dez dias de maio - escravidão - cristovam buarque livro

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    Dez Diasde Maio

    em 1888

    Cristovam Buarque

    Braslia, 13 de maio de 2008

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    Edio: Christiana Ervilha

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    MOO DO CONGRESSO, DO DIA 10-12-1890, MASPUBLICADA NA SESSO DE 20 de DEZEMBRO

    O Congresso Nacional congratula-se com o governo Provisorio por ter mandadofazer eliminar dos archivos nacionaes os ultimos vestigios da escravido no Brazil.

    Em 10 de dezembro de 1890.

    Baro de S. Marcos General Almeida Barreto Matta Bacellar AnnibalFalco Luiz Delfino Urbano Marcondes Fonseca Hermes DomingosRocha D. Manhes Barreto Joo Lopes Jos Avelino Barbosa Lima Ucha Rodrigues Serzedello Corra Oliveira Pinto Joo de Siqueira Esprito Santo Pereira de Lyra J. Ouriques Jesuino de Albuquerque Pedro

    Velho Jos Bernardo Epitcio Pessoa Prisco Paraso Theodureto Souto Dr. Ferreira Canto Paes de Carvalho Frederico Borges Costa Rodriques L. Mullir Tolentino de Carvalho A. Milton Santos Pires Marciano deMagalhes B. Mendona Augusto de Freitas Rosa Junior M. Vallado A. Stockler Amorim Garcia Jos Bevilaqua Paula Guimares DionysioCerqueira Francisco Argollo A. Ornellas Conde de Figueiredo JosSimeo de Oliveira Frederico Guilherme de Souza Serrano Virgilio C. Damsio

    - Juvncio de Aguiar A. Azeredo Joaquim Moutinho Lauro Sodr Victorino Monteiro ndio do Brazil Lopes Trovo Carlos Campos AthaydeJunior Moniz Freire Gil Goulart J. Retumba Menna Barreto MarcolinoMoura S. L Medrado Artur Rios J. J Seabra Custodio Jos de Mello Belfort Vieira A. Moreira da Silva F. Mayrink Coronel Pires Ferreira Antonio Justiniano Esteves Junior Raulino Horn Raymundo de Andrade

    Jos Mariano Belarmino Carneiro Pedro Amrico Almeida Pernambuco

    Luiz de Andrade Zama Andr Cavalcante Joo Barbalho J. Meira deVasconcellos

    Eliminaram dos arquivos, mas no eliminaram das ruas, nem da realidade.Olhem ao redor e vero todos os sinais da escravido: uma desigualdadeque aumentou, uma liberdade para sobreviver no abandono, um crculovicioso que mantm os filhos na mesma vida dos pais, sobretudo um discurso

    poltico muito parecido com aquele de 180 anos atrs.At quando vamos esperar para completar a abolio?

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    Aos taqugrafos, bibliotecrios, secretrios eservidores do Senado e da Cmara dos Deputados,sem os quais esses discursos no teriam sidoguardados, desde 1888. Esperando que as falas dehoje sejam lembradas daqui a 120 anos, quando ahistria de nossas lutas e misses for resgatada.

    Braslia, 13 de maio de 2008.

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    Art. 5 Ficam desde j remittidas todas as dividas provenientes dos impostos,a que era sujeita a propriedade servil. Aos que tiverem pago a taxa deescravos correspondentes ao exercicio corrente restituida metade da respectivaimportancia.

    Art. 6 O governo expedir o regulamento necessario para a execuodesta lei, podendo impor a pena de commisso aos que dentro do prazo dedous annos no provarem o seu direito indemnizao.

    Art. 7 Ficam revogadas as disposies em contrario.

    Pao do Senado em 19 de junho de 1888.

    Baro de Cotegipe.

    Foi para evitar que, em nome do direito adquirido, os ex-proprietriosentrassem em juzo pedindo indenizao que o regime republicano, em 14de dezembro de 1890, determinou a incinerao de todos os livros e papisreferentes ao elemento servil. O documento est assinado por T. de AlencarAraripe, e no por Rui Barbosa, que parece ter sido o autor da deciso.

    Aqui, a disputa no foi entre a tica e a poltica, como ao longo de todoperodo da escravido, mas entre a poltica e a histria. Esta foi sacrificada,como meio de reduzir o poder dos escravocratas e seus descendentes.Estivessem aqueles papis guardados, o conceito de direito adquiridocertamente permitiria que herdeiros dos donos de escravo encontrassemalgum juiz que lhes desse ganho de causa, aplicasse juros e correomonetria e cobrasse do governo a desapropriao feita em 13 de maio de

    1888. Algum juiz provavelmente daria direito a um dono de escravo e seusdescendentes, mesmo que em nenhum momento tenha havido uma leiautorizando a escravido. A lei foi necessria para abolir, nunca paraescravizar. Os ricos se beneficiam dos hbitos sociais, mas para mud-los,so necessrias leis. Em 13 de Maio de 1888 foi aprovada uma lei, depoisde dcadas de batalha poltica, para eliminar a escravido que no se baseavaem lei alguma.

