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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
LIXO, DISCRIMINAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL
POR: VERA LUCIA DE ABREU AGUIAR
Orientador: Professor Celso Sanchez
Rio de Janeiro
2005
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO ¨LATU-SENSU¨
PROJETO VEZ DO MESTRE
O LIXO, DISCRIMINAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL
OBJETIVOS:
Apresentação de Monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para
conclusão do curso de Pós-Graduação “Latu-Sensu”
em Planejamento e Educação Ambiental, orientado
pelo Professor Celso Sanchez.
3
AGRADECIMENTOS
Ao professor e orientador, professor Celso Sanchez
pelo seu incentivo, dedicação e atenção para
elaboração deste trabalho.
4
DEDICATÓRIA
A Deus por ter me iluminado e guiado meus passos
para ultrapassar todos os obstáculos no decorrer
dessa trajetória.
5
RESUMO
Esse trabalho foi realizado entre duas comunidades no bairro de
Campo Grande, de diferentes condições sócio-espaciais, econômicas e
culturais.
O objetivo principal é analisar as diferenças atribuídas, a forma pele
qual o cidadão trata o seu lixo, e como o Sistema Municipal de Limpeza Urbana
– COMLURB atua nessas áreas que são constituídas por lixo domiciliar,
público e comercial e as conseqüências atribuídas ao meio ambiente.
.
6
METODOLOGIA
O referido estudo será feito através de:
- Pesquisa bibliográfica;
- Trabalho de campo com fotos e mapa do local estudado, tendo como objetivo
observar o cotidiano vivido;
- Confecção de tabelas, verificando dados fornecidos pela COMLURB, nos
meses de julho/agosto 2004, possibilitando através de análise estatística de cada área em
estudo, diagnosticar a educação do cidadão comum no trato do lixo por ele produzido e
a atuação do Sistema de Limpeza Urbana (COMLURB).
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I 09 LIXO URBANO, UMA ABORDAGEM HISTÓRICA E SÓCIOESPACIAL 09 CAPÍTULO II 13 CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL DA ÁREA DE ESTUDO 13 CAPÍTULO III 15 A IMPORTÂNCIA DO LIXO SOBRE OS ASPECTOS: EPIDEMIOLÓGICO, SANITÁRIO, VISUAL E ESTÉTICO 15 CAPÍTULO IV 17 A RELAÇÃO DO CIDADÃO COM O MEIO AMBIENTE URBANO 17 CAPÍTULO V 20 O SISTEMA DE LIMPEZA URBANO 20 CAPÍTULO VI 26 AVALIAÇÃO DA PROBLEMÁTICA DO LIXO URBANO NO CONTEXTO SOCIAL E NA ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO 26 CONCLUSÃO 28 BIBLIOGRAFIA 30 ÍNDICE 31 ANEXO 34
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho norteia analisar as formas pelas quais ocorrem
modificações no ideário sobre a problemática ambiental, considerando-se alterações no
cotidiano relacionadas ao lixo urbano, evidenciado em dois espaços distintos no bairro
de Campo Grande, situado na zona Oeste do Rio de Janeiro, configurados por
indicadores físico-urbanísticos, incluindo os aspectos sócio-espaciais e geo-econômico.
As informações contidas neste trabalho identificam subdivisões sociais, que em
detrimento da divisão sócio-econômico, estabelecem padrões comportamentais e
culturais, cujos reflexos são imediatamente percebidos no cotidiano.
O objetivo geral desse trabalho é o de conhecer aspectos interligados,
relacionados a um problema urbano concreto, neste caso o do lixo.
Analisar o lixo específico relacionado á vida diária e suas influências Sócio-
ambientais em que a coleta e a disposição dos resíduos sólidos domiciliares, que se
apresentam como grande problema urbano ambiental.
9
CAPÍTULO I
LIXO URBANO, UMA ABORDAGEM HISTÓRICA E
SÓCIOESPACIAL
10
1.1 − Caracterização Histórica do lixo Urbano da Cidade do Rio de
Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro, desde suas origens, como importante Centro
Comercial e portuário da Colônia, com a independência, em 1822, passou a ser a capital
do país.
