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  • Metodologia SENAI de EducaoProfissional

  • CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Robson Braga de AndradePresidente

    DIRETORIA DE EDUCAO E TECNOLOGIA DIRET

    Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educao e Tecnologia

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAIConselho Nacional

    Robson Braga de AndradePresidente

    SENAI Departamento Nacional

    Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor Geral

    Gustavo Leal Sales FilhoDiretor de Operaes

    Srgio MoreiraDiretor Adjunto

  • Perfil Profissional

    Desenho Curricular

    Prtica Docente

    Braslia, agosto de 2013

    Metodologia SENAI de Educao

    Profissional

  • C 2013. SENAI Departamento NacionalOs direitos de reproduo, de adaptao desta guia so reservados ao SENAI. Departamento Nacional 2013, inclusive a reproduo por procedimento mecnico ou eletrnico.

    SENAI/DNUnidade de Educao Profissional e Tecnolgica UNIEP

    FICHA CATALOGRFICA

    SENAI. Departamento Nacional.Metodologia SENAI de educao profissional. / SENAI. Departamento Nacional. Braslia: SENAI/DN, 2013. 220 p. : il. ; 21cm.

    ISBN 978-85-7519-641-0 1. Educao profissional. 2. Docente. 3. Perfil profissional.

    I. SENAI. Departamento Nacional. II. Ttulo.

    CDU 377

    SENAIServio Nacional de Aprendizagem IndustrialDepartamento Nacional

    SedeSetor Bancrio NorteQuadra 1 Bloco CEdifcio Roberto Simonsen70040-903 Braslia DFTel.: (61) 3317 9001Fax: (61) 3317 9190http://www.dn.senai.br

  • APrESENtAo

    SobrE EStA PublICAo

    INtroDuo

    1.1 DEfINIo DE PErfIS ProfISSIoNAIS ...............................1.1.1 Objetivos do CTS ...............................................................................1.1.2 Composio do CTS .........................................................................1.1.3 Responsabilidades dos membros do CTS .................................1.1.4 Presena de observadores nas reunies do CTS ...................1.1.5 Aspectos a serem considerados na composio e realizao das reunies do CTS ...................................................

    1.2 PrEPArAo PArA A INStAlAo Do CtS ..................... 1.2.1 Definio da coordenao responsvel pela instalao do CTS ....................................................................................

    1.3 fuNCIoNAMENto Do CtS .....................................................1.3.1 Orientaes para o coordenador metodolgico .....................1.3.2 Definio do Perfil Profissional ....................................................

    1.4 fASES PArA A DEfINIo Do PErfIl ProfISSIoNAl .....1.4.1 fase 1 Anlise da Prospectiva Interna ...................................1.4.2 fase 2 Definio da Estrutura Inicial da Ocupao ............1.4.3 fase 3 Identificao do Nvel de Qualificao da Ocupao ...........................................................................1.4.4 fase 4 Definio da Competncia Geral ................................1.4.5 fase 5 Definio das Unidades de Competncia ................1.4.6 fase 6 Definio dos Elementos de Competncia ..............1.4.7 fase 7 Definio dos Padres de Desempenho ..................1.4.8 fase 8 Descrio do Contexto de Trabalho da Ocupao .....................................................................1.4.9 fase 9 Identificao das Competncias de Gesto ...........1.4.10 fase 10 Identificao das Ocupaes Intermedirias .......1.4.11 fase 11 Organizao e Validao do Perfil Profissional ...

    Sumrio9

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    Perfil Profissional1

  • 2 61Desenho Curricular2.1 MtoDo PArA A ElAborAo Do DESENho CurrICulAr ...........................................................

    2.1.1 fase 1 Identificao das possveis Sadas

    Intermedirias para o Mercado de Trabalho ...

    2.1.2 fase 2 Anlise do Perfil Profissional ..............................

    2.1.3 fase 3 Definio dos Mdulos que integram a Oferta

    Formativa ..................................................................

    2.1.4 fase 4 Definio das Unidades Curriculares relativas

    aos Mdulos ............................................................

    2.1.5 fase 5 Definio do Itinerrio do Curso ........................

    2.1.6 fase 6 Definio e organizao de Conhecimentos,

    Ambientes Pedaggicos e de Cargas Horrias

    das Unidades Curriculare ......................................

    2.2 ElAborAo Do PlANo DE CurSo ....................................

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    3.1 o PAPEl Do DoCENtE Do SENAI ..........................................

    3.2 fuNDAMENtoS E PrINCPIoS DA PrtICA DoCENtE No SENAI ....................................................................................

    3.2.1 Mediao da aprendizagem ..............................................3.2.2 Desenvolvimento de capacidades ....................................3.2.3 Interdisciplinaridade ...........................................................3.2.4 Contextualizao ..................................................................3.2.5 nfase no aprender a aprender ........................................3.2.6 Proximidade entre o mundo do trabalho e as prticas sociais ....................................................................................3.2.7 Integrao entre teoria e prtica ......................................3.2.8 Incentivo ao pensamento criativo e inovao .............3.2.9 Aprendizagem significativa ................................................3.2.10 Avaliao da aprendizagem com funo diagnstica, formativa e somativa ............................................................

    3.3 orientaes para Planejar e Desenvolver a Prtica Docente .......................................................................................

    3.3.1 Planejamento dos Processos de Ensino e Aprendizagem .......................................................................

    3.3.2 Desenvolvimento dos Processos de Ensino e Aprendizagem ......................................................................

    rECoMENDAES

    GloSSrIo

    ANExo Anexo I Modelo de Carta-convite para Oficializar a Participao no Comit ................................................................

    Anexo II Lista de Verbos ..............................................................................

    rEfErNCIAS

    CrDItoS DA rEvISo

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    APrESENtAo

    A realidade socioeconmica, que aponta a valorizao do capital humano das organizaes, impe desafios a empresrios, traba-lhadores, governantes, bem como s instituies voltadas para a educao profissional e tecnolgica, na busca contnua por novos diferenciais competitivos.

    Hoje, a formao do trabalhador no deve ser apenas regulada por tarefas relativas a postos de trabalho. O mundo do trabalho exige, cada vez mais, um profissional que domine no apenas o contedo tcnico especfico da sua atividade, mas que, igualmen-te, detenha capacidade crtica, autonomia para gerir seu prprio trabalho, habilidade para atuar em equipe e solucionar criativa-mente situaes desafiadoras em sua rea profissional.

    Em resposta a esse desafio, o SENAI, em 1999, por meio do Proje-to Estratgico Nacional, poca denominado Certificao Pro-fissional Baseada em Competncias, deu incio elaborao de um conjunto de mtodos que fossem capazes de subsidiar a for-mao com base em competncias. A primeira publicao se deu em 2002, em quatro volumes Comit Tcnico Setorial: Estrutu-ra e Funcionamento, Elaborao de Perfis Profissionais, Elabora-o de Desenho Curricular Baseado em Competncias e Avalia-o e Certificao de Competncias. Em 2004, no lanamento da 2 edio, o conjunto metodolgico foi acrescido de um Glossrio e, em 2006, foi complementado com o documento Norteador da Prtica Pedaggica. Em 2009, a partir de um processo de reviso e atualizao, as metodologias, que passaram a ser denomina-das Metodologias SENAI para Formao Profissional com Base em Competncias, adquiriram uma nova configurao os seis volumes originais foram compilados em trs, sem, no entanto, perder sua essncia, princpios e fundamentos metodolgicos.

    A presente publicao resultado de um projeto implementado pelo SENAI em 2012 que, com o objetivo de apoiar a apropria-o das metodologias pelos Departamentos Regionais, realizou

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    um diagnstico com a representao de Diretores de Unidades Operacionais, Coordenadores Pedaggicos e Docentes de todos os seus Departamentos Regionais e CETIQT, com vistas a identi-ficar possveis dificuldades e oportunidades de melhorias na im-plementao (ou apropriao) da metodologia em questo.

    Este documento uma das respostas s demandas apontadas no diagnstico, apresentando a atualizao e revitalizao da Metodologia SENAI para a Formao Profissional com Base em Competncias, agora reunidas em um s documento denomina-do Metodologia SENAI de Educao Profissional.

    O presente documento destina-se a todos os profissionais do Sistema SENAI envolvidos, direta ou indiretamente, com o pro-cesso educacional, em especial queles que atuam nas Unidades Operacionais nas quais a relao ensino e aprendizagem efetiva-mente acontece.

    Desta forma, o SENAI reafirma o seu compromisso de manter um sistema educacional capaz de traduzir, para o mundo da edu-cao, as competncias profissionais demandadas pelo mundo do trabalho e de apoiar a competitividade da indstria brasileira.

    Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor Geral do SENAI/DN

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    SobrE EStA PublICAo

    A educao exige os maiores cuidados, porque

    influi sobre toda a vida.

    Sneca

    SEJA BEM-VINDO Metodologia SENAI de Educao Profissional, pu-blicao elaborada por profissionais da educao com representativi-dade de todas as regies do Brasil, produto da integrao de mltiplos saberes, empenhos e realidades, que objetiva uma prtica em formao profissional significativa e qualitativa em resposta aos inmeros desafios impostos ao mundo do trabalho na atualidade.

    Com o intuito de proporcionar um melhor entendimento dos contedos desta publicao por parte dos usurios, os quais apresentam os mais diversos perfis, explicam-se, a seguir, algumas definies utilizadas nos elementos de comunicao do projeto visual grfico.

    Classificao por CorES:

    DOS CAPTULOS A Metodologia foi subdividida em trs Captulos apre-sentados em cor especfica, visando uma rpida identificao visual.

    DOS ExEMPLOS Nos trs captulos foram utilizados exemplos com adaptaes para fins didticos, facilitando o emprego prtico das in-formaes metodolgicas. Todos rapidamente identificados por uma cor especfica ao longo da publicao e diferenciados com linhas de contornos na cor do captulo correspondente.

