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1 MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANÇA Assistência de Formação Formação Intra-Comunitária

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES

    COMUNIDADE DE ALIANA

    Assistncia de Formao Formao Intra-Comunitria

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA NDICE

    Pgina Introduo Maria Emmir Nogueira

    Pgina Captulo I Formao do Postulantado Natureza, fins e meios Maria Emmir Nogueira

    Pgina Captulo II Formao Comunitria e Pessoal e a competncia e autoridade do FC e FP Maria Goretti Queiroz

    Pgina Captulo III Projeto de Vida Pessoal como Instrumento de Formao Maria Emmir Nogueira

    Pgina Captulo IV Principais caractersticas da Identidade do Carisma Shalom Maria Emmir Nogueira

    Pgina Captulo V - Comunho de Bens, uma questo espiritual Moyss Azevedo e Carmadlio Silva de Souza

    Pgina Anexo I - Celebraes do gape e Berak - Cristiano Pinheiro Bed

    Pgina Anexo II S a Radicalidade tem Sentido Maria Emmir Nogueira

    Pgina Anexo III Perguntas e respostas sobre a Comunho de Bens Setor Providncia

    Pgina Anexo IV Quase Cem Perguntas sobre a Reciclagem Assessoria de Formao

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA INTRODUO

    Querido Irmo,

    Fao uma s carta de introduo para os formadores e formandos de P1, j que todos comeamos juntos a maravilhosa aventura de seguirmos Jesus radicalmente na magnfica vocao Shalom. Como sabem, este um roteiro para o Retiro de Ingresso no Postulantado I da Comunidade Catlica Shalom, a ser feito de preferncia em um final de semana, cujo roteiro deve ser seguido fielmente, uma vez que h muito contedo novo para pouco tempo. No entanto, como cada pessoa ficar com seu exemplar deste retiro para tirar dvidas posteriores, essencial que eles peguem o bsico e sejam orientados a utilizar este material como manual de consulta ao longo de sua vida vocacional. Os principais objetivos deste retiro so:

    a. ter nosso primeiro contato com a identidade da vocao Shalom j como postulantes

    b. conhecer melhor os mecanismos de formao e de vivncia comunitria da vocao que nos preparamos para abraar

    c. saber quem so nossas autoridades para nos relacionarmos bem com elas

    d. saber o que a vocao espera de ns e. conhecer um pouco melhor a equipe de formao de nossa clula e

    os irmos de clula que caminharo conosco durante os prximos anos

    Com abertura para adaptaes que, entretanto, no podem modificar o contedo ou a metodologia- propomos as seguintes alternativas de horrio:

    Opo I - Retiro Fechado comeando na sexta noite Sexta-feira 18:30 chegada 19:00 jantar 20:00 apresentao com fotos da famlia trazidas para o retiro (pequenos grupos ou todos juntos). O formador precisa avisar com antecedncia que levem as fotos para o retiro. Sbado 06:30 despertar 07:00 Eucaristia 08:00 Desjejum

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    08:45 Laudes adaptadas (o Formador Comunitrio, de acordo com a semana litrgica, faz uma adaptao das Laudes para meia hora Abri meus lbios + louvor + um dos salmos do dia + louvor baseado no salmo + breve intercesso + Benedictus com a nossa melodia, fartamente conhecida da CV) 09:15 Palestra DVD Emmir sobre os objetivos e meios de formao do P1 da CAl 10:00 Lanche 10:30 Leitura do Captulo I Formao do Postulantado Objetivos e Meios (em grupos de 3) 11:30 Orao Pessoal com o Anexo II - S a Radicalidade tem Sentido 12:30 Almoo 14:30 DVD Goretti sobre a Formao Comunitria e Pessoal e a competncia e autoridade do FC e FP 15:15 Lanche 15:45 Leitura do Captulo II Formao Comunitria e Pessoal e a competncia e autoridade do FC e FP ( em grupos de 3) 16: 15 Tira-dvidas (clula reunida expe suas dvidas e a equipe de formao da clula esclarece) 17:00 DVD Emmir sobre o Plano de Vida Pessoal como instrumento de formao 17:45 Em grupos de 3, leitura do Captulo III Plano de Vida Pessoal como Instrumento de Formao e elaborao de um Plano de Vida Pessoal para a Mariquita e o Juanito, conforme indicao do Captulo III, com a superviso da equipe de formao passando por cada grupo 18:45 Banho e descanso 19:00 Jantar com celebrao do gape e Berak conforme orientao no Anexo I 20:00 Orao Comunitria 21:00 Momento de Fraternidade (a cargo da equipe de formao da clula, uma gincana sobre Nossa Senhora, preparada pela equipe de formao da clula) 22:30 Recolher-se

    Domingo 06:30 Despertar 07:00 Eucaristia Dominical 07:45 - Desjejum caprichado, porque o Dia do Senhor! 08:30 Laudes (mesma orientao do sbado, mas com um dos salmos do domingo)

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    09:00 DVD Emmir sobre os principais pontos da identidade do Carisma Shalom 09:30 Leitura do Captulo IV Principais caractersticas da Identidade do Carisma Shalom (em grupos de 3) 10:15 Tira- dvidas (clula reunida expe suas dvidas e a equipe de formao da clula esclarece) 10:30 Lanche 11:00 DVD Joo Edson sobre o Governo 11:45 Leitura do ANEXO IV Quase Cem Perguntas sobre a Reciclagem (individual). Pea que cada um anote suas dvidas. 12:15 Tira- dvidas (clula reunida expe suas dvidas e a equipe de formao da clula esclarece) 12:45 Almoo caprichado de Domingo 14:45 DVD Carmadlio sobre Comunho de Bens, uma questo espiritual 15:15 Leitura do Captulo V - Comunho de Bens, uma questo espiritual (grupos de 3) 16:00 - Tira- dvidas (clula reunida expe suas dvidas e a equipe de formao da clula esclarece) 16:30 Lanche 17:00 - Orao um por um diante do Santssimo e testemunhos (os membros da equipe de formao oram por cada um dos membros da clula cada um da equipe ora por um irmo que se apresente, de forma rpida, pedindo ao Senhor uma palavra para ele)

    Depois do Retiro de Ingresso, ao iniciar sua caminhada, este livreto ir orient-lo em sua caminhada nos dois nveis de Postulantado. Recorra a ele sempre que tiver dvida.

    Para falar conosco: Governo Geral (Moyss, Joo Edson e demais assessores e secretrios) [email protected]; fone (0xx85) 3253 7534 Emmir [email protected]; fone (0xx85) 3452 6121 Goretti [email protected]; (0xx85) 3452 6120 Conceio [email protected] (0xx85)3452 6119 Para outros e-mails, acesse o nosso portal: www.comunidadeshalom.org.br Governo Geral Rua Gonalves Ledo, 501 CEP 60 110-230 Fortaleza CE

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    Quando comunicar-se conosco, diga sempre seu nome, sua clula e sua cidade. Lembre-se que seu contato mais prximo, aquele a quem deve recorrer em primeira instncia, seu formador comunitrio.

    Foi com carinho enorme que ns, da Assessoria de Formao e a equipe de formao de sua clula preparamos este retiro para voc. uma grande alegria e motivo de louvor a Deus voc e cada um de ns termos sido criados com a mesma vocao. Shalom! Deus o abenoe!

    Maria Emmir Nogueira

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA CAPTULO I PR- NOVICIADO NATUREZA, FINS E MEIOS

    Maria Emmir Nogueira

    Vocao: imenso privilgio, imensa responsabilidade Muitas vezes, ao beijar e colocar meu Tau e rezar a jaculatria:

    Obrigada, Senhor, por me teres escolhido para esta magnfica vocao, fico a pensar no imenso privilgio de ter sido chamada por Deus a ser Shalom, de ter sido escolhida entre bilhes de pessoas para esta forma de seguir radicalmente a Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, Ressuscitado que passou pela cruz, Shalom do Pai.

    Penso como Deus me criou Shalom, como ser Shalom faz parte de minha identidade mais profunda, como o ser mulher, o ser filha de Deus, o ser casada.

    Deus me criou Shalom! O privilgio, porm, no pra por aqui. Alm de me criar Shalom ele me deu a graa de conhecer minha vocao, identificar-me com ela e responder sim a ela todos os dias de minha vida. Imenso privilgio, sem dvida.

    Ao mesmo, tempo, porm, imensa responsabilidade! Com este chamado, Deus me deu mais do que a outras pessoas e isso significa que... Ele me pedir mais: a quem muito foi dado, muito ser pedido. Ele mesmo me separou para si e eu, livremente, disse sim ao me consagrar. Ele quem consagra, isto , separa para si, santifica, mas ao dizer o meu sim assumi a responsabilidade de, com a Sua graa, corresponder ao chamado!

    Sei bem que quando o Senhor chama algum a uma vocao especfica porque espera dele um seguimento mais estrito de Jesus Cristo do que o de outras pessoas. Chama-o a ser casto como Jesus, pobre como Jesus, obediente como Jesus. No nosso caso, alm disso, chama-nos a ser contemplativos na ao, vivermos a unidade e a nos doarmos incansavelmente na evangelizao.

    Em sua sabedoria, no nos fechou em conventos, nem nos deu hbitos ou batinas especiais. Nosso hbito o Tau: nos incios da vocao, um sinal bem visvel. Hoje tantos que no so Shalom usam o Tau que no mais um sinal to visvel quanto era no comeo. Ora, isso significa que estamos no mundo sem ser do mundo e o nico sinal visvel disso o nosso comportamento, nosso testemunho, a coerncia entre nossa vida e nossa vocao.

    Voc est comeando uma caminhada de discernimento sobre se deseja realmente e se tem condies de responder sim ao chamado de Deus. Isso significa, tambm para voc, privilgio e grande, imensa responsabilidade diante de Deus, da Igreja e de cada pessoa que voc conhece, que passa por voc nas ruas ou que voc jamais conhecer, pois nosso chamado universal e eclesial.

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    Para que voc possa corresponder melhor a este privilgio e responsabilidade e para que possa discernir na verdade o seu chamado e suas condies de corresponder a ele que preparamos este retiro, com alguns detalhes importantes daquilo que voc ir viver durante, no mnimo, os dois prximos anos.

    O que o pr-noviciado Pr-noviciado o termo tcnico utilizado para o perodo que

    chamamos de Postulantado. Em nossa vocao, na Comunidade de Aliana, este perodo dura, normalmente e no mnimo, dois anos. No entanto, pode prolongar-se por mais tempo, pois nele que a pessoa discerne e amadurece a hiptese da vocao. Enquanto esta hiptese no estiver amadurecida, no convm que o candidato ingresse no perodo de noviciado.

    um tempo de formao e discernimento, no qual a pessoa assume e amadurece melhora hiptese de sua vocao, no nosso caso, vocao Shalom.

    Durante este tempo, o pr-novio e seus formadores pessoal e comunitrio caminham de forma ativa e constante, atravs dos acompanhamentos mensais e convivncia comunitria em direo a um discernimento da vocao do candidato. Da a importncia de se permanecer com os mesmos formadores pessoais e comunitrio at, pelo menos, o final do Noviciado.

    Ao longo do perodo que denominamos vocacional, acompanhadores e vocacionados discernem se Deus chama a pessoa. No pr-noviciado, deve amadurecer sua livre opo pelo sim ao chamado na vivncia concreta da vocao e na correspondncia livre formao Shalom e vivncia do Carisma a ser abraado.

