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LOGÍSTICA REVERSA DO ALUMÍNIO NO PÓLO INDUSTRIAL DO AMAZONAS Felipe Eugenio Kich Gontijo (UDESC) [email protected] Marcia Helena Veleda Moita (UFAM) [email protected] Alexandre Magno de Paula Dias (UDESC) [email protected] Este artigo analisa, por meio de um estudo de caso, os fatores logísticos que contribuíram para que uma empresa de fornecimento de alumínio reciclado implantasse uma unidade fabril no Pólo Industrial de Manaus e os benefícios para os seus cclientes, haja vista o alto investimento necessário para tal implantação. O estudo mostra a importância da integração dos sistemas de produção entre clientes e fornecedores, sendo esse um aspecto relevante para o sucesso de uma aplicação de logística reversa, como também as melhorias na logística e na redução de custo, possibilitando maior competitividade em um segmento de grande concorrência. Palavras-chaves: Logística, Logística Reversa, Cadeia de Suprimentos XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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LOGÍSTICA REVERSA DO ALUMÍNIO

NO PÓLO INDUSTRIAL DO AMAZONAS

Felipe Eugenio Kich Gontijo (UDESC)

[email protected]

Marcia Helena Veleda Moita (UFAM)

[email protected]

Alexandre Magno de Paula Dias (UDESC)

[email protected]

Este artigo analisa, por meio de um estudo de caso, os fatores

logísticos que contribuíram para que uma empresa de fornecimento de

alumínio reciclado implantasse uma unidade fabril no Pólo Industrial

de Manaus e os benefícios para os seus cclientes, haja vista o alto

investimento necessário para tal implantação. O estudo mostra a

importância da integração dos sistemas de produção entre clientes e

fornecedores, sendo esse um aspecto relevante para o sucesso de uma

aplicação de logística reversa, como também as melhorias na logística

e na redução de custo, possibilitando maior competitividade em um

segmento de grande concorrência.

Palavras-chaves: Logística, Logística Reversa, Cadeia de Suprimentos

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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1.Introdução

O Pólo Industrial de Manaus (PIM) é o segundo maior da América Latina e está situado no

centro da Floresta Amazônica, na cidade de Manaus, uma capital moderna e urbanizada com

mais de dois milhões de habitantes e que é o segundo maior pólo industrial da América

Latina. Analisando a região, constata-se que as cidades vizinhas não têm essa mesma

característica de industrialização ou de concentração urbana, o que enfatiza o isolamento do

pólo.

No PIM percebe-se um constante adensamento das cadeias produtivas de determinados

segmentos que buscam parcerias e competitividade. Unidades fabris das principais marcas

mundiais estão instaladas nessa área incentivada, assim como os seus fornecedores mais

importantes, que são na sua maioria, empresas subsidiárias de grandes grupos internacionais,

especializadas no seu ramo de atuação.

O Pólo de Duas Rodas se destaca na região, pela tecnologia de fabricação e de seus produtos,

pelo volume faturado e pela cadeia de fornecedores que se forma para seu suprimento.

Segundo Rodrigues (2001) o parque produtivo brasileiro conta com oito fabricantes nacionais

e estrangeiros do setor. Devidos aos incentivos tornaram os produtos fabricados nessa região

se tornaram mais competitivos do que os de outros estados do País.

Nos últimos dez anos sete empresas internacionais do setor de Duas Rodas instalaram

unidades fabris no PIM, e com isso, vários fabricantes de componentes também se instalaram

para suprir o volume de demanda de materiais, peças e componentes. São fornecedores

qualificados e que tem que estar em consonância com a dinâmica de trabalho e produção que

essas grandes unidades fabris operam.

Toda esta intensa dinâmica industrial contrasta com uma matriz de transporte problemática.

Em grande parte o transporte se dá por via fluvial, sendo as embarcações e operações

portuárias com características próprias de adaptação à região. O transporte rodoviário também

está fortemente presente, assim como no resto do país; mas no caso da região amazônica até

os equipamentos rodoviários tem que se adaptar a realidade de navegação nas grandes

extensões de rios.

