língua portuguesa para o 2º ano do ensino fundamental
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SaeroLíngua Portuguesa
2º ano do Ensino Fundamental
Revista Pedagógica
Sistema de Avaliação Educacional de Rondônia
ISSN 2317-2118
RONDÔNIA1943 1981
ESTADO DE RONDÔNIASECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CONFÚCIO AIRES MOURAGOVERNADOR
AIRTON PEDRO GURGACZVICE GOVERNADOR
ISABEL DE FÁTIMA LUZSECRETáRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
DANIEL GLÁUCIO GOMES DE OLIVEIRASECRETáRIO ADJUNTO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
RONDÔNIA1943 1981
ESTADO DE RONDÔNIASECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CONFÚCIO AIRES MOURAGOVERNADOR
AIRTON PEDRO GURGACZVICE GOVERNADOR
ISABEL DE FÁTIMA LUZSECRETáRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
DANIEL GLÁUCIO GOMES DE OLIVEIRASECRETáRIO ADJUNTO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
RUTE ALVES DA SILVA CARVALHO GERENTE DE EDUCAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE RONDÔNIA
Confúcio Aires Moura, Governador do Estado de Rondônia
MINhA GENTE,Não adianta investir em educação sem medir o desempenho da escola. Principalmente o desempenho dos alunos nas duas disciplinas fundamentais: matemática e Língua Portuguesa. ofertar o melhor ensino é a expectativa do nosso governo e nós queremos dar uma resposta boa para a sociedade, para as famílias dos nossos alunos, para o estado e para o brasil.
Fomos buscar uma experiência inovadora de avaliação escolar que é trabalhada na universidade Federal de Juiz de Fora e, a partir deste passo, termos bons referenciais a fi m de implantarmos em Rondônia o nosso próprio sistema de avaliação.
Já temos o sistema que o ministério da Educação utiliza para aferir o desempenho escolar, o IdEb, mas nós queremos ter o nosso, que seja aplicado com regularidade e assim podermos avaliar o desempenho dos nossos alunos e tomar medidas rápidas e ligeiras para corrigir distorções que possam surgir nas escolas que não estejam indo bem.
o Sistema de avaliação Educacional de Rondônia (Saero) é novo, é diagnóstico e com ele nós vamos avançar e oferecer um ensino público de qualidade. Eu quero, com todo esforço, ter na nossa terra o melhor ensino público da amazônia e competir com outros estados da federação, oferecendo índices de desempenho realmente orgulhosos, vaidosos para Rondônia, para nossos alunos e nosso povo.
Sucesso e índices escolares cada vez melhores é o que espero. Este é um grande passo rumo ao futuro, a um novo tempo de avanços e melhorias para termos uma educação de cara nova!
Confúcio Aires Moura, Governador do Estado de Rondônia
MINhA GENTE,Não adianta investir em educação sem medir o desempenho da escola. Principalmente o desempenho dos alunos nas duas disciplinas fundamentais: matemática e Língua Portuguesa. ofertar o melhor ensino é a expectativa do nosso governo e nós queremos dar uma resposta boa para a sociedade, para as famílias dos nossos alunos, para o estado e para o brasil.
Fomos buscar uma experiência inovadora de avaliação escolar que é trabalhada na universidade Federal de Juiz de Fora e, a partir deste passo, termos bons referenciais a fi m de implantarmos em Rondônia o nosso próprio sistema de avaliação.
Já temos o sistema que o ministério da Educação utiliza para aferir o desempenho escolar, o IdEb, mas nós queremos ter o nosso, que seja aplicado com regularidade e assim podermos avaliar o desempenho dos nossos alunos e tomar medidas rápidas e ligeiras para corrigir distorções que possam surgir nas escolas que não estejam indo bem.
o Sistema de avaliação Educacional de Rondônia (Saero) é novo, é diagnóstico e com ele nós vamos avançar e oferecer um ensino público de qualidade. Eu quero, com todo esforço, ter na nossa terra o melhor ensino público da amazônia e competir com outros estados da federação, oferecendo índices de desempenho realmente orgulhosos, vaidosos para Rondônia, para nossos alunos e nosso povo.
Sucesso e índices escolares cada vez melhores é o que espero. Este é um grande passo rumo ao futuro, a um novo tempo de avanços e melhorias para termos uma educação de cara nova!
Isabel de Fátima Luz, Secretária de Estado da Educação
AOS EDUCADORESo governo de Rondônia tem a preocupação de promover uma educação de excelência e para isso está
implantando a Educação Integral, o Ensino médio Inovador e o Sistema de avaliação Estadual.
a Educação Integral tem como meta a ampliação da vida escolar com a criação de espaço de aprendizagem,
na busca de melhoria do desempenho dos estudantes, na formação da cidadania, respeito à diversidade
cultural e aos direitos humanos.
o Ensino médio Inovador visa estabelecer relações sobre o que se aprende e o que se vive, para
alicerçar e aprofundar os conhecimentos dos estudantes para competir de forma igualitária no mercado
de trabalho. o objetivo geral deste projeto é promover um Ensino médio de qualidade nas escolas
estaduais, por meio da reestruturação curricular, ampliando o tempo na escola para elevar os níveis de
desempenho e do aprendizado.
a avaliação Estadual tem o intuito de prestar contas à comunidade interna e externa, e gerar melhoria
nos serviços oferecidos pelas escolas, pela coordenação de educação e pela secretaria. o Saero é uma
avaliação de larga escala que vem para somar a essas políticas públicas, com a fi nalidade de detectar
essas defi ciências, e promover orientação, planejamento e intervenção, objetivando uma educação
de excelência.
Isabel de Fátima Luz, Secretária de Estado da Educação
AOS EDUCADORESo governo de Rondônia tem a preocupação de promover uma educação de excelência e para isso está
implantando a Educação Integral, o Ensino médio Inovador e o Sistema de avaliação Estadual.
a Educação Integral tem como meta a ampliação da vida escolar com a criação de espaço de aprendizagem,
na busca de melhoria do desempenho dos estudantes, na formação da cidadania, respeito à diversidade
cultural e aos direitos humanos.
o Ensino médio Inovador visa estabelecer relações sobre o que se aprende e o que se vive, para
alicerçar e aprofundar os conhecimentos dos estudantes para competir de forma igualitária no mercado
de trabalho. o objetivo geral deste projeto é promover um Ensino médio de qualidade nas escolas
estaduais, por meio da reestruturação curricular, ampliando o tempo na escola para elevar os níveis de
desempenho e do aprendizado.
a avaliação Estadual tem o intuito de prestar contas à comunidade interna e externa, e gerar melhoria
nos serviços oferecidos pelas escolas, pela coordenação de educação e pela secretaria. o Saero é uma
avaliação de larga escala que vem para somar a essas políticas públicas, com a fi nalidade de detectar
essas defi ciências, e promover orientação, planejamento e intervenção, objetivando uma educação
de excelência.
1. avaLIação: o ENSINo-aPRENdIzagEm como dESaFIo PágINa 10
2. INtERPREtação dE RESuLtadoS E
aNáLISES PEdagógIcaS PágINa 14
SumáRIo
3. oS RESuLtadoS dESta EScoLa PágINa 47
4. dESENvoLvImENto dE habILIdadES PágINa 49
EXPERIÊNcIa Em Foco
PágINa 58
1
AVALIAÇÃO:O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO DESAFIO
Caro(a) Educador(a), a Revista Pedagógica apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação,
com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas
no trabalho pedagógico.
um importante movimento em busca da qualidade
da educação vem ganhando sustentação em
paralelo às avaliações tradicionais: as avaliações
externas, que são geralmente em larga escala e
possuem objetivos e procedimentos diferenciados
daquelas realizadas pelos professores nas salas de
aula. Essas avaliações são, em geral, organizadas
a partir de um sistema de avaliação cognitiva dos
estudantes e aplicadas, de forma padronizada,
a um grande número de pessoas. os resultados
aferidos pela aplicação de testes padronizados
têm como objetivo subsidiar medidas que visem ao
progresso do sistema de ensino e atendam a dois
propósitos principais: prestar contas à sociedade
sobre a efi cácia dos serviços educacionais
oferecidos à população e implementar ações que
promovam a equidade e a qualidade da educação.
a avaliação em larga escala deve ser concebida
como instrumento capaz de oferecer condições
para o desenvolvimento dos estudantes e só tem
sentido quando é utilizada, na sala de aula, como
uma ferramenta do professor para fazer com que
os estudantes avancem. o uso dessa avaliação de
acordo com esse princípio demanda o seguinte
raciocínio: por meio dos dados levantados, é
possível que o professor obtenha uma medida da
aprendizagem de seus estudantes, contrapondo
tais resultados àqueles alcançados no estado e até
mesmo à sua própria avaliação em sala de aula.
verifi car essas informações e compará-las amplia
a visão do professor quanto ao seu estudante,
identifi cando aspectos que, no dia a dia, possam
ter passado despercebidos. desta forma, os
resultados da avaliação devem ser interpretados
10 Saero 2012
2012
92.223estudantesavaliados*
(*) o número de estudantes avaliados é referente à disciplina de Língua Portuguesa.
O SAERO
o Sistema de avaliação Educacional de
Rondônia foi criado em 2012 e visa fomentar
mudanças em busca de uma educação de
qualidade. Foram avaliados os estudantes das
escolas estaduais de Rondônia nas disciplinas
de Língua Portuguesa e matemática do 2º, 5°,
6º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 1º,
2º e 3° anos do Ensino médio.
em um contexto específi co, servindo para a
reorientação do processo de ensino, confi rmando
quais as práticas bem-sucedidas em sala de aula
e fazendo com que os docentes repensem suas
ações e estratégias para enfrentar as difi culdades
de aprendizagem detectadas.
a articulação dessas informações possibilita
consolidar a ideia de que os resultados de
desempenho dos estudantes, mesmo quando
abaixo do esperado, sempre constituem
uma oportunidade para o aprimoramento do
trabalho docente, representando um desafio
a ser superado em prol da qualidade e da
equidade na educação.
Revista Pedagógica 11
A AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM LARGA ESCALA
A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade.
A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino.
Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais.
Esse recorte se traduz em habilidades consideradas essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação.
(Matriz de Referência) Página 16
Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site http://www.saero.caedufjf.net/.
o diagrama a seguir apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética,
indicando as páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados.
(Composição dos cadernos) Página 19
12 Saero 2012
(Itens) Páginas 33 a 46
(Experiência em foco) Página 58
(Padrões de Desempenho) Página 31
(Resultados da escola) Página 47
Através de uma metodologia especializada, é possivel obter resultados precisos, não sendo necessário que os estudantes realizem testes extensos.
(Composição dos cadernos) Página 19
(Escala de Proficiência) Página 20
As habilidades avaliadas são ordenadas de acordo com a complexidade em uma escala nacional, a qual permite verificar o desenvolvimento dos estudantes.
Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho.
A análise dos itens que compõem os testes elucida as habilidades desenvolvidas pelos estudantes que estão em determinado Padrão de Desempenho.
As informações disponíveis nesta Revista devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico.
Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação.
Revista Pedagógica 13
2
INTERPRETAÇÃODE RESULTADOS E ANáLISES PEDAGÓGICAS
Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do Saero 2012, a Matriz de Referência, a Teoria de
Resposta ao Item (TRI) e a Escala de Profi ciência. Os conceitos apresentados são tratados com maior detalhamento no
site http://www.saero.caedufj f.net/.
MATRIZ DE REFERÊNCIA
Para realizar uma avaliação, é necessário defi nir o
conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação
em larga escala, essa defi nição é dada pela
construção de uma matRIz dE REFERÊNcIa,
que é um recorte do currículo e apresenta as
habilidades defi nidas para serem avaliadas. No
brasil, os Parâmetros curriculares Nacionais
(PcN) para o Ensino Fundamental e para o Ensino
médio, publicados, respectivamente, em 1997 e
em 2000, visam à garantia de que todos tenham,
mesmo em lugares e condições diferentes, acesso
a conhecimentos considerados essenciais para o
exercício da cidadania. cada estado, município e
escola tem autonomia para elaborar seu próprio
currículo, desde que atenda a essa premissa.
diante da autonomia garantida legalmente
em nosso país, as orientações curriculares
de Rondônia apresentam conteúdos com
características próprias, como concepções e
objetivos educacionais compartilhados. desta
forma, o estado visa a desenvolver o processo de
ensino-aprendizagem em seu sistema educacional
com qualidade, atendendo às particularidades de
seus estudantes. Pensando nisso, foi criada uma
matriz de Referência específi ca para a realização
da avaliação em larga escala do Saero.
a matriz de Referência tem, entre seus fundamentos,
os conceitos de competência e habilidade. a
comPEtÊNcIa corresponde a um grupo de
14 Saero 2012
AUTO ESCOLA
CARTEIRA DE HABILITAÇÃO
habilidades que operam em conjunto para a obtenção
de um resultado, sendo cada habILIdadE entendida
como um “saber fazer”.
Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista
para dirigir automóveis é preciso demonstrar
competência na prova escrita e competência na
prova prática específi ca, sendo que cada uma
delas requer uma série de habilidades.
a competência na prova escrita demanda
algumas habilidades, como: interpretação de
texto, reconhecimento de sinais de trânsito,
memorização, raciocínio lógico para perceber
quais regras de trânsito se aplicam a uma
determinada situação etc.
a competência na prova prática específi ca, por
sua vez, requer outras habilidades: visão espacial,
leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão
do funcionamento de comandos de interação
com o veículo, tais como os pedais de freio e de
acelerador etc.
É importante ressaltar que a matriz de Referência
não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser
confundida com ele nem utilizada como ferramenta
para a defi nição do conteúdo a ser ensinado em sala de
aula. as habilidades selecionadas para a composição
dos testes são escolhidas por serem consideradas
essenciais para o período de escolaridade avaliado
e por serem passíveis de medição por meio de
testes padronizados de desempenho, compostos,
na maioria das vezes, apenas por itens de múltipla
escolha. há, também, outras habilidades necessárias
ao pleno desenvolvimento do estudante que não se
encontram na matriz de Referência por não serem
compatíveis com o modelo de teste adotado. No
exemplo acima, pode-se perceber que a competência
na prova escrita para habilitação de motorista inclui
mais habilidades que podem ser medidas em testes
padronizados do que aquelas da prova prática.
a avaliação em larga escala pretende obter
informações gerais, importantes para se pensar a
qualidade da educação, porém, ela só será uma
ferramenta para esse fi m se utilizada de maneira
coerente, agregando novas informações às já
obtidas por professores e gestores nas devidas
instâncias educacionais, em consonância com a
realidade local.
Revista Pedagógica 15
P030028C2
Veja a figura abaixo.
Qual é o nome dessa figura?
CABIDE
CABINE
CADETE
CAPOTE
Elementos que compõem a Matriz
item
O item é uma questão utilizada nos testes de uma
avaliação em larga escala, e se caracteriza por avaliar uma
única habilidade indicada por um descritor da Matriz
de Referência.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LíNGUA PORTUGUESA2º ano do Ensino Fundamental
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LíNGUA PORTUGUESA2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
EIxO 1: APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA - hAbILIDADES RELACIONADAS à IDENTIFICAÇÃO E AO RECONhECIMENTO DE ASPECTOS RELACIONADOS à TECNOLOGIA DA ESCRITA
TÓPICO DESCRITOR
1.1 Quanto ao reconhecimento de letras
D1 - Identificar letras entre desenhos, números e outros símbolos gráficos.
D2 - Reconhecer as letras do alfabeto.
D3 - Reconhecer as diferentes formas de grafar uma mesma letra ou palavra.
1.2 Quanto ao desenvolvimento da consciência fonológica
D4 - Identificar o número de sílabas de uma palavra.
D5 - Identificar sílabas em uma palavra.
D6 - Identificar rimas.
Descritores
Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas,
indicando as habilidades que serão avaliadas por
meio de um item.
tópico
O tópico agrupa por afinidade um conjunto
de habilidades indicadas pelos
descritores.
16 Saero 2012
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LíNGUA PORTUGUESA2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
EIxO 1: APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA - hAbILIDADES RELACIONADAS à IDENTIFICAÇÃO E AO RECONhECIMENTO DE ASPECTOS RELACIONADOS à TECNOLOGIA DA ESCRITA
TÓPICO DESCRITOR
1.1 Quanto ao reconhecimento de letras
D1 - Identificar letras entre desenhos, números e outros símbolos gráficos.
D2 - Reconhecer as letras do alfabeto.
D3 - Reconhecer as diferentes formas de grafar uma mesma letra ou palavra.
1.2 Quanto ao desenvolvimento da consciência fonológica
D4 - Identificar o número de sílabas de uma palavra.
D5 - Identificar sílabas em uma palavra.
D6 - Identificar rimas.
EIxO 2: LEITURA - hAbILIDADES RELACIONADAS à LEITURA DE PALAVRAS, DE FRASES E DE TExTOS
TÓPICO DESCRITOR
2.1 Quanto à leitura de palavras
D7 - Ler palavras.
2.2 Quanto à leitura de frases
D8 - Ler frases.
2.3 Quanto à leitura de textos
D9 - Localizar informação explícita em textos.
D10 - Inferir informação em texto verbal.
D11 - Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.
D12 - Reconhecer o assunto de um texto.
D13 - Identificar o gênero de um texto.
D14 - Identificar o propósito comunicativo em diferentes gêneros.
Revista Pedagógica 17
TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI)
a teoria de Resposta ao Item (tRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e avaliar os
resultados obtidos pelos estudantes nos testes, levando em consideração as habilidades
demonstradas e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a comparação entre testes
realizados em diferentes anos.
ao realizarem os testes, os estudantes obtêm um determinado nível de desempenho nas
habilidades testadas. Esse nível de desempenho denomina-se PRoFIcIÊNcIa.
a tRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo estatístico
capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o estudante respondeu
em um teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta três parâmetros:
• Parâmetro "A"
a capacidade de um item de discriminar, entre os estudantes avaliados, aqueles que
desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram.
• Parâmetro "b"
o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. os itens estão distribuídos
de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de
diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade.
• Parâmetro "C"
a análise das respostas do estudante para verificar aleatoriedade nas respostas: se for
constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de
grau elevado – o que é estatisticamente improvável –, o modelo deduz que ele respondeu
aleatoriamente às questões.
o Saero utiliza a tRI para o cálculo de acerto do estudante. No final, a proficiência não
depende apenas do valor absoluto de acertos, depende também da dificuldade e da
capacidade de discriminação das questões que o estudante acertou e/ou errou. o valor
absoluto de acertos permitiria, em tese, que um estudante que respondeu aleatoriamente
tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base em suas habilidades.
o modelo da tRI evita essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade
entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as habilidades avaliadas em
relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos
estudantes ao longo do tempo e entre diferentes escolas.
18 Saero 2012
CaDerNo
iiiiii iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiii
i
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS PARA A AVALIAÇÃO
São 37 itens/disciplina, distribuídos em 7 blocos/disciplina formados por: Blocos 1 e 2 formados por 6 itens cada um, Blocos 3, 4, 5, 6 e 7 formados por 5 itens cada.
cada caderno é formado por 6 blocos, sendo 3 blocos de Língua Portuguesa e 3 blocos de matemática, totalizando 16 itens por caderno/por disciplina. cada caderno terá 3 blocos de cada disciplina (1 fácil, 1 médio e 1 difícil), totalizando 16 itens para cada disciplina.
ao todo, são 12 modelos diferentes de cadernos.
= 1 item
i i i i i i i i i ii i i i i i i i i ii i i i i i i i i ii i i i i i i
i i i i i i i i i ii i i i i i i i i ii i i i i i i i i ii i i i i i i
Língua Portuguesa
6 itens 6 itens
5 itens5 itens
matemática
Revista Pedagógica 19
a EScaLa dE PRoFIcIÊNcIa foi
desenvolvida com o objetivo de traduzir
medidas em diagnósticos qualitativos
do desempenho escolar. Ela orienta,
por exemplo, o trabalho do professor
com relação às competências que
seus estudantes desenvolveram,
apresentando os resultados em uma
espécie de régua onde os valores obtidos
são ordenados e categorizados em
intervalos ou faixas que indicam o grau de
desenvolvimento das habilidades para os
estudantes que alcançaram determinado
nível de desempenho.
