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Livro de Resumos Inovaç da I Mostra Científica, Tecnoló ção do IFRS - Câmpus Sertão Sertão, RS ógica e de

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Livro de Resumos da I Mostra Científica, Tecnológica e de

Inovação do IFRS

Livro de Resumos da I Mostra Científica, Tecnológica e de

Inovação do IFRS - Câmpus Sertão

Sertão, RS

Livro de Resumos da I Mostra Científica, Tecnológica e de

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Comissão Organizadora

Comissão de Avaliação e Gestão de Projetos de Pesquisa e Inovação

Organização

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do SulCâmpus Sertão

rganizadora da I Mostra Científica, Tecnológica e de Inovação do IFRS - Câmpus Sertão

Apoio

Comissão de Avaliação e Gestão de Projetos de Pesquisa e Inovação – CAGPPI

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Tecnológica e de Inovação

CAGPPI

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SUMÁRIO

Título

Página

CATALOGAÇÃO DE ESPÉCIESDESTINADAS À ALIMENTAÇÃO ENCONTRADAS NO BANCO DE SEMENTES DO INSTITUTO EDUCAR-TURMA FILHOS DE ROSE

1

ÍNDICES FÍSICOS DO SOLO EM AMOSTRAS COM ESTRUTURA INDEFORMADA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES EXTRATORES

2

PROJETO DE CONVERSÃO DE METAL PARA PLÁSTICO DO PAINEL TRASEIRO DO GABINETE DE COMPUTADOR

3

DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM ANIMADOS 4 COBERTURAS DE SOLO E CORTE DE PALHA EM SEMEADURA DE CEREAIS DE INVERNO

5

PROTÓTIPO DE UMA BIBLIOTECA DIGITAL PARA DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO

6

PROJETO DE CONVERSÃO DO COXIM AUTOMOTIVO METÁLICO PARA POLIAMIDA

7

IFSOCIAL: PROTÓTIPO DE UMA REDE SOCIAL EDUCACIONAL 8 DESEMPENHO DE HÍBRIDOS DE MILHO EM SERTÃO NA SAFRA DE 2010/11

9

AQUISIÇÃO DE DADOS COM O CABO DA IMPRESSORA E GERAÇÃO DE GRÁFICOS DINÂMICOS EM TEMPO REAL

10

COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS DE MILHO PARA SILAGEM NO PLANALTO MÉDIO DO RIO GRANDE DO SUL

11

PROPAGAÇÃO DE ERVA-MATE (Ilex paraguariensis L.) EM CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS SOB INFLUÊNCIA DE FITORMÔNIOS E LOCALIZAÇÃO DAS ESTACAS NA PLANTA MATRIZ

17

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO NO MUNICÍPIO DE SERTÃO

20

APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE MANEJO DE IRRIGAÇÃO VIA SOLO EM UVA DE MESA SOB AMBIENTE PROTEGIDO 25

ESTUDO COMPARATIVO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO

29

AVALIAÇÃO DE MECANISMO DESCOMPACTADOR DE SOLO EM UM NITOSSOLO VERMELHO SOB PLANTIO DIRETO

34

INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO NO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE POLIFENÓIS TOTAIS PRESENTES EM EXTRATOS NATURAIS

39

FORMAÇÃO SÓCIO-POLÍTICA NOS CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO DO IFRS – CAMPUS SERTÃO

43

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DE INFORMÁTICA EM SALA DE AULA NO IFRS – CAMPUS SERTÃO

46

EFEITO DE DIFERENTES TRATAMENTOS QUÍMICOS NA CAMA AVIÁRIA REFERENTE AO pH E DESEMPENHO DE FRANGO DE CORTE

49

AVALIAÇÃO DA ACLIMATIZAÇÃO DE Chrysantemum cineriaefolium cv. VACARIA EM DIFERENTES SUBSTRATOS E RECIPIENTES DE

53

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CULTIVO EFEITOS DA INTENSIDADE E DO NÚMERO DE PASTEJOS NA COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS DO TRIGO DE DUPLO PROPÓSITO BRS TARUMÃ

56

SISTEMA REPRODUTIVO SEXUADO E PRODUÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES EM Tropaeolum pentaphyllum Lam. (CREM)

61

O DESTINO DOS EGRESSOS DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA DO IFRS – CAMPUS SERTÃO

66

MANIPULAÇÃO DO CICLO ESTRAL EM OVINOS FORA DA ESTACIONALIDADE REPRODUTIVA

69

MELHORIA DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE UM NITOSSOLO VERMELHO

73

EFEITO DE DIFERENTES TRATAMENTOS QUIMICOS QUANTO A UMIDADE E CONTAGEM BACTERIANA DE CAMA DE FRANGO DE CORTE

78

INIMIGOS NATURAIS NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DO IFRS CAMPUS SERTÃO

83

ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O NÍVEL DE ESCOLARIDADE E O INTERESSE NO RETORNO A SALA DE AULA DE JOVENS E ADULTOS DO INTERIOR DO MUNICÍPIO DE SERTÃO/RS

86

PROPAGAÇÃO DE ERVA-MATE (Ilex paraguariensis L.) SOB INFLUÊNCIA DE TAMANHO DE ESTACAS, FITORMÔNIOS E SUBSTRATOS

89

ENSAIO ESTADUAL DE HÍBRIDOS DE MILHO SUPERPRECOCE DA FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EM SERTÃO

92

ENSAIO ESTADUAL DE HÍBRIDOS DE MILHO TRANSGÊNICO DA FUNDAÇÃO ESTADUAL PESQUISA AGROPECUÁRIA EM SERTÃO

96

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1

CATALOGAÇÃO DE ESPÉCIESDESTINADAS À ALIMENTAÇÃO ENCONTRADAS NO BANCO DE SEMENTES DO INSTITUTO EDUCA R-TURMA

FILHOS DE ROSE

TEIXEIRA, Augusto Christ1; CONSALTER, Ezequiel Luis1, SOSTER, Maria Tereza Soster1; CAMPIGOTTO, Maria Salete2.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão. Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

²Instituto EDUCAR- Pontão-RS. E-mail: [email protected]

Educandos da turma ‘Filhos de Rose’ efetuaram coletas de sementes em seus assentamentos, e essas sementes estão sendo mantidas no Instituto Educar. A quantidade de espécies e classificação das mesmas foi levantada para fins de conhecimento daquelas destinadas à alimentação dentro dos assentamentos. Verificou-se em sete assentamentos, 9 tipos de feijões, 13 tipos de milhos, 3 tipos de arroz, 1 tipo de semente de moranga, 1 tipo de melão, coentro, e soja comestível. Os assentamentos que foram representados nessa catalogação são: Zumbi dos Palmares (Caxias do Sul, Sarandi, Céries (Jóia), Nova Esperança (Capão do Cipó), Serra da Cruz (Sant’Ana do Livramento), Capela (Nova Santa Rita) e Conquista da Serra (Candiota). A importância de se conhecer as espécies cultivadas nos assentamentos da reforma agrária além de aliar a importância da biodiversidade, enfatiza a importância da reforma agrária, pois pode-se perceber que quanto maior o número de famílias envolvidas nos assentamentos, maior a diversidade de plantas cultivadas.

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ÍNDICES FÍSICOS DO SOLO EM AMOSTRAS COM ESTRUTURA INDEFORMADA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES EXTRATORES

BRITTO, Jocemar Bettim de1; PORTELLA, Kenedy Matiasso1; TORTELLI, Gustavo Moisés1;

PRUVINELLI, Anderson Luis Marques1; VIEIRA, Márcio Luis1*.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-

mail: [email protected]; *Orientador

As avaliações físicas do solo, para possibilitarem resultados confiáveis, dependem principalmente da amostragem do solo em questão. No entanto, em função da extração incorreta das amostras, ocasiona-se a deformação das mesmas, as quais apresentarão diferentes graus de alteração, desde o volume até na composição granulométrica. A avaliação de um equipamento que possibilite uma efetiva obtenção de amostras indeformadas do solo, sem afetar as propriedades físicas da amostra é imprescindível. Este trabalho teve por objetivo viabilizar um extrator de amostras indeformadas de solo que alie praticidade de retirada das amostras de solo com a menor alteração de sua constituição física. O experimento foi instalado na Área de Ovinocultura do IFRS, Campus Sertão, uma região com clima segundo a classificação de Köeppen do tipo Mesotérmico úmido com verão quente (Cfa), com altitude média de 685 m e coordenadas S - 27° 58´ 4 7” e W - 52° 15´ 35”. O solo da área experimental pertence à Unidade de Mapeamento Passo Fundo, classificado como Latossolo Vermelho Distrófico húmico, relevo ondulado e substrato basalto, com composição média de 0,515 kg.kg-1 de argila, 0,1925 kg.kg-1 de silte e 0,2925 kg.kg-1 de areia. Utilizou-se delineamento em parcelas subdivididas com blocos ao acaso e quatro repetições, sendo que as profundidades do solo de 0-5, 5-10, 10-15 e 15 a 20 cm irão compor a parcela principal, os extratores de amostras indeformadas de solo Castelo e Protótipo (modelo desenvolvido no trabalho) as subparcelas. Foram avaliadas a densidade do solo e dos sólidos, porosidade total e de aeração do solo. O amostrador de solos Protótipo apresentou menor densidade do solo e maior porosidade total e de aeração se comparado ao extrator Castelo. Conclui-se que o extrator de amostras indeformadas de solo protótipo não influencia nos índices físicos do solo nas diferentes profundidades, e além desta característica, ele apresentou uma maior praticidade e eficiência na coleta das amostras.

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PROJETO DE CONVERSÃO DE METAL PARA PLÁSTICO DO PAIN EL TRASEIRO DO GABINETE DE COMPUTADOR

FLORES, Claudemir1, DA LUZ, Tiago1, SIMON, Douglas Alexandre1*

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus

Farroupilha – Avenida São Vicente, nº 785, Bairro Cinquentenário, Farroupilha – RS, E-mail: [email protected]; *Orientador

Apesar do monitor de computador ter uma modificação considerável na sua forma e tecnologia ao longo do tempo, os gabinetes pouco se alteraram nos últimos anos. O presente projeto tem como objetivo a substituição do material metálico do painel traseiro do gabinete de computador para poliméricos. As mudanças decorrentes da alteração serão apresentadas, conforme seu impacto no processo produtivo e nas características do produto final. O processo de fabricação é realizado por estampagem em chapas metálicas, com o uso de prensas dobradeiras para conformação. A montagem é realizada de forma manual. As etapas do processo são: Preparação do ferramental, estampagem da peça por prensa, dobra das chapas metálicas por dobradeira e montagem pelo uso de parafusadeiras pneumáticas. Promoveu-se a substituição das chapas metálicas por uma blenda polimérica de PA/ABS, produzidas pelo processo de moldagem por injeção. O peso da peça aproximado reduziu-se para 175 gramas. A conversão do painel traseiro do gabinete permitiu um acabamento diferenciado, com customização de cores do produto, a recuperação dos resíduos do processo no local de produção, a diminuição do disperdicio de matéria prima e ganho de produtividade. Porém, a falta de padrões de placa mãe pode levar a obsolecência rápida de projetos e a necessidade de constante mudança nos moldes para atender novos desenhos de componentes.

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DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM ANIMADOS

KUHN, Daniel Matheus1; OLIVEIRA, Lisiane Cézar de1*; SOARES, Giacomo Gai1

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Avançado

Ibirubá – Rua Nelsi Ribas Fritsch, 1111 Bairro Esperança CEP: 98200-000 Ibirubá/RS. E-mail: [email protected].

O objetivo deste resumo é apresentar resultados do projeto de pesquisa intitulado Desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem, que tem como finalidade desenvolver recursos educacionais nas mais diferentes áreas de conhecimento. Os objetos de aprendizagem (OA) são conceituados como unidades de instrução e ensino reutilizável e podem ser definidos por qualquer entidade, sendo ela digital ou não, que pode ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o ensino, fazendo uso de técnicas tais como vídeos, música, desenhos, gráficos, simulações ou jogos. Entre as principais vantagens do uso de objetos de aprendizagem em escolas se destacam a forma que o aluno passará a criar hipóteses, relacionar novos conhecimentos com os já adquiridos, permitindo que o mesmo interaja com o objeto assimilando melhor o conteúdo estudado. Nesse contexto, no projeto, está sendo desenvolvido um objeto para área de mecânica, com o objetivo criar um aplicativo que auxilie no aprendizado dos alunos na matéria de Resistência dos Materiais. O objeto está sendo desenvolvido com uma abordagem comportamentalista, o que significa dizer que o aluno interage com uma atividade composta de três alternativas, e somente pode acessar a próxima etapa quando indicada a resposta correta. A ferramenta utilizada para o desenvolvimento deste objeto foi Adobe Flash-CS5, na linguagem ActionScript 2.0. Pretende-se que esse recurso possa ser usado e reusado em interações didático-pedagógicas, como forma de auxiliar no processo de apropriação de conhecimento na área fim.

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COBERTURAS DE SOLO E CORTE DE PALHA EM SEMEADURA DE CEREAIS DE INVERNO

EICKSTEDT, Darlan de Maria1; SPRINGER, Verônica da Silva²; LUDWIG, Marcos Paulo¹*.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Ibirubá- Rua Nelsi Ribas Fritsch, 1111 | Bairro Esperança | CEP: 98200-000 | Ibirubá/RS. E-mail:

[email protected] | *Orientador

A introdução de novas tecnologias na agricultura permitiu o aumento da área cultivada, e das máquinas para cultivo as semeadoras são as que mais sofreram modificações para operação dos sistemas, devido a necessidade de realizar o corte da cobertura vegetal para abertura do sulco e cobertura deste com solo e palha com o mínimo de mobilização do solo. O corte de palha é fator muito importante para o sucesso de uma área conduzida no sistema de semeadura direta. Assim a avaliação desta característica se torna importante para que os produtores tenham segurança que o equipamento realizará a atividade de forma precisa e correta. Diante do exposto objetivou-se avaliar o desempenho de semeadoras-adubadoras para cereais de inverno em sistema de semeadura direta em diferentes coberturas de solo, velocidades e profundidades na qualidade do corte de palha. O experimento foi conduzido na área experimental do IFRS Campus Ibirubá. O protótipo estudado foi fornecido pela Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo, com 28 linhas espaçadas 0,17 cm e diferente sistema de corte de palha, as avaliações foram conduzidas em diferentes coberturas de solo, palha de milho, campo nativo e sem cobertura, foram utilizadas duas velocidades de deslocamento 7 e 11 km/hora, as profundidades que foram realizadas as avaliações foram de 2 e 4 cm. O corte de palha foi determinado após a passagem do protótipo, utilizou-se uma trena de 10m, a trena foi posicionada no sentido da linha de deslocamento do protótipo.Na condição do experimento conclui-se que na cobertura de palha de milho apresenta maior resistência ao corte. A velocidade e a profundidade não afeta o corte de palha pelo equipamento. Assim na mudança do tipo de palha o equipamento deve ser regulado novamente para apresentar um corte de palha satisfatório.

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PROTÓTIPO DE UMA BIBLIOTECA DIGITAL PARA DISSEMINAÇ ÃO DO CONHECIMENTO

DUARTE, Jaisson¹; MANICA Edimar¹*

¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Ibirubá Rua Nelsi Ribas Fritsch, 1111 | Bairro Esperança | CEP: 98200-000 | Ibirubá/RS E-mail:

[email protected]; *Orientador.

No Campus Ibirubá o acesso a relatórios de estágio, trabalhos de conclusão de curso, monografias, entre outros trabalhos acadêmicos é realizado da seguinte forma. O solicitante deve dirigir-se a biblioteca e retirar um exemplar disponível, o qual deve ser entregue em um prazo determinado. Além disso, esses materiais se deterioram com o tempo, bem como existem poucos exemplares de cada material. Isso traz alguns problemas, como, por exemplo, a dificuldade de acesso aos estudantes que realizam seus estágios em outras cidades, estados e até mesmo outros países. Nesse contexto, este trabalho apresenta o protótipo de uma biblioteca digital para o Campus Ibirubá. A biblioteca digital tem como objetivo servir de fonte de preservação científica, cultural e artística, assim como meio de disseminação do conhecimento produzido pelos alunos e professores pesquisadores do instituto (Masiero et al. 2001). A biblioteca digital facilitará o acesso aos resultados de pesquisas e contribuirá para a geração de novos conhecimentos, aumentando, dessa forma, a visibilidade e o impacto potencial de toda a produção científica desenvolvida na instituição. Dentre as vantagens da utilização da biblioteca digital destacam-se: (i) a disponibilidade (24 horas por dia); (ii) a facilidade de acesso (qualquer lugar no mundo com acesso a Internet); e (iii) a facilidade de armazenamento (HD, CDs, entre outras mídias digitais). Inicialmente foi desenvolvido um protótipo em HTML que demonstra todas as características que a biblioteca digital deve contemplar. Atualmente a biblioteca digital está sendo implementada utilizando a linguagem Java Web com as tecnologias Facelets 2, Ajax, JSF e JPA na IDE NetBeans 7.0 com o servidor Apache TomCat 7.0 e utilizando o SGBD PostgreSQL 8.4. A linguagem Java foi escolhida por ser multiplataforma, orientada a objetos, segura e portável. O framework JSF foi escolhido por auxiliar o desenvolvimento de aplicações Java Web de acordo com o padrão MVC (Model View Controll).

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PROJETO DE CONVERSÃO DO COXIM AUTOMOTIVO METÁLICO P ARA POLIAMIDA

NICHETTI, Jeferson1, SIMON, Douglas Alexandre1*

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Farroupilha –

Avenida São Vicente, nº 785, Bairro Cinquentenário, Farroupilha – RS, E-mail: [email protected]; *Orientador

A forte concorrência do mercado automobilístico está levando as empresas a buscarem alternativas no processo de produção de componentes. Uma delas é o coxim que faz a sustentação do sistema de motor e caixa de cambio dos veículos, atualmente produzidos com material metálico. Este trabalho tem por objetivo estudar a conversão do coxim do câmbio do Ford Focus para material polimérico, sem perda de propriedades. O coxim metálico de sustentação da caixa de cambio é produzida em liga de alumínio pelo processo de injeção de Zamak. A peça original pesa aproximadamente 526,15 kg e possui em seus extremos insertos de borracha reticulada que fazem a absorção do impacto e a redução de ruídos provocadas pelo motor. A sequência de produção é: Injeção Zamak do corpo, injeção do incerto interno por Zamal e moldagem da borracha por compressão, unindo as demais pecas. O coxim foi projetado em poliamida 6 com fibra de vidro, sendo produzido pelo processo de injeção. Obtém-se assim boa fluidez na sua temperatura de fusão e um bom acabamento, além de apresentar propriedades semelhantes ao metal quando moldado. O coxim será produzido em duas etapas: a peça e os insertos de borracha reticulada serão injetados separadamente e posteriormente montados. Este projeto desenvolveu um coxim feito em Poliamida 6 que, pela natureza de seu material constituinte dispensa usinagem e rebarbação, pois é produzido por injeção, é mais leve do que o alumínio (260 g), com boa resistência ao impacto, baixo coeficiente de atrito e com alta resistência a fadiga. Porém apresenta limite na temperatura de trabalho, baixa resistência a ácidos inorgânicos e a alcoóis aromáticos.

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IFSOCIAL: PROTÓTIPO DE UMA REDE SOCIAL EDUCACIONAL

SIEG, Julio Alexander1 ; MANICA, Edimar1

¹IFRS Campus Avançado Ibirubá, Rua Nelsi Ribas Fritsch, nº 1111, Bairro Esperança, 98200-000,

Ibirubá, RS, Brasil. E-mail: , [email protected].

Este trabalho apresenta o protótipo de uma rede social educacional. A rede social surgiu no seguinte contexto. O campus Ibirubá possui cursos técnicos na modalidade integrado. Os alunos desses cursos passam o dia todo dentro do campus, e durante o intervalo do almoço, acessam, na maior parte do tempo, redes sociais. Essas redes sociais possuem muito pouco, ou nenhum, conteúdo educacional. Com isso, este trabalho visa agregar conteúdo à uma nova rede social, deixando os já conhecidos e famosos recursos (fotos, recados, amigos, etc.) de redes sociais bem conhecidas (facebook, orkut, linkedin, etc.) a fim de manter a atratividade destes sites. A rede social criará um ambiente onde alunos, professores e demais servidores do Instituto Federal, poderão interagir de forma intuitiva. Dentre os serviços contemplados no protótipo destacam-se: (i) a disponibilização de avisos sobre provas e trabalhos; (ii) a criação de enquetes para avaliações educacionais e institucionais; (iii) a criação de comunidades para compartilhamento de interesses comuns entre usuários; e (v) a disponibilização de materiais didáticos. Inicialmente foi desenvolvido um protótipo que demonstra todas as caracterísitcas que a rede social deve contemplar. Este protótipo tem como objetivo validar os requisitos antes da implementação. O protótipo foi desenvolvido em HTML, utilizando a ferramenta gráfica Axure. O estudo da implementação, ocorreu através da pesquisa de dois frameworks: Wordpress integrado ao plugin BuddyPress, e o Elgg, ambos utilizando a linguagem PHP, o banco de dados MySQL e o servidor Apache. A linguagem PHP foi escolhida por oferecer suporte a diversos tipos de SGBD’s, flexibilidade de sintaxe, facilidade de aprendizado, dentre outras características. Contudo, a rede social proposta permitirá ao IFRS Campus Ibirubá realizar avaliações e fornecer conteúdo aos alunos de forma atrativa e interativa, através das tecnologias que os mesmos estão habituados a utilizar no dia a dia.

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DESEMPENHO DE HÍBRIDOS DE MILHO EM SERTÃO NA SAFRA DE 2010/11

POTT, Luan Pierre¹; SANTOS, Fernando Machado dos¹*; TIBOLA, Bruna¹; LORENÇON, Jonas¹; GROSSELLI, Abraão Angelo¹; DEPIERI, Victor Zangirolami¹; BORBA, Matheus Prado¹.

¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão -

Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-mail: [email protected]; *Orientador

A produção de milho distribui-se pelo país em vários estados com valor expressivo, tendo esta cultura uma grande importância sócio-econômica para o Brasil. Sendo assim foi realizado um experimento onde se avaliou 12 cultivares de milho precoce e 8 cultivares de milho superprecoce, indicados para a região do município de Sertão/RS. As cultivares de milho precoce utilizadas foram: AS 1555 YG, AG 8022 YG, STATUS TL TC, BM 822, 2B655 HX, BG 7060 YG, DKB 240 YG, BKB 245, BX 840, 2B587 HX, PRE 32S11 e BALU 308, e as cultivares de milho superprecoce utilizadas foram: CELERON TL TC, BG7051 HX, BX898 YG, 2A120 HX, AS 1551 YG, AG 9045, PRE 22S11 e BALU 188. Para tanto os parâmetros observados foram: rendimento de grãos, estande final de plantas, umidade de colheita, florescimento masculino e feminino em dias após a emergência, altura de planta e altura de espiga. As práticas culturais seguiram as indicações técnicas da cultura levando em conta a análise do solo para os dois experimentos. Com os resultados do trabalho conferiu-se que os híbridos de ciclo precoce que apresentaram maiores rendimentos de grãos foram STATUS TL TC, BM 822, DKB 240 YG, DKB 245, BX 840 e 2B587 HX. E os híbridos precoces com menores rendimentos de grãos foram o PRE 32S11 e 2B655 HX. Em relação aos híbridos de ciclo superprecoce, os que apresentaram maiores rendimentos de grãos foram AG 9045, 2A120 HX, BX898 YG e CELERON TL TC. E o híbrido superprecoce com menor rendimento de grão foi o BALU 188. Dentro dos híbridos de ciclo precoce o rendimento de grãos não foi influenciado pelo estande final de plantas, diferindo dos híbridos de ciclo superprecoce, onde o rendimento de grão foi influenciado pelo estande final de plantas, conferindo que a indicação do estande de plantas foi feita pela empresa responsável pela comercialização do híbrido na região.

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AQUISIÇÃO DE DADOS COM O CABO DA IMPRESSORA E GERAÇ ÃO DE GRÁFICOS DINÂMICOS EM TEMPO REAL

GARCIA, Wagner Jesus da Silva1

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-

mail: [email protected]

O objetivo desse trabalho foi criar um programa para aquisição de dados através da porta paralela do computador e apresentar esses dados em tempo real na forma de gráfico dinâmico. Foi usado o compilador Dev-C++ versão 4.9.9.2 para compilar e executar o programa de aquisição de dados e para gerar o gráfico utilizou-se o Gnuplot versão 4.5, ambos têm livre distribuição e rodam em plataforma Windows. Foi conectado um LED Receptor Infravermelho na porta paralela da impressora para coleta dos dados. Outro LED Emissor Infravermelho foi ligado a uma resistência e a uma bateria de 9 Volts. Os dois LEDs foram posicionados de frente e alinhados para que o LED receptor permanecesse sempre ativo. Um teste com pêndulo foi usado para avaliar o programa, tendo perfeito funcionamento na obtenção do período deste pêndulo ao oscilar. O programa tem a função de deixar o segundo pino da porta paralela ativo e contar a cada milissegundo. Quando o pêndulo bloqueia esse estado ligado é realizada outra contagem. Esses estados ligado/desligado são armazenados em um arquivo. O gráfico dinâmico é gerado a partir de um script do Gnuplot, que vai lendo os dados do arquivo automaticamente enquanto está sendo carregado, dando uma aparência de gráfico em movimento. Esse trabalho mostrou-se muito econômico considerando que muitas escolas públicas não têm recursos para comprar equipamentos sofisticados e caros para experimentos de física. Com esse sistema é possível fazer inúmeros experimentos, com baixo custo, necessitando apenas comprar dois Leds Emissor e Receptor, um cabo de impressora 25 pinos, um resistor de 400 Ohms e uma bateria de 9 Volts, além de um mínimo conhecimento de programação.