    DOS elementos PR-TExTUAIS, PS-TExTUAIS e da COLUNA SECUNDRIA Foi utilizada uma cor neutra para os boxes e tarjas em geral, ganhando linhas de contorno na cor do captulo correspondente.

    1 2 3Perfil Profissional Desenho Curricular Prtica Docente

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    Outros Elementos Visuais Grficos:

    Nas colunas secundrias, das pginas pares e mpares, foram dispostos boxes com informaes complementares, classificadas como: Aprofundamento, Conceito e Dica para saber mais. Estes ganharam uma tipografia com desenho sem serifa, diferenciando-se do desenho da fonte da metodologia. As informaes complementares foram assim identificadas:

    Colunas principais internas: Com informaes da Metodologia.

    Colunas Secundrias externas:Com informaes complementares:

    Aprofundamento, Conceito e Dica para saber mais.

    Aprofundamento Conceito

    FOtOmOntAGEm Fuso de imagens que no ilustra

    diretamente o texto prximo e sim um estmulo visual, lembrando a integrao

    necessria entre o mundo do trabalho com a educao profissional. Utilizada em algumas

    situaes para abrir e fechar captulos.

    Observao: Algumas pginas sem a necessidade do uso dos boxes

    (informaes complementares) foram diagramadas utilizando-se o espao das duas colunas com o texto

    da metodologia. Ao tambm empregada para alguns quadros e figuras ilustrativas com muita informao, de

    modo a facilitar a legibilidade.

    Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia, Metodologia.

    Dica para saber mais

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    ConceitosConceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito...

    Aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento,aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento...

    ConceitosConceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito, conceito,

    conceito, conceito...

    Aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento,aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento, aprofundamento...

    Dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais, dica para saber mais...

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    INtroDuo

    Nos anos 1950 e 1960, prevaleceu na forma de organizao do trabalho o modelo taylorista-fordista de produo que se carac-terizava por uma viso de administrao que legitimava a sepa-rao entre concepo e execuo. Nesse modelo, uma enorme parcela dos trabalhadores, dedicados execuo, no necessitava, para o eficiente desempenho de suas respectivas tarefas, qualquer conhecimento que extrapolasse a rotina dos atos para os quais estavam sendo treinados.

    Nesse contexto em que os postos de trabalho requeriam profis-sionais com destrezas manuais fortemente treinadas, que pu-dessem executar com preciso determinada tarefa, sem acesso a todo o sistema de produo, as Sries Metdicas Ocupacionais (SMOs), baseadas na anlise ocupacional, sustentaram o processo de ensino e aprendizagem do SENAI por um longo perodo.

    O panorama mundial, contudo, modificou-se a partir da dcada de 70. As transformaes no campo da tecnologia e do processo de trabalho redundaram em radicais reorganizaes na dinmica social. Os parmetros de competitividade passaram a ser defini-dos por uma maior exigncia de qualidade dos produtos e servi-os, enfocando-se mais as necessidades do cliente, sem menos-prezar o critrio de preo baixo e, consequentemente, do custo da produo. Novas normas de consumo aliaram-se s novas formas de concorrncia. As empresas passaram a buscar novos padres produtivos em decorrncia da necessidade de insero competi-tiva num mercado extremamente heterogneo. Mudanas tecno-lgicas vieram como resposta exigncia de qualidade em face do novo contexto econmico. Observou-se, assim, a passagem do antigo modelo taylorista-fordista para o modelo de produo fle-xvel, conhecido como toyotista.

    Segundo Meghnagi (1999), a produo flexvel varia no tempo e no espao e a competncia profissional demandada no pode mais ser explicada a partir de uma simples srie de atuaes constantes, sobre problemas relativamente homogneos e cons-tantemente idnticos entre si. Ela se caracteriza, sobretudo, pela variedade teoricamente ilimitada de questes e de imprevistos a

    Ningum pode conceber to bem uma coisa e faz-la

    sua, quando a aprende de um outro, em vez de a inventar

    ele prprio.

    Ren Descartes

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    serem enfrentados, adequando e reelaborando o saber adquirido. Esta variedade, neste sentido flexvel, passou a exigir um conjunto complexo de conhecimentos e habilidades, muito alm do tradi-cional repertrio descritivo das qualificaes.

    Quadro 1: Diferentes capacidades exigidas no Modelo taylorista-fordista e no Modelo toyotista

    MODELO TAYLORISTA-FORDISTA

    MODELOTOYOTISTA

    Capacidade de cumprir tarefasCapacidade de iniciativa, de tomada de decises e de assumir responsabilidades

    Capacidade de realizar tarefas simples e repetitivas

    Capacidade de realizar tarefas variadas e complexas

    Disciplina e obedincia s instrues

    Capacidade de identificar e resolver problemas com base em uma compreenso global

    Trabalho individual e isolado Capacidade de adaptao s mudanas e ao trabalho em equipeConhecimentos tcnicos especializados e limitados

    Nvel elevado de conhecimentos tcnicos transferveis

    O novo modelo de produo tambm demandou mudanas na filosofia organizativa e administrativa como condio de sobrevi-vncia empresarial. Entre as alternativas para fazer face s novas exigncias, destacaram-se os Crculos de Controle de Qualidade (CCQs), a abordagem just-in-time ou eliminao de estoques, as ilhas de produo baseadas no trabalho cooperativo em detri-mento das linhas de montagem tradicionais e os grupos semiau-tnomos com capacidade relativa de autogerenciamento.

    A partir de 1990, as estratgias de produo flexvel chegaram ao seu limite natural e o problema para as empresas, conforme Mer-tens (1996), passou a ser o seguinte: como as empresas podem se diferenciar em um mercado tendente a globalizar-se e que facilita a difuso rpida e massiva de melhores prticas organi-zativas e das inovaes tecnolgicas?

    Em resposta a mais este desafio e para gerar vantagens competiti-vas, as empresas passaram a construir redes de colaborao entre a manufatura e outras funes do processo, dando mais nfase s suas competncias-chave (core competences).

    Um componente importante da arquitetura interna das empresas passou a ser a competncia do fator humano, ou seja, o quanto os indivduos so capazes de contribuir para o alcance de determi-nados objetivos, sendo protagonistas e impulsores das mudanas.

    Crculo de Controle de Qualidade (CCQ)Pode ser definido como um pequeno grupo voluntrio de funcionrios, pertencentes ou no mesma rea de trabalho, treinados da mesma maneira, com compreenso dos mesmos objetivos e filosofia, que tentam melhorar o desempenho, reduzir os custos, aumentar a eficincia, entre outros aspectos, especialmente no que se refere qualidade de seus produtos (bens ou servios).

    Just-in-time um sistema de administrao de produo que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organizao, visando reduzir estoques e os custos decorrentes. O just-in-time o principal pilar do toyotismo ou sistema de produo enxuta.

    Fonte: SENAI

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    Na Amrica Latina e em especial no Brasil, conforme Deluiz (2001), o modelo das competncias surgiu no contexto das re-formas educacionais, que por sua vez eram parte do conjunto de reformas estruturais do Estado. Essas reformas foram decorrentes do ajuste macroeconmico ao qual os pases latino-americanos se submeteram ao longo dos anos 90 para superar a inflao e a estagnao e retomar o crescimento econmico interrompido na denominada dcada perdida de 80.

    A opo conceitual, proposta pelo Ministrio da Educao (MEC) nos Referenciais Curriculares Nacionais da Educao Profissional de Nvel Tcnico, ocorreu sob influncia de Perrenoud (1999b), para quem a competncia situa-se alm dos conhecimentos e no se forma com a assimilao de conhecimentos suplementares ge-rais ou locais, mas sim com construo de um conjunto de dispo-sies e esquemas que permitem mobilizar os conhecimentos na situao, no momento certo e com discernimento.

    A partir desse entendimento, as SMOs mostraram-se insuficientes para dar conta integralmente dessas novas demandas, tornando-se necessrios novos mtodos e concepo de educao profissional que superassem o foco na execuo de uma determinada tarefa, pois a indstria passou a requerer um profissional com maior autonomia.

    Neste contexto e suas decorrentes demandas, o SENAI buscou planejar e desenvolver suas ofertas formativas alinhadas s mu-danas em curso no mundo produtivo, na sociedade, nas polticas pblicas, na indstria e nas profisses.

    Figura 1: Organizao das ofertas formativas e suas interfaces

    Modelo do Sistema de Produo flexvel (toyotista)

    O sistema de produo flexvel foi introduzido por Eiji Toyoda e Taiichi

    Ohno, da Toyota Motor Company, no contexto do esgotamento do

    sistema de produo fundamentado no modelo taylorista-fordista. Esse

    novo padro, tambm conhecido como toyotista, caracteriza-se,

    segundo Deluiz (2001), pela inovao cientfico-tecnolgica aplicada

    aos processos produtivos e pelos novos modos de gerenciamento da organizao do trabalho e do saber

    dos trabalhadores.Para Gounet (2002), a produo

    flexvel um sistema de organizao da produo baseado em uma

    resposta imediata s variaes da demanda e que exige, portanto, uma

    organizao flexvel do trabalho, inclusive dos trabalhadores. Esse

    sistema preconiza a polivalncia dos trabalhadores e a organizao de

    uma produo enxuta caracterizada pela eliminao de estoques e de

    custos decorrentes de desperdcios causados pelo uso inadequado

    de equipamentos, peas e componentes defeituosos.

    Modelo taylorista-fordistaConforme Chiavenato (1993), no

    despontar do sculo xx, Frederick Winslow Taylor desenvolveu a

    chamada Escola da Administrao Cientfica. A preocupao bsica era aumentar a produtividade da

    empresa por meio do aumento de eficincia no nvel operacional,

    eliminao do desperdcio e reduo dos custos de produo.

