livro julio dias

Upload: lindomarvc

Post on 17-Feb-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    1/140

    Julio Cesar de Sousa Dias

    GESTO E OPERAOPORTURIA: EXPERINCIAEM CINGAPURA

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    2/140

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    3/140

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    4/140

    Repblica Federativa do Brasil

    Dilma RousseffPresidenta da Repblica

    Secretaria de Portos (SEP)

    Jos Lenidas CristinoMinistro Chefe

    Ministrio dos Transportes

    Paulo Srgio PassosMinistro dos Transportes

    Agncia Nacional de Transportes Aquavirios (ANTAQ)

    Diretoria Colegiada

    Pedro Brito Diretor-Geral SubstitutoFernando Jos de Pdua Costa Fonseca Diretor Interino

    Mrio Povia Diretor Interino

    Superintendncia de Navegao Interior

    Adalberto Tokarski

    Superintendncia de Administrao e Finanas

    Albeir Taboada Lima

    Superintendncia de Navegao Martima e de Apoio

    Andr Luis Souto de Arruda Coelho

    Superintendncia de Fiscalizao e Coordenao

    Bruno de Oliveira Pinheiro

    Superintendncia de Portos

    Jos Ricardo Ruschel dos Santos

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    5/140

    Julio Cesar de Sousa Dias

    GESTO E OPERAOPORTURIA: EXPERINCIAEM CINGAPURA

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    6/140

    6

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    2012 ANTAQ

    SEPN Quadra 514, Conjunto E,Edifcio ANTAQ, Biblioteca - 5 Andar.

    55 61 2029-6597, [email protected] 70760-545

    Permitida a reproduo sem ns lucrativos, parcial, por qualquer meio,

    se citado a fonte.Impresso no Brasil

    Centro de Informao em Transporte AquavirioEditora

    Direo Editorial:Jos Antonio Machado do Nascimento.Projeto grco:Flvio Madera e Rafael Duarte.Capa:Flvio Madera.

    Foto capa:Canal do Panam - ACP.Reviso:Lvia Resende Lara.

    Assessoria de Comunicao (ASC)Assessora de Comunicao Social: Yara Rodrigues da Assuno.

    Relaes pblicas: Maria Inez Vaz Dias Albuquerque.

    D541g Dias, Jlio Cesar de Sousa

    Gesto e operao porturia: experincia em Cingapura/Jlio Cesar de Sousa Dias. Braslia: Editora ANTAQ, 2013.

    140p.

    ISBN 978-85-64964-04-4

    1 Gesto porturia. 2 Portos. 3 Cingapura. I- ttulo

    CDD 387.57

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    7/140

    7

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    APRESENTAOA criao da editora ANTAQ algo a ser comemorado no Governo Federal.

    Representa o renascimento do debate tcnico-cientco em transporte aquavirio

    e a promoo do acesso informao como forma de despertar na sociedade o

    senso crtico sobre regulao.

    Durante anos a rea de transportes se ressentiu de uma estrutura editorial

    que fosse moldada nos exemplos das melhores casas literrias do pas e que

    pudesse reunir textos relevantes que contribussem para o desenvolvimento do

    Brasil. Essa estrutura a Editora ANTAQ, que projetar de forma mais ampla a

    Poltica Nacional de Transportes para o modal aquavirio.

    Os primeiros livros da Editora apresentam profissionais como

    administradores, advogados, bibliotecrios, economistas, engenheiros e jornalistas

    para dissertar sobre gua de lastro, scalizao porturia, impacto regulatrio,

    dragagem, hidrovias, canal do panam e suas relaes com o comrcio exterior

    brasileiro, a gesto porturia, a legitimidade das agncias reguladoras, a navegao

    de cabotagem entre outros assuntos.

    Com os primeiros volumes da coleo a Editora abre um novo caminho para

    a infraestrutura da pesquisa em transporte aquavirio, ao congregar teoria e prtica

    para melhorar as possibilidades de dilogo entre a ANTAQ e a sociedade brasileira.

    Diretoria da ANTAQ

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    8/140

    Fonte:Julio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    9/140

    9

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    Glossrio...........................................................................................................

    Lista de Siglas...................................................................................................

    Prefcio.............................................................................................................

    CAPTULO 1

    AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA

    (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)...........................................................

    1.1. Estabelecimento da Autoridade do Porto de Cingapura e de

    sua estrutura organizacional...............................................................

    1.2. Estrutura organizacional da Autoridade do Porto de

    Cingapura.............................................................................................

    CAPTULO 2

    O PORTO DE CINGAPURA............................................................................

    2.1. Verdadeiro hubport internacional................................................

    2.2. Servios prestados pela Autoridade do Porto de Cingapura......

    2.2.1. Zona de Livre Comrcio Free Trade Zone (FTZ).............

    2.2.2. Tecnologia da informao no negcio porturio................

    2.2.3. Servios de continer diferenciados...................................

    CAPTULO 3

    TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA....................................................

    3.1. Terminais conteineiros de Cingapura...........................................

    3.1.1. Terminal Tanjong Pagar.......................................................

    3.1.2. Terminal Keppel...................................................................

    13

    19

    27

    31

    33

    36

    41

    44

    49

    51

    52

    59

    63

    64

    66

    67

    SUMRIO

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    10/140

    Fonte:Julio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    11/140

    11

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    SUMRIO

    3.1.3. Terminal Brani......................................................................

    3.1.4. Terminal Pasir Panjang........................................................

    3.2. PSA distripark...............................................................................3.3. Terminais de mltiplo-uso.............................................................

    CAPTULO 4

    AUTORIDADE PORTURIA E MARTIMA

    (MARITIME PORT AUTHORITY - MPA).........................................................

    CAPTULO 5

    SERVIO DE PRATICAGEM E APOIO PORTURIO

    (REBOCADORES) EM CINGAPURA.............................................................

    5.1. Aspecto regulatrio.....................................................................

    CAPTULO 6

    PARMETROS DE DESEMPENHO PORTURIO.........................................

    CAPTULO 7

    CUSTO PORTURIO.......................................................................................

    CAPTULO 8

    ELABORAO DE PLANO DIRETOR PORTURIO.....................................

    8.1. Horizontes de planejamento.........................................................

    8.2. Fatores que inuenciam o planejamento porturio.....................

    8.3. Ferramentas do planejamento porturio......................................

    Consideraes Finais.......................................................................................Bibliograa.........................................................................................................

    Anexo 1.............................................................................................................

    68

    70

    7375

    79

    91

    92

    95

    101

    113

    115

    116

    118

    127131

    134

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    12/140

    Fonte:Julio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    13/140

    13

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    GLOSSRIOBunker o leo combustvel martimo, o combustvel de navios.

    Cadeia de fornecimento- o grupo de fornecedores que supre as necessidades

    de uma empresa na criao e no desenvolvimento dos seus produtos. No est

    limitada ao uxo de produtos ou informaes no sentido fornecedor-cliente. Existe

    tambm um uxo de informao, de reclamaes e de produtos, entre outros,

    no sentido cliente-fornecedor.

    Carga Paletizada- aquela transportada por meio depallets. Pallet um acessrio

    formado por um estrado sobre cuja superfcie se podem agrupar e xar as

    mercadorias constituindo uma unidade de carga.

    Circuito fechado ou circuito interno de televiso (CFTV) - closed-circuit television

    um sistema de televiso que distribui sinais provenientes de cmeras localizadas

    em locais especcos, para um ou mais pontos de visualizao.

    CITOS- um Sistema Integrado de Gesto Empresarial - (Enterprise Resource

    Planning)especializado no comando e controle de informaes e recursos para

    os terminais de continer. Controla todas as atividades, desde a movimentao

    de veculos, motoristas de caminhes, transtineres e guindastes de ptio,portineres, contineres, pilotos de equipamentos e de veculos, monitoramento

    dos contineres refrigerados, alocao de recursos e entrada e sada nos portes.

    Distriparks - so modernos complexos logsticos, de grande escala, que

    proporcionam uma maior facilidade na realizao das operaes de

    distribuio de carga num nico local, em reas prximas a um porto de grande

    movimentao. Estabelecendo um contato direto com os terminais de continer

    e recorrendo ao uso da tecnologia de ltima gerao nas reas da informao

    e telecomunicaes, permite uma maior eccia na articulao do transporte

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    14/140

    14

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    GLOSSRIO

    multimodal com incidncia no trnsito de navios. Os distriparks oferecem espao

    para armazenamento temporrio de cargas, para operaes de carga e descarga

    e para o seu transporte. A valorizao dos distriparks resulta das facilidades

    propiciadas pelos servios, que podem ser prestados por eles para uma vasta

    e diversa clientela, onde se destacam a agrupamento, rotulagem, controle de

    qualidade, embalagem, unitizao, classicao de material e faturamento.

    ERP (Enterprise Resource Planning) - Em portugus, sistemas integrados de

    gesto empresarial - SIGE, so sistemas de informao que integram todos os

    dados e processos de uma organizao em um nico sistema.

    Estao de Carga de Continer (Container Freight Station CFS) - local designado

    pelos transportadores martimos para o recebimento da carga a ser colocada

    em contineres, ou o local apropriado para a realizao da desova das cargas

    do continer.

    Fumigao- a desinfeco realizada com produtos volteis (gs), usada para

    desinfetar materiais que no podem ser submetidos desinfeco lquida. Os

    produtos normalmente utilizados so o formol e o permanganato de potssio.

    Grupo 2S- a classicao dada pela Autoridade do Porto de Singapura - PSA

    das cargas perigosas de risco intermedirio, que podem ser movimentadas nos

    terminais, mas devem ser carregadas e descarregadas diretamente. S podem

    ser armazenadas em ptios especcos para carga perigosa. Existem os Grupos

    1 e 3, cujo primeiro refere-se a cargas explosivas, altamente inamveis e/ou

    txicas, tendo restrio de bero. O Grupo 3 abrange as cargas com baixo risco

    de exposio, podendo ser movimentadas e armazenadas no ptio de carga geral

    dos terminais, mas com a devida segregao.

    Hinterlndia- derivao da palavra Hinterlandque a rea de inuncia de um

    porto no territrio ou pas ou pases ao qual o porto pertence ou tem proximidade.

    A zona de inuncia representa a parcela de mercado que um porto tem em

    relao aos demais portos que servem mesma regio geogrca.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    15/140

    15

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    GLOSSRIO

    Horrio de Solicitao de Servio- chamado em Cingapura de Service Requested

    Time SRT, trata-se da hora em que o agente martimo solicita o servio de

    praticagem.