O crescimento da cidade era desordenado, sem um planejamento mínimo,
refletindo-se também na questão da limpeza pública. O governo, naquela época, já se
preocupava com o problema da limpeza pública da cidade. Em 1760, a cidade contava
com 30 mil habitantes e a questão da limpeza pública já começava a se tornar um
problema, visto que o lixo era jogado em qualquer lugar. A história da limpeza pública
data do século XIX, no início desse século em 1906, o serviço de limpeza urbana da
cidade possuía 1084 animais de tração, já insuficientes para limpeza da cidade que
produzia 560 toneladas diárias. O Rio de Janeiro em 1930, tinha um milhão de
habitantes e cera de 5 mil logradouros, o que dá uma dimensão da quantidade de lixo.
Em 1949 a cidade já se encontrava com uma produção diária de 1.100 toneladas.
1.2. − Classificação do lixo Urbano no contexto Sócioespacial
Os lixos, ou resíduos sólidos, apresentam grande diversidade e se originam das
mais variadas atividades humanas e ambientes urbanos.
É atribuído o conceito de resíduo, lixo ou “o que sobra”, a uma sociedade
capitalista dos “descartáveis”, exigindo tecnologia complexa e dispendiosa, com alto
potencial de agressão ambiental que rapidamente torna-se obsoleta.
Diante desse fato, Mézaros aponta ser:
“Extremamente problemático que a sociedade descartável encontre o equilíbrio entre
produção e o consumo necessário para a sua contínua reprodução, somente a partir
do consumo artificial em grande velocidade (isto é: descartar prematuramente), de
grandes quantidades de mercadorias, que anteriormente pertenciam à categoria de
bens relativamente duráveis. Desse modo, ela se mantém como sistema produtivo
11
manipulando até mesmo a aquisição dos chamados bens de consumo duráveis, de tal
sorte que estes necessariamente tenham que ser lançados ao lixo (ou enviados a
gigantescos cemitérios de automóveis como ferro-velho etc.) muito antes de
esgotada a sua vida útil”.
O conceito de lixo urbano proposto por Rodrigues (1995), corresponde aos
agregados de materiais do consumo da população _ lixo doméstico e o das atividades
essenciais da dinâmica urbana _ varrição, podas de árvores etc.
Ainda Rodrigues (1995), descreve o lixo domiciliar como aquele originado da
vida diária das residências, constituído por restos de alimentos, embalagens em geral,
resíduos de asseio e uma grande variedade de outros itens, mesmo aerossóis, lâmpadas
fluorescentes etc. A responsabilidade do acondicionamento e embalagem é doméstica, e
a de coleta e deposição é do poder local – das prefeituras municipais.
O espaço urbano passa pela divisão de uma sociedade através de suas
características estruturais, funcionais, de formas ou geoespaciais, delimita
subjetivamente as fronteiras de seu objeto de estudo, segundo a intensidade com que
estas características influenciam a sociedade e parcela da sociedade. As atividades mais
diversas que vão desde as tipicamente agrícolas e industriais, até as atividades
comerciais, culturais e de lazer. As atividades essenciais à manutenção da dinâmica
urbana, geram agregação de materiais oriundos do consumo da população que podemos
caracterizar como lixo doméstico. Já no que concerne ao lixo público, “é originado de serviços, tais como:
varrição de ruas, podas de árvores etc. A responsabilidade é do poder local”.
Se tratando de espaço residencial, circundando por áreas comerciais, é
necessário fazer uma síntese do lixo comercial.
Andrade (1995).
“Lixo comercial é aquele originado dos diversos estabelecimentos de comércio
e serviços e normalmente, tem fortes componentes de papel, plásticos, embalagens em
geral. O encargo da coleta e deposição é também das prefeituras, quando for inferior a
um certo peso ( em geral menos de 50 kg ) e dos estabelecimentos, quando ultrapassa a
medida definida em legislação municipal.”
12
No sentido de destacar a importância do lixo urbano que origina-se das mais
variadas atividades humanas, baseadas no consumo, com grande adensamento urbano,
composto por diferentes extratos de renda, devemos reconhecer que o meio ambiente é
reflexo da relação do cidadão no trato com o lixo por ele produzido. Dispor de forma
inadequada os resíduos, as sobras do produto que está sendo consumido é
ambientalmente incorreto, logo o trato com o meio ambiente é um indicativo da
evolução cultural, econômica e política de uma sociedade que não é homogenia. E o
mundo capitalista está dividido em classes sociais, aprimorando-se diferenciadamente
de “bens descartáveis”, visivelmente perceptível no espaço urbano.