    Da a nfase na organizao racional do trabalho, fundamentada na anlise do trabalho operrio, no

    estudo dos tempos e movimentos e na fragmentao das tarefas

    visando especializao do trabalhador em um trabalho

    padronizado, simples e repetitivo, com forte separao entre o

    trabalho intelectual e o manual.Henry Ford aplicou os princpios da Administrao Cientfica em

    seus negcios, idealizando a linha de montagem, o que lhe permitiu a

    produo em srie ou em massa, com a padronizao do maquinrio

    e equipamento, da mo de obra e das matrias-primas, com o mnimo

    custo possvel.

    Ind

    stri

    a

    Sociedade

    Meio Acadm

    ico

    Governo

    Organizaodas ofertas formativas

    Fonte: SENAI

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    Para garantir uma interlocuo adequada com essas diversas ins-tncias, o SENAI definiu, como principal estratgia, a constituio de Comits Tcnicos Setoriais para contriburem com a identi-ficao e atualizao das competncias profissionais requeridas dos trabalhadores, responsabilizando-se particularmente pela definio dos perfis profissionais correspondentes s ocupaes demandadas pelos segmentos industriais atendidos pelo SENAI.

    Hoje, alm das competncias tcnicas, exige-se que um profissional tenha iniciativa, autonomia, responsabilidade, capacidade de deciso e, principalmente, saiba trabalhar em grupo. Diante disso, tornou-se necessria a identificao do que idealmente o trabalhador precisa re-alizar correspondente a uma determinada Ocupao.

    Nesse contexto, o Perfil Profissional o marco de referncia que expressa as competncias profissionais que subsidiam o planeja-mento e o desenvolvimento das ofertas formativas.

    Figura 2: Fluxo para definio da oferta formativa

    QUALIFICAO PROFISSIONALProcesso ou resultado de formao e

    desenvolvimento de capacidades para alcanar as competncias de um determinado Perfil

    Profissional definido no mercado de trabalho.

    PERFIL PROFISSIONAL

    OCUPAO

    Conjunto articulado de atividades destinadas obteno de bens ou servios.

    Descrio do que idealmente necessrio ao trabalhador saber realizar no campo profissional correspondente a uma determinada ocupao.

    Fonte: SENAI

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    Em suma: a Ocupao compreende um conjunto estruturado de Competncias reconhecidas no mercado de trabalho, as quais podem ter sido adquiridas mediante formao, experincia pro-fissional ou a combinao de ambas; os Perfis Profissionais des-crevem o que idealmente necessrio que o trabalhador saiba; e a Qualificao Profissional compreende o processo ou resultado de formao e desenvolvimento de capacidades para alcanar as competncias de um determinado Perfil Profissional definido no mercado de trabalho.

    Toda Qualificao Profissional deve:

    corresponder a um Perfil Profissional extrado do mer-cado de trabalho, representando uma ocupao completa e constituindo-se em resposta coerente s necessidades presentes e futuras do setor correspondente e do mundo do trabalho;

    ser nomeada e descrita de forma coerente com a reali-dade do mundo do trabalho, representando o perfil do trabalhador de determinada ocupao, considerando as demandas atuais e futuras do segmento;

    possuir um campo profissional de referncia suficiente-mente amplo, favorecendo a insero e a mobilidade do trabalhador nos diferentes contextos de trabalho, consi-derando as caractersticas e vocaes regionais e os dife-rentes processos produtivos das empresas;

    guardar equilbrio entre polivalncia e especializao, respeitando o enfoque e as especificidades da ocupao e os princpios da classificao da educao profissional em seus diferentes nveis e modalidades.

    Os Perfis Profissionais definidos por Comits Tcnicos Setoriais so a referncia para o processo de elaborao do Desenho Curri-cular da oferta formativa. Desse modo, pode-se conceber um cur-rculo atualizado, inovador e com viso de futuro, em sintonia com as demandas da sociedade, do mercado de trabalho e dos cidados.

    Para o SENAI, COMPETNCIA PROFISSIONAL implica mobilizao de CONhECIMENTOS, hAbILIDADES e ATITUDES profissionais necessrios ao desempenho de atividades ou

    funes tpicas, segundo padres de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho.

    Para desenvolver competncias, a Comisso Internacional sobre

    Educao para o Sculo xxI, criada pela UNESCO sob a

    presidncia de Jacques Delors (1998), sugeriu alguns princpios

    para o processo de aprendizagem e que se referem aos saberes:

    aprender a aprender; aprender a fazer;

    aprender a conviver; e aprender a ser.

    A leitura de Educao: um tesouro a descobrir,

    de Jacques Delors, uma boa dica para saber mais

    sobre o desenvolvimento de competncias, aprofundando o entendimento sobre os pilares

    para uma educao pretendida na atualidade.

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    Uma educao profissional sintonizada com os novos cenrios do mundo do trabalho deve, portanto, propiciar progressiva-mente ao aluno o domnio dos Fundamentos Tcnicos e Cien-tficos e das Capacidades Tcnicas relativas rea profissional em que atua ou pretende atuar, assim como o desenvolvimento de Capacidades Sociais, Organizativas e Metodolgicas, tais como comunicao, autonomia e criatividade, provendo-lhe um leque mais amplo de possibilidades que o permitam transitar por atividades profissionais afins.

    Por meio de uma educao profissional que conjugue a aquisi-o desses fundamentos e capacidades, que esteja atenta ao con-texto social brasileiro e nova realidade do mundo do trabalho, pretende-se preparar o profissional para compreender as bases gerais tcnicas, cientficas e socioeconmicas da produo em seu conjunto, analisar e planejar estratgias, responder a situa-es novas e exercitar um trabalho cooperativo e autnomo.

    Nesse sentido, o Desenho Curricular concebido deve possibilitar o desenvolvimento das capacidades traduzidas do Perfil Profis-sional luz de uma proposta de educao profissional delineada com o objetivo de formar o trabalhador-cidado, capaz de atuar de forma participativa, crtica e criativa, com mobilidade e flexi-bilidade, na vida profissional e social.

    O Desenho Curricular, por sua vez, deve ser implementado nas escolas do SENAI por meio de uma prtica docente diferenciada e inovadora, devidamente apoiada e orientada pela equipe tcni-co-pedaggica, que considere no processo educacional os novos desafios impostos pela sociedade em transformao. Nesse con-texto, os docentes devem se valer de situaes de aprendizagem que sejam planejadas, desenvolvidas e avaliadas com o propsito de instigar os alunos a desenvolverem o raciocnio lgico e a au-tonomia no processo de aprendizagem, aprendendo a lidar com novas e inesperadas situaes para a resoluo de desafios.

    Nessa perspectiva, a base terica que fundamenta a metodologia SENAI de Educao Profissional est referenciada nos pressupos-tos defendidos principalmente por Piaget, Ausubel, Vygotsky e Perrenoud.

    fundamentos tcnicos e CientficosIndicam a base sobre a qual se assenta uma qualificao, expressando desempenhos (explicitados por verbos seguidos de contextualizao). So resultado da anlise das competncias profissionais de um perfil. So de carter geral e de natureza diversificada, necessrios ao desenvolvimento de competncias especficas e de gesto apontadas no Perfil Profissional. Podem ser classificados como pr-requisitos para o desenvolvimento de outras aprendizagens ou competncias.

    Desenho Curricular a concepo da oferta formativa que dever propiciar o desenvolvimento das competncias constitutivas do Perfil Profissional estabelecido pelo Comit Tcnico Setorial. Trata-se de uma decodificao de informaes do mundo do trabalho para o mundo da educao, traduzindo-se pedagogicamente as competncias do Perfil Profissional.

    Capacidades o conjunto articulado e coerente de resultados de aprendizagens que um processo formativo deve garantir para que uma pessoa possa demonstrar desempenhos competentes. Sua caracterstica fundamental a possibilidade de ser transfervel a contextos e problemas distintos daqueles que se utilizam para seu desenvolvimento.

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    alAs competncias trabalhadas devem manter suas caractersticas de objeto sociocultural real, sem se transformar em objeto escolar vazio de significado social.

    Telma Weisz

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    Perfil ProfissionalO Perfil Profissional a

    descrio do que idealmente o trabalhador deve ser capaz de realizar no campo profissional

    correspondente Ocupao. o marco de referncia, o ideal para

    o desenvolvimento profissional. Expressa o nvel de desempenho que se espera que o trabalhador

    alcance, indicando o que assegura que ele ser competente

    ou o que o torna apto a atuar, com qualidade, no Contexto de Trabalho da Ocupao.

    constitudo pelas competncias profissionais e pelo Contexto de

    Trabalho da Ocupao.

    1

    Cap

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    Perfil Profissional 1

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    Aprender no um ato findo.Aprender um exerccio

    constante de renovao.

    Paulo Freire

    Este captulo destina-se a apresentar a metodologia utilizada para elaborar Perfis Profissionais com base nas competncias identifica-das pelos agentes do mundo do trabalho.

    A metodologia privilegia a instalao de Comits Tcnicos Seto-riais de mbito regional ou nacional como principal estratgia para reunir os atores que possam efetivamente contribuir com a defini-o de um determinado Perfil Profissional.

