lição 6 a soberania e a autoridade de deus

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Lição 6 09 de maio de 2010 Subsídios Lições Bíblicas Página 1 A Soberania e a Autoridade de Deus Autor do subsídio: Pastor Ronaldo Batista. Mestre em Teologia. Convites: (21) 3904-3738 [email protected] Texto áureo: Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” Romano 9.21. ESBOÇO I. A visita à casa do oleiro 1. O propósito da visita, 18.2. 2. Uma nova revelação, 18.5-6. 3. Uma nova mensagem, 18.7-10 II. A soberania de Deus 1. O que é 2. O que não é 3. Eleição e predestinação III. A soberania e o lado prático da vida cristã 1. As nossas orações 2. As nossas palavras 3. As nossas atitudes INTRODUÇÃO Senhores professores e demais estudiosos da Palavra de Deus, o Pr. Claudionor de Andrade, comentarista deste trimestre não poderia olvidar de elaborar uma lição em tão primoroso texto bíblico, que é Jeremias 18. Todavia, este assunto ora em apreço, vem gerando polêmicas há séculos na história da igreja. Por isso senhores, dentro de uma dedicação que é própria daqueles que são chamados ao ensino, e zelo pelos alunos, e demais ouvintes, assim anunciemos o conselho de Deus, apoiando-nos nos ombros de gigantes da fé e da prática cristã. Tais como Jeremias, Paulo, Tiago, etc. Esta lição é uma ótima oportunidade de se aprender mais profundamente acerca de Deus e sua vontade. Aprender também, como um povo pode a reagir a essa vontade revelada, gerando-nos um discirnimento maior das atitudes e conseqüências.

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Page 1: Lição 6   a soberania e a autoridade de deus

Lição 6 – 09 de maio de 2010

Subsídios – Lições Bíblicas Página 1

A Soberania e a Autoridade de Deus

Autor do subsídio: Pastor Ronaldo Batista.

Mestre em Teologia. Convites: (21) 3904-3738

[email protected]

Texto áureo:

“Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro

para desonra?” Romano 9.21.

ESBOÇO I. A visita à casa do oleiro 1. O propósito da visita, 18.2. 2. Uma nova revelação, 18.5-6. 3. Uma nova mensagem, 18.7-10 II. A soberania de Deus 1. O que é 2. O que não é 3. Eleição e predestinação III. A soberania e o lado prático da vida cristã 1. As nossas orações 2. As nossas palavras 3. As nossas atitudes INTRODUÇÃO

Senhores professores e demais estudiosos da Palavra de Deus, o Pr. Claudionor de Andrade, comentarista deste trimestre não poderia olvidar de elaborar uma lição em tão primoroso texto bíblico, que é Jeremias 18. Todavia, este assunto ora em apreço, vem gerando polêmicas há séculos na história da igreja. Por isso senhores, dentro de uma dedicação que é própria daqueles que são chamados ao ensino, e zelo pelos alunos, e demais ouvintes, assim anunciemos o conselho de Deus, apoiando-nos nos ombros de gigantes da fé e da prática cristã. Tais como Jeremias, Paulo, Tiago, etc.

Esta lição é uma ótima oportunidade de se aprender mais profundamente acerca de Deus e sua vontade. Aprender também, como um povo pode a reagir a essa vontade revelada, gerando-nos um discirnimento maior das atitudes e conseqüências.

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Lição 6 – 09 de maio de 2010

Subsídios – Lições Bíblicas Página 2

I. A VISITA À CASA DO OLEIRO

1. O propósito da visita

Teria sido um dia comum como todos os outros, mas o Senhor Deus decidiu que aquele seria diferente, pois tinha um propósito com Jeremias. E o seu desígnio para Jeremias era que este descesse a olaria, que se localizava próxima à Porta do Oleiro e do Vale de Hinon. Ali o profeta, naquele lugar de trabalho, atentamente observando um oleiro teria uma nova experiência com Deus que disse: “Lá te farei ouvir as minhas palavras”, Jr 18.2. Observe, portanto que Deus queria que o profeta o ouvisse de uma maneira um tanto diferente, assim era necessário que ele estivesse atento na olaria o trabalho que se desempenhava ali.

Deus falou ao profeta ínumeras vezes diretamente utilizando palavras e frases, mas agora era necessário que ele estivesse atento a lição que o Senhor queria que ele aprendesse. Vejamos como Deus criativamente fala com o profeta, nada se repete da mesma maneira. Para um líder ensinar, edificar, consolar, exortar ou predizer ele deve como Jeremias ouvir primeiro a voz de Deus. Não devemos nos deixar levar pela enxurrada de informações que nos rodeia, precisamos apenas “ouvir as palavras do Senhor” e isso nos basta.

