69 e 70, 2005).
O argumento do autor citado é de muita propriedade, pois as
atividades lúdicas proporcionam aos alunos a participação efetiva e ativa
nas diversas modalidades que o professor optar em praticar em sala de
aula. Em consonância com este pensamento, Paiva (2005, p. 115)
considera “que o aprendizado de uma língua envolve mais habilidades do
que a simples manipulação de estruturas”. Sabe-se que os jogos e
brincadeiras por si só não constituem a aprendizagem, mas fica evidente
que a espontaneidade criada por esse tipo de atividade geralmente
conduz a uma interação e um maior envolvimento dos alunos na proposta
a ser desenvolvida.
Seguindo ainda a fala do autor citado anteriormente, a importância
da abordagem comunicativa propagada pelas DCEs é retratada em “tudo
que acontece na sala de aula deverá envolver o aluno e ser julgado o
efeito causado nele”. Essa é uma consequência da abordagem citada, ou
seja, as condições de vida social dos alunos serão recriadas em sala de
aula e eles se tornarão usuários e aprendizes da língua alvo. Ainda,
segundo Paiva (2005, p.115) uma outra consequência importante do “faça
você mesmo” é que o aprendizado passa a ser, em grande parte
responsabilidade do aluno, sendo ele ator de sua própria aprendizagem.
Considerando que “avaliação” implica tomada de posição, então
nossa proposta comunga com as determinações da Implementação do
Projeto PDE, ou seja, visa principalmente enfrentar e contribuir para a
superação de fragilidades e problemas apontados pelo professor PDE na
sua disciplina para ser investigada no seu tema de estudo, com a
finalidade de promover a melhoria qualitativa do ensino na escola de
execução do Projeto.
Em suma, a investigação tem o propósito de pesquisar, estudar e
sugerir a ludicidade como instrumento auxiliar e facilitador no processo
ensino e aprendizagem, mas de suma importância no momento da
avaliação; nesse caso em particular, no último ano do Ensino
Fundamental, na tentativa de tornar o trabalho mais prazeroso para
professor e aluno. Conforme Luckesi (2008, p.82): “para que a avaliação
diagnóstica seja possível, precisa compreendê-la e realizá-la com uma
concepção pedagógica”.
Tendo, portanto, a avaliação objetivo de atuar como diagnóstico e
motivador à aprendizagem é inadmissível aceitar instrumentos avaliativos
do tipo “provas”, as tradicionais, como meramente frenadores e
quantitativos da aprendizagem almejada. Vê-se ainda que a dialética da
aprendizagem mostra-se cada vez mais necessária e com possibilidades
que não oprimam ao professor e ao aluno.
Por fim, dentro dessa perspectiva, e para que esse trabalho possa
contribuir para a prática em sala de aula, ampliando possibilidades
didático-pedagógicas para ação de outros professores no processo ensino,
aprendizagem e avaliação em língua inglesa, é preciso deixar de lamentar
os problemas e adotar ações que levem a bons resultados. São muitas as
teorias e ideias de grandes pensadores para a educação, mas só a
capacidade de refletir sobre nossas práticas pedagógicas e redimensioná-
las será possível tornar nossas aulas mais atraentes, com objetivos
voltados para formação de um cidadão crítico e participativo. Além disso,
não existe um método perfeito para o professor ensinar, seja nessa ou
naquela disciplina. O desafio da escola é reinventar a avaliação escolar
para que ela se torne mais prazerosa e significativa para ambos: professor
e aluno. Cada turma tem suas características, cabe ao educador a tarefa
de identificar e aplicar o que ajudará os educandos a alcançar o objetivo
traçado com mais motivação. É o que menciona, também, Vasconcelos:
Nossa opção por uma educação libertadora, não nos permite a acomodação ou simples acusação e o cruzar de braços. Como os profetas, temos o dever de denunciar, mas também anunciar, buscar alternativas, mesmo que limitadas num primeiro momento. Assim que é necessário colocar a avaliação em questão, para poder transformá-la (2005, p.21).