    1.1 DEFINIO DE PERFIS PROFISSIONAIS

    O Comit Tcnico Setorial (CTS) um frum tcnico-consultivo que possibilita a aproximao entre o mundo do trabalho e a edu-cao profissional, no qual so discutidos os nexos entre a educa-o e o trabalho nos diferentes segmentos industriais, tornando-se, portanto, estratgia fundamental na Metodologia SENAI de Educao Profissional para a definio de Perfis Profissionais. A Metodologia SENAI de Educao Profissional prev a realiza-o de CTS Nacionais, podendo ser constitudos Comits Tcni-cos Setoriais Especiais, em mbito regional ou estadual, caso seja necessrio definir um Perfil Profissional no contemplado nos Itinerrios Nacionais de Educao Profissional ou pela peculiari-dade da rea e ou do contexto em que se pretende inseri-lo.

    Comit tcnico Setorial um frum tcnico-consultivo que possibilita a aproximao entre o mundo do trabalho e a

    educao profissional, no qual so discutidos os nexos entre

    a educao e o trabalho nos diferentes segmentos industriais.

    O objetivo do Comit Tcnico Setorial contribuir para a identificao e atualizao das competncias profissionais

    requeridas dos trabalhadores, responsabilizando-se particularmente pela definio dos perfis profissionais

    correspondentes s ocupaes demandadas pelos segmentos industriais atendidos pelo SENAI.

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    1.1.1 Objetivos do CTS

    Definir Perfis Profissionais com base em competncias, contemplando informaes que subsidiem a elaborao de Desenhos Curriculares.

    Validar Perfis Profissionais em nveis estadual, regional ou nacional.

    Atualizar os Perfis Profissionais permanentemente.

    No objetivo do CTS realizar pesquisas, mas apoiar-se em conhecimentos, informaes e documentos j produzidos que subsidiem a definio de Perfis Profissionais.

    O CTS composto por profissionais internos e externos ao SENAI, cuja formao, experincia profissional e viso de futuro contribuem para orientar a tomada de deciso referente ao plane-jamento e ao desenvolvimento das aes de educao profissional na instituio.

    1.1.2 Composio do CTS

    A composio mnima do Comit Tcnico Setorial (CTS) deve compreender a seguinte representao:

    SENAI1 (um) especialista da rea tecnolgica cuja formao seja relacionada e ou compatvel com o Perfil Profissional a ser descrito;1 (um) profissional da Unidade Escolar para assumir a coordenao operacional, em apoio ao coordenador metodolgico do CTS; e1 (um) especialista em educao para assumir a Coordenao Metodolgica do CTS.

    EMPRESA3 (trs) profissionais, no mnimo, especialistas da rea tecnolgica em estudo (preferencialmente com perfil de coordenao e viso de gesto da produo).

    Recomenda-se que a escolha contemple profissionais que representem a diversidade das empresas existentes no mercado de trabalho, principalmente no que se refere ao seu campo de atuao e porte - pequeno, mdio e grande.

    SINDICATO1 (um) profissional especialista do segmento tecnolgico em estudo, indicado pelo sindicato patronal; e1 (um) profissional especialista do segmento tecnolgico em estudo, indicado pelo sindicato dos trabalhadores.

    ASSOCIAO E OU RGO DE CLASSE1 (um) profissional indicado por associao e ou rgo de classe de referncia tcnica do segmento (quando houver).

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    MEIO ACADMICO 1 (um) profissional (docente/pesquisador) que represente o setor tecnolgico em estudo.

    PODER PbLICO1 (um) profissional indicado por rgo do poder pblico ligado rea da Cincia e Tecnologia, Trabalho, entre outros.

    Deve-se levar em considerao que um CTS excessivamente ampliado pode conduzir disperso e lentido dos trabalhos. Da mesma forma, um CTS muito reduzido pode no ser representati-vo. Recomenda-se que o nmero de membros do CTS seja de, no mnimo, 11 e, no mximo, 15 participantes (internos e externos). Uma composio equilibrada e enxuta facilita a conduo dos trabalhos e permite a participao de todos os membros, favorecendo os consensos e o alcance dos objetivos da reunio.

    Figura 3: Composio do CTS

    1.1.3 Responsabilidades dos membros do CTS

    Os membros do CTS tm papis e atribuies definidos conforme a sua representao. No quadro a seguir, apresentam-se as responsabilidades relacionadas a cada membro do CTS.

    ObSERVA

    DOR

    ObSERVADOR

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    da

    re

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    PERFIL

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    or

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    racio

    nal

    SENAI

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    Metodo

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    EMPRESA Especialistada rea Tecnolgica

    EMPRESA Especialista

    da rea Tecnolgica

    EMPRESA Especialista

    da rea Tecnolgica

    SIN

    DIC

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    RGOS DE CLASSE do segmento tecnolgico

    MEIO ACADMICO

    Docente e ou pesquisador do

    segmento tecnolgico

    PODER PbLICO ligado

    rea da Cincia e Tecnologia,

    Trabalhos/outros

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    Fonte: SENAI

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    Quadro 2: Responsabilidades dos membros do Comit Tcnico Setorial

    RESPONSAbILIDADES DOS MEMbROS DO COMIT TCNICO SETORIAL

    RESPONSAbILIDADES

    SENAI MEIO EXTERNO

    CO (1)

    CM (1)

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    Empresa (3 ou +)

    Sindicatos Patronal (1) e dos Trabalhadores (1)

    Associao e ou rgo

    de Classe (1)

    Meio Acadmico

    (1)

    Poder Pblico

    (1)

    1 - Assumir a coordenao operacional e logstica do CTS. X2 - Identificar as instituies que devem ser convidadas para compor o CTS, consideran-do sua representatividade e contribuio para o Perfil Profissional a ser definido.

    X

    3 - Solicitar s instituies a indicao de participantes considerando os requisitos: formao e experincia compatveis com o Perfil Profissional a ser descrito; viso sistmica do setor tecnolgico em estudo; e facilidade de expresso verbal.

    X

    4 - Formalizar convite s instituies do meio externo. X5 - Informar s instituies convidadas as datas previstas, local, horrio e durao das reunies.

    X

    6 - Confirmar a participao dos membros nas reunies do CTS, utilizando diversos meios, como carta, correio eletrnico, contato telefnico e pessoal.

    X

    7 - Prover todos os recursos e condies necessrios para a realizao das reunies do CTS nas datas acordadas.

    X

    8 - Elaborar e encaminhar ao coordenador metodolgico do CTS a agenda de reunies, contemplando informaes de dia, horrio, local, nomes dos representantes das instituies e seus respectivos contatos (e-mail e telefone).

    X

    9 - Pesquisar e analisar previamente informaes sobre a situao da Ocupao para a qual se definir o Perfil Profissional, de forma a subsidiar o levantamento da prospectiva interna, conforme roteiro de estudo e do contexto de trabalho.

    X X X

    10 - Providenciar a sistematizao prvia de informaes relacionadas ao Perfil Profissional a ser definido.

    X X

    11 - Compartilhar com os coordenadores metodolgico e operacional do SENAI a sistematizao prvia de informaes relacionadas ao Perfil Profissional a ser definido, bem como a sntese das informaes extradas dos documentos de referncia.

    X

    12 - Encaminhar aos representantes do meio externo, antes da primeira reunio, a sntese das informaes extradas dos documentos de referncia, em tempo hbil para permitir sua anlise.

    X

    13 - Apoiar o coordenador metodolgico nas aes atinentes viabilizao das reunies do CTS.

    X

    14 - Assumir a coordenao metodolgica do CTS. X

    Continua

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    onalRESPONSAbILIDADES DOS MEMbROS DO COMIT TCNICO SETORIAL

    RESPONSAbILIDADESSENAI MEIO EXTERNO

    CO (1)

    CM (1)

    ET (1)

    Empresa (3 ou +)

    Sindicatos Patronal (1) e dos Trabalhadores (1)

    Associao e ou rgo

    de Classe (1)

    Meio Acadmico

    (1)

    Poder Pblico

    (1)

    15 - Preparar a equipe do SENAI que integra o CTS, bem como os observadores indicados, procedendo ao alinhamento metodolgico necessrio e orientando-os quanto postura que devem adotar durante as reunies.

    X

    16 - Definir, em conjunto com o CTS, o planejamento das atividades e o cronograma de reunies, quando for o caso.

    X

    17 - Sugerir dinmicas adequadas s reunies. X18 - Realizar o controle de qualidade em todas as etapas do trabalho, utilizando as listas de verificao sugeridas para garantir que todos os procedimentos descritos na Metodologia SENAI de Educao Profissional sejam adequadamente seguidos.

    X X X

    19 - Elaborar as pautas das reunies. X X20 - Elaborar as memrias tcnicas das reunies e divulg-las a todos os participantes, em alinhamento com o coordenador metodolgico.

    X

    21 - Providenciar e enviar o material necessrio ao trabalho dos membros do CTS no intervalo entre uma reunio e outra, quando for o caso.

    X

    22 - Identificar e diagnosticar tendncias relativas ao setor, ao tipo de formao necessria e a perspectivas futuras.

    X X X

    23 - Sinalizar os impactos causados pelas transformaes tecnolgicas e organizacionais no setor e seus reflexos no desempenho profissional.

    X X X X X

    24 - Contribuir para a anlise do mercado de trabalho, fornecendo as informaes necessrias para a elaborao dos Perfis Profissionais levando em conta, entre outras informaes, as atividades, funes, responsabilidades, grau de autonomia e desempenhos requeridos , considerando o contexto profissional e tendo em vista os procedimentos e orientaes profissionais na Metodologia SENAI de Educao Profissional.

    X X X X X X

    25 - Validar o Perfil Profissional, estabelecendo prazo de vigncia. X X X X X X X X26 - Encaminhar aos representantes do meio externo do CTS o Perfil Profissional validado e declarao ou certificado de participao, em alinhamento com o coordenador metodolgico.

    X

    27 - Assessorar as equipes tcnico-pedaggicas na elaborao do Desenho Curricular de ofertas formativas de Educao Profissional e Tecnolgica com base nos Perfis Profissionais elaborados pelo CTS.

