livros evangélicos: mais de 2500 livros - comparar ... · liza satanás, que está sempre contra...

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Edição Novembro/2007.

Transcrição e CopidesqueJussara Fonseca

RevisãoAna Paula Costa

Capa e DiagramaçãoLuciano Buchacra

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Apresentação

É muito importante a maneira como iniciamos uma caminhada. A Pala-

vra de Deus diz que “há caminhos que aos nossos olhos parecem direitos,

mas que no fim são caminhos de morte” (Provérbios 14.12).

É de fundamental importância entendermos que na Palavra de Deus exis-

tem algumas ilustrações ou alegorias que mostram as realidades espirituais.

Para tudo o que vemos e presenciamos no mundo natural, há um paralelo no

mundo espiritual. E as Escrituras nos mostram essas realidades.

Um desses paralelos que encontramos nas Escrituras está no livro do

Êxodo, que é uma ilustração, ou alegoria, muito marcante sobre o povo de

Deus, que foi escravizado no Egito por quatrocentos e trinta anos. O terrível

sofrimento gerado por esse estado de escravidão levava o povo a gemer, a se

contorcer na alma pelo flagelo infligido por Faraó.

Faraó, na Bíblia, é um símbolo do diabo. Não que a pessoa de Faraó fosse

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um demônio, mas é importante que você tenha esse entendimento alegórico,

uma vez que Faraó se posicionava contra a vontade de Deus. Assim, ele simbo-

liza Satanás, que está sempre contra Deus e seus filhos. O Egito era o lugar do

cativeiro, um lugar de escravidão, por isso ele é um claro símbolo do sistema

do mundo, que escraviza todos os que ainda não se tornaram filhos de Deus

mediante Jesus.

Todos nós fomos escravos de Faraó um dia, antes de entregarmos nossa

vida ao senhorio de Jesus. Talvez você tenha sido um escravo da bebida, da

luxúria, das drogas, do dinheiro, de outras pessoas, do medo, da pornografia

e de tantos outros pecados. Se não fosse o sacrifício de Jesus e nossa entrega

a Ele, ainda estaríamos presos por esses inimigos cruéis, que são comandados

por nosso arquiinimigo, Satanás. Mas muitos, inadvertidamente, negociam

essa liberdade com o diabo. Isso é sério e muito perigoso.

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Uma ordem de Deus

Lemos no verso 1 do capítulo 5 do Livro de Êxodo que, um dia, Deus enviou

Moisés a Faraó com a seguinte ordem: “Deixa ir o meu povo.” Moisés é a

tipificação de Jesus Cristo no Antigo Testamento, isto é, ele é uma figura de Je-

sus. O nome de Jesus tem o significado de Salvador: JESUS – de origem hebraica

ewvwhy Y@howshuwa‘ ou evwhy Y@howshu‘a – Javé é a Salvação e, do grego,

Ihsouv, Iesous – Jeová é a Salvação. E, Cristo, significa ungido, do grego, Xristov,

Christos, ungido. Moisés foi enviado por Deus com uma missão, assim como Je-

sus também o seria. Moisés teria de cumprir o plano de Deus para libertação de

Israel. Deus lhe dera uma palavra de ordem que deveria ser dada a Faraó:

“Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, Deus de

Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.” (Êxodo 5.1).

A mensagem que Moisés deveria entregar a Faraó era de liberdade para

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o povo de Deus. O Senhor estava dizendo que o cativeiro do seu povo já havia

terminado.

“Deixa meu povo ir, para que me celebre uma festa no deserto”. Essa é a

nossa realidade. O deserto simboliza as dificuldades que o mundo nos impõe,

mas quando saímos do Egito, do sistema escravizador do pecado, nós conse-

guimos celebrar o Senhor no deserto. Isso quer dizer que adoramos e glorifi-

camos o Senhor mesmo quando enfrentamos dificuldades. Nosso espírito se

alegra em Deus mesmo em situações adversas.

Embora enfrentemos vários desertos em nossa caminhada terrena, o

deserto não precisa estar em nós. Nossa alma pode estar sofrendo, mas nosso

espírito se regozija na presença do nosso Pai, o Deus todo-poderoso.

Podemos até estar no deserto, mas o deserto não precisa estar em nós.

Quando oferecemos sacrifícios de louvor a Deus, estamos celebrando uma fes-

ta para o nosso Deus no deserto. E isso incomoda o inimigo tremendamente.

Faraó ficou muito incomodado com a ordem que Moisés, a mando de

Deus, lhe dera. Faraó não conhecia o Senhor e se sentiu ultrajado pelo fato de

alguém querer lhe dizer o que ele, o rei, deveria fazer. A resposta que ele deu

a Moisés foi: “Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não

conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel.” (Êxodo 5.2).

Então, irado, Faraó disse: “O povo da terra já é muito, e vós o distraís das

suas tarefas.” E no mesmo dia, ordenou a seus feitores do povo e aos seus capa-

tazes que dessem ainda mais trabalho ao povo:

“Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como

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antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si a palha. E exigireis deles a mesma

conta de tijolos que antes faziam; nada diminuireis dela; estão ociosos e, por isso,

clamam: Vamos e sacrifiquemos ao nosso Deus. Agrave-se o serviço sobre esses

homens, para que nele se apliquem e não dêem ouvidos a palavras mentirosas.”

(Êxodo 5.5-9).

Quando o inimigo se vê pressionado para libertar o cativo, imediatamen-

te, ele inicia o processo de aumentar a pressão das correntes da prisão. O diabo

não quer liberar nenhum dos seus escravos para Jesus, para a verdadeira li-

berdade que encontrarão com o Senhor. Quando estamos evangelizando uma

pessoa, temos de nos preparar com oração e jejum, porque o diabo fará de

tudo para impedir que essa pessoa se entregue a Jesus. Mas, por mais que

Faraó resistisse, o Deus de Moisés era maior do que toda a oposição que ele

fosse capaz de oferecer.

Nós sabemos que não existe maior e mais excelente experiência do que

a graça de sermos livres, da gloriosa realidade de não vivermos sob nenhuma

opressão. Não podemos ser felizes se a opressão está nos sufocando, tirando

o nosso fôlego, aprisionando-nos, roubando nossos sonhos e deixando nosso

coração sem esperança. Muitos pensam estar livres, mas não estão, porque a

liberdade que dizem possuir os aprisiona em vícios e paixões mundanas. Por

isso, Jesus Cristo disse: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis li-

vres; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.36, 32).

Qual é a verdade que liberta? É aquela que eu conheço? É aquela que eu

tomo posse? É aquela que eu aceito?

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Podemos conceber a liberdade como um pássaro que, estando enjaulado,

foi-lhe aberta a porta e ele, saindo por ela, ganhou a sua liberdade. Mas a ver-

dadeira liberdade é aquela proclamada pela Palavra de Deus. Jesus é o único

caminho que o levará a ser verdadeiramente livre. Jesus é a única verdade que

o tornará livre. Jesus é o único que tem o poder de lhe dar a vida em abundân-

cia. Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao

Pai senão por mim.” (João 14.6). A liberdade não é um pensamento ou uma

filosofia, é a realidade da presença de Jesus em nossa vida.

Muitos não sabem o que fazer com a própria liberdade. Passam, então,

a negociá-la e, muitas vezes, fazem isso diretamente com o diabo, o nosso

arquiinimigo.

Cumprindo a determinação de Deus, Moisés ordenaria a Faraó que li-

bertasse o povo de Israel. Entretanto, Faraó não tinha nenhuma intenção de

obedecer àquela ordem divina. É interessante observarmos que ele se mostrou

irredutível em cada um dos encontros que se seguiram, fazendo imediatamen-

te alguma coisa para oprimir ainda mais o povo. Faraó tentava a negociação a

cada encontro. Quando o diabo sabe que já está derrotado, ele quer negociar.

E, sempre, em benefício próprio, com o intuito de levar vantagem, afinal, ele

não quer abrir mão do homem.

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A fúria do inimigo

Ao lermos a respeito da tentação de Jesus no deserto, vemos que o diabo

tentou negociar com Jesus. Preste muita atenção neste texto a seguir:

“A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo

diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o

tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras

se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão vi-

verá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Então, o diabo

o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és

Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu

respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares

nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Se-

nhor, teu Deus. Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos

os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado,

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me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao

Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. Com isto, o deixou o diabo, e eis

que vieram anjos e o serviram.” (Mateus 4.1-11).

