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LEIA NO PANORAMA GERAL Caminhos do leite LEIA NESTA EDIÇÃO Grãos: Retorno das chuvas tranquiliza produtores Nº 1.229 21de fevereiro de 201 Aqui você encontra: Panorama geral Condições meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos preços semanais Emater/RS-Ascar Rua Botafogo, 1051 90150-053 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 2125-3144 Fax: (51) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações, Análise e Planejamento – NIP Impresso na Emater/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. PANORAMA GERAL Caminhos do leite O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite do país, com mais de 3,87 bilhões de litros ao ano, o que representa 12% da produção nacional, conforme dados do IBGE de 2011. Favorecida pelas características presentes no Estado - clima temperado, fertilidade do solo e boa disponibilidade de água e de pastagens -, a produtividade alcançada pelos produtores gaúchos é a mais alta do Brasil, situando-se em 2.536 litros/vaca ordenhada por ano. Além da importância econômica demonstrada por esses números, há que se destacar também o papel social desempenhado pela bovinocultura leiteira, atividade que envolve diretamente 130 mil famílias, em sua quase totalidade de agricultores familiares. Em outras atividades, sobretudo na área animal, ocorreu uma forte concentração e integração verticalizada nas últimas duas ou três décadas, como é o caso da suinocultura e da avicultura. A atividade leiteira, até o momento, apesar das pressões da indústria de laticínios, tem resistido a essa tendência mais geral. Nessa perspectiva, é fundamental que sejam trabalhadas estratégias de produção no sentido de aumentar a produção e de melhorar a qualidade do leite, sem, contudo, induzir a uma dependência elevada de insumos externos, com reflexo direto no custo de produção. O principal insumo que deve ser trabalhado é o conhecimento, através de estratégias de intervenção que considerem a realidade de cada propriedade, a disponibilidade de mão de obra e as possibilidades de melhorar a oferta de alimentos em termos de forrageiras. Existe uma palavra que resume o que é preciso para produzir leite: AMOR, em que a letra A significa Alimentação; M, manejo; O, organização; e R, raça. De nada adianta investir em melhoramento genético, por exemplo, se outros fatores básicos, principalmente a oferta de alimentação, não forem primeiramente atendidos. O debate sobre o modelo tecnológico de produção é determinante para definir o futuro da bovinocultura leiteira no nosso Estado. O caminho a ser construído deve ser pensado em uma perspectiva inclusiva, viabilizando a permanência dos pequenos produtores na atividade e dando-lhes autonomia para a tomada de decisões. Gervásio Paulus Diretor técnico da Emater/RS

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LEIA NO PANORAM A GERAL • Caminhos do leite LEIA NESTA EDIÇÃO

• Grãos: Retorno das chuvas tranquiliza produtores

Nº 1.229 21de fevereiro de 201

Aqui você encontra:

� Panorama geral

� Condições meteorológicas

� Grãos

� Hortigranjeiros

� Criações

� Análise dos preços semanais

Emater/RS-Ascar Rua Botafogo, 1051 90150-053 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 2125-3144 Fax: (51) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações, Análise e Planejamento – NIP Impresso na Emater/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões.

PANORAM A GERAL

Caminhos do leite

O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite do país, com

mais de 3,87 bilhões de litros ao ano, o que representa 12% da produção

nacional, conforme dados do IBGE de 2011. Favorecida pelas

características presentes no Estado - clima temperado, fertilidade do solo

e boa disponibilidade de água e de pastagens -, a produtividade

alcançada pelos produtores gaúchos é a mais alta do Brasil, situando-se

em 2.536 litros/vaca ordenhada por ano. Além da importância econômica

demonstrada por esses números, há que se destacar também o papel

social desempenhado pela bovinocultura leiteira, atividade que envolve

diretamente 130 mil famílias, em sua quase totalidade de agricultores

familiares.

Em outras atividades, sobretudo na área animal, ocorreu uma forte

concentração e integração verticalizada nas últimas duas ou três

décadas, como é o caso da suinocultura e da avicultura. A atividade

leiteira, até o momento, apesar das pressões da indústria de laticínios,

tem resistido a essa tendência mais geral. Nessa perspectiva, é

fundamental que sejam trabalhadas estratégias de produção no sentido

de aumentar a produção e de melhorar a qualidade do leite, sem,

contudo, induzir a uma dependência elevada de insumos externos, com

reflexo direto no custo de produção.