    X X

    LEGENDA: CO = Coordenador Operacional CM = Coordenador Metodolgico ET = Especialista da rea Tecnolgica

    1

    Fonte: SENAI

    Continuao

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    1.1.4 Presena de observadores nas reunies do CTS

    possvel incluir observadores internos e externos ao SENAI para acompanhar o desenvolvi-mento de reunies do CTS. Considerando que os observadores no so membros do CTS, as suas contribuies devem ser encaminhadas ao coordenador metodolgico do CTS, dentro de critrios previamente acordados.

    A participao de observadores do SENAI uma estratgia para a compreenso do processo de definio do Perfil Profissional, servindo como preparao da equipe interna que trabalhar na elaborao do Desenho Curricular, bem como para a conduo de futuros CTS.

    O nmero total de observadores de um CTS no deve ser superior a 30% (trinta por cento) do nmero de membros efetivos, ressalvadas situaes especficas que devero ser avaliadas pela coordenao metodolgica do CTS.

    1.1.5 Aspectos a serem considerados na composio e realizao das reunies do CTS

    Na composio e realizao do CTS, devem ser resguardados os seguintes aspectos:

    PROPORCIONALIDADE: A alterao no nmero de participantes deve respeitar a proporcionali-dade estabelecida, ou seja, o nmero de membros do SENAI deve ser sempre menor que o nmero de membros externos, tendo em vista garantir que o Perfil Profissional represente as demandas do mercado de trabalho, com representatividade de membros de empresas, inclusive de pequeno, m-dio e grande porte.

    GARANTIA DE REPRESENTATIVIDADE: possvel realizar reunies sem a presena de alguns dos representantes do CTS. No entanto, imprescindvel que haja sempre a participao de, pelo menos, dois representantes de empresas.

    SUbSTITUIO DE MEMbROS: Caber s coordenaes operacional e metodolgica do CTS, eventualmente, substituir membros, em casos justificveis de dificuldade de participao regular nas atividades, garantindo o princpio da representatividade e o necessrio alinhamento metodolgico com o substituto.

    COMPROMISSO DOS MEMbROS: Na negociao com os representantes indicados para compor o CTS, deve-se destacar a importncia do processo, o compromisso a ser assumido pelos membros, o tempo demandado e o cronograma de reunies.

    1.2 PREPARAO PARA A INSTALAO DO CTS

    1.2.1 Definio da coordenao responsvel pela instalao do CTS

    Para a instalao de CTS identifica-se, em primeira instncia, a(s) Unidade(s) Operacional(ais) do SENAI que detenha(m) o domnio tecnolgico do setor em estudo.

    1.2

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    A organizao de um CTS exige, como ponto de partida, que a Direo do Departamento Na-cional (DN) ou do Departamento Regional (DR) ou da Unidade Operacional (UO) envolvida no levantamento de um Perfil Profissional designe dois profissionais que ficaro responsveis pela coordenao dos trabalhos do CTS com distintos papis, a saber: coordenao operacional e coordenao metodolgica.

    1.3 FUNCIONAMENTO DO CTS

    Na reunio de instalao do CTS, o coordenador metodolgico, antes de iniciar as fases de definio do Perfil Profissional, deve: apresentar o papel e os objetivos do CTS;

    tornar claros os papis e as responsabilidades de cada membro do CTS, destacando os compromissos assumidos;

    confirmar com os membros do CTS as datas previstas, local, horrio e durao das reunies, fazendo os ajustes necessrios, se for o caso;

    ajustar a dinmica de ao, conforme as caractersticas do grupo e do trabalho a ser realizado; e

    definir o plano de trabalho, as metas e o cronograma de atividades, considerando uma durao total dos trabalhos do CTS entre 16 e 24 horas.

    Quadro 3: Possibilidades de periodicidade das reunies do CTS: vantagens e desvantagens

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    1

    Periodicidade das reunies Vantagens Desvantagens

    Em dois ou trs dias seguidos

    Favorece a manuteno do grupo original.

    No possibilita intervalos para reflexo do grupo e amadurecimento do trabalho.

    Menos tempo para elaborao do Perfil Profissional.

    Necessidade de, eventualmente, realizar uma reunio extra para ajustes no Perfil Profissional elaborado.

    Otimizao de custos, como translados, passagens, hospedagens e alimentao.

    ---

    Uma vez por semana ou uma vez a cada quinze dias

    Possibilita intervalos maiores para a reflexo do grupo e amadurecimento do trabalho.

    Necessidade de fazer uma retomada, a cada incio de reunio.

    No garante a manuteno do grupo original.

    Demanda mais tempo para a elaborao do Perfil Profissional.

    --- Aumento de custos para subsidiar despesas, tais como translados, passagens, hospedagens e alimentao.

    1.3

    Fonte: SENAI

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    1.3.1 Orientaes para o coordenador metodolgico

    Caso os membros do CTS percam o foco e direcionem as discus-ses para questes ou problemas especficos de sua instituio, deve-se reconduzir os debates aos objetivos traados.

    vital criar um clima amistoso e participativo no CTS, evitan-do polarizaes nos debates e potencializando as experincias e conhecimentos do grupo.

    A eventual falta de envolvimento e participao de um ou mais membros do CTS, ao longo das discusses, pode ser contornada utilizando-se estratgias que promovam sua participao.

    Para manter o clima de motivao, necessrio, alm de tomar providncias para que os trabalhos se realizem com objetividade e gerem produtos concretos, programar e divulgar as atividades para as reunies seguintes, quando estas forem realizadas com in-tervalos de uma ou duas semanas.

    Nas reunies mais longas, faz-se necessrio um intervalo, alm de pausas entre as discusses, o que favorece a inter-relao pessoal e profissional entre os membros.

    1.3.2 Definio do Perfil Profissional

    Na reunio de instalao do CTS, aps abertura e ajustes opera-cionais referentes ao seu funcionamento, o coordenador metodo-lgico deve apresentar os fundamentos que embasam a Metodo-logia SENAI de Educao Profissional e proceder ao alinhamento conceitual e metodolgico.

    fundamental que o coordenador metodolgico esclarea que existem vrios mtodos para descrever o que os trabalhadores fazem em suas respectivas ocupaes e que o SENAI, nesta meto-dologia, optou pela anlise funcional para a definio de Perfis Profissionais.

    Segundo Mansfield e Mitchell (1996) e Mansfield (2001), a an-lise funcional utilizada para identificar as competncias profis-sionais inerentes a uma funo produtiva. Essa funo pode ser definida para um setor ocupacional, uma empresa, um grupo de empresas ou para todo um setor de produo ou de servios. Po-de-se desenvolver a anlise funcional em diferentes nveis: de um setor produtivo, por exemplo, construo civil, de qualificaes transversais a vrios setores, tal como segurana e sade no tra-balho, ou de uma ocupao como pedreiro. Isto evidencia a fle-

    Anlise funcional um mtodo que se inicia com a definio do propsito-chave de uma empresa e se conclui quando se define as funes produtivas mais simples Elementos de Competncia que podem ser realizadas por um trabalhador. Pode ser utilizada ainda para estabelecer a estrutura de uma Ocupao, partindo da identificao de seu propsito principal (objetivo-chave), derivando sucessivamente para funes e subfunes que sejam significativas para a consecuo desse propsito e chegando, dessa forma, aos Elementos de Competncia e aos Padres de Desempenho.

    Perfil Profissional a descrio do que idealmente o trabalhador deve ser capaz de realizar no campo profissional correspondente Ocupao. o marco de referncia, o ideal para o desenvolvimento profissional. Expressa o nvel de desempenho que se espera que o trabalhador alcance, indicando o que assegura que ele ser competente ou o que o torna apto a atuar, com qualidade, no Contexto de Trabalho da Ocupao. constitudo pelas competncias profissionais e pelo Contexto de Trabalho da Ocupao.

    funo Representa as grandes etapas ou processos de trabalho, descritos por conjuntos de atividades significativas e afins que, desempenhadas pelo profissional, possibilitam a obteno de um mesmo objetivo produtivo (bem ou servio), constituindo uma Unidade de Competncia.

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    xibilidade da anlise funcional. Ainda que tenha sido desenhada como uma ferramenta de anlise para uma escala ampla, tambm pode ser til anlise de ocupaes em determinados setores ou em organizaes especficas.

    A anlise funcional descreve o que os profissionais devem fazer em seu trabalho, em uma perspectiva de boas prticas, considerando tendncias futuras que possam se aplicar aos ambientes laborais.

    O ideal o desenvolvimento da anlise funcional para todo um se-tor produtivo, com a elaborao de mapas funcionais, precedendo a anlise das ocupaes que esse setor engloba. O SENAI, no en-tanto, decidiu pela anlise funcional de uma ou mais ocupaes de uma determinada rea, levando em considerao o atendimento mais gil s demandas que surgem.

    Por meio de uma estratgia dedutiva (do geral para o particular), a anlise funcional requer que se estabelea o propsito princi-pal da rea produtiva ou da ocupao ou dos servios em anlise, perguntando-se sucessivamente quantas funes existem e quais subfunes permitiro que a funo precedente se realize. Como consequncia desse trabalho dedutivo, as funes e as subfunes mantm entre si uma relao lgica.

    Partindo da definio de funes, a anlise funcional leva em conta, tambm, o contexto do trabalho, os sistemas organizativos, as relaes funcionais, os resultados da produo de bens ou de servios e as demandas futuras. O tratamento dado s atividades est vinculado a uma anlise mais ampla de todo o contexto do trabalho, no se restringindo a tarefas.

