lei n.º 58 2008, de 09 de setembro _ estatuto disciplinar trabalhadores função publica

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  • 8/7/2019 Lei n. 58 2008, de 09 de Setembro _ Estatuto Disciplinar Trabalhadores Funo Publica

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    [N de artigos:82]

    Lei n. 58/2008, de 09 de Setembro (verso actualizada)

    ESTATUTO DISCIPLINAR DOS TRABALHADORES QUE EXERCEMFUNES PBLICAS

    SUMRIO

    Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que Exercem Funes Pblicas__________________________

    Lei n. 58/2008de 9 de SetembroEstatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que Exercem Funes PblicasA Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161. da Constituio, o seguinte:Artigo 1.Objecto aprovado o Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que Exercem Funes Pblicas, doravante designadopor Estatuto, publicado em anexo presente lei e que dela faz parte integrante.Artigo 2.

    Contagem dos prazosOs prazos referidos no Estatuto contam-se nos termos previstos no Cdigo do ProcedimentoAdministrativo.Artigo 3.Trabalhadores referidos no n. 4 do artigo 88. da Lei n. 12-A/2008, de 27 de Fevereiro 1 - Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte, aos trabalhadores referidos no n. 4 do artigo 88. daLei n. 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, aplicvel o disposto no Estatuto quanto aos trabalhadores queexercem funes na modalidade de contrato de trabalho em funes pblicas.2 - O disposto na alnea h) do n. 1 do artigo 18. e nos artigos 69. a 71. do Estatuto estendido aostrabalhadores referidos no n. 4 do artigo 88. da Lei n. 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, aos quais aplicvel a pena de demisso.Artigo 4.Aplicao no tempo1 - Sem prejuzo do disposto nos nmeros seguintes, o Estatuto imediatamente aplicvel aos factospraticados, aos processos instaurados e s penas em curso de execuo na data da sua entrada em vigor,quando o seu regime se revele, em concreto, mais favorvel ao trabalhador e melhor garanta a suaaudincia e defesa.2 - O regime referido no nmero anterior abrange as disposies normativas do Estatuto relativas aosdeveres funcionais, sua violao e sancionamento, bem como ao respectivo procedimento,designadamente no que respeita no previso do anteriormente vigente instituto da infracodirectamente constatada.3 - Os prazos de prescrio do procedimento disciplinar e das penas, bem como os de reabilitao e operodo referido no n. 4 do artigo 6. do Estatuto, contam-se a partir da data da entrada em vigor doEstatuto, mas no prejudicam a aplicao dos prazos anteriormente vigentes quando estes se revelem,em concreto, mais favorveis ao trabalhador.4 - O disposto no n. 5 do artigo 6. do Estatuto no se aplica:a) Aos processos de inqurito e de sindicncia que se encontrem instaurados, no que se refere ao prazoali previsto para a sua instaurao;b) Aos procedimentos disciplinares comuns que se encontrem instaurados, no que se refere ao prazo ali

    previsto para a sua instaurao.5 - A pena de inactividade que se encontre proposta, aplicada ou em curso de execuo automaticamente convertida em pena de suspenso, pelo seu limite mximo:a) Cessando, ou no se aplicando, os efeitos que produzia e que no sejam produzidos pela pena desuspenso; eb) Cessando imediatamente a sua execuo quando aquele limite j se encontre atingido ou ultrapassado.

    6 - A pena de perda de dias de frias que se encontre proposta, aplicada ou em curso de execuo convertida, a requerimento do trabalhador apresentado no prazo de 30 dias contados da data de entradaem vigor da presente lei, em pena de multa, pelo seu limite mximo.7 - A pena de aposentao compulsiva que se encontre proposta ou aplicada mas ainda no executadadetermina a reavaliao do processo, por quem a tenha proposto ou aplicado, respectivamente, comvista sua manuteno ou converso em pena de suspenso, com os efeitos que cada uma deva produzir.8 - Cessa imediatamente a execuo das penas e a produo dos respectivos efeitos que se encontrem em

    curso relativamente a trabalhadores aposentados por motivo distinto do da aplicao de pena deaposentao compulsiva desde que tais trabalhadores no tenham constitudo nova relao jurdica deemprego pblico.9 - As restantes penas em curso de execuo, bem como todas as que se encontrem suspensas, ainda quetenham sido convertidas ao abrigo do disposto nos nmeros anteriores, cessam tal execuo ou

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    suspenso, produzindo apenas os efeitos ora previstos:a) Quando atinjam o limite mximo ora previsto; oub) Imediatamente, quando tal limite j se encontre atingido ou ultrapassado.10 - Cessam os efeitos que se encontrem a ser produzidos por penas j executadas quando as penas oracorrespondentes ou aquelas em que se devessem converter ou pelas quais devessem ser substitudas, nostermos dos nmeros anteriores, os no prevejam ou os produzam por perodo que se encontre atingido ouultrapassado.11 - Cessa a perda do vencimento de exerccio, e reembolsado aquele que tenha sido perdido, aosarguidos ainda no condenados que se encontrem ou tenham encontrado preventivamente suspensos.12 - Relativamente aos processos que j tenham sido remetidos para deciso e em que esta ainda notenha sido proferida, observa-se o seguinte:a) Mantm-se a competncia anteriormente vigente para aplicao das penas;b) O prazo referido no n. 3 do artigo 55. conta-se a partir da data da entrada em vigor do Estatutoquando a entidade competente para punir entenda ordenar a realizao de novas diligncias ou solicitar aemisso de parecer e ainda o no tenha feito;c) O prazo referido no n. 4 do artigo 55. conta-se a partir da data da entrada em vigor do Estatutoquando a entidade competente para punir concorde com as concluses do relatrio final ou se encontreexpirado o prazo que tenha marcado para realizao de novas diligncias ou o fixado para emisso deparecer.13 - Os anteriormente designados processos por falta de assiduidade so automaticamente convertidosem processos disciplinares comuns.14 - Os anteriormente designados processos de averiguaes so automaticamente convertidos em

    processos de inqurito.Artigo 5.Norma revogatria revogado o Decreto-Lei n. 24/84, de 16 de Janeiro.

    Consultar o Estatuto Disciplinar dos Funcionrios e Agentes da Administrao Central, Regional e Local(actualizado face ao diploma em epgrafe)

    Artigo 6.RemissesAs remisses de normas contidas em actos legislativos ou regulamentares para o Estatuto Disciplinaraprovado pelo Decreto-Lei n. 24/84, de 16 de Janeiro, consideram-se efectuadas para as disposiescorrespondentes do Estatuto Disciplinar ora aprovado.Artigo 7.

    Entrada em vigorA presente lei entra em vigor na data do incio de vigncia do Regime do Contrato de Trabalho emFunes Pblicas, aprovado nos termos do artigo 87. da Lei n. 12-A/2008, de 27 de Fevereiro.Aprovada em 18 de Julho de 2008.O Presidente da Assembleia da Repblica, Jaime Gama.Promulgada em 26 de Agosto de 2008.Publique-se.O Presidente da Repblica, Anbal Cavaco Silva.Referendada em 27 de Agosto de 2008.O Primeiro-Ministro, Jos Scrates Carvalho Pinto de Sousa.

    ANEXOESTATUTO DISCIPLINAR DOS TRABALHADORES QUE EXERCEM FUNES PBLICAS

    CAPTULO I

    mbito de aplicaoArtigo 1.mbito de aplicao subjectivo

    1 - O presente Estatuto aplicvel a todos os trabalhadores que exercem funes pblicas,independentemente da modalidade de constituio da relao jurdica de emprego pblico ao abrigo daqual exercem as respectivas funes.2 - O presente Estatuto tambm aplicvel, com as necessrias adaptaes, aos actuais trabalhadorescom a qualidade de funcionrio ou agente de pessoas colectivas que se encontrem excludas do seumbito de aplicao objectivo.3 - Exceptuam-se do disposto nos nmeros anteriores os trabalhadores que possuam estatuto disciplinarespecial.

    Artigo 2.mbito de aplicao objectivo

    1 - O presente Estatuto aplicvel aos servios da administrao directa e indirecta do Estado.2 - O presente Estatuto tambm aplicvel, com as necessrias adaptaes, designadamente no que

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    respeita s competncias em matria administrativa dos correspondentes rgos de governo prprio, aosservios das administraes regionais e autrquicas.3 - O presente Estatuto ainda aplicvel, com as adaptaes impostas pela observncia dascorrespondentes competncias, aos rgos e servios de apoio do Presidente da Repblica, da Assembleiada Repblica, dos tribunais e do Ministrio Pblico e respectivos rgos de gesto e de outros rgosindependentes.4 - A aplicabilidade do presente Estatuto aos servios perifricos externos do Estado, quer relativamente

    aos trabalhadores recrutados localmente quer aos que, de outra forma recrutados, neles exeramfunes, no prejudica a vigncia:a) Das normas e princpios de direito internacional que disponham em contrrio;b) Dos regimes legais que sejam localmente aplicveis.5 - Sem prejuzo do disposto no n. 2 do artigo anterior, o presente Estatuto no aplicvel s entidadespblicas empresariais nem aos gabinetes de apoio quer dos membros do Governo quer dos titulares dosrgos referidos nos n.os 2 e 3.