    Hubport - ou porto concentrador aquele porto, como o nome sugere, que

    concentra cargas e linhas de navegao.

    Intercmbio Eletrnico de Dados (Eletronic Data Interchange EDI) - uma

    rede de acesso direto aos clientes do provedor, permitindo a conexo entre os

    sistemas eletrnicos de informao entre empresas, independentemente dos

    sistemas e procedimentos utilizados no interior de cada uma dessas empresas.

    Joint Venture- ou empreendimento conjunto uma associao de empresas,

    que pode ser denitiva ou no, com ns lucrativos, para explorar determinado(s)

    negcio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurdica.

    Non Vessel Operating Commom Carrier (NVOCC) - uma empresa que no

    proprietria de navios ou de contineres. Elas captam cargas fracionadas no

    mercado, armazenam as mercadorias em contineres e compram espaos emnavios, que sero operados pelos Armadores propriamente ditos, chamados

    freight forwarders.

    Peao - a fixao da carga ou continer nos pores ou conveses da

    embarcao, visando evitar sua avaria pelo balano do mar.

    RoRo- abreviao de Roll-on/Roll-off, a operao de carga ou descarga de

    veculos dos navios para o ptio, onde os veculos so as cargas que rodam

    para fora e para dentro, se movimentam por sua prpria conta, em contraste

    ao des/carregamento com a necessidade de um equipamento de manuseio do

    continer, tal como guindaste, transtiner ou reach stacker, chamado lift-on/lift-off .

    Teoria das las- um ramo da probabilidade que estuda a formao de las,

    atravs de anlises matemticas precisas e propriedades mensurveis das las.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    16/140

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    17/140

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    18/140

    18

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    Fonte:Julio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    19/140

    19

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    LISTA DE SIGLASAATS -Asia Automobile Terminal Singapore

    (Terminal Automobilstico da sia em Cingapura)

    AIS -Automatic Identication System (Sistema de Identicao Automtica)

    ANTAQ - Agncia Nacional de Transportes Aquavirios

    ATM -Advanced Transhipment Management (Gesto de Transbordo Avanado)

    B2B Business To Business(negcio por negcio)

    BPMS - Berth Planning & Monitoring System

    (Sistemas de Planejamento e Monitoramento de Bero)

    CDC - Consolidated Distribution Centres(Centros de Distribuio Consolidada)

    CFS - Container Freight Station(Estao de Carga de Continer)

    CFTV - Circuito fechado ou circuito interno de televiso

    CIMOS - Computerized Integrated Marine Operations System

    (Sistema Integrado de Operaes Martimas)

    CITOS - Computerized Integrated Terminal Operations System

    (Sistema Integrado de Operao do Terminal)

    CNRS - Container Number Recognition System

    (Sistema de Reconhecimento do Nmero do Continer)

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    20/140

    20

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    LISTA DE SIGLAS

    COB - Immigration Clearance On Board(Liberao de Imigrao Bordo)

    CoCs Certicate of Compliance(Certicados de Competncia)

    Con/HNB - Contineres por Hora de Navio no Bero

    Con/HNP - Contineres por Hora de Navio no Porto

    Con/HSN - Contineres por Hora de Servio do Navio

    Con/HTP - Contineres movimentados por Hora de Trabalho do Portiner

    COSCO - China Ocean Shipping Company

    CPCS - Collaborative Port Community Solution

    (Soluo Colaboradora da Comunidade Porturia)

    CREW - System Computorisation of Record for crew Clearance System

    (Sistema Computadorizado de Registro de Liberao de Tribulao)

    CSI - Container Security Initiative(Iniciativa de Segurana de Continer)

    CST - Conrmed Service Time(Conrmao do Horrio do Servio)

    ECDIS - Electronic Chart Display and Information System

    (Sistema de Informao e Exibio de Mapa Eletrnico)

    EDI - Eletronic Data Interchange (Intercmbio Eletrnico de Dados)

    ENC - Eletronic Navigational Chart (Mapa Eletrnico de Navegao)

    ERP - Enterprise Resource Planning

    (Sistemas Integrados de Gesto Empresarial)

    FEDI Financial Eletronic Data Interchange

    (Intercmbio Eletrnico de Dados Financeiros)

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    21/140

    21

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    LISTA DE SIGLAS

    FMSS - Full Mission Shiphandling Simulators

    (Simulador Completo de Movimentao de Navio)

    FTZ - Free Trade Zone(Zona de Livre Comrcio)

    GLCs - Government Linked Companies(Companhias Ligadas ao Governo)

    GOC General Operating Conditions

    GRT Gross Register Tonnage (Tonelagem Porte Bruto TPB) ha hectare(s)

    HARTS - Harbour Craft Transponder System

    (Sistema de Transponder de Pequenas Embarcaes)

    HCSC - Harbour Craft Security Code

    (Cdigo de Segurana de Pequena Embarcao)

    ICA - Immigration CheckPoint Authority(Autoridade de Vericao de Imigrao)

    IMC Internacional Maritime Centre

    (Centro Martimo Internacional de Excelncia)

    IMO - International Maritime Organization(Organizao Martima Internacional)

    ISC - Integrated Simulation Centre(Centro Integrado de Simulao)

    ISPS Code International Ship and Port Faclity Security Code

    (Cdigo Internacional para proteo de Navios e Instalaes Porturias)

    JTC Jurong Town Corporation(Corporao da Cidade de Jurong)

    KD - Keppel Distripark(Parque Industrial)

    KDNet - Keppel Distripark Net(Rede do Parque Industrial de Keppel)

    LOLO - Lift On Lift Off(entrada e sada de contineres do porto)

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    22/140

    22

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    LISTA DE SIGLAS

    Ltd Limited(Limitada)

    MINT Fund - Maritime Innovation and Technology Fund

    (Fundo de Inovao Martima e Tecnolgica)

    MPA - Maritime Port Authority (Autoridade Martima e Porturia)

    MPT - Multi-Purpose Terminals(Terminais de Mltiplo-Uso)

    MSC - Mediterranean Shipping Company

    MSI - Maritime Safety Information (Informao de Segurana Martima)

    NYK and K Line - Nippon Yusen Kabushiki Kaisha and Kawasaki

    Kisen Kaisha Ltd.

    OHBC - OverHead Brigde Crane(Guindaste sobre Ponte Rolante)

    PDP - Plano Diretor Porturio

    PIL - Pacic Internacional Lines (Linhas Internacionais do Pacco)

    PMTS - Prime Movers Tracking System

    (Sistema de Rastreamento do Movimento Inicial)

    PPST - PIL-PSA Singapore Terminal

    PPT - Pasir Pajang Terminal (Terminal de Pasir Pajang)

    PPW - Pasir Panjang Wharves (Cais de Pasir Panjang)

    PSA - Port Singapore Authority(Autoridade do Porto de Cingapura)

    Pte Private (Privado)

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    23/140

    23

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    LISTA DE SIGLAS

    PTI - Pre-trip inspection(inspeo pr-viagem)

    RH Recursos Humanos

    RMS - Resource Management System

    (Sistema de Gerenciamento de Recursos)

    RoRo Roll-on/Roll-off

    S$ - Singapure Dollar (Dlar de Cingapura)

    SCP - Singapore Cooperation Programme(Programa de Cooperao de Cingapura)

    SMA Singapore Maritime Academy(Academia Martima de Cingapura)

    SOS - Ship Operations System(Sistema de Operao de Embarque)

    SPECS - Singapore Engineering and Consultancy Services Ltda

    (Servios de Engenharia e Consultoria de Cingapura Ltda.)

    SRT - Service Requested Time(Horrio de Solicitao de Servio)

    SSSA - Ship Self-Security Assessement

    (lista de vericao e avaliao prpria da segurana da embarcao)

    SW Sembawang Wharves(Cais de Sembawang)

    TCM - Total de Contineres Movimentados

    TEU Twenty-foot Equivalent Unit (Unidade Equivalente a 20 ps)

    THB - Total de Horas no Bero

    THP - Total de Horas no Porto

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    24/140

    24

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    LISTA DE SIGLAS

    THS - Total de Horas de Servio

    TI Tecnologia de Informao

    TNB - Tempos do Navio nos Beros

    TNO - Tempo No-Operacional

    TO - Tempo Ocioso

    TOB - Tempo Operacional do Bero

    TPB - Tonelagem Porte Bruto

    TSB - Tempo de Servio do Bero

    VOMC - Vessel Operations, Monitoring & Control System

    (Sistemas de Controle, Operao e Monitoramento do Navio)

    VPA - Vessel Plan Analyzer (Sistema de Anlise do Plano de Navio)

    VPS - Vessel Planning Systems(Sistema de Planejamento de Navio)

    VTIS - Vessel Trafc Information System

    (Sistema de Informao de Trfego de Navio)

    VTIS - Vessel Trafc Information System

    (Sistema de Informao de Trfego Martimo)

    VTS - Vessel Trafc Service(servio de trfego de navio)

    YCS - Yard Consolidation System(Sistema de Consolidao de Ptio)

    YOMC - Yard Operations, Monitoring & Control System(Sistema de Controle, Operao e Monitoramento de Ptio)

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    25/140

    25

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    LISTA DE SIGLAS

    YOS - Yard Operations System(Sistema de Operao de Ptio)

    YPS - Yard Planning Systems(Sistema de Planejamento de Ptio)

    YSM - Yard Space Manager(Sistema de Gesto de Espao de Ptio)

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    26/140

    26

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    Fonte:Julio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    27/140

    27

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    PREFCIOEste livro visa apresentar e difundir a experincia e os conhecimentos

    adquiridos no Curso de Gesto e Operaes Porturias promovido pelo Governo

    de Cingapura, impulsionado pela Embaixada do Brasil em Cingapura, subsidiado

    pela Agncia Nacional de Transportes Aquavirios ANTAQ e ministrado pelo

    Instituto da Autoridade do Porto de Cingapura, no perodo de 24 de outubro a 6 denovembro de 2007.

    Este curso faz parte do Programa de Cooperao de Cingapura (Singapore

    Cooperation Programme SCP), que oferece treinamentos premiados, ou seja, sem

    custo, com hospedagem e pequena ajuda nanceira para custear necessidades

    imprevistas, tudo isso patrocinado pelo Ministrio das Relaes Exteriores do

    Governo de Cingapura, bastando apenas que o pas de origem fornea passagens

    e meia diria para manuteno alimentcia.