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COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS DE MILHO PARA SILAGEM NO PLANALTO MÉDIO DO RIO GRANDE DO SUL

GROSSELI, Abrão Angelo1; SANTOS, Juliana dos*; SANTOS, Fernando Machado; PAIVA, Fernanda Alves de; BORBA, Matheus Prado; BILIBIO, Denise; Lorençon, Jonas; CECCHETTI, Giseli; POTT,

Luan Pierre; GHELLER, Wilian Paulo

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-

mail: [email protected]. *Orientadora.

1. INTRODUÇÃO

A distribuição da produção forrageira nos trópicos é estacional, alternando períodos favoráveis e desfavoráveis ao crescimento das forrageiras. No Sul do Brasil, a escassez de alimento no período de abril a setembro pode comprometer a produção animal. Durante esse período, a temperatura baixa associada à baixa disponibilidade hídrica prejudica a quantidade e qualidade das pastagens de forma acentuada, inviabilizando a produção leiteira baseada em pastagens (Oliveira et al., 2004).

A ensilagem é um processo de conservação de forragem apontado como instrumento auxiliar na manutenção da produção animal. Dentre as culturas utilizadas para a produção de silagem no Rio Grande do Sul, o milho Zea mays L. (Maluf et al., 2001), embora seja considerado um dos produtos mais tradicionais para a produção de silagem, ainda se verifica a utilização de conceitos equivocados na escolha dos híbridos, onde a qualidade do produto final pode ficar comprometida.

Existe atualmente no mercado um grande número de empresas que ofertam híbridos de milho para variadas tecnologias. Híbridos com alta produtividade de grãos e excelente produtividade de massa verde, ou seja, híbridos forrageiros são indicados para a produção de silagem. Porém a recomendação baseada apenas em características de produtividade pode ser insuficiente. Para aumentar a qualidade nutritiva do milho forrageiro, os programas de melhoramento genético devem direcionar suas pesquisas de forma a associar as características de produtividade e de qualidade da silagem (Nussio, 1997).

Assim, é necessário que a pesquisa gere informações, avaliando a produção e qualidade de híbridos disponíveis no mercado, permitindo indicações para diversas situações dos sistemas de produção.

2. MATERIAL E MÉTODOS

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O experimento foi conduzido no ano agrícola 2010/11, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão (28°03’18’’S, 52°14’ 53’’O) com 670m de altitude, solo Bruno-Verm elho distrófico profundo, e clima Cfa (Köppen), com chuvas bem distribuídas e temperatura média anual de 18,3°C. No total, foram avaliados 10 híbridos de mi lho para silagem: AS 1572 YG (Agroeste); ATTACK TL TC (Syngenta); BM 3066 (Biomatrix); BG 7049 YG (Biogene); DKB 566 YG (Dekalb); BX 898 YG (Biomatrix); 2B 688 YG HX (Dekalb); AG 8041 YG (Agroceres); PRE 32T10 (Preezotto); e BALU 761 (Balu). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo as parcelas constituídas de quatro linhas de 5 m de comprimento e espaçamento entre linhas de 0,70 m, tendo como área útil duas linhas centrais da parcela.

Os híbridos foram semeados em 20/9/210 em uma área de palhada de centeio previamente dessecado. A adubação de base foi realizada em 29/10/2010 com a aplicação de 32,5 kg ha-1 de Nitrogênio (N), 113 kg ha-1 de Fósforo (P2O5) e 65 kg ha-1 de Potássio (K2O). A emergência ocorreu 12 dias após a semeadura (DAS). Na adubação de cobertura foram utilizados 105 kg ha-1 de N na forma de uréia, aplicando 45 kg ha-1 de N quando o milho apresentou 4 folhas verdadeiras (V4), aos 29 dias após a emergência (DAE). O restante da dose foi aplicado na iniciação da espiga (V9), aos 40 dias após a emergência (DAE). A adubação de base e de cobertura, levaram em consideração uma expectativa de rendimento de grão acima de 8 toneladas por hectare. Para o controle de insetos foi realizado uma aplicação aos 23 DAE, usando Engeo Pleno na dose de 250 mL ha-1. O controle das plantas daninhas foi realizado aos 23 DAE do milho, com aplicação do herbicida Accent.

A colheita foi efetuada em diferentes épocas sendo considerado como ponto para ensilagem quando atingissem o teor de matéria seca próximo a 30% na planta inteira. Dessa forma, o processo foi realizado entre os dias 27 de janeiro a 16 de fevereiro de 2011. A abertura dos silos foi realizada entre os meses de maio e junho de 2011.

As variáveis agronômicas analisadas foram estande inicial e final de plantas (EI e EF), altura de planta (AP), altura de inserção da espiga (AE), florescimento masculino e feminino (FM e FE) em dias após a emergência. Em relação às variáveis bromatológicas, foram analisados os teores de matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro, no material antes e após a abertura dos silos (Silva & Queiroz, 2002).

As variáveis determinadas foram submetidas à análise de variância e à comparação de médias pelo teste Tukey (P<0,05), por intermédio do programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2003).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 1, pode-se observar que embora o híbrido AG8041YG não tenha apresentado diferença significativa do

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BX98YG em relação ao EFP, o mesmo mostrou-se superior em relação aos demais híbridos avaliados. Em relação ao FM, observou-se que os híbridos AS1572YG, ATTACKTLTC, DKB566YG, 2B688YGHX, apresentaram florescimento mais tardio. Em relação ao FF, os híbridos que apresentaram maior número de dias para florescer foram: AS1572YG, BG7049YG, BX898YG e BALU 761 (P<0,05).

Houve diferença estatística para AP entre os híbridos (P<0,05), observando que o PRE32T10, embora tenha apresentado altura semelhante aos híbridos ATTACKTLTC, BM3066, BG7049YG, DKB566YG, 2B688YGHX, foi superior aos AS1572YG, BX898YG e AG8041YG. Em relação à AE, os híbridos PRE32T10 e BM3066 apresentaram valores superiores em relação aos demais híbridos.

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 2, pode-se observar que não houve diferença significativa entre os híbridos para MS, RMS, PB e FDN (P>0,05), apresentando valores semelhantes antes do processo de ensilagem.

Os teores de MS no momento da colheita apresentaram média de 30,14%, o que e considerado ideal para o ponto de ensilagem. Pode-se observar o maior valor médio da produção total de matéria seca no híbrido PRE 32T10 (26,31 t/ha) e o menor valor para o híbrido ATTACK TL TC (19,07 t/ha), no entanto, os híbridos não diferiram, significativamente, entre si (P>0,05).

Tabela 1. Estande final de plantas (EFP), florescimento masculino e feminino (FM e

FF) em dias após a emergência (DAE), altura de planta (AP), altura de espiga (AE) e rendimento de massa verde em kg/ha (RMV) de 10 híbridos de milho para silagem

EMPRESA HÍBRIDOS

EFP1

(10-3 x plantas/ha)

FM1

(dias)

FF1

(dias)

AP1

(m)

AE1

(m)

Agroeste AS1572YG 45,75 ef 84,75 a 88,75 a 2,02 cd 0,97 c

Sygenta ATTACK TL TC

50,00 cde 84,25 a 80,25 c 2,17 abc 1,15 abc

Biomatrix BM3066 44,50 f 81,00 b 80,75 c 2,34 ab 1,34 a

Biogene BG7049YG 48,50 def 80,50 bcd 90,50 a 2,22 abc 1,18 abc

Dekalb DKB566YG 53,75 bc 85,75 a 80,75 c 2,12 abc 1,14 abc

Biomatrix BX898YG 57,50 ab 79,0 cd 90,25 a 2,03 cd 0,97 c

Dekalb 2B688YG HX 49,50 cde 84,00 a 86,00 b 2,10 abc 1,09 bc

Agroceres AG8041YG 59,50 a 80,75 bc 84,75 b 1,96 d 1,01 c

Preezotto PRE32T10 53,25 bcd 81,5 b 80,50 c 2,42 a 1,36 a

Balu BALU761 53,00 bcd 78,75 d 90,25 a 2,24 abc 1,28 ab

Média 51,53 82,03 85,28 2,16 1,15 1Médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna diferem pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro e produção total de matéria seca (PMS) de 10 híbridos de milho, antes da ensilagem.

EMPRESA HÍBRIDOS MS

%

PB1

%

FDN1

%

PMS1

T /ha

Agroeste AS1572YG 30,84 7,16 48,61 21,25

Sygenta ATTACK TLTC 26,41 6,91 61,13 19,07

Biomatrix BM3066 30,41 7,29 51,00 24,66

Biogene BG7049YG 31,39 7,95 52,07 23,91

Dekalb DKB566YG 27,32 5,46 58,09 21,23

Biomatrix BX898YG 29,91 5,42 48,25 23,11

Dekalb 2B688YGHX 32,56 7,00 62,37 22,96

Agroceres AG8041YG 33,19 6,67 59,92 23,52

Preezotto PRE32T10 32,37 6,42 52,96 26,31

Balu BALU761 27,07 5,32 58,12 19,21

Média 30,14 6,56 55,25 22,52 1 Médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna diferem pelo teste de Tukey (P<0,05)

Ao observarmos a composição química dos híbridos após a ensilagem (Tabela 3), notou-se que o híbrido ATTACK TL TC apresentou teor de PB superior (P<0,05) ao híbrido BG 7049 YG. O teor de FDN indica a porcentagem de fibra (celulose, hemicelulose e lignina, principalmente) presente no volumoso. Existe uma relação entre teor de FDN e consumo de matéria seca. Sendo assim, uma silagem que apresenta menor valor pode proporcionar maior consumo de matéria seca. Teores de FDN inferiores a 50 % são mais desejáveis. Observando os teores de FDN encontrados, o híbrido ATTACK TL TC foi significativamente superior ao híbrido PRE 32T10, apresentando valores de 57,04% e 38,36%, respectivamente.

Embora não tenham apresentado diferença significativa, os outros híbridos avaliados apresentaram teores de FDN entre 39,89 a 53,82%. Não houve diferenças significativas (P>0,05) para os teores de pH nas silagens dos híbridos de milho, apresentando média de 3,7.

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Tabela 3. Teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro e pH das silagens dos híbridos de milho avaliados.

EMPRESA HÍBRIDOS PB1 FDN1 pH

Agroeste AS 1572 YG 6,83 ab 42,67 ab 3,71

Sygenta ATTACK TL TC 7,46 a 57,04 a 3,67

Biomatrix BM 3066 6,49 ab 39,89 ab 3,65

Biogene BG 7049 YG 5,99 b 41,83 ab 3,67

Dekalb DKB 566 YG 6,42 ab 51,91 ab 3,75

Biomatrix BX 898 YG 6,94 ab 45,4 ab 3,78

Dekalb 2B 688 YG HX 6,39 ab 50,69 ab 3,68

Agroceres AG 8041 YG 6,17 ab 53,82 ab 3,71

Preezotto PRE 32T10 6,19 ab 38,36 b 3,68

Balu BALU 761 6,32 ab 48,31 ab 3,74

Média 6,52 46,99 3,70 1Médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna diferem pelo teste de Tukey (P<0,05)

4. CONCLUSÕES

Com base nos resultados encontrados, todos os híbridos avaliados podem ser recomendados para a região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, D.F. Sisvar: versão 4.2. Lavras: UFLA, 2003.

MALUF, J.R.T.; CUNHA, G.C.; MATZERUNAER, R.; PASINATO, A.; PIMENTEL, M.B.M.; CAIAFFO, M.R.; PIRES, J.L.F. Zoneamento de riscos climáticos para a cultura de milho no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrometeorologia , v.9, n.3, p.460-467, 2001.

NUSSIO, L.G. Avaliação de cultivares de milho ( Zea mays L.) para ensilagem através da composição química e digestibilidade “in situ” . 1997. 58p.

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Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 1997.

OLIVEIRA, J.S.; SOBRINHO, F.S.; FERNANDES, S.B.V.; et al. Estratificação de ambientes, adaptabilidade e estabilidade de híbridos comerciais de milho para silagem no sul do Brasil. Ciência Rural , n.004, v.34, p. 997-1003, 2004.

SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. Viçosa: UFV, 2002, 235 pag.

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PROPAGAÇÃO DE ERVA-MATE ( Ilex paraguariensis L.) EM CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS SOB INFLUÊNCIA DE FITORMÔNIO S E

LOCALIZAÇÃO DAS ESTACAS NA PLANTA MATRIZ

PRUVINELLI, Anderson Luis Marques1; NUNES, Vinícius Lopes; GETELINA, Welliton Carlos; MALDANER, Edegar Thomas; LODÉA, Darlan Luis; PUHL, Matheus Jardel; THEISEN, Sergiomar*.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail:[email protected]. *Orientador.

1. INTRODUÇÃO

A erva-mate (Ilex paraguariensis St Hilaire) é uma espécie arbórea nativa do

sul do Brasil e se caracteriza por ser uma importante fonte de renda em vários países da América do Sul, como no Paraguai, Argentina e Brasil (Sansberro et al., 2000).

A taxa de germinação das sementes é baixa e desuniforme, devido à imaturidade do embrião, o que dificulta a produção de mudas, tornando a estaquia uma alternativa à propagação desta espécie (Kricun et al., 1995).

Utilizações de até 8.000 mg.l-1 de AIB foram verificadas obtendo 62% e 47% de enraizamento em estacas enquanto que estacas sem o tratamento de AIB não enraizaram (Graça et al., 1988).

O presente trabalho tem como finalidade a produção de mudas de erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.) de qualidade superior utilizando propagação assexuada pelo método de estaquia com a utilização de fitormônio.

2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no IFRS – Campus Sertão em casa de vegetação

com sistema de irrigação por aspersão automático, com vazão de 70 litros e posteriormente 14 litros por hora, com sistema de acionamento mecânico por raquete sendo realizado em março e avaliado em agosto de 2011 e repetido entre maio e outubro de 2011.

As estacas foram cortadas com cerca de 10 cm de comprimento em bisel na base deixando duas folhas cortadas pela metade na parte apical. O número total de estacas foi de 360 em cada experimento. O plantio foi realizado em tubetes lavados e deixado em solução de água sanitária a 5% durante dois dias, após este processo foi colocado a secar.

O substrato utilizado no primeiro experimento foi a turfa esterilizada e no segundo experimento foi a casca de arroz carbonizada, areia grossa e a mistura de ambos em proporção de 1/1 de seus volumes. Os substratos foram previamente esterilizados com calor úmido e após este processo colocados nos tubetes.

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No primeiro experimento foi utilizado o fitormônio ácido indol butírico (AIB) nas doses de 0, 2000 e 4000 mg.l-1 e no segundo experimento foram utilizadas as doses de 0 e 2000 mg.l-1. A diluição do fitormônio foi realizada utilizando-se álcool de cereais a 70% e água destilada para completar o volume adequando à concentração necessária. Após o preparo das estacas, estas foram imersas por 10 segundos na solução contendo o fitormônio e acondicionadas no substrato.

Aos 140 dias após a instalação dos experimentos foi realizada a avaliação do número de estacas vivas enraizadas. Os resultados foram analisados através de programa Statistica 6.0 para comparação de médias entre tratamentos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os melhores resultados foram obtidos utilizando-se os tratamentos sem AIB e

2000 mg.l-1, que apresentaram 8,3% e 8,85% de sobrevivência de estacas vivas enraizadas, respectivamente (Tabela 1). Estes resultados podem ser considerados baixos se comparados com os de Graça et al. (1990), porém podem ser explicados pela baixa temperatura durante o período de outono/inverno, fazendo a paralisação do crescimento dos tecidos e também devido ao excessivo volume de água livre sobre a superfície das folhas e parte aérea das estacas proporcionando a necrose do tecido folhar e a posterior morte das estacas durante o primeiro experimento.

Tabela 1. Número de estacas vivas em função da utilização de fitormônio AIB para

enraizamento de plantas de Ilex paraguariensis em Sertão, RS, 2011. Doses de AIB (mg.L-1) Número de estacas vivas (%)

Primeira Avaliação Segunda Avaliação 0 8,30% A1 0%* 2000 8,85% A 4% 4000 1,89% B 0% 1. Significância do teste binomial comparando amostras independentes; tratamento sem AIBx2000mg.l-1AIB=p=0,8882; tratamento sem AIBx4000mg.l-1 AIB =p=0,0310; tratamento 2000 mg.l-1 AIBx4000mg.l-1 AIB =p=0,0237; *- não foi realizada análise estatística.

Da mesma forma, na Tabela 1 observa-se que em função da alta dose de 4000

mg.l-1 de AIB, houve uma significativa mortalidade de estacas, sendo que apenas 1,89% destas sobreviveram e formaram calos. Altas doses de fitormônio citadas por Graça et al. (1988) indicam altas taxas de enraizamento, contudo, neste trabalho houve um efeito inverso ao esperado, apresentando um provável efeito fitotóxico às estacas quando comparadas as duas avaliações em que os menores valores de estacas vivas e enraizadas foram naquele tratamento utilizando a maior dose.

Corroborando os baixos resultados observados principalmente por ocasião da segunda avaliação, Wendling (2004) cita que a adequada umidade do ar ambiente, a temperatura, o substrato e o diâmetro das estacas concorrem fortemente no sucesso da propagação vegetativa da erva-mate.

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4. CONCLUSÕES

Ao término deste trabalho evidenciou que a utilização de fitormônio AIB na

dose de 2000 mg.l-1 proporcionou o maior índice de estacas vivas enraizadas sem diferir do tratamento testemunha.

Ao longo deste estudo verificou-se que algumas dúvidas a respeito da melhor concentração de fitormônio AIB ainda persistem necessitando maiores esclarecimentos a fim de ajustar a melhor dose de produto a ser utilizada.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GRAÇA, M. E. C.; COOPER, M. A.; TAVARES, F. R.; CARPANEZZI, A. A. Circular Técnica, n. 18, Embrapa-CNPF, Curitiba, 1988, 6 p. GRAÇA, M. E. C.; TAVARES, F. R.; RODIGHERI, H. R.; COOPER, M. A. Produção de mudas de erva-mate por estaquia . Curitiba: Embrapa Florestas – EMATER,1990. 20 p. KRICUN et al. Seleção e multiplicação. In: WING et al. Erva-mate: biologia e cultura no cone sul. 1ª, Edição. Porto Alegre- RS, Editora da universidade/ UFRGS. 1995. p. 137. ISBN 85-7025-296-x. SANSBERRO, P.; REY, H.; BERNARDIS, A.; LUNA, C.; COLLAVINO, M.; MROGINSKI, L. Plant regeneration of Ilex paraguariensis (Aquifoliaceae) by in vitro culture of nodal segments. Biocell . v. 24, n. 1, p. 53-63. 2000. WENDLING, I. Propagação vegetativa de erva-mate (Ilex paraguariensis Saint Hilaire): estado da arte e tendências futuras. Colombo: Embrapa Florestas, 46 p. 2004. (Embrapa Florestas. Documentos, 91).

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DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO NO MUNIC ÍPIO DE SERTÃO

TIBOLA, Bruna1; SANTOS, Fernando Machado dos*; LORENÇON, Jonas; POTT, Luan Pierre; SERRO, Jonas; GHELLER, Wilian Paulo; CECCHETTI, Giseli.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected]. *Orientador.

1. INTRODUÇÃO

A cultura do milho (Zea mays L.) vem passando por um processo de desenvolvimento muito grande nos últimos anos em praticamente todo o território brasileiro, onde mesmo com a redução de 9% da área cultivada de milho na safra 2010 em relação à safra anterior, estima-se que o Brasil promoveu um acréscimo na produtividade de aproximadamente 10% neste período (CONAB, 2010). De acordo com o último levantamento sobre a safra de grãos (CONAB, agosto 2010) esse acréscimo de produtividade está relacionado ao uso de tecnologias, gerada principalmente pela pesquisa agrícola, mas mesmo com isso a média de produção nacional de milho é baixa.

Um dos fatores relacionados à baixa produtividade nacional da cultura do milho é o uso de híbridos pouco adaptados à região de cultivo. Dessa forma, vêm sendo instalados experimentos de competição de híbridos de milho desde 1977, com o objetivo de comparar as cultivares em diferentes locais, quanto ao potencial genético de germoplasmas introduzidos, bem como selecionar e indicar as cultivares de maior potencial produtivo e boa adaptação as condições locais.

O milho é um dos principais cereais produzidos no mundo e representa uma importante contribuição na alimentação humana e animal. Segundo Yuyama (1991), para uma planta manifestar o seu máximo potencial genético, caracterizado pelo seu melhor crescimento e desenvolvimento, diversos fatores ambientais podem influenciar diretamente no processo, como fotoperíodo, temperatura, radiação solar, nutrientes e vento. A manifestação do potencial de rendimento de grãos das culturas depende de fatores genéticos, condições ambientais favoráveis e manejo indicado (Bugbee & Salisbury, 1988; Evans & Fischer, 1999).

No Brasil, a cada ano são realizadas avaliações de cultivares de milho, buscando determinar o desempenho de cada híbrido em relação ao rendimento de grão e outras características agronômicas em diferentes regiões edafoclimáticas. Procurando auxiliar o produtor na tomada de decisão para a escolha da cultivar a ser semeada, visando o aumento de sua produtividade e rentabilidade, implantou-se 12

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cultivares de milho precoce e 8 cultivares superprecoce de milho indicadas para região de Sertão/RS.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo com essa situação, 12 cultivares de milho precoce (Tabela 1) e 8 cultivares de milho superprecoce (Tabela 2), foram avaliados em experimentos conduzidos no ano agrícola 2010/2011, no Instituto Federal do Rio Grande do Sul, campus Sertão (IFRS – Campus Sertão) (28°03’18’’S, 52°14’53’’O), 670 m de altitude, solo Nitossolo Vermelho Distroférrico Alissolico, e clima Cfa (Köppen), com chuvas bem distribuídas e temperatura média anual de 18,3°C). O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com 4 repetições, sendo que as parcelas foram constituídas de 4 linhas de 6 metros de comprimento com espaçamento 0,70 metros, sendo utilizado como área útil das parcelas 2 linhas centrais. A adubação de base e cobertura foi feita de acordo com as indicações técnicas (Rodrigues et al., 2009), tento como referência a análise de solo; e os demais tratos culturais foram feitos de acordo com a necessidade da mesma.

Foram avaliados no experimento o rendimento de grão e o estande final de plantas. A determinação do rendimento de grãos do milho foi estimado através da colheita manual das espigas na área útil de cada parcela, quando os grãos apresentavam em torno de 22% de umidade. Após a colheita o produto foi submetido à trilha, limpeza, pesagem, determinação da umidade de colheita e correção da umidade para 13%. Já o estande de plantas foi das cultivares de milho, a empresa responsável pela comercialização de sementes na região apresentou a indicação do estande de plantas. As variáveis determinadas foram submetidas à análise de variância e à comparação de médias pelo teste Tukey (P<0,05), por intermédio do programa estatístico SAS (2001).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos no experimento das cultivares de milho precoce demonstram que o rendimento de grãos foi numericamente maior no híbrido 2B587HX com 14.533 kg ha-1. Esse híbrido não diferiu estatisticamente dos híbridos DKB 245, STATUS TL TC, DKB 240 YG, BM 822 e BX 840, com uma produtividade de 13.527 kg ha-1, 13.348 kg ha-1, 13.307 kg ha-1, 13.267 kg ha-1 e 13.119 kg ha-1, respectivamente (Tabela 1). No ano agrícola de 2009/10, no mesmo local os

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híbridos DKB 245 e DKB 240 YG também ficaram entre os híbridos mais produtivos (Santos et al., 2010).

Os resultados obtidos no experimento das cultivares de milho superprecoce demonstram que o rendimento de grãos foi numericamente maior no híbrido AG9045 com 14.212 kg ha-1. Esse híbrido não diferiu estatisticamente dos híbridos 2A120 HX, BX898YG e CLERON TL TC. O híbrido de milho que apresentou o menor valor de rendimento de grão foi BALU 188, com 8.704 kg ha-1 (Tabela 2). Tabela 1 . Valores médios do rendimento de grãos (RG), estande final de plantas

(EFP) dos híbridos de milho ciclo precoce avaliados no IFRS – Campus Sertão, no ano agrícola de 2010/2011.

Empresa Híbridos RG

(kg ha-1) EFP

(pl ha-1) Agroeste AS 1555 YG 12.171 bcd1 59.524 c Agroceres AG 8022 YG 11.513 cd 73.214 a Syngenta STATUS TL TC 13.348 ab 59.226 c Biomatrix BM 822 13.267 ab 59.524 c Biomatrix 2B655 HX 11.270 d 59.524 c Biogene BG 7060 YG 11.943 bcd 59.226 c Dekalb DKB 240 YG 13.307 ab 75.000 a Dekalb DKB 245 13.527 ab 69.048 b Nidera BX 840 13.119 abc 69.643 b Down 2B587HX 14.533 a 67.560 b Prezzotto PRE 32S11 10.940 d 74.702 a Balu BALU 380 12.554 bcd 54.464 d Média 12.624 65.055 CV(%) 5,2 1,7

1 Para cada parâmetro analisado, médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna diferem pelo teste de Tukey (P<0,05); CV = Coeficiente de variação.

A empresa responsável pela comercialização de sementes na região indicou o

estande de plantas, dessa forma, os híbridos de milho superprecoce que tiveram maior estande final de plantas foram AG 9045 com 74.702 pl ha-1 e PRE 22S11 pl ha-1 com 73.810 pl ha-1. Os híbridos que apresentaram menor estande final de plantas foram BALU 188 com 59.226 pl ha-1, AS 1551 YG e BG7051HX com 59.524 pl ha-1 cada (Tabela 2). Segundo Santos et al. (2010), demonstraram que o híbrido AS1551 YG ficou entre os híbridos de maior estande final de plantas no estudo realizado no IFRS – Campus Sertão no ano agrícola de 2009/2010, diferentemente

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do que podemos observar na Tabela 1 onde o mesmo híbrido teve o menor estande final de plantas em 2010/11.