Com a natural barreira da Floresta Amazônica e a potencialidade do transporte fluvial nos

seus grandes rios, o planejamento e desenvolvimento de canais logísticos se torna um assunto

estratégico. Por ser um pólo industrial, as cadeias de suprimentos tem que se adaptar às

questões relacionadas à distância, isolamento, geografia, dificuldade e custo de fornecimento.

Evidentemente que com essa crescente dinâmica industrial vem junto o problema de geração

de resíduos industriais; e que com a urbanização necessária para a fixação do pólo industrial

há o problema de geração de resíduos domésticos. Considerando que a área em questão

apresenta uma forte dinâmica industrial e que está cercada pela maior floresta do planeta, com

grande diversidade de fauna e flora, a questão do gerenciamento da geração de resíduos passa

a ser urgente.

Esse artigo apresenta um estudo de caso que trata dos fatores logísticos que levaram uma

empresa de fornecimento de alumínio a implantar uma unidade fabril no PIM, aproveitando a

sucata de alumínio gerada na região, bem como as características dessa empresa e do

segmento em que atua, assim como os principais benefícios aos seus clientes resultantes de

sua implantação. A empresa estudada faz parte de um tradicional grupo que iniciou suas

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operações em Manaus em 2004 e produz liga de alumínio, que é uma importante matéria-

prima para a produção de peças para motocicletas.

2.Objetivos e metodologia de pesquisa

O trabalho pretendido classifica-se como pesquisa exploratória. Segundo Gil (2002), a

pesquisa exploratória “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,

com vistas a torná-lo mais explícito”. Ou seja, o tema proposto foi explorado, a fim de

aprofundar os conhecimentos acerca do mesmo.

Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa apresenta-se como estudo de caso, no qual

os assuntos do tema serão abordados dentro de um campo de atuação definido, isto é, a

empresa escolhida. Ainda conforme Gil (2002), o estudo de caso “consiste no estudo

profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento”.

O método de abordagem da pesquisa corresponde ao método dedutivo, que, de acordo com

Lakatos e Marconi (1996), “partindo das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a

ocorrência de fenômenos particulares”. Esse método de abordagem estabelece uma conexão

descendente ao raciocínio que conduz a pesquisa, o que corresponde à busca nos fundamentos

teóricos de soluções a serem incorporadas de forma específica na realidade estudada.

A coleta de dados se deu, primeiramente, por meio de pesquisa bibliográfica, a qual permitiu

a compilação das informações disponíveis sobre o tema por já terem sido alvo de estudos

anteriores (dados secundários). Os dados primários, isto é, aqueles que ainda não foram objeto

de estudo ou análise, foram obtidos através de entrevista semi-estruturada, análise documental

e observação direta da realidade organizacional.

A análise das informações coletadas por meio da entrevista e de observação direta foi

realizada através de interpretações qualitativas, as quais permitem a percepção de

semelhanças e divergências entre dados primários e secundários.

3.Logística de Transporte no Amazonas

Uma das características da Matriz de transportes brasileira é a adoção maciça do modal

rodoviário, sendo a região do Amazonas uma exceção, pois deve-se considerar a bacia

hidrográfica do Amazonas como o centro do sistema de transportes na região. Assim o modal

aquaviário é predominante.

Sobre os demais modais, o aéreo tem uma importância estratégia dada a sua rapidez,

considerando que Manaus é uma cidade situada no interior da Amazônia, distando cerca de

1.300 Km da foz do Rio Amazonas. Já o modal rodoviário é precário devido à falta de

investimento em infra-estrutura e ao estado das rodovias, acabando por desempenhar um

papel complementar, principalmente para possibilitar a integração de transportes.

Sua condição de zona de livre comércio atraiu uma considerável atividade da indústria

eletroeletrônica e da de duas rodas. A indústria do PIM pode ser generalizada com as

características de baixa produção de componentes e uma forte tendência a linhas de

montagem. De acordo com a SUFRAMA no ano de 2007 a quantidade de insumos

importados chegou a mais de 12,6 bilhões de dólares e o faturamento (produtos acabados)

ultrapassou 25,6 bilhões de dólares. Isso tem uma influência marcante nos tipos de cargas e

transportes que chegam e saem do PIM.