Em geral, para as avaliações em larga
escala da Educação básica realizadas
no brasil, os resultados dos estudantes
em Língua Portuguesa são colocados
em uma mesma Escala de Proficiência
definida pelo Sistema Nacional de
avaliação da Educação básica (Saeb).
No Saero, utiliza-se, para o 2° ano do
Ensino Fundamental, a mesma Escala
de Proficiência em Leitura do Proalfa –
domíNIoS
* A habilidade envolvida nessa competência não é avaliada nessa etapa de escolaridade.
comPEtÊNcIaS dEScRItoRES menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Identificação de letras do alfabeto. d1, d2 e d3 uso adequado da página. *
aquisição de consciência fonológica. d4, d5 e d6 Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. * Leitura de palavras e pequenos textos. d7 e d8
Localização de informações explícitas em textos. d9 Interpretação de informações implícitas em textos. d10, d11 e d12 coerência e coesão no processamento de textos. *
Implicações do gênero ou suporte na compreensão de textos. d13 e d14
PadRõES dE dESEmPENho - 2º aNo do ENSINo FuNdamENtaL Abaixo do básico Básico Adequado Avançado
Reconhecimentodas Convenções
do Sistema Alfabético
Apropriações do Sistema Alfabético
Leitura: Compreensão,
Análise e Avaliação
Usos Sociais da Leitura e da
Escrita
20 Saero 2012
Programa de avaliação da alfabetização
– que compõe o Sistema mineiro de
avaliação da Educação Pública (Simave),
exceto no que se refere à competência
avaliação do leitor em relação aos textos,
parte da referida escala, cujas habilidades
não foram avaliadas no âmbito do Saero.
Por permitirem ordenar os resultados de
desempenho, as Escalas são importantes
ferramentas para a interpretação dos
resultados da avaliação.
a partir da interpretação dos intervalos da
Escala, os professores, em parceria com a
equipe pedagógica, podem diagnosticar
as habilidades já desenvolvidas pelos
estudantes, bem como aquelas que
ainda precisam ser trabalhadas em sala
de aula, em cada etapa de escolaridade
avaliada. com isso, os educadores
podem atuar com maior precisão
na detecção das dificuldades dos
estudantes, possibilitando o planejamento
e a execução de novas ações para o
processo de ensino-aprendizagem.
a seguir, é apresentada a estrutura da
Escala de Proficiência.
ESCALA DE PROFICIÊNCIA EM LíNGUA PORTUGUESA
A gradação das cores indica a complexidade da tarefa.
comPEtÊNcIaS dEScRItoRES menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Identificação de letras do alfabeto. d1, d2 e d3 uso adequado da página. *
aquisição de consciência fonológica. d4, d5 e d6 Reconhecimento da palavra como unidade gráfica. * Leitura de palavras e pequenos textos. d7 e d8
Localização de informações explícitas em textos. d9 Interpretação de informações implícitas em textos. d10, d11 e d12 coerência e coesão no processamento de textos. *
Implicações do gênero ou suporte na compreensão de textos. d13 e d14
PadRõES dE dESEmPENho - 2º aNo do ENSINo FuNdamENtaL Abaixo do básico Básico Adequado Avançado
Reconhecimentodas Convenções
do Sistema Alfabético
Apropriações do Sistema Alfabético
Leitura: Compreensão,
Análise e Avaliação
Usos Sociais da Leitura e da
Escrita
Revista Pedagógica 21
A ESTRUTURA DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA
Na primeira coluna da Escala são apresentados
os grandes domínios do conhecimento em
Língua Portuguesa para toda a Educação
básica. Esses domínios são agrupamentos de
competências que, por sua vez, agregam as
habilidades presentes na matriz de Referência.
Nas colunas seguintes são apresentadas,
respectivamente, as competências presentes na
Escala de Proficiência e os descritores da matriz
de Referência a elas relacionados.
as competências estão dispostas nas várias
linhas da Escala. Para cada competência há
diferentes graus de complexidade representados
por uma gradação de cores, que vai do azul-claro
ao azul-escuro. assim, a cor azul-claro indica o
primeiro nível de complexidade da competência,
passando por um tom mais escuro e chegando
ao nível mais complexo, representado pela cor
azul-escuro.
Na primeira linha da Escala de Proficiência,
podem ser observados, em uma escala
numérica, intervalos divididos em faixas de 50
pontos, que estão representados de zero a
1000. cada intervalo corresponde a um nível e
um conjunto de níveis forma um PadRão dE
dESEmPENho. Esses Padrões são definidos
pela Secretaria de Estado da Educação e
representados em verde. Eles trazem, de forma
sucinta, um quadro geral das tarefas que os
estudantes são capazes de fazer, a partir do
conjunto de habilidades que desenvolveram.
Para compreender as informações presentes na
Escala de Proficiência, pode-se interpretá-la de
três maneiras:
• Primeira
Perceber, a partir de um determinado domínio, o
grau de complexidade das competências a ele
associadas, através da gradação de cores ao
longo da Escala. desse modo, é possível analisar
como os estudantes desenvolvem as habilidades
relacionadas a cada competência e realizar uma
interpretação que contribua para o planejamento
do professor, bem como para as intervenções
pedagógicas em sala de aula.
• Segunda
Ler a Escala por meio dos Padrões de
desempenho, que apresentam um panorama
do desenvolvimento dos estudantes em um
determinado intervalo. dessa forma, é possível
relacionar as habilidades desenvolvidas com o
percentual de estudantes situado em cada Padrão.
• Terceira
Interpretar a Escala de Proficiência a partir da
abrangência da proficiência de cada instância
avaliada: estado, cRE, município e escola. dessa
forma, é possível verificar o intervalo em que a
escola se encontra em relação às demais instâncias.
22 Saero 2012
DOMíNIOS E COMPETÊNCIAS
ao relacionar os resultados a cada um
dos domínios da Escala de Proficiência e
aos respectivos intervalos de gradação de
complexidade de cada competência, é possível
observar o nível de desenvolvimento das
habilidades aferido pelo teste e o desempenho
esperado dos estudantes nas etapas de
escolaridade em que se encontram.
Esta seção apresenta o detalhamento dos níveis
de complexidade das competências (com suas
respectivas habilidades), nos diferentes intervalos
da Escala de Proficiência. Essa descrição focaliza o
desenvolvimento cognitivo do estudante ao longo
do processo de escolarização e o agrupamento
das competências básicas ao aprendizado da
Língua Portuguesa para toda a Educação básica.
Para auxiliar na tarefa de acompanhar o desempenho dos estudantes, após os resultados da escola, há uma análise
representativa por meio de habilidades de Localizar e inferir informações, abordando a perspectiva do seu ensino para
esta etapa e sugestões de atividades e recursos pedagógicos que podem ser utilizados pelo professor. A escolha desse
exemplo foi baseada em um diagnóstico que identificou algumas habilidades que apresentaram baixo índice de acerto no
2º ano do Ensino Fundamental em avaliações educacionais realizadas em diversos sistemas avaliativos.
IDENTIFICAÇÃO DE LETRAS DO ALFAbETO
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
uma das primeiras hipóteses que a criança pode formular com relação à língua escrita é a de que escrita
e desenho são uma mesma coisa. Sendo assim, quando solicitada a escrever, por exemplo, “casa”, a
criança pode simplesmente desenhar uma casa. Quando começa a ter contato mais sistemático com
textos escritos, observando-os e vendo-os ser utilizados por outras pessoas, a criança começa a perceber
que escrita e desenho são coisas diferentes, reconhecendo as letras como os sinais que se deve utilizar
para escrever. Para chegar a essa percepção, a criança deverá, inicialmente, diferenciar as letras de
outros símbolos gráficos, como os números, por exemplo. uma vez percebendo essa diferenciação, um
próximo passo será o de identificar as letras do alfabeto, nomeando-as e sabendo identificá-las mesmo
quando escritas em diferentes padrões.
0 a 250 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 250 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
250 a 350 pontos
os estudantes que se encontram nos intervalos da Escala compreendidos entre 250 e 350 encontram-se em
fase inicial de desenvolvimento da competência de identificar letras do alfabeto. Eles demonstram diferenciar
letras de outros sinais gráficos e, portanto, já as identificam.
Revista Pedagógica 23
350 a 400 pontos
amplia-se a fase inicial de aquisição no intervalo que vai de 350 a 400 pontos da Escala. Nesse intervalo,
os estudantes demonstram identificar letras do alfabeto.
400 a 450 pontos
o desenvolvimento dessa competência é avançado no intervalo de 400 a 450 pontos. os estudantes
alocados nesse intervalo demonstram identificar letras do alfabeto escritas em diferentes tipos e padrões.
450 a 50 pontos
No intervalo de 450 a 500 pontos, os estudantes já desenvolveram a competência c1 - Identificação de
letras do alfabeto. Esses estudantes reconhecem as letras do alfabeto, maiúsculas e minúsculas, escritas
em diferentes padrões e tipos (letras de imprensa ou manuscritas).
USO ADEQUADO DA PáGINA
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Essa competência faz parte do reconhecimento das convenções gráficas e inclui saber que a leitura se
faz da esquerda para a direita e de cima para baixo.
0 a 250 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 250 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
250 a 450 pontos
Estudantes localizados nas faixas entre 250 e 450 pontos da Escala demonstram estar em etapa inicial
de desenvolvimento da competência de usar corretamente a página escrita, nas direções da esquerda
para a direita e de cima para baixo.
acima de 450 pontos
Estudantes localizados em faixas de proficiência acima de 450 pontos demonstram já ter desenvolvido a
competência de utilizar a página de forma adequada. Por ser essa uma competência bastante elementar,
não se encontram níveis intermediários de desenvolvimento da mesma.
AQUISIÇÃO DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
a consciência fonológica é importante para que os estudantes compreendam que existe correspondência
entre o que se fala e o que se escreve. as habilidades relacionadas a essa competência englobam
identificar rimas, sílabas iniciais e finais das palavras e o número de sílabas de uma palavra.
