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HISTÓRIA DO BRASIL Professor LUCIANO DE PAULA

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A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI.

• PLANISFÉRIO DE 1502 – Os mapas eram chamados de Portulanos, pois eram feitos

através da observação dos navegadores.

• A mais antiga carta náutica portuguesa conhecida, mostrando o resultado das viagens de

Vasco da Gama à Índia, Colombo à América Central, Gaspar Corte Real à Terra Nova e

Pedro Álvares Cabral ao Brasil, com meridiano de Tordesillas assinalado. Biblioteca

estense universitária de Modena.

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• Os portugueses foram os primeiros europeus a se lançar ao mar no período das Grandes Navegações Marítimas, nos séculos XV e XVI. No presente texto iremos abordar os motivos do pioneirismo português na conquista dos oceanos.

• O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes Navegações foi a progressiva participação lusitana no comércio europeu no século XV, em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no intuito de comercializar com diferentes partes do mundo.

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• A centralização monárquica portuguesa aconteceu ainda no século XIV com a Revolução de Avis, Portugal foi considerado o primeiro reino europeu unificado, ou seja, foi o primeiro Estado Nacional da história da Europa. Além do fato da unificação portuguesa, a Revolução de Avis consolidou a força da burguesia mercantil que, conforme vimos acima, investiu pesadamente nas Grandes Navegações.

• Portugal nos séculos XV e XVI, possuíam portos de boa qualidade que eram existentes no país influenciaram bastante no processo do pioneirismo português. Outro motivo não menos fundamental que os outros expostos, que ajudou no processo do empreendimento português, foi o estudo náutico realizado na Escola de Sagres, sob o comando do astuto infante D. Henrique, o navegador (1394-1460).

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• A Escola de Sagres foi consolidada na residência de D. Henrique e se

tornou uma referência para estudiosos como cosmógrafos,

cartógrafos, mercadores, aventureiros entre outros.

Iniciando o processo de conquistas pelos mares, os

portugueses no ano de 1415 dominaram Ceuta, considerada

primeira conquista dos europeus durante a Expansão Marítima.

Infante D. Henrique

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• O principal objetivo que os navegadores portugueses desejavam alcançar era dar a volta no continente africano, ou seja, realizar o périplo africano. Desta maneira, Portugal foi conquistando várias concessões na África. No ano de 1488, Bartolomeu Dias, navegador português, havia conseguido chegar ao Cabo da Boa Esperança, provando para o mundo que existia uma passagem para outro oceano. Finalmente, no ano de 1498, o navegador português Vasco da Gama alcançou as Índias; em 1500, outro navegador lusitano, Pedro Álvares Cabral, deslocou-se com uma grande frota de embarcações para fazer comércio com o Oriente, acabou chegando ao chamado ‘Novo Mundo’ - o continente americano.

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• Com o desenvolvimento dos estudos marítimos (Escola de Sagres), os portugueses se tornaram grandes comerciantes, prosperando e produzindo novas embarcações e formando grandes navegadores. Portugal se transformou em um dos mais importantes entrepostos (armazém de depósito de mercadorias - que esperam comprador ou que se vão reembarcar) comerciais durante as Grandes Navegações Marítimas.

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• Esta imagem ilustra a viagem de Vasco da Gama (preto) bem como as viagens de

Pêro da Covilhã (laranja) e Afonso de Paiva (azul). O caminho percorrido antes de se separarem

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• A chegada à Índia - Nos anos que se seguiram à assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494)

Portugal prosseguiu no seu projecto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota

de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499.

• Mantendo o plano de D. João II, o rei D. Manuel I mandou aparelhar as naus e escolheu Vasco

da Gama, cavaleiro da sua casa, para capitão desta armada. Segundo o plano original, D. João II

teria designado seu pai, Estêvão da Gama, para chefiar a armada; mas a esta altura já ambos

tinham falecido.

• A 8 de Junho de 1497 iniciou-se a expedição semi-planetária que terminaria dois anos depois

com a entrada da nau Bérrio pelo rio Tejo adentro, trazendo a boa-nova. Neste dia parte do

Restelo a armada chefiada por Vasco da Gama. Tratava-se de uma expedição comportando três

embarcações. É a partir da viagem de Vasco da Gama que se introduzem as naus. A 20 de Maio

de 1498 Vasco da Gama chega a Calecute. Estabelecia-se assim o caminho marítimo para a

Índia.

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

A expansão Ultramarina Portuguesa

dos séculos XV e XVI.

• Chegada ao Brasil - Em 1499, após o retorno de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral foi nomeado capitão-mor da armada que se dirigiria à Índia. A sua missão era a de estabelecer relações diplomáticas e comerciais com o Samorim, promovendo a imagem de Portugal e instalando um entreposto comercial ou feitoria, retornando com o máximo de mercadorias. A sua foi a mais bem equipada armada do século XV, integrada por dez naus e três caravelas, transportando de 1.200 a 1.500 homens, entre funcionários, soldados e religiosos. Era integrada por navegadores experientes, como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho, tendo partido de Lisboa a 9 de março de 1500, após missa solene na ermida do Restelo, à qual compareceu o Rei e toda a Corte. Mas Pedro Álvares Cabral, por alturas de Cabo Verde, desvia-se da rota. Tendo-se afastado da costa africana, a 22 de abril de 1500, após quarenta e três dias de viagem, avistou o Monte Pascoal no litoral sul da Bahia. No dia seguinte, houve o contato inicial com os indígenas. A 24 de abril, seguiu ao longo do litoral para o norte em busca de abrigo, fundeando na atual baía de Santa Cruz Cabrália, nos arredores de Porto Seguro, onde permaneceu até 2 de maio.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI.

Chegada dos portugueses ao Brasil

O Período Pré-Colonial

• A fase do pau-brasil (1500 a 1530) - Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata

Atlântica. O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos. Para executar esta exploração, os portugueses utilizaram o ESCAMBO, ou seja, deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em troca do trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas).

O Período Pré-Colonial

• O ESCAMBO foi utilizado durante a colonização do Brasil, uma vez

que os índios não conheciam Qualquer forma de dinheiro.

O Período Pré-Colonial

• Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que dividiu as terras recém descobertas em 1494). Os corsários ou piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país. Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.

• Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.

• No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.

