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Analista – Área Administração Legislação Institucional Prof. Pedro Kuhn

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Analista – Área Administração

Legislação Institucional

Prof. Pedro Kuhn

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Legislação Institucional

Professor Pedro Kuhn

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Edital

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL: A Defensoria Pública na Constituição Federal e na Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Legislação Institucional: Lei Complementar 80/94, Lei Comple-mentar estadual 9.230/91, Lei Complementar Estadual 11.795/2002, Lei Complementar Esta-dual 13.087/2008, a Lei Estadual 13.821/2011, Lei Estadual 13.536/2010 e Lei Complementar Estadual 13.484/2010.

BANCA: FCC

CARGO: Analista – Área Administração

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Legislação Institucional

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Seção IVDA DEFENSORIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição per-manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e ins-trumento do regime democrático, fundamen-talmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos ne-cessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.

“Artigo 5º LXXIV – o Estado prestará as-sistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-cursos;”

§ 1º Lei complementar organizará a Defen-soria Pública da União e do Distrito Fede-ral e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados,

em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de pro-vas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e admi-nistrativa e a iniciativa de sua proposta or-çamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordi-nação ao disposto no art. 99, § 2º .

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defenso-rias Públicas da União e do Distrito Federal.

§ 4º São princípios institucionais da Defen-soria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constitui-ção Federal.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Seção IIIDA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 120. A Defensoria Pública é instituição es-sencial à função jurisdicional do Estado, incum-bindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em

todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, esten-dendo-se os seus serviços por todas as comar-cas do Estado, de acordo com as necessidades e a forma prescrita em lei complementar esta-dual.

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§ 1º A Defensoria Pública tem como chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo Governador do Estado dentre os integran-tes das classes especial e final da carreira de Defensor Público, indicados em lista trípli-ce, mediante eleição de todos os membros da carreira da Defensoria Pública, por voto obrigatório e secreto, para mandato de dois anos, permitida uma recondução por igual período.

§ 2º Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias do envio da lista tríplice ao Governador do Estado sem a nomeação do Defensor Públi-co-Geral, será investido no cargo o integran-te da lista tríplice mais votado.

§ 3º O Defensor Público-Geral poderá ser destituído por deliberação da maioria abso-luta da Assembleia Legislativa, nos casos e na forma de lei complementar estadual.

§ 4º O Defensor Público-Geral do Estado comparecerá, anualmente, à Assembleia Legislativa para relatar, em sessão pública, as atividades e necessidades da Defensoria Pública.

§ 5º São princípios institucionais da Defen-soria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

Art. 121. Lei complementar organizará a De-fensoria Pública no Estado, dispondo sobre sua competência, estrutura e funcionamento, bem como sobre a carreira de seus membros, obser-vando as normas previstas na legislação federal e nesta Constituição.

§ 1º À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcional, administrativa e or-

çamentária, cabendo-lhe, na forma de lei complementar:

I – praticar atos próprios de gestão;

II – praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal de carreira e dos ser-viços auxiliares, organizados em quadros próprios;

III – propor à Assembleia Legislativa a cria-ção e a extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação dos venci-mentos de seus membros e servidores;

IV – prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de promoção, remoção e demais formas de provimento derivado;

V – organizar suas secretarias, núcleos e coordenadorias e os serviços auxiliares das Defensorias Públicas.

§ 2º O provimento, a aposentadoria e a con-cessão das vantagens inerentes aos cargos da carreira e dos serviços auxiliares, previs-tos em lei, dar-se-ão por ato do Defensor Público-Geral do Estado.

§ 3º A Defensoria Pública elaborará sua pro-posta orçamentária dentro dos limites da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 122. Os serviços da Defensoria Pública es-tender-se-ão por todas as Comarcas do Estado, de acordo com as necessidades e a forma pres-crita na lei complementar.

Art. 123. Os membros das carreiras disciplina-das neste Título terão seus vencimentos e van-tagens fixados e pagos segundo o disposto no art. 135 da Constituição Federal.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 80, DE 12 DE JANEIRO DE 1994

TÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º A Defensoria Pública é instituição per-manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e ins-trumento do regime democrático, fundamen-talmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos ne-cessitados, assim considerados na forma do in-ciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.

Art. 2º A Defensoria Pública abrange:

I – a Defensoria Pública da União;

II – a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

III – as Defensorias Públicas dos Estados.

Art. 3º São princípios institucionais da Defenso-ria Pública a unidade, a indivisibilidade e a inde-pendência funcional.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 3º A. São objetivos da Defensoria Pública:

I – a primazia da dignidade da pessoa huma-na e a redução das desigualdades sociais;

II – a afirmação do Estado Democrático de Direito;

III – a prevalência e efetividade dos direitos humanos; e

IV – a garantia dos princípios constitucio-nais da ampla defesa e do contraditório.

Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:

I – prestar orientação jurídica e exercer a defesa dos necessitados, em todos os graus;

(Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).

II – promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios, visando à composi-ção entre as pessoas em conflito de interes-ses, por meio de mediação, conciliação, ar-bitragem e demais técnicas de composição e administração de conflitos;

III – promover a difusão e a conscientização dos direitos humanos, da cidadania e do or-denamento jurídico;

V – prestar atendimento interdisciplinar, por meio de órgãos ou de servidores de suas Carreiras de apoio para o exercício de suas atribuições;

V – exercer, mediante o recebimento dos autos com vista, a ampla defesa e o contra-ditório em favor de pessoas naturais e jurí-dicas, em processos administrativos e judi-ciais, perante todos os órgãos e em todas as instâncias, ordinárias ou extraordinárias, utilizando todas as medidas capazes de pro-piciar a adequada e efetiva defesa de seus interesses;

VI – representar aos sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, postu-lando perante seus órgãos;

VII – promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, co-letivos ou individuais homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes;

VIII – exercer a defesa dos direitos e interes-ses individuais, difusos, coletivos e individu-ais homogêneos e dos direitos do consumi-dor, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal;

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IX – impetrar habeas corpus, mandado de injunção, habeas data e mandado de segu-rança ou qualquer outra ação em defesa das funções institucionais e prerrogativas de seus órgãos de execução;

X – promover a mais ampla defesa dos direi-tos fundamentais dos necessitados, abran-gendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambien-tais, sendo admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela;

XI – exercer a defesa dos interesses indi-viduais e coletivos da criança e do adoles-cente, do idoso, da pessoa portadora de ne-cessidades especiais, da mulher vítima de violência doméstica e familiar e de outros grupos sociais vulneráveis que mereçam proteção especial do Estado;

XII – (VETADO);

XIII – (VETADO);

XIV – acompanhar inquérito policial, inclu-sive com a comunicação imediata da prisão em flagrante pela autoridade policial, quan-do o preso não constituir advogado;

XV – patrocinar ação penal privada e a sub-sidiária da pública;

XVI – exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei;

XVII – atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de internação de adoles-centes, visando a assegurar às pessoas, sob quaisquer circunstâncias, o exercício pleno de seus direitos e garantias fundamentais;

XVIII – atuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas de tortura, abusos sexuais, discriminação ou qualquer outra forma de opressão ou violência, pro-piciando o acompanhamento e o atendi-mento interdisciplinar das vítimas;

XIX – atuar nos Juizados Especiais;

XX – participar, quando tiver assento, dos conselhos federais, estaduais e municipais afetos às funções institucionais da Defen-soria Pública, respeitadas as atribuições de seus ramos;

XXI – executar e receber as verbas sucum-benciais decorrentes de sua atuação, inclu-sive quando devidas por quaisquer entes públicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados, exclu-sivamente, ao aparelhamento da Defenso-ria Pública e à capacitação profissional de seus membros e servidores;

XXII – convocar audiências públicas para discutir matérias relacionadas às suas fun-ções institucionais.

§ 1º (VETADO).

§ 2º As funções institucionais da Defensoria Pública serão exercidas inclusive contra as Pessoas Jurídicas de Direito Público.

§ 3º (VETADO).

§ 4º O instrumento de transação, mediação ou conciliação referendado pelo Defensor Público valerá como título executivo extra-judicial, inclusive quando celebrado com a pessoa jurídica de direito público.

§ 5º A assistência jurídica integral e gratui-ta custeada ou fornecida pelo Estado será exercida pela Defensoria Pública.

§ 6º A capacidade postulatória do Defensor Público decorre exclusivamente de sua no-meação e posse no cargo público.

§ 7º Aos membros da Defensoria Pública é garantido sentar-se no mesmo plano do Mi-nistério Público.

§ 8º Se o Defensor Público entender inexis-tir hipótese de atuação institucional, dará imediata ciência ao Defensor Público-Geral, que decidirá a controvérsia, indicando, se for o caso, outro Defensor Público para atu-ar.

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§ 9º O exercício do cargo de Defensor Pú-blico é comprovado mediante apresentação de carteira funcional expedida pela respec-tiva Defensoria Pública, conforme modelo previsto nesta Lei Complementar, a qual va-lerá como documento de identidade e terá fé pública em todo o território nacional.

§ 10. O exercício do cargo de Defensor Pú-blico é indelegável e privativo de membro da Carreira.

§ 11. Os estabelecimentos a que se refere o inciso XVII do caput reservarão instalações adequadas ao atendimento jurídico dos presos e internos por parte dos Defenso-res Públicos, bem como a esses fornecerão apoio administrativo, prestarão as infor-mações solicitadas e assegurarão acesso à documentação dos presos e internos, aos quais é assegurado o direito de entrevista com os Defensores Públicos.

Art. 4º-A. São direitos dos assistidos da Defen-soria Pública, além daqueles previstos na legis-lação estadual ou em atos normativos internos:

I – a informação sobre:

a) localização e horário de funcionamento dos órgãos da Defensoria Pública;

b) a tramitação dos processos e os procedi-mentos para a realização de exames, perí-cias e outras providências necessárias à de-fesa de seus interesses;

II – a qualidade e a eficiência do atendimen-to;

III – o direito de ter sua pretensão revista no caso de recusa de atuação pelo Defensor Público;

IV – o patrocínio de seus direitos e interes-ses pelo defensor natural;

V – a atuação de Defensores Públicos distin-tos, quando verificada a existência de inte-resses antagônicos ou colidentes entre des-tinatários de suas funções.

TÍTULO II

Da Organização da Defensoria Pública da União

CAPÍTULO IDA ESTRUTURA

Art. 5º A Defensoria Pública da União compre-ende:

I – órgãos de administração superior:

a) a Defensoria Público-Geral da União;

b) a Subdefensoria Público-Geral da União;

c) o Conselho Superior da Defensoria Públi-ca da União;

d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica da União;

II – órgãos de atuação:

a) as Defensorias Públicas da União nos Es-tados, no Distrito Federal e nos Territórios;

b) os Núcleos da Defensoria Pública da União;

III – órgãos de execução:

a) os Defensores Públicos Federais nos Es-tados, no Distrito Federal e nos Territórios.

Seção IDO DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL E DO SUBDEFENSOR

PÚBLICO-GERAL FEDERAL

Art. 6º A Defensoria Pública da União tem por chefe o Defensor Público-Geral Federal, nome-ado pelo Presidente da República, dentre mem-bros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice for-mada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório de seus membros, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos mem-

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bros do Senado Federal, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, prece-dida de nova aprovação do Senado Federal.

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

Art. 7º O Defensor Público-Geral Federal será substituído, em suas faltas, impedimentos, li-cenças e férias, pelo Subdefensor Público-Geral Federal, nomeado pelo Presidente da Repúbli-ca, dentre os integrantes da Categoria Especial da Carreira, escolhidos pelo Conselho Superior, para mandato de 2 (dois) anos.

Parágrafo único. A União poderá, segundo suas necessidades, ter mais de um Subde-fensor Público-Geral Federal.

Art. 8º São atribuições do Defensor Publico-Ge-ral, dentre outras:

I – dirigir a Defensoria Pública da União, su-perintender e coordenar suas atividades e orientar-lhe a atuação;

II – representar a Defensoria Pública da União judicial e extrajudicialmente;

III – velar pelo cumprimento das finalidades da Instituição;

IV – integrar, como membro nato, e presidir o Conselho Superior da Defensoria Pública da União;

V – submeter ao Conselho Superior propos-ta de criação ou de alteração do Regimen-to Interno da Defensoria Pública-Geral da União;

VI – autorizar os afastamentos dos mem-bros da Defensoria Pública da União;

VII – estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e dos servidores da Defenso-ria Pública da União;

VIII – dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública da União, com recurso para seu Conselho Superior;

IX – proferir decisões nas sindicâncias e pro-cessos administrativos disciplinares promo-vidos pela Corregedoria-Geral da Defenso-ria Pública da União;

X – instaurar processo disciplinar contra membros e servidores da Defensoria Públi-ca da União, por recomendação de seu Con-selho Superior;

XI – abrir concursos públicos para ingresso na carreira da Defensoria Pública da União;

XII – determinar correições extraordinárias;

XIII – praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;

XIV – convocar o Conselho Superior da De-fensoria Pública da União;

XV – designar membro da Defensoria Públi-ca da União para exercício de suas atribui-ções em órgão de atuação diverso do de sua lotação ou, em caráter excepcional, perante Juízos, Tribunais ou Ofícios diferentes dos estabelecidos para cada categoria;

XVI – requisitar de qualquer autoridade pú-blica e de seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e demais providências necessárias à atua-ção da Defensoria Pública;

XVII – aplicar a pena da remoção compul-sória, aprovada pelo voto de dois terços do Conselho Superior da Defensoria Pública da União, assegurada ampla defesa;

XVIII – delegar atribuições a autoridade que lhe seja subordinada, na forma da lei.

XIX – requisitar força policial para assegu-rar a incolumidade física dos membros da Defensoria Pública da União, quando estes se encontrarem ameaçados em razão do desempenho de suas atribuições institucio-nais;

XX – apresentar plano de atuação da Defen-soria Pública da União ao Conselho Supe-rior.

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Parágrafo único. Ao Subdefensor Público--Geral Federal, além da atribuição prevista no art. 7º desta Lei Complementar, compe-te:

I – auxiliar o Defensor Público-Geral nos as-suntos de interesse da Instituição;

II – desincumbir-se das tarefas e delegações que lhe forem determinadas pelo Defensor Público-Geral.

Seção IIDO CONSELHO SUPERIOR DA

DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

Art. 9º A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública da União deve incluir obriga-toriamente o Defensor Público-Geral Federal, o Subdefensor Público-Geral Federal e o Correge-dor-Geral Federal, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carrei-ra, 2 (dois) por categoria, eleitos pelo voto dire-to, plurinominal, obrigatório e secreto de todos integrantes da Carreira.

§ 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-Geral, que, além do seu voto de membro, tem o de qualidade, ex-ceto em matéria de remoção e promoção, sendo as deliberações tomadas por maioria de votos.

§ 2º As eleições serão realizadas em confor-midade com as instruções baixadas pelo De-fensor Público-Geral.

§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para mandato de dois anos, median-te voto nominal, direto e secreto.

§ 4º São elegíveis os Defensores Públicos Federais que não estejam afastados da Car-reira, para mandato de 2 (dois) anos, permi-tida 1 (uma) reeleição.

§ 5º São suplentes dos membros eleitos de que trata o caput deste artigo os demais vo-tados, em ordem decrescente.

§ 6º Qualquer membro, exceto os natos, pode desistir de sua participação no Conse-lho Superior, assumindo, imediatamente, o cargo, o respectivo suplente.

Art. 10. Ao Conselho Superior da Defensoria Pú-blica da União compete:

I – exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública da União;

II – opinar, por solicitação do Defensor Pú-blico-Geral, sobre matéria pertinente à au-tonomia funcional e administrativa da De-fensoria Pública da União;

III – elaborar lista tríplice destinada à pro-moção por merecimento;

IV – aprovar a lista de antiguidade dos membros da Defensoria Pública da União e decidir sobre as reclamações a ela concer-nentes;

V – recomendar ao Defensor Público-Geral a instauração de processo disciplinar contra membros e servidores da Defensoria Públi-ca da União;

VI – conhecer e julgar recurso contra deci-são em processo administrativo disciplinar;

VII – decidir sobre pedido de revisão de pro-cesso administrativo disciplinar;

VIII – decidir acerca da remoção voluntária dos integrantes da carreira da Defensoria Pública da União;

IX – decidir sobre a avaliação do estágio probatório dos membros da Defensoria Pú-blica da União, submetendo sua decisão à homologação do Defensor Público-Geral;

X – decidir acerca da destituição do Corre-gedor-Geral, por voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa;

XI – deliberar sobre a organização de con-curso para ingresso na carreira e designar os representantes da Defensoria Pública da União que integrarão a Comissão de Con-curso;

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XII – organizar os concursos para provimen-to dos cargos da Carreira de Defensor Pú-blico Federal e editar os respectivos regula-mentos;

XIII – recomendar correições extraordiná-rias;

XIV – indicar os 6 (seis) nomes dos membros da classe mais elevada da Carreira para que o Presidente da República nomeie, dentre esses, o Subdefensor Público-Geral Federal e o Corregedor-Geral Federal da Defensoria Pública da União;

XV – editar as normas regulamentando a eleição para Defensor Público-Geral Fede-ral.

Parágrafo único. As decisões do Conselho Superior serão motivadas e publicadas, sal-vo as hipóteses legais de sigilo.

Seção IIIDA CORREGEDORIA-GERAL DA

DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

Art. 11. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica da União é órgão de fiscalização da ativida-de funcional e da conduta dos membros e dos servidores da Defensoria Pública da União.

Art. 12. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União é exercida pelo Corregedor--Geral, indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da carreira pelo Conselho Superior e nomeado pelo Presidente da República para mandato de dois anos.

Parágrafo único. O Corregedor-Geral pode-rá ser destituído, antes do término do man-dato, por proposta do Defensor Público-Ge-ral, pelo voto de dois terços dos membros do Conselho Superior, assegurada ampla defesa.

Art. 13. À Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica da União compete:

I – realizar correições e inspeções funcio-nais;

II – sugerir ao Defensor Público-Geral o afastamento de Defensor Público que este-ja sendo submetido a correição, sindicân-cia ou processo administrativo disciplinar, quando cabível;

III – propor, fundamentadamente, ao Con-selho Superior a suspensão do estágio pro-batório de membros da Defensoria Pública da União;

IV – receber e processar as representações contra os membros da Defensoria Pública da União, encaminhando-as, com parecer, ao Conselho Superior;

V – apresentar ao Defensor Público-Geral, em janeiro de cada ano, relatório das ativi-dades desenvolvidas no ano anterior;

VI – propor a instauração de processo disci-plinar contra membros da Defensoria Públi-ca da União e seus servidores;

VII – acompanhar o estágio probatório dos membros da Defensoria Pública da União;

VIII – propor a exoneração de membros da Defensoria Pública da União que não cum-prirem as condições do estágio probatório.

Seção IVDA DEFENSORIA PÚBLICA DA

UNIÃO NOS ESTADOS, NO DISTRITO FEDERAL E NOS TERRITÓRIOS

Art. 14. A Defensoria Pública da União atuará nos Estados, no Distrito Federal e nos Territó-rios, junto às Justiças Federal, do Trabalho, Elei-toral, Militar, Tribunais Superiores e instâncias administrativas da União.

§ 1º A Defensoria Pública da União deverá firmar convênios com as Defensorias Públi-cas dos Estados e do Distrito Federal, para que estas, em seu nome, atuem junto aos órgãos de primeiro e segundo graus de ju-risdição referidos no caput, no desempenho das funções que lhe são cometidas por esta Lei Complementar.

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§ 2º Não havendo na unidade federada Defensoria Pública constituída nos moldes desta Lei Complementar, é autorizado o convênio com a entidade pública que de-sempenhar essa função, até que seja criado o órgão próprio.

§ 3º A prestação de assistência judiciária pelos órgãos próprios da Defensoria Pública da União dar-se-á, preferencialmente, pe-rante o Supremo Tribunal Federal e os Tri-bunais superiores.

Art. 15. Os órgãos de atuação da Defensoria Pública da União em cada Estado, no Distrito Federal e nos Territórios serão dirigidos por De-fensor Público-Chefe, designado pelo Defensor Publico-Geral, dentre os integrantes da carreira.

Parágrafo único. Ao Defensor Publico-Che-fe, sem prejuízo de suas funções institucio-nais, compete, especialmente:

I – coordenar as atividades desenvolvidas pelos Defensores Públicos Federais que atuem em sua área de competência;

II – sugerir ao Defensor Publico-Geral pro-vidências para o aperfeiçoamento das ativi-dades institucionais em sua área de compe-tência;

III – deferir ao membro da Defensoria Públi-ca da União sob sua coordenação direitos e vantagens legalmente autorizados, por ex-pressa delegação de competência do Defen-sor Publico-Geral;

IV – solicitar providências correlacionais ao Defensor Publico-Geral, em sua área de competência;

V – remeter, semestralmente, ao Correge-dor-Geral, relatório das atividades na sua área de competência.

Art. 15-A. A organização da Defensoria Pública da União deve primar pela descentralização, e sua atuação deve incluir atendimento interdis-ciplinar, bem como a tutela dos interesses indi-viduais, difusos, coletivos e individuais homogê-neos.

Seção VDOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA

PÚBLICA DA UNIÃO NOS ESTADOS, NO DISTRITO FEDERAL E NOS

TERRITÓRIOS

Art. 16. A Defensoria Pública da União nos Esta-dos, no Distrito Federal e nos Territórios poderá atuar por meio de Núcleos.

Art. 17. Os Núcleos são dirigidos por Defensor Publico-Chefe, nos termos do art. 15 desta Lei Complementar.

Seção VIDOS DEFENSORES

PÚBLICOS FEDERAIS

Art. 18. Aos Defensores Públicos Federais in-cumbe o desempenho das funções de orien-tação, postulação e defesa dos direitos e interesses dos necessitados, cabendo-lhes, es-pecialmente:

I – atender às partes e aos interessados;

II – postular a concessão de gratuidade de justiça para os necessitados;

III – tentar a conciliação das partes, antes de promover a ação cabível;

IV – acompanhar e comparecer aos atos processuais e impulsionar os processos;

V – interpor recurso para qualquer grau de jurisdição e promover revisão criminal, quando cabível;

VI – sustentar, oralmente ou por memorial, os recursos interpostos e as razões apresen-tadas por intermédio da Defensoria Pública da União;

VII – defender os acusados em processo dis-ciplinar.

VIII – participar, com direito de voz e voto, do Conselho Penitenciário;

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IX – certificar a autenticidade de cópias de documentos necessários à instrução de pro-cesso administrativo ou judicial, à vista da apresentação dos originais;

X – atuar nos estabelecimentos penais sob a administração da União, visando ao aten-dimento jurídico permanente dos presos e sentenciados, competindo à administração do sistema penitenciário federal reservar instalações seguras e adequadas aos seus trabalhos, franquear acesso a todas as de-pendências do estabelecimento indepen-dentemente de prévio agendamento, for-necer apoio administrativo, prestar todas as informações solicitadas, assegurar o acesso à documentação dos presos e internos, aos quais não poderá, sob fundamento algum, negar o direito de entrevista com os mem-bros da Defensoria Pública da União.

CAPÍTULO IIDA CARREIRA

Art. 19. A Defensoria Pública da União é inte-grada pela Carreira de Defensor Público Federal, composta de 3 (três) categorias de cargos efeti-vos:

I – Defensor Público Federal de 2ª Categoria (inicial);

II – Defensor Público Federal de 1ª Catego-ria (intermediária);

III – Defensor Público Federal de Categoria Especial (final).

Art. 20. Os Defensores Públicos Federais de 2ª Categoria atuarão junto aos Juízos Federais, aos Juízos do Trabalho, às Juntas e aos Juízes Eleito-rais, aos Juízes Militares, às Auditorias Militares, ao Tribunal Marítimo e às instâncias administra-tivas.

Art. 21. Os Defensores Públicos Federais de 1ª Categoria atuarão nos Tribunais Regionais Fede-rais, nas Turmas dos Juizados Especiais Federais,

nos Tribunais Regionais do Trabalho e nos Tribu-nais Regionais Eleitorais.

Art. 22. Os Defensores Públicos Federais de Ca-tegoria Especial atuarão no Superior Tribunal de Justiça, no Tribunal Superior do Trabalho, no Tribunal Superior Eleitoral, no Superior Tribunal Militar e na Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 23. O Defensor Publico-Geral atuará junto ao Supremo Tribunal Federal.

Seção IDO INGRESSO NA CARREIRA

Art. 24. O ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União far-se-á mediante aprovação prévia em concurso público, de âmbito nacio-nal, de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, no cargo inicial de Defensor Público Federal de 2ª Categoria.

§ 1º Do regulamento do concurso constarão os programas das disciplinas sobre as quais versarão as provas, bem como outras dispo-sições pertinentes à sua organização e rea-lização.

§ 2º O edital de abertura de inscrições no concurso indicará, obrigatoriamente, o nú-mero de cargos vagos na categoria inicial da carreira.

Art. 25. O concurso de ingresso realizar-se-á, obrigatoriamente, quando o número de vagas exceder a um quinto dos cargos iniciais da car-reira e, facultativamente, quando o exigir o inte-resse da administração.

Art. 26. O candidato, no momento da inscrição, deve possuir registro na Ordem dos Advogados do Brasil, ressalvada a situação dos proibidos de obtê-la, e comprovar, no mínimo, dois anos de prática forense, devendo indicar sua opção por uma das unidades da federação onde houver vaga.

§ 1º Considera-se como atividade jurídica o exercício da advocacia, o cumprimento de

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estágio de Direito reconhecido por lei e o desempenho de cargo, emprego ou função, de nível superior, de atividades eminente-mente jurídicas.

§ 2º Os candidatos proibidos de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil comprova-rão o registro até a posse no cargo de De-fensor Público.

Art. 26-A. Aos aprovados no concurso deverá ser ministrado curso oficial de preparação à Car-reira, objetivando o treinamento específico para o desempenho das funções técnico-jurídicas e noções de outras disciplinas necessárias à con-secução dos princípios institucionais da Defen-soria Pública.

Art. 27. O concurso será realizado perante ban-cas examinadoras constituídas pelo Conselho Superior.

Seção IIDA NOMEAÇÃO, DA LOTAÇÃO E

DA DISTRIBUIÇÃO

Art. 28. O candidato aprovado ao concurso pú-blico para ingresso na carreira da Defensoria Pública será nomeado pelo Presidente da Re-pública para cargo inicial da carreira, respeitada a ordem de classificação e o número de vagas existentes.

Art. 29. Os Defensores Públicos Federais serão lotados e distribuídos pelo Defensor Público--Geral Federal, assegurado aos nomeados para os cargos iniciais o direito de escolha do órgão de atuação, desde que vago e obedecida a or-dem de classificação no concurso.

Seção IIIDA PROMOÇÃO

Art. 30. A promoção consiste no acesso imedia-to dos membros efetivos da Defensoria Pública da União de uma categoria para outra da carrei-ra.

Art. 31. As promoções obedecerão aos critérios de antiguidade e merecimento alternadamente.

§ 1º A antiguidade será apurada na cate-goria e determinada pelo tempo de efetivo exercício na mesma.

§ 2º A promoção por merecimento depen-derá de lista tríplice para cada vaga, orga-nizada pelo Conselho Superior, em sessão secreta, com ocupantes da lista de antigui-dade, em seu primeiro terço.

§ 3º Os membros da Defensoria Pública so-mente poderão ser promovidos após dois anos de efetivo exercício na categoria, dis-pensado o interstício se não houver quem preencha tal requisito ou se quem o preen-cher recusar a promoção.

§ 4º As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Público-Geral Federal.

Art. 32. É facultada a recusa de promoção, sem prejuízo do critério para o preenchimento da vaga recusada.