O diabo, astutamente, tentava o Senhor Jesus exatamente no seu ego.

Veja bem que ao dizer: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se trans-

formem em pães”, ele estava jogando uma setinha: “Se você diz ser quem é, dê

a ordem, mostre que é o Filho de Deus.” Muitas vezes, quando ouvimos esse

tipo de provocação, o sangue nos sobe à cabeça e perdemos o controle, “en-

fiando os pés pelas mãos”. Mas Jesus não caiu no truque do diabo, não se dei-

xou seduzir pelo jogo daquelas palavras satânicas. Com a sabedoria de quem

verdadeiramente conhece o Pai e sua Palavra, Ele declarava com autoridade:

“Está escrito”. Jesus não negociou com o diabo.

O diabo sempre vai lhe fazer propostas tentadoras, atraentes, mas com o

único intuito de destruí-lo, de minar todos os sonhos que Deus tem para você.

Portanto, é melhor você ser vigilante e rebater as tentações do diabo com a

mesma autoridade que Jesus usou: “Está escrito.”

Satanás vai tentar de tudo para impedir que você aja de acordo com a

vontade de Deus. Satanás não se conforma em perder você, por isso ele vai

tentar negociar com você, mas todas as propostas dele serão apenas “pratos de

lentilhas” para roubar sua bênção. “Que mal existe em adulterar apenas uma

vez? Ninguém vai ficar sabendo!” “Que mal faz dar uns traguinhos no cigarro?”

“Que mal faz você tomar essa bebidinha?” “Esquenta não, ninguém precisa sa-

ber que aquilo é mentira. Afinal, você está ajudando seu amigo com ela.”

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As pessoas dizem que um negócio só é bom quando é bom para as duas

partes, mas em se tratando de negociar com o inimigo nenhuma proposta é

boa.

No livro de Êxodo, do capítulo 5 até 12.38, quando o povo de Deus rece-

beu autorização para sair do Egito, vemos que Faraó tentou barganhar com o

povo de Deus durante todo o tempo. Só faria concessões se sua vontade fosse

satisfeita, mas ainda assim não tinha qualquer intenção de cumprir aquilo que

falava, de cumprir sua palavra. Você acha que o diabo agiria diferente?

Se quisermos viver a realidade do que Deus tem para nós, precisamos ser

irredutíveis em se tratando de negociar os princípios de Deus. Não podemos

fazer concessões para o diabo. Não podemos criar laços com o inimigo, seja de

que forma ele se manifeste. O diabo cria várias facilidades para tentar enga-

nar até mesmo os eleitos de Deus. Se abrirmos a guarda, Satanás encontrará

subsídios para agir em nossa vida e nos destruir. Deus tem o melhor para nós,

um banquete preparado, não precisamos das comidas envenenadas do dia-

bo. Temos de estar unidos a Deus a ponto de não ter sequer um ponto para o

diabo se firmar. Assim como Jesus, precisamos ter autoridade para enfrentar

o inimigo. E Jesus pôde dizer: “Lá está o príncipe deste mundo e ele nada tem

em mim.” (João 14.30).

Jesus estava afirmando: “Eu nunca fiz sequer um ‘negócio’ com ele, e ele

nunca tirou vantagem alguma de mim. Não lhe dei chance alguma. O diabo

não tem nada a reivindicar de mim, porque não fiz nenhum trato com ele.”

Jesus Cristo não vivia oprimido por Satanás. Viva você também a liber-

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dade de poder dizer: “Eu não negocio com o diabo.” Siga o exemplo daquele

que deu a própria vida por você, ensinando-lhe a lidar com as artimanhas do

inimigo.

Faraó queria barganhar com Moisés, por isso ele sempre fazia algumas

concessões, desde que Moisés aceitasse suas condições. Também nós, hoje,

lidamos com as tentativas de negociações do diabo. Entretanto, Deus espera

que sejamos firmes no propósito de cumprir a vontade dele, sempre boa para

nós. Assim, destruiremos as obras do diabo. Seremos pessoas felizes e salvas.

O próprio inimigo está sob o senhorio de Deus. Ele terá de fazer exatamente o

que Deus ordenou, sem negociações, sem barganhas ou concessões.

A vontade de Deus era que seu povo saísse do Egito, por isso Ele disse a

Faraó: “Deixa meu povo ir.” A ordem que o Senhor tem para nós, hoje, é exata-

mente esta: não barganhe com o inimigo nem aceite as concessões que ele faz,

não vibre pensando que obteve algum sucesso na negociação, porque o intuito

dele é somente matar, roubar e destruir. Deus ordenou que Faraó deixasse o

seu povo ir, e não que seu povo barganhasse com Faraó.

O revide

Existe um princípio espiritual neste episódio bíblico: ao enfrentarmos

Faraó para tomarmos algo que nos pertence por direito, o revide vem de ime-

diato. Observe o que aconteceu aos israelitas logo após Moisés ter enfrentado

Faraó:

“Naquele mesmo dia, pois, deu ordem Faraó aos superintendentes do povo

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e aos seus capatazes, dizendo: Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo,

para fazer tijolos, como antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si a palha.”

(Êxodo 5.6-7).

Isso não aconteceu depois de uma semana, ou de um mês, ou de um ano.

Faraó deu essa ordem no mesmo dia. O diabo reage na hora, Faraó não fez por

menos, no mesmo dia em que Moisés reivindicou a ordem de Deus: “Deixa o

meu povo ir”, Faraó deu a ordem: “Eles mesmos que vão e ajuntem para si a

palha.” A vontade de Deus era que seu povo saísse de lá. O povo não era de

Faraó, o povo era de Deus.

O diabo não vai permitir que você se vá sem que deixe alguma coisa para

trás. Ele fará de tudo para que você acredite que ele é bonzinho, que não é essa

coisa que dizem sobre ele.

“E exigireis deles a mesma conta de tijolos que antes faziam; nada dimi-

nuireis dela; estão ociosos e, por isso, clamam: Vamos e sacrifiquemos ao nosso

Deus. Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que nele se apliquem e não

dêem ouvidos a palavras mentirosas.” (Êxodo 5.8-9).

Faraó não deu ouvidos à palavra do Senhor, em vez disso, sobrecarregou

ainda mais os hebreus, aplicando-lhes mais tarefas, exigindo deles a mesma

produção de tijolos sem lhes dar a palha que antes era fornecida para isso.

A escravidão que já era ruim, passara a ficar ainda pior. O povo que traba-

lhava muito, agora, teria de trabalhar muito mais. Eram chicoteados na parte

da manhã e, agora, sofreriam igualmente à tarde. A situação estava muito

pior. Insustentável.

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Os novos convertidos, na prática, são os que mais vivem essas ex-

periências. Talvez, você está nos caminhos do Senhor há muitos anos, já

aprendeu a suportar e vencer essas pressões. Entretanto, quando se trata

de um novo convertido, muitas vezes, ele fica confuso e pergunta: “Por

que depois da minha conversão parece que as coisas se tornaram ainda

piores?” O diabo não quer que a pessoa permaneça em Jesus, por isso

ele faz de tudo para colocar a situação familiar, financeira e profissional

“de pernas para o ar”. Na realidade, isso acontece porque Satanás está

desesperado. Ele está furioso porque sabe que se você for um cristão per-

severante, não haverá concessões ou trato com ele. Por isso, ele fica irado

e gera confusão para ter maior poder de barganha com você. Mas fique

atento, sóbrio e vigilante, alimente-se da Palavra de Deus, intensifique

sua comunhão com Deus, e o diabo não encontrará brechas para destruir

sua fé e levá-lo para o seu covil maligno.

Quando a mensagem de libertação chega, você não precisa mais ser es-

cravo de Faraó. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.32).

Você passa a ter uma nova vida. O inimigo sabe disso e vem com toda fúria e

muita astúcia, exatamente para tentar destruir você. Por isso, o novo conver-

tido precisa muito da cobertura dos irmãos na fé. Ele precisa muito do carinho

e da oração de toda a Igreja. Ele precisa contar com o apoio dos cristãos mais

maduros. Disponha-se a ajudar, a suportar em amor aqueles que ainda são

“bebezinhos” na fé. Somos um Corpo e temos de estar unidos, agindo em prol

uns dos outros.