24 Saero 2012
0 a 300 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 300 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
300 a 400 pontos
Estudantes localizados nas faixas de proficiência entre 300 e 400 pontos encontram -se em uma etapa
inicial de desenvolvimento das habilidades relacionadas à competência de aquisição da consciência
fonológica. os estudantes dessa faixa identificam rimas e sílabas que se repetem no início ou fim de
palavras.
400 a 500 pontos
os estudantes que se localizam em faixas de proficiência que estão entre 400 e 500 pontos desenvolveram
habilidades mais sofisticadas, ligadas à aquisição da consciência fonológica. além das habilidades
ligadas aos níveis de proficiência anteriores, esses estudantes contam sílabas de uma palavra.
500 a 550 pontos
os estudantes que se encontram na faixa de proficiência entre 500 e 550 pontos estão em processo
de desenvolvimento das habilidades relacionadas à aquisição da consciência fonológica. além das
habilidades relacionadas às faixas de proficiência anteriores, esses estudantes são capazes de identificar
semelhanças em sílabas mediais e rimas mais complexas e/ou distantes no texto.
acima de 550 pontos
Estudantes com proficiência acima de 550 pontos já desenvolveram as habilidades relacionadas à
aquisição da consciência fonológica. Essa é uma competência importante no processo de alfabetização,
visto que os estudantes que a desenvolveram percebem e discriminam as sequências de sons que
constituem uma palavra.
RECONhECIMENTO DA PALAVRA COMO UNIDADE GRáFICA
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Essa competência refere-se à capacidade de o estudante identificar o espaçamento entre palavras na
segmentação da escrita e contar o número de palavras que compõe um pequeno texto.
0 a 300 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 300 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
300 a 450 pontos
os estudantes que se encontram em faixas de proficiência entre 300 e 450 pontos estão em etapa inicial
de desenvolvimento das habilidades relacionadas à competência de reconhecimento da palavra como
Revista Pedagógica 25
unidade gráfica. Esses estudantes estão desenvolvendo a percepção de que, diferentemente da fala,
que se apresenta como um fluxo contínuo, na escrita é necessário o uso de espaços entre as palavras.
acima de 450 pontos
Estudantes que se encontram em faixas de proficiência superiores a 450 pontos já desenvolveram as
habilidades relacionadas ao reconhecimento da palavra como unidade gráfica. Esses estudantes, por
exemplo, contam as palavras de um texto. Por ser essa uma competência bastante elementar, não se
encontram níveis intermediários de seu desenvolvimento.
LEITURA DE PALAVRAS E PEQUENOS TExTOS
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Em geral, ao iniciar o processo de alfabetização, os estudantes leem com maior facilidade as palavras
formadas por sílabas no padrão consoante/vogal, isso porque, quando estão se apropriando da base
alfabética, as crianças constroem uma hipótese inicial de que todas as sílabas são formadas por esse
padrão. Posteriormente, em função de sua exposição a um vocabulário mais amplo e a atividades nas
quais são solicitados a refletir sobre a língua escrita, tornam-se hábeis na leitura de palavras compostas
por outros padrões silábicos e frases.
0 a 350 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 350 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
350 a 450 pontos
Nessa faixa encontram-se os estudantes que começam a desenvolver as habilidades relacionadas à
competência de ler palavras e pequenos textos. Esses estudantes conseguem ler palavras formadas por
sílabas canônicas (padrão consoante/vogal)
450 a 500 pontos
Estudantes que se encontram em faixas de proficiência entre 450 e 500 pontos leem palavras formadas
não apenas pelo padrão consoante/vogal, mas também por padrões silábicos mais complexos, diferente
do padrão canônico.
acima de 500 pontos
Estudantes que se encontram em faixas de proficiência acima de 500 pontos demonstram ter desenvolvido
as habilidades relacionadas à competência de ler palavras e pequenos textos. Esses estudantes não
encontram maiores dificuldades no processo de decodificação de palavras que compõem pequenos
textos, ainda que as mesmas apresentem padrões silábicos diversos.
26 Saero 2012
LOCALIZAÇÃO DE INFORMAÇõES ExPLíCITAS EM TExTOS
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Essa competência diz respeito à habilidade de o estudante ler textos e buscar informações que se
apresentam claramente expressas na superfície textual. Ela pode apresentar diferentes níveis de
complexidade desde localizar informações em frases até fazer essa localização em textos mais extensos
e de diversos gêneros.
0 a 450 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 450 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
450 a 500 pontos
Estudantes com proficiência entre 450 e 500 pontos localizam informações explícitas em frases e/
ou textos curtos de gênero familiar. Esses estudantes localizam, por exemplo, uma informação em um
poema com poucos versos ou em um convite.
500 a 550 pontos
os estudantes com proficiência entre 500 e 550 pontos localizam informações em textos um pouco
mais extensos e que apresentem várias informações dentre as quais será necessário selecionar aquela
solicitada.
550 a 600 pontos
os estudantes com proficiência entre 550 e 600 pontos localizam informações em textos mais extensos,
mesmo quando o gênero ou o tipo textual são menos familiares aos contextos mais imediatos de vida
desses estudantes.
acima de 600 pontos
Estudantes com proficiência acima de 600 pontos localizam informações em textos mesmo quando
essas informações apresentam-se sob a forma de paráfrases.
INTERPRETAÇÃO DE INFORMAÇõES IMPLíCITAS EM TExTOS
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Fazer inferências é uma competência bastante ampla e que caracteriza leitores mais experientes, que
conseguem ir além daquelas informações que se encontram na superfície textual, atingindo camadas
mais profundas de significação. Para realizar inferências, o leitor deve conjugar, no processo de produção
de sentidos, as pistas oferecidas pelo texto aos seus conhecimentos prévios e à sua experiência de
mundo. Essa competência envolve uma gama extensa de habilidades, tais como: inferir informações
Revista Pedagógica 27
em textos não verbais, em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, inferir o sentido de uma
palavra ou expressão e inferir informações e o assunto em textos, exclusivamente, verbais.
0 a 400 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 400 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
400 a 500 pontos
Estudantes com proficiência entre 400 e 500 pontos apresentam um nível bastante elementar de
desenvolvimento das habilidades relacionadas à competência de interpretar informações implícitas em
textos. Esses estudantes realizam inferências a partir da leitura de textos não verbais, como tirinhas e
histórias em quadrinhos e, ainda, inferem o sentido de palavras ou expressões mais familiares.
500 a 550 pontos
os estudantes que se encontram na faixa de proficiência entre 500 e 550 pontos desenvolveram
habilidades mais complexas, relacionadas à competência de interpretar informações implícitas como,
por exemplo, a habilidade de inferir o assunto de que trata um texto curto, de temática familiar.
550 a 650 pontos
Estudantes que apresentam níveis de proficiência entre 550 e 650 pontos interpretam informações que
necessitam de inferências mais sofisticadas como, por exemplo, inferir o sentido de uma palavra pouco
usual, que requeira a compreensão do contexto no qual a palavra se insere.
acima de 650 pontos
os estudantes com proficiência acima de 650 pontos demonstram ter desenvolvido as habilidades
ligadas à realização de inferências.
COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DE TExTOS
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Essa competência diz respeito às habilidades de identificar, em textos que predominam sequências
narrativas ou expositivas, marcas linguísticas (como advérbios, conjunções etc.) que expressam relações
de tempo, lugar causa e consequência e recuperar o antecedente ou o referente de um determinado
elemento anafórico (pronome, elipse ou designação de um nome próprio) destacado no texto. ou seja,
deve demonstrar que compreendeu a que se refere esse elemento.
0 a 500 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 500 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
28 Saero 2012
500 a 600 pontos
Estudantes com proficiência entre 500 e 600 pontos iniciam o desenvolvimento de habilidades
relacionadas à identificação dos elementos que permitem o estabelecimento da coesão textual. Esses
estudantes estabelecem, por exemplo, relações de causalidade em textos que conjugam linguagem
verbal e não verbal.
600 a 650 pontos
Estudantes com proficiência entre 600 e 650 pontos estabelecem relações mais complexas entre partes
de um texto como, por exemplo, identificar o referente de um pronome pessoal em texto verbal.
650 a 700 pontos
Estudantes com níveis de proficiência entre 650 e 700 pontos estabelecem relações entre elementos
que se encontram mais distantes no texto e/ou que são referenciados por meio de elipses.
acima de 700 pontos
Estudantes com níveis de proficiência superiores a 700 pontos demonstram ter desenvolvido as
habilidades referentes ao estabelecimento da coesão e coerência textuais.
IMPLICAÇõES DO GÊNERO OU SUPORTE NA COMPREENSÃO DE TExTOS
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
Essa competência envolve habilidades cujo desenvolvimento permite ao leitor uma participação mais
ativa em situações sociais diversas, nas quais o texto escrito é utilizado com funções comunicativas
reais. o nível de complexidade que essa competência pode apresentar dependerá da familiaridade do
leitor com o gênero textual, portanto, quanto mais amplo for o repertório de gêneros de que o estudante
dispuser, maiores serão suas possibilidades de perceber o gênero e a finalidade dos textos que lê, os
quais podem ser identificados a partir de seu modo de apresentação e/ou conteúdo.
0 a 350 pontos
Nos intervalos representados pela cor cinza, 0 a 350 pontos, as habilidades relativas a essa competência
ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes.
350 a 500 pontos
os estudantes com proficiência entre 350 e 500 pontos iniciam o desenvolvimento de habilidades
relacionadas a essa competência. Esses estudantes identificam gêneros textuais mais familiares quando
esses gêneros apresentam-se em sua forma estável como, por exemplo, uma receita culinária organizada
em ingredientes e modo de preparo ou, ainda, a habilidade de identificar a finalidade de texto curto, de
gênero familiar.
Revista Pedagógica 29
500 a 550 pontos
os estudantes com proficiência entre 500 e 550 pontos demonstram ter desenvolvido, além das
habilidades relacionadas ao nível anterior, outras mais sofisticadas como, por exemplo, a habilidade de
identificar a finalidade de textos de gêneros menos familiares.