Art. 33. O Conselho Superior fixará os critérios de ordem objetiva para a aferição de mereci-mento dos membros da instituição, conside-rando-se, entre outros, a eficiência e a preste-za demonstradas no desempenho da função e a aprovação em cursos de aperfeiçoamento, de natureza jurídica, promovidos pela instituição, ou por estabelecimentos de ensino superior ofi-cialmente reconhecidos.

§ 1º Os cursos de aperfeiçoamento de que trata este artigo compreenderão necessa-riamente, as seguintes atividades:

a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevância jurídica;

b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca examinadora.

§ 2º Não poderá concorrer à promoção por merecimento quem tenha sofrido penali-dade de advertência ou suspensão, no pe-ríodo de um ano imediatamente anterior à ocorrência da vaga, em caso de advertência, ou de dois anos, em caso de suspensão.

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§ 3º É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar por três vezes consecuti-vas ou cinco alternadas em lista de mereci-mento, ressalvada a hipótese do § 2º.

CAPÍTULO IIIDA INAMOVIBILIDADE E

DA REMOÇÃO

Art. 34. Os membros da Defensoria Pública da União são inamovíveis, salvo se apenados com remoção compulsória, na forma desta Lei Com-plementar.

Art. 35. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sempre entre membros da mesma ca-tegoria da carreira.

Art. 36. A remoção compulsória somente será aplicada com prévio parecer do Conselho Supe-rior, assegurada ampla defesa em processo ad-ministrativo disciplinar.

Art. 37. A remoção a pedido far-se-á mediante requerimento ao Defensor Publico-Geral, nos quinze dias seguintes à publicação, no Diário Oficial, do aviso de existência de vaga.

§ 1º Findo o prazo fixado no caput deste artigo e, havendo mais de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na categoria e, ocorrendo empate, sucessiva-mente, o mais antigo na carreira, no servi-ço público da União, no serviço público em geral, o mais idoso e o mais bem classifica-do no concurso para ingresso na Defensoria Pública.

§ 2º A remoção precederá o preenchimento da vaga por promoção.

Art. 38. Quando por permuta, a remoção será concedida mediante requerimento do interes-sado, atendida a conveniência do serviço e ob-servada a ordem de antiguidade na Carreira.

CAPÍTULO IVDOS DIREITOS, DAS GARANTIAS

E DAS PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DA DEFENSORIA

PÚBLICA DA UNIÃO

Seção IDA REMUNERAÇÃO

Art. 39. À lei cabe fixar a remuneração dos car-gos da carreira da Defensoria Pública da União, observado o disposto no art. 135 da Constitui-ção Federal.

§ 1º (VETADO).

§ 2º Os membros da Defensoria Pública da União têm os direitos assegurados pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nesta Lei Complementar.

Seção IIDAS FÉRIAS E DO AFASTAMENTO

Art. 41. As férias dos membros da Defensoria Pública da União serão concedidas pelas chefias a que estiverem subordinados.

Art. 42. O afastamento para estudo ou missão no interesse da Defensoria Pública da União será autorizado pelo Defensor Publico-Geral.

§ 1º O afastamento de que trata este arti-go somente será concedido pelo Defensor Publico-Geral, após o estágio probatório e pelo prazo máximo de dois anos.

§ 2º Quando o interesse público o exigir, o afastamento poderá ser interrompido a juí-zo do Defensor Publico-Geral.

Art. 42-A. É assegurado o direito de afastamen-to para exercício de mandato em entidade de classe de âmbito nacional, de maior representa-tividade, sem prejuízo dos vencimentos, vanta-gens ou qualquer direito inerente ao cargo.

§ 1º O afastamento será concedido ao presi-dente da entidade de classe e terá duração

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igual à do mandato, devendo ser prorroga-do no caso de reeleição.

§ 2º O afastamento para exercício de man-dato será contado como tempo de serviço para todos os efeitos legais.

Seção IIIDAS GARANTIAS E DAS

PRERROGATIVAS

Art. 43. São garantias dos membros da Defenso-ria Pública da União:

I – a independência funcional no desempe-nho de suas atribuições;

II – a inamovibilidade;

III – a irredutibilidade de vencimentos;

IV – a estabilidade;

Art. 44. São prerrogativas dos membros da De-fensoria Pública da União:

I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, in-timação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administra-tiva, contando-se lhes em dobro todos os prazos;

II – não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao Defensor Publico-Geral;

III – ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de Estado-Maior, com direito a privacidade e, após sentença condenató-ria transitada em julgado, ser recolhido em dependência separada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;

IV – usar vestes talares e as insígnias privati-vas da Defensoria Pública;

V – (VETADO);

VI – ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as veda-ções legais;

VII – comunicar-se, pessoal e reservada-mente, com seus assistidos, ainda quando esses se acharem presos ou detidos, mes-mo incomunicáveis, tendo livre ingresso em estabelecimentos policiais, prisionais e de internação coletiva, independentemente de prévio agendamento;

VIII – examinar, em qualquer repartição pú-blica, autos de flagrantes, inquéritos e pro-cessos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos;

IX – manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por meio de cota;

X – requisitar de autoridade pública e de seus agentes exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documen-tos, informações, esclarecimentos e pro-vidências necessárias ao exercício de suas atribuições;

XI – representar a parte, em feito adminis-trativo ou judicial, independentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais;

XII – deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamente incabível ou inconve-niente aos interesses da parte sob seu pa-trocínio, comunicando o fato ao Defensor Publico-Geral, com as razões de seu proce-der;

XIII – ter o mesmo tratamento reservado aos magistrados e demais titulares dos car-gos das funções essenciais à justiça;

XIV – ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade competente;

XV – (VETADO);

XVI – (VETADO);

Parágrafo único. Quando, no curso de in-vestigação policial, houver indício de prática de infração penal por membro da Defenso-ria Pública da União, a autoridade policial,

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civil ou militar, comunicará, imediatamente, o fato ao Defensor Publico-Geral, que de-signará membro da Defensoria Pública para acompanhar a apuração.

CAPÍTULO VDOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES,

DOS IMPEDIMENTOS E DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Seção IDOS DEVERES

Art. 45. São deveres dos membros da Defenso-ria Pública da União:

I – residir na localidade onde exercem suas funções;

II – desempenhar, com zelo e presteza, os serviços a seu cargo;

III – representar ao Defensor Publico-Geral sobre as irregularidades de que tiver ciên-cia, em razão do cargo;

IV – prestar informações aos órgãos de ad-ministração superior da Defensoria Pública da União, quando solicitadas;

V – atender ao expediente forense e partici-par dos atos judiciais, quando for obrigató-ria a sua presença;

VI – declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;

VII – interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou Tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar fun-damentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos, remetendo cópia à Corregedoria--Geral.

Seção IIDAS PROIBIÇÕES

Art. 46. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos membros da De-fensoria Pública da União é vedado:

I – exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

II – requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão;

III – receber, a qualquer título e sob qual-quer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas atri-buições;

IV – exercer o comércio ou participar de so-ciedade comercial, exceto como cotista ou acionista;

V – exercer atividade político-partidária, en-quanto atuar junto à justiça eleitoral.

Seção IIIDOS IMPEDIMENTOS

Art. 47. Ao membro da Defensoria Pública da União é defeso exercer suas funções em proces-so ou procedimento:

I – em que seja parte ou, de qualquer for-ma, interessado;

II – em que haja atuado como representan-te da parte, perito, Juiz, membro do Minis-tério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia, Auxiliar de Justiça ou prestado depoimento como testemunha;

III – em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o tercei-ro grau;

IV – no qual haja postulado como advogado de qualquer das pessoas mencionadas no inciso anterior;

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V – em que qualquer das pessoas mencio-nadas no inciso III funcione ou haja funcio-nado como Magistrado, membro do Minis-tério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar de Justiça;

VI – em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre o objeto da demanda;

VII – em outras hipóteses previstas em lei.

Art. 48. Os membros da Defensoria Pública da União não podem participar de comissão, banca de concurso, ou qualquer decisão, quando o jul-gamento ou votação disser respeito a seu côn-juge ou companheiro, ou parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Seção IVDA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Art. 49. A atividade funcional dos membros da Defensoria Pública da União está sujeita a:

I – correição ordinária, realizada anualmen-te pelo Corregedor-Geral e por seus auxilia-res, para verificar a regularidade e eficiência dos serviços;

II – correição extraordinária, realizada pelo Corregedor-Geral e por seus auxiliares, de ofício ou por determinação do Defensor Publico-Geral;

§ 1º Cabe ao Corregedor-Geral, concluída a correição, apresentar ao Defensor Publico--Geral relatório dos fatos apurados e das providências a serem adotadas.

§ 2º Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral sobre os abusos, erros ou omissões dos membros da Defensoria Pú-blica da União.

Art. 50. Constituem infrações disciplinares, além de outras definidas em lei complementar, a violação dos deveres funcionais e vedações contidas nesta Lei Complementar, bem como a prática de crime contra a Administração Pública ou ato de improbidade administrativa.

§ 1º Os membros da Defensoria Pública da União são passíveis das seguintes sanções:

I – advertência;

II – suspensão por até noventa dias;

III – remoção compulsória;

IV – demissão;

V – cassação da aposentadoria.

§ 2º A advertência será aplicada por escri-to nos casos de violação dos deveres e das proibições funcionais, quando o fato não justificar a imposição de pena mais grave.

§ 3º A suspensão será aplicada em caso de reincidência em falta punida com advertên-cia ou quando a infração dos deveres ou das proibições funcionais, pela sua gravidade, justificar a sua imposição.

§ 4º A remoção compulsória será aplicada sempre que a falta praticada, pela sua gra-vidade e repercussão, tornar incompatível a permanência do faltoso no órgão de atua-ção de sua lotação.

§ 5º A pena de demissão será aplicável nas hipóteses previstas em lei, e no caso de reincidência em falta punida com suspen-são ou remoção compulsória.

§ 6º As penas de demissão e cassação da aposentadoria serão aplicadas pelo Pre-sidente da República e as demais pelo De-fensor Publico-Geral, garantida sempre a ampla defesa, sendo obrigatório o inquérito administrativo nos casos de aplicação de re-moção compulsória, suspensão, demissão e cassação da aposentadoria.

§ 7º Prescrevem em dois anos, a contar da data em que foram cometidas, as faltas pu-níveis com advertência, suspensão e remo-ção compulsória, aplicando-se, quanto às demais, os prazos previstos em lei.

Art. 51. A qualquer tempo poderá ser requerida revisão do processo disciplinar, quando se adu-zirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis

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de provar, a inocência do apenado ou de justifi-car a imposição de pena mais branda.

§ 1º Poderá requerer a instauração de pro-cesso revisional o próprio interessado ou, se falecido ou interdito, o seu cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão.

§ 2º Se for procedente a revisão, será torna-do sem efeito o ato punitivo ou aplicada a penalidade adequada restabelecendo-se os direitos atingidos pela punição, na sua ple-nitude.

TÍTULO III

Da Organização da Defensoria Pública do Distrito Federal e Dos

Territórios

CAPÍTULO IDA ESTRUTURA

Art. 52. A Defensoria Pública do Distrito Fede-ral e dos Territórios é organizada e mantida pela União.

Art. 53. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios compreende:

I – órgãos de administração superior:

a) a Defensoria Pública-Geral do Distrito Fe-deral e dos Territórios;

b) a Subdefensoria Pública-Geral do Distrito Federal e dos Territórios;

c) o Conselho Superior da Defensoria Públi-ca do Distrito Federal e dos Territórios;

d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios;

II – órgãos de atuação:

a) as Defensorias Públicas do Distrito Fede-ral e dos Territórios;

b) os Núcleos da Defensoria Pública do Dis-trito Federal e dos Territórios;

III – órgãos de execução: os Defensores Pú-blicos do Distrito Federal e dos Territórios.

Seção IDO DEFENSOR PUBLICO-GERAL E DO SUBDEFENSOR PUBLICO-

GERAL DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Art. 54. A Defensoria Pública do Distrito Fede-ral e dos Territórios tem por Chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo Presidente da Re-pública, dentre membros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, se-creto, plurinominal e obrigatório de seus mem-bros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.

Art. 55. O Defensor Publico-Geral será substi-tuído, em suas faltas, impedimentos, licenças e férias, pelo Subdefensor Publico-Geral, nomea-do pelo Presidente da República, dentre os inte-grantes da Categoria Especial da carreira, esco-lhidos pelo Conselho Superior, para mandato de dois anos.

Art. 56. São atribuições do Defensor Publico--Geral:

I – dirigir a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, superintender e coordenar suas atividades e orientar-lhe a atuação;

II – representar a Defensoria Pública do Dis-trito Federal e dos Territórios judicial e ex-trajudicialmente;

III – velar pelo cumprimento das finalidades da Instituição;

IV – integrar, como membro nato, e presidir o Conselho Superior da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

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V – baixar o Regimento Interno da Defenso-ria Pública-Geral do Distrito Federal e dos Territórios;

VI – autorizar os afastamentos dos mem-bros da Defensoria Pública do Distrito Fede-ral e dos Territórios;

VII – estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e servidores da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

VIII – dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, com recurso para seu Conselho Superior;

IX – proferir decisões nas sindicâncias e pro-cessos administrativos disciplinares promo-vidos pela Corregedoria-Geral do Distrito Federal e dos Territórios;

X – instaurar processo disciplinar contra membros e servidores da Defensoria Públi-ca do Distrito Federal e dos Territórios;

XI – abrir concursos públicos para ingresso na carreira da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

XII – determinar correições extraordinárias;

XIII – praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;

XIV – convocar o Conselho Superior da De-fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e dar execução às suas delibera-ções;

XV – designar membro da Defensoria Públi-ca do Distrito Federal e dos Territórios para exercício de suas atribuições em órgão de atuação diverso do de sua lotação ou, em caráter excepcional, perante Juízos, Tribu-nais ou Ofícios diferentes dos estabelecidos para cada categoria;

XVI – requisitar de qualquer autoridade pú-blica e de seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos

e demais providências necessárias à atua-ção da Defensoria Pública;

XVII – aplicar a pena de remoção compul-sória, aprovada pelo voto de dois terços do Conselho Superior, aos membros da Defen-soria Pública do Distrito Federal e dos Terri-tórios;

XVIII – delegar atribuições a autoridade que lhe seja subordinada, na forma da lei.

Parágrafo único. Ao Subdefensor Publico--Geral, além da atribuição prevista no art. 55 desta Lei Complementar, compete:

a) auxiliar o Defensor Publico-Geral nos as-suntos de interesse da Instituição;

b) desincumbir-se das tarefas e delegações que lhe forem determinadas pelo Defensor Publico-Geral.

Seção IIDO CONSELHO SUPERIOR DA

DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Art. 57. A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Ter-ritórios deve incluir obrigatoriamente o Defen-sor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral e o Corregedor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Car-reira, 2 (dois) por categoria, eleitos pelo voto direto, plurinominal, secreto e obrigatório, de todos os integrantes da Carreira.

§ 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-Geral, que terá voto de qualidade, exceto em matéria disciplinar.

§ 2º As eleições serão realizadas em con-formidade com as instruções baixadas pelo Conselho Superior.

§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para mandato de 2 (dois) anos, per-mitida 1 (uma) reeleição.

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§ 4º São elegíveis os Defensores Públicos do Distrito Federal e dos Territórios que não es-tejam afastados da carreira.

§ 5º São suplentes dos membros eleitos de que trata o caput deste artigo os demais vo-tados, em ordem decrescente.

§ 6º Qualquer membro, exceto o nato, pode desistir de sua participação no Conselho Su-perior, assumindo, imediatamente, o cargo, o respectivo suplente.

§ 7º O presidente da entidade de classe de âmbito distrital de maior representativida-de dos membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios terá assen-to e voz nas reuniões do Conselho Superior.

Art. 58. Ao Conselho Superior da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios com-pete:

I – exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

II – opinar, por solicitação do Defensor Pu-blico-Geral, sobre matéria pertinente à au-tonomia funcional e administrativa da De-fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

III – elaborar lista tríplice destinada à pro-moção por merecimento;

IV – aprovar a lista de antiguidade dos membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e decidir sobre as reclamações a ela concernentes;

V – recomendar ao Defensor Publico-Geral a instauração de processo disciplinar contra membros e servidores da Defensoria Públi-ca do Distrito Federal e dos Territórios;

VI – conhecer e julgar recurso contra deci-são em processo administrativo disciplinar;

VII – decidir sobre pedido de revisão de pro-cesso administrativo-disciplinar;

VIII – decidir acerca da remoção dos inte-grantes da carreira da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

IX – decidir sobre a avaliação do estágio probatório dos membros da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios, submetendo sua decisão à homologação do Defensor Publico-Geral;

X – decidir, por voto de dois terços de seus membros, acerca da destituição do Corre-gedor-Geral;

XI – deliberar sobre a organização de con-curso para ingresso na carreira e designar os representantes da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios que inte-grarão a Comissão de Concurso;

XII – organizar os concursos para provimen-to dos cargos da carreira de Defensor Públi-co do Distrito Federal e dos Territórios e os seus respectivos regulamentos;

XIII – recomendar correições extraordiná-rias;

XIV – indicar os seis nomes dos membros da classe mais elevada da carreira para que o Presidente da República nomeie, dentre es-tes, o Subdefensor Publico-Geral e o Corre-gedor-Geral.

XV – editar as normas regulamentando a eleição para Defensor Público-Geral.

Parágrafo único. As decisões do Conselho Superior serão motivadas e publicadas, sal-vo as hipóteses legais de sigilo.

Seção IIIDA CORREGEDORIA-GERAL DA

DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Art. 59. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios é órgão de fiscalização da atividade funcional e da con-duta dos membros e dos servidores da Defenso-ria Pública do Distrito Federal e dos Territórios.

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Art. 60. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios é exer-cida pelo Corregedor-Geral, indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da carreira pelo Conselho Superior e nomeado pelo Presi-dente da República, para mandato de dois anos.

Parágrafo único. O Corregedor-Geral pode-rá ser destituído por proposta do Defensor Publico-Geral, pelo voto de dois terços dos membros do Conselho Superior, antes do término do mandato.

Art. 61. À Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios com-pete:

I – realizar correições e inspeções funcio-nais;

II – sugerir ao Defensor Publico-Geral o afastamento de Defensor Público que este-ja sendo submetido a correição, sindicân-cia ou processo administrativo disciplinar, quando cabível;

III – propor, fundamentadamente, ao Con-selho Superior a suspensão do estágio pro-batório de membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

IV – receber e processar as representações contra os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, enca-minhando-as, com parecer, ao Conselho Su-perior;

V – apresentar ao Defensor Publico-Geral, em janeiro de cada ano, relatório das ativi-dades desenvolvidas no ano anterior;

VI – propor a instauração de processo dis-ciplinar contra membros da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios e seus servidores;

VII – acompanhar o estágio probatório dos membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

VIII – propor a exoneração de membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos

Territórios que não cumprirem as condições do estágio probatório.

Seção IVDOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA

PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Art. 62. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios exercerá suas funções institu-cionais através de Núcleos.

Art. 63. Os Núcleos da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios são dirigidos por Defensor Publico-Chefe, designado pelo Defensor Publico-Geral, dentre integrantes da carreira, competindo-lhe, no exercício de suas funções institucionais:

I – prestar, no Distrito Federal e nos Territó-rios, assistência jurídica, judicial e extrajudi-cial, integral e gratuita, aos necessitados;

II – integrar e orientar as atividades de-senvolvidas pelos Defensores Públicos que atuem em sua área de competência;

III – remeter, semestralmente, ao Correge-dor-Geral, relatório de suas atividades;

IV – exercer as funções que lhe forem dele-gadas pelo Defensor Publico-Geral.

Seção IVDOS DEFENSORES PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL E DOS

TERRITÓRIOS

Art. 64. Aos Defensores Públicos do Distrito Fe-deral e dos Territórios incumbe o desempenho das funções de orientação, postulação e defesa dos direitos e interesses dos necessitados, em todos os graus de jurisdição e instâncias admi-nistrativas, cabendo-lhes especialmente:

I – atender às partes e aos interessados;

II – postular a concessão de gratuidade de justiça para os necessitados;

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III – tentar a conciliação das partes, antes de promover a ação cabível;

IV – acompanhar e comparecer aos atos processuais e impulsionar os processos;

V – interpor recurso para qualquer grau de jurisdição e promover Revisão Criminal, quando cabível;

VI – sustentar, oralmente ou por memorial, os recursos interpostos e as razões apresen-tadas por intermédio da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

VII – defender os acusados em processo dis-ciplinar.

VIII – participar, com direito a voz e voto, do Conselho Penitenciário;

IX – certificar a autenticidade de cópias de documentos necessários à instrução de pro-cesso administrativo ou judicial, à vista da apresentação dos originais;

X – atuar nos estabelecimentos penais sob a administração do Distrito Federal, visando ao atendimento jurídico permanente dos presos e sentenciados, competindo à admi-nistração do sistema penitenciário distrital reservar instalações seguras e adequadas aos seus trabalhos, franquear acesso a to-das as dependências do estabelecimento, independentemente de prévio agendamen-to, fornecer apoio administrativo, prestar todas as informações solicitadas e assegu-rar o acesso à documentação dos presos e internos, aos quais não poderá, sob funda-mento algum, negar o direito de entrevista com os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal.

CAPÍTULO IIDA CARREIRA

Art. 65. A Defensoria Pública do Distrito Fede-ral e dos Territórios é integrada pela carreira de Defensor Público do Distrito Federal e dos Ter-

ritórios, composta de três categorias de cargos efetivos:

I – Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de 2ª Categoria (inicial);

II – Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de 1ª Categoria (intermedi-ária);

III – Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de Categoria Especial (final).

Art. 66. Os Defensores Públicos do Distrito Fe-deral de 2ª Categoria atuarão nos Núcleos das Cidades Satélites, junto aos Juízes de Direito e às instâncias administrativas do Distrito Fede-ral e dos Territórios, ou em função de auxílio ou substituição nos Núcleos do Plano Piloto.

Art. 67. Os Defensores Públicos do Distrito Fe-deral e dos Territórios de 1ª Categoria atuarão nos Núcleos do Plano Piloto, junto aos Juízes de Direito e às instâncias administrativas do Distri-to Federal e dos Territórios, ou em função de auxílio ou substituição junto ao Tribunal de Jus-tiça do Distrito Federal e Territórios.

Art. 68. Os Defensores Públicos do Distrito Fe-deral e dos Territórios de Categoria Especial atuarão junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, e aos Tribunais Superiores, quando couber (art. 22, parágrafo único).

Seção IDO INGRESSO NA CARREIRA

Art. 69. O ingresso na Carreira da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios far--se-á mediante aprovação prévia em concurso público, de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, no cargo inicial de Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de 2ª Categoria.

§ 1º Do regulamento do concurso constarão os programas das disciplinas sobre as quais versarão as provas, bem como outras dispo-sições pertinentes à sua organização e rea-lização.

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§ 2º O edital de abertura de inscrições no concurso indicará, obrigatoriamente, o nú-mero de cargos vagos na categoria inicial da carreira.

Art. 70. O concurso de ingresso realizar-se-á, obrigatoriamente, quando o número de vagas exceder a um quinto dos cargos iniciais da car-reira e, facultativamente, quando o exigir o inte-resse da administração.

Art. 71. O candidato, no momento da inscrição, deve possuir registro na Ordem dos Advogados do Brasil, ressalvada a situação dos proibidos de obtê-la, e comprovar, no mínimo, dois anos de prática forense.

§ 1º Considera-se como prática forense o exercício profissional de consultoria, asses-soria, o cumprimento de estágio nas Defen-sorias Públicas e o desempenho de cargo, emprego ou função de nível superior, de ati-vidades eminentemente jurídicas.

§ 2º Os candidatos proibidos de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil comprova-rão o registro até a posse no cargo de De-fensor Público.

Art. 72. O concurso será realizado perante ban-cas examinadoras constituídas pelo Conselho Superior.

Seção IIDA NOMEAÇÃO, DA LOTAÇÃO E

DA DISTRIBUIÇÃO

Art. 73. O candidato aprovado no concurso pú-blico para ingresso na carreira da Defensoria Pública será nomeado pelo Presidente da Re-pública para cargo inicial da carreira, respeitada a ordem de classificação e o número de vagas existentes.

Art. 74. Os Defensores Públicos do Distrito Fe-deral e dos Territórios serão lotados e distribu-ídos pelo Defensor Publico-Geral, assegurado aos nomeados para os cargos iniciais o direi-to de escolha do órgão de atuação, desde que vago e obedecida a ordem de classificação no concurso.

Seção IIIDA PROMOÇÃO

Art. 75. A promoção consiste no acesso imedia-to dos membros efetivos da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios de uma ca-tegoria para outra da carreira.

Art. 76. As promoções obedecerão aos critérios de antiguidade e merecimento alternadamente.

§ 1º A antiguidade será apurada na cate-goria e determinada pelo tempo de efetivo exercício na mesma.

§ 2º A promoção por merecimento depen-derá de lista tríplice para cada vaga, orga-nizada pelo Conselho Superior, em sessão secreta, com ocupantes da lista de antigui-dade, em seu primeiro terço.

§ 3º Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios somen-te poderão ser promovidos depois de dois anos de efetivo exercício na categoria, dis-pensado o interstício se não houver quem preencha tal requisito ou se quem o preen-cher recusar a promoção.

§ 4º As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Publico-Geral.

Art. 77. É facultada a recusa à promoção, sem prejuízo do critério para o preenchimento da vaga recusada.

Art. 78. O Conselho Superior fixará os critérios de ordem objetiva para a aferição de mereci-mento dos membros da Instituição, conside-rando-se, entre outros, a eficiência e a preste-za demonstradas no desempenho da função e aprovação em cursos de aperfeiçoamento, de natureza jurídica, promovidos pela Instituição, ou por estabelecimentos de ensino superior, oficialmente reconhecidos.

§ 1º Os cursos de aperfeiçoamento de que trata este artigo compreenderão, necessa-riamente, as seguintes atividades:

a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevância jurídica;

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b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca examinadora.

§ 2º Não poderá concorrer à promoção por merecimento quem tenha sofrido penali-dade de advertência ou suspensão; no pe-ríodo de um ano imediatamente anterior à ocorrência da vaga, no caso de advertência; ou de dois anos, em caso de suspensão.

§ 3º É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar por três vezes consecuti-vas ou cinco alternadas em lista de mereci-mento, ressalvada a hipótese do § 2º.

CAPÍTULO IIIDA INAMOVIBILIDADE E

DA REMOÇÃO

Art. 79. Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios são inamoví-veis, salvo se apenados com remoção compul-sória, na forma desta Lei Complementar.

Art. 80. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sempre entre membros da mesma ca-tegoria da carreira.

Art. 81. A remoção compulsória somente será aplicada com prévio parecer do Conselho Supe-rior, assegurada ampla defesa em processo ad-ministrativo disciplinar.

Art. 82. A remoção a pedido far-se-á mediante requerimento ao Defensor Publico-Geral, nos quinze dias seguintes à publicação, no Diário Oficial, do aviso de existência da vaga.

§ 1º Findo o prazo fixado no caput deste artigo e, havendo mais de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na categoria e, ocorrendo empate, sucessiva-mente, o mais antigo na carreira, no servi-ço público da União, no serviço público em geral, o mais idoso e o mais bem classifica-do no concurso para ingresso na Defensoria Pública.

§ 2º A remoção precederá o preenchimento de vaga por promoção.

Art. 83. Quando por permuta, a remoção será concedida mediante requerimento dos interes-sados, atendida a conveniência do serviço.

CAPÍTULO IVDOS DIREITOS, DAS GARANTIAS

E DAS PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA

DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção IDa Remuneração

Art. 84. À lei cabe fixar a remuneração dos car-gos da carreira da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, observado o disposto no artigo 135 da Constituição Federal.