    FUNES

    Relaes funcionais

    Contexto do trabalho

    Resultados da produo de bens ou servios

    Sistema organizativo

    Demandas futuras

    Figura 4: Variveis consideradas na anlise funcional

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    Mapa funcional uma representao grfica dos

    resultados da anlise funcional no qual esto sequenciados,

    numa relao de causa e efeito, a misso ou propsito-chave da

    empresa ou rea ocupacional objeto de anlise, as Funes

    e Subfunes at chegar s atividades mais simples

    executadas por um trabalhador.

    Subfuno a denominao dada a cada um

    dos subconjuntos de atividades desempenhadas pelo trabalhador

    em cada uma das Funes, constituindo os Elementos de Competncia. A totalidade de

    Subfunes afins constitui uma Funo.

    Fonte: SENAI

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    A anlise funcional centra-se nos resultados que o trabalhador deve apresentar. Esta considerada a principal diferena entre a anlise funcional e a ocupacional, que centrada na definio de tarefas ou de postos de trabalho.

    A anlise ocupacional, diferentemente da anlise funcional, surgiu em um momento em que o controle e a atomizao dos processos de trabalho eram considerados mais importantes do que a inicia-tiva do trabalhador e sua capacidade de resoluo de problemas. Nela descreve-se o que as pessoas fazem em seu trabalho, ou seja, que tarefas so realizadas na atualidade pelo trabalhador, as quais so identificadas isoladamente, sem relao com as demais partes.

    No mtodo da anlise ocupacional, no h preocupao com requisitos futuros que podem ser incorporados s atividades prprias de determinada Ocupao. A ateno recai em rotinas conhecidas e procedimentos estabelecidos, elementos caracters-ticos de ocupaes estveis, que no esto muito sujeitas a mu-danas, nas quais o trabalhador executa, sobretudo, tarefas ma-nuais e tangveis.

    O SENAI, ao optar pela anlise funcional para a descrio de Perfis Profissionais, enfatiza as inter-relaes das diferentes atividades que caracterizam as ocupaes industriais, em uma viso sistmica, nas quais os resultados esperados no trabalho sejam a base para a definio posterior de suas aes formativas.

    centrada nos resultados que o trabalhador deve apresentar;tem natureza relacional: descreve os resultados essenciais de uma Ocupao e a relao entre eles;prpria para descrio de atividades de ocupaes dinmicas; descreve o que as pessoas devem fazer em seu trabalho.

    Anlise OCUPACIONALcentrada na definio de tarefas ou de postos de trabalho;no tem natureza relacional: descreve tarefas separadamente;prpria para descrio de atividades de ocupaes estveis;descreve o que as pessoas fazem em seu trabalho.

    Anlise FUNCIONAL

    tarefa o trabalho prescrito; refere-se quilo que o trabalhador faz segundo indicao documental da empresa e ou orientao da chefia.

    Atomizao dos Processos Sistema criado por Taylor que consiste na pulverizao dos processos industriais em atividades e tarefas fragmentadas, isoladas, predefinidas, repetitivas e rotineiras, sem viso do todo, com o objetivo de aumentar a eficincia nos postos de trabalho.

    Figura 5: Comparao entre Anlise Funcional e Anlise Ocupacional

    Fonte: SENAI

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    1.4 FASES PARA A DEFINIO DO PERFIL PROFISSIONAL

    Ao iniciar cada uma das fases para a definio do Perfil Profissio-nal, o coordenador metodolgico deve apresentar ao CTS todas as definies adotadas na metodologia, partindo de Perfil Profis-sional e de Competncia Profissional. O objetivo o de proceder ao alinhamento de conceitos e contextualizar o CTS em relao s atividades que sero realizadas e aos resultados que devero ser alcanados ao final dos trabalhos, repassando os fundamentos que embasam a metodologia e indicando o caminho metodolgi-co a ser seguido.

    Ao longo do processo de trabalho do CTS, deve-se realizar o con-trole da qualidade, que consiste em garantir que cada uma das fases do trabalho seja realizada segundo a metodologia e os pro-cedimentos apresentados neste documento. Para auxiliar o con-trole de qualidade, ao longo deste captulo, sugerem-se listas de verificao que permitem avaliar a validade e a preciso de cada um dos produtos obtidos nas diversas fases da definio do Perfil Profissional de uma Ocupao.

    O processo de definio de um Perfil Profissional compreende fases de anlise e discusso distintas, conforme a seguir:

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    Recomenda-se que, previamente, o coordenador

    metodolgico providencie a confeco de cartazes ou

    banners, para serem afixados no ambiente de trabalho

    do CTS, que contenham os principais conceitos a serem

    trabalhados nesta etapa da metodologia, facilitando a

    compreenso e a retomada destes conceitos,

    sempre que necessrio.

    Fase 1 Anlise da PROSPECTIVA INTERNA

    Fase 2 Definio da ESTRUTURA INICIAL DA OCUPAO

    Fase 3 Identificao do NVEL DE QUALIFICAO DA OCUPAO

    Fase 4 Definio da COMPETNCIA GERAL

    Fase 5 Definio das UNIDADES DE COMPETNCIA

    Fase 6 Definio dos ELEMENTOS DE COMPETNCIA

    Fase 7 Definio dos PADRES DE DESEMPENhO

    Fase 8 Descrio do CONTEXTO DE TRAbALhO DA OCUPAO

    Fase 9 Identificao das COMPETNCIAS DE GESTO

    Fase 10 Identificao de OCUPAES INTERMEDIRIAS

    Fase 11 Organizao e validao do PERFIL PROFISSIONAL

    1.4

    Com o objetivo de facilitar o entendimento das fases de

    definio do Perfil Profissional, utiliza-se o exemplo do Tcnico

    em Segurana do Trabalho, cujas informaes do perfil so adaptadas, sempre que

    necessrio, para fins didticos.

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    1.4.1

    Essa fase tem como objetivo trazer tona informaes relevantes sobre a realidade do mundo do trabalho, fazendo transparecer as mudanas tecnolgicas e organizativas que esto ocorrendo ou ocorrero tanto na rea quanto no Perfil Profissional.

    Para conduzir essa fase, o coordenador metodolgico poder utilizar a tcnica do brainstorming, como uma forma de aque-cimento do CTS, criando oportunidade de verbalizao dos seus membros, favorecendo o relacionamento interpessoal e a partici-pao de todos nas discusses.

    Cabe ao coordenador metodolgico provocar a discusso, per-mitindo que o CTS defina os aspectos relacionados Prospectiva Interna da Ocupao, conforme a seguir:

    Fatores tecnolgicos e organizativos

    Sistemas e mtodos de produo e trabalho consi-derar mudanas/inovaes tecnolgicas, tcnicas de controle de qualidade, procedimentos, organizao do trabalho, legislao e normas referentes a quali-dade, meio ambiente, sade e segurana no trabalho.

    Meios de produo

    mquinas; equipamentos; ferramentas; instrumentos; e materiais.

    Atuao do profissional

    atividades que tendem a se tornar mais importantes; atividades que tendem a perder a importncia;

    Prospectiva Interna:

    estudo para detectar as mudanas internas de uma Ocupao, no que se refere a atividades, meios,

    mtodos, organizao, tcnicas e contedos profissionais.

    Visando apoiar e otimizar as discusses na fase 1, recomenda-se que a equipe do SENAI que integra o CTS faa um exerccio preliminar de reflexo, a partir do roteiro de estudo da prospectiva interna, relacionado ocupao em questo, no que se refere s atividades, meios, mtodos, organizao, tcnicas e contedos profissionais que serviro para a definio da Estrutura Inicial da Ocupao e a Descrio do Contexto de Trabalho da Ocupao (Fases 2 e 8).

    Fase 1 Anlise da PROSPECTIVA INTERNA

    Brainstorming Do ingls, tempestade cerebral ou tempestade de ideias. Mais que uma tcnica de dinmica de grupo, uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivduo ou de um grupo criatividade em equipe colocando-a a servio de objetivos predeterminados.

    Recomenda-se que as contribuies e informaes dos membros do CTS sejam registradas em folhas de cartolina ou flip chart ou ainda em fichas (coloridas ou no), que devero ser afixadas no ambiente de trabalho do CTS, permitindo a visualizao, anlise, comparao, reviso e adequao das informaes geradas ao longo das discusses.

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    atividades novas; competncias que tendem a ser includas no perfil

    do trabalhador; e competncias que tendem a perder a importncia

    no perfil do trabalhador.

    Uma vez discutidas todas as informaes, o CTS definir a Estru-tura Inicial da Ocupao (Fase 2).

    1.4.2

    A finalidade dessa fase definir o objetivo-chave da Ocupao, suas principais funes e subfunes. Para tanto, sugere-se que o coordenador metodolgico apresente trs questes que subsidiaro todo o trabalho do CTS e devero ser relembradas sempre que necessrio:

    1 - Quais competncias profissionais o trabalhador da Ocupao em estudo apresenta nos dias de hoje?

    2 - Quais competncias profissionais o trabalhador da Ocupao em estudo deveria apresentar?

    3 - Quais competncias profissionais o trabalhador da Ocupao em estudo dever apresentar a mdio e longo prazos, considerando a adoo de tecnologias emergentes e de provveis mudanas organizacionais?

    As respostas a essas questes constituem-se em hipteses e aproximaes que subsidiaro a definio do objetivo-chave, das principais funes e subfunes que caracterizam a Estrutura Inicial da Ocupao.

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    1Fase 2 Definio da ESTRUTURA INICIAL DA OCUPAO

    Recomenda-se ainda que os painis produzidos sejam fotografados para facilitar a

    retomada das informaes quando da Anlise do Perfil

    Profissional, por ocasio da Elaborao do

    Desenho Curricular.

    Trs questes:

    1. Competncias que apresenta hoje.

    2. Competncias que deveria apresentar.

    3. Competncias que dever apresentar a mdio e longo prazos.

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    Objetivo-chave da ocupao

    Funo principal 1

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    Funo principal 2

    Subfuno 1.1

    Subfuno ...

