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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE LIMITE NA INFÂNCIA POR: MARIANA DA SILVA TEIXEIRA ORIENTADOR: PROF. MARCO ANTONIO CHAVES RIO DE JANEIRO, RJ, março/ 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE

LIMITE NA INFÂNCIA POR: MARIANA DA SILVA TEIXEIRA ORIENTADOR: PROF. MARCO ANTONIO CHAVES

RIO DE JANEIRO, RJ, março/ 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE

LIMITE NA INFÂNCIA POR: MARIANA DA SILVA TEIXEIRA

RIO DE JANEIRO, RJ, março/ 2001

Trabalho Monográfico apresentadocomo requisito parcial para obtençãodo Grau de Especialista emPsicopedagogia.

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Agradeço aos professoresque me orientaram najornada de aprendizado acadêmico, acendendo emmim a certeza de que valea pena ser um educador eaos pais e alunos comquem tive o prazer deconviver e compartilhardescobertas e conquistas.

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Dedico este trabalho depesquisa aos meus pais, queme educaram com carinho,respeito, autonomia e queme transmitiram valoresessenciais para trilhar avida com responsabilidade erespeito.

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“As regras e as leis são ofruto da experiência, deoutro modo não passamde fórmulas sem valor.”

Célestin Freinet, 1989

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Sumário

Introdução........................................................................................................................1

1. A importância da família no desenvolvimento infantil..................................................................................................3 2. Diferença entre necessidade e desejo.........................................................................5

3. Limite: o que pode e

o que não pode..................................................................................................................9

4. As conseqüências quando não há limite..................................................................................................................14 5. O papel da escola.....................................................................................................19

Conclusão.......................................................................................................................23 Bibliografia.....................................................................................................................25 Anexos............................................................................................................................26

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Introdução

Educar os filhos é um desafio que exige amor, dedicação e compromisso em

formar um ser tão pequenino e indefeso, em um adulto responsável para atuar e viver em

um mundo repleto de cobranças, regras e leis.

Para isso, os pais utilizam, na maioria das vezes, a bagagem de experiências

vividas, boas intenções e o firme propósito de dar o de melhor para o filho.

Sendo que, às vezes, os pais acreditam que dar o melhor é suprir não só as

necessidades, como também satisfazer todos os desejos. Com os desejos atendidos, a

criança não terá noção do que pode e o que não pode e cresce acreditando que pode fazer

tudo. Daí vem a necessidade de se estabelecer limites desde a infância, como forma de se

preparar o filho para que na vida adulta se torne apto a compreender que existem leis e

regras que devem ser cumpridas para que haja respeito e responsabilidade.

Sem limites, a criança se torna um adulto com dificuldades em estabelecer um

relacionamento equilibrado e dessa forma vai gradativamente se tornando indesejado pela

sociedade, porque não aceita as regras que esta lhe impõe.

Então porque não estabelecer um relacionamento entre pais e filhos em que haja

diálogo, respeito e limite?

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Tendo como base a prática educativa vivenciada em algumas escolas e o relato

de alguns autores como Sandstrom , este trabalho de pesquisa tem como objetivo, mostrar

que o limite se faz necessário no desenvolvimento da criança afim de formar um adulto

consciente de seus atos, responsável e disciplinado.

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1. A importância da família no desenvolvimento infantil

A importância da família é apontada por estudiosos de diferentes ciências como força modeladora do sujeito em desenvolvimento. Além de prover segurança, saúde, limpeza e alimento, o pai tem a responsabilidade de orientar, socializar e transmitir valores para a formação ética e o desenvolvimento saudável de seus filhos.

A interação entre pais e filhos é um fator determinante no comportamento infantil. Alguns pais tendem a ser autoritários, caracterizando-se como punitivos, controladores, outros tendem a ser permissivos, apresentando-se como afetuosos, superprotetores e pouco disciplinadores, ao passo que outros exercem ainda um controle firme, valorizando a auto-expressão, independência e interesses individuais do filho.