    Qual a finalidade do pr-noviciado Como se viu acima, a primeira delas o discernimento e as condies

    necessrias para corresponder formao e ao Carisma Shalom. As condies de corresponder ao Carisma baseiam-se: a) na maturidade humana

    capacidade de tomar decises responsveis acerca da prpria vida;

    conhecimento e aceitao dos prprios limites e qualidades; justa estima de si; coragem e coerncia na vivncia das conseqncias das prprias escolhas;

    capacidade de iniciativa; capacidade de administrao do prprio tempo, dos bens

    prprios e da famlia segundo critrios evanglicos; autonomia afetiva, emocional e intelectual; capacidade de solido e de relaes com as pessoas;

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    disponibilidade para viver os relacionamentos direcionando-os a ter Deus e no o outro ou a si mesmo - como centro;

    maturidade sexual e clareza em sua identidade sexual.

    b) na maturidade vocacional capacidade de deixar-se formar; capacidade de ser protagonista da prpria formao; capacidade de comprometer-se e de relacionar-se

    adequadamente com os irmos de clula; capacidade de obedincia s autoridades; capacidade de exercer a autoridade atravs do servio, como

    ensina o Evangelho; capacidade de engajamento responsvel e ininterrupto nos

    diversos apostolados da Obra; capacidade de vivncia da pobreza, obedincia e castidade

    segundo os Estatutos da Comunidade de Aliana e seu prprio estado de vida;

    capacidade de submeter-se a processo de discernimento sobre aspectos importantes de sua vida em todos os seus mbitos;

    capacidade de renncia mentalidade do mundo e de vivncia da radicalidade evanglica;

    capacidade de corresponder aos diversos compromissos comunitrios (clula, reciclagens, retiros, CACVs, setoriais, compromissos da formao, comunho de bens, etc.);

    c) Na maturidade espiritual capacidade de vida de orao segundo o Carisma; capacidade de abandonar-se Providncia em aspectos

    desafiantes de sua vida; capacidade de confiana absoluta em Deus; capacidade de renncia a si mesmo, de sacrifcio e vivncia

    da caridade fraterna e apostlica; capacidade de parresia; capacidade de viver segundo o Esprito; capacidade de aderir espiritualidade do Carisma e ao

    esprito do Fundador. vivncia da castidade segundo o seu estado de vida; vivncia sacramental segundo a espiritualidade do Carisma;

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    comprovado amor Igreja e seus ministros; vivncia estrita do Magistrio da Igreja

    Os principais documentos da Igreja sobre esta fase da formao orientam que no se tenha pressa de sair do perodo de pr-noviciado, uma vez que o noviciado e toda a vida vocacional da pessoa depende desta etapa inicial.

    Quais os meios para se viver o Pr-noviciado a. A orao pessoal diria, que nos levar maturidade em todos

    os aspectos; b. O estudo bblico oracional, que nos levar a conhecer a Deus e

    sua vontade; c. A vida sacramental de Eucaristia diria e confisso no mnimo

    mensal; d. O conhecimento e vivncia dos Estatutos e Escritos; e. A obedincia s autoridades; f. A fidelidade no servio, no apostolado; g. A vida comunitria na clula e com relao grande

    comunidade; h. A presena pontual e fiel aos eventos comunitrios; i. A fidelidade formao comunitria: presena na clula, leitura

    dos livros e documentos indicados; j. A fidelidade, abertura e sincero desejo de converso por

    ocasio da formao pessoal. A necessidade de rearrumar a vida Cada vez que algo grande muda em nossa vida, temos necessidade de

    reorganiz-la. Quando a gente se muda de casa, quando nasce um beb na famlia, quando se vai para um novo emprego, quando a gente se casa, por exemplo. Pois bem, o ingresso no postulantado uma dessas ocasies muito importantes em que a gente precisa rearrumar a vida: os hbitos, os horrios, os compromissos, at o jeito da gente vestir e o lugar que a gente freqenta.

    Os compromissos comunitrios so inmeros e exigentes, mas so a base da formao, importantssima durante toda a nossa caminhada. Veja quais so nossos compromissos fixos, segundo nossos Estatutos:

    1. Clula duas vezes por semana 2. Formao Pessoal uma vez por ms 3. Acompanhamento com o Formador Comunitrio e sua equipe uma

    vez por ms 4. Retiro Pessoal a cada 3 meses fevereiro, maio, agosto, novembro 5. Um retiro da clula por ano 6. No caso do P2, participao obrigatria no retiro Cura para o Amor,

    segundo deciso da reunio de autoridades de 2005

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    7. Reciclagem de 10 dias uma vez ao ano 8. Dois CACVs por ano, sendo um por nvel (P1, P2, etc.) e um para

    toda a comunidade 9. Um retiro da Grande Comunidade por ano 10. Grupo de Partilha uma vez por ms, no mnimo 11. Formao nos setoriais (casados, celibatrios, sacerdotes, pessoas

    em discernimento) uma vez por semestre 12. Se for um casal, celebrao familiar do gape e Berak (se no for

    casal, opcional) 13. Engajamento em um apostolado, conforme discernimento com o

    formador comunitrio e/ou Conselho Local 14. Formao do apostolado uma vez por semana ou uma vez por ms,

    conforme o apostolado 15. Comunho de Bens, no mnimo mensal 16. Dois despojamentos anuais, um em vista dos pobres (quaresma) e o

    outro em vistas da evangelizao (advento) 17. Eucaristia diria 18. Tero dirio 19. Orao Pessoal diria 20. Estudo Bblico dirio

    Com tantos compromissos novos, natural que voc tenha que reorganizar sua vida a fim de preservar sua vida familiar, sempre dispondo do seu tempo e no o dos filhos ou cnjuge. Seu formador comunitrio poder ajud-lo nesta reorganizao. Este rearrumar a vida no uma coisa de somenos importncia. Pelo contrrio, reorganizar bem suas prioridades e seus horrios essencial para uma boa vivncia comunitria.

    Abraar uma vocao exige, sempre sacrifcio. Para alguns, o sacrifcio o modo de vestir; para outros, o tempo para o lazer ou, ainda, o tipo de lazer que no corresponde radicalidade evanglica a que nos propomos. Para alguns, o sacrifcio o de ter menos tempo para a famlia, para outros, ter menos tempo para o estudo ou trabalho ou para estar com os amigos. No entanto, de uma forma ou de outra, todos precisaremos sacrificar alguma coisa em resposta ao chamado do Senhor.

    Nosso fundador nos exorta utilizando Lc 14, 25-35: no h seguimento de Jesus sem deixar tudo para segui-lo. Por outro lado, preciso ver bem se teremos o material necessrio para terminar a construo que iniciamos ou se teremos soldados suficientes para enfrentar a batalha espiritual em que nos metemos ao abraar uma vocao antes de nos decidirmos por ela, e no depois. Vale a pena lermos esta pregao do Moyss, no Anexo deste livreto, pois exatamente este discernimento que somos chamados a fazer no pr-noviciado, a que chamamos de postulantado.

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA CAPTULO II FORMAO COMUNITRIA E PESSOAL E A COMPETNCIA E AUTORIDADE DO FORMADOR COMUNITRIO E PESSOAL

    Maria Goretti Queiroz

    Competncia do formador comunitrio e do formador pessoal 1. Baseado no descrito anteriormente sobre a misso especfica do

    formador comunitrio e do formador pessoal, conclumos que o formador pessoal um recurso do formando, algum que o acompanha, que o auxilia na leitura dos caminhos de Deus em sua vida, no sendo autorizado a fornecer nenhum parecer para as demais autoridades, quaisquer que sejam os discernimentos.

    2. O formador comunitrio, por sua vez, um recurso da Comunidade para com o formando e deste para com a Comunidade. Deve acompanhar com diligncia e profundidade o seu formando, consciente de sua responsabilidade em emitir os pareceres necessrios para os discernimentos de sua vida pessoal, comunitria e apostlica.

    3. Conscientes de que estamos ainda em caminho com relao definio plena dos papis, misso e abrangncia de atuao dos formadores pessoais e comunitrios, apresentamos, a seguir, um quadro comparativo de algumas caractersticas diferenciais e especficas da competncia de seu acompanhamento com relao ao formando.

    4. COMPETNCIA 5. FORMADOR COMUNITRIO

    6. FORMADOR PESSOAL

    7. Pastoreio comunitrio.

    8. atribuio inerente sua misso.

    9. No de sua competncia.

    10. Abrangncia do acompanhamento da vivncia comunitria.

    11. Acesso pleno. 12. Tem acesso limitado.

    13. Autoridade. 14. um recurso da Comunidade para com o formando e do formando para com a Comunidade e tem autoridade reconhecida a nvel da estrutura da Comunidade.

    15. um recurso pessoal do formando e exerce sua autoridade a nvel pessoal sobre ele.

    16. Discernimento. 17. Reconhecido perante a Comunidade, inclusive com responsabilidade de emitir pareceres.

    18. um auxlio aos discernimentos feitos pelo formando, sendo-lhe vedada a emisso de pareceres.

    19. Orientao para o retiro pessoal.

    20. Zela por sua realizao conforme os Estatutos, podendo orientar o formando na impossibilidade de o formador

    21. de sua competncia, podendo ser feita pelo formador comunitrio,

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    pessoal faz-lo. caso ele se encontre impossibilitado.

    22. Sigilo. 23. Observa a discrio em relao ao que lhe foi partilhado.

    24. Obriga-se ao sigilo absoluto com relao ao que lhe foi confidenciado pelo formando e com relao prpria vida deste.

    25. No exerccio de suas funes, o formador pessoal estimule ao mximo o seu formando a ser transparente para com o seu formador comunitrio e, em caso de necessidade, para com as demais autoridades que o possam auxiliar em circunstncias especficas.

    Texto retirado do Documento do Captulo 2003, Comisso de Formao

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA CAPTULO III PLANO PESSOAL DE VIDA COMO INSTRUMENTO DE FORMAO PESSOAL

    Maria Emmir Nogueira

    Um pouco de histria A importncia da formao pessoal na Comunidade Catlica Shalom no somente inovadora como indiscutvel. Ela o principal instrumento do formando a nvel pessoal com relao sua formao vocacional e para a santidade. Juntamente com a orao pessoal e a vida comunitria, instrumento de valor incomparvel para o auto-conhecimento e a maturidade humana. A formao pessoal deve ter como caracterstica o seguimento da vida do formando, tendo bem claros os objetivos que se precisa atingir no somente naquele encontro formativo, mas a mdio e longo prazo. Muito freqentemente, porm, a correria da vida, os inmeros formandos e a falta de maturidade humana e vocacional do formando dificultam muitssimo a clareza de viso quanto aos objetivos de sua formao pessoal especfica. O resultado que formando e formador ficam perdendo tempo precioso com problemas pontuais ou, pior ainda, no conseguem discernir aquele problema pontual em um contexto maior de vontade de Deus para a vida do formando. Esta circunstncia triste coloca ambos em uma situao de desestmulo e desorientao. Ao longo da tradio da vocao Shalom e, mesmo antes de sua fundao, durante o ministrio do Moyss junto aos jovens do Colgio Cearense, na segunda metade dos anos 70, tem-se procurado ler a vontade de Deus na vida do formando atravs de sua Histria da Salvao Pessoal, hoje feita segundo a metodologia do Tecendo o Fio de Ouro, com vistas a tudo ordenar para o amor. A partir de 2003, com a adoo do mtodo, foi encontrada uma metodologia para ajudar formando e formador a, uma vez detectados os desafios que o formando enfrenta a nvel pessoal, familiar, vocacional, espiritual, profissional, traar objetivos bem claros para sua vida segundo a vontade de Deus. A esta metodologia chamamos Plano de Vida Pessoal, ou PVP.