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Falsa OciOsidade

Logo em seguida, Faraó acusa os filhos de Israel de estarem ociosos. O

ocioso é alguém preguiçoso, que não faz nada. Quando aceitamos Jesus, o

mundo também passa a nos acusar de ociosidade. As pessoas olham e dizem

com maldade: “Que gente ociosa. Este povo não faz nada, não sai da igreja, só

quer saber de ler a Bíblia, de orar e ir ao monte.”

O povo está ocioso, não tem nada para fazer. Vociferou Faraó. Leia de novo

o versículo cinco: “O povo da terra já é muito e vós os distraís de suas tarefas.”

Quantas vezes Faraó se levantou? Todas as pessoas que não têm Jesus,

ainda estão a serviço de Faraó. São eles os portadores das palavras que minis-

tram contra a Palavra de Deus, de palavras malditas sobre a sua vida, como as

do versículo oito: “estão ociosos e por isso clamam”.

Faraó promoveu a idéia de que o povo de Deus é ocioso, então, dizem por

aí que o crente é preguiçoso e que não gosta de trabalhar. Quando você passa

a participar dos cultos, a ir às reuniões de oração, aos estudos bíblicos, as pes-

soas lá fora começam a dizer o seguinte sobre você: “Ele está na igreja porque

não tem nada para fazer, este homem, ou esta mulher está muito esquisito(a).

Está sempre na igreja, não fica mais no bar com a gente, está sempre falando

de Deus, e ainda condena quando a gente conta uma mentirinha. Ele, ou ela,

mudou muito!”

Mas o crente verdadeiro não se intimida nem se ofende com essas pa-

lavras porque ele sabe que essas pessoas não têm o temor de Deus, não têm

Jesus no coração. Elas estão cegas pelo diabo, por Faraó.

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Falácias

Em uma última tentativa, o imperador do Egito, Faraó, tentou induzir o

povo a crer que as palavras que Moisés dissera eram palavras vãs, eram pala-

vras mentirosas. Ele disse: “Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que

nele se apliquem e não dêem ouvidos a palavras mentirosas.” (Êxodo 5.9).

Como resultado de tudo isso, a vida do povo de Israel tornou-se muito

mais atribulada. O serviço, que já era pesado, ficou quase insuportável. A situ-

ação do povo de Deus no Egito era uma condição subumana.

É muito fácil se conhecer um mentiroso. Ele sempre diz assim: “O que

estou falando é a pura verdade. Você pode crer que o que estou falando é ver-

dade.” Ele está muito preocupado em afirmar que suas palavras são verdadeiras;

algo que ele quer fazer o outro acreditar. É como se ele quisesse abrir a cabeça

da outra pessoa e enfiar suas palavras lá dentro. Entretanto, Jesus disse que a

nossa palavra deve ser “sim, sim, não, não, o que disto passar vem do maligno”

(Mateus 5.37).

O que o inimigo quer é que você acredite em suas palavras, em suas fa-

lácias: “O que está prometido neste livro é tudo mentira, a Bíblia é um livro

de mentiras. Você é uma pessoa inteligente, vai cair nessa? Quem escreveu

este livro foi o homem. Vê se Deus vai escrever algo assim? Se você gosta de

ler, tem uma porção de bons livros na biblioteca.” Esses são alguns dos con-

selhos malignos que ouvimos da boca de pessoas que sempre estiveram do

nosso lado. Se dermos ouvidos a essas falácias e as abrigarmos no coração,

nossa fé será abalada. Então, ficará fácil para o diabo agir e nos fazer duvidar

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se realmente Deus é tudo aquilo que ouvimos, se a Bíblia é mesmo a palavra

do próprio Criador.

O propósito do diabo, de Faraó, é impedir que as pessoas ouçam a Palavra

de Deus. Ele sabe que se ela entrar no seu coração e no seu entendimento você

nunca mais aceitará o convite dele para coisa alguma.

a chave certa

A Palavra de Deus tem poder para transformar vidas. Você já observou

que após ter se convertido, você também passou por essas mesmas circuns-

tâncias? Isso acontece porque estamos lidando com o diabo e, nessa situação,

a única arma que ele tem contra nós é a intimidação. Lembre-se: o diabo só se

levanta para cair. Ele só mostra a cara para ser envergonhado. Não precisamos

temer o adversário. Não precisamos temer as suas intimidações; o diabo sabe

que não pode resistir à autoridade que há no nome de Jesus.

Jesus afirmou que as portas do inferno não poderiam prevalecer contra

nós: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha

igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16.18). Você

sabe por que as portas do inferno não podem prevalecer contra nós? Porque

Jesus nos deu as chaves do Reino. Agora, pense sobre esta questão tão pecu-

liar: o que é maior, a porta ou a chave? É claro que a porta é muito maior. E a

porta do inferno é maior ainda. Só que tem um detalhe fundamental: o Se-

nhor nos deu a chave. A chave perto da porta é quase nada, mas a chave certa

sempre prevalece contra a porta. Pode ser um portal imenso e intransponível,

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mas com a chave certa, aquele portal tem de se render a ela. E essa chave é a

autoridade do nome de Jesus.

Assim como a chave certa, incomparavelmente menor, sempre prevalece

sobre a porta, muito maior, o inimigo pode levantar contra nós uma enorme

porta, mas nunca nos vencerá. Ele pode colocar em nosso caminho um portal

enorme, que pode nos parecer intransponível, mas não precisamos temer, por-

que temos a chave que prevalece contra essa porta: o nome de Jesus Cristo. O

inimigo tem a porta, mas nós temos a chave. O inimigo sabe que não poderá

mais nos resistir. Então, como fez com Moisés, ele vai procurar negociar co-

nosco. Diante das intimidações e das pressões, infelizmente, muitos acabam

cedendo e negociando com Faraó.

as pragas

O diabo veio para roubar, matar e destruir e esse será o seu propósito por

toda a eternidade. Ele é intimidador e vai continuar nos fazendo as mesmas

propostas que ele fez para Moisés. Vejamos algumas das propostas que ele fez.

Alguns “negocinhos” que ele apresentou para Moisés.

A primeira proposta está em Êxodo capítulo seis, quando Deus promete

livrar os israelitas. Os versículos 14 a 26 apresentam a genealogia de Moisés e

de Arão. Do versículo 27 ao capítulo 7, dos versículos 1 a 13, Moisés fala nova-

mente a Faraó e, agora, Deus começa a trazer os sinais exatamente para que

o povo pudesse saber que Deus é Deus e para que o inimigo, Faraó, também

viesse a conhecer os propósitos de Deus.

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“Então, Moisés e Arão se chegaram a Faraó e fizeram como o Senhor lhes

ordenara; lançou Arão o seu bordão diante de Faraó e diante dos seus oficiais, e

ele se tornou em serpente. Faraó, porém, mandou vir os sábios e encantadores; e

eles, os sábios do Egito, fizeram também o mesmo com as suas ciências ocultas.

Pois lançaram eles cada um o seu bordão, e eles se tornaram em serpentes; mas o

bordão de Arão devorou os bordões deles.” (Êxodo 7.10-12).

No capítulo 7.14-25, vemos a primeira praga: as águas tornam-se san-

gue:

“Disse o Senhor a Moisés: O coração de Faraó está obstinado; recusa deixar

ir o povo. Vai ter com Faraó pela manhã; ele sairá às águas; estarás à espera dele

na beira do rio, tomarás na mão o bordão que se tornou em serpente e lhe dirás:

O Senhor, o Deus dos hebreus, me enviou a ti para te dizer: Deixa ir o meu povo,

para que me sirva no deserto; e, até agora, não tens ouvido. Assim diz o Senhor:

Nisto saberás que eu sou o Senhor: com este bordão que tenho na mão ferirei as

águas do rio, e se tornarão em sangue. Os peixes que estão no rio morrerão, o rio

cheirará mal, e os egípcios terão nojo de beber água do rio. Disse mais o Senhor

a Moisés: Dize a Arão: toma o teu bordão e estende a mão sobre as águas do

Egito, sobre os seus rios, sobre os seus canais, sobre as suas lagoas e sobre todos

os seus reservatórios, para que se tornem em sangue; haja sangue em toda a

terra do Egito, tanto nos vasos de madeira como nos de pedra. Fizeram Moisés

e Arão como o Senhor lhes havia ordenado: Arão, levantando o bordão, feriu as

águas que estavam no rio, à vista de Faraó e seus oficiais; e toda a água do rio

se tornou em sangue. De sorte que os peixes que estavam no rio morreram, o rio

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cheirou mal, e os egípcios não podiam beber a água do rio; e houve sangue por

toda a terra do Egito. Porém os magos do Egito fizeram também o mesmo com as

suas ciências ocultas; de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os

ouviu, como o Senhor tinha dito. Virou-se Faraó e foi para casa; nem ainda isso

considerou o seu coração. Todos os egípcios cavaram junto ao rio para encontrar

água que beber, pois das águas do rio não podiam beber. Assim se passaram sete

dias, depois que o Senhor feriu o rio.” (Êxodo 7.14-25).