§ 1º (VETADO).

§ 2º Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios têm os di-reitos assegurados pela Lei no 8.112, de 1990, e nesta Lei Complementar.

Seção IIDAS FÉRIAS E DO AFASTAMENTO

Art. 86. As férias dos membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios se-rão concedidas pelas chefias a que estiverem subordinados.

Art. 87. O afastamento para estudo ou missão no interesse da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios será autorizado pelo Defensor Publico-Geral.

§ 1º O afastamento de que trata este arti-go somente será concedido pelo Defensor Publico-Geral, após o estágio probatório e pelo prazo máximo de dois anos.

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§ 2º Quando o interesse público o exigir, o afastamento poderá ser interrompido a juí-zo do Defensor Publico-Geral.

Art. 87-A. É assegurado o direito de afastamen-to para exercício de mandato em entidade de classe de âmbito nacional e distrital, de maior representatividade, sem prejuízo dos vencimen-tos, vantagens ou qualquer direito inerente ao cargo.

§ 1º O afastamento será concedido ao presi-dente da entidade de classe e terá duração igual à do mandato, devendo ser prorroga-do no caso de reeleição.

§ 2º O afastamento para exercício de man-dato será contado como tempo de serviço para todos os efeitos legais.

Seção IIIDAS GARANTIAS E DAS

PRERROGATIVAS

Art. 88. São garantias dos membros da Defenso-ria Pública do Distrito Federal e dos Territórios:

I – a independência funcional no desempe-nho de suas atribuições;

II – a inamovibilidade;

III – a irredutibilidade de vencimentos;

IV – a estabilidade.

Art. 89. São prerrogativas dos membros da De-fensoria Pública do Distrito Federal e dos Terri-tórios:

I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, in-timação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administra-tiva, contando-se lhes em dobro todos os prazos;

II – não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao Defensor Publico-Geral;

III – ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de Estado Maior, com direito a privacidade e, após sentença condenató-ria transitada em julgado, ser recolhido em dependência separada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;

IV – usar vestes talares e as insígnias privati-vas da Defensoria Pública;

V – (VETADO);

VI – ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as veda-ções legais;

VII – comunicar-se, pessoal e reservada-mente, com seus assistidos, ainda quando esses se acharem presos ou detidos, mes-mo incomunicáveis, tendo livre ingresso em estabelecimentos policiais, prisionais e de internação coletiva, independentemente de prévio agendamento;

VIII – examinar, em qualquer repartição pú-blica, autos de flagrante, inquéritos e pro-cessos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos;

IX – manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por meio de cota;

X – requisitar de autoridade pública ou de seus agentes exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documen-tos, informações, esclarecimentos e pro-vidências necessárias ao exercício de suas atribuições;

XI – representar a parte, em feito adminis-trativo ou judicial, independentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais;

XII – deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamente incabível ou inconve-niente aos interesses da parte sob seu pa-trocínio, comunicando o fato ao Defensor Publico-Geral, com as razões de seu proce-der;

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XIII – ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e demais titulares dos car-gos das funções essenciais à justiça;

XIV – ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade competente;

XV – (VETADO).

XVI – ter acesso a qualquer banco de dados de caráter público, bem como a locais que guardem pertinência com suas atribuições.

Parágrafo único. Quando, no curso de in-vestigação policial, houver indício de prática de infração penal por membro da Defenso-ria Pública do Distrito Federal e dos Territó-rios, a autoridade policial, civil ou militar, comunicará imediatamente o fato ao De-fensor Publico-Geral, que designará mem-bro da Defensoria Pública para acompanhar a apuração.

CAPÍTULO VDOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES,

DOS IMPEDIMENTOS E DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Seção IDOS DEVERES

Art. 90. São deveres dos membros da Defenso-ria Pública do Distrito Federal e dos Territórios:

I – residir na localidade onde exercem suas funções;

II – desempenhar, com zelo e presteza, os serviços a seu cargo;

III – representar ao Defensor Publico-Geral sobre as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;

IV – prestar informações aos órgãos de ad-ministração superior da Defensoria Pública

do Distrito Federal e dos Territórios, quando solicitadas;

V – atender ao expediente forense e partici-par dos atos judiciais, quando for obrigató-ria a sua presença;

VI – declarar-se suspeito, ou impedido, nos termos da lei;

VII – interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou Tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar fun-damentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos, remetendo cópia à Corregedoria--Geral.

Seção IIDAS PROIBIÇÕES

Art. 91. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos membros da De-fensoria Pública do Distrito Federal e dos Terri-tórios é vedado:

I – exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

II – requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão;

III – receber, a qualquer título e sob qual-quer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas atri-buições;

IV – exercer o comércio ou participar de so-ciedade comercial, exceto como cotista ou acionista;

V – exercer atividade político-partidária, en-quanto atuar junto à Justiça Eleitoral.

Seção IIIDOS IMPEDIMENTOS

Art. 92. Ao membro da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios é defeso exer-cer suas funções em processo ou procedimento:

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I – em que seja parte ou, de qualquer for-ma, interessado;

II – em que haja atuado como representan-te da parte, perito, Juiz, membro do Minis-tério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia, Auxiliar de Justiça ou prestado depoimento como testemunha;

III – em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o tercei-ro grau;

IV – no qual haja postulado como advogado de qualquer das pessoas mencionadas no inciso anterior;

V – em que qualquer das pessoas mencio-nadas no inciso III funcione ou haja funcio-nado como Magistrado, membro do Minis-tério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar de Justiça;

VI – em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre o objeto da demanda;

VII – em outras hipóteses previstas em lei.

Art. 93. Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios não podem participar de comissão, banca de concurso, ou de qualquer decisão, quando o julgamento ou votação disser respeito a seu cônjuge ou com-panheiro, ou parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Seção IVDA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Art. 94. A atividade funcional dos membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Ter-ritórios está sujeita a:

I – correição ordinária, realizada anualmen-te pelo Corregedor-Geral e por seus auxilia-res, para verificar a regularidade e eficiência dos serviços;

II – correição extraordinária, realizada pelo Corregedor-Geral e por seus auxiliares, de

ofício ou por determinação do Defensor Publico-Geral.

§ 1º Cabe ao Corregedor-Geral, concluída a correição, apresentar ao Defensor Publico--Geral relatório dos fatos apurados e das providências a serem adotadas.

§ 2º Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral sobre os abusos, erros ou omissões dos membros da Defensoria Pú-blica do Distrito Federal e dos Territórios.

Art. 95. Constituem infrações disciplinares, além de outras definidas em lei, a violação dos deveres funcionais e vedações contidas nesta Lei Complementar, bem como a prática de cri-me contra a Administração Pública ou ato de improbidade administrativa.

§ 1º Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios são passí-veis das seguintes sanções:

I – advertência;

II – suspensão por até noventa dias;

III – remoção compulsória;

IV – demissão;

V – cassação da aposentadoria.

§ 2º A advertência será aplicada por escri-to nos casos de violação aos deveres e das proibições funcionais, quando o fato não justificar a imposição de pena mais grave.

§ 3º A suspensão será aplicada em caso de reincidência em falta punida com advertên-cia ou quando a infração dos deveres e das proibições funcionais, pela sua gravidade, justificar a sua imposição.

§ 4º A remoção compulsória será aplicada sempre que a falta praticada, pela sua gra-vidade e repercussão, tornar incompatível a permanência do faltoso no órgão de atua-ção de sua lotação.

§ 5º A pena de demissão será aplicável nas hipóteses previstas em lei, e no caso de reincidência em falta punida com suspen-são ou remoção compulsória.

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§ 6º As penas de demissão e cassação da aposentadoria serão aplicadas pelo Presi-dente da República e as demais pelo Defen-sor Publico-Geral, garantida sempre ampla defesa, sendo obrigatório o inquérito admi-nistrativo nos casos de aplicação de remo-ção compulsória, suspensão, demissão e cassação de aposentadoria.

§ 7º Prescrevem em dois anos, a contar da data em que foram cometidas, as faltas pu-níveis com advertência, suspensão e remo-ção compulsória, aplicando-se, quanto às demais, os prazos previstos em lei.

Art. 96. A qualquer tempo poderá ser requerida revisão do processo disciplinar, quando se adu-zirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de provar a inocência do apenado ou de justifi-car a imposição de pena mais branda.

§ 1º Poderá requerer a instauração de pro-cesso revisional o próprio interessado ou, se falecido ou interdito, o seu cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão.

§ 2º Se for procedente a revisão, será tor-nado sem efeito o ato punitivo ou aplicada a penalidade adequada, restabelecendo-se os direito atingidos pela punição, na sua plenitude.

TÍTULO IV

DAS NORMAS GERAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA

PÚBLICA DOS ESTADOS

CAPÍTULO IDA ORGANIZAÇÃO

Art. 97. A Defensoria Pública dos Estados orga-nizar-se á de acordo com as normas gerais esta-belecidas nesta Lei Complementar.

Art. 97-A. À Defensoria Pública do Estado é as-segurada autonomia funcional, administrativa e iniciativa para elaboração de sua proposta orçamentária, dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, cabendo-lhe, especialmente:

I – abrir concurso público e prover os cargos de suas Carreiras e dos serviços auxiliares;

II – organizar os serviços auxiliares;

III – praticar atos próprios de gestão;

IV – compor os seus órgãos de administra-ção superior e de atuação;

V – elaborar suas folhas de pagamento e ex-pedir os competentes demonstrativos;

VI – praticar atos e decidir sobre situação funcional e administrativa do pessoal, ativo e inativo da Carreira, e dos serviços auxilia-res, organizados em quadros próprios;

VII – exercer outras competências decor-rentes de sua autonomia.

Art. 97-B. A Defensoria Pública do Estado ela-borará sua proposta orçamentária atendendo aos seus princípios, às diretrizes e aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias, encaminhando-a ao Chefe do Poder Executivo para consolidação e encaminhamento ao Poder Legislativo.

§ 1º Se a Defensoria Pública do Estado não encaminhar a respectiva proposta orçamen-tária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajus-tados de acordo com os limites estipulados na forma do caput.

§ 2º Se a proposta orçamentária de que tra-ta este artigo for encaminhada em desacor-do com os limites estipulados no caput, o Poder Executivo procederá aos ajustes ne-cessários para fim de consolidação da pro-posta orçamentária anual.

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§ 3º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas que extrapolem os limites estabe-lecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, me-diante a abertura de créditos suplementa-res ou especiais.

§ 4º Os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias próprias e globais, compreendidos os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues, até o dia 20 (vinte) de cada mês, na forma do art. 168 da Constituição Federal.

§ 5º As decisões da Defensoria Pública do Estado, fundadas em sua autonomia funcio-nal e administrativa, obedecidas as formali-dades legais, têm eficácia plena e executo-riedade imediata, ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do Tri-bunal de Contas.

§ 6º A fiscalização contábil, financeira, orça-mentária, operacional e patrimonial da De-fensoria Pública do Estado, quanto à legali-dade, legitimidade, aplicação de dotações e recursos próprios e renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, me-diante controle externo e pelo sistema de controle interno estabelecido em lei.

Art. 98. A Defensoria Pública dos Estados com-preende:

I – órgãos de administração superior:

a) a Defensoria Pública-Geral do Estado;

b) a Subdefensoria Pública-Geral do Estado;

c) o Conselho Superior da Defensoria Públi-ca do Estado;

d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica do Estado;

II – órgãos de atuação:

a) as Defensorias Públicas do Estado;

b) os Núcleos da Defensoria Pública do Es-tado;

III – órgãos de execução:

a) os Defensores Públicos do Estado.

IV – órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da De-fensoria Pública do Estado.

Seção IDO DEFENSOR PUBLICO-GERAL E DO

SUBDEFENSOR PUBLICO-GERAL DO ESTADO

Art. 99. A Defensoria Pública do Estado tem por chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo Governador do Estado, dentre membros está-veis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigató-rio de seus membros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução.

§ 1º O Defensor Público-Geral será substitu-ído em suas faltas, licenças, férias e impe-dimentos pelo Subdefensor Público-Geral, por ele nomeado dentre integrantes está-veis da Carreira, na forma da legislação es-tadual.

§ 2º Os Estados, segundo suas necessida-des, poderão ter mais de um Subdefensor Publico-Geral.

§ 3º O Conselho Superior editará as normas regulamentando a eleição para a escolha do Defensor Público-Geral.

§ 4º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Defensor Público--Geral nos 15 (quinze) dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será inves-tido automaticamente no cargo o Defensor Público mais votado para exercício do man-dato.

Art. 100. Ao Defensor Publico-Geral do Estado compete dirigir a Defensoria Pública do Esta-do, superintender e coordenar suas atividades, orientando sua atuação, e representando-a ju-dicial e extrajudicialmente.

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Art. 101. A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado deve incluir obrigatoriamente o Defensor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral, o Corregedor-Geral e o Ouvidor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carrei-ra, eleitos pelo voto direto, plurinominal, obri-gatório e secreto de seus membros, em número e forma a serem fixados em lei estadual.

§ 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-Geral, que terá voto de qualidade, exceto em matéria disciplinar.

§ 2º As eleições serão realizadas em con-formidade com as instruções baixadas pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.

§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para mandato de 2 (dois) anos, per-mitida uma reeleição.

§ 4º São elegíveis os membros estáveis da Defensoria Pública que não estejam afasta-dos da Carreira.

§ 5º O presidente da entidade de classe de maior representatividade dos membros da Defensoria Pública do Estado terá assento e voz nas reuniões do Conselho Superior.

Art. 102. Ao Conselho Superior compete exer-cer as atividades consultivas, normativas e deci-sórias a serem previstas na lei estadual.

§ 1º Caberá ao Conselho Superior decidir sobre a fixação ou a alteração de atribui-ções dos órgãos de atuação da Defensoria Pública e, em grau de recurso, sobre maté-ria disciplinar e os conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública, sem prejuízo de outras atribuições.

§ 2º Caberá ao Conselho Superior aprovar o plano de atuação da Defensoria Pública do Estado, cujo projeto será precedido de am-pla divulgação.

§ 3º As decisões do Conselho Superior se-rão motivadas e publicadas, e suas sessões deverão ser públicas, salvo nas hipóteses

legais de sigilo, e realizadas, no mínimo, bi-mestralmente, podendo ser convocada por qualquer conselheiro, caso não realizada dentro desse prazo.

Seção IIIDA CORREGEDORIA-GERAL DA

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO

Art. 103. A Corregedoria-Geral é órgão de fisca-lização da atividade funcional e da conduta dos membros e dos servidores da Instituição.

Art. 104. A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-Geral indicado dentre os integran-tes da classe mais elevada da Carreira, em lista tríplice formada pelo Conselho Superior, e no-meado pelo Defensor Público-Geral para man-dato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-dução.

§ 1º O Corregedor-Geral poderá ser destitu-ído por proposta do Defensor Publico-Geral, pelo voto de dois terços do Conselho Supe-rior, antes do término do mandato.

§ 2º A lei estadual poderá criar um ou mais cargos de Subcorregedor, fixando as atribui-ções e especificando a forma de designa-ção.

Art. 105. À Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado compete:

I – realizar correições e inspeções funcio-nais;

II – sugerir ao Defensor Publico-Geral o afastamento de Defensor Público que este-ja sendo submetido a correição, sindicân-cia ou processo administrativo disciplinar, quando cabível;

III – propor, fundamentadamente, ao Con-selho Superior a suspensão do estágio pro-batório de membro da Defensoria Pública do Estado;

IV – apresentar ao Defensor Publico-Geral, em janeiro de cada ano, relatório das ativi-dades desenvolvidas no ano anterior;

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V – receber e processar as representações contra os membros da Defensoria Pública do Estado, encaminhado as, com parecer, ao Conselho Superior;

VI – propor a instauração de processo disci-plinar contra membros da Defensoria Públi-ca do Estado e seus servidores;

VII – acompanhar o estágio probatório dos membros da Defensoria Pública do Estado;

VIII – propor a exoneração de membros da Defensoria Pública do Estado que não cum-prirem as condições do estágio probatório.

IX – baixar normas, no limite de suas atri-buições, visando à regularidade e ao aper-feiçoamento das atividades da Defensoria Pública, resguardada a independência fun-cional de seus membros;

X – manter atualizados os assentamentos funcionais e os dados estatísticos de atua-ção dos membros da Defensoria Pública, para efeito de aferição de merecimento;

XI – expedir recomendações aos membros da Defensoria Pública sobre matéria afeta à competência da Corregedoria-Geral da De-fensoria Pública;

XII – desempenhar outras atribuições pre-vistas em lei ou no regulamento interno da Defensoria Pública.

Seção III-ADA OUVIDORIA-GERAL DA

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO

Art. 105-A. A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pública do Estado, de promoção da qualidade dos serviços prestados pela Insti-tuição.

Parágrafo único. A Ouvidoria-Geral contará com servidores da Defensoria Pública do Es-tado e com a estrutura definida pelo Con-selho Superior após proposta do Ouvidor--Geral.

Art. 105-B. O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior, dentre cidadãos de reputa-ção ilibada, não integrante da Carreira, indica-dos em lista tríplice formada pela sociedade ci-vil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.

§ 1º O Conselho Superior editará normas regulamentando a forma de elaboração da lista tríplice.

§ 2º O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Defensor Público-Geral do Estado.

§ 3º O cargo de Ouvidor-Geral será exercido em regime de dedicação exclusiva.

Art. 105-C. À Ouvidoria-Geral compete:

I – receber e encaminhar ao Corregedor--Geral representação contra membros e servidores da Defensoria Pública do Estado, assegurada a defesa preliminar;

II – propor aos órgãos de administração su-perior da Defensoria Pública do Estado me-didas e ações que visem à consecução dos princípios institucionais e ao aperfeiçoa-mento dos serviços prestados;

III – elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, que conterá também as medidas propostas aos órgãos competentes e a descrição dos resultados obtidos;

IV – participar, com direito a voz, do Conse-lho Superior da Defensoria Pública do Esta-do;

V – promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil;

VI – estabelecer meios de comunicação di-reta entre a Defensoria Pública e a socieda-de, para receber sugestões e reclamações, adotando as providências pertinentes e in-formando o resultado aos interessados;

VII – contribuir para a disseminação das formas de participação popular no acom-panhamento e na fiscalização da prestação dos serviços realizados pela Defensoria Pú-blica;

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VIII – manter contato permanente com os vários órgãos da Defensoria Pública do Esta-do, estimulando-os a atuar em permanente sintonia com os direitos dos usuários;

IX – coordenar a realização de pesquisas pe-riódicas e produzir estatísticas referentes ao índice de satisfação dos usuários, divulgan-do os resultados.

Parágrafo único. As representações podem ser apresentadas por qualquer pessoa, in-clusive pelos próprios membros e servido-res da Defensoria Pública do Estado, entida-de ou órgão público.

Seção IVDA DEFENSORIA PÚBLICA

DO ESTADO

Art. 106. A Defensoria Pública do Estado pres-tará assistência jurídica aos necessitados, em todos os graus de jurisdição e instâncias admi-nistrativas do Estado.

Parágrafo único. À Defensoria Pública do Estado caberá interpor recursos aos Tribu-nais Superiores, quando cabíveis.

Art. 106-A. A organização da Defensoria Pública do Estado deve primar pela descentralização, e sua atuação deve incluir atendimento interdis-ciplinar, bem como a tutela dos interesses indi-viduais, difusos, coletivos e individuais homogê-neos.

Seção VDOS NÚCLEOS DA DEFENSORIA

PÚBLICA DO ESTADO

Art. 107. A Defensoria Pública do Estado pode-rá atuar por intermédio de núcleos ou núcleos especializados, dando-se prioridade, de todo modo, às regiões com maiores índices de exclu-são social e adensamento populacional.

SEÇÃO VIDOS DEFENSORES PÚBLICOS

DOS ESTADOS

Art. 108. Aos membros da Defensoria Pública do Estado incumbe, sem prejuízo de outras atri-buições estabelecidas pelas Constituições Fede-ral e Estadual, pela Lei Orgânica e por demais diplomas legais, a orientação jurídica e a defesa dos seus assistidos, no âmbito judicial, extraju-dicial e administrativo.

Parágrafo único. São, ainda, atribuições dos Defensores Públicos Estaduais:

I – atender às partes e aos interessados;

II – participar, com direito a voz e voto, dos Conselhos Penitenciários;

III – certificar a autenticidade de cópias de documentos necessários à instrução de pro-cesso administrativo ou judicial, à vista da apresentação dos originais;

IV – atuar nos estabelecimentos prisionais, policiais, de internação e naqueles reserva-dos a adolescentes, visando ao atendimento jurídico permanente dos presos provisórios, sentenciados, internados e adolescentes, competindo à administração estadual re-servar instalações seguras e adequadas aos seus trabalhos, franquear acesso a todas as dependências do estabelecimento indepen-dentemente de prévio agendamento, forne-cer apoio administrativo, prestar todas as informações solicitadas e assegurar o aces-so à documentação dos assistidos, aos quais não poderá, sob fundamento algum, negar o direito de entrevista com os membros da Defensoria Pública do Estado.

Seção VIIDOS ÓRGÃOS AUXILIARES

Art. 109. Cabe à lei estadual disciplinar os ór-gãos e serviços auxiliares de apoio administra-tivo, organizando-o em quadro próprio, com cargos que atendam às peculiaridades e às ne-cessidades da administração e das atividades funcionais da Instituição.

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CAPÍTULO IIDA CARREIRA

Art. 110. A Defensoria Pública do Estado é inte-grada pela carreira de Defensor Público do Esta-do, composta das categorias de cargos efetivos necessárias ao cumprimento das suas funções institucionais, na forma a ser estabelecida na le-gislação estadual.

Art. 111. O Defensor Público do Estado atuará, na forma do que dispuser a legislação estadual, junto a todos os Juízos de 1º grau de jurisdição, núcleos, órgãos judiciários de 2º grau de jurisdi-ção, instâncias administrativas e Tribunais Supe-riores (art. 22, parágrafo único).

SEÇÃO IDO INGRESSO NA CARREIRA

Art. 112. O ingresso nos cargos iniciais da carrei-ra far-se-á mediante aprovação prévia em con-curso público de provas e títulos, com a partici-pação da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 1º Do regulamento do concurso constarão os programas das disciplinas sobre as quais versarão as provas, bem como outras dispo-sições pertinentes à sua organização e rea-lização.

§ 2º O edital de abertura de inscrições no concurso indicará, obrigatoriamente, o nú-mero de cargos vagos na categoria inicial da carreira.

Art. 112-A. Aos aprovados no concurso deverá ser ministrado curso oficial de preparação à Car-reira, objetivando o treinamento específico para o desempenho das funções técnico-jurídicas e noções de outras disciplinas necessárias à con-secução dos princípios institucionais da Defen-soria Pública.

Seção IIDA NOMEAÇÃO E DA ESCOLHA

DAS VAGAS

Art. 113. O candidato aprovado no concurso público para ingresso na carreira da Defensoria

Pública do Estado será nomeado pelo Governa-dor do Estado para cargo inicial da carreira, res-peitada a ordem de classificação e o número de vagas existentes.

Art. 114. O candidato aprovado poderá renun-ciar à nomeação correspondente à sua classifi-cação, antecipadamente ou até o termo final do prazo de posse, caso em que, optando o renun-ciante, será deslocado para o último lugar da lis-ta de classificados.

Seção IIIDA PROMOÇÃO

Art. 115. A promoção consiste no acesso ime-diato dos membros efetivos da Defensoria Pú-blica do Estado de uma categoria para outra da carreira.

Art. 116. As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Publico-Geral do Estado, obedeci-dos, alternadamente, os critérios de antiguida-de e merecimento.

§ 1º É facultada a recusa à promoção, sem prejuízo do critério do preenchimento da vaga recusada.

§ 2º A antiguidade será apurada na cate-goria e determinada pelo tempo de efetivo exercício na mesma.

§ 3º A promoção por merecimento depen-derá de lista tríplice para cada vaga, elabo-rada pelo Conselho Superior, em sessão se-creta, com ocupantes do primeiro terço da lista de antiguidade.

§ 4º Os membros da Defensoria Pública do Estado somente poderão ser promovi-dos após dois anos de efetivo exercício na categoria, dispensado o interstício se não houver quem preencha tal requisito, ou se quem o preencher recusar a promoção.

§ 5º É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar por três vezes consecu-tivas ou cinco alternadas em lista de mere-cimento, ressalvada a hipótese do art. 117, § 2º.

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Art. 117. O Conselho Superior fixará os crité-rios de ordem objetiva para a aferição de me-recimento dos membros da Instituição, conside-rando-se, entre outros, a eficiência e a presteza demonstradas no desempenho da função e a aprovação em cursos de aperfeiçoamento, de natureza jurídica, promovidos pela Instituição, ou por estabelecimentos de ensino superior, oficialmente reconhecidos.

§ 1º Os cursos de aperfeiçoamento de que trata este artigo compreenderão, necessa-riamente, as seguintes atividades:

a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto de relevância jurídica;

b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca examinadora.

§ 2º A lei estadual estabelecerá os prazos durante os quais estará impedido de con-correr à promoção por merecimento o membro da instituição que tiver sofrido im-posição de penalidade em processo admi-nistrativo disciplinar.

CAPÍTULO IIIDA INAMOVIBILIDADE E

DA REMOÇÃO

Art. 118. Os membros da Defensoria Pública do Estado são inamovíveis, salvo se apenados com remoção compulsória, na forma da lei estadual.

Art. 119. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sempre entre membros da mesma ca-tegoria da carreira.

Art. 120. A remoção compulsória somente será aplicada com prévio parecer do Conselho Supe-rior, assegurada ampla defesa em processo ad-ministrativo disciplinar.

Art. 121. A remoção a pedido far-se-á median-te requerimento ao Defensor Publico-Geral, nos quinze dias seguintes à publicação, no Diário Oficial, do aviso de existência de vaga.

Parágrafo único. Findo o prazo fixado nes-te artigo e, havendo mais de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na categoria e, ocorrendo empate, sucessiva-mente, o mais antigo na carreira, no servi-ço público do Estado, no serviço público em geral, o mais idoso e o mais bem classifica-do no concurso para ingresso na Defensoria Pública.

Art. 122. A remoção precederá o preenchimen-to da vaga por merecimento.

Art. 123. Quando por permuta, a remoção será concedida mediante requerimento dos interes-sados, respeitada a antiguidade dos demais, na forma da lei estadual.

Parágrafo único. O Defensor Público-Geral dará ampla divulgação aos pedidos de per-muta.

CAPÍTULO IVDOS DIREITOS, DAS GARANTIAS

E DAS PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA

DOS ESTADOS

Seção IDA REMUNERAÇÃO

Art. 124. À lei estadual cabe fixar a remunera-ção dos cargos da carreira do respectivo Estado, observado o disposto no art. 135 da Constitui-ção Federal.

§ 1º (VETADO).

§ 2º Os membros das Defensorias Públicas dos Estados têm os direitos assegurados pela legislação da respectiva unidade da Fe-deração e nesta Lei Complementar.

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Seção IIDAS FÉRIAS E DO AFASTAMENTO

Art. 125. As férias dos membros da Defensoria Pública do Estado serão concedidas de acordo com a lei estadual.

Art. 126. O afastamento para estudo ou missão, no interesse da Defensoria Pública do Estado, será autorizado pelo Defensor Publico-Geral.

§ 1º O afastamento de que trata este artigo somente será concedido pelo Defensor Pu-blico-Geral, após estágio probatório e pelo prazo máximo de dois anos.

§ 2º Quando o interesse público o exigir, o afastamento poderá ser interrompido a juí-zo do Defensor Publico-Geral.