O SISTEMA COLONIAL

• O sistema colonial português na América

• A estrutura político-administrativa

• A estrutura sócio-econômica

• A escravidão (as formas de dominação econômico-sociais)

• As formas de atuação do Estado Português na Colônia

• A ação da Igreja, as invasões estrangeiras

• A expansão territorial, interiorização e formação das fronteiras,

• As reformas pombalinas

• As rebeliões coloniais • Os Movimentos e tentativas emancipacionistas

O SISTEMA COLONIAL

• O Século XVI foi marcado pelo período colonial, não só do Brasil mas de diversos países da América do Sul. No sistema denominado Pacto Colonial, as colônias só poderiam importar produtos da metrópole, ao passo que a Metrópole poderia explorar livremente os produtos mais lucrativos da Colônia.

O SISTEMA COLONIAL

• A Civilização do Açúcar

• 1500 - 1532: Período Pré-Colonial, havia feitorias para marcar a Rota Atlântico, pois o interesse era nas Índias.

• 1532: Início da Colonização, capitanias hereditárias estruturaram o açúcar, pois o interesse era a cana-de-açúcar.

O SISTEMA COLONIAL

• Por que os portugueses demoraram para colonizar o Brasil? • Porque não havia ouro nem metais preciosos. • Porque os lucros estavam nas especiarias do Oriente. • Porque o custo de colonizar era alto, e os portugueses não estavam

dispostos a gastar tanto. • Porque os portugueses decidiram colonizar depois? • Porque houve decadência do comércio Oriental (há lucro quando há

monopólio, e Portugal perde o monopólio das Índias para Espanha e Holanda).

• Porque há hipóteses de que pode haver ouro e prata, já que os espanhóis encontraram ouro na Bolívia, o que aumenta a esperança de encontrar mais ouro no mesmo continente.

• Porque a soberania portuguesa estava ameaçada por parte de Piratas Franceses.

O SISTEMA COLONIAL

• O chamado Sistema Colonial Tradicional desenvolveu-se , na América, entre os séculos XVI e XVIII. Sua formação está intimamente ligada às Grandes Navegações e seu funcionamento obedece aos princípios do Mercantilismo.

• As práticas mercantilistas, buscava o acúmulo de capitais e as colônias irão contribuir de forma decisiva para este processo. Assim, através da exploração colonial os Estados Metropolitanos se enriquecem- como também sua burguesia. O Sistema Colonial Tradicional conheceu dois tipos de colônias: a Colônia de Povoamento e a Colônia de Exploração.

O SISTEMA COLONIAL

• Colônia de Povoamento: característica das zonas temperadas da América do Norte e marcada por uma organização econômico-social que buscava manter semelhanças com suas origens européias: predomínio da pequena propriedade, desenvolvimento do mercado interno, certo desenvolvimento urbano, valorização dos princípios de liberdade ( religiosa, econômica, de imprensa ), utilização do trabalho livre, desenvolvimento industrial e desenvolvimento do comércio externo. Colônia de Exploração: típica das zonas tropicais da América, onde predomina a agricultura tropical escravista e monocultora. Não houve desenvolvimento de núcleos urbanos nem do mercado interno, ficando esta área dependente da Metrópole. A principal característica desta área foi a Plantation- latifúndio, monocultor escravocrata.

• A fase do Açúcar (séculos XVI e XVII )

O açúcar era um produto de muita aceitação na

Europa e alcançava um grande valor. Após as

experiências positivas de cultivo no Nordeste, já

que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e

ao solo nordestino, começou o plantio em larga

escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o

comércio do açúcar, além de começar o

povoamento do Brasil. A mão-obra escrava, de

origem africana, foi utilizada nesta fase

O SISTEMA COLONIAL

O SISTEMA COLONIAL

• A economia colonial

• A base da economia colonial era o Engenho de Açucar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e algodão.

• As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior.

• O PACTO COLONIAL imposto por Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole.

O SISTEMA COLONIAL

• A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem africana.

• Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos.

• A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).

O SISTEMA COLONIAL

• Quanto à mão-de-obra necessária para o empreendimento, contava-se com os indígenas e principalmente com os negros africanos que Portugal há muito escravizava. A instalação da empresa açucareira no Brasil exigia a aplicação de imensos capitais para a compra de escravos, o plantio da cana-de-açúcar e a instalação dos Engenhos, onde se moía a cana e se fabricava o açúcar. Além disso, o transporte e a distribuição do produto para a Europa, a parte mais lucrativa do empreendimento, era uma tarefa gigantesca, para a qual Portugal não tinha recursos suficientes. Os portugueses associaram-se, então, aos holandeses que, em troca do financiamento para a instalação da empresa açucareira na colônia, ficariam com o direito de comercialização do produto final, o açúcar, na Europa. Dessa forma, foi a Holanda que financiou a instalação dos engenhos no Brasil. Na colônia, organizou-se a produção açucareira, sujeita às exigências metropolitanas de produção de riquezas, num processo de dependência denominado pacto colonial.

O SISTEMA COLONIAL

• No latifúndio, conhecido como engenho, somente uma pequena parte das terras destinava-se ao cultivo de itens agrícolas para subsistência, como mandioca, milho, feijão, etc. Constituindo por extensas áreas desmatadas de florestas, seguidas de plantações de cana, o engenho tinha como núcleo central a casa-grande, onde residia o proprietário e sua família e concentrava-se toda a administração.

• Próximo a ela, ficava a capela e, mais distante, situava-se a senzala, um grande barracão miserável onde se alojavam os escravos. Alguns engenhos maiores chegaram a possuir centenas de escravos, que viviam amontoados na senzala. O engenho propriamente dito, onde se frabricava o açúcar, era composto pela moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar.

• Na moenda, a cana era esmagada, extraindo-se o caldo; na casa das caldeiras, esse caldo era engrossado ao fogo em grandes tachos; finalmente, na casa de purgar, o melaço de cana era colocado em fôrmas de barro para secar e alcançar o "ponto de açúcar".

O SISTEMA COLONIAL

• Senhores e escravos

• Durante o ciclo da cana-de-açúcar, a sociedade colonial se definia a partir da casa-grande e da senzala. Formando o poderoso grupo socio-econômico da colônia, havia os brancos colonizadores, donos dos engenhos, que habitavam as casas-grandes. O poder dessa aristocracia canavieira ia além de suas terras, expandindo-se pelas vilas, dominando as Câmeras Municipais e a vida colonial.

O SISTEMA COLONIAL

• A autoridade do senhor de casa-grande era absoluta: em família a obediência lhe era incondicional e o respeito como chefe superior, indiscutível, estando as mulheres submetidas a um papel subordinado, complementar. A sociedade açucareira teve, assim, um caráter explicitamente patriarcal.