2.1 Avaliação e Ludicidade por quê?
Os Parâmetros Curriculares Nacionais claramente apontam a LE
como parte integrante da formação de todo aprendiz, o que implica um
compromisso com esse processo. No entanto, esse desafio não pode ser
acanhado e ficar apenas na tríade ensino-aprendizagem-avaliação sem
refletir sobre a prática e transformá-la. Além disso, deve-se destacar que a
aprendizagem de uma LE é hoje vista como direito de todo cidadão, isso
está posto no mundo globalizado.
Nessa perspectiva de condução de instrumentos de avaliação
centrou-se o desafio e a preocupação de tratar do tema “Avaliação e
Ludicidade” no último ano do Ensino Fundamental. A problemática
proposta foi a de fazer com que a “avaliação” atuasse produzindo maior
estímulo à percepção do aluno como agente do processo, além de
resgatar o entusiasmo daquele educando que inicia o 6º ano em aprender
língua estrangeira e que se perde ao longo do tempo. Afinal, a avaliação
que tanto angustia professores e alunos e, por vezes os pais, é um
processo decisivo na educação e deve funcionar como um estímulo para o
estudo, para o desenvolvimento intelectual e jamais para constatar
fracasso.
Diagnosticar e classificar, consideradas tradicionalmente como
funções da avaliação, segundo Luckesi (2008), não combinam mais com o
espaço da escola que estamos vivendo. A ação mais sensata desta só
pode estar calcada na construção e reconstrução de saberes e
experiências, numa dimensão transformadora. A avaliação tem que estar
em função da aprendizagem e ela pode e deve ser através de diversos
instrumentos, como por exemplo as atividades lúdicas.
Ainda a esse respeito Luckesi (2008, p. 94) afirma que a avaliação
manifesta-se como um ato dinâmico que qualifica e subsidia o
reencaminhamento da ação, possibilitando consequências no sentido da
construção dos resultados que se deseja.
Nesse processo, a ludicidade pode ser uma aliada, resgatando o
aprendizado da Língua Inglesa como algo prazeroso e divertido. Vale
lembrar que a proposta não tem a pretensão do abandono dos conteúdos
aplicados através de métodos convencionais que enfocam a visão
estruturalista da língua e que pouco valorizam os aspectos semânticos,
tão preconizados nas Diretrizes Curriculares (DCEs), que contempla a
abordagem comunicativa da língua. Caso contrário, o aluno terá maiores
dificuldades na compreensão dos textos, por isso acreditamos que a DCE
também evidencia a importância do conhecimento linguístico para dar
suporte ao aluno no momento da interação. Na verdade, o que muda é a
prática avaliativa, seu objetivo compreende diagnosticar, incluir e
transformar.
Nosso objetivo, nesse Projeto, foi buscar alternativas significativas
nas atividades lúdicas, porque visualizamos a ampla possibilidade de
contemplar, segundo as Diretrizes Curriculares, as relações com a cultura,
a ideologia, o sujeito e a identidade, bem como o trabalho coletivo.
Nessa perspectiva já afirmava Vygotsky (1930) que o jogo é
fundamental para a aprendizagem, porque por meio dele a criança atinge
a definição de conceitos ou de objetos, atuando na Zona de
Desenvolvimento Proximal que, segundo ele, “é a zona de
desenvolvimento real, que costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da solução de problemas sob a orientação de um
adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes”. Assim,
consideramos as atividades lúdicas viáveis no processo ensino e
aprendizagem, uma vez que propicia uma avaliação contínua,
fortalecendo ainda o encorajamento do individual através do trabalho em
conjunto.
2.2 Avaliação como norteadora da ação pedagógica
Na conjuntura educacional e social que vivenciamos atualmente, a
avaliação escolar neste caso em particular, em língua estrangeira,
compreende uma prática pedagógica numa perspectiva transformadora,
isto é, ela está a serviço do sucesso escolar.
Assim, a avaliação deve ser a norteadora da ação pedagógica do
educador, de maneira que possa modificar seu planejamento, retomar
conteúdos, adequar metodologias, buscar inovações, excluir métodos
fracassados e implantar novas práticas sem medo dos desafios. Nesse
processo, é de suma importância que sejam uma constante os
questionamentos do tipo: avaliar para quê, por quê, quando e o quê.
Como é mencionado nas Diretrizes Curriculares e também na LDB,
as reflexões sobre as práticas na educação tem como objetivo “favorecer o
processo de ensino e aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do
professor, bem como propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto
em que se encontra no percurso pedagógico”.
Nessa discussão, não se pode perder de vista que a avaliação tem
que estar em função da aprendizagem, portanto ela deve ser “escrava”
desta. E, para executar essa tarefa com mais prazer para alunos e
professor, visualizamos a ludicidade como um recurso pedagógico
bastante interessante e completo, visto que ela integra as várias
dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva.
No primeiro momento, podemos questionar o lúdico para
estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental, já não tão crianças, mas
temos que admitir que o lúdico faz parte das atividades essenciais da
dinâmica humana e não de uma faixa etária. Assim, as atividades lúdicas
são mais que simplesmente estratégias de motivação, oportunizam e dão
suporte ao desenvolvimento da socialização, da compreensão, do respeito,
de partilhar com alguém uma determinada tarefa, mas com prazer e
“significado”. Por isso acreditamos que o “jogo” não será apenas uma
brincadeira no processo de avaliação, mas um aliado no processo
educacional.
Para a teórica em avaliação, Jussara Hoffmann (2003) avaliar
também é um conjunto de “ações intencionais, processuais de caráter
legítimo, participativo, coletivo”, que objetiva a intenção da realidade no
contexto social e pedagógico. A função da escola, portanto, é com o
aprendizado daquilo que se aplica e onde se quer chegar, ter clareza do
que avaliar para potencializar o processo de ensino e aprendizagem em
todos os momentos: antes, durante e depois do processo de ensino.
Além disso, a própria natureza da língua exige que se considere
seu uso social, e não apenas sua organização. Hoje a escola quer que o
aluno aprenda o conteúdo, mas que ele saiba fazer algo com o que
aprendeu. Sabemos que as atividades mais significativas são aquelas que
criam situações reais de comunicação, e o lúdico dá-nos todos os subsídios
para que isso aconteça de forma mais natural e os alunos não sejam
passivos diante do conhecimento.
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Iniciamos o PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) no
segundo semestre de 2010, que tem como objetivo levar o professor a
pensar sobre os problemas enfrentados em sala de aula no que tange o
ensino e aprendizagem, no nosso caso em particular, na língua inglesa,
levando-nos a repensar nossa prática pedagógica. Após essa reflexão
partimos para elaboração de um Projeto de Implementação Pedagógica na
Escola que tivesse como meta principal o que preconiza o Programa,
“enfrentar e contribuir para a superação das fragilidades e problemas
apontados, com a finalidade de promover a melhoria qualitativa no
ensino” com a execução do Projeto.
Concomitantemente tivemos aulas presencias nas IES, onde
tivemos oportunidades de ler, analisar e discutir temas de relevância
educacional que contribuíram com a formação continuada do professor.
Além disso, participamos de conferências e outros eventos que vieram
situar a Educação no contexto histórico, podendo o professor PDE
compreender melhor a atualidade educacional, melhorando assim o seu
discurso, tornando-o mais crítico e fundamentado.
Durante o segundo semestre de 2011, retornamos para a escola
com 75% da carga horária, mas já com a Produção Didático-Pedagógica
preparada para a implementação em sala de aula. Ao mesmo tempo,
participamos do Programa de Formação Continuada para Educação a
Distância da SEED-PR, que tratou diretamente do nosso trabalho como
professor-tutor do GTR (Grupo de Trabalho em Rede).
Essa fase enriqueceu a implementação do Projeto porque
contamos com a colaboração de integrantes do GTR, isto é, Professores de
diversos municípios da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná,
sistema que possibilitou a inclusão digital dos mesmos durante a aplicação
do nosso Material Didático, na plataforma “Moodle”. Esta oportunidade
oferecida aos Professores da Rede possibilitou-os, de forma virtual,
participar das reflexões, discussões e elaborações realizadas pelo
Professor PDE, concluindo este, com análise da relevância do Projeto de
Implementação, fazendo os ajustes necessários.
Durante nossas conversas virtuais, pudemos perceber que a
maioria dos professores já trabalha com atividades lúdicas em sala de
aula, mas quase sempre como instrumento para apresentação de novo
conteúdo ou como forma de fixação.