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    A fora policial da capital do Imperio carece de organizao mais adaptadas funces que lhe so proprias.

    Muito importa segurana publica aperfeioar a nossa legislao repressivada ociosidade, no intuito de promover pelo trabalho a educao moral.

    O estado sanitrio do paiz em geral bom, e ha vastas regies queofferecem permanentes condices de salubridade.

    Medidas adequadas impediram ou attenuaram certas enfermidades queperiodicamente apparecem em alguns pontos do littoral, e nos preservaramdo cholera-morbus que invadira Estados vizinhos.

    Convm que attendais ainda ao saneamento da capital do Imperio, para oqual existem planos e estudos sujeitos ao vosso esclarecido exame.

    A administrao provincial e a municipal exigem reformas que alarguem arespectiva esphera de aco.

    Reorganizar o ensino nos seus diversos graus e ramos, diffundindo osconhecimentos mais uteis vida pratica e preparando com estudos serios e

    bem dirigidos os aspirantes a carreiras que demandam superior culturaintelectual, assumpto que muito se recommenda vossa patriotica solicitude.

    As rendas publicas cresceram no ultimo exercicio, e deram sobejamentepara a despeza ordinaria. O que se despendeu de mais, por operaes decredito, representa melhoramentos que, si no promettem immediataremunerao, asseguram bons effeitos economicos.

    A nossa organizao militar requer algumas reformas, entre as quaesavultam os codigos penal e do processo, cujos projectos dependem de vossadefinitiva deliberao.

    A extino do elemento servil, pelo influxo do sentimento nacional e dasliberalidades particulares, em honra do Brazil, adiantou-se pacificamente

    de tal modo, que hoje aspirao acclamada por todas as classes, comadmiraveis exemplos de abnegao da parte dos proprietarios.

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    Com a assinatura da Princesa Isabel e do Ministro da Agricultura,Antnio da Silva Prado, mudava radicalmente a vida dos 800 mil escravosbrasileiros, que trocavam a vergonha pela esperana. Em mais de um sculode histria, nenhuma outra legislatura fez qualquer outro gesto to radicala favor do nosso povo. como se todos os parlamentares que o Brasil tevedesde ento tenham se negado a completar o que foi feito naqueles dias demaio.

    As palavras da lei que mudou o Brasil, a partir de 13 de Maio, nocomearam naquele ano de 1888, no foram aprovadas sem manifestaescontrrias, e at hoje no trouxeram todos os benefcios esperados.

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    Apesar do longo processo anterior, e da surpreendente simplicidadeda lei, sua votao no foi um processo simples, nem unanimementefavorvel, embora tenha levado apenas dez dias, da Fala do Trono sanoda lei, e somente cinco, contando da sua apresentao na Assemblia.

    Era uma lei curta, com apenas um pargrafo de 12 palavras, almda abertura e do "Revogam-se as disposies em contrrio".

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    desastres e ruinas s alegrias do futuro, absolvido por nobre expiao oerro de hontem, pelo qual no originalmente responsvel a naobrazileira.

    Tem-se ainda appelado para os transtornos que desta proposta ho de

    porvir. Sei bem que no se extirpa do organismo social um cancro secularsem que pertubaes se operem. Nunca mais ha de abrir-se, porem, acicatriz desta ferida: e sobre ella se levantara o patriotismo e o bom sensodos brazileiros o indica o grande edificio da crescente prosperidade denossa patria. (Muitos apoiados.)

    Tem-se querido ver uma questo politica no melindroso assumpto sobre que

    estamos resolvendo. Ainda ha pouco o meu illustre amigo senador peloRio de Janeiro dizia: no compete aos conservadores presidir extincoda escravido: mas ao Partido Liberal pela natureza da materia.

    Divirjo do meu nobre amigo.

    Trata-se de uma questo social, ou, si quizerem, de um ponto de politica

    nacional: e grande fortuna para o imperio que a lei possa ser promulgada,revestida de fora moral e do prestigio que lhe d o accrdo reflectido equase unanime de ambos as parcialidade politicas (Apoiados; muito bem,applausos das galerias.)

    Os assistentes tem o dever de no interromper-me, e eu o peo tambemcomo obsequio. Concluindo direi: convm que o projecto que se discute, e

    que o honrado ex-presidente do conselho, com sua autoridade e experiencia,declarou inadiavel, saia desta casa com inteira adheso, e sob aresponsabilidade dos partidos politicos do Brazil. (Muito bem: muito bem,applausos das galerias.)

    Chegaram a um acordo suprapartidrio. A Proposta entra em votao, aprovada com apenas um voto contra, e vai para sano Imperial. As Atas

    descrevem o processo:

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    O deputado Affonso Celso apresenta um Projeto de Lei transformandoem feriado o dia em que a lei for sancionada e entrar em vigor.

