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INSTITUTO BÍBLICO PORTUGUÊS ASSOCIAÇÃO EVANGÉLICA DE EDUCAÇÃO Literatura Joanina 2º Semestre, 2011-2012 Apocalipse 20:1-10 (versão revista posterior à entrega do trabalho) Lucinda Alves

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INSTITUTO BBLICO PORTUGUS ASSOCIAO EVANGLICA DE EDUCAO

Literatura Joanina

2 Semestre, 2011-2012

Apocalipse 20:1-10

(verso revista posterior entrega do trabalho)

Lucinda Alves

- 1 -

ndice

Introduo 2

Contexto histrico-cultural 2

Esboo do Livro e influncia para o texto em estudo 3

Textos prximos da passagem 4

A Estrutura Retrica da passagem 5

Palavras chave e expresses interessantes 6

Qual a ligao do texto com o resto da Bblia e a sua mensagem? 10

Declarao da ideia central do texto 11

Como a ideia central desenvolvida ao longo da passagem 11

Aplicao da passagem relevante para a igreja do sculo 21 13

Esboo de Pregao 15

Concluso 16

Bibliografia 17

Anexo 1 Estrutura sinttica e retrica

ANEXO 2 - Algumas meditaes acerca do Arrebatamento

Anexo 3 Diversas verses do texto bblico

Anexo 4 Verso interlinear do texto

- 2 -

Introduo

Este estudo insere no contexto da Literatura Joanina e mais especificamente no Livro de

Apocalipse. Sendo um livro nico na sua forma e contedo, sempre um desafio para a mente e

para o esprito estud-lo e procurar entend-lo!

O nosso propsito a anlise do captulo 20, at ao versculo 10. um texto polmico que

originou correntes de interpretao, devido questo do Milnio. Os pressupostos de que partimos

determinam sem dvida a forma como desenvolvemos o estudo e determinaro tambm as nossas

concluses. Utilizamos uma interpretao literal, l-mos o texto como alegoria ou como relativa ao

primeiro sculo? A atitude que temos para com o Livro de Apocalipse determinar o que podemos

extrair deste para a atualidade. Consideramo-lo uma profecia ainda por cumprir totalmente ou

como apenas algo relevante para a poca em que foi escrito?

A posio da autora, assim como em relao ao restante da Bblia sempre o mais literal

possvel, exceto quando prpria Bblia indica ser figurado ou tenhamos razes para assim

interpretarmos sem sombra de dvida. nesta perspetiva que pretendemos abordar o texto,

crendo que aquilo que est escrito o que significa.

Contexto histrico-cultural

Quanto data do Livro de Apocalipse, admite-se comumente que tenha sido escrito

por volta de 95, no ano do imperador Domiciano. Domiciano promoveu uma cruel perseguio aos

cristos em Roma, exigindo que todos os cidados o adorassem como deus. Os cristos, ao

recusarem-se, eram fortemente perseguidos. Outros creem que algumas partes foram redigidas no

tempo de Nero, pouco antes de 70. Contudo, ambas teriam sido escritas pelo mesmo autor, mas

uma outra pessoa teria juntado as partes. Seja a poca de Domiciano ou a de Nero, sabe-se que o

livro foi escrito num perodo de perturbaes e que as cartas enviadas s comunidades (que no livro

so expostas) tm o objetivo de animar o povo, sem faz-los desistir, resistindo s perseguies do

Imprio Romano para com o povo cristo.

As cartas ou mensagens especficas s sete igrejas da sia revelam o estado daquelas igrejas

na poca. Os que so pobres, Deus considera ricos (2:9) e os que so ricos Deus considera pobres

(3:17). Parece haver uma resistncia a diversas heresias graves. A perseguio uma constante e o

- 3 -

livro de Apocalipse tem muito de encorajamento para os crentes se manterem fiis a Deus nas

situaes mais difceis.

Esboo do Livro e influncia para o texto em estudo

um texto proftico e apocalptico, diferente da literatura apocalptica extra bblica. O

Apocalipse conservou as seguintes caractersticas desse gnero literrio: Viso escatolgica;

relevncia histrica, vises e simbolismos. Porm, destacou-se sendo um livro proftico e

cannico.

Encontramos uma estrutura simples na Revista Theos (Revista de Reflexo Teolgica

Faculdade Teolgica Batista de Campinas)1:

Prlogo: 1.1-8 Prefcio 1.1-3 Prescrio e ditos 1.4-8 As sete mensagens 1.9-3.22 Os sete selos 4.1-8.5 As sete trombetas 8.2-11.19 Sete vises no-numeradas 12.1-15.4 As sete taas 15.1-16.20 Apndice da Babilnia 17.1-19.10 Sete vises no-numeradas 19.11-21,8 Apndice de Jerusalm 21.9-22.5 Eplogo 22.6-21 Ditos 22.6-20 Bno 22.21

Outra estrutura da mesma Revista Theos de Edward McDowell:

INTRODUO, 1-3 I Credenciais e do autor e propsito, 1 II Cartas s sete igrejas, 2-3 PRIMEIRO ATO Deus proclama sua soberania sobre o mundo, 4-11 1 cena: a viso da Corte Celestial, 4-5 2 cena: os seis selos: o drama do sofrimento humano, 6 3 cena: preldio na rutura do stimo selo, 7 4 cena: o stimo selo (as trombetas a tragdia da humanidade impenitente), 8-9 5 cena: o profeta e o livro, 10 6 cena: medio do Templo, os dois profetas e o grande terremoto, 11.1-14

1 http://www.revistatheos.com.br/Artigos%20Anteriores/Artigo_02_01.pdf

http://www.revistatheos.com.br/Artigos%20Anteriores/Artigo_02_01.pdf

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7 cena: a stima trombeta: proclamao da soberania de Deus sobre o mundo, 11-15-19 SEGUNDO ATO O conflito entre soberanias e a vitria de Deus, 12.1-22.5 1 cena: o nascimento do Messias e Sat, 12 2 cena: Sat luta contra Cristo por meio das duas bestas, 13 3 cena: sete certezas sobre o grande conflito entre Cristo e Sat, 14 4 cena: viso dos setes anjos com as taas da ira de Deus, 15-16 5 cena: o julgamento de Babilnia, 17.1-19.5 6 cena: a vitria de Cristo sobre Sat e as bestas, 19.6-20.10 7 cena: O juzo, o novo cu, a nova terra e a nova Jerusalm, 20.11-22.5 EPLOGO, a concluso do livro, 22.6-21

O tema central do Livro , sem dvida, a consumao do Reino de Deus na terra (milnio e

nova terra), atravs do julgamento de Deus sobre as foras do mal. Ao l-lo, os cristos deveriam

desviar os olhos da sua situao presente e estend-los para Deus, de onde viriam as trombetas,

as pragas, o noivo e a Nova Jerusalm.