Segundo Corrêa (1995), o espaço urbano capitalista – fragmentado, articulado,
reflexo, condicionante social, cheio de símbolos e campo de lutas – é um produto social,
resultado de ações acumuladas através do tempo, e engendradas por agentes que
produzem e consomem espaço. São agentes sociais concretos e não um mercado
invisível ou processos aleatórios atuando sobre um espaço abstrato. A ação destes
agentes é complexa, derivando da dinâmica de acumulação de capital, das necessidades
mutáveis de reprodução das relações de produção, e dos conflitos de classe que dela
emergem.
A complexidade da ação dos agentes sociais inclui práticas que levam a um
constante processo de reorganização espacial que se faz via incorporação do uso do
solo, deteriorização de certas áreas, renovação urbana, recolocação diferenciada da
infra-estrutura e mudança, coercitiva ou não, de conteúdo social e econômico de
determinadas áreas da cidade.
É preciso considerar entretanto, que a cada vez que ocorre transformação do
espaço urbano, este se mantém simultaneamente fragmentado e articulado, reflexo e
condicionante social, ainda que as formas espaciais e suas funções tenham mudado.
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CAPÍTULO II
CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL DA ÁREA DE ESTUDO
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2.1 – A DINÂMICA ESPACIAL, ROTEIRO PRAÇA DOS ESTUDANTES
Roteiro praça dos estudantes, localizado no km oito, composto por onze ruas
(vide anexo), adjacentes envolvidas fisicamente por residências de médio status, ruas
pavimentadas, arborizadas, feira – livre, escolas, igrejas, comércios, sub – prefeitura da
Zona Oeste,e gerência operacional de limpeza – 18G a cargo da Companhia Municipal
de Limpeza Urbana – COMLURB ( vide foto em anexo ).
2.2 - A Dinâmica Espacial Roteiro Av. Cesário de Melo Roteiro Av. Cesário de Melo, situado na altura do km sete, composto em suas
imediações por treze ruas (vide anexo) caracterizada por diferenças sócios – econômicas
e urbanística formada por população em sua maioria de baixo status, desprovida de
bens, serviços e infra – estrutura ( vide foto em anexo ).
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CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DO LIXO SOBRE OS
ASPECTOS: EPIDEMIOLÓGICO, SANITÁRIO, VISUAL E
ESTÉTICO
16
3.1 – Aspecto Epidemiológico e sanitário
O lixo é, principalmente, uma vida indireta de transmissão de doenças.
Pela sua variada composição poderá conter agentes biológicos, patogênicos ou
resíduos químicos tóxicos, que podem alcançar o homem direta ou indiretamente,
afetando-lhe a saúde, exatamente porque não lhe é devido os cuidados necessários em
todos os aspectos, pois a população muitas vezes descarta o lixo, jogando-o nas ruas ou
terrenos baldios.
O lixo, assim tratado, se transforma em verdadeiro criador de moscas (que
podem abrigar agentes transmissores de febres, cólera, tuberculose, lepra, varíola,
hepatite, amebíase, teníase), de baratas (suspeita-se que veiculam o vírus da
poliomelite), de ratos (causadores de peste bubônica, da leptospirose), de mosquitos
(transmitindo viroses, dengue, febre amarela, malária) e de aves como os urubus
(transmissores da toxoplasmose). Esta inter-relação entre vetores x doenças demonstra
que o lixo exerce grande importância sanitária.
3.2 – Aspecto Visual e Estético
O lixo sempre lembra sujeira e é um sério complicador na vida do homem, pois
além de dar condições de ploriferação de vários vetores transmissores de doenças, causa
mal estar pelo aspecto físico e estético, pelo mau cheiro que exala, pela presença de
animais e insetos, de aspecto repulsivo como moscas, ratos, baratas, mosquitos etc., que
realmente provocam desconforto, sensação desagradável e mal estar.