    A real izao desse treinamento s foi possvel devido ao convite

    encaminhado pela Embaixada do Brasil em Cingapura Agncia Nacional de

    Transportes Aquavirios ANTAQ, dado o interesse desse rgo em enviar um

    representante do Brasil. A Embaixada, na pessoa de sua Conselheira Tatiana

    Rosito, cooperou fundamentalmente para que a indicao do Brasil fosse efetivada,

    sendo o elo entre a ANTAQ e a Diretoria de Cooperao Tcnica do Ministrio das

    Relaes Exteriores de Cingapura (Technical Cooperation Directorate of Ministry of

    Foreign Affairs).

    Essa Diretoria responsvel pela administrao do Programa de

    Cooperao de Cingapura, que tem por objetivo compartilhar a experincia do

    progresso da Repblica de Cingapura com outros pases em desenvolvimento, alm

    de propiciar a interao e troca de experincias entre esses pases.

    A assistncia tcnica do Programa baseia-se no antigo ditado chins: D

    a um homem um peixe, voc o alimentar por um dia. Ensine um homem a pescar

    e voc o alimentar por toda a vida.

    A SCP foi estabelecida em 1992 e desde ento tem treinado mais de 40.000participantes advindos de todos os pases ao redor do mundo. Este nmero se eleva

    numa ordem de 5.000 pessoas anualmente.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    28/140

    28

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    PREFCIO

    O Curso de Gesto e Operaes Porturias conduzido pelo Instituto da

    Autoridade do Porto de Cingapura(Port Singapore Authority Institute)e era oferecido

    duas vezes ao ano at o ano de 2008, sendo que a partir de 2009 oferecido apenas

    uma vez, num perodo de 10 dias, para uma turma de no mximo 25 alunos. Tem

    por objetivo prover os participantes com o conhecimento adquirido atravs da

    experincia da PSA Corporation na gesto da dinmica operacional e administrativa,

    com nfase no planejamento, organizao e uso dos recursos para assegurar um

    nvel mais elevado possvel de servios aos usurios do porto.

    Os tpicos abordados so:

    Introduo instituio PSA

    Papel e funes dos portos;

    Administrao do servio martimo;

    Controle de trfego e navegao;

    Planejamento e Operaes de terminais de carga geral;

    Operaes de armazenamento;

    Operaes de carregamento;

    Operaes de navios comuns e conteineiros;

    Planejamento da armazenagem no navio;

    Operaes de transferncia no cais;

    Indicadores do desempenho das operaes;

    Segurana porturia;

    Regulamentos porturios referentes carga perigosa;

    Conceitos modernos na segurana martima;

    Seleo de equipamento de manuseio de carga;

    Preo (tarifa) dos servios porturios;

    Aplicao da tecnologia de informao nos portos;

    Desenvolvimento de recursos humanos;

    Trabalho em equipe e comunicao.

    Buscou-se abordar neste livro os tpicos mais relevantes e de maior

    interesse para as atividades desenvolvidas pela ANTAQ, de forma a fornecer

    subsdios para a elaborao de um modelo a ser alcanado por meio da regulaodos servios porturios empreendidos pela Agncia.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    29/140

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    30/140

    Fonte:Julio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    31/140

    31

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURAPSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    A Autoridade do Porto de Cingapura foi estabelecida em 1964, sendo

    que somente em 1996, seguindo a tendncia regulatria mundial, segmentou sua

    estrutura em duas corporaes: a Autoridade Porturia e Martima (Maritime Port

    Authority MPA), com funo regulatria e a PSA Corporation Ltd, entidade comercial

    que trata da operao martima e porturia da instituio.

    Em 25 de agosto de 1997, um Projeto de Lei passou pelo parlamento com a

    nalidade de transformar a Autoridade do Porto de Cingapura (PSA) em corporao,

    visando garantir que o porto permanecesse atendendo s evolues do setor

    martimo e s exigncias do mercado. Foi uma forma de aprimorar o aproveitamento

    das novas oportunidades de negcios e responder mais ecientemente aos desaos

    futuros.

    A PSA se tornou uma corporao em 1 de outubro de 1997. A nova PSA

    Corporation agora teria como funo manter sua atividade principal de explorao

    dos terminais de continer de Cingapura e expandir os investimentos, as operaes

    e o desenvolvimento dos terminais de continer internacionalmente. Tambm se

    engajaria no desenvolvimento de atividades de armazenagem e logstica e de

    harbour-front, ou seja, a PSA Corporation iria gerir um centro de negcios comercial,

    o World Trade Centre, alm de atividades de turismo, o Centro de Cruzeiro (terminal

    de turismo martimo) e os terminais de ferry-boate o centro de exposies de

    Cingapura, o Singapore Expoem Changi.

    Captulo 1

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    32/140

    32

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    Figura 1: Harbour front com o VIVO City (shopping) no centro da fotoFonte: Julio/PSA/2007

    Em 1996, a empresa iniciou seu projeto alm-mar, implantando o primeiro

    terminal conteineiro fora de Cingapura, em Dalian, China.

    Em dezembro 2003, a PSA sofreu uma reestruturao, criando-se a PSA

    International Private Limited, principal empresa holdingdo Grupo PSA. Comexpanso internacional, atualmente a segunda maior operadora porturia do

    mundo, com operaes e investimentos em 29 terminais em 17 pases atravs da

    sia, Europa e Amricas, com uma capacidade global de 111 milhes de TEUs e

    um total de mais de 66 km de comprimento de cais.

    Vamos entender um pouco da evoluo organizacional da Administrao

    do Porto de Cingapura e como isso inuenciou seu crescimento.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    33/140

    33

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    Figura 2: Porto de Cingapura em 1819Fonte: PSA (http://www.singaporepsa.com/corporate/heritage.html [acesso em 17/7/2009])

    1.1. Estabelecimento da Autoridade do Porto de Cingapura e

    de sua estrutura organizacional

    O Porto de Cingapura existe desde 1819, quando o Sr. Thomas Stamford

    Bingley Rafes fundou o local hoje conhecido como Cingapura.

    Aps a II Guerra Mundial, o porto passou a ser administrado gradualmente

    ao Governo de Cingapura, tendo em vista que antes da independncia do pas

    em 1959, o porto tinha suas atividades realizadas por empresas privadas que

    realizavam desde a armazenagem at a movimentao de cargas. A partir de

    1863, essas atividades caram por conta da empresa Tanjong Pagar Dock.

    Porm, com o aumento das atividades martimas e porturias, aumentodo congestionamento e da falta de fornecimento adequado de infraestrutura e

    instalaes martimas pela Tanjong Pagar Dock, o governo britnico expropriou

    a empresa em 1905. Em 1913, com o intuito de se ter um porto convel ao

    comrcio, criou-se uma administrao governamental, que cou conhecida como

    Diretoria do Porto de Cingapura (Singapore Harbour Board).

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    34/140

    34

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    Com o governo independente, os lderes governamentais de Cingapura

    inauguraram uma poltica ambiciosa de intensiva e rpida industrializao para

    fornecer emprego e para abrir novos caminhos para o crescimento econmico.

    Desta forma, em 1960 o governo realizou um estudo para analisar a

    reestruturao de todas as operaes porturias incluindo as funes do Conselho

    do Porto de Cingapura, do Departamento da Marinha e do ramo Martimo do

    Departamento de Obras Pblicas. Este estudo visou garantir que todas as

    operaes porturias e as tomadas de deciso cassem sob uma autoridade,

    eliminando a duplicidade de funes. O resultado do estudo foi o estabelecimento

    da PSA em 1 de Abril de 1964, por meio do Decreto 1963 Autoridade do Porto de

    Cingapura. Essa organizao consolidada funcionava como um ramo estatutriono mbito do Ministrio das Comunicaes e Informaes.

    A PSA assumiu as funes, os ativos e passivos do Conselho do Porto

    de Cingapura, o funcionamento dos servios de praticagem e as funes

    anteriormente empreendidas pelo Departamento da Marinha. As suas principais

    atividades eram fornecer e manter os servios e as facilidades no porto, regular

    e controlar a navegao dentro dos limites do porto e das proximidades, prover

    os servios de praticagem, prover e manter adequado e eciente o sistema de

    sinalizao nutica nas guas territoriais de Cingapura e, o mais importante,promover o uso, a melhoria e o desenvolvimento do porto.

    Em 2 de fevereiro de 1996, alguns dos servios da PSA, do Departamento

    Martimo e do Conselho Martimo Nacional de Cingapura foram fundidos para

    formar a Autoridade Martima e Porturia de Cingapura (Maritime and Port

    Authority MPA), um rgo estatutrio vinculado ao Ministrio das Comunicaes

    e Tecnologia da Informao. Tal mudana se deu com a nalidade de criar uma

    estrutura mais dinmica e integrada.

    Atualmente, a MPA tem total responsabilidade pela regulao do porto

    e dos servios de transporte martimo, enquanto PSA administra e opera os

    terminais de continer e de carga, dentre outros negcios e servios comerciais.

    Formada em um momento em que em todo o mundo os portos estavam sendo

    privatizados para dar-lhes exibilidade e autonomia para se reposicionarem

    comercialmente, a MPA tem como misso proteger o interesse estratgico

    martimo de Cingapura e promover Cingapura como um grande porto e centro

    martimo internacional.O Governo de Cingapura tornou a PSA uma corporao em outubro

    de 1997, ou seja, transformou-a em entidade corporativa uma pouco mais

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    35/140

    35

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    desvinculada do Governo, com objetivos claros, estabelecendo um conselho cujos

    membros foram escolhidos com base em suas experincias e conhecimentos,

    bem como, administradores que possussem objetivos comerciais e poderes

    para levantar fundos nos mercados de capital privado.

    Essa alterao permitiu muitos incentivos comerciais, antes aplicados

    apenas em rmas privadas, o que colaborou para distanciar ainda mais do

    Governo de Cingapura as Companhias Ligadas ao Governo (Government

    Linked Companies GLCs), como era o caso da PSA. Os incentivos comerciais

    permitiram reformas administrativas, j pensadas enquanto empresas pblicas,

    porm com um foco mais comercial, e reformas que estabeleceram um ambiente

    mais competitivo. Porm, o motivo principal da alterao societria da PSA foidar maior responsabilidade e autonomia nas decises acerca dos investimentos,

    receita e despesa e estratgia comercial, que anteriormente cavam nas mos

    do Governo de Cingapura.