    CAPTULO IIPrincpios fundamentais

    Artigo 3.Infraco disciplinar

    1 - Considera-se infraco disciplinar o comportamento do trabalhador, por aco ou omisso, ainda quemeramente culposo, que viole deveres gerais ou especiais inerentes funo que exerce.2 - So deveres gerais dos trabalhadores:a) O dever de prossecuo do interesse pblico;b) O dever de iseno;c) O dever de imparcialidade;d) O dever de informao;e) O dever de zelo;f) O dever de obedincia;g) O dever de lealdade;h) O dever de correco;i) O dever de assiduidade;j) O dever de pontualidade.3 - O dever de prossecuo do interesse pblico consiste na sua defesa, no respeito pela Constituio,

    pelas leis e pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidados.4 - O dever de iseno consiste em no retirar vantagens, directas ou indirectas, pecunirias ou outras,para si ou para terceiro, das funes que exerce.5 - O dever de imparcialidade consiste em desempenhar as funes com equidistncia relativamente aosinteresses com que seja confrontado, sem discriminar positiva ou negativamente qualquer deles, naperspectiva do respeito pela igualdade dos cidados.6 - O dever de informao consiste em prestar ao cidado, nos termos legais, a informao que sejasolicitada, com ressalva daquela que, naqueles termos, no deva ser divulgada.7 - O dever de zelo consiste em conhecer e aplicar as normas legais e regulamentares e as ordens einstrues dos superiores hierrquicos, bem como exercer as funes de acordo com os objectivos quetenham sido fixados e utilizando as competncias que tenham sido consideradas adequadas.8 - O dever de obedincia consiste em acatar e cumprir as ordens dos legtimos superiores hierrquicos,dadas em objecto de servio e com a forma legal.9 - O dever de lealdade consiste em desempenhar as funes com subordinao aos objectivos do rgoou servio.10 - O dever de correco consiste em tratar com respeito os utentes dos rgos ou servios e osrestantes trabalhadores e superiores hierrquicos.11 - Os deveres de assiduidade e de pontualidade consistem em comparecer ao servio regular econtinuamente e nas horas que estejam designadas.

    Artigo 4.Sujeio ao poder disciplinar

    1 - Todos os trabalhadores so disciplinarmente responsveis perante os seus superiores hierrquicos.2 - Os titulares dos rgos dirigentes dos servios da administrao indirecta so disciplinarmenteresponsveis perante o membro do Governo que exera a respectiva superintendncia ou tutela.3 - Os trabalhadores ficam sujeitos ao poder disciplinar desde a aceitao da nomeao, a celebrao docontrato ou a posse ou desde o incio legal de funes quando este anteceda aqueles actos.

    4 - A cessao da relao jurdica de emprego pblico ou a alterao da situao jurdico-funcional noimpedem a punio por infraces cometidas no exerccio da funo.

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    Artigo 5.Excluso da responsabilidade disciplinar

    1 - excluda a responsabilidade disciplinar do trabalhador que actue no cumprimento de ordens ouinstrues emanadas de legtimo superior hierrquico e em matria de servio, quando previamentedelas tenha reclamado ou exigido a sua transmisso ou confirmao por escrito.2 - Considerando ilegal a ordem ou instruo recebidas, o trabalhador faz expressamente meno dessefacto ao reclamar ou ao pedir a sua transmisso ou confirmao por escrito.

    3 - Quando a deciso da reclamao ou a transmisso ou confirmao da ordem ou instruo por escritono tenham lugar dentro do tempo em que, sem prejuzo, o cumprimento destas possa ser demorado, otrabalhador comunica, tambm por escrito, ao seu imediato superior hierrquico, os termos exactos daordem ou instruo recebidas e da reclamao ou do pedido formulados, bem como a no satisfaodestes, executando seguidamente a ordem ou instruo.4 - Quando a ordem ou instruo sejam dadas com meno de cumprimento imediato e sem prejuzo dodisposto nos n.os 1 e 2, a comunicao referida na parte final do nmero anterior efectuada aps aexecuo da ordem ou instruo.5 - Cessa o dever de obedincia sempre que o cumprimento das ordens ou instrues implique a prticade qualquer crime.

    Artigo 6.Prescrio do procedimento disciplinar

    1 - O direito de instaurar procedimento disciplinar prescreve passado um ano sobre a data em que ainfraco tenha sido cometida.2 - Prescreve igualmente quando, conhecida a infraco por qualquer superior hierrquico, no sejainstaurado o competente procedimento disciplinar no prazo de 30 dias.3 - Quando o facto qualificado como infraco disciplinar seja tambm considerado infraco penal,aplicam-se ao direito de instaurar procedimento disciplinar os prazos de prescrio estabelecidos na leipenal.4 - Suspendem o prazo prescricional referido nos nmeros anteriores, por um perodo at seis meses, ainstaurao de processo de sindicncia aos rgos ou servios, bem como a de processo de inqurito oudisciplinar, mesmo que no dirigidos contra o trabalhador a quem a prescrio aproveite, quando emqualquer deles venham a apurar-se infraces por que seja responsvel.5 - A suspenso do prazo prescricional apenas opera quando, cumulativamente:a) Os processos referidos no nmero anterior tenham sido instaurados nos 30 dias seguintes suspeita daprtica de factos disciplinarmente punveis;b) O procedimento disciplinar subsequente tenha sido instaurado nos 30 dias seguintes recepodaqueles processos, para deciso, pela entidade competente; ec) data da instaurao dos processos e procedimento referidos nas alneas anteriores, no se encontrej prescrito o direito de instaurar procedimento disciplinar.6 - O procedimento disciplinar prescreve decorridos 18 meses contados da data em que foi instauradoquando, nesse prazo, o arguido no tenha sido notificado da deciso final.7 - A prescrio do procedimento disciplinar referida no nmero anterior suspende-se durante o tempoem que, por fora de deciso jurisdicional ou de apreciao jurisdicional de qualquer questo, a marchado correspondente processo no possa comear ou continuar a ter lugar.8 - A prescrio volta a correr a partir do dia em que cesse a causa da suspenso.

    Artigo 7.

    Efeitos da pronncia e da condenao em processo penal1 - Quando o agente de um crime cujo julgamento seja da competncia do tribunal de jri ou do tribunalcolectivo seja um trabalhador a que o presente Estatuto aplicvel, a secretaria do tribunal por ondecorra o processo, no prazo de vinte e quatro horas sobre o trnsito em julgado do despacho de pronnciaou equivalente, entrega, por termo nos autos, cpia de tal despacho ao Ministrio Pblico, a fim de queeste a remeta ao rgo ou servio em que o trabalhador desempenha funes.2 - Quando um trabalhador a que o presente Estatuto aplicvel seja condenado pela prtica de crime,aplica-se, com as necessrias adaptaes, o disposto no nmero anterior.3 - A condenao em processo penal no prejudica o exerccio da aco disciplinar quando a infracopenal constitua tambm infraco disciplinar.

    Artigo 8.

    Factos passveis de ser considerados infraco penalQuando os factos sejam passveis de ser considerados infraco penal, d-se obrigatoriamente notciadeles ao Ministrio Pblico competente para promover o procedimento criminal, nos termos do artigo242. do Cdigo de Processo Penal.

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    CAPTULO IIIPenas disciplinares e seus efeitos

    Artigo 9.Escala das penas

    1 - As penas aplicveis aos trabalhadores pelas infraces que cometam so as seguintes:

    a) Repreenso escrita;b) Multa;c) Suspenso;d) Demisso ou despedimento por facto imputvel ao trabalhador.2 - Aos titulares de cargos dirigentes e equiparados aplicvel a pena de cessao da comisso deservio.3 - No pode ser aplicada mais de uma pena por cada infraco, pelas infraces acumuladas que sejamapreciadas num nico processo ou pelas infraces apreciadas em processos apensados.4 - As penas so sempre registadas no processo individual do trabalhador.5 - As amnistias no destroem os efeitos j produzidos pela aplicao da pena, sendo, porm, averbadasno processo individual.

    Artigo 10.

    Caracterizao das penas1 - A pena de repreenso escrita consiste em mero reparo pela irregularidade praticada.2 - A pena de multa fixada em quantia certa e no pode exceder o valor correspondente a seisremuneraes base dirias por cada infraco e um valor total correspondente remunerao base de 90dias por ano.3 - A pena de suspenso consiste no afastamento completo do trabalhador do rgo ou servio durante operodo da pena.4 - A pena de suspenso varia entre 20 e 90 dias por cada infraco, num mximo de 240 dias por ano.5 - A pena de demisso consiste no afastamento definitivo do rgo ou servio do trabalhador nomeado,cessando a relao jurdica de emprego pblico.6 - A pena de despedimento por facto imputvel ao trabalhador consiste no afastamento definitivo dorgo ou servio do trabalhador contratado, cessando a relao jurdica de emprego pblico.7 - A pena de cessao da comisso de servio consiste na cessao compulsiva do exerccio de cargodirigente ou equiparado.