No capítulo 8.1-15, temos a segunda praga: a praga das rãs:

“Depois, disse o Senhor a Moisés: Chega-te a Faraó e dize-lhe: Assim diz

o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. Se recusares deixá-lo ir, eis

que castigarei com rãs todos os teus territórios. O rio produzirá rãs em abundân-

cia, que subirão e entrarão em tua casa, e no teu quarto de dormir, e sobre o

teu leito, e nas casas dos teus oficiais, e sobre o teu povo, e nos teus fornos, e

nas tuas amassadeiras. As rãs virão sobre ti, sobre o teu povo e sobre todos os

teus oficiais. Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a mão com o

teu bordão sobre os rios, sobre os canais e sobre as lagoas e faze subir rãs sobre

a terra do Egito. Arão estendeu a mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs e

cobriram a terra do Egito. Então, os magos fizeram o mesmo com suas ciências

ocultas e fizeram aparecer rãs sobre a terra do Egito. Chamou Faraó a Moisés e a

Arão e lhes disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo; então,

deixarei ir o povo, para que ofereça sacrifícios ao Senhor. Falou Moisés a Faraó:

Digna-te dizer-me quando é que hei de rogar por ti, pelos teus oficiais e pelo teu

povo, para que as rãs sejam retiradas de ti e das tuas casas e fiquem somente no

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rio. Ele respondeu: Amanhã. Moisés disse: Seja conforme a tua palavra, para que

saibas que ninguém há como o Senhor, nosso Deus. Retirar-se-ão as rãs de ti, e

das tuas casas, e dos teus oficiais, e do teu povo; ficarão somente no rio. Então,

saíram Moisés e Arão da presença de Faraó; e Moisés clamou ao Senhor por causa

das rãs, conforme combinara com Faraó. E o Senhor fez conforme a palavra de

Moisés; morreram as rãs nas casas, nos pátios e nos campos. Ajuntaram-nas em

montões e montões, e a terra cheirou mal. Vendo, porém, Faraó que havia alí-

vio, continuou de coração endurecido e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.”

(Êxodo 8.1-15).

No capítulo 8.16-19, temos a terceira praga: a praga dos piolhos:

“Disse o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende o teu bordão e fere o pó da

terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito. Fizeram assim; Arão

estendeu a mão com seu bordão e feriu o pó da terra, e houve muitos piolhos nos

homens e no gado; todo o pó da terra se tornou em piolhos por toda a terra do

Egito. E fizeram os magos o mesmo com suas ciências ocultas para produzirem

piolhos, porém não o puderam; e havia piolhos nos homens e no gado. Então,

disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. Porém o coração de Faraó se

endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.” (Êxodo 8.16-19).

No capítulo 8.20-24, temos a quarta praga: a praga das moscas:

“Disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo e apresenta-te a

Faraó; eis que ele sairá às águas; e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu

povo, para que me sirva. Do contrário, se tu não deixares ir o meu povo, eis que eu

enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus oficiais, e sobre o teu povo,

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e nas tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, e também

a terra em que eles estiverem. Naquele dia, separarei a terra de Gósen, em que

habita o meu povo, para que nela não haja enxames de moscas, e saibas que eu

sou o Senhor no meio desta terra. Farei distinção entre o meu povo e o teu povo;

amanhã se dará este sinal. Assim fez o Senhor; e vieram grandes enxames de

moscas à casa de Faraó, e às casas dos seus oficiais, e sobre toda a terra do Egito;

e a terra ficou arruinada com estes enxames.” (Êxodo 8.20-24).

Ficar nO egitO

Na quarta praga, Faraó estava apanhando muito. Ele sabia que tinha de

deixar o povo ir desde o início, mas não queria abrir mão. Nesta quarta praga,

então, quis fazer um negócio com o povo: “Chamou Faraó a Moisés e a Arão e

disse: Ide, oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra.” (Êxodo 8.25).

A primeira proposta que Faraó fez, sugeria que o povo servisse a Deus

desde que não saísse do Egito. O nosso adversário, no mundo espiritual, não

se importa quando servimos a Deus no Egito. Entretanto, esta política da boa

vizinhança entre a casa de Deus e o mundo tem sérias implicações: Em primei-

ro lugar, cria o precedente perigosíssimo de que não precisamos da igreja para

servir a Deus. A proposta de Faraó é: Você quer servir a Deus, sirva aqui mesmo

no Egito, no sistema do mundo.

Ouvimos, muitas vezes, as pessoas nos dizerem: “Para quer ir à igreja?

Você pode ler a Bíblia, orar em casa mesmo. É mais confortável. O pastor da

igreja fala para você ir lá porque ele quer arrancar alguma coisa de você. Preste

25

atenção, heim, cuidado!” Mas Deus nos diz para não deixarmos de congregar

como é costume de alguns (Hebreus 10.25).

A palavra “igreja”, significa eclésia que, por sua vez significa “os chama-

dos”, “os que saíram”. Agora, preste bem atenção a esta sutil proposta de Faraó:

“Você pode servir a Deus no Egito, não precisa sair, pode ficar aqui mesmo.” O

inimigo usa pessoas para tentar nos convencer de que podemos servir a Deus

em nossa casa, sem prejuízo algum da nossa fé ou da nossa vida espiritual.

Eles dizem: “Você pode ser crente em casa, os cultos chegam até você pela te-

levisão, pelo rádio, você pode até abrir uma Célula dentro de sua casa, veja só

que bênção isso será.”

“Você não precisa sair de casa.” Isso não foi o que Deus disse. Os cultos do-

mésticos são uma bênção. Os cultos pela televisão são uma bênção. Ouvir cul-

tos pelo rádio é uma bênção, mas isso não foi a ordem que Deus nos deixou.

As coisas começam exatamente desta forma, com um “negocinho” como

esse, ou seja, eu posso ser crente sem ir à igreja, eu vou orar em casa, eu vou

participar do culto em casa. Você tem mesmo de ser um crente dentro de casa.

Você precisa orar dentro de casa. Seu testemunho é fundamental no seio da

sua família, mas não é só isso que Deus quer. Se fosse para ser assim, Ele não

teria dado a ordem para construir o templo. Não teria tenda alguma no meio da

congregação. Por mais que você seja íntegro com a Palavra e tenha o coração

repleto de Deus, não é se afastando da igreja que você obedecerá ao Senhor. É

importante congregar em uma igreja e estar sob cobertura espiritual.

As artimanhas do inimigo são muito sutis. O engano tem “cara de verda-

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de”. O erro pode ser tão claro e descarado que chega enganar o mais preparado.

É exatamente assim que o inimigo sugere: você pode servir a Deus, mas não

precisa ir para a igreja. Você pode ser crente, mas não precisa ser membro de

uma igreja.

O mesmo acontece quando alguém vive amasiado e diz: “Eu não preciso

me casar, se eu me casar, o que vai mudar? Será que ela vai cozinhar melhor?

Será que ele vai ser mais compromissado? Será que ela vai cuidar melhor de

mim? Será que ele vai ser mais carinhoso? Será que a nossa vida sexual vai

mudar para melhor? Um papel não vai mudar nada.” Mas quero lhe dizer uma

coisa: Muda sim! Muda tudo! É o compromisso, é a aliança, é o pacto que passa

a existir. Assim, também, é a questão da vida da igreja.

A princípio, a sugestão de Faraó ao dizer: “Olha, vocês podem servir a

Deus, mas não precisam sair do Egito, vocês podem ficar aqui. Vocês podem

ficar sob as leis do Egito e debaixo das minhas orientações. Aqui, no Egito,

vocês têm toda liberdade para cultuar a Deus, mas do meu jeito”, até que soa

como uma proposta cordial. Parece que o convite é sincero e leal. Mas basta

confrontá-la com a Palavra de Deus para perceber o quanto sutil e vil ela é.