Art. 126-A. É assegurado o direito de afasta-mento para exercício de mandato em entida-de de classe de âmbito estadual ou nacional, de maior representatividade, sem prejuízo dos vencimentos, vantagens ou qualquer direito inerente ao cargo.

§ 1º O afastamento será concedido ao presi-dente da entidade de classe e terá duração igual à do mandato, devendo ser prorroga-do no caso de reeleição.

§ 2º O afastamento para exercício de man-dato será contado como tempo de serviço para todos os efeitos legais.

§ 3º Lei estadual poderá estender o afasta-mento a outros membros da diretoria eleita da entidade.

Seção IIIDAS GARANTIAS E DAS

PRERROGATIVAS

Art. 127. São garantias dos membros da Defen-soria Pública do Estado, sem prejuízo de outras que a lei estadual estabelecer:

I – a independência funcional no desempe-nho de suas atribuições;

II – a inamovibilidade;

III – a irredutibilidade de vencimentos;

IV – a estabilidade.

Art. 128. São prerrogativas dos membros da De-fensoria Pública do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer:

I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, in-timação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administra-tiva, contando-se lhes em dobro todos os prazos;

II – não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao Defensor Publico-Geral;

III – ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado Maior, com direito a privacidade e, após sentença condenató-ria transitada em julgado, ser recolhido em dependência separada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;

IV – usar vestes talares e as insígnias privati-vas da Defensoria Pública;

V – (VETADO);

VI – comunicar-se, pessoal e reservadamen-te, com seus assistidos, ainda quando estes se acharem presos ou detidos, mesmo inco-municáveis, tendo livre ingresso em estabe-lecimentos policiais, prisionais e de interna-ção coletiva, independentemente de prévio agendamento;

VII – ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as vedações legais;

VIII – examinar, em qualquer repartição pú-blica, autos de flagrantes, inquéritos e pro-cessos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos;

IX – manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por meio de cota;

X – requisitar de autoridade pública ou de seus agentes exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documen-

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tos, informações, esclarecimentos e pro-vidências necessárias ao exercício de suas atribuições;

XI – representar a parte, em feito adminis-trativo ou judicial, independentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais;

XII – deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamente incabível ou inconve-niente aos interesses da parte sob seu pa-trocínio, comunicando o fato ao Defensor Publico-Geral, com as razões de seu proce-der;

XIII – ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e demais titulares dos car-gos das funções essenciais à justiça;

XIV – ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade competente;

XV – (VETADO);

XVI – (VETADO).

Parágrafo único. Quando, no curso de in-vestigação policial, houver indício de prática de infração penal por membro da Defenso-ria Pública do Estado, a autoridade policial, civil ou militar, comunicará imediatamente o fato ao Defensor Publico-Geral, que de-signará membro da Defensoria Pública para acompanhar a apuração.

CAPÍTULO VDOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES,

DOS IMPEDIMENTOS E DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Seção IDOS DEVERES

Art. 129. São deveres dos membros da Defenso-ria Pública dos Estados:

I – residir na localidade onde exercem suas funções, na forma do que dispuser a lei es-tadual;

II – desempenhar com zelo e presteza, den-tro dos prazos, os serviços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhes sejam atribuídos pelo Defensor Publico-Geral;

III – representar ao Defensor Publico-Geral sobre as irregularidades de que tiver ciên-cia, em razão do cargo;

IV – prestar informações aos órgãos de ad-ministração superior da Defensoria Pública do Estado, quando solicitadas;

V – atender ao expediente forense e partici-par dos atos judiciais, quando for obrigató-ria a sua presença;

VI – declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;

VII – interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou Tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar fun-damentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos, remetendo cópia à Corregedoria--Geral.

Seção IIDAS PROIBIÇÕES

Art. 130. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos membros da De-fensoria Pública dos Estados é vedado:

I – exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

II – requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão;

III – receber, a qualquer título e sob qual-quer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas atri-buições;

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IV – exercer o comércio ou participar de so-ciedade comercial, exceto como cotista ou acionista;

V – exercer atividade político-partidária, en-quanto atuar junto à Justiça Eleitoral.

Seção IIIDOS IMPEDIMENTOS

Art. 131. É defeso ao membro da Defensoria Pú-blica do Estado exercer suas funções em proces-so ou procedimento:

I – em que seja parte ou, de qualquer for-ma, interessado;

II – em que haja atuado como representan-te da parte, perito, Juiz, membro do Minis-tério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia, Auxiliar de Justiça ou prestado depoimento como testemunha;

III – em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o tercei-ro grau;

IV – no qual haja postulado como advogado de qualquer das pessoas mencionadas no inciso anterior;

V – em que qualquer das pessoas mencio-nadas no inciso III funcione ou haja funcio-nado como Magistrado, membro do Minis-tério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar de Justiça;

VI – em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre o objeto da demanda;

VII – em outras hipóteses previstas em lei.

Art. 132. Os membros da Defensoria Pública do Estado não podem participar de comissão, ban-ca de concurso, ou de qualquer decisão, quando o julgamento ou votação disser respeito a seu cônjuge ou companheiro, ou parente consan-guíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Seção IVDA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Art. 133. A atividade funcional dos membros da Defensoria Pública dos Estados está sujeita a:

I – correição ordinária, realizada anualmen-te pelo Corregedor-Geral e por seus auxilia-res, para verificar a regularidade e eficiência dos serviços;

II – correição extraordinária, realizada pelo Corregedor-Geral e por seus auxiliares, para verificar a regularidade e eficiência dos ser-viços.

§ 1º Cabe ao Corregedor-Geral, concluída a correição, apresentar ao Defensor Publico--Geral relatório dos fatos apurados e das providências a serem adotadas.

§ 2º Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral sobre os abusos, erros ou omissões dos membros da Defensoria Pú-blica dos Estados.

Art. 134. A lei estadual estabelecerá as infra-ções disciplinares, com as respectivas sanções, procedimentos cabíveis e prazos prescricionais.

§ 1º A lei estadual preverá a pena de remo-ção compulsória nas hipóteses que estabe-lecer, e sempre que a falta praticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar incom-patível a permanência do faltoso no órgão de atuação de sua lotação.

§ 2º Caberá ao Defensor Publico-Geral apli-car as penalidades previstas em lei, exceto no caso de demissão e cassação de aposen-tadoria, em que será competente para apli-cá-las o Governador do Estado.

§ 3º Nenhuma penalidade será aplicada sem que se garanta ampla defesa, sendo obrigatório o inquérito administrativo nos casos de aplicação de remoção compulsó-ria.

Art. 135. A lei estadual preverá a revisão disci-plinar, estabelecendo as hipóteses de cabimen-to e as pessoas habilitadas a requerê-la.

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Parágrafo único. Procedente a revisão, será tornado sem efeito o ato punitivo ou aplica-da a penalidade adequada, restabelecendo--se os direitos atingidos pela punição, na sua plenitude.

TÍTULO V

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 136. Os Defensores Públicos Federais, bem como os do Distrito Federal, estão sujeitos ao regime jurídico desta Lei Complementar e go-zam de independência no exercício de suas fun-ções, aplicando-se lhes, subsidiariamente, o ins-tituído pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 137. Aos Defensores Públicos investidos na função até a data da instalação da Assembleia Nacional Constituinte é assegurado o direito de opção pela carreira, garantida a inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atri-buições constitucionais.

Art. 138. Os atuais cargos de Advogado de Ofí-cio e de Advogado de Ofício Substituto da Jus-tiça Militar e de Advogado de Ofício da Procu-radoria Especial da Marinha, cujos ocupantes tenham sido aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos e optem pela car-reira, são transformados em cargos de Defensor Público da União.

§ 1º Os cargos a que se refere este artigo passam a integrar o Quadro Permanente da Defensoria Pública da União, nos seguintes termos:

I – os cargos de Advogado de Ofício Substi-tuto da Justiça Militar passam a denominar--se Defensor Público da União de 1ª Cate-goria;

II – os cargos de Advogado de Ofício da Jus-tiça Militar passam a denominar-se Defen-sor Público da União de Categoria Especial;

III – os cargos de Advogado de Ofício da Procuradoria Especial da Marinha passam a

denominar-se Defensor Público da União de 1ª Categoria.

§ 2º Os cargos de Defensor Público cujos ocupantes optarem pela carreira são trans-formados em cargos integrantes do Qua-dro Permanente da Defensoria Pública da União, respeitadas as diferenças existentes entre eles, de conformidade com o disposto na Lei nº 7.384, de 18 de outubro de 1985, que reestruturou em carreira a Defensoria de Ofício da Justiça Militar Federal.

§ 3º São estendidos aos inativos os bene-fícios e vantagens decorrentes da trans-formação dos cargos previstos nesta Lei Complementar, nos termos da Constituição Federal, art. 40, § 4º.

§ 4º O disposto neste artigo somente surti-rá efeitos financeiros a partir da vigência da lei a que se refere o parágrafo único do art. 146, observada a existência de prévia dota-ção orçamentária.

Art. 139. É assegurado aos ocupantes de cargos efetivos de assistente jurídico, lotados no Cen-tro de Assistência Judiciária da Procuradoria--Geral do Distrito Federal, o ingresso, mediante opção, na carreira de Defensoria Pública do Dis-trito Federal e dos Territórios.

Parágrafo único. Serão estendidos aos ina-tivos em situação idêntica os benefícios e vantagens previstos nesta Lei Complemen-tar.

Art. 140. Os concursos públicos para preenchi-mento dos cargos transformados em cargos do Quadro Permanente da Defensoria Pública da União, cujo prazo de validade não se tenha expirado, habilitam os aprovados, obedecida a ordem de classificação, a preenchimento das vagas existentes no Quadro Permanente da De-fensoria Pública da União.

Art. 141. As leis estaduais estenderão os bene-fícios e vantagens decorrentes da aplicação do art. 137 desta Lei Complementar aos inativos aposentados como titulares dos cargos trans-

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formados em cargos do Quadro de Carreira de Defensor Público.

Art. 142. Os Estados adaptarão a organização de suas Defensorias Públicas aos preceitos desta Lei Complementar, no prazo de cento e oitenta dias.

Art. 143. À Comissão de Concurso incumbe re-alizar a seleção dos candidatos ao ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União, do Dis-trito Federal e dos Territórios.

Art. 144. Cabe à lei dispor sobre os órgãos e ser-viços auxiliares de apoio administrativo, que se-rão organizados em quadro próprio, composto de cargos que atendam às peculiaridades e às necessidades da administração e das atividades funcionais da instituição.

Art. 145. As Defensorias Públicas da União, do Distrito Federal e dos Territórios e dos Estados adotarão providências no sentido de selecionar, como estagiários, os acadêmicos de Direito que, comprovadamente, estejam matriculados nos quatro últimos semestres de cursos mantidos por estabelecimentos de ensino oficialmente reconhecidos.

§ 1º Os estagiários serão designados pelo Defensor Publico-Geral, pelo período de um ano, podendo este prazo ser prorrogado por igual período.

§ 2º Os estagiários poderão ser dispensados do estágio, antes de decorrido o prazo de sua duração, nas seguintes hipóteses:

a) a pedido;

b) por prática de ato que justifique seu des-ligamento.

§ 3º O tempo de estágio será considerado serviço público relevante e como prática fo-rense.

Art. 146. Os preceitos desta Lei Complementar aplicam-se imediatamente aos membros da De-fensoria de Ofício da Justiça Militar, que conti-nuarão subordinados, administrativamente, ao Superior Tribunal Militar, até a nomeação e pos-se do Defensor Publico-Geral da União.

Parágrafo único. Após a aprovação das do-tações orçamentárias necessárias para fa-zer face às despesas decorrentes desta Lei Complementar, o Poder Executivo enviará projeto de lei dimensionando o Quadro Per-manente dos agentes das Defensorias Públi-cas da União, do Distrito Federal e dos Terri-tórios, e de seu pessoal de apoio.

Art. 147. Ficam criados os cargos, de natureza especial, de Defensor Publico-Geral e de Sub-defensor Publico-Geral da União e de Defensor Publico-Geral e de Subdefensor Publico-Geral do Distrito Federal e dos Territórios. (Vide Lei Complementar nº 132, de 2009).

Art. 148. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 149. Revogam-se as disposições em contrá-rio.

Brasília, 12 de janeiro de 1994; 173º da Inde-pendência e 106º da República.

ITAMAR FRANCO

Maurício Corrêa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.1.1994

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LEI COMPLEMENTAR Nº 9.230, DE FEVEREIRO DE 1991.

Cria a Defensoria Pública do Estado do Rio Gran-de do Sul, na forma do artigo 121 da Constitui-ção Estadual, e dispõe sobre sua competência, estrutura e funcionamento, e dá outras provi-dências.

CAPÍTULO I DA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 1º A Defensoria Pública é instituição es-sencial à função jurisdicional do Estado, incum-bindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal.

Art. 2º Fica criada a Defensoria Pública do Esta-do, a qual compete, além de outras atribuições que lhe forem confiadas, especialmente:

I – promover a conciliação entre as partes, quando conveniente, antes da propositura da ação;

II – atuar na defesa dos interesses do neces-sitado promovendo, contestando e recon-vindo e recorrendo em ações cíveis;

III – promover ação penal privada e a subsi-diária ação penal pública, assim como pro-mover a defesa em ação penal;

IV – prestar assistência judiciária ao apena-do;

V – atuar como Curador Especial, nos casos previsto em lei;

VI – patrocinar os direitos e interesses do consumidor, da criança e do adolescente, do idoso e dos deficientes físicos;

VII – atuar na defesa dos interesses das as-sociações comunitárias cujos associados se enquadrem na condição de necessitados na forma do artigo 5º, inciso LXXIV da Consti-tuição Federal.

CAPÍTULO IIDA ESTRUTURA BÁSICA

Art. 3º A Defensoria Pública do Estado terá a se-guinte estrutura básica:

I – Órgãos de Direção Superior:

a) Procurador-Geral da Defensoria Pública;

b) Subprocurador-Geral da Defensoria Pú-blica.

II – Órgãos de atuação:

a) Defensorias Públicas junto ao 2º grau de jurisdição e Tribunais Superiores;

b) Defensorias Públicas junto ao 1º grau de jurisdição.

III – Órgão Colegiado: – Conselho Superior da Defensoria Pública.

CAPÍTULO IIIDAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS

Seção I DA DIREÇÃO SUPERIOR

Art. 4º A Defensoria Pública do Estado será chefiada pelo Procurador-Geral da Defensoria Pública, com prerrogativas de Secretário de Es-tado, sendo o cargo provido em comissão, pelo Governador do Estado, devendo a escolha re-cair em membro da carreira.

Parágrafo único. O Procurador-Geral indi-cará ao Governador do Estado seu substitu-to legal, o Sub-Procurador-Geral dentre os membros da carreira da classe especial.

Art. 5º Ao Procurador-Geral compete:

I – dirigir e representar a Defensoria Públi-ca, superintendendo lhe os trabalhos;

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II – estabelecer a lotação das unidades com-petentes da Defensoria Pública, fixando--lhes o local e o horário de funcionamento;

III – apresentar ao Governo do Estado, no início de cada exercício, relatório das ativi-dades da Defensoria Pública durante o ano anterior e, se necessário, sugerir providên-cias legislativas e outras adequadas a seu aperfeiçoamento;

IV – convocar o Conselho Superior da De-fensoria Pública, presidir-lhe as sessões e dar execução às suas deliberações, quando for o caso;

V – promover a abertura de concurso para provimento de cargos efetivos de Defenso-ria Pública, presidindo a sua realização; VI – autorizar membro da Defensoria Pública a afastar-se do Estado;

VII – praticar atos relativos a pessoal, inclu-sive os concernentes à concessão de vanta-gens, férias, licenças, dispensas de serviço e aplicação de penas disciplinares, na forma da lei;

VIII – praticar os atos de administração fi-nanceira da Defensoria Pública;

IX – propor demissão ou cassação de apo-sentadoria dos integrantes da carreira dos Defensores Públicos;

X – dar posse aos nomeados para os cargos de Defensor Público;

XI – representar ao Governador do Estado sobre a necessidade de remoção compulsó-ria de membros da carreira dos Defensores Públicos;

XII – requisitar dos órgãos da Administração Pública, documentos, exames, diligências e esclarecimentos necessários à atuação da Defensoria Pública.

Art. 6º A Corregedoria-Geral da Defensoria Pú-blica, diretamente subordinada ao Procurador--Geral da Defensoria Pública, será exercida por membro da Carreira dos Defensores Públicos da classe especial.

Art. 7º Compete ao Corregedor:

I – inspecionar, em caráter permanente, a atividade dos membros da carreira dos Defensores Públicos, recomendando corre-ções julgadas necessárias;

II – realizar sindicância para apurar irregu-laridades ocorridas na instituição, das quais tenha conhecimento de ofício ou mediante representação;

III – sugerir ao Procurador-Geral a aplicação de sanções disciplinares ou o afastamento dos membros da carreira dos Defensores Públicos sujeito à correição, sindicância ou processo administrativo;

IV – manter atualizados na Corregedoria, registros estatísticos da produção dos mem-bros da carreira de Defensores Públicos e pasta de assentamentos referentes a cada um deles, para os fins convenientes, inclusi-ve, o da apuração de merecimento;

V – superintender e acompanhar os traba-lhos de estágio probatório;

VI – exercer outras atribuições que lhe se-jam cometidas pelo regimento interno ou determinadas pelo Procurador-Geral da De-fensoria Pública.

Seção II DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS

Art. 8º As atribuições da Defensoria Pública do Estado serão exercidas pelos Defensores Públi-cos, organizados em carreira e regidos por es-tatuto, observado o regime jurídico decorrente dos artigos 134 e 135 da Constituição Federal e dos artigos 120 e 123 da Constituição Estadual.

Art. 9º A carreira de Defensor Público consta de quatro classes, assim designadas:

I – Defensor Público de classe inicial;

II – Defensor Público de classe intermediá-ria;

III – Defensor Público de classe final;

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IV – Defensor Público de classe especial.

Art. 10. O Estatuto dos Defensores Públicos ob-servará os seguintes princípios:

I – ingresso na carreira, pela classe inicial, mediante concurso público de provas e títu-los, organizado e realizado pela Defensoria Pública do Estado, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil;

II – estabilidade após dois anos no exercício do cargo;

III – irredutibilidade de vencimentos, sujei-tos, entretanto, aos impostos gerais, inclusi-ve os de renda e extraordinários;

IV – progressão na carreira de classe a clas-se, correspondentes aos graus da carreira da Magistratura estadual, por antiguidade e merecimento alternadamente, sendo exigi-do em cada uma o interstício de dois anos de efetivo exercício, salvo se não houver candidato com os requisitos necessários.

Art. 11. Ao Defensor Público estável é ga-rantida a inamobilidade, salvo necessidade de serviço ou por interesse público.

Art. 12. São prerrogativas do Defensor Público:

a) postular, no exercício da função, contra pessoa jurídica de direito público;

b) requisitar de autoridade e de seus agen-tes certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, pro-vidências e esclarecimentos necessários para exercício de suas funções;

c) atuar sem instrumento de mandato, salvo nos casos exigidos em lei.

Art. 13. Aos membros da carreira de Defensor Público aplicam-se as seguintes vedações:

I – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou cus-tas processuais;

II – exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

III – participar de sociedade comercial, na forma da lei;

IV – exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério.

Seção III DO ÓRGÃO COLEGIADO

Art. 14. Ao Conselho Superior da Defensoria compete editar o Regimento Interno da Defen-soria Pública, o de seus serviços auxiliares, ex-pedir instrução sobre competência e funciona-mento das unidades integrantes e atribuições dos membros da instituição e seus servidores, representar ao Procurador-Geral sobre matéria do interesse da instituição, bem como opinar sobre estas mesmas matérias, em especial so-bre a estrutura e funcionamento da Defensoria, sobre o estágio probatório, a promoção, a re-moção compulsória e a demissão de Defensores Públicos.

Art. 15. O Conselho Superior, da Defensoria Pú-blica, órgão de direção superior, presidido pelo Procurador-Geral da Defensoria Pública, é cons-tituído por membros natos e por até sete De-fensores Públicos, nomeados pelo Governador do Estado dentre os integrantes da classe final, mediante indicação do Procurador-Geral da De-fensoria Pública.

§ 1º São membros natos o Procurador-Ge-ral, o Subprocurador-Geral, o Corregedor e os ex-Procuradores-Gerais enquanto per-tencerem à carreira.

§ 2º O mandato, dos membros do Conselho Superior nomeados pelo Governador do Es-tado é de quatro anos, facultada a recondu-ção.

§ 3º O mandato dos membros nomeados do Conselho Superior esgotar-se-á sempre a 30 de julho, ainda que haja ocorrido retar-damento na nomeação ou na posse.

§ 4º O Defensor Público que for nomeado para vaga de Conselheiro que não terminou mandato, apenas o completará.

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Art. 16. Os ocupantes do Cargo de Assistente Judiciário de que trata a Lei nº 7.061, de 31 de dezembro de 1976, passam a integrar, na data da publicação desta Lei, mediante transposição imediata, a carreira da Defensoria Pública, como Defensores Públicos da classe inicial, podendo optar, no prazo de 30 dias, pela permanência no cargo antes titulado.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo aos Assistentes Judiciários que opta-ram pelo Cargo de Assessor, nos termos da Lei nº 7.779, de 10 de janeiro de 1983, que, a data da instalação da Assembleia Nacional Constituinte, exerciam as funções de Assis-tentes Judiciários da Procuradoria-Geral do Estado.

Art. 17. Os servidores públicos que, a qualquer título, desde a instalação da Assembleia Nacio-nal Constituinte até a presente data, exerçam atividades próprias de Assistentes Judiciários, permanecerão no exercício destas atividades, mantida a titularidade do cargo ou função que detêm, sendo-lhes atribuída a remuneração equivalente a do cargo de Assessor, Classe "R" de que trata a Lei nº 7.779, de 10 de janeiro de 1983.

§ 1º A remuneração de que trata o “caput” deste artigo é inacumulável com a percep-ção de vencimentos do cargo ou função de que são titulares, permitida a opção por um deles, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação desta Lei;

§ 2º Fica assegurado aos servidores de que trata este artigo, o ingresso na carreira de Defensor Público:

I – mediante Concurso Público de Provas e Títulos, observado o disposto no § 1º do art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; ou Constituição do Estado;

II – na forma das normas gerais para a orga-nização da Defensoria Pública nos Estados a serem prescritas por Lei Complementar Fe-deral (Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, art. 134 e parágrafo único).

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empre-gos de confiança ou em comissão, nem aos que a Lei declare de livre exoneração nem aos exercentes de Assistência Judiciária por designação judicial, com base na Lei Federal nº 1.060, de 05 de fevereiro de 1950.

Art. 18. Enquanto não houver Defensores Públi-cos da classe especial a nomeação do Procura-dor-Geral da Defensoria Pública e do Sub-Procu-rador-Geral poderá recair em Defensor Público pertencente a última classe provida.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à nomeação dos Conselheiros do Conselho Superior da Defensoria Pública e do Corregedor-Geral.

Art. 19. A Procuradoria-Geral da Defensoria Pú-blica poderá celebrar convênios com órgãos e entidades federais e municipais, para a execu-ção dos seus serviços descentralizados, com vis-tas a propiciar instalações junto às populações mais necessitadas.

Art. 20. O pessoal dos serviços auxiliares da Pro-curadoria-Geral da Defensoria Pública será lota-do, nesta Procuradoria, com cargos integrantes do Quadro Geral dos Servidores Públicos do Es-tado.

Art. 21. No prazo de 30 (trinta) dias, o Governa-dor do Estado nomeará, dentre os Defensores Públicos, o Procurador-Geral da Defensoria Pú-blica, desvinculando esse serviço da Procurado-ria-Geral do Estado.

Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 23. Revogam-se as disposições em contrá-rio. P

ALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 06 de feve-reiro de 1991.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 11.795, DE 22 DE MAIO DE 2002.

Dispõe sobre o Estatuto dos Defensores Públi-cos do Estado do Rio Grande do Sul.

TÍTULO I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Este Estatuto regula a carreira, prerroga-tivas, garantias, direitos, deveres, proibições e responsabilidades dos membros da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 2º A Defensoria Pública do Estado é diri-gida pelo Defensor Público-Geral do Estado, compondo, ainda, sua Administração Superior o Subdefensor Público-Geral do Estado, o Con-selho Superior da Defensoria Pública do Estado e o Corregedor-Geral da Defensoria Pública do Estado.

§ 1º A carreira dos membros da Defensoria Pública do Estado é constituída de quatro classes, assim designadas: Defensor Público de classe inicial, Defensor Público de classe intermediária, Defensor Público de classe final e Defensor Público de classe especial.

§ 2º Os Defensores Públicos de classe espe-cial serão lotados e classificados para atuar junto ao 2º grau de jurisdição e Tribunais Superiores.

Art. 3º Aos membros da Defensoria Pública do Estado incumbe a orientação jurídica e a assis-tência judiciária, integral e gratuita, dos neces-sitados, assim considerados na forma da lei, incluindo a postulação e a defesa, em todos os graus e instâncias, dos direitos e interesses in-dividuais e coletivos, além das atribuições con-tidas na Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pú-blica (Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994) e na Lei Complementar Estadual nº 9.230, de 07 de fevereiro de 1991, alterada pela Lei Complementar Estadual nº 10.194, de 30 de maio de 1994.

Parágrafo único. No exercício de suas ati-vidades os membros da Defensoria Pública do Estado devem:

I – atender e orientar as partes e interessa-dos em locais e horários pré-estabelecidos;

II – postular a concessão da gratuidade de justiça e o patrocínio da Defensoria Pública, mediante comprovação da necessidade do benefício por parte do interessado ao De-fensor Público;

III – tentar a conciliação das partes antes de promover a ação quando julgar convenien-te;

IV – comunicar ao Defensor Público-Geral as razões pelas quais deixar de patrocinar ação, por manifestamente incabível ou in-conveniente aos interesses da parte assis-tida, bem como enviar justificativa à Corre-gedoria-Geral quando entender incabível a interposição de recursos ou revisão crimi-nal;

V – diligenciar as medidas necessárias ao assentamento do registro civil de nascimen-to, nos termos da Lei nº 9.534, de 10 de de-zembro de 1997;

VI – requerer o arbitramento e o recolhi-mento ao Fundo de Aparelhamento da Defensoria Pública, instituído pela Lei nº 10.298, de 16 de novembro de 1994, dos honorários advocatícios, quando devidos;

VII – prestar assistência aos necessitados, assim considerados na forma da lei, que fo-rem encaminhados aos órgãos de atuação por dirigentes de associações de moradores e de sociedades civis de natureza assisten-cial, por detentores de mandato popular, Vereadores, Prefeitos, Deputados, Senado-res, bem como por Secretários de Estado e Municípios, aos quais fornecerão as infor-mações sobre a assistência prestada, quan-do solicitadas;

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VIII – patrocinar defesa dos direitos dos consumidores que se sentirem lesados na aquisição de bens e serviços.

TÍTULO II

Da Carreira

CAPÍTULO I DO CONCURSO PÚBLICO

PARA INGRESSO

Art. 4º Os cargos da classe inicial da carreira de Defensor Público do Estado serão providos por nomeação do Governador do Estado, mediante concurso público de provas e títulos realizado pela Defensoria Pública do Estado.

Parágrafo único. É obrigatória a abertura do concurso quando o número de vagas atingir um quinto dos cargos iniciais da carreira.

Art. 5º O edital de abertura para ingresso na carreira de Defensor Público do Estado indicará, obrigatoriamente, o número de cargos vagos na classe inicial da carreira, os programas sobre os quais versarão as provas, os critérios para ava-liação dos títulos e o prazo para as inscrições, que não poderá ser inferior a 30 (trinta) dias.

