líderes definem na terça pauta prioritárianho, no hall da taquigrafia no período de 04 a 13 de...

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ANO 7 - Número 1524 Brasília-DF, sexta-feira, 30 de setembro de 2005 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS 6 6 5 ÉTICA COMISSÕES SAÚDE No seu primeiro dia como presidente da Câmara, Aldo Rebelo fez visitas de cortesia aos presidentes da Républica, Luiz Inácio Lula da Silva, e do STF, ministro Nelson Jobim O Presidente da CPMI dos Correios, se- nador Delcidio Amaral (foto), criticou, ontem, a ausência da bancada do Gover- no nas reuniões e advertiu que os sucessi- vos adiamentos nas votações de requeri- mentos poderão fazer com que os traba- Delcidio alerta que trabalhos da CPMI podem prosseguir em 2006 CPMI DOS CORREIOS Em reunião, ontem, entre a Comissão Parlamentar Conjun- ta do Mercosul e o Parlamento Andino, os países participantes não conseguiram chegar a um consenso em relação ao núme- ro de cadeiras para o futuro Par- lamento do Mercosul. Segundo o deputado Dr. Rosinha, o pré- acordo para a formação do par- lamento determina que seriam 36 vagas para o Brasil, 31 para a Argentina, 16 para o Paraguai e 16 para o Uruguai. No entanto, os paraguaios querem que to- dos tenham 16 vagas, mas o Brasil não abre mão de ter mais cadeiras. A reunião da Primeira Cúpula de Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações prossegue hoje com re- presentantes de 12 países do continente em Brasília, no Palá- cio do Itamaraty. Impasse impede decisão sobre vagas no futuro Parlamento MERCOSUL Página 5 8 PLENÁRIO Conselho deve fazer acareação entre Sandro Mabel e Raquel Teixeira lhos da comissão sejam encerrados somente em 2006. “Eu não vou compactuar com esse tipo de manobra”, disse. Os parlamentares de oposição acusam o Go- verno de tentar esvaziar as investigações, preju- dicando o quorum para as deliberações. Seminário discute caminhos para aperfeiçoamento do Poder Judiciário Comissão Especial debate marco regulatório na área de saneamento Gastão comemora investimentos da Alcoa para produzir alumínio no MA Página 8 LAYCER TOMAZ ELZA FIÚZA - ABR EDSON SANTOS Os líderes partidários defi- nem na terça-feira uma agenda mínima de votações para o mês de outubro e o destino da pro- posta de prorrogação do prazo para mudanças na legislação elei- toral visando às eleições do pró- ximo ano. Em renunião, ontem, com o presidente da Câmara, Aldo Re- belo, os líderes não chegaram a Líderes definem na terça pauta prioritária um consenso sobre a PEC 446/ 05, do deputado Ney Lopes, que prorroga para 31 de dezembro o prazo para que mudanças na le- gislação eleitoral valham para eleições no ano subseqüente. O prazo atual é 30 de setembro. Em entrevista coletiva on- tem, Aldo Rebelo afirmou que os encontros que teve com os presidentes da República, Luiz Inácio da Silva, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, foram apenas protoco- lares e que a agenda política será discutida com os dois so- mente depois da reunião do Colégio de Líderes, prevista para terça-feira. Ele acrescentou que também vai conversar sobre o assunto com o presidente do Senado, Renan Calheiros. O presidente da Câmara afirmou, ainda, que não senti- rá “nenhum desconforto”se eventualmente tiver de presi- dir a sessão que julgar o man- dato do deputado José Dirceu. O Plenário, segundo o presi- dente, terá condições de “pu- nir os que precisam ser puni- dos e absolver os que devem ser absolvidos”. Páginas 2 e 3

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Page 1: Líderes definem na terça pauta prioritárianho, no Hall da Taquigrafia no período de 04 a 13 de outubro. Ivanir faz uma homenagem à primavera ilus-trando cientificamente em suas

ANO 7 - Número 1524Brasília-DF, sexta-feira, 30 de setembro de 2005 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

6

6

5ÉTICA

COMISSÕES

SAÚDE

No seu primeiro dia como presidente da Câmara, Aldo Rebelo fez visitas de cortesia aos presidentes da Républica, Luiz Inácio Lula da Silva, e do STF, ministro Nelson Jobim

O Presidente da CPMI dos Correios, se-nador Delcidio Amaral (foto), criticou,ontem, a ausência da bancada do Gover-no nas reuniões e advertiu que os sucessi-vos adiamentos nas votações de requeri-mentos poderão fazer com que os traba-

Delcidio alerta que trabalhos daCPMI podem prosseguir em 2006

CPMI DOS CORREIOS

Em reunião, ontem, entre aComissão Parlamentar Conjun-ta do Mercosul e o ParlamentoAndino, os países participantesnão conseguiram chegar a umconsenso em relação ao núme-ro de cadeiras para o futuro Par-lamento do Mercosul. Segundoo deputado Dr. Rosinha, o pré-acordo para a formação do par-lamento determina que seriam36 vagas para o Brasil, 31 paraa Argentina, 16 para o Paraguaie 16 para o Uruguai. No entanto,os paraguaios querem que to-dos tenham 16 vagas, mas oBrasil não abre mão de ter maiscadeiras. A reunião da PrimeiraCúpula de Chefes de Estado daComunidade Sul-Americana deNações prossegue hoje com re-presentantes de 12 países docontinente em Brasília, no Palá-cio do Itamaraty.

Impasse impededecisão sobre vagasno futuro Parlamento

MERCOSUL

Página 5

8PLENÁRIO

Conselho devefazer acareação

entre Sandro Mabele Raquel Teixeira

lhos da comissão sejam encerrados somenteem 2006. “Eu não vou compactuar com essetipo de manobra”, disse.

Os parlamentares de oposição acusam o Go-verno de tentar esvaziar as investigações, preju-dicando o quorum para as deliberações.

Seminário discutecaminhos para

aperfeiçoamento doPoder Judiciário

Comissão Especial debate marco

regulatório na áreade saneamento

Gastão comemora investimentos da

Alcoa para produziralumínio no MA Página 8

LAYCER TOMAZELZA FIÚZA - ABR

EDSON SANTOS

Os líderes partidários defi-nem na terça-feira uma agendamínima de votações para o mêsde outubro e o destino da pro-posta de prorrogação do prazopara mudanças na legislação elei-toral visando às eleições do pró-ximo ano.

Em renunião, ontem, com opresidente da Câmara, Aldo Re-belo, os líderes não chegaram a

Líderes definem na terça pauta prioritáriaum consenso sobre a PEC 446/05, do deputado Ney Lopes, queprorroga para 31 de dezembro oprazo para que mudanças na le-gislação eleitoral valham paraeleições no ano subseqüente. Oprazo atual é 30 de setembro.

Em entrevista coletiva on-tem, Aldo Rebelo afirmou queos encontros que teve com ospresidentes da República, Luiz

Inácio da Silva, e do SupremoTribunal Federal (STF), NelsonJobim, foram apenas protoco-lares e que a agenda políticaserá discutida com os dois so-mente depois da reunião doColégio de Líderes, prevista paraterça-feira. Ele acrescentou quetambém vai conversar sobre oassunto com o presidente doSenado, Renan Calheiros.

