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i FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE DO CONSÓRCIO ENTRE CENOURA (Daucus carota) E ALFACE (Lactuca sativa) LUDEMIR JORGE BELLAVER CIOATO SORRISO MT JULHO DE 2012

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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE

CURSO DE AGRONOMIA

ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE DO CONSÓRCIO ENTRE CENOURA

(Daucus carota) E ALFACE (Lactuca sativa)

LUDEMIR JORGE BELLAVER CIOATO

SORRISO – MT JULHO DE 2012

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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA

ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE DO CONSÓRCIO ENTRE CENOURA

(Daucus carota) E ALFACE (Lactuca sativa)

LUDEMIR JORGE BELLAVER CIOATO

SORRISO - MT JULHO DE 2012

Monografia apresentada ao Curso de Agronomia da FACEM, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de engenheiro agrônomo, sob a orientação do professor Especialista EDMAN WEVERTON DO PRADO.

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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA

FOLHA DE APROVAÇÃO

ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE DO CONSÓRCIO ENTRE CENOURA (Daucus carota) E ALFACE (Lactuca sativa)

AUTOR: LUDEMIR JORGE BELLAVER CIOATO

Monografia defendida e aprovada em____________de_____________de _____,

pela banca avaliadora:

______________________________

Orientador (a) Edman Weverton do Prado

______________________________

Coorientador (a) Caio Batista Muller

____________________________

Professor (a) Kater Edi Jacomasso

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, por todo o amor e dedicação para comigo, por terem sido a peça fundamental para que eu tenha me tornado a pessoa que hoje sou. A minha família pelo carinho e apoio dispensados em todos os momentos que precisei.

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AGRADECIMENTO

A Deus por ter me dado forças e iluminando meu caminho para que pudesse

concluir mais uma etapa da minha vida;

A minha avó Irês Mozzer Bellaver, por ter cedido a área para a realização

dos experimentos;

A minha namorada e futura esposa Daiana Aparecida Aguiar e família. Bem

como aos amigos que fiz durante o curso, pela verdadeira amizade que construímos

em particular aqueles que estavam sempre ao meu lado Edson Dias, Queila de

Souza, Denis Gemelli, Ronei Siqueira, Rudinei Janissek, Pablo Cerutti, Mateus

MOtta, Carlos Capitânio, e em especial ao meu grande amigo Tiego Aparecido

Xavier dos Santos pela ajuda prestada ao meu trabalho. Sem vocês essa trajetória

não seria tão prazerosa;

Ao meu orientador, professor Edman weverton do Prado, pelo ensinamento

e dedicação dispensados no auxilio à concretização dessa monografia;

A todos os professores do curso de agronomia, pela paciência, dedicação e

ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de forma especial contribuiu para

a conclusão desse trabalho e consequentemente para minha formação profissional;

Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos e familiares, pelo carinho e

pela compreensão nos momentos em que a dedicação aos estudos foi exclusiva, a

todos que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse

realizado meu eterno AGRADECIMENTO.

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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS..................................................................................................i

LISTA DE TABELAS...................................................................................................ii

LISTA DE ANEXOS....................................................................................................iii

RESUMO.....................................................................................................................iv

ABSTRACT..................................................................................................................v

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 3

2.1 ALFACE (Lactuca sativa) ...................................................................................... 3

2.1.1 Clima .................................................................................................................. 3

2.1.2 Cultivares ........................................................................................................... 4

2.1.3 Ciclo ................................................................................................................... 4

2.2 CENOURA (Daucus carota) .................................................................................. 5

2.2.1 Clima .................................................................................................................. 6

2.2.2 Raleio ................................................................................................................. 6

2.2.3 Colheita .............................................................................................................. 7

2.3 CONSÓRCIO ENTRE OLERÍCOLAS ................................................................... 7

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 11

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 11

3.2 MATERIAIS ......................................................................................................... 11

3.3 MÉTODOS .......................................................................................................... 11

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 14

5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 20

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 21

7. ANEXOS ............................................................................................................... 27

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Médias de circunferência em centímetros (cm), diâmetro em centímetros

(cm), numero de folhas, altura em cm, e peso da massa fresca em gramas (g) nos

tratamentos de alface solteira e consórcio.................................................................14

Quadro 2. Médias de altura das folhas em centímetros, peso da massa fresca (MF)

em gramas (g), comprimento de raiz (CR) em centímetros, circunferência em

centímetros (cm), diâmetro em centímetros (cm) e peso da raiz em gramas nos

tratamento de cenoura solteira e consórcio..............................................................16

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Análise de Micronutrientes e Física do solo utilizado. FACEM, Sorriso-MT,

2012............................................................................................................................11 Tabela 2. Análise complementar do solo utilizado. FACEM, Sorriso - MT, 2012.... 12

Tabela 3. Análise química básica do solo utilizado. FACEM, Sorriso - MT, 2012... 12

Tabela 4. Massa fresca da parte aérea de plantas de cenoura, comprimento de raiz

e peso da raiz. FACEM, Sorriso (MT), 2012.............................................................17

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LISTA DE ANEXOS

Anexo – A. Croqui da área experimental..................................................................16

Anexo – B. semeadura da alface..............................................................................39

Anexo – C. semeadura da alface..............................................................................39

Anexo – D. semeadura da cenoura..........................................................................40

Anexo – E. Área do experimento com todos os tratamentos....................................40

Anexo – F. Coleta das amostras de alface...............................................................40

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RESUMO

CIOATO, L. J. B. ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE DO CONSÓRCIO ENTRE CENOURA (Daucus carota) E ALFACE (Lactuca sativa). Sorriso, 2012. 39p. Monografia – Faculdade Centro Matogrossense.

A agricultura brasileira vem passando por um momento de reflexão, com

vistas à necessidade de mudar o sistema produtivo atualmente adotado para um

modelo de maior sustentabilidade. Nesse sentido, objetivou-se avaliar o

desempenho agronômico da alface “Vera Crespa”, e da cenoura “Brasília” em

sistemas de cultivo solteiro e consórcio. O experimento foi conduzido na Estância

Santa Terezinha em Sorriso-MT. Utilizou-se o delineamento inteiramente

casualizado (DIC), com 8 repetições, em esquema fatorial 3x8, compreendendo três

sistemas de cultivo (alface solteira; cenoura solteira e consórcio alface e cenoura.