Ela é demoníaca porque estabelece o conceito de que podemos, ao mesmo

tempo, servir a Deus e ao mundo, que não há necessidade de haver separação.

Você pode ser crente, mas não precisa ser fanático. O pai da desobediência diz

que para receber as bênçãos de Deus não há maneira nem lugar próprio, por

isso você pode continuar morando no Egito. O inimigo quer, de todas as manei-

ras, que você entre pelo caminho espaçoso da perdição (Mateus 7.13).

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A primeira proposta foi: Fique no Egito, sirva a Deus aqui mesmo. Ou seja,

você pode ser crente, mas, cuidado, aquele povo é fanático, não entre por esse

caminho.

clientes versus adOradOres

Por último, a política da boa vizinhança entre a Casa de Deus e o mundo

fortalece a idéia de que a igreja é, simplesmente, uma prestadora de serviços

espirituais. E, por terem abraçado essa visão, muitas igrejas, hoje, correm atrás

de “clientes”, fazendo-lhes propostas mirabolantes. Com isso, há uma compe-

tição acirrada com as concorrentes. Muitas vezes, as pessoas ficam confusas

porque, ao ligarem a televisão ou o rádio, ouvem: “Se você está precisando

de oração, nós vamos orar por você. Se você não tem fé, não se preocupe, nós

temos fé para você. Nossa oração é forte. Nossa oração afasta a energia nega-

tiva, o encosto, o mal olhado. Afasta qualquer praga e maldição lançada contra

sua vida financeira e sentimental. Se você está precisando de libertação, venha

para nossa igreja, porque aqui nós pisamos na cabeça do diabo.” Essas igrejas

estão buscando “clientes”, não verdadeiros adoradores.

As coisas na igreja não funcionam assim, é muito diferente. Alguém pode

até deslumbrar-se com esse tipo de igreja e dizer que ela é maravilhosa. O pro-

blema é que a igreja não é uma prestadora de serviços espirituais. É fato que nós

devemos orar pelas pessoas e libertá-las em nome de Jesus. É nosso dever orar e

curá-las em nome do Senhor. Mas tudo isso deve ser feito dentro de uma igreja

que tenha compromisso com Deus e relacionamentos sinceros com os irmãos.

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cOmprOmissO e relaciOnamentO

Precisamos acabar com esta mentalidade de que a igreja é uma prestado-

ra de serviços espirituais. As pessoas têm vindo à igreja, mas querem apenas a

prestação de serviços. E, se o serviço não for do jeito que elas querem, elas vão

para outra igreja “concorrente”.

A verdadeira concepção da Igreja de Jesus não é assim. A Igreja, na sua

concepção genuína, são as pessoas que se entregam a Jesus e sobre as quais

Deus derrama a sua bênção. A Igreja é a família de Deus. E o templo é a casa

onde se reúne o povo de Deus. O salmista disse:

“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precio-

so sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de

suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali,

ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre.” (Salmos 133.1-3).

Nós, os chamados, precisamos ter a compreensão do resgate e o enten-

dimento real e bíblico de Igreja para que possamos viver como tal. Precisamos

ter compromisso e relacionamento com nossos irmãos. Se todo tipo de oração

e ministração for feita sem fidelidade a Deus, sem compromisso com a Palavra

de Deus e sem compromisso com o discipulado, correremos sérios riscos.

É muito bom abençoarmos as pessoas, mas existe algo muito importan-

te que precisamos entender: as coisas espirituais nunca são neutras. Muitos

podem pensar que uma simples oração com imposição de mãos é sempre

bem-vinda, afinal, “se não fizer bem, mal também não faz”. Entretanto, veja

o que Jesus diz:

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“Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, pro-

curando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí.

E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo

outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado

daquele homem se torna pior do que o primeiro.” (Lucas 11.24-26).

Nesta passagem, Jesus deixa bem claro o que acontece quando oramos

por alguém, expulsamos o demônio que a estava oprimindo, mas ela não ocu-

pa o seu coração com Deus. Depois que o demônio sai de uma pessoa, ele anda

por lugares áridos, não achando repouso, ele volta para sua antiga residência

e a encontra ornamentada, mas vazia. Então, ele traz consigo outros sete de-

mônios piores do que ele, e o último estado daquela pessoa se torna pior que o

anterior. Isso é muito sério. Ao orarmos por uma pessoa, precisamos acompa-

nhá-la e discipulá-la com compromisso e relacionamento para que ela se firme

em Jesus e não dê espaço para espíritos piores do que os que estavam nela.

É muito sério desejar apenas uma oração de libertação e não querer um

compromisso correspondente com Deus. Por isso, fazer propaganda para se

conquistar “clientes” e não verdadeiros convertidos é um grande perigo. Vai

aqui uma advertência: se a casa não for ocupada pelo Espírito de Deus e pela

Palavra de Deus, o inimigo com certeza voltará, e a situação daquela pessoa

ficará pior, muito pior do que antes.

a revelaçãO da letra

Deus, por meio de Jesus, “nos habilitou para sermos ministros de uma nova

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aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifi-

ca” (2 Coríntios 3.6). Se lermos a Palavra de Deus sem a revelação do Espírito

Santo, podemos nos tornar apenas leitores e não receptores das bênçãos de

Deus. Existem pessoas que morrem na fé porque se transformam em um inte-

lectual da Palavra do Senhor, ou seja, vê a Palavra apenas como letra. Assim,

perdem a comunhão e a vida que emana da Palavra do Senhor.

Em Levítico 10, lemos a história de Nadabe e Abiú; dois jovens que

queriam fazer a obra de Deus sem o temor e a santidade devidos. Qual foi o

resultado disso?

“Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puse-

ram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face

do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os

consumiu; e morreram perante o Senhor.” (Levítico 10.1-2).

Ambos morreram diante de Deus. Ser conhecedor apenas da letra da

Palavra não gera vida, pelo contrário, traz morte. Conhecer apenas a letra é

se tornar um religioso, um cumpridor de rituais mecânicos. É ser um arquivo

morto onde se colocam as coisas que não se utilizam mais, que lá ficam esque-

cidas até que se precise consultar alguma coisa de lá. Deus não quer isso, Ele

quer que sejamos a Palavra viva dele aqui na Terra. Proclamando e exercendo

a autoridade que Ele nos outorgou. Em Atos, no capítulo 5.1-10, lemos o caso

de Ananias e Safira, um casal da Igreja primitiva, cujo único pecado foi ofertar

a Deus de modo religioso, com o coração envolvido na mentira. Resultado:

ambos morreram fulminados pelas mãos de Deus.

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Em 1 Coríntios 11.28-30, Paulo nos exorta sobre a seriedade de participar

da mesa do Senhor:

“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do

cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis

a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.”

(1 Coríntios 11.28-30).

Muitos que não tiveram temor de Deus transformaram o momento da

celebração da Ceia do Senhor em um espetáculo meramente religioso, sem se

importarem com o verdadeiro sentido dessa celebração. Eles se importaram

apenas consigo mesmos. Paulo enfatiza que isso provocou tanto o enfraqueci-

mento e a enfermidade de muitos quanto a morte de outros tantos. Eles toma-

ram a Ceia do Senhor de modo ilícito, como se fosse apenas um ato litúrgico.

Esses exemplos são suficientes para nos convencer de que não há neutralidade

no mundo espiritual, e sim morte e vida.

Faraó não dá a mínima importância se a pessoa serve a Deus, desde que

ela continue no Egito. Ele não se importa se vamos receber oração, desde que

continuemos debaixo do seu jugo. Ou seja, ele faz a sujeira, então a pessoa

ora limpando o lugar. Como não há compromisso nem relacionamento com

Deus, ele envia outros sete espíritos malignos piores do que o primeiro para

atormentar a vida dessa pessoa. Esse é o “negocinho” dele.

Você pode ler a Bíblia desde que esteja vendo só a letra. Você pode ter

toda dedicação à obra de Deus, desde que ainda esteja no Egito. O inimigo não

se importa se entregamos nossas ofertas, desde que façamos como Ananias

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e Safira, de maneira religiosa e mentirosa. Ele sabe que tudo que fizermos,

segundo o padrão deste mundo, resultará em morte. Não podemos fazer ne-

gócios de espécie alguma com Faraó. Se quisermos servir a Deus, verdadei-

ramente, temos de fazê-lo fora do Egito. A primeira barganha de Satanás foi

esta: Vocês podem servir a Deus aqui no Egito. Para muitos, essa concessão

era uma grande maravilha, afinal, veio de Faraó. Mas Moisés, um símbolo de

Jesus, disse: “Eu não aceito isto.”

mOrnOs

A segunda proposta de Faraó foi ainda mais sutil:

“Então, disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que ofereçais sacrifícios ao Se-

nhor, vosso Deus, no deserto; somente que, saindo, não vades muito longe; orai

também por mim.” (Êxodo 8.28).