550 a 600 pontos
os estudantes com proficiência entre 550 e 600 pontos desenvolveram, além das habilidades
relacionadas aos níveis anteriores, outras, mais sofisticadas, que lhes permitem considerar as implicações
do suporte no processo de compreensão dos textos. Esses estudantes identificam o gênero de textos
de maior circulação social que se apresentem com características gráficas diferentes daquelas de sua
forma estável de circulação social como, por exemplo, uma receita culinária sem a separação entre
ingredientes e forma de preparo.
acima de 600 pontos
os estudantes com proficiência acima de 600 pontos demonstram ter desenvolvido as habilidades
relacionadas à competência de considerar as implicações do suporte e do gênero na compreensão dos
textos. Esses estudantes identificam, por exemplo, a finalidade de um texto verbal de temática menos
familiar ao universo infantil.
30 Saero 2012
PADRõES DE DESEMPENhO ESTUDANTIL
os Padrões de desempenho são categorias
definidas a partir de cortes numéricos que
agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com
base nas metas educacionais estabelecidas pelo
Saero. Esses cortes dão origem a quatro Padrões
de desempenho – abaixo do básico, básico,
adequado e avançado –, os quais apresentam o
perfil de desempenho dos estudantes.
dessa forma, estudantes que se encontram em um
Padrão de desempenho abaixo do esperado para
sua etapa de escolaridade precisam ser foco de
ações pedagógicas mais especializadas, de modo
a garantir o desenvolvimento das habilidades
necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a
repetência e a evasão.
Por outro lado, estar no Padrão mais elevado
indica o caminho para o êxito e a qualidade da
aprendizagem dos estudantes. contudo, é preciso
salientar que mesmo os estudantes posicionados
no Padrão mais elevado precisam de atenção,
pois é necessário estimulá-los para que progridam
cada vez mais.
São apresentados, a seguir, exemplos de itens*
característicos de cada Padrão.
Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os estudantes
desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais
em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas em um teste de múltipla escolha. Cabe aos
docentes, através de instrumentos de observação e registro utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras
características apresentadas por seus estudantes que não são contempladas pelos Padrões. Isso porque, a despeito
dos traços comuns a estudantes que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças
individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica.
abaixo do básico básico adequado avançado
*O percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise.
Revista Pedagógica 31
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
AbAIxO DO báSICOaté 400 pontos
os estudantes do nível abaixo do básico encontram-se abaixo do ponto 400 na Escala de Proficiência.
Isso significa que esses estudantes ainda não desenvolveram habilidades essenciais para que possam
ser considerados alfabetizados.
Em relação à identificação de letras do alfabeto, os estudantes que se encontram em faixas de proficiência
a partir de 250 pontos começam a desenvolver a habilidade de diferenciar letras de outros símbolos
gráficos e, ao atingirem os 400 pontos, começam a desenvolver a habilidade de distinguir palavras
escritas com diferentes tipos de letras, por exemplo, estabelecer correspondência entre uma mesma
palavra escrita com letra de forma e escrita com letra cursiva. No que se refere à competência uso
adequado da página, esses estudantes começam a desenvolver a habilidade de reconhecer que as
direções da escrita: de cima para baixo e da esquerda para a direita. Já no que diz respeito à aquisição
da consciência fonológica, destacam-se as habilidades de identificar sílaba inicial e final, que começam
a se desenvolver a partir de 300 pontos.
Em relação à leitura, os estudantes apresentaram um desenvolvimento inicial da habilidade de ler
palavras, a qual faz parte da competência leitura de palavras e pequenos textos.
32 Saero 2012
a habilidade avaliada pelo item é a de ler palavras
formadas exclusivamente pelo padrão consoante
e vogal. a palavra que os estudantes deverão
ler – cabIdE – é trissílaba e todas as suas
sílabas apresentam-se no padrão anteriormente
descrito, o que contribui para que o item possa
ser considerado de fácil resolução. todas as
alternativas de resposta incorretas apresentam
semelhança fonética entre os sons iniciais e finais
das palavras e o gabarito, o que requer que os
estudantes leiam a palavra integralmente para
acertar o item.
Estudantes que marcaram a primeira alternativa,
90,7% daqueles que realizaram o teste,
demonstraram ter desenvolvido a habilidade
avaliada, pois associaram corretamente a figura
do cabide à palavra que a nomeia.
os 5,1% dos estudantes que marcaram a segunda
alternativa provavelmente confundiram as letras “d”
– “cabide” – e “N” – “cabine”. Essa troca pode ter se
dado em função do som e/ou da forma das letras.
aqueles estudantes que marcaram as alternativas
c (2,54%) ou d (1,1%) provavelmente relacionaram
apenas os sons iniciais e/ou finais da palavra aos
grafemas que os representam. Esses estudantes
demonstraram dificuldades em relação aos sons
e/ou à representação gráfica das sílabas mediais.
P030028C2
Veja a figura abaixo.
Qual é o nome dessa figura?
CABIDE
CABINE
CADETE
CAPOTE
90+10percentual de acerto
90,7%
A B C D
90,7% 5,1% 2,4% 1,1%
Revista Pedagógica 33
AL0505MG
Veja a fi gura abaixo.
Faça um X no quadradinho que mostra a palavra que termina com a mesma sílaba (pedaço) do nome dessa fi gura.
VIDA
VILA
VIRA
VIVA
34 Saero 2012
a habilidade avaliada pelo item é a de identificar sons semelhantes
em palavras. Essa é uma habilidade relacionada ao desenvolvimento
da consciência fonológica, ou seja, à percepção de que as palavras
são formadas por segmentos sonoros menores que elas próprias,
nesse caso, as sílabas. a palavra que dá suporte ao item é dissílaba,
formada exclusivamente por sílabas no padrão consoante/vogal e os
estudantes deverão identificar, dentre as alternativas de resposta,
aquela que termina com a mesma sílaba de vELa. as características
da palavra e da tarefa solicitada aos estudantes contribuem para que
o item possa ser considerado de fácil resolução.
os estudantes que marcaram a primeira alternativa confundiram
o som da consoante lateral “L” com o som da consoante oclusiva
“d”. Esses estudantes, portanto, podem ter encontrado dificuldades
quanto ao modo de articulação dessas consoantes.
os estudantes que marcaram a segunda alternativa, 91,8% daqueles
que realizaram o teste, demonstraram ter desenvolvido a habilidade
avaliada pelo item, pois identificaram, dentre as alternativas de
resposta, a palavra que termina com a mesma sílaba de vELa.
aqueles estudantes que marcaram a alternativa c (2,2%) confundiram
o som da consoante lateral “L” com o som da consoante vibrante “R”.
Esses estudantes, a exemplo do que ocorreu com os que marcaram
a alternativa a, podem ter encontrado dificuldades quanto ao modo
de articulação dessas consoantes.
aqueles estudantes que marcaram a alternativa d (3,2%) confundiram
o som da consoante lateral “L” com o som da consoante fricativa
“v”. Esses estudantes também podem ter encontrado dificuldades
quanto ao modo de articulação dessas consoantes.
90+10percentual de acerto
91,8-%
A B C D
2% 91,8% 2,2% 3,2%
Revista Pedagógica 35
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
báSICOde 400 a 450 pontos
Estudantes com desempenho compatível com o Padrão básico apresentam níveis de proficiência que
estão entre 400 e 450 pontos da escala. Esses estudantes se encontram numa faixa na qual se pode
afirmar que as habilidades referentes à alfabetização se encontram em processo de desenvolvimento.
Nessa faixa os estudantes demonstram ter desenvolvido habilidades mais sofisticadas, relacionadas à
aquisição da consciência fonológica, o que indicam que já têm uma maior percepção das relações entre
fala e escrita.
vale notar que, apesar das limitações que esses estudantes ainda apresentam com relação à leitura
de pequenos textos, há ocorrências de uma habilidade da competência interpretação de informações
implícitas em textos, que é mais complexa: a habilidade de inferir informações em textos, especificamente
em textos não verbais, sobretudo em tirinhas.
36 Saero 2012
P030192BH
Leia o texto abaixo.
Como se faz um bilboquê
Aprenda a fazer um brinquedo muito legal.
Você vai precisar de:• 1 copo descartável;• tinta ou fita adesiva colorida;• barbante;• 1 bolinha de isopor ou de papel.
Como fazer:1. Pinte o copo ou decore-o com fita adesiva.2. Faça um furo no fundo, passe o barbante e dê um nó na ponta que
ficou lá dentro.3. Na outra ponta do barbante, prenda uma bolinha de isopor ou de
papel colorido. Está pronto seu brinquedo! Divirta-se!
Disponível em: <http://recreionline.abril.com.br/atividades/sucata/atividade_49817.shtml?atividades>. Acesso em: 21 jul. 2010. (P030192BH_SUP)
Esse texto serve para
contar uma história.
convidar para uma festa.
ensinar a fazer um brinquedo.
fazer propaganda de um brinquedo.
Revista Pedagógica 37
a habilidade avaliada pelo item é a de identificar
a função comunicativa de um texto, ou seja, sua
finalidade. o texto que dá suporte ao item apresenta
instruções para a confecção de um brinquedo na
forma como geralmente são formados os textos
da ordem de instruir: o texto fornece uma lista dos
materiais a serem utilizados para fazer o bilboquê
e, em seguida, orienta sobre os procedimentos a
serem seguidos para montar o brinquedo.
os estudantes que optaram pela alternativa a
(4,2%) podem ter observado apenas elementos
como título e ilustração, que também são
comuns em textos narrativos. Esses estudantes,
provavelmente, tiveram dificuldade de ler o texto
e/ou não atentaram para o conteúdo do mesmo.
aqueles que assinalaram a alternativa b (6%)
possivelmente observaram apenas a forma
do texto, semelhante a de um convite. Nesse
caso, os estudantes desconsideraram e/ou não
compreenderam as informações apresentadas no
corpo do texto, que orientam sobre a confecção
do brinquedo.
os estudantes que optaram pela alternativa
c (82,3%) como resposta acertaram o item,
demonstrando ter desenvolvido a habilidade
avaliada. Esses estudantes observaram tanto a
forma quanto o conteúdo do texto para concluir
que as instruções apresentadas no suporte
têm como finalidade ensinar o leitor a fazer um
brinquedo, o bilboquê.
os estudantes que assinalaram a alternativa
d (6,4%) podem ter se pautado na imagem do
brinquedo, na referência que o texto faz a este
substantivo ou, ainda, na forma global do texto,
semelhante à de um cartaz de propaganda. Eles,
a exemplo do que ocorreu com os que marcaram
as letras a e b, provavelmente tiveram dificuldade
para entender o conteúdo do texto.