Toda e qualquer disposição do lixo que foge aos padrões de normalidade,
provoca um impacto de ordem visual, por isso lixos lançados a margem de rodovias, em
lixões ou vazadouros, em terrenos baldios e outros locais impróprios, além de serem
perigosos sanitariamente fazem mal aos olhos. Então, tudo aquilo que faz mal aos olhos,
que visualmente é desagradável é também anti-estético.
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CAPÍTULO IV
A RELAÇÃO DO CIDADÃO COM O MEIO
AMBIENTE URBANO
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4.1 – O Comportamento do Cidadão
Dentro das cidades é visível problemas ambientais decorrentes dos resíduos
sólidos. O lixo não recolhido atrapalha a vida das pessoas de diversas maneiras como
sujando as ruas, flutuando nos canais e entupindo as galerias pluviais, acumulando-se
nas encostas, alimentando vetores, enchendo caoticamente vazadouros a céu aberto. A
relação da maioria dos brasileiros com seu lixo resumem-se simplesmente aos atos de
produzi-lo e tentar afasta-lo de si. Ao poder público cabe fazer com que o lixo
diariamente produzido desapareça dos olhos dos cidadãos que o geraram. Ao jogar na
rua garrafa plástica, papel, latinha ou ponta de cigarro, o cidadão deseducado acha que
seu comportamento não tem “nada demais”, já que se paga impostos para o governo
recolher o lixo.
4.2. A Atuação do Poder Público na Recuperação Ambiental
A recuperação ambiental e a conservação de áreas verdes e outras, públicas,
são tarefas que envolvem um grande número de atividades muito importantes para a
qualidade de vida da população.
A conservação urbana é o “calcanhar-de-aquiles” de muitas administrações
locais que não conseguem lidar convenientemente com o acúmulo de lixo, o mau estado
de conservação das redes pluviais e de esgotos, de praças, parques, monumentos,
chafarizes e com a gestão de unidades de conservação. Não devemos resumir a
atividade de conservação a uma série de rotinas como: varrer, recolher o lixo, repintar
os muros, podar árvores ou recuperar bancos de praça. É preciso atuação da fiscalização
e campanha educativas, onde haja investimento pesadamente na conscientização e em
mudanças comportamentais, estabelecendo noção de cidadania e espírito comunitário.
Em bairros pobres e favelas a simples educação ambiental, o trabalho de
conscientização dos moradores, têm, naturalmente, uma grande importância, mas
dificilmente será capaz, por si só, de produzir efeitos realmente significativos nas
relações da comunidade carente com o lixo. É preciso gerar fatos econômicos capazes
19
de estimular grupos da comunidade a recolherem o lixo plástico e outros resíduos. Isso
só é possível com projetos locais de geração de renda, que ofereçam um estímulo
material para as atividades de coleta, armazenamento, acondicionamento e transporte de
recicláveis.
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CAPÍTULO V
O SISTEMA DE LIMPEZA URBANO
21
5.1 Gestão do Sistema de Limpeza Urbana
A limpeza pública é uma obrigação de responsabilidade do município, pelo
qual deve estruturar-se adequadamente, considerando logicamente a sua potencialidade,
para responder a altura pela prestação desse serviço de grande essencialidade,
preocupando-se todavia em buscar soluções de baixo custo, sem prejudicar os requisitos
mínimos da técnica e da salubridade exigida.
Com base no art. da Lei n. 3.273, dispõe sobre a gestão do Sistema de Limpeza
Urbana no Município do Rio de Janeiro. Define-se gestão do Sistema de Limpeza
Urbana, como o conjunto das ações técnicas, operacionais, regularizadoras, normativas,
administrativas, e financeiras necessárias ao planejamento, execução e fiscalização das
atividades de limpeza urbana, nesta última incluídas aquelas pertinentes à atuação por
descumprimento da Lei.
5.2. – Aspecto Econômico-Financeiro Relativo à Limpeza Urbana
Os recursos aplicados em limpeza pública provém de tarifas específicas,
impostos ou taxas e pela arrecadação de multas aplicadas.
Os serviços de limpeza urbana em que há somente remoção do lixo domiciliar
urbano,é responsável por aproximadamente 80% dos custos do serviço e requerem altos
investimentos, mas os recursos aplicados provém de cofres públicos, mais precisamente
das prefeituras, a quem compete também toda a responsabilidade.