A astúcia de Faraó é impressionante! Preste atenção às palavras que ele

diz: “Está bem, eu vou deixar vocês saírem para que sirvam ao seu Deus fora do

Egito, mas não muito longe. Sirvam aqui por perto, na fronteira, assim vocês

podem voltar a hora que quiserem. Vocês podem ser crentes, mas não pre-

cisam ser tão crentes assim. Vocês não precisam ir tão longe. Cuidado com o

fanatismo, não sejam tão exagerados, não sejam tão extremistas.”

Na verdade, por mais que nos esforcemos para ser equilibrados, ainda cor-

remos o risco de sermos apenas cristãos mornos, sobre os quais Jesus disse estar a

ponto de vomitá-los da sua boca (Apocalipse 3.16). Devemos buscar o equilíbrio

em tudo, mas não podemos confundir o equilíbrio relacionado a harmonia, mo-

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deração, prudência e domínio próprio com a igualdade, absoluta ou aproximada,

entre forças opostas. O domínio próprio é uma manifestação do fruto do Espírito,

mas, no mundo espiritual, a igualdade entre forças opostas está relacionada com

tentar estar bem com Deus e o diabo. A água morna é sempre agradável ao to-

que, assim, um cristão morno não incomoda ninguém. Ele convive bem com as

coisas malignas e ninguém desconfia de que ele é um cristão.

O equilíbrio que deve ser o padrão de cada crente deve ser buscado na Pa-

lavra de Deus e na intimidade com Ele. Este equilíbrio está diretamente ligado

à constância da nossa fé. Não podemos ser pessoas inconstantes, cuja fé um

dia está do tamanho do mundo, no outro, ela nem existe. Um dia, estão felizes

ao extremo, no outro, em profunda depressão. O equilíbrio é fundamental para

que sejamos sérios ao lidar com as coisas de Deus no nosso ministério e em

tudo mais em nossa vida.

Mornidão e cristão, apesar da rima, não se combinam de modo algum.

Ser cristão é tornar-se radical, inflexível e intransigente no que diz respeito à

Palavra de Deus. Ser cristão é estar comprometido com a pureza, com a santi-

dade, com a integridade do Senhor. Nesse sentido, Jesus Cristo foi radical. Ele

disse que “ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de

um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir

a Deus e às riquezas” (Mateus 6.24). E também: “Quem não é por mim é contra

mim; e quem comigo não ajunta espalha.” (Mateus 12:30.)

No mundo espiritual, não há meio termo, ou somos de Deus ou somos

do diabo. E a fala sutil do inimigo continua: “Não vá longe demais nesse negó-

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cio de igreja. Você pode ser crente, mas não seja assim um crente tão radical.

Você não precisa radicalizar.” Como é triste ver irmãos negociando com o dia-

bo, dizendo ser de Canaã, mas vivendo no Egito. Dizem que não pertencem

ao sistema deste mundo, mas também não entraram em Canaã. Na verdade,

enganam a si mesmos, pois como já vimos, não existe meio termo quando se

trata de Deus e do diabo.

Precisamos chegar ao nosso destino final. E isso só é possível mediante a

oração, os dons, a Palavra, o evangelismo e o poder do Espírito Santo em cada

cristão. Não há possibilidade de se pegar “carona” com um crente fervoroso

para entrar em Canaã. Para nos apossarmos de Canaã não podemos ter ne-

nhum tipo de negociação com o inimigo.

Ainda há tempo para se renunciar à mornidão, ao cristianismo de fa-

chada, apenas de aparência, quando no íntimo ainda existe aquele desejo

de agradar ao mundo. Não estou dizendo que temos de ser antipáticos ou

desajustados emocionalmente. Estou me referindo à integridade na fé.

Refiro-me à coerência entre nosso discurso e nossas atitudes. Assim, quan-

do dissermos: “Eu quero servir a Deus custe o que custar”, não deixaremos

qualquer espaço, por menor que seja, para que o diabo queira negociar co-

nosco. Refiro-me a ser verdadeiros quando dissermos: “Aplicarei meu tempo,

meu dinheiro, minhas energias, minhas habilidades para a expansão do Reino

de Deus, para a edificação da Igreja do Senhor.” Não faça negócios com Fa-

raó. Prossiga com Deus para o prêmio da sua soberana vocação (Filipenses

3.13-14).

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A primeira proposta, ou barganha, foi: “Você pode servir, mas aqui no

Egito.” Moisés disse: “Não! Isso não serve para mim.” A segunda proposta que

Faraó fez foi: “Tudo bem, vocês podem ir, mas não vão muito longe. Você pode

ser crente, mas não um crente muito dedicado, muito santo. Veja, essa irmã se

veste como uma crente, esse irmão só fala a verdade, nunca fala mentira. Não

precisa ser um crente assim, não precisa ir tão longe.”

36

37

Resistindo ao inimigo

A terceira proposta de Faraó veio antes que a oitava praga viesse:

“Apresentaram-se, pois, Moisés e Arão perante Faraó e lhe disse-

ram: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Até quando recusarás humilhar-te

perante mim? Deixa ir o meu povo, para que me sirva. Do contrário, se recusares

deixar ir o meu povo, eis que amanhã trarei gafanhotos ao teu território; eles

cobrirão de tal maneira a face da terra, que dela nada aparecerá; eles comerão o

restante que escapou, o que vos resta da chuva de pedras, e comerão toda árvore

que vos cresce no campo; e encherão as tuas casas, e as casas de todos os teus

oficiais, e as casas de todos os egípcios, como nunca viram teus pais, nem os teus

antepassados desde o dia em que se acharam na terra até ao dia de hoje. Virou-

se e saiu da presença de Faraó.” (Êxodo 10.3-6).

Faraó, então, fez uma outra proposta muito sutil. Ele disse assim: “Vocês

podem ir, podem levar o povo até para bem longe, mas as famílias devem ficar

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aqui. Você pode ir sozinho, mas deixe sua família comigo. Deixe sua esposa co-

migo, deixe seus filhos comigo. Vá sozinho. Cada um por si e Deus por todos.”

“Então, os oficiais de Faraó lhe disseram: Até quando nos será por cilada

este homem? Deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor, seu Deus. Acaso,

não sabes ainda que o Egito está arruinado? Então, Moisés e Arão foram conduzi-

dos à presença de Faraó; e este lhes disse: Ide, servi ao Senhor, vosso Deus; porém

quais são os que hão de ir? Respondeu-lhe Moisés: Havemos de ir com os nossos

jovens, e com os nossos velhos, e com os filhos, e com as filhas, e com os nossos

rebanhos, e com os nossos gados; havemos de ir, porque temos de celebrar festa

ao Senhor.” (Êxodo 10.7-9).

O que Moisés disse? “Todos nós temos de ir. Toda a família, ninguém fi-

cará para trás!” Minha oração é para que você que está lendo este livro seja

esta pessoa. Uma pessoa que não barganha com o inimigo: “Eu vou servir ao

meu Deus e tudo que é meu vai comigo. Vou levar minha família, meu gado,

meu rebanho, o meu povo. Em outras palavras: vai o meu trabalho, as minhas

riquezas. Levarei tudo, não deixarei nada no Egito.”

“Replicou-lhes Faraó: Seja o Senhor convosco, caso eu vos deixe ir e as crian-

ças. Vede, pois tendes conosco más intenções. Não há de ser assim; ide somente

vós, os homens, e servi ao Senhor; pois isso é o que pedistes. E os expulsaram da

presença de Faraó.” (Êxodo 10.10-11).

Porque Faraó deixaria apenas os homens irem? Ao fazer isso, ele estaria

desestruturando o lar. Tirar do lar a figura do pai é o mesmo que transtornar

uma família. Uma família desorganizada não tem força alguma, não tem

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unidade, sem a qual não há a força necessária para se vencer as dificuldades

do dia-a-dia. Por que os homens? Porque o homem é o provedor da casa. É

verdade que, hoje, as mulheres também trabalham fora de casa e ajudam no

orçamento familiar. Mas foi ao homem que Deus deu essa incumbência. O Se-

nhor criou a mulher para ser a ajudadora do homem, não a provedora da casa.