As parcelas possuíam uma área total de 2,00 m², sendo que para o sistema solteiro

de alface a área útil da parcela foi de 0,40 m², contendo 10 plantas no espaçamento

de 0,20 m x 0,20 m, e no sistema solteiro de cenoura a área útil foi de 0,40 m², com

20 plantas espaçadas de 0,20 m x 0,10 m. No sistema de cultivo consorciado, a área

útil da parcela foi de 0,80 m², contendo 10 plantas de alface e 20 de cenoura com

área útil de 0,40 m². Nesse sistema, o espaçamento da alface foi de 0,35 m x 0,20 m

e da cenoura 0,45 m x 0,05 m, correspondendo, respectivamente, a 125.000 e

500.000 plantas por hectare. A escolha das parcelas em cada tratamento foi por

sorteio. Os tratamentos consistiram de monocultivos de alface, consórcios alface -

cenoura (AC) e cenoura solteira (CS). O cultivo solteiro de alface apresentou melhor

qualidade comercial para todas as características avaliadas. O indicador

agroeconômico IEA somente para a cenoura apresentou valor de 1,19, resultado

este que demonstrou a viabilidade do cultivo consorciado em ganho de produção e

maior eficiência de uso da terra, com cenoura.

Palavras-chave: Lactuca sativa, Daucus carota, consórcio.

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ABSTRACT

CIOATO, L. J. B. ANALYSIS OF PRODUCTIVITY CONSORTIUM AMONG THE CARROT (Daucus carota) and LETTUCE (Lactuca sativa). SORRISO-MT, 2012. 39p. Monograph - Faculty Center Grosso.

Brazilian agriculture has been undergoing a period of reflection, with a view

to the need to change the production system currently adopted for a more

sustainable model. In this sense, the objective was to evaluate the agronomic

performance of lettuce "Vera Crespa" and carrot "Brasilia" in cropping systems and

consortia. The experiment was conducted at St. Therese in Sorriso Resort, MT. We

used a randomized design (CRD) with eight replications in a factorial 3x8, comprising

three cropping systems (single lettuce, carrots and single consortium lettuce and

carrot. The plots had a total area of 2.00 m², and for the system to single lettuce

Useful plot was 0.40 m², containing 10 plants spaced at 0.20 mx 0.20 m, and the

system single carrot usable area was 0.40 m², with 20 plants spaced 0.20 mx 0.10 m.

In intercropping system, the floor area of the plot was 0.80 m², containing 10 lettuce

and 20 carrot with an area of 0.40 m². In this system, the spacing of the lettuce was

0.35 mx 0.20 mx 0.45 I carrot 0.05 m, corresponding respectively to 125,000 and

500,000 plants per hectare. The choice of plots in each treatment was randomly.

Treatments consisted of monoculture of lettuce, lettuce consortia - carrot (AC) and

single carrot (CS). The cropping of lettuce had the best commercial quality for all

traits. The IEA only indicator agroeconomic carrots showed a value of 1.19, a result

that demonstrated the feasibility of intercropping in increased production and greater

efficiency of land use, with carrots.

Keywords: Lactuca sativa, Daucus carota, a consortium.

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1. INTRODUÇÃO

A produção de hortaliças é uma atividade que está presente geralmente em

pequenas propriedades familiares, como atividade de subsistência ou

comercialização da produção em pequena e média escala (MONTEZANO; PEIL,

2006)..

A alface é a hortaliça folhosa mais importante na alimentação humana. Mas

por ser muito perecível e com pouca resistência ao transporte, seu cultivo ocorre

próximo das cidades, para facilitar a entrega aos mercados e para os consumidores.

Sendo produzida o ano inteiro, em diversos tipos de climas, devido a sua

adaptabilidade em varias regiões do Brasil. A alface é originária de regiões de clima

temperado, o que limita a expressão do seu potencial produtivo em climas tropicais

(SETÚBAL & SILVA, 1992). Juntamente com a alface, tem-se outra hortaliça de

destaque que é a cenoura, sendo que sua parte comestível são as raízes. Além do

consumo in natura, é utilizada como matéria prima para indústrias processadoras de

alimentos, que as comercializam na forma de minimamente processada

(minicenouras, cubos, ralada, em rodelas) ou processada na forma de seleta de

legumes, alimentos infantis e sopas instantâneas (EMBRAPA, 2000).

Essas hortaliças geralmente são produzidas de forma isolada, em outras

palavras a alface é plantada em um canteiro e a cenoura semeada em outro. Mas

através da consorciação de culturas se busca um aumento de produção quando

comparada com cultivos solteiros das culturas. No sistema de consorciação

(KOLMANS & VÁSQUEZ 1999) as culturas se desenvolvem juntas, mas não sendo

preciso plantar as duas culturas necessariamente ao mesmo tempo, devido que as

culturas possuem a duração de ciclo diferentes, ou seja, dentro do ciclo da cenoura

há a possibilidade de se fazer dois cultivos de alface. Entretanto (ROSSOROLLA,

2007), diz que, deve se cultivar espécies que se ajudem mutuamente durante todas

as fases do ciclo de cada cultura desenvolvendo assim uma maior produção por

unidade de área. Culturas não companheiras inibem seus desenvolvimentos,

competindo por recursos como água, nutrientes, luz e espaço.

Sobre os espaçamentos adequados para o uso da consorciação entre

cenoura e alface ainda existem poucos trabalhos. Este tipo de cultivo consorciado

será empregado em propriedades rurais que estarão afim de aumentar produção

das olerícolas em uma determinada área, sem ter que aumentá-la , com melhor

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aproveitamento do solo, adubos, defensivos e mão-de-obra Sudo et al. (1998).