    Abstraindo de certas publicaes cujos autores so conhecidos: mas queso anonymas, me referirei a uma que tem para mim grande importancia;

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    O Deputado Affonso Celso Jnior apresenta Projecto de Lei nos seguintestermos.

    A Assembla Geral resolve:Art. 1 Ser considerado de festa nacional o dia em que for sacionada alei que declara extinta a escravido no Brasil.

    Art. 2 Revogam-se as disposies em contrrio.

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    so anonymas, me referirei a uma que tem para mim grande importancia;e a tem porque si no o co, um dos mais esforados coadjuvadores dapolitica do meu honrado amigo o Sr. Conselheiro Dantas.

    Hontem recebi de minha provincia alguns impressos, e, por acaso, cahiramas minhas vistas um discurso de um nobre conselheiro ex-deputado geral,cujo elogio no cabe a mim.

    Disse commigo: amanh tenho de fallar perante o Senado; as minhasvozes tm de chegar...porque o paiz pequeno... ao extremo do Imperio,no perco estas palavras que para mim so de ouro.

    Sr. Presidente, V. Exa conhece-me, porque temos convivido juntos, queno ha nada que mais me repugne do que as leituras. Mas para nodebilitar a fora da eloquencia a fazer um resumo magro e chato como eufaria, vou repetir alguns trechos deste discurso-programma. Foi elle proferidoem uma reunio politica na minha provincia, no direi que perante cincomil pessoas, por ser numero official (hilaridade), direi seis mil pessoas.

    (Hilaridade.)Aqui, ele l panfleto de um grupo republicano que comemora a Abolio,

    mas tambm critica o Imprio. Um discurso progressista, em defesa de umprograma que, se tivesse sido cumprido, teria construdo um Brasil diferente.Mas que apresentado como uma ameaa do que viria. No esperava etalvez nem tenha percebido, mas os aplausos prolongados que ostaqugrafos registraram mostram que, de fato, havia um movimentoprogressista em marcha no Brasil.

    Senhores,

    Circumstancias, com que ainda ha pouco ningum poderia sonhar, vieramfacilitar singularmente a nossa tarefa. Fazendo da abolio uma empreitadacommettida ao partido reactor, a Cora enfraqueceu substancialmente um

    dos seus baluartes mais fortes e melhor construidos, porque v pouco quem

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    altura das grandes necessidades da nossa patria, e que comprehendam queno ha para o homem publico, como no ha para os partidos, verdadeira

    lavrem na minha seputura este epitaphio: O chamado no seculo Barode Cotegipe, Joo Mauricio Wanderley, era um visionario!

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    prosperidade sino no momento em que elles se esquecem das preocupaesindividuaes e se recordam simplesmente do bem publico, do bem da patria.(Muito bem, muito bem. Bravos, palmas e applausos repetidos nas galerias.)

    O requerimento foi votado e aprovado. O projeto foi enviado ao Senadonaquele mesmo dia.

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    Tenho algum conhecimento das circumstancias da nossa lavoura,especialmente das provincias que citei em principio; e afiano que a criseser medonha; escaparo do naufragio muitos, uns que j esto munidosde salva-vidas; outros que, no meio do naufragio, apanharem algumataboa, em que se salvem; outros, finalmente, que lucraro, quando onavio vier dar costa. Mas a crise ha de ser grande. Estarei illudido,estimarei mesmo estar; porm a convico intima que me domina, no mepermitte que eu pense diversamente. Acompanho a sorte do meu paiz;para hoje onde hei de ir? Sou daquelles que aqui nasceram e aqui ho demorrer, si no me deportarem algum dia. (Risadas.)

    Finalmente, risadas.

    O progresso da civilizao tem sido tal, que mesmo a moral privada epublica, segundo alguns escriptores, deve ser completamente reformada; e,pois, devo ser considerado um homem de outro seculo, e a este tudo seperdoa.Si esta a minha convico a respeito dos proprietarios, ou, na phrase deum amigo de quem ha pouco recebi carta, a sorte dos lavradores (nolavraram outra cousa); si esta a sua sorte, pergunto (e agora entro emcheio no mar da caridade e da philantropia) qual a sorte dos libertados,quaes os preparativos para que aquelles que abandonarem as fazendastenham occupao honesta? Qual a sorte dos 500.000 ingenuos, queesto sendo alimentados, vestindo e tratados pelos respectivos proprietariosem suas fazendas? Acompanharo as mis e os pais? Mas os que no ostiverem, seguiro a mesma sorte? Os proprietarios continuaro a sustentarmaior numero de ingenuos de que de escravos?

    Mas uma vez, a hipocrisia: preocupao com os libertos. certo que aBolsa Famlia e o salrio mnimo asseguram menos comida do que recebiam

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