§ 1º O concurso deverá ser divulgado atra-vés de aviso publicado pelo menos duas ve-zes sendo, uma na íntegra no Diário Oficial do Estado, e outra, por extrato, em jornal diário da capital, de larga circulação.

§ 2º Não obstante inscrito, e até julgamen-to final do concurso, qualquer candidato poderá dele ser excluído se verificado, pela Comissão de Concurso, desentendimento de exigência legal, cabendo pedido de re-consideração ao Conselho Superior da De-fensoria Pública do Estado, com efeito sus-pensivo.

Art. 6º O Regulamento do Concurso elaborado pelo Conselho Superior da Defensoria Pública

do Estado, conterá as instruções e requisitos para ingresso na carreira, de conformidade com as disposições constitucionais e legais aplicá-veis.

CAPÍTULO II DA NOMEAÇÃO E DA POSSE

Art. 7º O Defensor Público-Geral do Estado en-viará ao Governador do Estado, lista dos candi-datos aprovados para nomeação, observada a ordem de classificação dos candidatos no con-curso, contendo tantos nomes quantos forem as vagas existentes.

Art. 8º O Defensor Público-Geral do Estado dará posse aos Defensores Públicos nomeados em até 30 (trinta) dias após a publicação do ato de nomeação no Diário Oficial do Estado.

§ 1º A pedido do interessado, o prazo da posse poderá ser prorrogado por, até mais 30 (trinta) dias, pelo Defensor Público-Geral do Estado.

§ 2º A nomeação será tornada sem efeito se a posse não se der dentro dos prazos previs-tos neste artigo.

Art. 9º São condições indispensáveis para a pos-se dos Defensores Públicos nomeados:

I – comprovar aptidão física e psíquica, atra-vés de inspeção médica do órgão de perícia oficial do Estado;

II – comprovar habilitação legal para o exer-cício da advocacia;

III – apresentar declaração de bens.

Parágrafo único. Em caso de candidato ocu-pante de cargo incompatível com o exercí-cio da advocacia, a comprovação de que trata o inciso II deste artigo poderá ser feita no prazo de 60 (sessenta) dias), mediante apresentação do pedido de inscrição nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, sob pena de invalidação da posse.

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Art. 10. No ato de posse, o Defensor Público do Estado prestará o seguinte compromisso: "Pro-meto servir ao povo do Estado do Rio Grande do Sul, pela Defensoria Pública, prestando assis-tência jurídica aos necessitados defendendo os seus direitos e interesses".

Art. 11. O candidato aprovado poderá renunciar à nomeação correspondente à sua classificação, antecipadamente ou até o termo final do prazo de posse, caso em que, optando o renunciante, será deslocado para o último lugar da lista de classificados.

Art. 12. Os membros da Defensoria Pública do Estado são efetivos desde a posse e passam a gozar da garantia da estabilidade, após três anos de efetivo exercício no cargo e confirmação do estágio probatório, não podendo ser demitidos senão mediante decisão condenatória, proferi-da em processo judicial ou administrativo, em que se lhes assegure ampla defesa.

§ 1º Aos membros da Defensoria Pública do Estado é assegurada desde a posse a garan-tia da irredutibilidade de vencimentos que, todavia, ficarão sujeitos aos impostos ge-rais.

§ 2º Os Defensores Públicos do Estado, uma vez classificados, têm assegurada a garantia da inamovibilidade, ressalvada a hipótese de remoção compulsória, nos termos do disposto neste Estatuto.

CAPÍTULO III DO EXERCÍCIO E DO

ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 13. O exercício no cargo de Defensor públi-co do Estado, na classe inicial da carreira, dar--se-á no prazo de até 30 (trinta) dias, contados da data da posse.

Parágrafo único. Será tomada sem efeito a nomeação do Defensor Público do Estado que não entrar em exercício no prazo esta-belecido neste artigo.

Art. 14. A contar da data de início do exercício no cargo e pelo período de três anos, o Defen-sor Público do Estado cumprirá estágio probató-rio, durante o qual será apurada a conveniência de sua confirmação na carreira, mediante a veri-ficação dos seguintes requisitos:

I – disciplina;

II – eficiência no desempenho das funções;

III – responsabilidade;

IV – produtividade;

V – assiduidade.

Art. 15. Ao entrar em exercício, o Defensor Pú-blico do Estado iniciará o estágio probatório e poderá, em sua fase preliminar, ser colocado à disposição da Corregedoria-Geral, a critério do Defensor Público-Geral do Estado.

§ 1º O Defensor Público do Estado será lo-tado nos Núcleos da Defensoria Pública do Estado e classificado em sede de atuação junto aos Juízes de 1º grau de jurisdição.

§ 2º O Defensor Público do Estado entrará em período de trânsito de 15 (quinze) dias, antes de iniciar suas atividades na sede de atuação para a qual for classificado ou de-signado.

Art. 16. O Conselho Superior da Defensoria Pú-blica do Estado avaliará o estágio probatório, elaborando relatório conclusivo e submetendo sua decisão à homologação do Defensor Públi-co-Geral do Estado.

§ 1º A Corregedoria-Geral do Estado enca-minhará, no prazo de 30 (trinta) dias a con-tar do término do estágio probatório, rela-tório ao Conselho Superior da Defensoria Pública, no qual opinará motivadamente pela confirmação do Defensor Público na carreira, ou em caso contrário, por sua exo-neração.

§ 2º Quando o relatório concluir pela exo-neração, dele terá conhecimento o Defen-sor Público, que poderá oferecer alegações no prazo de 10 (dez) dias.

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§ 3º Com ou sem as alegações a que se refe-re o parágrafo anterior, o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, por maio-ria absoluta de seus membros, confirmará ou não o Defensor Público na carreira, em decisão fundamentada.

Art. 17. Se o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado decidir pela confirmação, o Defensor Público-Geral do Estado expedirá o competente ato declaratório.

Parágrafo único. Se o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado decidir pela exoneração, o Defensor Público-Geral do Estado, assim que receber cópia integral da decisão, providenciará no imediato afasta-mento do Defensor Público, encaminhando expediente ao Governador do Estado para decisão.

Art. 18. Na apuração da antiguidade dos Defen-sores Públicos que iniciarem o exercício na mes-ma data, será observada como critério de de-sempate a ordem de classificação no concurso.

CAPÍTULO IV DA PROMOÇÃO

Art. 19. As promoções dos membros da Defen-soria Pública do Estado far-se-ão de classe para classe, por antiguidade e por merecimento, al-ternadamente.

Art. 20. A antiguidade será apurada na classe e determinada pelo tempo de efetivo exercício na mesma.

§ 1º Em caso de empate na classificação por antiguidade dentro da mesma classe, será considerado mais antigo o Defensor Público que contar com maior tempo de serviço na carreira de Defensor Público e, se necessá-rio, sucessivamente, contar com maior tem-po de serviço público no Estado, maior tem-po de serviço público em geral, maior idade e melhor classificação no concurso para in-gresso na Defensoria Pública do Estado.

§ 2º Em janeiro de cada ano, o Defensor Público-Geral do Estado mandará publicar, no órgão oficial, a lista de antiguidade dos membros da Defensoria Pública do Estado em cada classe, a qual conterá, em anos, meses e dias, o tempo de serviço na classe, na carreira, no serviço público estadual e no serviço público em geral, bem como aquele computado para efeito de aposentadoria e disponibilidade.

§ 3º As reclamações contra a lista deverão ser apresentadas no prazo de 10 (dez) dias, contados da respectiva publicação, cabendo ao Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado o seu julgamento.

Art. 21. A aferição do merecimento, para efeitos de promoção dentro de cada classe, será proce-dida pelo Conselho Superior da Defensoria Pú-blica do Estado, que levará em conta os seguin-tes critérios de ordem objetiva, dentre outros a serem por ele fixados:

I – pontualidade, dedicação e presteza no cumprimento de deveres e obrigações funcionais, aquilatados pelos relatórios de atividades e pelas observações feitas nas correições; a atenção às instruções da De-fensoria Pública-Geral, da Corregedoria-Ge-ral e das Coordenadorias de Núcleo;

II – apresentação de petições e peças pro-cessuais em geral, e defesas orais e escritas que demonstrem pesquisa doutrinária e/ou jurisprudencial;

III – aprovação em cursos de aperfeiçoa-mento, de natureza jurídica, promovidos pela Defensoria Pública do Estado ou por estabelecimento de ensino superior oficial-mente reconhecido, desde que compreen-dam, necessariamente, a apresentação ou publicação de trabalho escrito sobre assun-to de relevância jurídica e a defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca examinadora;

IV – aprovação em concurso público para provimento de cargos de natureza jurídica;

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V – exercício do magistério na área jurídica.

Art. 22. A promoção por merecimento depen-derá de lista tríplice para cada vaga, elaborada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, em sessão secreta, com ocupantes do primeiro terço da lista de antiguidade.

§ 1º Serão incluídos na lista tríplice os no-mes dos que obtiverem os votos da maio-ria absoluta dos votantes, procedendo-se a tantas votações quantas sejam necessárias para a composição da lista.

§ 2º A lista de promoção por merecimento poderá conter menos de 3 (três) nomes, se os remanescentes da classe com o requisito do interstício forem em número inferior a 3 (três).

§ 3º Não poderá integrar a lista de promo-ções por merecimento o Defensor Público que estiver afastado do exercício de suas funções na Defensoria Pública.

Art. 23. Os membros da Defensoria Pública do Estado somente poderão ser promovidos após dois anos de efetivo exercício na classe.

Parágrafo único. O Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado poderá dis-pensar o prazo de interstício previsto nes-te artigo se não houver quem preencha tal requisito ou se quem o preencher recusar a promoção.

Art. 24. As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Público-Geral do Estado, observa-das as deliberações do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.

Art. 25. Em caso de promoção, por antiguidade ou merecimento, será publicado edital de va-cância do cargo a ser preenchido no Diário Ofi-cial do Estado, e o Defensor Público promovido terá o prazo de 15 (quinze) dias para manifes-tar sua recusa à promoção, sem o que será tido como aceitante.

§ 1º Os membros da Defensoria Pública do Estado poderão manifestar, por escrito, sua recusa permanente à promoção por anti-

guidade ou merecimento, que produzirá efeitos até declaração em contrário.

§ 2º Quando a promoção implicar em trans-ferência de residência, o Defensor Público promovido terá direito a 15 (quinze) dias de trânsito, prorrogável por mais 15 (quinze), a critério do Defensor Público-Geral do Esta-do.

Art. 26. É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar por três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas em lista de mereci-mento.

Art. 27. O Defensor Público do Estado a quem tiver sido aplicada penalidade em processo ad-ministrativo disciplinar, estará impedido de con-correr à promoção por merecimento pelo prazo de no prazo de 2 (dois) anos, a contar do seu cumprimento.

CAPÍTULO V DA REMOÇÃO

Art. 28. Ao Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado compete decidir acerca da re-moção dos membros da Defensoria Pública do Estado.

Art. 29. A remoção é voluntária ou compulsória.

§ 1º A remoção voluntária será feita a pedi-do ou por permuta, sempre entre membros da mesma classe da carreira.

§ 2º A remoção a pedido far-se-á mediante requerimento ao Defensor Público-Geral do Estado, no prazo de 15 (quinze) dias, con-tados da data em que for publicado na Im-prensa Oficial o ato declaratório da vacân-cia.

§ 3º Findo o prazo fixado no parágrafo an-terior e, havendo mais de um candidato à remoção, será removido o mais antigo na classe e, ocorrendo empate, sucessivamen-te, o mais antigo na carreira, no serviço pú-blico do Estado, no serviço público em ge-

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ral, o mais idoso e o melhor classificado no concurso para ingresso na Defensoria Públi-ca do Estado.

§ 4º A remoção por permuta, mediante re-querimento dos interessados, dependerá de decisão favorável do Conselho Superior da Defensoria Pública que apreciará o pedi-do em função da conveniência do serviço e da posição ocupada pelos interessados no quadro de antiguidade.

Art. 30. A remoção precederá o preenchimento da vaga por merecimento.

Art. 31. No caso de remoção voluntária de uma para outra comarca, o Defensor Público terá di-reito a 15 (quinze) dias de trânsito.

Art. 32. A remoção compulsória somente pode-rá ser aplicada mediante representação moti-vada do Defensor Público-Geral do Estado, com fundamento na conveniência do serviço, ouvido o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado e assegurada ampla defesa em processo administrativo disciplinar.

CAPÍTULO VI DA REINTEGRAÇÃO

Art. 33. A reintegração do Defensor Público de-mitido, que decorrerá de decisão administra-tiva ou judicial transitada em julgado, consiste no seu retorno à carreira da Defensoria Pública do Estado, com ressarcimento dos vencimentos e vantagens deixados de perceber em razão do afastamento, computado o tempo de serviço e observadas as seguintes normas:

I – Achando-se ocupado o cargo no qual for reintegrado, o respectivo ocupante passará à disposição do Defensor Público-Geral do Estado;

II – Se o cargo estiver extinto, o reintegrado será posto em disponibilidade remunerada ou aproveitado nos termos desta Lei, fa-cultando-se lhe a escolha da comarca onde aguardará aproveitamento;

III – O reintegrado será submetido a inspe-ção médica e, verificando-se sua incapaci-dade para o exercício do cargo, será aposen-tado com as vantagens a que teria direito, se efetivada a reintegração.

CAPÍTULO VII DA REVERSÃO

Art. 34. A reversão consiste no retorno à ativi-dade do Defensor Público, aposentado por inva-lidez, quando verificada, por junta médica ofi-cial, a insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria.

§ 1º A reversão far-se-á, a pedido ou de ofí-cio pelo Defensor Público-Geral do Estado, em vaga preenchível por merecimento, na classe a que pertencia o aposentado.

§ 2º A reversão dependerá de parecer favo-rável do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado e não se aplicará a inte-ressado com mais de 60 (sessenta) anos.

Art. 35. O tempo de afastamento, por motivo de aposentadoria, só será computado para efeito de nova aposentadoria.

Art. 36. O Defensor Público que tenha obtido sua reversão não poderá ser aposentado nova-mente sem que tenham decorridos três anos de exercício, salvo se a aposentadoria for por moti-vo de saúde.

CAPÍTULO VIII DO APROVEITAMENTO

Art. 37. O aproveitamento consiste no retorno ao efetivo exercício do cargo, do Defensor Pú-blico colocado em disponibilidade, em exercício de função gratificada, cargo de provimento em comissão ou função eletiva.

§ 1º O aproveitamento dar-se-á, obrigato-riamente, na primeira vaga da classe a que pertencer o Defensor Público.

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§ 2º O aproveitamento terá precedência so-bre as demais formas de provimento.

§ 3º Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o Defensor Público que contar com maior tempo de dis-ponibilidade e, em caso de empate, maior tempo de serviço na carreira da Defensoria Pública do Estado.

Art. 38. Será tornado sem efeito o aproveita-mento e cassada a disponibilidade se o Defen-sor Público, cientificado expressamente do ato que o determinar, não tomar posse no prazo pertinente, salvo justo motivo.

Art. 39. Em caso de extinção de cargo da carrei-ra da Defensoria Pública do Estado, seu titular, se estável, será colocado em disponibilidade re-munerada, aguardando seu aproveitamento na sede que escolher.

CAPÍTULO IX DO AFASTAMENTO DO CARGO

Art. 40. O Defensor Público somente poderá afastar-se do cargo para:

I – exercer cargo eletivo ou a ele concorrer;

II – exercer outro cargo, emprego ou fun-ção, na Administração Direta ou Indireta, na forma da lei;

III – estudo ou missão, no interesse da De-fensoria Pública do Estado no País ou no exterior, após cumprido o estágio probató-rio, com prévia autorização do Defensor Pú-blico-Geral do Estado e ouvido o Conselho Superior da Defensoria Pública, pelo prazo máximo de dois anos.

§ 1º O Defensor Público afastado do cargo, nos casos do inciso I, primeira parte, e II, perderá a sua classificação, e somente será promovido por antiguidade.

§ 2º A vaga resultante será provida na for-ma deste Estatuto.

Art. 41. A promoção por antiguidade, nos ter-mos do artigo anterior, não prejudicará o provi-mento, pelo mesmo critério, da vaga ocorrida.

Parágrafo único. Se aquele que sucede na antiguidade o Defensor Público afastado do cargo for o próximo a ser promovido por merecimento, a vaga resultante poderá ser provida por este critério, observada a dispo-sição contida no art. 19 deste Estatuto.

CAPÍTULO X DA VACÂNCIA

Art. 42. A vacância de cargos da carreira da De-fensoria Pública poderá ocorrer em razão de:

I – aposentadoria;

II – demissão;

III – promoção;

IV – remoção;

V – exoneração, a pedido ou de ofício;

VI – falecimento.

Art. 43. Verificada a existência de vaga na clas-se, o Defensor Público-Geral do Estado expedi-rá, em até 60 (sessenta) dias edital para preen-chimento do cargo, nos termos do artigo 121, parágrafo único da Lei Orgânica Nacional da De-fensoria Pública nº 80, de 12 de janeiro de 1994.

CAPÍTULO XI DA APOSENTADORIA

Art. 44. Os membros da Defensoria Pública se-rão aposentados:

I – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;

II – a pedido, quando contarem com o tem-po de serviço exigido pela legislação em vi-gor;

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III – a pedido ou compulsoriamente, por in-validez comprovada.

§ 1º Na hipótese do inciso I, ao completar a idade limite para a permanência no serviço, o Defensor Público afastar-se-á do exercício, comunicando seu afastamento ao Defensor Público-Geral do Estado, para formalização da aposentadoria.

§ 2º A aposentadoria de que trata o item III será concedida mediante comprovação da incapacidade física ou mental do mem-bro da Defensoria Pública, e precedida de licença para tratamento de saúde, em perí-odo não superior a 24 (vinte e quatro) me-ses, salvo se o laudo médico concluir, des-de logo, pela incapacidade definitiva para o exercício do cargo.

Art. 45. Os proventos da aposentadoria serão integrais quando o Defensor Público for aposen-tado por:

I – tempo de serviço;

II – invalidez decorrente de:

a) acidente em serviço;

b) doença adquirida com relação de causa e efeito com as condições inerentes ao ser-viço;

c) agressão não provocada, sofrida em ser-viço ou em decorrência dele;

d) lepra, síndrome da imunodeficiência ad-quirida -AIDS-, neoplasia maligna, Mal de Addison ou de Parkinson, paralisia, psicose, neurose, epilepsia, toxicomania, cardiopatia grave, afecções pulmonares, cardiovascula-res, do sistema nervoso central ou perifé-rico, cegueira, artrite reumatóide, espondi-loartrose anquilosante, pênfigo, nefropatia grave ou, ainda, grave deformidade física superveniente a seu ingresso no serviço pú-blico estadual;

III – por outras causas previstas em lei.

§ 1º Nos demais casos, os proventos da aposentadoria serão proporcionais ao tem-po de serviço.

§ 2º Os proventos da aposentadoria serão revistos, com base em idênticos critérios sempre que se modificarem os vencimentos e vantagens do Defensor Público da mesma classe, mantida a proporcionalidade quan-do ocorrer a hipótese prevista no § 1º.

Art. 46. Para efeito de aposentadoria, será com-putado integralmente o tempo de serviço de qualquer natureza, inclusive o militar, prestado à União, ao Estado, a outra unidade da federação ou a Município, e às respectivas organizações autárquicas, empresas públicas e sociedades de economia mista de que sejam controladores, bem como em empresas, instituições, estabele-cimentos e outras organizações ou serviços que tenham tido ou venham a passar ao controle do Estado.

§ 1º O tempo de serviço prestado em ativi-dade privada será computado para efeito de aposentadoria na forma do que dispõe a lei.

§ 2º O tempo de exercício efetivo da advo-cacia prestado antes da nomeação compu-tar-se-á também para efeitos de aposenta-doria, até o máximo de dez anos, desde que não coincida com qualquer outro tempo de serviço computável para os efeitos deste Es-tatuto.

CAPÍTULO XII DA EXONERAÇÃO

Art. 47. A exoneração do Defensor Público dar--se-á:

I – a pedido;

II – de ofício, por não satisfazer os requisitos do estágio probatório.

§ 1º Ao Defensor Público sujeito a processo administrativo ou judicial somente se con-cederá exoneração, a pedido, depois de jul-

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gado o processo e cumprida a pena discipli-nar imposta.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, não sendo decidido o processo administrativo nos prazos da lei, a exoneração será auto-mática.

CAPÍTULO XIII DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 48. A apuração do tempo de serviço, tanto na classe como na carreira, para efeitos de pro-moção, remoção, aposentadoria e gratificações, será feita em dias convertidos em anos, consi-derado como ano o período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias e como mês o período de 30 (trinta) dias.

Art. 49. Serão considerados de efetivo exercício, para efeito do artigo anterior, os períodos em que o Defensor Público estiver afastado do ser-viço em virtude de:

I – férias;

II – licença-prêmio;

III – casamento, até 8 (oito) dias;

IV – luto, até 8 (oito) dias, por falecimento de cônjuge, companheiro, ascendente, des-cendente, sogros, padrasto, madrasta, ente-ado, menor sob guarda ou tuteta ou irmãos;

V – exercício de função gratificada ou cargo em comissão;

VI – desempenho de mandato eletivo, in-clusive classista;

VII – licenças para tratamento saúde;

VIII – licença à gestante, adotante e à pater-nidade;

IX – licença por motivo de doença em pes-soa da família;

X – convocação para serviço militar, ou ou-tros serviços considerados obrigatórios por lei;

XI – afastamento para estudo ou missão no interesse da Defensoria Pública do Estado;

XII – prestação de concurso ou prova de ha-bilitação para concorrer a cargo público ou de magistério superior ou secundário;

XIII – licença para concorrer a mandato pú-blico eletivo;

XIV – disponibilidade remunerada;

XV – trânsito;

XVI – licença por acidente em serviço;

XVII – licença especial para fins de aposen-tadoria;

XVIII – outras causas previstas em lei.

Art. 50. No cômputo do tempo de serviço, para efeitos deste Capítulo, é vedada a acumulação de período prestado simultaneamente ao servi-ço público.

TÍTULO III

DOS DIREITOS, DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS

CAPÍTULO I DOS DIREITOS

Art. 51. Aos membros da Defensoria Pública do Estado são assegurados os seguintes direitos, além de outros conferidos por esta Lei Comple-mentar pelos artigos 124 e 125 da Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública nº 80, de 12 de janeiro de 1994:

I – uso da carteira de identidade funcional, expedida pelo Defensor Público-Geral do Estado, valendo como autorização para por-te de arma, mesmo na inatividade;

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II – ressarcimento de despesa relativa à con-tribuição anual à Ordem dos Advogados do Brasil, como órgão de fiscalização do exercí-cio profissional;

III – sujeição a regime jurídico especial es-tabelecido na legislação de regência da De-fensoria Pública, inclusive neste Estatuto.

Art. 52. A carteira funcional do membro da De-fensoria Pública aposentado por invalidez de-corrente de doença mental, não valerá como licença para porte de arma e a constatação de doença mental posterior à expedição, implicará o cancelamento da autorização.

CAPÍTULO II DAS GARANTIAS

Art. 53. Aos membros da Defensoria Pública do Estado são asseguradas as seguintes garantias:

I – independência funcional no desempe-nho de suas atribuições;

II – estabilidade, após três anos no exercício do cargo e confirmação no estágio probató-rio, perdendo-a somente em virtude de de-cisão condenatória transitada em julgado, proferida em processo judicial ou adminis-trativo, em que se lhes assegure ampla de-fesa;

III – inamovibilidade, ressalvada a hipótese de remoção compulsória, imposta nos ter-mos deste Estatuto;

IV – irredutibilidade de vencimentos, sujei-tos, entretanto, aos impostos gerais.

CAPÍTULO III DAS PRERROGATIVAS

Art. 54. Os membros da Defensoria Pública do Estado gozam das seguintes prerrogativas, além daquelas asseguradas pela Lei Orgânica Nacio-nal da Defensoria Pública (Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994):

I – receber o mesmo tratamento jurídico e protocolar dispensado aos membros do Po-der Judiciário junto aos quais oficiem;

II – dispor e utilizar livremente de instala-ções próprias e condignas, nos prédios dos fóruns nas comarcas em que atuarem;

III – gozar de inviolabilidade pelas opiniões que externarem ou pelo teor de suas ma-nifestações processuais ou procedimentos, nos limites de sua independência funcional;

IV – ingressar e transitar livremente:

a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além dos limites que separam a parte reser-vada aos magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, tabelionatos, ofícios da Justiça e edifícios dos fóruns;

V – examinar, em qualquer juízo ou Tribu-nal, autos de processos findos ou em anda-mento;

VI – examinar, em qualquer repartição poli-cial, autos de flagrante ou inquérito, findos ou em andamento, podendo copiar peças e tomar apontamentos, inclusive em relação a termos circunstanciados, livros de ocor-rência e quaisquer registros policiais;

VII – ter assegurado o direito de acesso, re-tificação e complementação dos dados e in-formações relativos à sua pessoa, existentes nos órgãos públicos;

VIII – usar as vestes talares e as insígnias privativas da Defensoria Pública;

IX – comunicar-se, pessoal e reservadamen-te, com seus assistidos, ainda quando estes se acharem presos ou detidos, mesmo inco-municáveis;

X – deixar de patrocinar ação, quando ma-nifestamente incabível ou inconveniente aos interesses da parte sob seu patrocínio, comunicando o fato ao Defensor Público--Geral, com as razões de seu proceder.

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§ 1º Em caso de infração penal imputada a membro da Defensoria Pública do Estado, a autoridade judicial, policial ou do Ministério Público, tomando dela conhecimento, co-municará o fato ao Defensor Público-Geral do Estado ou a seu substituto legal, que de-signará Defensor Público para acompanhar a apuração.

§ 2º A prisão ou detenção de membro da Defensoria Pública, em qualquer circuns-tância, será imediatamente comunicada ao Defensor Público-Geral, sob pena de res-ponsabilidade de quem não o fizer, e só será efetuada em quartel ou prisão especial, à disposição das autoridades competentes.

CAPÍTULO IV DOS VENCIMENTOS

Art. 55. O subsídio dos membros da Defensoria Pública guardará diferença de 5% de uma para outra classe da carreira, a partir do fixado para o cargo de Defensor Público-Geral do Estado, não podendo exceder o subsídio mensal, em espé-cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, nos termos do disposto nos artigos 37, incisos X e XI; 39, § 4º; e 135, da Constituição Federal.

CAPÍTULO V DAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS

Art. 56. É assegurada aos membros da Defenso-ria Pública a percepção das seguintes vantagens pecuniárias:

a) avanços;

b) adicional por tempo de serviço;

c) gratificação por exercício de encargo em comissão especial;

d) gratificação natalina;

e) gratificação de direção;

f) gratificações de acumulação e substitui-ção;

g) abono familiar;

h) outras gratificações estabelecidas em lei.

CAPÍTULO VI DAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS

EM ESPÉCIE

Seção IDOS AVANÇOS

Art. 57. O Defensor Público terá concedido au-tomaticamente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, correspondente a cada quinquênio de efetivo exercício no serviço público, calculado na forma da lei, até o limite de 35% (trinta e cinco por cento), equivalente a 7 (sete) quinquênios.

Seção IIDO ADICIONAL POR TEMPO

DE SERVIÇO

Art. 58. O Defensor Público que completar 15 (quinze) anos e 25 (vinte e cinco) anos de ser-viço público, passará a perceber, respectiva-mente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) calculados na forma da lei.

Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento), anteriormente concedido.

Seção III DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE

ENCARGO EM COMISSÃO ESPECIAL

Art. 59. O Defensor Público que participar de banca de concurso realizado pela Defensoria Pública do Estado, fora do horário de expedien-te, perceberá gratificação, em importância igual a 5% (cinco por cento) do vencimento básico de seu cargo, enquanto perdurar o certame.

