liberdade? - hemeroteca.ciasc.sc.gov.brhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/cobaia/cob1993001.pdf ·...
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SUMÁRIO
Separatismo �.
NE não. quer país dividido. Pá�.:6 '
Black orWhite. .
Família dita preconceito 'Pág.'7,
Enecom em Recife,Estudantes debatem futuro, Pág. 6 '
VestibularQuem é o. calouro? Pág.7
.
página 5
Por telefone,comamesma
'
facUldade que se
pede uma pizza,qualquer pessoapode negociaralgumas horas deprazer. Asagências degarotas deprograma,contabilizam em
dólar os lucrosque a
prostituiçãoproporcionaquando ofereceaos clientes sigiloe comodidade.l:Jm programanão sal pormenosde 20 dólares.
Quanto se paga.
pelo prazer? Página 3Eduardo ParedesProtesto. vira rIlme. Centrais.
".Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
EDITORIAL,
A o concluir esta e�içã(J do"Cobaia", a Faculdade de IomaIismo da Univali estará dando. umpasso. importanttssimo para sua
consolidação como opção séria, dequalidade e definitiva para os que
, pretendem obter a graduação. nestaespecialidade. O projeto do. jornallaboratôrio, tão. prometido, tão. co'brado. e tão. aguardado, começa adar sinais de vida. E, mais ainda,.de que veio. para ficar.
Com a ampliação. do. quadro.de alunos envolvidos, a tendênciaé de se alcançar a periodicidadeideal (quatro. edições por semestre)já em 1994. No.momento, o. pessoaldo. quinto. e sexto. periodos trabalhana edição. do. próximo. número, quedeve sair em outubro, A turma do.quarto. periodo se movimenta paragarantir um espaço, ou uma alter'nativa, para publicar seus trabalhos.
Os alunos do. terceiro e segundo.periodos também pretendempartir lo.go. par.O:, tr_abalho$pr4tico.s. Enfim, nosso jomal, apesar das críticas e doceticismo. de determinadossetores não. compromissados com o.
crescimento. da qualidlule de ensino.daFaculdade deJornalismo, começa a demonstrar -sua força. Paraesses (assim comopara os queacreditam noprojeto, é claro) apresen- ,
tamos a segunda edição. do. "C0.
baia",-jo.rnal redigido, editado, fo.tografado, diagramado. e revisado.pelos alunos do. sexto. periodo deJo.rnalismo. da Univali.
' ,
Jornalista José Augusto GayosoProfessor coordenador do projeto
ExpedienteConselho editOrial: alunos do Sexto PeríodoAdriana Fermiano, Alfredo Rosar Ramos, André Pinto Silveira, Christiane de Oliveira, Cláudia Cristina Batschauer, Daniela Maia Fortes,Eduardo Wendhausen Ramos, Emerson Pedro,
Ghislandi, Fabiana Ladi Benhke, Gislene Maria Bastos, Janaíria Darós Juvenal, Krisley de
Aquino Rosa, Marta Regina da Costa Vizzotto,Monica Proençô Rosa, Roberta Diedrich, Rubens Flôres, Stênio dos, Santos Stein, VilmarFelício Adriano.ADOio 80 proJato: professores Alcebiades Muniz (fotografia),Alexandre Fernandes (diagramação), Alberto Russi (reP.O!,a·gemI, Fábio Muniz (redação) e José ÀUQusto Gayoso (revlsao).
, Todos os textos, fotografias, diagramação montagem aiotrabalhos dos alunos
2
tSPALHAfATOS
Comemorar o que?Golfinho Semana'
Desde segunda-feira os estudan,
,
I No dia 26 de agosto último foi tes e professores da Faculdade de,
r,'&sg'ata(tt> 'por acadêmicos do curso de Comunicação e Arte (Facoart) estãoIVenvolvidos com a II Semana de Joroceanografia da Unival�, na Prai� nalismo. Pelo que pôde ser constaBrava, o corpo de u� golfinho. O an�- tado na programação da noite demal aprese!1tava fenmentos produzi- .abertura, os debates podem propordos por obJet_?s pe�ro-c0T!an!es, - cionar excelentes temas para refle
fa�s ou _arpao caseiro - indicando xão e apontar caminhos para discusa interação co� a pesca, com.o prová- são em cima da realidade da profisvel causa-mortis. Os pesquisadores são, bem como do papel da univertransportaram o mamífero para o 'la- sidade na formação dos profissioboratório de biologia, com o objetivo fiais. A Aja (Associação dos Jornade determinar a espécie e coletar ma- listas Acadêmicos), que organizou oterial para análises. Após a lavagem evento, também coordena a cobere o levantamento dos dados morfomé- tura jornalística da Semana, através,tricos (peso, comprimento, etc), con- da edição de um boletim diário comcluíram que tratava-se de um Golfi- o resumo das palestras da noite antenho-Pintado-do-Atlântico, conhecido rior. E o pessoal do sexto períodocientificamente como SteneUa fronta- vai editar um boletim mais detalhalis. O corpo osteológico coletado é do, com a conclusão dos trabalhos,único em instituições nacionais. a ser distribuído na próxima semana.
Conscientização', , A� campanhas de
conscientização para se
evitar a Aids começam a
surtir efeito. Entre os travestis que trabalham na
nía, em Florianópolis,"Nívea" é um dos que fazponto com uma caixa decamisinhas na bolsa. Elegarante que só transa coma camisinha, pormedo deser contaminado com ovírus HIV. Brincando,comenta que tem camisi- '
nha para todos os tamanhos. E no final, revela:"tem para o pequeno, omédio e o grande. Maspara Q grande, a vontadede não usar a camisinha ... "
• LaboratóriosOs alunos estão atentos àconstrução dos laboratôriosde rádio e TV e à compra deseus equipamentos, pois precisam deles no inicio de 94,como prevê a graàe curricular. O laborat6rio defoto estáem funcionamento, assim co
mo as salas de redofão e diagramação. Mas, além disso,
'
a UNlVALI deveria ter uma
gráfica capaz de produzir oCOBAIA. Vários impressospoderiam também serproduzidos na prôpria Universidade.
•Enfim, sós!Nosso Curso, de Comunicação Social, habilitação em
Jornalismo", desvinculou-seda Facultade de Filosofia,Ciências e Letras, incorporando-se à recém-criada Faculdade de Comunicação e
Artes.Agora já se pode so
nhar com Departamento deProfessores, menos burocracia, mais autonomia e,cada vez mais, melhoresprofessores, desde os 'primeiros semestres, é clato!