O SISTEMA COLONIAL

• Os escravos, considerados simples mercadorias, formavam a base econômica dessa sociedade indígena e, principalmente, negros africanos eram responsáveis pela quase totalidade dos trabalhos braçais executados na colônia, constituindo "as mãos e pés do senhor". Os escravos, em sua maioria , trabalhavam de sol a sol na lavoura e na produção de açúcar, vigiados por um feitor, sofrendo constantes castigos físicos.

O SISTEMA COLONIAL

• Alguns exerciam trabalhos domésticos na casa-grande como cozinheiras, arrumadeiras, amas de crianças, moleques de recados, etc. Formando uma pequena parcela da população, havia os homens livres, plantadores de cana com poucos recursos, que não possuíam instalações para produzir o açúcar (engenhos), sendo obrigados a vender a cana a um senhor de engenho.

• A essa camada intermediária pertenciam também os feitores, capatazes, comerciantes, artesãos, padres, militares e funcionários públicos,moradores das poucas vilas e cidades da época.

Atividades complementares

• Atividades complementares da economia açucareira

• Embora a economia do período colonial tenha se baseado num único produto, que concentrava quase completamente o interesse e as atividades de toda a colônia, havia algumas atividades secundárias, realizadas para complementar as necessidades da população. Sendo assim, havia, dentro do próprio engenho, uma pequena produção de aguardente e rapadura, utilizada no consumo interno da colônia e também no escambo de escravos africanos. Ao mesmo tempo, iniciou-se a criação do gado que se desenvolveu no Nordeste, próximo aos engenhos, penetrando depois no interior. Sendo uma atividade complementar, importância comercial da criação de gado era muito menor que a da produção de açúcar. Entretanto, além de servir para mover as moendas e transportar o açúcar, o gado era fonte de alimentação e fornecia o couro que era usado na confecção de roupas, calçados, móveis e outros utensílios. Na criação de gado, quase não havia escravos, predominando o trabalho livre, principalmente dos indígenas.

Atividades complementares

• O gado era criado de forma extensiva, ou seja, solto nas terras, sempre à procura de melhores pastagens. Dessa forma, o gado penetrou no interior, alcançado, já no século XVII, o Maranhão e o Ceará, ao norte, e, mais ao sul, as margens do rio São Francisco. Originaram-se, assim, diversas fazendas no interior, o que acabou levando ao desbravamento da atual região Nordeste. Além da criação e gado, havia o cultivo de alguns produtos agrícolas complementares, como a mandioca que constituía a base da alimentação da população colonial, principalmente dos escravos.

• O fumo ou tabaco era produzido principalmente para ser trocado por negros escravos na costa africana, onde era muito valorizado. Sua produção desenvolveu-se mais na Bahia e em Alagoas. Já o cultivo de algodão desenvolveu-se mais no Maranhão e visava apenas à produção de tecidos rústicos usados na confecção das roupas dos escravos, já que, para os senhores de engenho e suas famílias, as vestimentas vinham da Europa.

Atividades complementares • Além de abastecer as populações coloniais, a pecuária

também representou um peculiar instrumento de mobilidade social. Ao contar com brancos não-proprietários de terras, mestiços e mulatos a pecuária remunerava-os com parte dos restos das tropas de gado. De tal maneira podiam usufruir de uma melhor condição

financeira.

Na região do Recôncavo Baiano, o fumo era plantado por pequenos lavradores que comercializavam a produção obtida com a metrópole portuguesa. Tal atividade era de suma importância na realização do escambo entre as tribos africanas que aprisionavam os escravos a serem comercializados no Brasil. A produção de aguardente e rapadura foram outras duas atividades que também se desenvolveram com esse mesmo intuito.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

• Capitanias Hereditárias: Foi um sistema de exploração adotado por Portugal, na qual determinadas áreas são divididas entre particulares para sua exploração.

• O Sistema de Capitanias Hereditárias prevê a transferência dos altos custos para particulares através de um documento chamado Foral (Donatário), pois precisa proteger o território, ocupá-lo e pagar impostos. Porém, o Sistema de Capitanias não obteve o êxito esperado. Apenas sobreviveram as capitanias de Pernambuco e de São Vicente. Então, a Coroa resolve, em 1548, pelo Governo Geral de Marquês do Pombal, pela extinção do sistema de capitanias hereditárias.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

• A instalação das primeiras capitanias no litoral

nordeste brasileiro traz consigo uma

consequência trágica: os conflitos com os índios

do litoral que - se até então foram aliados de

trabalho, neste momento passam a ser um

entrave, uma vez que disputavam com os recém

chegados o acesso às melhores terras. Destes

conflitos entre portugueses e índios o saldo é a

mortandade indígena causada por conflitos

armados ou por epidemias diversas.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

O FORAL - OBRIGAÇÕES DOS DONATÁRIOS

• Criar vilas e distribuir terras a quem deseja-

se cultivá-las.

• Exercer plena autoridade no campo judicial

e administrativo, podendo inclusive autorizar

pena de morte.

• Escravizar os índios, obrigando-os a

trabalhar na lavoura. Também podiam enviar

índios como escravos para Portugal, até o

limite de 30 por ano.

• Receber a vigésima parte dos lucros sobre

o comércio do Pau-Brasil.

• O donatário era obrigado a entregar 10% de

todo o lucro sobre os produtos da terra ao

rei de Portugal.

• 1/5 dos metais preciosos encontrados nas

terras do donatário deveria ser entregue a

coroa portuguesa.

• O monopólio do Pau-brasil

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

• O sistema de capitanias implantado no Brasil não é original. Baseia-se em experiências anteriores de concessão de direitos reais à nobreza para engajá-la nos empreendimentos do Estado português nas Índias, na África, nas ilhas do Atlântico e no próprio reino.

Nas Cartas de Doação é fixado o caráter perpétuo e hereditário das concessões. Em troca do compromisso com o povoamento, a defesa, o bom aproveitamento das riquezas naturais e a propagação da fé católica em suas terras, o rei atribui aos donatários inúmeros direitos e isenções.

Cabe aos donatários distribuir sesmarias - terras incultas ou abandonadas - aos colonos, fundar vilas com as respectivas câmaras municipais e órgãos de justiça, além do direito de aprisionar índios. São também isentos do pagamento de tributos sobre a venda de pau-brasil e de escravos

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

• Em sua maior parte, as capitanias brasileiras não conseguem desenvolver-se por falta de recursos ou por desinteresse de seus donatários. No final do século XVI, apenas as capitanias de Pernambuco (de Duarte Coelho) e de São Vicente (de Martim Afonso de Souza) alcançam certa prosperidade com o cultivo da cana-de-açúcar. É esse quadro pouco animador que leva a Coroa portuguesa a instituir, em 1548, um governo mais centralizado e capaz de uma ação mais direta - o governo-geral. No século XVII, outras capitanias são criadas para ocupar a Região Norte.