O principal insumo que deve ser trabalhado é o conhecimento, através de

estratégias de intervenção que considerem a realidade de cada

propriedade, a disponibilidade de mão de obra e as possibilidades de

melhorar a oferta de alimentos em termos de forrageiras. Existe uma

palavra que resume o que é preciso para produzir leite: AMOR, em que a

letra A significa Alimentação; M, manejo; O, organização; e R, raça. De

nada adianta investir em melhoramento genético, por exemplo, se outros

fatores básicos, principalmente a oferta de alimentação, não forem

primeiramente atendidos.

O debate sobre o modelo tecnológico de produção é determinante para

definir o futuro da bovinocultura leiteira no nosso Estado. O caminho a ser

construído deve ser pensado em uma perspectiva inclusiva, viabilizando a

permanência dos pequenos produtores na atividade e dando-lhes

autonomia para a tomada de decisões.

Gervásio Paulus

Diretor técnico da Emater/RS

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CRESCE NO BRASIL O INTERESSE PELOS CUIDADOS NA CRIAÇÃO DE ANIMAIS ANTES DO ABATE

O modo de criação dos animais até o abate está relacionado com a qualidade do alimento que vai para a mesa. O interesse pelo assunto cresce no Brasil e o bem-estar animal passa a ser uma das exigências dos consumidores. De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária, o mercado que dá prioridade ao bem-estar animal ainda é pequeno e desconhecido. Faltam produtores que sigam regras de bem-estar animal, faltam normas que regulamentem o setor e também falta conhecimento aos consumidores. Porém, pesquisas mostram que, quando estes conhecem o sistema de produção intensivo, tornam-se mais exigentes. Em uma consulta a pessoas que faziam compras em supermercados, perguntou-se o que levavam em conta ao comprar um frango. Em um primeiro momento, apenas 3,7% disseram preocupar-se com o bem-estar animal. No entanto, quando viram fotos do sistema produtivo, o percentual subiu para 24,1%. A pesquisa mostrou que 70,9% dos consumidores pagariam mais por produtos com certificação de bem-estar animal, carne firme e rosada. Intensifica-se a criação com o intuito de aumentar a produção, colocando mais animais em uma área muito pequena. Isso cria animais com múltiplos problemas de saúde. O objetivo é ter muita carne com o menor custo possível. Boa parte desse custo está sendo paga pelo animal. A produção intensiva, mais praticada no Brasil para aves e suínos, tem mais de 40 anos e acaba tornando-se mais competitiva no mercado. Um produto que valoriza o bem-estar animal custa entre 30% e 70% mais caro e, em alguns casos, o preço pode dobrar, comparado a produtos similares. As normas que regem o setor também são falhas. A Instrução Normativa nº 3/2000 aprovou o Regulamento Técnico de Métodos de Insensibilização para Abate Humanitário de Animais de Açougue. Pelo regulamento, todos os estabelecimentos industriais fornecedores de carne para açougue devem sedar os animais antes do abate. Além dessa norma, outras tratam de aspectos sanitários, de vacinação e de regras para o ambiente de criação. Não há na legislação brasileira normas específicas que visem ao bem-estar, o que torna subjetiva a fiscalização e até mesmo a certificação dos produtos que chegam ao consumidor. No Brasil, existe apenas uma certificadora, a filial da francesa Ecocert, que segue as normas da Humane Farm Animal Care (HFAC), certificadora norte-americana. A empresa tem apenas cinco clientes na área animal contra 5

mil produtores de orgânicos certificados. Segundo o diretor-geral da empresa, o número de clientes não vem crescendo. O movimento é mais forte na Europa e nos Estados Unidos, países compradores de carne brasileira. Segundo o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil lidera o ranking de maior exportador de carne bovina do mundo desde 2008, e as estatísticas mostram crescimento de 2,15% ao ano para os próximos anos. O país também lidera a exportação de frango, com crescimento previsto de 4,22% ao ano. Em carne suína, o país é o quarto maior exportador. Para atender os mercados mais exigentes, o país adotou o abate humanitário, mas o bem-estar deve ter maior destaque em debates que discutam essa condição para que o país mantenha as exportações nos próximos anos. Fonte: Agência Brasil