    Objetivos do PVP Este Plano, que deve ser feito por cada formando com a ajuda e orientao de seu formador e revisto pelo menos uma vez por ms, antes e depois da formao pessoal, tem por objetivo:

    a. tornar claras, para o formando e formador, as dificuldades enfrentadas pelo formando em todos os nveis de sua vida

    b. tornar clara a vontade de Deus para cada um desses nveis

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    c. visualizar e seguir o fio de ouro da ao de Deus na vida do formando, com vistas realizao da Sua vontade

    d. tornar claras as aes que o formando dever executar para atingir a vontade de Deus em cada um dos aspectos de sua vida

    e. avaliar mensalmente como o formando tem crescido no cumprimento da vontade de Deus

    f. tornar clara a ao de Deus a cada ms atravs da vida ordinria e da histria do formando

    g. visualizar os progressos do formando quanto vontade de Deus h. tornar clara a metodologia de Deus na vida do formando para que

    ele possa ouvir e distinguir a Sua voz i. favorecer a responsabilidade pela prpria formao e pelo prprio

    amadurecimento humano, vocacional e espiritual Como o Postulantado (Pr- noviciado) o nvel de formao conhecido como o nvel de cura por excelncia, no caso deste nvel, o PVP tem, tambm, o objetivo de proporcionar uma progressiva cura na sua vida, preparando-o para bem discernir seu ingresso na vocao. O PVP, alis, um excelente instrumento para auxiliar todo tipo de discernimento, inclusive do estado de vida, to importante em nossa realidade vocacional.

    Alguns testemunhos Este Plano tem sido utilizado pessoalmente (PVP), mas tambm como casal, famlia e casa comunitria. Temos vrios testemunhos dos resultados maravilhosos desta verdadeira estratgia para discernir e fazer a vontade de Deus com liberdade, amor e fidelidade. Como maior fruto, os testemunhos falam de um novo modo de tomar a vida nas prprias mos para entreg-la inteiramente a Deus, e de viver no mais merc dos acontecimentos e circunstncias da vida, sendo arrastado por eles, mas acima dos acontecimentos, sendo conduzido por Deus. Testemunho I Laura Cala Viana

    O plano de vida pessoal tem me norteado, organizado a minha vida espiritual, vocacional, familiar, apostlica...

    O que acontecia comigo, antes do plano de vida, era que todas essas reas em que Deus precisava trabalhar eram soltas, uma baguna dentro de mim, eu no conseguia dar nomes a nada e no percebia o que Deus realizava na minha vida.

    Agora percebo as coisas "organizadas" dentro e fora de mim. Graas minha formadora aprendi a fazer o plano e o que colocar nele. No incio foi difcil, pois eu no sabia nem os meus objetivos, os meus planos, o que eu queria, o que eu necessitava, o que Deus precisava fazer em mim e muitas outras coisas. Quando rezei para escutar de Deus e escutar de mim mesma o que colocar no plano, as coisas comearam a fluir e consegui montar o plano.

    Hoje, toda quarta-feira eu o revejo observando os passos que tenho dado, o que consegui o que no consegui realizar, o que Deus est fazendo. Hoje consigo caminhar sabendo o que quero, o que Deus quer, por onde estou caminhando, o que fazer, como fazer, que meios utilizar, enfim a minha vida tem um rumo.

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    Os frutos: tenho crescido humanamente, vocacionalmente, espiritualmente, familiarmente, e o que mais importante conheo os meus objetivos e o que Deus quer para mim, conheo mais a mim mesma, a vontade de Deus e a minha identidade, sou Shalom!

    Laura Cala Viana, casada, consagrada CV

    Testemunho II Maria Emmir

    Desde o Tecendo o Fio de Ouro, percebi a importncia do PVP para caminhar de maneira objetiva em direo da vontade de Deus em minha vida. No entanto, ao comear a faz-lo regularmente e ao adotar o esquema PVP (elaborao e avaliao)+ retiro pessoal +formao pessoal + PVP, pude colher os frutos dos quais Isaas j nos fala, ao nos mandar olhar para trs e ver os marcos que colocamos na estrada.

    Tenho, agora, uma viso muito mais clara da vontade de Deus em minha vida, uma conscincia maior de meus limites e fraquezas e, especialmente, um constante motivo de louvor ao ver as maravilhas que Ele realiza de um ms para o outro em todas as reas.

    Incluo em meu PVP desde as despesas da casa at os pecados dos quais preciso me livrar, passando pelos relacionamentos com marido, filhos e irmos da comunidade e direcionamentos concretos da formao pessoal. Revejo-o durante a orao pessoal nas 4as feiras e no retiro pessoal que procuro fazer antes de cada formao pessoal. Depois da formao, incluo as recomendaes da formadora e o que Deus disse no PVP. Tudo, assim, ganha uma inesperada inteireza e coerncia.

    Com a prtica do PVP sei de onde vim e para onde vou, vejo o que Deus fez e tenho descoberto que... tambm Jesus tinha um magnfico PVP, que costumava checar com o Pai em orao. Mas isso outra histria.

    Louvo a Deus por este instrumento to simples e eficiente que a Sua Divina Providncia colocou em nossas mos.

    Maria Emmir, casada, consagrada CV

    Testemunho III Teka Na reciclagem de 2003 tive a grande graa de fazer o FIO DE OURO. Ele

    foi de grande importncia para mim e me decidi, como era orientado no livro, a fazer tambm o Projeto de Vida. Porm, no consegui ser to concreta e acabei deixando-o de lado. No ano de 2005, entretanto, depois de ver que em muitos aspectos de minha vida eu estava desorganizada e no conseguia dar passos de mudana, e tambm depois de ver o fruto concreto que este plano de vida tinha dado na vida de uma irm de comunidade, resolvi me aventurar tambm, superando a falta de tempo acarretada por minha misso como Responsvel Local.

    Foi um passo importantssimo e j vejo os frutos que ele tem dado para minha vida. Sinto-me sabendo para onde vou, em todos os aspectos de minha vida, e quais os meios que vou utilizar para alcanar os meus objetivos. Sinto-me mais "dona de mim mesma". Para mim tem se cumprido o que diz um ditado francs: "Ajuda-te a ti mesmo e o cu te ajudara". Sou testemunha que tenho feito a minha parte e que Deus tem feito a dele.

    Maria Theresa Emgdio de Castro, noiva, RL de Toulon, Frana

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    Testemunho IV Liliana Soares

    Decidida a avaliar minha vida e no correr mais em sua superficialidade, resolvi assumir decises e assim colocar no papel no mais propsitos soltos, mas os meios, as atitudes e o tempo para faze-los acontecer, unida ao tempo e a vontade de Deus e ao poder do meu amado Esprito Santo que vem me iluminando e dispondo o meu corao para tal.

    Comecei a ver que minha postura interior e consequentemente exterior, dependia de mim e que eu precisava recolher meus prprios cacos e recomear a criar estrutura, um projeto para me avaliar e assim mergulhar e firmar alguns acertos em vrias reas da minha vida como Vocacionada Shalom, me, esposa, mulher, como profissional e como principalmente estou caminhando para Santidade.

    O Projeto de Vida est sendo como uma grande luz que de repente me faz enxergar o que eu no conseguia ver porque muitas vezes camuflava com minhas justificativas. Faz-me ir mais fundo, na raiz de minha vida.

    Todo o final de semana avalio o que Deus tem me capacitado a viver e vibro com todo o meu ser, pois estou comeando a passar de vtima a autora de mim mesma.

    Comear um projeto de vida, requer uma firme deciso e disposio, pois implica em se deparar e vivenciar situaes que vo exigir de mim mudanas de maus hbitos, pacincia com minhas limitaes e vida de orao pois s a certeza dos frutos me estimula a me abandonar na ao da graa de Deus.

    Hoje sei verdadeiramente onde o meu Senhor toca e onde Ele est me levando concretamente e assim comeo a ver melhor a minha realidade. Se esta for minha ultima oportunidade, resolvi dar um salto mortal para a LIBERDADE.

    Liliana Soares

    Como se elabora um PVP No momento certo, voc aprender a fazer o PVP de forma mais completa. No nvel do Postulantado, usaremos uma proposta simplificada. A melhor maneira de explic-la contando uma histria que bem poderia ser real. Tomemos o Pablito: Pablito Postulante 1 da Comunidade Shalom. Durante toda a sua vida buscou a Deus. No entanto, consegue detectar algumas reas de sua vida que ainda no esto exatamente de acordo com a vontade Dele. Ontem, em sua formao pessoal, apresentou estes pontos ao seu formador:

    1. irritao para com as pessoas que no percebem as coisas como ele 2. dificuldade em engajar-se em um ministrio na comunidade 3. no consegue ir Missa todos os dias, como pede a vocao 4. tem vcio de ficar no computador ou diante da TV at altas horas, o

    que o atrapalha nas atividades do dia seguinte, inclusive a orao pessoal e estudo bblico

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    5. no conseguiu ler os livros da etapa do vocacional e tem medo de no conseguir ler os livros do postulantado

    6. tem algumas fobias profundamente enraizadas quando a multides e locais fechados, o que provavelmente dificultar sua caminhada vocacional

    7. extremamente tmido e tem medo que as pessoas no o aceitem

    Juntamente com o formador pessoal e bem dentro de sua realidade, Pablito traou o seguinte PVP:

    REA DA VIDA

    COMO ESTOU

    COMO DEVO/QUERO ESTAR

    O QUE VOU FAZER QUANDO VOU FAZER

    Relacionamento com as pessoas

    Irritado com quem no pensa ou age como eu gostaria

    Aberto, tolerante, paciente, acolhedor do diferente

    1.orar por cada um dos que mais me irritam, louvando a Deus por eles serem como so 2.diante de Deus, questionar o que h em mim que no tolera os limites dos outros 3.pequenos atos de amor que mostre afeto e apreciao por eles 4.chamar alguns para um lanche ou cinema

    1.Na orao pessoal 2.durante a prxima adorao 3.aniversrios, natal, pscoa, etc. 4.no comeo de cada ms, quando recebo dinheiro

    Engajamento

    Sem ministrio na Obra

    Engajado em um ministrio

    Falar com meu formador comunitrio sobre minha situao

    Na prxima reunio de clula

    Missa Diria

    No consigo ir missa todos os dias

    Fiel Passar a ir missa s 6:30 da manh, como a primeira coisa do dia

    a partir de amanh

    Computador e TV

    Fico at a madrugada

    Equilibrado no uso do Computador e TV

    1.Estabelecer horrio para estas atividades 2.Estar aberto a necessidade que minha famlia ou comunidade tenham de mim nestes horrios

    1.At as 22:30 2.Sempre que for requisitado ou perceber a necessidade de um deles

    Leitura No encontro tempo para ler ou durmo durante a leitura

    Diligente com relao leitura, que ajuda a minha formao humana e espiritual

    1.Estabelecer horrio para a leitura 2.Comprar marcadores de pginas coloridos para marcar o livro enquanto leio. Assim evito dormir. 3.Anotar os trechos mais

    1.nos dias em que no for para o Shalom, uma hora antes de me deitar 2.amanh mesmo vou

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    importantes do livro. Assim posso recorrer a eles em outra ocasio. 4.Evitar ler na cama, no sof macio ou com pouca luz. Ler perto de uma mesa.