    Artigo 11.Efeitos das penas

    1 - As penas disciplinares produzem unicamente os efeitos previstos no presente Estatuto.2 - A pena de suspenso determina, por tantos dias quantos os da sua durao, o no exerccio defunes e a perda das remuneraes correspondentes e da contagem do tempo de servio paraantiguidade.3 - A aplicao da pena de suspenso no prejudica o direito dos trabalhadores manuteno, nostermos legais, das prestaes do respectivo regime de proteco social.4 - As penas de demisso e de despedimento por facto imputvel ao trabalhador importam a perda detodos os direitos do trabalhador, salvo quanto aposentao ou reforma por velhice, nos termos econdies previstos na lei, mas no o impossibilitam de voltar a exercer funes em rgo ou servio que

    no exijam as particulares condies de dignidade e confiana que aquelas de que foi demitido oudespedido exigiam.5 - A pena de cessao da comisso de servio implica o termo do exerccio do cargo dirigente ouequiparado e a impossibilidade de exerccio de qualquer cargo dirigente ou equiparado durante o perodode trs anos contados da data da notificao da deciso.

    Artigo 12.Penas aplicveis em caso de cessao da relao jurdica de emprego pblico

    Em caso de cessao da relao jurdica de emprego pblico, as penas previstas nas alneas b) a d) do n.1 do artigo 9. so executadas desde que os trabalhadores constituam nova relao jurdica de empregopblico.

    CAPTULO IVCompetncia disciplinar

    Artigo 13.

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    Princpio geral

    A competncia disciplinar dos superiores envolve sempre a dos seus inferiores hierrquicos dentro dorgo ou servio.

    Artigo 14.Competncia para aplicao das penas

    1 - A aplicao da pena prevista na alnea a) do n. 1 do artigo 9. da competncia de todos ossuperiores hierrquicos em relao aos seus subordinados.2 - A aplicao das restantes penas previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 9. da competncia do dirigentemximo do rgo ou servio.3 - Compete ao membro do Governo respectivo a aplicao de qualquer pena aos dirigentes mximos dosrgos ou servios.4 - Nas autarquias locais, associaes e federaes de municpios, bem como nos serviosmunicipalizados, a aplicao das penas previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 9. da competncia,respectivamente, dos correspondentes rgos executivos, bem como dos conselhos de administrao.5 - Nas assembleias distritais, a aplicao das penas previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 9. dacompetncia do respectivo plenrio.6 - A competncia prevista nos n.os 1, 2, 4 e 5 indelegvel.

    CAPTULO VFactos a que so aplicveis as penas

    Artigo 15.Repreenso escrita

    A pena de repreenso escrita aplicvel por infraces leves de servio.

    Artigo 16.Multa

    A pena de multa aplicvel a casos de negligncia ou m compreenso dos deveres funcionais,nomeadamente aos trabalhadores que:

    a) No observem os procedimentos estabelecidos ou cometam erros por negligncia, de que no resulteprejuzo relevante para o servio;b) Desobedeam s ordens dos superiores hierrquicos, sem consequncias importantes;c) No usem de correco para com os superiores hierrquicos, subordinados ou colegas ou para com opblico;d) Pelo defeituoso cumprimento ou desconhecimento das disposies legais e regulamentares ou dasordens superiores, demonstrem falta de zelo pelo servio;e) No faam a comunicao referida no n. 6 do artigo 30. da Lei n. 12-A/2008, de 27 de Fevereiro.

    Artigo 17.Suspenso

    A pena de suspenso aplicvel aos trabalhadores que actuem com grave negligncia ou com gravedesinteresse pelo cumprimento dos deveres funcionais e queles cujos comportamentos atentemgravemente contra a dignidade e o prestgio da funo, nomeadamente quando:a) Dem informao errada a superior hierrquico;b) Compaream ao servio em estado de embriaguez ou sob o efeito de estupefacientes ou drogasequiparadas;c) Exeram funes em acumulao, sem autorizao ou apesar de no autorizados ou, ainda, quando aautorizao tenha sido concedida com base em informaes ou elementos, por eles fornecidos, que serevelem falsos ou incompletos;d) Demonstrem desconhecimento de normas essenciais reguladoras do servio, do qual haja resultadoprejuzos para o rgo ou servio ou para terceiros;e) Dispensem tratamento de favor a determinada entidade, singular ou colectiva;f) Omitam informao que possa ou deva ser prestada ao cidado ou, com violao da lei em vigor sobreacesso informao, revelem factos ou documentos relacionados com os procedimentos administrativos,em curso ou concludos;g) Desobedeam escandalosamente, ou perante o pblico e em lugar aberto ao mesmo, s ordens

    superiores;h) Prestem falsas declaraes sobre justificao de faltas;i) Violem os procedimentos da avaliao do desempenho, incluindo a aposio de datas semcorrespondncia com o momento da prtica do acto;

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    j) Agridam, injuriem ou desrespeitem gravemente superior hierrquico, colega, subordinado ou terceiro,fora dos locais de servio, por motivos relacionados com o exerccio das funes;l) Recebam fundos, cobrem receitas ou recolham verbas de que no prestem contas nos prazos legais;m) Violem, com culpa grave ou dolo, o dever de imparcialidade no exerccio das funes;n) Usem ou permitam que outrem use ou se sirva de quaisquer bens pertencentes aos rgos ou servios,cuja posse ou utilizao lhes esteja confiada, para fim diferente daquele a que se destinam;o) Violem os deveres referidos nos n.os 1 e 2 do artigo 30. da Lei n. 12-A/2008, de 27 de Fevereiro.

    Artigo 18.Demisso e despedimento por facto imputvel ao trabalhador

    1 - As penas de demisso e de despedimento por facto imputvel ao trabalhador so aplicveis em casode infraco que inviabilize a manuteno da relao funcional, nomeadamente aos trabalhadores que:a) Agridam, injuriem ou desrespeitem gravemente superior hierrquico, colega, subordinado ou terceiro,em servio ou nos locais de servio;b) Pratiquem actos de grave insubordinao ou indisciplina ou incitem sua prtica;c) No exerccio das suas funes, pratiquem actos manifestamente ofensivos das instituies e princpiosconsagrados na Constituio;d) Pratiquem ou tentem praticar qualquer acto que lese ou contrarie os superiores interesses do Estadoem matria de relaes internacionais;e) Voltem a praticar os factos referidos nas alneas c), h) e i) do artigo anterior;

    f) Dolosamente participem infraco disciplinar supostamente cometida por outro trabalhador;g) Dentro do mesmo ano civil dem 5 faltas seguidas ou 10 interpoladas sem justificao;h) Sendo nomeados ou, no sendo titulares de cargos dirigentes ou equiparados, exeram as suas funesem comisso de servio, cometam reiterada violao do dever de zelo, indiciada em processo deaveriguaes instaurado aps a obteno de duas avaliaes de desempenho negativas consecutivasapesar da frequncia de formao adequada aquando da primeira avaliao negativa;i) Divulguem informao que, nos termos legais, no deva ser divulgada;j) Em resultado da funo que exercem, solicitem ou aceitem, directa ou indirectamente, ddivas,gratificaes, participaes em lucros ou outras vantagens patrimoniais, ainda que sem o fim de acelerarou retardar qualquer servio ou procedimento;l) Comparticipem em oferta ou negociao de emprego pblico;m) Sejam encontrados em alcance ou desvio de dinheiros pblicos;n) Tomem parte ou interesse, directamente ou por interposta pessoa, em qualquer contrato celebrado oua celebrar por qualquer rgo ou servio;

    o) Com inteno de obter, para si ou para terceiro, benefcio econmico ilcito, faltem aos deveresfuncionais, no promovendo atempadamente os procedimentos adequados, ou lesem, em negciojurdico ou por mero acto material, designadamente por destruio, adulterao ou extravio dedocumentos ou por viciao de dados para tratamento informtico, os interesses patrimoniais que, notodo ou em parte, lhes cumpre, em razo das suas funes, administrar, fiscalizar, defender ou realizar;p) Autorizem o exerccio de qualquer actividade remunerada nas modalidades que esto vedadas aostrabalhadores que, colocados em situao de mobilidade especial, se encontrem no gozo de licenaextraordinria.2 - Tornando-se invivel a manuteno da relao funcional, as penas de demisso e de despedimentopor facto imputvel ao trabalhador so ainda aplicveis aos trabalhadores que, encontrando-se emsituao de mobilidade especial:a) Exeram qualquer actividade remunerada fora dos casos previstos na lei;b) No gozo de licena extraordinria, exeram qualquer actividade remunerada nas modalidades que lhesesto vedadas.

    Artigo 19.Cessao da comisso de servio

    1 - A pena de cessao da comisso de servio aplicvel, a ttulo principal, aos titulares de cargosdirigentes e equiparados que:a) No procedam disciplinarmente contra os trabalhadores seus subordinados pelas infraces de quetenham conhecimento;b) No participem criminalmente infraco disciplinar de que tenham conhecimento no exerccio dassuas funes, que revista carcter penal;c) Autorizem, informem favoravelmente ou omitam informao, relativamente situao jurdico-funcional de trabalhadores, em violao das normas que regulam a relao jurdica de emprego pblico;d) Violem as normas relativas celebrao de contratos de prestao de servios.

    2 - A pena de cessao da comisso de servio sempre aplicada acessoriamente aos titulares de cargosdirigentes e equiparados por qualquer infraco disciplinar punida com pena igual ou superior demulta.