SEGURO PARA PEQUENO AGRICULTOR VALE PARA TODO O PAÍS

Os cerca de 1,6 milhões de agricultores brasileiros, que plantam para sua subsistência e de suas famílias, poderão contar com um seguro, no valor de R$ 760,00, do programa Garantia-Safra, se perderem a produção por seca ou excesso de chuva. O programa vale para todo o país. A possibilidade de extensão do benefício a todos os municípios brasileiros, incluída por emenda parlamentar na Medida Provisória 575/2012 e aprovada pelo Senado, traz a novidade de ser a primeira modalidade de seguro agrícola do país voltado a agricultores, que não são tomadores de crédito rural, e que visa à manutenção das famílias que perderem a lavoura. Todas as demais modalidades são seguros vinculados a financiamentos e garantem que o banco receba o dinheiro emprestado. O Garantia-Safra é um seguro voltado exclusivamente a agricultores familiares de baixa renda, que produzem arroz, feijão, mandioca, algodão e milho em municípios sujeitos a problemas climáticos. Outras culturas poderão vir a ser incluídas, por determinação do órgão gestor do programa. Para participar, o agricultor deve ter renda familiar de até 1,5 salário mínimo e área total plantada de, no máximo, cinco hectares. Para ter direito ao seguro, deve comprovar que é agricultor familiar, obtendo a Declaração de Aptidão do Pronaf (DAP). Deve também pagar uma taxa de R$ 9,50, o que representa 1,25% dos R$ 760,00 que receberá como seguro. Essa contribuição do beneficiário vai para o fundo que custeia o programa, também mantido pela prefeitura municipal, Governo do

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estado e Governo federal, que contribuem com 3,75%, 12,5% e 25% do valor do prêmio, respectivamente. O agricultor receberá o seguro sempre que for comprovada a perda de, pelo menos, 50% da produção do município. O benefício de R$ 760,00 será dividido em até seis parcelas mensais, por meio de cartão eletrônico disponibilizado pela Caixa Econômica Federal. A lei prevê reajustes anuais do valor até 2016, quando chegará a R$ 1.200. Fonte: Agrolink\Agencia Senado

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 14 A 20/02/2013

No período compreendido entre 14 a 20 de fevereiro ocorreram chuvas em todas as regiões do Estado. Os maiores volumes foram registrados nos municípios de Uruguaiana (214 mm), Camaquã (161,4 mm) e Rio Grande (157,2 mm). Em Uruguaiana, a chuva superou a média mensal para o mês de fevereiro em menos de 24 horas, o esperado era de 138,2 mm e foram observados 155,4 mm no dia 20/02/2013. Nas demais áreas da Campanha e da Depressão Central, os volumes variaram entre 90 mm e 40 mm. Nas regiões Metropolitana, Serra e litoral, foram registradas precipitações entre 100 mm e 30 mm. Nos municípios do Planalto e em parte das Missões, os volumes foram de 70 mm e 50 mm. A semana novamente foi muito abafada, com temperaturas máximas atingindo 36,3°C, em São Borja, e 33,2°C em Porto Alegre, no dia 17/02/2013.

PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 21 A 28/03/2013

A previsão meteorológica para o período de 21 a 28 de fevereiro indica a passagem de uma frente fria que irá provocar chuva em todas as regiões. Além disso, um ciclone extratropical estará associado à frente, o que contribui para a ocorrência de temporais em algumas localidades. A frente fria deverá provocar as primeiras instabilidades no Sul e no Oeste a partir da noite de domingo, 24/02. Nas demais regiões, o tempo muda no decorrer da segunda-feira, 25/02. Os volumes deverão ter uma grande variação, principalmente entre a região Norte e o Extremo Sul do Estado, com volumes esperados de 90 mm na região do Alto Uruguai e 20 mm no Extremo Sul. As temperaturas ficam bastante altas antes da chegada da frente com máximas entre 33°C e 36°C. No decorrer do dia 26/02, o ar frio começa entrar no Estado, amenizando o calor das últimas semanas. Fonte: CEMETRS - Fepagro

GRÃOS Arroz - A safra 2013 evolui de forma satisfatória com as lavouras intensificando o processo de maturação, alcançando, nesta semana, 13% do total. Nesse sentido, 4% delas já foram colhidas com rendimentos dentro do previsto. Esse percentual poderia ser maior não fosse o tempo úmido e com chuvas ocorridas nos últimos dias, que limitou os trabalhos de campo. As lavouras que se encontram nas demais fases de evolução apresentam, também, bom desenvolvimento, não

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sendo visíveis maiores empecilhos para obtenção de uma boa produção.