Nesse contexto, o sistema de cultivo consorciado possibilita situar a olericultura

dentro do contexto de agricultura com menor impacto ambiental, otimizando a

utilização dos recursos naturais e insumos agrícolas

O consórcio pode ser utilizado principalmente por pequenos agricultores, já

que é uma técnica simples e permite maior densidade de plantas por unidade de

área, comparado ao mono cultivo, melhorando a cobertura do solo, reduz a

incidência de plantas daninhas e diversifica a produção (MONTEZANO E

PEIL,2006).

As informações sobre a viabilidade para cultivos consorciados poderão levar

o produtor a estabelecer entre as culturas, a que será instalada primeiramente e com

maior participação no sistema, as espécies que possuem companheirismo mutuo

para desenvolver maior produção Carvalho (1993). Na atualidade o aproveitamento

de área vem se tornando uma questão bastante discutida, levando ao

aprofundamento de estudos à busca de soluções para se aumentar a produção sem

que se aumente a área. Este trabalho se justifica a partir do momento em que se

discutem maiores produtividades em áreas de mono cultivos focando as

interatividades das culturas no sistema de consórcio.

Considerando que a grande maioria dos produtores de hortaliças trabalha

com uma ampla diversidade de culturas para Oliveira (2003). há necessidade de

melhorar a eficiência do uso do solo, visando, dessa forma, o melhor aproveitamento

de nutrientes, água, luz, redução de custos e buscando melhorias no rendimento das

hortaliças no sistema de consórcio.

O objetivo desde trabalho é analisar a produtividade do consórcio entre as

culturas de cenoura com alface, conhecendo o desenvolvimento de cada cultura no

sistema de consórcio, verificando os indicares de produtividade, altura, diâmetro e

massa fresca das duas culturas neste sistema, obtendo dados sobre a produtividade

referente à atividade de consorciamento.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ALFACE (Lactuca sativa)

A alface (Lactuca sativa L.) originou-se de espécies silvestres que ainda são

encontradas em regiões de clima temperado, no sul da Europa e na Ásia Ocidental.

Pertence a família Asteraceae e é uma planta anual que floresce sob dias longos e

temperaturas elevadas (FILGUEIRA, 2008), possuindo maior produção no período

de inverno (BERNARDI et al., 2005).

Seu cultivo é próprio para o inverno, por ser originária de clima ameno,

alcançando neste período maiores produtividades. Juntamente com o crescente

aumento no consumo dessa hortaliça, vem sendo necessário o aumento na

qualidade do produto. Porém, a qualidade final de um produto agrícola é resultado

de diversos fatores, entre estes os níveis de fornecimento de nutrientes (BERNARDI

et al., 2005).

A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta herbácea com caule curto e não

ramificado, e que no Brasil tem indícios por volta do século XVI em que chegaram

através dos portugueses. Sendo classificada como uma hortaliça folhosa, de grande

consumo e aceitação comercial e cultural. Há varias espécies comercializadas entre

as principais estão as que têm folhas lisas e com fechamento de cabeças, também

tem a alface com folhas crespas e sem fechamento de cabeça e com folhas

crocantes e grossas com fechamento de cabeça. As raízes são do tipo pivotante,

com finas ramificações que exploram os primeiros 25 cm do solo. É uma cultura

muito exigente em relação à disponibilidade de nutrientes, tendo necessidade de

boa disponibilidade de nutrientes e umidade, não é muito favorável em solo

encharcado ou impermeável (PENTEADO, 2007).

2.1.1 Clima

As condições ambientais possuem grande importância no desempenho da

alface (VIGGIANO, 1990). A alface é uma hortaliça de inverno, capaz até de resistir

a geadas leves, desenvolve-se melhor em baixa temperatura noturna, exigindo dias

curtos para seu desenvolvimento vegetativo, e os dias longos são necessários para

emitir o pendão floral e as inflorescências (PENTEADO, 2007). O pendoamento

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precoce da alface geralmente ocorre em temperaturas acima de 20ºC ( Viggiano,

1990).

2.1.2 Cultivares

A alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa de maior consumo no país

(Costa & Sala, 2005). Para regiões tropicais, a alface tipo crespa é a de maior

interesse entre os horticultores, sendo considerada uma cultivar de verão, resistente

a doenças e ao pendoamento precoce, apresentando boa disposição das folhas,

resistência ao transporte, maior período pós-colheita e melhor paladar (Rodrigues et

al., 2007). A cultivar adequada para o clima da região é decisiva para o sucesso do

sistema adotado (Gualberto et al., 2002), mas geralmente esses materiais não se

adaptam em climas diversificados.

2.1.3 Ciclo

O tempo de seu desenvolvimento segundo Filgueira (2008) é de 65 a 80 dias

da semeadura até a colheita em condições de campo, porém em estufas esse

período diminui para 45 a 50 dias. Para Penteado (2007) o ciclo da alface poderá

levar de 60 a 90 dias.

Para a produção de mudas Penteado (2007), diz que, é mais fácil, seguro e

mais barato devido ao reduzido números de sementes desperdiçadas, se fazer a

semeadura em bandeja para posterior transplante da muda após 21 a 25 dias.

Segundo Filgueira (2000), a semeadura em bandeja propicia melhor ganho

operacional em número de sementes, padronização das mudas, controle

fitossanitária, condições estas que permitem colheitas antecipada. Menezes Junior

et al (2000) afirmam que produção de mudas em bandejas trás vantagem ao sistema

radicular, proporcionando melhor crescimento e aumento das mudas.

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2.2 CENOURA (Daucus carota)

A cenoura é uma hortaliça da família Apiaceae, cujo produto apresenta uma

raiz pivotante, tuberosas, lisa e sem ramificação. Destaca-se pelo valor nutritivo,

sendo umas das principais fontes de pró-vitamina A (beta-caroteno) (PENTEADO,

2007).

O Brasil até o ano de 1983 importava sementes de cenoura da Europa, EUA

e Japão, a partir deste ano houve uma diminuição nas suas importações com o

lançamento das variedades Brasília e Kuronan, produzidas no próprio país

(VIGGIANO, 1990).