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    Artigo 20.Escolha e medida das penas

    Na aplicao das penas atende-se aos critrios gerais enunciados nos artigos 15. a 19., natureza,misso e atribuies do rgo ou servio, ao cargo ou categoria do arguido, s particularesresponsabilidades inerentes modalidade da sua relao jurdica de emprego pblico, ao grau de culpa, sua personalidade e a todas as circunstncias em que a infraco tenha sido cometida que militemcontra ou a favor dele.

    Artigo 21.Circunstncias dirimentes

    So circunstncias dirimentes da responsabilidade disciplinar:a) A coaco fsica;b) A privao acidental e involuntria do exerccio das faculdades intelectuais no momento da prtica dainfraco;c) A legtima defesa, prpria ou alheia;d) A no exigibilidade de conduta diversa;e) O exerccio de um direito ou o cumprimento de um dever.

    Artigo 22.Circunstncias atenuantes especiais

    So circunstncias atenuantes especiais da infraco disciplinar:a) A prestao de mais de 10 anos de servio com exemplar comportamento e zelo;b) A confisso espontnea da infraco;c) A prestao de servios relevantes ao povo portugus e a actuao com mrito na defesa da liberdadee da democracia;d) A provocao;e) O acatamento bem intencionado de ordem ou instruo de superior hierrquico, nos casos em que nofosse devida obedincia.

    Artigo 23.

    Atenuao extraordinriaQuando existam circunstncias atenuantes que diminuam substancialmente a culpa do arguido, a penapode ser atenuada, aplicando-se pena inferior.

    Artigo 24.Circunstncias agravantes especiais

    1 - So circunstncias agravantes especiais da infraco disciplinar:a) A vontade determinada de, pela conduta seguida, produzir resultados prejudiciais ao rgo ou servioou ao interesse geral, independentemente de estes se terem verificado;b) A produo efectiva de resultados prejudiciais ao rgo ou servio ou ao interesse geral, nos casos emque o arguido pudesse prever essa consequncia como efeito necessrio da sua conduta;c) A premeditao;

    d) A comparticipao com outros indivduos para a sua prtica;e) O facto de ter sido cometida durante o cumprimento de pena disciplinar ou enquanto decorria operodo de suspenso da pena;f) A reincidncia;g) A acumulao de infraces.2 - A premeditao consiste no desgnio para o cometimento da infraco, formado, pelo menos, vinte equatro horas antes da sua prtica.3 - A reincidncia ocorre quando a infraco cometida antes de decorrido um ano sobre o dia em quetenha findado o cumprimento da pena aplicada por virtude de infraco anterior.4 - A acumulao ocorre quando duas ou mais infraces so cometidas na mesma ocasio ou quando uma cometida antes de ter sido punida a anterior.

    Artigo 25.Suspenso das penas

    1 - As penas previstas nas alneas a) a c) do n. 1 do artigo 9. podem ser suspensas quando, atendendo personalidade do arguido, s condies da sua vida, sua conduta anterior e posterior infraco e scircunstncias desta, se conclua que a simples censura do comportamento e a ameaa da pena realizam

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    de forma adequada e suficiente as finalidades da punio.2 - O tempo de suspenso no inferior a seis meses para as penas de repreenso escrita e de multa e aum ano para a pena de suspenso nem superior a um e dois anos, respectivamente.3 - Os tempos previstos no nmero anterior contam-se desde a data da notificao ao arguido darespectiva deciso.4 - A suspenso caduca quando o trabalhador venha a ser, no seu decurso, condenado novamente emprocesso disciplinar.

    Artigo 26.Prescrio das penas

    Sem prejuzo do disposto no artigo 12., as penas prescrevem nos prazos seguintes, contados da data emque a deciso se tornou inimpugnvel:a) Um ms, para a pena de repreenso escrita;b) Trs meses, para a pena de multa;c) Seis meses, para a pena de suspenso;d) Um ano, para as penas de demisso, de despedimento por facto imputvel ao trabalhador e decessao da comisso de servio.

    CAPTULO VIProcedimento disciplinarSECO IDisposies gerais

    Artigo 27.Formas de processo

    1 - O processo disciplinar comum e especial.2 - O processo especial aplica-se nos casos expressamente previstos na lei e o comum em todos os casos aque no corresponda processo especial.3 - Os processos especiais regulam-se pelas disposies que lhes so prprias e, na parte nelas noprevista, pelas disposies respeitantes ao processo comum.

    Artigo 28.Obrigatoriedade de processo disciplinar

    1 - As penas de multa e superiores so sempre aplicadas precedendo o apuramento dos factos emprocesso disciplinar.2 - A pena de repreenso escrita aplicada sem dependncia de processo, mas com audincia e defesado arguido.3 - A requerimento do arguido lavrado auto das diligncias referidas no nmero anterior, na presenade duas testemunhas por ele indicadas.4 - Para os efeitos do disposto no n. 2, o arguido tem o prazo mximo de cinco dias para, querendo,produzir a sua defesa por escrito.

    Artigo 29.

    Competncia para a instaurao do procedimento1 - Sem prejuzo do disposto no n. 3 do artigo 40., competente para instaurar ou mandar instaurarprocedimento disciplinar contra os respectivos subordinados qualquer superior hierrquico, ainda que noseja competente para punir.2 - Compete ao membro do Governo respectivo a instaurao de procedimento disciplinar contra osdirigentes mximos dos rgos ou servios.

    Artigo 30.Local da instaurao e mudana de rgo ou servio na pendncia do processo

    1 - O procedimento disciplinar sempre instaurado no rgo ou servio em que o trabalhador exercefunes data da infraco.2 - Quando, aps a prtica de uma infraco disciplinar ou j na pendncia do respectivo processo, o

    trabalhador mude de rgo ou servio, a pena aplicada pela entidade competente data em que tenhade ser proferida deciso, sem prejuzo de o procedimento ter sido mandado instaurar e ter sido instrudono mbito do rgo ou servio em que o arguido exercia funes data da infraco.

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    Artigo 31.Apensao de processos

    1 - Para todas as infraces ainda no punidas cometidas por um trabalhador instaurado um nicoprocesso.2 - Tendo sido instaurados diversos processos, so todos apensados quele que primeiro tenha sidoinstaurado.

    Artigo 32.Arguido em acumulao de funes

    1 - Quando, antes da deciso de um procedimento, sejam instaurados novos procedimentos disciplinarescontra o mesmo trabalhador por infraco cometida no desempenho de funes, em acumulao, emoutros rgos ou servios, os novos procedimentos so apensados ao primeiro, ficando a instruo detodos eles a cargo do instrutor deste.2 - A instaurao dos procedimentos disciplinares comunicada aos rgos ou servios em que otrabalhador desempenha funes, de igual modo se procedendo em relao deciso proferida.

    Artigo 33.

    Natureza secreta do processo1 - O processo disciplinar de natureza secreta at acusao, podendo, contudo, ser facultado aoarguido, a seu requerimento, para exame, sob condio de no divulgar o que dele conste.2 - O indeferimento do requerimento a que se refere o nmero anterior comunicado ao arguido noprazo de trs dias.3 - No obstante a sua natureza secreta, permitida a passagem de certides quando destinadas defesa de interesses legalmente protegidos e em face de requerimento especificando o fim a que sedestinam, podendo ser proibida, sob pena de desobedincia, a sua publicao.4 - A passagem de certides autorizada pelo instrutor at ao termo da fase de defesa do arguido, sendogratuita quando requerida por este.5 - Ao arguido que divulgue matria de natureza secreta, nos termos do presente artigo, instaurado,por esse facto, novo procedimento disciplinar.

    Artigo 34.Forma dos actos

    A forma dos actos, quando no seja regulada por lei, ajusta-se ao fim que se tem em vista e limita-se aoindispensvel para atingir essa finalidade.

    Artigo 35.Constituio de advogado

    1 - O arguido pode constituir advogado em qualquer fase do processo, nos termos gerais de direito.2 - O advogado exerce os direitos que a lei reconhece ao arguido.

    Artigo 36.Actos oficiosos

    Nos casos omissos, o instrutor pode adoptar as providncias que se afigurem convenientes para adescoberta da verdade, em conformidade com os princpios gerais do processo penal.

    Artigo 37.Nulidades

    1 - insuprvel a nulidade resultante da falta de audincia do arguido em artigos de acusao, bem comoa que resulte de omisso de quaisquer diligncias essenciais para a descoberta da verdade.2 - As restantes nulidades consideram-se supridas quando no sejam reclamadas pelo arguido at deciso final.3 - Do despacho que indefira o requerimento de quaisquer diligncias probatrias cabe recursohierrquico ou tutelar para o respectivo membro do Governo, a interpor no prazo de cinco dias.4 - O recurso referido no nmero anterior sobe imediatamente nos prprios autos, considerando-seprocedente quando, no prazo de 10 dias, no seja proferida deciso que expressamente o indefira.

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    Artigo 38.Alterao da situao jurdico-funcional do arguido

    O trabalhador arguido em processo disciplinar, ainda que suspenso preventivamente, no est impedidode alterar, nos termos legais, a sua situao jurdico-funcional, designadamente candidatando-se aprocedimentos concursais.