O presidente da Câmaraafirmou, ainda, que não senti-rá “nenhum desconforto”seeventualmente tiver de presi-dir a sessão que julgar o man-dato do deputado José Dirceu.O Plenário, segundo o presi-dente, terá condições de “pu-nir os que precisam ser puni-dos e absolver os que devem serabsolvidos”. Páginas 2 e 3

Page 2: Líderes definem na terça pauta prioritárianho, no Hall da Taquigrafia no período de 04 a 13 de outubro. Ivanir faz uma homenagem à primavera ilus-trando cientificamente em suas

Brasília, 30 de setembro de 200522

Mesa da Câmara dos Deputados - 52a Legislatura

Diretor: Ademir Malavazi (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

Editores: (61) 3216-1666Luís Castro, RenataTorres, Roberto Seabra eRosalva Nunes

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DF

Diretora:Amneres Pereira(61) 3216-1651Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Jornal da Câmara

Diagramadores:(61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros, JoséAntonio Filho , José Alberto eRoselene Guedes de Figueiredo

Presidente:Aldo Rebelo (PCdoB-SP)1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô (PFL-AL)2º Vice-Presidente:Ciro Nogueira (PP-PI)1º Secretário:Inocêncio Oliveira (PL-PE)2º Secretário:Nilton Capixaba (PTB-RO)

3º Secretário:Eduardo Gomes (PSDB-TO)4º Secretário:João Caldas (PL-AL)Suplentes:Givaldo Carimbão (PSB-AL),Jorge Alberto (PMDB-SE),Geraldo Resende (PPS-MS)e Mário Heringer (PDT-MG)

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes (PFL-RN)

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos (PSDB-MG)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaiode Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

AGENDA

A pauta completa do plenário e das comissões pode ser consultada no endereço eletrônico www2.camara.gov.br/agendacd

Sexta-feira, 30/9/2005

Magia das CoresO Espaço do Servidor exibe, no período de 4 a 13

de outubro, a mostra Essência e Magia das Cores, doartista plástico Adelio Sarro.

Cores e FloresMostra individual, Primavera em Cores e Flores,

da artista plástica e ilustradora botânica Ivanir Couti-nho, no Hall da Taquigrafia no período de 04 a 13 deoutubro. Ivanir faz uma homenagem à primavera ilus-trando cientificamente em suas pranchas aquarela-das flores, borboletas e frutos nativos.Durante a expo-sição, a artista marca presença com demonstraçõesda técnica de ilustração botânica, tendo como temauma orquídea.

A Queda do MuroA exposição fotográfica 1989 – A Queda do Muro –

Um ano decisivo em imagens, será aberta, na próxi-

SAIBA MAIS

ma terça-feira (4), às 17 horas, na Galeria do 10º andardo Anexo IV, com a presença do embaixador alemão,Prot von Kunow. A mostra é composta de 50 imagensdo Muro de Berlin ainda em pé e as cercas de aramefarpado da fronteira que, durante 28 anos, dividiram aAlemanha. Os fotógrafos da DPA (agência alemã denotícias) documentaram a queda do Muro de Berlim,bem como todo o processo que culminou na reunifica-ção do país. A mostra prossegue até o dia 14 de outu-bro.

Ciência e TecnologiaEm comemoração à Semana Nacional de Ciência e

Tecnologia 2005, o Ministério da Ciência e Tecnologiapromove, de 3 a 9 de outubro, no Espaço Mário Covas, aExposição de Tecnologias Sociais. A Semana envolve cen-tenas de instituições de pesquisa, universidades e enti-dades científicas, com o objetivo de estabelecer um me-canismo de mobilização popular em torno da importân-cia da C&T, aproximar da população as instituições e osistema de Ciência e Tecnologia e contribuir para a po-pularização da ciência de forma mais integrada nacional-mente.

Quorum IIA mostra Quorum II, coletiva de pinturas e escultu-

ras que reúne obras inéditas de artistas plásticos do

Brasil, a exemplo de Fátima Tosca, Dina de Oliveira eAntonio Poteiro, permanece até o dia 14 de outubro, nocorredor de acesso ao plenário.

Conto e CrônicaA partir da próxima semana, uma nova turma do

Clube de Conto e Crônica estará em funcionamentona sala do Núcleo de Literatura do Espaço Cultural, no8º andar do Anexo IV. O Clube do Conto e da Crônica éuma reunião de uma hora semanal em que se lê a pro-dução da semana de contistas e cronistas, debate-se otrabalho e se lança um desafio semanal a todos os pre-sentes para produção de contos e crônicas na semanaseguinte. Ao fim do ano, todos os trabalhos serão reuni-dos no livro Literatura de Câmara 2. A nova turma funcio-nará às segundas feiras, de 18 às 19 horas.

O AviadorO Espaço Cultural exibe, ao meio-dia, no Auditório

Nereu Ramos, O Aviador. Sinopse: O filme relata a his-tória de uma das figuras mais marcantes da Américado século XX, Howard Hughes, um multimilionário dosanos 30, apaixonado por aviões e pelo cinema. Hu-ghes tinha as suas próprias incapacidades e fobias, esuas crescentes extravagâncias e comportamento ob-sessivo vão levá-lo ao isolamento. Título Original: TheAviator (EUA /2005) Direção: Martin Scorsese Elenco: Kate Beckinsale, Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett,John C. Reilly. Duração: 110 min. Censura: 14

Os líderes partidários dis-cutirão na próxima terça-fei-ra (4) uma agenda mínima devotações para o mês de outu-bro. O acordo foi feito duran-te reunião ontem entre o Co-légio de Líderes e o presiden-te da Câmara, Aldo Rebelo.

Eles decidiram ainda que aprioridade do Plenário na pró-xima semana será votar as cin-co medidas provisórias quetrancam a pauta. A informaçãoé do líder do PSB, deputadoRenato Casagrande (ES), queparticipou da reunião.

A liderança do Governodefendeu prioridade para avotação da Proposta de Emen-da à Constituição 446/05, dodeputado Ney Lopes (PFL-RN), que prorroga para 31 de

Líderes definirão votações de outubroSALU PARENTE

dezembro o prazo para quemudanças na legislação elei-toral valham para eleições noano subseqüente. O prazo atu-al é 30 de setembro. Segundo

Casagrande, não houve con-senso sobre o assunto.

O líder do PSDB, deputa-do Alberto Goldman (SP),disse que é favorável à vota-

ção da PEC que prorroga oprazo para mudanças na leieleitoral, desde que se discu-ta conjuntamente qual pro-jeto de reforma política serávotado. Ele teme a aprova-ção de um proposta que re-presente retrocesso em re-lação às atuais regras. Já olíder do PFL, Rodrigo Maia(RJ), considera complicadaa inclusão de temas polêmi-cos entre as prioridades de

votação e adverte que, casoo Governo insista em discu-tir temas como mudanças nacláusula de barre i ra , seupartido também vai insistirem outros temas polêmi-cos, citando como exemploextremo a proposta de au-tonomia do Banco Central.

Depois da reunião, Aldo foipara o Palácio do Planalto parase encontrar com o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva.

AGENDA MÍNIMA

Presidente da Câmara, Aldo Rebelo, reúne-se com Colégio de LíderesReforma PolíticaO presidente da Câmara, Aldo Rebelo, confirmou que está ten-

tando fechar um acordo para a aprovação da Proposta de Emendaà Constituição (PEC) 446/05, do deputado Ney Lopes (PFL-RN), queprorroga para 31 de dezembro o prazo para que mudanças na legis-lação eleitoral valham para eleições no ano subseqüente. O prazoatual é de um ano (ou seja, final de setembro ou início de outubro, jáque as eleições são realizadas no primeiro domingo de outubro).

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Aldo Rebelo

Brasília, 30 de setembro de 2005 3

O deputado Josias Quin-tal (PMDB-RJ) está otimistacom a eleição do novo presi-dente da Câmara e conside-rou a escolha do deputadoAldo Rebelo a mais acerta-da, embora o vice-presiden-te José Thomaz Nonô (PFL-AL) tenha todos os predica-dos para o cargo. Na sua ava-liação, a eleição mostrou quehá um equilíbrio de forçasdentro do Câmara, o que éfundamental para o bom fun-cionamento da Casa. Nãohaverá, segundo ele, dispu-tas entre oposição e Gover-no e entre facções.