O financiamento para o setor é precário, não condizem com a realidade que a
limpeza pública é tão importante, quanto outros serviços públicos como água e esgoto,
por exemplo, a conscientização de que a limpeza pública é indispensável por ser de vital
importância na vida da comunidade. O BNDES e CEP Têm algumas linhas de
financiamento de limpeza pública, somente para aquisição de equipamentos, inclusive
veículos, as demais atividades como acondicionamento, varrição entre outras, são com
recursos próprios da municipalidade.
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5.3. – Atividades Próprias de Limpeza Urbana
• Acondicionamento - um dos sérios problemas de limpeza pública é o
acondicionamento que começa dentro de casa e se não merecer a atenção devida, com
certeza irá desorganizar todo o sistema, começando pela coleta. Por isso, a população
deve ser conscientizada da necessidade de acondicionar o lixo em depósitos apropriados
para evitar o derramamento e facilitar o seu manuseio na hora da coleta. O tipo de
depósito para acondicionamento do lixo urbano deverá ser definido levando-se em
consideração as características do lixo, o volume, a freqüência com que é feita a coleta,
o tipo de edificação e o preço do recipiente.
Varrição de vias públicas, ruas, praças, jardins e calçadas – caracteriza o
ambiente da localidade, propiciando beleza visual envaidecendo os habitantes da
localidade, e higiene influenciando na saúde pública da população, segurança de
pedestres e veículos.
Existem dois tipos de varredura que para conseguir êxito e ser viável
economicamente deve atender a um planejamento detalhado.
- Varrição normal – pode ser feita diariamente ou alternadamente duas a três
vezes por semana, de acordo com o grau de importância que cada rua ou avenida
representa para a cidade, dispondo de equipamentos e o número de operários colocados
à disposição do serviço, também de acordo com o grau de necessidade.
- Varrição de conservação- depende muito do grau de civilidade da população.
Dependendo da importância do logradouro, ele é varrido quantas vezes forem
necessárias.
• A freqüência maior deve ser dada em zona comercial, terminal
rodoviário urbano e a menor freqüência em bairro residencial de baixa densidade
demográfica.
• Capinação – normalmente, é feita manualmente, dentro das demais
etapas da limpeza urbana e é a que representa maior dificuldade para o planejamento,
principalmente quando tem pouco pavimento, como existência ou não de calçadas,
freqüência de varrição entre outras que diferencie a quantidade de mato, grama,
vegetação rasteira e arbusto resistente.
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• Já existem produtos químicos que efetuam a tarefa com algumas
restrições. Deverão ser tomados cuidados, especiais e entre eles, recomenda-se evitá-lo
em logradouros com arborização.
Em termos de mão-de-obra, basta apenas uma pessoa com um pulverizador
para aplicar herbicida em 10.000 m2, em um só dia, realizado com freqüência bastante
espaçada, enquanto 15 homens capinam 480 m2 no dia. Mas a capina química é
prejudicial à flora e a fauna, principalmente se houver acidentes na aplicação. Por se
tratar de produtos químicos, pode provocar danos à saúde do trabalhador.
• Roçagem – é onde a existência de calçamento é mínima. A roçagem
ainda é muito utilizada, tendo em vista o crescimento do mato, do capim e de ervas
daninhas. A vantagem é que este trabalho com roçadeira deixa sempre uma camada
vegetal de proteção cobrindo o terreno, tirando somente a vegetação maior.
• Coleta dos resíduos sólidos urbanos – é, sem dúvida, a mais importante
das atividades de limpeza urbana, que do ponto de vista sanitário é recomendável ter um
bom serviço de remoção do lixo capaz de reduzir ao mínimo os perigos decorrentes de
uma má coleta, a partir do domicílio.