Outro aspecto interessante na formação do sujeito é o ajustamento e harmonia familiar que explicam muitos dos problemas comportamentais na criança. Isto porque a criança é o produto do meio em que vive. Uma criança que vive em um ambiente cercado de harmonia, regras e amor, terá um comportamento diverso ao de uma criança criada sem limites e sem afeto.

Ao considerar todos esses fatores, verifica-se que educar filhos é um compromisso que exige responsabilidade, amor e diálogo. Às vezes, os pais se voltam tanto para seus próprios interesses e necessidades que não se importam em saber como o filho está na escola, com que companhia está andando e o que faz no dia-a-dia. Fornecem uma liberdade excessiva para compensar a falta da sua presença e permitem que os filhos tenham todos os seus desejos realizados.

Daí surge a geração de crianças que são educadas em um ambiente sem limites, sem regras e sem responsabilidade. Isto porque ao satisfazer um desejo do filho, os pais não se dão conta de que estão remetendo para está criança um desejo embutido em si mesmo. Um exemplo disso são os pais que foram criados com repressão e que ao terem seu filho permitem uma liberdade excessiva que nada mais é do que o desejo dos pais sobre o desejo do filho.

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Essa liberdade excessiva é atualmente uma das grandes problemáticas na formação da criança porque resulta de uma falta de limite, regras e responsabilidades que devem ser estabelecidas desde a infância como fortalecimento para uma vida adulta baseada em respeito, responsabilidade e compromisso. Claro que para formar um ser crítico, reflexivo e criador é necessário que haja liberdade de expressão e ação, sendo que uma liberdade em que a criança tenha compromisso, responsabilidade e saiba que existe direitos e deveres.

Na medida que os pais não cumprem o seu dever de educar e não respeitam os seus próprios direitos, dão a impressão de sempre estarem disponíveis a satisfazer os desejos dos filhos acarretando problemas futuros no desenvolvimento da criança. Por isso, torna-se importante que os pais entendam o que é necessidade e o que é desejo para distinguir o que é necessário para o bom desenvolvimento da criança. Dessa forma, cada pai estará contribuindo para a formação de uma criança que desempenhará na vida adulta o papel de mudar os rumos da vida por um mundo mais justo, mais humano, com respeito e amor ao próximo.

2. Diferença entre necessidade e desejo

A criança ao nascer vive em busca do prazer e da satisfação imediata de seus desejos e necessidades, e por ser egocêntrica tem a idéia mítica de que o mundo gira a seu redor.

Os pais desempenham uma função importante de atender as necessidades dos filhos durante sua evolução para que caminhem no sentido de adquirir aptidões, capacidade e ética para que supram sozinhos essas necessidades.

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Mas o que diferencia necessidade de desejo?

Para Woodworth (1958), necessidade é deficiência, falta, carência de substância nos tecidos e órgãos do corpo. A saciação da necessidade é um incentivo e o comportamento da obtenção desse incentivo é um mecanismo ou ato instrumental.

As necessidades são satisfeitas através da redução dos estímulos do impulso. Por exemplo: falta de alimento = fome (impulso), o alimento oferecido é o incentivo para saciar o impulso.

Todos nós necessitamos de algumas coisas para sobreviver e sentimo-nos satisfeitos com nossas vidas. Desenvolvemos maneiras de satisfazer nossas necessidades e nos esforçamos para manter um equilíbrio entre elas e as fontes que as satisfazem.

Segundo Maslow (1958), o homem tem uma série de “necessidades normais”, que ele classificou como Hierarquia das Necessidades de Maslow:

1- Necessidades fisiológicas

2- Necessidade de segurança

3- Necessidade de afeição

4- Necessidade de estima

5- Necessidade de realização

A idéia de hierarquia mostra que o homem irá atender uma necessidade de nível mais elevado se a de nível mais baixo já estiver atendida. Significa que tendo as necessidades fisiológicas atendidas, o homem vai procurar atender a necessidade de segurança, afeição e assim por diante.