    Essa separao garantiu um nvel de negcio em que as GLCs no

    tivessem nenhuma vantagem ou desvantagem competitiva em relao s

    organizaes privadas que operam no mesmo mercado de risco.

    Figura 3: Evoluo Comercial do Porto de CingapuraFonte: Apresentao de K. Raguraman

    EVOLUO COMERCIAL DAS OPERAES DO TERMINAL PORTURIO

    rgoGovernamental

    Agncia PblicaAutnoma

    Empresa Pblica(Sociedade Annima)

    EmpresaPrivada

    Governo

    Nacional

    Governo

    Nacional +

    Comercial

    Governo

    Comercial +

    Nacional

    Privado

    Comercial

    Conselho do Portode Cingapura

    (SingaporeHarbourBoard)

    Autoridade doPorto de Cingapura

    (PSA) 1964 &Corporao da cidadede Jurong (JTC) 1965

    Porto de Jurong

    (Jurong Town Corp.)

    Corporao PSA1 outubro de 1997

    Autoridade Martima ePorturia (MPA)

    2 janeiro de 1996

    Jurong Port Pte Ltd1 janeiro de 2001

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    36/140

    36

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    Figura 4: Estrutura Organizacional da PSA aps se tornar corporao em 1997Fonte: Paper Historical Assessment of the Port of Singapore Authority and its

    progression towards a High-Tech Port

    1.2. Estrutura organizacional da Autoridade do

    Porto de Cingapura

    Desde a sua criao em 1964, o PSA tornou-se cada vez mais gil, exvel

    e orientada ao cliente. O esquema abaixo mostra a evoluo da organizao da

    empresa desde que se tornou uma corporao em 1997, tendo assumido estrutura

    e operaes de uma empresa privada, porm com o governo de Cingapura

    como nico acionista.

    Essa nova estrutura permitiu PSA operar mais ecientemente como

    uma organizao comercial. A criao dos Grupos de Negcios Estratgicos e

    de Desenvolvimento Estratgico apresentou muitas vantagens. Cada diviso de

    negcios independente, comercialmente exvel e tem grande controle sobre

    seus custos, o que no era possvel enquanto o Governo de Cingapura estava

    envolvido. Os dois grupos estratgicos da PSA esto discriminados a seguir:

    Presidente(Conselho de Diretores)

    GrupoPresidencial

    Vice Grupo Presidencial (Negcios Internacionais)Vice Grupo Presidencial (Operaes do Terminal)

    Grupo de Negcios

    Estratgicos

    Grupo de Desenvolvimento

    Estratgico

    DivisoLogistica

    Terminal deconteiner

    NegciosInternacionais

    Diviso dePropriedades

    Diviso deEngenharia

    DivisoFinanceira

    Diviso deRecursosHumanos

    Diviso deTecnologia

    da Informao

    Diviso deDesenvolvimento

    Corporativo

    Auditoria interna

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    37/140

    37

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    A Grupo de Negcios Estratgicos, formado por:

    1. Diviso de Terminal de Continer, que tem sido o forte do porto e

    continua sendo o centro do negcio da PSA;

    2. Diviso de Negcios Internacionais, formada em 1996, que tem sido o

    brao internacional da PSA nas oportunidades de negcios no exterior.

    3. Diviso de Logstica, novo foco de negcios da PSA, que buscou

    e continua a perseguir projetos de negcios com corporaes

    multinacionais envolvidas com servios e produtos de alto valor agregado.

    B Grupo de Desenvolvimento Estratgico.

    Este Grupo mantem a PSA mais focada no cliente, pelo melhoramento

    contnuo da produtividade por meio do desenvolvimento dos recursos humanos

    e uso inovador da tecnologia na gesto porturia. Este Grupo formado pela

    Diviso de Servios Corporativos, Diviso de Engenharia, Diviso Financeira,

    Diviso de Recursos Humanos, Diviso de Tecnologia da Informao e Diviso

    de Propriedades.

    Sob a Diviso de Negcios Internacionais funciona o Servio Porturioe Martimo Ltda, uma subsidiria totalmente controlada, que prov servios

    especializados e tecnolgicos para os portos estrangeiros. Em 1972, esta empresa

    realizou operaes de empurradores,ferrys, coleta de derramamento de leo,

    coleta de resduos slidos e reparos e manuteno de navios. Depois, expandiu

    seu papel para fornecer servios de consultoria de abrangncia porturia, martima

    e de computao em Cingapura e nos outros pases. Em 1986, a empresa mudou

    seu nome para Servios PAM Ltda. (PAM Services Ltd.).

    Concomitantemente, criou-se a Servios de Engenharia e Consultoria

    de Cingapura Ltda. (Singapore Engineering and Consultancy Services Ltda

    SPECS) outra empresa da PSA com atuao regional. Em 1987, esta se

    especializou em fornecer servios de consultoria de engenharia porturia

    em Cingapura e tambm em outros pases ao redor do mundo. Passou a ser

    denominada em 1990 como SPECS Consultoria Ltda (SPECS Consultants Ltd.). A

    empresa continua atualmente compartilhando sua especialidade em projetos de

    engenharia porturia e em construo e manuteno de portos com sua clientelainternacional, como a China e o Yemen. Por meio dessas duas organizaes, a

    PSA tem como meta ser um dos maiores operadores-proprietrios da logstica

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    38/140

    38

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    mundial de porto e terminais de continer, dando suporte aos negcios logsticos,

    mantendo uma longevidade de crescimento em termos lucrativos e de aumento

    de projetos no exterior.

    Essas empresas subsidirias provem servios porturios e conteineiros

    ao redor do mundo, pois realizar a manuteno de operaes no estrangeiro

    demanda uma enorme quantidade de recursos, e a PSA no est apta a cuidar

    sozinha de toda essa operao, tanto no exterior como dentro de Cingapura. Como

    resultado de todos esses acontecimentos, a PSA se ocupa da tomada de decises

    da empresa, enquanto as subsidirias tomavam conta das operaes estrangeiras.

    Chefe ExecutivoPrincipal

    Assessoria de comunicao

    Chefe ExecutivoOperacional

    Diviso

    Operacional

    Diviso de

    Engenharia

    Diviso de

    Tecnologia daInformao

    Assessoria JurdicaComercial

    Chefe ExecutivoFinanceiro

    Contrataes eAquisies

    TerminalMulti-Propsitos

    Segurana dosTerminais

    Distripark

    Sade eSegurana

    Diviso Financeira e deContabilidade

    Diviso deRecursos

    Humanos

    Figura 5: Estrutura Organizacional da PSA nos Terminaisde Cingapura (Porto de Cingapura)

    Fonte: PSA

    No curso do desenvolvimento da estrutura da PSA, alguns servios

    signicantes foram transferidos para as subsidirias, desde a navegao bsica

    at sosticada engenharia e servios de tecnologia da informao. Com essa

    transferncia, as empresas subsidirias infundiram novo conhecimento nasorganizaes dos outros pases, o que os permitiu projetar, implantar e administrar

    o funcionamento dos terminais independentemente. Na realidade, devido a essa

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    39/140

    39

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)

    Figura 6: Estrutura organizacional de um terminal conteineiro oude um porto sugerida pela PSA

    Fonte: PSA

    transferncia, os clientes puderam aprender e realizar nos portos em que atuavam

    o trabalho que a PSA vinha realizando no Porto de Cingapura, caracterizando-se

    uma transferncia de conhecimento.

    Com todo o conhecimento gerencial porturio adquirido ao longo dos

    anos, a PSA Corporation sugere que um terminal conteineiro deve possuir

    subordinado ao Administrador desse terminal, um Departamento de Operaes

    e de Engenharia, de Recursos Humanos, Financeiro, Comercial e de Tecnologia

    da Informao, o Departamento de Operaes e de Engenharia pode ser um

    s ou estar separado, um de Engenharia e outro de Operaes, porm, to

    integrados que funcionariam como um s, devido extrema proximidade e

    impacto de suas aes.O organograma a seguir apresenta a estrutura organizacional ideal,

    sugerida pela PSA, com as funes de cada rea da administrao.

    - Despesa- Receita- Financeiro- Pagamentos- Ativos

    - Atracao- Logstica- Operao deCarregamento/Descarregamento- Planejamentode Estiva- Planejamentode Ptio- Estao de Carga deContiner 2 (CFS)

    - Planejamento eProjeto- Manuteno deEquipamentoPorturio- Manuteno deInfraestrutura- Compras eAquisies

    - Recrutamento- Treinamento- Sade eSegurana- Pagamento dePessoal- Bem-estarPessoal- ResponsabilidadeSocial

    - Desenvolvimentocomercial- Pesquisa deMercado- Desenvolvimentode Negcios

    - Desenvolvimentode Programas- Suporte deSistemas- Sistemas eSuporte ao Cliente

    Departamentode Operaes

    Departamentode En genharia

    Departamentode RH

    DepartamentoFinanceiro

    DepartamentoComercial

    Departamentode TI

    Administrador do Terminal

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    40/140

    40

    UIR CAVALCANTE OLIVEIRA

    Fonte:Julio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    41/140

    41

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    O PORTO DE CINGAPURA

    Em 2011, os terminais conteineiros de Cingapura movimentaram 29,37

    milhes de TEUs, correspondendo a 530,5 milhes de toneladas de cargastransportadas, enquanto que os terminais fora de Cingapura pertencentes PSA

    Internacional Private Limitedmovimentaram 27,72 milhes de TEUs, somando

    uma movimentao global do Grupo PSA de 57,09 milhes de TEUs, alcanando

    a movimentao de 156 mil contineres diariamente por todo o Grupo PSA. Este

    valor corresponde a uma queda de 8,9% em relao ao ano de 2010, por fora das

    crises que esto ocorrendo nos pases europeus e nos Estados Unidos, alm do

    terremoto que abalou o Japo.

    Porm, relativo aos terminais de Cingapura, houve um crescimento de 9,71%

    na movimentao em relao ao ano anterior.

    No ano de 2010, a movimentao do grupo PSA foi recorde mundial,

    alcanando 65,12 milhes de TEUs, tendo os terminais de Cingapura realizado

    cerca de 1/5 do transbordo mundial de contineres e movimentado quase a metade

    do total de transbordo conteineiro no mundo. Nos terminais do Porto de Cingapura

    80% da movimentao de continer transbordo.

