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Leitores e formação leitora na universidade
Ana Maria Esteves Bortolanza
Universidade de Uberaba
Resumo:
Pesquisa quali-quantitativa realizada no estágio de pós-doutorado que analisa o perfil-
leitor de universitários ingressantes no curso de Pedagogia e a universidade como
espaço de formação leitora em duas universidades brasileiras situadas no interior do
estado de Minas Gerais e do estado de São Paulo. São analisados neste estudo os
resultados de um questionário aplicado a 56 alunos ingressantes no curso de Pedagogia
da universidade pública federal do interior de Minas Gerais (Brasil) em 2011, sendo
1,78% do sexo masculino e 98,22% do sexo feminino, com idade entre 16 a 43 anos.
Entre os 56 participantes da pesquisa, 26 frequentavam o curso diurno (46,4%) e, 30
participantes, curso noturno. (53,6%). A maioria vem de escolas públicas, mais de 90%
sendo que apenas 7% frequentaram escolas particulares. Os índices repetem-se no
ensino médio. Apenas 3 alunos (5,4%) participavam de programas universitários como
projeto de pesquisa ou extensão, estágio, grupo de pesquisa. Os dados apontam um
perfil-leitor de universitários que leem igualmente em suportes impressos e digitais. Os
livros lidos são primordialmente emprestados da biblioteca da universidade ou
xerocopiados, sendo que mais 70% dos participantes da pesquisa frequentam a
biblioteca universitária. Os professores foram apontados como principais agentes
motivadores para a leitura. As leituras de impressos mais frequentes são de livros e as
leituras digitais mais frequentes são realizadas pelo site Google e outros sites de
pesquisa, de e-mails e redes sociais. Dois objetivos de leitura destacam-se: ler para obter
conhecimento e ler por exigência da escola. Os resultados parciais evidenciam que a
universidade é o principal espaço de leitura e de formação leitora para os futuros
pedagogos, portanto o papel do professor como mediador é fundamental para a
formação leitora dos futuros professores.
Palavras-chave: Práticas de Leitura. Leitura no Ensino Superior. Formação leitora.
Introdução
Apresento neste estudo parte de minha pesquisa de pós-doutorado (2011-2012),
realizada em duas universidades públicas brasileiras, situadas no interior do estado de
Minas Gerais e de São Paulo, com a participação da Universidade de Évora, onde foi
realizado estágio pós-doutoral sob a supervisão da professora doutora Ângela Balça.
Neste estudo, analiso alguns dados da pesquisa com foco na formação leitora dos
universitários ao ingressarem em um curso de Pedagogia. São analisados os dados
resultantes de um questionário aplicado no primeiro semestre de 2011 a 56
universitários do primeiro ano do curso de Pedagogia, de uma universidade federal do
Triângulo Mineiro.
Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
EdUECE- Livro 204138
Partindo do conceito de leitura como prática cultural, defino as maneiras de ler
como gestos, hábitos e espaços que se constituem, organizam-se diferentemente nos
mais diversos grupos de leitores, segundo fatores como competência para ler, normas e
convenções que estabelecem usos legítimos do livro e de outros suportes, expectativas e
interesses (CAVALLO; CHARTIER, 2002).
1. Perfil dos universitários participantes
Do total de participantes, 56 universitários, sendo 55 do sexo feminino, apenas 1
aluno do sexo masculino, com idade entre 16 a 43 anos. 26 universitários frequentavam
o curso diurno e 30 alunos eram do curso noturno. A maioria dos participantes, mais de
90%,vinha de escolas públicas. 31 sujeitos trabalhavam e apenas 3 alunos estavam
inseridos em algum programa universitário, projeto de pesquisa ou extensão, estágioou
grupo de pesquisa.
A pesquisa apontou um perfil de universitários jovens, a maioria do sexo
feminino, confirmando a crescente feminização dos cursos de formação de professores,
tendência que vem se firmando desde que as mulheres tiveram acesso à escola e ao
mercado de trabalho.