Com base na Tabela 2, ao relacionar o estande final de plantas e o rendimento de grãos, observa-se que o híbrido AG9045 que obteve o maior rendimento de grãos não diferiu estatisticamente com o híbrido com maior estande final de plantas.

Tabela 2. Valores médios do rendimento de grãos (RG), estande final de plantas (EFP) dos híbridos de milho ciclo superprecoce avaliados no IFRS – Campus Sertão, no ano agrícola de 2010/2011.

Empresa Híbridos RG (kg ha-1)

EFP (pl ha-1)

Syngenta CELERON TL TC 13.368 ab1 64.881 c Biogene BG7051HX 12.067 c 59.524 d Nidera BX898YG 13.489 a 69.940 b Down 2A120 HX 13.571 a 70.238 b Agroeste AS 1551 YG 12.296 bc 59.524 d Agroceres AG 9045 14.212 a 74.702 a Prezzotto PRE 22S11 12.122 c 73.810 a Balú BALU 188 8.704 d 59.226 d Média 12.479 66.481 CV (%) 3,9 1,2

1 Para cada parâmetro analisado, médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna diferem pelo teste de Tukey (P<0,05). CV = Coeficiente de variação.

4. CONCLUSÕES

A pesquisa realizada demonstrou que os híbridos de ciclo precoce avaliados na safra 2010/11 que apresentaram melhor desempenho foram STATUS TL TC, BM 822, DKB 240 YG, DKB 245, BX 840 e 2B587HX, e os híbridos de ciclo superprecoce que melhor apresentaram resultado foram AG 9045, 2A120 HX, BX898YG e CLERON TL TC. Em relação aos híbridos de ciclo precoce, o rendimento de grãos não foi influenciado pelo estande final de plantas, dessa forma, o fator que define o rendimento dos híbridos foi o potencial genético. No entanto, para os híbridos de ciclo superprecoce houve influência do estande final de plantas em relação ao rendimento de grãos.

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Os autores agradecem a FAPERGS pela bolsa de iniciação científica e as empresas participantes pelo apoio nas atividades científicas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUGBEE, B.G.; SALISBURY, F.B. Exploring the limits of crop productivity. I. Photosynthetic efficiency of wheat in high irradiance environments. Plant Physiology , v.88, p.869-878, 1988. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira : grãos, sexto levantamento, março 2010 / Companhia Nacional de Abastecimento. – Brasília: Conab, 2010. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/download/ safra/06_levantamento_mar2010. pdf> Acessado em: 24/11/2011. EVANS, L.T.; FISCHER, R.A. Yield potential: its definition, measurement, and significance. Crop Science , v.39, p.1544-1551, 1999. RODRIGUES, L. R; GUADAGNIN, J. P; Porto, M. P.; Indicações técnicas para o cultivo de milho e de sorgo no Rio Grande do Sul – Safras 2009/2010 e 2010/2011. Veranópolis: FEPAGRO-Serra, 2009. 179 p. SANTOS. M. F. et al. (2010) Avaliação do desempenho agronômico de híbridos de milho ( Zea mays, L.) precoce no município de Sertão, região Norte do Rio Grande do Sul. Reunião Técnica Anual de Milho e Sorgo (55. e 38.: 2010 : Vacaria, RS). p. 153 - 158. YUYAMA, K. Avaliação de algumas características agronômicas e morfofisiológicas de cinco cultivares de soja ( Glycine max (L.) Merrill), cultivados em solo de várzea e de terra firme da Am azônia Central . 1991. 123 f. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1991.

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APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE MANEJO DE IRRIGAÇÃO VIA SO LO EM UVA DE MESA SOB AMBIENTE PROTEGIDO

GAERTNER, Cristina¹; RUSIN, Carine; MONTEIRO, Rodrigo Otávio Câmara*

¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Bento Gonçalves, Av. Osvaldo Aranha, 540, CEP 95700-000, Bento Gonçalves, RS.

E-mail: [email protected]. Orientador.

1. INTRODUÇÃO

A viticultura tem apresentado considerável crescimento nos últimos anos. A utilização da tecnologia da irrigação e da fertirrigação, apesar de serem instrumentos para agregar valor e modernizar a atividade, ainda enfrenta resistência pelos viticultores da Serra Gaúcha. Alguns produtores, entretanto, por iniciativa própria ou por eventos climáticos, como a escassez de água em determinados períodos do ano, têm optado pela implementação de sistemas de irrigação e, em alguns casos, de fertirrigação, como forma de minimizar o risco associado à atividade vitícola.

Dentre as vantagens da irrigação, está aquela que possibilita utilizar o sistema como meio condutor e distribuidor de fertilizantes simultaneamente com a água de irrigação. Essa prática, conhecida como fertirrigação, adequa-se principalmente à irrigação localizada (Busato et al., 2011).

De acordo com Busato et al. (2011), a videira sob níveis não restritivos de água no solo, o crescimento vegetativo é excessivo e compete com as bagas por assimilados. Por outro lado, um déficit hídrico muito severo pode afetar negativamente a produtividade e a qualidade da uva.

O objetivo deste trabalho visa estudar a aplicação de técnicas de manejo da irrigação que permitam a redução do consumo hídrico, possibilitando o incremento do rendimento e da qualidade da uva para consumo ‘in natura’ da Serra Gaúcha.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento está sendo conduzido na propriedade do Sr. Ademir de Toni, localizado Pinto Bandeira, 3º distrito de Bento Gonçalves-RS, situado na latitude 29º 5’ 38” Sul e longitude 51º 28’ 13” Oeste e uma altitude.

O vinhedo possui uma área de 5.000m², sendo a metade desta área destinada para a elaboração da pesquisa. Cada fileira possui um comprimento médio de 84m, espaçadas de 2,35m, com uma distância entre plantas de 1,50m, totalizando uma densidade de 2.840 plantas por hectare. O sistema de condução do vinhedo é latada, com a cultivar de uva Itália enxertada sobre o porta-enxerto

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Paulsen (1103), sob as condições de ambiente protegido, com patamares de 30cm de uma fileira a outra.

Para determinação das condições de umidade do solo do parreiral foram instalados tensiômetros. Cada linha de cultivo teve instalado 4 tensiômetros, 2 a 0,20m e 2 a 0,40m de profundidade, totalizando 24 tensiômetros. Os dados foram coletados diariamente e inseridos na planilha de monitoramento. O manejo da irrigação adotado nessa área foi monitorado via solo.

Para realização deste trabalho foram coletados dados a partir de 18 de novembro de 2010 ao dia 14 de setembro de 2011.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observa-se a partir de dados coletados via solo, tanto a 20 cm de profundidade (figura 1), como a 40 cm (figura 2), os níveis de capacidade de água no solo mantiveram-se acima da umidade crítica em todos os meses avaliados. Na maior parte deste tempo a umidade manteve-se acima da capacidade de campo da cultura, principalmente nos meses de abril a julho. Sabe-se que o parreiral em questão, possui abertura de 20 cm entre as lonas da cobertura, possibilitando a entrada da água pluvial, o que favoreceu o aumento da umidade do solo no período estudado. Em conversa com o produtor, sabe-se que este efetuou irrigações pouco frequentes em dias sucessivos de temperaturas elevadas e escassez de chuvas, o que, provavelmente, justifica em parte a alta umidade do solo. O mesmo passará os registros do dias e tempos de irrigação para contabilização da lâmina aplicada e possibilitar o melhor entendimento da variação da umidade do solo. Contudo, da forma como foi manejado e com base nas condições climáticas do período estudado, poderíamos afirmar, que, neste ano/safra, não haveria a necessidade de irrigação.

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Figura 1. Umidade do solo a 20 cm de profundidade.

Figura 2. Umidade do solo a 40 cm de profundidade.

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Figura 3. Umidade do solo a 20 cm de profundidade X 40 cm de profundidade.

4. CONCLUSÃO

Conclui-se que a partir dos dados avaliados e descritos acima, podemos afirmar, que, neste ano/safra, não haveria a necessidade de irrigação observando-se a forma como foi manejado e com base nas condições climáticas do período estudado.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUSATO, C.C.M.; SOARES, A.A.; SEDIYAMA, G.C.; MOTOIKE, S.Y.; DOS REIS, E.F. Manejo da irrigação e fertirrigação com nitrogênio sobre as características químicas da videira ‘Niágara Rosada’. Ciência Rural , v.41, n.7, 2011.

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ESTUDO COMPARATIVO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILE IRO

NAPP, Cristina1; TAMANHO, Andrey; TOEBE, Josué*; TOEBE, Carlisa S.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-mail: [email protected]. *Tutor do Programa de Educação Tutorial PET/Conexões de

Saberes

1. INTRODUÇÃO

O Código Florestal é uma lei de esfera nacional Brasileira criado em 1934 e atualizado em 1965, época em que o Brasil tinha menos de 110 milhões de habitantes e a população rural era maior que a urbana. É um estatuto que visa integralmente manter/proteger a flora e, consequentemente, a fauna na biodiversidade. Basicamente, com a existência de um Código Florestal o que se objetiva é a conservação do patrimônio "florístico” e o estabelecimento de regras para o seu uso. Por estar amparado judicialmente, é uma das principais maneiras de controlar e criar medidas provisórias sob o desmatamento e outros fins ambientais. Fazendo jus à luta dos brasileiros, que ao longo dos períodos histórico-culturais, defenderam o meio ambiente e a natureza como um bem estratégico do povo.

Ao decorrer das épocas foi possível fazer lavrar medidas importantes na lei, mas que nunca foram levadas a sério nem pelos governos, nem pela coletividade popular. A pauta ambiental era extremamente pisoteada pela expansão capitalista dos exploradores dos recursos naturais, pois “desde a chegada dos colonizadores ao Brasil, a natureza era vista como uma fonte de recursos sem fim e as florestas não passavam de ‘obstáculos’ que impediam o avanço do desenvolvimento” (Malaspina, 2011).

O uso abusivo dos recursos naturais ficou preocupante, e, na tentativa de ordenar essa exploração, na década de 30, (com as turbulências políticas do momento e espírito desenvolvimentista do governo Getúlio Vargas), criou-se o “antigo Código Florestal” em 1934. Este era composto pelo Código de Águas, o Código de Caça e o de Mineração, com intenção voltada para proteção, principalmente, de recursos de importância econômica da época. A tentativa foi válida, mas, a preocupação em alcançar leis de uso racional, pois, era inegável que com o avanço indiscriminado sobre as matas tinha impacto direto na agricultura, o que interferia consequentemente no setor econômico, só foi percebida em 1962, quando iniciavam novos debates para mudança da lei vigente. Passado o tempo, em debates, fez-se glorificar uma nova era com princípios protecionistas do meio ambiente, sendo sancionada por decreto, a Lei Federal 4.771 de 15 de setembro de 1965.

Em contrapartida a situação do projeto de Lei nº 1876/99 que, depois de 12 anos omitido e 1 ano já em discussão foi aprovado na Câmara dos Deputados em maio de 2011. Este projeto vem substituir a Lei Federal 4.771/1965. Se for aprovado no Senado Federal, este avançará em alguns pontos, mas, existem acordos sendo

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feitos às penumbras e poucos debates às claras. E poderá ser sancionado pela atual presidente, que deixará um marco no nosso padrão de regras ambientais, e só o tempo mostrará as consequências dessas mudanças, se serão boas ou ruins, para a estrutura ecológica e, principalmente, para a população.

Conforme passavam os anos, a pressão por parte de alguns grupos, como produtores rurais em busca da sua modificação. E mesmo fortificado, o Código em 1965, 30 anos após o sancionamento do decreto obteve-se o maior índice de desmatamento na Amazônia. E somente em 1998 se fez cumprir com as exigências judiciais.

Nesse contexto, no presente trabalho objetivamos analisar alguns dos pontos relevantes do projeto de lei que instituiu as alterações no código florestal brasileiro, traçando um comparativo com a situação atual, em especial, dando ênfase as mudanças que afetarão as propriedades rurais.

2. MATERIAL E MÉTODOS

No presente trabalho utilizamos como método de pesquisa descritiva, registrando, analisando e ordenando os dados, especificadamente, utilizando-se de uma leitura analítica de pesquisas já realizadas e de novas que surgiram no decorrer do estudo de caso. Segundo Lakatos e Marconi (1990), a pesquisa bibliográfica, trata-se de fazer um levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está em estudo em cartilhas, Legislação Brasileira, dissertações, artigos, proporcionando uma mediação de opiniões entre o pesquisador e outros autores.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O meio ambiente vem passando por profundas transformações, nas mais variadas formas, seja na concepção, ou no seu uso. Como conseqüência dessas transformações, os recursos hídricos e florísticos são os que mais preocupam a população florestal na atualidade (Silva, 2007).

Apesar das divergências, o código Florestal é o que ainda determina, às escuras, a obrigação de preservar áreas sensíveis e de manter uma parcela da vegetação nativa no interior das propriedades rurais. As chamadas áreas de preservação permanente (APPs) e reserva legal, não servindo apenas de elemento para duelo entre ambientalistas e ruralistas.

Pode até parecer que não, mas o Código Florestal tem a ver com a qualidade de vida de todos os brasileiros. A lei é vital para a permanência ou a recuperação dos serviços ambientais básicos que sustentam a vida e a economia do campo e da cidade. O Código garante para todos, a produção de água, a regulação das chuvas, a regularização da vazão hídrica em bacias hidrográficas, a proteção à biodiversidade, a polinização, o controle de pragas, o controle do assoreamento de corpos d´agua, a estocagem de carbono e a redução de emissões de gases de

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efeito estufa, entre tantos outros benefícios que nos prestam as florestas nativas (Greenpeace, 2011).

Tratando de ser tema polêmico que, em muitos pontos, desperta posições antagônicas, é visto que foi e será pauta permanente da mídia nacional, mas por ser uma nota em constantes ajustes nas esferas executivas, o entendimento fica restrito, e a mudança e permanência de alguns pontos da lei, passam ser contraditórios até mesmo na mesa parlamentar.

Na atualidade, muitos sabem de sua existência, alguns conhecem parcialmente o conteúdo, mas poucos proprietários de terras, em pleno século XXI, aceitam-no como instrumento válido e legítimo para a proteção do patrimônio florestal brasileiro, o que representa um evidente retrocesso (Ahrens, 2003), deste modo, apresenta-se um comparativo das principais alterações que o Código Florestal poderá sofrer, com esclarecimentos de como é a lei ainda vigente de 1965, as alterações do Projeto de Lei (PL) aprovadas na Câmara dos Deputados Federais e, singelamente, algumas sugestões do Senado Federal que será votado posteriormente;

A reforma, em sua maior parte, trata de dois mecanismos de preservação da flora: a reserva legal e as áreas de preservação permanente (APP), por exemplo, nas margens de rios a área exigida de APP é de 30 metros nos rios. O que muda com o projeto é a redução para 15 m, nos casos em que a área de preservação já esteja ocupada e para as novas propriedades e áreas que estejam livres, fica mantida a distância mínima de 30 m. E, no caso de morros e encostas, montanhas e serras não é permitida a utilização com declive maior do que 45º. Já o projeto de lei diz que está autorizado o uso para alguns tipos de cultivo e pastoreio. E, sendo complementado no Senado, que o plantio de alimentos e a criação de gado será liberado em propriedades com morros pequenos e médios, de inclinação de 25°C a 45°C. Porém, os produtores serão obrigados a reflor estar uma faixa mínima de 15 m das margens de rio, com até 10 m de largura.

A reserva legal prevê percentuais diferentes de preservação ambiental dentro de propriedades de acordo com a região. Sendo de 80% da propriedade na Amazônia Legal, 35% no Cerrado, 20% para o restante do país. No projeto de lei está previsto que a APP seja somada à área da reserva legal, totalizando 80% da propriedade na Amazônia Legal, 35% no cerrado, 20% para o restante do país. Mas, a última alteração foi que o proprietário que tiver área de sobra, de floresta poderá vender ou alugar cotas para quem tem menos área e propriedades com até quatro módulos fiscais, que pode chegar a 400 hectares, estão isentas de fazer a recuperação da sua reserva legal.

Em relação a anistia, o decreto em vigor que regulamenta o código, estabelece que os produtores rurais que recuperarem suas áreas desmatadas até 11 de junho de 2011, terão suas multas anistiadas. A partir desta data, quem não regularizar sua reserva legal ou APP será punido. No projeto de lei consta a anistia de multas e sanções para desmatamentos de florestas e áreas de proteção que ocorreram em propriedades até julho de 2008, mas que terão um compromisso de recuperar áreas devastadas, ou seja, com a emenda, a conversão passa a atender todas as propriedades rurais, independente do tamanho, o que antes era limitado a propriedade de até 4 módulos fiscais, de 20 a 400 hectares.

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Para recuperação de áreas devastadas o senado propõe o pagamento pelos serviços ambientais prestados por agricultores que se dispuserem a realizar. O Governo Federal só teria que criar instrumentos e políticas de valorização para efetivar este projeto. Primeiramente, seria fazer o cadastro ambiental rural, depois aderir ao programa de recuperação que seria regulamentado pelos estados, e só depois de feita a recomposição das áreas desmatadas, é que o infrator ficaria livre da multa.

4. CONCLUSÃO

O código florestal nunca foi tão importante, atual e necessário. Seu uso é essencial para cumprir as metas internacionais de redução de emissões assumidas pelo Brasil, além de ser uma medida fundamental de adaptação às mudanças climáticas. Não há mais espaço nem tempo para falsas dicotomias entre produção e conservação, entre agricultura e biodiversidade, entre natureza e sociedade. O Brasil precisa valorizar os seus recursos naturais, adotando para o setor rural uma abordagem multifuncional, que inclui, entre outras estratégias, o aumento da produtividade nas áreas já consolidadas, a diversificação da produção e fortalecimento da agricultura familiar, a promoção de sistemas agroflorestais e o pagamento por serviços ambientais (Malaspina, 2011).

O código florestal, por si, não vem para banalizar e estancar nenhuma das cadeias produtivas, mas sim, propiciar uma correlação mútua entre os dois extremos, meio ambiente e agropecuária; o Brasil sendo considerado uma potência agrícola, não pode revidar à preservação da natureza e seus recursos.

5. AGRADECIMENTOS Os pesquisadores agradecem ao apoio do Programa de Educação Tutorial

PET / Conexões de saberes e ainda aos docentes do IFRS – Campus Sertão que contribuíram para a realização deste trabalho.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AHRENS, S. O “NOVO” CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO: conceitos jurídicos fundamentais. Trabalho Voluntário apresentado no VIII Congresso Florestal Brasileiro, 25 a 28-08-2003, São Paulo, SP: Sociedade Brasileira de Silvicultura; Brasília: Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais, 2003 por CD-ROM. Versão em PDF. GREENPEACE. Eles aprovaram o desmatamento . Notícia: 24nov2011. Disponível em:. <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/ >. Acesso em: 25nov2011. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1990.

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MALASPINA, T. Código Florestal: entenda o que está em jogo com a reforma da nossa legislação ambiental. Disponível em:.< http://www.slideshare.net/cartilha-cdigo-florestal-2011> . Acesso em: 23jun2011. SILVA ,T. M. C. e. Aspectos polêmicos da área florestal legal. Universidade do Estado do Amazonas, 2007, 12pág. Artigo em PDF.

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AVALIAÇÃO DE MECANISMO DESCOMPACTADOR DE SOLO EM UM NITOSSOLO VERMELHO SOB PLANTIO DIRETO

MASCHIO, Melina1; ROSA, David Peres da*; DIEFENTHAELER, Daniel; BRUINSMA, Matias

Leocadio; MELARA, Flávia

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - campus Sertão -

Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Eng. Luiz Englert, CEP: 99170-000, Sertão/RS. E-mail: [email protected]. *Orientador

1. INTRODUÇÃO

O termo “compactação” está cada vez mais popular no meio científico e no campo, face à sua presença mais expressiva em solos sob plantio direto (PD). A problemática existente hoje no PD tradicional está expressa pela compactação do solo, a qual está pronunciada principalmente pela elevada densidade do solo, pela baixa macroporosidade e desuniformidade de germinação, reduzindo muitas vezes a produtividade das culturas.

Os problemas gerados pela compactação nos solos manejados sob plantio direto (PD), atualmente vêm sendo potencializados pelo não revolvimento do solo, restrito à linha de adubação na semeadura.

Tais efeitos negativos da compactação podem ser sanados através da adaptação de um mecanismo idealizado nos EUA, onde o mesmo é adaptado á semeadora para plantio direto, o dispositivo realiza uma mobilização superficial na linha de plantio, mantendo o solo ainda coberto, possibilitando assim um ambiente favorável ao desenvolvimento da planta e germinação da semente.

Segundo agricultores e a fabricante do mecanismo as vantagens são: uniformidade de germinação, uniformidade da profundidade de trabalho, redução do embuchamento da semeadora, aumento da velocidade de trabalho, redução da compactação do sulco e aumento da produtividade.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em um Nitossolo Vermelho (EMBRAPA, 2006) no ano agrícola de 2011, no setor de mecanização agrícola do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão, situado no Distrito Engenheiro Luiz Englert, RS 135, Km 25, município de Sertão, estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

Para o experimento foi empregado o delineamento blocos ao acaso, possuindo 3 repetições e os seguintes tratamentos: Plantio direto tradicional (PD) e Plantio direto modificado (PDm).

Para qualificação dos efeitos dos mecanismos adaptados, foram coletados os dados referentes a porosidade e a densidade do solo, resistência do solo à

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penetração à campo, resistência do solo à penetração no laboratório, área mobilizada e área de empolamento.

A avaliação da resistência do solo a penetração (RP) no campo foi realizada com um penetrógrafo pertencente à Emater-RS/Ascar, já a medição da RP no laboratório foi realizado com penetrômetro de bolso marca Soiltest, o qual foi mensurado a RP da amostra do cilindro que foi utilizado para as determinações das propriedades físicas.

As amostras de solo com estrutura não preservada foram extraídas do solo nas camadas 0,0-0,1 m, 0,1-0,2 m, 0,2-0,3 m e encaminhadas à secagem em estufa para determinação da umidade do solo no momento da penetrometria.

Para a coleta das amostras de solo com estrutura preservada foram utilizados cilindros metálicos com 5 cm de altura e 3 cm de diâmetro, nas camadas de 0,0-0,1 m, 0,1-0,2 m e 0,2-0,3 m de profundidade.

Para a determinação de macro, micro e porosidade total, as amostras foram encaminhadas para o laboratório, e saturadas por capilaridade durante 24h, e posteriormente pesadas e levadas à mesa de tensão, onde foram submetidas à tensão de sucção de 6kPa, permanecendo nessa até que se estabeleceu o equilíbrio entre a água retida na amostra e a sucção aplicada. Após este, pesou-se novamente a amostra e encaminhadas para estufa a 105-110ºC (EMBRAPA 1997).

Para a avaliaçãoda área mobilizada e área de empolamento do solo, foi fabricado um perfilômetro, constituído de 22 varetas de ferro, com diâmetro de 3mm e altura de 400mm equidistantes 20mm, com um EVA graduado a cada 15mm de distância.

A análise estatística constou de análise da variância e teste de comparação de médias através do teste de Tukey (P<0,05) realizada pelo Assistat 7.6 (Silva & Azevedo, 2009).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores de macroporosidade, microporosidade, porosidade total, densidade do solo e resistência do solo a penetração no cilindro (Tabela 1) não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos analisados, e embora estatisticamente os valores de RP também não tenham diferido, observa-se grande variação destes entre o PD e o PDM, ficando, porém estes valores abaixo de 2000 KPa, que é considerado crítico à penetração das raízes por Taylor et al. (1966).

Os valores de densidade do solo (Ds) não são considerados elevados se comparados aos valores encontrados por Bayer (1996), que em campo natural, obteve valores entre 1,49 e 1,63 Mg m-3.

Observa-se, também, valores de macroporosidade maiores que 0,10 cm3 cm-3, o qual é um bom indicativo da qualidade física do solo, pois segundo Forsythe (1967), o valor restritivo é 10%.

Os dados de resistência a penetração são apresentados na Figura 1. O PD apresentou os melhores valores para RP em relação ao PDM, possivelmente devido à menor área de contato do mecanismo com o solo no PDM, proporcionando assim

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uma maior pressão de contato deste com o solo, já no PD a área de contato das rodas compactadoras com o solo é maior, o que proporciona menor pressão de contato das rodas com o solo e menor compactação.

Tabela 1. Dados de Macroporosidade (Ma), Microporosidade (Mi), Porosidade Total

(PT), Densidade do solo (Ds) e Resistência do solo a Penetração (RP). Ma Mi PT Ds RP ----- (cm3.cm-3---- Mg m-3 kPa Plantio direto 0,21a* 0,38a 0,59a 0,98a 56,9a Plantio direto modificado 0,20a 0,39a 0,59a 0,91a 147,1a *Médias seguidas da mesma letra em cada coluna não diferem pelo teste Tukey a 5%.

250

500

750

1000

1250

1500

1750

2000

2250

2500

2750

Plantio direto Plantio direto modificado

Figura 1 . Mapas de resistência. Resistência à penetração em transecto do solo sob

PD e PDM.

Os dados referentes à área de mobilização e de empolamento do solo são apresentados na Figura 2 e na Tabela 2.

Não há variações entre os tratamentos visíveis na mobilização e empolamento (Figura 2), o que não era esperado, uma vez que os mecanismos do PDM deveria gerar uma maior mobilização. Aqui percebe-se que a maior resistência nesse tratamento, gerou a menor ruptura do mecanismo.