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Seção IV DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 60. O Defensor Público em efetivo exercício perceberá anualmente uma gratificação natali-na, correspondente a sua remuneração integral devida no mês de dezembro.

§ 1º A gratificação de que trata este arti-go corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o Defensor Público, no mês de dezembro, por mês de exercício, considerando-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês integral.

§ 2º O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício.

§ 3º A gratificação natalina é devida ao De-fensor Público afastado de suas funções, sem prejuízo da remuneração e demais van-tagens.

§ 4º A percepção da gratificação natalina é extensiva ao Defensor Público inativo, de-vendo seu cálculo incidir sobre as parcelas que compõem seu provento.

Seção V DA GRATIFICAÇÃO DE DIREÇÃO

Art. 61. O Defensor Público-Geral, o Subde-fensor Público-Geral e o Corregedor-Geral da Defensoria Pública do Estado terão direito, en-quanto exercerem os cargos, a gratificação de direção.

§ 1º A gratificação prevista neste artigo será fixada em lei, devendo ser calculada sobre o vencimento do cargo do Defensor Público--Geral do Estado, não excedendo os seguin-tes percentuais:

I – 25% (vinte e cinco) por cento para o De-fensor Público-Geral do Estado;

II – 22% (vinte e dois) por cento para o Sub-defensor Público-Geral e para o Corregedor--geral da Defensoria Pública do Estado.

Seção VI DAS GRATIFICAÇÕES DE

ACUMULAÇÃO E DE SUBSTITUIÇÃO

Art. 62. O Defensor Público que exercer, cumu-lativamente com o exercício pleno de suas fun-ções, outro cargo da carreira da Defensoria Pública do Estado, perceberá a gratificação de acumulação, equivalente a 1/3 (um terço) do vencimento básico de seu cargo, na proporção do período exercido.

§ 1º O Defensor Público que substituir titu-lar em razão de férias e licenças previstas nesse Estatuto, perceberá a gratificação de substituição, equivalente a 1/3 (um terço) do vencimento básico do cargo que vier a ocupar, na proporção do período exercido.

§ 2º As gratificações de acumulação ou de substituição só serão devidas em caso de designação por ato do Defensor Público--Geral do Estado, para período não inferior a 10 (dez) dias.

§ 3º Não será admitida a concessão simultâ-nea das gratificações previstas neste artigo, salvo uma de cumulação e uma de substi-tuição.

Seção VII DO ABONO FAMILIAR

Art. 63. Ao Defensor Público será concedido abono familiar, nos termos estabelecidos na le-gislação estadual.

CAPÍTULO VII DAS INDENIZAÇÕES

Seção I DA AJUDA DE CUSTO

Art. 64. Ao Defensor Público removido ou pro-movido será paga uma ajuda de custo corres-pondente a um mês de vencimentos do cargo que deva assumir.

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§ 1º Deverá ser apresentada à Defensoria Pública do Estado, a comprovação da trans-ferência de comarca no prazo de 60 (sessen-ta) dias contados do recebimento da ajuda de custo, sob pena de ser tornado sem efei-to seu pagamento, mediante estorno.

§ 2º Na hipótese em que a remoção ou a promoção não implique mudança na sede de atuação do Defensor Público removido ou promovido, não será devida ajuda de custo.

§ 3º A ajuda de custo será paga indepen-dentemente de o Defensor Público, haver assumido o novo cargo e restituída, devi-damente corrigida, caso a assunção não se efetive.

Seção II DAS DIÁRIAS

Art. 65. O Defensor Público que se deslocar tem-porariamente de sua sede em objeto de serviço terá direito a diárias, destinadas à indenização de alimentação e pousada, a serem antecipada-mente pagas pelo órgão competente, mediante requisição.

§ 1º A diária será igual a 1/40 (um quarenta avos) dos vencimentos da classe especial da carreira de Defensor Público.

§ 2º Quando se tratar de deslocamento para fora do Estado, o valor da diária correspon-derá ao quádruplo do previsto no parágrafo anterior.

§ 3º Na hipótese de que, por qualquer mo-tivo, o Defensor Público não se afastar da sede de sua atuação, deverá restituir as di-árias recebidas integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, bem como deverá no mesmo prazo devolver as diárias recebidas em ex-cesso, no caso de retornar à sede antes do fim do período previsto para o afastamento.

Art. 66. Não serão devidas diárias nas hipóteses de remoção a pedido, nem nas hipóteses em que o deslocamento da sede se constituir em exigência permanente do serviço.

Seção III DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE

Art. 67. O Defensor Público que realizar despe-sas com a utilização de meio próprio de locomo-ção, para desempenho das atribuições do cargo fora de sua sede de atuação, receberá indeniza-ção nos termos previstos na legislação estadual.

Seção IVDO AUXÍLIO FUNERAL

Art. 68. Será pago auxílio funeral ao cônjuge so-brevivente e, em sua falta, aos herdeiros ou de-pendentes de Defensor Público, ainda que apo-sentado ou em disponibilidade, em importância igual a um mês de vencimento ou proventos percebidos pelo falecido, na data do óbito.

Art. 69. O processo de concessão da indeniza-ção prevista nesta Seção obedecerá a rito sumá-rio, concluído no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da prova do óbito, subordinando-se o pa-gamento à apresentação dos comprovantes das despesas efetuadas com o funeral do Defensor Público.

Art. 70. Na hipótese de que o Defensor Públi-co venha a falecer no desempenho de suas fun-ções fora de sua sede de atuação, inclusive em outro Estado ou no exterior, as despesas efetu-adas com o transporte do corpo serão indeniza-das aos seus herdeiros ou dependentes.

Art. 71. Para efeitos do disposto neste Capítulo, entende-se por sede a localidade onde o Defen-sor Público estiver em exercício, em caráter per-manente.

CAPÍTULO VIII DA PENSÃO

Art. 72. A pensão por morte, igual à totalidade dos vencimentos ou proventos percebidos pelos membros em atividade e inativos da Defensoria Pública do Estado, será reajustada na mesma data e proporção em que aqueles o forem.

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CAPÍTULO IXDAS VANTAGENS NÃO PECUNIÁRIAS

Art. 73. São asseguradas aos membros da De-fensoria Pública do Estado as seguintes vanta-gens não pecuniárias:

I – férias;

II – licença para tratamento de saúde;

III – licença por doença em pessoa da famí-lia;

IV – licença para casamento ou por luto;

V – licenças à gestante e à adotante e licen-ça-paternidade;

VI – licença-prêmio por assiduidade;

VII – licença para tratar de interesses parti-culares;

VIII – licença para acompanhar o cônjuge ou companheiro;

IX – licença para concorrer a cargo eletivo e exercê-lo;

X – licença para o desempenho de mandato classista;

XI – licença para afastamento para estudo ou missão;

XII – licença especial para fins de aposenta-doria;

XIII – licença para assistência ao filho excep-cional.

CAPÍTULO X DAS VANTAGENS NÃO PECUNIÁRIAS

EM ESPÉCIE

Seção I DAS FÉRIAS

Art. 74. Os membros da Defensoria Pública do Estado gozarão férias individuais por 30 (trinta)

dias em cada ano, após completarem 01 (um) ano de efetivo exercício na carreira, sendo facul-tado o gozo de férias em 2 (dois) períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos.

§ 1º As férias dos Defensores Públicos serão deferidas pelo Defensor Público-Geral do Estado e as deste, pelo Governador do Es-tado.

§ 2º O Defensor Público comunicará ao De-fensor Público-Geral do Estado, antes de entrar em férias, o endereço onde poderá ser encontrado, caso se afaste de seu domi-cílio, e o retorno ao exercício de suas fun-ções, comunicando, ainda, a seu substituto e ao Corregedor-geral da Defensoria Pública do Estado a pauta de audiências, os prazos abertos para os recursos e razões, remeten-do-lhes também a relação dos processos a seu encargo.

§ 3º O Defensor Público-Geral do Estado poderá, por necessidade do serviço, inter-romper as férias de membro da Defensoria Pública, hipótese em que as férias interrom-pidas poderão ser gozadas em outra opor-tunidade, ou ainda serem adicionadas às do exercício seguinte, vedada a acumulação por mais de um período.

§ 4º Na hipótese de que o Defensor Públi-co venha a ser promovido ou removido du-rante o gozo de férias, o prazo para assumir suas novas funções passará a fluir a contar de seu retorno às atividades.

Art. 75. Será pago ao Defensor Público, por oca-sião das férias, independentemente de solicita-ção, o acréscimo constitucional de 1/3 (um ter-ço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente. Seção II Da Licença para Tra-tamento de Saúde

Art. 76. Será concedida aos membros da Defen-soria Pública do Estado licença para tratamento de saúde, precedida de laudo de inspeção expe-dido pelo órgão de perícia oficial do Estado.

Parágrafo único. Aplicam-se no que couber as normas da legislação estadual relativa à

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licença de que trata este artigo, bem como as normas estabelecidas no que concerne à licença por acidente de serviço. Seção III Da Licença por Doença em Pessoa da Família

Art. 77. Será concedida aos membros da Defen-soria Pública do Estado licença por doença em pessoa da família, desde que comprovem ser indispensável sua assistência pessoal ao enfer-mo, e esta não possa ser prestada concomitan-temente com o exercício de suas funções.

Parágrafo único. Consideram-se pessoas da família para efeitos deste artigo:

I – ascendente;

II – descendente;

III – cônjuge ou companheiro;

IV – irmãos;

V – enteado e colateral consanguíneo, até 2º grau.

Art. 78. A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

I – com a remuneração total, em período até 90 (noventa) dias;

II – com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período em que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias;

III – com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e sessen-ta e cinco) dias;

IV – sem remuneração, no período que ex-ceder a 365 (trezentos e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) dias.

Parágrafo único. Para os efeitos deste arti-go, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Seção IV DAS LICENÇAS PARA CASAMENTO

OU POR LUTO

Art. 79. Será concedida licença para afastamen-to por oito dias consecutivos, sem prejuízo às demais vantagens, ao membro da Defensoria Pública do Estado que:

I – contrair o matrimônio;

II – perder, por falecimento, o cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente, sogros, irmãos, padrasto, madrasta, ente-ado, menor sob sua guarda ou tutela, ou pessoas a eles equiparadas pela legislação previdenciária estadual.

Parágrafo único – As licenças de que tratam este artigo independem de requerimento escrito e serão concedidas pela Defensoria Pública do Estado à vista da respectiva cer-tidão.

Seção V DA LICENÇA À GESTANTE E

À ADOTANTE E DA LICENÇA-PATERNIDADE

Art. 80. Será concedida à Defensora Pública do Estado gestante licença para afastamento pelo prazo de 04 (quatro) meses, mediante inspeção médica, sem prejuízo de seus vencimentos e vantagens.

Parágrafo único. Salvo prescrição médica em contrário, a licença será concedida a partir do início do 8º (oitavo) mês da ges-tação.

Art. 81. Ao término da licença a que se refere o artigo anterior, é assegurada à lactante, durante o período de 2 (dois) meses, o direito de compa-recer ao serviço em um só turno.

Art. 82. Será concedida à Defensora Pública do Estado adotante licença, a partir da concessão do termo de guarda ou da adoção, licença para afastamento em período que obedecerá a se-

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guinte proporção em relação à idade do adota-do:

I – de zero a dois anos, 120 (cento e vinte) dias;

II – de mais de dois até quatro anos, 90 (no-venta) dias;

III – de mais de quatro até seis anos, 60 (sessenta) dias;

IV – de mais de seis anos, desde que menor, 30 (trinta) dias.

Art. 83. Será concedida ao Defensor Público do Estado, em virtude de nascimento ou adoção de filho, licença-paternidade de 08 (oito) dias con-secutivos.

Seção VI DA LICENÇA-PRÊMIO POR

ASSIDUIDADE

Art. 84. Será concedida aos membros da Defen-soria Pública do Estado, após cada quinquênio ininterrupto de efetivo exercício no serviço pú-blico estadual, licença-prêmio por assiduidade, pelo prazo de 03 (três) meses, com todos os di-reitos e vantagens de seu cargo efetivo, obser-vadas as disposições da legislação estadual apli-cável.

§ 1º Os períodos de afastamento legalmen-te previstos neste Estatuto e na legislação estadual serão considerados como de efeti-vo exercício para os efeitos da concessão da licença prevista neste artigo.

§ 2º Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos II e III do artigo 73 deste Esta-tuto, bem como de moléstia devidamen-te comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comu-nicação à Defensoria Pública do Estado, so-mente serão computados, como de efetivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do Defensor Público, de 2 (dois) meses, por motivo de doença em pessoa da família, e de 20 (vinte) dias, no

caso de moléstia do Defensor Público, tudo por quinquênio de serviço público prestado ao Estado.

§ 3º O período de licença-prêmio não goza-do contar-se-á em dobro para efeito de apo-sentadoria, gratificações e disponibilidade.

§ 4º O período de licença-prêmio poderá ser gozado integral ou parceladamente em períodos não inferiores a 30 (trinta) dias, atendendo à conveniência do serviço.

Seção VIIDA LICENÇA PARA TRATAR DE

INTERESSES PARTICULARES

Art. 85. Poderá ser concedida ao Defensor Pú-blico do Estado que contar com pelo menos 03 (três) anos de efetivo exercício licença para tra-tar de interesses particulares, sem vencimentos,

§ 1º A licença não poderá ultrapassar 24 (vinte e quatro) meses, nem ser repetida antes de 02 (dois) anos de seu término, po-dendo o Defensor Público afastado reassu-mir o exercício do cargo a qualquer tempo, facultado o gozo do tempo restante, desde que não haja prejuízo ao serviço público.

§ 2º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço.

§ 3º O Defensor Público que requerer o afastamento deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo motivo de im-periosa necessidade, a juízo do Defensor Público-Geral do Estado.

Art. 86. Sempre que a licença for por prazo su-perior a 06 (seis) meses, o Defensor Público será declarado em disponibilidade não remunerada, provendo-se na forma deste Estatuto a vaga que ocorrer.

Art. 87. O período de afastamento do Defensor Público a quem for concedida a licença prevista nesta Seção não será computável como tempo de serviço para qualquer efeito.

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Seção VIII DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O

CÔNJUGE OU COMPANHEIRO

Art. 88. Será concedida ao Defensor Público do Estado que contar com pelo menos 03 (três anos) de efetivo exercício licença, sem venci-mentos, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de solicitação própria, para fora do Estado ou para Município onde não seja possível exercer o seu cargo.

§ 1º A licença será concedida mediante pedido do Defensor Público, devidamen-te instruído, devendo ser renovada a cada 02 (dois) anos, não podendo ultrapassar 10 (dez) anos.

§ 2º O período de licença de que trata este artigo não será computável como tempo de serviço para qualquer efeito.

§ 3º Cessado o motivo da licença ou conclu-ído o período desta, sem que tenha sido re-querida sua renovação, o Defensor Público deverá reassumir o exercício no prazo máxi-mo de 30 (trinta) dias.

Seção IX DA LICENÇA PARA CONCORRER A

CARGO ELETIVO E EXERCÊ-LO

Art. 89. Será concedida ao Defensor Público do Estado licença para concorrer a mandato públi-co eletivo bem como para exercê-lo, nos termos das disposições da legislação eleitoral e das nor-mas da legislação estadual aplicável aos servi-dores públicos em geral.

Art. 90. O Defensor Público do Estado eleito para exercer mandato público federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo a partir da posse.

§ 1º O Defensor Público do Estado investi-do no mandato de Prefeito Municipal, será afastado do cargo, desde a posse, sendo-lhe facultado optar por sua remuneração.

§ 2º O Defensor Público do Estado investido no mandato de Vereador, havendo compati-bilidade de horário, perceberá as vantagens do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e não havendo compatibi-lidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-ração.

§ 3º No caso de afastamento do cargo, nas hipótese previstas neste artigo, o Defensor Público do Estado continuará contribuindo para o órgão da previdência e assistência do Estado, como se em exercício estivesse, contando o tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto para a promoção por merecimento.

Seção X DA LICENÇA PARA DESEMPENHO DE

MANDATO CLASSISTA

Art. 91. É assegurado ao Defensor Público do Es-tado o direito à licença para o desempenho de mandato classista na direção de central sindical, confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associações de classe ou entidade fiscalizadora da profissão de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo.

Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será concedida nos termos do dispos-to na Lei Complementar nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, e na Lei nº 9.073, de 15 de maio de 1990.

Seção XI DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO

OU MISSÃO

Art. 92. Ao Defensor Público que contar com mais de 03 (três) anos de efetivo exercício po-derá ser concedida licença, sem prejuízo da re-muneração, para afastamento pelo prazo má-ximo de 02 (dois anos), para fins de estudo ou missão, no interesse da Defensoria Pública do Estado, inclusive para frequentar, no País ou no exterior, cursos ou seminários de aperfeiçoa-mento jurídico,

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Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será concedida por ato do Defensor Público-Geral do Estado, ouvido o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.

Seção XII DA LICENÇA ESPECIAL PARA FINS

DE APOSENTADORIA

Art. 93. Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o Defensor Público do Estado será considerado em licença especial remunera-da, podendo afastar-se do exercício de suas ati-vidades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.

§ 1º O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será considerado após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim.

§ 2º O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

Seção XIII DA ASSISTÊNCIA AO FILHO

EXCEPCIONAL

Art. 94. O Defensor Público do Estado, pai, mãe ou responsável legal por portador de necessida-des especial, físicas ou mentais, em tratamento, fica autorizado a se afastar do exercício do car-go, quando necessário, por período de até 50% (cinquenta por cento) de sua carga de trabalho normal cotidiana, na forma da lei, observadas as disposições da legislação de regência da De-fensoria Pública.

TÍTULO IV

Dos Deveres, Proibições e Impedimentos

CAPÍTULO I DOS DEVERE

Art. 95. São deveres dos membros da Defenso-ria Pública do Estado, além de outros previstos na legislação de regência da Defensoria Pública e neste Estatuto:

I – residir na localidade onde exercem suas funções, ou excepcionalmente, em outra Comarca, por autorização do Defensor Pú-blico-Geral do Estado, ouvindo o Conselho Superior da Defensoria Pública;

II – desempenhar com zelo e presteza, den-tro dos prazos, os serviços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhes sejam atribuídos pelo Defensor Público-Geral;

III – representar ao Defensor Público-Geral sobre as irregularidades de que tiver ciên-cia, em razão do cargo;

IV – prestar informações aos órgãos de ad-ministração superior da Defensoria Pública do Estado, quando solicitadas;

V – atender ao expediente forense e partici-par dos atos judiciais, quando for obrigató-ria a sua presença;

VI – declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;

VII – interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou Tribunal e promover revisão criminal, sempre que encontrar fun-damentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos, remetendo cópia à Corregedoria--Geral.

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CAPÍTULO II DAS PROIBIÇÕES

Art. 96. Aplicam-se aos Defensores Públicos do Estado as proibições estabelecidas na Lei Orgâ-nica Nacional da Defensoria Pública (Lei Com-plementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994), em especial as seguintes:

I – exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

II – requerer, advogar, ou praticar, em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão:

III – receber, a qualquer título e sob qual-quer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;

IV – exercer o comércio ou participar de so-ciedade comercial, exceto como cotista ou acionista;

V – exercer atividade político-partidária, en-quanto atuar junto à Justiça Eleitoral;

VI – demais vedações decorrentes do exer-cício de cargo público, conforme dispuser a lei.

CAPÍTULO III DOS IMPEDIMENTOS

Art. 97. Aos Defensores Públicos do Estado é defeso exercer suas funções em processo ou procedimento em que ocorrerem as hipóteses previstas nos artigos 131 e 132 da Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública (Lei Comple-mentar nº 80, de 12 de janeiro de 1994), bem como nos demais casos previstos na legislação processual.

§ 1º É defeso aos membros da Defensoria Pública do Estado deixar de patrocinar ação, sob invocação de impedimento não previs-to em lei.

§ 2º Na hipótese em que, por razões de foro íntimo, o Defensor Público do Estado pre-tenda deixar de atuar em processo a seu encargo, deverá dirigir requerimento ao De-fensor Público-Geral do Estado, que, ouvido o Corregedor-Geral, decidirá sobre seu de-ferimento.

TÍTULO V

Da Responsabilidade Funcional

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 98. Pelo exercício irregular de sua função, o Defensor Público do Estado responde penal, civil e administrativamente.

Art. 99. A responsabilização administrativa de Defensor Público do Estado dar-se-á sempre através de procedimento promovido pela De-fensoria Pública do Estado.

Art. 100. A atividade do Defensor Público do Es-tado estará sujeita à inspeção permanente, me-diante correições ordinárias e extraordinárias.

§ 1º A correição ordinária será feita pelo Corregedor-Geral, em caráter de rotina, para verificar a eficiência e assiduidade do Defensor Público, bem como a regularidade dos serviços que lhes sejam afetos.

§ 2º A correição extraordinária será realiza-da pelo Corregedor-Geral, de ofício ou por determinação do Defensor Público-Geral do Estado, sempre que conveniente.

Art. 101. Concluída a correição, o Corregedor--Geral comunicará ao Defensor Público Geral do Estado, em expediente reservado, a ocorrência de violação de deveres funcionais acaso veri-ficada, por parte do Defensor Público, para as providências cabíveis.

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Art. 102. Qualquer pessoa ou autoridade pode-rá reclamar a apuração de responsabilidade de Defensor Público do Estado, pessoalmente ou mediante representação escrita dirigida ao Cor-regedor-Geral.

CAPÍTULO II DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

Art. 103. Constituem infrações disciplinares a violação, pelo Defensor Público do Estado, dos deveres e vedações funcionais previstos na Lei Complementar nº 10.194, de 30 de maio de 1994, bem como a prática de crime contra a ad-ministração pública ou ato de improbidade ad-ministrava.

CAPÍTULO III DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 104. São aplicáveis aos Defensores Públicos do Estado as seguintes sanções disciplinares:

I – advertência;

II – suspensão por até 90 (noventa) dias;

III – remoção compulsória;

IV – demissão;

V – cassação da aposentadoria.

§ 1º Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos dela resultantes para o serviço público, as circunstâncias agravan-tes ou atenuantes e os antecedentes funcio-nais.

§ 2º Serão consideradas circunstâncias agravantes a negligência reiterada para com os deveres, proibições e impedimentos fun-cionais, e a reincidência.

§ 3º Serão consideradas circunstâncias ate-nuantes a ausência de antecedentes disci-plinares, a prestação de relevantes serviços

prestados à Defensoria Pública do Estado, bem como ter sido cometida a infração na defesa de garantia ou prerrogativa funcio-nal.

§ 4º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas neste artigo, será o Defensor Público reco-mendado a abster-se da conduta praticada.

Art. 105. A pena de advertência será aplicada, por escrito, de forma reservada, nos casos de violação dos deveres e vedações funcionais, quando o fato não justificar imposição de pena mais grave, incidindo nas seguintes hipóteses:

I – negligência no exercício da função;

II – desobediência às determinações e às instruções dos Órgãos da Administração Su-perior da Defensoria Pública do Estado;

III – descumprimento injustificado de desig-nações oriundas dos Órgãos da Administra-ção Superior da Defensoria Pública do Esta-do;

IV – inobservância dos deveres inerentes ao cargo, quando o fato não se enquadrar nos incisos anteriores.

Art. 106. A suspensão será aplicada em caso de reincidência em falta punida com advertência, ou quando a infração dos deveres e vedações funcionais, pela gravidade, justificar a sua impo-sição.

§ 1º A suspensão também será aplicada na hipóteses de prática, pelo Defensor Público do Estado, de infração que constitua crime contra a administração pública ou ato de improbidade administrativa, que não impli-que na perda da função pública.

§ 2º A suspensão acarretará a perda dos di-reitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo, não podendo ter início durante o período de férias ou de licença.

§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, o Defensor Público-Geral poderá

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converter a suspensão em multa, no valor de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento, permanecendo o Defensor Pú-blico no exercício de suas funções.

Art. 107. A remoção compulsória será aplicada sempre que a infração praticada, pela sua gravi-dade e repercussão tornar incompatível, a per-manência do faltoso no órgão de atuação de sua lotação.

Art. 108. Aplicar-se-á a pena de demissão nos casos de infração aos deveres e vedações fun-cionais graves, tais como:

I – abandono de cargo, pela interrupção injustificada do exercício das funções por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias intercalados durante o ano civil;

II – conduta incompatível com o exercício do cargo;

III – ineficiência comprovada com caráter de habitualidade, no desempenho dos encar-gos de sua competência;

IV – reincidência em infração punida com suspensão ou remoção compulsória.

Parágrafo único. A demissão será também aplicada na hipótese de prática, pelo Defen-sor Público do Estado, de infração que cons-titua crime contra a administração pública ou ato de improbidade administrativa puní-vel com a perda da função pública, na forma do disposto na lei penal

Art. 109. A cassação da aposentadoria terá lu-gar se ficar comprovado que o Defensor Público praticou, quando ainda em exercício do cargo, falta suscetível de determinar demissão.

Art. 110. Caracteriza a reincidência, para os efei-tos previstos neste Capítulo, com o cometimen-to pelo Defensor Público do Estado, de infração disciplinar após a aplicação de penalidade defi-nitiva por outra infração administrativa.

Parágrafo único. Na hipótese em que haja transcorridos período igual ou superior a 2

(dois) anos, contados do cumprimento da penalidade pela infração anterior, a reinci-dência deixa de operar os efeitos previstos neste Capítulo.

Art. 111. Deverão constar do assentamento individual do Defensor Público as penas de ad-vertência, suspensão, remoção compulsória, demissão e cassação de aposentadoria, vedada a publicação, exceto naqueles casos que a lei exigir.

Art. 112. Ocorrerá a prescrição:

I – em 2 (dois) anos quando a falta for su-jeita às penas de advertência, suspensão e remoção compulsória;

II – em 3 (três) anos nos demais casos.

Parágrafo único. Quando a infração consti-tuir também crime contra a administração pública, a prescrição regular-se-á pelas dis-posições da lei penal.

Art. 113. O curso da prescrição começa a fluir da data em que for cometida a falta e interrompe--se pela instauração do processo administrativo disciplinar.

Parágrafo único. O curso da prescrição sus-pende-se, continuando a correr no prazo restante, enquanto não resolvida em outro processo de qualquer natureza, questão de que dependa o reconhecimento da infra-ção.

Art. 114. São competentes para aplicar as penas disciplinares:

I – o Governador do Estado, no caso de de-missão e cassação da aposentadoria;

II – o Defensor Público-Geral do Estado, nos demais casos.

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CAPÍTULO IV DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

Art. 115. Nenhuma sanção será aplicada a De-fensor Público sem que seja ele antes ouvido, sendo sempre motivada a decisão que a impu-ser, obedecido o devido processo legal, na for-ma disciplinada neste Capítulo.

Seção I DA SINDICÂNCIA

Art. 116. A Sindicância, sempre de caráter sigi-loso, será promovida pela Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado nos seguintes casos:

I – para apuração de falta funcional punida com advertência;

II – como preliminar do processo adminis-trativo disciplinar, quando for necessário.

Art. 117. A Sindicância será instaurada e promo-vida pelo Corregedor-Geral da Defensoria Pú-blica do Estado, através de despacho motivado, devendo estar concluída no prazo de 60 (ses-senta) dias, prorrogável por igual período, salvo motivo de força maior.

Parágrafo único. No despacho em que de-terminar abertura de Sindicância, o Corre-gedor-Geral poderá solicitar ao Defensor Público-Geral que designe Defensor Público para procedê-la.

Art. 118. O Sindicante deverá colher todas as informações necessárias, ouvido o sindicado, as testemunhas e informantes, se houver, bem como proceder a juntada de quaisquer docu-mentos capazes de esclarecer o ocorrido.