80+20percentual de acerto
82,3%
A B C D
4,2% 6% 82,3% 6,4%
38 Saero 2012
P030038D3
Leia o texto abaixo.
SOUSA, Mauricio de. Chico Bento. São Paulo: Globo, n. 231, 1990. (P030038D3_SUP)
No final desse texto, o menino
chora no colo da menina.
conversa com a menina.
dorme por cansaço.
pensa na menina.
Revista Pedagógica 39
a habilidade avaliada pelo item é a de interpretar
um texto não verbal, ou seja, um texto constituído
apenas por imagens. o texto que dá suporte ao
item é uma tirinha de três quadros com apenas
dois personagens e poucos detalhes, o que
contribui para que o item possa ser considerado
de fácil resolução. Para chegar ao gabarito do item
os estudantes devem observar e relacionar os
quadros da tirinha na sequência em que aparecem.
os estudantes que marcaram a alternativa a (8,7%)
podem ter feito essa escolha baseados no primeiro
e segundo quadrinhos, que mostram gotas de suor
na direção do rosto do menino. Esses estudantes
não observaram o último quadro, no qual o menino
está de olhos fechados, o que indica que está
dormindo.
os estudantes que marcaram a alternativa b
(4,3%) podem ter feito essa escolha porque a
figura da menina aparece nos balões que indicam
pensamento, no primeiro e no segundo quadros.
Esses estudantes podem ter entendido que esses
balões indicavam uma conversa do menino com a
menina, e não o fato de ele estar pensando nela.
os estudantes que marcaram a terceira alternativa,
c (75,6%), demonstraram ter desenvolvido a
habilidade avaliada pelo item, pois interpretaram,
de forma coerente, a sequência de quadros e
compreenderam o desfecho da história.
Estudantes que marcaram a alternativa d
(10,2%) realizaram uma interpretação coerente
do primeiro e do segundo quadros, mas não
observaram que o comando do item solicita que
interpretem o que acontece no terceiro quadro, e
não nos dois primeiros.
70+30percentual de acerto
75,6%
A B C D
8,7% 4,3% 75,6% 10,2%
40 Saero 2012
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
ADEQUADOde 450 a 500 pontos
No Padrão de desempenho adequado estão os estudantes com níveis de proficiência entre 450 e 500
pontos. Esses estudantes ampliaram suas possibilidades de leitura, pois já leem frases, começando a
interagir com estruturas sintáticas mais complexas. Quanto ao texto, iniciam-se as habilidades de leitura de
textos curtos (especialmente de textos narrativos) de gêneros familiares, como, por exemplo, fragmentos
de contos de fadas ou de contos modernos e de notícias. Esses avanços podem ser identificados, na
Escala, pelo avanço da competência leitura de palavras e pequenos textos.
há que se ressaltar também neste nível, que a competência interpretação de informações implícitas em
textos, é ampliada, de forma que os estudantes inferem informações não somente em textos não verbais,
como também começam a inferir informações em textos verbais e, ainda, conseguem inferir o sentido de
uma palavra ou expressão em um texto de vocabulário simples.
É importante destacar que os estudantes com este Padrão de desempenho ainda apresentam dificuldade
sem estabelecer relações entre partes de um texto, o que é indicado, na Escala de Proficiência, pela cor
branca da competência coerência e coesão no processamento de textos.
Quanto à competência implicações do gênero e do suporte na compreensão de textos, os estudantes
começam a desenvolver as habilidades de identificar textos de gêneros de maior circulação social, como
uma receita culinária, a de identificar a finalidade de gêneros como placas de aviso.
as habilidades desenvolvidas por estudantes com desempenho adequado nos permitem afirmar que
esses estudantes podem ser considerados alfabetizados. É necessário, no entanto, destacar que essas
habilidades precisam ser ampliadas para que ocorra o desenvolvimento desse processo.
Revista Pedagógica 41
AL0538MG
Veja os objetos abaixo.
Faça um X no quadradinho do objeto que tem o mesmo número de sílabas (pedaços) da palavra BONECA.
42 Saero 2012
a habilidade avaliada pelo item é a de contar sílabas de uma palavra.
Essa habilidade está ligada ao desenvolvimento da consciência
fonológica, ou seja, à percepção de que a palavra é formada por
segmentos sonoros menores que ela própria, nesse caso, as sílabas.
o item solicita que os estudantes identifiquem, dentre as opções de
resposta, a figura cujo nome apresenta o mesmo número de sílabas
daquela que dá suporte ao item: boNEca. Para chegar ao gabarito,
os estudantes deverão contar as sílabas de boneca e as sílabas das
palavras apresentadas nas alternativas de resposta, o que contribui
para aumentar o nível de dificuldade do item.
os estudantes que marcaram a alternativa a (21,7%) podem ter feito
essa escolha porque as palavras boLa e boNEca apresentam a
mesma sílaba inicial. Esses estudantes não contaram as sílabas da
palavra, mas apenas identificaram uma semelhança entre elas.
Estudantes que marcaram as alternativas b (5%) ou c (3,9%) podem
ter feito uma contagem errada das sílabas da palavra que dá suporte
ao item – boNEca – e/ou das sílabas das palavras apresentadas
nessas alternativas.
os estudantes que marcaram a alternativa d (67,6%) demonstraram
ter desenvolvido a habilidade avaliada, pois contaram as sílabas da
palavra que dá suporte ao item corretamente, assim como daquela
apresentada nessa opção de resposta.
60+40percentual de acerto
67,6%
A B C D
21,7% 5% 3,9% 67,6%
Revista Pedagógica 43
acima de 500 pontos
menor 200
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 maior 700
AVANÇADO
os estudantes com Padrão de desempenho
avançado situam-se a partir do ponto 500
da Escala de Proficiência. Neste nível, os
estudantes desenvolveram a competência
aquisição de consciência fonológica, de forma
que já demonstram domínio de habilidades mais
complexas como a de identificar sílaba inicial
formada somente por vogal (sílaba v).
as competências localização de informações
explícitas em textos e interpretação de informações
implícitas em textos, também se consolidam neste
nível. com relação à localização de informações
explícitas em texto, os estudantes conseguem
localizar informações em frases e textos de
gêneros diversos. também identificam, com maior
desenvoltura, elementos da narrativa como tempo,
espaço, personagens e suas ações em contos
de fadas, contos modernos, lendas e história em
quadrinhos, por exemplo.
Quanto à interpretação de informações implícitas
em textos, os estudantes deste nível são capazes
de inferir informações e o sentido de palavras
e expressões em textos de diferentes gêneros
como propaganda, piada, tirinha, e campanha
de utilidade pública. demonstram domínio da
habilidade de identificar assunto de frases e textos
de gêneros diversos como verbete.
É importante ressaltar que, apesar de as
competências coerência e coesão no
processamento de textos, ter se iniciado, ainda
existe um longo caminho a ser percorrido para que
esses estudantes possam estabelecer, de forma
competente, as relações entre partes de um texto.
Esses estudantes, por exemplo, já identificam
relações de causalidade em textos que conjugam
linguagem verbal e não verbal e em textos verbais
curtos.
Em relação a implicações do gênero e do suporte
na compreensão de textos, os estudantes que
se encontram em níveis de proficiência entre
500 e 550 pontos demonstram ter desenvolvido
habilidades mais sofisticadas a ela relacionadas,
como a habilidade de identificar a finalidade de
textos de gêneros menos familiares
Pela caracterização realizada, observa-se que
as crianças que apresentam esse Padrão de
desempenho superam o esperado para os
estudantes do 3º ano de escolaridade. há que
se atentar, no entanto, para o fato de que as
habilidades de leitura de textos precisam ser
ampliadas a fim de que as capacidades de leitura
esperadas sejam apreendidas pelos estudantes.
44 Saero 2012
P040163B1
Leia o texto abaixo.
A FORMIGA E A POMBA
Uma Formiga foi à margem do rio para beber água e, sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.
Uma Pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma folha e a deixou cair na correnteza perto dela. A Formiga subiu na folha e flutuou em segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros veio por baixo da árvore e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba que repousava nos galhos alheia ao perigo.
A Formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé. Ele repentinamente deixou cair sua armadilha e isso deu chance para que a Pomba voasse para longe a salvo.
Moral da História: Quem é grato de coração sempre encontrará oportunidades para mostrar sua gratidão.
ESOPO. Disponível em: <www.sitededicas.uol.com.br>. (P040161B1_SUP)
Esse texto é
um anúncio.
um convite.
uma fábula.
uma notícia.
Revista Pedagógica 45
a habilidade avaliada nesse item é a de reconhecer
o gênero textual, na qual espera-se que o
estudante considere os elementos comunicativos
e estruturais que compõem o gênero fábula, como
a presença de personagens animais e a moral da
história, presente ao final.
os estudantes que selecionaram as alternativas
a (14,4%) ou b (8,7%), demonstraram desconhecer
as características dos gêneros anúncio e convite.
Esses estudantes podem ter realizado uma
leitura superficial do texto, ou, ainda, ter pouca
familiaridade com o gênero textual que dá suporte
ao item, desconsiderando os elementos que o
caracterizam como uma fábula.
os estudantes que marcaram a alternativa
c (54,2%) demonstraram ter desenvolvido
a habilidade avaliada. Esses estudantes
reconheceram os elementos que caracterizam uma
fábula: a linearidade da narrativa com a presença
de personagens animais e, principalmente, a
presença de uma moral ao final da história, que
tem por objetivo induzir o leitor à reflexão sobre
determinados comportamentos.
os estudantes que escolheram a alternativa d
(21,2%), possivelmente, podem ter se apegado
a aspectos pontuais presentes nesse texto,
como a narração de um acontecimento logo no
primeiro parágrafo, característica essa comum
com o gênero notícia, assim como a descrição
de como e o quê tal acontecimento ocasionou.