•Ele gostOU!o grupo de alunos responsá·veis pelo primeiro COBAIAagradece a correspondênciado 'Réitor, Edison Villela,cumprimentando pelo traba·lho apresentado e colocandoa reitoria à disposifão paro
, o que for necessário, a fimque se seja garàntida a produção desse jornal laborat6-rio. É o que todos esperam.••
i .É O Cíceroa Indo para Recife, numa das'C paradas no interior da Ba� hia, Cícero, do 3� período
de Jornalismo, perguntou a
quatro colegas: - Já passamos em João Pessoa"? Umdeles, respondeu: - A Paraíba fica acima de Pernambuco. Nunca viu o mapa?Irritado, Cícero retrucou:__;_ Eu não estou falando daParaíba, eu estou falandode João Pessoa!
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
As menores prostitutas iniciam cedo, nas ruas ou -nos bares cOlivivem com_ drogas e violência
sexo masculino. Segundo Wilson, a população não se incomoda tanto com a
.prostituição. Nesta casa são dadas.orientações sobre sexualidade para os
menores, de maneira informal, apro-,veitando as dúvidas das crianças. Cha
_
ves diz que hámeninos que se envolvemcomo homessexualismo.
-
O menor J. S. garante que foi procurado por um professor da Univali,conhecido nomeio por Roberval, paramanter relações sexuais ou assistir uma
Inflação ecrisenãopreocupam,quemvive do comérciodo sexo
tm Itajaí não há nenhum proje�·de assistência, amparo e proteção àsmenores prostitutas ou envolvidas cof!ldrogas. O Conselho Tutelar do muni
cípio, teoricamente o responsável poresta assistência, é formadopor 18 pessoas, mas desde sua criação, poucoou nada - fez para tentar reverter a
situação. ,
Há entidades na cidade quetrabalham com crianças carentes, mas ne
nhuma trata especificamente da criançana rua. O Lar Padre Jacõb.no bairroFazenda, é dirigido por quatro irmãssalesianas, e atende 120 crianças. Elasexercem atividades profissionalizantese recebem reforço escolar. A instituição é mantida co� ajuda da Prefei�r�,Estado e, principalmente, contnb.ul�ções da comunidade. A Irmã HononnaDias explica: "Não trabalhamos com
crianças prostitutas e envolvidas com
drogas porque prejudicaria todo um
trabalho com filhos de famílias caren
tes, mas que não têm a experiência dasruas". -
O Lar Assistencial Fabiano deCristo também promove atividadesprofissionalizantes e é sustentado pelaCapem i (Caixa de Pecúlio Militar),além de receber verba, da Prefeitura e
LBA.,
A única entidade de Itajaí que trabalha com os meninos que vivem na
nia é o CCCA (Centro de Convivênciada Criança e Adolescente), em atívídade há um ano e mantida pela Prefeitura. Seu orientador, Wilson Chaves,acredita que "o CCCA serve como re
ferencial para.osmeninos na rua". Eletem conhecimento de que há garotasse prostituindo, mas admite que o CCCA não tem estrutura para orientá-las.O Centro só trabalha com crianças do
I
Desde os tempos deAdão e Eva, guandoatravés da: maça descobriu-se que o "pecado"é bom, a preocupação emsatisfazer o instinto dohomem em matéria desexo nunca esteve tão emalta e ao alcance do telefone. É como pedir umapizza: você escolhe a cor,o tamanho e fica cienteque nas duas horas se
guintes (tempo médio deum 'programa, que em
agosto custavaCR$ 1.500,00), tem direito ao prazei total -com camisinha. Fora os
motéis, existem: livrarias,videolocadoras e maisuma infinidade de serviços da chamada indústriado prazer.
,
Só para se ter uma
idéia, nos classificados deum jornal de circulaçãoestadual, na seção demassagistas especiais,edição de domingo 22 deagosto, contam-se 25anúncios. Cada linha sai.por ÇR$ 98,54 nos diasmais caros. Considerando-se que um anúnciodestes tem sete linhas, seele for publicado em todos os cadernos classifi
_
cados até o final di> ano,
3
o lucro do jornal será deCR$ 76.517,00.
, As agências especializadas na contratação degarotas para programaou acompanhamento deexecutivos, responsáveispor esses anúncios, cresceram muito nos últimosdois anos. No começo, ospróprios jornais não sabiam lidar com os anúncios, eles vinham acom
panhados de fotos dasmulheres, o que foi proibido. As mulheres geralmente vêm de outros es
tados, é um tipo de instrumento de segurançaque garante por exemplo, que elas não venhama sair com alguém: da própria família.
Não há qualquer tipo de relação afetiva, segundo Camila, 19: "a vida é normal, como a: devocês, é difícil ter namorado". Essa morena trabalha há 4 meses em Florianópolis. A agência dá '
moradia e alimentação, eos lucros divididos meioa meio. Camila j,á tent?llsair, mas quando a cnse
aperta elas sabem onde.encontrar dinheiro fácil("dinheiro que entra fácilsai fácil"). O_que os
clientes mais pedem é para transar sem camisinha,mas é como ela já respondeu: "Eu posso até transar, mas amanhã, com todo o dinheiro eu não posso me curar da Aids' .
Existe tambémquem trabalha sozinhonesse ramo.Eo caso dostravestis que fazem ponto nas principais ruas dacidade. Segundo os próprios clientes, algunschegam a dar "um banho" 'em muita mulherbonita. Nívea, 42, não émodelo de beleza, mes
mo assim dá pra faturarCR$ 10.000,00 por semana. Atendente em um
, .hospital da _ grande Florianópolis, sentiu o homossexualismo aos 13anos, e com 16 começoua fazer pont\). A maioriados clientese deicasados,pessoas que procuramsair da rotma de um relacionamento desgastado,e encontram neles a liberdade de não serem cobrados por nada quequeiram, t-é uma coisaanimal"). Apesar de alguns problemas com a
polícia, ela não encara o
trabalho como uma profissãO: "faço porque gos-
relação entre dois menores - conhecida entre os meninos como "troquinha" - enquanto ele se masturbava.
A prostituição e as drogas fazemparte da vida das crianças na rua. Aex-prostituta V. A., mãe de dois filhos,relata que foi estuprada por policiaiscivis aos 13 anos em Itajaí. V. A., umaadolescente de estrutura franzina, sustenta que o primeiro estupro aconteceucom quatro policiais, "Eles me pegaram, apontarani um arma e me obriga-
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ram a transar, eu ainda estava grávidade 1 mês". Ela ressalta que havia cocaína no bolso dos· policiais.