João Campos (PSDB-GO)espera que a Câmara possaretomar a normalidade dostrabalhos após a eleição deAldo Rebelo. O parlamentardefendeu a votação das me-didas provisórias e projetos,de autoria de deputados, quejá passaram pelas comis-sões temáticas. Entre as prin-cipais matérias a serem vo-tadas, o deputado citou a Re-forma Política, a Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresase questões tributárias paraos municípios. João Camposlembrou ainda que, em reu-nião na Frente ParlamentarEvangélica, na quarta-feira(28), Aldo Rebelo assumiu ocompromisso de empenhar-se para que o orçamento ve-nha a ter caráter impositivo,ao menos nas emendas in-dividuais dos parlamentares,para que o Congresso Na-cional seja fortalecido.

PrefeitosWagner Lago (PP-MA)

destacou a importância dosdebates que antecederam aescolha do presidente da Câ-mara. Segundo ele, o depu-tado Aldo Rebelo tem a cre-dibilidade necessária paraconduzir a Casa. Ele regis-trou a presença de dezenasde prefeitos maranhensesque vieram a Brasília parapressionar as autoridadesmonetárias e os poderes Exe-cutivo e Legislativo para queseja reajustado o Fundo deParticipação dos Municípiosem 1%. Segundo Lago, osmunicípios precisam ser res-peitados, pois é lá que estãoas carências de serviços bá-sicos do Estado. Ele cobroutransparência nos repassesdos recursos federais e o for-talecimento dos municípios.

PINGA-FOGO

O presidente da Câmara,Aldo Rebelo, disse ontem quenão sentirá “nenhum descon-forto” se eventualmente tiverde presidir a sessão que julgaro mandato do deputado JoséDirceu (PT-SP). “Toda pes-soa que age com critério ecom justiça, ao presidir umjulgamento e ao escrever umamatéria de jornal, não podese sentir desconfortável emnenhuma circunstância”, de-clarou o presidente, duranteentrevista concedida no Sa-lão Verde. O Plenário, segun-do o presidente, terá condi-ções de “punir os que preci-sam ser punidos e absolver osque devem ser absolvidos”.“Acho que, com isenção, ri-gor e equilíbrio, os deputadospodem fazer esse julgamen-to”, completou.

Perguntado se o Governofará uma reforma ministerial,Aldo Rebelo disse que não é apessoa indicada para falar so-bre o assunto. “Mas descon-fio que não procede a infor-

mação”, disse, sobre a hipó-tese de ser concedido mais umministério ao PP. Aldo afir-mou que os encontros queteve com os presidentes daRepública, Luiz Inácio Lula daSilva, e do Supremo TribunalFederal (STF), Nelson Jobim,foram apenas protocolares. Aagenda política será discutidacom os dois somente depois

da reunião do Colégio de Lí-deres, prevista para as 11 ho-ras da próxima terça-feira (4).O presidente da Câmara pre-tende também conversar so-bre a agenda do CongressoNacional com o presidente doSenado, Renan Calheiros.

Sobre a reunião de terça-feira, Aldo disse que prefereouvir os líderes primeiro e darsua opinião depois, para queesta não interfira na defini-ção da pauta. “O melhor paraa Casa é a convocação de umaagenda possível”, resumiu.

Quanto à Reforma Política, opresidente da Câmara lembrouque, no encontro de ontem comos líderes, foi discutida a Propos-ta de Emenda à Constituição(PEC) 446/05, do deputado NeyLopes (PFL-RN). Os líderes fi-caram de consultar suas banca-das e partidos sobre o assuntopara trazer uma posição na terça.

Disputa encerradaO presidente respondeu

também a perguntas quanto àdisputa para o comando da

Aldo garante isenção do Plenáriono julgamento de deputados

Câmara. “Encerrada a elei-ção, o que se trata é de reco-lher a disputa e avaliar te-mas de interesse do País e dasociedade. Então, não vejopor que repercutir temas edebates que eram própriosda disputa eleitoral. Na con-dição de presidente da Câ-mara, tenho de tratar de as-suntos de interesse do PoderLegislativo e da Nação, res-peitando as opiniões dospartidos. E eu tenho mesmoque respeitar, porque esta éa casa da democracia e da li-vre expressão”, declarou.

Diante da insistência dosjornalistas a respeito do con-teúdo de sua conversa com opresidente Lula, Aldo disseque os temas foram “livres” eversaram do futebol à políti-ca. Quanto à política, disse:“Falamos bem de todo mun-do”. E ao futebol: “Sobre Co-rinthians e Palmeiras, comosempre”, disse. Aldo Rebelo épalmeirense, enquanto Lulatorce pelo Corinthians.

O deputado AntonioCarlos Pannunzio (PSDB-SP) criticou em plenário oque chamou de “operação deapropriação do Estado”, emreferência às práticas do go-verno do Partido dos Traba-lhadores. “Como pôde umpartido colocar causas escu-sas acima dos interessesmaiores da sociedade, das pri-oridades nacionais e dos prin-cípios da democracia?”, ob-servou o parlamentar. Na suaopinião, as ações do partidoconvergem para o exercíciodo poder pelo poder. “Não háprojeto de governo, mas ape-nas manobras voltadas paraa ocupação do aparelho esta-tal”, disse.

Pannunzio afirmou queespera-se dos políticos que“creiam na democracia, no

valor soberano do voto, na sau-dável alternância no poder e nanecessidade de realizar progra-mas de governo voltados para osreais interesses maiores doPaís”. Mas o PT, segundo ele,negou todos esses princípiosuma vez instalado no Poder Fe-deral, embora os tenha propala-do na campanha para as eleiçõespresidenciais de 2002.

O parlamentar afirmou queo Governo Lula é objeto de de-cepção do povo brasileiro. “Nos21 anos, desde a redemocratiza-ção, o País enfrentou outros la-mentáveis casos de corrupção.Um deles culminou com o afas-tamento do primeiro presiden-te eleito com o voto direto apóso Golpe de 64”, lembrou ele.

O representante do PSDBdefendeu a investigação de to-das as denúncias, pois, enten-

de ele, a mobilização dos polí-ticos comprometidos com aética, contra a improbidade eem defesa da rigorosa apuraçãodos fatos não deve ser encara-da como furor punitivo. “Aocontrário, o princípio e o sen-timento que os motivam são odever moral e constitucional

de abolir a impunidade e de-fender, sim, os valores repu-blicanos”, defendeu.

Pannunzio acredita que opapel das instituições nestemomento é crucial. E nessesentido, disse, foi extrema-mente saudável o processo deapuração das denúncias con-tra o ex-deputado SeverinoCavalcanti.

Ele também criticou osmétodos usados pelo Governopara conseguir eleger o presi-dente da Câmara, liberando,segundo ele, mais de R$ 1,5bilhão em emendas aos parti-dos e parlamentares cooptá-veis. “Ao mesmo tempo emque parlamentares indiciadosno processo de cassação davaminequívocas demonstrações dealívio e contentamento”, com-pletou o deputado.

Pannunzio acusa PT de se apropriar do Estado

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Antonio Carlos Pannunzio

Deputados esperamretomada dasvotações na Casa

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Brasília, 30 de setembro de 20054

PINGA-FOGO

O Partido dos Trabalhado-res passa hoje por um esgota-mento estratégico e político, eos erros cometidos pela legendanão a credenciam mais paraconduzir as mudanças sociais es-peradas pela população. A afir-mação é do deputado Ivan Va-lente (SP), que anunciou nestasemana sua filiação ao PSol, de-pois de 22 anos no PT. “Não re-nunciei aos programas e bandei-ras do socialismo. Quem renun-ciou foi a cúpula do PT”, expli-cou Valente, para quem o PTpassa por um processo de desca-racterização que começou ain-da antes da campanha eleitoralde 2002, quando a legenda pro-curou se aproximar da elite eco-nômica, buscando a aceitaçãopelos centros de poder do País.