Fases da cultura no RS - Arroz

Safra atual Safra anterior Média*

Em 21/02

Em 14/02

Em 21/02

Em 21/02

Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. veget. 12% 25% 10% 13% Floração 30% 35% 30% 30% Enchimento de grãos 41% 30% 42% 41% Maduro e por colher 13% 8% 13% 13% Colhido 4% 2% 5% 3%

Fonte: Emater/RS-Ascar *média 2008-12

Com o início da colheita, o mercado dá sinais que não haverá motivos para grandes alterações em termos de cotações para o produto. No momento, a saca de 50 kg segue com tendência de baixa, sofrendo uma desvalorização de 1,19% no preço médio em âmbito estadual, estacionando em R$ 33,21 quando pagos ao produtor. Feijão 1ª safra - Produtores muito perto de finalizar a colheita da 1ª safra de feijão do RS, restando apenas 7% da área, que se localizada, basicamente, na Serra gaúcha, última região a semear a leguminosa, e onde

chega a conviver com parte do período/ciclo da safrinha.

Fases da cultura no RS - Feijão 1ª safra

Safra atual Safra

anterior Média*

Em 21/02

Em 14/02

Em 21/02

Em 21/02

Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. veget. 0% 0% 0% 0% Floração 0% 0% 0% 0% Enchimento de grãos 1% 3% 0% 4% Maduro e por colher 6% 10% 10% 8% Colhido 93% 87% 90% 88%

Fonte: Emater/RS-Ascar *média 2008-12

A produtividade vem se mantendo muito boa em nível geral, possivelmente superando as estimativas iniciais do Estado. A qualidade de cocção também é muito boa. Os problemas maiores ocorreram na região Sul, onde percalços com o clima prejudicaram, em parte, a 1ª safra. Feijão 2º safra (safrinha) - A semeadura já atinge cerca de 40% dá área estimada do Estado, sendo impulsionada atualmente pela boa condição climática. A tecnologia utilizada nas lavouras da safrinha, historicamente, assim como a área total, é menor que a da safra e grande parte das sementes utilizadas é de produção caseira, itens que limitam a produção, em alguns anos. Dados a serem divulgados nos próximos dias indicam que as regiões de Ijuí, Frederico Westphalen e Soledade são as que semearão maiores áreas no Estado, área que deverá apresentar recuo em nível estadual. Os negócios permanecem aquecidos no Estado, mantendo a tendência de alta do preço da saca de 60 kg do feijão-preto. Nesta semana, o valor médio subiu mais 1,40%, em relação à anterior, chegando aos R$ 119,83, estando 27% acima do valor da saca no mesmo período do ano passado. A variação ocorrida nas praças consultadas foi entre R$ 90,00/sc e R$ 140,00/sc.

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

Na semana Semanapassada

Mêsanterior

Anoanterior

Média geral Médiafevereiro

33,21 33,6134,79

28,43

32,1732,91

R$

Arroz - Preço Médio Pago ao Produtor - R$/saca 50kg

Obs: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior:Valor Nominal Ano Anterior e Médias (2008-2012): Corrigidas IGP-DI

-1,19

-4,54

16,81

3,23

0,91

-5

0

5

10

15

20

25

Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média fevereiro

%

Variação percentual em relação à...

Preço Médio Arroz Semana 14 - 21 de fevereiro = R$ 33,21 (50kg)

5

Milho - O retorno das chuvas em todas as regiões produtoras beneficiou, sobremaneira, a cultura, principalmente as lavouras que ainda se encontram em floração e em fase de formação de grãos. Apesar de alguns problemas pontuais relacionados com deficiências hídricas localizadas em algumas regiões produtoras, os rendimentos obtidos nos 38% já colhidos seguem situando-se, em média, acima das expectativas iniciais, assim como o potencial apresentado pelos 29% que já se encontram em maturação.

Fases da cultura no RS - Milho

Safra atual Safra anterior Média*

Em 21/02

Em 14/02

Em 21/02

Em 21/02

Plantio 100% 100% 100% % Germinação/Des. veget. 2% 5% 10% 14% Floração 8% 10% 12% 12% Enchimento de grãos 23% 25% 25% 25% Maduro e por colher 29% 25% 17% 18% Colhido 38% 35% 36% 31%

Fonte: Emater/RS-Ascar *média 2008-12

Mesmo com a perspectiva concreta de uma boa oferta do grão, os preços seguem firmes e remunerando de maneira satisfatória o produtor. Na semana, o preço médio da saca de 60 kg ficou estabilizado em R$ 28,18.