A ex-prostituta permaneceu pordois anos na extinta Fucabem, ("ondea, droga rolava solta"). Ela recebeuorientações sexuais, mas se julgava
, "descabeçada", devido à pouca idade.Nos programas da ex-prostituta, o sexoera praticado de forma tradicional, conhecida como "papai-mamãe". Suasrelações duravam no máximo 15 minu-
, tos e se cobrava um mil cruzeiros reais.V. A. vem de uma família pobre, comproblemas: seus irmãos são ladrões; algumas de suas irmãs vivem da prostituição e envolvem-se com drogas; e a
mãe é aleijada. Eles moram num becono centro de Itaja] onde circula drogaabertamente nas mãos de crianças de3 ou 4 anos. V. A. preferia atenderà clientela mais tradicional nos bares·onde freqüentava, no bairro São Vicen-:te, Rio Bonito e beira do porto. "Osmarinheiros e os gregos são muito estú-pidos" , justifica; .
Os bares são os lugares preferidosdas menores. Em um deles, próximoao porto de Itajaí, vive a menor E ..
Ela paga sua hospedagem e alimentação em troca do seu corpo. Neste bar,segundo a ex-prostituta, há portas nos
fundos para fuga. Os policiais avisama proprietária do horário da batida. Nos.últimos meses de junho e julho, nãohouve nenhuma ocorrência da PolíciaMilitar registrando prostituição de menores. V. A. nunca foi procurada porentidades assistenciais. Mesmo sem
orientação optou por não voltar paraa prostituição. Já a menor E. contínuase prostituindo no bar.
Texto: Daniela Maia FortesJllD8Úla Darós Juvenal .
_ Fablana Laell 8enhke
to".O mercado edito
rial, também como o devídeo, vem recheado denovidades. A rapidezque novos títulos sao lançados 'chega a espantaraqueles que acreditavamqua a AIDS Jogana. uf!lbalde de água fria, pnncípalmente na produção devídeos. A qualidade, ocuidado nas produçõesgarantem às locadorasprateleiras vazias.nos fi-
nais de semana, no setorfilme eróticos, principalmente agora que estãopara chegar ao mercadoos filmes com duas horasde duração, os chamadoslongas metragens. Osaficcionados do gêneroconhecem os principaisdiretores, as atrizes maisimportantes e conse-
_
guem citar -os clássicossem muito esforço. Oque já não acontece comas revistas. A variedade
-
não vem acompanhadade qualidade. Mesmo as
sim a procura nas bancasé grande. Para Roberto'Nunes, dono de umabanca de jornais. é uma
mercadoria que não encalha: "tem revista que ésuja mesmo; às vêzesatéeu fico com vergonha. sóque tenho que vender�
Adriana FermIanoMélnlca ProençoRubens F16res
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
Cineasta prepara seu.
_
.
novo curta metragemApesar da crise na Em
.
brafdme e em toda área dacultura brasileira, este cineasta radicado na Ilha, fezcom que seus curtas metra
gem ajudassem a segurar ocinema nesta época.
Paredes, com seu talentoe persistêncià manteve-se na
+'ativa", ganhando prêmiosinéditos para'Santa Catarina com o rdme "Desterro" •Agora não satisfeito Paredescomeça a rodàr seus doeumentários sobre o episódioacontecido em Florianópolis .
no dia 30 de novembro de1979. "NoveJllbrada promete buscar,consciência políti- ..
ca nas pessoas ao relembrartamanha violência prativada.pelo General Figueiredo e
seus aliados".
Alfredo Ramos
�tênio Stein
sua empresa ADP System, Monopolizando assim, uma boa parte do mercadode comunicação do País.
Com o advento do Mercosul, abrese a perspectiva do grupo conquistar umespaço nos países do Mercado Comumdo �ul! o que P!eocupa o pr�sidentedo sindicado dos Jornalistas, pors a "tendência, se não houver-uma mudança naconstituição brasileira, é que aconteçaa massificação da informação". Vicenzifinaliza dizendo que seu desejo, entretanto não é a destruição da RBS, e sim,que haja uma legislação que permitamaiores condições de concorrência e a
distribuição de concessões a fundações,universidades, sindicatos, igrejas, etc.
!
O Grupo RBS, entretanto, nãoconcorda com as críticas. Derly Anunciação, diretor executivo do Diário Catarinense, lembra que a palavra mono
pólio, no dicionário, significa "direitoexclusivo de exploração de um serviço".Para ele, as empresas que se enquadram
,nessa classificação são estatais como Petrobrás, Eletrobrás, etc. "Se estamoscom o dobro de audiência das outras
. redes juntas, isso quer dizer gue esta.mos atingindo um objetivo. Afinal, nossa meta é Iiderar os mercados em queatuamos". E complementa: "em SantaCatarina, temos 25 jornais de circulaçãodiária, e só depois pertencem à RBS.Temos mais ou menos 140 emissoras derádio, e somente sete do grupo. Essesnúmeros não demonstram que temos o
"monopõlio" .
Liberdad de ExpressãoEla gerou obras importantes, mas a censura anda solta por aí
"Infelizmente só se faz cinema '
com dinheiro na mão", segundo" Eduardo Paredes; paranaense, 37 -
anos há 13 radicado em Santa Catarina. Aos 16 anos, quando nãosabia o que fazer da vida, Paredesfoi presenteado, pelo seu tio, comwna máqUina,fotográfica, fato es
te que o despertou para sétima arte.
Após trabalhar 6 an� como
repórter fotográfico em vários jornais do PR,�ssou no curso de
. jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Curitiba. Mes- Fernando Collor, que assumiu o
mo sem concluir o' curso, pois já .poder, mudando toda política ecotinha o registro profissional como nômica, fazeMo com queospatrofotojornalista. Foi em 1978 o seu cioadores desistissem dos investi-1: contato. "real" com clnema; mentos na área cultural.com o filme "Maldita Concidên- Julho de 1990, dêpois ele se
cia" considerado oa época, under- ver obrigado a vender seu auto
ground, Logo depois, ·fez vários móvel Fiat 82, para não parar a
cursos, oficinas, em F1orUmópolis, produção, Paredes conseguiu finaSão Pauio, Rio de Janeiro; e quei- Iizar o filme com a, aquda ,finanmoo muita "pestana" para poder ceira .!lo governo' de Santa Cata-
i '�sacar" os conceitos dos cinemas rina e prefeitura de Florianópolis.,
alemães, americanos; e ingleses.''
� Ele entregou a primeira cópia do
Finalmente, em 1989, após 11 iilme à comissão organizadora doanos de trabálho, Paredes achou. Festival de Gramado.