Parágrafo único. As declarações do sindica-do serão consideradas também como meio de defesa.

Art. 119. Encerrada a fase cognitiva, o Correge-dor-Geral determinará diligências que entender cabíveis ou fará relatório conclusivo, facultando ao sindicado o prazo de 05 (cinco) dias para se pronunciar.

Parágrafo único. Encerrada a Sindicância, o Corregedor-Geral encaminhará os autos ao Defensor Público-Geral do Estado, propon-do as medidas cabíveis.

Art. 120. Ao Defensor Público-Geral do Estado, entendendo suficientemente esclarecidos os fa-tos, caberá então a adoção de uma das seguin-tes medidas:

I – determinar o arquivamento da Sindicân-cia na Corregedoria-Geral, se julgar impro-cedente a imputação feita ao sindicado;

II – aplicar a sanção pertinente, caso enten-da caracterizada infração;

III – determinar a instauração de processo administrativo disciplinar, nas hipóteses de infração disciplinar que cuja apuração o exi-girem.

Art. 121. Da decisão proferida pelo Defensor Público-Geral caberá recurso ao Conselho Supe-rior da Defensoria Pública, no prazo de 15 (quin-ze) dias, por uma única vez.

Seção II DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR

Art. 122. Compete ao Defensor Público-Geral do Estado a instauração de Processo Adminis-trativo Disciplinar contra Defensor Público do Estado, por proposição da Corregedoria-Geral ou de ofício, ouvido o Conselho Superior da De-fensoria Pública, na forma do disposto no artigo 14, inciso V, da Lei Complementar nº 9.230, de 07 de fevereiro de 1991, alterada pela Lei Com-plementar nº 10.194, de 30 de maio de 1994, para a apuração das faltas punidas com suspen-são, remoção compulsória, demissão ou cassa-ção da aposentadoria.

Art. 123. A portaria de instauração do proces-so administrativo disciplinar conterá exposição sucinta dos fatos imputados, sua capitulação le-gal e a indicação dos componentes da Comissão Processante.

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Art. 124. A Comissão Processante a que ser re-fere o artigo anterior será composta pelo Corre-gedor-Geral da Defensoria Pública, que a presi-dirá e por mais 2 (dois) Defensores Públicos de classe igual ou superior à do indiciado, os quais, quando necessário, poderão ser dispensados do exercício de suas funções na Defensoria Pública até entrega do relatório.

Art. 125. A Comissão Processante deverá ini-ciar seus trabalhos dentro de 05 (cinco) dias a contar de sua constituição, devendo concluí-los em 60 (sessenta) dias, a partir da citação do in-diciado, os quais poderão ser prorrogados por igual prazo por solicitação do Corregedor-geral da Defensoria Pública, a critério do Defensor Público-Geral.

Art. 126. À Comissão Processante serão assegu-rados todos os meios necessários ao desempe-nho de suas funções.

Parágrafo único. Os órgãos estaduais e mu-nicipais deverão atender com a máxima presteza as solicitações da Comissão, inclu-sive requisição de técnicos e peritos.

Art. 127. O presidente da Comissão Processante designará dia e hora para a audiência de inter-rogatório, determinando a citação do indiciado.

§ 1º A citação será feita pessoalmente, com a antecedência mínima de 48 (quarenta e oiro) horas, devendo o mandado ser acom-panhado de cópia da portaria inicial.

§ 2º Achando-se ausente do lugar em que se encontrar a Comissão Processante, o in-diciado será citado por via postal, em carta registrada com aviso de recebimento, cujo comprovante se juntará ao processo.

§ 3º Não encontrado o indiciado, e ignora-do o seu paradeiro, a citação far-se-á, com o prazo de 15 (quinze) dias, inserto por 03 (três) vezes no Diário Oficial do Estado.

§ 4º O prazo a que se refere o parágrafo an-terior será contado da publicação do último edital, certificando o secretário da Comis-

são Processante a data da publicação e jun-tando exemplar do Diário Oficial do Estado.

Art. 128. O indiciado ao mudar de residência, deverá comunicar à Comissão Processante o lo-cal onde poderá ser encontrado.

Art. 129. Na audiência de interrogatório, o indi-ciado indicará seu defensor, e, se não o quiser ou não puder fazê-lo, o Presidente da Comissão Processante solicitará ao Defensor Público-Ge-ral que designe Defensor Público para promover sua defesa.

§ 1º Não comparecendo o indiciado, apesar de regularmente citado, prosseguirá o pro-cesso à revelia, com a presença do defensor constituído ou nomeado na forma deste ar-tigo.

§ 2º A qualquer tempo, a Comissão Proces-sante poderá proceder ao interrogatório do indiciado.

§ 3º O defensor do indiciado não poderá in-tervir ou influir de qualquer modo no inter-rogatório.

Art. 130. O indiciado, ou seu defensor, no prazo de 05 (cinco) dias, contado da audiência desig-nada para o interrogatório, poderá apresentar defesa prévia, juntar prova documental, reque-rer diligências e arrolar testemunhas, até o má-ximo de 08 (oito).

Parágrafo único. Será assegurado ao indi-ciado o direito de participar, pessoalmente ou por seu defensor, dos atos procedimen-tais, podendo inclusive, requerer provas, contraditar e reinquirir testemunhas, ofere-cer quesitos e indicar assistentes técnicos.

Art. 131. Findo o prazo do artigo anterior, o Pre-sidente da Comissão Processante, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, designará audiência para inquirição da vítima, se houver, e das teste-munhas e informantes arrolados.

§ 1º Se as testemunhas de defesa não fo-rem encontradas, e o indiciado, no prazo de 03 (três) dias, não indicar outras em subs-

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tituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo.

§ 2º No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido separadamente, po-dendo ser promovida acareação, sempre que divergirem em suas declarações.

Art. 132. As testemunhas serão intimadas a de-por mediante mandado expedido pelo presi-dente da Comissão Processante, devendo apor seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao processo.

Parágrafo único. Se a testemunha for servi-dor público, a expedição do mandado será acompanhada de requisição ao chefe da repartição onde servir, com a indicação do dia, hora e local em que se procederá à in-quirição.

Art. 133. Serão assegurados transporte e

I – ao Defensor Público e ao servidor con-vocados para prestarem depoimentos, fora da sede de sua repartição, na condição de indiciado, informante ou testemunha;

II – aos membros da Comissão Processante e ao secretário da mesma, quando obriga-dos a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao es-clarecimento dos fatos.

Art. 134. O depoimento será prestado oralmen-te e reduzido a termo, não sendo lícito à teste-munha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, porém, facultada breve consulta a aportamentos.

Art. 135. Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão estar presentes, a fim de evitar-se que uma ouça o depoimento da outra.

Art. 136. A testemunha somente poderá eximir--se de depor nos casos previstos na lei penal.

§ 1º No caso de serem arrolados como tes-temunhas o Governador do Estado, o Vice--governador do Estado, os Secretários de Estado, o Procurador-Geral do Estado, os Chefes das Casas Civil e Militar, bem como os Presidentes ou Diretores-presidentes

das entidades da Administração Pública Es-tadual Direta e Indireta, e as autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis hierárquicos a eles assemelhados, o de-poimento será colhido em dia, hora e local previamente ajustado entre o Presidente da comissão e a autoridade arrolada.

§ 2º No caso em que pessoas estranhas ao serviço público se recusarem a depor pe-rante a Comissão Processante, seu Presi-dente poderá solicitar à autoridade policial competente providências no sentido de se-rem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, à autoridade policial solicitada, a matéria reduzida a itens, sobre o qual de-vam ser ouvidas.

Art. 137. Não sendo possível concluir a instru-ção na mesma audiência, o presidente marca-rá a continuação para outra data, intimando o indiciado e as testemunhas e informantes que devam depor.

Art. 138. Durante o processo, poderá o Presi-dente, ouvidos os demais membros da Comis-são Processante, ordenar qualquer diligência que seja requerida ou que julgue necessária ao esclarecimento do fato.

Parágrafo único. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do indiciado, a Co-missão proporá ao Defensor Público-Geral do Estado que ele seja submetido a exame por junta médica, da qual participe, pelo menos, um médico psiquiatra, preferencial-mente do quadro do órgão de perícia oficial do Estado.

Art. 139. A Comissão poderá conhecer de acu-sações novas contra o indiciado ou de denúncia contra outro Defensor Público do Estado que não figure na portaria.

Parágrafo único. Neste caso, a Comissão Processante representará ao Defensor Pú-blico-Geral do Estado, sobre a necessidade de expedir aditamento à portaria.

Art. 140. Constará dos autos a folha de serviço do indiciado.

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Art. 141. Encerrada a instrução, o indiciado, dentro de 02 (dois) dias, terá vista dos autos para oferecer alegações escritas, no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Havendo mais de um indi-ciado, os prazos de defesa serão distintos e sucessivos.

Art. 142. Decorrido o prazo estabelecido no ar-tigo anterior, a Comissão Processante, em 15 (quinze) dias, remeterá os autos do Processo Administrativo Disciplinar ao Defensor Público--Geral do Estado, com relatório conclusivo, o qual especificará, se for o caso, as disposições legais transgredidas e as sanções aplicáveis.

Parágrafo único. Se houver divergência en-tre os membros da Comissão Processante, no relatório deverão constar as suas razões.

Art. 143. Ao Defensor Público-Geral, ao rece-ber o processo, caberá então uma das seguintes medidas:

I – julgar improcedente a imputação feita ao Defensor Público, determinando o arquiva-mento do processo;

II – devolver o processo à Comissão para a realização de diligências que entender in-dispensáveis à decisão;

III – aplicar ao acusado a penalidade que entender cabível, quando de sua competên-cia;

IV – sendo a sanção cabível a de remoção compulsória, encaminhar ao Conselho Su-perior da Defensoria Pública para prévio pa-recer;

V – sendo a sanção cabível a de demissão ou a de cassação de aposentadoria, encami-nhar o processo ao Governador do Estado.

Parágrafo único. Da decisão proferida ca-berá recurso ao Conselho Superior da De-fensoria Pública do Estado no prazo de 15 (quinze) dias, por única vez.

Art. 144. Ao determinar a instauração do Proce-dimento Administrativo Disciplinar ou no curso

deste, o Defensor Público-Geral poderá ordenar o afastamento provisório do indiciado de suas funções, com decisão fundamentada, desde que necessária a medida para a garantia de re-gular apuração dos fatos.

§ 1º O afastamento será determinado pelo prazo de trinta dias, prorrogável, no míni-mo, por igual período.

§ 2º O afastamento dar-se-á sem prejuízo dos direitos e vantagens do indiciado, cons-tituindo medida acautelatória, sem caráter de sanção.

Art. 145. Aplicam-se supletivamente ao proce-dimento disciplinar de que cuida este Capítulo, no que couber, as normas da legislação proces-sual penal e as da legislação aplicável aos servi-dores civis do Estado.

Seção III DA REVISÃO E CANCELAMENTO

Art. 146. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revi-são de processo disciplinar de que tenha resul-tado imposição de sanção, sempre que forem alegados vícios insanáveis no procedimento ou fatos e provas, ainda não apreciados, que pos-sam justificar nova decisão.

§ 1º Não constitui fundamento para a revi-são a simples alegação de injustiça da pena-lidade imposta.

§ 2º Não será admitida a reiteração do pedi-do de revisão pelo mesmo motivo.

Art. 147. A revisão poderá ser requerida pelo Defensor Público do Estado punido ou, em caso de sua morte, desaparecimento ou interdição, pelo cônjuge ou companheiro, filho, pai ou ir-mão.

Art. 148. O pedido de revisão, devidamente instruído, inclusive com o rol das testemunhas, será dirigido à autoridade que impôs a penali-dade, a quem caberá decidir sobre sua admissi-bilidade.

§ 1º No caso de indeferimento liminar de parte do Defensor Público-Geral do Estado,

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caberá recurso ou pedido de reconsidera-ção ao Conselho Superior da Defensoria Pú-blica do Estado.

§ 2º Na hipótese de admissão da revisão, será apensado ao pedido o processo origi-nal e o Defensor Público-Geral do Estado constituirá a respectiva Comissão de Revi-são, composta por 3 (três) membros da De-fensoria Pública de classe superior ou igual a punido, que não tenham participado do processo disciplinar, a qual, no prazo im-prorrogável de 90 (noventa) dias, apresen-tará relatório ao Conselho Superior da De-fensoria Pública.

§ 3º O Conselho Superior da Defensoria Pública, no prazo de 30 (trinta) dias, se pro-nunciará, encaminhando o processo ao De-fensor Público-Geral do Estado para ser pro-ferida decisão, no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 149. Julgada procedente a revisão, poderá ser cancelada ou modificada a pena imposta ou anulado o processo.

§ 1º Procedente a revisão, o requerente será ressarcido dos prejuízos que tiver so-frido e terá restabelecidos todos os direitos atingidos pela sanção imposta.

§ 2º Julgada improcedente a revisão, caberá recurso ao Conselho Superior da Defensoria Pública, no prazo de 15 (quinze) dias, por uma única vez.

§ 3º Nas hipóteses de pedido de revisão de sanção imposta pelo Governador do Estado, o Defensor Público-Geral do Estado, ao re-

ceber a manifestação do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado encami-nhará ao mesmo o processo para decisão.

Art. 150. O Defensor Público do Estado a que ti-ver sido aplicada sanção de advertência, poderá requerer ao Defensor Público-Geral o cancela-mento da respectiva nota em seus assentamen-tos, decorridos 03 (três) anos de seu cumpri-mento.

Parágrafo único. O cancelamento será defe-rido se o procedimento do requerente, no triênio que anteceder ao pedido, autorizar a convicção de que não reincidirá na falta.

TÍTULO VI

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 151. Nos casos omissos neste Estatuto, apli-car-se-á, no que couber, a Lei Complementar nº 10.098, de 03 de fevereiro de 1994 (Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul) e a legisla-ção complementar aplicável.

Art. 152. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei Complementar correrão à conta de do-tação orçamentária própria.

Art. 153. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposi-ções em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 22 de maio de 2002. FIM DO DOCUMENTO http://www.al.rs.gov.br/legis

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LEI Nº 13.821 DE 25 DE OUTUBRO DE 2011.

Cria o Quadro de Pessoal dos Serviços Auxilia-res da Defensoria Pública do Estado, altera seu Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gra-tificadas e dá outras providências.

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Ficam criados, no Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares da Defensoria Pública do Es-tado, os seguintes cargos de provimento efeti-vo:

I – 250 (duzentos e cinquenta) cargos de Analista; e

II – 450 (quatrocentos e cinquenta) cargos de Técnico.

Art. 2º Os cargos criados no art. 1º serão distri-buídos conforme as seguintes áreas de ativida-de:

I – Área Jurídica – abrangendo, em termos gerais, processamento dos feitos, análise e pesquisa de legislação, doutrina e jurispru-dência, elaboração de textos jurídicos e de-mais atribuições previstas em regulamento;

II – Área Administrativa – atividades rela-cionadas com recursos humanos, material e patrimônio, orçamento e finanças, con-tratos e licitações, transporte e segurança e demais funções complementares de apoio administrativo previstas em regulamento; e

III – Área de Apoio Especializado – ativida-des a demandar dos titulares, registro no órgão fiscalizador do exercício da profissão ou que exijam o domínio de habilidades específicas, a critério da administração, tais como: saúde, contadoria, arquitetura, engenharia, comunicação social, bibliote-conomia, informática, programação visual, taquigrafia, assistência social, administra-

ção e economia, dentre outras previstas em regulamento.

Art. 3º As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, considerado o seguinte:

I – Analista – Área Administrativa: ativida-des de planejamento, organização, coorde-nação, supervisão técnica, assessoramento, estudo, pesquisa, elaboração de textos, cer-tidões, laudos, pareceres ou informações, mediação, conciliação, acompanhamento e execução de atividade de atendimento ao cidadão, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoa-mento de servidores da Defensoria Pública do Estado e execução de tarefas de eleva-do grau de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento;

II – Analista – Área Jurídica: planejamento, organização, coordenação, supervisão téc-nica, elaboração de textos, certidões, in-formações, atividades de apoio a sessões e audiências, mediação, conciliação, acompa-nhamento e execução de atividade de aten-dimento ao cidadão, atuação como instru-tor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores da Defenso-ria Pública do Estado e execução de tarefas de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regula-mento;

III – Analista – Área de Apoio Especializado: tarefas de suporte técnico de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribui-ções definidas em regulamento;

IV – Técnico – atividades de cumprimento e formalização dos atos processuais e res-pectiva certificação, elaboração de docu-mentos, atendimento ao público, efetuar juntada de documentos; proceder à baixa e arquivamento dos processos; executar ati-vidades de apoio administrativo, mediação, conciliação, atuação como instrutor e moni-

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tor em cursos de treinamento e aperfeiçoa-mento de servidores da Defensoria Pública do Estado e outras tarefas de grau médio de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento.

CAPÍTULO II DO INGRESSO NA CARREIRA

Art. 4º O ingresso nos cargos criados por esta Lei dar-se-á sempre no primeiro padrão da Clas-se “A” do respectivo cargo, após prévia aprova-ção em concurso público de provas ou de pro-vas e de títulos.

Parágrafo único. Poderá ser incluído, como etapa do concurso público, programa de formação de caráter eliminatório, classifica-tório ou eliminatório e classificatório.

Art. 5º São requisitos de escolaridade para o in-gresso nos cargos de que trata o art. 2º:

I – para o cargo de Analista, curso de gradu-ação, correlacionado com a especialidade, se for o caso; e

II – para o cargo de Técnico, curso de Ensino Médio ou curso técnico equivalente, cor-relacionado com a especialidade, se for o caso.

Parágrafo único. Além dos requisitos pre-vistos no “caput” deste artigo, poderão ser exigidos formação especializada, experiên-cia e registro profissional a serem definidos em regulamento e especificados em edital de concurso.

Art. 6º Ao entrar em exercício, o servidor nome-ado para cargo de provimento efetivo ficará su-jeito a estágio probatório pelo período de três anos, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação, inclusive psicológica e psiquiátrica, servindo como referência para a efetivação ou não no cargo.

§ 1º Como condição para a aquisição da es-tabilidade, é obrigatória a avaliação especial

de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

§ 2º O estágio probatório ficará suspenso durante os períodos de licenças e demais afastamentos, exceto quanto aos previstos constitucionalmente.

Art. 7º É atribuição do Defensor Público-Geral a alocação dos cargos por área, atendidas a ne-cessidade e a conveniência dos serviços.

CAPÍTULO III DO PROCEDIMENTO DA AVALIAÇÃO

DE DESEMPENHO

Art. 8º O processo de avaliação de desempe-nho, a ser estabelecido em regulamento pró-prio, será referencial para aprovação em estágio probatório, progressão e promoção por mereci-mento e objetivará:

I – estimular a motivação e o compromisso dos servidores;

II – melhorar o desempenho;

III – estimular a comunicação interna;

IV – identificar as necessidades de treina-mento;

V – reconhecer êxitos e estimular o aperfei-çoamento; e

VI – promover a eficiência, a eficácia e a efe-tividade dos serviços.

Art. 9º O processo de avaliação de desempenho será baseado em critérios de competências, nos prazos e na forma estabelecidos em regulamen-to.

Art. 10. Será responsável pelo processo de ava-liação a chefia a quem o servidor estiver subor-dinado, na forma do regulamento.

Art. 11. A implantação do processo de avalia-ção de desempenho para fins de progressão e promoção por merecimento será precedida de

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programa de treinamento, de caráter obrigató-rio, destinado à preparação e à capacitação dos servidores e agentes responsáveis pelo proces-so de avaliação.

Art. 12. Caberá à Defensoria Pública do Estado instituir programa de capacitação, destinado à formação e ao aperfeiçoamento profissional, vi-sando à preparação dos servidores para o exer-cício de atribuições de maior complexidade e responsabilidade.

CAPÍTULO IV DO DESENVOLVIMENTO

NA CARREIRA

Art. 13. Fica estabelecida a estrutura dos cargos de Analista e de Técnico, composta por 3 (três) classes, A, B e C, e 5 (cinco) padrões de venci-mento para cada classe, nos termos do Anexo I.

§ 1º As classes A, B e C representam os está-gios na carreira, atingidos por meio de pro-moção.

§ 2º Os padrões representam as progres-sões atingidas por meio de avaliação de de-sempenho.

Art. 14. A progressão é a elevação do padrão para o seguinte, dentro da mesma classe, e está condicionada à aprovação na avaliação de de-sempenho funcional.

Parágrafo único. A progressão será anual e com base em período avaliativo definido em regulamento.

Art. 15. A promoção é a movimentação do ser-vidor de uma classe para a seguinte.

§ 1º A promoção será alternada, segundo os critérios de merecimento e de antiguidade, conforme definição em regulamento.

§ 2º A promoção no cargo será realizada ob-servado o juízo de conveniência e oportuni-dade da Defensoria Pública do Estado.

§ 3º A antiguidade será aferida pela data do ingresso no cargo, independente da área ou especialidade de atuação e do padrão de progressão em que se encontrar, conforme definido em regulamento.

§ 4º Decorridos doze meses da aprovação no estágio probatório, o servidor será sub-metido ao processo de avaliação de desem-penho de que trata o Capítulo III desta Lei, para fins de progressão e de promoção por merecimento.

Art. 16. A progressão e a promoção por mere-cimento dependerão, cumulativamente, do re-sultado de avaliação formal de desempenho e da participação e aproveitamento em curso de aperfeiçoamento oferecido, preferencialmen-te, pela Defensoria Pública do Estado, na forma prevista em regulamento.

Art. 17. O interstício para a progressão e a pro-moção será computado em períodos de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, contados da data em que o servidor completou o último interstício aquisitivo, ficando suspenso durante as licenças e afastamentos previstos nos incisos III, V, VI, VII, VIII, X e XI do art. 128 da Lei Com-plementar nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, que dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, bem assim nas faltas injusti-ficadas ao serviço, sendo retomado a partir do término do impedimento.

CAPÍTULO V DA REMUNERAÇÃO

Art. 18. A remuneração dos cargos de Analista e de Técnico fica constituída pelo vencimento básico correspondente à respectiva classe e pa-drão, podendo ser acrescida das eventuais grati-ficações pecuniárias estabelecidas em lei.

Art. 19. Os servidores ocupantes dos cargos da carreira ora criada, quando investidos em fun-ção de confiança, perceberão a remuneração do

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cargo efetivo acrescida do valor da função para a qual forem designados.

Art. 20. As tabelas de vencimentos básicos são as previstas no Anexo I desta Lei.

Art. 21. Por triênio de efetivo serviço público, será concedido automaticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, cal-culado sobre o vencimento básico percebido.

Art. 22. O servidor, ao completar quinze e vinte e cinco anos de serviço público, passará a perce-ber, respectivamente, o adicional de 15% (quin-ze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento), calculados sobre o vencimento básico.

§ 1º A concessão do adicional de 25% (vin-te e cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento) anteriormente concedi-do.

§ 2º Para efeito de concessão dos adicio-nais, será computado o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal pres-tado à administração direta, autarquias e fundações de direito público.

CAPÍTULO VII DO QUADRO DE CARGOS

EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS

Art. 23. O Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Defensoria Pública do Estado fica constituído da seguinte forma:

Nº Cargo/Função Padrão 01 Diretor-Geral CC-DP/FG-DP 12 05

Assessor Superior CC-DP/FG-DP 12 01

Coordenador da Auditoria e Controle Inter-no CC-DP/FG-DP 11 01

Coordenador da Comissão Permanente de Licitações CC-DP/FG-DP 11 04

Diretor CC-DP/FG-DP 10 05

Assessor Especial CC-DP/FG-DP 10 01

Coordenador da Assessoria de Segurança Institucional CC-DP/FG-DP 10 01

Coordenador-Adjunto da Assessoria de Se-gurança Institucional CC-DP/FG-DP 09 01

Coordenador da Assessoria de Comunica-ção CC-DP/FG-DP 10 01

Coordenador do Cerimonial CC-DP/FG-DP 10 01

Coordenador do Gabinete Biomédico CC--DP/FG-DP 10 01

Coordenador de Secretaria do Defensor Pú-blico-Geral CC-DP/FG-DP 09 03

Coordenador de Secretaria de Subdefensor Público-Geral CC-DP/FG-DP 09 01

Coordenador de Secretaria do Conselho Su-perior CC-DP/FG-DP 09 01

Coordenador de Secretaria da Corregedo-ria-Geral CC-DP/FG-DP 09 02

Assessor da Corregedoria-Geral CC-DP/FG--DP 09 08 Assessor I CC-DP/FG-DP 09 01

Gerente de Projetos CC-DP/FG-DP 09 15

Coordenador de Unidade CC-DP/FG-DP 09 01

Coordenador da Assessoria de Jurisprudên-cia e Informação CC-DP/FG-DP 08 03

Assessor da Direção-Geral CC-DP/FG-DP 08 09

Coordenador Administrativo CC-DP/FG-DP 08 02

Coordenador de Secretaria CC-DP/FG-DP 06 04

Assessor II CC-DP/FG-DP 05 03 Assessor III CC-DP/FG-DP 03

§ 1º Os cargos criados serão ocupados, pre-ferencialmente, por servidores públicos, caso em que perceberão a função gratifica-da correspondente.

§ 2º A designação de servidor público para o exercício de função gratificada bloqueará o cargo em comissão correspondente.

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§ 3º Os padrões remuneratórios são os constantes no Anexo II.

§ 4º Os cargos em comissão ou funções gra-tificadas poderão, a critério do Defensor Público-Geral, ser providos em regime es-pecial, tendo o vencimento ou gratificação do respectivo padrão multiplicado por 2,3 (dois inteiros e três décimos).

§ 5º A escolaridade e as atribuições para o provimento dos cargos em comissão e fun-ções gratificadas de que trata o “caput” des-te artigo são os constantes do Anexo IV.

Art. 24. Os titulares dos cargos em comissão ou funções gratificadas perceberão gratificação de representação, exerça o servidor cargo em co-missão ou função gratificada, calculada sobre o valor do cargo em comissão correspondente, nos percentuais constantes no Anexo III.

Parágrafo único. A gratificação de represen-tação poderá, a critério do Defensor Públi-co-Geral, ser fixada em percentual diverso da correspondência estabelecida no Anexo III, limitada em 75% (setenta e cinco por cento).

Art. 25. Os cargos em comissão e as funções gratificadas criados pela Lei nº 10.306, de 5 de dezembro de 1994, e alterações, que cria o Qua-dro de Cargos em Comissão e Funções Gratifica-das na Defensoria Pública do Estado e dá outras providências, serão extintos na medida em que houver provimento para os cargos em comissão e funções gratificadas criados no art. 23 desta Lei.

CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E

TRANSITÓRIAS

Art. 26. Os quantitativos de cargos efetivos des-ta Lei não são vinculados às localidades de no-meação ou de lotação e podem ser livremente remanejados conforme a necessidade de servi-ço, por ato do Defensor Público-Geral do Esta-do.

Art. 27. No âmbito da Defensoria Pública do Es-tado é vedada a nomeação ou designação, para os cargos em comissão e funções gratificadas, de cônjuge, companheiro, parente natural, civil ou afim, em linha reta ou colateral, até o tercei-ro grau, inclusive, de qualquer Defensor Público vinculado e de servidor investido em cargo de direção, de chefia ou de assessoramento.

Art. 28. Ficam excepcionadas, nas hipóteses do art. 27, as nomeações ou designações de servidores ocupantes de cargo de provimen-to efetivo do Quadro de Pessoal da Defensoria Pública do Estado, admitidos por concurso pú-blico, observadas a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo de origem, a qualificação profissional do servidor e a complexidade ine-rentes ao cargo em comissão ou à função grati-ficada a ser exercida, vedada, em qualquer caso, a nomeação ou designação para servir subordi-nado ao membro ou servidor determinante da incompatibilidade.