Uma das funções mais importantes da família é formar uma unidade efetiva para a satisfação das necessidades de cada um de seus membros. Uma família que está funcionando efetivamente satisfaz as necessidades dos seus membros durante a maior parte do seu tempo.

Já o desejo tem um significado diverso ao da necessidade porque é uma

experiência ou atitude referente a algo que falta na situação atual do organismo, junto à

idéia de sua consecução. É a vontade de ter, fazer ou conquistar algo.

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Na concepção freudiana, o desejo é um processo psíquico interno, dinâmico,

distinto da necessidade e que não depende de um objeto externo, concreto, real, para sua

realização.

Em Lacan, a necessidade satisfaz-se com um objeto específico e real. Já o desejo tem um objeto faltoso e irredutível à necessidade. A mãe que responde, com o peito ou com a mamadeira, aos gritos do bebê, está interpretando-o como um apelo à satisfação. Ao supor o apelo, a mãe inscreve na criança um desejo, que só será consentido pela criança se está isolar a causa da sua satisfação, ou seja, o objeto causa do desejo: o seio materno. Ao isolar o objeto causa do desejo, a criança se vê frustrada dele. Daí vem a afirmação de Lacan de que o desejo é sempre desejo do outro.

Como diz Carroll (1958), “enfatizando a importância do papel dos desejos humanos, Dunlap explana a motivação em termos de nove desejos”:

1- Desejo de alimentação

2- Desejo de excreção

3- Desejo de proteção

4- Desejo de atividade

5- Desejo de descanso e relaxamento

6- Desejo amoroso ou erótico

7- Desejo de proeminência

8- Desejo parental

Na infância é comum presenciar crianças impondo as suas vontades para realizar desejos que muitas das vezes são atendidos pelos pais para evitar choros, agressividade e frustrações. Nesses casos, é importante entender o que é necessidade e o que é desejo para definir o que é certo e o que é errado. Claro que alguns desejos, mesmo não sendo necessidades, podem ser atendidos desde que não atrapalhem o desenvolvimento da criança, favoreça a aceitação de seus limites, o respeito pelo outro e pela sociedade como um todo.

Tânia Zaguri (1999), dá alguns exemplos que diferenciam necessidade de desejo:

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NECESSIDADE INCENTIVO DESEJO Beber quando está com sede

Beber água Beber apenas refrigerante

Comer quando está com fome

Comer comida Comer chocolate em vez de almoçar

Descansar o corpo Dormir Dormir em vez de ir à escola e ficar acordado de madrugada

Vestir-se para se proteger do calor e do frio

Roupas confortáveis e adequadas ao clima

Exigir roupas novas para toda ocasião e de marcas

Proteger-se do sol e da chuva

Ter uma casa Querer uma casa de luxo sem ter condições para isso

Passear Viajar Exigir viagens ao exterior Querer brincar Ter um brinquedo Brincar com o aparelho

novo do pai Como se pode verificar no quadro acima, as necessidades devem ser atendidas para o melhor desenvolvimento do homem. Quanto aos desejos, devem ser analisados para decidir se são aceitáveis do ponto de vista individual e social, se há condições de atendê-los e se não extrapolam os limites do desenvolvimento normal e saudável dos indivíduos.

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3. Limite: o que pode e o que não pode Sabe-se que a infância é a fase em que a criança internaliza valores, regras e costumes que servirão de base para a formação da sua personalidade e seu desenvolvimento. Por isso, faz-se necessário uma interação harmoniosa entre pais e filhos no qual haja carinho, respeito e limite.

Para que haja respeito, é preciso ter limite. O limite é saber adiar os desejos e conviver com as frustrações. Significa compreender que nem todos os desejos são atendidos quando se quer e como quer.