Como funciona no dia a dia da coleta:
• Os moradores colocam o lixo nas calçadas, prevendo a passagem do
carro coletor. Na maioria das casas, os moradores sabem os dias e a hora que o carro
recolhe o lixo e tratam de colocar seus depósitos na calçada. Esta simples rotina parece
fácil, mas envolve uma gama de ações que exigem um planejamento adequado, que
deve ser oferecido de levantamento de dados, como: o perfil topográfico e o sistema
urbano; definição das zonas de ocupação da cidade; divisão da cidade em distritos ou
setores de coleta, onde conste os roteiros detalhados para efeitos de trajeto de cada
veículo coletor, com finalidade de assegurar a cobertura da coleta, nos dias pré-
estabelecidos; dados populacionais; hábitos e costumes da população e disposição final
do lixo. O sistema de coleta de lixo de uma cidade deve ser elaborado de forma a
atender indistintamente toda zona urbana da referida cidade, pois o lixo não coletado,
por menor que seja o volume, será lançado em qualquer terreno baldio com sérias
conseqüências para a população em geral.
Remoção dos resíduos sólidos urbanos:
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-Remoção de entulhos – como as reformas, demolições e construções civis são
constantes e em volumes variados, este tipo de resíduo é permanente e de alto custo de
remoção. Esta coleta é feita normalmente por particulares.
- Remoção de lixo volumoso – não é muito comum, consiste na retirada de
móveis inservíveis, geladeiras e até carro velho através do serviço de limpeza.
- A remoção de lixos de feiras, exposições e outras – no caso das feiras livres,
deve ser feita imediatamente ao seu término, pois seus resíduos são compostos por
matérias orgânicas de fácil putrefação e nas demais casas o serviço de coleta deve
possuir equipamentos e equipes próprias para a realização desse serviço, que não pode
ser incluído na rotina da coleta domiciliar.
- remoção de animais mortos – quando comunicado ou solicitado pelos
usuários, este tipo de coleta é feito pela prefeitura que utiliza equipamentos especiais
providos de dispositivo hidráulico.
• - Remoção de poda – consiste no lixo resultante do corte de árvores e
jardinagem que arborizam vias públicas, praças e jardins.
• Limpeza de praias – em sua maioria é feita, manualmente, o lixo
encontrado é basicamente composto de restos de comidas e outros descartados pelos
banhistas, além de detritos trazidos pela maré, a limpeza das praias deve ser feita
diariamente e de preferência no turno da noite.
• Limpeza de córregos – a técnica recomendada é deixar sempre uma
camada vegetal de pouca altura para evitar a erosão e desbarrancamento, sendo este
trabalho um prolongamento da capinação e roçagem e deve ser executados
paralelamente.
• Limpeza de boca –de lobo – é uma tarefa sanitária de segurança, pois
esses bueiros, podem ser transformar num ponto de disseminação de doenças através de
vetores que encontram nesses locais seus habitats, onde ploriferam além de provocar
inundações quando obstruídos, pois também são projetados para reter material sólido,
que é carregado para galerias, o que causa sérios problemas que podem utilizar todo o
sistema de captação. Os trabalhos de obstrução manual podem ser feitos regularmente
junto com a capina, pois, é um trabalho simples, e pode ser feito por um dois operários
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utilizando apenas pás, picaretas, chave de guincho e enxada, mas de fundamental
importância.
• Pintura do meio fio – é de competência da limpeza pública. Um serviço
simples com o objetivo de embelezamento. Em certos casos serve como guia no
momento do estacionamento.
5.4 – Posturas Municipais Relativas à Limpeza Urbana
A COMLUB presta á população um trabalho de conscientização do cidadão, no
trato com o lixo, alertando-a para os riscos ocasionados pelo descaso com este, como
agressão ao meio ambiente e diversos tipos de doença.
A COMLURB envia uma carta ao morador informando o dia e horário da
coleta, caso o morador persista, será enviada uma advertência escrita e tendo como
prova que o lixo é decorrente de sua residência e anexado um comprovante de
residência do mesmo, o objetivo da COMLURB é fazer um trabalho de conscientização
cidadã, e não aplicar multas, depois de todo esse processo, caso persista, será multado
por valores que variam de acordo com a gravidade do fato e os antecedentes do infrator
ou do responsável solidário, respaldado pela Lei nº3273 de 6 de setembro de 2001,
esta lei normatiza as atividades inerentes ao Sistema de Limpeza Urbana do
Município do Rio de Janeiro. O infrator que não seja reincidente, poderá por
escrito arrepender-se dos seus atos, desde que providencie a correção e colabore
com a fiscalização. Neste caso, a aplicação da multa será atenuada. A vantagem
pecuniária e a colocação em risco da saúde pública são circunstâncias que
agravam a aplicação de multa e reincidência.