    SECO IIProcedimento disciplinar comumSUBSECO IDisposio geral

    Artigo 39.Incio e termo da instruo

    1 - A instruo do processo disciplinar inicia-se no prazo mximo de 10 dias contados da data danotificao ao instrutor do despacho que o mandou instaurar e ultima-se no prazo de 45 dias, s podendoser excedido este prazo por despacho da entidade que o mandou instaurar, sob proposta fundamentadado instrutor, nos casos de excepcional complexidade.2 - O prazo de 45 dias referido no nmero anterior conta-se da data de incio da instruo, determinadanos termos do nmero seguinte.3 - O instrutor informa a entidade que o tenha nomeado, bem como o arguido e o participante, da dataem que d incio instruo.4 - O procedimento disciplinar urgente, sem prejuzo das garantias de audincia e defesa do arguido.

    SUBSECO IIFase de instruo do processo

    Artigo 40.Participao ou queixa

    1 - Todos os que tenham conhecimento de que um trabalhador praticou infraco disciplinar podemparticip-la a qualquer superior hierrquico daquele.2 - Quando se verifique que a entidade que recebeu a participao ou queixa no tem competncia para

    instaurar procedimento disciplinar, aquelas so imediatamente remetidas entidade competente para oefeito.3 - Para os efeitos do disposto no nmero seguinte, quando um trabalhador deixe de comparecer aoservio, sem justificao, durante 5 dias seguidos ou 10 interpolados, o respectivo superior hierrquicoparticipa o facto, de imediato, ao dirigente mximo do rgo ou servio.4 - O dirigente mximo do rgo ou servio pode considerar, do ponto de vista disciplinar, justificada aausncia, determinando o imediato arquivamento da participao quando o trabalhador faa prova demotivos que considere atendveis.5 - As participaes ou queixas verbais so sempre reduzidas a escrito por quem as receba.6 - Quando conclua que a participao infundada e dolosamente apresentada no intuito de prejudicar otrabalhador ou que contm matria difamatria ou injuriosa, a entidade competente para punir participao facto criminalmente, sem prejuzo de instaurao de procedimento disciplinar quando o participanteseja trabalhador a que o presente Estatuto aplicvel.

    Artigo 41.Despacho liminar

    1 - Assim que seja recebida participao ou queixa, a entidade competente para instaurar procedimentodisciplinar decide se a ele deve ou no haver lugar.2 - Quando entenda que no h lugar a procedimento disciplinar, a entidade referida no nmero anteriormanda arquivar a participao ou queixa.3 - No caso contrrio, instaura ou determina que se instaure procedimento disciplinar.4 - Quando no tenha competncia para aplicao da pena e entenda que no h lugar a procedimentodisciplinar, a entidade referida no n. 1 sujeita o assunto a deciso da entidade competente.

    Artigo 42.

    Nomeao do instrutor1 - A entidade que instaure procedimento disciplinar nomeia um instrutor, escolhido de entretrabalhadores do mesmo rgo ou servio, titular de cargo ou de carreira ou categoria de complexidadefuncional superior do arguido ou, quando impossvel, com antiguidade superior no mesmo cargo ou em

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    carreira ou categoria de complexidade funcional idntica ou no exerccio de funes pblicas, preferindoos que possuam adequada formao jurdica.2 - Em casos justificados, a entidade referida no nmero anterior pode solicitar ao respectivo dirigentemximo a nomeao de instrutor de outro rgo ou servio.3 - O instrutor pode escolher secretrio de sua confiana, cuja nomeao compete entidade que onomeou, e, bem assim, requisitar a colaborao de tcnicos.4 - As funes de instruo preferem a quaisquer outras que o instrutor tenha a seu cargo, ficandoexclusivamente adstrito quelas.

    Artigo 43.Suspeio do instrutor

    1 - O arguido e o participante podem deduzir a suspeio do instrutor do processo disciplinar quandoocorra circunstncia por causa da qual possa razoavelmente suspeitar-se da sua iseno e da rectido dasua conduta, designadamente:a) Quando o instrutor tenha sido directa ou indirectamente atingido pela infraco;b) Quando o instrutor seja parente na linha recta ou at ao 3. grau na linha colateral do arguido, doparticipante ou de qualquer trabalhador ou particular ofendido ou de algum que, com os referidosindivduos, viva em economia comum;c) Quando esteja pendente processo jurisdicional em que o instrutor e o arguido ou o participante sejamintervenientes;

    d) Quando o instrutor seja credor ou devedor do arguido ou do participante ou de algum seu parente nalinha recta ou at ao 3. grau na linha colateral;e) Quando haja inimizade grave ou grande intimidade entre o arguido e o instrutor ou entre este e oparticipante ou o ofendido.2 - A entidade que tenha mandado instaurar o procedimento disciplinar decide, em despachofundamentado, no prazo mximo de quarenta e oito horas.

    Artigo 44.Medidas cautelares

    Compete ao instrutor tomar, desde a sua nomeao, as medidas adequadas para que no se possa alteraro estado dos factos e documentos em que se descobriu ou se presume existir alguma irregularidade nemsubtrair as provas desta.

    Artigo 45.Suspenso preventiva

    1 - O arguido pode ser, sob proposta da entidade que tenha instaurado o procedimento disciplinar ou doinstrutor, e mediante despacho do dirigente mximo do rgo ou servio, preventivamente suspenso doexerccio das suas funes, sem perda da remunerao base, at deciso do procedimento, mas porprazo no superior a 90 dias, sempre que a sua presena se revele inconveniente para o servio ou para oapuramento da verdade.2 - A suspenso prevista no nmero anterior pode apenas ter lugar em caso de infraco punvel compena de suspenso ou superior.3 - A notificao da suspenso preventiva acompanhada de indicao, ainda que genrica, da infracoou infraces de cuja prtica o trabalhador arguido.

    Artigo 46.Instruo do processo

    1 - O instrutor faz autuar o despacho com a participao ou queixa e procede instruo, ouvindo oparticipante, as testemunhas por este indicadas e as mais que julgue necessrias, procedendo a exames emais diligncias que possam esclarecer a verdade e fazendo juntar aos autos o certificado de registodisciplinar do arguido.2 - O instrutor ouve o arguido, a requerimento deste e sempre que o entenda conveniente, at se ultimara instruo, e pode tambm acare-lo com as testemunhas ou com o participante.3 - Durante a fase de instruo, o arguido pode requerer ao instrutor que promova as diligncias para quetenha competncia e consideradas por aquele essenciais para apuramento da verdade.4 - Quando o instrutor julgue suficiente a prova produzida, pode, em despacho devidamente

    fundamentado, indeferir o requerimento referido no nmero anterior.5 - As diligncias que tenham de ser feitas fora do lugar onde corra o processo disciplinar podem serrequisitadas respectiva autoridade administrativa ou policial.6 - Durante a fase de instruo e at elaborao do relatrio final, podem ser ouvidos, a requerimentodo arguido, representantes da associao sindical a que o mesmo pertena.

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    Artigo 47.Testemunhas na fase de instruo

    1 - Na fase de instruo do processo o nmero de testemunhas ilimitado.2 - aplicvel inquirio de testemunhas o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo anterior.

    Artigo 48.Termo da instruo

    1 - Concluda a instruo, quando o instrutor entenda que os factos constantes dos autos no constitueminfraco disciplinar, que no foi o arguido o agente da infraco ou que no de exigir responsabilidadedisciplinar por virtude de prescrio ou de outro motivo, elabora, no prazo de cinco dias, o seu relatriofinal, que remete imediatamente com o respectivo processo entidade que o tenha mandado instaurar,com proposta de arquivamento.2 - No caso contrrio, deduz, articuladamente, no prazo de 10 dias, a acusao.3 - A acusao contm a indicao dos factos integrantes da mesma, bem como das circunstncias detempo, modo e lugar da prtica da infraco e das que integram atenuantes e agravantes, acrescentandosempre a referncia aos preceitos legais respectivos e s penas aplicveis.

    SUBSECO IIIFase de defesa do arguido

    Artigo 49.Notificao da acusao

    1 - Da acusao extrai-se cpia, no prazo de quarenta e oito horas, para ser entregue ao arguidomediante notificao pessoal ou, no sendo esta possvel, por carta registada com aviso de recepo,marcando-se-lhe um prazo entre 10 e 20 dias para apresentar a sua defesa escrita.2 - Quando no seja possvel a notificao nos termos do nmero anterior, designadamente por serdesconhecido o paradeiro do arguido, publicado aviso na 2. srie do Dirio da Repblica, notificando-opara apresentar a sua defesa em prazo no inferior a 30 nem superior a 60 dias contados da data dapublicao.3 - O aviso deve apenas conter a meno de que se encontra pendente contra o arguido procedimento

    disciplinar e o prazo fixado para apresentar a sua defesa.4 - Quando o processo seja complexo, pelo nmero e natureza das infraces ou por abranger vriosarguidos, e precedendo autorizao da entidade que mandou instaurar o procedimento, o instrutor podeconceder prazo superior ao do n. 1, at ao limite de 60 dias.5 - Quando sejam susceptveis de aplicao as penas de demisso, de despedimento por facto imputvelao trabalhador ou de cessao da comisso de servio, esta quando seja acessria daquelas ou, emqualquer caso, quando o trabalhador no seja titular de relao jurdica de emprego pblico constitudaem diferente modalidade, a cpia da acusao igualmente remetida, no prazo referido no n. 1, comisso de trabalhadores respectiva.6 - No caso referido no nmero anterior, quando o arguido seja representante sindical ainda remetidacpia da acusao associao sindical respectiva.7 - A remessa de cpia da acusao nos termos dos n.os 5 e 6 no tem lugar quando o arguido a ela setenha oposto por escrito durante a fase de instruo.

