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    Direito Constitucional 139

    Direito

    Constitucional

    Paulo Lépore e

    Kerton Nascimento e Costa

     QUESTÕES

    1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

     CF, artigos 1°a 4°

    01. (Cespe – Analista Judiciário – TJ-RJ/2008) Acerca dos princípios fundamentais da CF, julgue ositens a seguir.

    I. A República é uma forma de Estado.

    II. A federação é uma forma de governo.III. A República Federativa do Brasil admite o direito de secessão, desde que esta se faça por meio de

    emenda à CF, com três quintos, no mínimo, de aprovação em cada casa do Congresso Nacional, emdois turnos.

    IV. São poderes da União, dos estados e do DF, independentes e harmônicos, o Legislativo, o Judiciárioe o Executivo.

    V. A expressão "Estado Democrático de Direito", contida no art. 1.° da CF, representa a necessidade dese providenciar mecanismos de apuração e de efetivação da vontade do povo nas decisões políticasfundamentais do Estado, conciliando uma democracia representativa, pluralista e livre, com umademocracia participativa efetiva.

    A quantidade de itens certos é igual aa) 1.

    b) 2.

    c) 3.

    d) 4.

    e) 5.

    |COMENTÁRIOS|. 

     Nota do autor: nesta questão do Cespe, o examinador busca confundir o candidato com a inversão

    de conceitos.

    Alternativa correta: letra “A”: somente a assertiva V está correta. A expressão Estado Democrático

    de Direito nos remete a um Estado limitado pelo ordenamento jurídico e que possibilita aos cidadãos a plena

    fruição da cidadania. A cidadania pode, além de outras definições, ser entendida como a participação popular

    nas principais decisões do Estado. Temos uma democracia como forma de governo, representativa em regra,

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    140 Paulo Lépore e Kerton Nascimento e Costa

    e direta, em determinados casos previstos na CF, de acordo com o parágrafo único do art. 1º da CF. Nas asser-

    tivas I e II o examinador busca confundir os candidatos com a inversão das definições, pois a República é uma

    forma de governo e a Federação é uma forma de Estado. A assertiva III está completamente errada, pois o

    Estado Federado não admite secessão, de acordo com a redação do art. 1º da CF, que diz “A República Fede-

    rativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se

    em Estado Democrático de Direito...”, e também com a vedação expressa do § 4 do art. 60 da CF, que impossi-

    bilita a existência de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado. A assertiva IV contraria o texto

    constitucional, pois a redação do art. 2º da CF diz que “São Poderes da União, independentes e harmônicos

    entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

    2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS, COLETIVOS, EAÇÕES OU REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS.

     CF, artigos 5° a 11.

    02. (FCC – Técnico Judiciário – TJ-RJ/2012) No curso de uma investigação criminal, a autoridade poli-cial competente encontra indícios de que bens furtados há um ano de uma repartição pública estejamguardados na residência dos pais de um dos investigados. A autoridade policial dirige-se, então, ao imó-vel, durante o dia, onde, sem o consentimento dos moradores e independentemente de determinação

     judicial, efetua busca que resulta na localização dos bens furtados.

    Nessa hipótese, considerada a disciplina constitucional dos direitos e garantias fundamentais, a prova em

    questão

    a) seria inadmissível, no processo, caso os bens furtados fossem de propriedade particular, mas, porse tratar de bens públicos, poderá a prova ser utilizada, estando a autoridade policial legitimada aefetuar a busca, mesmo sem determinação judicial.

    b) seria admissível, no processo, se os bens houvessem sido encontrados na casa do investigado, e nãode terceiros.

    c) será inadmissível, no processo, por ter sido obtida de maneira ilícita.

    d) seria admissível, no processo, se a busca houvesse sido realizada mediante determinação judicial,caso em que poderia ter sido efetuada a qualquer hora do dia.

    e) será admissível no processo, por atender às exigências constitucionais do devido processo legal.

    |COMENTÁRIOS|. 