Soja - Se para o milho as chuvas foram benéficas, para a soja, pode-se dizer que elas praticamente garantiram a safra. Isso porque, na soma, 97% das lavouras encontram-se em fase crítica quanto à deficiência hídrica (floração/formação dos grãos). A manutenção de um bom percentual de umidade no solo durante esse período tranquiliza o produtor nesse sentido, dando indícios de bons rendimentos. A confirmação desse cenário se dará dentro de poucos dias, uma vez que as primeiras lavouras começam a entrar em maturação e deverão ser colhidas brevemente.

Fases da cultura no RS - Soja

Safra Atual Safra

Anterior Média*

Em 21/02

Em 14/02

Em 21/02

Em 21/02

Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. veget. 2% 10% 2% 6% Floração 35% 40% 35% 32% Enchimento de grãos 62% 50% 62% 61% Maduro e por colher 1% 0% 1% 1% Colhido 0% 0% 0% 0%

Fonte: Emater/RS-Ascar *média 2008-12

Apesar de as cotações médias permanecerem praticamente estáveis nos últimos trinta dias, elas ainda se encontram em patamares em relação ao ano anterior. Na atual semana, a saca de 60 kg

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

110,00

120,00

Nasemana

Semanapassada

Mêsanterior

Anoanterior

Médiageral

Médiafevereiro

119,83118,17 116,00

94,38100,04

109,54

R$

Feijão - Preço Médio Pago ao Produtor - R$/saca 60 kg

Obs: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior:Valor Nominal Ano Anterior e Médias (2008-2012): Corrigidas IGP-DI

1,40

3,30

26,97

19,78

9,39

-5

0

5

10

15

20

25

30

Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média fevereiro

%

Variação percentual em relação à...

Preço Médio Feijão Semana 14 - 21 de fevereiro = R$ 119,83 (60kg)

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

Nasemana

Semanapassada

Mêsanterior

Anoanterior

Médiageral

Médiafevereiro

28,18 28,18 27,55 29,17

25,1425,78

R$

Milho - Preço Médio Pago ao Produtor - R$/saca 60kg

Obs:Obs: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior:Valor Nominal Ano Anterior e Médias (2008-2012): Corrigidas IGP-DI

0,00

2,29

-3,39

12,09

9,31

-5

0

5

10

15

20

Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média fevereiro

%

Variação percentual em relação à...

Preço Médio Milho Semana 14 - 21 de fevereiro = R$ 28,18 (60kg)

6

ficou cotada em R$ 57,16. Uma diferença de 21,4% em relação ao preço de um ano atrás, nesta mesma época.

HORTIGRANJEIROS

Fruticultura Maçã - Segue freneticamente a colheita da safra, no momento, sendo capitaneada pela variedade Gala, atingindo 70% da produção. Plantas com bom número de frutas, bem coloridas e bastante doces. Devido às condições climáticas ocorridas durante o ciclo vegetativo da cultura, o calibre das maçãs apresenta-se abaixo da média esperada. De forma prematura, com frutos ainda não demonstrando suas ideais características organolépticas para o consumo, inicia a colheita do outro cultivar de grande importância, a Fuji. Mercado com viés comprador, porém, com cotações abaixo do esperado pelos maleicultores e necessário para cobrir os custos de produção, além de propiciar uma margem de sobras. Preços médios na propriedade para a Gala em R$ 0,75 o quilograma.

Uva - Adentra firme a colheita da Isabella (Isabel), variedade de maior área cultivada e volume

produzido no Estado. No cômputo geral, a vindima atinge 80% do total produzido. Região serrana mantém-se com chuvas diariamente, dificultando a prática da colheita, a retirada da fruta dos vinhedos e reduzindo sensivelmente o teor de açúcar das bagas. A sanidade do material colhido mantém-se satisfatório, podendo vir a complicar para os materiais mais tardios, como as Moscato e Cabernet, se esse quadro temporal se mantiver. Recepção e processamento da uva nas cantinas vêm se desenrolando, até o presente momento, sem maiores transtornos. Viticultores que não fizeram encomenda antecipada de mudas junto a viveiristas apressam-se para garantir suas intenções de aquisição e implantação/renovação de parreirais.

Pera - De forma bastante antecipada, segue para a finalização das colheitas das variedades mais nobres, as dos grupos asiático, como a Hosui, e europeu, como a Packam’s Triunf. Variedades americanas (comuns) como a Kieffer (pau) são colhidas posteriormente, demonstrando plantas bastante sadias e frutificação exuberante. Pode-se considerar a presente safra como a de maior produtividade e boa qualidade dos últimos tempos. Parte do volume colhido encontra-se estocada em frigoconservação, processo que visa alcançar dois objetivos: complementação da maturação/maciez e aguardo para ser comercializada em momentos de menor pressão de oferta e auferir melhores precificações. Preço médio na propriedade para as europeias em R$ 1,20 o quilograma.