A grande maioria dos componentes e peças que chegam ao PIM têm origem em outras regiões

do país, ou em importações, e são transportados na sua maioria, pela cabotagem de longo

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curso, com o uso de containers – um percurso que inclui a navegação do Rio Amazonas e

parte da costa brasileira. De acordo com a Sociedade de Navegação, Portos e Hidrovias

(SNPH, 2008), no ano de 2007 foram manejados 355.395 TEU´s (contêiners).

O restante do fornecimento de peças e componentes chega ao PIM por uma forma de

integração de transporte rodoviário com fluvial que é característico da região, o Ro-Ro

Caboclo – uma regionalização do termo roll on / roll off, que se refere ao transporte de

carretas ao longo da hidrovia carregadas por balsas de fundo chato, e de baixo calado.

Apesar dos incentivos fiscais que o pólo oferece, a questão do custo logístico de transporte é

um dos principais pontos críticos, se for considerado o distanciamento da região. Sendo assim

é uma área potencial para busca de soluções que otimizem tanto o tempo quanto o custo do

transporte, aumentando assim a competitividade dos produtos do pólo.

4.Parcerias entre Fornecedores e Compradores

A parceria entre fornecedores e compradores pode ser definida como uma relação em que

prevalece a convergência de interesses mútuos na conquista de um objetivo estratégico,

claramente delineado; na qual o envolvimento e a interação se dão através de um regime de

intensa cooperação, mediante o compartilhamento de informações, solidificada pela confiança

mútua.

Diversos fatores causam o baixo desempenho do fornecedor. Dentre eles Schonberger (1984)

apresenta:

Quando a empresa insiste em negociar preços de tal maneira que seus fornecedores não

obtenham lucro, impedindo-os de conseguir investir em melhorias ou ainda se manterem

no negócio.

Quando a empresa, por qualquer razão, retém informações sobre o planejamento da

produção e das compras, fazendo com que o fornecedor proteja, compre, monte e entregue

tarde ou cedo demais. Tal atitude certamente pode afetar seu desempenho econômico

financeiro.

Quando o pessoal técnico não especifica detalhadamente as respectivas características do

componente a ser comprado, nem tampouco, como e onde será aplicado, para que o

fornecedor possa controlar a qualidade na fonte.

Quando a empresa não compartilha seu conhecimento sobre as melhores práticas de

negócios, de modo que o fornecedor não consegue melhorar ou manter um bom nível tanto

técnico como comercial.

Quando o comprador continua insistindo na prática tradicional de efetuar concorrências de

compra baseadas em menor preço. Para isso utiliza a estratégia de ameaçar de trocar os

fornecedores, o que resulta numa sucessão contínua de reinícios; isto é, a existência de um

ciclo interminável de entrada de novos fornecedores, sem nenhum progresso no

aprendizado. As relações decorrentes deste tipo de postura são de desconfiança, e,

conseqüentemente, as partes envolvidas são tratadas como adversárias.

Portanto, uma das maiores preocupações das organizações é a aproximação de laços de

parceria com os fornecedores. Muitas empresas tentam aperfeiçoar os seus procedimentos

criando processos de integração e parcerias com os seus fornecedores para a obtenção de um

melhor relacionamento e de forma a considerar as necessidades e expectativas de ambas as

partes envolvidas no negócio.

Segundo Womack (1992), para que a parceria entre fornecedores e compradores funcione, o

fornecedor precisa compartilhar uma parte substancial de suas informações internas sobre

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custos e técnicas de produção com o comprador. O comprador e o fornecedor devem repassar

detalhes importantes do processo de produção procurando sempre soluções para minimizar os

custos e maximizar a qualidade. Por outro lado, o comprador precisa respeitar a necessidade

do fornecedor de lucrar, para sobreviver, crescer e se manter interessado no negócio. Acordos

feitos entre fornecedores e compradores como a partilha de lucros, incentivam os

fornecedores a melhorarem seu processo produtivo, e proporcionam aos compradores a

garantia de lucro proveniente das inovações e das atividades de melhorias.