.
que estava preparado para a es- No diá 18 de agosto o filme '
tréia do filme "Desterro". Para foi exibido pela primeira vez, nO
ele, este filme 'oi um "ato de desa- Brasil, apesar .de já estar sendobafo e uma homenagem ao povo . comerciali,zado no exterior e terda Oba, que teve seu nome usur- ganho prênuos para Santa Cata
pado pelo maior carrasco do Bra- riDa. "Desterro" abriu inúmerassiI, Marechal Floriano Peixoto". portas para o cineasta Eduardo
Foi unia fita dificU de ser pro- Páredes, que já está se preparandoduzida, pois se trata de um filme para um estágió' na Europa.'Osde época, onde é neceSsário buscar cursos são de roteiro e direção,informações. ESSe periódo de fina- na Itália e oa Espanha. $e admitelização coincidiu com a posse de. que sua voc.o é mesmo traba-
Se a liberdade de expressãoao longo da história forjou obras'sublimes nas mais diversas áreasda atividade humana .:._ literatura, música, teatro, cinema -:-, éinegável também que contra elamuitas injustiças e atrocidades jáforam cometidas, principalmentedurante os re�imes políticos deexceção. Naditadura militar implantada no Brasil a partir de1964, por exemplo, não forampoucos os livros, os filmes, as peças teatrais e as composições musicais censurados, com seus autores sendo perseguidos, presos,exilados, torturados e até mortos.
E dentro desse contexto se
inclui, com maior ênfase, a Imprensa, uma das vítimas maiores
,da violência e arbitrariedade praticadas pelo autoritarismo dos poderosos, mesmo nos dias atuais,conflitando com os avanços da democracia -.Mas o ódio contra a Im-
prensa no Brasil é secular, e podeser detectado desde' a época doimpério. Provas documentaisatestam que o Marechal Deodoroda Fonseca, o proclamador daRepública, apoiou o empastelamento do jornal A Tribuna; queo .presidente Epitácio Pessoaachava que "coagir o pensamentonacional' era uma tarefa meritó-,ria; e que o presidente Artur Bernardes mandou encarcerar uni-jornalista por longos meses, sem
processo nem culpa formada,após que�er SUb*á-l<;>,.
e come
teu um cnme de g nocídío ao au
torizar o bombar '0 de São Paulo' em 1924, causando a morte dedezenas de velhos, mulheres e
crianças,O jornalista Fernando Jorge,
em seu livro "Cale a Boca, Jornalista!", pulveriza o mito CarlosLacerda democrata. Informa comprovas insofism�,,(lis:_�!:-acerdal
Jornalista.solta o
verbo e acaba preso:.
"Sem conhecer o passado ninguémé capaz de formar uma opiniãopolítica". (Eduardo Paredes)
Um dos pressupostos maiscaros dademocracia é a existênciade uma imprensa livre. No Brasila história é repleta de episódiosexemplares nos quais a imprensapratícamente assumiu a vanguarIda das grandes questões nacionaisao comunicar a sociedade com in-
. formações relevantes sobre os escândalos de todo-tipo e qualidadeque pontuaram os últimos governos. A própria Constituição Federal, no seu artigo 5, incisos 6�e�, garante a livre manifestaçãoe expressão do pensamento em
atividades intelectuais, artísticas,científicas e de comunicação, independente de licença ou censura.
.Entretanto, .em Itajaí, o jor
nalista e advogado Dalmo Vieira,64 anos, diretor do jornal"Diáriod? Litoral", penou durante 24dias no cárcere da Cadeira Pública por suposto atentado à moralpública e aos bons costumes, acusado que foi pelo prefeito municípal Arnaldo Schmitt Júnior. Aprisão prevéntiva do jornalista,decretada pela juíza Marly Mosímann Vargas, originou-se em re
portagem publicada em 17 de julho último, na qual Vieira relatouurn caso oconndo na década de60, quando urna freira teria sidoflagrada em pleno ato sexual comum enfermeiro, fia .cozínha doHospital Marieta Konder Bor-nhausen. .
"Não é só pela irreverênciada linguagem do jornal que fuipreso. Na verdade venho denunciando irregularidades e atos decorrupção em diversas esferas dopoder público e privado da re-
Ihar com fatos históricos.Paredes agora está f"malizan
do outro filme da história nacionál
"Novembrada", "que mostra a.�de vivida pelo povo Doria
nopoUtano nodia trinta de novembro ,de 1979, na praça quinze denovembro". Um protesto exacer
bado, feito por estudantes e cida-dãosanônimoscontrao presidenteGeneral Figueiredo. "Este fato fezo povo, que já nã(faguentavamaistanta pressão, sofrer uma catarse
positiva, aqudando a iniciar emFlorianópolis os protestos que se
estenderam em todo o país, pelófim do regime miUtar pós 64".
"Novembrada" será rodadoem forma de documentário e está
orçado em 30miI dólares, que Paredes já conseguiu. Para, este eí-
.
'neasta o que importa em seus fiI-I'
mes é. despertar nas pessoas a·
consciência desses fatos históricos,pois sem conhecer o páSsado ninguém é ca� de formar u.... opinião política�
.
gião", argumentou Dalmo Vieira; que já enfrentou mais de 30processos durante os 14 anos emque mantém o jornal. Nesse período teve sua casa metralhada e
a redação do jornal empasteladasem que tenham sido descobertosos autores. ..
Dalmo, libertado por habeascorpus, estã entrando com representação contra a juíza que decretou sua prisão, pófabuso de poder. A inexistênci� de prisão preventiva na Lei detImprensa; tersido conduzido aI�emado; o con-.finamento em cela comum, são
algumas das írregtâaridades rela- .
cionadas pelo joràalista no processo.
D$lo vaip� � Juíza
. quando era g,overnador do Esta:do de. Guanabara, procedeu co
mo um fascista, pois mandouI
apreender .o Correio da Manhãe outros jornais. Além disso, notempo do Estado Novo, ele rece
bia dinheiro do DIP - Departa-:menta de Imprensa e Propagandapara ficar a serviço da ditadura:' .
O órgão foi criado pelo próprioGetúlio Vargas para fiscalizar. osjornais e censurá-los quando julgasse necessário. Outros fatos dolivro dignos de serem mencionados: os socos de Leonel Brizolana cara de David Nasser; o pulodo general Newton Cruz em cimado repórter Honório Dantas (gritando a frase "Caie a boca, jornalista!", utilizada como título do
livro) e os suplícios bárbaros�:gidos durante o governo Médiciaos jornalistas Rodolfo Konder,Miriam de Almeida Leitão Netto,Renato Oliveira da Mota, José
Augusto Pires, Antônio CarlosFon, Frederico Pessoa da Silva e
Wladimir Herzog. Este último,após ser preso ilegalmente, foitorturado e morto em '1975 nos
porões do.Doi-Codi.No final da década de 70, de
vido.
a um processo baseado na
Lei de Imprensa, o repórter daFolha de São Paulo Ricardo Kotscho, chegou a ser condenado a
"
um ano e quatro meses de prisão,mas obteve a suspensão condicionai da pena. Em seu retrato deurna época de terror, Kotscho re
lata: " ...era raro .o fim-de-semanaem que um jornalista não desaparecia misteriosamente no prosaico trajeto entre a casa e Q trabalho". No início dos anos 80 quatrojornalistas, responsáveis pelosdiários Gazeta do Vale, de Itajaí,e Afinai; de Florianópolis, viramse enquadrados nos artigos 14 e
. 33 da Lei de Segurança Nacional.Haviam reproduzido matéria da
, Hora do Povo sobre as autoridades que possuíam conta bancária
, naSuíça, na qual constavao nomedo governador Jorge Bornhausen.