• Cada vez mais enfraquecidas e progressivamente retomadas pela Coroa, as capitanias são extintas em 1759. Mas deixam sua marca na ocupação do território, sobretudo da faixa litorânea, e na formação política do país. Além de fixar o nome de muitos dos atuais estados brasileiros, as capitanias dão origem a uma estrutura de poder regional que ainda se mantém atuante.

GOVERNADOR GERAL

• Criação do sistema

• Em função do desempenho insatisfatório do sistema de Capitanias Hereditárias, D. João III, rei de Portugal resolveu criar o Governo-Geral no Brasil no ano de 1549. Era uma forma de centralizar o poder na colônia e acabar com a desorganização administrativa.

Governadores Gerais

• Os três governadores gerais do Brasil que mais se destacaram foram:

• Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá.

Resultados

• Como resultados da implantação deste sistema político-administrativo no Brasil, podemos citar: catequização de indígenas, desenvolvimento agrícola e incentivo à vinda de mão-de-obra escrava africana para as fazendas

brasileiras.

Este sistema durou até o ano de 1640, quando foi substituído pelo Vice-Reinado

GOVERNADOR GERAL

• Além disso, um governador também deveria combater a ação de piratas nas terras coloniais, ampliar a colonização com a criação de novas vilas, construir embarcações e fortes, promover o plantio da cana-de-açúcar, realizar a prospecção de metais preciosos e defender a população colonial. De fato, podemos perceber que as tarefas de um governador-geral eram inúmeras e, por isso, outros cargos administrativos foram criados para auxiliá-lo em tais obrigações. Os cargos que estavam abaixo do governador-geral eram ao todo quatro e correspondiam aos postos de ouvidor-mor, capitão-mor, alcaide-mor e provedor-mor. O capitão teria como função principal cuidar das questões jurídicas no interior da colônia. O capitão tinha importante função de defesa ao ser responsável pelo controle das regiões litorâneas. Nesse mesmo âmbito, o alcaide deveria comandar as tropas encarregadas da defesa. E, por fim, o provedor cuidava das finanças do governo-geral.

GOVERNADOR GERAL

• Ao longo do século XVI, destacamos as ações tomadas pelos três primeiros Governadores Gerais nomeados por Portugal. O primeiro deles foi Tomé de Souza, que assumiu o posto entre 1549 e 1553. Após pedir sua saída do posto, o governo-geral Tomé de Souza foi assumido por Duarte da Costa, que durante sua administração – ocorrida entre 1553 e 1558 – enfrentou problemas com as populações nativas (Confederação dos Tamoios) e a invasão dos franceses (França Antártica).

Para controlar tais problemas, Duarte da Costa foi substituído pelo governador Mem de Sá, que tomou controle da colônia entre 1558 e 1572. Depois disso, a Coroa Portuguesa tentou viabilizar a administração com a divisão da colônia em dois governos: o governo do Norte, com capital em Salvador; e o governo do Sul, localizado na cidade do Rio de Janeiro. A divisão acabou sendo abolida em 1578 e, até 1808 – ano da chegada da família real portuguesa – o governo-geral vigorou na administração da colônia.

INVASÕES ESTRANGEIRAS

• AS INVASÕES FRANCESAS

A primeira expedição francesa foi comandada por Nicolau Durand de Villegaignon que chegou na Baía do Rio de Janeiro em 10 de novembro de 1555. Eles fundaram a França Antártica, que se destinava a receber os "Calvinistas", protestantes religiosos. O povoado serviria de bases para o comércio do pau-brasil e de outros produtos que por ventura encontrasse no país. Villegaignon conquistou a amizade dos índios tamoios, que foram os seus aliados na luta contra os portugueses. O Governador-geral, Duarte da Costa, não conseguiu expulsar os franceses por falta de recursos, somente Mem de Sá, iniciou a luta contra eles, e foram expulsos doze anos depois da invasão, em 1567. No entanto, eles não desistiram. Em 1612, comandados por Daniel de La Touche, invadiram o Maranhão e fundaram a França Equinocial. O forte construído nessa época deu origem à cidade de São Luis, atual capital do Maranhão.

INVASÕES ESTRANGEIRAS

• Em 1624, a chega na Bahia uma esquadra holandesa comandada por Jacob Willekens. O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado, foi preso e os holandeses tomaram conta da cidade de Salvador. Em 1625, os moradores de Salvador, com auxilio dos portugueses e dos espanhóis, cercaram a cidade por terra e por mar e expulsaram os holandeses.

• Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de holandeses. Interessados no comércio de açúcar, os holandeses implantaram um governo em nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife, modernizando a cidade.

INVASÕES ESTRANGEIRAS

• Nassau fez um bom governo: Incrementou a economia canavieira: Fundou o jardim botânico e o zoológico Favoreceu a vinda de artistas; Deu liberdade religiosa.

Com essas medidas de Nassau, as relações entre holandeses e pernambucanos melhoraram muito. Em 1644, Nassau foi chamado de volta, a partir de então os pernambucanos reiniciaram a luta contra os holandeses. Essa luta ficou conhecida como Insurreição

Pernambucana. Em 1654, os holandeses foram definitivamente expulsos do Brasil.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA

A INFLUÊNCIA DA IGREJA

• Os jesuítas faziam parte de uma ordem

religiosa católica chamada Companhia de

Jesus. Criados com o objetivo de disseminar a

fé católica pelo mundo, os padres jesuítas eram

subordinados a um regime de privações que os

preparavam para viverem em locais distantes e

se adaptarem às mais adversas condições. No

Brasil, eles chegaram em 1549 com o objetivo

de cristianizar as populações indígenas do

território colonial.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA

• A partir do século XVI, por conta das frentes de penetração (Entradas e Bandeiras) e da União Ibérica (1580-1640), o Meridiano de Tordesilhas (1494) que partilhava o mundo entre Portugal e Espanha com a benção do espanhol Alexandre VI (Bula Inter Coetera), caduca. Após a restauração da soberania lusa, emergem na América Latina conflitos entre portugueses e espanhóis na região do Rio da Prata, e no Amapá com os franceses que buscavam ocupar toda a margem esquerda do Rio Amazonas.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA

• Incumbidos dessa missão, promoveram a criação das missões, onde organizavam as populações indígenas em torno de um regime que combinava trabalho e religiosidade. Ao submeterem as populações aos conjuntos de valor da Europa, minavam toda a diversidade cultural das populações nativas do território. Além disso, submetiam os mesmos a uma rotina de trabalho que despertava a cobiça dos bandeirantes, que praticavam a venda de escravos

indígenas.