Abacaxi - Safra do litoral norte do RS enfrentou fortes problemas climáticos que interferiram quanto ao volume de colheita e qualidade dos frutos. Intensas geadas ocorridas no início de junho o calor excessivo no final do ano transcorrido, reduziu-se em 20% a expectativa de produção inicial. Terra de Areia, município que cultiva 220 ha, colheu menos de 1.500.000 dos 1.800.000 frutos esperados. Calor e insolação depreciaram boa parte do volume colhido, penalizando ainda mais os abacaxicultores. Nível de propriedade cotação entre R$1,20 e R$ 1,50 por unidade.

Olericultura

Alho - Produto encontra-se estocado nos galpões para a devida cura e regulação da oferta. Safra que enfrentou severos reveses climáticos teve sua

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

55,00

60,00

65,00

Nasemana

Semanapassada

Mêsanterior

Anoanterior

Médiageral

Médiafevereiro

57,16 57,51 57,54

46,99

52,00 51,81

R$

Soja - Preço Médio Pago ao Produtor - R$/saca 60 kg

Obs: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior:Valor Nominal Ano Anterior e Médias (2008-2012): Corrigidas IGP-DI

-0,61 -0,66

21,64

9,92 10,33

-5

0

5

10

15

20

25

30

Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média fevereiro

%

Variação percentual em relação à...

Preço Médio Soja semana 14- 21 de fevereiro = R$ 57,16 (60 kg)

7

produtividade reduzida, com qualidade bastante flutuante. Maior porção da produção, embora de calibre menor, bulbos cheios e firmes possibilitam bons negócios aos alhicultores. Mercado começa a se aquecer e mobilizar produtores para efetivar negociações, atingindo 20% da produção. Frente às boas cotações e perspectivas mercantis, o primeiro a ser vendido é o de mais baixa qualidade. Preços mantêm-se estáveis, média junto aos produtores em R$/kg: classes 7: R$ 7,00; classe 6: R$ 6,50; classe 05: R$ 5,50; classe 04: R$ 4,50; classe 03: R$ 2,50 e alho indústria: R$ 1,50.

Tomate - Condições climáticas intensificando inquietude dos tomaticultores da região serrana, pois associação de chuvas intermitentes e calor frequente propicia condições básicas para o estabelecimento de fitoenfermidades. Intensidade de tratamentos acaba sendo imperativa para tentar assegurar a sanidade das lavouras. Tomateiros ressentindo-se à pouca insolação, reduzindo a velocidade de crescimento e, persistindo esse quadro, podendo interferir até no pegamento das frutas. Pouca oferta mantém mercado altamente comprador e, por conseguinte, sobrevalorização frente às médias históricas. Preços médios na propriedade em R$/kg: Longa Vida - R$ 60,00; Saladete - R$ 65,00; Gaúcho – R$ 70,00.

Aipim - Inicia a colheita da safra. No Vale do Rio Taquari, elevada umidade no solo e temperaturas elevadas condicionam o surgimento e a propagação de fitomoléstias de solo, tornando-se um problema para os mandiocultores, ocasionando quebras na produção. No litoral norte, com solo mais arenoso, fator facilitador para escoamento da umidade excessiva, mandiocais apresentam boa sanidade e produtividade, com médias de 20 toneladas. As primeiras caixas com 22 kg estão sendo comercializadas entre R$ 18,00 e R$ 22,00, mais que o dobro da média normal de comercialização. Porém, dificilmente essa cotação vai se sustentar no momento em que aumentar a oferta.

Batatinha - Encaminha-se para o encerramento da colheita da presente safra, com bons rendimentos de lavouras e tubérculos de qualidade superior. Bataticultores entusiasmados com valoração do produto e mercado com fluidez, partindo para a implantação da safrinha. Batata-semente com bastante procura e valorização, sendo que a rosa está cotada em R$ 2,00 e a

branca, em R$ 1,70 o quilograma. A dificuldade na aquisição, pela pouca oferta, poderá atrasar a implantação dos batatais e, até mesmo, reduzir a área preliminarmente planejada. Preços em sensível valorização, com médias na propriedade em R$/kg: rosa - R$ 0,90 e branca - R$ 0,85.