As bombas também não faltaram na história do jornalismobrasileiro após a revolução de 64.: ,
bomba na Associação Brasileira.de Imfrensa, em 1968; bomba noJorna do Brasil, no mesmo ano;bomba no Correio da Manhã, em69; bomba no semanário Pas
quim, em 1970 (duas vezes, em. março e em maio); mais .uma
.bomba na Associação Brasileirade Imprensa, em .76; bomba no
periódico Hora do Povo, em 80.Por tudo isso e muito mais,
o abuso de autoridade e a agressão refletem a concepção que vârias autoridades fazem da imprensa e dos meios de comunicação.E mesmo os ares de democraciaque passaram a soprar' no país
. não conseguem evitar que as arbitrariedades e a censura continuema ser cometidas.
r
o Grupo Sirotsky decideos caminhos da informaçãoo
RBSA Rede Bra- emissoras estão presentes em 7'19.374
.
sil Sul atualmente domicílios com TV no estado, obtendo'comandada por' 63% de audiência média (estimativa deNelson Sirotsky, 1991).
atinge um mercado de 13.5 milhões de Conforme pesquisa Ibope, durantepessoas, através de suas 56 empresas o h?rário nobre, de c�da �O pe�soas quede comunicação espalhadas nos estados assistem TV, sete estao s�Ato�lZadas nado Rio Grande do Sul Santa Catarina RBS, 70% do total da audiência, contraParaná Rio de Janei�o São Paulo � 30% das outras redes juntas. SegundoDistrit�Federal.' Vicenzi, estes números representam um
O grupo Sirotsky.jiascido em 1975 "9uasemonopólio" da�S TV em fun
com a Rádio Gaúcha de Porto Alegre, çao dela ser retransmissora da Rede
não é diferente dos outros controlados Globo.
por outras poucas famílias (8), que de- Mas a RBS n�o' se restringe à televitêm os meios de comunicação do País, são. Ela controla também 7 rádios -conseguidos através da barganha e dos duas AM (Diário da Manhã -'- Floriafavores políticos. O presidente do Sindi- nópolis e Princesa de Lages), e cincocato dos Jornalistas Profissionais de FM (Atlântida de Florianópolis, BluSanta Catarina, Celso Vicenzi, lembra menau, Lages e Chapec6, e a Rádioque em quase todos os países, inclusive Itapema, também na capital). Além disos do chamado 'primeiro,mundo' que so, possui dois jornais: o Diário Cataríeles gostam tanto há uma legislação res- nense (DC) e o Jornal de Santa Catatritiva quanto à distribuição de conces- rina. O DC foi o primeiro no País a
sões a veículos de comunicação. Porém, trabalhar com composição e edição eleaqui permite-se essa concentração: uma trõnica e hoje é o de maior tiragem domesma família ou grupo pode ser pro- estado, com 36 mil exemplares/dia. Já
� prietãrío de canais de rádio e televisão, o Santa pertence ao grupo. desde o diaJornais e revistas. Isso é que é uma ques- primeiro de, setembro de 1992 e vemtão de se�urança nacional, passando por renovações que obvia-
A Venus Platinaêa dos Pampas en- mente visam aumentar sua' atual tiratrou no ar em Santa Catarina no dia gem de 20.()()() jornais diários. '
primeiro de maio de 1980, com a TV A cada ano que passa, a Rede BraCatarinense de Florianópolis. Depois, sil Sul se expande ainda mais. Adquiriu.comprou a TV Coligadas de Blumenau, os direitos de comercializar os sinais dea TV Cultura de Chapecó e a Compa- TV a Cabo em SC, representando a
nhia Catarinense de Rádio e Televisão Globo Sat, através da "Horizonte Sul",(hoje RBS TV Joinville) essas quatro e entrou no ramo da informática <:O�
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
OU comprar rãdío, TV e
jornal, ao mesmo tem-
po).Para encaminhar as
deliberações do encon
tro, foram criados gruposde trabalho por região,com seus respectivos propósitos. Os principais'são: Universidades deBrasília ....,.- Lei da Informação Democrática;Universidade FederalFluminense - Agência e
Rede de Notícias; Unisinos (Universidade doVale dos Sinos, RS) -Publicações; FaculdadeTiradentes (SE) - Banco de Temas. Os alunosde Jornalismo da Univalificaram com o tema dasescolas pagas. São res
ponsáveis por um levantamento dos cursos decomunicação em todo o
país, suas situações, valores de mensalidades e
atuação em pesquisa e
extensão. O intuito é divulgar as experiênciasbem sucedidas e aproximar os cursos.
O próximo Enecomserá em São Luís (MA),Belém (PA) ou PortoAlegre (RS). A decisãovai ser tomada num en
contro de representantes, em Vitória (ES),agora em setembro. .!
- .
Enecom reúne mais de dois mil estudantesDurante uma sema
na (l8.a 24 de julho), alunos de comunicação so
cial de todo o Brasil se. reuniram em Recife (PE)para discutir sua linha deatuação e. o posicionamento diante de importantes temas nacionais.Discutiu-se a votação daLei de Imprensa no Congresso Nacional é, conseqüentemente, a luta pelaaprovação da Lei da Informação Democrática(LID), que leva a assina'tura do Deputado Federal Zaire Rezende(PMDB-MG).
Foi o ENECOM(Encontro Nacional dosEstudantes de Comunicação), integrando estudantes do Pará ao RioGrande do Sul, com cer
ca de 2 mil participantes.:Entre eles, 40 alunos daUNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí). Este evento acontece anualmente no'mês de julho,
, Mesmo com as dificuldades de organização (oReitor da. UniversidadeCatólica de Pernambucoretirou seu apoio'dias antes e proibiu que o eventofosse realizado em suas
dependências), o encon
tro foi proveitoso paraApresentação teatral em intervalo de palestras. (Sadi, do Rio) guem_ est,av,� realmente
O Sul, O Nordeste ou oDos nordestinos en
Itrevlstados, 870/; sãoI contra o separatismo doSul do Brasil; 10% aindanão formaram opinião e
'apenas 3% se posicionaram a favor. A respeitoda onda separatista doNordeste, 58% são con
tra; 40% nunca ouviram.
falar e somente 2% sãofavoráveis.