2. Uma nova revelação.

O Senhor Javé tinha para Jeremias uma nova revelação que teria efeito direto em seu ministério. Tudo que hoje precisamos para conhecer sobre Deus, encontra-se registrado na Bíblia Sagrada e Jeremias teve a sua participação. Todavia, nós poderemos através da leitura e do exame cuidadoso das Escrituras, termos uma percepção ou iluminação desta verdade anteriormente revelada. Nenhuma revelação produzida seria capaz de somar, competir ou fazer desacreditar a que já existe. Portanto, o que precisamos é de entendimento, luz acerca do que já foi revelado por Deus.

O que Deus aqui estava revelando a Jeremias era sua soberania ilustrada no oleiro que modela o barro conforme a sua vontade (Jr 18.5-6), mas esta seria condicionada ao posicionamento tanto de Israel como nação quanto as nações gentílicas também a postura adotada quanto a sua vontade revelada, Jr 18.7-10. Conseqüêntemetne é um grave engano imaginar que as promessas de Deus são incondicionais, principalmente no tocante a salvação da alma, Mt 10.22; 24.13; Mc 13.13; Ap 2.10.

3. Uma nova mensagem.

Toda nova revelação dada aos profetas e apóstolos das Escrituras representava uma visão ampliada da vontade divina a ser compartilhada, que ficou registrada para todos os tempos. Logo, nada neste particular era dado ao profeta para ficar reservado para exclusivamente para ele. Ao contrário, o profeta deveria compartilhar com a sua geração essa nova mensagem de Deus. Assim como Jeremias exemplarmente procurou fazer, Jr 18.7.

Nós hoje, quando temos uma nova percepção da Palavra de Deus também devemos igualmente compartilhar pela fé com a Igreja de Deus ou onde formos dirigidos, 1Pe 4.11. Mas a nossa mensagem de fato não é nova, mas renovada pelo poder do Espírito Santo que testifica nos corações quando falamos, Jo 15.26-27.

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Subsídios – Lições Bíblicas Página 3

II. A SOBERANIA DE DEUS

Nem sempre a soberania divina foi entendida claramente, dando margens para

pensamentos arbitrários ou indiferentes da deidade. Alguns posicionamentos como a predestinação absoluta ou o deísmo cego. Vejamos resumidamente acerca deles.

A predestinação absoluta ensina que os homens estão salvos ou condenados d'ante mão eternamente, pois perderam a imagem de Deus no pecado original. E o deísmo afirma sua crença em Deus, mas este não assiste a sua criatura, isto é, abandonou o homem, essa teoria é ilustrada na figura do relojoeiro, que depois de haver criado o relógio o pôs funcionando e o abandonou. Assim, ambos os posicionamentos mutilam a soberania divina, mas vejamos então o que é de fato a soberania divina.

1. O que é.

A soberania de Deus consiste no poder ou autoridade suprema do soberano. Tanto

o seu poder quanto a sua vontade são soberanos. A sua autoridade moral e o seu poder caminham juntos em plena harmonia, pois em sua soberania Ele só realiza aquilo que condiz com a sua santidade. Todavia, Ele realiza aquilo que deseja sem que possa ser interpelado por quem quer que seja, pois é Rei sobre toda terra e universo: “Pois o SENHOR Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra” Sl 47:2. Desta feita quem é que pode interpelá-lo dizendo: “que fazes?”, Jó 9.12. Ele é o único Soberano que reina em absoluto, não havendo qualquer comparação, Dt 4.39; Sl 83.13. Em suas mãos reside todo o soberano poder, 1Cr 29.12; as nações estão sob seu governo, Sl 47.8; tudo está sob o seu controle, inclusive o caminho dos homens para recompensá-los de acordo com as suas obras, Is 14.13-14. A sua vontade soberana é expressa continuamente aludindo ao seu trono de justiça, “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino” Sl 45.6. O entendimento da soberania do Senhor é expressado em louvor ao longo das escrituras, pois porque dele, por ele, para ele são todas as coisas, a Ele a glória para sempre!

2. O que não é.

Não se deve confundir soberania que é expressa num agir legítimo do Soberano

divino, baseado em princípio com o agir infundado dos soberanos humanos que agem de acordo com seus caprichos e vaidades. Deus se move por leis e age de acordo com seus princípios e decretos. Por isso seu nome é Javé, aquele que é e não muda jamais. Isso aponta também para a justiça e imparcialidade do Ser.

Dentro do sistema teológico calvinista existe a predestinação absoluta ou fatalista, pensamentos fomentados desde Agostinho de Hipona que com sua visão neoplatônica influênciou muitos teólogos ao longo dos séculos. Agostinho ensinou que o homem na prática do pecado original perdeu em si a liberdade, tornando-se escravo do pecado, com isso também perdeu a imagem de Deus e ficou impossibilitado pela depravação ser um homem pleno. Igualmente, Agostinho buscava um caminho oposto de * “Pelágio que negava a depravação da humanidade”. Esse pensamento não reflete toda a plenitude do que a Bíblia expressa sobre a soberania divina. E muito menos o deísmo, ilustrado na pessoa do relojoeiro, como expusemos acima.