Comercialização de hortigranjeiros Na Ceasa/RS de Porto Alegre, dos 35 principais produtos analisados em relação a preços pela Gerência Técnica, no período entre os dias 13 e 19/02/13, 24 mantiveram-se estáveis, seis com majoração e cinco em baixa:

Produtos em alta 13/02/13 (R$)

19/02/13 (R$)

Aumento (%)

Melão-espanhol - kg 2,00 2,30 15,00 Melancia - kg 0,40 0,45 12,50 Brócolis - un 1,67 2,50 49,70 Pepino salada - kg 1,39 1,90 36,69 Batata-rosa esp.- kg 1,60 1,80 12,50 Beterraba - kg 1,47 1,55 05,44

Produtos em baixa

13/02/13 (R$)

19/02/13 (R$)

% de Baixa

Alface - un 0,67 0,58 13,43

Repolho-verde - kg

1,11 1,00 9,91

Chuchu - kg 1,75 1,50 14,29

Milho-verde - tríade

1,20 1,00 16,67

Vagem - kg 2,80 2,50 10,71

CRIAÇÕES Forrageiras - Nas últimas semanas, ocorreram precipitações em todos os municípios do Estado, reduzindo a ameaça de déficit hídrico que começava a preocupar agricultores e ameaçar as atividades agropecuárias desenvolvidas no espaço rural gaúcho. Em relação às forrageiras, as condições climáticas caracterizadas por grande volume chuvas, associadas com temperaturas altas e boa insolação, favoreceram o desenvolvimento das pastagens cultivadas, assim como a brotação dos campos nativos. Em algumas regiões do Estado, os produtores permanecem processando as lavouras de milho e

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sorgo para produção de silagem e produzindo feno do excedente das pastagens cultivadas de verão. A produção e a armazenagem de alimentos processados nas propriedades rurais, especialmente para a produção de leite, são fundamentais para a manutenção da produção durante o período de entressafra. Bovinocultura de corte - Como a temporada de monta encaminha-se para seu final e o rebanho de cria apresenta um estado corporal e sanitário satisfatório, existem boas expectativas quanto à elevação dos índices de prenhez e consequente aumento da taxa de natalidade de terneiros na próxima primavera. A combinação de calor e umidade que favorecem as pastagens também aumenta consideravelmente a ocorrência de ecto e endoparasitas nos rebanhos, especialmente carrapatos e verminoses. Os cuidados no manejo e no controle químico desses parasitas devem ser redobrados, em especial com as categorias de animais jovens, muito mais suscetíveis aos efeitos desse parasitismo. Com a proximidade da temporada de comercialização de terneiros e terneiras, o mercado projeta valores superiores aos do ano passado, devendo alcançar valores acima de R$ 4,00/kg/vivo. Esse valor é considerado satisfatório pelos pecuaristas que praticam a atividade de cria. Em algumas regiões categorias de gado de reposição, apresenta muita procura com preços elevados, o que indica boa oferta de animais terminados para abate, com tendência de estabilidade ou redução dos preços. Preços praticados no período na região de Porto Alegre:

• boi gordo: R$ 3,30 a R$ 3,40 kg; • vaca gorda: R$ 3,05 a R$ 3,15 kg.

Bovinocultura de leite - As condições climáticas favorecem o desenvolvimento das pastagens cultivadas anuais e perenes de verão como Tifton e capim-italiano que se recuperam bem após o curto período de estresse hídrico e forte calor, assim como das últimas lavouras de milho e sorgo cultivadas para a elaboração de silagem. Essa grande oferta de forragem tranquiliza o setor leiteiro, pois o maior retorno econômico com a atividade é obtido quando a nutrição dos animais é realizada diretamente a pasto. As condições corporais dos animais são boas, apresentando boa produção de leite e os produtores permanecem realizando o manejo sanitário do