Muitas mulheres têm acumulado os seus papéis e os dos homens, e isso lhes

tem causado estresse e enfermidades. E o diabo se aproveita de tudo isso para

minar a fé que sustenta homens e mulheres.

Satanás tem usado a sua sutileza para enganar o homem. E, enganan-

do-o, torcendo as palavras, consegue fazer muitos “negocinhos” com ele. Nós

não fomos chamados para negociar com o diabo. É tudo ou nada! Isso é muito

forte.

lar sem rei

Para nos impedir de sair do Egito, Faraó vai continuar apelando para a

intimidação. Nós, porém, precisamos fazer nossas as palavras de Josué, que

não se intimidou com as sutilezas de Satanás, ele disse:

“Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais:

se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou

aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos

ao Senhor.” (Josué 24.15).

Hoje, são mais as mulheres que afirmam isto: “Eu e a minha casa servi-

mos a Deus”. Mas sobre você, homem, está a tríplice unção do fundamento

40

da família. Deus o criou para ser o líder da sua casa. Você não é o chefe, não é

o mandão; você é o líder. O líder que recebeu de Deus a autoridade para um

ministério tríplice como profeta, sacerdote e rei. Como rei para governar a casa,

como sacerdote para apresentar sua família ao coração de Deus e como profeta

para trazer Deus para a sua casa.

Quando o homem é ausente na família, essa casa não tem rei, não tem

sacerdote e não tem profeta. Quantos filhos crescem sem esse referencial,

quantas esposas choram a ausência do marido! Infelizmente, muitos homens

têm deixado o diabo lhes roubar os próprios filhos. Temos de nos posicionar

para lutar e defender o nosso direito de servir a Deus com toda a nossa família,

sem qualquer ingerência do diabo.

Precisamos nos lançar aos pés do Senhor e dizer com ousadia: “Ou Deus

faz ou eu morro, mas não abrirei mão da minha família. Minha casa servirá ao

Senhor.” Hoje, de quantos homens podemos ouvir isso?

Não podemos negociar com o diabo, porque fazer “negocinhos” com ele é

tirar a única esperança que a nossa família tem de salvação. Hoje, neste exato

momento, você, pode se arrepender de ter feito algum tipo de “negocinho”

com o diabo. Proclame para ele ouvir: “Minha família servirá ao Senhor.”

Talvez você seja um daqueles pais que vai à igreja sozinho. Talvez você

tem permitido que seu filho adolescente chegue em casa de madrugada; você

não sabe ao certo quais são suas amizades, mas não faz nem diz nada. Pai,

você tem autoridade sobre seus filhos. É preciso colocar regras. Ter hora para

chegar em casa, para estudar etc. Você tem o privilégio de ir à casa do Senhor,

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mas tem deixado seus filhos para trás? Por quê? Seja amigo do seu filho, seja

amigo dele antes que um traficante se torne o “melhor” amigo dele. Acompa-

nhe seu filho, beije-o. Diga para ele: “Filho, eu quero um presente seu, mas

não quero uma meia ou um sapato, eu quero que você vá à igreja comigo no

domingo.”

Querido, enquanto você não puder dizer “eu e a minha casa servimos ao

Senhor”, chore, arrependa-se, porque o Senhor está de braços abertos para

você. Ele quer guardá-lo e anseia por ter sua família em seus braços também.

Quantas vezes, os filhos não se convertem porque o marido e a mulher, em

casa, não dão testemunho de que são crentes? Brigas, xingamentos, mentiras.

Palavras duras e impiedosas. O marido sem nenhum afeto pela esposa e vice-

versa. Quantas vezes, o filho vê o pai dormindo no sofá da sala em vez de estar

dormindo com a esposa? Ele vê isso e cresce com esse ensinamento do mundo,

do diabo. E o que ele vai pensar é: “O casamento é isso?” Existem milhares de

pessoas que têm duas caras: uma para ir à igreja e outra para viver fora da

igreja. Elas têm dois tipos de vida: uma na igreja e outra fora da igreja.

Você está dirigindo e, de repente, alguém lhe fecha. Imediatamente você

solta um palavrão, xinga, esbraveja, faz gestos obscenos. Ou está dentro do

ônibus, e o motorista dá uma freada brusca e alguém pisa no seu pé. Então,

você resmunga praguejando e dizendo palavras de baixo calão? Esse é o pala-

vreado do mundo. Não se fala manso no Egito.

Faraó não desiste de barganhar com você. Por isso é que a Bíblia diz para

“não darmos lugar ao diabo” (Efésios 4.27). Se você abrir a porta, ele vai entrar

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e barganhar com você. Portanto, você tem de ser radical, nem converse. Há

pessoas que ficam querendo barganhar. Nada disso! Seja radical.

a quarta prOpOsta

A quarta proposta que Faraó fez foi: “Sirvam a Deus, mas deixe os bens

fora disto.” “Então, Faraó chamou a Moisés e lhe disse: Ide, servi ao Senhor. Fi-

quem somente os vossos rebanhos e o vosso gado; as vossas crianças irão tam-

bém convosco.” (Êxodo 10.24).

Faraó disse que as crianças também poderiam ir. Aliás, todos poderiam ir,

mas os bens deveriam ficar no Egito. O povo havia trabalhado durante quatro-

centos e trinta anos. Eles não tinham salário e apanhavam muito. Aquele pou-

quinho que conseguiram ajuntar durante esse tempo todo se tornara muito.

Era muita coisa. Satanás, então, na pessoa de Faraó, diz: “Vocês podem ir, mas

não levem a riqueza de vocês.” Moisés, porém, respondeu:

“Também tu nos tens de dar em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que

ofereçamos ao Senhor, nosso Deus. E também os nossos rebanhos irão conosco,

nem uma unha ficará; porque deles havemos de tomar, para servir ao Senhor,

nosso Deus, e não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que che-

guemos lá.” (Êxodo 10.25-26).

Não precisamos negociar coisa alguma com o diabo. Você não precisa

aceitar a idéia de que Deus quer a pobreza e a miséria para você. Faraó fez tudo

para impedir que o povo levasse os seus bens, mas Deus fez mais: fez com que

cada egípcio presenteasse os hebreus com ouro e com prata.

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“Fala, agora, aos ouvidos do povo que todo homem peça ao seu vizinho, e

toda mulher, à sua vizinha objetos de prata e de ouro. E o Senhor fez que o seu

povo encontrasse favor da parte dos egípcios; também o homem Moisés era mui

famoso na terra do Egito, aos olhos dos oficiais de Faraó e aos olhos do povo.”

(Êxodo 11.2-3).

Penso que seja esta mesma atitude a que Deus espera de nós, hoje: não

ceder um centavo sequer para o diabo. Devemos servir a Deus com todos os

nossos bens. O diabo diz: “Você vai sair daqui com uma mão na frente e outra

atrás.” Mas você não deve ceder: “Não, eu não vou aceitar isto. Nunca!” O Senhor

nos garante em sua Palavra que o justo jamais mendigará o pão: “Fui moço e já,

agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência

a mendigar o pão.” (Salmos 37.25). Fazer “negocinho” com o diabo é entregar

nas mãos dele o que Deus tem nos dado.

Temos aprendido que a verdadeira prosperidade não é apenas morar em

uma mansão ou ter um carro importado. Prosperidade é, antes de tudo, a ausên-

cia de necessidades. É ter para suprir todas as suas necessidades e ter para suprir

as necessidades de outras pessoas também. É ter a bênção de Deus em tudo.

servindO cOm Os bens

Muitas pessoas já saíram do Egito e, agora, estão com suas famílias longe

das garras de faraó, entretanto, seus bens ainda não estão servindo ao Senhor.

Uma das armas mais poderosas para se derrotar o diabo em nossa vida finan-

ceira é servir a Deus com os nossos bens.

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“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na

minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as

janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa,

repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide

no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.” (Malaquias 3.10-11).