26
CAPÍTULO VI
Avaliação da problemática do lixo urbano no contexto
social e na atuação do poder público
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6.1 – Posturas Municipais Relativas à Limpeza Urbana
Este capítulo tem como objetivo avaliar os diferentes tipos e n° de casos,
atribuídos ao lixo urbano, considerando traços de comportamento do cidadão e como a
limpeza pública desempenha a execução de tarefas sob sua responsabilidade, nas áreas
delimitadas nesta pesquisa.
Devemos observar que, o bairro de Campo Grande possuí área de 172 km²,
482.492 de habitantes e produz diariamente 330t/dia de lixo domiciliar e 213 t/ dia lixo
público. Essas informações permitem caracterizar a ocupação urbana e a produção de
resíduos por essa densa população.
Especificamente a análise restringe-se a dois espaços distintos nesse bairro;
Roteiro Praça dos Estudantes e Roteiro Av. Cesário de Melo. Com base nos dados da
Gerência de Pesquisa e Promoção da Cidadania – OGC / COMLURB, no período
julho/agosto 2004 nas tabelas I e II ( vide anexo) no que concerne de responsabilidade
do cidadão e responsabilidade da COMLURB.
Observamos que ao compararmos a variável de tipos de responsabilidade do
cidadão e nº de casos como mostra as tabelas I e II (vide anexo) entre o roteiro Praça
dos Estudantes e Av. Cesário de Melo, no período de julho/ agosto 2004, verificou-se
que o comportamento do cidadão no roteiro Av. Cesário de Melo é critico
considerando-se que o aspecto sócio-ambiental, econômico e cultural influencia na
relação do homem com seu meio onde vive.
O sistema de Limpeza Urbana – COMLURB, possui um conjunto de rotinas,
de operações como varrer as ruas, recolher os detritos e transportá-los até um destino
final. Mas em virtude do ritmo acelerado do crescimento populacional, quando há um
aumento na quantidade de resíduos o sistema de limpeza urbana com seu contingente
não consegue atender a demanda, ficando deficitário em certas áreas, dando prioridade
as que possuiem maior fluxo de pessoas, residências e comércio, como mostram as
tabelas III e IV ( vide anexo ).
Observamos que atuação da COMLURB no roteiro Av. Cesário de Melo é
deficitário, pois é decorrente do fato de que essa área não é considerada “nobre” .
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CONCLUSÃO
Com o avanço do processo de industrialização e extensão da vida média dos
seres humanos, houve um crescimento demográfico, um aumento significativo da
produção de resíduos, além da modificação das características dos mesmos. Assim à
medida que a população cresce, se organiza e desorganiza, aumenta consideravelmente
os problemas acionados pela produção e disposição final do lixo. Se cada cidadão, ao
adquirir um novo produto, tivesse consciência de sua responsabilidade com o resíduo
produzido, talvez ele pensasse duas vezes antes de comprar o produto e desde a compra
se preocuparia com a destinação.
A educação do cidadão comum no trato com o lixo por ele produzido, é um dos
aspectos que precisa ser considerado, pois as questões sociais do problema lixo e
limpeza pública, envolve a população e se espera uma melhor compreensão do
comportamento do homem e das forças que o motivam a aceitar responsabilidades e
apoiar ativamente medidas ambientais e de saúde que conduzam a um ambiente sadio,
seguro e agradável. Tudo isso, somente será possível com a ação decisiva da educação
ambiental, pois o trato com o meio ambiente é um indicativo de evolução cultural,
econômico e político de uma sociedade.