    Artigo 50.Incapacidade fsica ou mental

    1 - Quando o arguido esteja incapacitado de organizar a sua defesa por motivo de doena ouincapacidade fsica devidamente comprovadas, pode nomear um representante especialmentemandatado para o efeito.2 - Quando o arguido no possa exercer o direito referido no nmero anterior, o instrutor nomeia-lheimediatamente um curador, preferindo a pessoa a quem competiria a tutela no caso de interdio, nostermos da lei civil.3 - A nomeao referida no nmero anterior restrita ao procedimento disciplinar, podendo orepresentante usar de todos os meios de defesa facultados ao arguido.4 - Quando o instrutor tenha dvidas sobre se o estado mental do arguido o inibe de organizar a suadefesa, solicita uma percia psiquitrica nos termos do n. 6 do artigo 159. do Cdigo de Processo Penal,

    aplicvel com as necessrias adaptaes.5 - A realizao da percia psiquitrica pode tambm ser solicitada nos termos do n. 7 do artigo 159. doCdigo de Processo Penal, aplicvel com as necessrias adaptaes.

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    Artigo 51.Exame do processo e apresentao da defesa

    1 - Sem prejuzo do disposto no artigo seguinte, durante o prazo para apresentao da defesa, pode oarguido ou o seu representante ou curador referidos no artigo anterior, bem como o advogado porqualquer deles constitudo, examinar o processo a qualquer hora de expediente.2 - A resposta assinada pelo arguido ou por qualquer dos seus representantes referidos no nmeroanterior e apresentada no lugar onde o procedimento tenha sido instaurado.

    3 - Quando remetida pelo correio, a resposta considera-se apresentada na data da sua expedio.4 - Na resposta o arguido expe com clareza e conciso os factos e as razes da sua defesa.5 - A resposta que revele ou se traduza em infraces estranhas acusao e que no interesse defesa autuada, dela se extraindo certido, que passa a ser considerada como participao para efeitos denovo procedimento.6 - Com a resposta o arguido pode apresentar o rol das testemunhas e juntar documentos, requerendotambm quaisquer diligncias.7 - A falta de resposta dentro do prazo marcado vale como efectiva audincia do arguido para todos osefeitos legais.

    Artigo 52.Confiana do processo

    O processo pode ser confiado ao advogado do arguido, nos termos e sob a cominao previstos nos artigos169. a 171. do Cdigo de Processo Civil, aplicveis com as necessrias adaptaes.

    Artigo 53.Produo da prova oferecida pelo arguido

    1 - As diligncias requeridas pelo arguido podem ser recusadas em despacho do instrutor, devidamentefundamentado, quando manifestamente impertinentes e desnecessrias.2 - No podem ser ouvidas mais de trs testemunhas por cada facto, podendo as que no residam nolugar onde corre o processo, quando o arguido no se comprometa a apresent-las, ser ouvidas porsolicitao a qualquer autoridade administrativa.3 - O instrutor pode recusar a inquirio das testemunhas quando considere suficientemente provados osfactos alegados pelo arguido.

    4 - A autoridade a quem seja solicitada a inquirio, nos termos da parte final do n. 2, pode designarinstrutor ad hoc para o acto requerido.5 - As diligncias para a inquirio de testemunhas so sempre notificadas ao arguido.6 - Aplica-se inquirio referida na parte final do n. 2, com as necessrias adaptaes, o disposto nosartigos 111. e seguintes do Cdigo de Processo Penal.7 - O advogado do arguido pode estar presente e intervir na inquirio das testemunhas.8 - O instrutor inquire as testemunhas e rene os demais elementos de prova oferecidos pelo arguido noprazo de 20 dias, o qual pode ser prorrogado, por despacho, at 40 dias quando o exijam as dilignciasreferidas na parte final do n. 2.9 - Finda a produo da prova oferecida pelo arguido, podem ainda ordenar-se, em despacho, novasdiligncias que se tornem indispensveis para o completo esclarecimento da verdade.

    SUBSECO IV

    Fase de relatrio finalArtigo 54.Relatrio final do instrutor

    1 - Finda a fase de defesa do arguido, o instrutor elabora, no prazo de cinco dias, um relatrio finalcompleto e conciso donde constem a existncia material das faltas, a sua qualificao e gravidade,importncias que porventura haja a repor e seu destino, bem como a pena que entenda justa ou aproposta para que os autos se arquivem por ser insubsistente a acusao, designadamente porinimputabilidade do arguido.2 - A entidade competente para a deciso pode, quando a complexidade do processo o exija, prorrogar oprazo fixado no nmero anterior at ao limite total de 20 dias.3 - O processo, depois de relatado, remetido no prazo de vinte e quatro horas entidade que o tenhamandado instaurar, a qual, quando no seja competente para decidir, o envia dentro de dois dias a quemdeva proferir a deciso.

    4 - Quando seja proposta a aplicao das penas de demisso, de despedimento por facto imputvel aotrabalhador ou de cessao da comisso de servio, esta quando seja acessria daquelas ou, em qualquercaso, quando o trabalhador no seja titular de relao jurdica de emprego pblico constituda emdiferente modalidade, a entidade competente para a deciso apresenta o processo, por cpia integral, comisso de trabalhadores e, quando o arguido seja representante sindical, associao sindical

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    respectiva, que podem, no prazo de cinco dias, juntar o seu parecer fundamentado.5 - correspondentemente aplicvel o disposto no n. 7 do artigo 49.

    SUBSECO VFase de deciso disciplinar e sua execuo

    Artigo 55.

    Deciso1 - Junto o parecer referido no n. 4 do artigo anterior, ou decorrido o prazo para o efeito, sendo o caso,a entidade competente analisa o processo, concordando ou no com as concluses do relatrio final,podendo ordenar novas diligncias, a realizar no prazo que para tal estabelea.2 - Antes da deciso, a entidade competente pode solicitar ou determinar a emisso, no prazo de 10 dias,de parecer por parte do superior hierrquico do arguido ou de unidades orgnicas do rgo ou servio aque o mesmo pertena.3 - O despacho que ordene a realizao de novas diligncias ou que solicite a emisso de parecer proferido no prazo mximo de 30 dias contados da data da recepo do processo.4 - A deciso do procedimento sempre fundamentada quando no concordante com a propostaformulada no relatrio final do instrutor, sendo proferida no prazo mximo de 30 dias contados dasseguintes datas:a) Da recepo do processo, quando a entidade competente para punir concorde com as concluses dorelatrio final;b) Do termo do prazo que marque, quando ordene novas diligncias;c) Do termo do prazo fixado para emisso de parecer.5 - Na deciso no podem ser invocados factos no constantes da acusao nem referidos na resposta doarguido, excepto quando excluam, dirimam ou atenuem a sua responsabilidade disciplinar.6 - O incumprimento dos prazos referidos nos n.os 3 e 4 determina a caducidade do direito de aplicar apena.

    Artigo 56.Pluralidade de arguidos

    1 - Quando vrios trabalhadores sejam arguidos do mesmo facto ou de factos entre si conexos, a entidadeque tenha competncia para punir o trabalhador de cargo ou de carreira ou categoria de complexidadefuncional superior decide relativamente a todos os arguidos.

    2 - Quando os arguidos sejam titulares do mesmo cargo ou de carreira ou categoria de complexidadefuncional idntica, a deciso cabe entidade que tenha competncia para punir o arguido comantiguidade superior no exerccio de funes pblicas.

    Artigo 57.Notificao da deciso

    1 - A deciso notificada ao arguido, observando-se, com as necessrias adaptaes, o disposto no artigo49.2 - A entidade que tenha decidido o procedimento pode autorizar que a notificao do arguido sejaprotelada pelo prazo mximo de 30 dias quando se trate de pena que implique suspenso ou cessao defunes por parte do infractor, desde que da execuo da deciso disciplinar resultem para o servioinconvenientes mais graves do que os decorrentes da permanncia do trabalhador punido no exerccio

    das suas funes.3 - Na data em que se faa a notificao ao arguido igualmente notificado o instrutor e o participante,este desde que o tenha requerido.4 - Quando o processo tenha sido apresentado nos termos e para os efeitos do disposto no n. 4 do artigo54., a deciso igualmente comunicada comisso de trabalhadores e associao sindical.

    Artigo 58.Incio de produo de efeitos das penas

    As decises que apliquem penas disciplinares no carecem de publicao, comeando a produzir os seusefeitos legais no dia seguinte ao da notificao do arguido ou, no podendo este ser notificado, 15 diasaps a publicao de aviso nos termos do n. 2 do artigo 49.

    SUBSECO VIImpugnaes

    Artigo 59.

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    Meios impugnatrios

    Os actos proferidos em processo disciplinar podem ser impugnados hierrquica ou tutelarmente, nostermos dos artigos 60. a 62. do Cdigo do Procedimento Administrativo, ou jurisdicionalmente, nostermos dos artigos 63. a 65. do Cdigo de Processo nos Tribunais Administrativos.