    Subfuno 2.1

    Subfuno ...

    Subfuno 3.1

    Subfuno ...

    O objetivo-chave da Ocupao, entendido como o resultado de um brainstorming a respeito das funes principais que a caracte-rizam, deve ser explicitado por meio de verbos de ao que com-poro a competncia geral. Funes principais referem-se ao conjunto de atividades desem-penhadas pelo profissional para obteno de um determinado objetivo, conforme explicitadas no objetivo-chave da Ocupao, constituindo as Unidades de Competncia.

    Subfunes referem-se ao subconjunto de atividades/tarefas de-sempenhadas pelo profissional que se subordinam s funes principais, constituindo os Elementos de Competncia.

    Figura 6: Estrutura da Ocupao

    Neste momento, tem-se a verso preliminar da Estrutura Inicial da Ocupao, que poder ser aperfeioada ao longo das demais fases, em um contnuo processo de controle de qualidade.

    A partir da Estrutura Inicial da Ocupao, define-se o Nvel de Qualificao correspondente (Fase 3).

    Para retroalimentao constante dos trabalhos, importante que as informaes referentes ao objetivo-chave da Ocupao sejam comparadas ao estudo de Prospectiva Interna, a fim de que se tenha uma viso mais completa das atividades que um trabalhador qualificado deve saber realizar, bem como se faam os ajustes necessrios na Estrutura Inicial da Ocupao, segundo as anlises e informaes que vo sendo incorporadas.

    Fonte: SENAI

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    1.4.3

    Os Nveis de Qualificao referem-se ao domnio de um desempenho profissional e complexida-de dos contedos de trabalho que ele engloba. So estabelecidos com base nos seguintes critrios de classificao:

    Domnio tcnico-profissional refere-se aos conhecimentos profissionais tericos e pr-ticos que o trabalhador deve possuir para o desempenho das competncias requeridas pelo mercado de trabalho. Iniciativa capacidade de agir em situaes novas e imprevistas, sem orientaes espec-ficas. Inclui vrios graus de deciso, desde a mais simples e rotineira at a mais complexa.

    Autonomia grau de independncia no desempenho de funes, atividades ou tarefas.

    Responsabilidade nvel de influncia do trabalhador sobre os resultados do trabalho e relevncia de sua gesto de recursos humanos, tcnicos e produtivos.

    Coordenao e relacionamento capacidade de gerenciar atividades em grupo e de es-tabelecer relaes pessoais e profissionais com trabalhadores do mesmo nvel ou de nveis superiores ou inferiores. Tomada de deciso capacidade de discernimento para definir a melhor alternativa, vi-sando soluo de problemas referentes a aspectos tcnicos, produtivos e humanos. Complexidade refere-se ao grau de importncia e abrangncia de determinadas atividades e funes, considerando sua inter-relao, integrao e ou impacto em outras atividades e funes.

    nos critrios de classificao que se encontra a correspondncia entre os cinco nveis de qualifica-o e as respectivas etapas da educao profissional e tecnolgica.

    Um nvel de qualificao mais elevado requer um nvel de escolaridade mais elevado.

    O CTS deve estar atento e garantir a coerncia entre Funes, Subfunes e o Nvel de Qualificao associado, evitando o sub ou superdimensionamento de competncias do Perfil Profissional.

    Fase 3Identificao do NVEL DE QUALIFICAO DA OCUPAO

    ATeno:

    Essa etapa imprescindvel para que se tenha clareza dos limites e possibilidades da Ocupao, considerando o nvel de escolaridade e as

    competncias compatveis com o Perfil Profissional a ser descrito.

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    Com base nos critrios de classificao, identifica-se o Nvel de Qualificao da Ocupao em estu-do, em funo do grau de exigncia relacionado ao desempenho profissional, conforme apresentado no quadro abaixo.

    Quadro 4: Nveis de Qualificao

    Quadro 5: Exemplo de Identificao do Nvel de Qualificao do Tcnico em Segurana do Trabalho

    Identificado o Nvel de Qualificao da Ocupao, define-se a Competncia Geral (Fase 4), resguar-dando-se a coerncia entre esta e o nvel de complexidade correspondente.

    Nvel Descrio do NvelEtapas da Educao

    Profissional e Tecnolgica

    1Execuo de trabalhos simples, sobretudo manuais. As competncias profissionais apresentam baixo grau de complexidade e podem ser adquiridas com facilidade e rapidez. Capacidade de tomada de decises, autonomia, responsabilidade e iniciativa limitadas, supondo alto grau de dependncia.

    Formao Inicial e Continuada ou Qualificao Profissional

    2

    Corresponde a uma ocupao completa, que abrange algumas atividades profissionais bem delimitadas e que requerem, sobretudo, um trabalho de execuo. Exigem capacidade para utilizar instrumentos e tcnicas que lhes so prprios e envolvem grau mdio de dificuldade. O trabalhador executa as atividades com certo grau de autonomia, iniciativa e responsabilidade, mas com superviso direta.

    Formao Inicial e Continuada ou Qualificao Profissional

    3

    O campo de trabalho requer, geralmente, a aplicao de tcnicas que exigem grau mdio-alto de especializao e cujo contedo exige atividade intelectual compatvel. O trabalhador realiza funes e atividades com con-sidervel grau de autonomia e iniciativa, que podem abranger responsabili-dades de controle de qualidade de seu trabalho ou de outros trabalhadores e ou coordenao de equipes de trabalho. Requer capacidades profissionais tanto especficas quanto transversais.

    Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio

    4

    Corresponde a atividades profissionais que implicam alta complexidade tcnica e intelectual. O trabalhador realiza funes de integrao e coor-denao dos trabalhos realizados por ele e por seus colaboradores, assim como a organizao desses trabalhos. Realiza atividades profissionais com alto grau de autonomia e iniciativa e desenvolve competncias que incluem responsabilidades de superviso e controle de qualidade, soluo de proble-mas tcnicos e sua aplicao.

    Educao Profissional Tecnolgica de Graduao e de Ps-graduao

    5

    Corresponde a atividades profissionais complexas e em muitos casos heterog-neas, que supem alto grau de domnio tcnico e dos fundamentos cientficos da profisso. O trabalhador possui alto grau de autonomia e responsabilidade no planejamento, organizao e tomada de decises, tanto no desenvolvimento das atividades profissionais como na gesto de recursos humanos.

    Educao Profissional Tecnolgica de Graduao e de Ps-graduao

    ocupao tcnico em Segurana do trabalho

    Eixo Tecnolgico Seguranarea Tecnolgica Segurana do TrabalhoSegmento Tecnolgico SeguranaEducao Profissional Tcnica de Nvel Mdio

    Nvel de Qualificao 3

    Fonte: SENAI

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    1.4.4

    Para a definio da Competncia Geral, torna-se necessrio compreender a definio de competncia profissional, confor-me apropriada nesta metodologia.

    Competncia Profissional a mobilizao de conhecimentos, habilidades e atitudes necessrios ao desempenho de funes e atividades tpicas de uma Ocupao, segundo padres de qua-lidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho.

    Figura 7: Competncia Profissional

    Portanto, a Competncia Profissional, entendida como um conceito relacional, deve:

    fazer sentido para empregadores e trabalhadores; eincluir, alm das habilidades tcnicas requeridas para o exerccio de uma atividade concreta, um conjunto de comportamentos interativos, como tomada de deciso, comunicao com o ambiente, organizao do trabalho e outros necessrios ao pleno desempenho profissional em um determinado campo de atuao.

    Com base na Estrutura Inicial da Ocupao, mais especifica-mente no objetivo-chave estabelecido, procede-se descrio da Competncia Geral, que a sntese do idealmente necessrio a ser realizado pelo trabalhador, expressando globalmente as funes principais que caracterizam a Ocupao.

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    Fase 4 Definio da COMPETNCIA GERAL

    Objetivo-chave Competncia Geral

    No decorrer das diferentes fases de definio do Perfil Profissional,

    faz-se necessrio revisitar a Competncia Geral, uma vez que esta se constitui referncia para

    todas as fases.

    Fonte: SENAI

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    A Competncia Geral definida a partir de um ou vrios verbos de ao que sintetizam as funes principais que caracterizam a Ocupao, de acordo com o contexto profissional. Uma Competncia Geral bem redigida identifica claramente a Ocupao.

    Quadro 6: Exemplo de redao da Competncia Geral do Tcnico em Segurana do Trabalho (adaptado para fins didticos)

    Definida a Competncia Geral, deve-se fazer o controle de qualidade, tomando como referncia a lista de verificao a seguir.

    Feito o controle de qualidade da definio da Competncia Geral, deve-se extrair desta as respecti-vas Unidades de Competncia (Fase 5).

    1.4.5

    Com base nas funes principais da Ocupao, apresentadas na Competncia Geral, o CTS procede definio das Unidades de Competncia relacionadas.

    A Unidade de Competncia uma das funes principais constantes na Competncia Geral que expressa os resultados relativos s grandes etapas do processo de trabalho atinentes Ocupao em estudo.

    So definidas tantas Unidades de Competncia quantas forem as funes principais presentes na Competncia Geral.

    Em suma, uma Unidade de Competncia deve:

    estar contida na Competncia Geral;utilizar verbos de ao no infinitivo; representar uma funo claramente identificvel na rea profissional; epossuir grau de concretude suficiente para que seja avaliada.

    CoMPEtNCIA GErAlPlanejar, coordenar e realizar aes de preveno, visando a segurana nos ambientes de trabalho e a preservao do meio ambiente, de acordo com a legislao e normas aplicveis segurana, sade e ao meio ambiente.