Esses estudantes não observaram os elementos
narrativos que caracterizam o gênero fábula.
55+45percentual de acerto
54,2%
A B C D
14,4% 8,7% 54,2% 21,2%
46 Saero 2012
3
OS RESULTADOS DESTA ESCOLA
Os resultados desta escola no Saero 2012 são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles estão impressos
nesta Revista. Os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão disponíveis no CD
que compõe esta coleção e no Portal da Avaliação, pelo endereço eletrônico http://www.saero.caedufjf.net/. O acesso
ao Portal da Avaliação é realizado mediante senha enviada ao gestor da escola.
Revista Pedagógica 47
RESULTADOS IMPRESSOS NESTA REVISTA
• Proficiência média
apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com
as médias de Rondônia, da sua coordenadoria Regional de Educação (cRE) e do seu
município. o objetivo é proporcionar uma visão das proficiências médias e posicionar
sua escola em relação a essas médias.
• Participação
Informa o número estimado de estudantes para a realização do teste e quantos,
efetivamente, participaram da avaliação no estado, na sua cRE, no seu município e na
sua escola.
• Percentual de estudantes por Padrão de Desempenho
Permite acompanhar o percentual de estudantes distribuídos por Padrões de
desempenho na avaliação realizada pelo estado.
• Percentual de estudantes por nível de proficiência e Padrão de Desempenho
apresenta a distribuição dos estudantes ao longo dos intervalos de proficiência em
Rondônia, na sua cRE e na sua escola. os gráficos permitem identificar o percentual de
estudantes para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de desempenho. Isso
será fundamental para planejar intervenções pedagógicas voltadas à melhoria do processo
de ensino e à promoção da equidade escolar.
RESULTADOS DISPONíVEIS NO PORTAL DA AVALIAÇÃO
• Percentual de acerto por descritor
apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas.
Esses resultados são apresentados por estado, cRE, município, escola, turma e
estudante.
• Resultados por estudante
É possível ter acesso ao resultado de cada estudante na avaliação, sendo informado
o Padrão de desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas
em Língua Portuguesa para o 2º ano do Ensino Fundamental. Essas são informações
importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar.
48 Saero 2012
4
DESENVOLVIMENTO DE hAbILIDADES
O artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho com determinadas habilidades em sala de aula. A
proposta é que o caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outras habilidades. Com isso, é possível
adaptar as estratégias de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação
focada nas necessidades dos estudantes.
Revista Pedagógica 49
O PROCESSO DE LOCALIZAR E DE INFERIR INFORMAÇõES NA ALFAbETIZAÇÃO
o processo de alfabetização nos três primeiros anos do Ensino
Fundamental compreende um conjunto de competências a serem
construídas pelos estudantes dessa etapa de escolarização. dentre
elas, a matriz de Referência de Língua Portuguesa para o 2º ano do
Ensino Fundamental sinaliza dois procedimentos básicos a serem
incorporados nas práticas de leitura pelos estudantes: Estratégias de
leitura e Procedimentos de leitura. Nesse texto, o foco incidirá sobre
o primeiro desses procedimentos.
Na atividade de Estratégias de leitura, espera-se que,
progressivamente, o alfabetizando seja capaz de:
• localizar informações explícitas em textos que lê;
• inferir informações que estão implícitas no texto que leu;
• identifi car o tema ou o assunto global de um texto lido.
Essas habilidades são essenciais ao leitor, pois contribui para que ele:
• recupere facilmente, após a leitura, uma informação presente
no texto, permitindo-lhe, entre outras ações, anotar um
dado importante ali apresentado e/ou verifi car se o que foi
compreendido é exatamente o que consta no material lido;
• articule as informações que estão impressas na superfície do
texto com aquelas que não estão ali colocadas, com base nas
pistas e marcas disponíveis, mas que precisam ser consideradas
para que haja a compreensão do conteúdo do texto e das
intenções de seu autor;
• coordene e hierarquize as informações explícitas e implícitas
no texto, a fi m de depreender qual é o tópico principal ali tratado.
50 Saero 2012
deve-se ressaltar que essas habilidades não estarão plenamente
desenvolvidas ao fi nal do 2º ano do Ensino Fundamental, pois
muitos aspectos precisam ser considerados nesse processo – por
exemplo: acesso a múltiplos materiais de leitura; sistematicidade
de experiências de leitura; participação em situações de leitura de
gêneros textuais diversifi cados; conhecimentos sociais, culturais e
científi cos, entre outros – e envolvem a vivência do estudante no
contato, no uso e na análise linguística de diferentes suportes (livros,
revistas, jornais etc.) e gêneros textuais (carta, notícia, poema, conto,
receita culinária, entre outros).
além disso, estudos recentes mostram que o desenvolvimento
dessas habilidades não acontece da mesma forma e na mesma
velocidade. a habilidade de Localizar informações explícitas em um
texto é a que vem se revelando mais simples para os estudantes,
enquanto as demais habilidades são mais lentamente desenvolvidas.
Essa constatação implica no maior investimento do professor em
propostas de leitura, contemplando textos diversos, que, além de
solicitar a localização de informações explícitas no texto, desafi em
os estudantes em duas direções: a) à inferência de informações
implícitas, com base em pistas textuais, ou seja, nas informações
explícitas no texto; b) à articulação entre essas informações e os
objetivos comunicativos do autor: a quem o autor pretende atingir?
Qual é o seu foco no texto? o que diz a esse respeito?
ao fazê-lo, o professor estará contribuindo para a formação do leitor
em fase inicial de alfabetização, pela promoção do desenvolvimento
de procedimentos básicos de leitura.
Desenvolvimento de habilidades na sala de aula
a habilidade de Localizar informação explícita em textos consiste
na capacidade de o leitor, a partir das marcas/pistas dispostas na
superfície textual, ou seja, de dados explícitos, encontrar informações
de que necessita, a fi m de atender a diferentes propósitos
"a habilidade de
Localizar informações
explícitas em um
texto é a que vem
se revelando mais
simples para os
estudantes, enquanto
as demais habilidades
são mais lentamente
desenvolvidas."
Revista Pedagógica 51
comunicativos: responder a questões formuladas pelo professor;
validar suas respostas, apontando a localização da informação no
texto; conferir se o que entendeu é o que realmente consta no texto,
entre outros.
Essas ações envolvem o manuseio das informações que estão
objetivamente presentes no texto, em quantidade (extensão do
texto) e transparência (apresentadas tal qual solicitado ou por meio
de paráfrase), bem como o conhecimento que o estudante apresenta
em relação ao tema e ao gênero textual. com isto, verifi ca-se que
o desenvolvimento da habilidade Localizar informação explícita
em textos ocorre de modo progressivo, com o refi namento, pelo
estudante, de estratégias de recuperação da informação.
Nesse processo, parece notável que o estudante seja capaz de,
gradativamente, localizar informações adequadas,
a. atendendo à elaboração de respostas que sejam encontradas
tal qual solicitadas nos enunciados;
b. atendendo à solicitação de respostas que sejam encontradas
por meio de paráfrase do que foi solicitado nos enunciados;
c. articulando dados selecionados de diferentes partes do texto,
para elaborar uma resposta ao enunciado proposto;
d. considerando as particularidades de um determinado gênero
textual;
e. associando diferentes formas de linguagem (matemática,
cartográfi ca, imagética etc.).
Para tornar mais claro o que se demanda do estudante em cada uma
das cinco situações acima, apresenta-se um exemplo de proposta
de atividade de leitura que pode ser desenvolvida em turmas de
alfabetização, explorando os gêneros textuais “Receita culinária” e
“Lista de compras”, com foco na habilidade de Localizar informações
explícitas em textos.
52 Saero 2012
• Atividade 1
uma certa cozinheira decidiu preparar o seguinte alimento:
TORTA DE LIQUIDIFICADORIngredientes: • 1 ovo • 6 colheres (sopa) bem cheias de farinha de trigo • 5 colheres (sopa) de queijo ralado • 1 pitada de orégano • 1 colher (sobremesa) de fermento em pó. • 1/2 cebola • 1 xícara de chá de leite • 1/2 xícara de chá de óleo • 1 pitada de sal
Recheio: • Pode ser carne picadinha, frango desfiado, sardinha
refogada, linguiça acebolada ou queijo e presunto.
Modo de preparo: 1. Coloque todos os ingredientes no liquidificador e
bata bem. Se ficar muito mole, acrescente mais farinha de trigo, para adquirir consistência.
2. Acenda o forno para pré-aquecer em temperatura média.
3. Unte um pirex com óleo, derrame um pouco da massa para cobrir o fundo, depois acrescente todo recheio e cubra com o restante da massa.
4. Leve ao forno para assar por 30 minutos.
Tempo de Preparo: 35 minutos.Rendimento: 6 porções. Receita enviada por: Ana Paula de S. Oliveira.
tudo goStoSo. torta de liquidifi cador. disponível em: <http://www.tudogostoso.com.br/receit-a/1362-torta-de-liquidifi cador.html>. acesso em: 10 dez. 2012.
"ao saber localizar
e inferir informações,
de forma cada vez
mais autônoma, essas
crianças podem
também se benefi ciar
das informações que
leem em diferentes
suportes e gêneros
textuais. "
Revista Pedagógica 53
depois de ler o texto, de forma silenciosa, e acompanhar a leitura de seu professor,
responda:
• Qual é o nome do alimento que
a cozinheira quer preparar?
Foco na letra “a”: resposta encontrada tal
qual solicitada no enunciado.
• Esse alimento, depois de
pronto, serve quantas pessoas?
Foco na letra “b”: resposta encontrada por
meio de paráfrase do que foi solicitado no
enunciado: serve pessoas = rende porções.
• Para preparar esse alimento,
do que a cozinheira precisará?
Foco na letra “a”: resposta encontrada tal
qual solicitada no enunciado.