A maioria'acha queo separatismo do Sul éum movimento muito organizado e conta a parti
;éipação ativa da popula-ção. A televisão, veículocom maior capacidadepara formar opinião, nãocostuma apresentar dados sobre o número depessoas que apóia os grupos separatistas, e queparcela da população será beneficiada.
"Seu" Elias GuedesLima, 46, guardador decarro em Recife, ouviufalar do separatismo doSul no Jornal Nacional(Rede Globo). Ele se posiciona contra a separação e utiliza o argumentodos separatistas paracqntra-argumentar: "OSul produz mais alimentos e ajuda o Nordeste.Com a separação, nós vaIDQS ficar mais _P..QbJes
mteressaoo em novas experiências como, porexemplo, os estudantesda Universidade Federaldo Pará. Eles mostraramcomo se organiza um grupo para participar de umencontro nacional. Alémde discutirem ativamente, mostraram sua cultura, com apresentações deteatro, danças típicas e
pesquisas.A Universidade Fe
deral Fluminense, de Niterói (RJ), também apresentou um belo trabalho.Os alunos montaramuma agência de notíciascom o apoio financeirode entidades ecológicas.Outras escolas de comu
nicação também queremter sua agência de notícias. Para isso, há o projeto de Daniel Herz (militante do Fórum Nacional pata a Democratização da Comunicação) para fazer uma rede de notícias, onde os, universitários de todo o país poderão trocar informações.Os estudantes de PortoAlegre, com o auxílio deHerz, iniciarão o projetoainda este ano. AUnivalitambém tem alunos res
ponsáveis por tentar im-:plantar a idéia. .
. No dia 20, na Câmara de Vereadores de Re-
cife, houve uma audiência pública para discutira,LID, com a presença.do Deputado Federal Pi- .
nheiro Landim (PMDB),relator do Projeto da Leide Imprensa, que serávotado ainda este ano.
Foi a terceira audiênciaque o Deputado Landimparticipou (as outras foram em Brasília e Forta
leza) para contemplar a
maior parte possível dasociedade em seu parecer.
Landim ouviu atentamente José Carlos Rocha, professor da USP(Universidade de SãoPaulo) e representanteda Executiva do FórumNacional para a Democratização da Comunicàção. Falaram, também,representantes sindicaisde áreas da comunicaçãoe estudantes, principalmente de jornalismo. ALID prevê a liberdade demanifestação do pensamento, o direito de provar a verdade, garantiasprofissionais aos Jornalistas, a possibilidade dacriação de rádios e tevêspúblicas (livres), a regionalização da produçãoem rádio e televisão,além de.proibir monopólio, oligopólio ou multi-
.
mídia (obter concessão
Brasil é omeu país?
ainda porque eles nãovãomais ajudar a gente"":�"Seu" Elias nunca ouviufalar em grupos separatistas do Nordeste, poisa televisão não dá desta-:que.
Sandro Moraes, 29,jornalista, é totalmentecontra o separatismo porconsiderá-lo como um
"bode expiatório" parase .tentar explicar a atualcrise no país. Ele entendeque o Sul discrimina o
Norte/Nordeste. De. Olind�,- Sandro manda
um recado: "Estão procurando justificar a crisecolocando a culpa no primo pobre".
Uma das três pessoas que se posicionarama favor de separar o Sulfoi a alagoana Márcia Lima! 19, estudante de jornalismo. "O povo do Sulse acha auto-suficiente,mas o Nordeste tambémtem condições de se desenvolver sozinho. Seeles não querem vivercom a .gente, nós podemos viver��m eles, Além
disso, já somos separados mesmo", concluiMárcia.
É fundamental destacar que, no Sul, há os
que queremmesmo separar a região e criar umpaís. Mas há um outro
ponto muito discutido: aproporcionalidade da representação no Congresso Nacional. Um deputado federal se elege com
cerca de 3 mil votos no
Amapá e não se elegecom 300mil em São Pau-_lo, por exemplo. E hã
Recife vista do alto de Olinda. Há quem nãoa queira em seupais .
.
..
.
uma pressão para que isso se modifique por meio.de votação, no Congresso. Daí rorque a reformaeleitóra e a reorganização federativa (mais au
tonomia aos estados) às .
vezes se confundem comomovimento separatista.Um dos que defendemestas idéias é o grupo "OBrasil é o meu país",criado em Joinville paracombater o separatismo.Sua carta de princípios cita a federalização dos Estado! Unidos e a adoção
do voto distrital como os
pontos principais para a
organização sócio-política brasileira.
No Nordeste' também há grupos separatistas, mas eles foram criados em represália aosmovimentos do Sul. Alguns encaram este assunto com ironia e outros fic� furiosos pelo descaso com que o Nordesteé tratado. '.
Texto e ·fotos: Eduardo Wene1ba_n
6Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
Cor.da pele faz. a diferença socialNegros e brancos vivem umaguerra fria de racismo disfarçado
Na sociedade de hoje ser branco é uma
questão de honra. Esse pensamento acom
panha não só as pessoas de pele clara, �asos próprios negros, de acordo. com pesquisanacional do Instituto Gallup. Enquanto na
África do Sul existe um apartheid claro e
declarado, no Brasil o racismo vem escon
dido atrás de atitudes. Esse sentimento de
superioridade da raça branca fica ainda maisacentuado, tratando-se da região sul do País.
O censo de 1980 revelou que 7% da po-, pulação de Itajaí é negra. Apesar disso, �saproximadamente dez mil negros do muni
cípio correspondem a 35% das pessoas cadastradas em entidades de assistência à população de baixa renda, com ganhos de no máximo dois saláriosmínimos. Em cargos públicos de destaque, a presença de negros é rara.Na Câmara de Vereadores por exemplo,existem três negros, um recorde na históriado poder legislativo. ., . _
"A dificuldade de atingir altas posiçoesacompanha o negro desde criança", afirmaJosé Bento Rosa da Silva, membro do Movimento Negro Tio Marco, de Itajaí, criadopara combater o racismo, divulgar os casos
de discriminação e promover o res�ate dacultura negra. Em cinco anos de' existênciao movimento já defendeu vários casos dere jeição a negros que foram impedidos deentrar em clubes ou de concorrer a empregos.Um dos casos mais recentes foi o da estu
dante de EStudos Sociais, Gabrielade Souza.Ela foi impedida de preencher uma ficha .desolicitação de emprego no Banco Américado Sul. O gerente Sun Yui Lin, alegou que
,
a instituição não estava precisando de funcio-
nãrios e que não existe racismo no banco."Temos seguranças e vigias negros", afirmou.o bancário.