    papelaria 3.cada vez que estiver lendo 4.sempre que for ler

    Emocional Fobia e timidez

    Interiormente livre de medos

    1.Escrever minha histria da salvao pessoal seguindo o mtodo TFO, recomendado pela comunidade 2.Receber orao de cura interior 3.Mandar celebrar missas por minha libertao 4.Reconciliar-me com meu passado

    1.a partir da prxima 2 feira 2.a partir da prxima 6 feira (j acertei com o ministro) 3.amanh de manh j marco na sacristia da parquia 4.durante as adoraes semanais

    No ms seguinte, um dia antes de sua formao pessoal, Pablito reviu seu PVP e escreveu:

    Avaliao de 12 de maio de 2004: REA DA VIDA

    COMO ESTOU

    COMO DEVO/QUERO ESTAR

    O QUE VOU FAZER QUANDO VOU FAZER

    1.Relacionamento com as pessoas

    Irritado com quem no pensa ou age como eu gostaria Menos irritado com o Joo e a Marta, mas continuo irritado com a Francisca

    Aberto, tolerante, paciente, acolhedor do diferente Aberto, tolerante, paciente e acolhedor com todos, inclusive dom a Francisca e o porteiro do meu prdio

    1.orar por cada um dos que mais me irritam, louvando a Deus por eles serem como so 2.diante de Deus, questionar o que h em mim que no tolera os limites dos outros 3.pequenos atos de amor que mostre afeto e apreciao por eles 4.chamar alguns para um lanche ou cinema 5.Penitncia pelo que em mim resiste Francisca 6.Dar minha camisa de listras para o porteiro e perguntar se sua filha saiu

    1.Na orao pessoal 2.durante a prxima adorao 3.aniversrios, natal, pscoa, etc. 4.no comeo de cada ms, quando recebo dinheiro 5.s 6as feiras 6. amanh tarde, no turno dele

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    do hospital, dispondo-me a ajudar

    2.Engajamento

    Sem ministrio na Obra Engajei-me no ministrio de msica

    Engajado em um ministrio ok

    Falar com meu formador comunitrio sobre minha situao ok

    Na prxima reunio de clula ok

    3.Missa Diria

    No consigo ir missa todos os dias Devo ter faltado umas trs vezes neste ltimo ms. Acordei tarde.

    Fiel

    Passar a ir missa s 6:30 da manh, como a primeira coisa do dia Estabelecer um horrio para dormir. A missa mais importante do que o que tenho feito.

    a partir de amanh a partir de amanh

    4.Computador e TV

    Fico at a madrugada S fiquei at mais tarde quando o Juanito entrou no Messenger e quando passou um seriado fantstico que acabava mais tarde

    Equilibrado no uso do Computador e TV

    1.Estabelecer horrio para estas atividades 2.Estar aberto a necessidade que minha famlia ou comunidade tenham de mim nestes horrios 3.Ter coragem de explicar ao Juanito que, por causa da vivncia da vocao que assumi, mesmo que goste muito dele, vou precisar sair do Messenger. Se eu quiser ver o programa de TV, deverei estar disposto a acordar cedo para ir missa, mesmo sabendo que vou ficar cansado durante o dia.

    1.At as 22:30 2.Sempre que for requisitado ou perceber a necessidade de um deles 3.Sempre que se apresentar a ocasio

    5.Leitura No encontro tempo para ler ou durmo durante a leitura Tenho lido devagar, pela falta de hbito, mas tenho sido fiel

    Diligente com relao leitura, que ajuda a minha formao humana e espiritual

    1.Estabelecer horrio para a leitura 2.Comprar marcadores de pginas coloridos para marcar o livro enquanto leio. Assim evito dormir. 3.Anotar os trechos mais importantes do livro. Assim posso recorrer a eles em outra ocasio. 4.Evitar ler na cama, no sof macio ou com pouca

    1.nos dias em que no for para o Shalom, uma hora antes de me deitar 2.amanh mesmo vou papelaria 3.cada vez que estiver lendo 4.sempre que for ler

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    luz. Ler perto de uma mesa.

    5.Insistir no mtodo. Tem funcionado.

    6.Emocional

    Fobia e timidez No noto nenhuma melhora. Estou muito preocupado.

    Interiormente livre de medos

    1.Escrever minha histria da salvao pessoal seguindo o mtodo TFO, recomendado pela comunidade 2.Receber orao de cura interior 3.Mandar celebrar missas por minha libertao 4.Reconciliar-me com meu passado

    1.a partir da prxima 2 feira 2.a partir da prxima 6 feira (j acertei com o ministro) 3.amanh de manh j marco na sacristia da parquia 4.durante as adoraes semanais

    Durante a formao, Pablito contou ao formador uma discusso que havia tido com sua irm por causa da herana do pai e o formador sugeriu que ele acrescentasse ao seu plano o relacionamento com sua irm. Orientou, tambm, que podia tirar o item do Engajamento, porque j estava resolvido. Depois disso, Pablito apresentou sua avaliao ao formador pessoal. Este o orientou a ter um pouco mais de pacincia com relao s fobias e a continuar firme quanto aos outros aspectos.

    Quando o formador rezou pelo Pablito, no final da formao, Deus deu a passagem de Is 43, 1-2: Nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, s meu. Se tiveres de atravessar a gua, estarei contigo. E os rios no te submergiro; se caminhares pelo fogo, no te queimars, e a chama no te consumir.

    Esta passagem impressionou muito ao Pablito, que a anotou e, ao chegar em casa, acrescentou em seu PVP:

    7.Relacionamento com a Juanita

    Irado com ela Reconciliado 1.examinar minha conscincia para ver se estou sendo ganancioso ou avarento 2.depois disso, conversar com ela com calma

    1.amanh, durante minha orao pessoal e na confisso que marquei para 6 feira 2. quando acabar a confisso, vou direto para a casa dela

    8.Relacionamento com os bens

    Preocupado com meu futuro

    Livre e confiante como os pardais

    1.evitar pensamentos com relao ao que vai ser de

    1.sempre que me ocorrerem 2.idem e tambm

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    mim 2.evitar pensamentos e desejos de ser muito, muito rico 3.ser fiel comunho de bens e ao fundo de evangelizao

    quando encontrar meu primo rico 3.assim que receber meu salrio

    Em seguida, na coluna sobre a fobia e timidez, acrescentou: 6.Emocional

    Fobia e timidez No noto nenhuma melhora. Estou muito preocupado. Hoje, na formao, Deus me deu Is 43, 1-2. Creio que um caminho para minha cura interior.

    Interiormente livre de medos

    1.Escrever minha histria da salvao pessoal seguindo o mtodo TFO, recomendado pela comunidade 2.Receber orao de cura interior 3.Mandar celebrar missas por minha libertao 4.Reconciliar-me com meu passado 5. Rezar com Is 43 todos os dias, suplicando a cura

    1.a partir da prxima 2 feira 2.a partir da prxima 6 feira (j acertei com o ministro) 3.amanh de manh j marco na sacristia da parquia 4.durante as adoraes semanais 5.Todos os dias

    Poderamos continuar seguindo os passos de Pablito indefinidamente. Como voc pode ver, o ritmo de fazer o PVP + avaliar o PVP + eliminar o que j est sendo feito + acrescentar novas metas, de fato, funciona.

    Estou certa de que voc percebeu o quanto fcil, prtico, til e responsvel fazer o PVP. Agora chegou a hora de praticar.

    Forme um grupo de 3 pessoas. Uma ser o formador/a, outra o formando/a, outra o Esprito Santo. O formando ou formanda tomar o lugar da Mariquita ou do Juanito segundo os itens abaixo. O formador ou formadora vai auxili-lo/a na elaborao do seu PVP. O Esprito Santo, formador das almas (Sab. 1,5), ajudar os dois. Por favor, siga s histria abaixo passo por passo.

    Juanito/Mariquita tm seu segundo encontro com o formador pessoal. No primeiro encontro, foram orientados por este a detectarem, luz de Deus, as reas de sua vida que necessitavam de converso. Eis a lista apresentada:

    1. Relacionamento sofrvel com o marido/esposa. Ambos vivemos vidas paralelas. No brigamos, mas tambm no conversamos e no participamos da vida um do outro.

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    2. Distanciamento dos filhos devido s longas e freqentes ausncias de casa, devido ao acmulo de trabalho.

    3. No consigo rezar o tero. 4. No consigo fazer estudo bblico. Nunca sequer li a Bblia inteira. 5. Tenho o hbito da mentira. Aps ouvi-lo/la atentamente, o formador pessoal e ele elaboraram o

    seguinte PVP. REA DA VIDA

    COMO ESTOU

    COMO DEVO/QUERO ESTAR

    O QUE VOU FAZER QUANDO VOU FAZER

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    Aps um ms, um dia antes da formao pessoal, Juanito/Mariquita reviu seu PVP e acrescentou (utilize caneta de outra cor para acrescentar no quadro acima a avaliao do Juanito/Mariquita).

    Durante a formao, ao apresentar sua avaliao, o formador orou por ele/ela e o Senhor deu uma viso dele/dela muito solitrio/a no meio de um deserto, sob calor intenso durante o dia e frio intenso durante a noite. Juanito, ento, percebeu que Deus se referia a um dos pontos de seu PVP e resolveu acrescentar o seguinte: (acrescente em uma caneta com cor diferente).

    Depois desta orao, Juanito/Mariquita disse ao formador que precisava fazer um discernimento acerca de fazer ou no um curso de Mestrado, pois isso o ajudaria profissionalmente, mas o/a levaria a perder as reunies de formao da clula e o faria ausentar-se de casa todas as noites, comprometendo sua presena com a famlia e seu engajamento na Obra. O formador, ento, examinou com ele seu PVP e, juntos chegaram a uma primeira concluso que Juanito/Mariquita ficou de amadurecer para a prxima formao. Acrescentou, ento, no seu PVP (acrescente mais uma linha de assunto ao PVP e escreva o que Juanito/Mariquita adicionou):

    Estou certa de que, agora, voc est apto para fazer seu PVP e usufruir de uma vida na qual voc colabora, humildemente, com a graa de Deus para tornar-se uma pessoa mais madura e santa em todos os nveis. Assim , Assim seja!

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA CAPTULO IV PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DA IDENTIDADE DO CARISMA SHALOM

    Maria Emmir Nogueira

    O que um Carisma

    Chama-se de Carisma uma graa nova, original e especial que Deus d Sua Igreja para suprir as necessidades de um tempo especfico de sua histria. Por exemplo:

    a. na Idade Mdia, diante de uma hierarquia da Igreja afeita a riquezas, posse de ttulos de nobreza, posse de terras e nepotismo, Deus suscitou o Carisma Franciscano, cuja identidade a pobreza, a evangelizao, o louvor.

    b. na Idade Moderna, quando Lutero e Calvino fizeram a Reforma Protestante, Deus suscitou importantes carismas cuja identidade ligada defesa da f, como os jesutas ou orao e sacrifcio pela Igreja, como os Carmelitas descalos.

    c. nos nossos tempos, diante da imensa necessidade da Nova Evangelizao preconizada por Paulo VI, Deus fez surgir vrios Carismas em diversas Comunidades Novas, entre eles o Carisma Shalom, para responderem ao apelo da Igreja e sede de Deus da humanidade.