De acordo com o deputado,a estratégia passou também pelaadoção das políticas defendidaspelo Fundo Monetário Interna-cional (FMI) e pela realizaçãode alianças com partidos que,segundo ele, são fisiológicos esem tradição popular. “O par-tido rebaixou seu programa,tornando-se cada vez maispragmático. A política aplica-

Ivan Valente diz que PT perderumo e explica filiação ao PSol

Ivan Valente

da pelo Campo Majoritáriochoca a sociedade e a maioriados petistas, porque corrói va-lores que a esquerda construiupor muitos anos”, afirmou, te-cendo críticas ao grupo maisinfluente dentro do PT.

O parlamentar disse que a“guinada à direita” fez com queo partido mantivesse a políticaeconômica do Governo Fernan-do Henrique Cardoso, fato queele considera como um dos maisgraves do atual governo. ParaValente, faltou ousadia e cora-gem para levar adiante reformasque beneficiassem a população.“O PT é agora refém da direita.

Refém de uma base aliada fisio-lógica, que desmobilizou a mili-tância”, afirmou.

Definindo como “motivo degrande tristeza” seu desliga-mento do PT, Ivan Valente re-bateu críticas dos que chama-ram de oportunistas os depu-tados que entraram no PSol,afirmando que não ingressouno novo partido por oportunis-mo, mas por convicção. Sua sa-ída do PT, salientou, só ocor-reu depois de ter ficado claroque o Campo Majoritário im-pediria qualquer reformulaçãoprogramática no partido.

O parlamentar criticou ofato de o PT não ter punido, atéagora, os envolvidos no escân-dalo do suposto mensalão, des-tacando que, há dois anos, osdeputados Babá (PA) e Lucia-na Genro (RS), e a senadoraHeloísa Helena (AL), todoshoje no PSol, foram punidosapenas por terem votado con-tra a Reforma da Previdência.

No novo partido, Ivan Va-lente disse que trabalhará paraa retomada do projeto socia-lista, “bandeira abandonadapelo PT”. Ele afirmou também

que não terá o antigo partidocomo inimigo, mas avisou:“Combaterei a política econô-mica que não avança, que des-mobiliza os trabalhadores.Saio do PT para poder mantera coerência política e olhar nosolhos da militância política, quequer mudanças sociais”.

Morte de ApolônioIvan Valente prestou ain-

da uma homenagem a um dosmaiores nomes da esquerdabrasileira e dono da ficha nú-mero um de filiação ao PT,Apolônio de Carvalho, quemorreu na semana passada,aos 93 anos. Para o deputa-do, Apolônio não é um he-rói apenas no Brasil , mastambém na Espanha, ondeincorporou- se às brigadasinternacionais que defendi-am a República contra a in-vestida dos fascistas coman-dados pelo general Franco; ena França, quando lutou naresistência francesa durantea II Guerra Mundial. “Mili-tar no Partido dos Trabalha-dores com um exemplo comoApolônio da Carvalho foium privilégio”, afirmou.

A Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania(CCJC) aprovou ontem a ad-missibilidade da Proposta deEmenda à Constituição(PEC) 415/05, do Poder Exe-cutivo, que cria o Fundo deManutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica ede Valorização dos Profissio-nais da Educação (Fundeb).A PEC foi aprovada com a in-clusão de um destaque da de-putada Laura Carneiro(PFL-RJ), que retirou do tex-to a previsão de que a com-plementação do fundo comrecursos da União seria reali-zada mediante redução deoutras despesas, inclusive asde custeio, de acordo commetas fiscais e limites de des-pesas correntes a serem fixa-dos na Lei de Diretrizes Or-çamentárias (LDO). Para adeputada, a mudança vai im-pedir que o Governo Federal

CCJC aprova admissibilidade da PEC que cria o Fundeb

Deputados Mendes Ribeiro Filho e Antonio Carlos Biscaia, presidente da CCJC

reduza os gastos com educação.O deputado Sérgio Miranda

(PDT-MG) explicou que in-cluir na LDO limites de despe-sas correntes contraria a LeiComplementar 95/98, que fixaas regras para elaboração de leis.

AmpliaçãoA PEC 415/05 substitui o

atual Fundo de Manutenção eDesenvolvimento do EnsinoFundamental e de Valorizaçãodo Magistério (Fundef) peloFundo de Manutenção e Desen-volvimento da Educação Básicae de Valorização dos Profissio-nais da Educação (Fundeb), quebeneficia, além dos estudantes

de nível fundamental, os daeducação infantil (pré-esco-la) e do ensino médio.

De acordo com a propos-ta, o Fundeb será constituí-do de um percentual de16,25% dos impostos etransferências a que têm di-reito os estados e o DistritoFederal no primeiro ano,sendo que esse percentualcrescerá nos quatro primei-ros anos, até chegar a 20%.O ex-ministro da EducaçãoTarso Genro explicou queos recursos dos municípiosnão serão destinados aoFundeb, mas 25% de suasreceitas continuarão vin-culados à educação básica.

TramitaçãoA proposta tramita com

outras seis PECs apensadas,cuja admissibilidade tambémfoi aprovada hoje. Todas elasagora serão debatidas poruma comissão especial.

EDSON SANTOS

Reforma EleitoralÁtila Lins (PPS-AM) la-

mentou que a Câmara nãotenha conseguido fechar umacordo para votar as mudan-ças necessárias na Lei Elei-toral. O prazo termina nestasexta-feira e nenhuma deci-são foi tomada nesse senti-do. Mesmo defendendo aampliação do prazo para 31de dezembro, dando maistrês meses à Câmara paramudar as regras das elei-ções de 2006, o deputadoconsiderou mínimas aspossibilidades de se apro-var uma PEC prevendo amudança. Átila Lins dissetemer que o Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE) acabeimpondo novas regraspara as eleições do anoque vem, fazendo aquiloque deveria ser objeto deapreciação da Câmara edo Senado.

CPI do ApitoAo apresentar requeri-

mento pedindo a criação daCPI do Apito, para “investigare moralizar o futebol brasilei-ro”, Asdrubal Bentes (PMDB-PA) disse que as autoridadesda área esportiva não têmcondições de apurar sozi-nhas as denúncias de queárbitros fabricavam resulta-dos em jogos de futebol doscampeonatos paulista e bra-sileiro. “O problema nãopode ser resolvido apenascom o cancelamento daspartidas que tiveram resul-tado manipulado”, defen-deu, pedindo uma investi-gação mais profunda por-que o esquema pode i r“além do futebol”.

Financiamentodo SUS

Roberto Gouvea (PT-SP)destacou a aprovação pelaComissão de Constituição eJustiça e de Cidadania deprojeto de lei que garante fi-nanciamento para o SistemaÚnico de Saúde (SUS), regu-lamentando a Emenda Cons-titucional 29. O projeto foi oprimeiro a ser apresentadona atual legislatura, receben-do o número 01 de 2003. “Ascontribuições das comis-sões temáticas enriquece-ram o projeto, que agora deveser incluído na pauta do ple-nário”, afirmou, ressaltandoque a matéria vai garantir ocumprimento dos investi-mentos em saúde, com o re-passe mínimo de 10% dareceita bruta da União, esta-dos e municípios.

GILBERTO NASCIMENTO

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Brasília, 30 de setembro de 2005 5

Comissão recebedocumentos de Valério

A CPMI dos Correios rece-beu na quarta-feira documen-tos sobre a contabilidade doempresário Marcos Valério queestavam em poder da PolíciaFederal desde julho. Os papéisforam apreendidos na RegiãoMetropolitana de Belo Horizon-te, na casa do policial aposen-tado Marco Túlio Prata, conhe-cido como Pratinha, que é ir-mão do contador de Valério.

De acordo com o sub-rela-tor de Contratos da CPMI, de-putado Gustavo Fruet (PSDB-PR), o suposto empréstimo deMarcos Valério para o PT nãoaparece entre as informaçõeslevantadas. “Essa é mais umaprova de que não existiu em-préstimo para o PT, já que nãoestá na contabilidade de Mar-cos Valério”, declarou.