    Alternativa correta: letra “C” (responde a todas as alternativas): a redação do inciso XI do art. 5º da

    CF é clara e diz que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consenti-

    mento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,

    por determinação judicial”. As demais alternativas, diante da clareza do texto legal, são incorretas, pois, em

    nenhuma situação o ingresso na casa fora dos padrões mencionados no inciso XI seriam consideradas admis-síveis.

    03. (FCC – Analista Judiciário – TJ-RJ/2012) No curso de processo administrativo tendo por objetoa apuração de faltas funcionais por servidor dos quadros do Poder Judiciário, entende a autoridade queconduz o processo pela necessidade de compilação de provas contundentes dos atos supostamentefaltosos, considerando apto a esse fim o acesso às comunicações telefônicas do servidor, mantidas tantoem sua unidade de lotação quanto a partir de sua residência.

    Nessa hipótese, considerada a disciplina constitucional dos direitos e garantias fundamentais, a prova

    pretendida

    a) poderá ser produzida, desde que mediante determinação judicial, ficando restrita, contudo, àscomunicações telefônicas mantidas em sua unidade de lotação.

    b) poderá ser produzida, independentemente de determinação judicial específica, por se tratar deprocesso administrativo que tramita perante o próprio Poder Judiciário, garantindo-se ao acusado,contudo, o contraditório e a ampla defesa.

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    156 Paulo Lépore e Kerton Nascimento e Costa

    DICAS

    1. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

     

    • Denominam-se direitos fundamentais os direitos humanos que são positivados nas constituições.

     • Os direitos e garantias fundamentais estão alocados nos artigos 5° a 17 da CF. • As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (art. 5°, § 1°, da

    CF). Atenção: não confundir o fato que todos os direitos e garantias fundamentais têm aplicabili-dade imediata com a situação em que essas mesmas categorias podem estar materializadas em nor-mas de eficácia plena, contida ou limitada. Em outras palavras: não se pode confundir aplicabilidadecom eficácia. A aplicabilidade se refere ao fato de que toda norma tem sentido completo, já a eficáciaguarda relação com a materialização prática.

     • Os direitos e garantias expressos na Constituição Federal de 1988 não excluem outros decorrentesdo regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a RepúblicaFederativa do Brasil seja parte.

     • Nos exatos termos do art. 5°, § 3°, da CF, incluído pela EC 45/2004, os tratados e convenções inter-nacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, emdois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes  às emendasconstitucionais. Vale notar que essa força hierárquica de equivalência a emenda não atinge ostratados de direitos humanos aprovados antes da inclusão dessa nova disposição à CF. Segundoposição predominante do STF, os tratados de direitos humanos aprovados antes da inclusão do §3°, ao art. 5°, da CF, terão status supralegal, ou seja, valerão mais do que as leis, mas menos do quea Constituição.

    1.1. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

     

    • O caput do art. 5° da CF enuncia que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-reza”. Segundo posição doutrinária pacífica, trata-se do reconhecimento da igualdade formal. Entre-tanto, implícita ao texto constitucional também existiria a igualdade material, que significa conferirtratamento desigual, para igualar. A igualdade material leva em consideração os sujeitos e valoresenvolvidos e busca equilibrar as relações de fato.

     

    • É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato, e assegurado direito de resposta pro-porcional ao agravo, além de eventual indenização por dano material, moral ou à imagem (a res-posta não exclui o dever de indenizar).

     

    • De acordo com o art. 136, da CF, o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repúblicae o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente resta-belecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e

    iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natu-reza. O Estado de Defesa será instituído por decreto, que determinará o tempo de sua duração,especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivasa vigorarem, dentre as quais estão abrangidas as que imponham restrições aos direitos de: i. reu-nião, ainda que exercida no seio das associações; ii. sigilo de correspondência e; iii. sigilo decomunicação telegráfica e telefônica. Nesse sentido, os direitos de reunião, sigilo de correspon-dência e sigilo de comunicação telegráfica e telefônica podem ser restringidos.

    INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

    RegraExceções: hipóteses em que se pode penetrar emcasa mesmo sem o consentimento do morador

    A casa (englobando escritórios, motéis, hotéis e congê-neres, segundo o STF) é asilo inviolável do indivíduo enela ninguém pode penetrar sem consentimento domorador.

    a) a qualquer horário: em caso de flagrante delito oudesastre, ou para prestar socorro

    b) somente durante o dia: por determinação judicial.

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    Direito Constitucional 157

     • Fica assegurado aos autores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas,nos termos da lei, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem oude que participarem.

     

    • É assegurada, nos termos da lei, a proteção às participações individuais em obras coletivas e à repro-dução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas.

     • Assegura-se a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Pode-res Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

     

    • É livre o direito de reunião pacífica, não sendo necessária autorização. Entretanto, exige-se prévioaviso (não pedido de autorização) à autoridade competente, para que não frustre outra reuniãoanteriormente convocada.

     

    • No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particu-lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, apenas se houver dano (e não em qualquercaso).

     • A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício docônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus”.

    Em outras palavras: aplica-se a lei brasileira, salvo se a do falecido for mais favorável. • Associações (art. 5°, XVIII e XIX, da CF)

    ASSOCIAÇÕES

    OBJETIVO EXIGÊNCIAS

    1. CriaçãoNão depende de autorização do poder público.

    É vedada a criação de associações de caráter paramilitar

    2. Suspensão das Atividades Somente por decisão Judicial

    3. Dissolução Somente por decisão judicial com trânsito em julgado

     

    • Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de inte-resse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res-salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, não havendo prevalência do direito individual neste caso.

     

    • O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita (apenas) aos que comprovarem insuficiên-cia de recursos (e não a todos, indistintamente).

     

    • O registro civil de nascimento e a certidão de óbito são gratuitos apenas aos reconhecidamentepobres.

     • Nenhuma pena  passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e adecretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra elesexecutadas, até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5°, XLV, da CF).

     • Somente os crimes de racismo e de ações de grupos armadas, civis ou militares, contra a ordemconstitucional e o Estado Democrático são imprescritíveis (além de inafiançáveis). Já os crimes detortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e os definidos em lei como hedion-dos, são insuscetíveis de graça ou anistia (além de inafiançáveis).

    CRIME INAFIANCÁVEL IMPRESCRITÍVELINSUSCETÍVEL DE

    GRAÇA OU ANISTIA

    Racismo Sim Sim Não

    Ações de Grupos Armados, Civis ouMilitares contra a Ordem Constitu-cional e o Estado Democrático

    Sim Sim Não

    Tortura Sim Não Sim

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    172 Paulo Lépore e Kerton Nascimento e Costa

    • Para fins de promoção, deverá ocorrer a aferição do merecimento conforme o desempenho e peloscritérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e apro-veitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento (portanto, o aproveitamentonão é dispensável).

     

    • Na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto

    fundamentado de dois terços (não um terço) de seus membros, conforme procedimento próprio, eassegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.

     

    • O Conselho da Justiça Federal funcionará junto ao Superior Tribunal de Justiça e lhe cabe exercer,na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro esegundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terãocaráter vinculante. Trata-se de uma novidade instituída pela EC 45/04, no contexto da Reforma doPoder Judiciário.

     

    • No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões cons-titucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão dorecurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

      SÚMULAS APLICÁVEIS

    1. DIREITOS FUNDAMENTAIS

     • Súmula Vinculante 1: Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, semponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constantede termo de adesão instituído pela Lei Complementar 110/2001.

     

    • Súmula Vinculante 5: a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinarnão ofende a constituição.

     

    • Súmula Vinculante 11: só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receiode fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, jus-tificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal doagente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízoda responsabilidade civil do Estado.

     • Súmula Vinculante 25: é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidadedo depósito.

     • Súmula 629 do STF: a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe emfavor dos associados independe da autorização destes.

     

    • Súmula 654 do STF: a garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituiçãoda República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

     • Súmula 693 do STF: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ourelativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada”.

     

    • Súmula 694 do STF: “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar oude perda de patente ou de função pública”.

     • Súmula 419 do STJ: descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.

     • Súmula 2 do STJ: não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra “a”) se não houve recusa de infor-mações por parte da autoridade administrativa.