A parceria pode ser considerada como um estágio avançado do processo de cooperação entre

empresas, para criar valor nos negócios e dividir riscos. Portanto, significa que a partir do

momento em que as organizações decidem formar uma parceria, o sucesso desta nova relação,

dependerá do empenho dos parceiros da cadeia para consolidá-la. Algumas ações que

caracterizam a implementação dessa parceria são:

Desenvolvimento conjunto de projetos.

Transferência de máquinas para as instalações do parceiro.

Implantação de programas de otimização de custos.

Financiamento de projetos, máquinas e equipamentos.

Melhoria e sincronia de processos produtivos.

Treinamento de pessoal.

Consultoria técnica.

Aval financeiro para empréstimos junto a entidades públicas e privadas.

Compra de matérias-primas em quantidades e preços mais competitivos.

Quando essa relação de parceria atinge um elevado grau de evolução, traduzida em conceitos

como os de confiança mútua, participação e fornecimento com qualidade assegurada, atribui-

se à mesma a designação de Comakership.

5.Logística Reversa

A Logística Reversa pode ser entendida como o caminho inverso da Logística Empresarial ou

Logística Direta. O seu objetivo fundamental é dar valor aos produtos descartados e se

possível recolocá-los no fluxo da Logística Direta (LEITE, 2003).

Da mesma forma que a Logística Empresarial trata dos seus Canais de Distribuição Direto dos

bens produzidos, a Logística Reversa se preocupa com os Canais de Distribuição Reversos,

que seria o planejamento do caminho de volta, seja para reaproveitamento ou simplesmente

para uma disposição final.

A Logística Reversa planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas

correspondentes, do retorno dos bens de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo

produtivo, por meios dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas

naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros

(LEITE, 2003).

Antes de associar a Logística Reversa à Gestão Ambiental, é necessário enfatizar que a

primeira trata de uma área da Logística Empresarial e como tal, deve-se considerar a

necessidade de obter ganhos com os resíduos gerados na produção e com os produtos

obsoletos, de modo que estes possam realimentar a cadeia de suprimentos, tornando-a

economicamente viável.

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A Logística Reversa não é um assunto novo, nem foi desenvolvido exclusivamente para lidar

com questões ambientais, o que pode ser exemplificado com a utilização de vasilhames

retornáveis, comuns nas indústrias de bebidas.

De forma geral, considerar-se relativamente recente o interesse em relacionar o planejamento

de canais reversos como solução, ou mesmo como remediação, para as questões ambientais.

Apesar de que alguns materiais tradicionais como o alumínio, por exemplo, já tem

estabelecida uma prática definida e representa de fato um nicho mercadológico bem

explorado.

A Figura 1 mostra o ciclo do alumínio.

FIGURA 1 – Ciclo do Alumínio. Fonte: adaptado de LEITE (2003).

Essa preocupação crescente pela opção da Logística Reversa se deve por vários motivos, a

saber:

Escassez de material;

Aproveitamento do resíduo substituindo material virgem;

Material de custo mais barato ou já pré-processado;

Aumento do volume de distribuição;

Questões ambientais (menor consumo de matéria prima, energia e redução do uso aterros

sanitários);

Custo da manutenção da disposição final;

Demandas sociais;

Produtores de alumínio primário + sucata interna + importações

Indústria de transformação

do alumínio

Exportações

Manufatura de bens duráveis e

descartáveis

Pós-consumo

Aplicação do Alumínio

Embalagens (27,8%)

Transportes (20,1%)

Construção Civil (17%)

Indústria e Eletricidade (11,8%)

Bens de consumo (8,9%)

Máquinas e equipamentos (3,8%)

Outros (10,7%)

Obsolecência de bens duráveis

(45%)

Sucata Industrial (25%)

Latas de Alumínio (40%)

Sucateiros coletores Empresas de Reciclagem

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Globalização e custo de retornar resíduos.

Um projeto de Logística Reversa planeja como será o controle e operação do fluxo de

materiais e das informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-consumo

ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meios dos canais de distribuição reversos,

agregando valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem

corporativa, entre outros. Sem uma definição clara de como será inserido o retorno do

material à uma cadeia produtiva, o projeto de Logística Reversa tende ao fracasso.