Fruet disse acreditar que oempresário tenha sido o inter-mediador nas operações entreo Banco Rural e o PT, o que com-provaria a prática dos crimes detráfico de influência e corrupção.Da documentação apresentadaanteriormente por Marcos Valé-rio, constavam os empréstimosfeitos ao PT. A suspeita dos par-lamentares é que esses docu-mentos tenham sido forjadospelo empresário.

A CPMI dos Correios nãoconseguiu votar, pela segun-da semana consecutiva, re-querimento que pede a que-bra do sigilo bancário de cor-retoras de valores e câmbio. Avotação na reunião adminis-trativa de ontem foi impedi-da pela falta de quorum. Osparlamentares de oposiçãoacusam o Governo de tentaresvaziar as investigações, pre-judicando o quorum para asdeliberações.

O próprio presidente daCPMI, senador Delcidio Ama-ral (PT-MS), criticou a ausên-cia da bancada do Governo eadvertiu que os atrasos provo-cados com os sucessivos adia-mentos nas votações de reque-rimentos poderá fazer com queos trabalhos da comissão sejamencerrados somente em 2006.“Eu não vou compactuar comesse tipo de manobra”, disse.Ele anunciou que, a partir da

próxima semana, a CPMI vairegistrar as faltas dos parla-mentares e divulgá-las.

O sub-relator de Movi-mentação Financeira da co-missão, deputado GustavoFruet (PSDB-PR), afirmouque a paralisação nas votaçõessobre quebra de sigilo atrapa-lha as investigações, pois asinformações solicitadas le-

vam de 15 a 45 dias para che-gar à CPMI. “Nós estamos há15 dias tentando quebrar ossigilos de empresas, principal-mente corretoras de valores,que intermediaram recursosde doleiros e também desseesquema que abasteceu ascontas do Marcos Valério eque foram repassadas para oDelúbio e até agora, por falta

de quorum, não estamos con-seguindo quebrar”, disse.

Clima de disputaO deputado José Eduardo

Cardozo (PT-SP) avalia que oclima de disputa política naCâmara chegou à CPI, mas ga-rante que não houve orienta-ção do Governo para obstruiros trabalhos. “O que existe éum período de turbulência, queacaba gerando uma dispersão.Temos que chamar à respon-sabilidade todos os deputadose senadores ausentes e nãotentar mascarar a situação realcomo se fosse uma estratégiapara tentar impedir as inves-tigações”, afirmou.

Na reunião administrativadesta quinta-feira, foi decidi-do apenas que a empresa quefará auditoria nas informaçõessobre sistema financeiro, fun-dos de pensão, seguros e con-tratos em poder da CPMI seráescolhida na próxima semana.

Votações na CPMI dos Correiossão adiadas por falta de quorum

Osmar Serraglio (E), Delcidio Amaral e Arnaldo Faria de Sá

O Conselho de Éticada Câmara deve fazer umaacareação entre o líder doPL na Câmara, deputadoSandro Mabel (GO), e adeputada Professora Ra-quel Teixeira (PSDB-GO). A maioria dos de-putados do Conselho jul-gou que essa medida é ne-cessária, e o deputado Jai-ro Carneiro (PFL-BA)disse que vai apresentarum requerimento nessesentido.

A idéia ganhou forçanesta quinta-feira depoisdo depoimento de SandroMabel ao Conselho. O de-putado é acusado de en-volvimento no supostoesquema de mensalão e deter oferecido R$ 1 milhãoe mais R$ 30 mil por mêspara que Raquel Teixeiraabandonasse o PSDB e sefiliasse ao PL. A acusação

partiu do ex-deputado Rober-to Jefferson, mas foi confirma-da por Raquel Teixeira. Ape-sar disso, faltam provas.

Sandro Mabel desmentiu aversão da deputada e disse quefoi Raquel Teixeira quem oprocurou com a intenção dedeixar o PSDB. Mabel acusoua deputada de ter mentido, aodizer para o governador goia-

no Marconi Perillo que o PLteria oferecido dinheiro para atroca partidária. Segundo Ma-bel, Raquel Teixeira o teriaacusado para chamar a atençãode Perillo para o fato de queela estaria “valendo muito”.“Eu não a convidei. Ela quepediu que eu a convidasse. Elausou a mim, contando umamentira, e depois nunca mais

falou dela. Veio falar agora,novamente, na perspectiva deaparecer numa mídia nacio-nal”, disse.

O relator do processo con-tra Sandro Mabel, deputadoBenedito de Lira, do PP ala-goano, disse que ainda vai es-tudar se há necessidade de umaacareação. “Eu não sei o quevai acrescentar. É a palavradela de novo, que ela vai man-ter, logicamente, e a negativado deputado. É possível até quevocê possa colher alguma coi-sa da acareação. O comporta-mento pessoal de cada um. Daívocê pode realmente ter umaidéia. Mas, na verdade, comisso você não vai buscar a pro-va contundente. Ou contra, oua favor”, disse.

De acordo com Benedito deLira, o Conselho vai ouvir,ainda no processo de Mabel, oex-tesoureiro informal do PL,Jacinto Lamas, e a diretora fi-

nanceira da empresa de pu-blicidade de Marcos Valé-rio, Simone Vasconcelos.De acordo com o relator, orelatório sobre o caso deveficar pronto até o fim deoutubro.

Sandro Mabel informouque o seu partido, o PL, estáavaliando se entra na Jus-tiça contra o PTB, partidoautor da representaçãocontra ele no Conselho deÉtica. De acordo com o de-putado, se dependesse sódele, o processo já teria sidomovido, mas a decisão de-pende de uma avaliaçãopolítica. Segundo Mabel, oPTB só entrou com a repre-sentação contra ele porqueRoberto Jefferson teria fi-cado com raiva porque elerespondeu às acusações fei-tas por Jefferson no depoi-mento do ex-deputado aoConselho de Ética.

Conselho de Ética pode fazer acareação entre deputadosEDSON SANTOS

O Conselho de Ética ouviu ontem o deputado Sandro Mabel

EMPRÉSTIMOS

CÉLIO AZEVEDO - AGÊNCIA SENADO

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Brasília, 30 de setembro de 20056

Participantes sugerem menos impostosDurante o seminário, o diretor da Companhia de Saneamento do Paraná, Paulo César Furiati,

alertou para a possibilidade de que a nova política de saneamento do Governo seja inviabilizadapela elevada carga tributária incidente sobre a área. Ele defendeu a redução de impostos para asempresas concessionárias desses serviços, que estariam pagando R$ 1,5 bilhão de tributos aoano. “Se o Governo pretende realmente priorizar saneamento, é necessário reduzir a carga tribu-tária do setor e aumentar os investimentos públicos.”

Cassilda Teixeira de Carvalho acrescentou que a chamada MP do Bem, anunciada pelo Gover-no como solução para desonerar o setor produtivo, não contemplou a área de saneamento bási-co. “Até ração para cavalo e pedras preciosas tiveram os impostos reduzidos”, enfatizou. Duranteo Governo Lula, segundo ela, as contribuições relativas ao PIS e à Cofins sobre o setor tiveramseus valores dobrados.

A realização de consórcios municipais na área de saneamento básico foi proposta pelo repre-sentante do Consórcio Regional de Saneamento do Piauí, Merlong Solano Nogueira. Ele informouque 36 pequenos municípios de seu estado assinaram protocolo de consórcio para a execuçãoconjunta de obras no setor.

A iniciativa é amparada pela Lei dos Consórcios Públicos (Lei 11.107/05), que regulamenta acooperação entre os entes federativos para a gestão conjunta de contratos e serviços públicos.

Cientista político destacainfluência entre poderes

O cientista político e professor da Universidade de Brasília(UnB) David Fleischer disse, durante o debate, que não háapenas “judicialização da política”, mas também a “politizaçãodo Judiciário”.