2. Perfil-leitor de universitários do curso de Pedagogia
De acordo com Cavallo e Chartier (2002), historicamente, as maneiras de ler
passaram por três grandes revoluções. A primeira revolução, no século XII, foi a leitura
silenciosa; a segunda revolução, por volta do século XVIII, provocou uma mudança da
leitura intensiva que foi sucedida pela leitura extensiva, atingindo os mais variados tipos
de impressos, em leituras fluidas, rápidas e irreverentes. A terceira revolução foi a
transmissão eletrônica dos textos que vem subvertendo as práticas de leitura, tirando do
leitor o contato físico com a materialidade do livro, ao ser substituído pela tela do
computador. Na leitura virtual, o papel do leitor amplia-se ao permitir outras
formatações, fazer recortes, alterar o texto, tornar-se coautor do texto. Nossos
universitários herdaram maneiras de ler que passaram por essas revoluções.
Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
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Entre os 56 universitários participantes da pesquisa, os suportes impressos e
digitais são igualmente lidos por 47 sujeitos, mas 6 leem preferencialmente em suportes
impressos e três preferem com mais frequência em suportes digitais. O tipo de suporte
impresso mais frequente são as apostilas (45 sujeitos) e os livros em geral (31 sujeitos).
Dos suportes digitais, a leitura mais frequente é na tela do computador (36 sujeitos),
sendo que 35 sujeitos dizem ler diariamente na tela do computador e 14 sujeitos,
semanalmente. Ao serem questionados como aprenderam a ler na tela do computador,
apenas 4 sujeitos indicaram a sala de informática da escola. 22 sujeitos possuem seu
próprio computador, os outros usam o computador da família, do trabalho ou da
universidade.
Em relação à fonte de onde buscam os livros para leitura, a biblioteca
universitária aparece em primeiro lugar (35 sujeitos), seguindo-se os serviços de Xerox
(32 sujeitos), o empréstimo de amigos (26 sujeitos) e os livros comprados em livrarias
(16 sujeitos). Quanto à organização dos materiais impressos, os livros e apostilas são
guardados em estantes (23 sujeitos), em pastas (15 sujeitos), em caixas (10 sujeitos). 51
sujeitos frequentavam a biblioteca da universidade. A biblioteca aparece como principal
espaço de leitura dos universitários ingressantes na universidade. Sobre a frequência de
leitura de livros, a leitura de 1 livro por semana foi apontada por 3 sujeitos, leem 1
livro por quinzena 12, a leitura de 1 livro por mês foi assinalada por 20 sujeitos, a
leitura de 1 livro por semestre (14 sujeitos) e a leitura de 1 livro por ano (3 sujeitos). Ao
serem indagados quantos livros haviam lindo em 2011, (ano da pesquisa), 16 sujeitos
indicaram 1 livro, 10 sujeitos declararam ter lido 3 livros, 8 sujeitos responderam que
leram 2 livros, 4 sujeitos registraram a leitura de 5 livros, contudo, 6 sujeitos afirmaram
não ter lido nenhum livro.
Sobre a leitura de revistas impressas e sua periodicidade, o número
expressivo de 40 sujeitos não assinalou nenhuma resposta evidenciando a ausência de
leitura de periódicos. Entre os 16 sujeitos que responderam, a revista Veja foi assinalada
por 5 sujeitos, a seguir, a revista Isto é (3 sujeitos), a revista Caras (2 sujeitos), Atrevida
(2 sujeitos), a revista Capricho (2 sujeitos), a revista Nova Escola (2 sujeitos).Em
relação à periodicidade, as respostas sugerem que liam eventualmente, sem uma
freqüência regular. Os assuntos preferidos na leitura de revistas foram educação, saúde
e moda.
Na análise da leitura de jornais impressos e sua periodicidade, 19 sujeitos não
responderam evidenciando que esta leitura parece não fazer parte de suas práticas
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leitoras, entretanto 21 participantes indicaram a leitura de jornais de circulação diária, 8
sujeitos assinalaram a leitura de semanários. O jornal mais lido são duas publicações da
imprensa local, O Correio e Tudo já. Apenas 4 sujeitos declaram ler um jornal de
circulação nacional, a Folha de São Paulo. Os assuntos mais lidos são as notícias
nacionais e internacionais, cultura (cinema, música, teatro e tevê) e horóscopos.
Quanto à leitura na internet, o Google foi a alternativa mais frequente,
apontada por 51 participantes, seguindo-se emails (47 sujeitos) e redes sociais como
facebook, orkut (44 participantes).