Ao mesmo tempo em que atuavam junto aos nativos, os jesuítas foram responsáveis pela fundação das primeiras instituições de ensino do Brasil Colonial. Os principais centros de exploração colonial contavam com colégios administrados dentro da colônia. Dessa forma, todo acesso ao conhecimento laico da época era controlado pela Igreja. A ação da Igreja na educação foi de grande importância para compreensão dos traços da nossa cultura: o grande respaldo dado às escolas comandadas por denominações religiosas e a predominância da fé católica em nosso país.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA

• Além de contar com o apoio financeiro da Igreja, os jesuítas também utilizavam da mão-de-obra indígena no desenvolvimento de atividades agrícolas. Isso fez com que a Companhia de Jesus acumulasse um expressivo montante de bens no Brasil. Fazendas de gado, olarias e engenhos eram administradas pela ordem. Ao longo da colonização, os conflitos com os bandeirantes e a posterior redefinição das diretrizes coloniais portuguesas deram fim à presença dos jesuítas no Brasil.

A expansão do território brasileiro

A expansão do território brasileiro

• A expansão da pecuária, a exploração das drogas do sertão, as missões jesuíticas e as bandeiras foram fatores que impulsionaram a colonização portuguesa para o interior, ultrapassando os limites de Tordesilhas. A expansão da pecuária promoveu a ocupação do interior do Nordeste. Martim Afonso trouxe as primeiras cabeças de gado para a região de São Vicente, e Tomé de Sousa, primeiro governador-geral, introduziu rebanhos no Nordeste. O gado foi criado inicialmente próximo à região canavieira da Bahia e de Pernambuco.

A expansão do território brasileiro

• Com o crescimento dos rebanhos, novas áreas iam sendo alcançadas. Da Bahia, o gado atingiu o interior, até o vale do Rio São Francisco. Seguindo o curso do rio, chegou às regiões que correspondem aos atuais Estados do Piauí, do Maranhão e do Ceará. A pecuária pernambucana estendeu-se por grande parte do território dos atuais Estados da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceara.

• Os colonos portugueses e as missões jesuíticas ocuparam grande parte da região amazônica, incorporando aos domínios de Portugal uma vasta área que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. Os colonos dedicaram-se à exploração das chamadas drogas do sertão, que eram produtos naturais colhidos na floresta (cacau, anil-bravo, cravo, baunilha, castanha-do-pará, ervas medicinais e aromáticas). Também fizeram o apresamento de indígenas, usados na extração dos produtos ou vendidos para o Maranhão, onde havia se instalado a agroindústria do açúcar.

A expansão do território brasileiro

• As missões religiosas eram aldeamentos indígenas chefiados pelos padres jesuítas. Nelas os nativos recebiam formação religiosa cristã e aprendiam a trabalhar de acordo com a disciplina dos brancos. A região que corresponde ao Rio Grande do Sul pertencia à Espanha, mas Portugal foi ocupando-a com a criação de gado, as missões jesuíticas e a fundação de uma colônia, que recebeu o nome de Colônia do Sacramento.

• No desbravamento do interior do Brasil também se destacaram as bandeiras. A maioria delas partiu da capitania de São Vicente, mais particularmente da cidade de São Paulo. Essas expedições armadas tiveram como objetivo inicial o apresamento de indígenas para o escravismo e, posteriormente, dedicaram-se a procura do ouro. Partindo em várias direções, as bandeiras chegaram ao Sul, Norte e Centro-Oeste do Brasil.

A expansão do território brasileiro

• A fundação pelos portugueses (1680) da Colônia do Santíssimo Sacramento (atualmente terras uruguaias) tem como contrapartida espanhola a fundação jesuítica dos Sete Povos das Missões (1687) e a ocupação da Colônia do Sacramento.A tentativa de amenizar os conflitos na América do Sul dão origem ao Tratado de Utrecht (1713), onde a França reconhece, no extremo Norte, o Oiapoque como limite entre a Guiana e o Brasil. No Sul os espanhóis devolvem a Colônia do Sacramento aos portugueses (1715).

A expansão do território brasileiro

• Mas nem sempre a diplomacia consegue eliminar as disputas das populações locais e a latência das tensões, apesar da importância do Tratado de Madri (1750), onde Alexandre de Gusmão garantiu para Portugal, pelo princípio do usucapião (Uti Possidetes - a posse pelo uso), a legalização das incorporações territoriais luso-brasileiras, definindo o atual contorno do Brasil. Por este tratado, foi assegurada à Espanha a posse da Colônia do Sacramento, tendo sido garantida para os portugueses os Sete Povos das Missões.

• A permanência dos conflitos na Região Platina, levam a alterações em 1761 do Tratado de Madri, com a assinatura do Tratado de Santo Idelfonso, cujos limites nunca foram demarcados, arrastando-se até 1801 (após a Guerra Ibérica entre Portugal e Espanha), quando o Tratado de Badajós incorpora definitivamente os Sete Povos das Missões à Portugal.

As reformas Pombalinas

1750 a 1777

• Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a influência dos princípios iluministas com a chegada de Sebastião José de Carvalho aos quadros ministeriais do governo de Dom José I. Mais conhecido como Marquês de Pombal, este “super-ministro” teve como grande preocupação modernizar a administração pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da exploração colonial, principalmente em relação à colônia brasileira.

As reformas Pombalinas

• Esse tipo de tendência favorável a reformas administrativas e ao fortalecimento do Estado monárquico compunha uma tendência política da época conhecida como “despotismo esclarecido”. A chegada do esclarecido Marquês de Pombal pode ser compreendida como uma conseqüência dos problemas econômicos vividos por Portugal na época. Nessa época, os portugueses sofriam com a dependência econômica em relação à Inglaterra, a perda de áreas coloniais e a queda da exploração aurífera no Brasil.

As reformas Pombalinas

• No plano interno, Marquês de Pombal instituiu

uma reforma que desagradou muitos daqueles

que viviam das regalias oferecidas pela Coroa

Portuguesa. O chamado Erário Régio tinha

como papel controlar os gastos do corpo de

funcionários reais e, principalmente, reduzir os

seus gastos. Outra importante medida foi

incentivar o desenvolvimento de uma indústria

nacional com pretensões de diminuir a

dependência econômica do país.