rebanho controlando os ecto e endoparasitas, especialmente carrapatos e verminoses. Alguns criadores em diversas regiões produtoras de leite do Estado, como em Ijuí, ainda realizam as atividades de colheita do milho para produção de silagem, obtendo bom volume e qualidade satisfatória, conforme expectativa prevista. Na região de Ijuí, o preço bruto máximo de leite no período foi R$ 1,00, e o mínimo, de R$ 0,45/litro; e o preço líquido máximo foi de R$ 0,90, e o mínimo, de R$ 0,42/litro. Esses preços do leite mantém-se estáveis ao longo dos últimos meses na região. Ovinocultura - O estado sanitário e corporal do rebanho ovino é bom, principalmente em virtude da boa oferta de pasto. Os cordeiros apresentam crescimento satisfatório, alguns produtores já iniciaram o preparo das ovelhas e carneiros para a fase de reprodução, período que se estende normalmente até o mês de abril, na maioria das regiões produtoras do Estado. No momento, estão sendo realizados os trabalhos de seleção das fêmeas, com descarte das ovelhas mais velhas e falhadas. As cabanas que praticam a inseminação artificial iniciam o processo em dezembro e se estendem até fevereiro com esse procedimento. Os preços da carne e da lã mantiveram-se estáveis no período. Os preços mínimos e máximos registrados no período na região Sul do Estado foram:

→ ovelha - R$ 2,70 a R$ 4,00/kg/vivo; → capão - R$ 3,00 a R$ 4,10/kg/vivo; → cordeiro - R$ 3,40 a R$ 4,30/kg/vivo; → lã Merina - R$ 10,12 a R$ 11,50/kg; → Ideal (Prima A) - R$ 8,13 a R$ 9,00/kg; → lã Corriedale (Cruza 1) - R$ 5,45 a R$

5,50/kg; → lã Corriedale (Cruza 2) - R$ 5,11/kg.

Apicultura - As condições climáticas do período que passou, predominando dias com temperaturas altas e ensolarados favoreceram o desenvolvimento da atividade das abelhas. As colmeias permanecem com uma população razoável e estão fortalecidas pela boa oferta de pólen e néctar .A partir deste momento, inicia um novo período de floração de muitas espécies de plantas na maioria dos municípios produtores de mel no Estado, o que configura praticamente uma nova safra ou “safrinha” de mel que se estende até o mês maio, cuja produção, em muitos locais, é superior à safra tradicional de primavera. Por outro lado, no município de Pedro Osório, na região de Pelotas, devido a fatores climáticos locais adversos, houve frustração de safra na

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colheita de mel, realizada até momento, na ordem de 80%. No município de Morro Redondo, também foi registrada baixa produção de mel durante este período de safra. Os preços do mel permaneceram estáveis nessa região de Pelotas no período. Mel embalado variou entre R$ 5,00/kg, em Canguçu, e R$ 12,00/kg, em Rio Grande. A granel, o preço médio na região foi de R$ 4,00/kg, exceto no município de Rio Grande, R$ 5,00/kg.

ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTO RES

PRODUTOS

UNIDADE

SEMANA ATUAL

21. FEV.13

SEMANA ANTERIOR 14.FEV.13

MÊS ANTERIOR 24.JAN.13

ANO ANTERIOR 23.FEV.12

MÉDIAS DOS VALORES DA SÉRIE HISTÓRICA 2008-2012

GERAL FEVEREIRO

ARROZ 50 kg 33,21 33,61 34,79 28,43 32,17 32,91 FEIJÃO 60 kg 119,83 118,17 116,00 94,38 100,04 109,54 MILHO 60 kg 28,18 28,18 27,55 29,17 25,14 25,78 SOJA 60 kg 57,16 57,51 57,74 46,99 52,00 51,81 SORGO 60 kg 22,73 22,57 22,43 22,88 20,17 20,76 TRIGO 60 kg 32,04 32,54 32,96 26,03 28,75 28,52 BOI kg/v 3,29 3,29 3,28 3,55 3,28 3,28 VACA kg/v 2,95 2,94 2,93 3,19 2,95 2,98 SUÍNO kg/v 2,59 2,59 2,57 2,41 2,61 2,63 CORDEIRO kg/v 3,64 3,70 3,69 3,94 3,49 3,30 LEITE litro 0,75 0,75 0,75 0,76 0,71 0,69 P e r í o d o 18/02-22/02 11/02-15/02 21/01-25/01 20/02-24/02 - -

Fonte dos dados/elaboração : Emater/RS-Ascar, Gerência de Planejamento, Núcleo de Informações, Análises e Planejamento - NIP. Índice de correção: IGP-DI (FGV). NOTA: Semana atual, Semana anterior e Mês anterior são preços correntes. Ano anterior e Médias dos valores da série histórica são valores corrigidos. Média geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2008-2012 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais corrigidos, da série histórica 2008-2012. OBS.: 1) Bovinos e ovinos com prazo de pagamento de 20 e 30 dias. 2) Leite: preço bruto. 3) SI indica “Sem informação”. ST indica “Sem transação”.