    Captulo 2

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    42/140

    42

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    TEU(milhes)

    Terminais de Cingapura

    Total do Grupo PSA Corporation no mundo

    No ano de 2009, o Porto de Cingapura foi considerado o porto conteineiro

    mais movimentado do mundo pela sexta vez consecutiva. Em 2010 e 2011, o

    porto cou atrs apenas do Porto de Changai, China. A ttulo de exemplo, a cada

    2 ou 3 minutos um navio chega ou parte do Porto de Cingapura.

    Alm disso, o porto considerado o melhor em conectividade, possuindo

    600 destinos para 123 pases ao redor do mundo, Cingapura os interliga por meio

    de 200 linhas (conectividade mdia de 3 destinos/linha), com sadas dirias para

    os maiores portos do mundo. Comparativamente, o Porto de Anturpia, maior emnmero de destinos atualmente, possui 800 destinos interligando-os por meio de

    300 linhas (conectividade mdia de 2,67 destinos/linha).

    Grco 1: Evoluo da movimentao de continer daPSA no mundo e no Porto de Cingapura

    Fonte: PSA

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    43/140

    43

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Em torno de 150 mil navios fazem escala em Cingapura anualmente,

    representando, 2,12 bilhes de Tonelagem Porte Brutoque passaram no porto

    em 2011, fornecendo 43,2 milhes de toneladas de combustvel no abastecimento

    de navios, sendo considerado o centro mundial de fornecimento de bunker,combustvel de navios.

    Isso possvel devido aotranshipment, ou seja, transbordo, atividade de

    transferncia de contineres ou carga geral ou a granel de um navio ou veculo

    para outro dentro do porto, atividade esta realizada com excelncia pelo Porto

    de Cingapura. Devido sua localizao estratgica, que absorve a corrente

    comercial martima norte-sul e leste-oeste do Oceano Pacco e do Oceano

    ndico, acentuando-se a utilizao do porto com a abertura do Canal de Suez,

    alm da cultura comercial adquirida desde a fundao do pas por mercadores

    chineses, britnicos, portugueses e indianos, o porto aprimorou durante todos

    esses anos seu servio de transbordo com tamanha ecincia e eccia, que

    hoje ele umhubportinternacional exemplar.

    Figura 7: Ligaes de Cingapura com os pasesmais importantes do mundo comercialmente.

    Fonte: PSA

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    44/140

    44

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Para maiores detalhes sobre os terminais da PSA ao redor do mundo,

    veja o Anexo 1.

    2.1. Verdadeiro Hubport Internacional

    Para se entender melhor como o Porto de Cingapura alcanou este status,

    devemos adentrar na questo comercial do transporte.

    O arranjo tpico de comercializao Produtor-Armazenagem-Embarque-

    Armazenagem-Consumidor.

    No modelo de Gesto de Transbordo Avanado (Advanced Transhipment

    Management ATM), utilizado pela PSA, no h na cadeia comercial a armazenagem

    fsica, ocorrendo o seguinte arranjo: Produtor - Embarque - Armazenagem Virtual -

    Consumidor. Armazenagem virtual consiste no produto car estocado no continer

    no ptio do terminal porturio aguardando sua compra ou expedio e no em

    armazns comuns na cidade ou no prprio porto. Neste modelo ocorre um menortempo de chegada do produto ao mercado e menores custos de conservao de

    bens e de transporte, minimizando os danos no manuseio do produto.

    Figura 8: Projetos ao redor do mundo e sua movimentaoFonte: PSA Internacional (http://www.internationalpsa.com/home/default.html)

    [acessada em janeiro/2012]

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    45/140

    45

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Com a utilizao do transbordo e do ATM, a PSA busca prestar o servio

    de Concentrador Avanado (Forward Hubbing). Esse servio permite que os

    produtos sejam vendidos na gua (selling on waters), no aguardando o produto

    ser vendido primeiramente para depois ser embarcado, diminuindo-se o tempo

    para entrega e o custo de manuteno do bem e armazenagem na origem.

    O produto que no for vendido durante o trajeto ca estocado nos

    terminais da PSA, at a conrmao de novas encomendas, o que diminui o

    tempo de entrega, tendo em vista que a PSA localiza-se mais perto dos mercados

    consumidores, isto relacionado aos mercados Intra-Asiticos, Trans-Paccos e

    ndico.

    Figura 9: Localizao estratgica e correntes comerciaisque o Porto de Cingapura absorve

    Fonte: PSA

    A Figura 10 abaixo demonstra os tipos de cadeias de transporte.

    Primeiramente, a que se d diretamente entre os fornecedores e os compradores

    (atacadistas/revendedores) das cargas. Este tipo de cadeia no muito usual no

    comrcio exterior, mas comum em mbito nacional. O segundo uxo representa

    o transporte realizado por meio de portos martimos ou uviais, ou ainda por

    terminais porturios de uso privativo, a cadeia mais utilizada hoje em nossopas. O terceiro e ltimo o estado da arte do comrcio martimo internacional,

    realizado por meio de um porto concentrador.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    46/140

    46

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    EXEMPLOS DE CADEIA DE TRANSPORTE

    Terrestre

    Martimo

    Fornecedor

    Fornecedor Porto

    Porto

    HUB

    Porto

    Porto

    AtacadistaRevendedor

    AtacadistaRevendedor

    Fornecedor

    Atacadista / Revendedor

    No Brasil, dever-se-ia denir politicamente e tecnicamente quais portos

    so potenciais concentradores nacionais e internacionais, o que facilitaria o

    direcionamento de investimentos pblicos em sua infraestrutura, estabelecendo-

    se prioridades e o papel dos portos numa intermodalidade logstica aperfeioada,

    administrando corretamente tambm os investimentos na infraestrutura terrestre.

    Como o transbordo fez de Cingapura um dos maiores portos de continer

    do mundo? Tomemos como exemplo a questo aeroporturia: por que as pessoasvo para So Paulo - Guarulhos para pegar um vo para Londres? Por que no

    voam diretamente de sua cidade de origem? Talvez porque o lugar de origem

    Figura 10: Tipos de Cadeia de TransporteFonte: Dias, (2012), adaptado de Raguraman. 2008

    No Brasil, o Porto de Santos, Porto de Suape, Porto de Pecm, Porto

    do Itaqui e o Porto de Sepetiba poderiam ser portos concentradores nacionais,

    caso a cabotagem fosse fortalecida, podendo alguns desses, no futuro, serem

    portos concentradores internacionais. Para tanto, deve-se avaliar qual porto

    profundo e abrigado naturalmente, se tem proximidade com as rotas martimas

    internacionais e com os grandes centros produtores e comerciais nacionais,

    bom acesso aquavirio e terrestre. O Porto de Cingapura o exemplo perfeito

    de um porto concentrador internacional nato e pleno, isto favorecido tambm

    pelo tamanho do pas.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    47/140

    47

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Figura 11: Exemplo da malha de conectividade entre portos sem transbordoFonte: PSA

    da viagem no possua vos diretos para o destino que se prope ou porque os

    vos correspondentes s ocorram uma vez por semana. A mesma coisa ocorre

    com Cingapura na questo porturia. Os navios que fazem uma linha Japo-Brasil

    deveriam esperar um perodo maior para carreg-los para apenas um destino,

    alm do que, a viagem em si demoraria outro perodo talvez ainda maior. Mas

    se algum quiser mandar produtos para o Brasil, no precisa esperar completar

    um navio s para este m, nem sequer um continer necessrio preencher,

    manda por meio de outro que vai para o Porto de Cingapura, onde encontrar

    outros navios ou cargas conteinerizadas com destino ao Brasil ou a outros pases

    que posteriormente iro para o Brasil, dando maior exibilidade e aumento de

    opes no trato comercial.A gura abaixo representa o que o transbordo traz como benefcio para o

    comrcio internacional: diminuio de quantidades de linhas, com isso, diminuio

    do nmero de navios, e aumento de opes para transaes comerciais.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    48/140

    48

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Sem transbordo, se cada navio se conectasse com todos os portos, a

    quantidade de jornadas necessrias seria como apresentado acima.

    Com o transbordo em Cingapura, diminui-se drasticamente o nmerode jornadas, mantendo-se a conectividade, com uma maior frequncia e menor

    quantidade de navios, ou seja, torna mais rpido e eciente o comrcio martimo.

    Figura 12: Exemplo da malha de conectividade com um porto de transbordoFonte: PSA

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    49/140

    49

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    800

    700

    600

    500

    400

    300

    200

    100

    01985 1990 1995 2000 2005 2008

    Transshipment

    Empties

    Full

    45.0

    17.8

    70.2118.7

    26.8

    31.2

    186.4

    316.3

    415.450.2

    82.7

    109.1

    59.2

    109.1

    148.6

    Grco 2: Desenvolvimento da movimentao de continer no mundo (milhes)Fonte: Hosfra University

    2.2. Servios prestados pela Autoridade do Porto de Cingapura

    A PSA tem excelncia na prestao de Servios de Continer:

    armazenagem, transbordo e movimentao. Porm, para que estes sejam

    prestados adequadamente, necessrio saber o papel e o signicado de um porto

    no transporte martimo e se ter bem denido a misso do porto e os princpios

    pelos quais esta misso ser alcanada, que termina sendo to importante

    quanto a prpria misso.

    A Autoridade do Porto de Cingapura estabeleceu como misso ser o

    porto de escala mundial, conhecido pela melhor prestao de servio e sucesso

    em parcerias. Para alcance dessa misso, a PSA tem por princpios estar

    comprometida com a excelncia, ajustando as normas para contnuo melhoramento

    dos resultados e inovando em todos os aspectos do negcio porturio; dedicada

    aos usurios, buscando antecipar e conhecer suas necessidades; focada nas

    pessoas, agindo com respeito, nutrindo e suportando um ao outro; integrada

    globalmente, construindo sua fora globalmente abraando a diversidade eoptimizando suas operaes.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    50/140

    50

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Para saber o papel e o signicado de um porto basta falar o seu nome

    e todos raciocinam: comrcio, importao e exportao. Basicamente isto

    que um porto faz, um facilitador do comrcio, um prestador de servio, onde

    possvel a intermodalidade de transportes associada magnitude de cargas

    movimentadas. No Brasil, em torno de 95% do comrcio exterior realizado por

    meio dos portos. Nos outros pases e em Cingapura no diferente.