Antigamente o limite era imposto pelo castigo e repressão porque a sociedade acreditava que liberdade demais gerava filhos mal-educados. Daí surgiram os pais autoritários que impõem respeito, não cedem, dominam e moldam os filhos nos seus padrões. A autonomia e a individualidade dos filhos assustam os pais, que sentem a necessidade de controlá-los e subjugá-los. Dessa forma, tentam encobrir a insegurança e dominar pelo medo de ser dominado.

Muitos temem a idéia de que, se forem flexíveis, carinhosos e afetuosos, os filhos não lhes terão respeito. Acreditam que a boa educação exige o uso de punições e castigos aplicados com rigor e severidade.

Os pais autoritários sentem dificuldade de compreender as oscilações de comportamento tão comuns nos filhos, não se abrem para o diálogo e na maioria dos casos, formam adultos temerosos, inseguros, sem opinião própria e que conseqüentemente educarão seus filhos da mesma forma como foram educados.

Já os pais permissivos são os que cedem porque se sentem em débito permanente com os filhos, com o dever de compensá-los ou indenizá-los, satisfazendo todos os seus desejos.

O sentimento de culpa é o solo fértil para a permissividade. A culpa pode estar ligada a vários fatores: trabalhar fora, por uma separação, falta de dinheiro e outros.

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Há pais que, embora fiquem em casa, não se comprometem em dar atenção e afeto aos filhos e procuram compensar isso com roupas e brinquedos na esperança de saciar os desejos que acreditam ser necessários para o desenvolvimento infantil.

A necessidade de compensar a culpa através de presentes demonstra indulgência que gera uma situação de poder da criança sobre os pais.

Por vezes, a culpa dos pais faz com que estes passem a ser “sacos de pancada” dos filhos. Permitem que as crianças os chutem, batam, puxem os cabelos, mordam, sem impedir seus excessos.

Nesse caso, a ausência de limites cria um clima de desrespeito recíproco, onde gritos e xingamentos deterioram o convívio entre pais e filhos. A conseqüência é que a criança se torna prepotente, agressiva e desobediente as regras da sociedade.

Há pais que se tornam permissivos por comodismo, isto é, se torna mais fácil ceder do que ter o trabalho de colocar limites, impor responsabilidades e compromissos.

Ao contrário dos pais permissivos, os pais educadores são os que procuram resolver impasses e conflitos. Para atuar em nível de resolução conjunta, é preciso acreditar na capacidade da criança em encontrar soluções, usar a reflexão e a auto-expressão. Implica estruturar o relacionamento numa posição de igualdade: respeito pelas necessidades dos filhos (para não cair no autoritarismo) e pelas necessidades dos pais (para não cair na permissividade).

Na medida em que impasses e conflitos são resolvidos em conjunto, a busca de soluções passa a ser um processo criativo onde não existem fórmulas nem receitas para resolver determinadas situações.

A resolução conjunta estimula a criatividade, a responsabilidade e o compromisso gerando crianças decididas, disciplinadas e participativas.

Portanto, a prática consistente da resolução conjunta de impasses e conflitos leva em consideração a mão dupla da comunicação, buscando o desenvolvimento da cooperação, da co-responsabilidade e do respeito recíproco.

Quando realmente há essa interação entre pais e filhos, o limite é encarado pela criança como uma linha de delimitação dos seus desejos para o seu próprio desenvolvimento. A criança que não tem limites, não consegue discernir o que

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é certo e o que é errado porque só pensa na satisfação dos seus desejos sem se importar pelas necessidades do outro.

O limite é a delimitação do terreno que os pais fazem para um convívio harmonioso e educador. Isto porque ao impor o limite os pais estão educando o filho para exercer seu papel de cidadão responsável e ciente de seus direitos e deveres.

Os limites variam de acordo com a maneira de encarar a criança, com a idade dos filhos e de acordo com a situação.

A concordância e consistência entre os limites colocados pelo pai e pela mãe é um fator importante para que a criança perceba que os pais atuam juntos nas decisões e soluções que visam um desenvolvimento harmonioso. As diferenças de limites entre os pais podem gerar jogos perigosos no relacionamento familiar. Na maioria das vezes a mãe se torna cúmplice do filho ao permitir que este faça o que desejar e ao esconder do pai o que está acontecendo.