Sobre os espaços públicos e privados de leitura, a universidade é apontada por
48 sujeitos como o principal espaço de leitura, dos quais 38 assinalaram também a
biblioteca; seguindo-se o transporte (ônibus, carro) em terceiro lugar. Em casa, o quarto
é o espaço preferido para as leituras (47 sujeitos), a sala é o segundo lugar mais
assinalado (23 sujeitos). Na rua, os outdoors são lidos por 48 sujeitos, os letreiros de
lojas por 46 sujeitos e os panfletos aparecem em terceiro lugar (42 sujeitos).
Na análise da categoria tempo de leitura, 31 sujeitos declaram ler diariamente.
As leituras são realizadas nas sobras de tempo (24 sujeitos), antes de dormir (18
sujeitos) e no caminho para a universidade ou trabalho (17 sujeitos).
A análise das finalidades de leitura mostrou que o conhecimento é o principal
objetivo de leitura dos universitários (50 sujeitos), seguindo-se as obrigações escolares
(45 sujeitos) e o entretenimento (28 sujeitos), o desempenho profissional foi indicado
por apenas 10 sujeitos. As situações motivadoras de leitura apontam em primeiro
lugar a orientação dos professores (46 sujeitos), seguindo-se a indicação de amigos (39
sujeitos) e os filmes, novelas e minisséries (18 sujeitos). Eventos como congressos,
encontros, colóquios foram apontados por 16 sujeitos, e, finalmente, a propaganda na
Internet e na Televisão foram assinadas por 14 sujeitos.
Quanto às maneiras de ler, a leitura silenciosa aparece com mais frequência (43
sujeitos, seguindo-se a releitura de trechos (26 sujeitos), as anotações (24 sujeitos), a
releitura do texto inteiro (15 sujeitos), a vocalização (12 sujeitos) e a leitura em voz alta
(3 sujeitos). Em relação às preferências das maneiras de ler, a leitura individual foi
apontada por 51 sujeitos, seguida pelos comentários da leitura com outra pessoa (10
sujeitos), a recomendação do que leu a alguém (8 sujeitos), ouvindo música (4 sujeitos),
vendo televisão (3 sujeitos).
A categoria leitura em família sinalizou que a maioria das famílias não
realizam leituras partilhadas entre os familiares (51 sujeitos), entretanto foram indicadas
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por 5 sujeitos da pesquisa. Sobre o que leem em família, aparecem em primeiro lugar a
Bíblia, textos religiosos ou de orientação espiritual, seguindo-se a leitura de panfletos,
convites, contratos, manuais, receitas culinárias. Nas leituras em família, a leitura em
voz alta foi apontada por 4 sujeitos, seguindo-se as leituras compartilhadas e, por
último, a leitura silenciosa em família.
A categoria leitura em voz alta para alguém mostrou que 27 sujeitos dos 56
participantes da pesquisa leem em voz alta para alguém da família. Essa leitura é
preferencialmente feita para os filhos, seguindo-se irmãos e pais. Questionados sobre
em que situações liam em voz alta para a família foram mencionados assuntos
interessantes e histórias infantis. Este é um dado que não prevíamos e que aponta para
as maneiras de ler em família atualmente.
3. Formação leitora na escola
A categoria aprendizagem da leitura de gêneros textuais na educação básica
mostrou que 75% dos sujeitos declaram ter aprendido a ler diferentes gêneros textuais
ou discursivos na escola. Apenas 12,5% responderam que não aprenderam a ler textos
em diferentes gêneros. Para dimensionar a aprendizagem da leitura de gêneros textuais,
usamos o agrupamento de gêneros didáticos para fins didáticos, de Schneuwly e Dolz
(2004).
Indagados sobre as narrativas ficcionais, o romance foi apontado em primeiro
lugar por42 sujeitos, seguindo-se conto de fadas (39 sujeitos) e contos (36 sujeitos). A
leitura de textos relatos de experiências de vida foi assinalada por 33 sujeitos, a
reportagem e o relato histórico (25 sujeitos). Sobre os textos argumentativos, os textos
de opinião aparem em primeiro lugar (47 sujeitos), seguindo-se a carta de leitor (27
participantes) e os editoriais (25 participantes). Entre os textos de transmissão e
construção de saberes, em primeiro lugar aparecem os textos expositivos em livros
didáticos (38 sujeitos), seguindo-se os resumos de textos expositivos (33 sujeitos) e os
textos explicativos (30 sujeitos). Os textos descritivos de ações foram indicados pelos
sujeitos, aparecendo em primeiro lugar a receita culinária (19 sujeitos), seguida dos
regulamentos (18 sujeitos) e os textos de instruções de uso (17 participantes).