6.Reciclagem do Alumínio

Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL,2006), no Brasil, a reciclagem de

alumínio é uma atividade tão antiga que se confunde com a implantação da indústria do

alumínio. Desde a década de 20, já se utilizava como matéria prima a sucata, que era

importada de vários países. A partir dos anos 90, com o início da produção das latas no Brasil,

a reciclagem foi intensificada.

Como resultado desta atividade econômica, em 2004, foram recicladas no País 270 mil

toneladas de alumínio, equivalente a 36% do consumo doméstico, sendo este índice maior que

a média mundial, que é de 32%. Neste mesmo ano, foram reciclados cerca de 96% das latas

produzidas, índice superior ao de países como Japão que reciclou 86% e Estados Unidos com

51% (Figura 2).

FIGURA 2 – Índice de reciclagem de latas de alumínio FONTE: ABAL (2006).

A reciclagem do alumínio oferece inúmeras vantagens. Os benefícios dessa atividade estão

principalmente nos aspectos econômico, social e ambiental.

No aspecto econômico e social, a cadeia produtiva da reciclagem injeta recursos nas

economias locais, cria empregos e gera renda para aproximadamente 160 mil pessoas em

atividades que vão desde a coleta até a transformação final da sucata em novos produtos, isso

sem falar na geração de empregos em outros negócios como na indústria de máquinas e

equipamentos utilizados na reciclagem do alumínio.

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No aspecto ambiental, a reciclagem do alumínio reduz a quantidade de lixo gerado e estimula

a consciência ecológica nas empresas e nos cidadãos, incentivando também a reciclagem de

outros materiais.

Como é lembrado em Bennett (1992), o alumínio, cuja produção é cara e poluidora, é feito de

bauxita mineral, que normalmente é retirada de minas abertas em florestas tropicais. Dessa

forma, a produção do alumínio usa muita energia e causa uma grande poluição.

O metal primário é aquele que é obtido diretamente do seu minério; já o metal secundário é

aquele recuperado de suas sucatas por refusão e refino. Sucata é todo metal ou liga que passou

por processo de obsolescência, ou seja, que não se presta mais ao seu uso, o que constitui

sobra do processo de produção.

A reciclagem de latas de alumínio é o mais fácil entre os processos de reciclagem, visto que,

neste processo, não há rótulos nem tampas que precisem ser removidos. As latas são

simplesmente derretidas e a tinta utilizada na pintura das latas é queimada durante o processo

de derretimento.

Já a reciclagem de outros tipos de alumínio é mais difícil, pois, a sucata de alumínio pode

conter outros tipos de metais além de agentes contaminadores. Neste caso, primeiro o

reciclador queima os contaminadores, derrete o alumínio e forma um disco solidificado. Esse

disco é analisado pelo laboratório que define o seu conteúdo químico. Caso sejam necessários,

outros metais são acrescentados ao alumínio ainda no forno, sendo este processo repetido até

que sejam atendidas as especificações exigidas pelo cliente. Finalmente, o metal é moldado

em lingotes ou posto na forma desejada pelo cliente.

Em relação à fabricação de produtos à partir da bauxita, o processo de reciclagem é bem mais

econômico e mais eficiente, uma vez que consome apenas 5% da energia necessária para

fabricar os produtos originais e produz apenas 5% da poluição resultante do processo original

proveniente da bauxita.

7.Estudo de Caso

A maior parte das fábricas de motocicletas do PIM trabalha com um sistema JIT – Just in

time, e portanto, o fornecedor de alumínio deve se adaptar ao sistema para prover um

suprimento mais eficiente e sincronizado.

Como nos lembra Martins (2005), o sistema Just in time (JIT) foi desenvolvido na Toyota

Motor Company, no Japão, objetivando principalmente o combate ao desperdício, sendo

considerado desperdício toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto.

Dessa forma, estoques, paradas intermediárias, refugos e retrabalhos são considerados

desperdícios, devendo ser eliminados ou reduzidas ao máximo. Dessa forma, os componentes

são produzidos em tempo de atenderem às necessidades de produção. Como resultado, o JIT

leva a estoques bem menores, custos mais baixos e melhor qualidade do que os sistemas

convencionais.