Dentre as cultivares nacionais, „Brasília‟ é a mais comercializada, tendo

possibilidades de cultivo, de acordo com a época de semeadura, em quase todo o

país (PEREIRA, 2007). Sendo plantada em áreas produtoras da região Norte e

Nordeste e, respectivamente, em 80, 79 e 95% das regiões Sudeste, Sul e Cento-

Oeste. Estas três últimas regiões simulam 76% da área total de cenoura cultivada no

país, enquanto a região Nordeste representa 23% (PIRES et al., 2004).

A cultivar „Brasilia‟ possui folha vigorosa e coloração verde escura, raízes de

pigmentação alaranjada escura, pequena incidência de ombro verde ou roxo e boa

resistência à queima-das-folhas; é recomendada para semeaduras de outubro a

fevereiro, nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil (SOUZA et al.,

2002).

A cenoura é absolutamente intolerante a qualquer tipo de transplante, na

qual ocasiona raízes deformadas (FILGUEIRA, 2008). O plantio da cenoura é feito

com a semeação direta no solo, sendo distribuídas uniformemente as sementes ao

longo dos sulcos com 1,0 a 2,0 cm de profundidade e distanciados de 25 a 30 cm

entre fileiras e espaçamento de 40 cm (SOUZA, 2006). Mas conforme Siqueira

(1995), através de seus estudos com espaçamento de plantio na produção de

cenoura „Brasília‟, verificou que espaçamentos de 0,20 m x 0,10 m obtiveram os

maiores diâmetros e comprimentos de raízes, espaçamentos superiores o número

de raízes comerciais e a produção total diminuíram.

A densidade de plantio segundo Lopes et al (2008) influencia a produção e

seus componentes devido a concorrência de água, luz e nutrientes entre indivíduos

da mesma espécie e de espécies diferentes.

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O comprimento para a cenoura segundo (VIEIRA et al., 1997) varia

conforme a classe de raízes: As raízes longas possui comprimento de 17 a 25 cm e

diâmetro menor que 5 cm; as raízes médias com comprimento de 12 a 17cm e

diâmetro maior que 2,5 cm; raízes curtas tem comprimento de 5 a 12 cm e diâmetro

maior que 1 cm e refugo são raízes que não estão dentro destas medidas.

Para a comercialização (VIEIRA et al., 1997), a cenoura deve apresentar

comprimento 15 a 20 cm e diâmetro Lana & Vieira (2000) variando entre e 3 a 4 cm,

respectivamente para o consumo in natura. No entanto a raiz de cenoura fora do

padrão Filgueira (2003), é utilizada como matéria prima para indústrias

processadoras de alimentos, que as comercializam na forma de minimamente

processada (minicenouras, cubos, ralada, em rodelas) ou processada na forma de

salada de legumes, alimentos infantis e sopas instantâneas.

2.2.1 Clima

A cultura da cenoura é muito sensível às condições climáticas (SOUZA,

2006). A cenoura apresenta melhor desenvolvimento e coloração, quando a média

mensal da temperatura varia de 15,5 a 21°C, verificou-se ainda que baixas

temperaturas médias conduzem à formação de raízes mais compridas que a normal,

acontecendo o contrário quando as temperaturas médias são elevadas

(MURAYAMA, 1973). Segundo Penteado (2007), em temperatura inferior a 15°C as

raízes são mais finas e compridas, e acima de 21°C são curtas e grossas.

A germinação das sementes através de informações da Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2000), acontece sob temperaturas de 8 a 35

ºC, a uniformidade de germinação varia com a temperatura dentro destes limites. A

faixa ideal para uma germinação rápida e uniforme é de 20 a 30 ºC, dando-se a

emergência de 7 a 10 dias após a semeadura

2.2.2 Raleio

O raleio deve ser feito de 25-30 dias após a semeadura, deixando-se um

espaço de 7 cm entre as plantas no sulco (SOUZA, 2006). O raleio amplia a

disponibilidade de espaço, água, luz e nutrientes por planta (EMBRAPA, 2000). Mas

de acordo com Murayama (1973) é recomendável que se efetue dois desbastes: o

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primeiro, quinze a vinte dias após germinação, deixando de dois a três centímetros,

na fileira, e o segundo: quinze a vinte dias depois do primeiro aumentando o

espaçamento na fileira para cinco a seis centímetros.

O arranjo das plantas é um fator do ambiente que influencia na quantidade

de raízes comercializáveis, a produtividade e a qualidade da cenoura (LIMA et al,

1991;BARBEDO et al, 2000).

2.2.3 Colheita

Segundo Filgueira (2003), a colheita pode ser feita a partir de 85 a 110 dias.

Geralmente são colhidas quando as folhas mais velhas atingem a coloração

amarela, sendo arrancadas manualmente puxando-as pela parte aérea (VIEIRA et

al.,1997), ou mecanizados nas produções industrializadas. Segundo Fahl (1998), a

produtividade varia de 20 a 40 t/ha.

2.3 CONSÓRCIO ENTRE OLERÍCOLAS

O sistema de cultivo em consórcios segundo Müeller et al (1998) já é usados

nas regiões tropicais a muito tempo por produtores, os quais ampliaram com pouco

fundamento científico, na tentativa de maior produtividade.

Nos últimos anos, houve um aumento no conceito das relações entre a

agricultura e o meio ambiente, dos recursos naturais e da qualidade dos alimentos

(EHLERS, 1999). Antigamente, para se aumentar a produção se expandia a área,

mas, recentemente se esta incrementando a produtividade, através da consorciação

de culturas, segundo Hortwith (1985) na qual pode contribuir direta e/ou

indiretamente para o menor impacto ambiental.

O consórcio entre olerícolas são feitos de preferência com plantas

companheiras, que se ajudam e se complementam na ocupação do espaço e

utilização de água, luz e nutrientes e que tenham interações bioquímicas, chamadas

de efeitos alelopáticos, podendo estimular quanto inibir as plantas (ROSSOROLLA,

2007). Em um sistema de consorciação, a concorrência entre plantas é aumentada

mais por luz do que por água e nutrientes (PORTES, 1984).