Veja alguns relatos dessas opiniões:
“Por ter trabalhado durante muito tempo com a ludicidade apenas na introdução ou fixação de conteúdos, mas não para avaliar a aprendizagem do aluno, percebi que poderia ser também um instrumento que poderia ajudar a conhecer melhor o aluno em sala de aula, suas dificuldades (...). Assim, além de outros instrumentos de avaliação, incluí o lúdico.”
“Acredito que o lúdico possa ser uma forma prazerosa de avaliação. Confesso que não havia pensado em utilizar este tipo de atividade como instrumento avaliativo, sempre que utilizava o lúdico era para fixação de algum vocabulário ou estrutura (...).”
“Cada ano que passamos em sala de aula ‘reinventamos’ as nossas técnicas e realmente acredito que o lúdico, usando a tecnologia ou não, dá um ‘up’ em nossas aulas e por que não utilizá-lo como um dos instrumentos de avaliação!”
Nesses depoimentos observamos que muitos professores ficaram
empolgados com o Projeto e, durante a reflexão sobre a prática
pedagógica e especificamente a respeito da avaliação, concluíram que a
mudança na prática avaliativa precisa ocorrer de modo que contemple as
diferentes formas de aprendizagem do aluno.
Transcrevem-se aqui mais alguns posicionamentos dos professores
GTR:
“Acredito que o lúdico pode e muito facilitar e contribuir para o desenvolvimento cognitivo, proporcionando socialização, interação e construção do conhecimento (...).”
“O nosso aluno aprende brincando, cantando, ou seja, expressando-se em apresentações orais (teatro, poesia, música, etc.). E ao mesmo tempo você está avaliando a sua aprendizagem através dos objetivos de cada atividade proposta (...).”
Muito embora os professores fizessem considerações
demonstrando a aprovação de nossa proposta, houve também a
preocupação de como utilizar tal instrumento para avaliar. Talvez pelo fato
de estarmos confundindo a ação de “avaliar” com a de “examinar” ou de
considerar ainda as atividades lúdicas apenas como jogos e brincadeiras.
Sobre isso observe-se com a ilustração de mais uma opinião:
“Sinceramente tenho minhas dúvidas da ludicidade como instrumento de avaliação. Pois ao mesmo tempo que o aluno está treinando suas habilidades ele está sendo avaliado.”
O conceito e a prática da avaliação ainda está arraigada nas regras
tradicionalistas. No âmbito educacional, “os estudos em avaliação
deixaram para trás o caminho das verdades absolutas (...) das medidas
padronizadas e das estatísticas”, assinala Hoffmann (2003). A motivação,
sabemos, é um dos pilares para o ensino e aprendizagem. O lúdico tornou-
se referência no desenvolvimento do aprendizado em sala de aula, mas
com metas definidas.
A esse respeito vários professores deram sua opinião e destacamos
uma delas:
“Com certeza o lúdico é sempre uma excelente ferramenta no processo ensino e aprendizagem, basta o educador direcionar o seu trabalho e mostrar ao seu aluno, também de forma prazerosa, o objetivo da atividade proposta.”
3.1 Implementação do projeto na escola
O Projeto foi executado no Colégio Estadual Professora Júlia
Wanderley - Ensino Fundamental e Médio, na cidade de Cascavel,
conforme já mencionamos, numa turma de 9º ano do período matutino do
Ensino Regular.
Primeiro fizemos a exposição da proposta de implementação para
Direção, Equipe Pedagógica e Professores da Escola em uma reunião
pedagógica no início do 2º semestre de 2011. Posteriormente,
organizamos uma discussão sobre o tema Avaliação da qual participaram
professores e orientadora da referida turma. Assim, ficou constatado a
necessidade e o interesse de que fossem abordados assuntos relacionados
a rotina diária escolar (material escolar, disciplina, dedicação,
responsabilidade, interesse, motivação) que levassem o aluno a um bom
aproveitamento em sala de aula. Tudo isso veio ao encontro do tema
proposto nesta pesquisa: Avaliação e Ludicidade.
Em seguida, partimos para a apresentação aos alunos do que
pretendíamos. Foram informados sobre os tipos de atividades lúdicas que
seriam envolvidas (teatro, leitura jogral, declamação, música, jogos, ...) de
forma que os estudantes estivessem o tempo todo em sala de aula sendo
instigados a cumprir os objetivos traçados em forma de uma competição
sadia, onde eles tivessem a oportunidade de rever seus conceitos e
reconstruir seus posicionamentos numa atitude crítica e reflexiva.