    Porm para se denir melhor este papel, deve-se identicar quais os

    usurios ou clientes do porto e suas expectativas. Em larga escala, trs clientes

    ou comunidades podem ser identicados: a Comunidade Martima (Carrier

    Community),Transportadores (Haulier and Logistic Community)e os Exportadores

    e Importadores (Shipper Community).A Comunidade Martima composta pelos Armadores, Rebocadores,

    Praticagem e Fornecedores de Combustvel de navio. Os Transportadores

    abrangem os Transportadores Terrestres, os Agentes de Transporte e os demais

    Operadores dos modais de transporte em geral. Os Exportadores e Importadores

    abrangem os Donos das cargas, os Consignatrios e os Distribuidores das cargas.

    importante denir tambm quais os rgos Governamentais que atuam

    no porto, no caso de Cingapura, a Agncia Reguladora, chamada Autoridade

    Martima e Porturia (Maritime and Port Authority MPA), as AutoridadesAduaneira, Sanitria e de Sade, de Imigrao e Vistoria.

    Em Cingapura foram identicadas as expectativas dos clientes por

    segmento: a Comunidade Martima requer atracao imediata na chegada,

    rpido tempo de resposta para o incio da operao, alta taxa de carregamento

    e descarregamento do navio, transmisso de dados remota e monitoramento em

    tempo real; os transportadores esperam eciente processo de entrada no porto,

    transmisso de dados sem o e monitoramento em tempo real; os exportadores

    e importadores desejam baixo tempo de trnsito e transporte, fretes baixos e alta

    conectividade com mercados.

    Segundo os transportadores martimos, a qualidade dos servios

    conteineiros denida como: alta taxa de produtividade (do navio e total do

    portiner); servios de alta conabilidade; sem perda ou dano aos contineres;

    ampla variedade de servios; exibilidade dos servios.

    A PSA identica como caractersticas de um servio a intangibilidade,

    a indivisibilidade e no armazenagem. Em termos de servio porturio, algumasperguntas devem ser levantadas para vericar a viabilidade de um porto:

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    51/140

    51

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    A demanda por servios porturios derivam da demanda por atividades

    do comrcio?

    Um porto deve se alto sustentar?

    Um porto no consegue manter seus servios a 100%?

    Num nvel macro, para um porto sobreviver, alguns fatores so

    necessrios, especialmente: a existncia de uma hinterlndia, aAtividades

    econmicas em pleno vigor (economia aquecida); boa infraestrutura; efetivo

    suporte de rede (segurana da TI); eciente processo de trabalho (burocracia);

    eciente uso dos recursos; capacidade e vontade das pessoas envolvidas.

    Para se atingir alguns desses quesitos necessrio considerar os

    seguintes aspectos: manter a mo-de-obra em baixa quantidade, capacitando-a

    para multi-tarefa e com emprego de novos mtodos de trabalho; estrutura

    administrativa horizontalizada; estabelecer a rea de operaes e de engenharia

    num mesmo departamento, em grande proximidade; operao 24h/dia, 7 dias/

    semana; colocar as pessoas certas no comando; praticar a rotao de funes.

    Em sntese, segundo a PSA, para se ter um bom porto e, num sentido

    mais amplo, para se ter um bom empreendimento, deve-se possuir os 4Ms:

    Manejo (Gesto Management);

    Mo-de-obra (Men);

    Mquinas (Equipamentos Machines);

    Mtodos (Sistema, Processo Methods).

    2.2.1. Zona de Livre Comrcio Free Trade Zone (FTZ)

    Uma questo crucial para que o transbordo tivesse logro e alavancasse o

    Porto de Cingapura como um Porto Concentrador Internacional foi a sensibilidade

    e valorizao do Governo de Cingapura ao comrcio martimo, proporcionando a

    reduo dos impostos sobre os produtos de transbordo, o que permitiu a criao

    de uma Zona de Livre Comrcio (FTZ)no porto.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    52/140

    52

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    As vantagens derivadas do uso de uma Zona de Livre Comrcio so:

    i. Taxas no incidem sobre os produtos enquanto permanecem estocados

    na FTZ. Existem apenas algumas documentaes aduaneiras e outras

    formalidades quando os produtos tributveis vo sair da FTZ;

    ii. Produtos na FTZ podem ser destrudos, exibidos ou transferidos para

    outras zonas;

    iii. Usurios na FTZ tem permisso de armazenar e separar em volumes

    seus produtos sem formalidades aduaneiras ou pagamento de taxas, a

    no ser que estes produtos tenham a nalidade de entrar em territrio

    aduaneiro;iv. O armazenamento de produtos importados na FTZ sem pagamento

    de taxas aduaneiras ou de fornecimento de segurana, evitando assim a

    vinculao com o capital de giro;

    v. Produtos sujeitos s restries quantitativas de importao podem ser

    armazenados na FTZ quando so para reexportao;

    vi. Amostras de produtos para propsitos de classicao e tributao

    podem ser retiradas na FTZ antes de serem levadas para territrio

    alfandegado;vii. Comerciantes no so sujeitos a limitao de tempo na armazenagem

    de seus produtos dentro da FTZ. Eles podem esperar por condies mais

    favorveis do mercado para reexportar ou trazer seus produtos para a

    rea alfandegada.

    2.2.2. Tecnologia da Informao no negcio porturio

    Observa-se que a Tecnologia da Informao (TI) uma formidvel

    ferramenta para suprir as expectativas dos usurios do porto. Tendo em vista isso,

    a PSA investiu fortemente em TI e criou um conjunto de produtos que formam

    a coluna vertebral de sua Soluo Colaborativa da Comunidade Porturia

    (Collaborative Port Community Solution - CPCS). Esta a primeira soluo

    Negcio por Negcio (Business to Business B2B) de uma comunidade

    porturia de amplitude nacional, o que transformou a indstria de uma plataforma

    comum multi-grupo para uma comunidade porturia proativa e colaboradora.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    53/140

    53

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Figura 13: Unicao do Sistema PorturioFonte: http://www.por tnet.com/products.html [acesso em 14/7/2009]

    Com a unificao dos processos por meio da CPCS, criou-se um

    ambiente que optimiza os recursos com a sincronizao de diversas atividades

    e informaes do negcio porturio.

    Sabe-se que o Transporte Martimo a nvel mundial um processo

    complexo que envolve uma intensa interao e coordenao entre todos os

    usurios do porto e o porto em si. Atravs de um uxo de informaes, o grupo

    PSA simplicou a coordenao multitarefa e multigrupo, o que permitiu cruzar

    os vrios agentes e usurios que atuam no porto tornando todo o processo

    optimizado e integrado.

    A Comunidade dos Exportadores/Importadores enviam uma Ordem

    de Remessa Eletrnica, chamada Shipping Order, por meio do programa

    CARGOD2Dpara a Transportadora Martima (Agente Martimo) ou os Armadores.

    Esta ordem tambm encaminhada ao Transportador Terrestre, Trucking

    Order, pelo Sistema da Comunidade de Transporte (Haulier Community System).

    Atravs do que chamam de Mecanismo de Optimizao de Frete de Transporte(Haulier Fleet Optimisation Engine), selecionado o melhor caminho e motorista

    necessrios para a operao. Ao mesmo tempo, a informao mandada

    TRANSPORTADOR & LOGSTICA- Transportadores Terrestres- Agentes de transporte

    - Operadores de logstica IntermodalAreo e Martimo

    RGOS GOVERNAMENTAIS- Agncia Reguladora (MPA)- Autoridade Aduaneira- Autoridade Sanitria e de Sade- Autoridade de Imigrao e Vistoria

    COMUNIDADE MARTIMA- Armadores- Rebocadores

    - Praticagem- Fornecedores deCombustvel de navio

    EXPORTADORES/IMPORTADORES- Dono de carga- Consignatrios- Distribuidores

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    54/140

    54

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    eletronicamente para o PORTNETcom instrues para a movimentao

    porturia.

    O PORTNET agrega todos os dados eletrnicos de movimentao

    de continer e de navios que passam pelos Terminais da PSA em Cingapura,

    consolidando e sincronizando inteligentemente as transaes e informaes de

    todos os atores do processo logstico para uma eciente e convel cadeia de

    fornecimento.

    As funcionalidades do PORTNET incluem a solicitao de servios,

    expedio de documentos, consulta e monitoramento dos navios e contineres,

    e o faturamento. O ordenamento de servios abrange o requerimento de bero

    de atracao pelo armador, segundo o seu cronograma de chegada no porto, e apraticagem de rebocadores e empurradores. O gerenciamento de documentao

    pelo sistema engloba a ordem de entrega e nota de embarque, manifesto de carga,

    ordem de armazenagem e liberao, plano de abertura e instrues de estiva.

    O PORTNET permite a consulta e monitoramento dos navios e

    contineres movimentados em todos os terminais do Porto de Cingapura,

    mostrando o cronograma de atracao de navio, a localizao e estado do

    continer e do navio, as temperaturas dos contineres refrigerados, dentre

    outras funes.O faturamento engloba o intercmbio eletrnico de EDI nanceiro (FEDI)

    dos faturamentos porturios, os encargos e faturamentos de PORTONET online.

    Alm disso, o sistema alimenta e recebe informaes de sistemas externos de

    autoridades governamentais e porturias (para liberar operao, declarao de

    carga perigosa e liberao aduaneira de carga) e sistemas dos usurios do Porto.

    Outros participantes do processo recebem ou transmitem mensagens

    comerciais estruturadas e apresentam permisses (aviso de entrada e de sada

    e permisses de transbordo, por exemplo) e declaraes, como as declaraes

    de embarque online, por meio do TRADENET. Antes que os contineres sejam

    carregados, o Armador garante o melhor navio em termos de conectividade e

    aloca o melhor espao nesse navio em termos de carregamento/descarregamento

    e estabilidade, tudo por meio do EZShip eALLIES .O PORTNET e o

    TRADENETso sistemas de apurao de documentos.

    A respeito da entrada e sada de contineres do porto (Lift On Lift Off -

    LOLO), a PSA possui o Sistema de Fluidez de Passagem no Porto (Flow-ThroughGate System), o qual permite a passagem rpida pelo porto com autopaginao,

    ou seja, reconhecimento do caminho e do continer por meio de cmeras de

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    55/140

    55

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    vdeo colocadas em lugares estratgicos no porto. Isto possvel porque este

    sistema possui um subsistema de reconhecimento do nmero do continer,

    chamado Sistema de Reconhecimento do Nmero do Continer (CNRS).