O relacionamento com os fornecedores muda com esse sistema, pois a estes é solicitado que

façam entregas freqüentes diretamente à linha de produção. Nesse sistema, os fornecedores

recebem embalagens vazias, da mesma forma que os postos de trabalho internos da fabrica, já

que são vistos como uma extensão dela.

Muitas vezes são necessárias mudanças nos procedimentos de entrega, como maior

proximidade, para que o fornecedor seja perfeitamente integrado ao sistema JIT. Também é

requerido aos fornecedores que entreguem itens de qualidade assegurada, já que não sofrerão

nenhum tipo de inspeção no recebimento. É necessária uma mudança na forma com que são

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vistos os fornecedores, pois estes passam a ser parceiros.

FIGURA 3 – Blocos de sucatas de alumínio.

Por trabalhar em sistema Just in Time, os clientes compartilham com o fornecedor os seus

programas de produção, onde estão as quantidades demandadas de cada tipo de liga de

alumínio. Com base na demanda dos clientes a empresa adquire a matéria-prima necessária

que são as sucatas e outros insumos que irão fazer parte da liga de alumínio. Primeiramente, a

sucata é selecionada, sendo este processo terceirizado. Após a seleção, alguns tipos de sucatas

são prensados, formando blocos (Figura 3).

Outras sucatas que não são prensadas em blocos também são consumidas, muitas delas

provenientes das próprias empresas do PIM. A empresa também mantém acordo com seus

clientes aproveitando os refugos das linhas de produção que voltam para serem transformados

novamente em ligas de alumínio (Figura 4).

FIGURA 4 – Sucatas provenientes de seus clientes (peças de motos).

Depois de pesado, o material é despejado dentro dos fornos de fusão. Sucatas como as de latas

de alumínio são processadas nos fornos basculantes, enquanto que as sucatas que podem

conter outros metais são processadas no forno rotativo, como é o caso de algumas peças de

motores de motocicletas que contém peças de aço embutidas.

Em seguida, o alumínio ainda em estado líquido é retirado do forno para que seja testado em

laboratório. O alumínio é despejado em uma pequena forma, formando um disco denominado

“coquilha”. Esse disco é testado em um espectrofotômetro, equipamento que identifica e

apresenta em um relatório as quantidades de todas as substâncias encontradas na coquilha de

alumínio. Com base nessas informações, podem ser adicionados silício, cloreto sódio, cloreto

de potássio e outros insumos à liga que está em fusão até que a sua composição esteja dentro

das especificações definidas por cada cliente.

Estando a liga de alumínio dentro das especificações, esta pode ser destinada à formação de

lingotes (Figura 5) ou à entrega em estado líquido para os clientes (Figura 6).

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FIGURA 5– Lingotes de alumínio

O alumínio para entrega em estado líquido é despejado em uma panela que tem capacidade

para aproximadamente oito toneladas de alumínio líquido. Uma vez abastecida, a panela é

montada sobre a carroceria de um caminhão, que foi especialmente projetada para este fim.

Posteriormente, o caminhão passa por uma balança rodoviária instalada na área da empresa,

sendo conferido o peso do produto que será entregue. O produto é transportado a uma

temperatura de aproximadamente 780 graus centígrados, sendo perdidos durante o transporte

apenas 5 graus.

FIGURA 6 – Panela abastecida pronta para entrega ao cliente

Ao chegar nas instalações do cliente, com auxílio de uma calha, o alumínio passa por uma

válvula da panela e é despejado, por gravidade, diretamente nos fornos de fusão. Esse

fornecimento caracteriza uma integração operacional pois o processo do fornecedor alimenta

diretamente um processo do comprador.

8.Considerações sobre a Implantação

Conforme entrevista colhida junto à alta gerência da empresa, primeiramente foi levado em

consideração o convite dos clientes, para que a empresa se instalasse no PIM. Considerando

que essa empresa é uma indústria de grande porte, necessitaria de instalações definitivas.

Então, foram analisados diversos fatores como localização, viabilidade econômica e a

formação de uma cadeia de suprimentos integrada.

