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Literatura Portuguesa II 2010 Christina Bielinski Ramalho Magna Maria de Oliveira Ramos

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Literatura Portuguesa II

2010

Christina Bielinski RamalhoMagna Maria de Oliveira Ramos

Hermeson Alves de Menezes

Neverton Correia da Silva

Christina Bielinski RamalhoMagna Maria de Oliveira Ramos

Ramalho, Christina BielinskiR165I Literatura Portuguesa II / Christina Bielinski Ramalho,

CESAD, 2010.

1. Literatura Portuguesa. I. Ramos, Maria Oliveira de. II.

CDU 821.134.3

Literatura Portuguesa II

Fernando Haddad

Carlos Eduardo Bielschowsky

Reitor

Vice-ReitorAngelo Roberto Antoniolli

Chefe de GabineteEdnalva Freire Caetano

Coordenador Geral da UAB/UFSDiretor do CESAD

Vice-coordenador da UAB/UFSVice-diretor do CESAD

Clotildes Farias (Diretora)

Iara Macedo ReisDaniela Souza SantosJanaina de Oliveira Freitas

Diretoria Administrativa e Financeira (Diretor)

Sylvia Helena de Almeida SoaresValter Siqueira Alves

Djalma Andrade (Coordenadora)

Rosemeire Marcedo Costa (Coordenadora)

Guilhermina Ramos (Coordenadora)Carlos Alberto VasconcelosElizabete SantosMarialves Silva de Souza

Giselda Barros

Guilherme Borba Gouy

Coordenadores de CursoDenis Menezes (

Coordenadores de Tutoria

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Av. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze

Fone(79) 2105 - 6600 - Fax(79) 2105- 6474

Hermeson Menezes (Coordenador)Arthur Pinto R. S. AlmeidaCarolina Faccioli dos SantosCassio Pitter Silva VasconcelosEdvar Freire Caetano

Isabela Pinheiro EwertonLucas Barros OliveiraNeverton Correia da SilvaNycolas Menezes Melo

AULA 1

barroca (I) Poesia .............................................................................. 07

AULA 2

barroca (II) Prosa .............................................................................. 25

AULA 3O Arcadismo em Portugal.................................................................. 41

AULA 4 .......................................................... 53

AULA 5 ............................ 67

AULA 6 ......................................................... 91

AULA 7..........................................................115

AULA 8Antecedentes do Realismo em Portugal. ........................................ 135

AULA 9O Realismo na poesia portuguesa. ................................................. 147

AULA 10O Realismo na prosa portuguesa .................................................... 165

META

nomes desse movimento em Portugal.

OBJETIVOS

Aulas de Literatura Portuguesa I.

Aula

PORTUGUESA II: (I) POESIA

A Biblioteca Joanina em Coimbra, Portugal. Monumento de Portugal, do estilo barroco, que

XVI, XVII, XVIII, contendo nos seus dois pisos, cerca de 100 mil volumes (Fonte: http://oglobo.globo.com)

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Literatura Portuguesa II

Caro aluno,Aqui estamos para iniciarmos uma nova disciplina, Literatura Por-

tuguesa II, dando continuidade ao assunto visto no semestre passado. Esperamos que tenha um bom desempenho e adquira conhecimentos que

O programa deste curso visa ao estudo do Barroco ao Realismo, ou

como algo que nos proporciona conhecimento, prazer, e, acima de tudo,

justa entre os seres humanos. Vejamos, meu aluno, que a literatura faz tudo isso e muito mais.

publicados cinco volumes ao longo de 1716 a1728 (Fonte: http://1.bp.blogspot.com)

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Aula

1POR QUE BARROCO?

Comecemos pela palavra barroco

O Barroco

Seiscentismo

Espanhola.

Na Espanha: GongorismoY Argote (1561-1627).

Na Alemanha: Silesianismo

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Literatura Portuguesa II

ic2.pbase.com)

O estilo barroco nasceu da crise dos valores renascentistas, ocasionada

De acordo com Nicola, ( 2000, p.97 )

11

Aula

1religiosidade medieval e o paganismo renascentista, dilema que causava

ceptismo.

extravagante; valorizava o detalhe, mediante jogos de palavras, com forte

conhecido como Gongorismo.

Quevedismo.

aos apelos da carne e da alma. Disso resultou o exagero, o mau gosto na

Essa dicotomia barroca corresponde a dois modos de conhecimento.

linguagem rebuscada e rica (o cultismo), que se manifesta principalmente

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Literatura Portuguesa II

A pintura, a escultura e a arquitetura traduzem, mais a primeira (a

do Barroco. O belo feio, a linha torta, o excesso de pormenor, o

outras novidades formais, meios de exprimir a angustiosa procura

Susana e os Velhos, Artemesia Gentileschi, 1610 (fontes: www. http://www.usc.edu)

13

Aula

1O BARROCO EM PORTUGAL

em Portugal e a excessiva religiosidade dos iberos fez a escola permanecer

na prosa. Os poetas antes seguiam um modelo camoniano de rigor for-

de Matos, grande representante da poesia barroca no Brasil. Os principais

A seguir, vamos dar exemplo de poesia barroca retirada de um cancio-.