4. Leitura na universidade
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As questões que procuraram dimensional a leitura dos sujeitos na universidade
mostraram que a sala de aula e a biblioteca são os dois lócus principais de leitura dos
universitários.
Quanto as leituras solicitadas pelos professores, no curso de pedagogia,
declaram ser leituras obrigatórias 26 sujeitos, enquanto 28 responderam que às vezes
são obrigatórias e 2 sujeitos assinalaram que não são obrigatórias. Sobre os textos
integrais ou fragmentados utilizados na leitura, 38 sujeitos afirmaram que os textos
sempre são fragmentados, já 17 sujeitos disseram que às vezes os textos são
fragmentados. Em relação à discussão dos textos lidos em sala de aula, 33 sujeitos
responderam afirmativamente, enquanto 23 deles assinalaram a alternativa às vezes. Se
as leituras eram motivadoras para outras leituras, 16 sujeitos disseram que não, 13
sujeitos afirmaram que eram motivadoras, mas quase a metade dos sujeitos declara que
essas leituras somente às vezes motivavam para novas leituras.
As atividades de leitura realizadas em sala de aula foram caracterizadas pelos
sujeitos da pesquisa, indicando que a compreensão de textos acadêmicos aparece em
primeiro lugar com 47 ocorrências, seguindo-se a leitura silenciosa (43 sujeitos), a
leitura compartilhada (22 sujeitos).
Finalmente, indagados sobre a contribuição da universidade na formação
leitora, 40 participantes da pesquisa responderam afirmativamente, 11 sujeitos
declararam que a universidade contribui em termos e apenas 2 sujeitos responderam que
a universidade não contribui para a formação leitora do universitário. Para essa questão
foi solicitado que os participantes justificassem suas respostas. O quadros 1 (alunos do
curso diurno) e o quadro 2 (alunos do curso noturno) mostram como se posicionaram
os sujeitos da pesquisa em relação à contribuição da universidade para sua formação
leitora
Quadro 1 – Curso de Pedagogia diurno
SUJEITOS JUSTIFICATIVAS
Sujeito 1
“me tornei mais curiosa em procurar saber se o que está
sendo ensinado para nós ... e se pode ser aplicado à prática
no trabalho”.
Sujeito 2 “os estudos teóricos que precisamos para nossa formação,
influencia ainda mais na nossa leitura”.
“Todos os dias os professores passam trabalhos e dão dicas
de leitura. Às vezes, a leitura é obrigatória, com temas
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22
sujeitos
SIM
Sujeito 3 bastante cansativos, mas quando os professores indicam
bons livros, aí sim, minha leitura é melhor”.
Sujeito 4 “Os professores indicam muitos textos; alguns usados em
aulas, outros por ter ligação com o curso”.
Sujeito 5
“Frequentemente o curso de Pedagogia motiva os alunos a
ler para que com isso seja desenvolvida a prática da leitura,
para melhor qualificar o profissional”.
Sujeito 6 “A universidade nos estimula a ler e a buscar novas
leituras fora dela, pois sempre ressalta a importância que
ela possui na vida de um cidadão”.
Sujeito 7 “Devido a grande quantidade de textos fragmentados para a
leitura antes da aula explicativa”.
Sujeito 8
“Devido a cobrança por parte dos professores para serem
realizados os trabalhos com base na leitura de textos, faz
com que despertemos o interesse pela
Leitura”.
Sujeito 9 “Os textos que são sugeridos ou exigidos pelos professores
impulsionam a querer ler mais, e a busca de mais
conhecimento”.
Sujeito 10
“Quando entrei no curso, passei a ler textos que antes
considerava desnecessários e, por obrigatoriedade, passei a
gostar, principalmente, sobre história da educação”.
Sujeito 11 “Lendo, eu aprimoro a leitura”.
Sujeito 12 “O curso de pedagogia exige muito dos alunos, a leitura,
principalmente de textos fragmentados, motivando assim a
prática de leitura de seus alunos”.
Sujeito 13 “Alguns professores sempre dão dicas de como ler mais
rápido e de como ter uma melhor compreensão dos textos”.
Sujeito 14
“Com certeza, pois este curso nos „obriga‟ a ler bastante,
pois discutimos em sala de aulas coisas muito importantes
achadas nos livros que lemos”.