As reformas Pombalinas

• No plano interno, Marquês de Pombal instituiu uma reforma que desagradou muitos daqueles que viviam das regalias oferecidas pela Coroa Portuguesa. O chamado Erário Régio tinha como papel controlar os gastos do corpo de funcionários reais e, principalmente, reduzir os seus gastos. Outra importante medida foi incentivar o desenvolvimento de uma indústria nacional com pretensões de diminuir a dependência econômica do país.

As reformas Pombalinas

• Vendo os prejuízos trazidos com essa situação,

Pombal expulsou os jesuítas e instituiu o fim da

escravidão indígena. As terras que foram

tomadas dos integrantes da Ordem de Jesus

foram utilizadas como zonas de exploração

econômica através da venda em leilão ou da

doação das mesmas para outros colonos. Com

relação aos índios, Pombal pretendia utilizá-los

como força de trabalho na colonização de

outras terras do território

As reformas Pombalinas

• Mesmo pretendendo trazer diversas melhorias

para a Coroa, Pombal não conseguiu manter-se

no cargo após a morte de Dom José I, em 1777.

Seus opositores o acusaram de autoritarismo e

de trair os interesses do governo português.

Com a saída de Pombal do governo, as

transformações sugeridas pelo ministro

esclarecido encerraram um período de

mudanças que poderiam amenizar o atraso

econômico dos portugueses.

Período Minerador

• Levou 195 anos para encontrar ouro, ainda assim, o

caminho do ouro era muito difícil de ser percorrido, pois passava por duas serras. Quando se descobre, provoca a Febre do Ouro, que são migrantes de diversas partes, em busca de enriquecimento fácil, já que o ouro era de Aluvião, que fica na beira do rio. A consequência é explosão demográfica. No nordeste, os senhores de engenho vão para Minas Gerais procurar ouro, tendo em vista a concorrência do açúcar de beterraba nas Antilhas.

Período Minerador

• Arraiáis: acampamento de garimpeiros sem infra-

estrutura, porque ninguém mais consegue produzir alguma coisa. A carestia era muito alta, além da fome e das epidemias.

• O Estado Português não está presente neste primeiro momento.

• A civilização do ouro é urbana. Os bandeirantes têm vantagem neste momento inicial, pois eles dominam junto com os emboabas, que não eram nem paulistas e nem bandeirantes.

Período Minerador

• Em 1725 há declínio do ciclo aurífero. Assim,

os donos de fazenda começam a plantar feijão, milho, trigo para abastecer a zona aurífera. Marquês do Pombal assume o poder até 1750, quando ocorre nova Virada, com presença da Coroa Brasileira baseada nofiscalismo.

Consequências do Período Minerador

• Foi criado uma civilização urbana, um modelo urbano que não existia antes.

• Criação de uma camada média da população, formada por funcionários públicos da coroa, tabeliães, juízes, integrantes do exército, padres com função de cartório.

• Havia maior mobilidade social, pois muitos escravos foram alforriados, como consequência do contrabando do ouro

• Ocorreu difusão da mão-de-obra africana, porém a indígena era pouco expressiva

• Surgiu um percursor do mercado interno, formado por feijão, milho e mandioca o eixo econômico se transfere do nordeste para a região centro-sul oportunidade de maior difusão cultural, por causa de uma sociedade mais complexa

• Em 1808 D. João permite a imprensa no Brasil • Surge o Barroco, como movimento estético autônomo • Ocorre maior difusão das ideias da ilustração • Elite brasileira possui maior grau de autonomia da Elite Portuguesa,

pois muitos brasileiros iam estudar em Coimbra.

REBELIÕES COLONIAIS E

TENTATIVAS EMANCIPACIONISTAS

O PERÍODO JOANINO - 1808 a

1821

Após a chegada da família real portuguesa no

Brasil, iniciou-se o período joanino (1808-

1821). A transferência do Estado Português

para o Brasil foi fundamental para que o país

pudesse encaminhar seu processo de

emancipação política.

Na época, D. João VI, era príncipe- regente e

dirigia o governo no l ugar de sua mãe doente,

dona Maria I, a rainha de Portugal.

• Em 1808, foi autorizado o livre comércio entre o Brasil e as demais nações

não-aliadas da França, conhecido como a Abertura dos Portos. Com isso,

os contrabandos diminuíram bastante. Naquele mesmo ano também foram

autorizadas as atividades industriais na colônia. Surgiram muitas fábricas e

manufaturas, o que contribuiu para o desenvolvimento do Brasil, que até

aquele momento era completamente agrário.

• A chegada da família real portuguesa no Brasil marcou intensamente os destinos do Brasil e da Europa. Pela primeira vez na história, um rei europeu transferia a capital de seu governo para o continente americano. Escoltados por embarcações britânicas, cerca de 10 mil pessoas fizeram a viagem que atravessou o oceano Atlântico. Sofrendo diversos inconvenientes durante a viagem, os súditos da Coroa Portuguesa enfrentaram uma forte tempestade que separou o comboio de embarcações. Parte dos viajantes aportou primeiramente na Bahia e o restante na cidade do Rio de Janeiro.

• Responsabilizados por escoltar a Família Real e defender as terras

portuguesas da invasão napoleônica, os ingleses esperavam vantagens

econômicas em troca do apoio oferecido. Já na Bahia, D. João, orientado

pelo economista Luz José da Silva Lisboa, instituiu na Carta Régia de 1808

a abertura dos portos a “todas as nações amigas”. A medida encerrava o

antigo pacto colonial que conduziu a dinâmica econômica do país até

aquele momento.

• Além de liberar o comércio, essas medidas trouxeram outras importantes conseqüências de ordem econômica. O contrabando sofreu uma significativa diminuição e os recursos arrecadados pela Coroa também aumentaram. Ao mesmo tempo, os produtos ingleses tomaram conta do país, impedindo o desenvolvimento de manufaturas no Brasil, as cidades portuárias tiveram notório desenvolvimento. Dois anos mais tarde, o decreto de 1808 transformou-se em um tratado permanente.

• No ano de 1810, os Tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e

Navegação, fixaram os interesses britânicos no mercado brasileiro. Foram

estabelecidas taxas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses. Os

produtos ingleses pagavam taxas de 15%, os portugueses de 16% e as

demais nações estrangeiras pagariam uma alíquota de 24%. Além desses

valores, o tratado firmava um compromisso em que o tráfico negreiro seria

posteriormente extinguido.

• D João VI também enfrentou alguns conflitos durante seu governo no

Brasil. Em 1817, ocorreu a Revolução Pernambucana, que era um

movimento autonomista de inspiração republicana e maçônica. Em 6 de

março de 1817, um grupo de revolucionários assumiu o poder na província,

declarando-a uma república separada do resto do país. Tropas portuguesas

invadiram o Recife e debelaram o movimento.