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Figura 2. Área de mobilização e de empolamento do solo. Tabela 2 . Dados médios de área mobilizada e de empolamento do solo.

*Médias seguidas da mesma letra em cada coluna não diferem pelo teste Tukey a 5%.

4. CONCLUSÕES

O mecanismo adaptado a semeadora aumentou a Resistência a penetração do solo.

Mais estudos com estes mecanismos descompactadores devem ser realizados para se obter dados consistentes sobre a viabilidade técnica do emprego desta adaptação em solos do Rio Grande do Sul.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAYER, C. Dinâmica da matéria orgânica em sistemas de manejo de solos. Tese de Doutorado em Ciência do Solo, PPG-Agronomia, UFRGS, Porto Alegre, 241 p, 1996. EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo . Rio de Janeiro: 2. ed. rev. atual. EMBRAPA, 1997. 212 p. EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos . Brasília, EMBRAPA, 2006.

Tratamento área mobilizada área de empolamento Plantio direto 40,64 a 5,16 a Plantio direto modificado 48,46 a 2,45 a

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FORSYTHE, W. M. Laspropiedades físicas losfactores físicos de crecimiento y La productividaddelsuelo. Fitotecnia Latino Americana , v. 4, p. 165-176, 1967. SILVA, F. de A. S. E.; AZEVEDO, C. A. V. de. Principal Components Analysis in the Software Assistat-Statistical Attendance. In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7, Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009. TAYLOR, H. M., ROBERSON, G. M.; PARKER, J. J. Soil strength - root penetration relations to medium to coarse – textured soil materials. Soil Science , v. 102, p.18- 22, 1966.

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INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO NO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE POLIFENÓIS TOTAIS PRESENTES EM EXTRATOS NATURAIS

BERGMEIER, Daniele1; BERNARDI, Tais Letícia; ZANOTTO-FILHO, Alfeu; BETTIOL, Vanderlei

Rodrigo; BILIBIO, Denise; PRIAMO, Wagner Luiz*

1 Centro de Análises de Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS - Campus Sertão - 99170-000, Sertão, Rio Grande do Sul, Brasil.

Email: [email protected]

1. INTRODUÇÃO

A busca por produtos naturais que contemplem em sua composição propriedades medicinais, cosméticas, aromáticas, corantes ou nutracêuticas vêm fazendo com que empresas e pesquisadores concentrem estudos na obtenção de extratos que possam ser aplicados posteriormente em benefício da saúde humana. Estudos indicam que o consumo de vegetais está associado a uma menor incidência de doenças coronárias e câncer, especialmente no trato gastrointestinal e que a proteção fornecida pela ação destes vegetais contra doenças é devido à presença de vários agentes antioxidantes, em especial aos polifenóis. Estes compostos, amplamente distribuídos no reino vegetal, são os mais abundantes metabólitos secundários encontrados em plantas e incluem classes de compostos como ácidos fenólicos, antocianinas coloridas, flavonóides simples e complexos (Macheix et al., 1990; Nawaz et al., 2006)

A importância das substâncias antioxidantes é devido à sua contribuição positiva para os processos celulares, o que em termos farmacológicos pode ser explicado pela proteção contra a oxidação de lipídios e proteínas (Nawaz et al., 2006; Meyer et al., 1997; Saito et al., 1998). Além disso, apresentam propriedades anti-úlcera, anti-cancerígenas, anti-mutagênicas e a razão para estas características está baseada na capacidade dos antioxidantes capturar e reagir com os radicais livres. Ressalta-se que a aplicação dos extratos enriquecidos em polifenóis obtidos de uma matéria-prima está diretamente relacionada à técnica de extração utilizada, sendo em paralelo, a qualidade dos extratos avaliada através do perfil químico do produto (Nawaz et al., 2006; Meyer et al., 1997; Saito et al., 1998; Liu & Castonguay, 1991; Liviero et al., 1994).

A etapa de extração realizada pelas técnicas convencionais pode empregar solventes orgânicos de diferentes polaridades (diclorometano, acetato de etila, etanol, n-hexano) os quais são suspeitos de deixarem resíduos/traços no produto obtido. Para este processo, além da escolha do solvente extrator é desejável obter informações acerca da relação entre a massa de substrato (folhas da matriz vegetal) e o volume do solvente, ou seja, a concentração que proporcione a maior extração da fração polifenólica, a fim de diminuir o impacto ambiental causado pelo desperdício de matérias-primas e pela utilização excessiva de solventes. Desta forma, o objetivo principal deste estudo foi avaliar a relação entre a massa de substrato (folhas da matriz vegetal) e o volume de solvente orgânico utilizados no

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processo de extração da fração polifenólica presente nas folhas de sete sangrias (Cuphea carthagenensis) e hibiscus (Hibiscus sabdariffa L.).

2. MATERIAL E MÉTODOS Nesta seção serão apresentados os materiais e a metodologia utilizados para a

quantificação dos polifenóis totais presentes nas folhas de sete sangrias (C. carthagenensis) e hibiscus (H. sabdariffa). Inicialmente as amostras brutas, adquiridas comercialmente, foram submetidas à secagem em estufa (30°C/24h), trituradas em moinho tipo ciclone (Marconi), classificadas em peneiras de 20 mesh e posteriormente armazenadas em recipientes protegidos de luz e presença de ar. Para o estudo da concentração (massa de matriz vegetal/volume de solvente) que proporcionou a maior extração da fração polifenólica foi utilizada uma solução de etanol + água (75/25 v/v) e temperatura de 25°C ± 1 °C. A concentração ótima de material extraído foi determinada na faixa de 0,005 a 0,2 g/mL e 0,005 a 0,3 g/ml para as amostras de sete sangrias e hibiscus, respectivamente. Brevemente, de acordo com a concentração desejada uma quantidade de amostra era adicionada a diferentes volumes de solvente, macerada por 10 minutos utilizando um pistilo e mantida ao abrigo da luz por 60 minutos. Decorrido o tempo de extração todo o material foi rapidamente filtrado a vácuo utilizando um filtro de Hartman acoplado a um kitassato. Os polifenóis totais presentes na solução resultante foram quantificados utilizando o reagente Folin–Ciocalteau (Sigma-Aldrich) e leitura em espectrofotômetro (FEMTO) de acordo com a metodologia adotada por Hagerman et al. (2000). A quantidade de polifenóis totais foi calculada como ácido gálico equivalente a partir da curva de calibração contendo uma solução de ácido gálico padrão, e expressa como percentagem de polifenóis (mg de ácido gálico equivalente/100g de matéria bruta). Todos os experimentos foram realizados em triplicata.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta a quantificação dos polifenóis totais presentes nos extratos das folhas de sete sangrias (C. carthagenensis) e hibiscus (H. sabdariffa) obtidos em diferentes concentrações.

Pelos resultados expressos na Tabela 1 constata-se que para ambas as matrizes vegetais a quantidade de polifenóis totais apresentou-se semelhante e na concentração de 0,005g/ml verificaram-se as melhores índices de extração da fração polifenólica, sendo de 5,92% e 4,75% para a sete sangrias e hibiscus, respectivamente. Em contrapartida, o menor índice de polifenóis totais (1,11%) foi encontrado na concentração de 0,1g/ml para as duas matrizes vegetais.

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Outra informação importante está relacionada ao fato de que, aumentando a concentração de 0,005g/ml para 0,1 g/ml ocorreu uma diminuição do percentual de polifenóis totais extraídos das matrizes investigadas. Pode-se inferir que, nestas condições de processo (tempo, temperatura e solvente extrator), para maiores concentrações e conseqüentemente acréscimo de massa no sistema, o volume de solvente não foi suficiente para incorporar na matriz vegetal e promover altos índices de extração, dificultando, portanto o processo de transferência de massa.

Com os resultados encontrados neste trabalho foi possível realizar uma comparação com outros apresentados na literatura científica. Em 2010, Mohd-esa et al. (2010) ao estudarem a atividade antioxidante dos extratos obtidos de diferentes partes de hibiscus encontraram, com extração utilizando solução de metanol + água (80/20 v/v), a percentagem máxima de polifenóis totais de 4,87 e neste trabalho o valor foi de 4,75. Para os extratos de sete sangrias não foram encontrados valores de referência para a quantidade de polifenóis totais. Tabela 1. Polifenóis totais presentes nos extratos das folhas de sete sangrias e

hibiscus extraídos a diferentes concentrações de solução. Matriz vegetal [folhas] Concentração [g/mL] Polifenóis totais [%]

Set

e sa

ngria

s 0,005 5,92 0,010 4,07 0,050 1,39 0,100 1,11 0,200 1,57

Hib

iscu

s

0,005 4,75 0,010 4,49 0,050 1,46 0,100 1,11 0,200 1,81 0,300 2,68

4. CONCLUSÕES

A concentração de 0,005 g/ml foi a que representou a maior extração da fração polifenólica total para ambos os extratos das matrizes vegetais, entretanto é necessário obter informações sobre o comportamento das demais variáveis envolvidas no processo (tempo, temperatura, solvente extrator, pH, agitação) e sua influência sobre a extração dos polifenóis. Estas informações são de fundamental importância na otimização do processo de extração para obtenção da fração de interesse em indústrias de alimentos e farmacêuticas.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HAGERMAN, A., HARVEY-MUELLER, I., MAKKAR, H.P.S. Quantification of tannins in tree foliage, in: a laboratory manual. FAO/IAEA, Vienna, pp. 4–7, 2000.

LIU, L.; CASTONGUAY, A. Inhibition of the metabolism and genotoxicity of 4-(methylnitsoamino)-1-(3-pyridyl)-1-butanone (NNK) i n rat hepatocytes by (+)-catechin , Carcinogenesis, 12, 1203, 1991.

LIVIERO, L.; PUGLISI, P.P.; MORAZZONI, P.; BOMBARDELLI, E. Antimutagenic activity of procyanidins from Vitis vinifera . Fitoterapia, 65, 203, 1994.

MACHEIX, J.J.; FLEURIET, A.; BILLOT, J. Fruit Phenolics , CRC Press Inc., Boca Raton, FL, 1990.

MEYER, A.S.; YI, O.S.; PEARSON, D.A.; WATERHOUSE, A.L.; FRANKEL, E.N. Inhibition of human low-density lipoprotein oxidati on in relation to composition of phenolic antioxidants in grapes ( Vitis vinifera ). J. Agric. Food Chem., 45, 1638, 1997.

MOHD-ESA, M.; HERN, F. S.; ISMAIL, A.; YEE, C. L. Antioxidant activity in different parts of roselle (Hibiscus sabdariffa L.) extracts and potential exploitation of the seeds . Food Chemistry 122, 1055–1060, 2010.

NAWAZ, H; SHI, J.; MITTAL, G. S.; KAKUDA, Y. Extraction of polyphenols from grape seeds and concentration by ultrafilltration . Separation and purification Technology, 48, 176-181, 2006.

SAITO, M.; HOYOSAMA, H.; ARIGA, T.; KATAOKA, S.; YAMAJI, N. Anti-ulcer activity of grape seed extract and procyanidins , J. Agric. Food Chem., 46, 1460, 1998.

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FORMAÇÃO SÓCIO-POLÍTICA NOS CURSOS TÉCNICOS DE NÍVE L MÉDIO DO IFRS – CAMPUS SERTÃO

LANGARO,Danise1; BAUERMANN, Denize; TOEBE, Josué*

1Instituto Federal de Educação, Ciencias e Tecnologia do Rio Grande do Sul-Campus Sertão-Rodovia

RS 135,Km 25,Distrito Engenheiro Luiz Englert - Caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-mail: : [email protected]. *Docente do IFRS e tutor do Programa de Educação Tutorial

PET/Conexões de Saberes

1. INTRODUÇÃO

A formação de técnicos capazes de compreender o mundo a sua volta, de

colaborar com a melhoria da qualidade de vida de sua comunidade e ainda de serem autores de sua própria trajetória, conscientes de suas decisões para si próprios e para o mundo, requer mais do que conhecimentos técnicos.

Com essa percepção, a partir de 2003 o Ministério da Educação Brasileira organizou seminários com o intuito de buscar a integração de conhecimentos. O primeiro seminário denominado Ensino Médio: Construção Política teve como objetivo discutir a realidade do ensino médio brasileiro e novas perspectivas e realidades para o mesmo (Brasil: MEC, 2003a). O segundo seminário denominado Concepções Públicas para a Educação Profissional e Tecnológica, específico para a educação profissional buscou refletir sobre as necessidades de perspectivas sócio-políticas na formação de profissionais (Brasil: MEC, 2003b).

Nesses seminários evidenciou-se a necessidade de criar concepções para a educação profissional. A discussão sobre as finalidades da educação profissional remete a dois conceitos: sujeitos e conhecimentos. Essa concepção bifocada busca superar a determinação histórica do mercado de trabalho sobre essa etapa do ensino (Baracho et aL, 2006). Assim foram fortemente incentivados á construção/reformulação de projetos pedagógicos que superem as lacunas de formação da pessoa humana nos cursos técnicos e que leve á indissociação das dimensões trabalho, ciência, cultura e tecnologia na educação profissionalizante.

Nesse sentido, o presente trabalho busca averiguar junto ao segmento docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão, de que forma são vistas e valorizadas as características de formação sócio-política nos cursos técnicos ofertados por este Campus. O Campus Sertão tem histórico de mais de 50 anos na formação de profissionais técnicos em diversas áreas ligadas ao setor Agropecuário.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Após estudo teórico preliminar, um questionário foi elaborado visando atender a pesquisa elucidar as questões em estudo. Procurou-se no questionário evitar a identificação do docente entrevistado. Para a aplicação do questionário, os

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formulários foram distribuídos na sala de professores do IFRS Campus Sertão. Os questionários foram recolhidos sete dias após a distribuição. Dessa forma, pode-se obter respostas com um mínimo de interferência no cotidiano da instituição. No total 32 questionários foram distribuídos, e todos retornaram preenchidos.

As perguntas construídas objetivavam, além de averiguar a opinião dos docentes sobre a formação sócio-política dos cursos técnicos ofertados pelo Campus, avaliar o grau de conhecimento dos docentes sobre o tema.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Incialmente foi questionado a área, disciplinas e cursos em que o docente atua. Nos resultados percebe-se uma grande variedade de respostas, desde áreas humanísticas, como as Ciências Sociais, até áreas técnicas como as Ciências Agrícolas. Assim, têm-se uma sinalização de que o questionário conseguiu abranger satisfatoriamente os segmentos docentes da instituição.

Outra característica utilizada para avaliar o perfil dos entrevistados foi a verificação se em suas formações os docentes haviam cursado ou não os cursos de formação pedagógica. Com o resultado, observou-se que 61% dispunham de formação pedagógica contra 39% que não haviam cursado. Com relação ao sexo dos entrevistados obteve-se que 50% são do sexo masculino e 50% do sexo feminino.

Quando solicitados a avaliar seu próprio conhecimento sobre a formação sócio-política nos cursos técnicos, 54% afirmaram que tem conhecimento e outros 46% afirmam apenas ter uma noção do que se trata. A resposta “desconheço” não foi assinalada em nenhum questionário. Ainda, os docentes creem que seja responsabilidade do IFRS a construção de itinerários formativos que propiciem o desenvolvimento da cidadania, já que 97% assinalaram essa resposta. Por outro lado, apenas 50% acreditam que isso vem sendo feito.

Quando perguntados se suas disciplinas contribuem para ampliar a visão de mundo dos alunos, 97% assinalaram a resposta afirmativa. Por outro lado, quando perguntados quais disciplinas tem responsabilidade nessa tarefa, 60% direcionaram para a disciplinas da área de Ciências Humanas, enquanto apenas 22% afirmaram que todas tem responsabilidade com essa tarefa.

Considerando os últimos anos, 76% dos docentes acreditam que o desenvolvimento do lado humano para além do técnico, vem melhorando no IFRS – Campus Sertão. Outros 8% afirmaram que houve uma piora nesse aspecto e 16% afirmaram que se mantém estável.

4. CONCLUSÃO

O perfil dos docentes mostrou-se bastante heterogêneo, entretanto a grande maioria valoriza a formação da cidadania nos cursos técnicos e afirmam que suas disciplinas colaboram para isso. Por outro lado, dividem-se quando questionados

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sobre a qualidade dessa formação atualmente. Contudo, a maioria concorda que houveram melhorias nos últimos anos.

5. AGRADECIMENTOS

Os pesquisadores agradecem ao apoio do Programa de Educação Tutorial PET / Conexões de saberes e ainda aos docentes do IFRS – Campus Sertão que contribuíram para a realização deste trabalho.

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARACHO, Maria das Graças. ; MOURA, Dante. Henrique. ; PEREIRA, Ulisséia. Ávila; SILVA, Antônia. Francimar. Algumas reflexões e proposições acerca do ensino médio integrado à educação profissional técn ica de nível médio . IN: Ensino médio integrado à educação profissional: integrar para quê?Brasília: Ministério da educação, 2006, p. 17-39.

BRASIL. MEC. SEMTEC. Seminário nacional de educação profissional. “Concepções, experiências, problemas e propostas” . Documento-base. Brasília: MEC/SEMTEC/PROEP, 16 a 18 de junho de 2003a.

BRASIL. MEC. SEMTEC. Seminário nacional de educação profissional . Relatório Final (2ª versão preliminar). Brasília: MEC/SEMTEC/PROEP, 2003b.

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UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DE INFORMÁTICA EM SALA DE AU LA NO IFRS – CAMPUS SERTÃO

BAUERMANN, Denize¹; LANGARO, Danise; TOEBE, Josué*; DE BORTOLI, Lis Ângela

¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia

RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-mail: [email protected]; *Tutor do Programa de Educação Tutorial PET/Conexões de

Saberes.

1. INTRODUÇÃO

Inicialmente os objetos eletrônicos foram desenvolvidos para suprir grandes necessidades, como a de um exército, estado ou país. Um dos primeiros computadores eletro-mecânico foi construído nas primeiras décadas do século XX, entretanto foram durante a Segunda Guerra Mundial que grandes avanços tecnológicos propiciaram o nascimento de tecnologias até hoje utilizadas nos computadores atuais.

Com o passar dos anos e com o surgimento de novas tecnologias, passou-se a questionar o uso de computadores e recursos tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem, um exemplo claro disso ocorreu no Brasil, nos anos 80, o que possibilitou ao MEC instituir, através da Portaria Ministerial n°. 549/89, o Programa Nacional de Informática na Educação – PRONINFE, o qual tem como objetivo criar práticas de informática educativa no país, por meio de atividades e projetos convergentes e interdisciplinares, amparados em fundamentações pedagógicas atualizadas e sólidas, de maneira a garantir a unidade política, científica e técnica imprescindível ao êxito dos empenhos e investimentos envolvidos (Albuquerque, 2011).

Nos processos didáticos, os recursos de informática podem ser utilizados para desenvolvimento de diversos conteúdos, mediante variados software e hardwares. Por exemplo, na matemática pode-se utilizar uma planilha de cálculos para um trabalho com dados estatísticos, criando fórmulas e gerando gráficos, em português, um editor de textos pode ser utilizado para a criação de um jornal com notícias e informações sobre o conteúdo de uma disciplina. Museus virtuais podem ser visitados pela internet para o desenvolvimento e enriquecimento de aulas de história e artes. Em geografia, o Google Earth é um grande recurso, pois por se tratar de um programa que mostra qualquer lugar do planeta em mapas, imagens reais ou em 3D, ele pode ser acessado de dentro da própria sala de aula, ajudando o professor a localizar determinadas áreas no mundo todo. Além desses exemplos, muitos outros poderiam ser destacados.

Dessa forma, o presente trabalho tem como finalidade averiguar junto à comunidade docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão o nível de utilização e importância das tecnologias atuais nas suas práticas didáticas diárias, além disso, buscaram-se elencar quais dessas tecnologias são mais utilizadas e as dificuldades encontradas pelos professores no uso dessas tecnologias.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

Com o objetivo de atingir uma quantidade significativa dos professores que

lecionam no IFRS – Campus Sertão optou-se por construir e aplicar questionários englobando as questões de estudo, de modo que não fosse necessária a identificação dos entrevistados. Assim, os questionários foram distribuídos individualmente, de modo que o professor, após aceitar participar da pesquisa, marcava uma data e a hora para a entrega do mesmo.

Foram recolhidos 32 questionários, dos 33 entregues, e assim, realizou-se, através do Microsoft Excel, a avaliação dos resultados obtidos com base nas respostas dos professores entrevistados.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em um primeiro momento, procurou-se verificar o perfil dos docentes participantes

da pesquisa. Com relação ao sexo, 56% dos entrevistados foram do sexo masculino e 44% do sexo feminino. O tempo de sala de aula foi questionado resultando em uma distribuição bem heterogênea: 26% afirmaram ter menos de 5 anos de experiência docente, 20% entre 5 e 10 anos, 25% entre 10 anos e menos de 15 anos, 10% entre 15 anos e 20 anos e 19% mais de 20 anos de experiência docente.

Outra variável consultada objetivando caracterizar a amostra avaliada foi à disciplina a qual é responsável. Como resultado observou-se uma grande variedade de respostas, desde a disciplina de Informática propriamente, passando por disciplinas das áreas humanas e sociais, até disciplinas técnicas aplicadas. Essa grande variabilidade denota a representatividade e abrangência alcançada pelo questionário dentro da população docente.

Na sequência buscou-se verificar os aspectos relacionados à Tecnologia da Informação na prática docente. Quando questionados se costumam utilizar novas tecnologias em sala de aula, 77% dos docentes afirmaram que sim, 20% afirmaram que somente em alguns momentos específicos e apenas 4% informaram que em nenhum momento utilizam tais tecnologias. Com relação às quais tecnologias utilizam foi permitido responder mais de uma alternativa. A resposta mais ocorrente foi que utilizam “projeção de slides com o data show” – 92%. Outras tecnologias mencionadas incluem “internet” sem especificar qual site – 12% – e redes sociais com 2%.

Os docentes que afirmaram não utilizar tecnologias em sala de aula justificam isso pela falta de tempo em preparar as aulas e por não ver necessidade em utilizar essas tecnologias.

Outra questão abordada foi se o docente conhece algum software específico que poderia utilizar em sala de aula para colaborar com o processo de ensino-aprendizagem. 60% informaram que conhecem e outros 40% informaram que não conhecem.

Também se questionou quais tecnologias de comunicação utilizam para se comunicar com os alunos fora do horário de aula. 80% informaram que utilizam apenas correio eletrônico (email). 3% informaram que utilizam além do correio eletrônico também

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o serviço de mensagem instantânea (MSN). 12% informaram que além do serviço do correio eletrônico usam também redes sociais (Facebook).

4. CONCLUSÕES Tendo em vista os resultados obtidos no estudo, conclui-se que a Tecnologia da

Informação poderia ser mais bem empregada no processo de ensino-aprendizagem no IFRS – Campus Sertão. Apesar de a grande maioria dos docentes informarem que utilizam essas tecnologias, muito poucos utilizam softwares específicos de suas áreas para o ensino. A tecnologia mais utilizada é a projeção de slides com Data-Show. Também quando se fala em comunicação extraclasse, a maioria fica restrito ao serviço de correio eletrônico.

5. AGRADECIMENTOS

Os pesquisadores agradecem ao apoio do Programa de Educação Tutorial PET / Conexões de saberes e ainda aos docentes do IFRS – Campus Sertão que contribuíram para a realização deste trabalho.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, Andrade. Programa Nacional de Informática Educativa. A utilização da Informática na escola pública brasile ira. 1970 – 2004; MEC: Secretaria de Educação a Distância. Citado em: http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/edprhist.htm. Acessado em 16 de maio de 2011, 15:00h.

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EFEITO DE DIFERENTES TRATAMENTOS QUÍMICOS NA CAMA A VIÁRIA REFERENTE AO pH E DESEMPENHO DE FRANGO DE CORTE

TIMBOLA, Elias 1; CECCHIN, Raul; LUCCA, Walter*; ALVES, Alisson; GRADIN, Joilson

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected] *Orientador .

1. INTRODUÇÃO

A dificuldade de se conseguir cama aviária de qualidade e de baixo custo no norte do Rio Grande do Sul tornou-se um problema frequentemente enfrentado pelos produtores, quais sentem a necessidade de alojar vários lotes na mesma cama. A utilização de produtos químicos na cama com o objetivo de reduzir efeitos negativos, tais como desenvolvimento de microorganismos patogênico, teores de amônia elevados, umidade excessiva sobre a produção torna-se uma realidade, além de ser uma alternativa de minimizar perda de nitrogênio por fermentação o que a torna mais rentável no momento da comercialização como adubo orgânico.

A adição de elementos químicos, como o Hidróxido de cálcio (500g/m2); Sulfato de Alumínio (500g/m2); Sulfato de cálcio (1000g/m2); Sulfato de cálcio (48%) + Filosilicato Expandido (28%) + qsp (500g/m2), na cama causa alterações no pH e propicia um meio desfavorável ao crescimento de microorganismos patogênicos para a cadeia avícola. Várias pesquisas em todo o mundo têm provado os efeitos prejudiciais do manejo inadequado da cama levando à excessiva amônia atmosférica. A amônia é um gás incolor e irritante às mucosas, sendo formado a partir da decomposição microbiana do ácido úrico eliminado pelas aves junto às excretas. Quando a quantidade de amônia inalada é superior a 60ppm, a ave fica predisposta a doenças respiratórias, aumentando os riscos de infecções secundárias às vacinações (Gonzáles & Saldanha, 2001).

O trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de diferentes compostos (Hidróxido de cálcio (500g/m2); Sulfato de Alumínio (500g/m2); Sulfato de cálcio (1000g/m2); Sulfato de cálcio (48%) + Filosilicato Expandido (28%) + qsp (500g/m2), na manutenção do pH da cama aviária.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no setor de Zootecnia I do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão. Neste setor foram alojados 500 pintos de corte de um dia de idade de ambos os sexos da linhagem COBB 500 e distribuídos em 20 boxes experimentais com espaço de 2m2 de área, contendo 25 aves por boxes. As aves foram alimentadas com uma dieta balanceada à base de milho, soja e núcleos para as diferentes fases de produção dos frangos de corte. A cama aviária (maravalha de Pinnus eliotti) nos boxes foi

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distribuída em uma altura de 10 cm de espessura e sob esta foram incorporados os produtos químicos na seguinte dosagem: Hidróxido de cálcio (500g/m2); Sulfato de Alumínio (500g/m2); Sulfato de cálcio (1000g/m2); Sulfato de cálcio (48%) + Filosilicato Expandido (28%) + qsp (500g/m2), uma semana antes do alojamento dos animais.

Para medir o pH utilizou-se um pH-metro digital e eletrônico após a aplicação dos elementos químicos. Para as análises coletou-se cama de cinco pontos de cada uma das vinte repetições que foram separadas conforme tratamento utilizado, acondicionadas em recipientes estéreis, após eram homogeneizadas, e um pool de 60 gramas era usado para proceder as análises, a cama utilizada era referente à camada superior até uma profundidade de 5 cm, distantes dos bebedouros e comedouros, deste pool 10 gramas eram diluídas em 100 ml água destilada. O pH foi medido emergindo o pH-metro sobre o sobrenadante, após um período de 10 a 15 minutos de repouso conforme instrução normativa número 62 (Brasil, 2003).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando analisados os resultados do pH esperava-se um diferencial entre os valores (5,0 – 9,0), por estarmos trabalhando com elementos básicos e ácidos. No experimento com hidróxido de cálcio percebemos que na 2ª, 3ª e 4ª semana de alojamento das aves o pH permaneceu quase em 7 (neutro) devido à neutralização do ácido presente nas fezes das aves. Na 1ª e 2ª semana, estando de acordo com McWard e Taylor (2000), os sais deixariam o pH ácido. No período final o pH permaneceu entre 8,0 e 9,0 em todos os tratamentos, estando de acordo com estudos de Neme et.al. (2000) e Ávila et. al. (1993). Oliveira et al. (2003) constataram que essa alteração do pH ocorreu devido ao aumento do carbonato de cálcio na cama em função das excretas. Na correlação do pH com os demais tratamentos houve significância (P<0,05) com exceção do hidróxido de cálcio que não se correlacionou com os demais, conforme Quadro 1.

Quadro 1. Correlação entre o pH da cama aviária em relação ao pH nos diferentes

tratamentos. Ca(OH)2 Al 2(SO4)3 CaSO4 CaSO4+Filosilicato

pH : Ca(OH)2 R - -

- -

- -

- - P

pH : Al 2(SO4)3 R -0,1589 0,7635

- -

- -

- - P

pH : CaSO4 R -0,0777 0,8836

0,9950 0,0005

- -

- - P

pH: CaSO4+Filosilicato

R -0,2213 0,6733

0,9789 0,0006

0,9762 0,0008

- - P

pH : Testemunha R -0,0147 0,9779

0,9832 0,0004

0,9953 0,0005

0,9739 0,0008 P

R- Correlação; (P < 0,05)

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Ao final do lote observou-se que alguns tratamentos não alteraram o pH, como os sais utilizados, porém sua capacidade higroscópica controlou inicialmente o desenvolvimento das bactérias que atuam sobre as fezes das aves deixando o pH da cama alcalino, motivo pelo qual o mesmo só se elevou a partir da 4ª semana de alojamento, com exceção do Ca(OH)2

que é alcalino e na 2ª e 3ª semana permaneceu próximo a neutralidade conforme Figura 1.

Figura 1. Potencial de hidrogênio (pH) avaliado semanalmente entre os diferentes

tratamentos na cama aviária.

O desempenho do lote foi diferente entre os tratamentos utilizados, sendo que no tratamento com o CaSO4 as aves apresentaram - melhor peso final, Conversão Alimentar (C.A.) e Ganho de Peso Diário (Gpd), o que nos permite afirmar sua importância no uso em cama aviária, verificou-se ainda que o lote testemunha apresentou maior mortalidade (Tabela 1).

Tabela 1. Resultado quanto ao desempenho das aves criadas com diferentes

tratamentos químicos em 42 dias de produção.

Tratamentos Peso (kg)

C.A. F.P. Viab.% Gpd (g) I.E.P.

(Ca(OH)2); 2.691 1.84 336.71 99 62.58 336.71 ((Al2SO4)3); 2.686 1.9 318.87 97 62.46 318.90 (CaSO4) 2.742 1.83 341.44 98 63.76 341.44 (CaSO4) 44% + Filosilicato 28%+ qsp

2.652 1.85 326.71 98.01 61.67 326.71

Testemunha 2.706 1.87 323.06 96 62.93 323,06 Dados obtidos no Setor de Zootecnia I do IFRS – Campus Sertão.

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4. CONCLUSÃO

O pH apresentou-se de acordo com a ação dos elementos químicos até a segunda semana. O tratamento sem elementos químicos apresentou maior taxa de mortalidade. Houve correlação significativa entre todos os tratamentos químicos em relação ao pH, com exceção do Ca(OH)2.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÁVILA, et. al. Uso de gesso agrícola no tratamento da cama aviária utilizados por vários lotes seguidos. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS AVÍCOLAS. 1993, Santos. Anais... Campinas; Facta, 1993.

BRASIL. Instrução Normativa n° 62, de 26 de agosto de 2003 . Ministério Da Agricultura, Pecuária E Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária, 2003.

GONZÁLES, E.; SALDANHA, E.S.P.B. Os primeiros dias de vida do frango e a produtividade futura. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA. Anais... Goiânia: AZEG/ABZ, p.312-313, nov. 2001.

McWARD, G.W. & TAYLOR D.R. Acidified clay litter amendment. Journal Applied Poultry Research , v.9, p.518-529, 2000.

NEME et al. Adição de gesso agrícola em três tipos de cama de aviário na fixação de nitrogênio no desempenho de frango de corte. Ciência Rural , Santa Maria, v.30, n.4, p.687- 692. 2000.

OLIVEIRA et..al.Teor de matéria seca, pH e amônia volatilizada da cama de frango tratada ou não com diferentes aditivos. Revista Brasileira de Zootecnia . Viçosa v.32, n.4, jul/ago, 2003.

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AVALIAÇÃO DA ACLIMATIZAÇÃO DE Chrysantemum cineriaefolium cv. VACARIA EM DIFERENTES SUBSTRATOS E RECIPIENTES DE C ULTIVO

GRAEFF, João Leonardo1; BORSOI, Nice Lívio*; GIACOMINI, Argel José; BAGNARA, Lucas Blanger.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected]; *Orientador

1. INTRODUÇÃO

O Piretro (Chrysanthemum cinerariaefolium) foi cultivado em grande escala em meados do século passado no Rio Grande do Sul. O principal objetivo desses cultivos era a produção de compostos secundários (Piretrinas naturais), os quais apresentam grande poder destruidor de insetos, o que despertou grande interesse econômico. A extração desses compostos era realizada nos Estados Unidos, onde a cultura tornou-se produto de exportação na década de 40.

Após a Segunda Guerra Mundial, não houve mais interesse por parte dos Estados Unidos na importação desse produto e a planta permaneceu esquecida por décadas. De acordo com relatos de moradores locais, essa espécie encontra-se em vias de extinção no Brasil, pois a obtenção sintética dos piretróides tornou sua exploração comercial obsoleta. Atualmente, poucos exemplares podem ser encontrados na região da Serra Gaúcha e nos campos de cima da Serra, ainda remanescentes das antigas plantações comerciais. Contudo, atualmente uma nova cultivar (Vacaria) volta a chamar a atenção como alternativa para a produção de plantas ornamentais, principalmente para jardins. No Brasil, a produção de plantas ornamentais vem aumentando nos últimos anos tornando-se inclusive produto de exportação. Dentre as plantas ornamentais mais cultivadas em nível de Brasil, destacam-se os crisântemos tanto como flor de corte como para utilização em vasos. Alem disso, busca-se constantemente novas alternativas para exploração comercial, e nesse caso, o uso do C. cinerariaefolium para fins ornamentais tem sido prejudicado pela dificuldade de propagação, uma vez não produz sementes viáveis ficando restrito a divisão de touceiras, limitando assim seu cultivo em grande escala.

A etapa de transplantio envolveu a transferência da planta da condição in vitro para a casa de vegetação, onde é submetida à fase de aclimatização. Essa passagem é crítica e representa, em alguns casos, o fator limitante para o sucesso da sobrevivência das plantas (Grattapaglia & Machado, 1998).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a aclimatização da espécie em diferentes substratos e em diferentes recipientes de cultivo, bem como a manutenção do germoplasma e a oferta de uma grande quantidade de mudas de alta qualidade no mercado de plantas ornamentais.

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2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Laboratório de Cultura de Tecido e Citogenética

Vegetal e em casa de vegetação do IFRS - Campus Sertão - RS. Foi utilizado a infraestrutura do laboratório de Cultura de Tecidos e Citogenética Vegetal do IFRS – Campus Sertão – RS. As plântulas utilizadas foram oriundas do cultivo in vitro (subcultivo 7) do Laboratório de Cultura de Tecido e Cito genética Vegetal do Campus Sertão - RS. Foram selecionadas as plântulas com tamanho de 3 cm de comprimento as quais foram mantidas em ambiente protegido (casa de vegetação) com 75% de sombreamento, sendo realizada irrigações manualmente (regador com capacidade de 10 L) sempre que necessário e com foto período semelhante ao ambiente natural.

Os substratos utilizados foram: 1) substrato comercial da marca Carolina para plantas Soiless Médios, com composição de turfa sphagno, vermiculita expandida, calcário dolomitico , gesso agrícola e fertilizantes NPK, com potencial hidrogeniônico (PH)= 5,0 +/ - 0,5 ; densidade de 101 kg / m³ ; capacidade de retenção de água de 55% e umidade máxima de 60% .2 ) Casca de arroz carbonizada; 3) Mistura V/V de Substrato comercial e Casca de arroz carbonizada.

Os recipientes utilizados para a aclimatização das plântulas foram bandejas de isopor de poliestireno expandido com 128 células com capacidade de 73,50 cm³ e copos de plásticos com capacidade de 200cm³ .

Foram cinco repetições, sendo uma amostra composta de 10 plântulas. Aclimatização foi realizada no dia 08/09/2010. A primeira avaliação foi realizada após 8 dias até aos 32 dias.

3. RESULTADOS E DISCUSÃO

De acordo com os resultados obtidos (Tabela 1), foi verificada baixa mortalidade de C. cinerariaefolium, permitindo o cultivo das plantas em ambos recipientes e substratos utilizados na pesquisa.

Após 60 dias começou a ocorrer morte de algumas plantas onde deu para detectar que o melhor substrato após 60 dias foi o de casca de arroz carbonizada.

Tabela 1. Mortalidade de plantas de Chrysanthemum cinerariaefolium em função de

diferentes substratos e recipientes. Sertão, 2010.

Recepiente (bandeja) Dias após o transplante

8 16 24 32 60 Comercial 0 0 0 0 2

Casca de arroz 0 0 0 0 0 Mistura 0 0 0 0 0

Recepiente (copo) Dias após o transplante

8 16 24 32 60 Comercial 0 0 0 0 0

Casca de arroz 0 0 0 0 0 Mistura 0 0 0 0 7

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Sugerimos que este trabalho devera ser repetido, para confirmação dos dados dos resultados obtidos

4. CONCLUSÕES

O C. cinerariaefolium corresponde à aclimatização em diferentes substratos bem como nos recipientes utilizados.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GRATTAPAGLIA, D; MACHADO, M. A. Micropropagação. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S. & BUSO, J. A. Cultura de Tecidos e transformação genética de plantas . 1 ed. Brasília: Embrapa – SPI: Embrapa CNPH. 1998. v.1.p. 183 –260.

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EFEITOS DA INTENSIDADE E DO NÚMERO DE PASTEJOS NA C OMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS DO TRIGO DE DUPLO

PROPÓSITO BRS TARUMÃ SERRO, Jonas1; GROSSELLI, Abrão Angelo; BORBA, Matheus Prado; DEPIERI, Victor Zangirolami; GHELLER, Wilian Paulo; SANTOS, Fernando Machado; SANTOS, Juliana; PAIVA, Fernanda Alves*.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected]. *Orientadora

1. INTRODUÇÃO

O trigo tem papel fundamental na diversificação das culturas nas propriedades agropecuárias, sendo considerado como uma alternativa econômica no período de inverno, especialmente na região Sul do Brasil. É utilizado na alimentação de animais na forma de forragem verde e feno, duplo propósito, além de cobertura vegetal, adubação verde e, principalmente, na alimentação humana na forma de grãos.

Os cultivares de trigo que se diferenciam para o sistema de produção de duplo propósito devem ter como características principais: produção de massa verde, tolerância ao pastejo ou corte e produção de grãos. Desta maneira é produzida forragem no período de inverno e depois do corte ou pastejo ainda se produz grãos.

Os genótipos existentes apresentam período vegetativo longo, com boa capacidade de produção de forragem e fase reprodutiva curta, mantendo a estabilidade produtiva quanto ao rendimento e qualidade industrial dos grãos (Wendt, Del Duca e Caetano, 2006).

Estes cultivares de ciclo vegetativo longo, quando submetidos ao corte ou pastejo por animais prolongam ainda mais o seu ciclo e assim diminuem o risco de perda com geadas na época da emissão do primórdio floral e espigamento, o que acarretaria em drástica queda de produtividade. O pastejo também elimina o crescimento vegetativo excessivo, principalmente em áreas com alta concentração de adubação orgânica e umidade, evitando assim o acamamento da cultura (Bortolini, 2004).

Segundo Del Duca, Molin e Sandini (2000), o trigo de duplo propósito pode ser cortado ou pastejado quando as plantas estiverem próximas do início da elongação do colmo, com 25 a 40 cm de altura, podendo ser realizado um segundo corte após 30 dias. Já Mcrea (2003) recomenda que o início de pastejo deve ocorrer quando a planta está no estádio de perfilhamento, entre 6 a 8 semanas após a emergência.

Quando utilizado para pastejo, deve-se limitar a altura de pastejo até 5 a 7 cm do solo e retirar os animais a partir da elongação do colmo, pois o meristema apical pode ficar exposto, podendo ser removido, o que reduz severamente a produtividade de grãos por permitir o crescimento dos perfilhos secundários, que são menos produtivos, com espigas de menores tamanhos e mais sensíveis ao estresse hídrico (Mcrea, 2003; Bruce, 2003). Além disso, a desfolha excessiva da planta pode ter

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como consequência a redução na taxa fotossintética e problemas na fase de enchimento dos grãos (Dunphy, McDaniel e Holt, 1982).

Entretanto, dependendo do número de pastejos pré-colheita e da intensidade da desfolha, os rendimentos de forragem e de grãos podem ser afetados em maior ou menor grau. Vale ressaltar ainda que a nutrição adequada da planta e intensidade luminosa também são fatores que contribuem para o perfilhamento (Friend, 1966), desta forma a adubação nitrogenada pós-pastejo é fundamental para o restabelecimento da cultura.

Em 2002, no Rio Grande do Sul, a Comissão Sul Brasileira de Pesquisa de Trigo recomendou alguns cultivares de trigo com a finalidade de duplo propósito, e dentre eles está a BRS Tarumã, criada pela Embrapa Trigo e recomendada para região Norte do Estado.

Sendo assim, tornam-se necessários mais estudos que avaliem o desempenho dos cultivares recomendados para uma determinada região sob diferentes condições de pastejo.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no ano agrícola 2010, no Instituto Federal do Rio Grande do Sul, campus Sertão (28°03’18’’S, 52°14’ 5 3’’O, 670m de altitude, solo Bruno-Vermelho distrófico profundo, e clima Cfa (Köppen), com chuvas bem distribuídas e temperatura média anual de 18,3°C). O sistema utilizado foi de plantio direto tendo como cultura antecedente o sorgo forrageiro. O delineamento experimental será de blocos ao acaso (diferentes faixas de terra), com 4 tratamentos e 4 repetições.

Foi utilizado o cultivar BRS Tarumã da EMBRAPA, que foi e dividido nos seguintes tratamentos: Tratamento 1 (controle): sem pastejo, apenas posterior colheita dos grãos; Tratamento 2: apenas um pastejo baixo, com resíduo de 5 a 7 cm de altura e posterior colheita dos grãos; Tratamento 3: dois pastejo baixos, com resíduos de 5 a 7 cm de altura e posterior colheita dos grãos; e Tratamento 4: 2 pastejos, sendo o primeiro pastejo baixo, com resíduos de 5 a 7 cm de altura, e o segundo patejo alto, com resíduo de 10 a 15 cm de altura, e posterior colheita dos grãos.

O experimento foi instalado em uma área de 4800 m2, dividida por cerca elétrica em 16 unidades experimentais de 300m2 cada e mais as áreas para corredor. A cultivar utilizada foi semeada com espaçamento 0,17 m, em 17/05/2010, seguindo as indicações técnicas da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale de 2009, que é de 360 sementes aptas/m2.

A dessecação da área do experimento foi feita no dia 30 de Abril de 2010 na dosagem de 2.5 L ha-1 de glifosato e 5g ha-1 de Allay. A adubação de base foi realizada concomitantemente à semeadura, de acordo com a prévia análise química do solo, respectivamente com 280 kg ha-1 de NPK da fórmula 12-30-20. A emergência foi considerada no dia 27 de Maio de 2010 e a primeira adubação nitrogenada de cobertura, 30 dias após a emergência das plantas.

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A aplicação de herbicida (Hussar) foi realizada em 01 de junho de 2010, com dose de 100g ha-1.

O primeiro pastejo foi realizado quando as plantas atingiram altura média de 25 a 30 cm, ao redor dos 60 dias após a emergência, utilizando vacas Holandesas. Os animais entraram nas parcelas e foram retirados quando a intensidade de pastejo era atingida (resíduo de 5 a 7 cm de altura).

Nos tratamentos com 2 pastejos, o segundo pastejo também foi realizado quando as plantas atingiram altura média de 25 a 30 cm, por volta de 30 dias após o primeiro pastejo. Após cada pastejo, as parcelas pastejadas receberam adubação nitrogenada (45kg de N ha-1).

Antes a após cada pastejo foram feitas colheitas de amostra das plantas para posterior análise bromatológica do material, tanto nas parcelas a serem pastejadas, como naquelas do tratamento controle.

Após serem feitos os pastejos definidos no experimento, foi feita a aplicação de fungicida na dosagem de 750 mL ha-1.

Ao final do ciclo de produção, os grãos foram colhidos e foram avaliadas as seguintes variáveis: peso de mil grãos, rendimento de grãos (kg ha-1) e peso hectolitro.

A análise dos dados experimentais foi realizada através do programa SISVAR, sendo que no modelo foram considerados os efeitos de bloco e tratamento. No caso de efeitos significativos, as médias foram comparadas através do Teste de Tukey (alfa=0,05).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com relação às análises bromatológicas, não houve diferenças significativas

entre os tratamentos na porcentagem de proteína bruta e de fibra em detergente neutro em nenhuma das colheitas realizadas (p>0,05). Entretanto, nos parâmetros produtivos, houve diferença significativa no rendimento de grãos, peso de mil grãos e peso hectolitro (p<0,05). A tabela 1 mostra os resultados produtivos do trigo após colheita dos grãos nos diferentes tratamentos.

Segundo Santos e Fontanelli (2007), a média de produtividade para esta cultivar é de 1000 a 1800 kg ha-1, valores atingidos em todos os tratamentos. Os resultados mostram que não houve diferença entre o tratamento controle (sem pastejo) e o tratamento onde foi realizado um pastejo para rendimento de grãos, peso hectolitro e peso de mil grãos. Isso reforça a dupla aptidão da variedade escolhida, pois além de fornecer alimento aos animais, não teve sua produção de grãos afetada.

Por outro lado, quando foram realizados dois pastejos, o rendimento de grãos foi menor que o tratamento controle, o que era esperado, uma vez que a planta, após desfolha tem redução na sua taxa fotossintética, podendo ter prejudicada sua posterior produção de grãos. Entretanto, quando avaliamos o peso de mil grãos, pudemos notar que a produção de grãos foi afetada, porém a qualidade dos grãos formados, no que diz respeito ao seu enchimento, foi semelhante entre dois pastejos

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e o tratamento controle. Segundo Guarienti (1996), peso de mil grãos variando entre 26-35 g o classifica como de tamanho pequeno. Tabela 1. Resultados produtivos do trigo de duplo propósito BRS Tarumã submetido

a diferentes números e intensidades de pastejo. TRAT PH RG PM

1 78,61b 1981,46a 27,82ab 2 79,41ab 1866,55ab 29,17a 3 80,86a 1517,05b 28,64ª 4 80,72a 1533,22b 25,75b

onde: TRAT = tratamento (1: sem pastejo, apenas colheita dos grãos; 2: apenas um pastejo baixo com resíduo de 5 a 7 cm de altura e posterior colheita dos grãos; 3: dois pastejo baixos, com resíduos de 5 a 7 cm de altura e posterior colheita dos grãos; e 4: 2 pastejos, sendo o primeiro pastejo baixo, com resíduos de 5 a 7cm de altura, e o segundo patejo alto, com resíduo de 10 a 15cm de altura, e posterior colheita dos grãos, PH = peso hectolitro (kg/hL); RG = rendimento de grãos (kg/ha); PM = peso de mil grãos (g). Letras diferentes na coluna indicam diferença significativa (p<0,05).

Em relação ao peso hectolitro, em todos os tratamentos foi encontrado valor maior que o recomendado para enquadramento dos grãos no TIPO 1 (PH>78 kg/hL), porém este foi maior nos tratamentos com 2 pastejos do que no tratamento controle. Esse dado poderia indicar maior enchimento dos grãos nos tratamentos com dois pastejos, mas como no peso de mil grãos não houve diferença, pode ter havido algum problema na execução da análise, como por exemplo: espaço vazio entre os grãos, teor de água ou presença de impurezas na amostra (Guarienti, 1996).

4. CONCLUSÃO

Considerando o rendimento e a qualidade dos grãos colhidos, pode-se recomendar a realização de um pastejo/corte antes da colheita dos grãos para o trigo BRS Tarumã cultivado na região Norte do Rio Grande do Sul, pois os rendimentos obtidos são mais satisfatórios.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORTOLINI, P. C. Duração do pastejo na produção de forragem e de grãos em cereais de inverno no sul do Brasil.Curitiba, 2004; 90 p. Tese (Doutorado em Agronomia Produção Vegetal) Setor de Ciências Agrár ias. Universidade Federal do Paraná, 2004.

BRUCE, A. Removal timing critical when grazing wheat. Institute of Agriculture and Natural Resources Cooperative-Extension. University of Nebraska . News Service, 2003.

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DEL DUCA, L. J. A.; MOLIN, R.; SANDINI, I. Experimentação de genótipos de trigo para duplo propósito na Paraná, em 1999. Passo Fundo-Embrapa Trigo - Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 6 , 2000, 18 p.

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MCREA, F. Crop agronomy and grazing management of winter cereals. NSW Agriculture , v. 59, p. 59-69, 2003.

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SISTEMA REPRODUTIVO SEXUADO E PRODUÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES EM Tropaeolum pentaphyllum Lam. (CREM)

FERRO, Júnior¹; LODI, Tiago; RIZZI, Tiago; ROETHIG, Luiz Guilherme; GOLFETTO, Cristiane;

ROGALSKI, Juliana Marcia*.

¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected]. *Orientadora: [email protected]

1. INTRODUÇÃO

A família Tropaeolaceae é neotropical e a maioria de suas espécies ocorre na América do Sul (Bayer & Appel, 2003). Consiste em três gêneros e cerca de 90 espécies (Cronquist, 1981; Mabberley, 1987).

No Brasil, Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem) foi registrada nas regiões Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo) (Sparre, 1972; Kinupp et al., 2007). Trata-se de espécie seletiva higrófita e heliófita, sendo típica de bordas de capoeiras e mata, clareiras e margens de rodovias e estradas (Kinupp et al., 2007).

A espécie T. pentaphyllum foi listada como uma das espécies potenciais para uso econômico pelo projeto do Ministério do Meio Ambiente (MMA/PROBIO) conhecido como “Plantas para o Futuro – Região Sul” (Fapeu, 2006). Seu uso alimentar é bastante difundido entre os colonos de ascendência européia (alemães, italianos e poloneses, entre outros), que consomem em forma de conserva.

A comercialização do crem ocorre por meio de tubérculos in natura ou como conservas. Suas flores também são comercializadas para ornamentação de pratos e arranjos diversos. Além de uso alimentício, seus tubérculos apresentam ação antiescorbútica e antimicrobiana (Mors et al., 2000). Conhecimentos populares relatam que a espécie reduz e controla o colesterol, o que causou aumento na demanda por tubérculos.

O crem faz parte da lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Rio Grande do Sul, na categoria vulnerável. Conforme Kinupp et al. (2007), a destruição de seu hábitat para conversão em áreas agropastoris e a extração de seus tubérculos para uso alimentar constituem as principais ameaças à conservação desta espécie.

Este estudo buscou estudar o sistema sexuado de T. pentaphyllum, bem como a produção de mudas por meio de sementes, visando minimizar os impactos causados à espécie em seu hábitat natural, devido à extração de seus tubérculos.