O fator de grande importância para a vinda da empresa foi o fator logístico, pois estariam

localizados próximos aos seus clientes e com isso proporcionaria redução nos custos com

transportes e armazenagem destes. Mas sem os incentivos fiscais concedidos tanto pelo

governo federal quanto pelo estadual, seria impossível a efetivação do projeto. Os incentivos

federais concedidos à empresa foram:

Isenção do Imposto de Importação – II – relativo à importação de insumos utilizados na

fabricação de ligas de alumínio;

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Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – incidente sobre a receita bruta

da empresa;

Redução fixa de 75% do Imposto de Renda;

Vantagem de localização (incentivo extrafiscal) – aquisição de um terreno da SUFRAMA -

Superintendência da Zona Franca de Manaus;

Infra-estrutura de captação e tratamento de água, sistema viário urbanizado, rede de

abastecimento de água, rede de telecomunicações, rede de esgoto sanitário e drenagem

pluvial.

No que diz respeito ao custo da matéria-prima, não houve redução, pois a sua principal

matéria-prima, que é a sucata de alumínio, não difere o preço em Manaus ou em São Paulo,

pelo fato do alumínio se caracterizar como uma commodity, ou seja, uma substância física

primária cujo preço depende das negociações nas bolsas de mercadorias.

A empresa tem uma grande importância para o pólo de duas rodas visto que, todos os seus

clientes são deste pólo, entre esses dois fabricantes de motocicletas e os demais, fabricantes

de componentes e peças para motocicletas. Sua fábrica opera ininterruptamente para atender à

demanda de seus clientes, seja por uma questão de capacidade produtiva, operando perto do

limite máximo, ou seja pela resposta rápida de fornecimento exigida, para acompanhar o

ritmo de produção dos clientes.

9.Resultados

Os principais benefícios para os clientes foram a redução dos estoques, que antes ocupava

uma área para armazenagem de lingotes, a redução de custos com frete e com os custos da

fusão do alumínio. Antes da implantação da empresa em Manaus, os seus clientes compravam

os lingotes de alumínio diretamente de outra empresa do mesmo grupo, localizada em São

Paulo. Os lingotes eram transportados em carretas por meio rodoviário de São Paulo até

Belém. Em Belém, as carretas eram embarcadas em balsas, seguindo para Manaus.

Em face desse tempo de trânsito de São Paulo para Manaus, em torno de 20 dias, os seus

clientes precisavam manter um grande estoque de segurança de 20 dias para atender à

demanda da produção e suas possíveis flutuações imprevisíveis. O custo com frete chegava a

uma cifra de R$ 2.560.000,00 por ano, além de um gasto anual de de R$ 350.000,00 para

processar os lingotes em grandes fornos a gás ou óleo BPF.

Metalúrgica em São Paulo

Fabricação de lingotes

Transporte Rodoviário de São Paulo para Belém (2463 Km)

Transbordo do Transporte Rodoviário para Fluvial em Belém

Transporte Fluvial de Belém para Manaus

(1292 Km)

Descarregamento e Estocagem dos

Lingotes

Entrega ao Cliente Duas Rodas

(em lingotes

CADEIA DE SUPRIMENTOS E PROCESSOS ANTES DA

IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE NO PIM

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FIGURA 7 – Canal de Distribuição antes da implantação no PIM.

Além desses custos, deve-se considerar ainda o fato de que, ao fundir o lingote, o alumínio

perde algumas de suas propriedades de liga, necessitando assim a complementação com

outros componentes como cloreto de sódio e cloreto de potássio durante o processo de fusão,

havendo assim a necessidade de adquirir também estes insumos.

Uma vez instalada em Manaus, os seus clientes deixaram de fundir o alumínio, mantendo

apenas os fornos de espera para manter a liga de alumínio em estado líquido para ser utilizada

nas máquinas injetoras. Isso caracteriza uma co-fabricação, uma integração operacional onde

um processo antes realizado nas dependências do comprador é transferido para o fornecedor,

mediante a um acordo de benefício mútuo. Evidentemente que essa transferência de processo

baseia-se também no fato de que o fornecedor detém a tecnologia em questão, a fundição,

podendo trabalhar com escalas maiores e reduzindo custos.