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3. Eleição e predestinação A eleição é um ato da escolha divina que recai sobre a sua Igreja como um todo.

Deus em sua sabedoria e poder providenciou um plano abrangente para todos, observe que, quando a Bíblia trata da eleição está sempre no plural: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”, Jo 15.16. Veja também o que diz Paulo: “nos elegeu nele antes da fundação do mundo”, Ef 1.4; “por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação”, 2Ts 2.13. Essa escolha divina está ligada aos que estão em Cristo, o cabeça da nossa salvação. Não aos indivíduos em si, mas a todos os que crerem em seu Filho. Aqui não há espaço a arbitrariedade, pois Deus ama a todos, quer salvar a todos, não tem prazer na morte do ímpio. Mesmo sabendo quem previamente será salvo ou perdido. Agora pense, que pai justo e amoroso escolheria alguns dos filhos que gerou para a condenação? Nenhum, muito menos Deus.

De igual modo acontece com a predestinação, nos textos de Paulo não está separada da eleição, vide Rm 8.29-30; Ef 1.5,11. A predestinação está reservada aos eleitos em Cristo, para serem conformes a imagem de seu Filho, para que ele mesmo com o fim da adoção de filhos tornando-nos Cristo sua herança. Chamo a sua atenção para que nenhuns dos textos indicados expressam decretos divinos condenatórios, pois os contextos da palavra predestinar são aplicados a Igreja, Corpo de Cristo.

III. A SOBERANIA DE DEUS E O LADO PRÁTICO DA VIDA CRISTÃ

1. As nossas orações.

As orações não têm como propósito interferir em sua soberania ou mudar a vontade de Deus, pois que ela é boa, perfeita e agradável, Rm 12.2. As respostas às nossas orações nos revelam ainda mais acerca de Deus e da sua vontade, que como seus servos devemos nos deleitar em cumprí-la. Isso, contudo não nos impede de sermos respeitosamente ousados em nossa maneira de orar, basta nos lembrarmos da oração de Moisés, de Elias, do Senhor Jesus e Paulo. Por outro lado, não se deve dirigir a Deus de qualquer maneira, como se Ele fosse um escravo de nossas vontades e caprichos. Muitos pedem e não recebem de Deus porque não têm fé ou sabedoria em pedir, Tg 1.6; 4.3. Mesmo que reivindiquemos certas promessas, elas deverão ter um tempo para se cumprirem visando o nosso próprio bem.

2. As nossas palavras As nossas palavras costumam revelar o que de fato há em nosso coração, nossos

propósitos, sentimentos, anseios, etc. Todavia, devemos entender a importância da nossa disposição contínua em nos submeter de coração a Deus. Devemos nos disciplinar em nosso íntimo e em nossas palavras quanto à autoridade de Deus sobre nós, com o propósito de sermos achados obedientes, mas também um agente influenciador daqueles que nos rodeiam. Por exemplo, “se Deus quiser farei tal viagem ou farei isso ou aquilo”, Tg 4.13-17. Todavia, isso não se aplica em casos lógicos revelados na Palavra de Deus: “Se Deus quiser vou orar, vou evangelizar, vou expulsar demônios” porque isso já foi revelado e ordenado aos seus servos fazerem.

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3. As nossas atitudes O cristão não só se expressa através de palavras, mas também de suas atitudes,

pois há essa linguagem sem palavras que se exprime por nosso intermédio. Nós podemos parecer cristãos, agir como tais, nos vestirmos e falarmos à moda evangélica e mesmo assim estarmos desligados interiormente de Deus, por amarmos o mundo. Ainda que não pratiquemos nada que nos desabone socialmente, poderemos estar mortos espiritualmente. Pelo fato de Deus não estar participando da nossa vida, dos nossos planos, do nosso trabalho, do nosso lar. E também, sobretudo por não demonstrarmos temor a Deus. Como a soberania e autoridade de Deus serão conhecidas, se Cristo não é o centro das nossas vidas e nem demonstrarmos o temor ao seu nome? De maneira nenhuma. Esse lado prático de nossa vida deve demonstrar uma indizível alegria, por sermos eleitos em Cristo e predestinados para sermos conforme a sua imagem. A Ele glória, honra e louvor para sempre, Rm 11.33-36. Amém.

CONCLUSÃO

Caro irmão visite a casa do Oleiro, isto é, esteja sensível a voz de Deus. Entenda que Ele ali quer te falar acerca da sua soberania, autoridade e ou outra vontade específica para a sua vida. Precisamos urgentemente ouvir a Palavra de Deus. Entenda que há em Deus planos grandiosos, coisas firmes que Ele gostaria de compartilhar, mas também se faz necessário clamar e ter determinação para viver de acordo com essa vontade.

--------------------------------------------------- Obras consultadas

Stanley Horton - Teologia Sistemática, Uma Perspectiva Pentecostal – CPAD.

Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã – Edições Vida Nova.

Trabalho de Teologia Própria – Do autor.