Sujeito 15 “Antes eu não gostava de ler. E, hoje, gosto muito, pois o
quanto que a leitura é importante na nossa vida”.
Sujeito 16 “Com meu curso, me dedico mais a leitura”.
Sujeito 17 “Devido ao número de livros, a vontade de pesquisar mais
sobre determinado assunto”.
“Na faculdade de Pedagogia, somos motivados a ler devido
seu próprio conceito de ensino. É na leitura que vemos
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Sujeito 18
modos e práticas de ensino, de entendimento, de
compreensão da realidade. São muito autores,
pesquisadores, livros e artigos. Os professores adotam
textos como forma de aula”. obrigatório.
Sujeito 19. “Em muitos casos, a universidade incentiva a leitura,
mostrando a importância da mesma, tanto para a formação
acadêmica como também para o conhecimento pessoal que
facilitará nosso entendimento de vários assuntos sociais”.
Sujeito 20 “Através das orientações dos professores e pela
disponibilidade da biblioteca”.
Sujeito 21 “De certa forma, o curso tem a necessidade de boa leitura,
com isso os alunos adquirem a facilidade de compreensão e
leitura dos textos”.
Sujeito 26 “após o ingresso na universidade, minha leitura está mais
atribuída de conhecimento científico, e com isso a minha
formação como leitora está mais rica de conhecimento”.
4
sujeitos
“em
termos”
Sujeito 22 “Em certos momentos dá vontade e ânimo de ler textos
interessantes, com sentido, mas em outros termos nem são
tão interessantes”.
Sujeito 23 “Mesmo tendo muitos textos passados pela universidade,
não tenho muito tempo, infelizmente”.
Sujeito24 “Por falta de tempo. Sinto que neste ponto ainda deixo a
desejar, os professores frisarem bastante a importância da
leitura, mas não consigo ver além do que é dado em sala de
aula”.
Sujeito 25 “Pois é uma leitura com grande frequência”.
Total: 4
sujeitos
Quadro 2 – Curso de Pedagogia noturno
SUJEITO
S
SIM
18
sujeitos
respon
Sujeito 28 “Para esse curso é muito importante a leitura de vários textos,
por isso a universidade auxilia para a minha formação
leitora”.
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deram
“sim”
Sujeito 29 “No curso de Pedagogia há muitos textos e isso contribui para
eu ler mais e me interessar em ler, sempre um livro diferente
do acadêmico uma vez por mês”.
Sujeito 30 “Tem contribuído no sentido de orientar e direcionar autores e
textos. À medida que conhecemos sobre um conteúdo, somos
instigados a alcançar outros conhecimentos”.
Sujeito 32 “Antes de entrar na faculdade, não possuía o hábito de leitura,
agora temos que habituar os horários vagos e dias corridos à
leitura diária”.
Sujeito 34 “Com a frequência de leitura na universidade, tenho mais
vontade de ler”.
Sujeito 35 “Com o fato de ter muito material a ser lido, isto se torna um
hábito, antes que possamos perceber já viramos leitores em
potencial”.
Sujeito 36 (não justificou)
Sujeito 38 “A universidade disponibiliza vários textos e livros, não
somente restritos ao curso em questão, mas em demais áreas
de conhecimento”.
Sujeito 39 “A universidade tem contribuído, pois os professores em suas
aulas fazem com que adquirimos o hábito de ler, passando
textos diferentes, em cada aula, com isso, voluntariamente ou
involuntariamente acabamos lendo”.
Sujeito 40 “Ajuda a melhorar a leitura e os conhecimentos”.
Sujeito 43 “Após meu ingresso na universidade meu hábito de leitura está
cada vez maior, mais vivo e diário, com relação a diversos
temas”
Sujeito 44 “Precisamos ler diversos textos, o que pode nos fazer também
a leitura um hábito”.
Sujeito 46 “Contribui porque direciona a leitura, direcionando o
aprendizado de assuntos referentes ao curso. Outro aspecto é,
com a indicação dos professores, os hábitos de leitura passam
a fazer parte do cotidiano”.
Sujeito 48 “A partir das sugestões de livros que os professores propõem
ou apostilas para a compreensão da matéria, me incentiva a
ler mais”.
Sujeito 50 “Para adquirir conhecimento, faz com que me torne uma
leitora melhor”.