Para que isso pudesse ocorrer, traçamos itens, junto com os alunos,
que foram observados durante todo o processo de ensino e aprendizagem,
culminando assim com uma autoavaliação e, por fim, uma apresentação
intitulada “English Show”, o qual ocorreria no final do ano.
Montamos um cronograma com encontros fora do horário regular
de sala de aula, ou seja, assistiam aula de manhã e à tarde preparávamos
o “English Show” para o encerramento das atividades trabalhadas na
Implementação do Projeto. A participação foi considerável, mas abaixo do
que esperávamos, acreditamos que alguns motivos foram: mudança de
professora no segundo semestre (enfrentamos uma fase maior de
convencimento); ensaios fora do horário regular de aula; problemas sérios
de disciplina e desinteresse bastante acentuado na turma e outros.
Sabemos que vivemos diariamente com a indisciplina, a
irresponsabilidade e o desinteresse em sala de aula e nesse panorama os
resultados de aprendizagem são desastrosos. Para enfrentar essa
situação, faz-se necessário renovar, durante todo o ano letivo, e por que
não dizer diariamente, as ações pedagógicas de forma dinâmica e
prazerosa, sem ignorar o desenvolvimento linguístico nas aulas de LE. O
que não pode acontecer é nos acomodarmos, mas perguntar-se sempre “O
que fazer?”, partindo sempre para a possível ação. Foi o que fizemos.
Enfim, compreendemos que a real função da avaliação é promover
o desenvolvimento de uma prática pedagógica a serviço do êxito escolar,
numa perspectiva transformadora, onde o erro faz parte do processo não
para “massacrar”, mas para aprender.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Diante de toda problemática já descrita, o professor não pode
deixar de ressaltar que a avaliação no âmbito escolar requer a valorização
das etapas diagnóstica e somativa, voltada para a vertente qualitativa da
aprendizagem. E para alcançar o que se propõe “o educador precisa
sempre renovar, diferenciar as atividades e maneira de transmitir o
conhecimento” afirma, nesse contexto, Almeida Filho (2005).
Acreditamos que as atividades lúdicas aplicadas durante o Projeto
envolveram os alunos e com resultados satisfatórios mesmo com os
obstáculos enfrentados e já mencionados. Como pudemos observar,
apesar do pouco tempo para a Implementação, constatamos uma melhor
interação entre alunos e consequentemente entre aluno e professor, bem
como maior compromisso/responsabilidade com relação ao
desenvolvimento e apresentação de trabalhos. As atividades lúdicas
proporcionaram maior motivação e gosto pelo aprendizado da língua
inglesa, trazendo mais satisfação em sala de aula.
Sem dúvida, a socialização dos conteúdos, o envolvimento e a
dedicação ajudaram na assimilação de todo o assunto proposto. O
individual e o coletivo permitiram uma relação constante mais cordial
entre os atores (professor/alunos) no processo da aprendizagem. Assim,
puderam juntos refletir e compartilhar seus resultados e dúvidas.
Para tanto, oportunas são as palavras de Freire:
Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciarmos as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico; como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto (1996, p. 85).
A lição acima esteve presente no desenvolvimento do trabalho bem
como, nos resultados obtidos porque estes, ainda que não o ideal, foram
alcançados. Atividades criativas e significativas foram trazidas para a sala
de aula, tornando o ambiente mais confortável e o momento mais
prazeroso. Os erros cometidos não foram tratados com descaso, com
críticas, mas serviram tanto para ensinar como para aprender. Os alunos
puderam demonstrar seus anseios na oralidade, bem como em
autoavaliação escrita proposta neste Projeto.