E claro que os limites básicos precisam ser discutidos entre os pais para chegarem a um consenso de como vão agir em determinadas situações. O ponto importante é negociar os limites em cada contexto, reconhecendo as diferenças e os desacordos.

Com muita freqüência, a criança testa a consistência e a firmeza dos limites recorrendo a várias manobras que variam desde o franco desafio até a sedução. Certa vez, uma mãe entrou em uma loja de biquíni com a filha, que insistia para que esta comprasse um biquíni de laçinho. Quando percebeu que a palavra final da mãe era não, tentou seduzi-la dizendo que gostaria de ter um biquíni igual ao da mãe para ficar linda como ela.

Outra função do limite é ajudar a criança a controlar sua voracidade de tudo querer. É o caso de crianças que dizem: “Eu quero”, e os pais satisfazem o seu desejo. Contudo, na vida, é preciso que a criança aprenda, a saber, esperar e entender que nem sempre se pode fazer o que se quer no momento desejado.

Os limites tem, portanto, a função de ensinar à criança a controlar seus

impulsos, compreender o que é permitido e o que é proibido e, sobretudo, proteger e

garantir sua segurança. Cabe aos pais assumirem uma postura que auxilie na imposição de

limites firmes que tenham como objetivo educar a criança para exercer uma conduta

disciplinada, amistosa e responsável.

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4. As conseqüências quando não há limite

Quando os pais trabalham adequadamente no sentido de estabelecer limites, desenvolvem na criança a internalização das regras básicas de convivência, isto é, preparam a criança para assumir seu papel na sociedade com compromisso, responsabilidade e respeitando as leis e regras para uma convivência harmoniosa e disciplinada.

Porém, quando os pais não impõem limites para os desejos e vontades da criança, estão contribuindo para o desenvolvimento de uma série de dificuldades que se instalam gradativamente, como veremos a seguir:

* Impulsividade, pouca tolerância à frustração e dificuldade de esperar

O bebê precisa que suas necessidades sejam satisfeitas de imediato, porque ainda não tem maturidade suficiente para esperar muito tempo. Nos primeiros meses, chora sem parar até que a mãe lhe ofereça o peito. Com o passar do tempo, vai apenas choramingar ou demonstrar agitação à vista do seio ou da mamadeira, mostrando que já reconhece que a alimentação está próxima. No entanto, aos poucos, sua capacidade de fazer associações aumenta e o bebê entende que vai obter o que precisa sem chorar ou gritar. Por exemplo, quando está com fome, já sabe que o movimento na preparação da comida, o barulho do prato e o fato de ser retirado do berço são sinais de que a comida está vindo saciar sua fome e que não precisa ficar desesperado.

No desenvolvimento emocional, é essencial esse progresso da capacidade de esperar e tolerar frustrações. Para isso é necessário um controle da impulsividade e o desenvolvimento da possibilidade de reagir de modo adaptativo às situações da realidade que bloqueiam a realização de alguns desejos.

Essa capacidade é adquirida na medida que maturação e aprendizagem são desenvolvidas e com a orientação dos pais.

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A criança que não é orientada pelos pais e tem todos os seus desejos atendidos,

está sendo estimulada a não ter limites e iniciar um processo de controlar o mundo através,

primeiramente, do grito e, talvez depois, pela violência ou agressão.

Em uma festa de aniversário, uma criança de aproximadamente quatro anos

queria pegar a lembrançinha antes do parabéns. Diante da negativa da mãe, a criança se

jogou no chão, esperneou e a mãe atordoada, deu a lembrancinha para a criança, que se

calou por ter conseguido o que queria.

Esse caso mostra claramente como muitos pais cedem e satisfazem os desejos

dos filhos por temer frustrações e agressões. Torna-se também uma forma mais fácil de se

educar, já que é só satisfazer os desejos e tudo se acaba.