    Artigo 60.Recurso hierrquico ou tutelar

    1 - O arguido e o participante podem interpor recurso hierrquico ou tutelar dos despachos e dasdecises que no sejam de mero expediente proferidos pelo instrutor ou pelos superiores hierrquicosdaquele.2 - O recurso interpe-se directamente para o membro do Governo no prazo de 15 dias contados danotificao do despacho ou da deciso ou de 20 dias contados da publicao do aviso a que se refere on. 2 do artigo 49.3 - Quando o despacho ou a deciso no tenham sido notificados ou quando no tenha sido publicadoaviso, o prazo conta-se a partir do conhecimento do despacho ou da deciso.4 - O recurso hierrquico ou tutelar suspende a eficcia do despacho ou da deciso recorridos, exceptoquando o seu autor considere que a sua no execuo imediata causa grave prejuzo ao interesse pblico.

    5 - O membro do Governo pode revogar a deciso de no suspenso referida no nmero anterior ou tom-

    la quando o autor do despacho ou da deciso recorridos o no tenha feito.6 - Nas autarquias locais, associaes e federaes de municpios, bem como nos serviosmunicipalizados, no h lugar a recurso tutelar.7 - A pena pode ser agravada ou substituda por pena mais grave apenas em resultado de recurso doparticipante.

    Artigo 61.Outros meios de prova

    1 - Com o requerimento de interposio do recurso, o recorrente pode requerer novos meios de prova oujuntar documentos que entenda convenientes desde que no pudessem ter sido requeridos ou utilizadosem devido tempo.2 - O membro do Governo pode tambm determinar a realizao de novas diligncias probatrias.3 - As diligncias referidas nos nmeros anteriores so autorizadas ou determinadas no prazo de cincodias, iniciam-se em idntico prazo e concluem-se no prazo que o membro do Governo entenda fixar.

    Artigo 62.Regime de subida dos recursos

    1 - Sem prejuzo do disposto no n. 4 do artigo 37. e nos nmeros seguintes deste artigo, os recursos dosdespachos ou das decises que no ponham termo ao procedimento sobem apenas com o da decisofinal, quando dela se recorra.2 - Sobem imediatamente nos prprios autos os recursos hierrquicos ou tutelares que, ficando retidos,percam por esse facto o efeito til.3 - Sobe imediatamente nos prprios autos o recurso hierrquico ou tutelar interposto do despacho queno admita a deduo da suspeio do instrutor ou no aceite os fundamentos invocados para a mesma.

    Artigo 63.Renovao do procedimento disciplinar

    1 - Quando o acto de aplicao da pena tenha sido jurisdicionalmente impugnado com fundamento empreterio de formalidade essencial ao decurso do processo disciplinar, a instaurao do procedimentodisciplinar pode ser renovada at ao termo do prazo para contestar a aco jurisdicional.2 - O disposto no nmero anterior apenas aplicvel quando, cumulativamente:a) O prazo referido no n. 1 do artigo 6. no se encontre ainda decorrido data da renovao doprocedimento;b) O fundamento da impugnao no tenha sido previamente apreciado em recurso hierrquico ou tutelarque tenha sido rejeitado ou indeferido; ec) Seja a primeira vez que se opere a renovao do procedimento.

    Artigo 64.Efeitos da invalidade

    1 - Quando tenha sido jurisdicionalmente anulado ou declarado nulo ou inexistente o acto de aplicao

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    das penas de demisso, de despedimento por facto imputvel ao trabalhador ou de cessao da comissode servio, esta quando seja acessria daquelas ou, em qualquer caso, quando o trabalhador no sejatitular de relao jurdica de emprego pblico constituda em diferente modalidade, o rgo ou servio condenado:a) A indemnizar o trabalhador por todos os danos, patrimoniais e no patrimoniais, causados;b) Ao pagamento de uma compensao ao trabalhador, determinada nos termos dos nmeros seguintes; e

    c) reconstituio da situao jurdico-funcional actual hipottica do trabalhador.2 - Para os efeitos do disposto na alnea b) do nmero anterior, o trabalhador tem direito a receber aremunerao que deixou de auferir desde a data de produo de efeitos do acto de aplicao da penaat ao trnsito em julgado da deciso jurisdicional.3 - Ao montante apurado nos termos do nmero anterior deduzem-se as importncias que o trabalhadortenha comprovadamente obtido com a cessao da relao jurdica de emprego pblico e que noreceberia se no fosse a pena aplicada.4 - O montante do subsdio de desemprego eventualmente auferido pelo trabalhador deduzido nacompensao, devendo o rgo ou servio entregar essa quantia segurana social.5 - ainda deduzido na compensao o montante da remunerao respeitante ao perodo decorridodesde a data de produo de efeitos do acto de aplicao da pena at 30 dias antes da data da suaimpugnao jurisdicional quando esta no tenha tido lugar nos 30 dias subsequentes quela data deproduo de efeitos.

    Artigo 65.Indemnizao em substituio da reconstituio da situao

    1 - Quando tenha sido jurisdicionalmente impugnado o acto de aplicao das penas de demisso, dedespedimento por facto imputvel ao trabalhador ou de cessao da comisso de servio, esta quandoseja acessria daquelas ou, em qualquer caso, quando o trabalhador no seja titular de relao jurdicade emprego pblico constituda em diferente modalidade, o trabalhador, at data da decisojurisdicional e na hiptese de esta anular ou declarar nulo ou inexistente aquele acto, pode optar, emalternativa reconstituio da sua situao jurdico-funcional actual hipottica, pelo recebimento deuma indemnizao.2 - Na falta de instrumento de regulamentao colectiva de trabalho em contrrio, a indemnizao tem oseguinte montante cumulvel:a) De uma remunerao base mensal por cada ano completo, ou respectiva proporo no caso de fracode ano, de exerccio de funes pblicas, quando a pena seja a de demisso ou de despedimento por

    facto imputvel ao trabalhador;b) De uma remunerao base mensal por cada ms completo, ou respectiva proporo no caso de fracode ms, que faltasse para o termo da comisso de servio, quando a pena seja a de cessao da comissode servio.3 - O tempo decorrido desde a data de produo de efeitos da pena at ao trnsito em julgado dadeciso jurisdicional considerado exerccio de funes pblicas para os efeitos do disposto na alnea a)do nmero anterior.4 - Em qualquer caso, a indemnizao referida na alnea a) do n. 2 no inferior a seis remuneraesbase mensais e a referida na alnea b) do mesmo nmero a trs.5 - Efectuada a opo nos termos dos nmeros anteriores, o tribunal condena o rgo ou servio emconformidade.

    SECO IIIProcedimento disciplinar especialSUBSECO IProcessos de inqurito e de sindicncia

    Artigo 66.Inqurito e sindicncia

    1 - Os membros do Governo e os dirigentes mximos dos rgos ou servios podem ordenar inquritos ousindicncias aos rgos, servios ou unidades orgnicas na sua dependncia ou sujeitos suasuperintendncia ou tutela.2 - O inqurito tem por fim apurar factos determinados e a sindicncia destina-se a uma averiguaogeral acerca do funcionamento do rgo, servio ou unidade orgnica.

    Artigo 67.Anncios e editais

    1 - No processo de sindicncia, o sindicante, logo que a ele d incio, f-lo constar por annciospublicados em dois jornais, um de expanso nacional e outro de expanso regional, e por meio deeditais, cuja afixao requisitada s autoridades policiais ou administrativas.

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    2 - Nos anncios e editais declara-se que toda a pessoa que tenha razo de queixa ou de agravo contra oregular funcionamento dos rgos, servios ou unidades orgnicas sindicados se pode apresentar aosindicante, no prazo designado, ou a ele apresentar queixa por escrito e pelo correio.3 - A queixa por escrito contm os elementos completos de identificao do queixoso.4 - No prazo de quarenta e oito horas aps a recepo da queixa, o sindicante notifica o queixoso,marcando-lhe dia, hora e local para prestar declaraes.5 - A publicao dos anncios pela imprensa obrigatria para os peridicos a que sejam remetidos,aplicando-se, em caso de recusa, a pena correspondente ao crime de desobedincia qualificada, sendo adespesa a que d causa documentada pelo sindicante, para efeitos de pagamento.

    Artigo 68.Relatrio e trmites ulteriores

    1 - Concluda a instruo, o inquiridor ou sindicante elabora, no prazo de 10 dias, o seu relatrio, queremete imediatamente entidade que mandou instaurar o procedimento.2 - O prazo fixado no nmero anterior pode ser prorrogado pela entidade que mandou instaurar oprocedimento at ao limite mximo, improrrogvel, de 30 dias, quando a complexidade do processo ojustifique.3 - Verificando-se a existncia de infraces disciplinares, a entidade que instaurou os procedimentosinstaura os procedimentos disciplinares a que haja lugar.4 - O processo de inqurito ou de sindicncia pode constituir, por deciso da entidade referida no n. 2, a

    fase de instruo do processo disciplinar, deduzindo o instrutor, no prazo de quarenta e oito horas, aacusao do arguido ou dos arguidos, seguindo-se os demais termos previstos no presente Estatuto.5 - Nos processos de inqurito os trabalhadores visados podem, a todo o tempo, constituir advogado.