• Além de trazer transformações no jogo econômico, o governo de Dom João

VI empreendeu outras mudanças. Adotada como capital do império, a

cidade do Rio de Janeiro sofreu diversas modificações. Missões

estrangeiras vieram ao país avaliar as riquezas da região, a Biblioteca Real

foi construída, o primeiro jornal do país foi criado. Além disso, novos

prédios públicos foram estabelecidos. A Casa da Moeda, Banco do Brasil, a

Academia Real Militar e o Jardim Botânico foram algumas das obras públic

• Em 1815, a administração joanina elevou o Brasil à condição de Reino Unido. Essa nova nomeação extinguiu politicamente a condição colonial do país. Inconformados, os lusitanos que permaneceram em Portugal se mostravam insatisfeitos com o fato do Brasil tornar-se a sede administrativa do governo português. Foi quando, em 1820, um movimento revolucionário lutou pelo fim da condição política secundária de Portugal. A chamada Revolução do Porto criou um governo provisório e exigiu o retorno de Dom João VI a Portugal.

• Em 1820, o povo português, liderado pela burguesia comercial do Porto,

exigia o retorno de D. João VI para Portugal. Pressionado pelos súditos que

estavam insatisfeitos com as mudanças nas relações colônia metrópole

ocorridas após 1808, D. João VI anunciou sua partida através de um

decreto e entregou ao seu filho D. Pedro, a regência do Brasil.

• Temendo a perda do seu poder, Dom João VI foi pra Portugal e deixou o seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil. Os revolucionários, mesmo inspirados por princípios liberais, exigiram a volta do pacto colonial. No Brasil, as repercussões desses acontecimentos impulsionaram a formação de um movimento que possibilitou a independência do Brasil.

O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

• Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se na América Latina a

crise do Antigo Sistema Colonial. No Brasil, essa crise foi marcada pelas

rebeliões de emancipação, destacando-se a Inconfidência Mineira e a

Conjuração Baiana. Foram os primeiros movimentos sociais da história do

Brasil a questionar o pacto colonial e assumir um caráter republicano. Era

apenas o início do processo de independência política do Brasil, que se

estende até 1822 com o "sete de setembro". Esta situação de crise do

antigo sistema colonial, era na verdade, parte integrante da decadência do

Antigo Regime europeu, debilitado pela Revolução Industrial na Inglaterra e

principalmente pela difusão do liberalismo econômico e dos princípios

iluministas, que juntos formarão a base ideológica para a Independência

dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa (1789). Trata-se

de um dos mais importantes movimentos de transição na História,

assinalado pela passagem da idade moderna para a contemporânea,

representada pela transição do capitalismo comercial para o industrial.

• O processo de independência do Brasil mostrou-se plenamente relacionado

com a era das revoluções, entre o fim do século XVIII e o início do século

XIX, fosse por servir-se dos ideais e das transformações do período, fosse

por acarretar uma completa integração do Brasil aos principais centros

econômicos do desenvolvimento capitalista, livre do controle parasidático

metropolitano.

• A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o

cuidado de não afetar seus privilégios, representados pelo latifúndio e

escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta verticalmente, com

a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências

existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da

sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral.

• Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para que

também o príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a

viver sob um difícil dilema:

• Conter a colonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com

Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a

independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria

seus privilégios.

• D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia

representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de D.

Pedro, em torno do qual se concretizariam os interesses da aristocracia

rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por

José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro

de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D.

Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da

nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".

• O Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com

Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva

(patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e

outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente

com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente

com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor

Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo

Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e

Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas

portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil.

• A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de

nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho

escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a

manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram

inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de

uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a

abertura dos portos.

O PRIMEIRO REINADO - 1822 a 1831

• O PRIMEIRO REINADO - 1822 a 1831

• O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao

governo de D. Pedro I. Tem início em 7 de setembro de 1822, com a

Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a abdicação

de D. Pedro I.

• O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a

independência, pois no Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas

regionais, oposições políticas internas.

• Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos,

ligados a Portugal, não queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I.

Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações políticas. Nas

províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos

armados entre tropas locais e oficiais.

Constituição de 1824

• Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os

políticos tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política

a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo ano, o

imperador, insatisfeito com a Assembléia Constituinte, ordenou que as

forças armadas fechassem a Assembléia. Alguns deputados foram presos.

• D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova

Constituição. Esta foi outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou

todos os interesses autoritários do imperador. Além de definir os três

poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador,

exclusivo do imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.

A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no

país. De acordo com ela, só poderiam votar os grandes proprietários de

terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser candidato

também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para

deputado federal e 800.000 réis para senador).

Desgaste e crise do governo de

D.Pedro I • Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava

extremamente desgastado. O descontentamento popular com a situação

social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava grande

parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só

gerou prejuízos financeiros e sofrimento para as famílias dos soldados

mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição foram

desgastando, aos poucos, o governo imperial.

• Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista

Libero Badaró. Forte crítico do governo imperial, Badaró foi assassinado no

final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a desconfiança

popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.

• Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.

Abdicação

• Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente

descontentamento popular, D.Pedro percebeu que não tinha mais

autoridade e forças políticas para se manter no poder.

Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho

Pedro de Alcântara, então com apenas 5 anos de idade. Logo ao

deixar o poder viajou para a Europa.

PERÍODO REGENCIAL - 1831 a 1840

O Período Regencial é uma época da História do

Brasil entre os anos de 1831 e 1840. Quando o

imperador D. Pedro I abdicou do poder em 1831,

seu filho e herdeiro do trono D. Pedro de

Alcântara tinha apenas 5 anos de idade.

A Constituição brasileira do período determinava,

neste caso, que o país deveria ser governado

por regentes, até o herdeiro atingir a maioridade

(18 anos).

Regentes que governaram o Brasil no período:

• Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro

e Marquês de Caravelas.

• Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como regentes José da

Costa Carvalho, João Bráulio Moniz e Francisco de Lima e Silva.

• Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como regente Diogo Antônio

Feijó.

• Regência Interina de Araújo Lima : teve como regente Pedro de Araújo

Lima.

• Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve como regente Pedro de

Araújo Lima.

• Um período tumultuado

• O Brasil passou por uma grave crise política e diversas revoltas durante o

período regencial.

• Crise politica

• A crise política deveu-se, principalmente, a disputa pelo controle do

governo entre diversos grupos políticos: Restauradores (defendiam a volta

de D. Pedro I ao poder); Moderados (voto só para os ricos e continuação

da Monarquia) e Exaltados (queriam reformas para melhorar a vida dos

mais necessitados e voto para todas as pessoas).