Ao longo de seus cinco volumes, publicados de 1716 a 1728, encontramos

camoniana.

das imagens) que caracterizou a poesia cultista, transcrevemos um soneto

conceptista

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Literatura Portuguesa II

A F., FAVORECENDO COM A BOCA E DESPREZANDO COM OS OLHOS

Quando o Sol nasce e a sombra principia,A doce abelha, a borboleta airosaProcura luz ardente e fresca rosa,

Pois vive a abelha e morre a mariposa

Que com afecto igual, com igual sorte,

em dois sonetilhos:

Quando o Sol nasce [Quando] a sombra principia A doce abelha A borboleta airosaProcura a fresca rosa [Procura] a luz ardente

, sobre a poesia barroca (p.180 a185 ).

A POESIA

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Aula

1Representam-no poetas isolados e duas antologias, a (5 vols. (2 vols.,

D. Francisco Manuel de Melo. E nas antologias colaboram, dentre outros,

Romanceiro/Primeirae Segunda Parte dos Romances O Cond-estabre, 1610; Jornada... que Dom Filipe hizo a Portugal, 1623), a novela pastoril (A Primavera, 1601; O Pastor Peregrino, 1608 e O Desenganado, 1614), a prosa

Corte na Aldeia e Noites de Inverno, 1619).

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Literatura Portuguesa II

SONETOS

Que amor sigo? Que busco? Que desejo?

Que tive? Que perdi? Quem me queria?Quem me faz guerra? Contra quem pelejo?

Foi por encantamento o meu desejoE por sombra passou minha alegria;

Aquela estranha e nova fermosuraE aquele parecer quase divino;

Eu morro do que vi, do que imagino.

empregados. De outro, percebe-se que o poeta se debate nas malhas duma

discursivo do soneto uma simplicidade veladamente magoada, num ritmo

17

Aula

1,

A UMA CRUELDADE FORMOSAMadrigal

A minha bela ingrata Cabelo de ouro tem, fronte de prata,

Por quem choro e suspiro,

A lustrosa garganta

Que muito, pois, Cupido,Que tenha tal rigor tanta lindeza,

De preciosos metais, pedras preciosas,E de duros metais, de pedras duras?

somente aparecem determinadas partes do corpo feminino, aquelas que

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Literatura Portuguesa II

do Gongorismo, via de regra oscilando entre o branco ou cognatos, em

pretenderia dizer? Parece-me que tencionava perguntar o seguinte a Cupido:

tratura. Alguns de seus poemas foram reunidos na , mas a

Sinto-me, sem sentir, todo abrasadoNo rigoroso fogo que me alenta;O mal que me consome me sustenta;

Ando sem me mover; falo calado;O que mais perto vejo se me ausenta;E o que estou sem ver mais me atormenta;Alegro-me de ver-me atormentado.

Choro no mesmo ponto em que me rio;

Do que menos se espera estou mais certo.

19

Aula

1Ando perdido em mim como em deserto.

constituem pedra de toque no lirismo camoniano. Mas, como vimos, o

Bacelar recorresse ao poeta quinhentista: talvez sentisse que os ligava para

conceptista, como se depreende do soneto transcrito: o manejo habilidoso dos conceitos, segundo um cerrado esquema de antinomias, ou de teses e

das coisas, percebe-se que, tirante o seu matiz epigonal, o soneto padece do

Bacelar constituir-se num dos mais distintos poetas barrocos, e o soneto

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Literatura Portuguesa II

entrar na vida eterna. Falamos em morte como algo natural, no entanto,

alma barroca

RESUMO

como o sagrado e profano.

este utiliza-se de conceitos, de um jogo de ideias, de silogismos. (Explicar

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Aula

1ATIVIDADES

poema interpretado, destacando os aspectos mais relevantes do seu con-

I

Fermosos olhos, quem ver-vos pretende

Que inda por perder-vos a sentira,

Que o cego Amor, que cego deles tira,

Se eu, que em vendo-a ceguei, pude ainda ver,

(Poesias, sel., pref. e notas de Afonso Lopes

II

A F., FAVORECENDO COM A BOCA E DESPREZANDO COM OS OLHOS

Quando o Sol nasce e a sombra principia,A doce abelha, a borboleta airosaProcura luz ardente e fresca rosa,

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Literatura Portuguesa II

Pois vive a abelha e morre a mariposa

Que com afecto igual, com igual sorte,

da escola.

entre mundos contrastantes?

com destaque para os principais nomes: Padre Antonio Vieira, Dom Fran-

23

Aula

1guesa.

A literatura portuguesa_______.

Literatura portuguesa. Das origens aos nossos dias.