Muitas vezes, na opinião do professor da UnB, a políticainterfere nas questões judiciais. Ele citou como exemplo asocasiões em que parlamentares ou ocupantes de cargos noPoder Executivo são nomeados para cargos em tribunais fe-derais, caso do ex-ministro da Justiça do Governo FHC e ex-deputado Nelson Jobim, que atualmente preside o SupremoTribunal Federal (STF).

O impacto inverso, a influência da Justiça sobre os outrospoderes, foi exemplicado por Fleischer com a experiência daJustiça Eleitoral no País. “É uma vantagem sobre as outrasnações, que não têm um órgão específico e atuante como onosso. Os tribunais eleitorais podem, por exemplo, impugnarcandidaturas, anular eleições, quando se configuram irregu-laridades”, explicou.

O problema, segundo ele, é quando o mesmo critério usa-do para cassar uma candidatura não é usado para outrascassações. “Sempre depende da avaliação de um juiz, sãoquestões subjetivas”, alertou.

O caminho para a demo-cratização do Poder Judiciáriopassa pela judicialização da po-lítica, que pode ser caracteri-zada como a atuação do PoderJudiciário com o objetivo derevisar decisões dos poderesExecutivo e Legislativo. Essafoi a principal conclusão doseminário sobre judicializaçãoda política promovido na quar-ta-feira (28) pela Comissão deLegislação Participativa.

Outra proposta defendidadurante os debates foi a elei-ção direta para o cargo de juizfederal. O vice-presidente dacomissão, deputado LeonardoMonteiro (PT-MG), que pre-sidiu o seminário, considerapositiva a sugestão de votouniversal para o Judiciário. “Éuma questão relevante. Acre-dito que poderá ser acatada.Vamos avaliar”, afirmou. Parao deputado, o objetivo do even-to foi alcançado, uma vez queapresentou à Câmara e à soci-edade a discussão de uma temaainda pouco debatido.

O vice-presidente do Ins-

tituto Nacional de Estudos eAssuntos Estratégicos (Inea),Láurence Raulino, defendeu aeleição para juiz federal, comojá ocorre para cargos do Exe-cutivo e do Legislativo. Ele su-geriu à Comissão de Legisla-ção Participativa que seja apre-sentada uma proposta deemenda à Constituição (PEC)para garantir a eleição diretapara os Três Poderes.

Para Raulino, a democrati-zação do Judiciário é “funda-mental” para manter a inde-pendência dos poderes. “Euacredito que isso (o sufrágio

as políticas públicas”.Outra questão abordada

no debate foi o “protagonis-mo político” do Poder Judi-ciário, apontado pelo jorna-lista e cientista político Arios-to Teixeira. Para ele, a legis-

universal) possa contribuirpara a democratização da nos-sa Justiça, desde que só con-corram a essas eleições juízesconcursados que já tenhampassado pelo período probató-rio”, afirmou o vice-presiden-te do Inea, órgão que sugeriu odebate.

A democratização da Jus-tiça também foi defendida pelopresidente da Associação Na-cional dos Juízes Federais (Aju-fe), Jorge Antônio Maurique.Ele afirmou que “a democrati-zação é um passo fundamentalpara que a Justiça concretize

Em seminário sobre o novomarco regulatório na área de sa-neamento básico, o jurista Mar-cos Villela Souto, da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro,defendeu, na quarta-feira (28),um pacto federativo no setorcomo solução para os conflitosde competência na gestão dosserviços. A proposta foi feita noseminário Competências Constitu-cionais, promovido pela comissãoencarregada de apresentar pare-cer sobre o Projeto de Lei 1.144/03, da deputada Maria do CarmoLara (PT-MG), que institui aPolítica Nacional de Saneamen-to Ambiental. Essa proposta tra-mita em conjunto com o PL5.296/05, do Poder Executivo.

Os professores Dalmo Dala-ri e Floriano Marques Neto, daUniversidade de São Paulo, afir-maram que o maior desafio danova legislação sobre o assuntoé harmonizar as competênciasda União, estados e municípios.Para Marques Neto, é essencialencontrar mecanismos que ga-

rantam o compartilhamento deresponsabilidades entre os en-tes federativos. Já Dalari disseque não basta discutir o marcoregulatório, “se milhares depessoas ainda morrem no Bra-sil em decorrência da carênciade serviços de tratamento deágua e esgoto.”

Os representantes de go-vernos estaduais no semináriocriticaram o projeto do Gover-no Federal, que, segundo eles,não atende às necessidades deestados e municípios. Segun-do a presidente da Companhiade Saneamento de Minas Ge-rais, Cassilda Teixeira de Car-valho, a proposta foi elabora-da sem a participação das uni-dades da Federação. “Além dis-so, é um grave equívoco a pro-posta do Executivo incluir namesma lei serviços tão dife-rentes como tratamento deágua, esgotos, drenagem e co-leta de resíduos sólidos.”

O representante do FórumNacional dos Urbanitários, Ed-

son da Silva, concordou comCassilda e acrescentou que oprojeto faz confusão entre pla-nejamento, regulação e operaçãodos serviços de saneamento.

Mais recursosO presidente da Companhia

de Saneamento do Espírito San-to, Paulo Ruy Valim Carnelly,

Juristas defendem pacto federativo para saneamentoreivindicou mais recursos daUnião para os serviços de sanea-mento dos estados e municípios.“Não basta a União criar novasregras e exigir cada vez mais dasunidades da Federação”, afirmou.

Também em defesa de maisrecursos para o setor, a secretáriade Meio Ambiente e Desenvol-

vimento Urbano do estado doRio de Janeiro, Ângela NóbregaFonti, citou como exemplo dafalta de verbas federais o progra-ma de saneamento das bacias hi-drográficas do Rio de Janeiro, queconta exclusivamente com recur-sos estaduais. “A União tambémprecisa contribuir”, defendeu.

lação muitas vezes é ambígua,e a Justiça passa a ter papelnão apenas de dizer o que alei não permite, mas de cons-truir a legislação, transfor-mando o Poder Judiciário emprotagonista.

Rafael Favetti, Jorge Maurique, David Fleischer e Leonardo Monteiro

GILBERTO NASCIMENTO

Seminário debate eleição direta de juízes

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Audiência aponta falhas emprograma de inclusão digital

Brasília, 30 de setembro de 2005 7

Mesmo promissor, o programafederal Cidadão Conectado, quetem como meta a inclusão digital,não tem divulgação suficiente parachegar até seus beneficiários. Aconclusão é de parlamentares eempresários da área de informá-tica que participaram ontem deaudiência pública na Comissão deCiência e Tecnologia, Comunica-ção e Informática sobre o progra-ma, com o qual o Governo Lulaespera que 2 milhões de famíliascom renda entre 3 e 10 salários mí-nimos tenham acesso a linhas decrédito para a compra de compu-tadores de até R$ 1.400.

O deputado Walter Pinheiro(PT-BA), integrante da FrenteParlamentar do Software Livre, re-velou que 79% da população bra-sileira nunca usou computador e89% nunca acessou a Internet.“Quando falamos sobre qual sof-tware usar no Brasil, tanto os sof-twares livres quanto os proprietá-rios são desconhecidos pela popu-lação de baixa renda”, destacou.

Desinformação“O cidadão que o programa

quer atingir não sabe nem o que ésoftware livre”, declarou o presi-dente da Associação Brasileira de

A divulgação e o uso de software livre no programaCidadão Conectado foram discutidos na comissão

Software Livre (Abrasol), JaymeÁlvares Gomes Filho, que se dis-se preocupado com a falta de ca-pacitação desses novos usuáriosde computadores. Segundo ele,ao incentivar a compra de equi-pamentos eletrônicos sem o trei-namento devido para a utiliza-ção dos programas, o Governopode acabar promovendo a pira-taria dos softwares mais conheci-dos, como o Windows.

A mesma preocupação foi tra-zida à audiência pelo representan-te da CompTia na América Lati-na, Gilberto Galan, que divulgoudados segundo os quais 90% doscomputadores vendidos em países

emergentes sob programas que uti-lizam softwares livres acabam porusar softwares piratas em substitui-ção. A CompTia é uma associaçãoque atua em 103 países e tem 20mil empresas associadas, entre elasa Sun, a IBM, a HP e a Microsoft.Galan defendeu a “neutralidadetecnológica”, que permitiria à po-pulação escolher entre softwares li-vres, proprietários ou híbridos.

DesafioEm resposta à preocupação

com a divulgação do programa, odiretor do Serpro Sérgio Rosa dis-se que os incentivos são para todasas empresas, mas que o GovernoFederal fez uma aposta no soft-

ware livre nos programas que se-rão financiados com recursospúblicos. Sérgio Rosa desafiouas empresas a demonstrar a di-ferença entre softwares livres eos proprietários a uma pessoaque nunca utilizou computador.“A tela do computador é idên-tica, e os softwares têm progra-mas semelhantes”, afirmou.

FocoO secretário de Políticas de

Informática do Ministério daCiência e Tecnologia, MarceloLopes, disse que o principal focodo projeto é associar políticas in-dustrial e social, uma vez que oGoverno, ao promover a inclu-são digital, também está crian-do uma indústria nacional. O di-retor-presidente do InstitutoNacional da Tecnologia da In-formação (ITI), Renato da Sil-veira Martini, destacou outroavanço permitido pela adoçãodo software livre no programa,além da redução do custo finaldo produto. “Como todos osprogramas têm código livre,qualquer empresa interessadaem desenvolver novos produtospode buscar novas soluções apli-cáveis a esses programas”, disse.

A fabricação de produtosmais baratos como forma decombater a pirataria foi sugeri-da durante o I Seminário de Com-bate à Pirataria, em debate naquarta-feira. Para o representan-te do Sindicato Nacional dosTécnicos da Receita Federal(Sindireceita), Paulo Antenorde Oliveira, além da redução nospreços poderia haver a substitui-ção de mercadorias pirateadaspor produtos originais, como ar-tesanato, nas feiras populares.Ele também listou medidas parasolucionar o problema da cida-de de Foz de Iguaçu (PR) - paraonde acorrem “sacoleiros” detodo o País, fomentando o con-trabando e a falsificação de pro-dutos. Segundo o técnico, a saí-da está no investimento em tu-rismo, para dar ocupação aos quehoje trabalham no contraban-do. Outra medida eficaz, afir-mou, seria a criação de uma uni-versidade federal na região.

Para o deputado Julio Lopes

Debatedores sugerem produto mais barato para inibir pirataria(PP-RJ), a informalidade está entreos maiores problemas do Brasil, quepoderia ser resolvido com o comba-te ao contrabando e uma melhor dis-tribuição de renda. “O País precisafazer um distribuição eqüitativa dosrecursos e combater a informalida-de na economia”, ressaltou.

Representante da Força Sindi-cal no encontro, Carlos Lacerdachamou a atenção para a perdade postos de trabalho resultanteda prática de pirataria. Segundoele, a fabricação de TV de cincopolegadas empregava em Ma-naus (AM) 1.200 pessoas e, hoje,não emprega mais ninguém por-que esse tipo de TV agora vemdo Paraguai. O representante dafábrica de calçados Grendene,Fabiano da Rocha, informou queos grandes pólos de falsificaçãode calçados estão nas regiõesNordeste e Centro-Oeste.

A Grendene, segundo ele, estácom dificuldades para combater apirataria em razão da lentidão daJustiça. Rocha reclamou ainda da

existência de empresas regular-mente constituídas que falsificamcalçados. O setor automotivo, se-gundo o representante da GeneralMotors (GM) do Brasil, LuizMoan, também é alvo da pirataria

no País. A falsificação se explica,afirmou, pela grande quantidadede peças necessárias à fabricaçãode um veículo. Moan disse que aGM já constatou peças falsifica-das em um sistema de freios.

O coordenador do FórumNacional de Combate à Pirata-ria, André de Almeida, criticou aconstrução de shoppings cen-ters populares. “Trata-se de umaaberração, pois neles os came-lôs vendem produtos piratea-dos”, disse Almeida. Represen-tante da Associação Brasileiradas Indústrias de Produtos deLimpeza e Afins, Maria EugêniaSaldanha, disse que os produ-tos de limpeza fabricados emempresas de “fundo de quin-tal” facilitam a transmissão dedoenças e podem causar atémesmo infecção hospitalar.São amaciantes, desinfetan-tes líquidos e água sanitária,cujos preços, segundo a de-batedora, chegam a ser 80%

Shopping popular e fábricas de quintalmais baratos do que os produtosdo mercado formal.

Representante da AssociaçãoBrasileira da Indústria Têxtil e deConfecção, Rafael Cervone Net-to reclamou do número de fiscaisnos postos de fronteira, que con-siderou insuficiente para comba-ter a pirataria. Já o representanteda empresa Videolar, Lírio Pari-zotto, acredita que, para comba-ter a pirataria, deve-se primeiroatacar as operações subfatura-das de importação. Como exem-plo de distorção no setor, Parizot-to citou que o CD e o DVD gravá-veis estão sendo importados anove centavos de dólar. “Para fa-bricar esses produtos no Brasil,só de royalties paga-se dez cen-tavos de dólar”, explicou.

Rede TupiLuiz Sérgio (PT-RJ)

saudou o presidente doSenado, Renan Calhei-ros (PMDB-AL) pela ho-menagem prestada na-quela Casa aos 70 anosda Rede Tupi, que, se-gundo o deputado, con-tinua atual e compro-metida com a informa-ção, o debate, a críticae sugestões de inte-resse do povo do Riode Janeiro. Luiz Sérgiolembrou que a Tupi éparte integrante da his-tória da comunicaçãobrasileira e parabeni-zou os integrantes darádio, que, em sua opi-nião, estão empenha-dos em mantê- la emsintonia com a ordemdo dia do País.

Assédio a jovensLuiz Couto (PT-PB)

registrou matér ia pu-blicada na revista Car-ta Capital, intitulada OOutro Lado do Sonho,que trata de jovens eadolescentes que sãoa s s e d i a d o s s e x u a l -mente quando es tãoem escol inhas de fu-tebol ou em concen-t ração dos t imes . Odeputado pediu inves-t igação r igo rosa so-b re o assun to , pa raevitar que talentos se-jam privados de cres-cer no futebol e evitarmais vítimas do abu-so sexual.

Queimadas no ACZico Bronzeado (PT-

AC) reconheceu o es-fo rço do governo doAcre no combate aosfocos de incêndio pro-vocados pela seca noestado. Segundo o de-putado, o fogo prejudi-ca florestas, pastos elavouras e também apopu lação das c ida-des . De acordo comBronzeado, parte dosproblemas enfrentadospelo Acre tem origemem Rondônia e no MatoGrosso, onde, segundoo parlamentar, as admi-nistrações locais nãose preocupam com apreservação do meioambiente. Zico Bronze-ado também apontouos dois estados comoos maiores responsá-veis pelo desmatamen-to da Amazônia.

PINGA-FOGO

OTÁVIO PRAXEDES

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Brasília, 30 de setembro de 20058

PINGA-FOGO

O deputado Dr. Rosinha(PT-PR) disse que o mês de ou-tubro foi escolhido informal-mente como prazo final paradefinição do número de cadei-ras que cada país do Mercosulocupará no futuro parlamentodo bloco. O parlamentar, queparticipou, ontem, da reuniãoentre a Comissão ParlamentarConjunta do Mercosul e o Par-lamento Andino, destacou queos países participantes não che-garam a um consenso em rela-ção ao número de cadeiras doParlamento do Mercosul.