Neste sistema as espécies não precisam ser simultaneamente semeadas

(KOLMANS & VÁSQUEZ, 1999).

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Associações de hortaliças, com sistema radicular diferentes têm maior

aproveitamento dos nutrientes presentes nas diferentes camadas do solo do que em

cultivo solteiro (ALTIERI, 2003).

Montezano & Peil (2006) destacam beneficio do consorcio como: otimização

do aproveitamento da terra e da água, de insumos agrícolas e da mão-de-obra. Do

mesmo modo Vieira (1984), diz que a razão principal da consorciação é o aumento

da produção por unidade de área.

Com a utilização de consórcios têm-se ganhos ambientais como a redução

do nível de danos ocasionados por insetos-pragas através de estímulos a

parasitóides e predadores, como bichos-lixeiros, sirfídeos e joaninhas que se

abrigam nos micro climas favoráveis (MONTEZANO & PEIL, 2006).

A consorciação deve ser com espécies de ciclos e alturas diferentes para

melhor uso do solo e da luz, aproveitando melhor os recursos disponíveis

(OLIVEIRA, 2003). Segundo esse mesmo autor a competição entre as culturas não

ocorrem pelos mesmos recursos.

A época para a semeadura e arranjo das espécies no consorcio é

fundamental para evitar sombreamento das plantas altas sobre as baixas,

aumentando assim a produtividade (REZENDE, 2008).

Gliessman (2001) relata que para avaliar o Índice de Uso Eficiente da Terra

(UET), é necessário obter vantagens no rendimento de dois ou mais cultivos

consorciados, quando comparado ao rendimento obtido com os cultivos solteiro.

Vieira (1998) complementa a quantidade de alimento por unidade de área tem que

ser maior.

Segundo Caetano et al. (1999) verificaram um aumento de mais de 70% no

uso da terra no sistema consorciado.

Comparando dois consórcios em sistema orgânico, cenoura (cv. Brasília)

com alface lisa (cv. Regina 71) e cenoura (cv. Brasília) com alface crespa (cv.

Verônica), com o monocultivo, Sudo et al. (1998) constataram ganho na

produtividade para ambas as culturas, e melhor aproveitamento dos insumos,

espaço físico e mão-de-obra, com o índice de equivalência de área de 65% a mais

no consórcio.

Caetano et al. (1999) avaliando as culturas de cenoura e alface cultivadas

em monocultivo e em sistema de consórcio, observaram que os valores do índice de

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equivalência de área evidenciaram que a utilização do consórcio foi vantajosa nos

dois experimentos, obtendo-se um acréscimo em área de 74%.

Estudando o desempenho de quatro cultivares de alface crespas em

consórcio no arranjamento em faixas de três e quatro fileiras com cenoura,

SALDANHA et al. (2001), observaram comportamento diferencial na produtividade

entre cultivares de alface, com excelente aspecto visual. Também Oliveira et al

(2002) observaram comportamento diferencial entre cultivares de alface crespa, com

excelente aspecto visual, no arranjamento de quatro fileiras alternadas com cenoura.

Analisando o comportamento de cultivares de alface e cenoura em dois

sistemas de cultivo (solteiro e consorciado) Negreiros et al. (2002) verificaram que as

culturas apresentaram índices de uso da solo com valores superior a 1,

comprovando a eficiência dos sistemas consorciados.

Testando o comportamento de cultivares de alface lisa, em cultivo solteiro e

consorciado com cenoura, em dois sistemas de cultivos em faixas Bezerra Neto et

al. (2003) verificaram que os índices de uso eficiente da solo dos diversos sistemas

variou de 1,04 a 1,19, indicando que nos sistemas consorciados ocorreu melhor

produtividade. Entretanto Andrade (2002), trabalhando com o consórcio de cenoura

Brasília e cultivares de alface lisa, observou que arranjos em faixas entre as culturas

componentes afetaram a matéria fresca da parte aérea, produtividade total e

comercial de raízes da cenoura, enquanto que as cultivares de alface testadas não

influenciaram qualquer característica avaliada na cenoura.

Utilizando este sistema de consórcio busca-se uma maior produção por

área, (Souza e Resende, 2003), A diversificação de culturas é de suma importância

á sustentação da fertilidade dos sistemas (Khatounian, 2001) e para o controle de

plantas daninhas, pragas e doenças. Para Negreiros (2002) o objetivo é maximizar a

utilização dos recursos ambientais e da área, além da mão-de-obra nas diversas

operações com aplicação de insumos e tratos culturais

Fageria (1989) relata que no sistema de consorcio há algumas

desvantagens, tais como aumento de mão-de-obra, tanto nos tratos culturais quanto

na colheita, e competição entre as espécies. No entanto, Vieira (1998) cita que a

grande desvantagem do consorciamento é que impede o uso de técnicas agrícolas

melhores e a inclusão da mecanização.

Carvalho (1993), recomenda que para o sucesso do sistema de consórcio

resultar em melhores respostas é necessário que se conheça as informações de

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cada espécies. Carvalho (1989) já afirmava isto é necessário para o aumento da

produção de alimentos sem a utilização de insumos em excesso, permitindo assim o

uso eficiente do solo.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa teve caráter exploratório a campo, visando trazer o

conhecimento através dos dados coletados e analisados do experimento, a fim de

estabelecer se há ou não a possibilidade de resultados positivos para esta

consorciação. Por ser uma pesquisa a campo demandou tempo, mão-de-obra,

custos na implantação e na condução do experimento, exigindo do pesquisador

seriedade e rigor na analise dos dados, desde o início ao término do mesmo (GIL,

1999).