    O que um fundador uma pessoa que recebe de Deus no somente a graa de trazer em si um Carisma novo para a Igreja, mas tambm a graa de fund-lo, isto , inici-lo e dar-lhe seus contornos segundo a vontade de Deus, atraindo discpulos ao redor do Carisma. O que um co-fundador uma pessoa que recebe de Deus no somente a graa de trazer em si um Carisma novo para a Igreja, mas tambm a graa de, por seu seguimento do fundador, como discpulo seu, ser usado por Deus para confirmar e clarificar o Carisma. Alguns dizem que ele o espelho do fundador. O que uma vocao Com relao pessoa, um chamado de Deus para viver um Carisma de uma forma especfica, como discpulo do fundador.

    Com relao ao grupo de pessoas que a vive, a forma especfica e concreta de viver o Carisma. Assim, existe a Vocao Shalom e algumas pessoas recebem de Deus o chamado a viverem esta Vocao. Estas pessoas tm a vocao Shalom. Como descubro que tenho uma vocao A minha vocao minha identidade mais profunda, aquilo que eu sou mais genuinamente e, portanto, aquilo que devo tornar-me cada dia mais

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    intensamente. Se tenho uma vocao, serei mais inteiramente eu mesmo na medida em que viv-la mais perfeitamente. Descubro que tenho uma vocao por um processo de identificao com a identidade do Carisma da mesma. Ao conhecer esta identidade, sinto-me chamado a ela, quero viv-la, sinto-me feliz em viv-la. Isso, porm, no basta. necessrio que, alm de minha vivncia e opinio, tenha a confirmao de pessoas que me ajudem a descobrir e discernir minha vocao. O que a identidade de um Carisma aquilo que o caracteriza. Aquilo que o faz nico e diferente de todos os outros. As principais caractersticas da identidade e espiritualidade do Carisma Shalom

    a. a graa da parresia a finalidade do Carisma Shalom evangelizar com novo ardor, novos meios, novos mtodos, nova criatividade, levando a todos os homens a experincia com Jesus, o Shalom do Pai

    b. evangelizao explcita nossa evangelizao direta e explcita, ou seja, anuncia diretamente a pessoa de Jesus e o Evangelho

    c. a Paz fruto da experincia pessoal com Jesus Cristo somos chamados a levar a paz ao mundo atravs da experincia de paz no corao do homem, isto , a experincia pessoal com o Ressuscitado que passou pela Cruz

    d. contemplao na ao a caracterstica mais importante do Carisma Shalom o chamado orao profunda como fundamento para a unidade e evangelizao. Sem orao, no se Shalom.

    e. o trip da Contemplao, Unidade, Evangelizao so o fundamento de nossa vocao

    f. presena dos trs estados de vida o que nos caracteriza no um mesmo estado de vida, mas uma mesma vocao a servio da Igreja e da humanidade

    g. espiritualidade baseada no relacionamento da Trindade os trs estados de vida; o trip; a pobreza, obedincia, castidade; a vida fraterna, tm como modelo a Trindade e refletem seu relacionamento de amor

    h. o Ressuscitado que passou pela Cruz, o Shalom do Pai este Jesus Cristo para ns

    i. a influncia da espiritualidade da RCC, de Teresa de Jesus, de Francisco de Assis

    j. Maria como Porta do Cu, Esposa do Esprito e Rainha da Paz k. amor e obedincia incondicionais Igreja Catlica e ao Santo Padre l. a primazia da graa a graa de Deus vem sempre em primeiro

    lugar. O que fazemos ou colhemos fruto da graa, no de esforos humanos. Nela devemos confiar.

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    m. o abandono Providncia de Deus n. a comunho dos bens o. amor preferencial pelos jovens e sua evangelizao p. ser discpulo e ministro da paz (isto , pela contemplao, aprender

    de Jesus, pela evangelizao lev-lo aos homens) q. o chamado vida comunitria, seja como CAl, CAr ou CV r. a universalidade o carisma para pessoas de todos os povos,

    raas e idades e para todos os pases do mundo s. amor esponsal a caracterstica mais forte do Carisma Shalom o

    amor esponsal a Nosso Senhor Jesus Cristo: amor de unidade com Jesus, amor inflamado, entusiasmado, disposto a tudo por Ele, at a dar a prpria vida, se necessrio

    t. radicalidade evanglica no h como ser Shalom sem vive-la (veja anexo II)

    Naturalmente, h muito mais. H muito mais coisas que sabemos e muitas outras que iremos descobrindo aos poucos (estamos, ainda, em tempos de fundao). Voc poder ler mais sobre isso no Captulo I dos Estatutos e nos Escritos e Histrico da Comunidade.

    No pr-noviciado (Postulantado) sobremaneira importante conhecermos bem a identidade do nosso Carisma para bem discernir se nos identificamos com ele, isto , se nos sentimos chamados, e se estamos dispostos a abra-lo ou no.

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA CAPTULO V COMUNHO DE BENS, UMA QUESTAO ESPIRITUAL

    Moyss Azevedo Filho

    Transcrio de palestra proferida no dia 31/10/2001. Mantido o tom coloquial.

    A comunho de bens no uma mentalidade financeira nem econmica. um assunto espiritual, evanglico, teolgico e humano. O homem capaz de Deus, isto , pode fazer a experincia com Deus, ter intimidade com Ele, conhecer a sabedoria de Deus. Deus amor. Uma s natureza em trs pessoas Divinas. Deus uma comunho de amor. O Pai que tudo deu ao Filho. Tudo o que o Filho e tem, recebeu do Pai. No entanto, o Filho devolveu tudo o que recebeu ao Pai. Por amor foi-se doando inteiramente ao Pai. Amar doar-se, comunicar-se, entregar-se. Como um hino de louvor Ele se entrega ao Pai. Existe um amor que circula entre o Pai e o Filho que o Esprito Santo. A Trindade uma comunho e to forte que transborda na criao. Trs pessoas que se amam intensamente. Faamos o homem a nossa imagem e semelhana. No bom que o homem esteja s. Isto porque o homem a imagem e semelhana de Deus. Deus criou o homem para viver uma comunho de amor, mas o demnio, o diabo, aquele que divide, veio ferir o homem dividindo-o para afast-lo de Deus, para dividi-lo de Deus, dos outros e de toda a natureza. O homem ficou voltado para si e esqueceu de olhar para Deus, para os irmos e para a natureza. Seu corao encheu-se de egosmo, de rivalidade, de fechamento, de medo. O salrio do pecado a morte. E o que a morte seno a separao entre o corpo e a alma? Fomos criados para viver a comunho de amor e o pecado torna-nos incapazes de viver esta comunho, passamos a viver no mais voltados para Deus e para os homens, mas para ns mesmos. Jesus veio ao mundo para dar a sua vida com a finalidade de reconciliar o homem com Deus e uns com os outros. Para dar ao homem a capacidade perdida, de forma potencial, de amar a Deus e aos seus irmos. A salvao que Jesus veio operar em ns salvar-nos do pecado, que nos separa uns dos outro e de Deus em nosso fechamento e egosmo, e levar-nos a viver o mistrio de doao de amor da Trindade. Jesus ressuscitado, cheio do Esprito Santo, derrama o Seu Esprito, sopra o Seu Esprito sobre os discpulos. O fruto desse derramamento do Esprito Santo a converso dos discpulos concretizada atravs do surgimento da primeira comunidade crist, que a concretizao da mentalidade da salvao que Jesus realizou entre ns, fruto concreto da orao de Jesus: Pai que eles sejam perfeito no amor. Jesus quer que os homens sejam perfeitos na unidade. Na comunidade crist toma forma o desejo de Jesus, a comunho de amor afetiva e efetiva. A comunho de amor concreta, visvel, no s sentimentos e de bons desejos. A comunho espiritual de Cristo vem a ns

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    pelos mritos da Sua Paixo, Morte e Ressurreio. Porm para ela ser real precisa tornar-se concreta atravs da unidade uns com os outros. Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. A medida do amor um amor sem medidas, toda a graa espiritual que Ele derrama sobre ns e gera uma comunho fraterna, doao aos outros, tambm materialmente. Se existe comunho espiritual, existe tambm comunho material, do contrrio, a comunho espiritual fantasiosa. Viver a salvao viver a comunho de amor com Deus e os irmos de forma espiritual e material, atravs da comunho de bens espirituais e materiais. Faamos um estudo na Palavra de Deus sobre a comunho de bens:

    Lv 27, 30-31: No antigo testamento vive-se sombra do que se iria viver nos Atos dos Apstolos. Os judeus no estavam, ainda, preparados para viver a comunho de bens. Portanto, o dzimo que davam fielmente ao templo apenas um sinal daquilo que seria vivido plenamente com a vinda de Jesus. Quando Jesus chega, comea a mudar o relacionamento do homem com os bens. Jesus fala com clareza sobre a obra de comunho de amor que, com a graa da salvao, o homem estava preparado para agora viver. Como Jesus deseja que o homem viva?

    Lc 12, 22-32: Atravs desta passagem do Evangelho, Jesus nos revela que Deus Pai. Ele cuida de ns. Faamos a nossa parte e Ele nos dar o que necessitamos. Jesus comea a inaugurar o tempo da revelao de que Deus Pai e cuida de seus filhos. Ele deu a capacidade, a inteligncia, mas tudo vem Dele. Jesus faz-nos reconhecer quem o dono de tudo, por isto no sejamos arrogantes e orgulhosos.

    Lc 16, 13: Neste texto, Jesus nos ensina que no podemos servir a Deus e ao dinheiro. Devemos centrar-nos no Pai, no no dinheiro. Ou acreditamos que o Pai cuida de ns, ou vivemos como o mundo, como o pago, tendo o dinheiro como dolo. O discpulo de Jesus no pode ter o dinheiro como um dolo, como Mamon.

    Lc 6, 36: O dinheiro no mau em si. Ele tem uma finalidade: a generosidade. O discpulo de Jesus deve ser generoso, vive aquilo para o qual foi criado. Os seus bens tm a finalidade de servir e o Pai que tudo v ir abeno-lo. A medida que ns usarmos ser a medida que Deus utilizar para conosco. Se fizermos pouco pelo Pai e pelos irmos, pouco o Senhor far por ns. Se fizermos muito, muito o Senhor far por ns. Quanto mais nos doamos, mais partilhamos, mais Deus nos abenoa. A caracterstica do discpulo de Jesus dividir, partilhar, libertar-se de sua insegurana com relao prpria vida e confiar inteiramente em Deus.

    At 20, 35: Atravs destas palavras Jesus vem nos fazer entender que o caminho da felicidade no ficar centrado em si mesmo, mas dar-se e dar. Jesus s se

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    entrega, s se doa e Ele quer que os seus discpulos vivam isto com seus bens materiais. H uma felicidade, uma beno, uma graa que brota do ato de partilhar, da vivncia da comunho de bens.

    Lc 12, 33-34: Com estas palavras Jesus grita para ns: Faam para vocs uma caderneta de poupana imperecvel, uma aplicao segura, tesouro inaltervel no cu, porque esta atitude mostrar aonde est o seu corao. Onde est ele? No medo? Na insegurana? Na incapacidade de amar com os seus bens? O seu tesouro deve estar no outro no em voc mesmo, deve estar em Deus.

    Lc 21, 1-4: Jesus considera que a capacidade de amar com os bens no acontece somente quando sobra, mas tambm nos momentos de necessidades. A viva deu tudo que ela tinha para viver. Se ela foi capaz de dar na penria, o que ela seria capaz de dar na abundncia? A partilha deve acontecer quando tudo est bem, mas tambm quando tudo est difcil.

    Lc 12, 16-21: Jesus censura a ambio desmedida, a busca do enriquecimento como um fim. O homem dessa passagem rico para si mesmo, mas no rico para Deus. O rico para Deus aquele que partilha, que sabe socorrer, que sabe que tudo o que tem de Deus. O homem rico para Deus sabe que apenas administrador dos bens.

    Lc 16, 9-12: O administrador injusto faz amigos com o dinheiro injusto. Jesus no aprovou a injustia que ele cometeu, mas quer nos dizer para fazermos amigos com os nossos bens, com o dinheiro que ele nos deu. Que o dinheiro de vocs sirva para socorrer, partilhar. Se fores fiel no pouco que tm Eu lhes darei muito. Se pegamos o nosso dinheiro somente para ns esse dinheiro injusto, porque na realidade, ele todo de Deus. A maneira como os homens relacionam-se com os seus bens sinal de que so ou no discpulos verdadeiros de Jesus. O verdadeiro discpulo de Jesus no ludibria a Deus com o que de Deus.

    I Tm 6, 17-19: A nossa esperana no deve estar nos bens, mas em Deus. Os bens devem ser usados como instrumentos para a nossa salvao.

    II Cor 9, 6-12 Jesus vem nos falar que devemos viver como a Trindade vive, em santidade, assim seremos abenoados por Deus. Estamos vivendo como Deus quer quanto aos bens? No viver a comunho de bens no ser feliz. A comunho de bens uma dimenso indispensvel da comunho de amor. Se temos a misso de levar os irmos a fidelidade na orao, no Estudo Bblico, tambm uma misso nossa levar os irmos a comunho de bens.

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA

    ANEXO I

    CELEBRAES GAPE E BERAK (Para as famlias da Comunidade)

    Cristiano Pinheiro

    INTRODUO

    Uma vez por semana a famlia se rena para celebrar a presena de Deus em seu meio. Como Igreja domstica louve o Senhor, medite a sua Palavra e nela encontre a fora de encarnar na sua vivncia familiar o projeto divino a seu respeito. A esta celebrao chamamos Berak. (ECCSh 153) Em nossos Estatutos encontramos um convite s famlias da Comunidade a celebrarem a presena de Deus em seu meio. Cultivar a orao no algo acidental, , no entanto, fundamental para que as famlias cumpram, de fato, sua misso como vocao Shalom no seio da Igreja e no mundo.

    Na Comunidade Shalom, chamamos este momento de orao familiar de Berak. J h bastante tempo, vrios casais da Comunidade de Vida e Aliana tem sentido necessidade de direcionamentos concretos para a realizao desta celebrao. Este o motivo pelo qual propomos o presente roteiro. De forma alguma podemos esgotar em um simples roteiro toda a riqueza que esta celebrao pode vir a se tornar no meio de nossas famlias. Longe de querer obstruir a espontaneidade prpria dos momentos familiares, acreditamos que este roteiro pode servir para iluminar a celebrao do Berak.

    No precisamos ir muito longe para encontramos o esprito desta celebrao. Ao citar o Berak, os Estatutos j definem sua ndole e indicam seu itinerrio: Como Igreja domstica louve o Senhor, medite a sua Palavra e nela encontre a fora de encarnar... o projeto divino a seu respeito.

    Pelo louvor e pela meditao da Palavra - pontos fortes que devem constituir o Berak a famlia torna-se um ambiente favorvel para a ao do Esprito que vem encarnar nela o projeto do Pai.

    I LOUVOR Como Igreja domstica louve o Senhor...

    Reunidos no oratrio de sua casa, pais e filhos iniciam a celebrao do Berak com um momento de louvor a Deus.

    Este louvor deve ser marcado pelo grato reconhecimento dos feitos do Senhor no interior da famlia e da realidade comunitria na qual est inserida.

    Para motivar este momento inicial, os pais devem, previamente, escolher um salmo de louvor na Palavra de Deus. Amparada e impulsionada pelas

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    palavras do salmo, a famlia, de forma espontnea e dinmica, eleva tambm o seu louvor.

    Que os pais conduzam este momento motivando e testemunhando um louvor carismtico e fervoroso, enfatizando alguns versculos do salmo escolhido, orando em lnguas, e at mesmo enriquecendo-o atravs do canto (hoje, na comunidade, bastante comum encontrarmos boas melodias para os salmos, quer seja nos CDs das Laudes, quer seja em outros discos lanados pelas Edies Shalom).

    II MEDITAO DA PALAVRA Como Igreja domstica... medite a sua Palavra

    Aps o louvor inicial, a famlia viver um momento de meditao e contemplao da Palavra de Deus por meio de uma lectio divina comunitria. Conservando o devido respeito e reverncia Palavra, este momento no deve ter um tom exagerado de seriedade ou solenidade, deve antes ser algo livre e descomplicado, que desperte interesse e prazer, tanto nos pais como nos filhos, diante daquilo que o Senhor diz e ensina. Assim, a famlia se encontra com Deus atravs de Sua Palavra e faz dela sua escola de graa e sabedoria. A Palavra, desta forma, alimento e direcionamento para nossas vidas. (cf. ECCSh 62) Como toda boa lectio, esta ser composta dos degraus da leitura, meditao, orao e contemplao. Todos esses passos, porm, sero dados num constante clima de simplicidade e descontrao, no qual os pais, de forma didtica e pedaggica, ajudaro seus filhos a compreenderem e assimilarem a Palavra. D-se preferncia leitura do Evangelho, quer seja o da liturgia do dia, quer seja um outro texto que se julgue mais apropriado para o momento. Para ilustrar e dar um melhor entendimento de como deve ser esta lectio, vamos tomar a parbola do bom samaritano no texto de Lc 10,25-37.

    Levantou-se um doutor da lei e, para p-lo prova, perguntou: Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna? Disse-lhe Jesus: Que est escrito na lei? Como que ls? Respondeu ele: Amars o Senhor teu Deus de todo o teu corao, de toda a tua alma, de todas as tuas foras e de todo o teu pensamento; e a teu prximo como a ti mesmo. Falou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isto e vivers. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem o meu prximo?

    Jesus ento contou: Um homem descia de Jerusalm a Jeric, e caiu nas mos de ladres, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita, chegando quele lugar, viu-o e passou tambm adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando quele lugar, viu-o e moveu-se de compaixo. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua prpria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denrios e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quando gastares a mais, na volta to pagarei. Qual destes trs parece ter sido o prximo daquele que caiu nas mos dos ladres?

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    Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericrdia para com ele. Ento Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo.

    Leitura: Este o momento de compreender o que o texto diz. Atentamente, a famlia far a leitura, identificando os personagens, o ambiente, o que Jesus fez/disse e diante de quem etc. Que os pais despertem o interesse dos filhos por meio de perguntas tais como: Quem estava conversando com Jesus? Como foi a histria que Jesus contou? Quantas pessoas passaram pelo homem que foi assaltado? Quem o ajudou? Obviamente, a reflexo sobre o texto deve se dar segundo a faixa etria e a capacidade de compreenso dos filhos. Que no se use uma linguagem muito infantil para filhos adolescentes, nem uma linguagem difcil para crianas. O importante que toda a famlia assimile bem o trecho a ponto de memorizar o que foi lido. Vale pena ressaltar a necessidade de tornar o momento da leitura dinmico, atraente e participativo.

    Meditao: O que o texto nos diz como famlia? Este o ponto em que todos devem se questionar acerca do que a Palavra quer comunicar para ns. Os pais indagam a si mesmos e a seus filhos sobre a repercusso daquela Palavra em cada um. Por exemplo: Filho, o que mais te chamou ateno nessa parbola que Jesus conta? Filha, que parte mais te impressionou nesses textos? Com que personagens vocs se identificaram? Por que? As nossas atitudes se assemelham as de que personagem? etc. O degrau da meditao deve se tornar uma verdadeira partilha de vida, na qual todos expressam seus sentimentos e entendimentos em relao Palavra e falam do que esto vivendo e experimentando. Esta uma oportunidade para que todos aprendam a falar de si mesmos a partir da Palavra. Que cada um se sinta livre para expor suas impresses, sendo acolhido na prpria maneira de pensar e se expressar, sentindo que sua partilha importante e construtiva para o todo. Embora seja um momento de partilha livre e at mesmo subjetiva, os pais devem, com muita sabedoria, evitar que a Palavra possa vir a sofrer interpretaes errneas.

    Orao: O que a Palavra nos faz dizer? interessante que se releia o texto e que se d um novo rumo partilha iniciada: como responder quilo que a Palavra nos comunicou? Que todos sejam motivados a falar de como podem concretizar aquele trecho do Evangelho em suas vidas. A palavra fez com que eu percebesse minha indiferena aos necessitados. Quero mudar. Quero ser mais solcito aos meus irmos/colegas/amigos... O problema do sacerdote e do levita era uma grande preocupao consigo mesmos. O samaritano fez o que devia: renunciou quilo que ele tinha. Preciso abrir mo de tanta coisa suprflua em favor de pessoas mais necessitadas do que eu (em favor do meu irmo/ primo/pai/filho)... Jesus disse para que eu fizesse o mesmo que o samaritano. Quero faz-lo... Aps a partilha e a reflexo, os pais podem conduzir uma breve orao para que a famlia apresente a Deus seus novos propsitos. A orao deve ser livre e espontnea. Os pais rezam pelos filhos, podem pedir para que os filhos rezem por eles...

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    III CONTEMPLAO ...encontre a fora de encarnar na sua vivncia familiar o projeto divino a seu respeito.

    A contemplao no se trata de um momento isolado dos demais, antes conseqncia direta de todo o caminho de leitura, compreenso, meditao e orao com a Palavra de Deus. Deus age! Que a famlia fique atenta aos frutos que Ele deseja gerar em cada celebrao. Como um degrau que depende unicamente de Deus, a contemplao dom, cabendo assim famlia apenas uma abertura para que Deus fale e opere. Recordamos que a finalidade do Berak, segundo os nossos Estatutos, que a famlia encontre pela meditao da Palavra, a fora de encarnar na sua vivncia familiar o projeto divino a seu respeito. Portanto, imprescindvel que a famlia, na orao, esteja atenta para escutar os desgnios de Deus sobre ela e partilhe sobre isso.

    IV CONSAGRAO FAMLIA DE NAZAR

    Pode-se finalizar o Berak fazendo um ato de consagrao Famlia de Nazar. Propomos uma pequena orao que pode, ou no, ser utilizada pela famlia neste momento. Caso se ache mais oportuno, a famlia pode finalizar este momento com uma outra devoo mariana.

    famlia de Nazar! Famlia das famlias, de onde nos vem o Salvador. Quo dignas tornam-se todas as famlias por tua causa! Casa de Nazar, casa da fecundidade plena, casa onde residem a f e a esperana. Torna a nossa casa uma escola de caridade e humildade, ambiente de servio e de paz.

    Justo Jos, modelo de esposo e pai, rogai por ns! Bendita Maria, cone de fecundidade e ternura, rogai por ns!

    Amado Jesus, conduz-nos no caminho da santidade e do amor. Sagrada Famlia de Nazar, rogai por ns! Amm!

    V CONSIDERAES IMPORTANTES

    Obviamente, nem todas as famlias da CA e da CV podem seguir risca a estrutura da celebrao tal como descrevemos. Por exemplo: Famlias da CA nas quais um dos cnjuges no pertence Comunidade e no tem familiaridade com nossa maneira carismtica de orar; famlias com filhos em situaes de rebeldia ou indiferena etc.

    O importante para se viver o Berak no cumprir o roteiro, mas fazer de tudo para seguir o caminho do louvor e da escuta da Palavra. Mas como?

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    Embora o presente roteiro se aproxime daquilo que indica os Estatutos, no se deve obrigar a famlia a se adequar a uma maneira de celebrar que ela no conhece ou at rejeita. Use-se de sabedoria para envolver os membros.

    Pode-se, por exemplo, preparar, por ocasio do Berak, uma refeio especial na qual se estimule a partilha de vida e se insira uma meditao breve do Evangelho.

    Que haja muita liberdade por parte das famlias em adaptar este roteiro sua realidade prpria. No podemos abarcar todas as realidades em um nico roteiro, mas todos podem ser iluminados a partir do itinerrio de louvor e meditao da Palavra que os Estatutos propem.

    No caso das famlias que podem concretizar este roteiro de uma forma mais plena, que haja criatividade para que o Berak no se torne algo enfadonho ou repetitivo. interessante variar nos ambientes, em alguns casos solenizar o momento com um jantar festivo, colocar os filhos para conduzirem alguns momentos, fazer dinmicas (encenar o Evangelho no caso de filhos pequenos) etc.

    Tudo deve ser feito no oratrio da casa da famlia? Pode-se fazer algum momento na sala de estar? Pode-se usar a capela da casa comunitria? Que isso tambm seja escolhido com muita liberdade! Enfatizamos a importncia da criatividade para que haja uma boa participao de todos neste momento!

    Algumas famlias celebram o Berak juntamente com o gape, que, segundo o artigo 326, uma celebrao da comunho de amor da famlia, em geral por meio de uma refeio simples, mas cheia de alegria. Inicia-se o encontro com o Berak e, aps o mesmo, celebra-se com alegria a refeio familiar chamada gape.

    Deve-se evitar luxos ou despesas desnecessrias, mas, por outro lado, deve haver zelo, beleza e harmonia em tudo, dando a entender que aquele um momento especial da celebrao do amor, da unidade, do perdo, da ao da providncia divina em meio famlia.

    Shalom!

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA

    ANEXO II

    S A RADICALIDADE TEM SENTIDO

    Maria Emmir Nogueira

    Lembro-me como se fosse hoje. Era o ano de 1986. Na pequena sala de tacos escuros da primeira casa comunitria, o Moyss, com o tradicional bermudo frouxo que os rapazes usavam naquela poca, nos falava sobre o seguimento de Jesus de uma forma nova e surpreendente. Lembro-me de ter pensado: Mas como que ele conseguiu perceber tudo isso? Era a graa especial dos primeiros tempos, tempos de fundao, tempo que vivemos ainda hoje e que viveremos enquanto o fundador e a co-fundadora estiverem vivos. Sim, vivemos tempos de graa. Somos bem-aventurados por vivermos este tempo na Igreja e na vocao. O assunto do ensino daquela manh quando nos sentvamos no cho por falta de cadeiras e no ramos mais que cinco era o seguimento de Jesus. O texto, Lc 14, 25-35: Muito povo acompanhava Jesus. Voltando-se, disse-lhes: Se algum vem a mim, e no odeia seu pai, sua me, sua mulher, seus filhos, seus irmos, suas irms, sim, at a sua prpria vida, no pode ser meu discpulo. E quem no carrega a sua cruz e me segue, no pode ser meu discpulo. Quem de vs querendo fazer uma construo, antes no se senta para calcular os gastos que so necessrios, afim de ver se tem com que acab-la? Para que, depois que tiver lanado os alicerces, e no puder acaba-la, todos os que o virem no comeam a zombar dele, dizendo: Este homem principiou a edificar, mas no pde terminar. Ou qual o rei que, estando para guerrear com outro rei, no se senta primeiro para considerar se com dez mil homens poder enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, quando o outro ainda est longe, envia-lhe embaixadores para tratar da paz. Assim, pois, qualquer um de vs que no renuncia tudo o que possui no pode ser meu discpulo. O sal uma coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que o recuperar? No servir nem para a terra nem para o adubo, mas lanar-se- fora. O que tem ouvidos para ouvir, oua!

    Naquela poca, a radicalidade evanglica era como ser sempre em nossa vocao essencial. Alm de essencial, porm, era viva, muito viva. Viva e vivenciada sem descuido, risca. Significava, antes de qualquer coisa, uma verdade evidente, embora tantas vezes descurada:

    Seguir Jesus deixar tudo e todos. Deixar todo o resto. Deixar todos os outros que no Ele.

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    Muito povo acompanhava Jesus. Voltando-se, disse-lhes: Se algum vem a mim e no odeia seu pai, sua me, sua mulher, seus filhos, seus irmos, suas irms e at a sua prpria vida, no pode ser meu discpulo. Como isso era vivo para ns, os primeiros! ramos os primeiros a sermos chamados a, literalmente, deixar para trs pai, me, mulher, marido, filhos, irmos, irms e a prpria vida. Ningum antes de ns havia deixado tanta coisa para uma aventura completamente inesperada.

    Hoje, sabemos muito bem o que uma Comunidade Nova. Joo Paulo II falou desta realidade em plena Praa de So Pedro e em seus documentos. A Igreja, hoje, reconhece vrias comunidades novas a nvel pontifcio e a nossa est em processo de reconhecimento. Nosso fundador convidado para o Snodo sobre Eucaristia, para importantes eventos no Pontifcio Conselho dos Leigos e para o lanamento do documento papal sobre a caridade.

    Naquela poca, inicivamos uma aventura que no conhecamos. No sabamos para onde estvamos indo, nem se a Igreja nos acolheria. Pelo contrrio, por toda parte nos chamavam de loucos e setores da Igreja, alguns muito ligados a ns, desencorajavam nossa opo e no nos poupavam de perseguies e falatrios.

    Deixvamos tudo por uma incerteza. Trocvamos nossos queridos por uma incgnita. Abandonvamos nossos estudos e trabalhos por uma aventura. Era isso, sim, mas aos olhos dos homens. Aos olhos de Deus e, creia, naquela poca estvamos cheios de Deus, cheios de entusiasmo, dispostos a dar a vida por Jesus! aos Seus olhos e aos nossos, deixvamos todos e tudo por... Jesus, o Ressuscitado, o Cristo Vivo que havamos experimentado no Batismo no Esprito Santo e que, atravs do Moyss nos proponha um seguimento radical, ainda que no soubssemos para onde amos ou se receberamos alguma coisa em troca do que havamos deixado. Era a f a nos dar a certeza do incerto; a esperana a nos dar a certeza de que Deus tinha planos para ns, a caridade a queimar nosso corao de amor esponsal.

    A exigncia de Deus era clara: era preciso deixar tudo. A pregao do Moyss, muito explcita: a vocao Shalom exigia o deixar tudo, o seguimento radical de Jesus Cristo. E isso ele pregava veementemente ungido, na pequena sala da Repblica do Lbano para os seus cinco primeiros discpulos.

    E quem no carrega a sua cruz e me segue, no pode ser meu discpulo.

    Como sempre, havia a eterna discusso acerca do que seria esta cruz. Em sua pregao, o Moyss deixava claro: era crucificar nossos planos, nossos desejos, nossa vontade, nossas afeies desordenadas, nosso amor a ns mesmos; crucificar tudo o que no fosse Jesus. Carregar tudo isso como uma cruz, renunciando a todo direito pelo privilgio incomparvel de ser discpulo de Jesus.

    Hoje em dia, de vez em quando me pego a comparar a qualidade do seguimento de Jesus que eu tinha naquela poca e que tenho hoje. Que diferena! Hoje, cercada de seguranas, ser que ainda por Jesus que deixo tudo? Ser que ainda carrego a cruz de morte de minha carne, desejos, planos, vontade, afeies desordenadas, amor a mim mesma? Cercada de milhares de irmos pelo mundo inteiro, contando com o aval da Igreja e o reconhecimento

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    da RCC, ainda vivo a radicalidade evanglica que requer absolutamente a prioridade radical de amor a Jesus Cristo deixando tudo e todos para trs?

    Hoje, paparicada em meio a palestras, cursos, livros, rdio, tv, ainda mantenho a radicalidade de deixar tudo, absolutamente tudo para ser unicamente de Jesus e para segui-lo radicalmente, isto , para ser radicalmente igual a ele? Cercada pelas estruturas da Obra e da Comunidade, tendo a identidade do Carisma melhor definida, com os ps nos Estatutos e nas Regras reconhecidas, j sabendo de onde vim e para onde vou, mantenho o mesmo nvel de radicalidade, de amor esponsal, de desejo ardente de ser pobre como Jesus, casta como Jesus, obediente como Jesus, Paz como Jesus?

    A grande surpresa da pregao do Moyss, entretanto, viria com o texto a seguir. Alis, foi por este trecho que ele iniciou seu ensino, s depois voltando ao incio da passagem. Vejamos:

    Quem de vs, querendo fazer uma construo, antes no se senta para calcular os gastos que so necessrios a fim de ver se tem com que acaba-la? Para que, depois que tiver lanado os alicerces e no puder acab-la todos os que o virem no comecem a zombar dele, dizendo: Este homem principiou a edificar, mas no pode terminar. Ou qual o rei que, estando para guerrear com outro rei, no se senta primeiro para considerar se com dez mil homens poder enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, quando o outro ainda est longe, envia-lhe embaixadores para tratar da paz.

    O Moyss enfatizava bem que as ponderaes de que fala o Evangelho, vinham antes de se tomar a deciso. Ou seja, antes de nos aventurarmos no desconhecido de seguir Jesus em uma comunidade, deveramos pensar bem se estvamos dispostos a construir paredes imponderveis sobre alicerces invisveis, sem nenhuma segurana de que elas iriam sustentar-se de p. Enfatizava, em sua pregao, que ainda que fssemos reis todo-poderosos, deveramos estar conscientes de que entrvamos para uma batalha humana e espiritual que no s duraria para sempre - e naquela poca era comum citarmos Eclo. 2, 1: Se entrares para o servio de Deus, prepara tua alma para a provao.

    Tnhamos muito em mente que nos metamos em uma batalha espiritual que duraria enquanto vivermos. O Moyss, por sua vez, deixava claro quem eram os inimigos que iramos combater: a ns mesmos, nossa carne, nossos desejos, nosso amor prprio, nossos planos, nossas concupiscncias, nosso desejo de ser como o mundo, nossa vontade de voltar atrs. Seria uma batalha desigual: dez mil contra vinte mil do inimigo.

    Quem amar a si mesmo, dizia ele, mesmo que seja s um pouco, no tem chances de vencer a batalha. Vai ter sempre a tentao de enviar

    embaixadores ao inimigo para conversaes em vistas de uma falsa paz, de uma paz passageira que o inimigo e o mundo podem dar. No entanto, quem decidir no amar a si mesmo acima de Jesus, do mundo e de seus queridos, continuar na batalha, mas encontrar a Paz que o prprio Jesus e que s

    ele d. Cristo a nossa paz!, finalizava ele, citando Ef. 2, 14: Cristo a nossa paz, passagem que, na poca tnhamos como o texto de nossa vocao, uma vez que o Esprito no nos havia ainda inspirado e explicado Jo 20,19, o que s

    viria a ser registrado quando da elaborao dos Estatutos.