* Tendência a exigência, tirania, egocentrismo, dificuldade de perceber as necessidades dos

outros

Se no âmbito familiar, a criança sempre ocupa o trono, passará a exigir o

primeiro lugar em outras situações. Sendo, que terá muitas dificuldades porque nem todas

as pessoas estarão dispostas a satisfazer seus desejos. Nesse contexto, colocar limites, fazer

auto-expressão e dizer “não” exercem a função de ensinar a criança a perceber as

dimensões e fronteiras dos outros. Caso contrário, continuará a conduzir-se de modo

abusivo e inadequado.

É o caso de Lucas, de cinco anos, que ao terminar de brincar, a mãe guardava os brinquedos, se sujasse o chão, a mãe limpava, quando caía algo no chão, a mãe pegava. A mãe de Lucas se tornara uma escrava das vontades do filho e percebendo isso, sentiu a necessidade de colocar limites. No começo, Lucas não acreditou que estava perdendo o trono, mas ao ver que a mãe se colocava firme na imposição do limite, revoltou-se chorando e gritando ordens para a mãe lhe obedecer. A partir desse dia, a mãe enfrentou uma série de dificuldades com o Lucas, que exigia uma posição cada vez mais firme. Aos poucos, ele aprendeu a se responsabilizar por seus atos e a ter limites.

Na relação de pais-escravos e crianças-tiranas, os filhos detém o poder e com isso manipulam os pais para que estejam sempre prontos a atendê-los.

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Quando os pais se dão conta desse problema e tentam mudar, percebem que é bem difícil sair da escravidão para fazer a criança assumir a responsabilidade por seus atos. Essa mudança é trabalhosa, porque a engrenagem da dominação infantil passa a funcionar de modo automático.

O tom e a atitude com que nos comunicamos é fundamental. As palavras podem ser as mesmas, o tom é que transmite insegurança ou firmeza. Isso faz a diferença entre sermos explorados ou respeitados.

* Distúrbios de conduta, desrespeito aos pais, colegas e autoridades, incapacidade de concentração, dificuldade para concluir tarefas, baixo rendimento A criança e o jovem tornam-se cada vez mais insuportáveis ao tentarem

conseguir o que querem por meio de estratégias inadequadas, tais como gritar, chutar fazer

escândalos, jogar com as pessoas. Como não conseguem controlar a impulsividade, sentem

dificuldades em lidar com as inevitáveis frustrações da vida.

Os distúrbios de comportamento e a atitude de desafio típicos da criança criada com muita permissividade podem conter um pedido para que as pessoas coloquem limites aos seus impulsos, já que ela própria não consegue se refrear. Por isso, é importante que os pais atuem como educadores e disciplinadores na infância porque é a fase em que a criança internaliza com facilidade os conhecimentos apreendidos.

Sem limites, a criança se sente insegura e perdida. Um exemplo disso são as

crianças que testam, irritam e procedem de um modo inaceitável para ver se alguém se

importa com ela.

Sem a adequada canalização da impulsividade, o potencial criativo das crianças

pode se transformar em potencial destrutivo. Sinceridade e espontaneidade são confundidas

com grosseria e indelicadeza. Daí a criança fala o que quer sem se importar se está

magoando ou ferindo alguém. Só ela importa, o seu querer, o seu bem-estar, o seu prazer. O

egocentrismo da infância, que deveria diminuir, se amplia causando grandes problemas.

Um exemplo típico de crianças com essa conduta é o caso de Bernardo, sete

anos, que não consegue estabelecer um convívio amistoso com familiares e amigos por

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conta do seu temperamento indisciplinado e agressivo. Ao observar o manejo familiar,

percebe-se que a mãe satisfaz seus desejos, deixa que este faça o que quiser e não o

responsabiliza pelos seus erros. Daí, Bernardo se tornou uma criança insuportável e

indesejável porque lhe faltou limite e orientação familiar.