• Revoltas

• As revoltas ocorrem basicamente por dois motivos: más condições de vida de grande parte da população (mais pobres) e vontade das elites locais em aumentar seu poder e serem atendidas pelo governo.

• Golpe da Maioridade e fim do Período Regencial

• Os políticos brasileiros e grande parte da população acreditavam que a

grave crise que o país enfrentava era fruto, principalmente, da falta de um

imperador forte e com poderes para enfrentar a situação.

• Em 23 de julho de 1840, com apoio do Partido Liberal, foi antecipada pelo

Senado Federal a maioridade de D. Pedro II (antes de completar 14 anos)

e declarado o fim das regências. Esse episódio ficou conhecido como o

Golpe da Maioridade. Foi uma forma encontrada pelos políticos brasileiros

de dar poder e autoridade ao jovem imperador para que as revoltas

pudessem ser debeladas e a ordem restaurada no Brasil.

• O Período regencial brasileiro (1831-1840) foi o intervalo político entre os

mandatos imperiais da Família Imperial Brasileira, pois quando o Imperador

Pedro I abdicou de seu trono, o herdeiro D. Pedro II não tinha idade

suficiente para assumir o cargo. Devido à natureza do período e das

revoltas e problemas internos, o período regencial foi um dos momentos

mais conturbados do Império Brasileiro.

O SEGUNDO REINADO – 1840 a 1889

• O Segundo Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao

governo de D. Pedro II. Teve início em 23 de julho de 1840, com a

mudança na Constituição que declarou Pedro de Alcântara maior de idade

com 14 anos e, portanto, apto para assumir o governo. O 2º Reinado

terminou em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República.

O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas

mudanças sociais, política e econômicas no Brasil.

• A política no Segundo Reinado foi marcada pela disputa entre o Partido

Liberal e o Conservador. Estes dois partidos defendiam quase os mesmos

interesses, pois eram elitistas. Neste período o imperador escolhia o

presidente do Conselho de Ministros entre os integrantes do partido que

possuía maioria na Assembleia Geral. Nas eleições eram comuns as

fraudes, compras de votos e até atos violentos para garantir a eleição.

• Quando assumiu o império a Revolução Farroupilha estava em pleno

desenvolvimento. Havia uma grande possibilidade da região sul conseguir

a independência do restante do país. Para evitar o sucesso da revolução,

D.Pedro II nomeou o barão de Caxias como chefe do exército. Caxias

utilizou a diplomacia para negociar o fim da revolta com os líderes. Em

1845, obteve sucesso através do Tratado de Poncho Verde e conseguiu

colocar um fim na Revolução Farroupilha.

Crise do Império

• A crise do 2º Reinado teve início já no começo da década de 1880.

Esta crise pode ser entendida através de algumas questões:

• Interferência de D.Pedro II em questões religiosas, gerando um

descontentamento nas lideranças da Igreja Católica no país;

Críticas e oposição feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que

mostravam-se descontentes com a corrupção existente na corte. Além

disso, os militares estavam insatisfeitos com a proibição, imposta pela

Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam dar declarações na

imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra;

• A classe média brasileira (funcionário públicos, profissionais liberais,

jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e

maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os

ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar a implantação da

República no país;

• Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do

Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham

grande poder econômico. Fazendeiros de regiões mais pobres do país

também estavam insatisfeitos, pois a abolição da escravatura, encontraram

dificuldades em contratar mão-de-obra remunerada.

• Fim da Monarquia e a Proclamação da República

• Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o

apoio dos republicanos, destituiu o Conselho de Ministros e seu presidente.

No final do dia, Deodoro da Fonseca assinou o manifesto proclamando a

República no Brasil e instalando um governo provisório.

• No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial brasileira viajaram

para a Europa. Era o começo da República Brasileira com o Marechal

Deodoro da Fonseca assumindo, de forma provisória, o cargo de presidente

do Brasil. • REPÚBLICA VELHA – 1889 A 1930

• O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha.

Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das

elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um

país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área

social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos

do território brasileiro.

• A República da Espada (1889 a 1894)

• Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República,

liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o

Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do

Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-

presidente Floriano Peixoto.

• O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda

davam apoio à monarquia.

• A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana)

Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma

nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A

constituição de 1891, garantiu alguns avanços políticos, embora

apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das

elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para

os cidadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de

fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.

República das Oligarquias

• O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes

civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos:

Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM).

Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de

maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.

Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que

beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café

do oeste paulista.

Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter

político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo

oligárquico. Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema

eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações no ensino público

do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

foram dois exemplos do movimento tenentista.

Política do Café-com-Leite

• A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e

São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso,

dominavam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e

paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola,

principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-

leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava

em expansão neste período. Se por um lado a política do café-com-leite

privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região

Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões

do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca

atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.

Política dos Governadores

• Montada no governo do presidente paulista Campos

Salles, esta política visava manter no poder as

oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos

entre governadores e presidente. O presidente apoiava

os candidatos dos partidos governistas nos estados,

enquanto estes políticos davam suporte a candidatura

presidencial e também durante a época do governo.

O coronelismo

• A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da

República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O

coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder

econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era

usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e

usava até mesmo a violência para que os eleitores de seu "curral

eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto

era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por

capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O

coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus

objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas,

troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

O Convênio de Taubaté

• Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo

republicano para beneficiar os cafeicultores em

momentos de crise. Quando o preço do café abaixava

muito, o governo federal comprava o excedente de café

e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então

os estoques eram liberados. Esta política mantinha o

preço do café, principal produto de exportação, sempre

em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.

A crise da República Velha e o Golpe

de 1930 • Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-

com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido

Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista,

Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM

junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal

) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.

Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os

políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio

Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução

de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

• Na segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de

exportação brasileiro, sendo também muito consumido no mercado interno.

• Os fazendeiros (barões do café), principalmente paulistas, fizeram fortuna com o

comércio do produto. As mansões da Avenida Paulista refletiam bem este sucesso.

Boa parte dos lucros do café foi investida na indústria, principalmente nas cidades de

São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o processo de industrialização do Brasil.

Imigração

• Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram

para aumentar a mão-de-obra nos cafezais de São Paulo, a partir

de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem a mão-de-obra

escrava que, devido as pressões da Inglaterra, começava a entrar

em crise. Além de buscarem trabalho nos cafezais do interior

paulista, também foram para as grandes cidades do Sudeste que

começavam a abrir muitas indústrias.