É evidente que para se enfrentar a problemática lixo e limpeza urbana, são
necessário conhecimentos técnicos, científicos, recursos humanos e administrativos
eficientes e financiamentos adequados mostrando incompetência para resolver esse
problema, cujos danos ‘sociedade são quase incalculáveis e certamente atingiriam as
novas gerações. Porém, acima de tudo isto é necessário, que a comunidade esteja
disposta a participar efetivamente da solução partindo do pressuposto que o lixo urbano
é resultado de vários aspectos da rotina diária do homem e a limpeza pública está
diretamente relacionada com o fenômeno da urbanização e sofisticação da cidade. A
resolução desses problemas, exigem mudanças não só do aspecto técnico, mas, no
âmbito do ambiente social, onde é imprescindível a participação coletiva de todos os
cidadãos. Fica claro que na área composta por pessoas de maior aquisição econômica,
sua qualidade sócio-ambiental é superior se tratando do trecho Praça dos Estudantes,
que comparado ao trecho Cesário de Melo, composto em seu espaço por casas e
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comércios de baixo status, demonstrando que, os fatores sócio-econômico são de
extrema relevância, pelo fato do cidadão ter cuidado com o espaço sócio-ambiental,
trazendo benefícios não só estético, mas principalmente para sua saúde.
30
BIBLIOGRAFIA
BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. São Paulo: Editora moderna,
1989.
CARLOS, Maria Auxiliadora de Castro. Aspectos da população do lixo urbano de
mossoró – RN. Coleção Mossorense – Série C – v.628.
CAVINATTO, Vilma Maria. Saneamento básico: fonte de saúde e bem estar. São
Paulo: Editora Moderna, 1992.
CORRÊA , Roberto lobato. O espaço urbano, São Paulo: Editora Ática, 1995.
Motta, Ronaldo Serra SAYAGO, Daiane Ely. Propostas de instrumentos econômicos
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de Janeiro: Editora Rio Nova, 1998.
OGATA, Maria Gravina. Os resíduos sólidos na organização do espaço e na quantidade
do ambiente urbano: uma contribuição geográfica ao estudo do problema na cidade de
SP. Rio de Janeiro: Editora IBGE, 1983.
Rodrigues, Arlete Moysés. Produção e consumo do e no espaço: problemática ambiental
urbana. São Paulo: Editora Hucitec,1998.
GUIMARÃES, M., Dimensão Ambiental na Educação. São Paulo: Editora
Papirus,1995.
LAROSA, Marco Antonio.AYRES, Fernando Arduini.Como produzir uma monografia
passo a passo...siga o mapa da mina.Rio de Janeiro:Editora WAK,2003
31
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
08
LIXO URBANO, UMA ABORDAGEM HISTÓRICO E SÓCIOESPACIAL 09
1.1 – Contextualizando os problemas ambientais
1.2 – Classificação do lixo Urbano no contexto Sócioespacial
10
10
CAPÍTULO II
CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL DA ÁREA DE ESTUDO 13
2.1 – A dinâmica Espacial do Roteiro Praça dos Estudantes 14
2.2 – A dinâmica Espacial do Roteiro Cesário de Melo 14
CAPITULO III
A IMPORTÂNCIA DO LIXO SOBRE OS ASPECTOS: EPIDEMIOLÓGICO,
SANITÁRIO, VISUAL E ESTÉTICO
3.1 – Aspecto Epidemiológico e sanitário
3.2 – Aspecto Visual e Estético
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16
16
CAPÍTULO IV
A RELAÇAO DO CIDADÃO COM O MEIO AMBIENTE URBANO 17
4.1 – O Comportamento do Cidadão 18
4.2 – A Atuação do Poder Público 18
CAPÍTULO V
O SISTEMA DE LIMPEZA URBANO 20
5.1 – Gestão do Sistema de Limpeza Urbano 21
5.2 - Aspecto Econômico-Financeiro relativo á Limpeza Urbana 21
5.3 – Atividades próprias de Limpeza urbana
5.4 – Posturas Municipais Relativas à Limpeza Urbana
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25
CAPÍTULOVI
AVALIAÇÃO DA PROBLEMÁTICA DO LIXO URBANO NO CONTEXTO
SOCIAL E NA ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO 26
6.1 – Posturas Municipais relativas á Limpeza Urbana 27
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CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA 30
ÍNDICE 31
ANEXO 34
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Latu-Sensu”
Título: Análise Histórica e Práticas interdisciplinares em Educação Ambiental
Data da entrega:___________________________________.
Avaliação: Como você avaliaria esta Monografia?
Avaliado por: __________________________________ Grau _______________.
___________________________,___________de____________de_________
____.
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ANEXO
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