A falta de limite afeta também os estudos, Isto porque a criança entra em um processo de desequilíbrio tão grande que não se sente estimulada a aprender. Com isso, surge o desinteresse pelos estudos, falta de concentração, dificuldade de suportar frustrações, falta de persistência e desrespeito pelo outro.

* Agressões físicas e descontrole

A tendência da criança que é criada sem limite, é de cada vez mais sentir

dificuldades em se ajustar na sociedade. Acostumada em um ambiente em que tudo pode,

torna-se difícil aceitar as regras e leis que a sociedade impõe. A partir daí, se a criança

estava acostumada a conquistar seus desejos pelo choro e pelo grito, irá utilizar a agressão

para impor as suas vontades.

Atualmente o que mais se lê nas manchetes dos jornais são adolescentes

envolvidos em brigas nas boates. Ao notarem que alguém impõe um limite, utilizam a força

física, com a certeza da impunidade.

Ao chegar nesse estágio, os pais perdem as rédeas do controle e se tornam

cúmplices dos erros dos filhos para não ter que assumir os seus próprios erros.

Por isso, é importante que os pais iniciem desde cedo uma orientação pautada

em disciplina. É uma tarefa árdua, longa e cansativa, porém compensadora, já que visa

formar cidadãos responsáveis, em vez de egocêntricos, anti-sociais e hedonistas.

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5. O papel da escola

A família e a escola são provavelmente as instituições sociais mais importantes durante os anos de formação da criança. A escola é um instrumento da sociedade e sua função é fornecer conhecimentos necessários para o crescimento intelectual, emocional e ético da criança. Um fator de especial importância no sistema educacional é o professor. Especialmente nos primeiros anos do primeiro grau em que contribui de forma positiva para a formação de um ser crítico, construtivo e responsável, como também pode contribuir de forma negativa para a formação de um ser inseguro, frustrado e agressivo. Além de desempenhar o papel de fornecedora de conhecimentos, a escola também assumiu uma parte do dever da família: o desenvolvimento dos valores, da ética e da responsabilidade. Significa que a escola não está só preocupada com o processo pedagógico da criança, como também pelo seu desenvolvimento emocional, social e profissional. Contudo, é importante que exista uma comunicação real e contínua entre todas as partes interessadas na socialização da criança. A troca entre pais e escola é o que vai garantir o desenvolvimento pleno da criança, a identificação de dificuldades e a busca por soluções conjuntas. Atualmente, o objetivo atual é trazer os pais para a escola para que possam estar interagindo, conhecendo o trabalho desenvolvido, trocando idéias e participando do processo de crescimento do seu filho.

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Mas, não são todos os pais que se interessam pela vida acadêmica dos filhos. Muitos pais preferem entregar seus filhos à escola e exigir que esta resolva os problemas de comportamento, sem ter que assumir responsabilidades, atos e um compromisso com a educação. Os problemas de comportamento são um dos fatores que fazem com que a escola insira os pais no processo pedagógico. Os mais sérios são aqueles que perturbam o bom andamento da rotina da classe, como agressividade, desobediência e irresponsabilidade. A agressividade tem sido considerada como um dos problemas mais sérios e, ao mesmo tempo, mais freqüente entre alunos do ensino fundamental e médio. Retrata a falta de limite, de responsabilidade e de respeito para com o próximo. Por trás de toda criança agressiva, existe um lar perturbado. Mesmo nos casos em que a inadaptação da criança não possa ser atribuída a dificuldades familiares, estas poderão perfeitamente causá-la. Conhecer a história de vida da criança é o primeiro passo para entender as causas de seu comportamento na escola. Para isso, torna-se necessário que a psicopedagoga converse com os pais e intervenha quando for necessário. Às vezes, os pais nem se dão conta de que o filho passa por dificuldades, como foi o caso de Caio, de nove anos, que passou a roubar objetos dos colegas de classe, deixando bem evidente que tinha sido ele o autor do roubo. Quando os pais foram chamados à escola, não acreditaram que o filho estava tendo esse tipo de comportamento e como sugestão da psicopedagoga, passaram a prestar mais atenção na vida do filho, descobrir o que este gostava, como ia na escola. Daí por diante, os pais de Caio passaram a enxergá-lo, dando-lhe atenção e carinho, justamente o que ele queria, mas não sabia como dizer, usando o roubo como forma de chamar a atenção dos pais. No caso do Caio, os pais estruturaram uma relação de troca e busca de soluções junto com a escola. Ao estruturar esse relacionamento, a escola abre espaço para que o pai faça parte das vivências e descobertas do filho, perceba suas dificuldades e busque saná-las antes que se ampliem. Além da agressividade, outro problema enfrentado pela escola é a imposição de limites e regras. Isto porque algumas escolas acreditam que impor limites é ser repressora e utilizar autoritarismo e castigos. Fornecem uma liberdade falsa em que alunos tem o seu direito de agir e de se expressar negado. Mas existe uma outra forma de estabelecer limites sem ser autoritário ? O autoritarismo escraviza o ser a não ter opinião própria e a aceitar tudo que lhe é imposto. Dessa forma não há apreensão dos limites, e sim coação. O que é