• É um alimento doce ou
salgado? Que pistas lhe
ajudaram a descobrir isso?
Foco na letra “c”: resposta que depende
da articulação de dados selecionados de
diferentes partes do texto.
• Que parte do texto ajudará a
cozinheira a saber como fazer
esse alimento?
Foco na letra “d”: reposta que envolve as
particularidades de um gênero textual, a
“Receita culinária”.
• o que demora mais: o tempo
de preparar o alimento ou de
assá-lo?
Focos na letra “c”: resposta que depende
da articulação de dados selecionados de
diferentes partes do texto: 35 minutos para
o preparo fi nal e 30 minutos para assar.
• Atividade 2
observe, agora, a lista de compras dessa cozinheira:
1 sabonete
1 dúzia de ovos
1 pacote de macarrão
1 kg de farinha de trigo
1 garrafa de suco de uva
1 pacote de queijo ralado
6 pães
1 esponja
1 kg de arroz
1 pacote de orégano
1 litro de leite
1 lata de óleo
1 cebola
1 lata de fermento em pó
54 Saero 2012
Responda:
• Ela está comprando tudo de
que precisa para preparar o
alimento? Por quê?
Foco na letra “c”, com maior nível de
complexidade: resposta que depende
da articulação de dados selecionados de
uma das partes da receita com o conteúdo
explícito de outro gênero textual, a “Lista
de compras”.
• depois de preparar o prato,
o que vai sobrar mais: ovo ou
cebola?
Foco na letra “e”, com maior nível de
complexidade: resposta depende da
associação de diferentes formas de
linguagem (matemática: 1 ovo/1 dúzia de
ovos; 1 cebola/½ cebola), considerando
dados de uma das partes da receita com
os da “Lista de compras”.
além das questões propostas, outras tantas poderiam ser elaboradas, explorando o
funcionamento discursivo dos dois gêneros envolvidos (Quem escreve? Para quem
escreve? Para que escreve? onde circulam? como se organizam? etc.), o que pode
favorecer o desenvolvimento de outras competências destacadas na matriz de
Referência de Língua Portuguesa para o 2º ano do Ensino Fundamental.
Para fi nalizar, é importante ressaltar que, nesse processo de aprendizagem, além
do que já foi mencionado anteriormente, as conquistas dos estudantes se mostram
dependentes da extensão do texto (do menor para o maior) e da complexidade textual
(de gêneros textuais mais simples para os mais complexos, como é o caso daqueles que
se estruturam pela exposição e argumentação, tais como os verbetes de dicionários e
enciclopédias e os artigos científi cos e de opinião). Por isso, é essencial que diferentes
suportes e gêneros textuais sejam explorados em sala de aula, a exemplo do que aqui
se apresentou.
A importância da prática de leitura no início da vida escolar
No dia a dia do leitor, ser competente para Localizar e inferir informações é essencial, pois,
em diferentes situações de leitura, demanda-se dele a recuperação de informações de
textos já lidos, para responder a questões que lhe são formuladas, para comprová-las, para
repeti-las a outra pessoa, entre outros usos, além da inferência de informações que não
estão explícitas no texto e da identifi cação do tema ou do assunto global de um texto lido.
Revista Pedagógica 55
Essas ações são constantemente solicitadas aos estudantes dos
primeiros anos do Ensino Fundamental, na escola e fora dela, o que
reforça sua importância como objeto de ensino, pelo professor, e
de desenvolvimento, pelos estudantes em fase de alfabetização.
ao saber localizar e inferir informações, de forma cada vez mais
autônoma, essas crianças podem também se benefi ciar das
informações que leem em diferentes suportes e gêneros textuais ,
tanto para aprender os conteúdos escolares, quanto para satisfazer
sua curiosidade, fora da escola, sobre qualquer tema, e ainda
discernir entre o que é um fato apontado pelo autor, no texto, e
o posicionamento que o autor assume diante desse fato, o que
envolve uma ação de interpretação e de avaliação crítica, ainda que
de forma inicial. Por tudo isso, ser competente nessas ações deve
ocupar um lugar de destaque na etapa inicial de aprendizado da
leitura, sem desmerecer as demais, servindo inclusive de suporte
para o desenvolvimento de outras habilidades.
a despeito dessa importância, de modo geral, ao planejar atividades
que buscam desenvolver a competência de Localizar e inferir
informações, os professores priorizam a localização de informações
explícitas em textos que o estudante lê. Sem dúvida, essa atividade
é essencial, mas é preciso que o estudante saiba também articular
as informações que estão impressas na superfície do texto com
aquelas que não estão ali colocadas, com base nas pistas e marcas
disponíveis, com vistas à produção de sentido. Somado a isso,
aprender a coordenar e a hierarquizar as informações explícitas e
implícitas no texto, a fi m de depreender qual é o tópico principal ali
tratado, revela-se igualmente produtivo.
Nesse sentido, as aulas de leitura precisam contemplar, de forma
equilibrada e progressiva, as habilidades envolvidas na localização
e inferência de informações, assim como a graduação da extensão
dos textos explorados e da complexidade dos temas abordados e
suportes e gêneros escolhidos . É na conjunção desses aspectos
que o planejamento do ensino de Língua Portuguesa, com foco nas
56 Saero 2012
competências e habilidades previstas para os anos iniciais do Ensino
Fundamental, deve ocorrer.
de modo esquemático, o professor pode considerar a seguinte
sequência básica no estudo de diferentes suportes e gêneros
textuais:
• exploração das condições de produção do material em questão
(Quem escreveu? Para quem escreveu? Por que escreveu? Para
que escreveu? onde circula? como se organiza, de modo geral?
etc.);
• estabelecimento de objetivos de leitura do material (Ler para
descobrir, comparar, concordar, discordar etc.) e levantamento de
hipóteses sobre o que pode ser o tema/assunto do texto e o que
o estudante sabe a esse respeito;
• leitura do suporte ou gênero, atentando para a possibilidade
de variação nessa prática (individual, em dupla, coletiva, pelo
professor, de forma silenciosa, em voz alta etc.);
• comprovação (ou não) das hipóteses levantadas, novidades
encontradas no texto e satisfação (ou não) dos objetivos de
leitura da turma;
• exploração de informações explícitas do texto;
• exploração de informações implícitas, que as marcas do texto
permitem levantar, e de outros materiais de leitura, que podem
servir para esclarecer o que não foi compreendido;
• recuperação do esquema percorrido pelo autor em seu texto,
ou seja, qual o seu objetivo e como ele organizou as informações
para alcançá-lo (o texto trata do quê? o que se diz sobre isso?).
Revista Pedagógica 57
SUPERANDO DESAFIOS
Empenho e participação são receitas para vencer entraves na educação
Resgatar ou despertar o gosto pela leitura nos estudantes, sendo
que muitos deles não têm exemplo de leitores em casa. Esse é para
a professora de Língua Portuguesa, ana Lucia cerqueira Santos
Souza, um dos maiores desafi os da profi ssão. graduada em Letras e
Pós-graduada em Pedagogia Escolar, ela tem 22 anos de experiência
no magistério.
Para a professora, alguns educandos não têm prazer na leitura
devido à falta de fl uência, que leva ao desconhecimento vocabular
e consequente desinteresse. há ainda aqueles que necessitam de
incentivos dentro da própria família. ana Lúcia atua em uma escola
da Rede Estadual de Ensino de Rondônia, em uma região rural com
cerca 880 estudantes e 70 professores e funcionários de apoio.
orgulhosa, ela relata experiências da instituição que demonstram
que, com cooperação e empenho de todos, é possível enfrentar
esses obstáculos.
a professora conta que muitos estudantes apresentam difi culdade
para chegar até o local (muitos deles moram em sítios), mas, ainda
ExPERIÊNCIA EM FOCO
Ana Lucia Cerqueira Santos Souza,Professora de Língua Portuguesa
a educadora enumera as utilidades da avaliação
externa: tranquilizar estudantes e familiares (ratifi cando
que o conteúdo aprendido está em harmonia com
outras regiões do país) e certifi car o professor, dando
maior credibilidade ao seu trabalho.
58 Saero 2012
assim, é grande a participação nos projetos da instituição. “os
estudantes amam a escola e participam ativamente dos muitos
projetos que realizamos. Por ser uma cidade pequena, a comunidade
escolar, e mesmo aqueles que não fazem parte dela, está presente
nas atividades e apoia os eventos. cada acontecimento na escola
parece dia de festa”, destaca.
o empenho dos estudantes para superar barreiras também é notado
na participação da escola em concursos, como Jovem Senador. a
escola representou o estado durante três anos consecutivos no
evento. a instituição também fez parte do concurso construindo a
Igualdade de gênero, realizado pelo governo Federal. “a equipe
gestora tem muita energia, vibra com cada atividade realizada e
não mede esforços para valorizar cada conquista dos estudantes e
professores”, destaca.
Avaliação externa contribui para dar segurança ao professor
a educadora enumera as utilidades da avaliação externa: tranquilizar
estudantes e familiares (ratificando que o conteúdo aprendido está em
harmonia com outras regiões do país) e certificar o professor, dando
maior credibilidade ao seu trabalho. “acredito que o mais importante
para o professor é ter segurança no que está fazendo, acompanhar
os resultados e valorizá-los por menor que seja o progresso”, conclui.
Revista Pedagógica 59
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO
COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANáLISES E PUbLICAÇõESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇõES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO VISUALHAMILTON FERREIRA
RESPONSáVEL PELO PROJETO GRáFICOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO
COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANáLISES E PUbLICAÇõESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇõES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO VISUALHAMILTON FERREIRA
RESPONSáVEL PELO PROJETO GRáFICOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
RoNdÔNIa. Secretaria de Estado da Educação.
SaERo – 2012/ universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, caEd.
v. 1 ( jan/dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – anual.
aRaÚJo, carolina Pires; mELo, manuel Fernando Palácios da cunha e; oLIvEIRa, Lina Kátia mesquita de; REzENdE, Wagner Silveira.
conteúdo: Revista Pedagógica - 2º ano do Ensino Fundamental - Língua Portuguesa.
ISSN 2317-2118
cdu 373.3+373.5:371.26(05)