2. MATERIAL E MÉTODOS Para a caracterização morfológica das flores de T. pentaphyllum foram

medidos, com auxílio de um paquímetro, o comprimento da flor, do tubo floral, do pedicelo, do esporão, das sépalas inferiores e superiores, das pétalas, do gineceu

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(desde a base até o estigma) nas fases masculina e feminina, do ovário, dos estames (desde a base do filete até o ápice da antera), dos filetes e das anteras. Também foi medido o diâmetro de abertura do tubo floral. Para análise desses dados, foram utilizadas estatísticas descritivas (média e desvio padrão).

A fenologia foi acompanhada, desde o início da brotação dos tubérculos, e início da floração até a senescência da parte aérea, em três indivíduos de T. pentaphyllum, sendo registrado o número de botões e de flores abertas, o número de botões e flores secas e o número de frutos formados. Além disso, foi registrado, semanalmente, nas flores abertas o número de flores na fase estaminada, na fase pistilada ou em ambas, o número de flores secas e o número de frutos formados, durante os meses de setembro e outubro de 2010.

Para avaliar o tamanho (comprimento e largura) foram realizadas medições de todos os frutos e sementes coletados, utilizando paquímetro com precisão de 10-³. Os dados foram avaliados através de estatísticas descritivas (média, desvio padrão e intervalo de confiança, com α = 0,05).

Para os experimentos de germinação, as sementes e frutos foram separados conforme os seguintes tratamentos: frutos, frutos perfurados, sementes e sementes perfuradas, sendo utilizados no total 719 sementes e 381 frutos de crem, destes 20 sementes e 24 frutos perfurados. Os frutos utilizados eram oriundos dos municípios, localizados na região norte do estado do Rio Grande do Sul, de: Casca, Constantina, Getúlio Vargas e Sertão. O plantio foi efetuado em bandejas com 128 células individualizadas, contendo turfa como substrato. Considerou-se como germinadas as sementes em que as plântulas emergiram do solo. A partir das sementes germinadas provindas de frutos ou sementes obteve-se a taxa de germinação (%).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As medições dos principais atributos florais de T. pentaphyllum encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1. Atributos florais de Tropaeolum pentaphyllum Lam., Alto Uruguai, RS Atributos florais Amplitude (mm) Média (mm) Desvio padrão (mm) pedicelo (n = 40) 42,3 a 88,2 68,0 10,6 flor (n = 40) 28,5 a 37,5 31,4 1,7 tubo floral (n = 40) 6,9 a 17,9 16,0 3,0 diâmetro de abertura do tubo (n = 40) 4,1 0,4 esporão (n = 40) 9,2 a 18,9 12,1 3,2 sépalas inferiores (n = 40) 9,4 a 11,9 10,6 0,6 sépalas superiores (n = 40) 6,5 a 9,9 8,2 0,8 pétalas (n = 40) 3,9 a 8,2 6,0 0,9 gineceu fase masculina (n = 20) 3,7 a 5,7 4,7 0,6 gineceu fase feminina (n = 20) 5,1 a 9,1 7,4 1,4 ovário (n = 20) 1,5 a 2,9 2,3 0,4 estames (n = 20) 6,9 a 11,5 9,4 1,0 filetes (n = 20) 5,0 a 7,7 6,7 0,6 anteras (n = 20) 2,0 a 3,8 2,6 0,4

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Os tubérculos de crem apresentaram brotação de fevereiro a maio, sendo abril

e maio os meses com maior emissão. Em novembro, após a frutificação ocorreu a senescência da parte aérea. Portanto, a parte aérea tem duração anual, mas os tubérculos são perenes.

Em 2010 a floração de T. pentaphyllum iniciou na última semana do mês de julho estendendo-se até o final do mês de novembro, sendo observada uma grande variação entre indivíduos da espécie. Em indivíduos acompanhados, a floração iniciou em setembro e estendeu-se até novembro, apresentando pico de floração no mês de outubro (Figura 1).

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª

Número

_________|___________________________________|__________________________ Setembro Outubro Novembro

Floração

Flores secas

Frutificação

Botões secos

Figura 1. Fenologia de Tropaeolum pentaphyllum Lam., Sertão, Alto Uruguai, RS,

2010.

A espécie apresentou protandria, porém, no final da fase estaminada pode iniciar a fase pistilada, ocorrendo assim sobreposição de fases durante um ou raramente dois dias. As fases estaminada e pistilada duram em torno de 10 dias.

Fase estaminada - Com a abertura floral inicia a fase estaminada, onde as anteras vão abrindo em sequência, ao longo dos dias. Em cada flor ocorreu abertura sucessiva das anteras não havendo um padrão para abertura. Esta fase apresentou duração média de 4,8 ± 0,7 dias.

Fase pistilada - Em torno de dois dias antes de iniciar a fase pistilada ocorre o desenvolvimento do carpelo, aumentando seu tamanho em cerca de 30 mm, e o estigma torna-se trífido. A fase pistilada iniciou no nono ou décimo dia após a antese floral e durou um ou dois dias. As flores que não formaram frutos secaram.

Frutificação - Os frutos são sésseis, esquizocarpos indeiscentes, apresentando de um a três mericarpos monospérmicos. Porém, em dois frutos foram registrados quatro mericarpos. A porcentagem de frutos formados foi de 28,6%. Dos frutos formados, a maioria (45,8%) formou três mericarpos, 33,3% formaram dois mericarpos e 20,8% formaram um mericarpo. O período de desenvolvimento do fruto até sua maturação foi de aproximadamente 15 dias.

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Os frutos apresentaram comprimento médio de 8,1 ± 0,6 mm (IC = 0,06; α = 0,05; n = 341), variando de 6,6 a 10,3, e largura média de 4,8 ± 0,7 mm (IC = 0,07; α = 0,05; n = 341), variando de 3,3 a 6,9. O comprimento dos frutos perfurados variou de 7,6 a 0,9 mm, com média de 9,0 ± 1,0 (IC = 0,4; α = 0,05; n = 24). A largura dos frutos perfurados variou de 3,9 a 8,4 mm, com média de 5,6 ± 1,1 (IC = 0,4; α = 0,05; n = 24).

As sementes apresentaram comprimento médio de 7,8 ± 0,6 mm (IC = 0,05; α = 0,05; n = 681), variando de 5,1 a 9,3, e largura média de 4,2 ± 0,5 mm (IC = 0,04; α = 0,05; n = 681), variando entre 2,6 e 9,0. As sementes perfuradas apresentaram comprimento médio de 8,1 ± 0,7 mm (IC = 0,3; α = 0,05; n = 20), variando entre 5,6 e 9,2. A largura destas variou de 3,3 a 5,5 mm, apresentando média de 4,6 ± 0,7 (IC = 0,3; α = 0,05; n = 20).

No ano de 2011, a taxa de germinação de sementes foi de 5,6%, sendo que 17,8% não germinaram e 76,5% persistiram no substrato (Tabela 2). Nenhum fruto (n = 24) ou semente perfurados (n = 20) germinou ou persistiu. A baixa taxa de germinação registrada indica dificuldades na produção de plantas por meio de sementes, porém a alta porcentagem de sementes persistentes pode indicar que a espécie forme banco de sementes. Possivelmente, a predação de frutos e sementes comprometa a viabilidade das mesmas. Tabela 2 . Germinação de sementes de Tropaeolum pentaphyllum Lam., Sertão, RS

Sementes Número de sementes Porcentagem (%) Germinadas 62 5,6 Não germinadas 196 17,8 Persistentes 842 76,5 Total 1.100 100

4. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos indicaram que a taxa de frutificação através da polinização livre em T. pentaphyllum foi de 28,6%. A taxa de germinação obtida foi baixa (5,6%), porém, 98,4% das plântulas germinadas desenvolveram-se e produziram tubérculos.

5. AGRADECIMENTOS

A Fapergs pela concessão de bolsa ao primeiro autor deste estudo, e ao CNPq/PIBIC-EM pela concessão de bolsas ao terceiro, quarto e quinto autores.

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6. REFEFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAYER, C.; APPEL, O. 2003. Tropaeolaceae. In Kubitzki, K. (ed.). The families and genera of vascular plants , vol. 5, p. 400– 404.

CRONQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University Press, New York.

FAPEU - FUNDAÇÃO DE AMPARO A PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. PROBIO: Plantas para o Futuro, Região Sul. FAPEU, Florianópolis, 2006.

KINUPP, V. F. et al. Crem. In REIS, A.; SIMINSKI, A. 2007. Plantas do Futuro – Região Sul . Ministério do Meio ambiente. Brasília, p. 142-148.

MABBERLEY, D.J. 1987. The plant-book. Cambridge University Press, Cambridge.

MORS, W.B. et al. 2000. Medicinal plants of Brazil. Algonac.

SPARRE, B. 1972. Tropeoláceas. In Reitz, R. (ed.). Flora ilustrada Catarinense. Itajaí, Santa Catarina.

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O DESTINO DOS EGRESSOS DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA DO IFRS – CAMPUS SERTÃO

SERTOLI, Lindiamara1; DALABONA, Leocadia Marta; TOEBE, Josué*

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected];*Orientador PET – Programa de Educação Tutorial – IFRS.

1. INTRODUÇÃO

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

(IFRS) – Campus Sertão atua, a mais de 50 anos na formação de profissionais voltados para atividades ligadas ao campo. Em todos esses anos, perpassando por diferentes denominações, a instituição e o curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária (MEC/SETEC, 2008) se consolidaram como um tradicional destino para jovens interessados em se profissinalizar. Apesar dos esforços institucionais empreendidos para a melhor formação desses profissionais, técnicos em agropecuária, pouco se sabe sobre a efetiva colocação dos egressos no mercado de trabalho.

O objetivo deste trabalho foi elucidar o encaminhamento dos egressos do curso Técnico em Agropecuária do IFRS – Campus Sertão para descobrir de que maneira o curso influenciou na vida profissional destes. Dentre os questionamentos respondidos buscou-se saber qual o quantitativo de alunos que conseguiu trabalho na área agrícola, a fim de aplicar as técnicas aprendidas no curso, quantos desses egressos buscaram formação complementar no ensino superior ou outros cursos técnicos, quais são os cargos ocupados por esses egressos, qual a faixa de remuneração auferida no mercado de trabalho, dentre outras questões de relevância para a pesquisa.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Para elucidar as questões propostas, foi elaborado um questionário envolvendo questões discutidas preliminarmente e proprostas pelos docentes do cursoTécnico em Agropecuária do IFRS – Campus Sertão. A instituição não dispõem de cadastro atualizado com contato dos egressos, entretanto, a cada dois anos a Instituição realiza um evento recreativo denominado “Encontro de Ex-Alunos e Ex-Servidores”, em que boa parcela de egressos se encontra. No ano de 2011, o evento ocorreu no dia 9 de maio. Nesta oportunidade foi entregueum questionário para cada egresso interessado em colaborar com a pesquisa e disponibilizado um local adequado para o preenchimento. O questionário foi recolhido na sequência. Desta forma, foram obtidos 144 questionários devidamente respondidos.

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Após a aplicação dos questionários, foi feita a tabulação utilizando-se o software Microsoft Excel e as análises estatísticas foram realizadas com o software COSTAT (Costa& Castoldi, 2009).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a análise estatística, apesar de obtermos pequena quantidade de questionários, observamos números significativos relacionados ao perfil pessoal do egresso da Instituição, bem como dados relacionados ao futuro do profissional quando este sai da Instituição para o mercado de trabalho. O egresso mais antigo que respondeu o questionário formou-se em 1972 e o mais jovem formou-se em 2010, mostrando que o prestígio do curso perpassa muitas décadas.

Com relação ao sexo, constatou-se que 92% dos egressos que responderam o questionário são do sexo masculino, contra apenas 8% do sexo feminino. Esse resultado confirma observações empiricas feitas pelos docentes da instituição que afirmam que historicamente o curso Técnico em Agropecuária do IFRS - Campus Sertão tem sido procurado majoritariamente por acadêmicos do sexo masculino.

Outro aspecto relevante observado diz respeito a etnia dos egressos que participaram da pesquisa. 93% se disseram brancos, 4% se disseram pardos, 1,5% se disseram negros e 1,5% índios. Com relação ao local de moradia atual, 71% afirmam residir em área rural e 29% em área urbana.

Questionou-se também a colocação desses profissionais no mercado de trabalho. Nenhum dos entrevistados informou se está procurando trabalho atualmente; 79,5% afirmam trabalhar em atividades ligadas a área rural e 20,5% em outras áreas; 45,5% afirmam ter emprego fixo na iniciativa privada, 50% atuam como autonômos e 4,5% são funcionários públicos. Percebe-se, entre os entrevistados, o direcionamento para a área rural, foco do curso Técnico em Agropecuária e, além disso, uma predisposição para atuar como autônomos, prestando assistência a atividades rurais ou ainda proprietários de suas próprias áreas de terra.

A renda média mensal dos entevistados foi de R$ 2.987,68, sendo que 60% afirmaram que dessa renda dependem 4 ou mais pessoas e outros 40% que a renda serve de sustento para 3 ou menos pessoas. Infere-se com isso a grande importância que esses profissionais tem para o sustento de suas famílias, sendo que 85% afirmaram ter pelo menos 1 filho.

Com relação ao interesse em continuar estudando após a conclusão do curso técnico, 54,2% disseram que não buscaram nenhuma outra formação após a conclusãodo curso Técnico de Nível Médio. Outros 55,8% buscaram outra formação, sendo técnica de nível médio ou superior. Para o futuro, 51% pretendem realizar um curso superior, sendo que 82% na área agrícola.

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4. CONCLUSÕES

Após vários anos de constatações empíricas referentes ao perfil do aluno que a Instituição tem formado, percebe-se, a partir do trabalho de pesquisa realizado, que o curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária do IFRS – Campus Sertão influenciou a escolha profissional dos egressos, assim como a situação atual destes, que até então era desconhecida. Ainda percebe-se que esses profissionais colaboram significativamente do sustento de suas famílias, formaram famílias, e ainda tem o interesse de continuar estudando e aumentando seus conhecimentos.

5. AGRADECIMENTOS

Os pesquisadores agradecem ao apoio do Programa de Educação Tutorial PET / Conexões de Saberes.

6. REFEFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, C; CASTOLDI, F.L. CoStat: um programa para quem pensa que não gosta de estatística. Passo Fundo : Ed. Universidade de Passo Fundo, 2009. MEC/SETEC. Catálogo dos Cursos Técnicos . Disponível em: http://catalogonct.mec.gov.br/. (Acessado em 12/07/2011). Brasília/DF: 2008.

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MANIPULAÇÃO DO CICLO ESTRAL EM OVINOS FORA DA ESTACIONALIDADE REPRODUTIVA

CARNETI, Luiz Augusto1; BERRES, Pedro Henrique Dalberto; CENCI, Giliard; CERVO, Heitor José*.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected]. *Orientador.

1. INTRODUÇÃO A ovinocultura está apresentando um ciclo de crescimento mundial. Segundo

Dias et al. (2004), somente no Centro-Oeste brasileiro, esta atividade sofreu uma expansão de 35,40% na última década. Apesar do mercado consumidor estar em expansão, a oferta de animais para abate e/ou de produtos é inconstante e desuniforme nas diferentes regiões do País, indicando a desorganização da cadeia produtiva. Alguns gargalos são evidentes, como: a ausência de programas de melhoramento genético estruturados para rebanhos de ovinos; manejo sanitário ineficiente; baixo consumo per capita de carne e leite pela população; baixo nível de capacitação de técnicos, produtores e trabalhadores rurais em ovinocultura; e ausência de padronização e irregularidade na oferta dos produtos, com predominância da informalidade do mercado.

Paralelamente, existe demanda por parte da iniciativa privada por biotécnicas da reprodução em pequenos ruminantes, que visem o incremento da produtividade e da rentabilidade dos rebanhos e das unidades reprodutivas (Gusmão & Andrade Moura, 2005).

O controle do ciclo estral visa à distribuição de coberturas e partos ao longo do ano, de forma programada, com o objetivo de atender ao mercado consumidor de maneira uniforme, além de facilitar o manejo empregado na propriedade para uma produção mais homogênea, diminuindo o número excessivo de nascimentos em um determinado período do ano. Este tipo de procedimento acaba por diminuir os efeitos da estacionalidade reprodutiva do rebanho, aumentando a produtividade através da indução da ciclicidade, ou seja, promove vários ciclos durante o ano.

A quebra da estacionalidade pode ser obtida através do efeito macho (Traldi, 1994), tratamentos farmacológicos (Espeschit, 1998), programação de luz (manipulação do fotoperíodo) (Ribeiro, 1997) ou combinação destes, levando sempre em consideração a condição alimentar adequada.

Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi de verificar os efeitos dos diferentes protocolos de indução do cio e de sua utilização como ferramentas para otimização dos índices reprodutivos em ovinos lanados em anestro sazonal.

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2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Setor de Produção e Pesquisa II do Instituto

Federal do Rio Grande do Sul – Campus Sertão, durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2010, período em que os ovinos apresentavam anestro sazonal.

Foram utilizadas 40 ovelhas da raça Suffolk, multíparas, everminadas e em condição corporal semelhantes (na escala 1 a 5 / CC=4), divididos em quatro grupos com 10 animais. Os tratamentos foram compostos por: Efeito Macho (EM); EM + Efeito Luminoso (EML), EM + Efeito Farmacológico (EMF) e Testemunha (TEST). A alimentação foi a base de campo nativo, pastagem de azevém (Lolium multiflorum) e suplemento de 200 gramas de ração por animal por dia com 16% PB.

O EM foi feito através do isolamento prévio das ovelhas sem contato físico, visual, olfativo ou sonoro entre machos e fêmeas durante dois meses antes da introdução repentina do macho. Este foi exposto a uma fêmea induzida ao cio duas semanas antes da utilização para o acasalamento para estimular sua atividade reprodutiva.

O EML consistiu dos mesmos procedimentos do EM adicionado do controle luminoso, onde os animais foram expostos a 16h de luz e 8h de escuro por dia com o auxílio de lâmpadas fluorescentes instaladas no galpão ativadas diariamente por meio de um timer, cerca de 2h antes do alvorecer e automaticamente desligadas 2h após o entardecer. Esse procedimento alongou o fotoperíodo natural, permitindo uma luminosidade de 200lux no interior do galpão. Transcorridos 60 dias deste tratamento, iniciou-se o efeito macho.

O EMF teve como procedimento o EM adicionado a indução do cio com FOLLTROPIN® (84% Hormônio Folículo Estimulante (FSH) purificado + 16% Hormônio Luteinizante (LH) na dosagem de 0,5ml/ovelha via intramuscular.

O tratamento TEST foi composto por ovelhas que não receberam nenhum tipo de estímulo.

Os efeitos dos estímulos observados foram a fertilidade e prolificidade das fêmeas paridas.

O modelo matemático utilizado no experimento foi Yij = µ + ti + eij e análise da variância e Tukey a 5% para a observação da hipóteses H0 ou H1.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi observado que a taxa de natalidade e prolificidade foram maiores para o EM, mas não diferiram significativamente do EML, EMF e TEST (Tabela 1). Pode-se dizer com isso que a sazonalidade reprodutiva pode ser quebrada com o uso estratégico de um dos estímulos que induzam a ciclicidade nas ovelhas. Isto permite que se realize um manejo reprodutivo para a obtenção de 3 partos em 2 anos o que aumenta o desfrute do rebanho e consequentemente maior rentabilidade para esta atividade (Pugh, 2004).

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Observou-se também que ovelhas TEST tiveram um percentual de 20% de cios férteis e isto pode ser em razão de uma seleção para obtenção de fêmeas para não apresentarem sazonalidade reprodutiva. As ovelhas que receberam o EM, EML e EMF tiveram um percentual de 50, 40 e 30% de cios férteis respectivamente. A resposta da ovelha ao carneiro depende da intensidade do estímulo e da receptividade da fêmea, ou seja, da profundidade do anestro. Segundo Ungerfeld et al.(2004), fêmeas de raças com um forte padrão sazonal não responderão por mais forte que seja o estímulo, ao passo que em fêmeas de raças pouco sazonais, no final do período de anestro, bastará um estímulo rápido. Horta e Cavaco Gonçalves (2006) mostram existir interação entre a condição corporal e a profundidade do anestro, a qual influencia a eficiência de resposta ao efeito macho.

Tabela 1. Índices reprodutivos em ovinos da raça suffolk fora da sazonalidade

reprodutiva.

(Pr>0,05; Tukey a 5%: médias seguidas da mesma letra não diferem entre si) Para os animais dos grupos EMF e EML verificou-se redução do número de

fêmeas que pariram, porém não houve redução da prolificidade. Em estudos, Hawken et al. (2005) observaram resultados semelhantes para a indução com hormônios gonadotróficos.

Do ponto de vista prático e econômico, a utilização do EM apresenta resultados similares aos obtidos com a utilização de tratamentos hormonais e luminoso, possuindo como vantagem o custo quase nulo e a ausência de resíduos hormonais (Ungerfeld, 2003).

4. CONCLUSÕES Dentre os protocolos analisados, recomenda-se a utilização do EM, uma vez

que não há necessidade de aplicação de fármacos e iluminação artificial, o que poderia elevar o custo de produção. Além disso, reduz-se as intervenções reprodutivas e as práticas de manejo no rebanho ovino.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Tratamento Nº. Animais Tx.Parição Nº Cordeiros Nascidos Prolificidade Natalidade

EM 10 5 8 1,6a 0,8a EML 10 4 5 1,25a 0,5a EMF 10 3 4 1,33a 0,4a TEST 10 2 3 1,5a 0,3a

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MELHORIA DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE UM NITOSSOLO V ERMELHO

BRUINSMA, Matias Leocadio1; ROSA, David Peres da*; DIEFENTHAELER, Daniel; MASCHIO, Melina; MELARA, Flavia

¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected]. *Orientador.

1. INTRODUÇÃO

Cada vez mais agricultores vêm sofrendo com os problemas originados pela compactação do solo, que é potencializado em anos agrícolas de regime pluviométrico reduzido, tornando-se o fator determinante na redução da produtividade.

Um dos parâmetros mais sensíveis a detecção de camadas densas de solo é a resistência mecânica do solo à penetração, que atualmente é uma medida cada vez mais empregada no campo em razão de ser um parâmetro de rápida obtenção. Solos compactados geralmente apresentam alta resistência à penetração do aparelho empregado na sua medição.

O uso de grades aradoras ou escarificadores é uma técnica empregada algumas vezes para a redução da compactação. O emprego de escarificadores, caracterizado pelo manejo de cultivo mínimo, segundo estudos de Rosa et al. (2008), reduzem a compactação do solo mantendo parte da palha na superfície. Contudo, alguns agricultores vêm realizando o revolvimento do solo com a utilização de grades aradoras, as quais caracterizam o manejo do sistema convencional, perdendo alguns benefícios que são conseguidos com o plantio direto com o passar do tempo.

Outra técnica de descompactação pode ser realizada através do emprego de haste sulcadora de adubo na semeadora, a qual promove uma descompactação superficial do solo. Segundo estudos de Rosa et al. (2008), Reichert et al. (2009), e Streck et al. (2004) os solos manejados pelo plantio direto ao longo dos anos vem apresentando uma camada mais densa entre 0,10-0,15m, profundidade que pode ser alcançada pela haste sulcadora.

O objetivo deste trabalho foi verificar se o aumento da profundidade de atuação da haste sulcadora da semeadora ou uso de escarificadores são eficientes na descompactação da camada arável de um Nitossolo Vermelho.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em um Nitossolo Vermelho (EMBRAPA, 2006) do Setor de Mecanização Agrícola do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão, e instalado no ano de 2010.

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A campo, os tratamentos foram distribuídos em blocos ao acaso, possuindo 4 repetições (parcelas de 7,3 x 15 m) e os seguintes tratamentos: PD7 – plantio direto com sulcador atuando a 0,07 m de profundidade; PD12 – plantio direto com sulcador atuando a 0,12 m de profundidade; PC – preparo convencional; e CM – cultivo mínimo. Para qualificação do estado físico do solo, foi mensurada a resistência do solo à penetração na linha de semeadura da soja, e extraídas 3 plantas para determinação da massa seca de raiz e comprimento radicular. As avaliações foram realizadas 7 dias após sua floração.

Para verificação do efeito dos manejos na planta foi mensurado a massa seca de raiz e comprimento radicular.

Amostras de solo com estrutura não preservada foram extraídas do solo nas camadas 0,0-0,1 m, 0,1-0,2m e 0,2-0,3 m, com um trado tipo calador, para determinação da umidade do solo no momento da penetrometria.

A análise estatística constou de analise de variância e teste de comparação de médias através do teste de Tukey (P<0,05) realizada pelo Assista 7.6 (Silva & Azevedo, 2009).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A resistência mecânica (RP) do solo à penetração (Figura 1) demonstra

comportamento variando em função do manejo, onde o solo sob plantio convencional apresentou a menor RP, seguido pelo cultivo mínimo, plantio direto com sulcador a 0,12 m e plantio direto com sulcador a 0,07 m. Isto ocorre até os 0,15 m, demonstrando a ação mobilizadora da grade aradora e do escarificador na redução da compactação em superfície.

Outro fato constatado é que a camada de 0,13 -0,15m apresenta os maiores valores de RP, após essa, ocorre redução da mesma. Segundo Reichert et al. (2009) a ação mais expressiva do tráfego está nesta camada, que é a camada de concentração das alterações geradas pelo tráfego, nomeada como pé-de-plantio direto. Isso também foi encontrado por Streck et al. (2004) em Argissolo Vermelho Amarelo.

Percebe-se que o aumento da profundidade de trabalho do sulcador gerou redução da resistência do solo, o que pode ser usado como estratégia de redução da compactação na camada superficial, sem comprometer a eficiência do trator no tracionamento da semeadora.