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preciso, é fornecer uma liberdade em que haja compromisso, em que a criança se sinta responsável por seus atos e busque soluções criativas. A partir daí, a autonomia vai se constituindo na experiência de inúmeras decisões, que vão sendo tomadas. Por exemplo: se a criança tem um dever de casa para fazer, não é preciso que os pais estejam regulando a melhor hora para o trabalho ser feito porque cabe a criança se organizar e ter a responsabilidade de fazer o dever. Portanto, liberdade não é somente ter direitos como também deveres. É saber que cada ação gera uma reação, que para ser respeitado, é preciso respeitar e que para um trabalho se torne bem feito, é preciso compromisso e responsabilidade. Como disse Freinet: “A democracia de amanhã prepara-se pela democracia na escola. Um regime autoritário na escola não seria capaz de formar cidadãos democratas.” A escola não pode deixar de ser uma escola democrática, que prepare pelo exemplo e pela ação. Deve estar comprometida em formar cidadãos para um verdadeira democracia.

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Conclusão

Este trabalho procurou mostrar a importância da família no desenvolvimento da criança, através da satisfação das suas necessidades, do diálogo e da resolução conjunta. Foi possível perceber que o limite é necessário para a formação de um ser equilibrado, disciplinado e responsável. Para isso, é importante que seja delimitado desde a infância, porque é a fase em que a criança internaliza os valores e os conhecimentos que levará para a vida adulta. Nesse caso, uma criança que tem noção dos seus limites na infância, na vida adulta terá facilidade de conviver em sociedade, respeitar as leis e ter responsabilidade. Mas, a criança que não aprendeu a ter limites na infância, enfrentará dificuldades de convivência, por conta de não saber distinguir o que pode e o que não pode, já que na sua infância tudo lhe era permitido. Daí surgem os adultos desequilibrados, que não sabem ouvir um “não”, que não aceitam as regras da sociedade e que não tem responsabilidade e compromisso. Além da orientação familiar, a escola também assume o papel de educar a criança no sentido de aprender a ter compromisso, conviver em grupo, aceitar as regras e enxergar as necessidades do outro. Dessa forma, família e escola estabelecem uma relação que visa o desenvolvimento cognitivo, emocional e moral da criança. Portanto, se queremos formar cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres, é preciso que seja estabelecida desde a infância uma relação em que haja diálogo, respeito, compromisso e acima de tudo amor. O limite entra nessa relação não como punição, mas como uma forma de a criança compreender que não se faz tudo o que se deseja e que nem tudo será do jeito que ela quer.

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Referências Bibliográficas

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Anexos

• Quatro(4) atividades extra-classe. • Comprovante de estágio de 90 horas.

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