     

    • Súmula 376 do STJ: compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contraato de juizado especial.

     • Súmula 333 do STJ: cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida porsociedade de economia mista ou empresa pública.

     

    • Súmula 105 do STJ: na ação de mandado de segurança, não se admite condenação em honoráriosadvocatícios.

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    Direito Constitucional 173

    2. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

     

    • Súmula Vinculante 2: é inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponhasobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

     • Súmula Vinculante 22: a justiça do trabalho é competente para processar e julgar as ações de inde-nização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empre-

    gado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeirograu quando da promulgação da emenda constitucional nº 45/04.

     

    • Súmula 245 do STF: a imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa.

     

    • Súmula 628 do STF: integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribu-nal é parte legítima para impugnar a validade da nomeação de concorrente.

     • Súmula 647 do STF: compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros daspolícias civil e militar do Distrito Federal.

     • Súmula 722 do STF: são da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabi-lidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

     

    • Súmula Vinculante 16: os artigos 7º, iv, e 39, § 3º (redação da ec 19/98), da constituição, referem-se

    ao total da remuneração percebida pelo servidor público. • Súmula 651 do STF: A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a EC

    32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desdea primeira edição.

     

    • Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aoselementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgãocom competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

      INFORMATIVOS APLICÁVEIS

    1. STF

    1.1. DIREITOS FUNDAMENTAIS

      Interrupção de gravidez de feto anencéfalo

    O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em arguição de descumprimento de preceito funda-mental ajuizada, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde – CNTS, a fim de declarar a inconstitu-cionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria conduta tipificadanos artigos 124, 126 e 128, I e II, do CP. Prevaleceu o voto do Min. Marco Aurélio, relator. De início, reputou impres-cindível delimitar o objeto sob exame. Realçou que o pleito da requerente seria o reconhecimento do direito dagestante de submeter-se a antecipação terapêutica de parto na hipótese de gravidez de feto anencéfalo, previa-mente diagnosticada por profissional habilitado, sem estar compelida a apresentar autorização judicial ou qualquer

    outra forma de permissão do Estado. Destacou a alusão realizada pela própria arguente ao fato de não se postular aproclamação de inconstitucionalidade abstrata dos tipos penais em comento, o que os retiraria do sistema jurídico.Assim, o pleito colimaria tão somente que os referidos enunciados fossem interpretados conforme a Constituição.Dessa maneira, exprimiu que se mostraria despropositado veicular que o Supremo examinaria a descriminalizaçãodo aborto, especialmente porque existiria distinção entre aborto e antecipação terapêutica de parto. Nesse con-texto, afastou as expressões “aborto eugênico”, “eugenésico” ou “antecipação eugênica da gestação”, em razão doindiscutível viés ideológico e político impregnado na palavra eugenia. Na espécie, aduziu inescapável o confrontoentre, de um lado, os interesses legítimos da mulher em ver respeitada sua dignidade e, de outro, os de parte dasociedade que desejasse proteger todos os que a integrariam, independentemente da condição física ou viabili-dade de sobrevivência. Sublinhou que o tema envolveria a dignidade humana, o usufruto da vida, a liberdade, aautodeterminação, a saúde e o reconhecimento pleno de direitos individuais, especificamente, os direitos sexu-ais e reprodutivos das mulheres. No ponto, relembrou que não haveria colisão real entre direitos fundamentais,apenas conflito aparente. Versou que o Supremo fora instado a se manifestar sobre o tema no HC 84025/RJ (DJU

    de 25.6.2004), entretanto, a Corte decidira pela prejudicialidade do writ em virtude de o parto e o falecimento doanencéfalo terem ocorrido antes do julgamento. Ressurtiu que a tipificação penal da interrupção da gravidez de fetoanencéfalo não se coadunaria com a Constituição, notadamente com os preceitos que garantiriam o Estado laico, adignidade da pessoa humana, o direito à vida e a proteção da autonomia, da liberdade, da privacidade e da saúde.ADPF 54/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 11 e 12.4.2012.(ADPF-54) STF. Informativo 661.