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0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600

Resistência à penetração (kPa)

30

25

20

15

10

5

Pro

fundid

ade (c

m)

LegendaPlantio Direto com sulcador a 7cm Plantio Direto com sulcador a 12cm Cultivo MínimoPlantio Convencional

Figura 1. Resistência mecânica do solo a penetração (RP) em função dos diferentes

manejos de solo em estudo.

Tomando como base o valor restritivo ao desenvolvimento de plantas de 2000 kPa proposto por Taylor (1966), observa-se que em nenhum manejo chegou próximo a este valor, contudo, as raízes da soja dos manejos PD7, PD12 e PC (Figura 2) demonstram um desenvolvimento no sentido horizontal, ou seja, as mesmas encontraram impedimento mecânico.

Figura 2. Raízes das plantas submetidas aos diferentes manejos de solo em

estudo.

As raízes do cultivo mínimo foram às únicas que se desenvolveram em profundidade, isto está em concordância com os dados obtidos por Rosa et al. (2008) e Seixas et al. (2005). Nos estudos de Seixas et al. (2005), a escarificação

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proporcionou maior distribuição das raízes de milho em profundidade do que sob plantio direto.

Os dados de umidade gravimétrica, resistência mecânica à penetração nos 0,05 m, 0,10 m e 0,15 m, massa seca de raiz e comprimento da raiz encontram-se na Tabela 1. A umidade não apresentou diferença entre os tratamentos, demonstrando que o comportamento da curva de resistência mecânica à penetração está ligado às alterações proporcionadas pelo manejo do solo. Tabela 1. Umidade gravimétrica (Ug), Resistência Mecânica a Penetração (RP) a

0.05m, 0.10m e 0.15m, Massa Seca Raíz (MSR) e Comprimento Radicular (CR) de um Nitossolo Vermelho nos diferentes manejos de solo em estudo.

Ug (%) RP (5cm) RP (10cm) RP (15cm) MSR CR

0-10cm 10-20cm 20-30cm kPa G Cm

Plantio direto com sulcador a 7cm 22,06 a 20,22 a 22,99 a 1005,2 ab 1100,8 a 980,7 A 1,6 A 14,63 A Plantio direto com sulcador a 12 cm 23,01 a 21,33 a 24,35 a 1260,7 a 1042 a 1360,7 A 1,6 A 13,91 A

Cultivo mínimo 23,49 a 22,35 a 22,65 a 355,5 b 610,5 a 980,7 A 1,5 A 12,54 A

Plantio convencional 21,19 a 19,07 a 19,84 a 502,6 b 1042 a 1194 A 1,4 A 12,25 A

CV (%) 10,36 7,9 10,53 40,86 45,18 25,22 35,28 16,55

A resistência mecânica à penetração (RP) nos primeiros 0,05 m, profundidade

na qual houve mobilização em todos os manejos, percebe-se que só houve diferença entre o PD12 ao CM e PC. Independente da profundidade, o CM foi o solo que apresentou os menores valores de RP. Na profundidade 0,07 m e 0,12 m, não houve diferenças significativas. Segundo estudos de Kaiser et al. (2009), a RP e aeração são os principais fatores limitantes para o desenvolvimento de plantas em Nitossolos quando em elevados níveis de compactação, porém, se analisarmos as raízes neste solo, percebe-se que embora os valores da RP não foram elevados (<2000kPa), as raízes encontraram impedimento mecânico, desenvolvendo-se horizontalmente em função da mobilização realizada no manejo.

A massa seca de raiz e o comprimento radicular não apresentaram diferença, isto deve estar relacionado às boas condições hídricas em que a soja foi submetida durante o seu desenvolvimento, o que resultou numa produtividade média na região ao redor do experimento de 55sc ha-1.

4. CONCLUSÕES

1. A subsolagem favorece o desenvolvimento das raízes em profundidade e reduz a resistência do solo à penetração, sendo eficiente como estratégia de redução da compactação.

2. O aumento da profundidade de sulcagem na semeadura reduz à resistência a penetração.

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3. Há uma camada compactada ao redor dos 0,15 m, que resulta em impedimento mecânico ao desenvolvimento das raízes da soja.

4. A massa seca de raiz e o comprimento radicular não apresentam variação em situações hídricas favoráveis ao desenvolvimento de plantas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos . Brasília, EMBRAPA, 2006 412p.

KAISER, D.R.; REINERT, D.J.; REICHERT, J.M.; COLLARES, G.L.; KUNZ, M. Intervalo hídrico ótimo no perfil explorado pelas raízes de feijoeiro em um Latossolo sob diferentes níveis de compactação. R. Bras. Ciênc. Solo , 33: 845-855, 2009.

REICHERT, J.M.; SUZUKI, L.E.A.S.; REINERT, D.J.; HORN, R.; HÅKANSSON, I. Reference bulk density and critical degree-of-compactness for no-till crop production in subtropical highly weathered soils. Soil Till. Res ., 102:242–254, 2009.

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SEIXAS, J.; ROLOFF, G.; RALISCH, R. Tráfego de máquinas e enraizamento do milho em plantio direto. Ci. Rural , 35:794-798, 2005.

STRECK, C.A.; REINERT, D.J.; REICHERT, J.M.; KAISER, D.R. Modificações em propriedades físicas com a compactação do solo causada pelo tráfego induzido de um trator em plantio direto. Ci. Rural , 34:755-760, 2004.

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EFEITO DE DIFERENTES TRATAMENTOS QUIMICOS QUANTO A UMIDADE E CONTAGEM BACTERIANA DE CAMA DE FRANGO DE CORTE

CECCHIN, Raul1; LUCCA, Walter*; OLIVEIRA, Vanessa; GRADIN, Joilson; TIMBOLA, Elias; ALVES,

Alisson.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

Email: [email protected]. *Orientador.

1. INTRODUÇÃO

O manejo correto da cama nos galpões avícolas é um aspecto crucial na produção, pois afeta a saúde das aves, seu desempenho e consequentemente a lucratividade. A avicultura é uma das atividades zootécnicas que mais evoluiu nas últimas décadas, em função da eficiência de produção de carne de frango a custos mais baixos e a facilidade de produzir ave para o abate em um curto espaço de tempo. A cama de aviário é uma cobertura que varia de 5 a 10 cm de espessura disposta sobre o piso do galpão, que utiliza diversos materiais, como por exemplo, serragem ou maravalha de pinnus, eucalipto, madeira de lei, casca de arroz, bagaço de cana, sabugo de milho ou palha, podendo ser renovada a cada ciclo de produção ou reutilizada em até seis lotes (Ávila et al., 1992). A adição de elementos químicos hidróxido de cálcio (500g/m2), sulfato de alumínio (500g/m2), sulfato de cálcio (1000g/m2), sulfato de cálcio (48%) + filosilicato expandido (28%) + qsp (500g/m2) na cama causam alterações no pH e propiciam um meio desfavorável ao crescimento de microorganismos patogênicos para a cadeia avícola.

Para Moore (2000), o Sulfato de alumínio (sal) reduziu significativamente o pH da cama, principalmente nas quatro primeiras semanas do ciclo. A redução do pH é devido ao fato de o Sulfato de alumínio ser um ácido com seis moles de prótons formados para cada mol de Sulfato de alumínio dissociado. De acordo com Ávila et al. (2008), por apresentar um clima que permite a produção em aviários abertos, o Brasil fornece condições de reutilização da cama usada por seis lotes consecutivos ou mais.

Em estudo Fiorentin (2005), percebeu que a adição do Sulfato de alumínio na cama aviária permitiu uma redução da contaminação por Campilobacter, embora a redução da Salmonela pareça ser mais difícil. O mesmo autor percebeu que a diminuição do pH é mais frequente como método de redução do impacto bacteriano da cama, uma vez que também reduz a volatilização da amônia.

O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho do lote de frangos de corte, sobre aplicação de diferentes tratamentos químicos na cama.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

Para realizar o experimento foram adquiridos 500 pintos de corte de um dia de idade de ambos os sexos da linhagem COBB 500. As aves foram alojadas no setor de Zootecnia I do IFRS - Campus Sertão no primeiro semestre de 2011. Estes foram distribuídos em 20 boxes experimentais inteiramente casualizado com espaço de 2m2 de área, contendo 25 aves por boxes. As aves foram alimentadas com uma dieta balanceada à base de milho, soja e núcleos para as diferentes fases de produção dos frangos de corte. A densidade de aves por metro quadrado seguiu os padrões de alojamento das Agroindústrias em galpões convencionais da região.

Para as análises de contagem bacteriana e umidade, coletou-se cama de cinco pontos de cada uma das vinte parcelas que foram separadas conforme tratamento utilizado, acondicionadas em recipientes estéreis, homogeneizadas e um pool de 60 gramas foi usado para análise. A cama utilizada era referente à camada superior até uma profundidade de 5 cm, distantes dos bebedouros e comedouros.

A contagem bacteriana foi verificada semanalmente durante o manejo produtivo. A técnica para contagem bacteriana e preparo da amostra realizou-se da seguinte maneira: pesou-se 25g +/- 0,2g da amostra de cama de aviário, após adicionou-se 225 mL de água peptonada 0,1%, homogeneizou-se por aproximadamente 3 minutos em “stomacher”, diluiu-se a 10-1 e a partir da diluição inicial (10-1) diluiu-se até 10-10. A inoculação em placas para os diferentes meios de cultura seguiu com aplicação de 100 uL das diluições 10-5 a 10-10 em Plate Count Agar solidificado (bactérias mesófilas totais), e 10-3 a 10-7 em Ágar MacConkey (Enterobactérias totais). Após incubou-se as placas invertidas a 36° +/- 1°C por 24 e 48 horas e realizou-se a contagem de todas as colônias e os resultados foram expressos em UFC/g conforme a instrução normativa 62, Brasil (2003).

Para a análise da umidade foram coletadas amostras semanalmente, que variaram de 3 a 5 gramas, e colocadas para secar em estufa com circulação forçada do ar a uma temperatura de 105ºC por 16 horas (secagem definitiva). Os dados foram submetidos ao programa estatístico SISVAR (Sistema de Analise Estatístico e Planejamento de Sistemas), para análises de correlação.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os elementos químicos tiveram atuação eficaz quanto à absorção da umidade na 1ª semana, conforme é visualizado na Figura 01. Na 2ª semana, todos os tratamentos mostraram-se eficazes na absorção da umidade, porém conforme as aves foram crescendo houve maior volume de fezes na cama aviária, o que elevou a perda da eficiência dos produtos.

A correlação da umidade foi significativa (P<0,05) entre todos os tratamentos Ca(OH)2; Al2(SO4)3); CaSO4; CaSO4 + Filosilicato e testemunha conforme mostra o Quadro 1, estando de acordo com Neme et al. (2000) e Ávila et al. (1992).

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Figura 1. Análise da umidade na cama aviária com o uso de diferentes tratamentos

químicos.

Quadro 1. Correlação entre a umidade da cama aviária em relação a umidade nos diferentes tratamentos.

Ca(OH)2 Al 2(SO4)3 CaSO4 CaSO4+Filosilicato Umidade: Ca(OH)2

R - -

- -

- -

- - P

Umidade: Al 2(SO4)3

R 0,8986 0,0148

- -

- -

- - P

Umidade: CaSO4)

R 0,9154 0,0140

0,9384 0,0055

- -

- - P

Umidade: CaSO4+Filosilicato

R 0,8938 0,0162

0,9827 0,0004

0,8768 0,0217

- - P

Umidade: Testemunha

R 0,9604 0,0023

0,9678 0,0015

0,9824 0,0004

0,9392 0,0054 P

R- Correlação; (P<0,05)

Quadro 2 . Correlação entre contagem de microorganismo com Meio de cultura Plate

Count Agar em (UFC/g) nos diferentes tratamentos. Ca(OH)2 Al2(SO4)3 CaSO4 (CaSO4 + Filosilicato)

PCA Ca(OH)2

R - -

- -

- -

- - P

PCA Al 2(SO4)3

R 0,7544 0,083

- -

- -

- - P

PCA CaSO4

R 0,9784 0,0006

0,6573 0,1559

- -

- - P

PCA CaSO4+Filosilicato

R 0,9556 0,0029

0,8847 0,0191

0,9211 0,0090

- - P

PCA Testemunha

R 0,0152 0,9771

0,6498 0,1624

-0,1145 0,8288

0,2719 0,6021 P

R- Correlação; (P<0,05)

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Pela correlação o hidróxido de cálcio absorveu umidade sem atingir o nível significativo, porém em relação aos demais tratamentos foi percebido significância (P<0,05). Na avaliação ao crescimento bacteriano foram realizadas contagens de bactérias mesófilas totais com meio de cultura Plate Count Agar em (UFC/g), nas quais observamos efeito significativo (P<0,05), porém na correlação entre sulfato de alumínio e o sulfato de cálcio e testemunha não houve significância (P<0,05), conforme Quadro 2.

Com o uso do meio de cultura Ágar MacConkey para contagem de Enterobactérias totais (Quadro 3), observamos correlação apenas no tratamento Sulfato de cálcio associado ao filosilicato em que demonstrou menor desenvolvimento, o que foi comprovado por Werle et al. (2010). Quadro 3 . Correlação entre contagem de microorganismo (Enterobactérias totais)

com o meio de cultura Ágar MacConkey em (UFC/g), em relação meio de cultura Ágar MacConkey nos diferentes tratamentos. Ca(OH)2 Al 2(SO4)3 CaSO4 CaSO4 + Filosilicato

Mac Conkey (Ca(OH)2);

R - -

- -

- -

- - P

Mac Conkey Al2(SO4)3

R -0,2166 0,6801

- -

- -

- - P

Mac Conkey (CaSO4)

R -0,0006 0,9990

0,1508 0,7754

- -

- - P

Mac Conkey CaSO4)+Filosilicato

R 0,5392 0,2695

0,5260 0,2837

0,2230 0,6710

- - P

Mac Conkey Testemunha

R 0,2334 0,6561

0,6948 0,1254

0,1363 0,7967

0,9251 0,0082 P

R- Correlação; (P<0,05)

4. CONCLUSÕES

Verificamos que todos os elementos químicos absorveram umidade nas duas primeiras semanas, enquanto o volume de fezes era menor. No controle de Enterobácterias totais em cama aviária com meio de cultura Ágar MacConkey o uso do Sulfato de cálcio associado ao filosilicato foi eficaz. No controle de bactérias mesófilas em cama aviária com meio de cultura Plate Count Agar os tratamentos sulfato de cálcio e sulfato de cálcio associado ao filosilicato apresentaram correlação significativa.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INIMIGOS NATURAIS NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DO IFRS CAMPUS SERTÃO

BOGONI, Roseli Pessotto1; SIMON, Miguel Luiz; STEFANELLO JÚNIOR, Getulio Jorge*.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail:[email protected]; *Orientador.

1. INTRODUÇÃO

O incremento na produtividade verificado para a maioria das culturas resulta de adoção de melhores técnicas de cultivo, tais como: as práticas de manejo e conservação do solo; a adoção de cultivares mais produtivas; a utilização de fertilizantes químicos; o controle integrado de pragas e, mais tarde, o manejo integrado de pragas – MIP (Kogan, 1998). Umas das maneiras que pode proporcionar uma agricultura de menor impacto é a substituição desses insumos químicos por inimigos naturais para o controle de insetos-praga, tais como inimigos naturais. Esses inimigos naturais podem ser de várias espécies ou famílias taxonômicas, conforme as pragas que deve ser controladas, levando-se sempre em conta a região que será feito esse controle, o clima da mesma, as pragas em questão e o tipo de culturas que se deseja produzir.

Publicações recentes (Nava & Nachtigal, 2010) revelam que o controle biológico no Sul do Brasil em 2008 apresentou destaque como tática de controle para insetos-praga em algumas culturas, tais como soja (350 a 400.000 hectares tratados com Baculovirus anticarsia para controle de lagarta-da-soja; Trissolcus basalis e Telenomus podisi, com produção anual de 25.000 parasitóides para liberação); milho (3.000 hectares tratados com Trichogramma pretiosum para controle da lagarta-do-cartucho-do-milho); morangueiro e flores (10 hectares tratados com Neoseiulus californicus, ácaro predador, para controle de ácaro rajado). Essas culturas, ainda que representem pequena área comparada à cultura da cana-de-açúcar que atinge 1.700.000 hectares com uso de inimigos naturais, são importantes difusores do controle biológico, que vem ganhando adoção em lavouras do Sul do Brasil.

O objetivo desse trabalho foi realizar o levantamento das principais espécies de inimigos naturais que ocorrerem nos insetos-praga de hortaliças e citros no IFRS Campus Sertão, Região Norte do Rio Grande do Sul.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão, RS. Os insetos foram coletados nos diferentes sistemas de produção e armazenados ou criados nas dependências do Laboratório do Centro de Estudos em Defesa Sanitária Vegetal do IFRS –

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Campus Sertão. Foram realizadas coletas semanais ou conforme ocorrência de insetos-praga e/ou inimigos naturais em hortaliças (culturas do brócolis e couve), e em frutíferas (cultura do citros).

Na cultura da couve e brócolis as lagartas do curuquerê, espécie Ascia monuste orseis (Lepidoptera: Pieridae) foram coletadas e levadas até o laboratório, onde foram armazenadas individualmente em recipientes plásticos e alimentados com folhas da respectiva cultura até a fase de pupa ou mortalidade em função dos parasitóides, caso estivessem parasitadas. Também foram coletadas casulos do parasitóide, as quais estavam localizadas sobre folhas superiores, da cultura do brócolis e couve, como resultado da mortalidade da lagarta ainda no sistema de produção em função dos inimigos naturais. Os casulos também foram acondicionados em recipientes plástico, a fim de permitir a emergência dos parasitóides.

Na cultura do citros foi realizada a coleta de coleópteros predadores, nas fases de ovo, larva e adulto. Os insetos foram acondicionados em recipientes plásticos para manutenção de uma população, a qual foi alimentada com pulgões da própria cultura.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O controle biológico natural em hortaliças foi muito importante para a manutenção do sanidade da cultura, pois 100% das lagartas coletadas e levadas ao laboratório, onde foram mantidas sob alimentação do próprio hospedeiro, apresentaram a emergência de parasitóides, que são importantes inimigos naturais de lagartas de A. monuste orseis. Este inseto-praga é uma importante praga na cultura da couve e brócolis, entre outras hortaliças, onde a fase jovem da mariposa consome os tecidos foliares, causando deterioração do produto e diminuindo a quantidade/qualidade do produto final.

Os inimigos naturais foram identificados como pertencentes a Ordem Hymenoptera, Família Braconidae e gênero Cotesia, que são vespas que atuam como importantes parasitóides larvais, ou seja, ovipositam no interior das lagartas de A. monuste orseis, das quais emergem mais vespas posteriormente. A multiplicação dos himenópteros, entretanto, não foi possível por não ter sido encontrado lagartas do inseto-praga A. monuste orseis não parasitadas para compor a criação.

Na cultura dos citros, os principais inimigos naturais coletados foram insetos predadores da Ordem Coleoptera, Família Coccinellidade, espécies Cycloneda sanguinea e Harmonia axyridis. Estes inimigos naturais são importantes predadores de pulgões na cultura dos citros, principalmente nos sistemas de produção que utilizam poucas aplicações de agrotóxicos. Verificou-se, neste estudo preliminar de conhecimento das espécies, uma alta população de H. axyridis em relação aos demais coccinelídeos predadores da mesma Ordem, os quais foram levadas ao laboratório para multiplicação.

O estabelecimento da criação, entretanto, não foi possível em função da baixa oferta de pulgões na cultura do citros, os quais foram controlados

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biologicamente pelos inimigos naturais. Foram utilizadas espécies variadas de pulgões, na tentativa de aumentar a população de H. axyridis e C. sanguinea, entretanto não foi possível obter posturas dos insetos, fato que pode ter acontecido pelo não atendimento das condições nutricionais dos insetos. Os insetos predadores, embora sejam mais generalistas quando comparado aos parasitóides, também não se desenvolvem de maneira eficiente quando alimentados por presas inadequadas.

4. CONCLUSÕES

Há ocorrência de inimigos naturais nos sistemas de produção de hortaliças e frutíferas de maneira que o controle biológico foi eficiente, considerando-se o ano, cultura e condições climáticas do local estudado.

Os parasitóides do gênero Cotesia são os principais inimigos naturais da cultura da couve e do brócolis.

Os coleópteros predadores da espécie H. axyridis e C. sanguinea são importantes predadores de pulgões na cultura dos citros, principalmente quando a praga ocorre nos períodos mais quentes na Região Sul, que corresponde à estação de crescimento vegetativo.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KOGAN, M. Integrated Pest Management: Historical perspectives and contemporary developments. Annual Review of Entomology, v.43, p.243-270, 1998. NAVA, D.; NACHTIGAL, G.F. Controle biológico no Sul do Brasil. Revista G.Bio – Controle Biológico. Ed. Especial, abril de 2010. ZAZYCKI, L.C.F. Diversidade de Coccinellidae em morangueiro e pesse gueiro e biologia de três espécies em laboratório. Dissertão (Mestrado em Fitossanidade). Universidade Federal de Pelotas, RS. 2010.

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ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O NÍVEL DE ESCOLARIDADE E O INTERESSE NO RETORNO A SALA DE AULA DE JOVENS E ADU LTOS DO

INTERIOR DO MUNICÍPIO DE SERTÃO/RS

VASCONCELOS, Tacila1; Alline Kochhann; Josué Toebe*

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail: [email protected]. *Tutor do Programa de Educação Tutorial PET/Conexões de Saberes.

1. INTRODUÇÃO

O analfabetismo e a pouca escolaridade de jovens e adultos são problemas que atingem grande parte da população brasileira. Em se tratando da população rural, esse problema se acentua por uma série de motivos que vão desde o pouco investimento governamental na educação de populações do campo até fatores histórico-culturais de supervalorização das atividades braçais para a subsistência em detrimento das atividades intelectuais.

Este trabalho tem como objetivo principal averiguar, junto a comunidade do interior do município de Sertão/RS, a necessidade da realização de ações que permitam elevar o nível de escolaridade da população. Assim, pretende-se descobrir o nível de escolaridade e o interesse e/ou necessidade da comunidade em voltar aos bancos escolares, mediante cursos voltados a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A EJA remete ao conjunto de processos de aprendizagens, formais ou não formais, graças aos quais as pessoas adultas desenvolvem suas capacidades, enriquecem seus conhecimentos e melhoram suas competências técnicas/profissionais ou as reorientam a fim de atender suas próprias necessidades e as da sociedade (Freire, 1979; Freire & Macedo, 1990; Beisiegel, 2010).

2. MATERIAL E MÉTODOS

Após um estudo teórico preliminar, um questionário foi elaborado visando elucidar as questões em estudo. Procurou-se no questionário evitar a identificação do entrevistado. Para a aplicação do questionário, contou-se com a ajuda de alunos de quatro escolas municipais e estaduais do município de Sertão/RS. As escolas visitadas foram: Escola Municipal de Ensino Fundamental Linha Secco, Escola Municipal de Ensino Fundamental Ângelo Boccalon, Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio de Col e Escola Estadual de Ensino Fundamental Bandeirantes. Os questionários foram entregues aos alunos de 7º e 8º ano do ensino fundamental, que os levaram para suas comunidades e, mediante conversa com pais, parentes ou amigos adultos, coletaram as informações. Dessa forma puderam-se obter respostas e com um mínimo de interferência no cotidiano das comunidades. No total 400 questionários foram distribuídos, sendo que destes, 118 retornaram preenchidos.

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As perguntas construídas objetivaram, além de averiguar o grau de escolaridade, descobrir o motivo pelo qual essas pessoas não ingressaram em uma escola ou o motivo pelo qual elas abandonaram prematuramente seus estudos. Ainda, indagou-se se existe o interesse em iniciar/continuar os estudos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com relação ao nível de escolaridade da população entrevistada, obteve-se que 42% cursaram do 1° até o 4º ano do ensino funda mental, 40% do 5° ao 8ª ano, 16% tem o ensino médio incompleto e apenas 2% dos entrevistados finalizaram o ensino médio. Não retornam questionários com informações de analfabetos ou com escolaridade superior ao ensino médio. As idades variaram dos 20 aos 82 anos. Tabela 1. Motivos para a desistência dos estudos Motivos da desistência dos estudos Respostas (%)* Sem transporte para a Escola; 74% Sem Escola na região; 25% Falta de interesse, necessidade e/ou incentivo; 14% Falta de condições financeiras e necessidade de trabalhar 39% * Podendo ter mais de uma escolha

Com relação aos motivos que levaram ao abandono dos estudos, como apresentado na tabela 1, a grande maioria alegou que na ocasião não existia transporte de sua residência até a escola e a ainda, destaca-se, a necessidade de trabalhar para auxiliar no sustento da família.

Para a questão: Se você tivesse a oportunidade de continuar seus estudos, você continuaria? 60% dos entrevistados responderam que continuariam. Outros 40% responderam que não tem interesse em retornar aos bancos escolares ou que se sentiriam contrangidos em retornar a escola.

Aos que demonstraram interesse em retornar aos estudos, quando perguntados sobre quais os motivos os levam a não retornar, praticamente a totalidade, 93% alegam desconhecer escolas em sua região que ofereçam educação para adultos ou ainda a inexistência de transporte gratuito para escolas que ofereçam. Outros 7% alegam outros motivos.

Observa-se que existe um forte interesse em voltar a estudar, dentre os adultos do interior do município de Sertão, porém a falta de condições ou a desinformação não favorecem esse retorno. Muitos não conhecem os programas de Educação de Jovens e Adultos mantidos pelas esferas governamentais e outros não têm o conhecimento de quais instituições oferecem o programa. Além disso, existe a falta de transporte até as escolas.

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4. CONCLUSÕES

Assim, percebe-se que com a ampliação da oferta de EJA no interior do município de Sertão/RS, aumento da divulgação desses cursos dentre os interessados e a utilização métodos atrativos de educação, que não os façam se sentir constrangidos em retornar a sala de aula, resultaria em um incremento significativo no nível de escolaridade da população.