Para o ativista Bento, que também é
professor universitário "O próprio negro sente-se rejeitado já na escola; o padrão de beleza difundido no mundo não é o que ele vêno espelho. O homem de pele escura procurater relacionamento com mulheres brancas
porque elas estão dentro do estereótipo euro- .
peu", .
- -.'Gilberto e Cleide namoram há sete me
ses e estão há um noivos. O. casal sente na
pele o racismo da sociedade. "Não foram
poucos os empecilhos neste relacionamento,até as nossas famílias ficaram chocadas a
princípio, "Beto como é conhecido afirma:estamos fora do padrão social, por isso écomum andarmos na rua sendo observadospor olhares surpresos das pessoas", Beto é,
negro e Cleide branca.Nos últimos tenipos a televisão, os jor
nais e vários veículos de comunicação têmabordado o tema. São histórias de discriminação que acontecem todos os dias nas ruas.Numa enquete realizada pela equipe do jornal "Cobaia" no centro de Itajaí; cinqüentapessoas foram consultadas.A pergunta princial "Voce se considera racista?" Setenta e
oito por cento responderam que não. Masa segunda 'pergunta questionava, "Você se
casaria com pessoas de outra raça? Mais dametade acabou confessando que teria dificuldades de enfrentar um relacionamento destés. A enquete abordou apenas pessoas depela clara.
.'.
Texto: Roberta Dietricb, Marta Vizzottº,-VOQ)ar FeUclo
Calouros esperam qualidadeApós anos de estu
do, chega a hora do vestibular. Todos os candidatos buscam pontos, na
tentativa de conseguir o: seu lugar na universida; de. Apesar do nível ter'sido considerado médiopelos próprios candídatos as provas de física e
matemática apresenta. rammaior dificuldade.
Mesmo não se preparando, Scheila Maristel Michel tinha esperança de passar, e hoje cursa
lo 1� período de Comércio
Exterior. "Este era o cur- sos iniciaram as aulas noso que eu queria. Agora colégio Pedro Paulo Feliespero viajar bastante e pe, longe dos corretores
alcançar os conhecímen- da UNIVALI..
tos necessários para tor-/ Conscientes de' que
.
nar-me uma profissional as dificuldades serãode qualidade", declarou. muitas durante o decorZaira Garcez fez a sua rer dos semestres, os' caprimeira opção pra Di- louros mostraram-se disreito, porém passou em postos a enfrentar o preEstudos Sociais, Ela pre- ço das mensalidades e
tende cursar o primeiro das passagens de ônibus.período, transferindo-se Segundo Scheila, "tudoposteriormente. depende de cada um",
Apesar de aprova- considerando-se tambémdos no vestibular, os ca- a estrutura e a boa qualilouros dos diversos cur-
...
dade de ensino que o cur-
7
Pedro PauloPhilippi: o :
.decepcionanteingresso àuniversúlode
so lhe apresentar,' alémdo apoio por parte da
.
universidade. �'O importante, não é procurarcriar novos cursos, mas
sim dar condições de es
truturação, a fim de queos já existentes ofereçamcondições para que o aluno torne-se um bom pro-
.
fissional", disse o aluno.A primeira visão do
calouro, ao chegar a
UNIVALI é decepcionante, pois a expectativade convivência com o
ambientéuniversitãrio sóacabará quando estiverem no segundo período ..Porém a sensação de seruniversitário os faz se
sentirem maiores e maisinteligentes, pertencentes a uma classe pensantede uma sociedade.
Texto:' André SilveiraAlexandre LettiKrisley de Aquino Rosa
"
"
.Isolamento entreUnivali e 'calouros
Todo início de' se- .dade. AalunaKarina, do
mestre na Univali, Uni- primeiro período de Peversidade do Vale do Ita-
. dagogia, diz que a distânjaí, acontece o mesmo cia atrapalha. Se quizertranstorno. A falta de es- mos pedir alguma opitrutura física do Cam- nião fica mais difícil. Nãopus-1 obriga que os pri- temos noção das coisas" .
meiros períodos das fa- Segundo os alunos a es
culdadesnoturnas sejam trutura não atrapalha,deslocados para outros mas a falta de convívioestabelecimentos de en- sim. Leonidas fala quesino. Neste semestre 11 não sobe o que está aconcursos tiveram seus ca- tecendo na universidade,louros conduzidos a Es- pois não conhece nincola Básica Pedro Paulo guém lá.Philippi, distanciada 500 Outro problema en
metros da Univali. Os es- frentado pelos calourostudantes ficaram subme- .que não estudam dentro.tidos ao isolamento do da universidade, é o temconvívio universitário. po desnecessário que
O estudante, Leoni- gastam quando precisamdas Guziviak, calouro do de serviços.como a biCurso de Comércio Exte- blioteca. Conforme a
rior, não sabe explicar aluna Karina, "não é jusporque está estudando to ficarmos tão longe dafora da Univali: "Nos biblioteca. Não temosdisseram que o trote-esta- tempo para nos deslocarvamuito violento, por is- mos até lá durante o peso nos colocaram aqui. ríodo das aulas. PrecisaOutros nos dizem que- mos pedir para quem es
não há salas disponí- "
tuda no campus pegar liveis". O afastamento dos vros para nós". A faltacalouros gera grande fal- de informações por parte .
ta de comunicação entre da secretaria não 'foi daseles e os veteranos e até melhores, comenta Kari-com a própria universi- na.
;
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
o alcoolismo pode serr- considerado uma compulsão física aliada a uma obsessãomental. Um alcóolatra tem um
_ desejo físico, bem distinto, .deconsumir mais álcool _
do queé capaz de controlar. Ele nãosabe parar de beber. Estádoente, mas não percebe. Éportador de uma doença incurável, porém, comomuitas outras enfermidades, pode ser estacionada.
Segundo a OrganizaçãoMundial da Saúde, 10% da população do mundo é alcoólatra. E apesar de todo avançotecnológica da medicina, ela _
pouco pode fazer. O alcoolismo não tem cura:O único tratamento oferecido em um hospital é o de desintoxicação. Para se livrar do problema, somente através da força de von-tade.,
-
-
_ Determinação e força devontade não faltam aos Alcoólicos Anônimos (A.A.), umairmandade de homens e mu
lheres doentes de alcoolismo.Possui cerca de 2 milhões demembros em todo mundo,compartilhando suas experiências e problemas comuris. Estefoi o caminho por eles encon
trado para a recuperação .