Art. 29. As vedações previstas no art. 27 com-preendem o ajuste mediante designações recí-procas envolvendo outros órgãos da Adminis-tração Pública Direta e Indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-deral e dos Municípios.

Art. 30. As vedações previstas no art. 27 não se aplicam quando a nomeação ou designação do servidor para ocupar cargo comissionado ou função gratificada for anterior ao ingresso do agente ou do servidor gerador da incompa-tibilidade, bem como quando o início da união estável ou o casamento for posterior ao tempo em que ambos os cônjuges ou conviventes já es-tavam no exercício dos cargos ou funções, em situação que não caracterize ajuste prévio para burlar a proibição legal, vedada, em qualquer caso, a nomeação ou designação para servir su-bordinado ao membro ou servidor que determi-naria a incompatibilidade.

Art. 31. O vínculo de parentesco com membro ou servidor investido em cargo de direção, de chefia ou de assessoramento já falecido ou apo-sentado não é considerado situação geradora de incompatibilidade para efeito da vedação do

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art. 27, bem como os antigos vínculos por casa-mento ou por união estável com agente ou com servidor investido em cargo de direção, de che-fia ou de assessoramento, desde que a dissolu-ção da referida sociedade conjugal ou de fato não tenha sido levada a efeito em situação que caracterize ajuste para burlar a proibição legal.

Art. 32. O servidor nomeado ou designado de-verá, antes da posse, declarar por escrito se tem ou não relação familiar ou de parentesco que importe a prática de alguma das condutas veda-das nos arts. 27 e 29 desta Lei.

Art. 33. Aplica-se ao Quadro de Pessoal dos Ser-viços Auxiliares da Defensoria Pública do Estado o Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servi-dores Civis do Estado do Rio Grande do Sul (Lei Complementar nº 10.098/1994 e alterações) e a legislação estatutária complementar pertinen-te, nas disposições, direitos, vantagens e obriga-ções omissas nesta Lei, no que couberem.

Art. 34. Os servidores aposentados e os que, em atividade, tiverem incorporado vantagens rela-tivas aos cargos em comissão ou funções grati-ficadas da Defensoria Pública do Estado, cujos padrões e denominação foram modificados por esta Lei, terão seus proventos ou vencimentos mantidos inalterados no que se refere ao pa-drão da CC/FG DP e à gratificação de represen-tação incorporada.

Art. 35. As despesas decorrentes desta Lei cor-rerão à conta de dotações orçamentárias pró-prias da Defensoria Pública do Estado.

Art. 36. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 37. Revogam-se as disposições em contrá-rio. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 25 de outubro de 2011.

LEI COMPLEMENTAR Nº 13.087, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2008.

Dispõe sobre redistribuição administrativa das Comarcas entre as Coordenadorias Regionais, cria os Núcleos Especializados no âmbito da De-fensoria Pública do Estado e dá outras providên-cias.

Art. 1º Ficam criadas a Coordenadoria Regional I, a Coordenadoria Regional II, a Coordenadoria Regional III e a Coordenadoria das Casas Prisio-nais, responsáveis pela gestão administrativa dos escritórios da Defensoria Pública nas co-marcas do Estado do Rio Grande do Sul.

§ 1º As Coordenadorias Regionais e a Co-ordenadoria das Casas Prisionais serão coordenadas por Defensores Públicos, de-signados pelo Defensor Público-Geral, de-nominados Coordenadores Regionais, com-petindo-lhes as seguintes atribuições:

I – integrar e orientar as atividades desen-volvidas pelos Defensores Públicos que

atuem na comarca de sua área de compe-tência;

II – encaminhar ao Defensor Público-Geral os pedidos de férias e licenças dos mem-bros da Defensoria Pública que atuem na comarca de sua área de competência;

III – remeter mensalmente ao Defensor Pú-blico-Geral e ao Corregedor-Geral relatório de atividades dos Defensores Públicos que atuem na comarca de sua área de compe-tência;

IV – exercer as funções que lhe forem atri-buídas ou delegadas pelo Defensor Público--Geral.

§ 2º As comarcas serão distribuídas em cada uma das Coordenadorias Regionais na for-ma de ato administrativo a ser editado pelo Defensor Público-Geral.

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§ 3º À Coordenadoria das Casas Prisionais compete coordenar e orientar as atividades desenvolvidas pelos Defensores Públicos que atuam nos estabelecimentos prisionais e nas Varas das Execuções Criminais do Es-tado.

Art. 2º Fica criado, no âmbito da Defensoria Pública do Estado, o Centro de Apoio Operacio-nal, órgão auxiliar das atividades funcionais da Defensoria Pública, vinculado ao Gabinete do Defensor Público-Geral, detendo as seguintes atribuições, dentre outras definidas em regula-mento:

I – exercer a coordenação dos núcleos espe-cializados;

II – promover o intercâmbio e a integração entre os núcleos e órgãos de execução que atuem na mesma área, inclusive para efeito de atuação uniforme, respeitada a indepen-dência funcional;

III – reunir, periodicamente, os membros dos Núcleos Especializados, com o objetivo de avaliação, planejamento e identificação de metas a serem alcançadas;

IV – zelar pelo cumprimento das obrigações da Defensoria Pública, decorrentes de pro-jetos e convênios firmados;

V – receber pedidos e expedientes, encami-nhando para os núcleos especializados ou para os respectivos órgãos de execução;

VI – remeter, anualmente, na primeira quin-zena de fevereiro, ao Defensor Público-Ge-ral, relatório geral das atividades do Centro de Apoio Operacional, contendo o relatório das atividades de cada Núcleo;

VII – promover e/ou apoiar a realização de estudos, pesquisas, seminários, cursos, palestras ou outros eventos que sirvam de subsídios aos membros da Defensoria Públi-ca no desempenho de suas funções;

VIII – exercer outras funções compatíveis com suas finalidades, definidas em ato pelo Defensor Público-Geral.

Parágrafo único. O Centro de Apoio Opera-cional será coordenado por Defensor Públi-co designado pelo Defensor Público-Geral, sendo denominado Coordenador.

Art. 3º Ficam criados, no âmbito da Defensoria Pública do Estado, os seguintes Núcleos Espe-cializados:

I – Núcleo de Família e de Defesa da Mulher Vítima de Violência;

II – Núcleo da Infância e Juventude;

III – Núcleo de Defesa do Consumidor e de Tutelas Coletivas;

IV – Núcleo de Tutela da Saúde;

V – Núcleo de Direito Processual;

VI – Núcleo Penal;

VII – Núcleo de Regularização Fundiária;

VIII – Núcleo de Direitos Humanos.

§ 1º Os Núcleos Especializados serão diri-gidos por Defensor Público, denominado Dirigente, designado pelo Defensor Público--Geral, recaindo a escolha entre integrantes da carreira com reconhecida atuação na área ou com titulação acadêmica referente à matéria.

§ 2º Os Núcleos Especializados contarão com Regimentos Internos e Projetos de Atu-ação específicos para cada área de atuação.

§ 3º Os Núcleos Especializados serão provi-dos, preferencialmente, por Defensores Pú-blicos com atuação nas Centrais de Ajuiza-mento, exceção feita ao Núcleo de Direitos Humanos, dada a peculiaridade do trabalho desempenhado.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Revogam-se os arts. 9º e 11 da Lei Com-plementar nº 10.194, de 30 de maio de 1994. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 04 de de-zembro de 2008.

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LEI Nº 13.536, DE 09 DE NOVEMBRO DE 2010.

Cria e regulamenta a Ouvidoria-Geral da Defen-soria Pública do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Art. 1º Fica criada a Ouvidoria-Geral, órgão au-xiliar da Defensoria Pública do Estado de pro-moção da qualidade dos serviços prestados pela Instituição.

Parágrafo único. A Ouvidoria-Geral contará com servidores da Defensoria Pública do Es-tado e com a estrutura definida pelo Con-selho Superior após proposta do Ouvidor--Geral.

Art. 2º O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do Es-tado, dentre cidadãos de reputação ilibada, não integrante das carreiras jurídicas de Estado e de Governo, indicados em lista tríplice formada pela sociedade civil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.

§ 1º O Conselho Superior editará norma re-gulamentando a elaboração da lista tríplice.

§ 2º O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Defensor Público-Geral do Estado.

§ 3º O cargo de Ouvidor-Geral será exercido em regime de dedicação exclusiva e será re-munerado por subsídio correspondente ao de Defensor Público do Estado do Rio Gran-de do Sul da classe inicial.

Art. 3º À Ouvidoria-Geral compete:

I – receber e encaminhar ao Corregedor--Geral representação contra membros e servidores da Defensoria Pública do Estado, assegurada a defesa preliminar;

II – propor aos órgãos de administração su-perior da Defensoria Pública do Estado me-didas e ações que visem à consecução dos princípios institucionais e ao aperfeiçoa-mento dos serviços prestados;

III – elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, que conterá também as medidas propostas aos órgãos competentes e a descrição dos resultados obtidos;

IV – participar, com direito a voz, do Conse-lho Superior da Defensoria Pública do Esta-do;

V – promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil;

VI – estabelecer meios de comunicação di-reta entre a Defensoria Pública e a socieda-de, para receber sugestões e reclamações, adotando as providências pertinentes e in-formando o resultado aos interessados;

VII – contribuir para a disseminação das formas de participação popular no acom-panhamento e na fiscalização da prestação dos serviços realizados pela Defensoria Pú-blica;

VIII – manter contato permanente com os vários órgãos da Defensoria Pública do Esta-do, estimulando-os a atuar em permanente sintonia com os direitos dos usuários;

IX – coordenar a realização de pesquisas pe-riódicas e produzir estatísticas referentes ao índice de satisfação dos usuários, divulgan-do os resultados.

Parágrafo único. As representações podem ser apresentadas por qualquer pessoa, in-clusive pelos próprios membros e servido-res da Defensoria Pública do Estado, entida-de ou órgão público.

Art. 4º A destituição do Ouvidor-Geral será pre-cedida de prévia iniciativa do Conselho Superior da Defensoria Pública, mediante votação de 2/3 (dois terços) de seus membros, em decisão mo-tivada, em caso de abuso de poder ou ato de improbidade, assegurando-se o contraditório e a ampla defesa.

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Art. 5º As despesas decorrentes desta Lei serão atendidas pelas dotações orçamentárias pró-prias.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 09 de novembro de 2010. FIM DO DOCUMENTO

LEI COMPLEMENTAR Nº 13.484, DE 19 DE JULHO DE 2010.

Regulamenta a composição e a formação do Conselho Superior da Defensoria Pública do Es-tado e dá outras providências.

Art. 1º O Conselho Superior da Defensoria Pú-blica do Estado será composto pelo Defensor Público-Geral, Subdefensor Público-Geral, Cor-regedor-Geral e Ouvidor-Geral, como membros natos, e por 6 (seis) Defensores Públicos ativos e estáveis na carreira, a serem eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos os membros ativos da carreira.

§ 1º O Ouvidor-Geral participará do Conse-lho Superior exclusivamente com direito à voz.

§ 2º O presidente da entidade de classe de maior representatividade dos membros da Defensoria Pública do Estado terá assento e voz nas reuniões do Conselho Superior.

§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para mandato de 2 (dois) anos, per-mitida 1 (uma) reeleição.

Art. 2º O Conselho Superior da Defensoria Pú-blica do Estado é presidido pelo Defensor Públi-co-Geral, que terá voto de qualidade, exceto em matéria disciplinar.

Art. 3º São elegíveis ao Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado os membros ati-vos e estáveis da Defensoria Pública que não es-tejam afastados da carreira.

Parágrafo único. Para investidura como membro do Conselho Superior, não po-derão ocorrer as hipóteses previstas para perda e suspensão do mandato, conforme disciplinadas por esta Lei Complementar e

pelo Regimento Interno do Conselho Supe-rior da Defensoria Pública do Estado.

Art. 4º As eleições serão realizadas em confor-midade com resolução editada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, ob-servadas as seguintes disposições, além daque-las estabelecidas por esta Lei Complementar:

I – a Comissão Eleitoral, composta por no mínimo 3 (três) Defensores Públicos e igual número de suplentes, será escolhida pelo Conselho Superior dentre os membros ati-vos, estáveis e não afastados, sendo presi-dida, dentre estes, pelo Defensor Público mais antigo na carreira;

II – serão considerados candidatos à forma-ção do Conselho Superior os Defensores Pú-blicos elegíveis que se habilitarem na forma e no prazo previstos na resolução a que alu-de o “caput” deste artigo;

III – não havendo, em alguma das classes da carreira, candidatos habilitados para forma-ção do Conselho Superior e para a respec-tiva suplência, serão considerados elegíveis todos os Defensores Públicos componentes daquela classe;

IV – para fins de organização do pleito, a nominata dos Defensores Públicos candida-tos observará a ordem alfabética, dentro da respectiva classe, na cédula eleitoral ou na urna eletrônica;

V – na votação para formação do Conselho Superior, cada Defensor Público terá direito a até 6 (seis) votos, dispondo o eleitor de 1 (um) voto para cada uma das classes, e de 2 (dois) votos livres dentre todas as classes,

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em candidatos obrigatoriamente distintos, sob pena de nulidade total do voto.

Art. 5º Serão considerados eleitos os Defenso-res Públicos candidatos mais votados, na se-guinte ordem:

I – os 2 (dois) Defensores Públicos mais vo-tados no cômputo geral dos votos válidos, independentemente da classe da carreira a que pertençam;

II – o Defensor Público mais votado de cada uma das classes da carreira, após a apura-ção dos mais votados no cômputo geral dos votos, conforme dispõe o inciso I.

§ 1º A classe do Defensor Público eleito será considerada tão somente para fins de in-gresso no Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, não havendo perda de mandato em razão de eventual promoção ou qualquer ato que importe em mudança de classe do Defensor Público Conselheiro.

§ 2º Serão considerados membros suplen-tes do Conselho Superior, a serem convo-cados para atuarem nas hipóteses previstas no Regimento Interno do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado:

I – os 2 (dois) Defensores Públicos mais vo-tados no cômputo geral dos votos válidos, não eleitos conforme os termos dos incisos I e II do “caput” deste artigo;

II – o Defensor Público mais votado de cada uma das classes da carreira, excluídos os eleitos conforme os incisos I e II do “caput” deste artigo e os suplentes dos Defensores Públicos Conselheiros mais votados, nos termos do inciso I, deste parágrafo.

Art. 6º O Defensor Público Conselheiro eleito perderá o mandato:

I – quando, durante o seu mandato faltar, injustificadamente, a 3 (três) sessões conse-cutivas ou a 5 (cinco) alternadas, indepen-dente da natureza da reunião, implicando a imediata assunção do membro suplente à titularidade, respeitado o procedimento

disposto no Regimento Interno previsto no “caput” deste artigo;

II – em decorrência dos afastamentos pre-vistos no art. 49, incisos V, VI, XIV e XVIII, da Lei Complementar nº 11.795, de 22 de maio de 2002, que dispõe sobre o Estatuto dos Defensores Públicos do Estado do Rio Gran-de do Sul, bem como do afastamento para prestação de concurso ou prova de habilita-ção para concorrer a cargo público, confor-me previsto na primeira parte do inciso XII do art. 49, da referida Lei Complementar;

III – exercer mandatos, cargos ou funções de direção, coordenação e assessoramento na Administração da Defensoria Pública do Estado ou na entidade de classe de maior representatividade dos Defensores Públi-cos;

IV – em caso de aposentadoria;

V – em caso de renúncia.

Parágrafo único. As hipóteses de suspensão do mandato e de atuação dos suplentes se-rão disciplinadas no Regimento Interno do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.

Art. 7º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário, em especial o art. 15 da Lei Complementar nº 9.230, de 6 de fevereiro de 1991. PALÁCIO PIRA-TINI, em Porto Alegre, 19 de julho de 2010.

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Questões

1. (DPE-RS – 2013 FCC – Técnico – Área Admi-nistrativa)

A função estabelecida constitucionalmente à Defensoria Pública consiste em

a) defender a ordem jurídica, o regime de-mocrático e os interesses sociais e indi-viduais indisponíveis.

b) desempenhar as atividades de consul-toria e assessoramento jurídico do Po-der Executivo.

c) promover a orientação jurídica e a de-fesa, em todos os graus, dos necessita-dos.

d) fiscalizar as atividades desempenhadas pelo Poder Executivo e a implantação de políticas públicas essenciais.

e) elaborar projetos de lei voltados à me-lhoria das condições de vida da popula-ção carente e à erradicação da pobreza.

2. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

O Defensor Público-Geral do Estado exerce a chefia institucional e

a) é nomeado pelo Governador do Esta-do dentre os cinco Defensores Públicos mais votados em eleição realizada atra-vés do voto secreto, plurinominal e fa-cultativo dos membros da instituição.

b) deve integrar a classe especial da car-reira de Defensor Público e ter mais de 35 anos de idade.

c) exerce, isoladamente, o poder normati-vo no âmbito da Defensoria Pública do Estado.

d) preside o Conselho Superior, sem direi-to a voto.

e) profere decisões nas sindicâncias e processos administrativos disciplinares

promovidos pela Corregedoria-Geral da Defensoria Pública.

3. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

O Ouvidor-Geral da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul

a) é escolhido pelo Conselho Superior da Defensoria Pública dentre Defensores Públicos de classe especial da carreira, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

b) exerce cargo em regime de dedicação parcial e mediante mandato de dois anos, vedada a recondução.

c) possui entre suas atribuições a proposi-tura aos órgãos de administração supe-rior da Defensoria Pública de medidas para o aperfeiçoamento dos serviços prestados.

d) não pode ser integrante de carreira ju-rídica de Estado e de Governo e é no-meado pelo Governador do Estado para mandato de dois anos, vedada a recon-dução.

e) integra, como membro nato, o Conse-lho Superior da Defensoria Pública, com direito a voz e a voto. Caderno de Prova ’P16’, Tipo

As questões a seguir de números 4 a 8 re-ferem-se à Lei Complementar Federal no 80/94.

4. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

A Defensoria Pública do Estado, ao abrir concurso público e prover os cargos de suas carreiras e dos serviços auxiliares, está agin-do em observância

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a) aos princípios institucionais da unidade e indivisibilidade.

b) à sua autonomia funcional e adminis-trativa.

c) à sua competência legislativa. d) aos princípios institucionais da unidade

e inamovibilidade. e) ao princípio da máxima efetividade dos

direitos fundamentais.

5. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

A assistência jurídica integral e gratuita prestada pela Defensoria Pública do Estado NÃO abrange

a) a atuação na esfera administrativa do Estado, em defesa dos interesses do as-sistido.

b) a atuação, como regra, em matérias de competência da Justiça Federal.

c) a tutela de interesses difusos e coleti-vos.

d) a utilização de mecanismos alternativos de solução de conflitos, como a conci-liação e a mediação.

e) o atendimento interdisciplinar.

6. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

Em relação aos órgãos que integram a De-fensoria Pública do Estado, é correto afir-mar que

a) a Corregedoria-Geral e a Ouvidoria-Ge-ral são órgãos auxiliares da Defensoria Pública do Estado.

b) o Conselho Superior e os Núcleos Espe-cializados da Defensoria Pública são ór-gãos de administração superior.

c) o Corregedor-Geral, enquanto órgão da administra- ção superior, substitui o Defensor Público-Geral nas suas férias, ausências e impedimentos.

d) a Defensoria Pública-Geral e a Ouvido-ria-Geral são órgãos de administração superior.

e) a Subdefensoria Pública-Geral e a Cor-regedoria-Geral são órgãos de adminis-tração superior.

7. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

Em relação à Corregedoria-Geral da Defen-soria Pública do Estado, é correto afirmar que

a) o Corregedor-Geral é nomeado pelo Governador do Estado, em razão da independência necessária para desem-penhar suas funções de fiscalização e orientação.

b) possui competência para decidir acerca da exonera- ção de membro ou servidor da Defensoria Pública do Estado.

c) tem a atribuição de rever as decisões dos Defensores Públicos em caso de re-cusa de atuação, podendo designar ou-tro Defensor para prosseguir no atendi-mento do assistido.

d) possui a atribuição de baixar normas visando à regularidade e ao aperfeiço-amento das atividades da Defensoria Pública, resguardada a independência funcional de seus membros.

e) deve encaminhar, à Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública, cópia das represen-tações recebidas contra membros e ser-vidores da instituição.

8. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

A atuação da Defensoria Pública do Estado, por seus Núcleos ou Núcleos Especializa-dos, deve dar prioridade

a) às cidades mais distantes da Capital e que não sejam sede de comarca do Po-der Judiciário.

b) à atuação em demandas coletivas. c) à atuação na esfera administrativa. d) às cidades com maior número de habi-

tantes.

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DPE-RS (Analista - Área Administração) – Legislação Institucional – Prof. Pedro Kuhn

e) às regiões com maiores índices de ex-clusão social e adensamento populacio-nal.

9. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

O estágio probatório do servidor da Defen-soria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos da Lei Complementar Esta-dual no 13.821/11, tem como característica

a) a duração pelo período de dois anos, durante o qual o servidor será subme-tido à avaliação psicológica e psiquiátri-ca.

b) a não suspensão da contagem do perí-odo de está- gio durante as licenças e afastamentos não previstos constitucio-nalmente.

c) a submissão do servidor à avaliação es-pecial de desempenho, como condição obrigatória para aquisição da estabilida-de.

d) a duração pelo período de três anos e a exigência, como condição para aquisi-ção da estabilidade, apenas do não co-metimento de falta funcional grave.

e) a sua previsão tanto para os cargos de provimento efetivo, quanto para os car-gos comissionados.

10. (DPE-RS – 2013 – FCC – Técnico – Área Ad-ministrativa)

De acordo com a Lei Complementar Estadu-al no 13.484/10, que regulamenta a compo-sição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, sua formação contempla

a) quatro membros natos, entre os quais o Defensor Público-Geral e o Corregedor--Geral.

b) como membros eleitos, o Corregedor--Geral e o Ouvidor-Geral.

c) a igualdade entre o número de mem-bros natos e eleitos.

d) quatro membros eleitos e cinco mem-bros natos.

e) seis membros natos, entre os quais o Defensor Pú- blico-Geral e o Correge-dor-Geral.

11. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

A Constituição Federal brasileira, em seu ar-tigo 134, e a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, em seu artigo 120, asseve-ram que a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado. Nesse sentido, pode-se afirmar que

a) em todos os processos judiciais deve haver a intervenção da Defensoria Pú-blica.

b) a Defensoria Pública é órgão do Poder Judiciário.

c) a assistência jurídica integral e gratuita prestada pela Defensoria Pública as-segura, em igualdade de condições, o acesso à justiça pelos necessitados.

d) compete à Defensoria Pública o exercí-cio da função jurisdicional do Estado.

e) a organização da Defensoria Pública do Estado está vinculada à organização do Poder Judiciário, devendo prever um número equivalente de Defensores e Juízes em cada comarca.

12. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

A Defensoria Pública do Estado possui, em razão de expressa previsão constitucional (art. 134, § 2º , da Constituição Federal bra-sileira), autonomia administrativa e funcio-nal, que lhe assegura

a) a eficácia plena e a executoriedade imediata de suas decisões, ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas.

b) o exercício de suas funções institucio-nais livre de pressões, uma vez que não está sujeita a controles externos.

c) independência em relação ao Poder Executivo, não mais o integrando.

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d) a competência legislativa de seu Conse-lho Superior.

e) a possibilidade de criação de cargos por ato administrativo do Defensor Público--Geral, após a análise pelo Conselho Su-perior.

13. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

A Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul tem como fun-ção a promoção da qualidade dos serviços prestados pela instituição, competindo-lhe

a) instaurar processo disciplinar contra membros e servidores da instituição, em razão de representações encami-nhadas pela Corregedoria-Geral.

b) ingressar com ações judiciais visando à melhoria da qualidade do atendimento dos usuários.

c) promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil.

d) votar em processos com matérias re-ferentes ao atendimento dos usuários que tramitem no Conselho Superior da Defensoria Pública.

e) rever eventual decisão de Defensor Pú-blico que tenha ensejado recusa de atu-ação.

14. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

Quanto ao Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, é correto afirmar que

a) possui seis membros eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e se-creto dos membros da carreira de De-fensor Público.

b) seus membros eleitos possuem manda-to de dois anos, vedada a reeleição.

c) o Ouvidor-Geral é membro eleito e par-ticipa exclusivamente com direito à voz.

d) são elegíveis os membros ativos e inati-vos da carreira de Defensor Público.

e) sua composição é formada, majoritaria-mente, por membros natos.

Atenção: As questões de números 15 a 18 referem-se à Lei Complementar Federal no 80/94.

15. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

É direito da pessoa assistida pela Defensoria Pública do Estado

a) a escolha do Defensor Público que irá realizar o seu atendimento e acompa-nhar eventual demanda.

b) a atuação de Defensores Públicos dis-tintos, quando verificada a existência de interesse colidente com outro assis-tido.

c) não se submeter à avaliação de sua si-tuação econômico-financeira, sem que isso importe em prejuízo ao seu atendi-mento.

d) a escolha do local e horário de seu aten-dimento.

e) a designação de outro Defensor Públi-co, quando discordar da ação judicial proposta.

16. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

A substituição legal do Defensor Público--Geral do Estado, em suas faltas, licenças, férias e impedimentos, compete ao

a) Corregedor-Geral. b) membro mais antigo do Conselho Supe-

rior. c) Defensor-Geral Adjunto. d) Subdefensor Público-Geral. e) Defensor Público de classe especial

mais antigo em exercício.

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DPE-RS (Analista - Área Administração) – Legislação Institucional – Prof. Pedro Kuhn

17. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

Ao estabelecer normas gerais para a orga-nização da Defensoria Pública nos Estados, a referida Lei Complementar Federal prevê

a) a possibilidade de criação de Defenso-rias Públicas Municipais.

b) a nomeação do Corregedor-Geral da Defensoria Pública pelo Governador do Estado.

c) a subordinação hierárquica entre a De-fensoria Pública Estadual e a Defensoria Pública da União.

d) a eleição direta do Defensor Público--Geral, sem a intervenção do Chefe do Poder Executivo Estadual.

e) que a organização da Defensoria Públi-ca do Estado deve primar pela descen-tralização.

18. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

O plano de atuação da Defensoria Pública do Estado

a) deve ser aprovado pelo Conselho Supe-rior da Defensoria Pública, após ampla divulgação.

b) deve ser apresentado por cada Defen-sor Público à Corregedoria-Geral, como requisito para confirma- ção no estágio probatório.

c) consiste em documento obrigatório a ser apresentado previamente pelos candidatos ao cargo de Defensor Pú-blico-Geral, contendo as propostas de campanha.

d) é elaborado pela Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública.

e) deve ser aprovado por lei complemen-tar estadual.

19. (DPE-RS – 2013 – FCC – Analista Processu-al)

O plano de carreira previsto pela Lei Com-plementar Estadual nº 13.821/11 possui distintas classes e padrões de vencimentos, que podem ser alcançados pelos servidores do Quadro de Pessoal dos Serviços Auxilia-res da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul através da

a) promoção, para a elevação de um pa-drão de vencimento para outro supe-rior, e da progressão, para o alcance de classe mais elevada.

b) promoção, entre as diversas classes e padrões de vencimento existentes.

c) progressão, entre os cinco padrões de vencimento em cada uma das classes, e da promoção, entre as três classes exis-tentes.

d) progressão, entre as diversas classes e padrões de vencimentos existentes.

e) progressão, entre os três padrões de vencimento em cada uma das classes, e da promoção, entre as cinco classes existentes.

Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. B 5. B 6. E 7. D 8. E 9. C 10. A 11. C 12. A 13. C 14. C 15. B 16. D 17. E  18. A 19. C