Textos prximos da passagem

Os temas anteriores so quase sempre de aluses a sofrimentos, seja de crentes perseguidos

e mortos, seja de catstrofes sobre o mundo em geral como manifestao da ira de Deus sobre o

mal.

O captulo 18 descreve o julgamento que vem sobre Babilnia, o sistema deste mundo. A

busca de glria, riqueza e prazeres mundanos conduzem sua queda e com ela todos os que vivem

pelo seu sistema. No captulo 19, Deus glorificado por ter julgado a grande Prostituta (Babilnia),

vingando a morte de santos. Um tema importante que se segue chamado de Bodas do Cordeiro:

Bem-aventurados os que so chamados Ceia das Bodas do Cordeiro (19:9). Segue-se a recusa de

um anjo a ser adorado (19:10). Do versculo 11 a 16, uma extraordinria descrio do Verbo de Deus,

montado num cavalo branco, vindo com o seu exrcito tambm em cavalos brancos. Na coxa tem

escrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores. O resto do captulo 19 descreve uma guerra, entre Cristo,

e seus exrcitos, com satans e os reis deste mundo. A Besta e o Falso Profeta so lanados vivos

no Lago de Fogo e enxofre (indica que so homens?). Os restantes homens que os seguiam foram

mortos pela espada que saa da boca. A priso de satans s referida no captulo 20,

como que com o objetivo de ser tratada de forma especifica.

- 5 -

O texto de 20:1-10 forma uma unidade na medida em que o captulo 19 termina com a

condenao da Besta e Falso Profeta, e 20:10 refere a condenao eterna de Satans, fazendo

aluso aos dois aliados, como j estando no Lago de Fogo e aos quais Satans se juntar pelos

sculos dos sculos. Aps uma histria da humanidade em que Satans muito ativo, algo indito

acontece: a priso temporria de Satans durante mil anos e depois pela eternidade.

O final do captulo 20 remete-nos para uma viso que nos faz temer: o Grande Trono Branco

de Deus Pai. Ele julga todos os mortos para a eternidade. No haver mais oportunidades de

arrependimento para os homens. Todos os que no esto escritos no Livro da Vida, onde aqueles

que so santos esto, sero condenados tambm ao Lago de Fogo.

O captulo 21 faz a viragem total, descrevendo a Nova Vida na Nova Criao, onde homens

santos e Deus partilham a eternidade. O captulo 22 continua com o tema e termina com exortaes

santidade e ao desejar a vinda de Cristo.

A Estrutura Retrica da passagem

No Anexo 1 est a estrutura completa, que deu origem seguinte:

A Julgamento sobre Satans 1-2 Satans preso por mil anos, para que no enganasse as naes, at completar os mil anos B O engano de Satans 3 Satans o enganador das naes C O reino milenar de Cristo e os que reinam com ele 4a Os que se assentam sobre uns tronos tm poder para julgar. 4b-6 Os que morreram por Jesus, e no adoraram a besta, reinam com Cristo durante mil anos. B O engano de Satans 79 Satans engana as naes juntando-as para a batalha. A Julgamento final sobre Satans 10 O Diabo com a besta e o falso profeta so lanados no Lago de Fogo.

Poderamos resumir de forma muito simples da seguinte forma:

A- Julgamento divino (1-2) B- Engano de Satans (3) C- Reino milenar divino (4-6) B- Engano de Satans (7-9) A Julgamento divino (10) Verificamos que uma estrutura quistica, com um avano progressivo na ao:

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A, A A passagem comea com um julgamento temporrio (priso de mil anos no abismo) sobre

Satans. Em A d-se um julgamento e condenao final no Lago de Fogo.

B, B Satans o enganador dos homens. Ele consegue levar as naes e seus reis a viverem

contrariamente aos princpios de Deus. At sua priso milenar enganou ativamente. Para provar

as naes, Satans solto, e aqueles que o seguem so devorados pelo fogo, como juzo divino

sobre as naes que se lhe aliaram. A passagem termina com a sua condenao eterna no Lago de

fogo onde j esto a Besta e o Falso Profeta.

C, C O Reino milenar de Cristo com dois tipos de pessoas: os que estavam sentados nos tronos

(4a) e os que morreram por ele.

Percebe-se o aumento de intensidade ao longo da passagem, at ao juzo final sobre

satans. Os temas principais so o reino de Deus e a derrota de Satans. A inatividade de Satans

e o reino de Cristo durante os mil anos, so o preldio do que acontecer na eternidade.

Numa perspetiva temporal, utilizando as expresses do prprio texto, poderamos

interpretar tambm a seguinte estrutura:

1. MIL ANOS (1-6) Reino de Cristo com Satans preso.

2. UM POUCO DE TEMPO (7-9) Satans engana as naes.

3. SCULOS DOS SCULOS (10) O reino divino eterno com priso de Satans.

Palavras chave e expresses interessantes:

Existem muitas repeties de palavras como satans (2x), besta (2x), diabo (2x), juntamente

com seus semelhantes: serpente, drago, falso profeta. O verbo enganar (3x) e a ideia de

prender/amarrar (2x). Outros termos repetidos: naes (2x), santo(s) (2x), terra (2x). As expresses

associadas ao milnio so centrais na passagem: por mil anos (v2), at que os mil anos se

completassem (v3), durante mil anos (v4), at que os mil anos se completassem (v5), durante

os mil anos (v6), quando se completarem os mil anos (v7). Outras expresses temporais

relevantes por contraste aos mil anos so: por um pouco de tempo e pelos sculos dos sculos.

O fogo referido duas vezes como julgamento (v9,10). As ideias de morte e ressurreio esto ainda

muito presentes na passagem: degolados e reviveram (v4), outros mortos no reviveram e

primeira ressurreio (v5), primeira ressurreio e segunda morte (v6).