. O 1� A.A. foi fundado em10 de junho de 1935, duranteuma conversa entre um corre
tor da Bolsa de Nova Iorque,Bill, e um médico daquela cidade, Dr. Bob, ambos comproblemas com o álcool.
Hoje, o A.A. existe em
136 países domundo, commaisou menos 86.000 grupos. Destes, 130 estão estruturados em
Santa Catarina. Em Itajaí há7 grupos com uma estimativa'de 2000 integrantes.
Para se ingressar nos AI-
o drallla do álcoolo alcoolísme atinge lO%. .da humanidade
coólicos Anônimos, antes detudo a pessoa precisa estarconsciente do �eu problema, edesejar conqUistar a sobriedade. E difícil imaginar que o sr. -
G., de mais oumenos quarentaanos, tenha sido um alcoólatra:"A ciência médica descobriuque o alcoolismo é uma doençaprogressiva. Ver um pai,. u!Desposo, sempre bêbado e tnste. Eu era doente e minha família não sabia. Eu não bebiacachaça, só whisky, e mesmo
bêbado, fazia propaganda doA.A.cDiz um ditado: 'Quandonão é pelo amor é pela dor'.Em 1975, fuiatropelàdo quando estava alcoolizado. Levei 50pontos na cabeça, perdi a me
mória. Voltei para casa e bebi,um dia depois joguei todas as
bebidas fora. Desde então eu
participo do AA." ,
Sendo uma entidade semfins lucrativos, vínculos religiosos ou políticos, o AlcoólicosAnônimos não recebe doa-
ções. Também não faz promessas. Seus integrantes procuramviver um dia de cada vez; sembeber o primeiro gole. "Se eu
não tivesse encontrado o A.A, não teria sobrevivido. Senti que podia me manter s��rio,mas precisava me modificar.NoAA., descobri uma irman- _
dade �spiritu�l, e o cres�imento espiritual � abase sóh.�a ��uma abstinência tranquila ,-
assegura sr. S. -
_ _
Talvez a família seja quem
Univali na boca do povoHá dois anos o curso de
Odontologia da Univali desenvolve _ um programa de atendi-
,
mento à comunidade de Itajaí.Com um fluxo de aproximadamente quarenta - pacientes pordia, o atendimento é feito pelosalunos que já estão nas fases finais do curso, acompanhadospor professores. Este trabalho édesenvolvido em-convênio com
o SUS - Sistema Unificado deSaúde.
_ O convênio não destina_verba definida para o programa.Ele cobre uma parte dos custos'de material didático utilizadonos tratamentos, e remunera
mensalmente a universidade pela produção acadêmica. Alémdos casos considerados rotineiros são feitos atendimentos es
pecializados como próteses, -cirurgias e tratamento de canal.
, Em convênio com o SUS, a Univali é aüníca instituição na cidade que presta este tipo de atendimento de forma gratuita (os postos de atendimento do município realizam apenas extrações e
restaurações), Porém, nem todo<> material didático é custeadoPelo SUS. Assim, 9 que fica fal-tando é trazido pelos alunos. Estes materiais, que não estão in-
S
cluídos nos custos das mensalidades, hoje em tomo de vintee dois mil cruzeiros reais, agulhas, filmes para raio-x e outrosnecessários. -
Infra-estrutura: .0 curso deOdontologia da Univali possui'hoje duas clínicas de atendimento com vinte e doisequipamentos em cada uma; duas pré-clínicas, onde os alunos vão treinando em modelos antes de tratar os pacientes, ainda: oito boxes com aparelhos raio-x e um
laboratório que produz materialdidático, modelos de boca, dentes, gengivas, etc. De acordocom o protético responsável pelo laboratório; Sérgio Souza Jumor, esta é uma forma de reduzir os custos, já que não é necessário buscar fora da universidad o material e pagar mais pore e (além de ser um produtouito usado pelos acadêmicos).curso tem também uma sala
ci'
rgica equipada com apareIh s de tecnologia aval!çada e
u á outra, em fase de implan-tação. .
-
-
A clínica funciona de se
gunda à sexta-feira e no atendimento varia de seis meses a um
ano. Inicialmente é' feita uma
triagem entre os pacientes e as-
sim-que os' trabalhos vão sendoconcluídos, novas pessoas sãochamadas. Com uma estrutura
qualificada entre asmelhores dopaís, a universidade entra com
o espaço físico e com o corpodocente. De acordo com o vicediretor da faculdade, Túlio Valcanaia "que seja louvado quemprecisa", ou seja, muitos benefícios adquiridos pelo curso se
devem ao diretor do curso, quesempre está em busca de novos
convênios, contratos e melho-. rias. Inclusive ele não pôde nos
dar uma entrevistá no dia -
em
que o procuramos porque estavaem Bauru, firmando novos con
vênios pára a Faculdade deOdontologia. _
Texto:Marta VlzzottoRoberta DietricbKrisley de AquinoVilmar FeUdo
-
mais sofra com a experiência'de conviver com um alcoólatra. "Um dia eu corri com umnamorado da minha filha.Completamente bêbada, eu falei para o rapaz: 'Tu és feioassim mesmo, ou levassse umap ... na cara?! Ele nunca maisvoltou", lembra dona A. Já ahistória do seu,C. é igual a demuitas outras confadas por
· aqueles com o mesmo problema: "Ao me aproximar de ca
sa, ao cruzar os umbrais daporta, eu procurava um defeitopara demonstrar o 'macho' queeu era. Descontava nos maisfracos, meus filhos e minhamulher. Eles eram uma fortaleza, agüentaram vinte anos de ialcoolismo!" .
i. O por quê do anonimato?A irmandade deve ser a atração, não as vitórias de cadaum.
Recuperação não é privilégio de todos os alcoólatras.'oelo contrário. Erico, 36 anos,esteve no A.A., porém nãoconseguiu manter a sobridade
'
.por muito tempo. "Em 78, um· amigo me levou para os alcoólatras anônimos; seis meses depois me convidou para bebercerveja. Aí, eu acabei voltandoà bebida".
- Érico ainda conta: "porcausa da bebida eu perdi muitos empregos, me separei da
· minha companheira, porquebatia nela. Eu fico muito agressivoquando bebo".
.
Assim como Érico, OclairLima, 30 anos, também convive com o problema: "nãoposso ficar sem tomar. Já bebona cama, deitado, pois a .fraqueza não me permite ficar empé".
Texto:,<:;bristiíme iii! 'OÚvelraCI,,-,dia Cristina Batscbaner
---"'__�.=-'----
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina