legislação especial - aula 00(1)

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL P/ ANALISTAS – TJDFT PROFESSOR: MARCOS GIRÃO www.pontodosconcursos.com.br AULA – 00 Estimados alunos, Primeiramente gostaria de compartilhar minha alegria e privilégio em tê- lo como meu aluno nessa jornada preparatória para o excelente e já autorizado concurso para Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, o nosso TJDFT!! Sou Marcos Girão, servidor público federal do Banco Central do Brasil. Atualmente exerço minhas funções de Técnico no Departamento de Segurança do Banco em Brasília. Exerço atividades de gestão da segurança patrimonial, em especial, coordenando um Grupo de Trabalho que estuda, pesquisa e implementa ações e atividades voltadas à Gestão de Riscos Operacionais e Continuidade de Negócios. Fui também colaborador em outro importante Grupo de Trabalho que desenvolveu a Política de Segurança do Banco Central e o Plano Diretor de Segurança do Banco para o biênio 2012-2014. Sou graduado em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba, e Pós- graduando em Segurança Pública pela Faculdade Darcy Ribeiro. Minha experiência no ensino para concursos públicos começou em 2009, ministrando aulas presenciais de Legislação de Trânsito, fruto de experiência como estudante dessa disciplina durante os dois anos anteriores. Fui professor titular de cursos preparando alunos em aulas presenciais para os concursos da Polícia Rodoviária Federal 2009 e Tribunal Regional do Trabalho do Ceará 2009. No ano de 2010 ministrei também cursos presenciais para o concurso do Ministério Público da União (MPU), para o cargo de Técnico em Segurança e Transportes. Em paralelo, desenvolvi curso on-line na área para o mesmo certame MPU. Ainda no ano de 2010, concorrendo a um dos concursos mais disputados do país, logrei aprovação para o cargo de Técnico do Banco Central do Brasil (área de segurança). Aí, amigos, não perdi tempo!!! A partir também das muitas horas dedicadas de estudo nas disciplinas relativas à Segurança Corporativa, dos variados cursos oferecidos pelo Banco nos quais participei, iniciei o desenvolvimento de mais um projeto de ensino: Segurança Corporativa para Concursos. Em 2011, com um formato inédito de curso, mesclando as áreas de TRÂNSITO e SEGURANÇA, ministrei modéstia à parte, com enorme sucesso,

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL P/ ANALISTAS – TJDFT PROFESSOR: MARCOS GIRÃO

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AULA – 00

Estimados alunos,

Primeiramente gostaria de compartilhar minha alegria e privilégio em tê-lo como meu aluno nessa jornada preparatória para o excelente e já autorizado concurso para Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, o nosso TJDFT!!

Sou Marcos Girão, servidor público federal do Banco Central do Brasil. Atualmente exerço minhas funções de Técnico no Departamento de Segurança do Banco em Brasília. Exerço atividades de gestão da segurança patrimonial, em especial, coordenando um Grupo de Trabalho que estuda, pesquisa e implementa ações e atividades voltadas à Gestão de Riscos Operacionais e Continuidade de Negócios. Fui também colaborador em outro importante Grupo de Trabalho que desenvolveu a Política de Segurança do Banco Central e o Plano Diretor de Segurança do Banco para o biênio 2012-2014.

Sou graduado em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba, e Pós-graduando em Segurança Pública pela Faculdade Darcy Ribeiro.

Minha experiência no ensino para concursos públicos começou em 2009, ministrando aulas presenciais de Legislação de Trânsito, fruto de experiência como estudante dessa disciplina durante os dois anos anteriores. Fui professor titular de cursos preparando alunos em aulas presenciais para os concursos da Polícia Rodoviária Federal 2009 e Tribunal Regional do Trabalho do Ceará 2009.

No ano de 2010 ministrei também cursos presenciais para o concurso do Ministério Público da União (MPU), para o cargo de Técnico em Segurança e Transportes. Em paralelo, desenvolvi curso on-line na área para o mesmo certame MPU.

Ainda no ano de 2010, concorrendo a um dos concursos mais disputados do país, logrei aprovação para o cargo de Técnico do Banco Central do Brasil (área de segurança). Aí, amigos, não perdi tempo!!! A partir também das muitas horas dedicadas de estudo nas disciplinas relativas à Segurança Corporativa, dos variados cursos oferecidos pelo Banco nos quais participei, iniciei o desenvolvimento de mais um projeto de ensino: Segurança Corporativa para Concursos.

Em 2011, com um formato inédito de curso, mesclando as áreas de TRÂNSITO e SEGURANÇA, ministrei modéstia à parte, com enorme sucesso,

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cursos presenciais e cursos on-line em Fortaleza-CE e em Brasília-DF voltados para os concursos:

TRF 1ª Região, TRT-RJ, TRT-RS: Técnico Judiciário Espec. Segurança

SES/DF – Técnico de Saúde Especialidade Motorista

Bombeiros/DF – Bombeiro militar Operador e Condutor de Viatura

DETRAN/MT – Todos os cargos nível médio e superior

Guarda Municipal de Recife – Trânsito

Tribunal de Justiça Rio Grande do Sul - Guarda de Segurança

Agente de Policiamento e Fiscalização de Trânsito – DETRAN/DF

TRF 2ª Região: Técnico de Segurança e Transportes

Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal

Senado Federal: Policial Legislativo

Superior Tribunal de Justiça: Analista Judiciário - Área Judiciária

Polícia Federal 2012 - Agente e Papiloscopista

Nestes certames, tive e estou tendo a honra de compartilhar inúmeras aprovações de vários de meus alunos!!

Mais aí vem a sua pergunta: mas qual mesmo é sua experiência em concursos públicos, professor?

Bom, vamos a elas!!

APROVAÇÕES EM CONCURSOS PÚBLICOS

• BANCO CENTRAL DO BRASIL 2010 – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL

• MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO 2008 – AGENTE ADIMINISTRATIVO

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• MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO 2009 – AGENTE ADMINISTRATIVO

• AUTARQUIA MUNICIPAL DE TRANSITO E CIDADANIA DE FORTALEZA – AMC/CE – 2008 – AGENTE DE TRANSITO E CIDADANIA

• MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 2009 – AGENTE ADMINISTRATIVO

• FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO 2010 – AGENTE DE INDIGENISMO

Pois é, desde antes de 2008 estamos na luta!!!! Mas é isso mesmo. Depois de muito estudar vieram as várias nomeações, até chegar naquela que considero até hoje a minha maior vitória:

A do BANCO CENTRAL DO BRASIL: 75 VAGAS PARA QUASE 68.000 INSCRITOS NA MINHA ÁREA!!!

Por isso que sempre digo: VALE MUITO A PENA ESTAR NA FILA ESTUDANDO, POIS UMA HORA CHEGA NOSSA VITÓRIA!!!

Bom, voltando ao assunto, nosso presente curso une, em um formato simples, sistemático e analítico, o estudo da chamada LEGISLAÇÃO ESPECIAL, uma coletânea de importantes leis que foram cobradas no último edital para os cargos de ANALISTA ÁREA JUDICIÁRA e ÁREA EXECUÇÃO DE MANDADOS do TJDFT.

Trata-se de um conjunto de Leis Federais que de alguma forma ou de outra trazem dispositivos de extremo interesse não só para o conhecimento, mas também para a vida prática de quem trabalha na área Judiciária. Cabe ressaltar, no entanto, que algumas das normas consideradas especiais pelo referido edital não serão aqui incluídas, pois têm íntima ligação com o estudo da disciplina de Direito Penal ou de Direito Processual Civil e, por isso, serão melhor abordadas pelos professores dessas matérias.

Caro aluno, percebemos que os editais de concursos cobram, na maior parte de suas questões, os aspectos penais e processuais penais dessas normas. Mas não se engane!! Cada um desses aspectos vem contextualizado dentro de um arcabouço normativo que circunscreve o seu respectivo tema. Assim, ao estudar o teor de toda a norma, com os seus principais pontos conceituais e doutrinários, você se revestirá de um entendimento mais sólido e eficiente.

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Assim, quando chegarmos aos aspectos penais e processuais penais de cada lei estudada, você perceberá que o aprendizado estará bem mais consolidado do que a simples “decoreba” de dispositivos normativos específicos.

Outra coisa: nunca se sabe EXATAMENTE o que as nossas organizadoras, em especial o CESPE, poderão cobrar! Elas devem focar mesmo nos aspectos penais e processuais penais, mas também podem cobrar o conhecimento de conceitos esparsos presentes no texto normativo. Vamos então estudar o todo, (naquilo que mais for relevante para provas, é claro), ok?

A idéia é trazer em nossas aulas uma visão prática de um concurseiro, alguém acostumado à vivência de inúmeras provas e que possa dentro da dinâmica do curso trazer dicas, macetes e bizus de como obter sucesso com o “jeito de ser” das nossas estimadas bancas, principalmente o do CESPE/UNB. Ao final do curso, você estará apto a lhe dar com as questões que versarão sobre essas Leis e que, diga-se de passagem, comporão parte do programa que terá maior peso em sua nota final!!

O último concurso do TJDFT, para os cargos acima citados, foi organizado pelo CESPE/UNB. Esta organizadora aplica a metodologia peculiar de questões cujas respostas são CERTO ou ERRADO e tem um grande histórico de provas na área.

A fim de que você, caro aluno, tenha a melhor e mais eficaz preparação possível, além do grande número de questões CESPE, trabalharemos com um mix de questões de várias outras bancas, adaptando-as para a mesma metodologia. Dessa forma você terá contato com um grande quantitativo de questões recentes que lhe proporcionarão uma excelente preparação.

Importante: o TJDFT é famosíssimo por nomear muita gente!!Para você ter uma ideia, no último certame, cuja validade foi finalizada em abril desse ano, o último candidato nomeado para o cargo de Analista Área Judiciária (03 vagas iniciais) estava na classificação de nº 1050 e para o de Analista Área Execução de Mandados (33 vagas iniciais), o de classificação nº 210!! Como você pode constatar, as chances de ser chamado nesse Tribunal são sempre muito grandes. E mais: cabe destacarmos também que esse órgão está em franca expansão construindo novas varas e fóruns pelo Distrito Federal. A hora é essa!!

Pois bem, as questões presentes em cada aula serão TODAS COMENTADAS no decorrer das explanações e, ao final da aula, estarão disponibilizadas em forma de um simulado.

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O CURSO

O nosso curso é composto de 06 aulas teóricas com todos os seus exercícios comentados, sendo 01 (uma) delas esta de apresentação.

O conteúdo programático de nosso curso será, portanto, o seguinte:

AULA 00

- Introdução ao estudo da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas)

AULA 01

- Sistema Nacional de Políticas Públicas contra as Drogas e Tráfico Ilícito de Drogas e Entorpecentes - Lei nº 11.343/2006 (completa)

AULA 02

- Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990)

AULA 03

- Crimes de tortura (Lei nº 9.455/1997).

- Crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990).

- Crimes de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965).

- Apresentação e uso de documento de identificação pessoal (Lei nº 5.553/68).

AULA 04

- Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06).

AULA 05

- Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89).

AULA 06

- Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95 e 10.259/2001).

Nesta aula iniciaremos o nosso estudo sobre a primeira Lei Especial: a Lei nº 11.343/06, a nossa famosa Lei de Drogas. É importante que a partir de

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já você tenha em mãos uma versão atualizada desta Lei, a fim de que possa reforçar os assuntos por nós trabalhados nesta e na próxima aula.

Caso ainda não tenha, você pode baixar a versão mais recente não só dessa lei, mas também das demais que aqui serão estudadas, no seguinte link:

http://www2.planalto.gov.br/presidencia/legislacao

É de suma importância, nesta primeira semana, que você dê uma lida completa neste dispositivo legal (somente nele, sem se preocupar neste momento inicial com as demais) para que possa familiarizar-se e ter uma visão geral sobre o regramento. O propósito é que você faça um voo rasante pela Lei e comece a esquentar as turbinas para o estudo de nossas aulas.

Não será nosso intuito transcrever pura e literalmente esses dispositivos legais em nossas aulas. Isso não acontecerá porque a letra da lei você já deve ter baixado (ou baixará) e, portanto, já os terá em mãos. Em nossas aulas, essas normas serão explicadas em forma de uma conversa bem sistematizada, didática, mnemônica e interessante sobre os seus principais aspectos. Faremos uma viagem em forma de bate-papo!!

Daremos um foco total nas questões CESPE, mas com a inserção de questões adaptadas de outras bancas, você terá visto e estudado, ao final do curso, repito, UM GRANDE NÚMERO DE QUESTÕES sobre os temas estudados!!

Será esse o nosso desafio como professor da Legislação Especial cobrada em seu concurso: disponibilizar a você, aluno, um material de qualidade, com abordagens completas e objetivas sobre o conteúdo das matérias, aprofundamento adequado, linguagem acessível e enfoque prático e bizurado do conteúdo abordado.

Por todo o exposto, é hora de acelerar os estudos, pois logo em breve o edital estará na praça e com intervalo curto entre a data de sua publicação e a da aplicação das provas!!

Vamos então ao que interessa. Começaremos agora nosso curso!!

Bons estudos!!

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I – LEI 11.343/06 – CONCEITOS INICIAIS

Caracterizada por ser um diploma legal inovador, a nova Lei de Drogas apresenta características distintas das que a antecederam. Tal diploma inova em vários dispositivos que têm sido objeto de calorosas discussões no campo jurídico-penal.

Quanto a seus objetivos há que se destacar que são em determinados aspectos inovadores, mormente no tocante ao usuário de drogas conforme se pretende demonstrar.

Introduziremos o estudo dessa norma com três conceitos importantíssimos.

1.1. O SISNAD

A Lei 11.343/06 instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad. O Sisnad é composto por órgãos e entidades da Administração Pública que, em atuação conjunta, têm a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas, bem como as atividades de repressão ao uso, ao tráfico e à produção ilegal de drogas.

Para a realização dessas finalidades, o Sisnad deve agir pautado por uma série de princípios elencados no art. 4º dessa lei. Esses princípios constituem importantes instrumentos de efetivação das políticas públicas. Sugiro a você, caro aluno, que dê uma lida no supracitado artigo e veja quais são esses princípios. O estudo deles não será nosso foco, mas é importante que você os conheça.

A Lei de Drogas, em seu art. 5º, dá continuidade à disposição sobre as diretrizes norteadoras das atividades do Sisnad, dispondo sobre os objetivos básicos desse Sistema, todos eles referentes à prevenção e à repressão das drogas.

São estes os objetivos do Sisnad:

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contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;

promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;

assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de sua competência.

Sobre o Sisnad é isso que você precisa saber, caro aluno. As provas não costumam trazer questões específicas sobre esse sistema de órgãos, mas, pela sua importância no contexto do estudo da Lei de Drogas, eu não poderia deixar de falar sobre ele.

Comecemos então nossa maratona de questões da aula de hoje!!

01. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A Lei 11.343/06, prescrevendo medidas para prevenção do uso indevido de drogas, instituiu o SISNAD.

Questão 01 – Exatamente!! A Lei 11.343/06 instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad - que é um sistema composto por órgãos e entidades da Administração Pública que, em atuação conjunta, têm a finalidade de articular, integrar, organizar E COORDENAR AS ATIVIDADES RELACIONADAS COM A PREVENÇÃO do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas, BEM COMO AS ATIVIDADES DE REPRESSÃO AO USO, ao tráfico e à produção ilegal de drogas.

Gabarito: CERTO

02. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] As ações do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do território nacional, razão pela qual esse sistema não comporta a integração de estratégias internacionais de prevenção do uso indevido de drogas.

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Questão 02 – Para a realização de suas finalidades, o Sisnad deve agir pautado por uma série de princípios elencados no art. 4º da Lei 11.343/06. Esses princípios constituem importantes instrumentos de efetivação das políticas públicas.

Bom, se você deu uma lida nesses princípios constatará que um deles vem elencado no inciso VII do mencionado art. 4º e que assim dispõe:

Art. 4º. São princípios do SISNAD

(...)

VII - a integração das estratégias nacionais e internacionaisde prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

A assertiva afirma que as ações do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do território nacional. Até aí podemos considerar, mas isso não significa que o SISNAD não possa ser adotar a integração de estratégias internacionais de prevenção do uso indevido de drogas. Afirmar isso é ir contra o disposto no inciso acima citado.

Gabarito: ERRADO

1.2. O CONCEITO DE DROGAS

A Lei nº 11.343/06 (a nossa Lei de Drogas) traz o seguinte conceito de DROGAS:

DROGAS

SUBSTÂNCIAS (ou PRODUTOS) entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial capazes de causar DEPENDÊNCIA, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Guarde esse conceito!!

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1.3. LEI DE DROGAS - REGRA DE OURO

Todas as condutas ilícitas e crimes tipificados na Lei de Drogas têm como premissa uma regra fundamental que aqui chamamos de REGRA DE OURO e é a seguinte:

Ficam PROIBIDAS, EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, AS DROGAS, bem como o PLANTIO, a CULTURA, a COLHEITA e a EXPLORAÇÃO de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Apesar de ser uma regra basilar, NÃO É absoluta!!

A Lei de Drogas estabelece, no entanto, que a União pode autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais acima mencionados, EXCLUSIVAMENTE para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

Pois bem, a partir desses conceitos introdutórios podemos destacar os eixos centrais da Lei de Drogas que são:

pretensão de se introduzir no Brasil uma sólida política de prevenção ao uso de drogas, de assistência e de reinserção social do USUÁRIO;

eliminação da pena de prisão ao USUÁRIO;

rigor punitivo contra o TRAFICANTE e o FINANCIADOR do tráfico;

louvável clareza na configuração do rito procedimental e;

inequívoco intuito de que sejam apreendidos, arrecadados e, quando o caso, leiloado os bens e vantagens obtidos com os delitos de drogas.

Ao citar os eixos centrais da Lei de Drogas, destaquei as palavras USUÁRIO, TRAFICANTE e FINANCIADOR.

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Mais por que professor?

Porque é exatamente nessas palavras que residem as inovações (e também as polêmicas) em torno da regulamentação trazida pela Lei nº 11.343/06 a qual passaremos a estudar a partir de agora.

Quem é considerado usuário? A quem posso chamar de traficante? A figura de traficante se confunde com a de financiador? Qual o tratamento que a lei dá a esses personagens?

Bom, são respostas que tentaremos dar nesta aula tomando como base, repito, aquilo que for de fato relevante para a sua prova.

Caro aluno, para começar, saiba que um dos objetivos da Lei 11.343/06 é, justamente, o de estabelecer a distinção entre o USUÁRIO DE DROGAS e o TRAFICANTE. Para atingir esse fim, a Lei 11.343/06 estabelece tratamento diferenciado para cada um, dispondo sobre o usuário e sobre o traficante em capítulos distintos.

No próximo tópico abordaremos o tratamento que a Lei dá ao USUÁRIO de drogas. Peço sua especial atenção para este tópico, pois é sempre GRANDE alvo de questões em provas de concurso!!

II – CRIME DE POSSE DE DROGA PARA O USO PESSOAL

2.1. O USUÁRIO DE DROGAS

Ao adotar uma postura preventiva em relação ao uso de drogas, a Lei de Drogas trouxe profundas e importantes inovações acerca do tratamento dispensado ao usuário.

Primeiramente, é de fundamental importância definir quem é o usuário, em que consiste ser usuário.

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USUÁRIO DE DROGAS – IMPORTANTÍSSIMO!!

Quem ADQUIRE, GUARDA, TEM EM DEPÓSITO, TRANSPORTA OU TRAZ CONSIGO, PARA CONSUMO PESSOAL, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

Quem pratica, portanto, qualquer uma das condutas acima citadas, comete o crime de posse de drogas para COMSUMO PESSOAL tipificado no art. 28 da Lei de Drogas.

Antes de ver as penas previstas para esse crime, vamos entender um pouco mais sobre as condutas acima descritas:

ADQUIRIR significa obter para si, seja mediante compra, troca, a título gratuito, ou ainda por qualquer outro meio. Adquirir é alcançar a posse de determinada coisa.

GUARDAR significa a ocultação pura e simples da droga, de modo permanente ou precário. Exprime a conduta de ocultar, de não revelar a posse da droga publicamente.

TER EM DEPÓSITO é reter a coisa à sua disposição, sob seu domínio, em condições de pronto alcance e disponibilidade.

Professor, qual a diferença entre guardar e ter em depósito?

Confesso que essa diferenciação é um tanto quanto confusa e que traz uma série de controvérsias doutrinárias. Não é objeto de nosso estudo adentrar a fundo em tais controvérsias. Em termos doutrinários, podemos considerar a lição do professor Vicente Greco de que “ter em depósito” significa a retenção provisória e possibilidade de deslocamento rápido da droga de um lugar para outro, enquanto “guardar” se conceitua como a mera ocultação da droga. Para que se enquadrem na cominação do crime em estudo, tanto a conduta de guardar, como a de ter em depósito, devem configurar a retenção da droga para consumo próprio.

TRANSPORTAR evidencia a ideia de deslocamento, ou seja, significa levar a droga de um local para outro mediante a utilização de algum meio de transporte que não a própria pessoa, pois, nesse último caso estaria sendo caracterizada a conduta de trazer consigo.

TRAZER CONSIGO é transportar a droga junto ao corpo, sem auxílio de outro meio de locomoção, ou ainda, portar a droga consigo, acondicionada em

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qualquer compartimento que esteja ao alcance imediato do agente. A ideia principal aqui é a disponibilidade de acesso, de uso da droga.

No caso do crime em estudo, o delito se consuma com a prática de qualquer uma das condutas descritas no tipo sem que seja necessária a ocorrência de nenhum resultado. Observe, no entanto, que as condutas que consistem em guardar, ter em depósito e trazer consigo são permanentes e, desta forma, retratam um delito permanente, que se protrai no tempo. Já as condutas de adquirir e transportar são instantâneos, ou seja, traduzem delitos instantâneos, cuja consumação ocorre em momento específico, sem se prolongar pelo tempo.

Visto isso, temos que a Lei de Drogas prevê as seguintes penas (ou medidas educativas) para o USUÁRIO DE DROGAS, ou seja, para quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

ADVERTÊNCIA SOBRE OS EFEITOS DAS DROGAS;

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE;

MEDIDA EDUCATIVA DE COMPARECIMENTO A PROGRAMA OU CURSO EDUCATIVO.

IMPORTANTE

Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, SEMEIA, CULTIVA ou COLHE plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

SEMEAR é espalhar sementes, lançar sementes ao solo para que germinem.

CULTIVAR significa propiciar condições para que a planta se desenvolva, cultivando o solo e cuidando da plantação.

COLHER é recolher o que a planta produz, recolher o que foi produzido pela terra, pelo solo.

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Assim, estas outras três condutas típicas, quando destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica, caracterizam o plantio para consumo pessoal.

IMPORTANTE

Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, O JUIZatenderá:

• à natureza e à quantidade da substância apreendida;

• ao local e às condições em que se desenvolveu a ação;

• às circunstâncias sociais e pessoais e;

• à conduta e aos antecedentes do agente.

Pois bem, voltando às penas previstas para essas condutas típicas, perceba que não mais existe a previsão da pena privativa de liberdade para o usuário. De acordo com a nova lei não há qualquer possibilidade de imposição de pena privativa de liberdade para aquele que adquire, guarda, traz consigo, transporta ou tem em depósito droga para consumo pessoal ou para aquele que pratica a conduta equiparada (§ 1.º do art. 28).

Preste bem atenção: mesmo que não seja mais previsto pena restritiva de liberdade para o crime em tela, não se pode dizer que houve a descriminalização da conduta. O fato continua a ter a natureza de crime, na medida em que a própria lei o inseriu no capítulo relativo aos crimes e às penas (Capítulo III); além do que as sanções só podem ser aplicadas por Juiz criminal, e não por autoridade administrativa, e mediante o devido processo legal (veremos mais adiante o procedimento criminal específico para este caso).

A advertência não é uma repressão moral ou religiosa, mas sim jurídica, ou seja, preza-se uma sanção legal. Em contrapartida, abordam-se os efeitos prejudiciais da droga, para o próprio usuário, família, etc. Essa medida pode ocorrer no próprio Juizado Criminal. Ainda, pode ser aplicada isolada ou cumulativamente com as outras medidas, como também, ser substituída a qualquer tempo, sendo vedada a conversão em pena privativa de liberdade. O magistrado pode ainda valer-se de diferentes profissionais, tais como, psicólogos, médicos, assistentes sociais, etc, para eventual auxílio.

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ATENÇÃO

As penas de PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE e de MEDIDA EDUCATIVA DE COMPARECIMENTO A PROGRAMA OU CURSO EDUCATIVO serão aplicadas pelo prazo máximo de 05 meses.

Em caso de reincidência nessas penas o prazo máximo a elas aplicado será de 10 meses.

Estabelece a Lei de Drogas que a prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

Atenção: a Lei prevê ainda que o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Essa medida também poderá ser fixada isolada ou cumulativamente com as demais medidas alternativas.

Cabe ao julgador fazer a diferenciação do mero usuário, ou dependente de drogas, distinção esta que será fundamental na escolha da medida educativa mais adequada ao caso concreto. Quanto às medidas educativas de comparecimento a programas ou cursos educativos, caberá ao juiz fixá-las, bem como as frequências a serem feitas. Desta forma, se não constar na sentença, caberá ao juiz de execuções delimitá-las.

E aí você me pergunta: professor, já que não há penas restritivas de liberdade, o que acontece se a pessoa que cometeu esse crime recusar-se a cumprir qualquer uma dessas penas previstas?

Bom, caso haja a recusa INJUSTIFICADA do agente em cumprir tais penas, também chamadas de medidas educativas, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

admoestação verbal e

multa

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Entenda que essas providências serão SUCESSIVAS, ou seja, primeiramente o juiz irá admoestar verbalmente o agente e, caso essa admoestação não traga o resultado esperado, ele aplicará a multa.

A admoestação é uma repreensão, o juiz advertirá o agente sobre as consequências de sua desídia delituosa. Assim, haverá intimação do magistrado para que o agente compareça à audiência admonitória designada, onde será feita a advertência oral.

Na imposição da MULTA, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, EM QUANTIDADE NUNCA INFERIOR A 40 (QUARENTA) NEM SUPERIOR A 100 (CEM), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.

Os valores decorrentes da imposição da multa serão creditados à conta do FUNDO NACIONAL ANTIDROGAS.

IMPORTANTE

Prescrevem em 02 ANOS a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

Bom, antes de finalizamos, é preciso destacar que a Lei de Drogas reserva capítulo especial para garantir que o Poder Público possibilite ao USUÁRIO e ao DEPENDENTE DE DROGAS o direito de serem atendidos por meio de atividades de atenção e reinserção social.

Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar uma série de princípios e diretrizes, todos elencados no art. 22 da lei em comento.

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IMPORTANTE

O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos à medida de segurança, TÊM GARANTIDOS OS SERVIÇOS DE ATENÇÃO À SUA SAÚDE, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

É mais ou menos o seguinte: alguém, condenado por crime de posse ilegal de drogas para consumo próprio, já vinha em pleno cumprimento de uma das medidas de segurança previstas pelo art. 28 da Lei de Drogas recebendo, inclusive, o benefício do direito a serviços de atenção a saúde. Suponhamos que nesse ínterim você comete outra infração penal que prevê PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE. Ao ser condenada pelo novo crime continuará ainda tendo o direito de atenção à saúde que antes já tinha.

Vamos ver então como foi cobrado:

03. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material.

04. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A conduta de quem traz consigo, para uso próprio, substância tida como entorpecente é fato tipificado como crime.

05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Em decorrência da nova política criminal adotada pela legislação de tóxicos, a conduta do usuário foi descriminalizada, porquanto, segundo o que institui a parte geral do Código Penal, não se considera crime a conduta à qual a lei não comina pena de reclusão ou detenção.

06. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008] A Lei 11.343/06 extinguiu o crime de posse de pequena quantidade de drogas para consumo pessoal, recomendando apenas o encaminhamento do usuário para programas de tratamento de saúde.

07. [FUNCAB – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/RO – 2010] Considerando que um usuário com 20 anos seja flagrado trazendo consigo, para uso próprio, pequena quantidade de droga, segundo o Art. 28 da referida

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Lei, este poderá ser submetido à pena de prisão simples, de três meses a um ano e multa.

08. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem submetidos a medida de segurança terão garantidos os mesmos serviços de atenção à sua saúde que tinham antes do início do cumprimento de pena privativa de liberdade, independentemente da posição do respectivo sistema penitenciário.

Questão 03 – Acabamos de estudar que mesmo que não seja mais previsto pena restritiva de liberdade para o crime de posse ou porte de drogas para consumo pessoal, ele não foi descriminalizado. O fato continua a ter a natureza de crime, na medida em que a própria lei o inseriu no capítulo relativo aos crimes e às penas. Além disso, suas sanções só podem ser aplicadas por Juiz criminal, e não por autoridade administrativa, respeitado o devido processo legal. A questão afirma equivocadamente que essa conduta é uma infração sui generis. De jeito nenhum!!

Gabarito: ERRADO

Questão 04 – Foi o que acabamos de comentar na questão anterior!! Caro aluno é muito comum em provas, questões que cobram do candidato o conhecimento sobre se é ou não crime a conduta de posse ou porte de drogas para consumo pessoal. Vamos repetir: É SIM CRIME TIPIFICADO PELA LEI DE DROGAS!!

Gabarito: CERTO

Questão 05 – Agora fica fácil, não é mesmo? Perceba que a banca faz um floreado todo para tentar mostrar o porquê que a conduta do usuário foi descriminalizada, segundo a legislação de tóxicos atual. Ora, você já sabe que essa conduta NÃO foi descriminalizada!! Essa, já disse, é uma pergunta recorrente e séria candidata A estar em sua prova!!

Gabarito: ERRADO

Questão 06 – Mas uma questão que ERRA ao afirmar que o crime de posse ou porte de drogas para o consumo pessoal foi extinto pela Lei 11.343/06, a nossa Lei de Drogas (ou Lei de Tóxicos, com queria). Outro erro é afirmar que é recomendando, nesse caso, apenas o encaminhamento do usuário para programas de tratamento de saúde. De forma alguma!! Você estudou que as penas previstas para quem comete esse crime são: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. É preciso lembrar também que a Lei prevê que o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde,

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preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Isso não é uma recomendação e sim uma determinação da Lei!!

Gabarito: ERRADO

Questão 07 – Se o usuário tem 20 anos, é penalmente imputável. Se é penalmente imputável e estava trazendo consigo, PARA USO PRÓPRIO, pequena quantidade de drogas, certamente ele comete o crime de posse ou porte de drogas para consumo pessoal. Se comete esse crime, ele então incorrerá em uma das seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Não há, portanto, previsão de pena de prisão simples, de três meses a um ano e multa.

Gabarito: ERRADO

Questão 08 – Veja como o CESPE em recente questão baseou-se quase que completamente na literalidade da lei!! Aqui temos praticamente copiadas as disposições do art. 26 da Lei de Drogas. Veja:

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema previdenciário.

Gabarito: CERTO

***

Bom, chegamos ao fim de nossa primeira aula, um aperitivo do que vem por aí!!

Como eu já havia dito, vimos aqui o estudo basilar e conceitual da Lei de Drogas. Na próxima aula, continuaremos nosso estudo sobre esse regramento, conhecendo os aspectos sobre os DEMAIS CRIMES e os PROCEDIMENTOS PENAIS PREVISTOS nessa Lei.

Caro aluno, use o fórum de nosso curso como mais uma ferramenta de auxílio para a consolidação de seus conhecimentos. Estarei sempre à disposição procurando dirimir suas dúvidas o mais rápido possível. Conte sempre comigo!!

Espero por você nas nossas próximas aulas!!

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QUESTÕES DE SUA AULA

01. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A Lei 11.343/06, prescrevendo medidas para prevenção do uso indevido de drogas, instituiu o SISNAD.

02. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] As ações do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do território nacional, razão pela qual esse sistema não comporta a integração de estratégias internacionais de prevenção do uso indevido de drogas.

03. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011] A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material.

04. [CEV/UECE – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/CE – 2011] A conduta de quem traz consigo, para uso próprio, substância tida como entorpecente é fato tipificado como crime.

05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/ES – 2009] Em decorrência da nova política criminal adotada pela legislação de tóxicos, a conduta do usuário foi descriminalizada, porquanto, segundo o que institui a parte geral do Código Penal, não se considera crime a conduta à qual a lei não comina pena de reclusão ou detenção.

06. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008] A Lei 11.343/06 extinguiu o crime de posse de pequena quantidade de drogas para consumo pessoal, recomendando apenas o encaminhamento do usuário para programas de tratamento de saúde.

07. [FUNCAB – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/RO – 2010] Considerando que um usuário com 20 anos seja flagrado trazendo consigo, para uso próprio, pequena quantidade de droga, segundo o Art. 28 da referida

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Lei, este poderá ser submetido à pena de prisão simples, de três meses a um ano e multa.

08. [CESPE – INSPETOR DE POLÍCIA – POLICIA CIVIL/CE – 2012] O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem submetidos a medida de segurança terão garantidos os mesmos serviços de atenção à sua saúde que tinham antes do início do cumprimento de pena privativa de liberdade, independentemente da posição do respectivo sistema penitenciário.

GABARITO

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