A maneira bíblica de vencer Faraó na questão financeira é entregarmos

todos os nossos bens ao Senhor. Não estou dizendo que você deva, agora, pe-

gar tudo o que tem e entregar tudo para a igreja. Deus pode até me pedir tudo,

e se Ele mandar, eu darei. Mas não é isso que Ele está dizendo aqui. O que Ele

nos ensina em sua Palavra é que devemos servi-lo com os nossos bens, com o

fruto do nosso trabalho. Levar o dízimo à Casa do Tesouro, que é a igreja. Deus

é tão claro nisso que Ele diz para você prová-lo nisto: “[...] se eu não vos abrir as

janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.”

Eu sempre separo meus dízimos e minhas ofertas. E, confesso, o diabo

sempre tem me tentado. Faraó me tenta, dizendo: “Olha, Márcio. Olha para

a sua situação financeira; como você vai fazer isso? Você tem de pagar aquilo

ali e tem aquele outro compromisso que já venceu, e você não pode deixá-la

para depois. O seu nome vai parar no serviço de proteção ao crédito, heim!” Eu,

contudo, não barganho com o diabo. Quando entregamos nossas ofertas, des-

tronamos Faraó e, o mais importante, abrimos as portas para que as bênçãos

financeiras venham sobre nós.

Quando paramos para analisar as propostas de Faraó, descobrimos que

o inimigo sempre cede, mas ele nunca cede tudo de uma vez, ela vai cedendo

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aos poucos. Por isso precisamos permanecer na posição correta. Tomarmos

posse de cada parte da herança que nos pertence. Pare de negociar com Faraó,

não aceite nenhuma de suas propostas. Este é o momento de lembrarmos de

que Cristo em nós, a esperança da glória (Colossenses 1.27)!

maiOr suprimentO

“Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em

tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Dis-

tribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá

semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa

sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para

toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a

Deus.” (2 Coríntios 9.8-11).

Paulo nos ensina nesse texto que quando entregamos nossos bens nas

mãos do Senhor, Ele nos dá um suprimento ainda maior. Ou seja, quanto mais

eu entrego os meus bens nas mãos do Senhor, mais Ele me devolve. E isso para

que lhe seja sempre dada a honra devida.

Quando servimos a Deus, estamos vivendo sob as leis de Deus. O diabo

quer que deixemos a Palavra de Deus aberta em uma estante adornada de

vasinhos de flor. O inimigo sabe que se passarmos a conhecer a Palavra de

Deus, não negociaremos com ele. Uma das armas do diabo é tornar o povo

ignorante e inculto. Assim, esse povo pode ser manipulado com maior fa-

cilidade.

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“Sirva, mas falando o meu idioma, o idioma do Egito.” O idioma do Egi-

to é a murmuração, é falta de visão e de fé. Quando murmuramos, estamos

dizendo que Deus não pode fazer nada, que Ele se esqueceu de nós. Quando

estamos no mundo, a nossa visão fica embotada. Não conseguimos enxergar

claramente o propósito de Deus para nossa vida. Assim, ficamos à mercê do

que o mundo nos apresenta. E se perdermos nossa bandeira, a direção já não

será tão clara, e a fé em Deus, uma lembrança de um passado remoto.

“Sirva a Deus no mundo”, sugere Faraó. O prazer do mundo é como comer

lixo. Se aceitar as ofertas do mundo, você estará comendo lixo. As drogas, o

consumo desenfreado, a gulodice e a maledicência. Comemos lixo quando nos

colocamos diante da televisão para assistir novelas escritas por autores que

não têm um pingo de temor a Deus. Ensinam todo tipo de lixo, e você está lá,

muitas vezes, torcendo para que o mal aconteça.

Moisés disse: “Não.” Faraó então replicou: “Pode sair do Egito, mas não vá

muito longe. Você pode ser crente, mas não precisa ser tão crente assim.” Jesus

é o nosso modelo, não Faraó. Ele foi tão longe que ficou nos braços do Pai. E

você? Quer as falácias de Faraó ou os palácios de Deus?

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Bênçãos especiais

Deus tem sido gracioso e amoroso conosco. Se dissermos com toda

sinceridade e agirmos consoante a esta verdade em nosso coração:

“Tudo que tenho pertence ao Senhor”, então, teremos a plena compreensão do

que é ser dizimista e ofertante fiel ao Senhor e experimentaremos as bênçãos

advindas disso.

É verdade que Deus não olha o quanto ofertamos, mas o quanto a oferta

nos custa. Na verdade, Ele quer conhecer o nosso coração. Quer saber se somos

realmente desprendidos para com Ele, se somos abençoadores ou retentores

de bênçãos. Água parada apodrece. Tudo que fica estagnado acaba morrendo.

Se os rins pararem de funcionar, teremos sérias complicações. Se não houver

um transplante, morreremos. Como o Mar Morto, que recebe as águas do Jor-

dão, mas não espalha as bênçãos vindas dele. Resultado, não há vida no Mar

Morto.

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Com o fruto do nosso trabalho também é assim, se não devolvermos o

que é de Deus, estamos retendo o que não é nosso. Então, o que é para ser

bênção na igreja, acaba por virar miséria em nossas mãos. Reter bênçãos é

fabricar maldições. Por isso, o Senhor nos mostra o caminho para termos o

fluir constante de suas bênçãos em nossa vida. Dê para que lhe seja dado. O

diabo quer que você segure, porque retendo a bênção, você morrerá com ela.

Esse é o papel do diabo, e ele veio exatamente para isto: “para roubar, matar e

destruir” (João 10.10).

A nossa oferta tem de ser sempre um sacrifício ao Senhor. “Eu não darei

ao Senhor o que não me custe nada.” Sacrifício, a própria palavra já diz: é algo

que tenha um grande valor. O grande valor, muitas vezes, é tão simples quanto

as duas pequenas moedas lançadas no gazofilácio pela viúva no momento em

que se recolhiam as ofertas.

“Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o povo lançava

ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém,

uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um qua-

drante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta

viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes.

Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu

tudo quanto possuía, todo o seu sustento.” (Marcos 12.41-44).

Talvez, essas duas moedas não lhe custem nada, mas para algumas pes-

soas, elas são tudo o que possuem, a garantia de um pão para se alimentarem.

A oferta sacrificial é a que faz você lutar consigo mesmo no sentido de dar

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ou não, mas que leva você a ofertar e a chorar de alegria por saber que está

sacrificando a Deus.

O diabo me tenta da mesma maneira que tenta você. Dar oferta? “Deixa

disso, você não pode fazer isso. Lembre-se de que você ficou de comprar aque-

le aparelho de som novo para sua casa.” Sacrifício é abrir mão daquilo que você

quer para, então, servir ao seu Deus de todo o coração.

E uma das coisas que sempre afirmo para mim mesmo é que eu nunca

quero estar no púlpito pregando algo que eu não possa viver e, assim, poder

honrar ao meu Senhor. Muitas vezes, por essa causa, o diabo vem como um

rolo compressor sobre a minha vida dizendo: “Não faça isto, Márcio!” Mas eu

digo a Satanás: “Faraó, eu não vou te ouvir, porque minha mente e meu cora-

ção são totalmente do Senhor. A Ele eu ouço.”

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Conclusão

Precisamos entender que a Igreja do Senhor não é uma prestadora de ser-

viços espirituais. Somos uma igreja, uma família. A igreja pode ser gran-

de, com um número infinito de membros, mas nós nos importamos com cada

pessoa que a integra. Por isso, você precisa estar em uma Célula. A igreja quer

cuidar de você, mas para que isso aconteça, você precisa se permitir ser ajudado.

Os ministérios da igreja existem, não para dar trabalho, mas para aben-

çoar a sua vida. Talvez você esteja atravessando um momento delicado em sua

família, e você não saiba como sair dele. Procure seus pastores. Aqui, na Igreja

Batista da Lagoinha, temos ministérios como a Central Ministerial da Família

para cuidar de você e orientá-lo a vencer esses desafios em seu lar. Queremos

abençoar sua vida, porque Deus nos levantou como Igreja para ser uma ins-

piração e cumprir esse propósito. Não queremos e não admitimos, de forma

alguma, a intimidação do inimigo sobre nossa vida.

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Nunca, em nenhuma hipótese, barganhe com Faraó. Não aceite nenhu-

ma de suas propostas, porque ele quer matar você. Ele quer tirar você do ca-

minho de Deus, do caminho de vida plena e eterna. Ouça e obedeça apenas o

que sair da boca de Deus e você será feliz nesta terra e no porvir, porque “como

está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou

em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”

(1 Coríntios 2.9).

Que Deus lhe abençoe.

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