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1. Mil anos

O nmero mil muito importante nesta passagem e surge noutros textos. II Pedro 3:8

utilizado para apontar o milnio com sendo mil anos literais e tendo o stimo dia da Criao e o

sbado semanal como o seu smbolo. Assim, o repouso sabtico semanal smbolo do descanso

milenar com Cristo: H, todavia, uma coisa, amados, que no deveis esquecer: que, para o Senhor,

um dia como mil anos, e mil anos, como um dia. Segundo esta perspetiva, deste descanso fala

o autor de Hebreus (4:8-10). Outros versculos de interesse vendo o nmero mil associado

comunho com Deus e figuradamente recompensa pelo fruto e fidelidade do seu povo:

Sl 90:4 Pois mil anos, aos teus olhos, so como o dia de ontem que se foi e como a viglia da noite. Sl 84:10 Pois um dia nos teus trios vale mais que mil; prefiro estar porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade. Ec 6:6 ainda que aquele vivesse duas vezes mil anos, mas no gozasse o bem. Porventura, no vo todos para o mesmo lugar? Ct 8:11-12 Teve Salomo uma vinha em Baal-Hamom; entregou-a a uns guardas, e cada um lhe trazia pelo seu fruto mil peas de prata. A vinha que me pertence est ao meu dispor; tu, Salomo, ters os mil siclos, e os que guardam o fruto dela, duzentos.

Os mil anos, mesmo que no sejam literais, fazem uma distino entre o tempo menor em que

Satans ser liberto e o tempo maior do reino eterno. O reino milenar ser muito menor que o

reino eterno e muito maior que o perodo da libertao de satans. No h, no entanto, nada que

possa provar que no so mil anos literais.

2. Um pouco de tempo : (Rev 20:3 BYZ)

Durante um pouco de tempo Satans ser liberto da sua priso. Ser pouco em relao sua

atividade sobre a terra durante a histria humana, relativamente aos mil anos e eternidade.

pouco por comparao, mas no sabemos exatamente quanto tempo . O texto diz-nos que ser

tempo suficiente para enganar as naes de toda a terra e junt-las para atacarem a cidade

querida. Parece ser necessrio meses ou anos para reunir tantas naes e traz-las para batalhar

contra a Cidade onde o Messias e seus servos reinaro sobre a terra, ou seja Jerusalm2. De qualquer

2 Explicado a seguir.

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forma, Satans querer agir rapidamente aproveitando o tempo que lhe resta. Outra passagens

onde a expresso semelhante, embora sem grande relevncia para o nosso estudo:

Ap 6:11 Ento, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, at que tambm se completasse o nmero dos seus conservos e seus irmos que iam ser mortos como igualmente eles foram. Hb 10:37 Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem vir e no tardar;

3. Sculo dos sculos: (Rev 20:10 SCR)3

Esta expresso traduzida literalmente como pelos sculos dos sculos, mas encontramos

tambm a traduo: para sempre, eternamente. Surge 19 vezes no novo Testamento, com 18

vezes com o sentido de tempo sem fim. Eis algumas dessas passagens: Ap 5:13; 14:11; 19:3; Ef 3:21;

Fp 4:20; I Tm 1:10. O principal significado a eternidade tanto da vida como da morte, ou seja, da

salvao com Deus e da condenao com Satans no Lago de Fogo. Ambos os destinos sero pelos

sculos dos sculos.

4. A Cidade Querida

A cidade querida sem dvida Jerusalm. Como indicam as profecias da Bblia, o Messias

voltar a Jerusalm para reinar ali sobre toda a terra. interessante que logo que Satans libertado

vai imediatamente, utilizando o pouco tempo que lhe resta, tentar destruir Jerusalm e com certeza

a Cristo com seus reis humanos, que governam com ele. Atravs do profeta Zacarias, Deus diz que

habitar em Jerusalm (Zc 8:3) e mais frente coloca o regresso do Messias para iniciar o seu reino

no monte das oliveiras junto a Jerusalm (Zc 14:4), tornando completamente literal o que os anjos,

na ascenso de Cristo, disseram aos discpulos: os quais lhes disseram: Vares galileus, por que

ficais a olhando para o cu? Esse Jesus, que dentre vs foi elevado para o cu, h de vir assim como

para o cu o vistes ir. Ento voltaram para Jerusalm, do monte chamado das Oliveiras, que est

perto de Jerusalm, distncia da jornada de um sbado. (Atos 1:11-12). Segundo as Escrituras,

ele vir sobre Jerusalm, assim como dali subiu para o Pai. Jerusalm a Cidade onde Deus

prometeu que faria habitar o seu nome para sempre. A Jerusalm que vem de cima, a Nova

3 http://www.istherelifeafterdeath.net/aionastonaionon.htm

http://www.istherelifeafterdeath.net/aionastonaionon.htm

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Jerusalm que desce do Cu depois do Milnio, unir-se- Jerusalm terrestre, tornando-se uma

s, governada por Deus e o seu Messias4.

5. O drago

O drago interpretado no prprio texto, como sendo Satans, dando at mais uma

explicao para identificar a serpente de Gnesis 3, que tambm satans. Distingue-se da Besta a

quem controla, que ser um homem (anticristo?) ou um grupo de reis/naes. O Falso profeta faz

sinais sobrenaturais na presena da Besta para enganar os homens. Realmente os homens so

sempre muito atrados por sinais sobrenaturais e uma forma de engano muito eficaz usada por

Satans.

6. Primeira Ressurreio / Segunda Morte

Segundo o texto, a primeira ressurreio ser uma ressurreio fsica do corpo de todos os

que regressam com Cristo do Cu e dos que morrerem na grande tribulao no momento da volta

de Cristo. Todos estes tero um corpo imagem do corpo ressurreto de Cristo. Estes no passaro

pela segunda morte: Ap 2:11; 20:6; 20:14; 21:8. Esta segunda morte, depois da morte fsica pela

qual passaram, a uma morte eterna no Lago de Fogo juntamente com Satans. Ser algo

indescritivelmente horrvel. Percebe-se assim que a ressurreio fsica dos justos (primeira

ressurreio) acontece apenas imediatamente antes do milnio, enquanto que os que no se

arrependeram em vida, nem se converteram a Deus, ressuscitaro apenas para ao Julgamento Final.

Depois passaro pela segunda morte fsica e juntar-se-o a satans, besta e ao falso profeta no

Lago de Fogo eterno. Aqui h duas posies: haver sofrimento eterno ou aniquilao total. Creio

que Deus no tem prazer no sofrimento dos maus, logo se for possvel um esprito eterno ser

aniquilado, Deus na sua misericrdia f-lo-, contudo desconhecemos muito daquilo que somos. Se

a nossa condio de homens criados imagem e semelhana de Deus, implicar que seremos eternos

tambm, Deus no aniquilar aquilo que foi criou intrinsecamente eterno. Confio que Deus bom,

misericordioso e s ele sabe julgar com justia. S ele possui todo o conhecimento e a ele pertence

o juzo e a eternidade. No compete assim criatura julgar o criador.

4 Este tema exigiria muito mais citaes das Escrituras para justificar.

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Qual a ligao do texto com o resto da Bblia e a sua mensagem?