    Fase 5 Definio das UNIDADES DE COMPETNCIA

    LISTA DE VERIFICAO DA FASE 4Definio da COMPETNCIA GERAL

    1. Expressa globalmente as funes principais que caracterizam a Ocupao e as capacidades que permitem exerc-las de modo eficaz no mbito do trabalho.

    2. Sintetiza as funes principais da Ocupao e as capacidades necessrias, de acordo com o contexto do trabalho.

    Fonte: SENAI

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    Figura 8: Exemplo de redao do desdobramento da Competncia Geral em Unidades de Competncia da Ocupao do Tcnico em Segurana do Trabalho (adaptado para fins didticos)

    Ao redigir as Unidades de Competncia, deve-se utilizar uma linguagem clara e precisa. A redao deve seguir a seguinte estrutura:

    Verbo de ao (infinitivo) + complemento (objeto direto) + condio (contexto)

    Quadro 7: Exemplo de redao de Unidade de Competncia da Ocupao do Tcnico em Segurana do Trabalho (adaptado para fins didticos)

    CoMPEtNCIA GErAl

    Planejar, coordenar e realizar aes de preveno, visando a segurana nos ambientes de trabalho e a preservao do meio ambiente, de acordo com a legislao e normas aplicveis segurana, sade e ao meio ambiente.

    UNIDADE DE COMPETNCIA N 1Planejar aes de preveno, visando a segurana nos ambientes de trabalho e a preservao do meio ambiente, de acordo com a legislao e normas aplicveis segurana, sade e ao meio ambiente.

    UNIDADE DE COMPETNCIA N 2Coordenar aes de preveno, visando a segurana nos ambientes de trabalho e a preservao do meio ambiente, de acordo com a legislao e normas aplicveis segurana, sade e ao meio ambiente.

    UNIDADE DE COMPETNCIA N 3realizar aes de preveno, visando a segurana nos ambientes de trabalho e a preservao do meio ambiente, de acordo com a legislao e normas aplicveis segurana, sade e ao meio ambiente.

    verbo de ao (infinitivo) +

    Complemento (objeto direto) +

    Condio (contexto)

    Planejar aes de preveno,

    visando a segurana nos ambientes de trabalho e a preservao do meio ambiente, de acordo com a legislao e normas aplicveis segurana, sade e ao meio ambiente.

    Fonte: SENAI

    Fonte: SENAI

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    Uma vez estabelecidas as Unidades de Competncia, ser feita a definio dos Elementos de Competncia correspondentes a cada uma delas (Fase 6).

    Os resultados expressos nas Unidades de Competncia so alcanados

    por meio das atividades descritas nos Elementos de Competncia.

    Determinadas ocupaes profissionais so regulamentadas por organismos de classe. Nesses casos, a redao das Unidades de Competncia deve guardar coerncia com a norma regulamentadora.

    LISTA DE VERIFICAO DA FASE 5 Definio das UNIDADES DE COMPETNCIA

    1. Explicitam grandes funes do desempenho profissional, contribuindo para o alcance da Competncia Geral, isto , representam uma parte significativa e fundamental desta.

    2. Representam um objetivo produtivo, funo ou produto significativo no campo profissional e claramente identificvel.

    3. Explicitam claramente a funo ou o produto a ser realizado pelo trabalhador.

    4. Refletem grandes etapas do processo de trabalho.5. Explicitam como resultado um produto acabado

    (bem ou servio) mensurvel e passvel de avaliao.6. Possuem grau de concretude suficiente para serem

    avaliados.7. Tm sentido tanto para os trabalhadores quanto para

    os empregadores do segmento tecnolgico.8. Englobam os elementos de competncia requeridos

    para um desempenho profissional eficaz.9. Tm consistncia prpria e no se sobrepem a outra

    Unidade de Competncia do perfil.

    Observao: Se houver sobreposio de funes, significa que existe um conflito a ser resolvido no objetivo-chave da Ocupao e, por consequncia, na Competncia Geral.

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    1.4.6

    Os Elementos de Competncia so a descrio das atividades que devem ser desenvolvidas para alcanar os resultados previstos nas Unidades de Competncia.

    Figura 9 : Exemplo do desdobramento da Unidade de Competncia em Elementos de Competncia da Ocupao do Tcnico em Segurana do Trabalho (adaptado para fins didticos)

    Para facilitar a definio dos Elementos de Competncia, pode-se partir da seguinte pergunta:

    Que atividades o profissional deve desenvolver para alcanar o descrito na Unidade de Competncia?

    As respostas pergunta acima resultam numa lista de atividades, da qual derivaro um ou mais Elementos de Competncia que devem obedecer aos seguintes requisitos:

    ser aplicvel a distintas situaes de trabalho em processos similares (uma vez que os Elementos de Competncia no so atividades ou tarefas atomizadas);ser relevante no interior do processo produtivo e cumprido integralmente pelo trabalhador; eser suficientemente concreto para ser avaliado segundo critrios objetivos.

    Na definio de um Elemento de Competncia, pode ocorrer que a atividade descrita seja mais abrangente do que a ao descrita na Unidade de Competncia, configurando-se, portanto, mais em uma Unidade de Competncia do que em um Elemento de Competncia. Neste caso, o CTS deve retomar a Estrutura Inicial da Ocupao para promover os ajustes necessrios ou, se for o caso, in-cluir uma nova Unidade de Competncia.

    Fase 6 Definio dos ELEMENTOS DE COMPETNCIA

    uNIDADE DE CoMPEtNCIA N 1

    Planejar aes de preveno, visando a segurana nos ambientes de trabalho e a preservao do meio ambiente, de acordo com a legislao e normas aplicveis segurana, sade e ao meio ambiente.

    ELEMENTO DE COMPETNCIAElaborar poltica de segurana esade do trabalho.

    ELEMENTO DE COMPETNCIAAvaliar riscos ambientais e de processos.

    ELEMENTO DE COMPETNCIAElaborar planos de trabalho.

    Perfi

    l Pro

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    Fonte: SENAI

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    Ao redigir Elementos de Competncia, deve-se utilizar uma linguagem clara e precisa, de acordo com a seguinte estrutura:

    Verbo de ao + complemento (infinitivo) (objeto direto)

    Quadro 8: Exemplo de redao de Elemento de Competncia da Ocupao do Tcnico em Segurana do Trabalho (adaptado para fins didticos)

    A redao do Elemento de Competncia deve incluir o contexto sempre que este seja diferente da-quele expresso na Unidade de Competncia.

    Deve-se atentar para o fato de que um Elemento de Competncia isolado de sua respectiva Unidade de Competncia no tem significado no mercado de trabalho.

    Uma vez estabelecidos os Elementos de Competncia, os seus respectivos Padres de Desempenho devero ser definidos (Fase 7).

    verbo de ao (infinitivo) + Complemento (objeto direto)

    Elaborar poltica de segurana e sade do trabalho.

    LISTA DE VERIFICAO DA FASE 6Definio dos ELEMENTOS DE COMPETNCIA

    1. Descrevem o que os profissionais devem ser capazes de fazer nas situaes de trabalho em cada Unidade de Competncia.

    2. Representam realizaes profissionais independentes.3. Refletem processos, tcnicas ou produtos parciais da respectiva Unidade de

    Competncia.4. So aplicveis a distintas situaes de trabalho em processos similares, uma vez que no

    so atividades ou tarefas atomizadas.5. So relevantes no interior do processo produtivo e devem ser cumpridos integralmente

    pelo trabalhador.6. Possuem grau de concretude suficiente para serem avaliados.7. Mobilizam capacidades profissionais.8. Apresentam linguagem clara e precisa na sequncia: verbo de ao (infinitivo) mais

    complemento (objeto) e, quando for o caso, a condio (contexto), se esta no estiver explcita na Unidade de Competncia.

    9. So menos amplos e menos complexos que a Unidade de Competncia.

    Fonte: SENAI

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    1.4.7

    A cada Elemento de Competncia so associados Padres de Desempenho.

    Padres de Desempenho so parmetros que especificam a qua-lidade do desempenho requerido para cada Elemento de Com-petncia. Permitem julgar como adequado ou no adequado, sa-tisfatrio ou no satisfatrio o desempenho do profissional com relao ao Elemento de Competncia. Trata-se de especificaes objetivas que permitem verificar se o profissional atende ou no o descrito no Elemento de Competncia.

    Para facilitar a definio dos Padres de Desempenho, pode-se partir da seguinte pergunta:

    Como o profissional deve desenvolver suas atividades para atender satisfatoriamente ao descrito no Elemento de Competncia?

    A resposta a essa pergunta so os Padres de Desempenho que exprimem, com preciso, como o trabalhador deve desenvolver as atividades descritas no Elemento de Competncia. Cada pa-dro atendido evidencia o quanto o Elemento de Competncia foi atendido ou cumprido.

    Os Padres de Pesempenho so parmetros qualitativos e quanti-tativos e podem estar relacionados aos seguintes aspectos:

    utilizao de meios de produo, materiais e produtos;aplicao de processos, mtodos e procedimentos;seleo e utilizao de informaes; emobilizao de atitudes requeridas no ambiente de trabalho.

    A fim de assegurar consistncia na estrutura da Unidade de Com-petncia, os Padres de Desempenho so redigidos utilizando-se o verbo no gerndio, por assumirem a funo de advrbio de modo.

    Pode acontecer que um determinado Elemento de Competncia tenha um nmero muito grande de Padres de Desempenho de mesma natureza. Nesse caso, em vez de escrever repetidamente esses padres, pode-se utilizar uma frase sintetizadora, como: cumprindo normas tcnicas; aplicando normas ambientais, entre outras. O CTS pode listar todas as normas e especificaes

    Fase 7 Definio dos PADRES DE DESEMPENhO

    Padro de Desempenho o referencial que especifica, do ponto de vista qualitati