Sujeito 51 “Pelo que tempos atrás eu lia, hoje posso considerar um
aumento significativo nas minhas leituras”.
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Sujeito 55 “Durante o aprendizado na universidade, é necessário que se
leia bastante, despertando mais interesse pela leitura”.
Sujeito 56 “Passamos a buscar mais conhecimento”.
9
sujeitos
respon
deram
“as
vezes”
Sujeito 27 “Às vezes são apenas leituras sem um aprofundamento e sem o
interesse dos docentes em despertar em nós discentes a leitura
de outros textos”.
Sujeito 33 “Tendo em vista que a maioria dos textos não são motivadores
para o término da leitura, porém textos e livros nos ajudam
através do interesse do assunto produtivo a melhorar nossa
leitura”.
Sujeito 37 “Muitas das vezes são textos muito densos, ou até mesmo que
me desperta interesse, pois acho que não me trará
ensinamentos que utilizarei no dia-a-dia”.
Sujeito 41 “Nem sempre os professores nos incentivam a ler”.
Sujeito 42
“Contribui a partir do momento que nos fornece nomes e
fragmentos de livros sobre minha futura profissão, mas por
causa do excesso de termo técnico, nós, no primeiro ano,
acabamos ficando perdidos e sem motivação para ler o livro
inteiro e não somente o trecho obrigatório”.
Sujeito 49 “Pelo fato de ter estudado toda minha vida em escola
particular, me acostumei a ler os livros que os professores
pediram para participar dos debates e discussões. Na
universidade, leio para aumentar meus conhecimentos sobre os
assuntos discutidos em aula”.
Sujeito 52 “O curso de pedagogia exige muito de leitura e os professores
incentivam bastante e exigem para provas, trabalhos e outras
atividades. Porém, tem professores que passam a leitura e não
realizam nem a discussão, o que me deixa desanimada”.
Sujeito 53 “Porque nem sempre os professores indicam leituras com uma
pré-introdução para nos alunas do 1º ano e a falta de tempo
nos impede de dedicarmos mais a leitura a ponto de
desenvolver em nós uma formação leitora”.
Sujeito 54 “Contribui em termos, pois leio por conta própria sobre
assuntos que para mim são interessantes, porém contribui
porque me aconselha a ler outros livros ou textos que passo a
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conhecer por meio da universidade”.
2
sujeitos
respon
deram
“não”
Sujeito 45 “Porque, quando escolhi o curso, eu já lia, somente dei
continuidade em algo que gosto de fazer”.
Sujeito 47 “Os textos pedidos são extremamente difíceis o que dificulta
muito a compreensão, como são muitos textos, nem sempre são
trabalhados todos, o que deixa dúvidas e faz o interesse cair”.
As justificativas da questão que abordam a contribuição da universidade para a
formação leitora dos universitários evidenciam que, primeiramente, a maioria dos
sujeitos vê a universidade como espaço de formação leitora dos universitários. Os
alunos, participantes da pesquisa, que responderam afirmativamente apontaram o papel
motivador do curso de Pedagogia e de professores de curso para a leitura. Já os alunos
que responderam que a universidade contribui “em termos” para sua formação leitora
indicaram duas dificuldades: a falta de tempo do aluno para realizar leituras e a
complexidade de alguns textos densos ou, ainda, o grande volume de leituras em curto
espaço de tempo. Apenas dois alunos do curso noturno responderam que a universidade
não contribui para sua formação leitora, sendo que as justificativas apontaram que, se o
aluno já tem uma formação leitora, ele não vê a universidade como espaço de formação
leitora, uma vez que, provavelmente, é um leitor formado. A segunda justificativa
aponta mais uma vez a legibilidade dos textos que são lidos no curso de Pedagogia.
Nesse sentido, levantamos indícios de que o perfil-leitor do aluno pode não ter
visibilidade para os professores.
Considerações finais
Os resultados parciais mostram que os alunos ao adentrarem à universidade são
leitores em formação. Nesse sentido, a universidade precisa conhecer o perfil-leitor de
seus alunos para desenvolver sua formação leitora em sala de aula e fora dela, de forma
planejada para realizar atividades intencionalmente organizadas de formação leitora
para seus alunos, propondo situações de leitura mediadas por professores e alunos,
constituindo comunidades leitoras que acolham os leitores em formação.
Referências bibliográficas
Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores
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