Neste mbito requer-se que se distingam trs posies5:

1. Amilenismo: O milnio de Apocalipse 20 agora, no havendo mais nenhum milnio, sendo que a ao de satans sofre reduo, os que reinam com Cristo so mortos que reinam desde o cu. Os mil anos so figurados. Cristo voltar e julgar depois da ressurreio dos justos e injustos. Aps esse juzo final, Deus far novos cus e nova terra.

2. Ps-milenismo: Haver um milnio, mas Cristo s voltar depois deste terminar. O milnio ser implantado pela Igreja at que toda a terra seja convertida. S ento Cristo voltar e haver o Juzo final seguido de novos cus e nova terra.

3. Pr-milenismo: Cristo voltar antes do milnio. Esta posio defendida desde os primeiros sculos do cristianismo. Esta era da igreja terminar com um perodo de Grande Tribulao, no final da qual Cristo vir e implantar o seu reino milenar na terra. O julgamento final ser depois do perodo em que satans ser solto para enganar as naes.

4. Pr-milenismo Pr-tribulacionista ou Pr-dispensacionalista: Acrescenta posio anterior que Cristo vir secretamente antes da tribulao para salvar os que estiverem prontos (figuradamente na parbola das virgens). Estes sero arrebatados e levados pelos cus ao encontro de Cristo (I Co 15).

Cremos que a interpretao literal do texto do livro a mais prxima da posio pr-milenista

(no so literais apenas os smbolos no prprio texto identificados). impossvel ler Apocalipse,

crendo no que diz, apenas associando perseguio primitiva e destruio de Jerusalm no ano

70. O Livro torna-se assim simples e com muito menos problemas de interpretao quando

decidimos aceitar como verdade o que diz. S interpretando literalmente se cumprem as profecias

dos profetas do Antigo Testamento e um Reino de Deus literal na terra, em Jerusalm governado

pelo Rei, descendente de David, o Messias de Israel (espiritual, incluindo o fsico):

Floyd Hamilton disse o seguinte: Agora, ns devemos francamente admitir que uma interpretao literal das profecias do Velho Testamento nos d apenas tal retrato de um reino terrestre do Messias, exatamente como o premilenarista o pinta. Este foi exatamente o tipo do reino Messinico que os Judeus da poca de Cristo esperavam, na base de uma interpretao literal das promessas do Velho Testamento.6

Is 66.10 Regozijai-vos com Jerusalm, e alegrai-vos por ela, vs todos os que a amais; enchei-vos por ela de alegria, todos os que por ela pranteastes;

5 Gruden, Wayne, Teologia Sistemtica, pg. 946 e seguintes 6 http://solascriptura-tt.org/EscatologiaEDispensacoes/TeologiasNaoEscrituristicasAmilenarismoPosmilenarismo-TIce.htm

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Zc 14.2 Pois eu ajuntarei todas as naes para a peleja contra Jerusalm; e a cidade ser tomada, e as casas sero saqueadas, e as mulheres foradas; e metade da cidade sair para o cativeiro mas o resto do povo no ser exterminado da cidade. Zc 14.3 Ento o Senhor sair, e pelejar contra estas naes, como quando peleja no dia da batalha. Zc 14.4 Naquele dia estaro os seus ps sobre o monte das Oliveiras, que est defronte de Jerusalm para o oriente; se o monte das Oliveiras ser fendido pelo meio, do oriente para o ocidente e haver um vale muito grande; e metade do monte se remover para o norte, e a outra metade dele para o sul. Zc 14.5 E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegar at Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Jud. Ento vir o Senhor meu Deus, e todos os santos com ele. Zc 14.6 Acontecer naquele dia, que no haver calor, nem frio, nem geada; Zc 14.7 porm ser um dia conhecido do Senhor; nem dia nem noite ser; mas at na parte da tarde haver luz. Zc 14.8 Naquele dia tambm acontecer que correro de Jerusalm guas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas para o mar ocidental; no vero e no inverno suceder isso. Zc 14.9 E o Senhor ser rei sobre toda a terra; naquele dia um ser o Senhor, e um ser o seu nome. Zc 14.10 Toda a terra em redor se tornar em plancie, desde Geba at Rimom, ao sul de Jerusalm; ela ser exaltada, e habitar no seu lugar, desde a porta de Benjamim at o lugar da primeira porta, at a porta da esquina, e desde a torre de Hananel at os lagares do rei Zc 14.11 E habitaro nela, e no haver mais maldio; mas Jerusalm habitar em segurana.

Declarao da ideia central do texto:

Cristo reinar, com os santos, na terra durante mil anos, antes do reino eterno de Deus e do julgamento final do mal.

Como a ideia central desenvolvida ao longo da passagem:

Os temas principais da passagem so: o juzo sobre o mal e o reino de Deus, que na verdade

so tambm os temas principais de todo o Livro de Apocalipse.

A passagem comea com uma priso inicial de Satans, como smbolo da sua priso eterna.

Mounce7 explica muito bem como uma interpretao de uma atenuao da atividade satnica na

atualidade pelo poder da igreja no faz sentido ao ler por exemplo I Pedro 5:18, mostrando

Satans muito ativo na atualidade.

7 MOUCE, Robert, The Book of Revelation, Pg. 352-353

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Os mil anos sero literais ou apenas indicam um perodo de tempo. Para quem considera

que existir o Milnio isso no to importante. Podem ser Mil anos literais ou um nmero

simblico de um tempo real: Mil equivale a dez elevado terceira potncia um nmero ideal. No

precisamos tomar o nmero literalmente, mas todas as aparncias indicam que ele representa um

perodo de tempo real, no importa se curto ou longo8. Contudo, no h nada que nos impea de

considerarmos mil anos literais.

O Reino Milenar de Cristo, o cumprimento literal das profecias Bblicas, mesmo do Novo

Testamento:

aos quais tambm, depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalveis, aparecendo-lhes por espao de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus. Estando com eles, ordenou-lhes: no vos ausenteis de Jerusalm, mas esperai a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, Joo batizou em gua, mas vs sereis batizados no Esprito Santo, dentro de poucos dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, nesse tempo que restauras o reino a Israel? Respondeu-lhes: A vs no vos compete saber os tempos ou as pocas, que o Pai reservou sua prpria autoridade. Mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e ser-me-

eis testemunhas, tanto em Jerusalm, como em toda a Judia e Samaria, e at os confins da terra. (At 1:3-8)

Respondendo pergunta dos discpulos, Cristo no disse que o Reino terreno no se

cumpriria, mas que s o Pai compete a autoridade para determinar esse tempo. Assim, o Reino

milenar coincide com o Reino terreno prometido a Israel, mas partilhado com a Igreja Gentlica

convertida. Note-se que os que se salvarem do Israel fsico sero salvos no por eleio da carne,

mas por crerem em Cristo, quer atualmente, quer na sua Vinda sobre Jerusalm: Mas sobre a

casa de David, e sobre os habitantes de Jerusalm, derramarei o esprito de graa e de splicas; e

olharo para aquele a quem traspassaram, e o prantearo como quem pranteia por seu filho nico;

e choraro amargamente por ele, como se chora pelo primognito. (Zc 12:10). No fim, alias como

sempre, temos apenas um povo e uma igreja, onde judeus e gentios so salvos pela f em Cristo.

Na passagem, Ento vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de

julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra

de Deus (v4) como sendo dois grupos, os primeiros que j estavam com Deus pela morte ao longo

da histria e os segundos que morreram durante a grande tribulao. So santos que esto prontos

a reinar e ressuscitam naquele momento, recebendo corpos. Juntos reinaro com Cristo. Severino

Pedro da Silva considera que o primeiro grupo sem dvida alguma, o que falou Jesus em Mateus

8 LADD George, Apocalipse Introduo e comentrio, Pag. 194

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19:289. uma possibilidade tambm, mas considero lcito ter dvidas, devido existncia de outras

possibilidades alm de serem apenas os apstolos, embora provavelmente eles tambm estejam

includos.

Porque necessrio que Satans seja solto? Podemos apresentar algumas razes:

1. Alguns homens nascem durante o milnio e nunca tiveram oportunidade de viver sob a

tentao;

2. Deus quer provar os homens antes de lhes dar a recompensa eterna;

3. Algum que rejeite a Deus, depois de ter experimentado uma vida sob o reino de Cristo

no merece a salvao eterna.

A guerra de Gog e Magoge, ser uma batalha contra o governo de Cristo, no apenas contra

Israel como nao, como aconteceu antes do milnio. Nesta altura, Cristo governa e Satans

pretende destruir a Cristo, o rei de toda a terra. Procura aliados nas naes, prometendo com

enganos coisas que aliciaro os homens. Ele ser enganador e mentiroso at ao fim.

A priso de satans e reino milenar so figuras do reino eterno e priso eterna de satans.

Neste crescendo se cumpre toda a justia e promessas de Deus aos homens. Deus julgar o mal

definitivamente. Deus determinou um julgamento final desde o primeiro pecado. Todo o tempo

de espera foi a fim de que se salvasse o maior nmero possvel de homens (I Tim 2:1-6). Tudo foi

planeado por Ele e para Ele, no seu amor, misericrdia e graa infinitos.

Aplicao da passagem relevante para a igreja do sculo 21.

Satans o enganador do mundo. uma das suas principais atividades. Ele o pai da mentira

(Jo 8:44). O Apstolo Paulo descreve Satans como o deus deste sculo que cegou o entendimento

dos incrdulos, para que no lhes resplandea a luz do evangelho da glria de Cristo (II Co 4:4). O

seu engano fulcral para afastar os homens de Deus, por isso uma das oraes dos cristos a favor

dos descrentes que esse vu sobre os seus olhos caia e possam entender a salvao de Deus,

enquanto lhes falam do evangelho.

No meio do sofrimento, injustia e maldade do mundo, por vezes parece que Deus no se

importa e no quer agir, mas no verdade. Isso um dos grandes enganos do Diabo! Deus age no

9 SILVA, Severino pedro da, Apocalipse versculo por versculo, pg. 255

- 14 -

presente, mas no chegou ainda o momento de julgar definitivamente o mal. O sofrimento no

desaparecer da terra da forma como o conhecemos at ao reino milenar de Cristo, que devemos

desejar e ansiar. Ser s a que experimentaremos a vontade de Deus na terra, como oramos na

orao do Pai Nosso. O Milnio ser a resposta s oraes de todos os crentes, quando no mais

haver injustia, tristeza ou dor. Seremos reinados por Cristo e os problemas econmicos,

ecolgicos, sociais sero todos resolvidos no seu governo, mostrando que podemos viver na terra

em paz e harmonia. Isso s possvel com Deus a reinar e com os homens sujeitos ao seu governo.

Portanto ainda agora, apesar do sofrimento no ter ainda um final completo, entendemos que

quanto mais os homens se sujeitarem a Deus nas pequenas e grandes decises mais ativa ser a sua

ao na terra. Contudo vemos o contrrio e por isso Satans ganha poder, mas um poder

temporrio que ser julgado. Importa sujeitarmo-nos a Deus, mesmo com sofrimento, pois o mal

ser julgado e aps o sofrimento deste tempo, haver uma recompensa incomparvel na

eternidade.

Isto no significa que devemos abandonar-nos ao sofrimento, antes pelo contrrio ao

percebermos que no da vontade de Deus e tem origem em satans, devemos combater o mal,

com a autoridade que recebemos de Deus e com todos os meios de que dispomos, ajudando outros

tambm. Precisamos apenas ter conscincia de que o mal ir expandir-se e a igreja no implantar

definitivamente o Reino, s Cristo o far na sua ltima vinda. Isto mostrado em Apocalipse de

forma muito clara.

O Lago de Fogo, chamado por alguns de inferno, algo que difcil de aceitar pelo homem

e parece ir contra o amor de Deus. Allison faz uma afirmao reveladora10: caso no existisse o

inferno, tambm no teria havido o calvrio. Por causa da condenao eterna, Cristo deu a sua

vida, e enquanto tempo de arrependimento, devemos viv-lo e preg-lo.

10 Allison B. Harold, A doutrina das ltimas coisas, pg. 92

- 15 -

Esboo de Pregao:

1. Satans e o seu poder no mundo presente (1-2)

a. Ele um inimigo (satan=adversrio)

b. Uma das suas aes principais o engano

c. A pobreza, enfermidade, tristeza so consequncias do pecado, separao de Deus e da ao de satans no mundo

2. A aparente indiferena de Deus

a. A ao divina coexistindo no presente com a atividade satnica

b. Porque Deus no impede o mal no presente

c. H um tempo determinado por Deus para agir com julgamento sobre Satans

3. O milnio como a resposta de Deus

a. O milnio a resposta de Deus s oraes do seu povo, que suplica pela sua interveno na terra (17:10-11)

b. O milnio a prova que os homens podem viver em santidade governados por Deus (17:12-13)

c. O milnio o cumprimento das profecias milenares de um reino fsico com o Messias como rei (17:14-19)

4. O papel dos filhos de Deus no milnio

a. Sero reis sob a autoridade de Cristo (Efsios 6)

b. Sero sacerdotes, intermedirios entre as naes e Deus (Tg 4:7)

c. Sero juzes sobre os homens

5. A necessidade dos homens serem provados no final do milnio

a. A vida durante o milnio ser fcil e prspera, no sendo necessrio demonstrar f

b. Nascero pessoas durante o milnio que nunca foram tentadas por satans

c. Antes da eternidade o homem deve poder decidir escolher Deus, depois de experimentar o seu reino

6. A justia eterna de Deus

a. Deus julgar definitivamente o mal

b. Deus recompensar eternamente os seus santos

Concluso:

Importa que nos sujeitemos a Deus, mesmo no sofrimento, pois ainda que este no termine nesta vida, haver uma alegria eterna com Ele, como recompensa para aquele que se converter e o servir agora. No fim Ele julgar o mal e recompensar os que aceitarem a sua graa.

- 16 -

Concluso

Como concluso, apenas podemos reafirmar o que dissemos na Aplicao: Deus amor, mas

Deus justo. Como tal, todo o seu amor pde prover Salvao quando os homens mereciam

condenao. A sua longanimidade esperou at consumao dos tempos por Ele determinados. Na

impacincia humana, Deus no est atrasado. O relgio de Deus permanece certo. O mal e Satans

esto j julgados, falta apenas chegar o momento da execuo da sentena. A sua primeira priso

no incio da passagem no essa sentena, mas apenas um preldio dessa, para que os homens

experimentem o reino de Deus prometido ainda nesta terra. Aps um tempo de governo de Cristo,

Satans, o enganador ser enganado por Deus, pois ter pouco tempo para fazer a sua obra:

mostrar aqueles que no se sujeitaram ao governo do Messias. Em Jerusalm, onde grandes os

acontecimentos mais importantes da histria humana aconteceram, Satans ser preso para a

eternidade. O mal ser por fim julgado e os homens no precisaro de clamar mais a Deus por ajuda,

pois Deus far morada no meio dos homens.

uma passagem de vitria, mas transmite grande temor tambm. Haver um tempo em que

no poder haver mais arrependimento. Muitas sero as possibilidades, pois mesmo durante o

governo messinico milenar, Deus aceitar arrependimento. Contudo haver um tempo em que os

homens no podero mais se arrepender. Isso verdade tambm para a vida do homem hoje.

Enquanto no vivemos tempos apocalpticos, o fim para ns a morte. At morte temos

possibilidade de arrependimento e de preg-lo a outros. Que isto seja o alvo da nossa vida, viver o

arrependimento e preg-lo a muitos.

- 17 -

Bibliografia:

ALLISON B. Harold, A doutrina das ltimas coisas, IBR-Imprensa Baptista Regular, Literatura Evanglica para o Brasil, So Paulo. GRUDEN; Wayne, Teologia Sistemtica, Editora Vida Nova, 1999 So Paulo. LADD George, Apocalipse Introduo e comentrio, Srie Cultura Bblica, Mundo Cristo, 1980 So Paulo. MALGO, Wim, No possvel contornar Jerusalm, Obra Missionria Chamada da Meia Noite,

Porto Alegre RS Brasil. MOUCE, Robert, The Book of Revelation, William B. EERDMANS PUBLISHING COMPANY, 177

Grand Rapids. SILVA, Severino Pedro da, Apocalipse versculo por versculo, CPAD, So Paulo 1985.

Outros Recursos: BibleWorks Version 8.

- 18 -

ANEXO 1

1 E vi descer do cu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mo.

2 Ele prendeu o drago, a antiga serpente, que o Diabo e Satans, e o amarrou por mil anos.

3 Lanou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele,

para que no enganasse mais as naes at que os mil anos se completassem.

Depois disto necessrio que ele seja solto por um pouco de tempo.

4 Ento vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar;

e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que no adoraram a besta nem a sua imagem, e no receberam o sinal na fronte nem nas mos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

5 Mas os outros mortos no reviveram, at que os mil anos se completassem.

Esta a primeira ressurreio. 6 Bem-aventurado e santo

aquele que tem parte na primeira ressurreio; sobre estes no tem poder a segunda morte; mas sero sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinaro com ele durante os mil anos.

7 Ora, quando se completarem os mil anos, Satans ser solto da sua priso,

8 e sair a enganar as naes que esto nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo nmero como a areia do mar, a fim de ajunt-las para a batalha.

9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida; mas desceu fogo do cu, e os devorou;

10 e o Diabo, que os enganava, foi lanado no lago de fogo e enxofre, onde esto a besta e o falso profeta; e de dia e de noite sero atormentados pelos sculos dos sculos.

1-2 Satans preso por mil anos,

para que no enganasse as naes,

at que os mil anos se

completassem.

4a Os que se assentam sobre uns

tronos tm poder para julgar.

4b -6 Os que morreram por causa

de Jesus e no adoraram a besta,

voltaram a viver e reinaram com

Cristo durante mil anos.

7 9 Satans engana as

naes juntando-as para a

batalha.

A

C

B

Satans lanado no abismo

O reino milenar de Cristo

9-10 O julgamento de Deus

vem sobre as naes que

atacam Jerusalm. O Diabo

com a besta e o falso profeta

so lanados no Lago de Fogo.

Satans lanado no Lago de fogo

Engano de Satans

A

3 Satans enganava as naes B

Engano de Satans

- 19 -

ANEXO 2

Algumas meditaes acerca do Arrebatamento

Podemos dividir as passagens que relatam a Segunda Vinda de Cristo e o Arrebatamento em dois grupos. O primeiro composto por todas as passagens onde referida a vinda ou arrebatamento, mas no dado um localizao temporal, no indicando se antes ou depois da grande tribulao, e o segundo grupo o conjunto de textos onde claramente identificado o arrebatamento depois da Grande tribulao. 1 GRUPO sem identificao temporal ou sequncial

Eis aqui vos digo um mistrio: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da ltima trombeta; porque a trombeta soar, e os mortos sero ressuscitados incorruptveis, e ns seremos transformados. Porque necessrio que isto que corruptvel se revista da incorruptibilidade e que isto que mortal se revista da imortalidade. Mas, quando isto que corruptvel se revestir da incorruptibilidade, e isto que mortal se revestir da imortalidade, ento se cumprir a palavra que est escrito: Tragada foi a morte na vitria. Onde est, morte, a tua vitria? Onde est, morte, o teu aguilho? O aguilho da morte o pecado, e a fora do pecado a lei. Mas graa a Deus que nos d a vitria por nosso Senhor Jesus Cristo. (I Co 15:51-57) No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantes acerca dos que j dormem, para que no vos entristeais como os outros que no tm esperana. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim tambm aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornar a trazer juntamente com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que ns, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que j dormem. Porque o Senhor mesmo descer do cu com grande brado, voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro. Depois ns, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. (1Ts 4.13-18)

2 GRUPO com identificao temporal ou sequncial DEPOIS DA REVELAO DO ANTICRISTO E GRANDE TRIBULAO

Cada um, porm, na sua ordem: Cristo as primcias, depois os que so de Cristo, na sua vinda. Ento vir o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destrudo todo domnio, e toda autoridade e todo poder. Pois necessrio que ele reine at que haja posto todos os inimigos debaixo de seus ps. Ora, o ltimo inimigo a ser destrudo a morte. (I Co 15:23 - VINDA ANTES DO FIM) Ora, quanto vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunio com ele, rogamo-vos, irmos,que no vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por esprito, quer por palavra, quer por epstola como enviada de ns, como se o dia do Senhor estivesse j perto. Ningum de modo algum vos engane; porque isto no suceder sem que

- 20 -

venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdio, aquele que se ope e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou objeto de adorao, de sorte que se assenta no santurio de Deus, apresentando-se como Deus. No vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco? E agora vs sabeis o que o detm para que a seu prprio tempo seja revelado. Pois o mistrio da iniqidade j opera; somente h um que agora o detm at que seja posto fora (ANTICRISTO); e ento ser revelado esse inquo, a quem o Senhor Jesus matar como o sopro de sua boca e destruir com a manifestao da sua vinda; a esse inquo cuja vinda segundo a eficcia de Satans com todo o poder e sinais e prodgios de mentira, e com todo o engano da injustia para os que perecem, porque no receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operao do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que no creram na verdade, antes tiveram prazer na injustia. (2Ts 2.1-12 O ANTICRISTO QUE TEM DE SER POSTO FORA QUANDO ELE VEM)

E, assim, quando virdes a profanao horrvel da qual falou o profeta Daniel, no Lugar Santo, ento, os que estiverem na Judia fujam para os montes. Quem estiver sobre o telhado de sua casa, no desa para retirar dela coisa alguma. E aquele que estiver no campo, no volte para pegar sua tnica. Sero dias terrveis para as mulheres grvidas e para as que estiverem amamentando. E orai para que a vossa fuga no ocorra durante o inverno nem no sbado.

Porquanto haver nessa poca grande tribulao, como jamais aconteceu desde o incio do mundo at agora, nem nunca mais haver.

E, se aqueles dias no tivessem sido abreviados, nenhuma carne seria salva. Mas, por causa dos eleitos, aquele tempo ser encurtado. Ento, se algum vos anunciar: Vede, aqui est o Cristo! ou Ei-lo ali! No acrediteis. Pois se levantaro falsos cristos e falsos profetas e apresentaro grandes milagres e prodgios para, se possvel, iludir at mesmo os eleitos. Vede que Eu o preanunciei a vs! Portanto, se vos disserem: Eis que Ele est no deserto!- no saiais. Ou ainda: Ele est ali mesmo, nos cmodos de uma casa!- no acrediteis.

Pois, da mesma maneira como o relmpago parte do oriente e brilha at no ocidente, assim tambm se dar a vinda do Filho do homem.

Onde houver um cadver, a se reuniro os abutres. O retorno de Cristo em glria

Imediatamente aps o tormento daqueles dias, o sol escurecer e a lua no dar a sua luz; e as estrelas cairo do cu, e os poderes celestes sero estremecidos

Ento surgir no cu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra prantearo e vero o Filho do homem chegando nas nuvens do cu com poder e majestosa glria.

Ele enviar os seus anjos, com poderoso som de trombeta, e estes reuniro os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos cus

Entretanto, a respeito daquele dia e hora ningum sabe, nem os anjos dos cus, nem o Filho, seno exclusivamente o Pai. Como aconteceu nos dias de No, assim tambm se dar por ocasio da chegada do Filho do homem. Porque nos dias que antecederam ao Dilvio, o povo levava a vida comendo e bebendo, casando-se e oferecendo-se em matrimnio, at o dia em que No entrou na arca, e as pessoas nem notaram, at que chegou o Dilvio e levou a todos. Assim ocorrer na vinda do Filho do homem.

Dois homens estaro na lavoura: um ser arrebatado, mas o outro deixado. Duas mulheres estaro trabalhando num moinho: uma ser arrebatada, a outra ficar pra trs. Por isso, vigiai, porquanto no sabeis em que dia vir o vosso Senhor. (MateuS 24 ARREBATAMENTO DEPOIS DA GRANDE TRIBULAO)

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ANEXO 3:

Apocalipse 20 V. Verso Texto

1

Almeida Revisada E vi descer do cu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mo.

KJV And I saw an angel come down from heaven, having the key of the bottomless pit and

a great chain in his hand.

Youngs Literal translation

And I saw a messenger coming down out of the heaven, having the key of the abyss, and a great chain over his hand,

Bblia de Jerusalm Vi ento um Anjo descer do cu, trazendo na mo a chave do Abismo e uma grande corrente.

2

Almeida Revisada Ele prendeu o drago, a antiga serpente, que o Diabo e Satans, e o amarrou por mil anos.

KJV And he laid hold on the dragon, that old serpent, which is the Devil, and Satan, and

bound him a thousand years,

Youngs Literal translation

and he laid hold on the dragon, the old serpent, who is Devil and Adversary, and did bind him a thousand years,

Bblia de Jerusalm Ele agarrou o Drago, a antiga Serpente que o Diabo, Satans acorrentou-o por mil anos

3

Almeida Revisada Lanou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que no enganasse mais as naes at que os mil anos se completassem. Depois disto necessrio que ele seja

solto por um pouco de tempo.

KJV

Youngs Literal translation

and he cast him to the abyss, and did shut him up, and put a seal upon him, that he may not lead astray the nations any more, till the thousand years may be finished; and after these it behoveth him to be loosed a little time.

Bblia de Jerusalm e o atirou dentro do Abismo, fechando-o e lacrando-o com um selo para que no seduzisse mais as naes at que os mil anos estives sem terminados. Depois disso, ele dever ser solto por pouco tempo.

4

Almeida Revisada Ento vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que no adoraram a besta nem a sua imagem, e no receberam o sinal na fronte nem nas mos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

KJV And I saw thrones, and they sat upon them, and judgment was given unto them: and I saw the souls of them that were beheaded for the witness of Jesus, and for the word

of God, and which had not worshipped the beast, neither his image, neither had received his mark upon their foreheads, or in their hands; and they lived and reigned

with Christ a thousand years.