3.2 MATERIAIS

Foram utilizados para a realização do experimento materiais como: área do

experimento Estância Santa Terezinha, Sementes de cenoura e alface; Trator com

arado; Enxada e enxadão; Trena e estacas; Mangueira irrigação; tela de nylon;

bandeja;

3.3 MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Estância Santa Terezinha em Sorriso-MT,

localizada nas coordenadas geográficas 12°24‟14” S de latitude sul, 55°36‟92” O de

longitude oeste e altitude de 377m, de dezembro/2011 a junho/2012. O solo da área

experimental é classificado como Latossolo Vermelho – distrófico (FUNDAÇÃO MT,

2011). Da área experimental, foram retiradas amostras, cuja análise resultou:

pH=6,0; Ca = 1,7 cmolc dm-3; Mg = 1,0 cmolc dm-3; K = 0,09 cmolc dm-3; Na =ns* ;

Al = 0,00 cmolc dm-3 e P = 6,3 mg dm-3.

Tabela 1. Análise química básica do solo utilizado. Sorriso - MT, 2012.

Fonte: Laboratório de Análises Agronômicas – Maggisolo.

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Tabela 2. Análise complementar do solo utilizado. Sorriso - MT, 2012.

Fonte: Laboratório de Análises Agronômicas – Maggisolo.

Tabela 3. Análise de Micronutrientes e Física do solo utilizado. Sorriso - MT, 2012.

Fonte: Laboratório de Análises Agronômicas – Maggisolo.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC),

representado na figura1(croqui da área) com 8 repetições, em esquema fatorial 3 x8,

compreendendo três sistemas de cultivo (alface solteira; cenoura solteira e consórcio

alface e cenoura, com a cultivar de cenoura Brasília e a cultivar de alface vera). As

parcelas possuíam uma área total de 2,00 m², sendo que para o sistema solteiro de

alface a área útil da parcela foi de 0,40 m², contendo 10 plantas no espaçamento de

0,20 m x 0,20 m, e no sistema solteiro de cenoura a área útil foi de 0,40 m², com 20

plantas espaçadas de 0,20 m x 0,10 m. No sistema de cultivo consorciado, a área

útil da parcela foi de 0,80 m², contendo 10 plantas de alface e 20 de cenoura com

área útil de 0,40 m². Nesse sistema, o espaçamento da alface foi de 0,35 m x 0,20 m

e da cenoura 0,45 m x 0,05 m, correspondendo, respectivamente, a 125.000 e

500.000 plantas por hectare. A alface foi transplantada no mesmo espaçamento pdo

solteiro, pois devido à cenoura já estar com 60 dias, evitar competição por luz. Este

cultivo corresponderia aos 2º cultivo no consorcio.

A adubação foi realizada no dia 2 de janeiro de 2012, sendo utilizados 2

kg/m² de esterco de curral curtido e 30g/m² de N-P-K na formulação 10-10-10

respectivamente.

A cenoura foi semeada em 12 de janeiro de 2012, em covas espaçadas de

0,05 e 0,10 m, respectivamente, nas parcelas consorciada e solteira. O desbaste foi

realizado aos 25 dias após a semeadura deixando-se uma planta/cova.

A cultivar de alface foi semeada no dia 10 fevereiro de 2012, em bandejas

de isopor com 200 células, utilizando-se como substrato uma mistura de turfa,

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vermiculita e fibra de coco, esterilizadas a 100 ºC. A partir da emergência até o dia

do transplante as mudas foram sombreadas em estufa, cor branca de malha 2 x 2

mm. O transplante das mudas foi realizado aos 30 dias após a semeadura. Nos

cultivos solteiro e consorciado, as mudas de alface foram transplantadas quando a

cultura da cenoura estavam com 60 dias após a semeadura.

A irrigação foi realizada durante todo ciclo da cultura, através de mangueiras

instaladas na área.

A colheita foi realizada 29 de abril/12, sendo que a cenoura foi colhida com

aproximadamente 106 dias e a alface 50 dias após a semeadura. Para a cultura da

alface foram avaliados o número de folhas por planta, altura e diâmetro de plantas e

matéria fresca da parte aérea. Da cultura da cenoura foram avaliadas a altura de

plantas e matérias fresca da parte aérea, comprimento, diâmetro e peso das raízes.

Índices agroeconômicos foram usados para medir a eficiência dos sistemas

consorciados (Beltrão et al.1984): índice de uso eficiente da terra (UET). O índice

UET é dado pela expressão: (Icenoura/Scenoura) + (Ialface/Salface), onde I e S

representam os rendimentos dos sistemas consorciados e solteiros de cada cultura

componente.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Alface

Foi observado no sistema solteiro de alface o maior número de folhas por

planta (Quadro 1 ). Isto se deve, possivelmente, a uma maior concorrência sofrida

pelas plantas de alface no sistema consorciado, onde as plantas de cenoura se

encontravam bem desenvolvida. Este resultado concorda em parte, com os obtidos

por Carneiro (1981) Bezerra Neto et al. III, (2005), trabalhando com outros tipos de

consórcio.

Quadro 1. Médias de circunferência em centímetros (cm), diâmetro em centímetros (cm), numero de folhas, altura em cm, e peso da massa fresca em gramas (g) nos tratamentos de alface solteira e consórcio.

Circunferência DIÂMETRO Nº folhas ALTURA MF

Alface 58,86 18,73 19,76 19,77 40,49

Alface Consórcio 34,02 10,82 7,05 13,76 4,69

Com relação ao sistema de cultivo consorciado, ainda no Quadro 1, a alface

obteve menor diâmetro de plantas (10,82 cm) quando comparada com a solteira

(18,73 cm). Menores diâmetros no sistema consorciado também foram obtidos na

pesquisa de Negreiros et.al. (2002), que no sistema de alface consorciada notou

menor diâmetro de plantas (11,67 cm) quando em comparação com o cultivo solteiro

(16,85 cm). Porto (1999), também com relação ao diâmetro de plantas, pode

registrar que as plantas de alface em cultivo solteiro proporcionaram diâmetros

maiores (23,61 cm) do que as de cultivos consorciados, em torno de 19,51 cm, em

média.

Analisando o trabalho realizado por Negreiros et.al. (2002), e comparando

com este trabalho houve um decréscimo no diâmetro da alface em consórcio e um

aumento no diâmetro da alface em sistema solteiro. Estes resultados concordam dos

conseguidos por Porto (1999), testando cinco cultivares de alface consorciada com

cenoura em fileiras alternadas, onde ocorreu desempenho diferenciado entre

cultivares tanto na altura como no diâmetro de plantas de alface.

Com relação à altura da alface, (quadro 1), foi observada no sistema solteiro uma

altura de 19,77 cm e no consórcio 13,76 cm. O consórcio estabelecido com o

transplantio da alface 60 dias após semeadura (DAS) da cenoura não possibilitou

que as plantas de alface se desenvolvessem, em função do intenso sombreamento

proporcionado pela folhas da cenoura e que devido ao consórcio com alface se

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desenvolveram mais que no solteiro. Neste caso, as alfaces caracterizaram-se por

caules muito compridos, e com baixíssimo número de folhas, as quais eram

alongadas e com limbo muito estreito, menor produção de matéria fresca e menor

produtividade foram registradas na alface em cultivo consorciado quando comparada

com aquela do sistema solteiro (Quadro 1). A alface quando cultivada em períodos

com altas temperaturas e luminosidade, não alcançam seu desenvolvimento máximo

do potencial genético, ocasionando assim diminuição de seu ciclo cultural, e/ou

paralização da produção (OLIVEIRA, 2004). Concorda também Silva et.al., (2000)

que altas temperaturas inibem o máximo potencial genético da alface,

comprometendo o desenvolvimento das folhas e produção.

Este resultado, possivelmente se deve, ao maior numero de plantas de

alface dentro da linha de plantio no sistema consorciado, causando um aumento da

concorrência intraespecifica, além da concorrência entre as culturas, especialmente

em relação à radiação solar, devido ao sombreamento feito pela cenoura sobre a

alface, pois a mesma foi transplantada quando a cenoura estava com sessenta dias.

Segundo Ofori & Stern apud NEGREIROS et.al. (2002), quando uma planta alta

sombreia uma mais baixa, a competição estabelecida entre ambas, causa

diminuição no crescimento e desenvolvimento da planta menor.

As plantas de alface colhidas nestas qualidades encontravam-se totalmente

deformadas, sem caracterização e, conseqüentemente, sem valor comercial, não

admitindo se quer formar maços de alface com a amarração de várias plantas.

Resultado este também obtido por Rezende (2005), onde as plantas de alface foram

colhidas deformadas, sem aparência apreciável.

Cenoura

Pode-se observar (quadro 2), que na cenoura os menores valores de altura

de plantas e menores valores da matéria fresca da parte aérea foram registrados no

cultivo solteiro, concordando com trabalhos realizados por Bezerra et. al. I (2005).

Neste trabalho registraram-se maiores valores de altura de planta (41,33 cm) para o

consorcio e também os maiores valores de matéria fresca (38,63 g), quando

comparados com o sistema solteiro de 14,83 cm e 33,27 g respectivamente.

Segundo ao programa de melhoramento de cenoura para cultivo no verão

desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisas de Hortaliças - EMBRAPA-

Hortaliças (2000), as plantas têm porte médio de 25 a 35 cm, com folhas robustas e

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de cor verde escura. Fazendo uma comparação notasse que devido ao consórcio as

folhas da cenoura desenvolveram mais que a média da Embrapa.

Neste raciocínio pode-se notar que apesar de menor altura de planta no cultivo

solteiro, não houve diferença significativa da massa fresca com o cultivo consorciado

(tabela 4). Avaliando assim que devido ao consorcio a cenoura desenvolveu-se mais

na altura de planta do que em produção de novas folhas. Também, WILSON &

WONG (1982) notaram diminuição de perfilhos de gramínea com o sombreamento,

no entanto os perfilhos desenvolvidos proporcionaram maior altura do que aqueles

que cresceram a plena luz. Em seu trabalho Bezerra Neto et al. II (2005) observou

um aumento da altura das plantas de cenoura em função do aumento da população

de cenoura, atingindo o máximo de 66,11 cm na população de 100%. Segundo

Trenbath Apud Bezerra Neto et al. (2005), em sistemas de consórcios, onde o solo

possui nutrientes em quantidades adequadas para o cultivo, a concorrência por luz é

mais agressiva, e a utilização de densidades maiores, podem aumentar as

conseqüência da competição. Sendo assim as plantas precisam se desenvolver

mais para poder competir por luminosidade.

Observando a tabela 4, pode-se notar que não houve diferença significativa

na massa fresca e comprimento de raiz nos tratamentos de cenoura consorciada e

solteira, apenas no peso diferiu os tratamentos.

Quadro 2. Médias de altura das folhas em centímetros, peso da massa fresca (MF)

em gramas (g), comprimento de raiz (CR) em centímetros, circunferência em

centímetros (cm), diâmetro em centímetros (cm) e peso da raiz em gramas nos

tratamento de cenoura solteira e consórcio.

Altura folha M. F CR Circunferência Diâmetro Peso

Cenoura 14,83 33,27 12,85 8,25 2,62 47,03

Cenoura consórcio 41,33 38,63 14,57 9,17 2,91 56,02

Com relação às características avaliadas na cenoura, foram observadas

diferenças enormes entre os sistemas de cultivos, com relação á altura de matéria

fresca (M.A.) (folhas) o sistema consorciado alcançou (41,33 cm), e o solteiro (14,83

cm). Isto deixa claro que diferentes influências de competição desempenhadas pelas

cultivares de alface sobre a cenoura foram suficientes para diferenciá-las na altura

da matéria fresca. Já para o peso da matéria fresca não houve diferença

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significativa, onde foi obtidos valores em sistema consórcio e solteiro de 38,63

gramas e 33,27 gramas respectivamente, (Quadro 2).

Na produção em comprimento e diâmetro da cenoura não houve diferença,

porém pode ser notada diferença significativa no peso da cenoura consorciada com

alface. Estes resultados de maior produção para a cenoura consorciada concordam

com os encontrados por Caetano et al. (1999), em um dos ensaios feitos em Campo

dos Goytacazes, onde obtiveram efeito da cultivar de alface Marisa no aumento da

produção da cenoura.