Por fim, a escola promoveu uma Semana Cultural envolvendo as
diversas disciplinas e, alguns grupos de alunos do 9º ano, turma em que
foi desenvolvido a Implementação do Projeto, tiveram a oportunidade de
apresentar alguns trabalhos artísticos produzidos para a comunidade
escolar. Ficou evidenciado, assim, que a ludicidade cumpriu o seu papel de
estimular e proporcionar momentos diferenciados no processo de ensino e
aprendizagem, culminando com a tão temida avaliação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mudar a maneira de ensinar não é nada fácil e requer
determinação e empenho. O PDE (Programa de Desenvolvimento
Educacional), um dos programas de formação continuada para Professores
da Rede Pública do Paraná, tem como principal meta encorajar o professor
a encontrar soluções para problemas enfrentados em sala de aula a
respeito do processo ensino e aprendizagem através de pesquisas
orientadas pelas IES e, consequentemente, aplicação junto ao público alvo
do Projeto desenvolvido pelo professor PDE.
Assim, tendo a “avaliação” como uma preocupação constante em
nossa rotina pedagógica, optamos por utilizar as atividades lúdicas como
mais um instrumento no processo avaliativo. Essa estratégia proporcionou
aos professores do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), compartilhada com
o professor PDE, um repensar das suas práticas avaliativas,
potencializando a valorização desse diferente modo de avaliar no
cotidiano escolar.
Quanto aos alunos, houve uma significativa transformação do
relacionamento social e, consequentemente, a motivação em aprender a
língua inglesa com mais confiança e facilitando a comunicação entre eles
e a professora. Esse resultado veio confirmar que “o conhecimento não
segue um caminho linear, mas prossegue descobertas, dúvidas,
retomadas, obstáculos, avanços ...”, como confirma Hoffmann (2003).
Nesta pesquisa, destacamos alguns fatores importantes, os quais
não podem ser ignorados pelo professor de LE e que as atividades lúdicas
facilitaram no processo ensino e aprendizagem neste Projeto “Ludicidade e
Avaliação” a alcançar resultados mais positivos apesar de enfrentarmos,
por diversas vezes, resistência de determinados alunos. Então,
entendemos mais uma vez que teríamos que recomeçar o nosso desafio,
trazer atividades que os instigassem e por que não o lúdico novamente
com outra abordagem?
Notamos nitidamente que a atividade lúdica dentro da sala de aula
não é meramente uma “brincadeira”, porque o professor pode transformá-
la em um trabalho com objetivo didático e social. O ponto culminante
desse instrumento é a motivação, e a aprendizagem se constitui
realmente através dela, basta planejar e saber onde se quer chegar. Os
nossos alunos estavam “desmotivados” e pudemos notar um entusiasmo
maior com a possibilidade de realizar tarefas diferenciadas daquelas
comuns ao seu cotidiano em sala de aula.
Além dos resultados significativos alcançados através das
atividades lúdicas durante o curto tempo no processo ensino e
aprendizagem, respectivamente no 9º ano do Colégio Estadual Professora
Júlia Wanderley, colocamos em destaque algumas conclusões trazidas pela
turma juntamente com a professora: aprendizado com significado, isto é, a
aprendizagem não pode ser dissociada da realidade; aprender inglês é um
diferencial, pois hoje o ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira se
manifesta como um instrumento a mais para a igualdade social, afinal
vivemos em um mundo globalizado e dessa realidade não há como fugir.
Portanto, a partir de todas essas considerações, podemos concluir
que faz-se necessário ressignificar o conceito e a prática da avaliação. O
mundo mudou, a escola precisa mudar. Isso não significa deixar de
cumprir o seu papel na educação, mas transformar a escola em um
espaço de construção e reconstrução de saberes e experiências. Outras
estratégias podem substituir a prática tradicionalista (geralmente provas)
de “avaliar”, fazendo do erro uma possibilidade de ressignificar para
incluir e promover, seja através de atividades lúdicas ou não.
REFERÊNCIAS
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HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação: Mito e Desafio: uma perspectiva construtivista. – Porto Alegre: Mediação, 28ª Ed. Revista, 2003.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições - 19º ed. – São Paulo: Cortez, 2008.
NOGUEIRA, Zélia Paiva. Atividade Lúdica no Ensino/Aprendizagem de língua Inglesa – Paraná: PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional, 2008.
PAIVA, Vera Lúcia de Oliveira e (Org). Ensino de Língua Inglesa: Reflexões e Experiências. 3ª ed. Campinas: Pontes Editores, 2005.
PARANÁ, Governo do Estado do. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para a Educação Básica, 2008.
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VYGOTSKY, L.S. A formação Social da Mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1994.