    SUBSECO IIProcesso de averiguaes

    Artigo 69.Instaurao

    1 - Quando um trabalhador nomeado ou, no sendo titular de cargo dirigente ou equiparado, que exeraas suas funes em comisso de servio tenha obtido duas avaliaes do desempenho negativasconsecutivas, o dirigente mximo do rgo ou servio instaura obrigatria e imediatamente processo deaveriguaes, sem prejuzo das decises que deva tomar quanto ao plano de desenvolvimento

    profissional e ao melhor aproveitamento das capacidades do trabalhador, identificando, para o efeito, ascorrespondentes necessidades de formao.2 - O processo de averiguaes destina-se a apurar se o desempenho que justificou aquelas avaliaesconstitui infraco disciplinar imputvel ao trabalhador avaliado por violao culposa de deveresfuncionais, designadamente do dever de zelo.3 - causa de excluso da culpabilidade da violao dos deveres funcionais a no frequncia deformao, ou a frequncia de formao inadequada, aquando da primeira avaliao negativa dotrabalhador.4 - O procedimento de averiguaes prescreve decorridos trs meses contados da data em que foiinstaurado quando, nesse prazo, no tenha tido lugar a recepo do relatrio final pela entidadecompetente.5 - correspondentemente aplicvel o disposto nos n.os 7 e 8 do artigo 6.6 - Quando, no processo de averiguaes, sejam detectados indcios de violao de outros deveresfuncionais por parte de quaisquer intervenientes nos processos de avaliao do desempenho, o instrutor

    participa-os ao dirigente mximo do rgo ou servio para efeitos de eventual instaurao docorrespondente procedimento de inqurito ou disciplinar.

    Artigo 70.Tramitao

    1 - O dirigente mximo do rgo ou servio nomeia o averiguante de entre dirigentes que nunca tenhamavaliado o trabalhador ou na falta destes solicita a outro dirigente mximo de outro rgo ou servio queo nomeie.2 - O averiguante rene todos os documentos respeitantes s avaliaes e formao frequentada eouve, obrigatoriamente, o trabalhador e todos os avaliadores que tenham tido interveno nas avaliaesnegativas.3 - Quando algum avaliador no possa ser ouvido, o averiguante justifica circunstanciadamente esse facto

    no relatrio final referindo e documentando, designadamente, todas as diligncias feitas para oconseguir.4 - O trabalhador pode indicar o mximo de trs testemunhas, que o averiguante ouve obrigatoriamente,e juntar documentos at ao termo da instruo.5 - Todas as diligncias instrutrias so concludas no prazo mximo de 20 dias contados da data da

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    instaurao do procedimento, o que comunicado ao dirigente mximo do rgo ou servio e aotrabalhador.

    Artigo 71.Relatrio e deciso

    1 - No prazo de 10 dias contados da data de concluso da instruo, o averiguante elabora o relatriofinal fundamentado, que remete ao dirigente mximo do rgo ou servio, no qual pode propor:a) O arquivamento do processo, quando entenda que no deve haver lugar a procedimento disciplinar porausncia de violao dos deveres funcionais;b) A instaurao de procedimento disciplinar por violao de deveres funcionais.2 - Quando o dirigente mximo do rgo ou servio tenha sido um dos avaliadores do trabalhador, oprocesso remetido ao membro do Governo para deciso.3 - O disposto no nmero anterior no aplicvel nas autarquias locais, associaes e federaes demunicpios, bem como nos servios municipalizados.4 - aplicvel ao processo de averiguaes, com as necessrias adaptaes, o disposto nos n.os 4 e 5 doartigo 68.5 - Proposta a instaurao de procedimento disciplinar, a infraco ou infraces consideram-secometidas, para todos os efeitos legais, designadamente os previstos no artigo 6., na data daquelaproposta.

    SUBSECO IIIReviso do procedimento disciplinar

    Artigo 72.Requisitos da reviso

    1 - A reviso do procedimento disciplinar admitida, a todo o tempo, quando se verifiquemcircunstncias ou meios de prova susceptveis de demonstrar a inexistncia dos factos que determinarama condenao, desde que no pudessem ter sido utilizados pelo trabalhador no procedimento disciplinar.2 - A simples ilegalidade, de forma ou de fundo, do procedimento e da deciso disciplinares no constituifundamento para a reviso.3 - A reviso pode conduzir revogao ou alterao da deciso proferida no procedimento revisto, nopodendo em caso algum ser agravada a pena.

    4 - A pendncia de recurso hierrquico ou tutelar ou de aco jurisdicional no prejudica o requerimentode reviso do procedimento disciplinar.

    Artigo 73.Legitimidade

    1 - O interessado na reviso do procedimento disciplinar ou, nos casos previstos no n. 1 do artigo 50., oseu representante apresenta requerimento nesse sentido entidade que tenha aplicado a penadisciplinar.2 - O requerimento indica as circunstncias ou meios de prova no considerados no procedimentodisciplinar que ao requerente parecem justificar a reviso e instrudo com os documentosindispensveis.

    Artigo 74.Deciso sobre o requerimento

    1 - Recebido o requerimento, a entidade que tenha aplicado a pena disciplinar resolve, no prazo de 30dias, se deve ou no ser concedida a reviso do procedimento.2 - O despacho que no conceda a reviso impugnvel nos termos do Cdigo de Processo nos TribunaisAdministrativos.

    Artigo 75.Trmites

    Quando seja concedida a reviso, o requerimento e o despacho so apensos ao processo disciplinar,nomeando-se instrutor diferente do primeiro, que marca ao trabalhador prazo no inferior a 10 nem

    superior a 20 dias para responder por escrito aos artigos da acusao constantes do procedimento arever, seguindo-se os termos dos artigos 49. e seguintes.

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    Artigo 76.Efeito sobre o cumprimento da pena

    O processo de reviso do procedimento no suspende o cumprimento da pena.

    Artigo 77.Efeitos da reviso procedente

    1 - Julgando-se procedente a reviso, revogada ou alterada a deciso proferida no procedimentorevisto.2 - A revogao produz os seguintes efeitos:a) Cancelamento do registo da pena no processo individual do trabalhador;b) Anulao dos efeitos da pena.3 - Em caso de revogao ou de alterao das penas de demisso ou de despedimento por factoimputvel ao trabalhador, o trabalhador tem direito a restabelecer a relao jurdica de emprego pblicona modalidade em que se encontrava constituda.4 - Em qualquer caso de revogao ou de alterao de pena, o trabalhador tem ainda direito a:a) Reconstituir a situao jurdico-funcional actual hipottica;b) Ser indemnizado, nos termos gerais de direito, pelos danos morais e patrimoniais sofridos.

    SECO IVReabilitao

    Artigo 78.Regime aplicvel

    1 - Os trabalhadores condenados em quaisquer penas podem ser reabilitados independentemente dareviso do procedimento disciplinar, sendo competente para o efeito a entidade com competncia para aaplicao da pena.2 - A reabilitao concedida a quem a tenha merecido pela sua boa conduta, podendo o interessadoutilizar para o comprovar todos os meios de prova admitidos em direito.3 - A reabilitao requerida pelo trabalhador ou pelo seu representante, decorridos os prazos seguintessobre a aplicao das penas de repreenso escrita, demisso, despedimento por facto imputvel aotrabalhador e cessao da comisso de servio ou sobre o cumprimento das penas de multa e suspenso,bem como sobre o decurso do tempo de suspenso de qualquer pena:

    a) Seis meses, no caso de repreenso escrita;b) Um ano, no caso de multa;c) Dois anos, no caso de suspenso e de cessao da comisso de servio;d) Trs anos, no caso de demisso e de despedimento por facto imputvel ao trabalhador.4 - A reabilitao faz cessar as incapacidades e demais efeitos da condenao ainda subsistentes, sendoregistada no processo individual do trabalhador.5 - A concesso da reabilitao no atribui ao trabalhador a quem tenha sido aplicada pena de demissoou de despedimento por facto imputvel ao trabalhador o direito de, por esse facto, restabelecer arelao jurdica de emprego pblico previamente constituda.

    CAPTULO VIIMultas

    Artigo 79.

    Destino das multasSem prejuzo do disposto no artigo seguinte, as multas aplicadas nos termos do presente Estatutoconstituem receita do Estado.

    Artigo 80.Outros destinos das multas

    A importncia das multas aplicadas constitui receita dos rgos ou servios referidos nos n.os 2 e 3 doartigo 2. quando o trabalhador, no momento da prtica da infraco, neles exercesse funes, qualquerque fosse a sua situao jurdico-funcional na data da aplicao da pena.

    Artigo 81.No pagamento voluntrio

    1 - Quando o arguido condenado em multa ou na reposio de qualquer quantia no a pague no prazo de30 dias contados da notificao ou no utilize, relativamente multa ou reposio, a faculdade

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    prevista no artigo 38. do Decreto-Lei n. 155/92, de 28 de Julho, a respectiva importncia descontadana remunerao que lhe seja devida.2 - O desconto previsto no nmero anterior efectuado em prestaes mensais que no excedam a sextaparte da remunerao at perfazerem o valor total em dvida, segundo deciso da entidade que aplicou apena, a qual fixa o valor de cada prestao.

    Artigo 82.Execuo

    1 - O disposto no artigo anterior no prejudica, quando necessrio, a execuo, que segue os termos doprocesso de execuo fiscal.2 - O ttulo executivo a certido da deciso condenatria.

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