    Alm disso, com a total automao e o no uso de documentos na liberao

    dos motoristas (sistema real de porto sem papel), so necessrios apenas 25

    segundos no processamento total, entrada/pega ou entrega do continer/sada.

    Devido a este sistema, passam pelo porto uma mdia 700 caminhes

    por hora e nos perodos de grande movimento e at 8 mil caminhes por dia.

    O processo de Fluidez de Passagem inicia com a pesagem do caminho

    pela balana eletrnica no porto e o motorista (previamente cadastrado) passa

    seu carto de identicao no leitor e recebe um nmero de identicao. Comisso, um sinal automaticamente recebido pelo transponder localizado na cabine

    do caminho e o nmero do continer capturado pelo CNRS atravs do sistema

    CFTV do porto. O peso do caminho, a identicao do motorista, do caminho

    e o nmero do continer so conferidos no manifesto (submetido com 36 horas

    de antecedncia) e liberados. Por m, o sistema de paginao automtica diz ao

    motorista a posio exata no ptio onde o continer dever ser empilhado ou

    resgatado.

    Para proporcionar uma viso holstica de todo o processo, TRAVIS,uma ferramenta de gesto e informao de negcios, rene e apresenta as

    necessidades organizacionais e todo conhecimento negocial por meio de

    relatrios com detalhes sobre o transbordo de cargas, movimentao, tempo

    de permanncia e desempenho do navio.

    PORTNET Mobilepermite aos usurios acesso s informaes e

    interao em tempo real com toda a Comunidade Porturia a qualquer hora,

    em qualquer lugar, atravs de qualquer dispositivo mvel. Essas informaes

    disponveis em tempo real incluem o estado do continer e sua posio atual que

    podem ser encaminhadas para um dispositivo mvel do cliente automaticamente,

    ou, fornecidas quando solicitadas por esse, conforme denio dada pelo usurio

    anteriormente. Isto permite um planejamento mais eciente dos recursos e presta

    um melhor servio ao cliente na movimentao da carga.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    56/140

    56

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Figura 14: Porto de entrada do Porto de Cingapura

    Alm desses sistemas, existem o Sistema de Informao de Trfego de Navio(Vessel Trafc Information System VTIS),que integra os seguintes componentes:

    radares do porto, sistema de gerenciamento de ancoragem, GPS, carta nutica

    eletrnica, modelagem do espao martimo (batimetria). Para o uso da praticagem e

    dos rebocadores/empurradores, existe o sistema CIMOS (Computerized Integrated

    Marine Operations System), Sistema Integrado de Operaes Martimas, que

    estabelece o cronograma para a realizao das manobras necessrias para atrao

    e desatracao dos navios, sem que haja perda excessiva de tempo.

    Todas as informaes desses sistemas so compiladas no Sistema

    Integrado de Operao do Terminal (Computerized Integrated Terminal Operations

    System CITOS).

    O CITOS um Sistema Integrado de Gesto Empresarial10 (Enterprise

    Resource Planning)especializado no comando e controle de informaes e recursos

    para os terminais de continer. Controla todas as atividades, desde a movimentao

    de veculos, motoristas de caminhes, transtineres e guindastes de ptio,

    portineres, contineres, pilotos de equipamentos e de veculos, monitoramento

    dos contineres refrigerados, alocao de recursos e entrada e sada nos portes.

    Esse sistema realiza a optimizao de algoritmos, por meio do Sistema de

    Planejamento, aperfeioando a denio de regras e operaes para obteno do

    melhor resultado possvel nas atividades porturias ou na soluo de problemas.

    Acompanha em tempo real essas atividades por meio de transmisso de dados

    via wirelesstrocados com o Sistema Central de Controle (Sala de Controle Central),

    alm de planejar e dirigir toda operao de movimentao de continer, por meio

    do Sistema de Operaes.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    57/140

    57

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    O planejamento comea 72 horas antes do navio chegar, quando o armador

    solicita um bero e encaminha instrues para estiva e instrues de conexes

    PSA atravs do PORTNET.

    Praticagem eRebocagem

    PORTNET

    PORTNETPlataformaeletrnicas

    de negciosda PSA

    Sistemas de Gesto eEngenharia

    Sistemas de RecursosHumanos

    Sistemas de Finanas ede Faturamento

    Sistemas de Gestode Informao

    CITOSSistema deERP daPSA

    Planejamentode Porto

    Planejamentode Bero

    Planejamentode Ptio

    Planejamento deArmazenagem

    Planejamentode Recursos

    Expedidores

    Fornecedoresdos navios

    Abastecedores

    Amadores Amadores Amadores Amadores

    Caminhoneiros

    Transportadores

    Distribuidores

    Operaes doPorto

    Operaesentre terminais

    Operaesde veculos

    Operaesde Bero

    Operaesde Ptio

    Centro Controle

    Operaes deGuindaste Remoto

    MARINET

    TRADENET

    Figura 15: Esquema de integrao dos Sistemas PORTNET e CITOS com os demaissistemas utilizados no Porto de Cingapura

    Fonte: PSA

    Uma vez atracado, os portineres descarregam os contineres destinados

    a outros portos e carregam os advindos de outros navios. Os veculos que

    carregam os contineres (Prime Movers)so controlados individualmente via

    GPS e distribudos dinamicamente entre os navios.

    Os Prime Movers se posicionam na rea de espera de continer no

    ptio, onde os transtineres iam os contineres dos veculos e os empilham

    no ptio. A sequncia reversa ocorre quando a entrega se faz do ptio para umnavio em conexo.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    58/140

    58

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    Os contineres no so empilhados de forma aleatria. Quando

    a informao introduzida no sistema por meio do PORTNET, o CITOS

    automaticamente gera os planos de estiva e de programao de ptio, baseados

    nos seguintes aspectos:

    estabilidade do navio (para o planejamento de estiva);

    peso do continer;

    destino do continer;

    tamanho;

    necessidades especiais (tais como, contineres refrigerados, de carga

    perigosa, de cargas fora-de-medida e de escala rpida).

    Isso tudo permite maximizar o uso dos espaos terrestres e optimizar sua

    recuperao, rastrear a localizao de cada continer e maximizar a produtividade

    dos recursos por meio de planejamento futuro.

    Para este planejamento utiliza-se o Sistema de Planejamento que se

    subdivide nos Sistemas de Planejamento e Monitoramento de Bero (Berth

    Planning & Monitoring System BPMS), de Planejamento de Ptio (Yard Planning

    Systems YPS), de Planejamento de Navio(Vessel Planning Systems VPS)e node Gerenciamento de Recursos (Resource Management System RMS).

    O Sistema Central de Controle consiste dos Sistemas de Controle,

    Operao e Monitoramento do Navio(Vessel Operations, Monitoring & Control

    System VOMC), de Controle, Operao e Monitoramento de Ptio (Yard

    Operations, Monitoring & Control System YOMC)e de Anlise do Plano de

    Navio (Vessel Plan Analyzer VPA).

    O Sistema de Operaes composto por um Sistema de Operao de

    Embarque (Ship Operations System SOS), Sistema de Operao de Ptio (Yard

    Operations System YOS), Sistema de Consolidao de Ptio (Yard Consolidation

    System YCS),Sistema de Gesto de Espao de Ptio(Yard Space Manager

    YSM), Sistema de Rastreamento do Veculo Carregador (Prime Movers tracking

    System PMTS), Sistema de Fluidez de Passagem no Porto (Flow-Through Gate

    System)e demais interfaces dos equipamentos de operao, como portineres,

    transtineres e veculos.

    Em suma, o CARGOD2D utilizado para as operaes de remessae embarque de mercadorias, o CITOS e CIMOS para as operaes dos

    terminais, o Sistema da Comunidade de Transporte (Haulier Comunity System)

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    59/140

    59

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    para as operaes intermodais e os sistemas EZShip, ALLIES eTRAVISpara

    as operaes de carregamento/descarregamento e navegao do navio, sendo o

    PORTNETo gerenciador e agregador de todas as informaes desses sistemas.

    O PORTNET a primeira soluo no negcio porturio de amplitude

    nacional que habilita todos os atores que participam do comrcio martimo e

    porturio a gerir com facilidade a complexa operao de carga e todo o processo

    de transporte martimo. Em 2007, uma pesquisa do Banco Mundial citou o

    sistema como um fator-chave para o sucesso do Porto de Cingapura, pelo papel

    simplicador e integrador do complexo processo que envolve a movimentao

    e monitoramento da carga em todo o mundo.

    O aprimoramento dado pela TI possibilitou PSA atender, em apenas umdia, mais de 60 navios e movimentar mais de 70 mil TEUs, com uma troca de 2

    milhes de mensagens nesse mesmo perodo. A PORTNETgera notveis 130

    milhes de transaes anualmente.

    Com essas solues, a PSA fortaleceu a atuao de toda a Comunidade

    Porturia e a capacitou com um conjunto de servios inovadores, agregando valor

    s suas operaes de navio e de movimentao de contineres. Esta comunidade

    pde dar enorme salto na economia de custos e na ecincia operacional, com um

    aumento superior a 50% na eccia da utilizao dos recursos. No seu conjunto,a economia global da indstria est estimada para mais $ 100 milhes de dlares

    americanos, num perodo de trs anos.

    2.2.3. Servios diferenciados de continer

    Alm dos servios normais de continer, a PSA criou o Departamento

    de Servios de Continer (Container Services Department)com a nalidade de

    fomentar a prestao de um servio diferenciado e personalizado, aprimorando

    o manuseio de cargas especializadas, como carga perigosa e refrigerada, de

    forma peculiar, eciente e convel.