Tabela 4 – Massa fresca da parte aérea de plantas de cenoura, comprimento de raiz e peso da raiz. FACEM, Sorriso (MT), 2012.

Variáveis

Tratamentos QM (MF) QM (CR) QM (P)

Cenoura consorciada 38.63 a 14.57 a 56.02 a

Cenoura solteira 33.27 a 12.85 a 47.03 b

DMS 8,20 1,83 8,37

Médias não seguidas pela mesma letra minúscula na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro.

Em termos comerciais, observou-se boa qualidade de raízes da cenoura,

com pequena quantidade fora do padrão (refugo), apesar de ter sido classificada na

faixa de 12 a 17 cm de comprimento e de diâmetro maiores que 2,5 cm, através da

classificação de VIEIRA et al.( 1997), e também segundo as Normas do Ministério

da Agricultura está enquadrada na classe média.

Consórcio

A produtividade da alface foi reduzida no cultivo consorciado do que em

monocultivo e quanto mais tardio foi o transplante da alface em relação à cenoura,

maior será a redução no acúmulo de massa fresca de plantas de alface, na segunda

época de cultivo. Resultados semelhantes foram encontrados por Rezende, et al.

(2005), onde encontrou menor produção de alface em segundo transplantio com

tomateiros.

Isto evidencia que a época de instalação do consorcio é de fundamental

importância, pois, quanto mais tardio for, a cultura já instalada irá se sobressair,

inibindo o desenvolvimento da planta consorciada. Outro fator é o espaçamento de

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entre fileira, quanto mais próximas as linhas da cultura de cenoura, maior será o

sombreamento para a cultura da alface. A produtividade das culturas em consórcio,

segundo Cecílio Filho e May (2002), é influenciada pelo intervalo de tempo de

convivência entre as espécies, determinado pela época de estabelecimento do

consórcio. Ressalta-se que a utilização de consórcios utilizando-se elementos não

aconselhados, densidade de plantas menor que à ideal, semeadura em épocas

impróprias, espaçamentos incorretos, entre outros constituem os fatores

responsáveis pela queda na eficácia dos mesmos (CARVALHO, 1989). Neste

sentido, conforme Trenbath apud Apud Montezano E Piel (2006), a escolha

minuciosa das culturas e da época de consorciação são de essencial importância,

para que seja capaz de estimular uma exploração máxima das vantagens do

sistema consorciada. Foi notado que mesmo utilizando-se espaçamentos maiores

entre as plantas de alface em consórcio, as mesmas não obtiveram desempenho

satisfatório, evidenciando que o arranjo de plantas de cenoura para o segundo

cultivo do consorcio não é favorável para a alface. Então para que se possa fazer

um segundo plantio de alface em consórcio devesse adequar o espaçamento do

cultivo de cenoura. Segundo Bezerra Neto et al. (2003) em seu trabalho não

observou interação significativa entre os sistemas de cultivos em nenhum atributo

analisada na alface. Esta semelhança entre os sistemas solteiro e o consorciado se

deve possivelmente à baixa concorrência entre as culturas, já que este autor utilizou

um espaçamento maior (60 cm) entre fileiras de cenoura, diminuindo assim a

concorrência das duas culturas por luminosidade. Esses dados são coerentes com

as citações de Bezerra Neto et al. (2003), de que as disposições espaciais são de

grande valia para o manejo, pois as culturas podem ser manejados para melhorar o

uso de recursos e a eficácia do consorciamento em hortaliças.

Os sistemas ecológicos são capazes de auto-regulação e essa habilidade

fundamenta-se na estabilização das relações de interferência (LARCHER, 2000),

sobretudo em um sistema de culturas múltiplas, que na maioria das vezes é formado

por diversas espécies, onde se tem raízes que exploram o solo em diferentes

profundidades (SILVA, 1983), ou, onde a parte aérea pode desenvolver

diferencialmente à concorrência pela luminosidade (HARDER, 2004).

A ocorrência de os maiores valores terem sido observados com o cultivo

solteiro é semelhante com as citações de Silva (1983) de que as plantas de um

consórcio, seja, ela homogênea ou heterogênea, estão sujeitas a distintos tipos de

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interações. Todavia, na maior parte dos casos, a interação é observada pela queda

da produtividade das culturas.

Através de Bezerra Neto et al. (2003) que testou o desempenho de

cultivares de alface lisa, em cultivo solteiro e consorciado com cenoura, em dois

sistemas de cultivos em faixas, verificaram que os índices de uso eficiente da terra

dos diversos sistemas variou de 1,04 a 1,19, indicando que nos sistemas

consorciados ocorreu melhor aproveitamento dos recursos ambientais, comparado

com o do sistema solteiro. Neste trabalho o índice de uso eficiente da terra foi de

1,19 no rendimento da cenoura demonstrando vantagem sobre sistema solteiro.

Apesar de ter sido verificada vantagem produtiva dos consórcios

estabelecidos a partir de 60 DAS da cenoura, com índices UET superiores a 1, não

se deve recomendar o consórcio pois, a alface, não obteve características

apropriadas para a comercialização, conforme discutido anteriormente.

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5. CONCLUSÕES

A maior produção de matéria fresca das folhas de alface ocorreu no sistema

de cultivo solteiro. A maior produtividade da cenoura foi registrada no cultivo

consorciado, em relação ao solteiro. Mesmo havendo ganho de produção e maior

eficiência de uso da terra, não se recomenda aos produtores fazer o transplantio de

alface após 60 dias de semeadura de alface.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. ANEXOS

Anexo A. Croqui da área experimental

0,50m 0,50m

Co

A

Ce

Ce

Co A

Ce

A Co

A

Ce A 15,80 m

Co

A A

18,00 m

Ce

Co Co

Ce

Co A

Co

Ce Ce

1,10 m

1,10 m 1,10 m

Área por parcela 1,10 m x 1,80 m Área total= 108m²

Anexo B- semeadura da alface

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Anexo C- semeadura da alface

Anexo D- semeadura da cenoura

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Anexo E- Área do experimento com todos os tratamentos.

Anexo F- Coleta das amostras de alface