O pré-acordo para a forma-ção do parlamento determinaque seriam 36 vagas para o Bra-sil, 31 para a Argentina, 16 parao Paraguai e 16 para o Uruguai.No entanto, os paraguaios que-rem que todos tenham 16 va-gas, mas o Brasil não abre mãode ter mais cadeiras. Em no-vembro, Brasil, Argentina, Pa-raguai e Uruguai deverão dis-cutir internamente seus inte-resses prioritários.

Devido a essa discordância,Dr. Rosinha afirmou que o as-sunto será levado aos presiden-tes da Câmara, Aldo Rebelo, edo Senado, Renan Calheiros.

Comissão do Mercosul nãochega a acordo sobre vagas

Deputados Dr. Rosinha, Hector Lacognata (Paraguai), Leodegar Tiscoski,Roberto Conde (Uruguai) e deputada Alicia Castro (Argentina)

A insistência do Paraguai emter o mesmo número de vagas aque o Brasil e a Argentina te-rão direito no Parlamento doMercosul está prejudicando asnegociações. O deputado para-guaio Hector Lacognata, vice-presidente da comissão parla-mentar conjunta, propõe que,a princípio, a divisão das vagasseja igualitária e depois de 2014cada país tenha representaçãoproporcional ao Produto Inter-no Bruto (PIB) e ao tamanhoda nação. No entanto, o Brasilnão abre mão de ter mais vagase conta com o apoio da Argen-tina e do Uruguai para mantera composição proposta.

PIB e contribuiçãoO deputado Leodegar Tis-

coski (PP-SC) disse que a pro-posta paraguaia não faz sentido,porque o PIB brasileiro é muitomaior, e o fundo de 100 milhõesde dólares (cerca de R$ 230 mi-lhões) que será criado para oParlamento terá o Brasil comomaior contribuinte. Ele desta-cou que isso beneficiará o Para-guai, porque é o país mais pobredo Mercosul, e a diferença nonúmero de vagas da composiçãoé uma compensação.

Como não houve consenso,os senadores e deputados de-cidiram adiar a discussão edebater o assunto com os pre-

sidentes dos parlamentos deseus países. Entre os temasdiscutidos estão a integraçãoe o diálogo político. Tambémserá debatida a possibilidadede construção de um gasodu-to entre os países do Merco-sul e o Peru, como uma al-ternativa ao gás boliviano.

O representante brasilei-ro afirmou ainda que a ex-pectativa é que o protocolopara criação do Parlamentodo Mercosul seja assinadoem 12 de dezembro pelospresidentes da República dosquatro países em uma reu-nião que deverá ocorrer emMontevidéu, no Uruguai. Aprevisão é de que o Parlamen-to comece a funcionar em ja-neiro de 2007, com sede tam-bém em Montevidéu.

Deputados e senadores daComissão Parlamentar Con-junta do Mercosul (CPC) e oParlamento Andino vieram par-ticipar da Primeira Cúpula deChefes de Estado da ComunidadeSul-Americana de Nações, quecomeçou ontem e prosseguehoje com representantes de 12países do continente em Brasí-lia, no Palácio do Itamaraty.

A Alcoa Alumínio S.A.,subsidiária da Alcoa norte-americana, anunciou inves-timentos de 1,6 bilhão de dó-lares no Brasil. Os recursosserão utilizados na expansãoda capacidade de refino dealumínio do Consórcio Alu-mar, em São Luís, no estadodo Maranhão. A iniciativa“além de oportuna, é uma cla-ra demonstração de confian-ça na economia brasileiradesse grupo que é líder mun-dial no mercado de alumí-nio”, relatou o deputado Gas-tão Vieira (PMDB-MA).Ele ressaltou que a escolhanão foi aleatória, mas propo-sital, pois os empresários ava-liaram outros países, “masoptaram pelo Brasil, porqueas condições atuais da eco-

Gastão Vieira comenta investimentos da Alcoano Maranhão para a produção de alumínio

Gastão Vieira

nomia brasileira são favoráveisaos mais diversos tipos de inves-timentos”, reforçou.

O deputado explicou que oConsórcio Alumar é um dosprincipais pólos de produção dealumina no Brasil, a matéria-prima para a produção indus-

trial do alumínio, o qual é obti-do a partir do beneficiamentoda bauxita. Disse ainda que, comos novos investimentos, a pro-dução de alumina e seus deriva-dos, incluindo o alumínio me-tálico, passará de 1,4 milhão detoneladas para 3,5 milhões porano. “Em um estado no qual osíndices de pobreza são alarman-tes, a possibilidade de criação denovos postos de trabalho é mui-to animadora, tanto para a po-pulação como para as receitaspúblicas, com o aumento da ar-recadação”, frisou. Segundo ele,com os atuais investimentos, aAlcoa e Alumar contribuemcom R$ 180 milhões por ano,para os cofres estaduais e da pre-feitura de São Luis.

O parlamentar destacou ain-da os projetos do complexo in-

dustrial nas áreas de saúde eeducação, que atendem tan-to os funcionários e seusdependentes como a comu-nidade. Ele citou o progra-ma Jovem Empreendedor,destinado a estudantes daperiferia para o aprendiza-do de técnicas de fabricação,divulgação e comercializa-ção de produtos que utili-zem alumínio como maté-ria-prima. “Essa iniciativada empresa tem acentuadocaráter de inclusão social,pois permite a esses jovensa iniciação em técnicas pro-fissionalizantes, essenciaispara o ingresso no mercadode trabalho”, acrescentou,dizendo que a educação am-biental também sido preo-cupação constante do grupo.

Feira de ImperatrizSebastião Madeira (PSDB-

MA) destacou a realização daFeira de Imperatriz, no estadodo Maranhão, que será na pró-xima semana. O deputado des-tacou que mais de 177 empre-sas participaram do evento.Segundo o parlamentar, a feiraatrai empresas do Tocantins,Pará e Piauí, já que Imperatriz éa segunda maior cidade doMaranhão com quase 300 milhabitantes. Ele ressaltou quepelo menos 60% da populaçãoé oriunda de outros estados,que participaram da construçãoe desenvolvimento da cidade.Madeira afirmou que a popula-ção de Imperatriz, cidade ondeobteve 50% dos votos para de-putado federal, investe na pro-dução e na geração de renda eempregos.

Edson VidigalPaes Landim (PTB-PI) la-

mentou reportagem da revistaVeja, que envolve o presidentedo Superior Tribunal de Justiça,ministro Edson Vidigal. Segun-do o deputado, trata-se de umapessoa que lutou muito na vidae cresceu corretamente em suaprofissão. Para Landim, a revis-ta baseia a reportagem em umabriga familiar que envolve os fi-lhos de sua segunda esposa,mas a matéria acaba atingindoa figura do presidente do STJ, quepediu investigação sobre a brigaque tramita na Justiça. Em rela-ção às origens do presidentedo STF, Landim observou queele foi ao Chile a convite da As-sociação dos Magistrados doBrasil e não por conta de umaempresa privada e foi convidadopara falar na França, sobre oPoder Judiciário, como reconhe-cimento por seu trabalho.

Luz para TodosAsdrubal Bentes (PMDB-

PA) disse que esteve em SãoFélix do Xingu para participar dainauguração do programa Luzpara Todos, onde cerca de1.500 famílias já estão sendobeneficiadas e outras 2 mil ain-da serão atendidas. O deputa-do ressaltou que São Félix temo maior rebanho bovino do es-tado e uma economia rural quecresce sem parar. Na sua ava-liação, com estrada e energia,a região terá condições para sedesenvolver. O programa é umaparceria do Governo Federalcom o governo estadual. Asdru-bal participou de uma reuniãocom moradores de regiões pró-ximas às reservas indígenas. Aspessoas, segundo ele, estãocom medo de perder suas ter-ras, onde trabalham há 20anos, graças à omissão com-pleta do Estado.

J. BATISTA

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