5. AGRADECIMENTOS

Os pesquisadores agradecem ao apoio do Programa de Educação Tutorial PET / Conexões de saberes e ainda aos diretores, professores e alunos das escolas que contribuiram para a realização deste trabalho.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEISIEGEL, C. DE R. Paulo Freire . Recife: Massangana, 2010. FREIRE, P. Educação e Mudança . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra . 3rd ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

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PROPAGAÇÃO DE ERVA-MATE ( Ilex paraguariensis L.) SOB INFLUÊNCIA DE TAMANHO DE ESTACAS, FITORMÔNIOS E SUBSTRATOS

NUNES, Vinícius Lopes1; PRUVINELLI, Anderson Luis Marques; LODÉA, Darlan Luis; PUHL,

Matheus Jardel; MALDANER, Edegar Thomas; GETELINA, Welliton Carlos; THEISEN, Sergiomar*.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão - Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – Caixa Postal 21 – CEP 99170-000.

E-mail:[email protected]. *Orientador.

1. INTRODUÇÃO A planta Ilex paraguariensis L., também conhecida como erva-mate, é espécie

arbórea nativa da floresta ombrófila mista na América do Sul, cujas folhas são largamente utilizadas na medicina e consumidas na forma de chá. É considerada uma cultura de grande importância socioeconômica para a região sul do Brasil, Paraguai e Argentina (Kricun et al., 1995; Lorenzi & Matos, 2002 citado por Bitencourt et al., 2009).

A taxa de germinação das sementes é baixa e desuniforme, devido à imaturidade do embrião, o que dificulta a produção de mudas. A estaquia, portanto, é uma alternativa à propagação desta espécie, utilizando-se fitormônios como potencializadores do processo de enraizamento (Kricun et al., 1995; Fowler & Sturion, 2000 citado por Bitencourt et al., 2009).

Em se tratando de uma cultura perene, o sucesso do empreendimento depende grandemente dos cuidados dispensados na implantação do erval. Um ponto importante a ser considerado, diz respeito à qualidade das mudas que, por sua vez, dentre outros fatores, é função da qualidade do substrato que as sustentam até a chegada a campo.

O presente trabalho teve como finalidade detectar o melhor substrato e dose de ácido indol butírico (AIB) para a obtenção de mudas de erva-mate.

2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no IFRS – Campus Sertão em uma casa de

vegetação com sistema de irrigação por aspersão automático, com vazão de 14 litros por hora, com sistema de acionamento mecânico por raquete. O experimento foi realizado entre março e maio de 2011 e repetido entre maio e outubro de 2011.

As estacas foram cortadas com cerca de 10 cm de comprimento em bisel na base, deixando duas folhas cortadas pela metade na parte apical. O número total de estacas foi de 660. O plantio foi realizado em tubetes lavados e deixado em solução de água sanitária a 5 % durante dois dias, após este processo foi colocado a secar.

Os substratos utilizados foram: casca de arroz carbonizada (CAC), areia e a mistura de ambos na proporção de 50 % volume/volume. Os substratos foram

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previamente esterilizados com calor úmido e após este processo colocado nos tubetes.

No experimento foi utilizado o fitormônio ácido indol butírico (AIB) nas doses de 0 e 2000 mg.l-1. A diluição do fitormônio foi realizada utilizando-se álcool de cereais a 70% e água destilada para completar o volume adequando à concentração necessária. Após, as estacas foram imersas por 10 segundos e acondicionadas nos substratos.

Aos 140 dias foi realizada a avaliação do número de estacas vivas e enraizadas, sendo o resultado expresso em percentagem de enraizamento.

Os resultados foram analisados através de programa estatístico Statistica 6.0, realizando a comparação entre médias de tratamentos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De forma geral, observa-se para a avaliação de estacas sobreviventes e enraizadas que o melhor substrato foi a casca de arroz carbonizada, seguido de casca de arroz carbonizada associada com areia esterilizada (Figura 1).

Figura 1. Percentagem de estacas sobreviventes avaliadas aos 140 dias em função

dos diferentes fitormônios e substratos. Sertão/RS, 2011. As melhores respostas sem a utilização de AIB foram os tratamentos casca de

arroz carbonizada (CAC) e CAC associada com Areia esterilizada com a média de 9,9% e 6,9%, respectivamente. Para a concentração de 2000 mg.l-1 de fitormônio AIB o melhor resultado foi de 17,9% de estacas sobreviventes para o tratamento

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utilizando casca de arroz carbonizada. A Figura 2 demonstra a formação de calos e o enraizamento das estacas.

Figura 2. Estacas de erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hill.) apresentando calos

sem presença de fitormônio AIB (A) e raízes com presença de 2000 mg.l-1 de fitormônio AIB (B) visualizadas aos 140 dias após o plantio. Sertão/RS, 2011.

4. CONCLUSÕES

Ao término deste trabalho conclui-se que a utilização de AIB na dose de 2000 mg.l-1 proporcionou o maior índice de estacas vivas e enraizadas.

O melhor substrato foi a casca de arroz carbonizada independente da utilização de areia associada.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BITENCOURT, J. ZUFFELLATO-RIBAS, K.C. WENDLING, I. KOEHLER, H.S. Enraizamento de estacas de erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hill.) provenientes de brotações rejuvenescidas. Rev. Bras. Pl. Med ., Botucatu, v.11, n.3, p.277-281, 2009. KRICUN et al. Seleção e multiplicação. In: WING et al. Erva-mate: biologia e cultura no cone sul. 1ª, Edição. Porto Alegre- RS, Editora da universidade/ UFRGS. 1995. p. 137. ISBN 85-7025-296-x.

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ENSAIO ESTADUAL DE HÍBRIDOS DE MILHO SUPERPRECOCE D A FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EM SERTÃ O

GHELLER, Wilian Paulo1; SANTOS, Fernando Machado dos*; DEPIERI, Victor Zangirolami; POTT,

Luan Pierre; BORBA, Matheus Prado; PICCOLI, Ariel Bergmann; GROSSELLI, Abraão Angelo.

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão – Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-mail:

[email protected] - *Orientador

1. INTRODUÇÃO

O milho Zea mays L. representa um dos principais cereais cultivados no mundo, fornecendo produtos utilizados para a alimentação humana, animal e matérias-primas para a indústria, principalmente em função da quantidade e da natureza das reservas acumuladas nos grãos (Luiz & Magro, 2007). Podendo também ser utilizado como rotação de culturas para o algodão e a soja, prevenindo e minimizando possíveis vetores que venham a interferir no desenvolvimento dessas culturas, dando especial destaque aos nematóides de galha, nematóides de cisto e doenças como o mofo branco.

Por muitas vezes o milho é utilizado como uma cultura de rotação, com isso é de fundamental importância que o mesmo apresente retorno econômico à propriedade. Para isso tem-se como alternativa para obter rentabilidade da propriedade o investimento em tecnologias que apresentam uma relação custo x benefício positiva, como por exemplo, o controle eficiente de pragas e plantas daninhas, adubação de base e de cobertura e a boa genética dos híbridos semeados. Dentre essas alternativas cita-se a genética, que figura como umas das principais responsáveis pelo alto potencial dos híbridos, que é reflexo da sua melhor adaptação as condições locais de cultivo.

Almejando elevar a produtividade da cultura do milho, ano a ano as empresas que comercializam sementes disponibilizam novos híbridos que se adaptem às características de cada região produtora. Dada a importância do Planalto Médio do Rio Grande do Sul (RS) no cultivo de milho e a grande disponibilidade de sementes no mercado, o estudo sobre a adaptação de cultivares do cereal indicadas é importante para a recomendação do híbrido a ser semeado na região.

Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar 09 cultivares de milho superprecoce indicados para o município de Sertão – RS.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no ano agrícola 2010/2011, no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão (IFRS – Campus Sertão) (28°03’18’’S, 52°14’ 53’’O, 670m de altitude, solo Nitossolo Vermelho distroférrico Alissólico (STRECK, 2008), e clima Cfa (Köppen), com

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chuvas bem distribuídas e temperatura média anual de 18,3°C. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com 03 repetições.

Foram utilizadas 09 cultivares de milho de ciclo superprecoce indicadas pela FEPAGRO: 2B433*, PMS 0219A39, PMS 1635A08, PMS 4519A08, PRE 22S1, SHS 4090, SHX 7111, AG 9045 (T) e BG 7060 (T). Cada tratamento correspondeu a uma cultivar e cada parcela foi composta por 02 fileiras de 05 metros, sendo consideradas como área útil. Para a semeadura das cultivares foi utilizada a semeadora de parcelas com duas linhas de plantio, espaçadas a 0,70 m. A densidade de semeadura indicada pela FEPAGRO para todos os híbridos avaliados após o desbaste foi de 60.000 plantas ha-1.

A adubação de base foi realizada conforme as indicações técnicas para a cultura, por meio de análise de solo sendo indicado colocar a quantidade de 42 kg ha-1 de nitrogênio (N) em forma de uréia, 105 kg ha-1 de P2O5 e 70 kg ha-1 de K2O. Enquanto que na adubação de cobertura foram utilizados 105 kg ha-1 de N em duas aplicações nos estádios V4 e V9. As adubações levaram em consideração uma expectativa de rendimento de grão de 08 toneladas por hectare.

Para o controle de insetos foram realizadas duas aplicação fipronil e clorpirifós nas doses de 04 g e 480 g de i.a. ha-1, respectivamente. Já o controle das plantas daninhas foi realizado, com aplicação dos herbicidas atrazina e simazina nas doses de 2,5 kg e 2 kg de i.a. ha-1, respectivamente.

A variável analisada foi rendimento de grãos (RG), que foi determinado o através da colheita manual das espigas na área útil de cada parcela, quando os grãos apresentavam em torno de 22% de umidade. O produto foi submetido à trilha, limpeza, pesagem, determinação da umidade de colheita e correção da umidade para 13%. A média da variável determinada foi submetida à análise de variância e à comparação de médias pelo teste Scott-Knott, por intermédio do programa estatístico SAS.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos no ensaio super precoce no município de Sertão apresentaram o híbrido BG 7060 (T) como o maior em termos de rendimento de grãos com 12.906 kg ha-1. Sendo que o híbrido AG 9045 (T) não apresentou diferença significativa do híbrido BG 7060 (T), com 12.817 kg ha-1. O híbrido de menor rendimento foi o PMS 4519A08, com uma produtividade de 7.922 kg ha-1.

Os híbridos avaliados nos municípios de Aratiba, Capão do Leão, Coxilha, Santa Maria e Vacaria, também apresentaram variação significativa no rendimento de grão. Para o município de Aratiba o híbrido mais produtivo foi o 2B433* com 12.499 kg ha-1 e o menos produtivo foi o híbrido PMS 4519A08 como 8.187 kg ha-1. Já no município de Capão do leão com 9.987 kg ha-1 o híbrido 2B433* foi o que apresentou maior rendimento de grãos, tendo o híbrido SHX 7111 como o menos produtivo com 5.754 kg ha-1. Em coxilha o híbrido de maior rendimento de grãos foi o AG9045 (T) com 16.179 kg ha-1 e o de menor o híbrido PMS 1635A08 com 9.792 kg ha-1. Partindo-se para o município de Santa Maria o híbrido de maior rendimento de

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grãos foi o AG 9045 com 6.562 kg ha-1, sendo o de menor rendimento o híbrido SHS 4090 com 3.408 kg ha-1. Por fim, o município de Vacaria que teve o híbrido AG 9045 como o maior em termos de rendimentos de grãos com 10.607 kg ha-1 e com menor rendimento o híbrido SHX 7111com 5.579 kg ha-1 (Guadagnin & Rodrigues, 2010).

Para os municípios de Independência, Passo Fundo, Pelotas e Veranópolis foram considerados estatisticamente iguais, uma vez que suas médias de produção não apresentaram variações significativas (Guadagnin & Rodrigues, 2010). Tabela 1. Média de produção de grãos a 13% de umidade (kg ha-1) das cultivares de milho

ciclo superprecoce no município de Sertão, Rio Grande do Sul, no ano agrícola 2010-2011.

Cultivar Empresa Tipo de Híbrido

Tipo de Grão

Rendimento kg ha -1

2B433* DOW HT S. DENT 11.332 b PMS 0219A39 EMBRAPA HT SI 11.882 b PMS 1635A08 EMBRAPA HT S. DURO 09.765 c PMS 4519A08 EMBRAPA HT SI 07.922 d PRE 22S11 PREZZOTTO HS S. DURO 10.321 c SHS 4090 S. HELENA HD S. DURO 09.739 c SHX 7111 S.HELENA HS S. DURO 09.465 c AG 9045 (T) SEM. AGROCERES HS S. DURO 12.817 a BG 7060 (T) PIONEER HT S. DURO 12.906 a Média 10.683 CV(%) 6,96

Médias seguidas por letras iguais na vertical são agrupadas pelo teste de Scott & Knott (5%). SI: Sem informação. T: Testemunha.

4. CONCLUSÕES

Os híbridos de milho superprecoce AG 9045 (T) e BG 7060 (T) avaliados no município de Sertão são indicados para semeadura na região. O IFRS – Campus agradece a FEPAGRO pelo auxilio e suporte para a instalação e desenvolvimento do ensaio estadual de híbridos de milho transgênico e pela oportunidade de participar das pesquisas como uma unidade de avaliação da rede estadual.

5. RERERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUADAGNIN, J. P.; RODRIGUES, L. R.. Rede de avaliação de cultivares de milho do estado do rio grande do sul. In: Relatório da análise estatística ano agrícola 2010 – 2011. Veranópolis/RS: FEPAGRO, 2010. V.1 p.71-72.

LUIZ, C. B. F e MAGRO, S. R. Controle biológico das pragas da espiga, sobre parâmetros qualitativos e quantitativos ma cultura do milho de safrinha em Ubiratã/PR. Campo Digital , Campo Mourão, v.2, n.1, p.13-21, 2007.

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REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO MILHO, 54.; REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO SORGO, 37., 2009, Veranópolis. Indicações técnicas para o cultivo de milho e de sorgo no Rio Grande do Sul – Safras 2009/2010 e 201 0/2011. Veranópolis, RS: FEPAGRO-Serra , 2009. 179 p.

STRECK, E. V.; et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2ed. Porto Alegre: UFRGS, 2008.

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ENSAIO ESTADUAL DE HÍBRIDOS DE MILHO TRANSGÊNICO DA FUNDAÇÃO ESTADUAL PESQUISA AGROPECUÁRIA EM SERTÃO

DEPIERI, Victor Zangirolami1; SANTOS, Fernando Machado dos*; GHELLER, Wilian Paulo; PICCOLI,

Ariel Bergmann; GROSSELLI, Abraão Angelo; BORBA, Matheus Prado; POTT, Luan Pierre

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão –

Rodovia RS 135, Km 25, Distrito Engenheiro Luiz Englert – caixa Postal 21 – CEP 99170-000. E-mail: [email protected] -*Orientador

1. INTRODUÇÃO O aumento da produção de alimentos é um dos grandes desafios da humanidade

para esse século. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, 2009), a produção de alimentos terá de aumentar em 70% até 2050 para suprir a expansão da população mundial, quando essa deverá ter passado dos atuais 6,7 bilhões para 9,1 bilhões. Com isso, o milho Zea mays L. apresenta-se como um dos principais cereais cultivados em todo o mundo, sendo um produto utilizado em grande quantidade para a alimentação humana, animal e indústria, sua utilização justifica pela quantidade das reservas do grão existente no mundo (Luiz & Magro, 2007).

Tecnologias cada vez mais modernas têm sido estudas para que a crescente demanda mundial seja atendida. Dentro deste contexto, a genética é tida como uma das principais tecnologias a serviço do homem para o aumento da produção mundial. Na cultura do milho o uso de tecnologias transgênicas é importante nos atuais moldes de produção, para tanto as mesmas desde o inicio de sua utilização vem sendo aperfeiçoadas. Os milhos híbridos chamados de “Bt” (Bacillus thuringiensis) tolerante as principais pragas da cultura do milho: Diatraea saccharalis (broca-da-colmo), Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho) e Helicoverpa zea (lagarta-da-espiga), foram a primeira tecnologia autorizada no Brasil, pelo Parecer Técnico Nº 1.100/07, emitido pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), autorização esta confirmada pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS).

As principais vantagens advindas pela utilização de sementes geneticamente modificadas são: a redução do número de aplicações de inseticidas, menor risco de intoxicação com produtos químicos; diminuição da necessidade de transporte e armazenamento de inseticidas na propriedade, menor utilização de equipamentos e de mão-de-obra, exploração de todo o potencial genético dos híbridos, com melhor aproveitamento de água e nutrientes pela planta e maior produtividade com melhor rentabilidade, sobretudo, poupando o meio ambiente de impactos negativos à flora e à fauna, garantindo assim a produção de um alimento seguro e com qualidade.

Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar 27 cultivares de milho transgênico indicados para o município de Sertão – RS.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no ano agrícola 2010/2011, no IFRS – Campus Sertão (28°03’18’’S, 52°14’ 53’’O, 670m de altitude, solo Nitossolo Vermelho distroférrico Alissólico (Streck, 2008) e clima Cfa (Köppen), com chuvas bem distribuídas e temperatura média anual de 18,3°C. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com 03 repetições.

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Foram utilizadas 27 cultivares de milho transgênico indicadas pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO): AS 1551 YG, AS 1555 YG, AS 1572 YG*, AS 1573 YG*, AS 1578 YG*, CD 384 Hx, CD 386 Hx, CD 397 YG, DKB 240 YG, DKB 566 YG, 2B604 Hx*, 2B655 Hx, 2B688 Hx, 20A55 Hx*, 20A78 Hx*, 30A95 Hx, 30B39 H*, 30F53 H, 32R22 H*, 32R48 H, BG 7049 Y, BG 7051 H, BG 7060 Y*, P 1630 H, AG 8011 YG, AG 8022 YG e AG 8041 YG. Cada tratamento correspondeu a uma cultivar e cada parcela foi composta por 02 fileiras de 05 metros, sendo as mesmas consideradas como área útil. Para a semeadura foi utilizada semeadora de parcelas montada com duas linhas de plantio, com espaçamento de 0,70 m. A densidade de semeadura de cada cultivar, após o desbaste, respeitou a recomendação de 60.000 plantas por ha-1 indicada pela FEPAGRO.

A adubação de base foi realizada conforme as indicações técnicas para a cultura, por meio de análise de solo sendo indicado colocar a quantidade de 42 kg ha-1 de nitrogênio (N) em forma de uréia, 105 kg ha-1 de P2O5 e 70 kg ha-1 de K2O. Enquanto que na adubação de cobertura foram utilizados 105 kg ha-1 de N em duas aplicações nos estádios V4 e V9. As adubações levaram em consideração uma expectativa de rendimento de grão de 08 toneladas por hectare, de acordo com as indicações técnicas do milho para a safra 2011/2012.

Para o controle de insetos foram realizadas duas aplicação fipronil e clorpirifós nas doses de 04 g e 480 g de i.a. ha-1, respectivamente. Já o controle das plantas daninhas foi realizado, com aplicação dos herbicidas atrazina e simazina nas doses de 2,5 kg e 2 kg de i.a. ha-1, respectivamente.

A variável analisada foi rendimento de grãos (RG), que foi determinado o através da colheita manual das espigas na área útil de cada parcela, quando os grãos apresentavam em torno de 22% de umidade. O produto foi submetido à trilha, limpeza, pesagem, determinação da umidade de colheita e correção da umidade para 13%. A média da variável determinada foi submetida à análise de variância e à comparação de médias pelo teste Scott-Knott, por intermédio do programa estatístico SAS.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em relação ao ensaio conduzido no município de Sertão, o rendimento de grãos foi

numericamente maior no híbrido 2B604 Hx*, tratamento que apresentou a maior produtividade de 12.580 kg ha -1, seguido pelos híbridos DKB 240 YG, AG 8011 YG, AG 8041 YG, BG 7051, AS 1572 YG, AS 1555 YG, 30B39 H*, CD 384 Hx, AS 1551 YG, BG 7049 Y, 32R22 H*, AG 8022 YG, 30F53 H, 20A55 Hx*, 2B688 Hx*, BG 7060 Y*, DKB 566 YG, 20A78 Hx, AS 1578 YG, P 1630 H, 30A95 Hx, AS 1573 YG*, CD 386 Hx, 2B655 Hx, 32R48 H e 32R48 H (P>0,05). Esses híbridos apresentaram rendimento de grãos em kg ha-1 de 12185, 12143, 11959, 11947, 11942, 11942, 11692, 11593, 11403, 11330, 11204, 11115, 11104, 11067, 11039, 10989, 10976, 10879, 10842, 10773, 10715, 10638, 10626, 10490, 10422 e 9142 respectivamente (Tabela 1). Os híbridos não apresentaram resultados produtivos com grande variação entre si, sendo assim, não se diferindo estatisticamente.

Comparando-se o rendimento de grão em Sertão, aos outros municípios da que pertencem a rede estadual do ensaio de milho transgênico da FEPAGRO, se observa que nos municípios de Aratiba, Independência, Passo Fundo, Pelotas, Vacaria e Veranópolis também não houve diferença significativas no rendimento de grão. Já os municípios de Capão do Leão, Coxilha, Santo Augusto e Santa Maria, houve diferença significativa no rendimento de grãos entre os mesmos híbridos avaliados. E em Capão do Leão o cultivar mais produtivo foi BG 7051H com 12.153 kg ha-1 e o menos produtivo AG 8011YG com

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6.800 kg ha-1. No entanto em Coxilha o que apresentou maior produtividade foi o AS 1555YG com 15.839 kg ha-1 e o menor AS 1573YG com 11.696 kg ha-1. Já no município de Santo Augusto o híbrido com maior rendimento de grãos foi o DKB 240YG com 11.475 kg ha-1 tendo como menor rendimento o híbrido 32R22 H com 6.555 kg ha-1. E por último, no município de Santa Maria o híbrido com maior produtividade foi o híbrido P1630 H com 10.069 kg ha-1 e com menor o híbrido 20A78 HX com 5.849 kg ha-1 (Guadagnin & Rodrigues, 2010). Tabela 1. Rendimento de grãos a 13% de umidade das cultivares de milho transgênico

no município de Sertão, Rio Grande do Sul, no ano agrícola 2010-2011.

Cultivar Empresa Tipo de Híbrido

Tipo de Grão Rendimento kg ha -1

AS 1551 YG AGROESTE HS S. DURO 11.403 a AS 1555 YG AGROESTE HS DURO 11.742 a AS 1572 YG* AGROESTE HT S. DENT 11.942 a AS 1573 YG* AGROESTE HS DURO 10.638 a AS 1578 YG AGROESTE HS S. DURO 10.842 a CD 384 Hx COODETEC HT S. DURO 11.593 a CD 386 Hx COODETEC HS S. DURO 10.626 a CD 397 YG COODETEC HT S. DENT 10.422 a DKB 240 YG DEKALB HS S. DURO 12.185 a DKB 566 YG DEKALB HT S. DENT 10.976 a 2B604 Hx* DOW HS S. DURO 12.580 a 2B655 Hx DOW HT S. DURO 10.490 a 2B688 Hx* DOW HT S. DURO 11.039 a 20A55 Hx* DOW HT S. DURO 11.067 a 20A78 Hx DOW HT S. DENT 10.879 a 30A95 Hx DOW HT S. DURO 10.715 a 30B39 H* PIONEER HSm S. DURO 11.692 a 30F53 H PIONEER HS S. DURO 11.104 a 32R22 H* PIONEER HS S. DURO 11.204 a 32R48 H PIONEER HS S. DURO 09.142 a BG 7049 Y PIONEER HT S. DURO 11.330 a BG 7051 PIONEER HT S. DURO 11.947 a BG 7060 Y* PIONEER HT S. DURO 10.989 a P 1630 H PIONEER HS S. DENT 10.773 a AG 8011 YG SEM. AGROCERES HSm S. DENT 12.143 a AG 8022 YG SEM. AGROCERES HS DURO 11.115 a AG 8041 YG SEM. AGROCERES HS S. DENT 11.959 a

Média 11.205

Médias seguidas por letras iguais na vertical são agrupadas pelo teste de Scott & Knott (5%).

4. CONCLUSÕES

Todos os híbridos de milho transgênicos avaliados no município de Sertão são

indicados para semeadura na região.

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O IFRS – Campus agradece a FEPAGRO pelo auxilio e suporte para a instalação e desenvolvimento do ensaio estadual de híbridos de milho transgênico e pela oportunidade de participar das pesquisas como uma unidade de avaliação da rede estadual.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FAO. How to Feed the World in 2050 . Disponível em ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/012/ak971e/ak971e00.pdf. Acesso em 02 de dezembro de 2011. GUADAGNIN, J. P.; RODRIGUES, L. R.. Rede de avaliação de cultivares de milho do estado do rio grande do sul. In: Relatório da análise estatística ano agrícola 2010 – 2011. Veranópolis/RS: FEPAGRO, 2010. V.1 p.71-72. LUIZ, C. B. F e MAGRO, S. R. Controle biológico das pragas da espiga, sobre parâmetros qualitativos e quantitativos ma cultura do milho de safrinha em Ubiratã/PR. Campo Digital , Campo Mourão, v.2, n.1, p.13-21, 2007. REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO MILHO, 54.; REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO SORGO, 37., 2009, Veranópolis. Indicações técnicas para o cultivo de milho e de so rgo no Rio Grande do Sul – Safras 2009/2010 e 2010/2011. Veranópolis, RS: FEPAGRO-Serra , 2009. 179 p. STRECK, E. V.; et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2ed. Porto Alegre: UFRGS, 2008.