Assim, com um fornecimento para uso direto já na forma fundida, reduz-se o estoque dessa

matéria-prima a zero bem como dos demais componentes da liga de alumínio resultando em

ganho de espaço físico além da disponibilização de capital que compunha o estoque; reduziu-

se também o gasto com a energia empregada na fusão do alumínio, visto que os fornos de

fusão consomem óleo BPF ou gás GLP, e o transporte até os seus clientes leva agora menos

de 30 minutos e é feito em caminhões da própria empresa.

FIGURA 8 – Canal de Distribuição depois da implantação no PIM.

Desde a implantação da empresa no PIM, em 2000, a empresa já aumentou sua carteira de

clientes, aumentando, conseqüentemente, a demanda do seu produto. Assim, inicialmente a

empresa operava com dois fornos de fusão de alumínio e atualmente conta com sete fornos,

teve seu galpão ampliado e adquiriu mais um terreno para futuras instalações de uma fábrica

de peças em alumínio injetado, já com projeto aprovado pela Superintendência da Zona

Franca de Manaus - SUFRAMA e pela Secretaria de Estado de Planejamento e

Desenvolvimento Econômico - SEPLAN.

Esse tipo de incentivo, junto a formação de uma cadeia de suprimentos integrada propiciam o

fortalecimento de todos os envolvidos - sejam os fornecedores e compradores, bem como o

pólo e a economia local.

Cliente Duas Rodas Fundição e

Composição Química do Alumínio

Alumínio Fundido no Processo de

Fabricação das Peças

Metalúrgica e recicladora instalada

no PIM

Alumínio Fundido entregue no Processo de

Fabricação das Peças

CADEIA DE SUPRIMENTOS E PROCESSOS DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE NO PIM

Algumas horas

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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10.Considerações Finais

O Pólo Industrial de Manaus apresenta uma característica interessante para um estudo de

Logística Reversa de pós-consumo, pelo fato de ser um pólo de grande volume de produção e

de estar geograficamente isolado, que faz com que a destinação e o transporte se tornem

inviáveis e traz à tona a questão da redução na geração e aproveitamento dos resíduos.

Apesar de existir toda uma preocupação com as questões ambientais que envolvem a geração

de resíduos, pouco se discute sobre a sustentabilidade de um negócio voltado para o conceito

de Logística Reversa. Enquanto os resíduos não forem entendidos como material em potencial

e a sua utilização como negócio rentável, as ações de reciclagem, reuso e reaproveitamento

serão vistas como uma ação paliativa.

No trabalho apresentado, a viabilidade de implantação do negócio se justificou pela distância

dos fornecedores de matéria-prima. Note que o preço do material alumínio continuou o

mesmo, pois é uma commodity. A viabilidade econômica se deu pela relação de parceria no

fornecimento, ou seja, na formação de uma carteira fiel de clientes.

Essa parceria fica clara quando observa-se o sistema de fornecimento, que buscam sincronia

com os processos produtivos do cliente, adequando-se à filosofia de produção just in time

adotada. Ou seja, o sistema de fornecimento está adequado e faz parte do sistema produtivo

do cliente.

Se não fossem levadas em considerações todas as questões que envolvem a inserção da

empresa na cadeia de suprimentos, provavelmente não haveriam os mesmos resultados.

Assim, a questão ambiental passa a ser uma conseqüência de um planejamento bem sucedido

da cadeia produtiva. Outros materiais também poderiam ter o mesmo enfoque de

planejamento e gerar negócios lucrativos, economicamente sustentáveis e com

responsabilidade ambiental.

Referências

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de jun. 2006.

BENNETT, Stevan J. Ecoempreendedor: oportunidades de negócios decorrentes da revolução ambiental. São

Paulo, 1992.

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MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da Produção e Operações. Daniel Augusto Moreira – São Paulo –

ed. Pioneira Thomson Learning, 2002.

RODRIGUES, Vanúzia, GAZETA MERCANTIL. Análise Setorial. Panorama Setorial Motos e Bicicletas.

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WOMACK, James P; JONES, Daniel T.; ROOS, Daniel: A Máquina que mudou o Mundo – Rio de Janeiro –

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Ed. Campus, 1992.