    Este Departamento oferece os seguintes servios:

    Refrigerao (ReeferCare): dispe de 24 horas de apoio tcnico para

    garantir o bom funcionamento dos contineres refrigerados (frigorcos) epara acompanhar regularmente as temperaturas, garantindo a integridade

    da carga. Possui 5 mil pontos de refrigerao (tomadas). Dispe ainda de

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    60/140

    60

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA

    servios de manuteno e reparo, incluindo o fornecimento de peas e

    servios. Um diferencial neste servio a atmosfera controlada, no qual

    o Sistema de Monitoramento de Refrigerao Computadorizada controla

    a temperatura dos produtos continerizados conforme solicitao ou

    especicao do cliente;

    Carga Perigosa (ChemCare): inclui a classicao e o monitoramento

    das cargas perigosas (Dangerous-Goods), anlise quantitativa dos riscos

    e outros servios como fumigao11, armazenamento de carga perigosa,

    classicao e segregao de contineres de carga perigosa;

    Cuidado com a carga (BoxCare): disponibilidade de cuidados com as

    cargas no porto (Ondock facilities), alm de toda uma gama de servios decontiner, desde armazenagem, inspeo pr-viagem (Pre-trip inspection

    - PTI)para frigorcos, vistoria de continer (raio-X de continer), reparo

    e lavagem.

    Em sntese, todo este rol de servios disponibilizado pela PSA traz

    como benefcios:

    amplo acesso aos mercados, acarretando maior possibilidade deescolha dos transportadores;

    operao ininterrupta e conabilidade do servio;

    customizao dos servios;

    informaes em tempo real;

    transaes porturias convenientes(Point N Click).

    Estes benefcios, por sua fez, reduzem tempo e custo para os

    transportadores e consumidores nais.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    61/140

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    62/140

    62

    UIR CAVALCANTE OLIVEIRA

    Fonte:Ju

    lio/PSA/2007.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    63/140

    63

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    Cingapura um pas-cidade, situado em uma ilha ao sul da pennsula

    malasiana, com 710,2 km2, e populao aproximada de 5 milhes de pessoas.Para ns de comparao a ilha de Cingapura equivalente ilha de Upaon-Au

    (Ilha Grande, em Tupi-Guarani), onde se encontra a cidade de So Lus, capital

    do Maranho, cuja rea de 905 km2, ainda maior que a ilha de Cingapura.

    Captulo 3

    Figura 16: Comparao da ilha da Cidade de So Lus com a ilha de Cingapura

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    64/140

    64

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    Apesar de pequena e de sua alta densidade populacional, a ilha de

    Cingapura abriga um dos maiores portos do mundo, composto de 7 terminais:

    4 terminais conteineiros: Tanjong Pagar, Keppel, Brani ePasir Pajang;

    3 terminais de mltiplo-uso: Pasir Pajang, Sembawang eJurong.

    Todos os terminais so administrados pela PSA Corporation, exceto o

    terminal de Jurong, que administrado por uma empresa privada, Porto Privado

    de JurongLtda (Jurong Port Pte Ltd).

    3.1. Terminais conteineiros de Cingapura

    A PSA opera 4 terminais conteineiros em Cingapura de forma to

    integrada e contnua que funcionam como apenas 1 terminal, tornando-se um

    dos maiores complexos porturios de continer do mundo.

    Figura 17: Terminais do Porto de Cingapura

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    65/140

    65

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    O seu mais novo terminal, Pasir Pajang Terminal (PPT), pode movimentar

    enormes conteineiros com capacidade de 13.000 TEUs, como o caso do Emma

    Marski,ou outros ainda maiores, caso o portiner alcance todas as 22 las de

    continer do navio. As pontes dos portineres so controladas por controle remoto,

    permitindo ao operador movimentar acima de 6 portineres ao mesmo tempo.

    Os 4 terminais conteineiros juntos formam um dos maiores portos de

    continer refrigerado (reefer)do mundo, com mais de 5.000 pontos destinados a

    esse tipo de continer, como mencionado anteriormente, movimentando mais de

    1 milho de contineres frigorcos nos ltimos anos.

    Figura 18: Via expressa que liga os terminais Keppel, Tanjong Pagare Brani ao terminal de Pasir Panjang

    Fonte: Julio/PSA/2007

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    66/140

    66

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    3.1.1. Terminal Tanjong Pagar

    Teve sua construo nalizada em 1972. Possui 8 beros num total de

    2.300 metros de comprimento de cais, com profundidade variando entre 11 e

    14,8 metros, onde so operados 29 portineres. Possui uma rea de ptio de

    85 ha para estocagem de continer, existindo mais de 58 transtineres para

    operao no ptio.

    Figura 19: Terminais conteineiros do Porto de CingapuraFonte: PSA

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    67/140

    67

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    3.1.2. Terminal Keppel

    O Terminal Keppel comeou a operar em 1991. Este possui 14 beros,totalizando 3.200 metros de cais, com profundidade de 9,8 at 15,5 metros, onde

    existem 42 portineres em operao. A rea de estocagem de continer de 100

    ha, e dispe de 114 transtineres em operao.

    A capacidade de empilhamento dos terminais de Keppel e Brani de

    7 contineres.

    Neste terminal, foi criado um terminal privado, restrito Pacific

    Internacional Lines - PIL,chamado PIL-PSA Singapore Terminal (PPST), advindo

    de uma Joint Venture12entre as duas empresas. O PPST ir operar 3 beros do

    terminal Keppel.

    Figura 20: Vista do Terminal Tanjong PagarFonte: PSA

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    68/140

    68

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    3.1.3. Terminal Brani

    Seu primeiro bero teve sua construo autorizada em 1990, sendo

    aberto operao em 1992, tornando-se o terceiro terminal conteineiro do Porto

    de Cingapura. Ele foi construdo numa ilha ligada ao territrio de Cingapura por

    uma ponte.

    Possui 9 beros de atracao, 2,6 km de cais, 80 ha de rea de ptio para

    continer e profundidade mxima de 15 metros. So operados 32 portineres e

    108 transtineres nesse terminal.

    Figura 21: Transtiner com capacidade de 40 ton. eempilhamento de 7 contineres

    Fonte: Julio/2007/PSA.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    69/140

    69

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    Figura 22: Vista dos Terminais Keppel e BraniFonte: PSA.

    Figura 23: Foto area dos Terminais Keppel, Tanjong Pagar e BraniFonte: GoogleMaps

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    70/140

    70

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    3.1.4. Terminal Pasir Panjang

    Sua operao iniciou em 1997, mas foi ocialmente aberto em 2000.

    hoje o maior terminal conteineiro de Cingapura. Possui terminais privativos

    advindo deJoint Venturescom alguns Armadores, como a China Ocean Shipping

    Company - COSCO Container Lines, cujo terminal chama-se COSCO-PSA

    Terminal,e a Mediterranean Shipping Company(MSC).

    Possui atualmente 23 beros, totalizando 7,9 km de cais, onde operam 87

    portineres, tendo uma rea de ptio de 335 ha, com 44 pontes rolantes (bridge

    cranes)e acima de 15 transtineres sobre trilhos e profundidade mxima de

    bero de 16 metros. A PSA foi pioneira na criao de uma superestrutura quefoi replicada em muitos portos ao redor do mundo: a chamada Bridge Crane

    (Ponte Rolante, no Brasil), que uma espcie de Transtiner sobre Ponte,

    onde o guindaste de iamento e empilhamento de contineres rola por cima de

    uma ponte de concreto, alcanando a altura de empilhamento de 7 contineres.

    Existe ainda nesse terminal 3 beros RoRo, que constituem o Terminal

    Automobilstico de Pasir Panjang.

    Figura 24: Pontes rolantes do Terminal Pasir PanjangFonte: PSA.

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    71/140

    71

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    A PSA juntamente com a MPA terminou as Fases I e II deste terminal.

    As fases III e IV de ampliao do terminal para atendimento da demanda futura

    de continer esto em andamento. Estas fases iro acrescentar mais 16 beros,

    elevando a capacidade esttica total do Porto de Cingapura de 35 para 50 milhes

    de TEUs em 2018.

    Figura 25: Vista do Terminal Pasir PanjangFonte: PSA.

    Figura 26: Foto area do Terminal de Pasir PanjangFonte: GoogleMaps

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    72/140

    72

    JULIO CESAR DE SOUSA DIAS

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    A produtividade mdia de movimentao de continer do Porto de

    Cingapura, somando-se todos os seus 4 terminais conteineiros, de 3.310 TEU/h,

    tendo alcanado a marca de 70 mil TEU/dia, o equivalente a movimentar 32,4

    contineres de 40 ps por dia por bero, considerando a operao contnua de

    365 dias por ano, 7 dias por semana e 24 horas por dia, incluindo o tempo de

    espera entre operaes, o tempo ocioso e o tempo no operacional.

    Singapore

    Nagoya

    Hamburg (Stevedore B)

    Pusan

    Los Angeles

    Port Klang

    Tilbury

    Hamburg (Stevedore)

    Melbourne (P&O)Brisbane (Patricks)

    Melbourne (Patricks)

    Sydney (Patricks)

    Brisbane (P&O)

    Adelaide (CSX)

    Fremantle (P&O)

    Philadelphia

    0 500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500

    Source: Drewry (2007)

    PRODUTIVIDADE

    Com a nalidade de proporcionar conforto e agilidade aos funcionrios

    e usurios dos terminais de Cingapura, h um sistema de nibus dentro dos

    terminais que permite o deslocamento dos funcionrios entre os beros ou entre

    os terminais de Keppel, Tanjong Pagar e Brani.

    Grco 3: Comparao da produtividade TEU / hora de Cingapura com osmaiores portos conteineiros do mundoFonte: Apresentao de K. Raguraman

  • 7/23/2019 Livro Julio Dias

    73/140

    73

    GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA

    CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA

    3.2. PSA Distripark13

    Armazenagem e distribuio so servios auxiliares importantes em um

    porto de escala global. Para atender as necessidades dos usurios, 4 Distriparks

    so geridos pela PSA, oferecendo 500 mil m2de espao para estocagem perto dos

    terminais porturios de Cingapura. O mais moderno deles o Keppel Distripark,

    aberto em 1993, que tem 14,6 metros de altura e visa suportar os sistemas high-

    rack(prateleiras altas) de armazenagem e de retirada automatizada.

    Os outros trs distriparks so Tanjong Pagar Distripark, Pasir Panjang

    Distripark eAlexander Distripark.

    O Keppel Distripark (KD) um ultramoderno complexo de distribuio

    de cargas, que oferece uma vasta instalao de armazenagem. Ele conecta o

    terminal de continer ao transporte areo, permitindo que a carga seja entregue

    rapidamente do porto e para o porto. Este Distripark tem 45 armazns, variando

    de 1.000 a 5.100 m2, totalizam 113 mil m2de rea de armazenagem. Possui:

    ptio para empilhamento de 2.500 continer; estacionamento para caminhes e veculos;

    7.502 m2de prd