Youngs Literal translation

And I saw thrones, and they sat upon them, and judgment was given to them, and the souls of those who have been beheaded because of the testimony of Jesus, and because of the word of God, and who did not bow before the beast, nor his image, and did not receive the mark upon their forehead and upon their hand, and they did live and reign with Christ the thousand years;

Bblia de Jerusalm Vi ento tronos, e aos que neles se sentaram foi dado poder de julgar. Vi tambm as vidas daqueles que foram decapitados por causa do Testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e dos que no tinham adorado a Besta, nem sua imagem, e nem recebido a marca sobre a fronte ou na mo eles voltaram vida e reinaram com Cristo durante mil anos.

5

- 22 -

Almeida Revisada Mas os outros mortos no reviveram, at que os mil anos se completassem. Esta a primeira ressurreio.

KJV But the rest of the dead lived not again until the thousand years were finished. This is the first resurrection.

Youngs Literal translation

and the rest of the dead did not live again till the thousand years may be finished; this is the first rising again.

Bblia de Jerusalm Os outros mortos, contudo, no voltaram vida at o trmino dos mil anos. Esta a primeira ressurreio.

6

Almeida Revisada Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreio; sobre estes no tem poder a segunda morte; mas sero sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinaro com ele durante os mil anos.

KJV Blessed and holy is he that hath part in the first resurrection: on such the second death

hath no power, but they shall be priests of God and of Christ, and shall reign with him a thousand years.

Youngs Literal translation

Happy and holy is he who is having part in the first rising again; over these the second death hath not authority, but they shall be priests of God and of the Christ, and shall reign with him a thousand years.

Bblia de Jerusalm Feliz e santo aquele que participa da primeira ressurreio! Sobre estes a segunda morte no tem poder; eles sero sacerdotes de Deus e de Cristo, e com ele reinaro durante mil anos.

7

Almeida Revisada Ora, quando se completarem os mil anos, Satans ser solto da sua priso,

KJV And when the thousand years are expired, Satan shall be loosed out of his prison,

Youngs Literal translation

And when the thousand years may be finished, the Adversary shall be loosed out of his prison,

Bblia de Jerusalm Quando se completarem os mil anos, Satans ser solto de sua priso

8

Almeida Revisada e sair a enganar as naes que esto nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo nmero como a areia do mar, a fim de ajunt-las para a batalha.

KJV And shall go out to deceive the nations which are in the four quarters of the earth, Gog

and Magog, to gather them together to battle: the number of whom is as the sand of the sea.

Youngs Literal translation

and he shall go forth to lead the nations astray, that are in the four corners of the earth--Gog and Magog--to gather them together to war, of whom the number is as the sand of the sea;

Bblia de Jerusalm e sair para seduzir as naes dos quatro cantos da terra, Gog e Magog, reunindo-as para o combate; seu nmero como a areia do mar...

9

Almeida Revisada E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida; mas desceu fogo do cu, e os devorou;

KJV And they went up on the breadth of the earth, and compassed the camp of the saints

about, and the beloved city: and fire came down from God out of heaven, and

devoured them.

Youngs Literal translation

and they did go up over the breadth of the land, and did surround the camp of the saints, and the beloved city, and there came down fire from God out of the heaven, and devoured them;

Bblia de Jerusalm Subiram sobre a superfcie da terra e cercaram o acampamento dos santos e a Cidade amada; mas um fogo desceu do cu e os devorou.

10

Almeida Revisada e o Diabo, que os enganava, foi lanado no lago de fogo e enxofre, onde esto a besta e o falso profeta; e de dia e de noite sero atormentados pelos sculos dos sculos.

KJV And the devil that deceived them was cast into the lake of fire and brimstone, where

the beast and the false prophet are, and shall be tormented day and night for ever and ever.

- 23 -

Youngs Literal translation

and the Devil, who is leading them astray, was cast into the lake of fire and brimstone, where are the beast and the false prophet, and they shall be tormented day and night--to the ages of the ages.

Bblia de Jerusalm O Diabo que os seduzira foi ento lanado no lago de fogo e de enxofre, onde j se achavam a Besta e o falso profeta. E sero atormentados dia e noite, pelos sculos dos sculos.

11

Almeida Revisada E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presena fugiram a terra e o cu; e no foi achado lugar para eles.

KJV And I saw a great white throne, and him that sat on it, from whose face the earth and

the heaven fled away; and there was found no place for them.

Youngs Literal translation

And I saw a great white throne, and Him who is sitting upon it, from whose face the earth and the heaven did flee away, and place was not found for them;

Bblia de Jerusalm 11Vi depois um grande trono branco e aquele que nele se assenta. O cu e a terra fugiram de sua presena, sem deixar vestgios.

12

Almeida Revisada E vi os mortos, grandes e pequenos, em p diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.

KJV And I saw the dead, small and great, stand before God; and the books were opened: and another book was opened, which is the book of life: and the dead were judged out of those things which were written in the books, according to their works.

Youngs Literal translation

and I saw the dead, small and great, standing before God, and scrolls were opened, and another scroll was opened, which is that of the life, and the dead were judged out of the things written in the scrolls--according to their works;

Bblia de Jerusalm Vi ento os mortos, grandes e pequenos, em p diante do trono, e abriram-se livros. Tambm foi aberto outro livro, o da vida. Os mortos foram ento julgados conforme sua conduta, a partir do que estava escrito nos livros.

13

Almeida Revisada O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o alm entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras.

KJV And the sea gave up the dead which were in it; and death and hell delivered up the dead which were in them: and they were judged every man according to their works.

Youngs Literal translation

and the sea did give up those dead in it, and the death and the hades did give up the dead in them, and they were judged, each one according to their works;

Bblia de Jerusalm 13O mar devolveu os mortos que nele jaziam, a Morte e o Hades entregaram os mortos que neles estavam, e cada um foi julgado conforme sua conduta.

14

Almeida Revisada E a morte e o inferno foram lanados no lago de fogo. Esta a segunda morte, o lago de fogo.

KJV And death and hell were cast into the lake of fire. This is the second death.

Youngs Literal translation

and the death and the hades were cast to the lake of the fire--this is the second death;

Bblia de Jerusalm A Morte e o Hades foram ento lanados no lago de fogo. Esta a segunda morte: o lago de fogo.

15

Almeida Revisada E todo aquele que no foi achado inscrito no livro da vida, foi lanado no lago de fogo.

KJV And whosoever was not found written in the book of life was cast into the lake of fire.

Youngs Literal translation

and if any one was not found written in the scroll of the life, he was cast to the lake of the fire

Bblia de Jerusalm E quem no se achava inscrito no livro da vida foi tambm lanado no lago de fogo.

- 24 -

ANEXO 4:

Apocalipse 20

1

2

3

- 25 -

4

5

6

- 26 -

7

8

9

- 27 -

10

11

12

- 28 -

13

14

15