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    Hoje, vinte anos depois, fcil constatar como ele tinha razo e como era proftico seu ensinamento. Vemos que aqueles que antes de entrar para a comunidade tomaram a deciso pelo seguimento radical de Jesus Cristo tm nela o alicerce de sua casa e a vitria de sua batalha. Muitos, porm, que entram por fantasia ou com outras motivaes, no terminaram de construir a casa ou acabam por contemporizar com o inimigo. Pouco a pouco os projetos pessoais, os desejos no crucificados, a amizade com os valores do mundo corroem seus poucos tijolos e tiram a fora de seus soldados.

    Uma blusa com ou sem manga, uma comunho de bens doada ou retida, uma sada noite para um lugar devido ou indevido, de per si parecem inofensivos. Vistos sob a perspectiva da radicalidade evanglica que nossa vocao exige, porm, tornam-se arma de batalha, argamassa forte que une tijolos sem brechas entre eles. Uma simples renncia a uma cava, compra de um bem suprfluo, a uma diverso mundana, podem fazer a tremenda diferena entre uma vocao vivida at o final da vida ou abandonada pela metade da caminhada.

    Decidir-se a no contemporizar ou, para utilizar a linguagem de So Paulo, no ter amizade com o mundo, com nossos projetos pessoais, com nossa carne, com as concupiscncias, o passo essencial para quem quer viver a vocao Shalom que exige, absolutamente, a radicalidade evanglica. Sem a radicalidade evanglica, sem o seguimento radical de Jesus em sua maneira de viver, em sua pobreza, obedincia, castidade no existe a vivncia da vocao Shalom. Sem seguir radicalmente a Jesus em sua incansvel parresia; em seu tomar a cruz, renunciando, ao toma-la por amor, a todos os seus direitos de Deus e de homem, no se vive a vocao Shalom.

    A grande tentao contemporizar. Tentar harmonizar o seguimento de Jesus e os projetos pessoais, gostos, desejos, reivindicaes de direitos, desobedincia velada, pobreza aparente, castidade mitigada, esta a grande tentao. Ela comea a aparecer sorrateiramente, disfarada de boas intenes e se instala em uma vivncia morna e mitigada que ameaa a vocao de todos. Tudo o que morno, tudo o que mitigado, tudo o que contemporizado vai de encontro nossa vocao. Isso o Moyss j havia deixado bem claro ao escrever Obra Nova com sua admoestao aos covardes e sua exortao radicalidade e renncia at o sacrifcio dos galhos verdes.

    Nos incios, era bem mais fcil enxergar os perigos, contar os dez inimigos que ultrapassavam nossas tropas, contabilizar a quantidade de tijolos, medir a resistncia dos alicerces. Com o crescimento da comunidade, tudo isso se dilui e nos coloca na contingncia da re-escolha da radicalidade absoluta. Como finalizou o Moyss, h vinte anos:

    Assim, pois, qualquer um de vs que no renuncia a tudo o que possui no pode ser meu discpulo.

    Voc no conseguiria ouvi-lo dizer: Assim, pois, isto , desta forma e somente desta forma, no de outra

    forma, mas desta forma, qualquer um de vs qualquer um, voc ou eu, qualquer um de ns que no renuncia a tudo, tudo, no a metade, no a uma parte, mas tudo, tudo o que tem, tudo o que , tudo! No pode ser discpulo de Jesus. No tem como segui-lo. No tem como ser como Ele, que deixou tudo

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    para seguir a vontade do Pai. No tem como viver a magnfica vocao que Nosso Senhor nos deu! Esta vocao exige, exige a radicalidade evanglica, exige o sacrifcio de ns mesmos, de tudo o que somos e temos, exige o seguimento radical de Jesus Cristo Nosso Senhor.

    Por isso, pense bem antes para no desistir depois. Conte seus tijolos, verifique sua argamassa, conte suas tropas e jamais, jamais contemporize com o mundo, com a carne, com o mal, com voc mesmo! Jamais! Do contrrio, o sal perder o seu sabor, pois:

    O sal uma coisa boa, mas se ele perder o seu sabor, com que o recuperar? No servir nem para a terra nem para adubo, mas lanar-se- fora.

    No percamos nosso sabor. Ele no nosso. de Deus. Deus quem no-lo d. No percamos a radicalidade evanglica. Do contrrio, nossa vocao no servir para a nada, nem para ns mesmos, nem para a humanidade e acabaremos, ns mesmos, por lan-la fora, por desperdi-la tristemente.

    Quem tem ouvidos para ouvir, oua! Amm. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! As palavras podem ser as que nosso fundador usaria atualmente. A

    memria pode me trair. No entanto, atesto que, h vinte anos, sob os arcos da Maria Tomsia, para a comunidade de Aliana e, anteriormente, na pequena sala da Repblica do Lbano, para a comunidade de Vida, foi isso o que pregou o Moyss sobre Lc 14, 24-35, explicando que era preciso a deciso de tudo deixar antes de aventurar-se. Sim, foi isso o que ele nos ensinou, afirmando que na vocao Shalom, ou vivamos a radicalidade evanglica do seguimento de Jesus Cristo, ou no viveramos a magnfica vocao a que Deus nos chama.

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    MANUAL DE RETIRO DE INGRESSO DOS POSTULANTES COMUNIDADE DE ALIANA

    ANEXO III

    PERGUNTAS MAIS COMUNS SOBRE A COMUNHO DE BENS

    Setor Providncia

    1) Como surgiu a Comunho de Bens? - Antes, tnhamos o compromisso de pagar o dzimo, ou seja, os 10% de nossa renda, conforme ensina o Antigo Testamento. Aos poucos, porm, fomos percebendo que o Senhor nos chamava no a um pagamento, mas a uma nova mentalidade de Comunho, segundo nosso chamado Unidade e Evangelizao. Neste ano, reunida em Assemblia Geral, a Comunidade discerniu que deveramos destinar 10% para o Fundo de Evangelizao (para nossa obra de evangelizao em geral) e 5% para o Fundo dos Necessitados (para os irmos necessitados da comunidade e para o socorro dos pobres). A estes 15% denominamos Comunho de Bens ou, para ser mais breve, CB.

    2) Quando devo fazer a Comunho de Bens? - A CB deve ser feita a cada ms, medida que se recebe o salrio ou outra renda. melhor desta forma, pois assim a comunidade pode planejar melhor seus pagamentos e despesas. Alm disto, disciplina aquele que partilha e evita surpresas futuras que lhe impediriam de realiz-la.

    3) Nunca partilhei a Comunho de Bens e acho que nunca terei coragem de faz-lo. Minha f no chegou l. Como fao? - A f comparvel a uma escala que se sobe degrau por degrau. Assim tambm se poderia tratar com a Comunho de Bens. Comece por partilhar 5% ou 7%. Por exemplo, e com o tempo, medida de sua experincia com a Divina Providncia, aumente o valor e o percentual da partilha at chegar ao que Deus espera de voc!

    4) Uma pessoa que ganha pouco est dispensada de expressar sua Comunho de Bens? - A experincia vivida por Jesus com a viva pobre nos ajuda a entender qual a mentalidade divina a cerca da partilha financeira e sua relao com pobreza material. No h dvida que a pobreza um impedimento para a partilha de valores financeiros altos, porm em nada impede a partilha generosa e alegre segundo as possibilidades e amor a Deus e aos irmos. Em nossos dias provavelmente, diramos que aquela viva estava sendo explorada; no entanto, Jesus via seu corao e seu desejo de partilha, ela no se desculpou pelo fato de ser pobre, mas fez de sua pobreza material uma forma de expressar e concretizar o seu amor. Em verdade, eu vos digo: esta viva depositou mais do que todos os outros, pois todos eles tiraram do seu suprfluo para depositar nas ofertas, ela tirou de sua misria. (Lc. 21, 3-4).

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    Quem diz que no faz comunho de bens por ganhar pouco, dificilmente o faria se ganhasse muito. (Annimo)

    5) Como um desempregado expressa sua Comunho de Bens financeiramente se no possui recursos? - Com criatividade! Mesmo desempregado Deus sempre faz s mos destes irmos algum tipo de recurso que poder, ento, ser partilhado. Aqui a questo no o valor, mas a fidelidade e o desejo de comunho.

    6) A Comunho de Bens calculada a partir do rendimento lquido ou bruto? - A palavra calcular no adequada para a Comunho de Bens. Em 1995, a comunidade, reunida em Assemblia, decidiu que esta comunho seria de, no mnimo, 15% para os membros da comunidade, mas no falou em clculos.

    7) No possuo rendimentos fixos, ganho por comisso. Como fazer minha devoluo? - Devolva em proporo ao recebido. Nada impede, por exemplo, que no mesmo ms voc faa trs ofertas ou mais que corresponda, juntando tudo, sua devoluo mensal. Tenha apenas o cuidado de registrar isso em seu envelope de Comunho de Bens.

    8) Posso juntar tudo e fazer minha comunho de bens no final do ano? - A periodicidade que mais traduz a dimenso de socorro s necessidades da obra e da Igreja a mensal. No entanto, em casos excepcionais, esta devoluo anual acolhida com gratido pela obra.

    9) Nunca fiz comunho de bens. Pretendo iniciar neste ms, Como fazer com os meses anteriores? - Os meses anteriores pertencem ao perodo que antecedeu sua nova conscincia e mentalidade; Entregue-o misericrdia de Deus e seja fiel a partir de agora.

    10) Devo fazer comunho de bens de ganhos extras como 13 salrio, frias, etc? - Sim.

    11) Posso colocar no envelope apenas o primeiro nome? - No. Todo o nosso controle feito pelo seu nome completo (nome todo) ou pelo seu grupo de orao. Para nosso controle interno fundamental que voc preencha de forma legvel, todos os dados do envelope, inclusive os telefones para nossa confirmao de recebimento.

    12) A Comunho de Bens obrigatria? - Para os membros da comunidade, de P1 a Compromissos Perptuos, sim. um sinal concreto de sua entrega total e incondicional a Deus, do seu sim vocao e de sua opo pela radicalidade evanglica que coloca o amor ao prximo como o grande mandamento do Evangelho.

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    13) Posso entregar minha Comunho de Bens para meu Formador Comunitrio? Por uma questo de controle e segurana, ningum na obra Shalom est autorizado a receber envelopes de comunho de bens. A orientao oficial de que todo envelope deve ser colocado, devidamente preenchido, nas urnas, de preferncia pelo prprio irmo que faz sua devoluo.

    14) Qual o procedimento a ser adotado por um irmo que nunca fez sua Comunho de Bens e deseja inici-la? - Ir a urna em uma de nossas casas, preencher o envelope todo com o nome completo, nmeros telefnicos para contato posterior e fazer sua doao.

    15) Como saber se minha Comunho de Bens chegou ao Setor da Providncia? - Funciona no setor da providncia, um servio de telemarketing que telefona (usando vsper fale a vontade) para cada irmo confirmando o recebimento de sua devoluo. Por esta razo, seus dados telefnicos precisam ser preenchidos no envelope e permanentemente atualizados. Com estes dados preenchidos no envelope temos condies de lhe dar esta importante confirmao.

    16) Posso direcionar minha Comunho de Bens para o setor ou casa da Obra Shalom de meu interesse? - No. A Comunho de Bens administrada pelo Economato Geral da Obra Shalom que a direciona para pagamento de despesas j previamente assumidas. Se cada pessoa direcionasse sua devoluo, em breve teramos setores fortalecidos convivendo com reas deficitrias e carentes. O Economato, que tem uma viso geral da Obra, procura direcionar sua CB segundo critrios de justia e equidade. Alm disso, um direcionamento particular da devoluo fere o princpio Bblico de que estes recursos pertencem ao Senhor. Se eu decido o que fazer com ela, EU continuo mandado em alg